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Naturale 2a edição

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Crédito de Carbono. Revista bimestral de distribuição gratuita

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Carta ao leitorAntes de mais nada gostaria de agradecer a

todos os parceiros, amigos e leitores pela grande re-percussão e acolhimento que Naturale teve em sua primeira edição.

Agradecemos o carinho, o incentivo e todas as cartas, e-mails e telefonemas que recebemos, além da ampliação de nossa distribuição.

A revista impressa e a versão eletrônica alçaram voos bem mais longínquos do que o previsto para nossa região. Naturale chegou a quase todas as ca-pitais do país, além do Distrito Federal e de várias cidades do interior, e foi enviada também para sete países: Itália, Alemanha, França, Jordânia, Estados Unidos, Senegal e Argentina. Isso nos mostra o inte-resse que se tem por informações de nossa região e como um veículo sério de comunicação pode difun-dir o que temos de riquezas, sejam elas ambientais, educacionais, intelectuais, culturais, turísticas e de pesquisa, além de promover todas as empresas par-ceiras e coligadas com os propósitos de Naturale.

Especial agradecimento a toda equipe e todos os nossos colaboradores que enriquecem Naturale com seus artigos, textos, fotos, e a nossos parceiros, que além de divulgarem suas empresas, investem na promoção de toda uma conscientização e informação que Naturale leva a seus leitores de maneira gratuita.

Nesta segunda edição a distribuição será am-pliada, Naturale estará também em salas vips dos Aeroportos de Congonhas (São Paulo) e Vira Copos (Campinas), além de alguns helipontos particulares espalhados pelo país, graças a uma nova parceira.

Deixamos o convite a você para ser nosso par-ceiro, pois a presença de sua empresa, instituição, poder público ou privado na revista será muito impor-tante para sua marca e para a ampliação da Naturale, que teve em sua primeira edição a felicidade de alçar um lindo voo, o qual pretendemos ampliar.

Abordaremos nesta segunda edição, entre ou-tros temas, a sustentabilidade e as certificações. O “Espaço do leitor” abre caminho para que nossos leitores possam partilhar seus pensamentos, e com o poema do presidente da Accademia Internazionale Il Convívio, de Castiglione di Sicilia – Itália, iniciamos um intercâmbio que traz à Naturale pessoas coliga-das com seu propósito, independente de seu local de origem.

Desejamos a todos uma ótima leitura!

Elaine Pereira

2 Lançamento Naturale / Espaço do leitor

3 Ações que fazem a diferença

4 Transição ao baixo carbono

6 Da maneira certa

8 Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal

9 Madeira Certificada?

10 Consumo responsável e economia ambiental

12 O modelo ISO 9001:2008

14 Sustentabilidade: fale menos, faça mais!

15 Educação à altura

16 Norma OHSAS 18.001

18 O que é saúde ocupacional / Câncer de próstata

20 Um sorriso com cuidado especial

22 Hummm.... o friozinho vem chegando...

24 Unifei faz teste de centrífuga para tratamento de água e óleo

26 Em sintonia com a natureza

28 Terra nossa de cada dia

Editora: Elaine Cristina Pereira

Jornalistas: Claiton Cesar (Mtb 40.981-SP) e Eduardo Silva (Mtb 17.721-SP)

Revisão: Claiton Cesar

Colaboradores: Dr. Américo Luiz de Oliveira Rezende, Dr. Arlei Xavier, Carlos Eduardo Sanches da Silva, Célio Gentil, Conrado Navarro, Dra. Gracia Costa Lopes, Gustavo A. Santana de Sá, Héctor Gustavo Arango, Luiz Otávio Couti-nho, Maria de Lourdes M. Gonçalves, Mateus V. Storino e Dr. Ricardo Ciancio

Projeto Gráfico: Elaine Cristina Pereira

Fotos: Geraldo Gomes (35) 9837-7810 e Jair Antonio (35) 9940-0223

Vendas: Claiton César e Elaine C. Pereira

Tiragem: 2.000 impressos mais mídia eletrônica (aprox.10 mil contatos)

Impressão: Novo Mundo Gráfica e Editora

Distribuição Gratuita

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

Venha fazer parte da Naturale, anuncie, envie artigos.

Faça parte desta corrente pela informação e pelo bem.

Contate-nos: (35) 3622-7406/9982-1806/8875-1975

e-mail: [email protected]

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Naturale maio/junho - 2010

Lançamento da revista Naturale tem grande repercussão

Um sucesso. Assim pode ser descri-to o lançamento da revista Naturale, que aconteceu no dia 25 de março, durante as comemorações dos 45 anos da FACESM – Faculdade de Ciências Sociais Aplica-das do Sul de Minas, em Itajubá (MG). O evento aconteceu nas dependências da faculdade e reuniu autoridades regionais, imprensa, empresários, terceiro setor, comunidade acadêmica e membros da sociedade local.

Durante a apresentação, a editora de Naturale, Elaine Pereira, e o jornalista Claiton Cesar destacaram um dos princi-pais objetivos da revista, que é informar as ações e projetos desenvolvidos em prol da defesa do meio ambiente no Sul de Minas e Vale do Paraíba. “Naturale se propõe a ser um veículo de comunicação das empresas, instituições de ensino e pesquisa, do ter-ceiro setor, poder público e de membros da sociedade para que informações de projetos e ações desenvolvidos na região cheguem a um maior número de pessoas e possam assim proporcionar maior inte-gração e parcerias.”, explicou Elaine.

Espaço do leitor

Claiton Cesar salientou a importân-cia da revista em revelar o que a região tem de melhor em belezas naturais e seu elevado potencial turístico, que devem ser preservados. “Muitas vezes esquece-mos que somos privilegiados em viver em um lugar belíssimo, com uma natureza exuberante, e não nos damos conta da

responsabilidade em cuidar dele. Natura-le nos faz lembrar dessa importância não somente ao mostrar essa beleza, mas tra-zendo informações úteis que nos levem a este senso de preservação”, concluiu.

Além de meio ambiente, Naturale também trata de diversos assuntos nas áreas de turismo, saúde, educação e cul-tura, com articulistas de renome.

Durante o evento todos os con-vidados foram presenteados com um exemplar de Naturale, que repercutiu positivamente. “Parabéns a equipe de Naturale, pois a revista está belíssima, e mostra que será um diferencial em nos-sa região”, apontou José Mauro Ferraz, professor da FACESM. “A equipe de Na-turale está de parabéns, pois produziu uma revista de grande qualidade. Desejo êxito a este novo empreendimento”, dis-se o diretor geral da FACESM, Professor Dr. Héctor Arango. “Não tenho dúvidas que Naturale já é um sucesso, um traba-lho belíssimo e bem desenvolvido, que só vem a enriquecer a mídia de Itajubá e região. Parabéns a toda a equipe da re-vista”, declarou Otávio Scofano, diretor do site Conexão Itajubá.

Naturale também foi assunto na mídia, com notícias na Rádio Jovem FM, Jornal Itajubá Notícias, Canal 20, Cone-xão Itajubá e Informativo da Academia Itajubense de Letras.

Com distribuição gratuita por meio impresso e eletrônico, Naturale ultra-passou os limites da região e chegou a várias cidades e capitais do país, além de ter seguido também para sete países, o que reflete a importância de um veícu-lo com informações da região.

Confira mais depoimentos na se-ção Carta do Leitor.

Claiton Cesar, Elaine Pereira, Edméia Guimarães (Se-cretária de Educação de Delfim Moreira) e o Prof. Dr. Héctor Arango (Diretor Geral da FACESM)

Jornalista Claiton Cesar e a editora Elaine Pereira apre-sentam a revista Naturale

Auditório da FACESM

Caro leitor, a partir deste número a Naturale abre espaço para sua par-ticipação, é só nos enviar um e-mail [email protected].

Prezada Editora Elaine Cristina PereiraSaudaçõesQuando percebemos que nova folha

surge no espaço literário de nossa cidade, agradecemos à editora e aos componentes da equipe que a forma.

Ao nascer Naturale, apoiada no mag-nífico conteúdo de Março/Abril, 1ª Edição - Ano1, quero desejar-lhe sucesso e externa-lhe minha admiração pela árdua realização.

Naturale ressalta a beleza das “Monta-nhas de Minas” onde o turismo, a ecologia, a educação, a saúde, a cultura e a história dos municípios mineiros são os alvos prin-cipais.

Parabéns aos colaboradores, articulis-tas, cronistas e fotógrafos, pelo brilho das matérias reunidas nas páginas de excelente leitura: – Um roteiro visual para deleite do leitor atento.

Que os 2.000 exemplares iniciais se multipliquem, na objetividade de suas men-sagens e beleza de sua composição gráfica.

Meus parabéns, extensivos a equipe! Terezinha Ofélia Nascimento Rennó Presidente da Academia Itajubense de Letras

Para a revista NaturaleNesta manhã de sol, recebo: – “Na-

turale” começando pela foto da capa com a imponente Serra da Mantiqueira, orgu-lho de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro, monumento perene da natureza, também recheada de bons artigos. Seu número 1, recebe cumprimentos à editora Elaine Cris-tina Pereira, com temas atualizados.

Abraço fraterno.Jorge Fregadolli, Editor da Revista TRADIÇÃO. Maringá/Paraná

Olá, amiga Elaine! Parabéns a vc e a todos que estão à

frente desse maravilhoso trabalho.Saiba que além da Itália, estou encami-

nhando a revista para a Embaixada do Brasil em Paris e na Jordânia, onde tenho amigos. Também mandarei para Alemanha e USA, além de todos os meus cadastrados.

Cordialmente,Gilberto Quadros, Vitória/ES

Prezo amigo Claiton, é com grande prazer, que venho cumprimentá-lo, pelo bri-lhante trabalho feito em prol da imprensa de nossa cidade, com o lançamento da revista “Naturale”. Um trabalho de profissionais, voltado para a nossa realidade ambiental.

Desejamos uma longa vida para a re-vista que sem dúvida vai sempre divulgar as belezas da nossa Mantiqueira.Geraldo José Canha Ex-vereador de Itajubá/MG

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Naturalemaio/junho - 2010

Gentile direttrice,Invio su inviato di Maria de Lourdes Maia Gonçalves una poesia che ha come tema l’ambiente e l’aberrazione della scienza di cui l’uomo ne fa un abuso, per la rivista.Cordiali saluti.

Louise Brown

Homo abilis, foemina abilis,uomo-donna indissolubile binomio duniversale esistenza umana, animale o vegetale. Gameti maschili, gameti

femminili: yoni e linga, polline, sperma, fecondazione: elementi dun miscuglio che Natura-Dio capovolge, unisce, separa. LUomo-Dio genera ora in provette miracolose.

Il frutto che vedi è una mela non raccolta da Eva né mangiata dAdamo, ma il Dottor Edwards ha messo in provetta semi di uomo e semi di donna (ovuli-sperma),

et voila! la vita, magico mistero. Nome finto. Futuribile aspirazione dumanità per evitare la traumatica fatica del nascere. Sconfiggere Eva che partorisce

la Morte, abbattere il sudore dAdamo. Louise Brown: figlia di nessuno, figlia di tutti. Brutte risonanze di sillabe. Meglio nomi matematici,

geometrici, algebrici, alfabetici, logaritmici, equazionali, esponenziali: Bx, Zeta Ypsilon, A²C, Sen x, calcoli triangolari. Non più persona, non più spirito o senso: Superuomo,

Superdonna: determinazione del sesso, dellintelligenza, dei caratteri genetici, futuro previsto in provetta e alterato da cellule clonate. Perfezione assoluta, ma senza umanità, senza persona,

senza storia, senza passato, senza futuro. Solo presente. È questa la felicità promessa allhomo intelligens? Un attimo di pausa. Luomo vincitore può risultarne sconfitto.

Angelo ManittaAccademia Internazionale Il ConvívioCastiglione di Sicilia - Itália

Veja a tradução ao lado

Espaço do leitor

Louise Brown

Homo-abiblis, Femmina-abilisHomem-mulher indissolúvel binomio de universal existencia humana, animal ou vegetal. Gametas masculinos, gametas

femininos: Yoni e Linga, pólen, esperma, fecundação: elementos de uma mistura que a Natureza-Deus envolve, une, separa. O homem-Deus gera em provetas milagrosas.

O fruto que vê é uma maçã não selecionada por Eva nem comida por Adão, mas o Doutor Edwards colocou em proveta semente de homem e semente de mulher (óvulos-esperma).

et voila! A vida, mágico mistério. Nome falso. Aspiração futurista da humanidade para evitar o cansaço traumático de nascer. Supera Eva que pari.

A morte, abate o suor de Adão.

Louise Brown: filha de ninguém, filha de todos. Feias ressonâncias de sílabas. Melhor nomes matemáticos,

geométricos, álgebros, alfabéticos, logaritmos, equações, exponenciais: Bx, Zeta, Ypsilon, A2C, Sen X, cálculos triangulares.Não mais pessoa, não mais espírito ou sentido Super-homem.

Super-mulher: determinação do sexo, da inteligencia, das características genéticas, futuro previsto em proveta e alterado de células clonadas. Perfeição absoluta, mas sem humanidade,

sem pessoa, sem história, sem passado, sem futuro. Apenas presente.É essa a felicidade prometida ao homo intelligens? Um momento de pausa.O homem vencedor pode acabar perdedor.

Traduzido por Anna Beatriz Burza MaiaMédica Pediatria. Milão - Itália

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Ações que fazem a diferençaPor Elaine Pereira

Já dizia o ditado: “a união faz a for-ça”, e que na prática temos visto render bons frutos. É o caso do trabalho que vem sendo desenvolvido pelo GT Sapucaí (Grupo de Trabalho do Sapucaí) uma re-de de entidades ambientalistas da bacia do Sapucaí que se reúne com frequên-cia buscando soluções para as questões ambientais de nossa região.

Em seu último encontro, foi propos-to um estudo sobre quais os municípios de nossa região que possuem uma lei ambiental, o que rege esta lei municipal e em quais cidades ela é aplicada. Este es-tudo vai gerar uma “carta de intenções” para as autoridades locais para que a lei seja revista, aplicada ou implantada, a depender do caso, e para que possa ter uma melhor aplicação e fiscalização nos municípios. O trabalho conjunto com o poder público visa melhorar a preserva-ção e qualidade de vida na região.

A boa notícia é que a FACESM (Fa-culdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas) está lançando o MBA em Gestão de Organizações Sustentáveis, o que traz a oportunidade tanto para o poder público, privado e terceiro setor aprimorarem seus conhecimentos.

A FACESM, em parceria com o Gru-

po GAMA e a revista Naturale, promove um seminário sobre Responsabilidade Social e Empresarial e renúncia fiscal, onde o GT Sapucaí irá propor a carta de intenções a ser entregue às autoridades locais.

Vemos agora uma ampliação do GT Sapucaí, pois ter uma instituição de en-sino ligada a questões de interesse da sociedade é, não só, um enriquecimen-to, como também o fortalecimento para boas propostas de desenvolvimento.

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“sequestrando algumas informações”

Transição ao Baixo Carbono:

Enquanto participamos da elaboração e aguardamos o lançamento da Norma In-ternacional de Responsabilidade Social ISO 26.000, cuja previsão é dezembro de 2010, aproveitamos para refletir sobre as ques-tões econômicas, ambientais e sociais, bem como atentarmos para a relação entre elas. Dessa forma, teremos a chance de relacionar as atividades de responsabilidade socioam-biental desenvolvidas na atualidade com a questão do sequestro de carbono, na busca pelo cumprimento das legislações vigentes e obtenção de certificações, abrindo novos mercados e possibilidades de negócios.

Mas afinal, o que é o sequestro de car-bono e qual o foco de sua aplicação?

Para responder esta questão, temos que refletir sobre alguns acontecimentos que nos trazem ao tema:

• Protocolo de Kyoto: com início das nego-ciações em 1997, na cidade de Kyoto, no Japão, o protocolo foi ratificado dois anos mais tarde, em 1999. Como as articulações para adesão deveriam conduzir a um núme-ro mínimo de países, foi somente no ano de 2005 que o protocolo entrou em vigor.

É bom destacar que este fato histórico, assim como outros, surgiu de iniciativas que tiveram início em meados dos anos 70, em pesquisas e discussões por razões que vão desde a segurança energética até as ques-tões ambientais, cuja força e evolução são cada vez mais presentes no cotidiano.

• Acordos do protocolo: os países que aderiram ao protocolo foram divididos em grupos, de acordo com critérios que visam à redução gradativa nas emissões de gases do efeito estufa (GEE´s), onde a situação e perspectiva econômica tiveram papel chave. O Brasil, assim como a Argentina, o México e a Índia, não tiveram, momentaneamente, metas para redução de emissões, podendo abrigar projetos de MDL (Mecanismo de De-senvolvimento Limpo).

A partir daí, países signatários do proto-colo desenvolveram ou propuseram métodos que envolviam a redução nas emissões de carbono ou projetos que visavam à esto-cagem de carbono, gerando assim o termo sequestro de carbono (medido em Tonela-das de Carbono Equivalente - t CO2 eq.). De forma a reduzir o nível de CO2 na atmos-

Por Gustavo A. Santana de Sá

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fera, tais países desenvolvem teses e propõem modelos de sequestro de car-bono como, por exemplo, através da vegetação.

Daí a corrida desenfreada pelos plantios de árvores, muitos deles di-vulgados pela mídia, cuja proposta ressalta-se saudável, porém em sua maioria equivocados e com foco pu-ramente ilustrativo. Estas atividades criam situações onde não somente os consumidores recebem informações in-consistentes, mas também dão margem para que o setor comercial e industrial sejam alvos de especulação e manobra por oportunistas ou pessoas desinfor-madas, visando lucro pessoal.

Em contraponto ao mercado de carbono obrigatório, temos o mercado voluntário, cuja gestão é marcada por normas menos rígidas, principalmente quando comparadas às normas passíveis de auditoria. Tal mercado voluntário fun-ciona como uma estratégia corporativa em busca de novas vantagens compe-titivas, com manutenção da imagem de um empreendimento perante o merca-do, seus parceiros e colaboradores.

Afinal, como proceder para que as atividades sociais e ambientais ligadas ao Protocolo de Kioto, o qual tem o ano de 2012 como referência no ba-lanço das reduções propostas, sejam cumpridas pelo setor Público, Privado e pelo Terceiro Setor?

Um bom exemplo foi dado através do poder Legislativo de Minas Gerais, conforme entrevista publicada na edi-ção n° 29 da revista PCH Notícias (2006), onde um representante da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais noticiava a criação de uma Comissão Especial para discutir a questão do Pro-tocolo de Kyoto.

Em data mais recente, precisa-mente no mês de dezembro de 2009, enquanto os brasileiros já preparavam suas roupas brancas e voltavam su-as atenções para a chegada do bom velhinho, entravam em vigor: a Lei Fe-deral nº 12.187/09 – Plano Nacional de Mudanças Climáticas e a Lei Federal

nº 12.114/09 – Fundo Nacional de Mu-danças Climáticas.

Sendo considerado por espe-cialistas como o quarto colocado no ranking de emissões de dióxido de car-bono, talvez por este mesmo motivo o Brasil posiciona-se com liderança e propósitos inovadores no contexto in-ternacional do mercado de créditos de carbono. Assim sendo, as Leis Fede-rais relacionadas com as mudanças do clima devem ser encaradas como ferra-mentas poderosas para a maximização de trabalhos que conduzam o tripé sócio-econômico-ambiental “mercado afora”.

Os processos de neutralização e compensação ambiental devem ser encarados como atividades extremas de uma cadeia de processos, onde as tomadas de decisão devem considerar uma seqüência lógica: EVITAR / REDU-ZIR / SUBSTITUIR / COMPENSAR. Na dinâmica dos projetos de neutraliza-ção de carbono (sequestro), através de programas de compensação ambiental,

empreendimentos do setor comercial, industrial e autarquias do poder públi-co podem seguir alguns passos básicos, conforme o quadro resumo abaixo*.

Uma opção de atividade que o setor comercial ou industrial pode de-senvolver é a neutralização de carbono através de projetos que envolvam a co-munidade, representada por entidades do Terceiro Setor devidamente quali-ficadas e com interfaces com o setor acadêmico (Pesquisa & Desenvolvimen-to). As entidades poderão, por exemplo, dar suporte na implementação de proje-tos de compensação ambiental através de plantios de árvores coordenados e registrados, bem como no combate ao desmatamento.

Percorrendo um caminho de re-gistros e legalidade, com parcerias consistentes e pró-ativas nos projetos de compensação, o empreendimento poderá neutralizar emissões de carbono, utilizando-se de mecanismos de incenti-vo e renúncia fiscal, gerando ativos em seu balanço social e ambiental – BSA.

Gustavo A. Santana de Sá, Engenheiro AmbientalPresidente do Conselho de Administração do GAMA

Quem pode neutralizar através

de plantios?

Indústrias

Comércios

Autarquias do poder público

Passos para desenvolver a neutralização

1. Elaboração de in-ventário de emissões;

2. Determinar estra-tégias de trabalho e parcerias;

3. Implementar pro-jeto de neutralização adequado;

4. Acompanhar e promover melhorias contínuas.

Contrapartida do investimento

em projetos de neutralização

Cumprimento de legislações;

Possibilidade de certificações;

Interface com a comunidade;

Utilização de renúncia fiscal;

Ativos no balanço social;

Maximização de resultados;

Posicionamento favorável no mercado.

Naturale 5maio/junho - 2010

Naturale maio/junho - 2010

Trabalho de demarcação de terras traz esperança aos pequenos produtores rurais afetados pela proposta do Parque Nacional Altos da Mantiqueira

Por Claiton Cesar

No bojo da discussão em torno da criação do Parque Nacional Altos da Mantiqueira – o qual tem se reves-tido de polêmica – está a definição do perímetro da área que está sendo de-senhado a fim de estabelecer os limites do parque. A fim de garantir menor im-pacto socioeconômico aos municípios, especialmente no que se refere aos pe-quenos proprietários rurais, foi criado em março um grupo de trabalho cha-mado o GT Mantiqueira. Fazem parte deste grupo representantes e técnicos das prefeituras dos municípios afeta-dos pela proposta, sindicatos rurais, ONGs, proprietários rurais e consulto-res contratados.

O objetivo do GT é avaliar o pro-jeto e elaborar uma contra-proposta

de demarcação da área. Para isto, tem sido feito um trabalho de levantamen-to junto aos proprietários rurais em parceria com as prefeituras. É o caso de Marmelópolis (MG), que através da iniciativa do prefeito José Valmir Alves, tem-se obtido informações a fim de redesenhar a proposta, retirando as áreas produtivas de dentro dos limites do parque. O mesmo trabalho foi fei-to em Guaratinguetá (SP) e em outros municípios empreendido por lideran-ças comunitárias.

O Instituto Oikos de Agroecologia, com sede em Lorena (SP), reuniu estas e outras informações, referentes a es-tudos e documentos técnicos colhidos nos últimos três anos, apresentando-as em uma reunião do GT Mantiqueira

em 30 de março deste ano, refutando os argumentos contrários a criação do parque. O instituto é o responsável técnico pela estruturação do projeto e uma das 29 organizações que apoiam o ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – idea-lizadora do parque. Críticas permanecem – Mesmo com as justificativas positivas à criação do Parque Nacional Altos da Mantiqueira por parte dos órgãos governamentais, vários prefeitos e proprietários de ter-ra ainda são contra à sua instalação. E isso ficou claro na última audiência pú-blica da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assem-bleia Legislativa de Minas Gerais, realizada no dia 15/04 em Passa Quatro (MG).

Da maneira certa

Continua na página 8

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Os participantes criticaram dura-mente a proposta, considerada autoritária e sem a devida escuta à sociedade. A maior preocupação é quanto aos produ-tores rurais, que podem ter suas terras desapropriadas, ficando à mercê dos processos de indenização. Vários prefei-tos criticaram a forma como o projeto de criação do parque foi conduzido e que-rem a suspensão da proposta.

O deputado Dalmo Ribeiro (PSDB-MG) propôs a criação de uma comissão especial da Serra da Mantiqueira. Ficou acertado também um prazo de 70 dias para que propostas de demarcação do perímetro do parque fossem apresen-tadas antes da assinatura do decreto pelo Presidente da República para sua implantação. Alguns apostam no adia-mento da assinatura deste decreto para depois das eleições, e um pedido formal deverá ser feito para que este decreto seja transferido para o início de 2011.

Da maneira certaContinuação da página 6

De acordo com o Instituto Oikos, as críticas sobre a criação do parque não são fundamentadas. O instituto as rebateu através de um comunicado de esclarecimento publicado em seu site. “Até aqui só ocorreram discursos infla-mados e com viés estritamente político, somados a acusações sem provas e tentativas de invalidar o processo, ou de postergá-lo ad infinitum. Nenhuma informação trazida pelas prefeituras até o momento estão embasadas em fatos, em documentos ou em dados que os comprovem e justifiquem as reações contrárias à proposta. Não será me-diante a tentativa de descaracterizar e desqualificar as legítimas iniciativas de proprietários e comunidades, que estão propondo ao ICMBio novos li-mites para o parque, que o processo participativo se concretizará”, diz o comunicado.

Em entrevista à Naturale, o pre-

feito de Marmelópolis, José Valmir Alves, que tem feito trabalho de demarcação junto aos produtores rurais e em parceria com o próprio Instituto Oikos, declarou que não é contra a preservação, mas acredita que a retirada das famílias da área rural irá gerar um impacto social. “A cidade não possui habitação nem em-pregos disponíveis para eles e, até que sejam indenizados ou contratados para trabalharem no parque, isto gerará um problema social. Como professor e pre-feito, sou a favor da preservação do meio ambiente com o homem permanecendo no campo, sem o êxodo rural”, defende. Com relação ao turismo, Valmir diz que Marmelópolis já tem sua área 100% den-tro da APA (Área de Proteção Ambiental) da Mantiqueira e não vê aumento no turismo com a criação do parque por já estar numa área de preservação.

(Com informações da Assessoria de Imprensa da Assembleia Legislativa - MG)

Foi publicado no Diário Oficial da União em maio de 2010, Decreto nº 7167, que regulamenta o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF). O Serviço Florestal Brasileiro será o gestor do Fundo, que tem como fonte principal de recursos os valores pagos à União pe-las concessões florestais.

“O FNDF é um instrumento especí-fico para a promoção do setor florestal a partir de prioridades sintonizadas com as políticas públicas e estratégias do Governo, e demandas identificadas pela sociedade”, afirma o gerente de Fomen-to do Serviço Florestal, Marco Conde.

O orçamento inicial do Fundo é de R$ 1 milhão, valor que aumentará com a ampliação das áreas sob concessão. Estima-se que até 2015 o FNDF ope-re R$ 15 milhões por ano. O Fundo foi criado pela Lei de Gestão de Florestas Públicas (11.284/06).

Os recursos financiarão projetos em oito áreas principais, como pesqui-sa e desenvolvimento tecnológico em manejo florestal, assistência técnica e extensão florestal, recuperação de áre-as degradadas com espécies nativas e aproveitamento econômico racional e sustentável dos recursos florestais.

Também serão atendidos proje-tos em controle e monitoramento das atividades florestais e desmatamen-tos, capacitação em manejo florestal, educação ambiental, além de proteção ao meio ambiente e conservação dos recursos naturais.Transparência – O FNDF contará com um Conselho Consultivo com a função de opinar sobre a distribuição dos recursos e avaliar sua aplicação, que será orientada por um Plano Anual de Aplicação Regiona-lizada elaborado pelo Serviço Florestal.

O Conselho será formado por

representantes dos governos federal, estadual e municipal, e de representan-tes do setor empresarial e da sociedade civil, envolvendo movimentos sociais, organizações ambientalistas e comu-nidades tradicionais.

“A regulamentação do FNDF per-mitirá ao Serviço Florestal Brasileiro cumprir com o seu papel de órgão de fomento ao desenvolvimento florestal sustentável, com transparência e efeti-vo controle social”, afirma o gerente de Planejamento Florestal Marcus V. Alves.

Os recursos do FNDF – que tam-bém podem vir de doações nacionais e internacionais – serão destinados so-mente a projetos de órgãos e entidades públicas ou de entidades privadas sem fins lucrativos. Sua operação se dará por meio de convênios, além da contra-tação direta para fornecimento de bens e serviços. (Fonte: MMA)

Fundo Nacional de Desenvolvimento FlorestalÉ notícia

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Naturalemaio/junho - 2010

O Grupo Excursionista Pedra Branca (GEPB) é uma associação sem fins lucrativos criada no ano de 1995, na cidade de Pedralva/MG, para promover o montanhismo e excursionismo na região. Como sempre realizaram atividades ligadas à natureza, os integrantes do GEPB começaram a demonstrar interesse pelas questões ambientais. E foi aí que o Grupo se lançou na luta pela preservação ambiental, em especial na Serra da Pedra Branca, onde participou do Projeto Adote uma Montanha, iniciativa da Federação de Escalada e Monta-nhismo de Minas Gerais (FEMEMG), denunciou o caso da pedra que foi rolada no Cameli-nho II, fixou placas de educação ambiental e plantou mudas de espécies nativas da nossa flora junto com alunos da Escola Estadual Co-mendador Mário Goulart Santiago. E na pedra do Pedrão, onde lutou judicialmente contra a extração de rocha. O GEPB também realizou várias palestras de educação ambiental, prin-cipalmente em escolas públicas, e pesquisas científicas. Em 1996, o GEPB foi reconhecido como de Utilidade Pública Municipal pela Câ-mara de Vereadores de Pedralva, Lei Municipal 1.041. Em 2010, o GEPB pretende, ao longo do ano, conhecer melhor a comunidade e a par-tir daí planejar suas ações futuras. Atividades de criação de unidades de conservação, pro-jetos de recuperação de áreas degradadas, parcerias na criação de eventos ecologica-mente responsáveis (PEDROCK, em processo de certificação), arborização urbana e proje-tos de educação ambiental são algumas das pautas que atualmente estão sendo trabalha-das pelo GEPB.Blog: www.grupoexcursionistapedrabranca.blogspot.comGEPB: [email protected]

Esta coluna é patrocinada por:

GEPB

Exemplo de sustentabilidade e cidadania

GRUPO EXCURSIONISTA PEDRA BRANCA PEDRALVA — SUL DE MINAS

RESPEITO À NATUREZA

Rua Dona Inácia Macedo, 132Pedralva/MG (35) [email protected]

Visitem o Pedrock — 10 anos de Rock

Dias 23, 24 e 25 de julho de 2010Um evento com responsabilidade socioambientalwww.pedrockfestival.com.br

Madeira certificada?

Atualmente, diante de tantos pro-blemas ambientais, todos já ouviram sobre o assunto “madeira certificada”. No entanto, o conceito ainda é con-fuso para o consumidor e até para o próprio agente de decisão política. Aparentemente, para um consumidor nada diferencia uma madeira certifica-da de uma não certificada, então qual é a diferença? A diferença está na sua origem. A certificação garante que a madeira foi extraída através de um pla-no de manejo sustentável, ou seja, a exploração foi feita visando o mínimo de impacto ambiental para a floresta. No plano de manejo se decide, por exemplo, as espécies a serem extraí-das, quais árvores serão derrubadas e quais serão preservadas para garantir a regeneração natural da floresta, assim como técnicas usadas para derrubar e arrastar a árvore, para não matar outras árvores menores nas proximidades.

Essa certificação é dada através de um selo verde chamado FSC (Forest Stewardship Council), ou Conselho de

Manejo Florestal, em português. O FSC atua de três maneiras: desenvolve os princípios e critérios (universais) para certificação; credencia organizações certificadoras especializadas e inde-pendentes; e apóia o desenvolvimento de padrões nacionais e regionais de ma-nejo florestal, que servem para detalhar a aplicação dos princípios e critérios, adaptando-os à realidade de um deter-minado tipo de floresta. O FSC é o selo verde mais conhecido no mundo, no Brasil ele foi criado em 2001, e com-pete ao Conselho Brasileiro de Manejo Florestal a sua emissão. Muitas empre-sas hoje em dia exigem o selo verde de seus clientes; por exemplo, para ex-portar uma madeira é necessário que a mesma seja certificada. Quando se identifica o selo FSC no produto, sabe-se que a floresta da qual ele é oriundo está sendo explorada de acordo com todas as leis vigentes e de forma corre-ta do ponto de vista ecológico, social e econômico. Isso diferencia o produto de outros similares e agrega valor.

Por fim, entendemos que com-pete ao IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) fiscalizar e exigir que ma-deireiras possuam o selo verde, mas nós como cidadãos conscientes, de-vemos ser os maiores fiscalizadores da natureza, sempre exigindo produtos certificados.

Mateus Vieira StorinoEngenheiro Ambiental

Por Mateus Vieira Storino

Selo FSC

Ger

aldo

Gom

es

Naturale maio/junho - 2010

A sociedade capitalista pós-indus-trial criou um modelo de comportamento baseado no consumismo. Na verdade, este comportamento é o que corres-ponde às necessidades de um modelo de economia baseado exclusivamente na busca do retorno máximo possível dos investimentos. Nesta linha de racio-cínio, quanto maior a taxa de retorno do capital destinado pelos investidores ao processo produtivo, melhor para estes, que estarão dispostos então a aumen-tar o seu investimento nesse tipo de negócio, gerando mais produção, mais retornos, mais empregos, mais pro-dutos. Também estará diminuindo os preços em função da redução dos cus-tos decorrentes da economia de escala e, ainda, gerando mais impostos, be-neficiando, desta forma, o conjunto da sociedade.

Naturalmente, para que toda esta engrenagem funcione adequadamen-te, é fundamental a participação do consumidor. Afinal, é exatamente ele quem deverá alimentar o ciclo de con-sumo. Neste sentido, este modelo cria um paradigma de que o consumo está associado à felicidade ou ao bem es-tar das pessoas. Assim, quanto mais consumo, maior o bem-estar do indi-víduo. Os argumentos para sustentar o consumismo não possuem muitos escrúpulos. Uma das maneiras de sen-

Consumo responsável e

sibilizar os consumidores de que devem comprar tudo aquilo que é colocado no mercado utiliza comparações entre o bem estar que os indivíduos propor-cionam ou não às suas famílias. Em se tratando de pessoas boas, bem in-tencionadas e amorosas, este tipo de estratégia constitui uma armadilha da qual a maioria das famílias não conse-gue escapar.

Obviamente, conceito do bem estar em função do consumismo está equivo-cado, mas uma boa parte da humanidade age até hoje como se isso ainda fosse à máxima das verdades. Desvincular a felicidade da posse material parece um exercício de filosofia, sem a menor cone-xão com a realidade ou a vida prática.

Mas não é somente o artifício do consumismo que parece estar sendo percebido como equivocado por uma

parte da sociedade. O próprio modelo econômico que o produziu também dá mostras de esgotamento.

Assim, a questão do modelo atual de consumo vem sendo revista e repen-sada por vários setores ligados ao que se denomina desenvolvimento sustentá-vel, um conceito originário da Economia Ambiental.

A mudança de paradigma está relacionada com a percepção de que o consumo de determinado bem, im-plica em uma série de conseqüências que estão além do tempo e do espa-ço da compra do mesmo. De fato, a cadeia produtiva acionada para aten-der o produto ou o bem demandado em determinado instante, possui um impacto ambiental antes, durante e depois da sua aquisição, bem como afeta outros locais além daquele onde é consumido.

Considere senão o impacto do consumo de uma simples folha de pa-pel. Ao demandar esta folha, inicia-se um ciclo de reposição deste produto (pois é sinalizado para o produtor que existe demanda para o mesmo). Assim, árvores serão cortadas posteriormente para a produção de celulose e produ-tos químicos empregados no processo produtivo serão solicitados aos forne-cedores. As máquinas que produzem o papel deverão ser alimentadas com

Prof. Dr. Héctor Gustavo Arango

economia ambiental

A questão do modelo atual

de consumo vem sendo revista

e repensada por vários setores

ligados ao que se denomina

desenvolvimento sustentável,

um conceito originário da

Economia Ambiental.

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energia, que, qualquer que seja a fon-te, implica no uso de recursos com algum impacto no meio ambiente. Se for energia renovável, como a hidroe-létrica, no mínimo terá sido necessária a inundação de alguma área. Se for eólica, no mínimo haverá o efeito da poluição visual. Ou será que alguém acha estético os enormes moinhos que produzem este tipo de energia? Have-rá ainda que transportar o papel por algum meio, assim será demandado óleo diesel, ou energia elétrica. Haverá propaganda, para que você não se es-queça de usar a folha de papel X, que é a mais ecológica do mercado!

Poderia continuar, mas creio que pelo que foi exposto pode se compre-ender que a visão dos economistas, enquanto cientistas sociais, considera hoje outras dimensões além da mera obtenção de direitos pela exploração da atividade produtiva. A equação da felicidade ficou bem mais complexa. Cabem nela hoje variáveis como o res-

peito ao meio ambiente e o respeito ao próprio ser humano.

Neste novo equacionamento, o consumismo não desempenha um pa-pel fundamental. Muito pelo contrário, parece ser uma característica de uma sociedade que ainda não evoluiu do ponto de vista do seu comportamento e nem do seu modelo econômico.

Salve o novo paradigma: da eco-nomia sustentável. Salve a discrição, a moderação, a tolerância e a inteli-gência.

Professor Dr. Héctor Gustavo ArangoEconomista formado pela FACESM, Mestre e Doutor em Ciências da Engenharia pela Univer-sidade Federal de Itajubá, UNIFEI. Autor de mais de 40 artigos. Membro da ABE, Associação Bra-sileira de Estatística, da Sociedade Brasileira de Econometria, SBE, e da NYAS, New York Academy of Sciences. Professor de Economia Monetá-ria, Econometria e Estatística da FACESM. Atua como professor de Modelos Estocásticos e Pre-visão no programa de Pós-graduação MBA em Gestão Empresarial e Negócios PPG-GEN. É Di-retor Geral da FACESM. Desde 1986 atua como consultor de grandes empresas no Brasil junto a grupos de pesquisa da UNIFEI e da USP.

Educação continuada

A busca pela tecnologia limpa, por solu-ções de baixo impacto durante toda a cadeia produtiva, incluindo a redução dos impactos e da poluição resultante do início ao descarte final dos produtos e a gestão dentro das em-presas ganham hoje outro olhar. Não mais o de ambientalistas x crescimento, mas ambos de mãos dadas para desenvolverem a melhor forma de gestão.

Por tudo isso, vemos hoje que, inde-pendente da área de atuação, todos estão na busca por formação que integre concei-tos sustentáveis com o desenvolvimento das empresas, sejam elas nas áreas siderúrgica, civil, médica, de produtos, administrativa ou entretenimento. Muito se tem investido em pesquisas e vemos que o olhar para uma boa formação não passa apenas pela graduação, mas pelo continuo estudo que integre o meio com a produção. Somos convidados a olhar o modus operandi de outra forma, se quisermos atuar como profissionais de sucesso.

Por Elaine Pereira

Naturale maio/junho - 2010

O modelo ISO 9001:2008

Dando continuidade ao artigo ante-rior, vamos descrever como a norma NBR ISO 9001:2008, publicada em 28/11/2008, prescreve um padrão para a gestão da qualidade. Lembramos que a ISO 9001 é um referencial internacional de gestão da qualidade, aplicável a todas as organiza-ções, independentemente da dimensão ou setor de atividade.

A ISO 9001 é baseada em oito princípios de gestão da qualidade. Prin-cípios são o que acreditamos e servem para pautar nossas decisões e ações. Os princípios da ISO 9001 são:

• Foco no cliente: Organizações de-pendem de seus clientes e, portanto, é recomendável que atendam às neces-sidades atuais e futuras do cliente, os seus requisitos e procurem exceder as suas expectativas;

• Liderança: Líderes estabelecem a unidade de propósito e o rumo da or-ganização. Convém que eles criem e mantenham um ambiente interno, no qual as pessoas possam estar totalmen-te envolvidas no propósito de atingir os objetivos da organização;

• Envolvimento de pessoas: Pessoas de todos os níveis é a essência de uma organização, e seu total envolvimen-to possibilita que as suas habilidades sejam usadas para o benefício da or-ganização;

• Abordagem de processo: Um re-

sultado desejado é alcançado mais eficientemente quando as atividades e os recursos relacionados são gerencia-dos como um processo;

• Abordagem sistêmica para a ges-tão: Identificar, entender e gerenciar os processos inter-relacionados como um sistema contribui para a eficácia e efi-ciência da organização no sentido de atingir os seus objetivos;

• Melhoria contínua: Convém que a melhoria contínua do desempenho glo-bal da organização seja seu objetivo permanente;

• Abordagem factual para toma-da de decisão: Decisões eficazes são

baseadas na análise de dados e infor-mações;

• Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores: Uma organização e seus fornecedores são interdependen-tes, e uma relação de benefícios mútuos aumenta a capacidade de ambos agre-garem valor.

Pense em uma empresa onde o vendedor, ao ser indagado pelo cliente quanto ao prazo de entrega, consulta o dono da empresa, que diz que apesar de muito pouco provável de ser atendi-do o prazo, a venda deva ser realizada. O tempo passa e o cliente não rece-be o produto no prazo acordado. O

Prof. Dr. Carlos Eduardo Sanches da Silva

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Naturalemaio/junho - 2010

cliente liga para o vendedor, que relata algumas descul-pas e promete atender o mais breve possível. Finalmente, depois de muitos conflitos entre cliente, vendedor e pro-dução, com vinte dias de atraso, o produto é entregue. Quais princípios da qualidade foram negligenciados? A existência dos princípios da qualidade, aplicados na em-presa, teriam contribuído para mudar o comportamento dos seus funcionários? Qual a postura dono da empresa frente aos princípios da ISO 9001?

O modelo do sistema de gestão da qualidade prescri-to na ISO9001 é visualizado na figura 1 (página 12).

Vamos entender a figura 1. Tudo se inicia com o cliente e a identificação de seus requisitos, normalmente oficia-lizadas em um contrato ou pedido. Estas informações constituem informações de entrada para a realização do produto (por exemplo: quanto produzir? quando entregar? quais especificações o produto deve atender?). Como po-demos saber se o produto que foi realizado satisfaz os clientes?

A organização deve medir o produto e a satisfação dos clientes. Toda medição pode ter seus dados converti-dos em um indicador. Por exemplo, como podemos avaliar se o cliente está satisfeito? Por exemplo, podemos medir os orçamentos convertidos em vendas, as reclamações dos clientes, os cancelamentos, pesquisa de satisfação com os clientes.

Normalmente estas medições são convertidas em in-dicadores. Um possível indicador é, por exemplo, número de reclamações em um dado período de tempo dividido pelo total de vendas realizadas. Sejamos mais objetivos: uma empresa teve 20 reclamações em um mês onde foram vendidos R$ 200.000,00. Fazendo a divisão (20 dividido por 200.000) teremos 0,010%. Este valor é bom ou ruim? Para respondermos esta pergunta, necessitamos de com-pará-lo com o valor esperado, conhecido como meta. No exemplo, se a meta for menor ou igual a 0,005%, o valor obtido está ruim pois é superior a meta (0,010% > 0,005%). Temos assim um problema: não atendimento da meta de 0,005% do indicador reclamações sobre total de vendas realizadas. Estes valores podem ser registrados em um gráfico ao longo do tempo.

Como existe um problema identificado pelo indicador, medir é apenas uma parte, faz-se necessário analisar este indicador. Quais clientes reclamaram? Por que reclama-ram (prazo, qual não conformidade do produto)? A análise busca identificar as causas e posteriormente propor ações

de melhoria. Os resultados obtidos após a implementação das ações de melhoria são medidos pelo indicador.

Para se implementar as melhorias faz-se necessário iden-tificar quem é o responsável pelo problema. Se as reclamações foram devido à organização — não cumprir os prazos estabele-cidos, e a análise de dados —, identificar que o foco é a quebra de máquina, o responsável pela causa (quebra de máquina) é o coordenador da manutenção.

Veja na figura 1 que temos a responsabilidade da admi-nistração, se estabelece como responsável pelas ações que eliminem a causa “quebra de máquina” o coordenador da manutenção. As ações identificadas são: treinamento dos ope-radores para uso adequado da máquina; lubrificação diária da máquina; e limpeza da máquina. Para implementar estas ações identificadas, fazem-se necessários recursos, tais como capa-citação dos operadores, meios para se realizar a lubrificação (lubrificante, aplicador, máquina parada para ser lubrificada), material e tempo para que o operador realize a limpeza da máquina. Verifique que a gestão de recursos propicia a reali-zação do produto.

No próximo artigo veremos quais são os documentos exigidos pela NBR ISO 9001:2008, bem como seus registros.

Prof. Dr. Carlos Eduardo Sanches da Silva

Bolsista do CNPq - DT2, Diretor Científico da ABEPRO, Universidade Fe-deral de Itajubá – UNIFEI, Instituto de Eng. de Produção e Gestão – IEPG, Núcleo de Manufatura Avançada e Tecnologia da Inovação - NEMATI.

A ISO 9001 é um referencial

internacional de gestão da qualidade,

aplicável a todas as organizações,

independentemente da dimensão ou

setor de atividade.

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Sustentabilidade:fale menos, faça mais!

Com razão, o tema do momento é a sustentabilidade e seus desafios. Interessante notar, porém, que a maio-ria dos cidadãos não tem consciência do que representa o ato de tomar de-cisões sustentáveis, especialmente quando se trata das finanças cotidia-nas e dos investimentos. Para muitos, pensar de forma sustentável é apenas valorizar a reciclagem do lixo e ma-teriais tóxicos, bem como valorizar iniciativas que não se beneficiem da exploração de áreas verdes e trabalho infantil.

Ser sustentável é muito mais que isso. Tomemos por exemplo a questão do consumo. Você tem o hábito de pesquisar preços, condições comer-ciais e características dos produtos e fornecedores? Estas atitudes podem oferecer a você e sua família con-dições mais interessantes diante de uma negociação (bom para o bolso) e também uma visão mais sistêmica da cadeia produtiva do bem adquirido — se a empresa trata bem a natureza, se tem uma política de investimento sustentável etc.

Em que condições o produto foi fabricado? Seus componentes contém material tóxico e de difícil decomposi-ção? A empresa oferece meios dignos de trabalho aos seus funcionários e demais fornecedores? Repare como as questões extrapolam o simples ato de comprar, que é apenas o ato final de toda uma relação entre natureza, cidadania e economia. Porque soa hipócrita discutir sustentabilidade quando pouco a praticamos. Quanto você está realmente engajado?

Isso significa que você deve pro-curar detalhes sobre as práticas que vão além da negociação, valorizando

empresas e prestadores de serviços que oferecem atenção e recursos à co-munidade onde se insere, bem como às iniciativas relacionadas ao consu-mo consciente. A sustentabilidade tem que ser transformada em ações e atitudes no dia a dia, não apenas uma prática usada como diferencial e marketing por grandes corporações.

Pense agora como um investidor, alguém afim de investir recursos na lu-ta por um mundo melhor. Ora, se você se preocupa de verdade com fatores sustentáveis e pretende alocar seus esforços em empresas/produtos que sejam, reconhecidamente, agentes de mudança ligados ao meio ambiente e aos meios de vida eficientes, você pre-cisa se certificar de que tais empresas mereçam sua atenção.

A primeira coisa a ter em mente é que um investimento sustentável normalmente visa o longo prazo. Mu-danças importantes e capazes de alterar nossa realidade tendem a sur-gir com o passar dos anos e depois de muita insistência. Além disso, o retorno nem sempre será medido em termos fi-nanceiros, mas também em satisfação pessoal e implementação de melhorias no dia a dia de comunidades e países. O retorno é poder fazer a diferença.

Neste sentido, além do consumo consciente, as ações podem ser:

• Investimento em empresas que ado-tam práticas de sustentabilidade: você pode optar por investir em empresas de capital aberto cujas ações sociais e ambientais sejam reconhecidas e valo-rizadas. A BM&F Bovespa mantém uma referência às empresas com este tipo de objetivo através do índice de Sus-tentabilidade Empresarial (ISE);

• Investimento em movimentos so-ciais coordenados: você pode fundar uma Organização Não Governamental (ONG) ou decidir apoiar aquela que já trabalha com os ideais que você valo-riza. Você pode mobilizar vizinhos e amigos com o objetivo de questionar Associações Comerciais e Industriais e cobrar-lhes comprometimento com a comunidade, a natureza e o futuro dos cidadãos;

• Investimento em eficiência: você po-de começar em casa, economizando energia com pequenas ações, como desligar os aparelhos que ficam em standby, tomar banhos menos demora-dos, evitar o desperdício de alimentos e água etc.

O fato é que a sustentabilidade não pode ser apenas uma meta de governos ou nações. Mas, como você percebeu, manter-se comprometido com as melhorias sociais, econômicas e ambientais dá trabalho. Precisamos mudar nossos hábitos, incorporando atitudes pregadas com tanto entusias-mo em nosso cotidiano. Fazer mais, falar menos. Ser sustentável é agir, de-cidir mudar. E mudar. Ou tudo volta a ser uma simples demagogia.

Conrado Navarro, educador financeiro, au-tor dos livros Vamos falar de dinheiro? (Novatec) e Dinheirama (Blogbooks) e sócio-fundador do Dinheirama – http://dinheirama.com. Atua como professor, consultor e palestrante.Contato: [email protected]

Por Conrado Navaro

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Educação à altura

Referência no Sul de Minas, com 2 mil alunos, 14 cursos de graduação além dos dez de pós-graduação, a FEPI (Fundação de Ensino e Pesquisa de Itajubá), também conhecida co-mo Universitas (Centro Universitário de Itajubá) passou a utilizar apenas a nomenclatura FEPI. Criada em 1963, merece destaque pelo bom ensino, mas também pelos projetos sociais que es-tão a pleno vapor.

A sucessão desses trabalhos em desenvolvimento dá a dimensão exata da eficiência, que começou a mudar o cenário da instituição.

De acordo com o reitor, Erwin Rolf Mádisson Júnior, as clínicas de psico-logia, fisioterapia e nutrição atendem à população em geral. Já o núcleo de práticas jurídicas encontra-se em fase de implantação. “O tribunal modelo começará a funcionar em 2011. Haverá

um júri, cujo objetivo é criar situações simuladas para que os futuros profis-sionais de Direito vivenciem a realidade dos processos.”

Os resultados desses projetos so-ciais em outras áreas, como medicina veterinária – que teve investimento de 1 milhão de reais – provam a ascensão da entidade. “Em nossa região, a área de veterinária está carente e nosso aten-dimento vem crescendo pela própria necessidade. Cirurgias, raio X e exames são feitos em animais de pequeno e grande portes. Nosso serviço sempre é acompanhado por professores, profis-sionais reconhecidos de sua área.”

Há outras ações sociais também con-sideradas relevantes. É o caso do projeto de acessibilidade das pessoas portado-ras de deficiência. Recentemente, os alunos do curso de Engenharia Civil, sob a coordenação dos professores de

Arquitetura e Urbanismo, foram convi-dados a andar no calçadão da cidade com os olhos vendados para sentirem a dificuldade que enfrentam aqueles que apresentam algum tipo de deficiência vi-sual. Mais: segundo Mádisson, a FEPI tem condições de atender às neces-sidades de deficientes físicos com infraestrutura capaz de preencher os requisitos necessários.

Na FEPI, projetos sociais aliados à eficiência educacional andam juntos.

Sob a coordenação do professor Luis Barreiro, responsável pela pós-graduação da instituição, o projeto de um fogão com energia solar, de-senvolvido por um grupo de alunos da Engenharia Civil, além de um convênio com o SEBRAE, que visa implantar um programa de qualidade total em busca da ISO 9000, são outros exemplos que significam um avanço à instituição.

Por Eduardo SilvaProjetos sociais mudam o cenário da FEPI

Naturale maio/junho - 2010

NORMA OHSAS 18.001Projetos de Responsabilidade Social nas Empresas

Na primeira edição desta revista, que por justiça temos que reconhecer e elogiar seu su-cesso, divulgamos os princípios que norteiam mundialmente a Responsabilidade Social em especial nas organizações.

Lembramos também que Responsabilidade Social Empresarial é a capacidade das empre-sas em atender as expectativas de seus diversos públicos – stakeholders, sendo eles: funcionários, acionistas, fornecedores, clientes, governos, sindicatos e comunidades.

Neste número gostaríamos de destacar um tema fundamental que tem sido sucesso nas organizações e, de forma especial, direcio-nado aos “funcionários”, conhecidos também como colaboradores.

Inúmeras empresas reconhecendo suas di-ficuldades, reflexos negativos e problemas legais com acidentes de trabalho, optaram por uma “Política de Segurança e Saúde”, com objetivo de melhorar os postos de trabalho e a qualidade de vida de seus colaboradores.

Para viabilizar e sedimentar uma política eficaz, as empresas tem implantado um “Siste-ma de Gestão de Segurança e Saúde – SGSS”, com uma padronização em conformidade com a “Norma OHSAS 18.001” – Occupational Health and Safety Assessment Series, que em português significa: Séries de Avaliações de Saúde e Se-gurança Ocupacional.

Esta Norma tem como objetivo a me-lhoria do desempenho em Segurança e Saúde no Trabalho através do controle dos riscos de acidentes, levando em consideração os três prin-cípios básicos que são: a legislação aplicável, a política de Segurança e Saúde no Trabalho e os objetivos da empresa.

Sabemos que os perigos são as fontes

geradoras de danos, e os riscos são as consequências da exposição a um determinado perigo. Através da identificação destes perigos, avaliação dos riscos e adoção de medidas de controle, podemos eliminá-los ou reduzi-los.

O Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho permite que a organização controle seus riscos de acidentes e doenças ocupacionais, melhorando de maneira mensurável, seu desempenho.

Com a implantação do SGSS, a empresa passa a ter documentado e padronizado seus “Procedimentos, Manual do SGSS, Instruções de Se-gurança do Trabalho – IST, Formulários de Identificação e Avaliação de Perigos e Riscos”.

Para melhor entendimento, podemos citar exemplos dos perigos e riscos.

PERIGOS RISCOS

Ruídos Redução da Audição

Eletricidade Choque Elétrico

Trabalho em Altura Quedas

Produtos Químicos Intoxicação

Máquinas sem Proteção Acidentes

Produtos Inflamáveis Incêndio/Explosão

Manuseio de Peças Cortes

Altas Temperaturas Queimaduras

Operação Empilhadeira Colisões

Cargas Suspensas Queda de Cargas

Posturas Inadequadas Lesões Ergonômicas

Quanto aos controles pa-ra os riscos, temos:

•Equipamento de Proteção In-dividual – EPI

•Equipamento de Proteção Co-letiva – EPC

•Permissão para Trabalhos Especiais – PTE

•Procedimento de Bloqueio e Trava-mento de Energias Perigosas - PBTEP

•Programa de Proteção Respiratória – PPR

Por Célio Gentil

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Naturalemaio/junho - 2010

•Programa de Proteção Auditiva – PPA

•Programa de Proteção de Riscos Am-bientais – PPRA

•Programa Controle Médico e Saúde Ocupacional – PCMSO

Conforme determina a Legislação Brasileira, as empresas são obrigadas, de acordo com seu porte, estruturar com profissionais especializados, uma área denominada “SESMT — Serviço de Engenharia de Segurança e Medici-na do Trabalho”.

Apesar da estruturação desta área, as empresas buscam definir uma política de conscientização, comprometimento e responsabilidade de todos os cola-boradores, considerando que “todos somos responsáveis pela segurança”, num processo de melhoria contínua.

Hoje, a “Segurança e Saúde” no trabalho é parte integrante dos princí-pios de negócios da organização.

Como “Política de Segurança e Saúde no Trabalho” propomos:

•Atender a Legislação Vigente de Se-

Termos e definições conforme Norma OHSAS 18.001

ACIDENTE Evento não planejado que resulta em doença, morte, lesão,

dano ou outra perda.

PERIGO Fonte ou situação com potencial para provocar danos em

termos de lesão, doença, dano à propriedade, danos ao

meio ambiente, danos ao local de trabalho ou uma

combinação destes.

RISCO Combinação da probabilidade de ocorrência e das

conseqüências de um determinado evento perigoso.

SEGURANÇA Isenção de riscos inaceitáveis de danos.

AVALIAÇÃO DE RISCOS Processo global para estimar a magnitude dos riscos e

decidir se um risco é ou não tolerável.

RISCO TOLERÁVEL Risco que foi reduzido a um nível que pode ser suportado

pela organização, levando em conta suas obrigações legais

e sua própria Política de Segurança e Saúde no Trabalho.

A Norma OHSAS 18.001 é uma fer-ramenta indispensável na administração atual, que veio para ajudar de forma estratégica a Gestão de Segurança e Saúde, e fortalecer o cuidado que as empresas preconizam com seus cola-boradores, atendendo parcialmente, um dos requisitos da Responsabilida-de Social Empresarial.

Ser uma empresa socialmente responsável requer de seus diretores, gestores e colaboradores uma grande dedicação para reconhecer e implantar as ferramentas e projetos necessários, sabendo também, que o caminho é longo e dependerá de uma série de re-quisitos.

Para as empresas que pretendem implantar ou conhecer a Norma OHSAS 18.001, encontrarão no mercado em-presas de consultoria para implantação do processo com certificação periódi-ca.

Outros projetos, programas ou políticas estabelecidas pelas empre-sas buscando atender seus públicos, serão apresentados em outras oportu-nidades nas próximas edições.

Célio GentilCG – Consultoria Empresarial e Recursos -Humanos

gurança e Saúde no Trabalho e outros requisitos legais aplicáveis.

•Melhorar continuadamente a performan-ce de Segurança e Saúde no Trabalho.

•Preservar a integridade física e a saú-de dos colaboradores, funcionários contratados e demais pessoas envol-vidas na organização.

•Identificar perigos, avaliar os riscos e efetuar controles para eliminação ou redução dos mesmos.

•Gerenciar a Segurança e Saúde no Trabalho através da atuação hierárqui-ca da gerência, supervisão e liderança.

•Considerar no mesmo nível de im-portância os “sistemas” de Qualidade, Meio Ambiente, Segurança e Saúde.

•Incentivar o comprometimento de to-dos com relação à Segurança e Saúde no Trabalho, através do treinamento, conscientização e competência.

•Buscar sempre a segurança para os processos e atividades.

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Naturale

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Naturale maio/junho - 2010

Saúde Ocupacional?Poucos conhecem o que é Saúde

Ocupacional, qual sua finalidade ou qual é sua real função. Muitos apenas acham que é o exame que se faz para ser ad-mitido ou sair de uma empresa, outros vêem como apenas um documento que deve-se ter arquivado para caso de fisca-lização do Ministério do Trabalho.

Saúde Ocupacional é uma obriga-toriedade que o Ministério do Trabalho impôs a todas as empresas, visando ob-servar e resguardar a qualidade de vida dos trabalhadores. Mas essa legislação não é somente mais um custo que as empre-sas devem tabular ao fim do mês. Saúde Ocupacional é um benefício tanto para o empregado quanto para o empregador.

Ao proporcionar aos funcionários de uma empresa um ambiente qualificado e sadio para a realização de suas tarefas, a empresa recebe um funcionário que es-tará mais motivado a produzir, e em seu

trabalho não haverá influências ambien-tais para interromper sua produção.

Com uma avaliação clínica especiali-zada na saúde do trabalhador, é possível constatar se o candidato à vaga está em totais condições para exercer as funções que se dispõe ou se, após um período de afastamento, o funcionário está realmen-te apto a voltar às atividades e até mesmo verificar se a condição física do funcio-nário é qualificada para exercer novas funções. Deve-se, com uma periodicidade relevante a cada função, analisar as con-dições da saúde de cada trabalhador, e ao fim da parceria entre empresa e funcioná-rio verificar se a saúde dele continua da mesma forma com a qual foi contratado. Todos esses exames servem para acom-panhar a saúde dos trabalhadores e para resguardar a empresa em eventuais solici-tações legais.

Todos os empregadores devem obser-

var atentamente o ambiente físico de suas instalações, tomando sempre medidas ne-cessárias para colocar seus empregados o mais distante possível de riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos.

Para saber realmente quais são es-ses riscos, deve-se realizar uma vistoria com profissionais especializados em Segurança do Trabalho, que levantarão quais os riscos existentes em todos os ambientes de sua empresa e indica-rão ações a serem tomadas para evitar a ocorrência de acidentes. Estas ações vão desde mudança de lay-out da em-presa até utilização de Equipamentos de Proteção Individual – EPI – que devem ser elaboradas por Técnicos de Seguran-ça do Trabalho inscritos nas DRT de sua região e Engenheiros de Segurança do Trabalho filiados ao CREA.

Dr. Arlei Xavier – ContínuaCRM-MG 44424

Por Dr. Arlei Xavier

O que é

Câncer de próstata

Segunda causa de morte por cân-cer entre os homens, só perdendo para o de pulmão, o câncer de próstata registra 128 casos novos por dia, de acordo com estimativa do Inca — Instituto Nacional do Câncer. Só que, com o aumento da expectativa de vida do brasileiro, há uma tendência ao aumento do número de ca-sos diagnosticados na mesma proporção.

Abordagem conservadoraO tratamento vai depender de cada

caso e pode ser feito com radioterapia, cirurgia ou hormonioterapia. Os fatores que definem o tipo de tratamento são muito pessoais — alguns escolhem te-rapias agressivas que retiram parte da próstata em torno da uretra, enquan-to outros optam por abordagens mais conservadoras. Urologistas reconhecem que aumentou o número de homens que procuram os consultórios especializados para realização do exame diagnóstico precoce da doença. No entanto, é im-portante incentivar os homens de meia idade a deixarem o preconceito de lado e

fazerem exames para descobrir possíveis anormalidades na glândula.

Exame periódicoDe acordo com os especialistas,

existem três tipos de prevenção. Primária, quando se consegue determinar agentes causais ou predisponentes, e afastando-os se evita a doença. Secundária, quando o diagnóstico precoce permite que se to-mem medidas curativas. Terciária, quando a enfermidade já avançada impõe apenas atitudes que evitam ou reduzam as com-plicações. No câncer de próstata tão somente os dois últimos tipos de preven-ção podem ser acionados. Também só é possível pensar em cura quando o tumor se encontra restrito à próstata. Para espe-cialistas, praticamente todos os homens terão câncer de próstata se viverem o su-ficiente para isso. Trata-se de uma doença comum em idosos, mas a preocupação maior é com a agressividade com que ela ataca o órgão. Assim, muitos pacientes vivem vinte anos com formas lentas da doença, que tendem a ocorrer em ho-

mens mais idosos. Nos mais jovens, a enfermidade se torna mais agressiva, tor-nando-se, também, mais letal.

SintomasPresença de sangue na urina; necessi-

dade freqüente de urinar, principalmente à noite; jato urinário fraco; dor ou quei-mação ao urinar.

A próstata é um órgão do tamanho de uma noz, mas com consistência de uma castanha. Sua função é controlar a velo-cidade, força e freqüência da micção e da ejaculação. Assim, regula o fluxo de urina e do sêmen para o pênis. Se o tecido interior da próstata crescer (hipertrofia), o caminho, já estreito, torna-se ainda mais imprensado, dificultando o ato de urinar. Quando isso acontece, a bexiga não se esvazia totalmen-te, por isso a urina pode voltar para os rins, causando infecções e lesões.

Apesar de sua gravidade, o câncer de próstata pode ser tratado, preservan-do a qualidade de vida do homem.

Dr. Américo Luiz de Oliveira RezendeMédico radiologista — Unimagem

Por Dr. Américo Luiz de Oliveira Rezende

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Naturale maio/junho - 2010

Um sorriso com cuidado especialDra. Gracia Costa Lopes

O tratamento ortodôntico tem por finalidade melhorar a saúde geral da boca e conseguir um equilíbrio e harmonia entre os dentes e o rosto, produzindo um sorriso bonito e sau-dável.

Um sorriso agradável aumenta a auto-estima e pode melhorar a quali-dade de vida das pessoas.

Uma dentição bem alinhada facili-ta a escovação e, consequentemente, reduz a tendência de cáries e também o desenvolvimento de doenças da gen-giva e dos alvéolos (osso).

O mal alinhamento dos dentes pode causar um estresse adicional aos músculos de mastigação ocasionando dores de cabeça, síndrome da ATM (ar-ticulação têmporo mandibular) além de dores na região do pescoço, dos ombros e das costas.

O tratamento ortodôntico torna a boca mais saudável, proporcionando uma aparência mais agradável e den-tes com possibilidade de durar uma vida inteira.

Tipos de aparelhos ortodônticos:

Aparelho móvel:

Aparelho Ortopédico

Os aparelhos de ortopedia maxi-lar são muito úteis para o tratamento ortodôntico em caso de desarmonia esqueletal. Os aparelhos devem ser usados integralmente, para que se ob-tenham alterações neuromusculares e ósseas. Este tipo de aparelho atua durante o período de crescimento, inibindo ou estimulando o desenvol-vimento das bases ósseas, ou ainda, redirecionando uma tendência de cres-cimento desfavorável.

Aparelho Alinhador (Aparelho Invisalign)

Invisalign é a nova maneira invisí-vel para alinhar dentes sem aparelhos. Usa-se uma série de alinhadores transpa-rentes e removíveis para gradualmente alinhar dentes sem metal ou fios.

Invisalign usa tecnologia de imagem 3-D para descrever o plano completo do tratamento, desde a posição ini-cial até a posição final desejada para produzir cada série de alinhadores “customizados”.

Aparelho fixo:

Aparelho Metálico

Os aparelhos fixos metálicos são muito eficientes para movimentações dentárias, alinhando, nivelando e en-grenando os dentes.

O aparelho fixo movimenta os dentes pela aplicação de força. A peça que é colada no dente é chamada de braquet, é ele que permite que o or-todontista aplique uma determinada força nos dentes através dos arcos e acessórios. O arco é aquele fio metá-lico que passa pelos braquetes e é o principal responsável pela movimen-tação dentária. Os arcos podem ter calibres diferentes e ser de ligas metá-licas diferentes também, dependendo da função. As ligaduras são aquelas borrachinhas coloridas que servem pa-ra fixar o arco aos braquetes, que por

sua vez estão colados nos dentes. É as-sim que o arco movimenta os dentes. Usando acessórios (molas e elásticos) e dobras no arco, o ortodontista con-segue fazer com que os dentes se movimentem, corrigindo os problemas estéticos e funcionais da boca.

Um tratamento com aparelho orto-dôntico fixo dura em média de 24 a 36 meses, dependendo da reação indivi-dual do organismo do paciente. Alguns casos mais complexos, ou no caso de respostas biológicas individuais lentas ou desfavoráveis, é comum se estender.

Aparelho Lingual

A ortodontia lingual é uma téc-nica para correção ortodôntica onde a aparatologia é fixada na face lingual dos dentes (interna, do lado da língua),

possibilitando assim que o aparelho não seja visto. Proporciona uma corre-ção das maloclusões com um “aparelho invisível”, evitando o desconforto visu-al do aparelho metálico convencional para aqueles que desejam seu uso.

Aparelho EstéticoHoje em dia existem aparelhos (braque-

tes) fabricados com safira laboratorial, policarbonato ou o policabonato refor-çado com cerâmica, que se assemelham com a coloração do dente natural. Es-tes são fabricados com os mesmos parâmetros dos metálicos e podem ser usados normalmente para tratar todos os problemas ortodônticos.

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Naturale maio/junho - 2010

o friozinho

Cães e gatos são espécies comu-mente abaladas pelo frio, e é frequente o aumento da incidência de algumas do-enças nestes animais durante o inverno, principalmente as que atingem o aparelho respiratório. Seus sinais clínicos lembram o resfriado humano como tosse, espirro, falta de apetite e febre.

Entre os cães o perigo é conhecido como “tosse dos canis” ou “gripe canina”, denominada cientificamente traqueobron-quite infecciosa canina. A melhor forma de prevenção da traqueobronquite é por meio da vacinação anual. Os filhotes so-frem mais com a traqueobronquite e se não tratados podem chegar a desenvolver pneumonia.

No mercado existem vacinas com valencia para os agentes envolvidos na traqueobronquite infecciosa canina, es-pecificamente a Bordetella bronchiseptica e o vírus da parainfluenza canina.

No caso dos felinos deve ser citada a rinotraqueíte. Alguns cuidados simples podem ajudar o seu bichano a se proteger

da doença. Nas noites frias, por exemplo, deixe-o dormir dentro de casa ou ofereça um abrigo que seja quente e que o proteja do frio e de ventos. A vacinação, vacina felina Tríplice, é a melhor maneira de evitar transtornos maiores, como uma pneumonia bacteriana.

O sistema respiratório pode ser tido como o mais sensível às mudanças climáticas, porém não só as doenças respiratórias são comuns no inverno. Por exemplo, a parvovirose, ou enterite canina parvoviral, é uma doença com maior incidência no inverno, pois as características climáticas desta estação favorecem a presença deste vírus no ambiente.

Esta doença se estabelece principalmente no sistema digestivo, eleva a temperatura, causa vômito e diarréia escura, sanguinolenta e fétida. A melhor maneira de prevenir seu animal da parvovirose também é através de vacinação. Para a prevenção da paravovirose são administradas vacinas especificamente preparadas, classifica-das como de vírus vivo atenuado e conhecidas como V-8 ou V-10.

Esteja sempre atento aos seus animais e caso notar tosse/es-pirro, corrimento nasal, secreções oculares, perda de apetite ou de peso, febre ou qualquer outra alteração ou comportamento anor-mal, leve seu animal ao médico veterinário.

Para possibilitar uma relação amigável e saudável entre pro-prietário e seu animal é muito importante manter os animais bem alimentados, bem abrigados, vermifugados e vacinados.

Dr. Ricardo Ciancio

CRMV-MG 10.894

Hummm....

vem chegando...Por Dr. Ricardo Ciancio

As baixas temperaturas do inverno sul mineiro refletem não só em nós humanos como também nos animais. Muitas vezes esses reflexos são negati-

vos, pois deprimem o sistema imunológico deixando os animais vulneráveis aos micro-organismos (bactérias, fungos, vírus) causadores de diversas doenças.

A Resgacti (Rede Solidária entre Grupos Ambientais, Culturais e Trabalhos Intelectuais) está com a Campanha “Tratar de animal é legal”.

A campanha visa a adoção de cães e gatos, bem como arrecadação de fundos para castração, vacinação e vermifugação dos animais recolhidos da rua.

Participe desta corrente pelo bem! Informações: (35) 3622-7888 / 9945-0494

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Naturale maio/junho - 2010

UNIFEI faz teste de Centrífuga para tratamento de água e óleo

O Núcleo de Separadores Compactos (Nusec), do Instituto de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), composto pelos profes-sores Marcos Aurélio de Souza e Luiz Fernando Barca, está desenvolvendo uma centrífuga de fluxo contínuo para a limpeza de águas oleosas, sendo a primeira disponível no mercado nacional.

O equipamento vem sendo estudado nas instalações da UNIFEI em parceria com a Petrobrás, cujo convênio vigora desde 1996, permitindo a qualificação em diversas áreas operacionais, com diferentes tipos de óleos pesados, bem como um estudo para melhor desempenho com o petróleo nacional.

Para o meio ambiente o equipamento também é importante, pois ele separa o óleo da água e a devolve para a natureza três vezes mais pura do que o neces-sário para descarte, além da valorização comercial do óleo que fica mais limpo.

A fase atual consta do desenvolvimento de potenciais fornecedores do equi-pamento para a Petrobras, uma vez que a tecnologia de separação centrífuga aplicada ao processamento primário é bem conhecida pelo grupo da UNIFEI.

Os anos de atividades ligadas ao processamento de petróleo levaram a for-mação e consolidação de um grupo multidisciplinar de professores e alunos da Universidade com alta capacitação em experimentos com sistemas dispersos, óleo pesado / água, particularmente na geração controlada e na caracterização de emulsões de óleo em água e água em óleo.

Também estão envolvidos áreas de controle, aquisição de dados e medição dos diversos parâmetros no desenvolvimento e avaliação de sistemas de proces-samento primário, pontos fortes da equipe de pesquisadores da UNIFEI.

Por Luiz Otávio Coutinho

O professor Marcos Aurélio de Souza, da Unifei, junto a centrífuga de fluxo contínuo para a limpeza de águas oleo-sas, a primeira disponível no mercado nacional.

Pequenas ações individuais são a maior força transformadora que se conhece. Ter uma atitude consciente em relação aos nos-sos hábitos de consumo é a melhor (e talvez única) maneira de se mudar o mundo.

Economize água, luz, recicle seu lixo, faça a sua parte e ajude a construir um fu-turo para todos.

Que você consiga transformar tudo o que está dentro e fora de você.

Apague todas as luzes que não utiliza, abra as janelas, desligue o ar condicionado e utilize conscientemente o chuveiro e o ferro de passar.

Viva melhor!Fábio Yabu

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Naturale26 maio/junho - 2010

Naturale maio/junho - 2010

Terra nossa de cada diaMaria de Lourdes Maia Gonçalves

Pare um pouco... Pense na beleza e grandiosidade do Universo. Na infi-nidade de astros que se movimentam em suas órbitas com absoluta precisão a caminhar em diversas velocidades, sem, no entanto, se chocar uns nos outros. Imagine o planeta Terra na vastidão imensurável do espaço cósmico a girar, ininterruptamente, em torno de si mesmo, em torno do sol e, ao mes-mo tempo, atento ao limite de sua trajetória no espaço que lhe foi reservado na Via Láctea. Isto é maravilhoso!

Imagine os continentes, seus países, o que sentem os filhos da Terra na condição de viajantes espaciais, moradores de um planeta dominado pelas águas, que abriga em seu solo um paraíso preparado com o esmero de uma mãe amorosa.

Imagine ainda, como cada habitante se sente diante do estrago feito ao planeta azul. Você deve imaginar que alguns se sentem incomodados e nada mais do que isto; outros negligenciam os cuidados com a preservação ambiental e, por consequência, com sua própria vida. Todavia, existem aqueles que estão interessados em proteger o planeta e os seres que nele fizeram sua morada.

Descontente você pergunta, na ânsia de obter uma resposta. — Por que algumas pessoas demonstram total indiferença em relação

à crise ecológica que tende a se agravar, a indicar a urgência de um trabalho amplo de educação ambiental? As alterações provocadas pelos maus tratos à Terra não preocupam tais pessoas? Continuarão a ter as mesmas atitudes insensatas, como se a natureza fosse apenas uma fonte de recursos a suprir inesgotáveis cobiças?

A preocupação com o desenvolvimento sustentável vem à tona e você faz um alerta.

— A tecnologia precisa se unir à natureza!— E mesmo que não se queira pensar em

questão de tamanha importância em âmbito global, há de se entender que a natureza de seu bairro, de sua cidade, de seu país não pode mais esperar. Corrigir o que se fez de maneira equivo-cada faz-se necessário e urgente. Pense nisso.

Verá que os impactos ambientais negativos produzidos pelo homem se repetem diariamente. Verá que em sua cidade, em seu país e no mundo, existem os negligentes, os céticos; existem aque-les que veem os recursos naturais como meras fontes de recursos a serem exploradas e que ja-mais se esgotarão. É uma pena...

Você se encoraja e faz um apelo.— Filhos da Terra, o belo e sofrido planeta

azul pede socorro!Depois, suplica em alta voz, para o mundo

inteiro ouvir.— Moradores do planeta azul, dediquem

à Terra o mesmo zelo que dispensam aos seus lares; o amor que sentem pela terra natal e o sentimento cívico com que reverenciam suas na-ções. Porque a Terra é o solo natal de todos os seres que com ela caminham pelo espaço, numa sequência de luzes e de sombras, com a certeza dos dias e das noites.

E dirá, com emoção, a grande verdade da qual jamais deveríamos nos esquecer.

— Somos parte do Universo e a Terra é a nossa casa!

Maria de Lourdes Maia Gonçalves. Autora do livro Frestas. Membro titular da Academia Itajubense de Letras e do Clube dos Escritores de Piracicaba. Premiada em concursos literários, destacam-se: 8ª e 9ª Edições do Concurso Internacional de Poesia, Prosa e Arti Figurative da Accademia Internazionale Il Convivio – Itália; 25ª e 26ª Edições do Concurso Internacional Literário das Edições AG - São Paulo/SP; Concurso de Contos do Instituto Popular de Arte-Educação - Porto Alegre/RS; entre outros.

Foto: Geraldo Gomes — Retiro das Pedras/MG

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