NBR15307 - Provas Dinamicas Em Grandes Estruturas

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Ensaios não destrutivos – Provas decargas dinâmicas em grandesestruturas - Procedimento. Norma de 2003. Norma para execução de provas de carga dinâmicas em grandes estruturasatravés da medição de vibrações naturais da estrutura, sem induzir vibraçõesartificalmente.

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  • Sede: Rio de Janeiro Av. Treze de Maio, 13 28 andar CEP 20003-900 Caixa Postal 1680 Rio de Janeiro RJ Tel.: PABX (21) 3974-2300 Fax: (21) 2220-1762/2220-6436 Endereo eletrnico: www.abnt.org.br

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    Copyright 2004, ABNTAssociao Brasileira de Normas Tcnicas Printed in Brazil/ Impresso no Brasil Todos os direitos reservados

    2006 ABNT NBR 15307 Ensaios no destrutivos Provas de cargas dinmicas em grandes estruturas - Procedimento

    Norma para execuo de provas de carga dinmicas em grandes estruturas atravs da medio de vibraes naturais da estrutura, sem induzir vibraes artificalmente.

    Palavras-chave: Ensaio no destrutivo. Cargas dinmicas. Procedimento.

    13 pginas

    Sumrio 1 Objetivo 2 Definies 3 Filosofia 4 Princpios do mtodo dinmico 5 Grandezas a medir 6 Plano de instrumentao 7 Posies das medies na estrutura 8 Tempo de medio e quantidade de dados 9 Processamento dos resultados 10 Anlise do amortecimento 11 Modelagem numrica 12 Critrios de verificao de desempenho da estrutura 13 Relatrio final Bibliografia

    1 Objetivo

    1.1 Esta Norma estabelece procedimento para realizao de provas de carga dinmicas em grandes estruturas. Descrevem-se os objetivos, metodologia e medies de vibraes, processamento das leituras de vibrao, classificao dos dados estruturais, modelagem matemtica, calibrao do modelo e interpretao de resultados.

    1.2 Esta Norma fixa os requisitos mnimos que devem ser atendidos para a realizao de provas de cargas dinmicas com vibraes naturais em grandes estruturas.

    2 Definies Para os efeitos desta norma aplicam-se as seguintes definies:

    2.1 sinal estacionrio: Um sinal estacionrio se, obtida a mdia e o desvio padro no tempo t1 do sinal, estes valores de mdia e desvio padro se retm no tempo t2.

    2.2 sinal randmico: Um sinal considerado randmico se o mesmo apresenta valores de amplitude que seguem uma distribuio randmica ou aleatria.

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    3 Conceito

    O conceito adotado nas provas pode ser facilmente entendido pela semelhana com as provas de carga dinmicas em estacas, cujo uso disseminado no pas (figura 1), porm de muito maior complexidade e a trs dimenses. A tabela 1 compara as principais semelhanas e diferenas.

    1 D 3 D

    Figura 1 - Semelhanas entre as provas de carga dinmicas em estacas (1D) e em uma estrutura (3D)

    Tabela 1 Comparao de prova de carga dinmica em estacas e anlise

    Caracterstica Prova de carga dinmica em estacas

    Prova de carga dinmica de ponte

    Dimenses Unidimensional Tridimensional

    Fonte de excitao Vibraes foradas com um bate-estacas

    Vibraes naturais da estrutura devido ao vento, trfego e aes externas

    Anlise numrica Unidimensional Tridimensional

    Resultados Capacidade de carga

    Integridade estrutural, identificao de danos, estado de degradao e vida til e anlise sob carregamentos adicionais

    4 Princpios do mtodo dinmico A resposta de uma estrutura dada pela seguinte equao, obtida em livros de dinmica estrutural.

    +

    =

    rr

    r

    rrr

    ffi

    ff

    KFx

    2 1 22

    1

    (1)

    Onde:

    xr representa os deslocamentos ou resposta da estrutura;

    Fr representa as foras aplicadas;

    Kr a rigidez estrutural, ou seja, a constante de mola que aplica uma fora no sentido oposto direo do deslocamento;

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    f a freqncia;

    fr a freqncia de ressonncia;

    r o parmetro de amortecimento;

    i o nmero imaginrio (i = 1 ) O ndice r na equao anterior se refere a um determinado modo de deslocamentos da estrutura em que h amplificao dos deslocamentos, ou ressonncia. Tambm denominado modo de ressonncia, que ocorre na freqncia de ressonncia. O modo de deslocamento independente do carregamento. A ressonncia maior ou menor em funo da quantidade de amortecimento que ocorre naquela freqncia. O amortecimento consiste na taxa de perda de energia da estrutura, causada pelo atrito entre partes ou atrito entre as superfcies das microfissuras do material.

    4.1 Comportamento esttico Considerando f = 0 na equao (1), obtm-se:

    )0()0()0(

    KFx = (2)

    Esta equao mostra que a resposta esttica obtida como produto da fora aplicada pelo inverso da rigidez, ou seja, o comportamento esttico um caso particular do dinmico.

    4.2 Comportamento dinmico na freqncia de ressonncia

    Considerando f = fr na equao (1), obtm-se:

    iKF

    xrr

    rr 2 = (3)

    Esta equao mostra que a resposta para o modo r amplificada por um fator 1/(2) em relao resposta esttica.

    4.3 Comportamento de um sistema no amortecido Em um sistema massa-mola no amortecido, a freqncia de ressonncia (fr) dada por:

    r

    rr m

    Kf = (4)

    Onde:

    Kr a rigidez modal

    mr a massa modal, isto , a massa que tem inferncia no deslocamento modal

    Esta equao que tambm consta em qualquer livro de dinmica demonstra a relao entre rigidez e freqncia de ressonncia.

    5 Grandezas a medir Nas provas de cargas dinmicas sero medidas vibraes naturais da estrutura sem forar. As vibraes naturais ocorrem devido a aes externas do vento, trfego etc., no sendo necessrio aplicar nenhuma carga ou carregamento especial.

    5.1 Medio de vibraes naturais As principais vantagens da metodologia adotada nesta Norma so:

    a) as vibraes so fceis de medir e, desde que o plano de instrumentao seja bem feito, as medies conseguem sofrer a influncia de toda a estrutura;

    b) as vibraes naturais dispensam o uso de excitao com vibradores ou qualquer tipo de carga de teste;

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    c) os acelermetros tm como referncia a gravidade, por isso determina-se no incio dos testes na linha base, ou leitura de referncia. Alm disso, como o valor da gravidade conhecido, os sensores so calibrados no incio do teste.

    5.2 Instrumentos de medio O conjunto de equipamentos de medio (figura 2) necessita de acelermetros ultra-sensveis e processador para aquisio de dados. Vrias configuraes de equipamentos podem ser empregadas. A figura 2 apresenta um exemplo.

    Figura 2 - Exemplo de configurao de equipamento para a medio de vibraes

    A principal caracterstica do equipamento a ultra-sensibilidade para medir vibraes de baixssimas amplitudes e freqncia muito baixas. Devem ser empregados acelermetros capazes de medir at 10-8 g, onde g a acelerao da gravidade.

    O equipamento de medio de aquisio de dados deve ter as caractersticas mnimas mostradas na tabela 2.

    Tabela 2 Caractersticas a serem atendidas pelos equipamentos de medio e aquisio de dados

    Caracterstica Valores

    Sensores: alcance ou faixa de leituras dos acelermetros

    0 a 1 g

    Sensibilidade dos sensores e do sistema de aquisio de dados

    Igual ou melhor que 10-8 g (nmero dez elevado potncia menos oito vezes a acelerao da gravidade)

    Direo das medies Vertical e horizontal

    Aquisio de dados com converso analgica-digital (A/D)

    Igual ou maior que 16 bits

    Amplificao dos sinais 1, 10, 100 e 1 000 vezes

    Filtro passa-baixo anti-aliasing 10 Hz

    Faixa de freqncia do sistema 0 a 10 Hz

    Resoluo na frequncia Melhor que 0,0001 Hz

    Taxa de amostragem 30 a 400 Hz

    Filtro digital: mnimo 54 dB por oitava (roll-off)

    Separao de freqncia modal 0,05 Hz

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    Utilizando-se sensores e o sistema de aquisio de dados com as caractersticas acima, a acurcia obtida na medio de deslocamentos pode ser calculada admitindo-se movimento harmnico simples. A acurcia resultante consta na figura 3, onde comparada com o comprimento de onda da luz (0,4 m a 0,7 m ).

    Frequncia (Hz)

    0.1 1 10

    Des

    loca

    men

    tos

    (m

    )

    10-5

    10-4

    10-3

    10-2

    10-1

    100

    101

    Acurcia de deslocamentos

    Comprimento de onda da luz

    Figura 3 - Acurcia necessria dos deslocamentos

    6 Plano de instrumentao

    6.1 Documentos necessrios Para a elaborao do plano de monitoramento e posterior anlise dos resultados necessrio obter as seguintes informaes:

    a) projeto de formas da estrutura;

    b) relatrio de inspeo visual da estrutura.

    As informaes acima so imprescindveis. No caso de no haver o projeto da estrutura, ser realizado um levantamento detalhado de suas dimenses e o desenho de formas em escala apropriada, alm de inspeo visual e levantamento de patologias.

    As seguintes informaes so teis, porm no imprescindveis:

    a) memria de clculo;

    b) projeto estrutural detalhado

    7 Posies das medies na estrutura As medies de vibraes so programadas em locais e nos sentidos que possam ser influenciadas por grande parte da estrutura. A seleo destes pontos depende do tipo e forma da estrutura, do comportamento dinmico e do tipo de dano esperado. Sejam alguns exemplos abaixo:

    7.1 Pontes A figura 4 indica as posies melhores para a realizao das medies na laje das pontes, nos pilares e nos blocos de fundao. A posio tipo P1, realizada no tero da laje de cada vo, tem por objetivo medir a resposta de cada laje. As posies P2 e P3 tm por objetivo medir o comportamento dos pilares e permitir analisar tambm o comportamento da fundao. As aceleraes so medidas no sentido vertical e horizontal no sentido transversal.

    A posio P4 permite avaliar o espectro de vibrao na fundao. A medio de P4 necessria se as medies P2 e P3 no topo do pilar indicarem possibilidade d eproblema.

    7.2 Edifcios altos e torres Nos edifcios altos e torres, a melhor posio no topo, porm fora do eixo de simetria da estrutura, de forma a medir os modos de toro. Os sentidos mais importantes so longitudinal e transversal.

    7.3 Barragens As medies so realizadas preferencialmente na crista da barragem porm fora do eixo de simetria. As medies so feitas com acelermetros horizontais, um no sentido longitudinal e outro transversal e vertical

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    7.4 Coberturas em balano As medies mais importantes so executadas na extremidade livre de balanos, na direo vertical e transversal.

    8 Tempo de medio e quantidade de dados A qualidade dos dados de campo depende no s da acurcia dos sensores e do sistema de aquisio de dados, bem como da taxa de amostragem e tempo de leituras em cada ponto. Para a anlise espectral necessrio ter resoluo da resposta no entorno de uma ressonncia. Para tal, o critrio que a largura de banda da anlise seja pelo menos quatro vezes menor que a largura da ressonncia. Isso corresponde ao critrio de um mnimo de quatro pontos plotados no entorno de um pico de ressonncia.

    necessrio tambm obter a mdia de flutuaes estatsticas causadas pela excitao randmica da estrutura. O erro nesse caso deve ser limitado a 10%; o tempo de registro vezes a largura de banda da anlise dever ser pelo menos 100.

    O tempo mnimo de registro de dados ser ento:

    .200

    rrfT

    = (em segundos) (5)

    Onde fr e zr so, respectivamente, a freqncia modal e o amortecimento.

    No caso de lajes, a freqncia fundamental depende da largura do vo e pode ser estimada empiricamente atravs da equao:

    9.0= Lfr (6)

    onde L a largura do vo, em metros, e fr fornecido em Hertz

    Com esta quantidade de dados, o modo r ter erro inferior a 4% e 10% de varincia, fornecendo uma estimativa com erro global no superior a 10,8%, suficiente para os objetivos das anlises.

    Exemplo:

    Para a freqncia de 0,5 Hz e amortecimento de 2%, o tempo necessrio de leituras ser:

    T = 200 = 20 000 s = 5,6 h 0,5 x 0,02

    Bloco de fundao

    B

    B / 3 2 B / 3L

    L / 3 2 L / 3

    Posico de medio

    P1P2P3

    P4

    Seo transversal Seo longitudinal

    Figura 4 - Posio das medies em pontes

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    9 Processamento dos resultados Os dados das medies devem ser processados por softwares comerciais de anlise de sinais digitais que tenham sido testados e sejam confiveis para as anlises descritas em 8.1.

    9.1 Anlise espectral Os dados coletados so submetidos anlise espectral usando tcnicas digitais entre 0 e 10 Hz com uma largura de banda de anlise suficiente para resolver os picos do espectro, obtendo-se:

    a) as freqncias de ressonncia;

    b) as aceleraes mximas;

    c) os deslocamentos mximos em cada freqncia de ressonncia;

    d) as tores ou rotaes da obra.

    A figura 5 apresenta a maneira em que devem ser apresentados os resultados do espectro de medies em uma estrutura. As ordenadas representam as amplitudes de acelerao ao quadrado normalizadas em relao largura de banda, ou seja, g2/Hz, onde g a acelerao da gravidade. As abscissa representa a freqncia na escala de 0 a 10 Hz. Os picos do espectro correspondem s freqncias de ressonncias da estrutura.

    A figura 6(a) apresenta um espectro com uma ressonncia principal a cerca de 3,6 Hz e vrias ressonncias em freqncias inferiores. Neste caso, como tais ressonncias de baixa freqncia podem ter papel importante para a anlise do comportamento, plota-se tambm o mesmo resultado conforme figura 6(b) com a escala das ordenadas em escala logartmica.

    Figura 5 - Exemplo de espectro de uma estrutura

    Figura 6 - Exemplo de espectro de uma estrutura apresentando vrias ressonncias abaixo da ressonncia principal: (a) esquerda, escala aritmtica das ordenadas; (b) escala logartmica

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    0 0.2 0.4 0.6 0.8 10

    0.5

    1

    1.5

    2

    2.5

    3x 10-7

    PS

    D-A

    ccel

    erat

    ion

    /Her

    tz(g

    /Hz)

    Frequency, Hertz (Hz)

    Brazil : D15P9TV ch.1

    Figura 7 - Exemplo de espectro de uma estrutura apresentando (a) vrias ressonncias na faixa de 0 a 10 Hz; (b) ampliao do espectro na faixa de 0 a 1 Hz

    Na figura 7(a) observa-se um espectro com vrias ressonncias e um pico antes de 0 02 Hz. Este primeiro pico que corresponde a uma baixa frequncia aparece com maior claridade na Figura 7(b), que uma ampliao da Figura 7(a).

    10 Anlise do amortecimento O amortecimento estrutural uma informao extremamente importante para se analisar dinamicamente uma estrutura. A literatura tcnica se refere aos mtodos apresentados em 9.1 e 9.2, 9.3 e 9.4.

    10.1 Mtodo da autocorrelao Este mtodo no deve ser aplicado. 10.2 Mtodo da largura de banda de meia potncia Usando anlise espectral, possvel obter uma estimativa do amortecimento em cada ressonncia. Entretanto, tal qual o mtodo anterior, este mtodo fornece resultados mdios e no permite obter uma relao entre o amortecimento e a amplitude. Neste caso, para uma ressonncia bem definida, como a da figura 5, necessita-se localizar duas posies na curva de ressonncia (tal como na freqncia de 3,05 Hz na figura 5), em que a resposta 0,707 vezes o valor de pico. A largura de banda (Br) entre os dois pontos medida e o amortecimento dado por:

    r

    rr f

    B2

    =

    Na figura 5 a ressonncia de 2,1 Hz e a resposta neste valor fragmentada. Este tipo de resposta comum para estruturas reais e torna esta metodologia s vezes difcil de ser aplicada, por isso tambm no deve ser empregado.

    f / fr

    0.1 1 10

    Am

    plitu

    de

    0.01

    0.1

    1

    10

    100 Valor de pico (P)

    0,707 P

    Br

    Figura 8 - Amplitude versus razo f / fr

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    10.3 Mtodo dos deslocamentos induzidos possvel determinar o amortecimento forando vibraes e interrompendo a fonte de excitao, ou introduzindo um deslocamento forado, que removido rapidamente, permitindo que a estrutura oscile. Nesta situao a estrutura oscila e gradualmente dissipa energia. Plotando-se a envoltria das oscilaes versus tempo, obtm-se o amortecimento. Este mtodo difcil de aplicar, face dificuldade de aplicar os deslocamentos forados, por isso tambm no recomendado.

    10.4 Mtodo dos decrementos randmicos; Este o mtodo recomendado por esta Norma, que fornece a curva de amortecimento versus amplitude (figura 9). Todas as estruturas, independentemente do material, apresentam uma curva semelhante, com as seguintes caractersticas (figura 10 Representao simplificada da curva de amortecimento versus amplitude): (a) um plat de baixa amplitude; (b) uma regio de transio; e (c) um plat de altas amplitudes.

    Esta metodologia adotada nesta Norma pois a nica que fornece a curva que relaciona o amortecimento com as amplitudes (figura 9).

    Para sua aplicao, as seguintes condies devem ser observadas:

    a) os dados a serem empregados precisam ser obtidos de um conjunto de medies auto-estacionrias e randmicas. necessrio testar a estacionaridade e randomicidade dos dados atravs de teste estatstico.

    b) no pode ocorrer sobreposio na janela de amplitudes;

    c) o tamanho de cada janela amplitude no deve exceder 5% da faixa total;

    d) pontos individuais de amortecimento/amplitude devem ser obtidos de mdias com 1 000 pontos de medio;

    e) pontos individuais com amortecimento/amplitude menores que 100 mdias devem ser rejeitados.

    A figura 9 apresenta a curva resultante que deve ser obtida para cada estrutura submetida prova de carga dinmica.

    Amplitude %0 5 10 15 20 25

    Am

    orte

    cim

    ento

    (x

    10-3

    )

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    Plat de baixasamplitudes

    Plat de altas amplitudes

    Transio

    Figura 9 - Amortecimento versus amplitude de uma estrutura

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    AmplitudeAm

    ort e

    c im

    ento

    Plat de baixaamplitude

    Plat de altaamplitude

    Transio

    Figura 10 - Representao simplificada da curva de amortecimento versus amplitude

    A medio da curva de amortecimento tem dois objetivos. Primeiro, permitir extrapolao do amortecimento no modelo numrico para a situao de carregamento final. O segundo objetivo verificar a ocorrncia de danos ou envelhecimento entre duas medies.

    A extrapolao da resposta da estrutura para o carregamento de projeto pode, ento, levar em conta a curva de amortecimento que no-linear. Muitas vezes uma pequena alterao de somente 3% no espectro pode corresponder a uma grande alterao no amortecimento. Por esta razo, a modelagem da resposta para as cargas de projeto depende bastante desta medio acurada do amortecimento no-linear.

    Uma alterao na sua forma est relacionada com envelhecimento da estrutura e estado de fissurao. Por esta razo, dispor destas curvas permitir, em medies futuras, verificar se a estrutura envelheceu ou fissurou no intervalo entre as medies.

    11 Modelagem numrica O passo seguinte de modelagem matemtica da estrutura atravs de programa de computador de anlise dinmica estrutural, que permite anlise modal no domnio da freqncia e a obteno do espectro terico.

    Os passos so os seguintes:

    a) entrada de dados da geometria da estrutura em um programa que permita tratamento a trs dimenses;

    b) entrada de dados das propriedades da estrutura, tais como mdulo de Young, coeficiente de Poisson e amortecimento de todos elementos estruturais correspondentes estrutura;

    c) executar o programa e obter as freqncias de ressonncia para cada modo de deslocamento

    O modelo ento ajustado, alterando-se a rigidez de elementos estruturais selecionados com base na experincia e ajuste por tentativas e erros, at ocorrer a concordncia de pelo menos cinco ressonncias observadas e calculadas. Com o modelo calibrado, passa-se ao clculo de tenses e deformaes em qualquer ponto da estrutura, verificando-se se o estado de tenses atende a normas usuais nas estruturas. Alm disso, verifica-se tambm a estrutura quanto a momentos e esforos cortantes. 12 Critrios de verificao de desempenho da estrutura H dois tipos de critrio de desempenho a analisar. O primeiro est relacionado ao desempenho do material. O segundo, ao comportamento global da estrutura, analisando-se sua resistncia ruptura iminente. Al disso so verificados padres de comportamento quando fadiga, estabilidade e momentos, em relao critrios de aceitao propostos por normas brasileiras, europias e americanas.

    12.1 ndice de vibrao O ndice de vibrao (V) um parmetro emprico muito empregado para analisar o nvel de danos estruturais. Foi originalmente desenvolvido por Koch (1953) utilizando um banco de dados com um grande nmero de estruturas com vrios nveis de danos.

    V = 10 log (160 4A2f3) (5)

    onde:

    A a amplitude de vibraes, em centmetros;

    f a freqncia, em Hertz (Hz).

    Os valores de V devem ser obtidos em cada ponto de medio, a partir tanto das medies quanto dos valores fornecidos pela modelagem numrica para as diversas condies de carregamento.

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    A relao emprica entre os valores de V e o nvel de danos estrutural fornecida pela tabela 3.

    Tabela 3 - Nvel de danos em funo do ndice de vibrao V

    V Nvel de danos

    10 - 30 Nenhum dano

    30 - 40 Danos leves

    40 - 50 Danos severos

    50 - 60 Colapso

    12.2 Uso final do modelo Finalmente, o modelo calibrado pode ser empregado para verificar a resposta da estrutura sob diferentes cenrios de solicitaes, incluindo as condies do projeto inicial. Com isso pode-se concluir sobre integridade da estrutura.

    13 Relatrio final O relatrio final deve apresenta o seguinter:

    a) objetivo da prova de carga;

    b) descrio da estrutura e do seu estado;

    c) desenhos de projeto de formas da estrutura;

    d) localizao das medies e a sua direo em relao estrutura, designando-se vertical)V ), transversal (T) e longitudinal (L);

    e) caractersticas dos equipamentos de medio, comparando-os com os requisitos mnimos da da tabelas 2;

    f) espectros medidos;

    g) curvas de amortecimento versus amplitude de deslocamentos;

    h) descrio do modelo matemtico e do programa de computador empregado;

    i) caractersticas do modelo matemtico;

    j) resultados do modelo em termos de modos de vibrao e freqncias;

    k) resultados da modelagem matemtica (esforos normais, cortantes e momentos) para os diversos cenrios de carregamento;

    l) tabela comparativa de freqncias medidas e modeladas: (a) correspondentes estrutura s e (b) estrutura com danos simulados;

    m) tabela de valores de ndice de vibrao (V) para cada posio de medio, correspondentes a valores tanto medidos quanto calculados pelo modelo para as diversas condies de solicitao;

    n) concluses;

    o) recomendaes.

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