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ÍNDICE
I - INTRODUÇÃO 3
II - CARACTERÍSTICAS DA CONCESSÃO E ATIVIDADE EMPRESARIAL 6
III - RELATÓRIO FINANCEIRO 11
IV - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 20
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 25
I - INTRODUÇÃO
I - INTRODUÇÃO
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 4
Órgãos Sociais (Triénio 2018/2020)
Conselho de Administração
Presidente Vasco Maria Guimarães José de Mello
Vogal João Pedro Stilwell Rocha e Melo
Vogal João Pedro Ribeiro de Azevedo Coutinho
Vogal António José Lopes Nunes de Sousa
Vogal Daniel Alexandre Miguel Amaral
Vogal Michael Gregory Allen
Vogal Manuel Rebelo Teixeira Melo Ramos *
Vogal Fernando Aboudib Camargo
Vogal António José Louçã Pargana
Vogal Miguel José Pereira Athayde Marques **
Vogal Maria de Fátima Henriques da Silva Barros Bertoldi **
Vogal José Maria Campos da Silva André **
* Administrador Delegado
** Administrador Independente
Mesa da Assembleia Geral
Presidente da Mesa Luís Rua Geraldes
Secretário Tiago Severim de Melo
Conselho Fiscal
Presidente Francisco Xavier Alves
Vogais Tirso Olazábal Cavero
Joaquim Patrício da Silva
Vogal suplente Diogo da Gama Lobo Salema da Costa
Revisor Oficial de Contas Externo Pricewaterhousecoopers & Associados, SROC S.A. representada
por Rui Jorge dos Anjos Duarte ROC nº 1532
Revisor Oficial de Contas Externo suplente Carlos José Figueiredo Rodrigues ROC nº1737
Secretário da Sociedade Tiago Severim de Melo
I - INTRODUÇÃO
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 5
Declaração de Conformidade
Nos termos da alínea c) do nº 1 do artigo 246º do Código de Valores Mobiliários, e em cumprimento das dispo-
sições legais e estatutárias, o Conselho de Administração apresenta as demonstrações financeiras condensadas
e o relatório de gestão intercalar referentes ao 1º semestre de 2020 na firme convicção de que, tanto quanto é
do seu conhecimento, a informação nele contida foi elaborada em conformidade com as normas contabilísticas
aplicáveis, dando uma imagem verdadeira e apropriada do activo e do passivo, da situação financeira e dos re-
sultados do emitente, e que o relatório de gestão expõe fielmente as informações exigidas.
Outros elementos a divulgar
Nos termos do artigo 8º do Código de Valores Mobiliários, a Brisa Concessão Rodoviária, S.A. informa que as
demonstrações financeiras reportadas ao 1º semestre de 2020 foram preparadas de acordo com as Normas In-
ternacionais do Relato Financeiro (IFRS) e não foram sujeitas a Relatório de Auditoria.
São Domingos de Rana, 25 de agosto de 2020
II - CARACTERÍSTICAS
DA CONCESSÃO E
ATIVIDADE
EMPRESARIAL
II - CARACTERÍSTICAS DA CONCESSÃO E ATIVIDADE EMPRESARIAL
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 7
Concessão Brisa
Principais indicadores económicos (1º Semestre de 2020)
Proveitos Operacionais
212,9 M€
EBITDA 1
147,3 M€
Dívida Líquida / EBITDA 2
4,20x
Número de trabalhadores
10
1 EBITDA = Resultado Operacional (Proveitos Operacionais – Custos Operacionais). Não inclui o rédito associado ao serviço de
construção
2 O valor das rubricas utilizadas no cálculo do rácio pode ser diferente do reportado nas contas devido a ajustamentos feitos para
refletir as definições dos contratos financeiros
Características da Concessão
A rede concessionada à BCR é de 1 124 km, incluindo o futuro acesso ao Novo Aeroporto de Lisboa, distribuída
por 12 autoestradas. Com a rede praticamente construída, encontram-se atualmente em exploração direta 11
autoestradas, num total de 1 100,2 km em operação, sendo 1 014,1 km constituídos por sublanços com porta-
gem.
A rede ficará concluída com a construção da autoestrada de acesso ao Novo Aeroporto de Lisboa, projeto atual-
mente suspenso e a carecer de definição.
A rede cobre o país de Norte a Sul e de Este a Oeste, abrangendo os seus principais eixos rodoviários - corredor
litoral e ligação Lisboa - Madrid. Inclui também importantes vias radiais e circulares das Áreas Metropolitanas de
Lisboa e do Porto.
II - CARACTERÍSTICAS DA CONCESSÃO E ATIVIDADE EMPRESARIAL
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 8
De acordo com o Contrato de Concessão, celebrado com o Estado Português, a concessão termina em dezembro
de 2035.
Características da Concessão a 30 de junho de 2020
Autoestradas
Extensão em kms
Sem Portagem
Com Portagem
Total 2x1 vias
2x2 vias
2x3 vias
2x4 vias
A1 - Auto-estrada do Norte 17,4 279,1 296,5 1,3 156,2 131,7 7,3
A2 - Auto-estrada do Sul 9,6 225,2 234,8 0,0 202,8 32,0 0,0
A3 - Auto-estrada Porto – Valença
11,5 101,3 112,8 0,0 91,6 12,8 8,4
A4 - Auto-estrada Porto – Amarante
3,0 48,3 51,3 0,0 51,3 0,0 0,0
A5 - Auto-estrada da Costa do Estoril
8,1 16,9 25,0 0,0 2,3 22,7 0,0
A6 - Auto-estrada Marateca – Elvas
19,1 138,8 157,9 0,0 157,9 0,0 0,0
A9 - Circular Regional Externa de Lisboa
0,0 34,4 34,4 0,0 0,0 34,4 0,0
A10 - Auto-estrada Bucelas - Carregado - IC3
0,0 39,8 39,8 0,0 7,4 32,4 0,0
A12 - Auto-estrada Setúbal – Montijo
4,3 24,8 29,1 4,3 5,2 19,6 0,0
A13 - Auto-estrada Almeirim – Marateca
0,0 78,7 78,7 0,0 78,7 0,0 0,0
A14 - Auto-estrada Figueira da Foz - Coimbra (Norte)
13,1 26,8 39,9 0,0 39,9 0,0 0,0
Total 86,1 1 014,1 1 100,2 5,6 793,3 285,6 15,7
Tráfego na Rede
O 1º semestre de 2020 ficou marcado pela declaração de ‘Estado de Emergência’ decretada pelo Governo
Português no país, no mês de março, como consequência da pandemia denominada COVID-19 pela Organização
Mundial de Saúde, o qual provocou um impacto negativo no regular funcionamento das infraestruturas
rodoviárias concessionadas à BCR, na medida das restrições impostas à circulação de pessoas e ao livre exercício
de atividades económicas. O cumprimento destas medidas originou um decréscimo significativo nos níveis de
tráfego e consequentemente nos resultados da BCR do período.
Durante os primeiros 6 meses do ano, observou-se uma variação negativa do Tráfego Médio Diário (TMD) de
32,2% face ao 1º semestre de 2019, a que correspondeu um volume de tráfego de 13 452 veículos / dia. A
II - CARACTERÍSTICAS DA CONCESSÃO E ATIVIDADE EMPRESARIAL
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 9
circulação caiu 31,8%, ligeiramente menos do que o TMD, beneficiando do facto de 2020 ser um ano bissexto. A
variação do tráfego orgânico também foi negativa, atingindo os 29,1%.
Decomposição da variação da circulação
1S20
Circulação -31,8%
Decomposição dos efeitos:
Crescimento orgânico -29,1%
Efeitos calendário -3,2%
Outros +0,5%
TMD 13 452
Var. Homóloga -32,2%
Todas as autoestradas da concessão registaram decréscimos de procura, tendo o TMD caído entre 18,2% na
A14 e 37,3% na A6.
Variação do Tráfego Médio Diário por autoestrada (6M 2020)
(crescimento face ao período homólogo)
De realçar que a análise do tráfego por tipo de veículo teve uma evolução favorável, tendo os veículos pesados
registado um decréscimo bastante inferior ao dos veículos ligeiros (-10,6% e -33,6%, respetivamente).
-33,0% -32,8% -33,5% -25,9% -32,0% -37,3% -31,1% -27,4% -30,5% -26,5%-18,2%
-32,2%
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A9 A10 A12 A13 A14 BCR
92,0%
8,0%
Veículos ligeiros Veículos pesados
Estrutura de Tráfego (6M 2020)
-10,6%
-33,6%
Veículos pesados Veículos ligeiros
Crescimento do TMD (6M 2020) (face ao período homólogo)
II - CARACTERÍSTICAS DA CONCESSÃO E ATIVIDADE EMPRESARIAL
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 10
Investimento (CAPEX)
No 1º semestre de 2020, deu-se continuidade ao Alargamento (para 2x4 vias) e beneficiação do sublanço Águas
Santas (A4/A3) – Ermesinde, da A4, que inclui a reabilitação dos atuais túneis de Águas Santas.
Ao nível da conservação, para além de diversas intervenções localizadas na A1 e na A3, encontrava-se em curso
a obra de beneficiação do pavimento do Sublanço A2/A6/A13 – Vendas Novas, numa extensão de 20 km.
No que respeita à conservação de taludes, continuaram as intervenções na A1 e na A4 e terminaram as
intervenções na A5, A9 e A10.
Importa ainda destacar a conclusão das intervenções em obras de arte, nomeadamente, a reabilitação e reforço
estrutural nos viadutos sobre o Rio Arunca (A1), Montinho (A2) e Rio Guisando (A3) e também na Ponte sobre o
Rio Tâmega (A4).
É de salientar, igualmente, o início da intervenção no Túnel de Montemor na A9.
Continuaram, também, as inspeções periódicas às infra-estruturas, bem como a auscultação de pavimentos,
observação e monitorização de taludes e estruturas de contenção e inspeção de obras de arte, cuja informação
servirá de apoio aos estudos de beneficiação, estabilização e/ou reforço estrutural dos mesmos.
O investimento (CAPEX) no 1º semestre de 2020 totalizou 23,2 M€. Este montante inclui 14,3 M€ referente a
grandes reparações (pavimentos, obras de arte e taludes), tratados contabilisticamente como provisão ao abrigo
do IFRIC 12. O valor da obra de alargamento e beneficiação no sublanço Águas Santas (A4/A3) - Ermesinde, na
A4, totalizou 4,4 M€.
Investimento (CAPEX)
M€ 6M 19 6M 20 Var.
Alargamentos 1,7 4,4 164,9%
Grandes reparações 22,3 14,3 -35,9%
Outros (equipamentos, supervisão, etc.) 9,2 4,5 -51,2%
Total 33,2 23,2 -30,0%
III - RELATÓRIO
FINANCEIRO
III - RELATÓRIO FINANCEIRO
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 12
Demonstração de Resultados
Proveitos Operacionais
No 1º semestre de 2020, os proveitos operacionais (não incluindo o rédito associado ao serviço de construção)
totalizaram 212,9 M€, o que representa um decréscimo de 28,8% face ao período homólogo. A sua decomposi-
ção foi a seguinte:
M€ 6M 19 6M 20 Var.
Receitas de Portagem 285,8 200,8 -29,7%
Áreas de Serviço 10,6 9,4 -11,2%
Outros 2,7 2,7 -0,2%
Total 299,1 212,9 -28,8%
As receitas de portagem atingiram os 200,8 M€ (diminuição de 29,7% face ao 1º semestre de 2019), em virtude
da já referida queda do tráfego motivada pela pandemia COVID-19 e consequentes limitações impostas pelo
Governo à circulação de pessoas e exercício de atividades económicas. As receitas relacionadas com as áreas de
serviço atingiram os 9,4 M€ (-11,2% face ao período homólogo).
Na Demonstração dos Resultados e de Outro Rendimento Integral encontra-se registado um valor de igual mon-
tante (10,0 M€ no 1º semestre de 2020) em proveitos e em custos operacionais, que reflete o reconhecimento
do rédito e dos encargos associados aos serviços de construção no âmbito da concessão. Este registo decorre do
cumprimento literal da norma IAS 11, de acordo com o nº 14 da IFRIC 12. Assim, para uma leitura substantiva e
com significado económico, o total dos proveitos e dos custos operacionais para determinação do EBITDA exclui
o rédito e encargos reconhecidos pela aplicação da IAS 11.
III - RELATÓRIO FINANCEIRO
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 13
Custos Operacionais
Os custos operacionais, excluindo Amortizações, Depreciações e Provisões, atingiram os 65,6 M€ no 1º semestre
de 2020 (-1,6% face ao mesmo período do ano passado).
M€ 6M 19 6M 20 Var.
FSE 65,2 64,2 -1,6%
Custos com Pessoal 0,8 0,8 -3,1%
Outros custos 0,7 0,7 0,8%
Sub-total 66,7 65,6 -1,6%
Amortizações e Provisões 81,2 68,6 -15,5%
Total 147,9 134,2 -9,3%
A rubrica de Fornecimentos e Serviços Externos, que traduz essencialmente os custos de subcontratação dos
serviços de operação e manutenção da rede de autoestradas concessionadas e os custos de cobrança eletrónica
de portagens, registou um decréscimo de 1,6% face ao período homólogo, totalizando 64,2 M€.
A 30 de junho de 2020, a BCR tinha 10 colaboradores, representando custos com pessoal de 0,8 M€.
A rubrica de Amortizações, Depreciações, Ajustamentos e Provisões, líquida de reversões, ascendeu a 68,6 M€
(-15,5% face ao 1º semestre de 2019), refletindo o menor volume de tráfego projetado para 2020. De referir que
o método de cálculo da amortização dos ativos relativos ao direito de concessão da BCR é efetuado em função
do tráfego.
Resultado Operacional
O Resultado Operacional (EBITDA) no 1º semestre de 2020 foi de 147,3 M€, o que representa um decréscimo de
36,6% ou de 85,1 M€ face ao mesmo período do ano anterior. O decréscimo registado ao nível dos proveitos
operacionais, em conjunto com a diminuição registada nas rúbricas de custos, originou uma margem EBITDA de
69,2%.
O EBIT foi de 78,7 M€, o que representa um decréscimo de 47,9% face ao período homólogo.
III - RELATÓRIO FINANCEIRO
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 14
Resultado Financeiro
No 1º semestre de 2020, os Resultados Financeiros da BCR registaram um valor negativo de 28,8 M€, o que
representa uma melhoria de 1,8 M€ em relação ao período homólogo.
M€ 6M 19 6M 20 Var.
Proveitos Financeiros 0,0 0,0 -
Custos Financeiros 30,6 28,8 -5,8%
Juros Suportados 22,2 20,4 -8,0%
Outros Custos Financeiros 8,4 8,4 -0,0%
Resultado Financeiro -30,6 -28,8 -
Os Proveitos Financeiros foram nulos, continuando a refletir as baixas taxas de remuneração oferecidas pelos
depósitos bancários.
Os Custos Financeiros registaram uma evolução positiva, tendo diminuído 5,8% face ao período homólogo. Esta
redução é essencialmente explicada pelo decréscimo nos juros pagos, que refletem os reembolsos de dívida
efetuados (num montante aproximado de 155 M€ nos últimos 12 meses) e que se traduziram num menor nível
de dívida bruta face ao 1º semestre de 2019.
Resultado Líquido
O Resultado Líquido foi de 34,5 M€, apurado com base num Resultado Antes de Imposto de 50,0 M€ e em
15,5 M€ de Imposto sobre o Rendimento.
M€ 6M 19 6M 20 Var.
Resultado Antes de Imposto 120,6 50,0 -58,6%
Imposto 37,4 15,5 -58,6%
Resultado Líquido do Exercício 83,2 34,5 -58,6%
III - RELATÓRIO FINANCEIRO
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 15
Demonstração da Posição Financeira
Dívida Financeira e Liquidez
A 30 de junho de 2020 a dívida bruta da BCR era de 1 913,3 M€ (ótica nominal), tendo sido amortizados no
semestre 19,5 M€ referente ao empréstimo do BEI e reduzidas em 41 M€ as utilizações no âmbito de programas
de papel comercial com garantia de subscrição. A posição de caixa totalizava 92,2 M€, dos quais cerca de 89,4 M€
se encontravam em contas de reserva, para investimento e serviço de dívida.
Nota: A dívida nominal representa o valor contratual enquanto que a dívida contabilística corresponde, nos termos das normas contabilísti-cas, à dívida nominal acrescida de juros decorridos e deduzida de custos associados à emissão e colocação dos financiamentos
Obrigações
A BCR apresentava, no final do 1º semestre de 2020, 6 emissões de obrigações com um valor nominal total de
1 420 M€, com as seguintes características:
M€ Nominal Cupão Maturidade
Bond 2021 300 3,875% 2021
Bond 2022 120 Var (Eur6M) + 2,4% 2022
Bond 2023 300 2,000% 2023
Bond 2025 300 1,875% 2025
Bond 2027 300 2,375% 2027
Bond 2032 100 Inflação + 4,5%* 2032
* Taxa de juro fixa de 6% nos primeiros cinco anos e remuneração indexada ao índice de preços do consumidor, exceto habitação, do sexto ano até à maturidade, acrescido de 4,5%
M€ 30/06/2020 30/06/2020
Dívida Bruta 1 913,3 -60,5 -3,1% 1 876,4 -74,5 -3,8%
Caixa e Equivalentes 92,2 -139,7 -60,3% 92,2 -139,7 -60,3%
Dívida Líquida 1 821,2 79,3 4,5% 1 784,2 65,2 3,8%
Ótica Nominal Ótica Contabilística
Δ face a 31/12/2019
(M€/%)
Δ face a 31/12/2019
(M€/%)
III - RELATÓRIO FINANCEIRO
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 16
BEI e Outros Financiamentos
A 30 de junho de 2020, a BCR mantinha um empréstimo junto do Banco Europeu de Investimento (BEI), sujeito
a regime de taxa de juro variável com indexação à Euribor a 6 meses. Este empréstimo tem reembolsos de capital
semestrais e constantes até dezembro de 2030. A 30 de junho de 2020 o montante registado em Balanço
referente a este empréstimo ascendia a 395 M€.
Adicionalmente, no final do 1º semestre de 2020 a BCR dispunha de 400 M€ em linhas de crédito com garantia
de subscrição, dos quais 316 M€ não estavam utilizados. De referir que em maio e junho a BCR reforçou a sua
posição de liquidez com a contratação de 2 novos programas de papel comercial com garantia de subscrição, no
montante máximo de 50 M€ cada e maturidades de 2 e 3 anos.
Perfil da Dívida
Em resultado de uma gestão proactiva do risco de refinanciamento, o perfil de amortização da dívida da BCR é
bastante equilibrado, sendo que o montante máximo nominal que se vence num só ano é de cerca de 339 M€
(correspondente ao reembolso de um empréstimo obrigacionista de 300 M€ e à amortização anual de 39 M€ do
empréstimo do BEI).
No final do semestre, cerca de 67% da dívida estava sujeita ao regime de taxa de juro fixa e cerca de 33% ao
regime de taxa de juro variável. O custo médio ponderado da dívida durante o 1º semestre de 2020 (incluindo o
efeito dos instrumentos derivados) foi de 2,1%, o que representa uma diminuição de cerca de 0,1 p.p. face ao
custo médio verificado durante o período homólogo.
0
100
200
300
400
2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032
Reembolsos no 1S20
Obrigações
Linhas Garantia Subscrição
BEI
Perfil de Amortização da dívida (M€)
III - RELATÓRIO FINANCEIRO
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 17
Posição Financeira
No final do 1º semestre de 2020, o Ativo da BCR era de 2 350 M€, constituído essencialmente pelo ativo intangível
respeitante ao direito de concessão da rede de autoestradas e por depósitos bancários. O Passivo registou uma
diminuição de 79,9 M€ face a dezembro de 2019 (para 2 225 M€), como resultado da já referida redução de
dívida financeira. O Capital Próprio diminuiu 100,9 M€ (para 125,1 M€), tendo para esta variação contribuído a
distribuição efetuada ao acionista BCR SGPS, S.A., no montante total de 135,5 M€, parcialmente compensada
pelo Resultado Líquido do semestre.
Covenants e Rating
Para além da sua estrutura financeira e contratual, que confere um elevado nível de proteção aos credores, a
BCR mantém uma gestão financeira prudente e conservadora. Os quatro covenants sob a forma de rácios
financeiros (designados por Dívida Líquida / EBITDA, Historic ICR, Forward Looking ICR e CLCR) a que a empresa
está sujeita ao abrigo do Common Terms Agreement (CTA) cumprem, à data de 30 de junho de 2020, os limites
estabelecidos.
O rácio Dívida Líquida / EBITDA situou-se nos 4,20x, ou seja, significativamente abaixo do limite máximo de 5,25x
definido para o respetivo nível de trigger event, permitindo assim manter um elevado nível de segurança face
aos limites estabelecidos.
O rácio Historic ICR era, a 30 de junho de 2020, de 7,48x, ou seja, muito acima do limite mínimo de 2,25x definido
para o respetivo nível de trigger event.
As notações de Rating atribuídas à BCR são de “A-” (Stable Outlook) pela Fitch Ratings e de “Baa2” (Stable
Outlook) pela Moody’s. De referir que no dia 7 de abril de 2020, já em plena pandemia do COVID-19, a agência
de rating Fitch decidiu manter inalterada a notação atribuída à BCR. No dia 8 de abril de 2020 a agência de rating
Moody’s reviu o Outlook da BCR de “Positive Outlook” para “Stable Outlook”, mantendo inalterada a notação de
Rating.
Agências Rating Outlook
Moody's Baa2 Outlook Estável
Fitch Ratings A- Outlook Estável
III - RELATÓRIO FINANCEIRO
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 18
Riscos e Mitigantes
Durante o 1º semestre de 2020 assistiu-se a um forte decréscimo da atividade da empresa, com especial enfoque
nos meses de abril e maio, em resultado da limitação da circulação de pessoas e bens decorrente da declaração
de ‘Estado de Emergência’ decretado pelo Governo, no âmbito do combate à pandemia da COVID-19, assim
como do confinamento adotado por grande parte da população durante este período. Durante o 2º semestre do
ano é expectável que o impacto de algumas destas restrições se mantenha, o que deverá implicar níveis de
tráfego inferiores aos registados no período homólogo.
A BCR encontra-se exposta a um conjunto de riscos financeiros decorrentes da sua atividade. Merecem destaque
os riscos de (re)financiamento e de taxa de juro decorrentes do seu passivo financeiro, e o risco de contraparte
a que a empresa fica exposta na sequência da aplicação de excedentes de tesouraria e da contratação de
operações de cobertura de risco de taxa de juro.
Com a segregação e ring-fencing da BCR, os riscos financeiros a que a empresa está sujeita foram fortemente
mitigados. De notar que a estrutura financeira da BCR integra uma política de cobertura de risco financeiro, a
qual estabelece as principais regras e guidelines de gestão de risco, contemplando, nomeadamente, um rácio
mínimo de taxa fixa na estrutura de dívida, a não existência de exposições cambiais significativas não cobertas,
bem como a solidez financeira mínima (em função do rating) exigida às contrapartes da empresa em operações
financeiras.
Nos últimos anos, a BCR tem vindo a consolidar a sua forte capacidade de acesso a crédito, reforçando a sua
posição de liquidez e mitigando o seu risco de refinanciamento.
III - RELATÓRIO FINANCEIRO
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 19
O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Vasco Maria Guimarães José de Mello
João Pedro Stilwell Rocha e Melo
João Pedro Ribeiro de Azevedo Coutinho
António José Lopes Nunes de Sousa
Daniel Alexandre Miguel Amaral
Michael Gregory Allen
Manuel Rebelo Teixeira Melo Ramos
Fernando Aboudib Camargo
António José Louçã Pargana
Miguel José Pereira Athayde Marques
Maria de Fátima Henriques da Silva Barros Bertoldi
José Maria Campos da Silva André
IV - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 20
IV - DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
IV - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 21
Demonstração da Posição Financeira
em 30 de junho de 2020 e 31 de dezembro de 2019 (montantes expressos em Euros)
Notas 30.06.2020 31.12.2019
Ativos não correntes:
Ativos fixos tangíveis 9 12 046 301 13 025 067
Ativos sob direito de uso 10 61 762 75 707
Ativos intangíveis 11 2 130 196 058 2 165 623 166
Ativos por impostos diferidos 12 78 911 603 74 980 677
Total de ativos não correntes 2 221 215 724 2 253 704 617
Ativos correntes:
Existências 1 692 1 821
Clientes e outros devedores 35 375 094 42 139 249
Outros ativos correntes 23 1 421 746 3 151 456
Caixa e equivalentes 13 92 171 335 231 915 917
Total de ativos correntes 128 969 867 277 208 443
Total do ativo 2 350 185 591 2 530 913 060
Capital próprio:
Capital 14 75 000 000 75 000 000
Reserva legal 15 15 000 000 15 000 000
Outras reservas 15 592 767 577 825
Resultado líquido 34 481 962 204 510 146
Dividendos antecipados 8 - ( 69 147 690)
Total de capital próprio 125 074 729 225 940 281
Passivos não correntes:
Empréstimos 16 1 449 974 091 1 768 416 394
Provisões 18 238 594 031 223 797 319
Outros passivos não correntes 19 29 760 743 30 820 274
Outros credores 42 301 51 876
Total de passivos não correntes 1 718 371 166 2 023 085 863
Passivos correntes:
Provisões 18 11 807 983 14 009 440
Fornecedores 23 12 792 543 26 716 841
Empréstimos 16 426 422 824 182 484 842
Fornecedores de investimentos 10 181 521 14 555 538
Outros credores 4 164 444 3 737 313
Passivos por imposto corrente 6 20 190 719 20 599 382
Outros passivos correntes 20 21 179 662 19 783 560
Total de passivos correntes 506 739 696 281 886 916
Total do passivo e capital próprio 2 350 185 591 2 530 913 060
O anexo faz parte integrante da demonstração da posição financeira em 30 de junho de 2020.
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IV - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 22
Demonstração dos Resultados e de Outro Rendimento Integral
dos semestres findos em 30 de junho de 2020 e 2019 (montantes expressos em Euros)
Notas 30.06.2020 30.06.2019
Proveitos operacionais:
Prestações de serviços 3 210 224 243 296 351 962
Outros proveitos e ganhos operacionais 3 2 718 443 2 723 006
Reversões de ajustamentos 3 59 738 43 840
Reversões de provisões 3 2 565 736 1 098 559
Rédito associado a serviço de construção 3 9 983 902 8 230 133
Total de proveitos operacionais 225 552 062 308 447 500
Custos operacionais:
Fornecimentos e serviços externos 4 ( 64 151 418) ( 65 198 368)
Custos com o pessoal ( 771 334) ( 795 990)
Amortizações e depreciações 9,10 e 11 ( 47 345 652) ( 56 425 333)
Ajustamentos 17 ( 613 506) ( 562 471)
Provisões 18 ( 23 273 532) ( 25 383 123)
Impostos ( 654 411) ( 648 625)
Outros custos operacionais ( 30 510) ( 30 711)
Encargos associados a serviço de construção 3 ( 9 983 902) ( 8 230 133)
Total de custos operacionais ( 146 824 265) ( 157 274 754)
Resultados operacionais 78 727 797 151 172 746
Custos e perdas financeiros 5 ( 28 775 574) ( 30 555 132)
Resultado antes de impostos 49 952 223 120 617 614
Impostos sobre o rendimento 6 ( 15 470 261) ( 37 371 449)
Resultado líquido do semestre 34 481 962 83 246 165
Outros rendimentos e gastos reconhecidos em capital próprio
que serão reclassificados para resultados:
Variação no justo valor dos instrumentos financeiros, líquido de efeito fiscal 12 e 21 152 486 198 485
Rendimento reconhecido diretamente no capital próprio 152 486 198 485
Total do resultado líquido e de outro rendimento integral do semestre 34 634 448 83 444 650
Resultado por ação:
Básico 7 2,30 5,55
Diluído 7 2,30 5,55
O anexo faz parte integrante da demonstração dos resultados e de outro rendimento integral do semestre findo em 30 de junho de 2020.
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IV - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 23
Demonstração das Alterações no Capital Próprio
dos semestres findos em 30 de junho de 2020 e 2019 (montantes expressos em Euros)
Reserva Outras Resultados Resultado Dividendos
Notas Capital legal reservas transitados líquido antecipados Total
Saldo em 1 de janeiro de 2019 75 000 000 15 000 000 782 033 10 476 975 166 798 657 ( 55 736 012) 212 321 653
Resultado líquido do semestre de 2019 - - - - 83 246 165 - 83 246 165
Aumento / (diminuição) do justo valor de instrumentos financeiros
de cobertura, liquído de imposto - - 198 485 - - - 198 485
Total do resultado líquido e de outro rendimento integral do semestre - - 198 485 - 83 246 165 - 83 444 650
Aplicação do resultado de 2018:
Dividendos distribuídos 8 - - - - ( 166 798 657) 55 736 012 ( 111 062 645)
Distribuição de reservas 8 - - ( 260 380) ( 10 476 975) - - ( 10 737 355)
Saldo em 30 de junho de 2019 75 000 000 15 000 000 720 138 - 83 246 165 - 173 966 303
Saldo em 1 de janeiro de 2020 75 000 000 15 000 000 577 825 - 204 510 146 ( 69 147 690) 225 940 281
Resultado líquido do semestre de 2020 - - - - 34 481 962 - 34 481 962
Aumento / (diminuição) do justo valor de instrumentos financeiros
de cobertura, liquído de imposto 12 e 21 - - 152 486 - - - 152 486
Total do resultado líquido e de outro rendimento integral do semestre - - 152 486 - 34 481 962 - 34 634 448
Aplicação do resultado de 2019:
Dividendos distribuídos 8 - - - - ( 204 510 146) 69 147 690 ( 135 362 456)
Distribuição de resultados transitados e outras reservas 8 - - ( 137 544) - - - ( 137 544)
Saldo em 30 de junho de 2020 75 000 000 15 000 000 592 767 - 34 481 962 - 125 074 729
O anexo faz parte integrante da demonstração das alterações no capital próprio do semestre findo em 30 de junho de 2020.
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IV - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 24
Demonstração dos Fluxos de Caixa
dos semestres findos em 30 de junho de 2020 e 2019 (montantes expressos em Euros)
Notas 30.06.2020 30.06.2019
ATIVIDADES OPERACIONAIS:
Recebimentos de clientes 223 408 954 294 505 478
Pagamentos a fornecedores ( 75 106 482) ( 65 038 840)
Pagamentos ao pessoal ( 762 778) ( 828 234)
Fluxos gerados pelas operações 147 539 694 228 638 404
Pagamento do imposto sobre o rendimento ( 19 820 179) ( 27 789 243)
Pagamentos para reposição de infraestruturas ( 11 477 948) ( 24 617 281)
Outros (pagamentos)/recebimentos relativos à atividade operacional ( 5 603 131) 3 051 863
Fluxos das atividades operacionais (1) 110 638 436 179 283 743
ATIVIDADES DE INVESTIMENTO:
Recebimentos provenientes de:
Ativos fixos tangíveis e intangíveis 102 863 244 540
Subsídios de investimento 31 950 -
134 813 244 540
Pagamentos respeitantes a:
Ativos fixos tangíveis e intangíveis ( 14 993 680) ( 12 316 000)
Fluxos das atividades de investimento (2) ( 14 858 867) ( 12 071 460)
ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO:
Recebimentos provenientes de:
Empréstimos obtidos 84 000 000 200 000 000
Pagamentos respeitantes a:
Empréstimos obtidos ( 144 492 704) ( 219 492 704)
Juros e custos similares ( 39 234 856) ( 40 208 893)
Dividendos 8 ( 135 500 000) ( 121 800 000)
Direito de uso ( 3 499) ( 591 446)
Instrumentos financeiros derivados ( 293 802) -
( 319 524 861) ( 382 093 043)
Fluxos das atividades de financiamento (3) ( 235 524 861) ( 182 093 043)
Efeito cambial (4) - ( 350)
Variação de caixa e equivalentes (5) = (1) + (2) + (3) + (4) ( 139 745 292) ( 14 881 110)
Caixa e equivalentes no início do semestre 13 231 915 917 244 317 411
Caixa e equivalentes no fim do semestre 13 92 170 625 229 436 301
O CONTABILISTA CERTIFICADO Nº 62018 O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
O anexo faz parte integrante da demonstração dos fluxos de caixa do semestre findo em 30 de junho de 2020.
V - ANEXOS ÀS
DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 26
Anexos às Demonstrações Financeiras
em 30 de junho de 2020 (montantes expressos em Euros)
1. NOTA INTRODUTÓRIA
A Brisa – Concessão Rodoviária, S.A. (“Empresa” ou “BCR”), anteriormente denominada por MCall – Serviços de Telecomunicações, S.A., foi constituída em 2001 e desde 30 de abril de 2010, em resultado da cisão da unidade de desenvolvimento da atividade de prestação de serviços de call center para uma nova sociedade e consequente alteração do contrato da sociedade, tem como atividade principal a construção, conservação e exploração de autoestradas e respetivas áreas de serviço, em regime de concessão, bem como o estudo e realização de infraestruturas de equipamento social.
A cisão mencionada foi realizada em abril de 2010, com efeitos contabilísticos reportados a 1 de janeiro de 2010, mediante o destaque de parte do respetivo património associado à unidade de prestação de serviços de “call center”.
Em 22 de dezembro de 2010, a Empresa, que integra o perímetro de consolidação do Grupo Brisa, recebeu por transmissão da Brisa – Auto-Estradas de Portugal, S.A. (“BAE”), a sua posição no contrato de concessão aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros nº 198-B/2008, de 31 de dezembro (a “Concessão Brisa”). Esta operação foi acompanhada pela entrega pela BAE de um conjunto de ativos e passivos afetos à Concessão Brisa, consubstanciando no seu conjunto uma entrada em espécie para realização de ações no âmbito de um aumento de capital ocorrido em 22 de dezembro de 2010.
Através do Decreto-Lei nº 467/72, de 22 de novembro, foram definidas as bases da Concessão Brisa, nomeadamente, a construção, conservação e exploração de autoestradas. Desde então as bases de concessão têm sido objeto de revisão periódica, com introdução de alterações que se projetam no clausulado do contrato de concessão.
O Decreto-Lei nº 294/97 de 24 de outubro, o Decreto-Lei nº 287/99, de 28 de julho, o Decreto-Lei nº 314 A/2002, de 26 de dezembro, e o Decreto-Lei nº247-C/2008, de 30 de dezembro, aprovaram as bases de concessão atualmente em vigor, das quais, pela sua importância e impacto na situação económica e financeira da Empresa, são de destacar:
• A fixação da extensão da rede concessionada. Atualmente, a rede de autoestradas concessionada e aberta ao tráfego é de 1 100 quilómetros, dos quais 86 quilómetros não se encontram sujeitos a portagens. A rede concessionada ficará completa com a construção do acesso ao novo aeroporto de Lisboa cuja extensão definitiva depende da sua localização.
• O termo do prazo de concessão foi fixado em 31 de dezembro de 2035 e os ativos fixos tangíveis e intangíveis diretamente relacionados com a concessão, que se encontram reconhecidos nas demonstrações financeiras, reverterão para o Estado no final do mesmo.
• O capital social mínimo da Empresa é de 75 milhões de Euros.
• Nos últimos cinco anos da concessão poderá o Estado, mediante o pagamento de uma indemnização à Concessionária, proceder ao seu resgate.
A fiscalização da concessão é da competência do Ministério das Finanças, para as questões financeiras, e do Ministério da tutela do setor rodoviário para as demais.
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 27
2. PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS
Bases de apresentação
As demonstrações financeiras foram preparadas de acordo com as disposições da IAS 34 – Relato Financeiro Intercalar, pelo que devem ser lidas em conjunto com as demonstrações financeiras do exercício findo em 31 de dezembro de 2019.
Políticas contabilísticas
As políticas adotadas são consistentes com as seguidas na preparação das demonstrações financeiras do exercício findo em 31 de dezembro de 2019 e referidas no respetivo anexo.
Durante o semestre findo em 30 de junho de 2020, entraram em vigor interpretações, emendas e revisões das normas, adotadas (“endorsed”) pela União Europeia, que não tiveram impacto relevante nas demonstrações financeiras da Empresa.
3. PROVEITOS OPERACIONAIS
Nos semestres findos em 30 de junho de 2020 e 2019, os proveitos operacionais tinham a seguinte composição:
(a) No âmbito do contrato de concessão da BCR, enquadrável na IFRIC 12, a atividade de construção é subcontratada externamente a entidades especializadas. Por conseguinte, a BCR não tem qualquer margem na construção dos ativos afetos à concessão, pelo que o rédito e os encargos associados a serviço de construção destes ativos apresentam igual montante.
30.06.2020 30.06.2019
Prestações de serviços:
Portagens 200 835 073 285 775 413
Áreas de serviço 9 389 170 10 576 549
210 224 243 296 351 962
Outros proveitos e ganhos operacionais:
Compensação por perdas de exploração (Nota 19) 786 112 786 112
Recuperação de receita 631 217 701 132
Aluguer de condutas 570 967 587 705
Multas de portagens 438 100 597 757
Ganhos em ativos fixos tangíveis e intangíveis 284 156 50 227
Outros 7 891 73
2 718 443 2 723 006
Reversão de amortizações, depreciações, ajustamentos
e provisões:
Reversões de Ajustamentos (Nota 17) 59 738 43 840
Reversões de provisões (Nota 18) 2 565 736 1 098 559
2 625 474 1 142 399
Rédito associado a serviço de construção (a) 9 983 902 8 230 133
225 552 062 308 447 500
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 28
Nos semestres findos em 30 de junho de 2020 e 2019, os proveitos operacionais incluíam transações realizadas com empresas do grupo e outras entidades relacionadas nos montantes de 10 327 035 Euros e 11 842 974 Euros, respetivamente (Nota 23).
Durante o semestre findo em 30 de junho de 2020 assistiu-se a um forte decréscimo da atividade da empresa, com especial enfoque nos meses de abril e maio, decorrente do impacto da pandemia Covid19 na normal circulação de pessoas devido às restrições impostas durante este período. Foram decretados períodos de confinamento obrigatório e imposição de outras medidas como a adoção do regime de teletrabalho que afetaram significativamente o normal desempenho da Empresa.
É estimativa da Empresa que estes impactos continuem a ocorrer durante o segundo semestre do ano, com os níveis de tráfego a ficarem aquém dos valores registados no período homólogo.
4. FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS
Os fornecimentos e serviços externos dos semestres findos em 30 de junho de 2020 e 2019 tinham a seguinte composição:
Nos semestres findos em 30 de junho de 2020 e 2019, os fornecimentos com serviços externos com empresas do grupo e outras entidades relacionadas foram de 62 201 435 Euros e 63 183 165 Euros, respetivamente (Nota 23).
30.06.2020 30.06.2019
Operação e manutenção 46 452 212 46 263 969
Apoio logístico e administrativo 10 842 248 10 675 264
Serviços de cobrança eletrónica 3 278 747 4 356 491
Conservação e reparação:
Lanços de auto-estrada 1 523 489 1 571 936
Outros 58 714 142 950
Seguros 775 191 755 299
Assistência técnica e administrativa 375 245 491 453
Publicidade e propaganda 267 096 215 581
Apoio jurídico e fiscal 126 945 133 907
Comunicações 106 869 127 013
Combustíveis 99 251 135 220
Estudos e pareceres 94 926 98 000
Contencioso e notariado 43 515 58 576
Outros 106 970 172 709
64 151 418 65 198 368
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 29
5. RESULTADOS FINANCEIROS
Os resultados financeiros dos semestres findos em 30 de junho de 2020 e 2019 tinham a seguinte composição:
(a) Esta rubrica inclui essencialmente custos com serviços bancários e encargos de montagem de financiamentos, os quais fazem parte integrante do custo efetivo dos financiamentos.
6. IMPOSTOS SOBRE O RENDIMENTO
A Empresa encontra-se sujeita a Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (“IRC”), à taxa normal de 21%, que pode ser incrementada pela derrama até à taxa máxima de 1,5% do lucro tributável.
Adicionalmente, a taxa nominal de imposto poderá variar entre 21% e 31,5%, dependendo do valor de lucro tributável (“LT”) apurado, sobre o qual incidirá derrama estadual às seguintes taxas:
- Derrama estadual: 3% sobre o LT se 1,5M€ < LT <= 7,5M€;
5% sobre o LT se 7,5M€ < LT <= 35M€; e
9% sobre o LT > 35M€
De acordo com a legislação em vigor, as declarações fiscais estão sujeitas a revisão e correção por parte das autoridades fiscais durante um período de quatro anos (cinco anos para a Segurança Social), exceto quando tenha havido prejuízos fiscais, tenham sido concedidos benefícios fiscais, ou estejam em curso inspeções, reclamações ou impugnações casos estes em que, dependendo das circunstâncias, os prazos são alargados ou suspensos. Assim, as declarações fiscais da Empresa dos anos de 2016 a 2019 ainda poderão estar sujeitas a revisão.
Em 30 de junho de 2020 mantêm-se os processos a decorrer junto da Inspeção Tributária relativos aos exercícios de 2011 e de 2012 (Nota 22), nos quais, à semelhança do expresso nos Relatórios de Inspeção Tributária relativos aos exercícios de 2007 a 2010 da BAE, a Autoridade Tributária (“AT”) conclui quanto ao inadequado enquadramento legal e fiscal da operação de titularização de créditos futuros no montante de 400 000 000 Euros, realizada em 19 de dezembro de 2007 e transferida para a BCR, incorporada nos ativos e passivos afetos à Concessão Brisa (Nota 1), considerando não ser a mesma enquadrável no regime jurídico da titularização de créditos, estabelecido no Decreto-Lei nº 453/99, de 5 de novembro, alterado pelo Decreto-Lei nº 82/02 de 5 de abril, e como tal não aplicável o regime fiscal previsto no Decreto-Lei nº 219/2001, de 4 de agosto, ambos alterados pelo Decreto-Lei 303/2003 de 5 de dezembro.
30.06.2020 30.06.2019
Custos e perdas:
Juros suportados 20 420 501 22 196 947
Atualização financeira de provisões para
reposição de infraestruturas (Nota 18) 3 722 215 3 580 216
Outros (a) 4 632 858 4 777 969
Resultados financeiros 28 775 574 30 555 132
Resultados financeiros ( 28 775 574) ( 30 555 132)
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 30
Em face do exposto, a AT considera que:
• Os proveitos correspondentes às prestações de serviços das quais derivam os créditos futuros cedidos são imputáveis, fiscal e contabilisticamente, aos períodos de tributação em que foram gerados;
• No apuramento do lucro tributável da Empresa dos exercícios de 2012 e 2011 (já inspecionados) foi incorretamente deduzido o montante de 80 000 000 Euros em cada exercício.
É entendimento do Conselho de Administração, suportado no parecer dos seus consultores e peritos jurídicos, contabilistas e fiscais, que o tratamento considerado para a referida operação se encontra adequadamente enquadrado do ponto de vista legal e, consequentemente, contabilístico e fiscal. Sendo assim, o Conselho de Administração considera que as correções propostas e constantes do Relatório de Inspeção Tributária referentes aos períodos de tributação de 2012 e 2011 não têm qualquer provimento, pelo que a BCR, por intermédio da BAE como sociedade dominante do RETGS no exercício a que respeita a ação, utilizará todos os instrumentos de defesa que tem à sua disposição, como contribuinte, para fazer valer categoricamente o tratamento dado a esta operação sob todas as suas perspetivas. Face ao exposto, em 30 de junho de 2020 não se encontra constituída qualquer provisão para o efeito.
O Conselho de Administração entende que eventuais correções resultantes de revisões ou inspeções fiscais às restantes declarações de impostos sujeitas a revisão não terão um efeito significativo nas demonstrações financeiras em 30 de junho de 2020.
O imposto sobre o rendimento reconhecido nos semestres findos em 30 de junho de 2020 e 2019 foi como segue:
A reconciliação do resultado antes de impostos com o imposto do semestre em 30 de junho de 2020 e 2019 era como segue:
30.06.2020 30.06.2019
Imposto corrente 19 471 308 38 546 143
Impostos diferidos (Nota 12) ( 4 001 047) ( 1 174 694)
15 470 261 37 371 449
30.06.2020 30.06.2019
Resultado antes de impostos 49 952 223 120 617 614
Imposto esperado (taxa de 22,5%) 11 239 250 27 138 963
Provisões 3 411 223 871 804
Perdas por imparidade ( 13 441) 116 692
Instrumentos financeiros derivados - ( 34 624)
Outros 64 172
Tributação autónoma 3 020 13 434
Derrama estadual 5 589 005 10 439 702
Imposto sobre resultados de exercícios anteriores ( 757 813) -
(Constituição)/reversão de impostos diferidos (Nota 12) ( 4 001 047) ( 1 174 694)
Impostos sobre o rendimento 15 470 261 37 371 449
Taxa efetiva de imposto 30,97% 31,98%
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 31
Em 30 de junho de 2020 e 31 de dezembro de 2019, os passivos por imposto corrente eram como segue:
7. RESULTADO POR AÇÃO
O resultado por ação básico e diluído dos semestres findos em 30 de junho de 2020 e 2019 foi calculado tendo em consideração os seguintes montantes:
Em 30 de junho de 2020 e 2019 não existiram efeitos diluidores, pelo que os resultados por ação básico e diluído são idênticos.
8. DIVIDENDOS
Nas Assembleias Gerais de Acionistas realizadas em 23 de março de 2020 e 22 de março de 2019 foi deliberado o pagamento de dividendos nos montantes de 135 362 456 Euros e 111 062 645 Euros, respetivamente, referente ao resultado líquido dos exercícios findos em 31 de dezembro de 2019 e 2018.
Na Assembleia Geral de Acionistas realizada em 23 de março de 2020 foi deliberada a distribuição de reservas livres no montante de 137 544 Euros.
Na Assembleia Geral de Acionistas realizada em 22 de março de 2019 foi deliberada a distribuição de resultados transitados e reservas livres nos montantes de 10 476 975 Euros e 260 380 Euros, respetivamente.
Na Assembleia Geral de Acionistas realizada em 14 de outubro de 2019 foi deliberada a distribuição de reservas livres no montante de 352 310 Euros.
Na reunião de Conselho de Administração realizada em 8 de outubro de 2019 foi deliberada a distribuição de dividendos antecipados ao acionista único no montante de 69 147 690 Euros, sobre o resultado líquido do exercício findo em 31 de dezembro de 2019, o qual foi pago em 18 de outubro de 2019.
30.06.2020 31.12.2019
IRC:
Estimativa de imposto 20 229 121 95 779 800
Pagamento por conta - ( 74 941 980)
Retenções na fonte ( 38 402) ( 238 438)
20 190 719 20 599 382
30.06.2020 30.06.2019
Resultado por ação básico e diluído
Resultado para efeito de cálculo do resultado líquido por
ação básico e diluído (resultado líquido do semestre) 34 481 962 83 246 164
Número médio ponderado de ações para efeito de
cálculo do resultado líquido por ação básico e diluído 15 000 000 15 000 000
Resultado líquido por ação básico e diluído 2,30 5,55
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 32
9. ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS
Durante os semestres findos em 30 de junho de 2020 e 2019, o movimento ocorrido no valor dos ativos fixos tangíveis, bem como nas respetivas depreciações e perdas por imparidade acumuladas, foi o seguinte:
30.06.2020
Edifícios e Ativos fixos
outras Equipamento Equipamento Equipamento Ferramentas tangíveis
construções básico de transporte administrativo e utensílios em curso Total
Ativo bruto:
Saldo inicial 31 490 134 412 278 1 572 742 300 575 129 5 026 909 141 344 123
Adições - 256 407 52 324 - - 173 777 482 508
Alienações - ( 175 286) ( 194 330) - - - ( 369 616)
Abates - ( 490 510) - - - - ( 490 510)
Transferências - 707 766 - - - ( 707 766) -
Saldo final 31 490 134 710 655 1 430 736 300 575 129 4 492 920 140 966 505
Depreciações e perdas por
imparidade acumuladas:
Saldo inicial 31 490 126 985 631 1 008 399 293 407 129 - 128 319 056
Reforços - 1 299 975 129 160 2 093 - - 1 431 228
Reduções - ( 175 287) ( 171 140) - - - ( 346 427)
Abates - ( 483 653) - - - - ( 483 653)
Saldo final 31 490 127 626 666 966 419 295 500 129 - 128 920 204
Valor líquido - 7 083 989 464 317 5 075 - 4 492 920 12 046 301
30.06.2019
Edifícios e Ativos fixos Adiantamentos por
outras Equipamento Equipamento Equipamento Ferramentas tangíveis conta de ativos
construções básico de transporte administrativo e utensílios em curso fixos tangíveis Total
Ativo bruto:
Saldo inicial 31 490 132 195 609 1 384 796 296 791 129 5 259 376 221 097 139 389 288
Adições - 125 457 19 651 4 710 - 378 292 - 528 110
Alienações - - ( 73 550) ( 1 220) - - - ( 74 770)
Abates - ( 17 192) - - - - - ( 17 192)
Regularizações - - - - - - ( 221 097) ( 221 097)
Transferências - 6 590 - - - ( 6 590) - -
Saldo final 31 490 132 310 464 1 330 897 300 281 129 5 631 078 - 139 604 339
Depreciações e perdas por
imparidade acumuladas:
Saldo inicial 31 490 126 302 434 864 735 290 540 129 - - 127 489 328
Reforços - 1 039 507 132 326 2 809 - - - 1 174 642
Reduções - - ( 67 659) ( 1 220) - - - ( 68 879)
Abates - ( 17 192) - - - - - ( 17 192)
Saldo final 31 490 127 324 749 929 402 292 129 129 - - 128 577 899
Valor líquido - 4 985 715 401 495 8 152 - 5 631 078 - 11 026 440
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 33
10. ATIVOS SOB DIREITO DE USO
Durante os semestres findos em 30 de junho de 2020 e 2019, o movimento ocorrido no valor dos ativos sob direito de uso, bem como nas respetivas depreciações e perdas por imparidade acumuladas, foi o seguinte:
30.06.2020 30.06.2019
Equipamento Equipamento
de transporte de transporte
Ativo bruto:
Saldo inicial 96 822 -
1ª Adoção IFRS 16 - 65 559
Saldo final 96 822 65 559
Depreciações e perdas por
imparidade acumuladas:
Saldo inicial 21 115 -
Reforços 13 945 10 036
Saldo final 35 060 10 036
Valor líquido 61 762 55 523
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 34
11. ATIVOS INTANGÍVEIS
Durante os semestres findos em 30 de junho de 2020 e 2019, o movimento ocorrido nos ativos intangíveis, bem como nas respetivas amortizações e perdas por imparidade acumuladas, foi o seguinte:
Em 30 de junho de 2020, o valor bruto dos ativos intangíveis inclui, essencialmente:
(i) Direito de exploração da Concessão Brisa, obtido como contrapartida dos serviços de construção de autoestradas e infraestruturas associadas a essa concessão, o qual ascende a 4 247 860 802 Euros, dos quais 245 842 604 Euros são relativos à capitalização de encargos financeiros;
(ii) Pagamento ao Estado (entidade concedente) como contrapartida do direito de cobrar portagens na CREL a partir de 1 de janeiro de 2003, nos termos do Decreto-Lei nº 314 A/2002, de 26 de dezembro – 236 318 343 Euros;
(iii) Valor decorrente do Acordo Global celebrado com o Estado e a Estradas de Portugal, S.A. e correspondentes alterações das Bases da Concessão (Decreto-Lei nº 247-C/2008, de 30 de dezembro) – 158 100 000 Euros (Nota 19);
(iv) Encargos assumidos na renegociação do contrato de concessão ocorrido no exercício de 1991, de que resultou o alargamento do período de concessão inicialmente estabelecido – 101 749 989 Euros.
As estimativas de tráfego da empresa foram revistas de forma a contemplar os efeitos decorrentes da pandemia COVID19. A redução de tráfego estimada com maior incidência no exercício de 2020, resultou numa diminuição nas amortizações de aproximadamente 11 700 000 Euros em 30 de junho de 2020.
Licenças Ativos intangíveis
Direitos e software em curso Total
Ativo bruto:
Saldo inicial 4 699 310 733 467 779 35 269 378 4 735 047 890
Adições 5 021 406 46 725 4 809 164 9 877 295
Abates ( 121 767) - - ( 121 767)
Custos financeiros capitalizados - - 717 843 717 843
Saldo final 4 704 210 372 514 504 40 796 385 4 745 521 261
Amortizações e perdas por
imparidade acumuladas:
Saldo inicial 2 569 046 468 378 256 - 2 569 424 724
Reforços 45 877 332 23 147 - 45 900 479
Saldo final 2 614 923 800 401 403 - 2 615 325 203
Valor líquido 2 089 286 572 113 101 40 796 385 2 130 196 058
30.06.2020
Licenças Ativos intangíveis
Direitos e software em curso Total
Ativo bruto:
Saldo inicial 4 685 440 254 392 911 29 487 085 4 715 320 250
Adições 6 233 073 - 1 997 061 8 230 134
Custos financeiros capitalizados - - 347 759 347 759
Saldo final 4 691 673 327 392 911 31 831 905 4 723 898 143
Amortizações e perdas por
imparidade acumuladas:
Saldo inicial 2 458 345 938 354 884 - 2 458 700 822
Reforços 55 232 782 7 872 - 55 240 654
Saldo final 2 513 578 720 362 756 - 2 513 941 476
Valor líquido 2 178 094 607 30 155 31 831 905 2 209 956 667
30.06.2019
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 35
12. IMPOSTOS DIFERIDOS
O detalhe dos ativos por impostos diferidos em 30 de junho de 2020 e 31 de dezembro de 2019 de acordo com as diferenças temporárias que os originam, era o seguinte:
O movimento ocorrido nos ativos por impostos diferidos nos semestres findos em 30 de junho de 2020 e 2019 foi como segue:
30.06.2020 31.12.2019
Provisões para reposição de infraestruturas 78 446 092 74 430 557
Instrumentos financeiros derivados 227 801 312 410
Provisões não consideradas fiscalmente 237 710 237 710
78 911 603 74 980 677
30.06.2020 30.06.2019
Saldo inicial 74 980 677 71 145 181
Efeito em resultados:
Movimento das provisões para reposição de infraestruturas 4 015 535 1 220 525
(Valorização) / desvalorização de instrumentos financeiros ( 14 488) ( 45 831)
Sub-total (Nota 6) 4 001 047 1 174 694
Efeito em capital próprio:
(Valorização) / desvalorização de instrumentos financeiros ( 70 121) ( 91 274)
Saldo final 78 911 603 72 228 601
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 36
13. CAIXA E EQUIVALENTES
Em 30 de junho de 2020 e 31 de dezembro de 2019, o detalhe de caixa e equivalentes era o seguinte:
No âmbito das obrigações contratuais assumidas pela BCR, o saldo de depósitos bancários em 30 de junho de 2020 e 31 de dezembro de 2019 incluía as seguintes contas de reserva:
Estando a Empresa limitada quanto às atividades que pode desenvolver, decorrente do seu contrato de sociedade e do contrato de concessão, as quais incluem a contratação de financiamento e a realização de investimentos e tendo em consideração que as referidas contas de reserva podem ser sempre movimentadas para aqueles fins, a Empresa considera a totalidade dos respetivos saldos como caixa e equivalentes.
14. COMPOSIÇÃO DO CAPITAL
O capital em 30 de junho de 2020 encontrava-se totalmente subscrito e realizado e estava representado por 15 000 000 ações com o valor nominal de cinco Euros cada.
A Brisa – Concessão Rodoviária, SGPS, S.A. (“BCR SGPS”) é detentora de 15 000 000 ações, representativas de 100% do capital social.
15. RESERVA LEGAL E OUTRAS RESERVAS
Reserva legal
A legislação comercial estabelece que pelo menos 5% do resultado líquido anual tem que ser destinado ao reforço da reserva legal, até que esta represente pelo menos 20% do capital social. Esta reserva não é distribuível a não ser em caso de liquidação da Empresa, mas pode ser utilizada para absorver prejuízos depois de esgotadas as outras reservas, ou incorporada no capital.
Em 30 de junho de 2020 e 31 de dezembro de 2019, a reserva legal constituída ascendia a 15 000 000 Euros, em ambos os casos.
30.06.2020 31.12.2019
Caixa 979 -
Depósitos bancários 92 171 066 231 915 917
Caixa e equivalentes 92 172 045 231 915 917
Descobertos bancários (Nota 16) ( 710) -
92 171 335 231 915 917
30.06.2020 31.12.2019
Conta de reserva de serviço da dívida 82 000 000 82 000 000
Conta de reserva destinada a investimento 7 399 152 481 616
89 399 152 82 481 616
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 37
Outras reservas
Em 30 de junho de 2020 e 31 de dezembro de 2019, esta rubrica tinha a seguinte composição:
(a) Esta rubrica inclui variações de justo valor de instrumentos financeiros de cobertura, líquidos do efeito fiscal (Nota 12).
16. EMPRÉSTIMOS
Em 30 de junho de 2020 e 31 de dezembro de 2019, os empréstimos obtidos eram como segue:
EMPRÉSTIMOS OBRIGACIONISTAS
Em 30 de junho de 2020 e 31 de dezembro de 2019, os empréstimos por obrigações (não convertíveis) podem ser detalhados da seguinte forma:
30.06.2020 31.12.2019
Reservas livres 746 482 884 026
Instrumentos financeiros derivados de cobertura (a) ( 153 715) ( 306 201)
592 767 577 825
Corrente Não corrente Corrente Não corrente
Empréstimos obrigacionistas 307 090 741 1 091 209 522 21 045 112 1 391 355 162
Empréstimos bancários 36 586 250 358 764 569 36 438 037 377 061 232
Papel comercial 82 745 123 - 125 001 693 -
Descobertos bancários (Nota 13) 710 - - -
426 422 824 1 449 974 091 182 484 842 1 768 416 394
31.12.201930.06.2020
Valor nominal Taxa de juro
Emissão da emissão Corrente Não corrente Corrente Não corrente Vencimento nominal
2012 100 000 000 2 436 389 94 844 092 4 061 670 94 659 375 jan/32 Variável
2014 300 000 000 302 612 667 - 8 350 503 299 905 489 abr/21 3,875%
2015 300 000 000 - 278 629 014 - 279 461 314 abr/25 1,875%
2016 120 000 000 - 119 901 173 1 447 119 809 540 jan/22 Variável
2016 300 000 000 1 248 106 299 268 668 4 263 473 299 063 086 mar/23 2,000%
2017 300 000 000 793 579 298 566 575 4 368 019 298 456 358 mai/27 2,375%
307 090 741 1 091 209 522 21 045 112 1 391 355 162
30.06.2020 31.12.2019
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 38
Emissão de 2012-2032
A emissão obrigacionista de 100 000 000 Euros foi realizada pela BCR em 12 de julho de 2012. Este empréstimo por obrigações, com uma maturidade de 19,5 anos, tem uma taxa de juro fixa de 6% nos primeiros cinco anos e remuneração indexada ao índice de preços do consumidor, exceto habitação, do sexto ano até à maturidade. O reembolso do capital será realizado numa única prestação na maturidade em 12 de janeiro de 2032.
Emissão de 2014-2021
A emissão obrigacionista de 300 000 000 Euros foi realizada pela BCR em 1 de abril de 2014. Este empréstimo por obrigações, com uma maturidade de 7 anos, tem uma taxa de juro fixa de 3,875%. O reembolso do capital será realizado numa única prestação na maturidade em 1 de abril de 2021.
Emissão de 2015-2025
A emissão obrigacionista de 300 000 000 Euros foi realizada pela BCR em 30 de abril de 2015. Este empréstimo por obrigações, com uma maturidade de 10 anos, tem uma taxa de juro fixa de 1,875%. O reembolso do capital será realizado numa única prestação na maturidade em 30 de abril de 2025.
Emissão de 2016-2022
A emissão obrigacionista de 120 000 000 Euros foi realizada pela BCR em 7 de junho de 2016. Este empréstimo por obrigações tem uma taxa de juro variável indexada à taxa Euribor a 6 meses. O reembolso do capital será realizado numa única prestação na maturidade em 7 de janeiro de 2022.
Emissão de 2016-2023
A emissão obrigacionista de 300 000 000 Euros foi realizada pela BCR em 22 de março de 2016. Este empréstimo por obrigações, com uma maturidade de 7 anos, tem uma taxa de juro fixa de 2%. O reembolso do capital será realizado numa única prestação na maturidade em 22 de março de 2023.
Emissão de 2017-2027
A emissão obrigacionista de 300 000 000 Euros foi realizada pela BCR em 10 de maio de 2017. Este empréstimo por obrigações, com uma maturidade de 10 anos, tem uma taxa de juro fixa de 2,375%. O reembolso do capital será realizado numa única prestação na maturidade em 10 de maio de 2027.
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 39
Em 30 de junho de 2020 e 31 de dezembro de 2019, as emissões obrigacionistas para as quais foi possível obter uma valorização de mercado eram as seguintes:
Todas as emissões obrigacionistas enquadram-se num Euro Medium Term Note Programme, o qual poderá ascender até ao montante máximo de 3 000 000 000 Euros.
EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS
Em 30 de junho de 2020 e 31 de dezembro de 2019, os empréstimos bancários obtidos tinham o seguinte detalhe:
No âmbito do processo de reorganização do Grupo Brisa, foi negociada com o Banco Europeu de Investimento (“BEI”) a transferência para a BCR dos diversos financiamentos originalmente contratados entre a BAE e o BEI. O montante de dívida transferido no dia 22 de dezembro de 2010 ascendia a 779 708 171 Euros. Foi acordado com o BEI proceder, no momento da transferência, à consolidação dos 16 contratos de financiamento existentes num único contrato de financiamento, sujeito a regime de taxa de juro variável com indexação à Euribor a 6 meses e com um incremento substancial da maturidade média (o novo financiamento da BCR é reembolsado em prestações semestrais constantes no período de junho de 2011 a dezembro de 2030).
Adicionalmente, a Empresa tem contratados instrumentos financeiros derivados afetos a este financiamento, designados como de cobertura (Nota 21).
Emissão Bolsa
Valor nominal da
emissão Valor contabilístico
Valor de mercado
(a) Valor contabilístico
Valor de mercado
(a) Vencimento
Taxa de juro
nominal
2014 LuxSE 300 000 000 302 612 667 309 557 628 308 255 992 314 535 000 abr/21 3,875%
2015 LuxSE 300 000 000 278 629 014 285 837 147 279 461 314 317 874 000 abr/25 1,875%
2016 LuxSE 300 000 000 300 516 774 308 080 781 303 326 559 316 314 000 mar/23 2,000%
2017 LuxSE 300 000 000 299 360 154 314 432 938 302 824 377 329 277 000 mai/27 2,375%
1 181 118 609 1 217 908 493 1 193 868 242 1 278 000 000
2012 Lux SE 100 000 000 97 280 481 (b) 98 721 045 (b) jan/32 Variável
2016 Euronext 120 000 000 119 901 173 (b) 119 810 987 (b) jan/22 Variável
217 181 654 218 532 032
(a) Fonte: Bloomberg (b) Informação de mercado não disponível
30.06.2020 31.12.2019
Montante Montante
nominal Não nominal Não Taxa de
contratado Corrente Corrente contratado Corrente Corrente Maturidade Periodicidade juro
409 346 790 36 586 250 358 764 569 428 839 494 36 438 037 377 061 232 dez/30 Semestral Variável
30.06.2020
Montante por liquidar
Amortizações
31.12.2019
Montante por liquidar
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 40
Em 30 de junho de 2020 e 31 de dezembro de 2019, os empréstimos bancários tinham o seguinte plano de reembolso definido:
PAPEL COMERCIAL E LINHAS DE CURTO PRAZO
Em 30 de junho de 2020 e 31 de dezembro de 2019, os restantes empréstimos obtidos tinham o seguinte detalhe:
Em 30 de junho de 2020 e 31 de dezembro de 2019, a BCR mantinha contratado com o sistema bancário, entre linhas de crédito de curto prazo e programas para emissão de papel comercial, um montante total máximo de 400 000 000 Euros e 400 000 000 Euros, respetivamente, encontrando-se colocados 84 000 000 Euros a 30 de junho de 2020 e 125 000 000 Euros a 31 de dezembro de 2019.
17. PERDAS POR IMPARIDADE ACUMULADAS
Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade acumuladas durante os semestres findos em 30 de junho de 2020 e 2019 foram como segue:
30.06.2020 31.12.2019
Até 1 ano 36 586 250 36 438 037
Entre 1 e 2 anos 36 747 694 36 632 285
Entre 2 e 3 anos 36 981 970 36 865 536
Entre 3 e 4 anos 37 212 962 37 100 858
Entre 4 e 5 anos 37 456 017 37 332 517
Mais de 5 anos 210 365 926 229 130 036
395 350 819 413 499 269
30.06.2020 31.12.2019
Papel comercial e linhas de curto prazo 82 745 123 125 001 693
Linhas de descoberto bancário (Nota 13) 710 -
82 745 833 125 001 693
Saldo Redução Saldo
inicial Reforço Utilização (Nota 3) final
Perdas por imparidade:
Contas a receber 22 973 923 613 506 ( 34 907) ( 59 738) 23 492 784
Saldo Redução Saldo
inicial Reforço Utilização (Nota 3) final
Perdas por imparidade:
Contas a receber 22 093 117 562 471 27 372 ( 43 840) 22 639 120
30.06.2020
30.06.2019
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 41
18. PROVISÕES
O movimento ocorrido nas provisões durante os semestres findos em 30 de junho de 2020 e 2019 foi o seguinte:
A provisão para processos judiciais em curso destina-se a fazer face a responsabilidades estimadas pelo Conselho de Administração, com base em informações dos advogados, decorrentes de processos intentados contra a Empresa por acidentes de viação, prejuízos causados pela construção de autoestradas e de processos laborais. O valor total das indemnizações reclamadas, em 30 de junho de 2019 e 31 de dezembro de 2019, ascendia a 8 689 664 Euros e 9 138 959 Euros, respetivamente. A provisão constituída corresponde à melhor estimativa do Conselho de Administração quanto ao montante a que poderão ascender essas responsabilidades.
A provisão para reposição de infraestruturas destina-se a fazer face a responsabilidades de reposição da camada de desgaste dos pavimentos flexíveis, taludes, obras de arte e sinalização e é constituída, a valor presente, ao longo do período que decorre até à data prevista de ocorrência. No apuramento do valor das intervenções a Empresa tem em consideração as estimativas de evolução de tráfego, assim como a evolução dos preços de construção e as condições físicas envolventes às infraestruturas. A provisão é sujeita a atualização financeira em cada data de relato, por contrapartida de custo financeiro, utilizando-se a taxa média de custo de financiamento da Empresa. As reversões ocorridas resultam, essencialmente, da reavaliação das estimativas relativas aos gastos a incorrer com intervenções na infraestrutura e de alterações no planeamento dessas intervenções.
Atualização
Saldo Reversão financeira Saldo
inicial Reforço Utilização (Nota 3) (Nota 5) Transferências final
Provisões:
Não corrente:
Processos judiciais em curso 1 250 746 - - ( 152 476) - - 1 098 270
Reposição de infraestruturas 222 278 041 16 278 853 ( 2 254 408) ( 106 060) 2 922 302 ( 1 891 499) 237 227 229
Outros riscos e encargos 268 532 - - - - - 268 532
223 797 319 16 278 853 ( 2 254 408) ( 258 536) 2 922 302 ( 1 891 499) 238 594 031
Corrente:
Reposição de infraestruturas 14 009 440 6 994 679 ( 9 580 348) ( 2 307 200) 799 913 1 891 499 11 807 983
237 806 759 23 273 532 ( 11 834 756) ( 2 565 736) 3 722 215 - 250 402 014
30.06.2020
Atualização
Saldo Reversão financeira Saldo
inicial Reforço Utilização (Nota 3) (Nota 5) Transferências final
Provisões:
Não corrente:
Processos judiciais em curso 1 276 999 - - ( 49 274) - - 1 227 725
Reposição de infraestruturas 204 260 065 12 195 102 ( 845 105) ( 1 049 285) 2 409 823 ( 3 966 119) 213 004 481
Outros riscos e encargos 250 014 - - - - - 250 014
205 787 078 12 195 102 ( 845 105) ( 1 098 559) 2 409 823 ( 3 966 119) 214 482 220
Corrente:
Reposição de infraestruturas 18 734 592 13 188 021 ( 23 194 265) - 1 170 393 3 966 119 13 864 860
224 521 670 25 383 123 ( 24 039 370) ( 1 098 559) 3 580 216 - 228 347 080
30.06.2019
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 42
19. OUTROS PASSIVOS NÃO CORRENTES
Em 30 de junho de 2020 e 31 de dezembro de 2019, esta rubrica tinha a seguinte composição:
(a) Esta rubrica compreende 73 669 709 Euros de compensações obtidas do Estado pela não cobrança de portagens em alguns sublanços das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, deduzido do montante de 47 727 998 Euros reconhecido em rendimentos pela BCR e pela BAE (até à transferência da Concessão Brisa para a BCR). Este montante encontra-se a ser reconhecido linearmente até ao final da Concessão. No semestre findo em 30 de junho de 2019, a BCR transferiu para rendimentos na rubrica “Outros proveitos e ganhos operacionais” o montante de 786 112 Euros (Notas 3 e 20).
(b) Esta rubrica correspondente ao diferencial entre os valores recebidos do Estado, no âmbito do Acordo Global estabelecido com a BCR (Nota 11) e os saldos pendentes de regularização e reconhecidos nas demonstrações financeiras à data do referido acordo. De acordo com os termos contratados, encontram-se ainda pendentes de validação pela IGF os referidos saldos, da qual resultará a regularização do valor indicado.
20. OUTROS PASSIVOS CORRENTES
Em 30 de junho de 2020 e 31 de dezembro de 2019, esta rubrica tinha a seguinte composição:
30.06.2020 31.12.2019
Compensação por perdas de exploração (a) 22 797 263 23 583 374
Comparticipações financeiras (b) 6 075 957 6 075 957
Justo valor de instrumentos derivados (Nota 21) 887 523 1 160 943
29 760 743 30 820 274
30.06.2020 31.12.2019
Estado e outros entes públicos:
Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares:
Retenções de impostos sobre o rendimento 48 498 15 774
Imposto sobre o Valor Acrescentado 13 279 947 17 072 344
Contribuições para a Segurança Social 53 531 29 279
13 381 976 17 117 397
Acréscimos de custos:
Empresas do grupo e partes relacionadas (Nota 23) 530 074 -
Remunerações a liquidar 468 497 621 153
Outros 332 798 205 971
1 331 369 827 124
Proveitos diferidos:
Receitas antecipadas de áreas de serviço 4 024 360 -
Compensação por perdas de exploração (Nota 19) 1 572 225 1 572 225
Outros 869 732 266 814
6 466 317 1 839 039
21 179 662 19 783 560
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 43
21. INSTRUMENTOS FINANCEIROS DERIVADOS
A Empresa tem contratados instrumentos financeiros derivados, os quais se destinam a minimizar os riscos de exposição a variações das taxas de juro.
A contratação deste tipo de instrumentos é efetuada tendo em conta os riscos que afetam os ativos e passivos e após a verificação de quais os instrumentos existentes no mercado que se revelam mais adequados à cobertura desses riscos.
Estas operações, cuja contratação é sujeita a aprovação prévia do Administrador com o pelouro Financeiro e/ou do Conselho de Administração, são permanentemente monitorizadas, nomeadamente através da análise de diversos indicadores relativos a estes instrumentos, em particular a evolução do seu valor de mercado e a sensibilidade dos cash-flows estimados e do próprio valor de mercado a alterações nas variáveis-chave que condicionam as estruturas, com o objetivo de avaliar os seus efeitos financeiros.
O registo dos instrumentos financeiros derivados é efetuado de acordo com as disposições da IFRS 9, sendo mensurados pelo seu justo valor, considerando, para tal, avaliações efetuadas por instituições financeiras baseadas em modelos matemáticos, como por exemplo option pricing models e discount cash flows models para instrumentos não cotados em bolsas de valores (instrumentos over-the-counter). Estes modelos baseiam-se, essencialmente, em informação de mercado.
Os instrumentos financeiros derivados utilizados pela Empresa consistem em swaps de taxa de juro.
Procede-se à classificação dos mesmos enquanto instrumentos de cobertura ou instrumentos detidos para negociação, em observância às disposições da IFRS 9 (Nota 2.10).
A contabilidade de cobertura é aplicável aos instrumentos financeiros derivados que são eficientes no que respeita ao efeito de anulação das variações de cash flows dos ativos/passivos subjacentes. A eficácia de tais operações é verificada numa base trimestral.
Instrumentos de cobertura de cash flows são instrumentos financeiros derivados que cobrem o risco de taxa de juro. A parcela efetiva das variações de justo valor das coberturas de cash flows é reconhecida em capital próprio na rubrica “Outras Reservas”, enquanto a parte não eficiente é imediatamente registada na demonstração dos resultados.
Coberturas de cash-flow
Em 30 de junho de 2020 e 31 de dezembro de 2019, a Empresa tinha contratado os seguintes instrumentos financeiros derivados de taxa de juro:
Nos exercícios findos em 30 de junho de 2020 e 31 de dezembro de 2019, a Empresa registou variações destes instrumentos financeiros derivados no seu capital próprio nos montantes de 222 607 Euros e 596 326 Euros, respetivamente.
Os referidos instrumentos financeiros derivados foram originalmente contratados pela BAE. No âmbito do processo de transmissão da concessão Brisa (Nota 1), a posição contratual naqueles instrumentos foi transferida para a Empresa em 22 de dezembro de 2010, como parte integrante dos ativos e passivos enquadráveis na entrada em espécie para a realização de capital aumentado naquela data (Nota 16).
Montante Justo valor Montante Justo valor
Tipo de operação Maturidade Contraparte subjacente (Nota 19) subjacente (Nota 19)
Swap tx. juro var./fixa 15/jun/23 Caixa-BI 12 500 000 ( 887 523) 14 583 333 ( 1 160 943)
30/06/2020 31/12/2019
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 44
22. PASSIVOS CONTINGENTES
Em 30 de junho de 2020 e 31 de dezembro de 2019, a Empresa tinha responsabilidades por garantias bancárias solicitadas a favor de terceiros como segue:
No âmbito da estrutura contratual de financiamento (ring-fencing) da Empresa foi constituído um conjunto de garantias a favor dos credores seniores da BCR, que incluem, entre outros, um penhor sobre as ações detidas pela BCR SGPS no capital social da BCR, bem como um penhor sobre os saldos das contas bancárias da BCR.
Adicionalmente, decorrente dos processos de execução fiscal instaurados sobre a BAE com referência aos exercícios findos em 31 de dezembro de 2012 e 2011 (Nota 6), a BCR apresentou fianças em 22 de setembro de 2016 e 29 de dezembro de 2015, respetivamente, a favor da AT, nos montantes de 30 947 514 Euros e 11 941 451 Euros, respetivamente, com vista a suspender os referidos processos.
Na sequência da Portaria n.º 314-B/2010 de 14 de junho, o SIEV, posteriormente substituído pelo IMT, imputou à Empresa “tarifas de acesso à atividade de outras entidades autorizadas”, “tarifas de transação eletrónica” e “tarifa anual de exercício de atividade de outras entidades”, no montante global aproximado de 6 561 172 Euros. A Empresa considerou estas taxas como ilegais e procedeu à respetiva impugnação / reclamação. É convicção do Conselho de Administração, suportado no parecer dos seus advogados, que a probabilidade de existir um exfluxo decorrente deste processo é remota e, como tal, não foi constituída qualquer provisão para o efeito.
30.06.2020 31.12.2019
Garantias prestadas:
Estado português (Base XX do Contrato de Concessão) 63 246 159 62 968 923
Outras garantias prestadas a terceiros 1 534 032 1 523 496
64 780 191 64 492 419
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 45
23. PARTES RELACIONADAS
Os saldos com empresas do grupo e partes relacionadas, em 30 de junho de 2020 e 31 de dezembro de 2019, apresentavam o seguinte detalhe:
Adicionalmente, as transações realizadas com empresas do grupo e partes relacionadas nos semestres findos em 30 de junho de 2020 e 2019, foram como segue:
Nos semestres findos em 30 de junho de 2020 e 2019, as remunerações dos membros dos órgãos sociais da Empresa foram como segue:
PARTES RELACIONADAS
30.06.2020 31.12.2019 30.06.2020 31.12.2019 30.06.2020 31.12.2019 30.06.2020 31.12.2019 30.06.2020 31.12.2019 30.06.2020 31.12.2019 30.06.2020
Empresa-mãe:
BAE - - 2 222 661 4 613 018 - - - 104 541 - - - - -
Partes relacionadas:
Brisa O&M, S.A. ("BOM") - 21 480 9 523 333 19 015 057 - - 603 2 936 - - - - -
BGI - Brisa Gestão de Infraestruturas, S.A. ("BGI") - 2 398 492 573 596 1 166 087 1 218 010 - - - - - - 339 000
AtoBe - Mobility Technology, S.A. ("AtoBe") - - 21 236 - 65 241 2 036 072 - - - - 633 637 - -
Via Verde - - 80 285 245 487 - - - - - - - 975 539 71 681
Auto-Estradas do Atlântico, S.A. ("AEA") - - - 43 645 - - - - - - - - -
Controlauto - Controlo Técnico
Automóvel, S.A. ("Controlauto") 8 456 12 641 315 - - - - - - - - - -
AEDL - Auto-Estradas do Douro Litoral, S.A.
("AEDL") 59 379 11 063 - - - - - - - - - - -
Via Verde Serviços, S.A. ("VVS") 1 149 50 699 - - - - - - - - - - 119 393
ASIRB - Serviços Rodoviários, S.A ("ASIRB") 331 504 - - - - - - - - - - -
AEBT - Auto-Estradas do Baixo Tejo, S.A.
("AEBT") - - - - - - - - 9 9 - - -
Sicit - Sociedade de Investimento e Consultoria
em Infra-estruturas de Transportes, S.A. ("Sicit") 47 - - - - - - - - - - - -
Brisal - Auto-Estradas do Litoral, S.A. ("Brisal")
Brisa - Áreas de Serviço, S.A. ("BAS") 2 003 335 1 401 430 - - - - - - - - 248 152 324 719 -
Grupo José de Mello - - 9 361 - - - - - - - - - -
2 072 697 1 497 819 12 255 683 24 490 803 1 231 328 3 254 082 603 107 477 9 9 881 789 1 300 258 530 074
Fornecedores
Fornecedores
Clientes de investimentos
Outros
credores
Outros devedores
devedores
Outros
Outros ativos correntes
correntes (Nota 20)
30.06.2020 30.06.2019 30.06.2020 30.06.2019 30.06.2020 30.06.2020 30.06.2019 30.06.2020 30.06.2019 30.06.2020 30.06.2019
Empresa-mãe:
BAE - 10 842 248 10 675 264 - - - - - - -
Partes relacionadas:
BOM - - 46 452 212 46 263 969 - - - - - - -
Via Verde - - 3 535 966 4 624 283 - - - - - - -
BGI - - 1 234 477 1 542 320 55 - - 1 232 880 3 108 885 1 604 553 92 773
BAS 10 186 701 11 726 064 - - - - - - - - -
AtoBe - - - 52 297 - - - - - 185 037 291 970
VVS 41 995 48 569 119 393 - - - - - - - -
Controlauto 45 646 62 413 205 - - 63 157 - - - -
Via Verde Carsharing, S.A. 2 096 - - - - - - - - - -
ASIRB 1 707 - - - - - - - - - -
Sicit 614 1 130 - - - - - - - - -
AEDL 48 276 - - - - - - - - - -
Grupo José de Mello - - 16 934 25 032 - - - - - - -
10 327 035 11 842 974 62 201 435 63 183 165 55 63 157 1 232 880 3 108 885 1 789 590 384 743
operacionais
Outros custosPrestações de Fornecimentos e Provisão para reposição Ativos fixos
serviços (Nota 3) serviços externos (Nota 4) de infraestruturas tangíveis e intangíveis
Outros proveitos
operacionais
30.06.2020 30.06.2019
Administradores não executivos:
Remuneração fixa 56 000 100 581
Conselho fiscal 48 000 57 763
104 000 158 344
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 46
Nos semestres findos em 30 de junho de 2020 e 2019, as remunerações das pessoas chave de gestão da Empresa podem ser apresentadas como segue:
24. APROVAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
As demonstrações financeiras do semestre findo em 30 de junho de 2020 foram aprovadas pelo Conselho de Administração em 25 de agosto de 2020.
S. Domingos de Rana, 25 de agosto de 2020
O Contabilista Certificado nº 62018
_______________________
João Miguel Rodrigues
30.06.2020 30.06.2019
Pessoas chave de gestão:
Remuneração fixa 161 015 206 162
Remuneração variável 186 355 138 230
347 370 344 392
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 47
O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Vasco Maria Guimarães José de Mello
João Pedro Stilwell Rocha e Melo
João Pedro Ribeiro de Azevedo Coutinho
António José Lopes Nunes de Sousa
Daniel Alexandre Miguel Amaral
Michael Gregory Allen
Manuel Rebelo Teixeira de Melo Ramos
António José Louçã Pargana
Fernando Aboudib Camargo
Miguel José Pereira Athayde Marques
Maria de Fátima Henriques da Silva Barros Bertoldi
José Maria Campos da Silva André
V - ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (montantes expresssos em euros)
RELATÓRIO & CONTAS – 1º SEMESTRE 2020 48