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ÍNDICE
LISTA DE ABREVIATURAS ........................................................................................ 3
LISTA DE ABREVIATURA ........................................................................................... 3
RESUMO .......................................................................................................................... 4
PALAVRAS-CHAVE ...................................................................................................... 4
ABSTRACT ..................................................................................................................... 5
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 6
MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. 9
Metodologia Estatística .............................................................................................. 10
RESULTADOS .............................................................................................................. 11
Caracterização da amostra .......................................................................................... 11
Bioimpedância elétrica ............................................................................................... 11
Questionários clínicos e processos dos doentes ......................................................... 13
Estado nutricional e incapacidade funcional .............................................................. 15
Estado nutricional e atividade da doença ................................................................... 16
Estado nutricional e parâmetros laboratoriais inflamatórios ...................................... 17
Estado nutricional e tempo de evolução ..................................................................... 18
Estado nutricional e Medicação .................................................................................. 18
DISCUSSÃO .................................................................................................................. 19
CONCLUSÃO ................................................................................................................ 23
Limitações .................................................................................................................. 23
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 25
ANEXO 1 – Questionário DAS28 .................................................................................. 28
ANEXO 2 – Questionário HAQ-DI ............................................................................... 29
ANEXO 3 – Inquérito alimentar .................................................................................... 32
2
ANEXO 4 - relação entre composição corporal e pontuação DAS28, tempo de evolução
e grau de incapacidade funcional (HAQ-DI). ................................................................. 33
ANEXO 5 – relação entre composição corporal e valores de PCR, VS e medicação
(metotrexato, corticoesteróides e tratamento biológico) ................................................ 36
3
LISTA DE ABREVIATURA
AR – Artrite Reumatóide
CHUC – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
CR – Caquexia Reumatóide
DAS – Disease Activity Score
DMARDS – Disease-Modifying Anti-Rheumatic Drugs
HAQ-DI – Health Assessment Questionnaire Disability Index
IMC – Índice de Massa Corporal
MCC – Massa Celular Corporal
MGC – Massa Gorda Corporal
MME – Massa Muscular Esquelética
PCR – Proteína C Reativa
VS – velocidade de sedimentação
TMB – Taxa Metabólica Basal
4
RESUMO
Introdução: Existem estudos que relacionam a Artrite Reumatóide com alterações do
estado nutricional, nomeadamente composição corporal, com diminuição da massa
muscular esquelética e aumento da massa gorda corporal – Caquexia Reumatóide, com
eventual interferência na evolução da doença.
Métodos: Foi realizada bioimpedância elétrica em doentes com AR para avaliação da
composição corporal. Foi aplicado inquérito alimentar e avaliados valores laboratoriais
para melhor caracterização do estado nutricional. Avaliou-se a sua possível relação com
tempo de evolução da doença, grau de atividade (Disease Activity Scores 28, Proteína C
reativa e Velocidade de Sedimentação), incapacidade funcional (Health Assessment
Questionnaire Disability Index) e medicação.
Resultados: Não se encontrou relação estatisticamente significativa entre os parâmetros
nutricionais avaliados e evolução da doença, grau de atividade da doença, incapacidade
funcional ou medicação.
Discussão e Conclusão: Dada a dimensão da amostra e a sua heterogeneidade não foi
possível encontrar correlação entre as variáveis consideradas. Será, no entanto, de todo
o interesse continuar o estudo, orientando-o para uma vertente prospectiva,
comparando-o com um grupo-controlo.
PALAVRAS-CHAVE
Artrite Reumatóide, estado nutricional, composição corporal, bioimpedância elétrica.
5
ABSTRACT
Introduction: Some studies correlate Rheumatoid Arthritis with changes in nutritional
status, including body composition, with reduced skeletal muscle mass and increased
body fat – Rheumatoid Cachexia, with a possible interference in the disease’s course.
Methods: Bioelectrical impedance analysis was performed in patients with Rheumatoid
Arthritis to assess body composition. Eating habits and laboratory values were
evaluated to better characterize the nutritional status. Their possible relation to
progression of the disease, degree of disease activity (Disease Activity Scores 28, C-
reactive protein and erythrocyte sedimentation rate), functional disability (Health
Assessment Questionnaire Disability Index) and medication was analysed.
Results: There was no statistically significant relationship between nutritional
parameters evaluated and disease progression, degree of disease activity, functional
disability or medication.
Discussion and Conclusion: Given the sample size and heterogeneity, we could not
find correlation between the variables considered. However, it will be of great interest
to continue the study, with a prospective view, comparing the results with a control
group.
KEY-WORDS
Rheumatoid Arthritis, nutritional status, body composition, bioelectrical impedance
analysis.
6
INTRODUÇÃO
A Artrite Reumatóide (AR) é uma doença inflamatória sistémica de causa
desconhecida que atinge maioritariamente as articulações, mas apresenta também
manifestações extra-articulares [1]. Afecta cerca de 0,5% da população adulta mundial,
ocorrendo em cerca de 20-50 indivíduos por 100 000, principalmente do género
feminino, após a quinta década de vida [2]. Está associada a um aumento da
mortalidade, tendo os doentes com AR uma esperança de vida diminuída em 3 a 10
anos, relativamente à população geral.
O processo causal ainda é desconhecido; a nível articular ocorre uma inflamação
sinovial, responsável pelo desenvolvimento de um quadro de poliartrite crónica, aditiva,
simétrica e periférica [1]. A incapacidade típica inicial deve-se à tumefação articular,
rigidez e dor acompanhantes. Com o tempo surgem erosões ósseas e destruição
articular, as principais causas de incapacidade a longo-prazo [3]. Podem também estar
presentes queixas sistémicas, como febre, perda de peso ou poliadenopatias [1].
As manifestações extra-articulares mais comuns são os nódulos reumatoides
(presentes em 30% dos doentes) [4]. Já o quadro de Síndrome Seca Secundário, anemia
de doença crónica e manifestações pulmonares (pleurite, fibrose pulmonar) são menos
frequentes, ocorrendo em 6-10%. Todas as outras manifestações extra-articulares estão
presentes em cerca de 1% ou menos dos doentes, destacando-se a pericardite, Síndrome
de Felty, amiloidose secundária, esclerite, episclerite, querato-conjutivite perforans e
vasculite reumatoide.
Em 2010 foram formulados novos critérios de diagnóstico para a AR, segundo o
American College of Rheumatology/European League Against Rheumatism [5], que se
subdividem em quatro pontos: envolvimento articular; serologia (Fator Reumatóide e
anticorpos anti-peptídeos citrulinados); reagentes de fase aguda - Proteína C Reativa
7
(PCR) e Velocidade de Sedimentação (VS); e duração das queixas (igual ou superior a 6
semanas). Se no total se obtiver um score igual ou superior a 6, considera-se definitivo o
diagnóstico de AR.
São vários os fármacos usados no tratamento da AR, designando-se
coletivamente como DMARDS (Disease-Modifying Anti-Rheumatic Drugs ) – apesar
de não terem relação entre si, todos modificam a progressão da doença. Os mais usados
são o metotrexato, hidroxicloroquina, sulfasalazina e leflunomide. As terapias
biológicas (infliximab, adalimumab...) também desempenham um papel importante. A
escolha da terapêutica baseia-se, ainda, num certo empirismo. É prudente adotar uma
abordagem adaptada a cada caso e ajustar a terapêutica conforme a resposta e evolução
do quadro geral do doente [6].
Esta patologia, com uma base inflamatória significativa, acaba por levar a
alterações na composição corporal a longo prazo, modificando as proporções de massa
magra e massa gorda corporal (MGC). Neste contexto, realça-se o quadro de Caquexia
Reumatóide (CR), que se refere a perda de massa livre de gordura, predominantemente
massa muscular esquelética (MME) [7]; já a massa gorda permanece estável ou chega
mesmo a aumentar [8]. Esta alteração tende a ser subestimada. No entanto, é um factor
de risco independente para mortalidade/morbilidade que afecta cerca de dois terços dos
doentes. Diversos factores estão subjacentes à CR [7]; realçando-se o efeito das
citocinas pró-inflamatórias, como o factor de necrose tumoral alfa, que, além de centrais
na patogenia da AR, têm influência no metabolismo corporal, verificando-se taxas
aumentadas de catabolismo proteico. Inerente à AR estão também outras alterações, tais
como a produção excessiva de radicais livres de oxigénio [9] e o aumento das
necessidades de nutrientes e vitaminas antioxidantes, bem como minerais e
aminoácidos. Todas estas modificações a nível metabólico e de composição corporal,
8
ainda incompletamente compreendidas pela comunidade científica atual, implicam
alterações no estado nutricional dos doentes com AR, permanecendo a dúvida de qual
será o seu impacto real no percurso desta doença.
Vários estudos foram realizados para avaliar a incidência de alterações na
composição corporal, recorrendo quase sempre à DEXA - total body dual energy x ray
absorptiometry. Giles et al, ao analisar uma amostra de 187 doentes com AR, observou
um aumento da incapacidade funcional relacionado com o aumento da MGC e
diminuição da massa magra [10], principalmente considerando as massas gorda/magra
nos membros. Outro estudo [8], em 60 doentes, evidenciou uma diminuição da massa
livre de gordura (abaixo do percentil 10) em 50% destes, e um aumento da MGC em
45% (acima do percentil 90). Binymin et al, partindo de uma amostragem com AR
muito ativa, aferiu um aumento da taxa metabólica basal (TMB) (corrigida segundo
massa livre de gordura), fortemente ligado à atividade inflamatória da doença [11].
Também foi descrita uma relação entre composição corporal anormal e falta de
terapêutica com DMARDS num estudo que envolveu 189 indivíduos com AR (versus
controlos) [12]. No entanto, são raros os estudos deste género que recorrem à
bioimpedância para estudo da composição corporal. É, no entanto, um exame acessível,
de realização simples, com baixo custo, e capaz de distinguir entre massa gorda, massa
magra e água [13].
O objetivo deste artigo foi, assim, caracterizar uma amostragem de doentes com
AR seguidos na Consulta Externa do serviço de Medicina Interna no Centro Hospitalar
e Universitário de Coimbra (CHUC) quanto ao seu estado nutricional, recorrendo à
bioimpedância elétrica e avaliando a sua possível relação com a intensidade/evolução da
doença, medicação e incapacidade do doente.
9
MATERIAL E MÉTODOS
Foram selecionados doentes com o diagnóstico de AR seguidos em Consulta Externa de
Medicina Interna e que tiveram consulta de rotina entre 2/10/2012 e 25/02/2013. No dia
da Consulta foram sujeitos a inquérito alimentar, avaliação da composição corporal por
bioimpedância eléctrica e realização dos questionários Disease Activity Scores 28
(DAS28) e Health Assessment Questionnaire Disability Index (HAQ-DI), depois de
assinarem o Consentimento Informado para o estudo.
Foi dada relevância aos seguintes parâmetros de bioimpedância elétrica: água
intracelular (L), água extracelular (L), MGC (kg), MME (kg), Índice de Massa Corporal
- IMC (kg/m2), percentagem de gordura corporal, relação cintura-anca, massa dos
membros e troncular (kg), área de gordura visceral (cm2), massa celular corporal - MCC
(kg) e TMB (kcal).
Através do DAS28 foi quantificada a atividade da doença [14]. Este questionário
(anexo 1) aplica uma fórmula que engloba o número de articulações dolorosas e
tumefactas, percepção do doente quanto ao grau de atividade da doença e PCR. Valores
inferiores a 3,2 refletem baixa atividade, superiores a 5,1 refletem elevada atividade e
valores compreendidos no intervalo entre 3,2 e 5,1 demonstram atividade moderada da
doença.
Foi realizado o HAQ-DI (anexo 2) para aferir o estado funcional do doente [15].
Para avaliar a extensão de eventuais distúrbios alimentares que pudessem interferir com
a avaliação do estado nutricional, foi feito um questionário simples baseado nos
inquéritos alimentares do serviço sobre o tipo de alimentos ingeridos - avaliou-se o
número de refeições realizadas, bem como os tipos de alimentos ingeridos regularmente
(anexo 3). Considerou-se haver desvio alimentar quando se evidenciou excesso ou
carência percentual de consumo de algum dos grupos alimentares (de acordo com a
10
Roda dos Alimentos Portuguesa) e/ou irregularidades no número de refeições
realizadas.
Foi também avaliada a evolução da doença, nomeadamente: tempo de evolução
desde o diagnóstico(em anos); variação de peso (diferença entre o peso atual, registado
no dia da consulta, e o peso à data do diagnóstico, obtido por consulta do processo
clínico); tratamento farmacológico e presença de queixas extra-articulares. A nível
laboratorial realçaram-se os níveis plasmáticos de albumina, hemoglobina, VS e PCR,
dos exames presentes à data da consulta. As duas últimas permitiram uma avaliação
mais detalhada do estado inflamatório dos doentes; já a albumina e a hemoglobina
forneceram informação adicional relativamente ao estado nutricional.
Finalmente, avaliou-se se existiria uma relação entre os parâmetros bioelétricos
avaliados e albumina e outras variáveis tais como: pontuação de HAQ-DI, tempo de
evolução, pontuação de DAS28, medicação e parâmetros laboratoriais inflamatórios
(VS e PCR).
O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética do CHUC, e segue as normas de
publicação da Ata Médica Portuguesa.
Metodologia Estatística
A descrição das variáveis quantitativas foi feita através dos principais
indicadores de tendência central e dispersão, tendo as variáveis qualitativas sido
descritas através das suas frequências observadas e relativas.
As alterações do estado de nutrição através dos parâmetros de Bioimpedância e
Albumina sérica como variáveis quantitativas foram avaliadas através do teste de Mann-
Whitney e, no caso dos parâmetros de bioimpedância qualitativos, aplicou-se o teste
qui-quadrado.
11
Usaram-se os factores HAQ-DI, tempo de evolução, grau de atividade DAS28,
medicação (corticosteróides, metotrexato e tratamento biológicos) e parâmetros
laboratoriais inflamatórios PCR e VS na análise do estado de nutrição através dos
parâmetros de bioimpedância e albumina sérica. Dado que os dois primeiros fatores
referidos são quantitativos, estes foram dicotomizados de acordo com a respetiva
mediana já que a variabilidade dentro de cada factor não é muito pequena, e de forma a
garantir a homogeneidade entre a dimensão dos grupos a formar. Já na pontuação de
DAS28 consideraram-se dois grupos: baixa atividade e atividade moderada/elevada.
Quanto aos parâmetros inflamatórios subdividiu-se a amostra em dois grupos conforme
a VS e a PCR se encontrassem alteradas.
Na comparação dos valores de VS e PCR segundo a classificação do grau de
atividade, aplicou-se o teste de Kruskal-Wallis.
Todos os testes foram avaliados ao nível de significância de 0,05, tendo sido
utilizada a aplicação SPSS, versão 19.
RESULTADOS
Caracterização da amostra
A amostra obtida consistiu em 27 doentes: 7 (25,9%) eram do sexo masculino e
20 (74,1%) do sexo feminino. A idade média foi 57,56 anos, sendo a idade mínima 32
anos e a idade máxima 84 anos.
Bioimpedância elétrica
Relativamente aos parâmetros da composição corporal avaliados por
bioimpedância elétrica (tabela 1 e figura 1), o único indicador com maior taxa de
valores abaixo do normal é a TMB, em que nenhum caso apresenta valores acima do
normal. Todos os indivíduos apresentam relação cintura-anca acima do normal. A taxa
12
de indivíduos com MGC e percentagem de gordura corporal acima do normal foi
superior a 80%, sendo essa taxa de 55,6% no que diz respeito aos valores medidos no
tronco. Apenas 2 sujeitos (7,4%) apresentaram diminuição da MME.
Considerando o IMC (kg/m2), calculado pela bioimpedância elétrica, a média foi
de 27,7, com desvio padrão de 4,39. 25,9% dos doentes tinham um IMC normal; 48,1%
excesso de peso; 22,2% obesidade grau I; 3,7% obesidade grau II; nenhum doente
apresentava IMC de magreza nem de obesidade grau III.
Tabela 1 – parâmetros de bioimpedância elétrica.
Caracterização Geral
(27 casos)
n % H2O
Intracelular (L)
Abaixo 1 3,7 Normal 22 81,5 Acima 4 14,8
H2O Extracelular
(L)
Abaixo - - Normal 20 74,1 Acima 7 25,9
MGC (kg) Abaixo - - Normal 5 18,5 Acima 22 81,5
MME (kg) Abaixo 2 7,4 Normal 18 66,7 Acima 7 25,9
Percentagem Gordura Corporal
Abaixo - - Normal 5 18,5 Acima 22 81,5
Relação Cintura-Anca
Abaixo - - - Normal - - Acima 27 100
Membro Superior
Direito (kg)
Abaixo - - Normal 14 51,9 Acima 13 48,1
Membro Superior
Esquerdo (kg)
Abaixo 1 3,7 Normal 14 51,9 Acima 12 44,4
Tronco (kg) Abaixo 1 3,7 Normal 11 40,7 Acima 15 55,6
Membro Inferior
Direito (kg)
Abaixo 1 3,7 Normal 23 85,2 Acima 3 11,1
Membro Inferior
Esquerdo (kg)
Abaixo 1 3,7 Normal 22 81,5 Acima 4 14,8
Área Gordura Visceral (cm2)
Normal 4 14,8 Acima 15 55,6
Extremamente acima 8 29,6
MCC (kg) Abaixo 2 7,4 Normal 18 66,7 Acima 7 25,9
TMB (kcal) Abaixo 19 70,4 Normal 8 29,6 Acima - -
13
0% 20% 40% 60% 80% 100%
H2O Intracelular H2O Extracelular
Massa Gorda Corporal Massa Músculo-esquelética
% Gordura Corporal Relação Cintura-Anca
Braço Direito Braço Esquerdo
Tronco Perna Direita
Perna Esquerda Área Gordura Visceral
Massa Celular Corporal Taxa Metabólica Basal
Abaixo
Normal
Acima
Figura 1 – parâmetros de bioimpedância elétrica.
Questionários clínicos e processos dos doentes
Considerando o peso, 20 doentes aumentaram de peso durante a evolução da
doença (74,1%), tendo 7 (25,93%) diminuído. A média de variação de peso foi de
aumento de 4kg, com desvio padrão de 6,4kg e mediana de 3kg.
Quanto ao tempo de evolução, o tempo mínimo de evolução foi 1 ano, e o
máximo 23 anos, com uma média de 10,1 anos e mediana de 10 anos.
Analisando a atividade da doença, segundo o DAS28, 16 doentes (59,3%)
apresentaram baixa atividade, 6 (22,2%) atividade moderada e 5 (18,5%) atividade
elevada.
No questionário HAQ-DI, que avaliou a capacidade funcional dos doentes,
obteve-se média de 0,92, desvio padrão de 0,81 e mediana de 0,75. Quanto à rigidez
matinal, os resultados estão representados na tabela 2.
Tabela 2 – realização de atividades e rigidez matinal.
Caracterização Geral
(27 casos)
n %
Rigidez matinal articular
< 10m 10 37,0 10-30m 12 44,5 > 30m 5 18,5
14
Relativamente aos hábitos alimentares, apenas 2 doentes (7,4%) apresentaram
desvios.
Quanto à medicação crónica, os resultados estão representados na tabela 3. Os
medicamentos para controlo crónico da doença mais comummente prescritos foram
metotrexato (44,4%), corticosteróides (55,4%). Os anti-inflamatórios não esteroides
(25,9%) também foram prescritos com uma frequência significativa. Já o tratamento
biológico esteve presente em 5 doentes da amostra (18,5%).
Na tabela 4 estão representadas as manifestações extra-articulares, podendo-se
desde já evidenciar a sua baixa prevalência na amostra estudada. A mais prevalente foi a
Síndrome de Sjogren Secundária, seguida de Síndrome de Raynaud e envolvimento
ocular. As menos frequentes foram o envolvimento renal e os nódulos reumatoides.
Tabela 3 – Medicação
Medicação Geral n %
Metotrexato 12 44,4 Antipalúdico de síntese 4 14,8 Corticosteróides 15 55,4 AINE 7 25,9 Pregabalina 1 3,7 Salazopirina 2 7,4 Analgésico 3 11,1 Tratamento Biológico 5 18,5 Ciclosporina 1 3,7
Tabela 4 – Manifestações extra-articulares
Manifestações Clínicas Geral n %
Sjogren 2rio 4 14,8 Nódulos 1 3,7
Amiloidose 0 0,0 Fibrose Pulmonar 0 0,0
Vasculite 0 0,0 Envolvimento ocular 2 7,4
Serosite 0 0,0 Raynaud 2 7,4
Adenopatias 0 0,0 Livedo Reticularis 0 0,0
S. Caplan 0 0,0 S. Felty 0 0,0
Envolvimento Renal 1 3,7 Envolvimento SNP 0 0,0
Envolvimento pulmonar 0 0,0 Envolvimento cardíaco 0 0,0
15
Quanto aos parâmetros laboratoriais (tabela 5 e figura 2), apenas 18,5% e 33,3%
dos doentes apresentaram valores de PCR e VS aumentados, respetivamente. Os valores
de albumina encontraram-se sempre dentro dos parâmetros normais. Para a
hemoglobina, apenas 11,1% apresentou valores diminuídos.
Tabela 5 – Parâmetros laboratoriais
Parâmetros laboratoriais Geral
(27 casos)
n %
PCR Normal 22 81,5 Acima 5 18,5
VS Normal 18 66,7 Acima 9 33,3
Albumina Normal 27 100 Acima - -
Hb Abaixo 3 11,1 Normal 21 77,8 Acima 3 11,1
Figura 2 – Parâmetros laboratoriais
Estado nutricional e incapacidade funcional
A tabelas 6 e anexo 4 expõem as variações da composição corporal e albumina
em dois grupos de doentes: com pontuação HAQ superior ou inferior à mediana (0,75).
0 20 40 60 80 100
PCR
VS
Albumina
Hb
Abaixo
Normal
Acima
16
Tabela 6 – relação entre IMC, área de gordura visceral e albumina e pontuação HAQ
HAQ N Mínimo Máximo Média DP EP P25 Mediana P75 p
IMC (kg/m2) < 0,75 13 20,20 39,80 27,05 5,30 1,47 22,40 27,70 29,35 0,402 > 0,75 14 22,20 34,00 28,31 3,44 0,92 25,48 27,60 30,75
Área gord. Visceral
(cm2)
< 0,75 13 40,20 232,30 130,91 51,03 14,15 99,50 131,50 161,15 0,550 > 0,75 14 92,30 183,80 138,18 25,73 6,88 117,25 137,50 156,05
Albumina (g/dL)
< 0,75 13 3,70 4,90 4,38 0,29 0,08 4,25 4,40 4,60 0,116 > 0,75 14 3,80 4,50 4,23 0,24 0,06 4,05 4,25 4,50
Apenas se encontra relação estatisticamente significativa entre a pontuação
HAQ e a MGC (p=0,016) e percentagem de gordura corporal (p=0,016), na medida em
que ambas se apresentam mais frequentemente aumentadas quando a pontuação HAQ é
igual ou superior a 0,75.
Estado nutricional e atividade da doença
Na tabela 7 e anexo 4 compara-se o estado nutricional entre sujeitos com baixa
atividade de doença e sujeitos com atividade moderada/elevada; no entanto, não
permitiram diferenciar qualquer uma das variáveis analisadas.
Tabela 7 - relação entre IMC, área de gordura visceral e albumina e pontuação DAS28
DAS28 N Mínimo Máximo Média DP EP P25 Mediana P75 p
IMC (kg/m2) < 3,2 16 20,20 39,80 27,09 5,17 1,29 22,33 27,10 30,25
0,318 > 3,2 11 23,60 34,00 28,61 2,93 0,88 27,50 27,60 30,20
Área gord. Visceral
(cm2)
< 3,2 16 40,20 232,30 127,94 43,56 10,89 112,93 129,85 139,30 0,148
> 3,2 11 86,20 183,80 144,48 31,57 9,52 111,70 150,60 168,80
Albumina (g/dL)
< 3,2 16 3,70 4,60 4,29 0,28 0,07 4,10 4,35 4,50 0,827
> 3,2 11 3,80 4,90 4,32 0,28 0,08 4,20 4,30 4,50
Apenas se encontra uma ligeira tendência para que a área da gordura visceral
esteja acima do normal quando DAS28 igual/superior a 3,2 (p = 0,076).
17
Estado nutricional e parâmetros laboratoriais inflamatórios
Relativamente à PCR (tabela 8 e anexo 5), não se encontrou nenhuma diferença
estatisticamente significativa, conforme os seus valores se encontrassem normais ou
elevados.
Para a VS (tabela 9 e anexo 5), parece existir uma tendência para que os
indivíduos com valores alterados apresentem menor IMC (p=0,053) e menor área da
gordura visceral (p=0,053), assim como valores menores de albumina (p=0,059).
Tabela 8 - relação entre IMC, área de gordura visceral e albumina com valores de PCR normais/alterados.
PCR N Mínimo Máximo Média DP EP P25 Mediana P75 p
IMC (kg/m2) Norm 22 21,60 34,00 27,57 3,56 0,76 25,10 27,60 30,03
1,000 Alt 5 20,20 39,80 28,32 7,63 3,41 21,45 28,70 35,00
Área gord. Visceral
(cm2)
Norm 22 77,10 179,70 130,40 26,19 5,58 112,90 132,10 146,78 0,344
Alt 5 40,20 232,30 153,50 76,87 34,38 76,50 183,80 215,35
Albumina (g/dL)
Norm 22 3,80 4,90 4,31 0,26 0,06 4,10 4,30 4,50 0,880
Alt 5 3,70 4,60 4,28 0,37 0,17 3,95 4,30 4,60
Tabela 9 - relação entre IMC, área de gordura visceral e albumina com valores de VS normais/alterados.
VS N Mínimo Máximo Média DP EP P25 Mediana P75 p
IMC (kg/m2) Norm 18 21,60 39,80 28,78 4,25 1,00 26,98 28,80 30,75
0,053 Alt 9 20,20 34,00 25,56 4,08 1,36 22,45 25,50 27,65
Área gord. Visceral
(cm2)
Norm 18 77,10 232,30 145,50 36,42 8,58 119,78 138,05 171,53 0,053
Alt 9 40,20 168,50 113,03 37,65 12,55 89,25 112,80 139,10
Albumina (g/dL)
Norm 18 3,90 4,90 4,37 0,27 0,06 4,10 4,50 4,53 0,059
Alt 9 3,70 4,40 4,17 0,24 0,08 4,00 4,30 4,30
Também não se encontrou qualquer associação entre alterações na VS e PCR e o
grau de atividade medido através da DAS28 (tabela 10).
18
Tabela 10 - relação entre IMC, área de gordura visceral e albumina com valores de PCR e VS
normais/aumentados.
Parâmetros laboratoriais
Geral (27 casos) Baixa Act.
(25 casos, 92,6%) Act. Mod.
(1 caso, 3,7%) Muita Act.
(1 caso, 3,7%) p n % n % n % N %
PCR Normal 22 81,5 12 75,0 6 100 4 80,0 0,541 Acima 5 18,5 4 25,0 - - 1 20,0
VS Normal 18 66,7 11 68,8 3 50,0 4 80,0 0,629 Acima 9 33,3 5 31,3 3 50,0 1 20,0
Estado nutricional e tempo de evolução
Comparando a amostra segundo o tempo de evolução (inferior a 10 anos ou
igual ou superior a 10 anos), os resultados estão representados na tabela 11 e anexo 4,
não se tendo encontrado diferença estatisticamente significativa em nenhum parâmetro.
Tabela 11 - relação entre IMC, área de gordura visceral e albumina com tempo de evolução
Evol N Mínimo Máximo Média DP EP P25 Mediana P75 p
IMC (kg/m2)
< 10 12 21,60 39,80 26,95 5,44 1,57 22,33 25,45 30,73 0,236 > 10 15 20,20 34,00 28,31 3,43 0,89 27,50 27,80 29,80
Área gord. Visceral
(cm2)
< 10 12 40,20 232,30 130,39 51,38 14,83 96,13 131,70 170,05 0,516 > 10 15 86,20 198,40 138,11 27,75 7,16 119,10 135,00 151,90
Albumina (g/dL)
< 10 12 3,80 4,90 4,34 0,31 0,09 4,13 4,35 4,58 0,548 > 10 15 3,70 4,60 4,27 0,25 0,06 4,10 4,30 4,50
Estado nutricional e Medicação
Consideraram-se os dois DMARDS mais prescritos na amostra estudada,
corticoesteróides e metotrexato, bem como tratamento biológico, para averiguar se
existiriam diferenças significativas conforme o tipo de tratamento médico imposto
(tabelas 12, 13, 14 e anexo 5). Em termos gerais, a medicação não influenciou
alterações no estado de nutrição avaliadas pela Bioimpedância e albumina.
19
Tabela 12 - relação entre IMC, área de gordura visceral e albumina com medicação com corticoides.
Cort. N Mínimo Máximo Média DP EP P25 Mediana P75 p
IMC (kg/m2)
Não 12 21,60 39,80 29,01 5,48 1,58 24,08 29,00 33,58 0.277
Sim 15 20,20 30,90 26,67 3,11 0,80 24,20 27,60 28,70 Área gord.
Visceral (cm2)
Não 12 77,10 232,30 136,19 43,89 12,67 109,03 124,50 168,73 0.648
Sim 15 40,20 198,40 133,47 36,82 9,51 112,80 135,00 150,60
Albumina (g/dL)
Não 12 3,80 4,90 4,37 0,31 0,09 4,23 4,40 4,58 0.256
Sim 15 3,70 4,60 4,25 0,25 0,06 4,10 4,30 4,50
Tabela 13 - relação entre IMC, área de gordura visceral e albumina com medicação com metotrexato.
Met. N Mínimo Máximo Média DP EP P25 Mediana P75 p
IMC (kg/m2)
Não 15 21,60 34,00 27,29 3,64 0,94 24,20 27,60 29,10 0.719
Sim 12 20,20 39,80 28,23 5,31 1,53 24,08 27,65 30,58 Área gord. Visceral
(cm2)
Não 15 40,20 198,40 132,83 38,35 9,90 120,00 132,70 150,60 0.829
Sim 12 86,20 232,30 136,98 42,12 12,16 108,63 127,05 164,35
Albumina (g/dL)
Não 15 3,90 4,90 4,39 0,25 0,06 4,20 4,50 4,50 0.128
Sim 12 3,70 4,60 4,20 0,28 0,08 3,95 4,30 4,40
Tabela 14 - relação entre IMC, área de gordura visceral e albumina com tratamento biológico.
Biol. N Mínimo Máximo Média DP EP P25 Mediana P75 p
IMC (kg/m2)
Não 22 21,60 39,80 28,05 4,58 0,98 24,05 27,65 30,75 0,447
Sim 5 20,20 29,10 26,22 3,49 1,56 23,35 27,50 28,45 Área gord. Visceral
(cm2)
Não 22 40,20 232,30 133,86 42,78 9,12 110,68 132,30 156,05 0,739
Sim 5 112,80 168,80 138,26 20,68 9,25 122,15 132,70 157,15
Albumina (g/dL)
Não 22 3,80 4,90 4,34 0,27 0,06 4,10 4,40 4,50 0,129
Sim 5 3,70 4,30 4,14 0,25 0,11 3,95 4,20 4,30
DISCUSSÃO
Relativamente ao estado nutricional, a realização do questionário alimentar
permitiu excluir desvios alimentares graves como causa das variações dos parâmetros
corporais já que, apesar de 2 indivíduos da amostra apresentarem alterações nos hábitos
alimentares, não se detetaram falhas graves. Com o IMC evidenciou-se que nenhum
sujeito apresentava valores de magreza e que cerca de ¾ da amostra tinha mesmo IMC
superior ao normal, o que nos indica, ao contrário do que seria de esperar, que a maioria
20
dos doentes não apresentava desnutrição. Os valores obtidos de MGC e MME suportam
esta evidência, já que, relativamente à primeira, nenhum doente apresentou valores
inferiores ao normal e apenas dois doentes apresentavam valores diminuídos de MME
(7,4%).
Considerando o grau de atividade da doença, avaliado pela pontuação DAS28,
seria de esperar que doentes com pontuações mais elevadas tivessem alterações mais
significativas na composição corporal, nomeadamente diminuição da MCC [13] e da
massa magra [8]. No entanto, não se encontraram diferenças estatisticamente
significativas. Este resultado em parte pode ser devido às características da amostra
(pequenas dimensões e heterogénea) ou também devido a um tratamento médico
adequado que evite/atrase o aparecimento de tais alterações.
Os parâmetros inflamatórios VS e PCR fornecem informação adicional quanto
ao grau de atividade da doença. Engvall et al [8] concluiu que valores aumentados de
PCR se associam a diminuição da massa magra. Já Giles et al [12] aferiu que os valores
de PCR estavam elevados em doentes com excesso de massa gorda, independentemente
de apresentarem ou não sarcopenia. Neste estudo, no entanto, não se conseguiu
correlacionar valores alterados de PCR com a composição corporal. Apenas se concluiu
que, com a VS, valores aumentados se correlacionam com menor IMC, menor área da
gordura visceral e menores valores de albumina. Também seria de esperar que valores
mais elevados de VS/PCR se relacionassem com um maior grau de atividade de doença
segundo o DAS28, o que não se verificou neste estudo.
Tal como no grau de atividade da doença, seria de esperar que, na pontuação do
HAQ, valores mais elevados (que traduzem maior incapacidade funcional) se
relacionassem com alterações mais marcantes dos parâmetros de composição corporal,
como no estudo realizado por Giles et al [10] que, para além de ter verificado esta
21
relação, concluiu que a magnitude do grau de incapacidade está mais fortemente
relacionado com os valores de massa magra/gorda apendiculares. Nesta amostra, no
entanto, valores de HAQ superiores a 0,75 apenas se correlacionam com valores
aumentados de MGC/percentagem de gordura corporal. Poder-se-ia então pensar que
indivíduos com mais massa gorda têm maior dificuldade em realizar as suas atividades
diárias. Tal pode ser explorado no sentido de que os adipócitos segregam uma variedade
de adiponectinas pró-inflamatórias (como leptina e resistina), bem como citocinas
inflamatórias (como TNF-α e IL-6) [16], o que poderia condicionar mais inflamação e
maior incapacidade funcional.
Considerando o tempo de evolução, um estudo revelou existir correlação entre o
tempo de evolução da AR e a deterioração gradual da composição corporal dos doentes,
com diminuição da MME e aumento da massa gorda troncular [17]. As características
do presente estudo não permitiriam uma análise deste género, já que não possuiu uma
vertente prospectiva. No entanto, avaliou-se se existiriam diferenças estatisticamente
significativas conforme o tempo de evolução da doença (há mais ou menos de 10 anos,
mediana da amostra). Concluiu-se que não existem variações significativas, além de um
aumento na percentagem de gordura corporal nos doentes com tempo de evolução
superior a 10 anos. Tais resultados talvez possam ser explicados por um controlo
médico adequado, evitando o aparecimento de alterações no estado de nutrição,
independentemente do tempo de evolução.
Relativamente à medicação, sabe-se que certos fármacos, como os corticoides,
alteram o balanço hidroelectrolítico do organismo [18], podendo-se manifestar em
alterações nos resultados da bioimpedância elétrica, além do seu efeito promotor no
peso. Neste estudo, considerando os três DMARD mais prescritos – corticoides,
metotrexato e tratamento biológico – conclui-se não existir nenhuma relação entre a sua
22
prescrição e alterações nos valores de bioimpedância obtidos. Giles et al [12] também
não encontrou nenhuma correlação entre alterações na composição corporal e a
prescrição de glucocorticóides. No entanto, em nenhum dos dois estudos se pode
afirmar que esta ausência de correlação signifique uma efetiva ausência de efeito destes
fármacos na composição corporal, ou se o possível efeito de promoção do peso dos
glucocorticóides foi contrabalançado por uma capacidade de suprimir os efeitos
catabólicos da inflamação. Considerando o tratamento biológico, tendo em atenção a
sua grande atividade anti-inflamatória, poder-se-ia supor que doentes submetidos a este
tratamento teriam parâmetros de composição corporal com menos variações, em
comparação com os sujeitos que não realizariam esta medicação, tal como Giles et al
concluiu [12].
Considerando em particular a MCC, há evidências de que os seus valores estão
diminuídos nos casos de AR mais ativos, correlacionando-se com o grau de
incapacidade do doente [13]. Isto ocorre devido ao estado catabólico induzido pela
inflamação inerente à própria doença, que se traduz num aumento da TMB, marcante
nos momentos de agudização da doença [11]. Neste estudo, no entanto, raramente se
evidenciaram valores de MCC abaixo do normal (apenas 2 sujeitos, 7,4%), tendo a
maioria da amostra valores normais (66,7%) e a TMB nunca se mostrou aumentada,
estando diminuída na grande maioria da amostra (70,4%). Um controlo médico
adequado do estado inflamatório dos doentes, associado a uma inatividade física
(justificável tendo em consideração as consequências músculo-esqueléticas) explicaria
os valores diminuídos da TMB. Já o aumento da MGC evidenciado na maioria da
amostra, associada a uma ausência da diminuição da massa muscular esquelética,
justificaria os valores aumentados da MCC.
23
CONCLUSÃO
O objetivo deste estudo foi em grande parte prejudicado pela pequena dimensão
e heterogeneidade da amostra. Apesar de se terem identificado alterações nos
parâmetros de composição corporal e albumina conforme as várias variáveis
consideradas (atividade de doença, grau de incapacidade, tempo de evolução,
medicação e parâmetros inflamatórios laboratoriais), estas não foram estatisticamente
significativas nem relevantes neste contexto para se chegar a conclusões concretas.
A avaliação do estado nutricional e composição corporal em doentes com AR
também não é um tema estudado aprofundadamente na comunidade científica atual,
principalmente recorrendo à bioimpedância elétrica, pelo que ainda não existem
conclusões concretas relativamente a este tema.
Resumindo, este estudo não permitiu obter informações relevantes relativamente
ao estado nutricional dos doentes com AR. Serve, no entanto, como base para um
estudo semelhante no futuro, de preferência com uma amostra de maiores dimensões e
grupo controlo, com uma possível vertente prospetiva.
Limitações
A maior limitação a este estudo foi a pequena dimensão da amostra, em grande
parte devido ao curto intervalo de tempo disponível para avaliar os doentes, que acabou
por condicionar a dimensão da amostra e os resultados estatísticos obtidos, juntamente
com a ausência de grupo-controlo. A heterogeneidade dos doentes estudados também
foi um fator prejudicial, tendo em conta principalmente o tempo de evolução e a
atividade da doença. A divisão da amostra em dois grupos quanto à pontuação DAS28
teve como objetivo minimizar o efeito destas limitações, permitindo obter mais
informação da análise estatística.
24
O facto de se ter recorrido à bioimpedância elétrica como método de avaliação
do estado nutricional, apesar de inovador, também acaba por ser limitante, face à
escassez de estudos que comprovem a sua eficácia neste contexto.
Neste estudo esteve também presente uma vertente retrospectiva, com consulta
de processos para levantamento de informações dos doentes, traduzindo-se numa
variabilidade considerável quanto aos dados colhidos e na necessidade de se excluírem
os casos que se encontravam incompletos.
25
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27
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28
ANEXO 1 – Questionário DAS28
ACTIVIDADE DA DOENÇA Nº de articulações dolorosas considerando a contagem das 28 articulações Nº de articulações tumefactas considerando a contagem das 28 articulações
0 = ausência de dor/tumefacção 1 = presença de dor/tumefacção N/A = não avaliável
Articulações deformadas ou com limitação funcional ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ EVA (Escala Visual Analógica) – 100 mm “Como está a sentir-‐se hoje, em relação à sua doença?”
Ombro
Cotovelo
Punho
MCF1 MCF2 MCF3 MCF4 MCF5 IFP1 IFP2 IFP3 IFP4 IFP5 Joelho
Dto Dolorosas
Esq Dolorosas
Dto Tumefactas
Esq Tumefactas
Rigidez matinal (minutos)
Classe funcional do doente (ACR)
Health Assessment Questionaire – HAQ
Disease Activity Score – DAS 28
Sem actividade Extremamente activa
29
ANEXO 2 – Questionário HAQ-DI
Marque com um X a opção que melhor descreve as suas capacidades a realizar as atividades do dia-‐a-‐dia na última semana: Sem Com Com Incapaz nenhuma alguma muita de dificuldade dificuldade dificuldade fazer Vestir-‐se e arranjar-‐se Foi capaz de: � se vestir, incluindo ☐ ☐ ☐ ☐
apertar atacadores e botões? � lavar o cabelo? ☐ ☐ ☐ ☐ Levantar Foi capaz de: � se levantar de uma cadeira ☐ ☐ ☐ ☐
sem se apoiar? � se deitar e levantar da ☐ ☐ ☐ ☐
cama? Refeição Foi capaz de: � cortar a carne? ☐ ☐ ☐ ☐ � levar um copo de água ☐ ☐ ☐ ☐
cheio à boca? � abrir um pacote de leite ☐ ☐ ☐ ☐
novo? Andar Foi capaz de: � andar na rua em ☐ ☐ ☐ ☐
chão plano? � subir cinco degraus ☐ ☐ ☐ ☐
numa escada? Assinale com um X todos os apoios ou aparelhos que geralmente usa ao realizar as atividades acima referidas: ____ Aparelhos usados para se vestir (abotoador, gancho para puxar fecho, calçadeira comprida, etc) ____ Cadeira de rodas ____ Bengala ____ Andarilho ____ Muletas ____ Utensílios de cozinha especiais ou feitos sob medida ____ Cadeiras especiais ou feitas sob medida
30
____ Outro (descreva: ______________________) Marque com um X as atividades em que precisa da ajuda de outra pessoa: ___ Vestir-‐se/arranjar-‐se ___ Levantar-‐se ___ Refeição ___ Andar Marque com um X a opção que melhor descreve as suas capacidades a realizar as atividades do dia-‐a-‐dia na última semana: Sem Com Com Incapaz nenhuma alguma muita de dificuldade dificuldade dificuldade fazer Higiene Foi capaz de: � lavar e secar o seu corpo? ☐ ☐ ☐ ☐ � tomar um banho de ☐ ☐ ☐ ☐
imersão? � sentar-‐se/levantar-‐se da ☐ ☐ ☐ ☐
sanita? Alcançar objetos Foi capaz de: � alcançar e pegar num ☐ ☐ ☐ ☐
objecto com cerca de 2kg colocado acima da sua cabeça?
� curvar-‐se/agachar-‐se para ☐ ☐ ☐ ☐ apanhar roupa do chão?
Pegar Foi capaz de: � abrir as portas de um carro? ☐ ☐ ☐ ☐ � abrir frascos que já tinham ☐ ☐ ☐ ☐ sido abertos? � abrir e fechar torneiras? ☐ ☐ ☐ ☐ Atividades Foi capaz de: � ir às compras e fazer recados? ☐ ☐ ☐ ☐ � entrar e sair de um carro? ☐ ☐ ☐ ☐ � fazer tarefas domésticas? ☐ ☐ ☐ ☐
(como varrer o chão e tratar do jardim)
31
Assinale com um X todos os apoios ou aparelhos que geralmente usa ao realizar as atividades acima referidas: ___ Sanita mais alta ___ Banco para tomar banho ___ Barra de apoio na banheira/chuveiro ___ Aparelhos com cabo longo para alcançar objetos ___ Aparelhos com cabo longo para a casa de banho ___ Aparelho para abrir frascos (que já tinham sido abertos) ___ Outro (descreva:_____________) Marque com um X as atividades em que precisa da ajuda de outra pessoa: ___ Higiene ___ Pegar e abrir objetos ___ Alcançar objetos ___ Tarefas de casa e compras Quanto às suas atividades, até que grau foi capaz de realizar atividades físicas diárias como andar, subir escadas, carregar compras ou mover uma cadeira? ___ Completamente ___ Quase na totalidade ___ Moderadamente ___ Pouco ___ Incapaz Dor – “Quanta” dor sentiu na passada semana? __ __ __ (escala de 0 a 100, onde 0 representa sem dor e 100 representa dor severa) Saúde – Quantifique o quão bem se tem sentido: __ __ __ (escala de 0 a 100, onde 0 representa muito bem e 100 representa muito mal)
32
ANEXO 3 – Inquérito alimentar
Leite: ............ / ............ cc/dia/sem Queijo: ............ / ............ g/dia/sem Iogurte: ............ / ............ cc/dia/sem Carne: ............ / ............ g/dia/sem Peixe: ............ / ............ g/dia/sem Ovos: ............ / ............ unid./sem Azeite: ............ / ............ cc/dia/sem Óleo: ............ / ............ cc/dia/sem Manteiga: ............ / ............ g/dia/sem Margarina: ............ / ............ g/dia/sem Água: ....................... cc/dia Arroz: ............ / ............ g/dia/sem (cozido)
Massa: ............ / ............ g/dia/sem (cozido) Pão: ............ / ............ g/dia Açúcar: ............ / ............ g/dia/sem Batata: ............ / ............ g/dia/sem (cozida) Legumes: ............ / ............ g/dia/sem (cozidos) Salada: ............ / ............ g/dia/sem Fruta: ............ / ............ g/dia/sem Refrigerantes: ............ cc/dia/sem Beb. Alcóolicas: ............ dia/sem
Café: .................unid./dia Chá: ............ / ............ cc/dia/sem
Outros:.........................................................................................................................................
Peq-‐almoço:....... Meio-‐manhã:...... Almoço:....... Merenda:....... Jantar:....... Ceia:....... Principais erros alimentares: ........................................................................................................... ....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
33
ANEXO 4 - relação entre composição corporal e pontuação DAS28, tempo de evolução
e grau de incapacidade funcional (HAQ-DI).
HAQDI Tempo de Evol. DAS28
< 0,75 > 0,75 < 10 > 10 < 3,2 > 3,2 Água intracelular (L)
Abaixo n 1 0 0 1 1 0
% 7,7% 0,0% 0,0% 6,7% 6,3% 0,0%
Normal n 10 11 9 12 11 10
% 76,9% 78,6% 75,0% 80,0% 68,8% 90,9% Acima n 2 3 3 2 4 1
% 15,4% 21,4% 25,0% 13,3% 25,0% 9,1% Total n 13 14 12 15 16 11
p 1,000 0,798 0,462 Água extracelular (L)
Normal n 11 9 8 12 12 8
% 84,6% 64,3% 66,7% 80,0% 75,0% 72,7%
Acima n 2 5 4 3 4 3
% 15,4% 35,7% 33,3% 20,0% 25,0% 27,3%
Total n 13 14 12 15 16 11
p 0,385 0,432 1,000 Massa gorda corporal (kg)
Normal n 5 0 3 2 4 1
% 38,5% 0,0% 25,0% 13,3% 25,0% 9,1% Acima n 8 14 9 13 12 10
% 61,5% 100,0% 75,0% 86,7% 75,0% 90,9%
Total n 13 14 12 15 16 11
p 0,016 0,628 0,618 Massa musculo-esquelética (kg)
0 n 1 1 1 1 2 0
% 7,7% 7,1% 8,3% 6,7% 12,5% 0,0%
1 n 9 9 8 10 10 8 % 69,2% 64,3% 66,7% 66,7% 62,5% 72,7%
2 n 3 4 3 4 4 3 % 23,1% 28,6% 25,0% 26,7% 25,0% 27,3%
Total n 13 14 12 15 16 11 p 1,000 1,000 0,596
IMC (kg/m2)
Normal n 5 2 5 2 6 1
% 38,5% 14,3% 41,7% 13,3% 37,5% 9,1% Exc. peso n 6 7 3 10 6 7
% 46,2% 50,0% 25,0% 66,7% 37,5% 63,6%
Obesidade I
n 1 5 3 3 3 3 % 7,7% 35,7% 25,0% 20,0% 18,8% 27,3%
Obesidade II
n 1 0 1 0 1 0 % 7,7% 0,0% 8,3% 0,0% 6,3% 0,0%
Total n 13 14 12 15 16 11 p 0,168 0,087 0,306
34
% Gordura Corporal
Normal n 5 0 3 2 4 1
% 38,5% 0,0% 25,0% 13,3% 25,0% 9,1%
Acima n 8 14 9 13 12 10
% 61,5% 100,0% 75,0% 86,7% 75,0% 90,9% Total n 13 14 12 15 16 11
p 0,016 0,628 0,618
Relação cintura-anca
Acima n 13 14 12 15 16 11
% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Total n 13 14 12 15 16 11 p - - -
Membro Superior direito (kg)
Normal n 8 6 7 7 9 5
% 61,5% 42,9% 58,3% 46,7% 56,3% 45,5%
Acima n 5 8 5 8 7 6 % 38,5% 57,1% 41,7% 53,3% 43,8% 54,5%
Total n 13 14 12 15 16 11
p 0,341 0,704 0,704
Membro Superior esquerdo (kg)
Abaixo n 0 1 1 0 1 0
% 0,0% 7,1% 8,3% 0,0% 6,3% 0,0% Normal n 8 6 7 7 10 4
% 61,5% 42,9% 58,3% 46,7% 62,5% 36,4% Acima n 5 7 4 8 5 7
% 38,5% 50,0% 33,3% 53,3% 31,3% 63,6% Total n 13 14 12 15 16 11
p 0,560 0,428 0,233 Tronco Abaixo n 1 0 0 1 1 0
% 7,7% 0,0% 0,0% 6,7% 6,3% 0,0%
Normal n 7 4 7 4 8 3
% 53,8% 28,6% 58,3% 26,7% 50,0% 27,3% Acima n 5 10 5 10 7 8
% 38,5% 71,4% 41,7% 66,7% 43,8% 72,7% Total n 13 14 12 15 16 11
p 0,167 0,171 0,312
Membro inferior direito (kg)
Abaixo n 0 1 1 0 1 0
% 0,0% 7,1% 8,3% 0,0% 6,3% 0,0% Normal n 11 12 9 14 13 10
% 84,6% 85,7% 75,0% 93,3% 81,3% 90,9% Acima n 2 1 2 1 2 1
% 15,4% 7,1% 16,7% 6,7% 12,5% 9,1%
Total n 13 14 12 15 16 11
p 1,000 0,375 1,000 Membro Inferior esquerdo (kg)
Abaixo n 0 1 1 0 1 0
% 0,0% 7,1% 8,3% 0,0% 6,3% 0,0% Normal n 11 11 8 14 12 10
% 84,6% 78,6% 66,7% 93,3% 75,0% 90,9% Acima n 2 2 3 1 3 1
35
% 15,4% 14,3% 25,0% 6,7% 18,8% 9,1% Total n 13 14 12 15 16 11
p 1,000 0,182 0,771
Área gordura visceral (cm2)
Normal n 3 1 3 1 3 1
% 23,1% 7,1% 25,0% 6,7% 18,8% 9,1%
Acima n 7 8 6 9 11 4
% 53,8% 57,1% 50,0% 60,0% 68,8% 36,4% Extr acima n 3 5 3 5 2 6
% 23,1% 35,7% 25,0% 33,3% 12,5% 54,5% Total n 13 14 12 15 16 11
p 0,585 0,504 0,073
Massa celular corporal (kg)
0 n 1 1 1 1 2 0
% 7,7% 7,1% 8,3% 6,7% 12,5% 0,0% 1 n 9 9 8 10 10 8
% 69,2% 64,3% 66,7% 66,7% 62,5% 72,7% 2 n 3 4 3 4 4 3
% 23,1% 28,6% 25,0% 26,7% 25,0% 27,3%
Total n 13 14 12 15 16 11
p 1,000 1,000 0,596
Taxa basal metabólica (kcal)
Abaixo n 7 12 6 13 10 9
% 53,8% 85,7% 50,0% 86,7% 62,5% 81,8% Normal n 6 2 6 2 6 2
% 46,2% 14,3% 50,0% 13,3% 37,5% 18,2% Total n 13 14 12 15 16 11
p 0,103 0,087 0,405
36
ANEXO 5 – relação entre composição corporal e valores de PCR, VS e medicação
(metotrexato, corticoesteróides e tratamento biológico)
Corticóide Metotrexato Tratamento
biológico PCR VS
Não toma Toma
Não toma Toma
Não toma Toma Normal Alterada Normal Alterada
Água intracelular (L)
Abaixo n 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1
% 0,0% 6,7% 0,0% 8,3% 0,0% 20,0% 0,0% 20,0% 0,0% 11,1% Normal n 8 13 12 9 17 4 18 3 13 8
% 66,7% 86,7% 80,0% 75,0% 77,3% 80,0% 81,8% 60,0% 72,2% 88,9% Acima n 4 1 3 2 5 0 4 1 5 0
% 33,3% 6,7% 20,0% 16,7% 22,7% 0,0% 18,2% 20,0% 27,8% 0,0% Total n 12 15 15 12 22 5 22 5 18 9
p 0,133 0,800 0,133 0,216 0,071
Água extracelular (L)
Normal n 7 13 12 8 15 5 17 3 12 8
% 58,3% 86,7% 80,0% 66,7% 68,2% 100,0% 77,3% 60,0% 66,7% 88,9% Acima n 5 2 3 4 7 0 5 2 6 1
% 41,7% 13,3% 20,0% 33,3% 31,8% 0,0% 22,7% 40,0% 33,3% 11,1% Total
n 12 15 15 12 22 5 22 5 18 9 p 0,185 0,662 0,283 0,580 0,363
Massa gorda corporal (kg)
Normal n 3 2 3 2 4 1 3 2 2 3
% 25,0% 13,3% 20,0% 16,7% 18,2% 20,0% 13,6% 40,0% 11,1% 33,3% Acima n 9 13 12 10 18 4 19 3 16 6
% 75,0% 86,7% 80,0% 83,3% 81,8% 80,0% 86,4% 60,0% 88,9% 66,7% Total
n 12 15 15 12 22 5 22 5 18 9 p 0,628 1,000 0,674 0,221 0,295
Massa musculo-esquelética (kg)
0 n 0 2 0 2 1 1 1 1 0 2
% 0,0% 13,3% 0,0% 16,7% 4,5% 20,0% 4,5% 20,0% 0,0% 22,2% 1 n 7 11 12 6 14 4 15 3 12 6
% 58,3% 73,3% 80,0% 50,0% 63,6% 80,0% 68,2% 60,0% 66,7% 66,7% 2 n 5 2 3 4 7 0 6 1 6 1
% 41,7% 13,3% 20,0% 33,3% 31,8% 0,0% 27,3% 20,0% 33,3% 11,1% Total
n 12 15 15 12 22 5 22 5 18 9 p 0,105 0,144 0,296 0,524 0,101
IMC (kg/m2)
Normal n 3 4 4 3 6 1 5 2 3 4
% 25,0% 26,7% 26,7% 25,0% 27,3% 20,0% 22,7% 40,0% 16,7% 44,4% Exc. peso
n 4 9 8 5 9 4 12 1 9 4 % 33,3% 60,0% 53,3% 41,7% 40,9% 80,0% 54,5% 20,0% 50,0% 44,4%
Obesidade I
n 4 2 3 3 6 0 5 1 5 1 % 33,3% 13,3% 20,0% 25,0% 27,3% 0,0% 22,7% 20,0% 27,8% 11,1%
Obesidade II
n 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 % 8,3% 0,0% 0,0% 8,3% 4,5% 0,0% 0,0% 20,0% 5,6% 0,0%
Total
n 12 15 15 12 22 5 22 5 18 9 p 0,349 0,932 0,457 0,187 0,399
37
% Gordura Corporal
Normal n 3 2 3 2 4 1 3 2 2 3
% 25,0% 13,3% 20,0% 16,7% 18,2% 20,0% 13,6% 40,0% 11,1% 33,3% Acima n 9 13 12 10 18 4 19 3 16 6
% 75,0% 86,7% 80,0% 83,3% 81,8% 80,0% 86,4% 60,0% 88,9% 66,7% Total n 12 15 15 12 22 5 22 5 18 9
p 0,628 1,000 0,674 0,547 0,295
Relação cintura-anca
Acima n 12 15 15 12 22 5 22 5 18 9
% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Total n 12 15 15 12 22 5 22 5 18 9 p - - - - -
Membro Superior direito (kg)
Normal n 5 9 8 6 10 4 12 2 6 8
% 41,7% 60,0% 53,3% 50,0% 45,5% 80,0% 54,5% 40,0% 33,3% 88,9% Acima n 7 6 7 6 12 1 10 3 12 1
% 58,3% 40,0% 46,7% 50,0% 54,5% 20,0% 45,5% 60,0% 66,7% 11,1% Total n 12 15 15 12 22 5 22 5 18 9
p 0,449 1,000 0,326 0,648 0,013
Membro Superior esquerdo (kg)
Abaixo n 0 1 0 1 1 0 1 0 0 1
% 0,0% 6,7% 0,0% 8,3% 4,5% 0,0% 4,5% 0,0% 0,0% 11,1% Normal n 5 9 10 4 10 4 12 2 8 6
% 41,7% 60,0% 66,7% 33,3% 45,5% 80,0% 54,5% 40,0% 44,4% 66,7% Acima n 7 5 5 7 11 1 9 3 10 2
% 58,3% 33,3% 33,3% 58,3% 50,0% 20,0% 40,9% 60,0% 55,6% 22,2% Total n 12 15 15 12 22 5 22 5 18 9
p 0,333 0,165 0,448 0,698 0,098
Tronco Abaixo n 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1
% 0,0% 6,7% 0,0% 8,3% 0,0% 20,0% 0,0% 20,0% 0,0% 11,1% Normal n 5 6 6 5 9 2 10 1 5 6
% 41,7% 40,0% 40,0% 41,7% 40,9% 40,0% 45,5% 20,0% 27,8% 66,7% Acima n 7 8 9 6 13 2 12 3 13 2
% 58,3% 53,3% 60,0% 50,0% 59,1% 40,0% 54,5% 60,0% 72,2% 22,2% Total n 12 15 15 12 22 5 22 5 18 9
p 1,000 0,829 0,231 0,123 0,023
Membro Superior direito (kg)
Abaixo n 0 1 0 1 1 0 1 0 0 1
% 0,0% 6,7% 0,0% 8,3% 4,5% 0,0% 4,5% 0,0% 0,0% 11,1% Normal n 9 14 13 10 18 5 19 4 15 8
% 75,0% 93,3% 86,7% 83,3% 81,8% 100,0% 86,4% 80,0% 83,3% 88,9% Acima n 3 0 2 1 3 0 2 1 3 0
% 25,0% 0,0% 13,3% 8,3% 13,6% 0,0% 9,1% 20,0% 16,7% 0,0% Total n 12 15 15 12 22 5 22 5 18 9
p 0,072 0,666 0,666 1,000 0,206
Membro Superior esquerdo (kg)
Abaixo n 0 1 0 1 1 0 1 0 0 1
% 0,0% 6,7% 0,0% 8,3% 4,5% 0,0% 4,5% 0,0% 0,0% 11,1% Normal n 9 13 12 10 17 5 18 4 14 8
% 75,0% 86,7% 80,0% 83,3% 77,3% 100,0% 81,8% 80,0% 77,8% 88,9% Acima n 3 1 3 1 4 0 3 1 4 0
% 25,0% 6,7% 20,0% 8,3% 18,2% 0,0% 13,6% 20,0% 22,2% 0,0%
38
Total n 12 15 15 12 22 5 22 5 18 9 p 0,287 0,444 0,633 1,000 0,101
Área gordura visceral (cm2)
Normal n 2 2 2 2 4 0 3 1 1 3
% 16,7% 13,3% 13,3% 16,7% 18,2% 0,0% 13,6% 20,0% 5,6% 33,3% Acima n 6 9 9 6 11 4 14 1 10 5
% 50,0% 60,0% 60,0% 50,0% 50,0% 80,0% 63,6% 20,0% 55,6% 55,6% Extr acima
n 4 4 4 4 7 1 5 3 7 1 % 33,3% 26,7% 26,7% 33,3% 31,8% 20,0% 22,7% 60,0% 38,9% 11,1%
Total n 12 15 15 12 22 5 22 5 18 9 p 0,876 0,875 0,517 0,178 0,095
Massa celular corporal (kg)
0 n 0 2 0 2 1 1 1 1 0 2
% 0,0% 13,3% 0,0% 16,7% 4,5% 20,0% 4,5% 20,0% 0,0% 22,2% 1 n 7 11 12 6 14 4 15 3 12 6
% 58,3% 73,3% 80,0% 50,0% 63,6% 80,0% 68,2% 60,0% 66,7% 66,7% 2 n 5 2 3 4 7 0 6 1 6 1
% 41,7% 13,3% 20,0% 33,3% 31,8% 0,0% 27,3% 20,0% 33,3% 11,1% Total n 12 15 15 12 22 5 22 5 18 9
p 0,105 0,144 0,296 0,524 0,101
Taxa basal metabólica (kcal)
Abaixo n 8 11 9 10 15 4 16 3 13 6
% 66,7% 73,3% 60,0% 83,3% 68,2% 80,0% 72,7% 60,0% 72,2% 66,7% Normal n 4 4 6 2 7 1 6 2 5 3
% 33,3% 26,7% 40,0% 16,7% 31,8% 20,0% 27,3% 40,0% 27,8% 33,3% Total n 12 15 15 12 22 5 22 5 18 9
p 0,516 0,236 0,528 0,472 0,550