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ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA
Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano
André Filipe Tomás Ferreira
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Engenharia Civil
Orientador: Prof. Doutor Filipe Manuel Mercier Vilaça e Moura
Orientadora: Prof.a Ana dos Santos Morais de Sá
Júri
Presidente: Prof. Doutor João Torres de Quinhones Levy
Orientadora: Prof.a Ana dos Santos Morais de Sá
Vogal: Prof. Doutor Jorge Manuel Lopes Baptista e Silva
Junho de 2017
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
i
RESUMO E PALAVRAS-CHAVE
O intenso processo de urbanização ocorrido nos últimos anos tem tido repercussões
importantes no comportamento das pessoas, nomeadamente nas suas deslocações pedonais. Nos
últimos anos o tema dos modos ativos de deslocação, em especial o modo pedonal, tem assumido um
papel cada vez mais importante devido aos inúmeros benefícios que estes trazem para a saúde pública,
para o ambiente, para a cidade, entre outros, tendo sido alvo de diversos estudos. Contudo a
caminhabilidade tem sido essencialmente abordada no ambiente já construído, não havendo estudos
realizados nos processos de planeamento urbano em relação a esta temática, em Portugal.
Esta dissertação utiliza uma metodologia proposta pelo projeto IAAPE (Indicadores de
Acessibilidade e Atratividade PEdonal) para realizar uma avaliação da caminhabilidade na Cidade
Universitária, em Lisboa. Numa primeira fase avaliou-se a situação atual, a partir da qual foi possível
concluir que a Cidade Universitária devido à sua especificidade de usos é acessível, mas pouco
atrativa. Numa segunda fase, avaliaram-se as propostas incluídas no Plano de Pormenor para a Cidade
Universitária (ainda em fase de elaboração) o que permitiu concluir que o Plano traria melhorias
significativas na questão da caminhabilidade, em especial da atratividade da zona.
Baseado no estudo comparativo entre a situação atual e a situação proposta pelo Plano de
Pormenor na zona de estudo, esta dissertação pretende contribuir para a implementação de um índice
de caminhabilidade a incluir no processo de elaboração dos instrumentos de gestão territorial de âmbito
municipal, sugerindo valores que seriam desejáveis alcançar.
Palavras-chave: Caminhabilidade; Planeamento urbano; Cidade Universitária de Lisboa.
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
ii
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
iii
ABSTRACT AND KEYWORDS
The intense process of urbanization that occurred in the last few years has had major
repercussions on people's behaviour, mostly among the pedestrians. In recent years, the topic of active
travel modes, in particular walking, has assumed an increasingly important role and has been the subject
of several studies, due to the numerous benefits brought to public health, to the environment, to the city,
among others. However, walkability has essentially been addressed in the environment already built.
As in the case of Portugal, studies in relation to this matter are rarely carried out along the urban planning
process.
This dissertation uses a methodology proposed by the IAAPE (Indicadores de Acessibilidade e
Atratividade PEdonal) research project to carry out an evaluation of the walkability in Cidade
Universitária neighbourhood, in Lisbon. In the first phase, we assessed the current situation, from which
it was possible to conclude that the University Campus due to its specificity of uses is accessible, but
not attractive.
In a second phase, the proposals included in the Detailed Plan for the Cidade Universitária (still
under preparation) were evaluated under the same methodology and it was possible to conclude that
the plan would bring significant improvements in the matter of walkability, especially, on the
attractiveness of the area.
Based on the comparative study between the current situation and the situation proposed by
the detail plan that covers the area of study, this dissertation aims for the implementation of a walkability
index to be included in municipal land-use plans, suggesting the values that would be desirable to
achieve.
KeyWords: Walkability; Urban Planning; Cidade Universitária, Lisbon.
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ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
v
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradeço ao professor Filipe Moura, meu orientador e à professora Ana
Morais de Sá, minha co-orientadora, pela oportunidade de desenvolver este tema e por todo o apoio e
orientação prestados ao longo da elaboração desta dissertação.
Agradeço de igual modo ao doutorando Paulo Cambra pelo apoio e informações que me
facultou para a elaboração desta dissertação e a toda a equipa que realizou o plano de pormenor para
a Cidade Universitária em Lisboa, sobre a coordenação do Prof. José Álvaro Antunes Ferreira, por toda
a disponibilidade e interesse demonstrado.
Aos meus familiares que sempre me apoiaram e incentivaram durante estes anos e na
elaboração desta dissertação, em especial aos meus pais, José Paulo e Maria da Graça e ao meu
irmão, Gonçalo, bases da minha vida, e sem os quais não era possível chegar onde estou neste
momento.
A todos os meus colegas e amigos que me acompanharam ao longo deste percurso académico
e em particular neste trabalho.
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
vii
ÍNDICE
RESUMO E PALAVRAS-CHAVE ..............................................................................................................i
ABSTRACT AND KEYWORDS ............................................................................................................... iii
AGRADECIMENTOS ...............................................................................................................................v
ÍNDICE .................................................................................................................................................... vii
ÍNDICE DE FIGURAS ............................................................................................................................. ix
ÍNDICE DE QUADROS ........................................................................................................................... xi
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 1
1.1. Enquadramento ....................................................................................................................... 1
1.2. Objetivos .................................................................................................................................. 1
1.3. Organização do trabalho ......................................................................................................... 2
2. REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................................... 3
2.1. Caminhabilidade ...................................................................................................................... 3
2.2. Planeamento urbano ............................................................................................................... 5
2.3. Caminhabilidade no planeamento urbano ............................................................................... 8
3. METODOLOGIA ............................................................................................................................ 12
3.1. Introdução .............................................................................................................................. 12
3.2. Modelo IAAPE ....................................................................................................................... 12
3.3. Implementação do modelo IAAPE ........................................................................................ 17
3.3.1. Vectorização da rede pedonal ....................................................................................... 17
3.3.2. Avaliação da caminhabilidade segundo o modelo IAAPE ............................................ 20
3.4. Condições “ótimas” de caminhabilidade segundo o IAAPE .................................................. 33
4. CASO DE ESTUDO ....................................................................................................................... 34
4.1. Descrição e caracterização da zona de estudo .................................................................... 34
4.2. Problemas identificados na zona de estudo .......................................................................... 38
5. DISCUSSÃO E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ............................................................. 39
5.1. Diagnóstico da situação atual................................................................................................ 39
5.1.1. Vectorização da rede pedonal ....................................................................................... 39
5.1.2. Auditoria da rede pedonal ............................................................................................. 42
5.2. Análise dos resultados da situação atual .............................................................................. 50
5.3. Avaliação dos impactos do PP da Cidade Universitária na caminhabilidade ....................... 54
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6. CONTRIBUTOS PARA A INCLUSÃO DE UM ÍNDICE DE CAMINHABILIDADE NOS
INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL ................................................................................... 63
7. CONCLUSÕES .............................................................................................................................. 66
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................................... 67
REFERÊNCIAS WEB ............................................................................................................................ 69
LEGISLAÇÃO REFERENCIADA .......................................................................................................... 70
ANEXOS ................................................................................................................................................ 71
ANEXO I – Resultados do caso de estudo – situação atual ............................................................. 71
Divisão 1 – Zona do Hospital de Santa Maria ............................................................................... 71
Divisão 2 – Zona do Estádio Universitário .................................................................................... 72
Divisão 3 – Zona do Hipódromo .................................................................................................... 74
Divisão 4 – Zona da Faculdade de Ciências ................................................................................. 76
Divisão 5 – Zona da Reitoria ......................................................................................................... 77
Divisão 6 – Zona do Colégio Moderno .......................................................................................... 79
ANEXO II – Resultados da comparação entre situação atual e a proposta do plano ...................... 81
Zona 1 ............................................................................................................................................ 81
Zona 2 ............................................................................................................................................ 83
Zona 3 ............................................................................................................................................ 85
Zona 4 ............................................................................................................................................ 87
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ix
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema resumo do planeamento urbano na Europa ........................................................... 6
Figura 2 - Relações conceptuais entre os fatores de influência na caminhabilidade, adaptado de Handy
(2005) e Schmid (2006) ........................................................................................................................... 9
Figura 3 - Grandes grupos de definição da caminhabilidade .................................................................. 9
Figura 4 - Guia para a acessibilidade pedonal no planeamento urbano - CMLisboa ........................... 10
Figura 5 - Metrominuto Pontevedra ....................................................................................................... 11
Figura 6 - Uma estrada para todos – França (Fonte: http://www.cerema.fr/) ....................................... 11
Figura 7 - Descrição simplificada das sete dimensões do quadro de avaliação da caminhabilidade
definidas no âmbito do IAAPE ............................................................................................................... 13
Figura 8 - Metodologia do projeto IAAPE (Moura et al. 2017) .............................................................. 13
Figura 9 - Pesos relativos dos indicadores para o tipo de viagem utilitário .......................................... 15
Figura 10 - Pesos relativos dos indicadores para o tipo de viagem recreativo ..................................... 15
Figura 11 - Tipologia definida na metodologia do projeto IAAPE ......................................................... 18
Figura 12 - Árvore de Decisão para representação de linhas de desejo .............................................. 19
Figura 13 - Exemplo medição da largura útil do passeio ...................................................................... 23
Figura 14 - Caso de estudo na Gulbenkian, Lisboa .............................................................................. 32
Figura 15 - Caso de estudo em Arroios, Lisboa .................................................................................... 32
Figura 16 - Enquadramento da área do PP da Cidade Universitária no PDM de Lisboa 1994 ............ 34
Figura 17 - Praça Minerva - centralidade de nível 2 ............................................................................. 36
Figura 18 - Acesso à piscina do EUL e ao hipódromo do Campo Grande ........................................... 37
Figura 19 - Acessos pedonais ao Hospital de Santa Maria (a criar) .................................................... 37
Figura 20 - Cidade Universitária, Lisboa ............................................................................................... 39
Figura 21 - Rede pedonal da zona de estudo ....................................................................................... 39
Figura 22 - Representação errada das passagens de peões ............................................................... 40
Figura 23 - Representação correta das passagens de peões .............................................................. 40
Figura 24 - Exemplo de uma redundância de zonas de circulação ...................................................... 40
Figura 25 - Digitalização de um parque de estacionamento ................................................................. 41
Figura 26 - Exemplo de marcação de uma linha de desejo .................................................................. 41
Figura 27 - Estádio Universitário ........................................................................................................... 42
Figura 28 - Hospital de Santa Maria ...................................................................................................... 42
Figura 29 - Separação da zona de estudo para a auditoria de rua ...................................................... 43
Figura 30 - Divisão da área de estudo para obtenção dos parâmetros SIG ......................................... 45
Figura 31 - Mapa ilustrativo do índice de caminhabilidade para os adultos numa viagem utilitária ..... 46
Figura 32 - Mapa ilustrativo do índice de caminhabilidade para os adultos numa viagem recreativa . 46
Figura 33 - Mapa ilustrativo do índice de caminhabilidade para as crianças numa viagem utilitária ... 47
Figura 34 - Mapa ilustrativo do índice de caminhabilidade para as crianças numa viagem recreativa 47
Figura 35 - Mapa ilustrativo do índice de caminhabilidade para os idosos numa viagem utilitária ...... 48
Figura 36 - Mapa ilustrativo do índice de caminhabilidade para os idosos numa viagem recreativa ... 48
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x
Figura 37 - Mapa ilustrativo do índice de caminhabilidade para os peões com mobilidade condicionada
numa viagem utilitária ............................................................................................................................ 49
Figura 38 - Mapa ilustrativo do índice de caminhabilidade para os peões com mobilidade condicionada
numa viagem recreativa ........................................................................................................................ 49
Figura 39 - Zonas para as quais o plano propõe maiores alterações ................................................... 54
Figura 40 - Zonas onde a avaliação da situação atual obteve piores resultados ................................. 54
Figura 41 - Situação atual zona 1 ......................................................................................................... 55
Figura 42 - Situação proposta zona 1 ................................................................................................... 55
Figura 43 - Situação atual zona 2 ......................................................................................................... 55
Figura 44 - Situação proposta zona 2 ................................................................................................... 55
Figura 45 - Situação atual zona 3 ......................................................................................................... 56
Figura 46 - Situação proposta zona 3 ................................................................................................... 56
Figura 47 - Situação atual zona 4 ......................................................................................................... 56
Figura 48 - Situação proposta zona 4 ................................................................................................... 56
Figura 49 - Relação entre o índice de caminhabilidade e o fluxo pedonal (adaptado de (Moura et al.
2016)) .................................................................................................................................................... 64
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 - Indicadores selecionados por grupo de peões ................................................................... 14
Quadro 2 - Associação entre Dimensões, Indicadores e Parâmetros .................................................. 16
Quadro 3 - Configuração do atravessamento ....................................................................................... 20
Quadro 4 - Visibilidade do atravessamento .......................................................................................... 20
Quadro 5 - Número de conflitos ............................................................................................................ 21
Quadro 6 - Infraestruturas adaptadas para acesso condicionado ........................................................ 21
Quadro 7 - Existência de Sinais para orientação dos peões, tais como mapas ou nomes de ruas ..... 22
Quadro 8 - Qualidade do pavimento ..................................................................................................... 22
Quadro 9 - Presença de riscos para tropeçar ....................................................................................... 23
Quadro 10 - Presença de degraus ........................................................................................................ 23
Quadro 11 - Uso do solo misto .............................................................................................................. 24
Quadro 12 - Existência de locais de encontro público .......................................................................... 24
Quadro 13 - Efeito de vigilância ............................................................................................................ 25
Quadro 14 - Atividades abertas após horas de serviço ........................................................................ 25
Quadro 15 - Existência de elementos de referência e sentido de lugar ............................................... 26
Quadro 16 - Parâmetros de pontuação dos atravessamentos ............................................................. 27
Quadro 17 - Funções de valor para o cálculo do índice de caminhabilidade (W=Walkability) ............. 32
Quadro 18 - Valor máximo por parâmetro ............................................................................................. 33
Quadro 19 - Propostas do relatório de proposta do plano de pormenor .............................................. 35
Quadro 20 - Divisões de estudo ............................................................................................................ 44
Quadro 21 - Análise do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem ................... 50
Quadro 22 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos ........................................... 51
Quadro 23 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças ......................................... 51
Quadro 24 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos ............................................ 52
Quadro 25 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada ....... 52
Quadro 26 - Valores assumidos para os Parâmetros auditados .......................................................... 58
Quadro 27 - Comparação do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem, Zona 1
............................................................................................................................................................... 59
Quadro 28 - Comparação do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem, Zona 2
............................................................................................................................................................... 60
Quadro 29 - Comparação do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem, Zona 3
............................................................................................................................................................... 61
Quadro 30 - Comparação do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem, Zona 4
............................................................................................................................................................... 62
Quadro 31 - Indicadores escolhidos por dimensões e os instrumentos de gestão territorial onde podem
ter influência .......................................................................................................................................... 63
Quadro 32 - Valor desejado para cada parâmetro ................................................................................ 65
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ANEXO I – Resultados do caso de estudo – situação atual
Quadro I. 1 - Análise do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem, Divisão 1 . 71
Quadro I. 2 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos, Divisão 1 ......................... 71
Quadro I. 3 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças, Divisão 1 ....................... 71
Quadro I. 4 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos, Divisão 1 .......................... 72
Quadro I. 5 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada, Divisão
1 ............................................................................................................................................................. 72
Quadro I. 6 - Análise do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem, Divisão 2 . 72
Quadro I. 7 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos, Divisão 2 ......................... 73
Quadro I. 8 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças, Divisão 2 ....................... 73
Quadro I. 9 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos, Divisão 2 .......................... 73
Quadro I. 10 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada,
Divisão 2 ................................................................................................................................................ 74
Quadro I. 11 - Análise do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem, Divisão 374
Quadro I. 12 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos, Divisão 3 ....................... 74
Quadro I. 13 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças, Divisão 3 ..................... 75
Quadro I. 14 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos, Divisão 3 ........................ 75
Quadro I. 15 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada,
Divisão 3 ................................................................................................................................................ 75
Quadro I. 16 - Análise do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem, Divisão 476
Quadro I. 17 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos, Divisão 4 ...................... 76
Quadro I. 18 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças, Divisão 4 ..................... 76
Quadro I. 19 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos, Divisão 4 ........................ 77
Quadro I. 20 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada,
Divisão 4 ................................................................................................................................................ 77
Quadro I. 21 - Análise do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem, Divisão 577
Quadro I. 22 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos, Divisão 5 ....................... 78
Quadro I. 23 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças, Divisão 5 ..................... 78
Quadro I. 24 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos, Divisão 5 ........................ 78
Quadro I. 25 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada,
Divisão 5 ................................................................................................................................................ 79
Quadro I. 26 - Análise do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem, Divisão 679
Quadro I. 27 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos, Divisão 6 ....................... 79
Quadro I. 28 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças, Divisão 6 ..................... 80
Quadro I. 29 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos, Divisão 6 ........................ 80
Quadro I. 30 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada,
Divisão 6 ................................................................................................................................................ 80
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ANEXO II – Resultados da comparação entre situação atual e a
proposta do plano
Quadro II. 1 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos, Zona 1 ........................... 81
Quadro II. 2 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças, Zona 1 ......................... 81
Quadro II. 3 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos, Zona 1............................. 82
Quadro II. 4 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada, Zona
1 ............................................................................................................................................................. 82
Quadro II. 5 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos, Zona 2 ........................... 83
Quadro II. 6 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças, Zona 2 ......................... 83
Quadro II. 7 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos, Zona 2............................. 84
Quadro II. 8 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada, Zona
2 ............................................................................................................................................................. 84
Quadro II. 9 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos, Zona 3 ........................... 85
Quadro II. 10 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças, Zona 3 ....................... 85
Quadro II. 11 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos, Zona 3 .......................... 86
Quadro II. 12 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada, Zona
3 ............................................................................................................................................................. 86
Quadro II. 13 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos, Zona 4 ......................... 87
Quadro II. 14 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças, Zona 4 ....................... 87
Quadro II. 15 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos, Zona 4 .......................... 88
Quadro II. 16 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada, Zona
4 ............................................................................................................................................................. 88
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ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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1. INTRODUÇÃO
1.1. Enquadramento
O intenso processo de urbanização ocorrido nos últimos anos tem tido repercussões
importantes no comportamento das pessoas, nomeadamente nas suas deslocações pedonais. No
último século o aparecimento dos modos motorizados trouxe para primeiro plano as deslocações
utilizando esses mesmos modos, deixando para segundo plano os modos ativos de deslocação.
Contudo esta hierarquia de escolhas e o aumento exponencial de utilizadores dos modos motorizados
trouxe problemas ambientais, sociais e humanos em todo o planeta, em especial nos países mais
desenvolvidos. Esta tendência tem vindo a mudar e nos últimos anos o tema dos modos ativos de
deslocação, em especial o modo pedonal, tem assumido um papel cada vez mais importante na vida
das pessoas, em especial nas suas deslocações, devido aos inúmeros benefícios que estes trazem
para a saúde pública, para o ambiente, para a cidade, entre outros, tendo sido alvo de diversos estudos.
Este assunto tem sido tratado na sua maioria no ambiente já construído e muito pouco durante o
processo de planeamento urbano.
Ao longo dos últimos anos, o planeamento urbano tem-se baseado nos modos motorizados
dando maior atenção e destaque a estes, acabando por apresentar, em segundo plano, ambientes
pedonais pouco atrativos. Existem diversos exemplos com idêntico processo de planeamento nos quais
a caminhabilidade tem resultados totalmente distintos. Para controlar isso e melhorar os ambientes
pedonais é necessário pensar na caminhabilidade também nas fases de planeamento urbano. Assim
com esta dissertação pretende-se contribuir para a inclusão de um índice de caminhabilidade nos
instrumentos de gestão territorial de âmbito municipal existentes em Portugal, dando uma referência
de valores a seguir nesta temática para os decisores públicos e privados.
1.2. Objetivos
A presente dissertação tem como principal objetivo contribuir para a inclusão de um índice de
caminhabilidade nos instrumentos de gestão territorial de nível municipal. Como objetivos intercalares,
enumeram-se:
• Aplicação do projeto IAAPE à zona em estudo;
• Aumentar os casos de estudo do projeto IAAPE;
• Fornecer contributos sobre o tema aos decisores públicos;
• Contribuir com a temática da caminhabilidade para o planeamento urbano.
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1.3. Organização do trabalho
O presente documento encontra-se dividido em sete capítulos. É neste primeiro capítulo que o
tema é enquadrado e os objetivos da dissertação explicitados, acompanhados de uma breve explicação
da estruturação do documento. No segundo capítulo é apresentada uma revisão bibliográfica na
sequência da qual se introduz a presente dissertação, este está dividido em três subcapítulos, o
primeiro aborda a caminhabilidade, o segundo aborda o planeamento urbano e por fim a
caminhabilidade no planeamento urbano. No terceiro capítulo é apresentada a metodologia utilizada,
dividido em dois subcapítulos, o primeiro apresenta o modelo utilizado para elaborar esta dissertação
e o segundo apresenta uma maximização teórica do mesmo modelo. No quarto capítulo procede-se à
definição e caraterização do caso de estudo, a Cidade Universitária em Lisboa, sobre o qual incide o
estudo realizado. Segue-se o quinto capítulo onde são apresentados e analisados os resultados
obtidos. No sexto capítulo são apresentados os contributos desta dissertação, e por fim no sétimo
capítulo é apresentada uma conclusão de todo o trabalho realizado e ainda sugeridas futuras
investigações que possam complementar a avaliação realizada nesta dissertação. São, por fim,
apresentados em anexo todos os dados necessários para a compreensão do trabalho realizado.
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Caminhabilidade
O peão é uma peça chave na vida da cidade, pelo que, a existência de uma rede de percursos
pedonais acessíveis, seguros e confortáveis é uma condição indispensável para a mobilidade urbana,
para a coesão social e para a viabilidade económica de muitas atividades.
Devido a esta ideia, caminhar ganhou especial atenção como fator chave na promoção de
comunidades ativas socialmente. Várias pesquisas têm sido desenvolvidas ao longo dos últimos anos,
apontando para vantagens individuais, associadas à atividade física e à saúde humana e vantagens
para as comunidades, nomeadamente, económicas, associadas à interação social, ambientes mais
seguros, menor consumo de energia e emissões de gases, ou em termos mais simples, um espaço
urbano mais habitável e apetecível.
Com benefícios comprovados e com evidências suficientes sobre a influência dos fatores do
ambiente construído no encorajamento e promoção da caminhada, tem havido um maior envolvimento
da comunidade técnico-científica e decisores políticos na abordagem das condições e qualidade do
ambiente peão. Nos últimos anos têm sido desenvolvidas muitas medidas para fornecer uma resposta
objetiva à pergunta "Será a minha rua / bairro / cidade boa para caminhar?". Estas medidas são o foco
da pesquisa de avaliação de caminhabilidade.
O conceito de caminhabilidade surge devido ao crescente interesse em saber de que forma e
com que intensidade poderá o ambiente urbano influir na decisão de efetuar um trajeto a pé, bem como
condicionar o percurso dos peões (http://www.iaape.org/).
Ao longo dos vários anos, diversos investigadores têm abordado a caminhabilidade de vários
modos: do ponto de vista conceptual, como a qualidade de um bairro que apresente quatro
caraterísticas, um ambiente amigável para caminhar, uma gama completa de destinos úteis e ativos a
uma curta distância, inexistência de ruído excessivo e poluição do ar e uma cultura local sociável e
diversa que aumenta o contato entre as pessoas e as condições para o comércio social e económico
(Bradshaw 1993) (Evans 2009); como uma medida cujas características do ambiente construído e a
distribuição de usos do solo de uma determinada zona podem, ou não, ser indutoras da mobilidade
pedonal por parte dos seus utilizadores/residentes (Leslie et al. 2007) (Ewing & Handy 2009) (Batista e
Silva et al. 2012); como uma medida do quão apetecível é o ambiente urbano para caminhar (Clifton
2007) (Abley & Turner 2011) (Ghidini 2011); e como uma medida do quanto uma determinada área,
rua, bairro ou cidade é apropriada para caminhar (Cervero & Kockelman. 1997) (Handy 2005) (Moura
et al. 2011).
Têm sido elaborados diversos estudos com metodologias distintas sobre este tema ao longo
dos últimos anos, tais como, o Walkscore que mede a caminhabilidade numa escala de 0 -
100 baseando-se em rotas de passeio para destinos como mercearias, escolas, parques, restaurantes
e lojas (http://www.walkscore.com); O Walkashed que usa uma metodologia avançada para calcular e
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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traçar a caminhabilidade. Usando um mecanismo de cálculo baseado em árvores de decisão é capaz
de contabilizar dinamicamente as preferências de cada pessoa, dando pesos relativos a cada fator
antes de combinar os dados (http://www.walkshed.org); O Walkonomics que mede a caminhabilidade
combinando fatores de categorias, tais como, segurança da estrada, facilidade de atravessamento,
pavimentos/passeios, inclinação da rua, orientação do peão, sensação de segurança, beleza da rua e
atratividade da rua (http://www.walkonomics.com); O SPACES: Systematic Pedestrian and Cycling
Environmental Scan, que define os parâmetros para se obter ambiente apelativo para os peões e para
os ciclistas com análise de casos de estudo. Analisa o espaço dedicado aos peões e aos ciclistas, de
seguida analisa o espaço dedicado à circulação automóvel e por fim uma análise global
(http://activelivingresearch.org/systematic-pedestrian-and-cycling-environmental-scan-spaces-
instrument); E o PEDS: Pedestrian Environment Data Scan, que mede características ambientais que
influenciam a caminhada em ambientes variados nos EUA. O instrumento de auditoria foi concebido
para abordar especificamente as preocupações dos peões, bem como para minimizar o custo e o tempo
de implementação (http://activelivingresearch.org/pedestrian-environment-data-scan-peds-tool).
Algumas das metodologias apresentadas têm origem em trabalhos provenientes de países fora
da Europa, tais como, os Estados Unidos da América, sendo por isso adaptadas às suas características
urbanas. Dadas as diferenças no desenho urbano das cidades europeias, (Stockton et al. 2016) refere
que a simples extrapolação dos resultados obtidos seria inapropriado, demonstrando com a aplicação
de um desses índices a um caso de estudo em Londres e efetuando as devidas adaptações.
Os diversos estudos têm apresentado contributos positivos, contudo continuam ainda por
uniformizar diversos pontos, tais como: (i) a dispersão de conceitos e metodologias de medição. Dado
que estas medições dependem da perceção humana, podem variar de indivíduo para indivíduo, o que
leva a que as abordagens variem de estudo para estudo; (ii) a escala de análise. Nalguns estudos é
utilizada uma escala micro, como a rua, enquanto que noutros se tem utilizado uma escala macro, a
cidade, o que determina a utilização de indicadores de avaliação a ter em conta; (iii) o contexto urbano
e origem dos estudos dentro do espaço urbano. Sendo o espaço muito heterogéneo, os estudos
baseados numa pequena zona da cidade podem ser aplicáveis a outras áreas da cidade, devido às
especificidades de cada espaço; (iv) a multiplicidade dos indicadores utilizados na avaliação nos vários
estudos, existindo alguns indicadores que são considerados sempre e um grupo muito grande de
indicadores que variam na sua aplicação conforme o autor e a aplicação de cada estudo; (v) a validação
do modelo tem sido um assunto para o qual têm sido apresentadas várias formas de validar os
resultados variando de estudo para estudo, ainda não sendo consensual qual a forma com resultados
totalmente reais.
Conclui-se assim que esta é uma temática com um futuro muito promissor a curto e longo prazo
e que trará enormes benefícios para todos.
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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2.2. Planeamento urbano
O planeamento urbano é o processo de idealização, criação e desenvolvimento de soluções
que visam melhorar ou revitalizar certos aspetos dentro de uma determinada área urbana ou do
planeamento de uma nova área urbana em uma determinada região, tendo como objetivo principal
proporcionar aos habitantes uma melhoria na qualidade de vida.
Segundo os historiadores o planeamento urbano remonta aos anos 3500 a.C. com o
aparecimento das primeiras cidades, sendo o grego Hippodamus considerado por muitos o pai do
planeamento urbano (http://www.ecivilnet.com). Ao longo da história o planeamento urbano foi sofrendo
diversas alterações e tendências marcantes em épocas tais como:
• Antiguidade - Grécia, Roma: o espaço da cidade dividia-se em três zonas: as áreas
privadas (moradias), as áreas sagradas (os recintos com os templos dos deuses) e as
áreas públicas, destinadas às reuniões políticas, ao comércio, ao teatro, aos jogos
desportivos, etc.;
• Idade média: cidades heterogéneas com caraterísticas em comum, tais como, forma
irregular com desenho adaptado ao terreno, existência de muralhas;
• Renascimento: a religião refletia-se nas cidades, a igreja principal estava localizada
no centro e toda a cidade era organizada, de modo hierárquico, em torno dessa igreja;
• Revolução Industrial: as cidades passaram a constituir os pontos centrais da produção
de riqueza e comércio o que leva a um grande crescimento demográfico das cidades,
as cidades ganham assim novas formas e uma escala maior, muitas vezes
incompatíveis com as deslocações a pé;
• Séculos XIX e XX: grandes intervenções urbanísticas nas cidades europeias,
mudança de escala no planeamento.
Embora a formação das cidades seja um processo milenar, foi o fenómeno de urbanização
massiva que se iniciou com a Revolução Industrial que fez surgir as primeiras teorias do "Pré-
urbanismo" do século XIX seguindo-se os movimentos modernos do urbanismo do início do século XX.
Esta evolução levou a que o planeamento urbano assuma filosofias distintas em diferentes
partes do mundo, mas também algumas semelhanças nas cidades europeias (Figura 1).
Nomeadamente, ao nível dos sistemas de planeamento em vigor e dos seus instrumentos, prevalece -
o chamado sistema de planeamento a três níveis (three tier planning system), que naturalmente sofre
adaptações de país para país (Silva & Acheampong 2015).
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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Em Portugal, os três níveis de planeamento urbano denominam-se, plano de estrutura, plano
de zonamento e plano detalhado, todos eles de âmbito municipal cumprindo as estratégias de níveis
superiores quando existentes, nomeadamente, de âmbito nacional, de âmbito regional e de âmbito
intermunicipal. Sempre que entre em vigor um programa territorial de âmbito nacional ou regional, é
obrigatória a alteração ou atualização dos planos territoriais de âmbito intermunicipal e municipal, que
com ele não sejam compatíveis, nos termos do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial
(RJIGT) (Decreto de Lei nº80/2015, de 14 de maio).
Os três níveis são traduzidos na prática por instrumentos de gestão territorial, os quais contêm
pelo menos, um regulamento, uma planta de síntese e uma planta de condicionantes. O plano de
estrutura faz-se cumprir com a utilização do Plano Diretor Municipal (PDM), no qual é estabelecida a
estratégia de desenvolvimento territorial municipal, o modelo territorial municipal, as opções de
localização e de gestão das infraestruturas e de equipamentos de utilização coletiva de hierarquia
superior e as relações de interdependência com os municípios vizinhos. O plano de zonamento
corresponde ao Plano de Urbanização (PU), desenvolve e concretiza o plano diretor municipal
estruturando a ocupação do solo e o seu aproveitamento, definindo a localização das infraestruturas e
dos equipamentos coletivos principais. Por fim o plano detalhado é utilizado quando se faz um Plano
de Pormenor (PP), onde se desenvolve e concretiza o plano diretor municipal, definindo a implantação
e a volumetria das edificações, a forma e organização dos espaços de utilização coletiva e o traçado
das infraestruturas, servindo de base aos projetos de execução (Lei de bases gerais da política pública
de solos, de ordenamento do território e de urbanismo, Lei Nº31/2014, de 30 de maio).
Outra grande diferença entre os instrumentos de gestão territorial definidos é a escala à qual
são realizados:
• Plano diretor municipal: escala 1:25000
• Plano de urbanização: escala 1:10000
• Plano de pormenor: escala 1:1000 ou 1:2000
Situ
ação
Mu
nd
ial
Países da Europa
Plano de Estrutura
Plano de Zonamento
Plano Detalhado
Outros Países
Figura 1 - Esquema resumo do planeamento urbano na Europa
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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O único instrumento de gestão territorial obrigatório por lei é o plano diretor municipal, o que
leva a que muitos municípios não elaborem nenhum dos outros. Assim para dar mais força ao PDM foi
aprovada em 2015 a revisão do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (Decreto de
Lei nº80/2015, de 14 de maio) que se baseia em oito princípios:
1. Planos Diretores Municipais concentram todas as regras vinculativas dos particulares
o Os planos territoriais de âmbito municipal e intermunicipal são os únicos
instrumentos que determinam a classificação e qualificação do uso do solo,
bem como a respetiva execução e programação;
o Os programas especiais, agora constituídos por normas de execução,
estabelecem ações permitidas, condicionadas ou interditas em função dos
regimes de proteção e valorização dos recursos naturais. Torna-se assim
impositivo a integração dos planos especiais no conteúdo dos planos
diretores municipais.
2. Fim do solo urbanizável - Racionalidade da reclassificação do solo em urbano
o Erradicação do solo urbanizável com privilégio da reabilitação urbana sobre a
construção nova;
o Classificação e reclassificação do solo rústico em urbano.
3. Aposta no Planeamento Sub-Regional (Intermunicipal)
o Possibilidade de municípios vizinhos se associarem para definirem, de modo
coordenado a estratégia de desenvolvimento e o modelo territorial sub-regional
e as opções de localização e gestão de equipamentos públicos e
infraestruturas.
4. Maior dinâmica dos instrumentos de gestão territorial
o Ao invés de um PDM rígido, apenas capaz de se superar em ciclos de cerca
de 10 anos, pretende-se um planeamento dinâmico e capaz de responder às
necessidades de cada ciclo económico, podendo ser revisto e alterado através
de planos de pormenor e de urbanização;
o Foi reformulada a alteração por adaptação dos programas e planos territoriais,
passando a depender de mera declaração da entidade responsável pela
elaboração do plano, com vista a simplificar e imprimir celeridade às alterações
decorrentes de meras atualizações de novos programas.
5. Avaliação dos instrumentos de gestão territorial
o Fixação de indicadores destinados a sustentar a avaliação e monitorização da
execução dos programas e planos territoriais, no respetivo conteúdo material;
o Este processo permanente de avaliação pode fundamentar propostas de
alteração do plano, nomeadamente com o objetivo de assegurar a
concretização dos fins do plano, corrigir distorções de oferta no mercado
imobiliário, entre outros.
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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6. Mais garantias para os Particulares
o Na reserva de solo para infraestruturas, equipamentos e espaços verdes com
a obrigatoriedade de aquisição do terreno no prazo estabelecido no plano
territorial ou no respetivo instrumento de programação;
o No dever de indemnização, são assim salvaguardados os direitos do particular.
7. Desmaterialização da elaboração dos programas e planos
o A elaboração dos programas e planos territoriais será desenvolvida a partir de
uma plataforma eletrónica, sedeada na Direção Geral do Território.
8. Comissão Nacional do Território (CNT)
o À CNT compete coordenar, articular e avaliar a política nacional de território e
emitir pareceres e recomendações sobre as questões relativas ao
ordenamento do território;
o O funcionamento da CNT é equivalente a um órgão colegial, sendo os seus
pareceres vinculativos em matéria de elaboração, alteração ou revisão dos
programas de âmbito nacional e regional.
O regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial refere ainda a possibilidade da
existência de programas setoriais, os quais podem ser realizados nos diversos âmbitos territoriais, nos
quais são definidos os programas e as estratégias de desenvolvimento, respeitantes aos diversos
setores da administração central, nomeadamente nos domínios da defesa, segurança pública,
prevenção e minimização de riscos, ambiente, recursos hídricos, conservação da natureza e da
biodiversidade, transportes, infraestruturas, comunicações, energia e recursos geológicos, cultura,
saúde, habitação, turismo, agricultura, florestas, comércio e indústria. Um exemplo desta medida são
os planos de mobilidade e transporte realizados a nível municipal baseados nas diretrizes nacionais
para a mobilidade realizado pelo IMT em 2012 a nível nacional.
Juntando os dois temas abordados anteriormente é possível analisar qual tem sido o papel da
caminhabilidade no planeamento urbano e qual a importância que isso poderá ter.
2.3. Caminhabilidade no planeamento urbano
De um modo geral, a literatura relacionada com o estudo da mobilidade pedonal refere com
frequência três grupos principais de fatores com influência no comportamento do peão (Figura 2):
• o tipo de viagem a efetuar (utilitária, recreativa);
• o contexto sociodemográfico (ex. faixa etária, condição física, género);
• a envolvente urbana que o rodeia.
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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Tal como refere (Mateo-Babiano 2016), os dois primeiros são grupos de fatores fixos que não
podem ser alteradas, contudo o terceiro grupo pode sofrer alterações. É neste grupo que podem intervir
os agentes relacionados com o planeamento urbano com o objetivo de promover um ambiente “walking
friendly”, sendo para tal necessário compreender as necessidades e perceções do peão.
Foram identificados por (Mateo-Babiano 2016) critérios para definir as necessidades do peão
– mobilidade, proteção, acessibilidade equitativa, identidade e prazer de caminhar. Estes critérios
podem ser separados em dois grandes grupos, acessibilidade (“Onde consigo chegar, o que consigo
alcançar”) e atratividade (“Com que satisfação faço o caminho, por onde prefiro ir”) definidos
anteriormente por (Cambra 2012) (Figura 3).
Em Portugal, tem sido tomado em conta pelos agentes do planeamento urbano sobretudo a
acessibilidade, enquadrada legalmente pelo Decreto de Lei nº163/2006, de 8 de agosto, que aprova o
regime da acessibilidade aos edifícios e estabelecimentos que recebem público, via pública e edifícios
habitacionais. Existem ainda alguns guias de boas práticas sem força de lei, como por exemplo o “Guia
para a acessibilidade pedonal no planeamento urbano” (Câmara Municipal de Lisboa 2015) (Figura 4),
Figura 3 - Grandes grupos de definição da caminhabilidade
Contexto sociodemográfico
Tipo de viagem a
efetuar
Envolvente urbana
caraterísticas objetivas<->Perceções
Preferências e atitudes Estilo de vida Meios de transporte alternativos
Figura 2 - Relações conceptuais entre os fatores de influência na caminhabilidade, adaptado de Handy (2005) e Schmid (2006)
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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onde são apresentadas algumas orientações para a definição de termos de referência e para o
desenvolvimento, alteração e revisão de Planos de Urbanização, Planos de Pormenor, Unidades de
Execução, Programas e Estudos Urbanos. Ainda assim, a referencia à elaboração de planos de
mobilidade e/ou planos de deslocações urbanas veio a estabelecer-se:
• Nas “Diretrizes Nacionais para a Mobilidade” (IMT, 2012), nas quais se afirma que “…são
obrigatórios os Planos de Mobilidade e Transportes, no prazo de 5 anos, para todos os
concelhos com mais de 50 mil habitantes…”;
• Na Lei 1/2009, de 5 de janeiro, que estabelece as competências da Autoridade Metropolitana
de Transportes de Lisboa, nomeadamente como entidade responsável pela elaboração do
Plano de Deslocações Urbanas para a área metropolitana de Lisboa (plano setorial para a
mobilidade e transportes);
• No Programa Regional de Ordenamento do Território (PROT), que refere que “as áreas e
aglomerações urbanas que apresentam fortes interdependências funcionais, nomeadamente
ao nível do emprego, do ensino e do consumo de bens materiais, devem ser objeto de planos
de mobilidade/deslocações urbanas”.
No entanto a escolha do modo peão como meio de transporte também está relacionada com a
atratividade do percurso. Uma vez que a velocidade do percurso é bastante mais reduzida do que
noutros meios de transporte, a própria viagem representa uma experiência de observação e apreciação
do ambiente envolvente (Cambra 2012). Contudo a atratividade não tem sido especificamente tomada
em conta pelos agentes do planeamento urbano em Portugal.
Este é um assunto que tem sido tomado em conta em diversos locais por todo o mundo, sendo
feitos projetos distintos com grande valor para a evolução deste tema. Alguns desenvolvidos por
Figura 4 - Guia para a acessibilidade pedonal no planeamento urbano - CMLisboa
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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entidades públicas e outros desenvolvidos por investigadores universitários, sendo que, em relação a
estes últimos, os decisores públicos têm uma grande dificuldade em implementar os resultados obtidos.
Em Espanha por exemplo, o concelho de Pontevedra tem feito uma aposta muito grande em
Caminhabilidade realizando projetos tais como o Metrominuto (Figura 5), um mapa com o tempo médio
de caminhada entre locais de referência na cidade (http://www.pontevedra.eu/movete/).
Em França, a caminhabilidade urbana tem sido estudado pelo CEREMA (“Centre d’études et
d’expertise sur les risques, l’environnement, la miobilité et l’aménagement”), que tem desenvolvido
projetos com o ideal “Uma estrada para todos” (Figura 6). Projetos como o “Rue de l’Avenir” em Poitiers
têm sido muito importantes para a evolução deste tema em França e assim criar recomendações para
melhorar o ambiente urbano (http://www.cerema.fr/).
Em Portugal, não existe legislação específica que defina como obrigatória a inclusão de índices
para medição ou controlo da caminhabilidade nos instrumentos de gestão territorial, nomeadamente
nos instrumentos de âmbito municipal. No PDM, dado o seu âmbito territorial e natureza de conteúdos,
a definição deste tipo de índices poderá ter interesse, sobretudo tendo em vista a definição de um
quadro de referência que suportará a implementação de boas práticas em intervenções urbanísticas
de menor escala. Já no Plano de Urbanização e no Plano de Pormenor, havendo maior detalhe de
análise e de proposta para as zonas em estudo, fará sentido a inclusão de parâmetros que definam e
permitam avaliar a caminhabilidade.
Figura 5 - Metrominuto Pontevedra (Fonte: http://www.pontevedra.eu/movete/)
Figura 6 - Uma estrada para todos – França (Fonte: http://www.cerema.fr/)
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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3. METODOLOGIA
3.1. Introdução
Para cumprir os objetivos desta dissertação será realizada a avaliação da caminhabilidade para
a situação atual da zona em estudo, com a metodologia proposta pelo projeto IAAPE.
Posteriormente será feita uma avaliação da caminhabilidade à situação proposta no âmbito do
Plano de Pormenor da Cidade Universitária, em Lisboa:
- Nas zonas para as quais são propostas maiores alterações;
- Nos locais onde a avaliação da situação atual obteve piores resultados.
Com base nos resultados obtidos nestas avaliações e comparação entre a situação atual e a
situação proposta pretende-se criar sugestões de indicadores de caminhabilidade urbana a aplicar nos
níveis de planeamento urbano cuja eficácia se revelar mais significativa, enquadrando assim as várias
fases do processo de planeamento.
3.2. Modelo IAAPE
A avaliação do índice de caminhabilidade de um espaço urbano é uma tarefa complexa, devido
aos vários aspetos objetivos (por exemplo, características do ambiente construído que impedem o
movimento de pessoas) e subjetivos (por exemplo, características que são percebidas como negativas
e cuja sua presença afasta as pessoas) que podem ser considerados. Nesta medida, selecionou-se o
projeto IAAPE, projeto que apresenta uma ferramenta de avaliação da caminhabilidade do ambiente
urbano construído e de apoio à decisão pública sobre o planeamento urbano.
O projeto IAAPE utiliza uma metodologia multicritério para avaliação da caminhabilidade
através do uso de um programa baseado em SIG (Sistemas de Informação Geográfica), com respetiva
validação dos resultados pela análise de alguns casos de estudo.
O projeto IAAPE assenta num quadro de avaliação que fornece um conjunto de indicadores,
organizado em sete dimensões - os sete Cs:
o Conectividade (C1): capacidade da rede pedonal de fornecer ligações para viagens
com origens e destinos chave, assim como a existência de ligações entre diferentes
rotas da rede pedonal;
o Conveniência (C2): capacidade de ser possível caminhar e ser capaz de competir com
outros modos de transporte em termos de eficiência (tempo, dinheiro e espaço);
o Conforto (C3): capacidade de acomodar e satisfazer as necessidades de todos os
grupos de peões para caminhar;
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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o Convivialidade (C4): capacidade de tornar a caminhada numa atividade agradável, de
incentivar o convívio entre indivíduos e a interação com o ambiente construído e
natural;
o Clareza (C5): capacidade do meio construído e da rede pedonal de oferecer
segurança, informação sinalização clara e legível aos peões;
o Coexistência (C6): capacidade de o modo pedonal coexistir ordeiramente com os
restantes modos de transporte ao mesmo tempo e num mesmo espaço;
o Compromisso (C7): capacidade das comunidades locais e administrativas
demonstrarem envolvimento e responsabilidade para com o ambiente pedonal.
A Figura 7 ilustra as perguntas que cada dimensão procura responder.
De uma forma geral, o projeto dividiu-se em nove grandes etapas (Figura 8).
•Tenho acesso a uma rede pedonal?C1: Conectividade
•A rede serve-me? É funcional?C2: Conveniência
•A experiência é boa?C3: Conforto
•Atrai outras pessoas?C4: Convivialidade
•O espaço é legível? Oriento-me?C5: Clareza
•Os carros não me perturbam?C6: Coexistência
•Há preocupação em fazer ainda melhor?C7: CompromissoFigura 7 - Descrição simplificada das sete dimensões do quadro de avaliação da caminhabilidade definidas no âmbito do IAAPE
Caraterização do caso de estudo
Sessão com Stakeholders
Estruturação
Ponderação
Recolha de dados
Auditoria de rua Análise SIG
Dados em SIG
Índice de caminhabilidade
Validação
Questionários
Contagens
Figura 8 - Metodologia do projeto IAAPE (Moura et al. 2017)
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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Depois da caracterização do caso de estudo, as etapas de Estruturação e Ponderação ficaram
concluídas com a realização de uma sessão de Stakeholders (Moura et al. 2017) a partir da qual foi
possível selecionar os indicadores considerados mais importantes, assim como elaborar as equações
para o cálculo do índice de caminhabilidade com a devida ponderação dos pesos, consoante o tipo de
viagem e o grupo de peões alvo.
Antes de iniciar a sessão, os stakeholders (dezassete no total) foram divididos em quatro
categorias distintas: adultos (cinco stakeholders), idosos (cinco stakeholders), mobilidade condicionada
(quatro stakeholders) e crianças (três stakeholders). Foi feita esta distinção para verificar se os
resultados variavam consoante o tipo de utilizador.
Começou-se por fazer a seleção dos indicadores utilizando sete posters (representativos dos
sete Cs), possuindo cada poster cinco indicadores representativos, realizando assim duas rondas:
• Numa 1ª ronda, cada stakeholder tinha que colar obrigatoriamente seis autocolantes em cada
poster, distribuídos pelos indicadores presentes. Quantos mais autocolantes colados, mais
interessante seria o indicador;
• Numa 2ª ronda, cada stakeholder dispunha de 28 autocolantes, podendo desta vez colocá-los de forma totalmente livre.
Assim foi possível selecionar os indicadores para aplicar no modelo (Quadro 1):
Quadro 1 - Indicadores selecionados por grupo de peões
Adultos Crianças Idosos Mobilidade
Condicionada
C1
Conectividade
C12: Continuidade
do percurso
C13: Condições de
fazer um caminho o
mais direto possível
C12: Continuidade do
percurso
C14: Existência de
infraestrutura pedonal
acessível
C2
Conveniência
C21: Diversidade
de usos
C21: Diversidade de
usos
C24: Densidade de
usos de comércio e
serviços do dia-a-dia
C22: Largura do
passeio necessária
para fluxo pedonal
C3
Conforto
C32: Qualidade do
revestimento
C31: Efeito de
vigilância – “poder ver
e ser visto”
C32: Qualidade do
revestimento
C32: Qualidade do
revestimento
C4
Convivialidade
C43: Mix de usos e
horários de
funcionamento /
utilização
C42: Existência de
“espaços âncora”
com efeito de atração
C41: Existência de
locais de encontro e
paragem
C42: Existência de
“espaços âncora”
com efeito de atração
C5
Clareza
C51: Pontos
notáveis e
elementos
singulares de
referência
C51: Pontos notáveis
e elementos
singulares de
referência
C51: Pontos notáveis
e elementos
singulares de
referência
C53: Toponímia e
sinalética adaptada a
peões
C6
Coexistência
C61: Segurança
face ao trânsito nas
travessias pedonais
C62: Travessias
localizadas nas
principais linhas de
desejo dos peões
C61: Segurança face
ao trânsito nas
travessias pedonais
C61: Segurança face
ao trânsito nas
travessias pedonais
C7
Compromisso
C71: Cumprimento
da legislação de
apoio ao peão
C75: Padronização
nas intervenções /
soluções / desenho
do espaço urbano
C71: Cumprimento da
legislação de apoio
ao peão
C71: Cumprimento da
legislação de apoio
ao peão
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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De seguida realizou-se a ponderação dos pesos dos indicadores selecionados utilizando o
método de Delphi guiado e o auxilio do site 1000minds.com, que fornece software de apoio à decisão.
Também esse passo ocorreu em duas rondas:
• Numa 1ª ronda, os stakeholders responderam admitindo que iam em caminhada utilitária
(caminhar com um determinado fim);
• Numa 2ª ronda, os stakeholders responderam admitindo que estavam em passeio recreativo.
Ao introduzir as respostas no software acima indicado, este gerou os pesos que cada grupo
atribui, implicitamente, a cada dimensão.
Assim com esta sessão de stakeholders, foi possível selecionar os indicadores e os seus pesos
relativos para o cálculo do índice de caminhabilidade consoante o grupo de peões e o tipo de viagem
(Figura 9 e Figura 10). (Cambra 2015)
Figura 9 - Pesos relativos dos indicadores para o tipo de viagem utilitário
Figura 10 - Pesos relativos dos indicadores para o tipo de viagem recreativo
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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Como é possível verificar na Figura 9 e na Figura 10, este modelo faz um cálculo do índice de
caminhabilidade distinguindo grupo de peões (adultos, crianças, idosos e mobilidade condicionada) e
tipos de viagem (utilitário e recreativo), obtendo assim um total de oito valores do índice de
caminhabilidade. Os indicadores selecionados para avaliar cada uma das sete dimensões variam
consoante o grupo de peões, sendo que cada dimensão para cada grupo de peões é selecionado um
indicador para a descrever. Por fim, cada indicador é calculado com base em parâmetros tal como
apresentado no Quadro 2. Como será explicado em detalhe na subsecção 3.3.2, parte dos parâmetros
são calculados com base na ferramenta SIG (a que nos referimos como “SIG x”) e os restantes resultam
da auditoria realizada no terreno (a que nos referimos como “Audx”).
Para armazenar os dados recolhidos que permitem a caracterização dos parâmetros é
necessário proceder à digitalização da rede pedonal da área de estudo, que estrutura a plataforma SIG.
Assim, cada segmento da rede pedonal será caracterizado por todos os parâmetros “SIGx” e “Audx”,
permitindo uma avaliação diferenciada da caminhabilidade, em função do tipo de viagem e do grupo
de peões alvo.
Quadro 2 - Associação entre Dimensões, Indicadores e Parâmetros
Dimensão Indicador Parâmetro
C1 Conectividade
C12: Continuidade do percurso SIG1
C13: Condições de fazer um caminho o mais direto possível SIG1, SIG2
C14: Existência de infraestrutura pedonal acessível SIG3, Aud8, Aud9
C2 Conveniência
C21: Diversidade de usos Aud10
C22: Largura do passeio necessária para fluxo pedonal Aud9
C24: Densidade de usos de comércio e serviços do dia-a-dia Aud15
C3 Conforto
C31: Efeito de vigilância – “poder ver e ser visto” Aud12
C32: Qualidade do revestimento Aud6, Aud7
C4 Convivialidade
C41: Existência de locais de encontro e paragem Aud11
C42: Existência de “espaços âncora” com efeito de atração Aud16
C43: Mix de usos e horários de funcionamento / utilização Aud10, Aud13
C5 Clareza
C51: Pontos notáveis e elementos singulares de referência Aud14
C53: Toponímia e sinalética adaptada a peões Aud5
C6 Coexistência
C61: Segurança face ao trânsito nas travessias pedonais SIG4 -> f(Aud1, Aud2, Aud3)
C62: Travessias localizadas nas principais linhas de desejo dos peões
SIG5
C7 Compromisso
C71: Cumprimento da legislação de apoio ao peão SIG6
C75: Padronização nas intervenções / soluções / desenho do espaço urbano
Aud6, Aud7, Aud9
Posteriormente é possível iniciar a recolha de dados e caracterizar os parâmetros de cada
segmento da rede pedonal, a qual está dividida em duas sub-etapas: 1) recolha de parâmetros com
uma auditoria de rua; 2) recolha de parâmetros calculados recorrendo ao SIG (Sistemas de Informação
Geográfica).
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17
Uma vez recolhidos os parâmetros e efetuada a respetiva ponderação para calcular os índices
de caminhabilidade, o modelo IAAPE sugere uma etapa final que corresponde à validação do modelo
com o objetivo de verificar se as avaliações obtidas correspondem à realidade, isto é, a perceção do
peão quanto à caminhabilidade. São propostos vários métodos de validação, em primeiro lugar, validar
os resultados multicritério, pedindo ao painel de stakeholders para classificar uma lista de ruas
selecionadas de melhor para pior e verificar se eles correspondem à classificação obtida com os
resultados obtidos pela metodologia IAAPE. Complementariamente, podem ser realizados
levantamentos de rua a fim de inquirir peões sobre sua perceção de caminhabilidade das ruas que
conhecem em seu bairro (novamente, do melhor ao pior). Isso pode ser feito para cada uma das
dimensões 7 Cs, dependendo da disponibilidade do entrevistado. Finalmente, a contagem de peões
também poderia auxiliar no processo de validação, assumindo que ruas com maior índice de
caminhabilidade (de acordo com os resultados do projeto IAAPE) resultam num maior fluxo pedonal
nessas ruas. Se a validação não provar que os resultados são precisos é necessário perceber-se o
porquê e caso se justifique, repete-se o procedimento.
3.3. Implementação do modelo IAAPE
3.3.1. Vectorização da rede pedonal
Para iniciar a avaliação é necessário fazer a vectorização da rede pedonal, uma vez que é algo
inexistente na maioria do espaço urbano português. Uma rede pedonal é bastante complexa, contando
com diversos tipos de caminhos e atravessamentos. Desta forma, antes de se proceder à vectorização
propriamente dita, foi necessário definir-se uma tipologia para ser utilizada durante todas as
vectorizações (Figura 11). Tentou-se ao máximo desenvolver uma metodologia precisa e de fácil
perceção, que pudesse ser utilizada na vectorização de qualquer área urbana. (Correia 2015a)
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18
ARCOS
Tipo 0 - Passeios
Tipo 2 - Ruas de acesso local
Tipo 4 - Ruas partilhadas
Tipo 5 - Rua pedonal
Tipo 6 - Escadarias
Tipo 80 - Percursos em jardins e espaços públicos
Tipo 81 - Percursos através de edificios e espaços privados
Tipo 82 - Percursos no interior de lotes/quarteirões
Tipo 90 - Caminho informal
Tipo 91 - Espaços abertos: estacionamentos e jardins
(espaços não definidos)
ATRAVESSAMENTOS
Tipo 10 - Passagens de peões
Tipo11 - Travessias semaforizadas
Tipo 12 - Passagem aérea
Tipo 13 - Passagem subterrânea
Tipo 15 - Refúgios e separadores
Tipo 16 - Descontinuidade por acesso a garagem/lote
Tipo 20 - Linha de desejo I
Tipo 21 - Linha de desejo II
Figura 11 - Tipologia definida na metodologia do projeto IAAPE
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19
A utilização de linhas de desejo neste modelo foi simplificada, aplicando-se apenas nos
cruzamentos. Uma linha de desejo num cruzamento identifica uma passagem não marcada
formalmente, mas que é possível a pessoa atravessar, distinguindo-se em dois tipos como demonstra
a Figura 12.
Para terminar a vectorização da rede pedonal é necessário verificar se não existem erros que
possam comprometer o resultado final. Um dos erros mais comuns é a não união entre os vários arcos
e atravessamentos, para tal é necessário correr o Network Analyst, encontrando-se assim a localização
dos erros procedendo-se de seguida à sua correção.
Figura 12 - Árvore de Decisão para representação de linhas de desejo
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20
3.3.2. Avaliação da caminhabilidade segundo o modelo IAAPE
Após estar digitalizada toda a rede pedonal é possível fazer a recolha dos diversos parâmetros
necessários (Correia 2015b). Estes parâmetros são descritos em detalhe nos pontos seguintes, em que
se diferenciam os métodos de avaliação em função de: 1) atravessamentos; 2) arcos e 3) zonas. Os
atravessamentos e os arcos são avaliados pelos parâmetros de auditoria (“Audx”) associados aos
segmentos da rede pedonal digitalizada. Outros indicadores avaliam a funcionalidade da rede pedonal,
e por isso conjuntos de segmentos (por exemplo, “C12: Continuidade do percurso” para a dimensão
C1 – Conetividade), para os quais é necessário definir zonas que discretizam o território avaliado e
permitem a avaliação dos parâmetros “SIGx”.
1. ATRAVESSAMENTOS
o Aud1 – Configuração do atravessamento (1,2,3,4): classifica um atravessamento
de acordo com a sua configuração.
Quadro 3 - Configuração do atravessamento
Configuração do atravessamento
1 via x 1 sentido 2 vias x 2 sentidos 2 vias x 1 sentido Mais de 3 vias
(1) (2) (3) (4)
o Aud2 – Visibilidade do atravessamento (1,2,3): classifica o grau de visibilidade do
peão no atravessamento.
Quadro 4 - Visibilidade do atravessamento
Visibilidade do atravessamento
Baixa Média Alta
(1) – dificuldade do peão
de “ver e ser visto” devido a
obstruções permanentes
(2) – a linha de visão não é
clara devido a obstáculos
temporários
(3) – o peão consegue “ver
e ser visto” sem nenhum
constrangimento
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21
o Aud3 – Número de conflitos (1,2,3): classifica o atravessamento de acordo com o
número de conflitos com a dinâmica da circulação rodoviária. Deve-se ter em conta a
presença dos veículos nas mudanças de direção. Em estradas com duas ou mais vias,
conta um conflito por via.
Quadro 5 - Número de conflitos
Número de conflitos
1 conflito 2 conflitos 3 conflitos
(1) (2) (3)
o Aud4 – Infraestruturas adaptadas para acesso condicionado (0,1,2): procura a
existência de rebaixamento do lancil do passeio e equipamento de ajuda tátil.
Quadro 6 - Infraestruturas adaptadas para acesso condicionado
Infraestruturas adaptadas para acesso condicionado
Lancil elevado e inexistência
de ajuda tátil
Lancil rebaixado e inexistência
de ajuda tátil
Lancil rebaixado e existência
de ajuda tátil
(0) (1) (2)
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2. ARCOS
o Aud5 – Existência de sinais para orientação dos peões (0,1,2,3): analisa os
elementos de localização para o peão.
Quadro 7 - Existência de Sinais para orientação dos peões, tais como mapas ou nomes de ruas
Existência de Sinais para orientação dos peões, tais como mapas ou nomes de ruas
Nada: Não existe
nenhuma informação
direcional
Pobre: os sinais
incluem apenas o
nome das ruas ou são
vagos e não
específicos, apenas
existentes numa das
extremidades do arco
Moderada: os sinais
apenas incluem o
nome das ruas ou são
vagos e não
específicos, existente
nas duas
extremidades do arco.
Informação existente é
suficiente para o peão
de localizar
Boa: os sinais
fornecem mapas
detalhados do local
onde o peão se
encontra e a sua
relação com outros
serviços e áreas de
interesse público e
inclui os respetivos
tempos de viagem
(0) (1) (2) (3)
o Aud6 – Avaliação da qualidade do pavimento (0,1,2,3,4): avalia a qualidade do pavimento
em cada arco.
Quadro 8 - Qualidade do pavimento
Qualidade do pavimento
Muito má: um
grande número
de lombas,
fendas, buracos,
ervas, raízes de
arvores à vista na
superfície, falta
de muitos blocos
de calçada e
muitas pedras
soltas
Má: condição
entre muito má e
moderada
Moderada:
algumas lombas,
fendas, buracos,
ervas, raízes de
arvores à vista na
superfície e
muitas pedras
soltas
Boa: condição
entre moderada e
muito boa
Muito boa: muito
poucas lombas,
fendas, buracos,
ervas, raízes de
arvores à vista na
superfície,
calçada completa
e inexistência de
pedras soltas
(0) (1) (2) (3) (4)
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23
o Aud7 – Presença de riscos para tropeçar (0,1): verifica a presença de buracos, relevos no
pavimento ou outros elementos capazes de causar tropeçamento.
Quadro 9 - Presença de riscos para tropeçar
Presença de riscos para tropeçar
Sim Não
(0) (1)
o Aud8 – Avaliação da presença de degraus (0,1): verifica para cada arco a existência de
degraus com uma altura superior a 15cm.
Quadro 10 - Presença de degraus
Presença de Degraus
Sim Não
(0) (1)
o Aud9 – Largura útil: determina o valor mínimo da largura útil por cada arco.
𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 ú𝑡𝑖𝑙 = 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 − 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑜𝑐𝑢𝑝𝑎𝑑𝑎
Distância de segurança aos objetos a ter em consideração no cálculo da largura ocupada
Postes sinalização = 0.10m
Construções = 0.15m
Calçada baixa (<= 125mm) = 0.15m
Calçada alta (>125mm) = 0.15m
Árvores = 0.15m
Relva = 0.00m
Figura 13 - Exemplo medição da largura útil do passeio
(1)
Estrada
Largura útil
Largura total
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o Aud10 – Uso do solo misto (0,1,2,3,4): contabiliza os diferentes tipos de solo em cada arco.
Tipos de uso do solo: residencial, comercial, serviços, equipamentos (jardins, escolas,
hospitais, etc.), etc.. Locais onde existam mais que um uso do solo, conta apenas como um
uso do solo (centros comerciais, mercados, etc.).
Quadro 11 - Uso do solo misto
Uso do solo misto
0 Sem uso do solo (exemplo: parques de estacionamento, espaços abertos…)
1 Um tipo de uso do solo em cada arco
2 Dois tipos de uso do solo em cada arco
3 Três tipos de uso do solo em cada arco
4 Quatro tipos de uso do solo em cada arco
o Aud11 – Existência de locais de encontro público (0,1,2): classifica de acordo com a
presença de locais de encontro público, como esplanadas, jardins, bancos.
Quadro 12 - Existência de locais de encontro público
Existência de locais de encontro público
0 Não existe nenhum local de encontro no arco e não nenhum visível
1 Não existe nenhum local de encontro no arco, mas existe pelo menos um visível
2 Existe pelo menos um local de encontro no arco
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o Aud12 – Avaliação do efeito de vigilância (nível de serviço: A, B, C, D, E): avalia o grau de
vigilância através da transparência das fachadas.
Quadro 13 - Efeito de vigilância
Efeito de Vigilância
Habitação Comercial / Serviços Outros casos
5 A
Espaços abertos, etc.
4 B
3 C
2 D
1 E
Jardins públicos com
grandes arbustos,
parques de
estacionamento
fechados, etc.
o Aud13 – Atividades abertas após horas de serviço (0,1): avalia a existência de serviços e
comércio a funcionar após as horas de serviço comuns, por exemplo, ginásio, bar, restaurante,
loja de conveniência, cinema, teatro, supermercado.
Quadro 14 - Atividades abertas após horas de serviço
Atividades abertas após horas de serviço
0 Não existe nenhuma atividade aberta após horas de serviço
1 Existe pelo menos uma atividade aberta após horas de serviço
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o Aud14 – Existência de elementos de referência e sentido de lugar (0,1,2): analisa a
presença de locais de referência que auxiliem o sentido de lugar, tais como, monumentos,
restaurantes de marcas conhecidas, igrejas, praças largas, avenidas, construções notáveis.
Quadro 15 - Existência de elementos de referência e sentido de lugar
Existência de elementos de referência e sentido de lugar
0 Impossível ver e inexistência de elementos de referência no arco
1 Possível ver elementos de referência do arco
2 Existência de elementos de referência no arco
o Aud15 – Densidade de atividades de uso comercial diário (contagem de locais):
contabiliza o número de atividades comerciais existentes no arco em análise. Exemplos:
farmácias, multibancos, cafés, padarias, mercearias, papelarias.
o Aud16 – Existência de destinos atrativos (contagem de locais): contabiliza o número de
destinos de atração existentes no arco em análise. Exemplos: paragens de autocarros,
paragens de metro, posto dos correios, escolas, supermercados locais, teatros, jardins
públicos, instalações desportivas.
3. ZONAS
Com a rede digitalizada e a auditoria de rua terminada é possível retirar os restantes
parâmetros necessários a partir do SIG.
Para obter os valores destes parâmetros é necessário dividir o espaço em estudo em unidades
territoriais com características de homogeneidade. No âmbito do modelo em estudo sugere-se a divisão
segundo as secções estatísticas1 propostas pelo INE - Instituto Nacional de Estatística, sendo que para
cada parâmetro o valor é constante para todos os elementos da secção (Correia 2015b).
o SIG1 – Continuidade da rede: com base nos centroides de cada secção, este parâmetro
calcula o rácio entre a distância euclidiana e a distância em linha reta utilizando o Network
Analysis do ArcGis.
𝑆𝐼𝐺1 =𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑢𝑐𝑙𝑖𝑑𝑖𝑎𝑛𝑎
𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑚 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑟𝑒𝑡𝑎
1 De acordo com a definição do INE, as secções estatísticas são unidades territoriais definidas por uma área contínua de uma
única Freguesia com cerca de 300 alojamentos destinados à habitação. Em espaços urbanos consolidados as secções
estatísticas dizem-se concentradas, quando as subsecções da secção correspondem a quarteirões.
(2)
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27
o SIG2 – Condições para tomar o caminho mais direto: com base nos centroides de cada
secção, este parâmetro calcula o rácio entre a distância mais curta pela rede e a distância em
linha reta utilizando o Network Analysis do ArcGis
𝑆𝐼𝐺2 =𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑎
𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑚 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑟𝑒𝑡𝑎
o SIG3 – Declive: para obter este parâmetro é necessário adicionar informação sobre os declives
na zona de estudo, a qual pode ser obtida sobrepondo um mapa hipsométrico da zona de
estudo. Para cada segmento é atribuído o declive máximo, em graus.
SIG3 = máximo declive existente em cada elemento
o SIG4 – Pontuação da segurança do cruzamento: o valor para cada secção é obtido através
do cálculo da média da pontuação dos atravessamentos existentes dentro da secção. Para
cada atravessamento a pontuação é calculada com base na Quadro 16.
Quadro 16 - Parâmetros de pontuação dos atravessamentos
Parâmetros de pontuação dos atravessamentos
Tipologia ScoreT Aud1 Score1 Aud2 Score2 Aud3 Score3
Semáforo 10 1 4 0 3 1 1
Passadeira 8 2 3 1 2 2 2
3 2 2 1 3 3
4 1 3, 4, 5, … 1
𝐴𝐹 =𝑆𝑐𝑜𝑟𝑒1 + 𝑆𝑐𝑜𝑟𝑒2 + 𝑆𝑐𝑜𝑟𝑒3 − 3
7+ 0.5
𝐶𝑊𝑆 =𝑆𝑐𝑜𝑟𝑒𝑇×𝐴𝐹 − 0.5
14.5×100
𝑆𝐼𝐺4 =𝐶𝑊𝑆1 + 𝐶𝑊𝑆2 + 𝐶𝑊𝑆3 + ⋯ + 𝐶𝑊𝑆8
8
(3)
(5)
(4)
(6)
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
28
o SIG5 – Cruzamentos localizados nas principais linhas de desejo: para cada secção, este
parâmetro calcula a percentagem de passagens para peões definidas em relação ao total de
atravessamentos, passagens de peões definidas mais as linhas de desejo existentes.
𝑆𝐼𝐺5 =𝑁𝑐𝑟𝑜𝑠𝑠𝑤𝑎𝑙𝑘𝑠
𝑁𝑐𝑟𝑜𝑠𝑠𝑤𝑎𝑙𝑘𝑠 + 𝑁𝑑𝑒𝑠𝑖𝑟𝑒𝑙𝑖𝑛𝑒𝑠
×100
o SIG6 – Aplicação da legislação: este parâmetro calcula a percentagem de arcos que não
cumpre a legislação referente à acessibilidade em relação ao total de arcos dentro da secção.
Começa-se por calcular um parâmetro auxiliar, Aux, o qual é igual a um para os arcos que não
cumprem a legislação (Aud8=0; Aud9<1,2; SIG3>10º) e igual a zero para os restantes arcos,
os que cumprem a legislação. De seguida, com base neste parâmetro auxiliar calcula-se o
parâmetro final por secção.
𝐴𝑢𝑥 = {1, 𝑠𝑒 (𝐴𝑢𝑑8 = 0 𝑜𝑢 𝐴𝑢𝑑9 < 1.2 𝑜𝑢 𝑆𝐼𝐺3 > 10)
0, 𝑠𝑒 𝑛ã𝑜
Cada arco é avaliado com 0 ou 1.
𝑆𝐼𝐺6 =𝑁1
𝑁1 + 𝑁0
×100
Após todos os parâmetros estarem calculados é possível calcular os indicadores necessários
para cada arco e atravessamento:
CONECTIVIDADE (C1)
o C12 – Continuidade do percurso [%]: representa a continuidade de um percurso dentro da
zona de estudo e baseia-se no valor do parâmetro SIG1. É calculado com a função contínua
(Ewing 1996):
𝐶12 [%] = {100, 𝑠𝑒 𝑆𝐼𝐺1 < 1
(2 − 𝑆𝐼𝐺1)×100, 𝑠𝑒 1 ≤ 𝑆𝐼𝐺1 ≤ 20, 𝑠𝑒 𝑆𝐼𝐺1 > 2
o C13 – Condições para fazer um caminho o mais direto possível [%]: representa as
condições de tomar o caminho mais curto dentro da zona de estudo e baseia-se no valor do
parâmetro SIG2. É calculado com a função contínua (Soltani & Allan 2005):
𝐶13 [%] = {100, 𝑠𝑒 𝑆𝐼𝐺2 < 1
(2 − 𝑆𝐼𝐺2)×100, 𝑠𝑒 1 ≤ 𝑆𝐼𝐺2 ≤ 20, 𝑠𝑒 𝑆𝐼𝐺2 > 2
(7)
(8)
(9)
(10)
(11)
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
29
o C14 – Existência de infraestrutura pedonal acessível [%]: representa a existência de
infraestruturas acessíveis a todos, isto é, se a largura útil do passeio é superior a 1,20metros,
não existem degraus e se o declive é inferior a 10%. É calculado com a função discreta (Correia
2015b):
𝐶14 [%] = {0, 𝑠𝑒 (𝐴𝑢𝑑8 = 0 𝑜𝑢 𝐴𝑢𝑑9 < 1.2 𝑜𝑢 𝑆𝐼𝐺3 > 10)
100, 𝑠𝑒 𝑛ã𝑜
CONVENIÊNCIA (C2)
o C21 – Diversidade de usos [%]: representa a percentagem de usos de solo no arco, com um
valor máximo de quatro usos de solo em cada arco. É calculado com a função discreta (Correia
2015b):
𝐶21 [%] = (𝐴𝑢𝑑10
4) ×100
o C22 – Largura do passeio necessária para o fluxo pedonal [%]: representa a percentagem
de largura do passeio disponível. É calculado com a função contínua (Evans 2009):
𝐶22 [%] = {0, 𝑠𝑒 𝐴𝑢𝑑9 < 1.2
(1.25×𝐴𝑢𝑑9 − 1.5)×100, 𝑠𝑒 1.2 ≤ 𝐴𝑢𝑑9 ≤ 2100, 𝑠𝑒 𝐴𝑢𝑑9 > 2
o C24 – Densidade de usos de comércio e serviços do dia a dia [%]: representa a densidade
de usos do quotidiano num arco, estabelecendo como valor máximo de usos o maior valor
observado na zona de estudo. É calculado com a função discreta (Correia 2015b):
𝐶24 [%] = (1 −(max[𝐴𝑢𝑑15] − 𝐴𝑢𝑑15)
(max[𝐴𝑢𝑑15] − min[𝐴𝑢𝑑15])) ×100
CONFORTO (C3)
o C31 – Efeito de vigilância – “poder ver e ser visto” [%]: representa o grau de vigilância de
um arco através do nível de transparência das fachadas. É calculado com a função discreta
(Park 2008):
𝐶31 [%] = (𝐴𝑢𝑑12 − 1
4) ×100
(12)
(13)
(14)
(15)
(16)
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
30
o C32 – Qualidade do pavimento [%]: representa a qualidade do pavimento atribuindo o mesmo
peso ao estado do pavimento e ao risco de tropeçamento. É calculado com a função discreta
(Abley & Turner 2011):
𝐶32 [%] = ((𝐴𝑢𝑑6
4) ×0.5 + 𝐴𝑢𝑑7×0.5) ×100
CONVIVIALIDADE (C4)
o C41 – Existência de locais de encontro e paragem [%]: representa a existência de locais de
encontro no arco ou visíveis a partir do mesmo. É calculado com a função discreta (Correia
2015b):
𝐶41 [%] = (𝐴𝑢𝑑11
2) ×100
o C42 – Existência de “espaços âncora” com efeito de atração [%]: representa a existência
de destinos atrativos no arco, definindo como valor máximo o número de destinos atrativos no
arco com o maior número deste tipo e destinos em toda a zona de estudo. É calculado com a
função discreta (Correia 2015b):
𝐶42 [%] = (1 −(max[𝐴𝑢𝑑16] − 𝐴𝑢𝑑16)
(max[𝐴𝑢𝑑16] − min [𝐴𝑢𝑑16])×100)
o C43 – Mix de usos e horários de funcionamento e utilização [%]: representa a existência
de locais com horários de trabalho após o expediente normal dependendo do número de usos
do solo. É calculado com a função discreta (Correia 2015b):
𝐶43 [%] = {(
𝐴𝑢𝑑13
2) ×100, 𝑠𝑒 (𝐴𝑢𝑑10 = 0 𝑜𝑢 1)
(𝐴𝑢𝑑13 + 1
2) ×100, 𝑠𝑒 𝑛ã𝑜
CLAREZA (C5)
o C51 – Pontos notáveis e elementos singulares de referência [%]: representa a existência
de elementos de referência no arco. É calculado com a função discreta (Correia 2015b):
𝐶51 [%] = (𝐴𝑢𝑑14
2) ×100
(17)
(18)
(19)
(20)
(21)
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
31
o C53 – Toponímia e sinalética adaptada a peões [%]: representa a existência de elementos
de orientação para o peão (Abley & Turner 2011). É calculado com a função discreta (Abley &
Turner 2011):
𝐶51 [%] = (𝐴𝑢𝑑5
3) ×100
COEXISTÊNCIA (C6)
o C61 – Segurança face ao trânsito nas travessias pedonais [%]: representa a segurança
dos atravessamentos. É calculado com a função contínua (Krambeck 2006):
𝐶61 [%] = 𝑆𝐼𝐺4
o C62 – Travessias localizadas nas principais linhas de desejo dos peões [%]: representa
a presença de atravessamentos formais nas principais linhas de desejo de atravessamento nos
cruzamentos. É calculado com a função contínua (Correia 2015b):
𝐶62 [%] = 𝑆𝐼𝐺5
COMPROMISSO (C7)
o C71 – Cumprimento da legislação de apoio ao peão [%]: representa o cumprimento da
legislação de acessibilidade para o peão. É calculado com a função continua (Correia 2015b):
𝐶71 [%] = 100 − 𝑆𝐼𝐺6
o C75 – Padronização nas intervenções / soluções / desenho do espaço urbano [%]:
representa a qualidade do espaço urbano, dependendo do estado do pavimento, presença de
riscos para tropeçar e da largura útil do passeio. É calculado com a função discreta (Correia
2015b):
𝐶75 [%] = {0, 𝑠𝑒 (𝐴𝑢𝑑6 = 0 𝑜𝑢 𝐴𝑢𝑑7 = 0 𝑜𝑢 𝐴𝑢𝑑9 < 1.2)
100, 𝑠𝑒 𝑛ã𝑜
Após o cálculo de todos os indicadores é possível fazer o cálculo do índice de Caminhabilidade
para cada arco (W=Walkability) conforme o grupo de peões e o tipo de viagem, aplicando a função de
valor respetiva (Quadro 17).
(22)
(23)
(24)
(25)
(26)
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32
Quadro 17 - Funções de valor para o cálculo do índice de caminhabilidade (W=Walkability)
Utilitária Recreativa
Adultos W=C12*0.17+C21*0.06+C32*0.12+C43*
0.17+C51*0.11+C61*0.22+C71*0.11
W=C12*0.04+C21*0.19+C32*0.12+C43*
0.23+C51*0.19+C61*0.15+C71*0.08
Crianças W=C13*0.19+C21*0.15+C31*0.19+C42*
0.04+C51*0.12+C62*0.23+C75*0.08
W=C13*0.09+C21*0.23+C31*0.198+C42
*0.18+C51*0.14+C62*0.14+C75*0.05
Idosos W=C12*0.11+C24*0.16+C32*0.21+C41*
0.11+C51*0.05+C61*0.21+C71*0.16
W=C12*0.07+C24*0.27+C32*0.17+C41*
0.17+C51*0.03+C61*0.17+C71*0.13
Mobilidade
Condicionada
W=C14*0.11+C22*0.16+C32*0.21+C42*
0.11+C53*0.05+C61*0.21+C71*0.16
(Se C14=0 ou C32=0 -> W=0)
W=C14*0.15+C22*0.10+C32*0.20+C42*
0.15+C53*0.05+C61*0.15+C71*0.20
(Se C14=0 ou C32=0 -> W=0)
A última etapa do projeto, a validação foi feita com a aplicação dos diversos casos de estudo,
como ilustrado nas figuras seguintes, Figura 14 - Caso de estudo na Gulbenkian, Lisboa, no qual foi
realizada uma avaliação da caminhabilidade na Fundação Calouste Gulbenkian e na zona envolvente
e Figura 15 - Caso de estudo em Arroios, Lisboa, no qual foi realizada uma avaliação da
caminhabilidade na zona de Arroios.
Figura 14 - Caso de estudo na Gulbenkian, Lisboa Figura 15 - Caso de estudo em Arroios, Lisboa
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
33
3.4. Condições “ótimas” de caminhabilidade segundo o IAAPE
Entre outros objetivos, o planeamento urbano tem como objetivo garantir a construção de um
ambiente físico que proporcione boas condições para os seus diferentes tipos de utilizadores no futuro.
Com base no modelo IAAPE, deseja-se melhorar, nomeadamente, as condições de caminhabilidade
nestes espaços.
Sendo este um modelo multicritério de soma aditiva, composto por uma soma de diversas
parcelas, o valor máximo do índice de caminhabilidade (W=Walkability) possível, isto é a situação
teórica perfeita ocorre quando todos os parâmetros se encontram nos seus valores máximos.
No Quadro 18, estão indicadas as condições necessárias para que cada parâmetro possa ter
o seu valor máximo. Com os parâmetros nos seus melhores valores, será possível matematicamente
ter os indicadores com os valores máximos, o que se traduz na situação teórica perfeita de
caminhabilidade para todos os grupos de peões (adultos, idosos, crianças e mobilidade condicionada)
e para ambos os tipos de viagem (utilitária e recreativa).
Quadro 18 - Valor máximo por parâmetro
Valor máximo por parâmetro
Aud1 – Configuração do atravessamento (1) 1 via com 1 sentido
Aud2 – Visibilidade do atravessamento (3) Alta visibilidade: é possível para o peão “ver e ser visto” sem constrangimentos
Aud3 – Número de conflitos (0) Sem conflitos com o trânsito
Aud4 – Existência de infraestruturas para acesso condicionado
(2) Existência de “Curb drop” e ajuda tátil Inexistência de degraus
Aud5 – Existência de sinais adaptados para os peões
(3) Boa: Existência de sinais com um mapa detalhado da zona, incluindo tempos de viagem em relação a outros serviços e áreas de interesse
Aud6 – Avaliação da qualidade do pavimento
(4) Muito bom: Geralmente suave, sem buracos, rachas ou vegetação, sem calçada solta
Aud7 – Presença de riscos para tropeçar
(1) Não: Mesmo em condições adversas (molhado, presença de folhas), o pavimento não é muito escorregadio, não existem perigos de tropeço, por exemplo buracos ou degraus não assinalados
Aud8 – Avaliação da presença de degraus (1) Não: Não existem degraus com mais do que 15cm
Aud9 – Largura do passeio Largura de caminhada = 2metros (= largura útil)
Aud10 – Uso do solo misto (4) 4 tipos de uso do solo no arco
Aud11 – Existência de locais de encontro público
(2) Há pelo menos um ponto de encontro no arco
Aud12 – Avaliação do efeito de vigilância (A) = (5) Fachadas com mais envidraçados -> maior vigilância
Aud13 – Atividades abertas após horas de serviço
(1) Há pelo menos uma atividade aberta após as horas de serviço
Aud14 – Existência de elementos de referência e sentido de lugar
(2) Presença de elementos de referência no arco
Aud15 – Densidade de atividades de uso comercial diário
Máx.de “atividades” por arco
Aud16 – Existência de destinos atrativos Máx.de “destinos” por arco
SIG1 – Continuidade da rede = 1 (quanto menor melhor)
SIG2 – Condições para tomar o caminho mais direto
= 1 (quanto menor melhor)
SIG3 – Declives <10% em cada arco
SIG4 – Pontuação da segurança do cruzamento
= 1 (quanto maior melhor)
SIG5 – Cruzamentos localizados nas principais linhas de desejo
= 100
SIG6 -Aplicação da legislação = 0
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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4. CASO DE ESTUDO
4.1. Descrição e caracterização da zona de estudo
O caso de estudo apresentado nesta dissertação é a Cidade Universitária, em Lisboa com a
área delimitada como ilustrado na Figura 16. Para a escolha deste local, foram realizadas diversas
reuniões, entre as quais, uma reunião com Câmara Municipal de Lisboa, diversas reuniões com os
responsáveis pelo Projeto IAAPE e uma reunião com os responsáveis pelo desenvolvimento do Plano
de Pormenor da Cidade Universitária.
Para a delimitação da zona de estudo recorreu-se às fronteiras do PP da Cidade Universitária.
Contudo, este território delimitado artificialmente não está isolado do resto da cidade. Assim,
reconhece-se que o estudo da caminhabilidade deste território aos pontos de interesse e de
geração/atração de viagens pedonais na zona envolvente teria todo o significado e complementaria a
análise apresentada nesta dissertação. Todavia a abordagem metodológica seguida não incluiu esta
análise, sendo por isso uma sugestão de estudo futuro completar a esta dissertação.
Das várias hipóteses de casos de estudo que surgiram no processo de escolha do mesmo, a
Cidade Universitária foi selecionada por ser o local mais adequado para testar esta dissertação. Para
esta escolha foi tido em conta o ponto de situação da proposta de um Plano de Pormenor proposto em
Janeiro de 2015 (Antunes Ferreira et al. 2015), no qual está fechada uma primeira versão final sobre a
Figura 16 - Enquadramento da área do PP da Cidade Universitária no PDM de Lisboa 1994 (Fonte: Relatório de caracterização, Plano de pormenor Cidade Universitária)
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
35
qual esta dissertação assenta e ainda as especificidades do local quanto aos tipos de usos e os
equipamentos existentes no mesmo, o qual permite ainda testar a aplicação do modelo do projeto
IAAPE num espaço urbano diferente dos testados anteriormente.
A zona tem cerca de 126 hectares, sendo cerca de 10 hectares área verde, e é delimitada:
• A norte pela Avenida General Norton de Matos (2.ª Circular)
• A este pelo Campo Grande
• A sul pela Avenida das Forças Armadas
• A oeste pela Azinhaga das Galhardas e a Avenida dos Combatentes
Como é possível verificar-se na Figura 16, a área é composta por diversos tipos de espaços
classificados de acordo com o PDM, espaços centrais e residenciais, espaços verdes de recreio e lazer,
espaços verdes de enquadramento a infraestruturas, espaços de uso especial de equipamentos e
espaços de uso especial com área verde associada. Pode-se ainda verificar que é um espaço
maioritariamente consolidado, existindo apenas uma pequena área de espaços centrais e residenciais
a consolidar.
A realização do relatório de proposta do plano de pormenor assentou em três objetivos
principais:
- Tornar o espaço público um espaço coerente
- Criar Polos de atração dentro do espaço do plano
- Reduzir o tráfego de atravessamento
Com base nesses objetivos o relatório apresenta as seguintes propostas em diferentes áreas,
Quadro 19.
Quadro 19 - Propostas do relatório de proposta do plano de pormenor
1. Desenho urbano e paisagismo
Criação de um projeto unificador do espaço público
Criação de uma nova centralidade (nível 1)
Criação de uma nova centralidade (nível 2) – Praça Minerva (Figura 17)
Criação de uma nova centralidade (nível 2) – Repensando a área do Museu da cidade
Porta do Campus
Projeto global de reestruturação da unidade de desporto e lazer
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
36
2. Mobilidade e Transportes
Ligações ao exterior da área do plano:
• Ligação a Telheiras – Ligação pedonal e ciclável
• Ligação às interfaces de transportes – Ligação pedonal
• Articulação com a Avenida das Forças Armadas
• Articulação com o Jardim do Campo Grande
Hierarquização da rede de arruamentos locais e reordenamento do esquema geral de circulação
Reformulação do acesso à piscina do Estádio Universitário de Lisboa e ao Hipódromo do Campo Grande (Figura 18)
Túnel de ligação entre o Campo Grande e a Avenida Professor Egas Moniz que leva ao repensar de toda a lógica da rede viária
Novo arruamento de acesso local entre o Logradouro do Colégio Moderno e a Biblioteca nacional
Rede interna pedonal e ciclável
Sistema de bicicletas partilhadas
Acesso pedonal ao Hospital de Santa Maria (Figura 19)
• Estação do metro -> Praça central do hospital
• Passagem pedonal inferior sob a Avenida Professor Egas Moniz
Corredores de transportes coletivos – Corredor Oriente -> Sete Rios
Programa integrado de estacionamento
3. Ambiente e Infraestruturas
Bacia de drenagem
Sistemas eficientes e sustentáveis – Redução da pegada ecológica
Soluções de minimização do ruído
4. Usos e Funções
Instalação de unidades de alojamento universitário – Praça Minerva (Figura 17)
Multifuncionalidade
Integração de recursos
Figura 17 - Praça Minerva - centralidade de nível 2
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
37
A zona de estudo é composta por uma grande área de espaço privado, foi assim importante
definir intenções e compromissos por parte dos privados no relatório de proposta do plano de pormenor.
A Universidade de Lisboa, compromete-se a construir um parque de estacionamento na
Faculdade de Letras e tem a intenção de criar o Instituto de Orientação Profissional, o que levará à
expansão para sul da Faculdade de Psicologia com uma área de implantação de aproximadamente
600m2.
A Fundação Maria António Barreiro, detentora do Colégio Universitário dos Álamos, localizado
entre a Torre do Tombo e as instalações da empresa Horto do Campo Grande, pretende construir uma
residência universitária e mais um centro de estudos.
Figura 18 - Acesso à piscina do EUL e ao hipódromo do Campo Grande
Figura 19 - Acessos pedonais ao Hospital de Santa Maria (a criar)
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
38
4.2. Problemas identificados na zona de estudo
No diagnóstico do espaço do plano foi possível identificar quatro grandes disfuncionalidades,
que reúnem os vários problemas identificados no relatório de proposta do plano (Antunes Ferreira et
al. 2015):
1. Lógica de empilhamento de equipamentos, funções, património e edificado diverso
que não tem sido capaz de aliar à grande proximidade física entre construções uma
idêntica relação funcional ou pelo menos uma articulação que permitisse a formação
de sinergias, complementaridades e até de uma imagem mais clara desta área de
excelência na área do conhecimento. O progressivo aprofundamento, por parte de
cada um dos equipamentos, de uma autonomia face ao seu exterior tornou-os
indiferentes ao espaço, aos outros equipamentos e até à necessidade de funções
urbanas banais complementares (restauração, papelarias, etc.) no espaço urbano;
2. Insuficiente contributo do espaço público para uma imagem unificadora da cidade
universitária, apesar da sua diversidade intrínseca, mas também para o conforto dos
seus utilizadores quer no que respeita à qualidade, legibilidade e continuidade de
percursos internos à área como na articulação que deve promover com os territórios
circundantes, designadamente, o Jardim do Campo Grande;
3. Intenso fluxo viário durante longos períodos do dia que trespassa o coração desta
área – a alameda da universidade – e que tem sido persistentemente um grande
obstáculo a uma conceção mais convergente e coerente deste território sendo que a
maior parte dos veículos que o compõe tem destinos exteriores à cidade universitária
ou ao Hospital de Santa Maria. Ainda associado ao automóvel deve sublinhar-se que
as extensas áreas de estacionamento acabam por fomentar o uso do transporte
individual e sobretudo uma imagem excessivamente marcada pela presença dos
veículos;
4. Significativa arritmia temporal no funcionamento desta área – dia/noite; dias
úteis/fins de semana; períodos letivos/períodos não letivos – acarretando consigo
idêntico pulsar na apropriação marginal do espaço e consequente persistência de um
sentimento de insegurança por parte dos utilizadores da cidade universitária. A
dominância de um horário laboral rígido nas atividades presentes justifica este
problema que acaba por ter implicações diversas e profundas na imagem projetada
para o exterior.
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
39
5. DISCUSSÃO E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
5.1. Diagnóstico da situação atual
5.1.1. Vectorização da rede pedonal
Para aplicação do modelo do IAAPE na
zona em estudo (Figura 20) foi necessário
digitalizar a rede pedonal (Figura 21), algo
inexistente no inicio deste trabalho. Para tal
utilizou-se a tipologia da metodologia do IAAPE,
como referido no capítulo 3.3.1.
Figura 20 - Cidade Universitária, Lisboa
Figura 21 - Rede pedonal da zona de estudo
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
40
Ao longo da digitalização surgiram diversas dúvidas da aplicação das tipologias definidas às
circunstâncias da rede pedonal em estudo, tais como:
• Representação das passagens de peões
Por uma questão de simplificação da rede e tornar o processo de auditoria mais
eficiente, optou-se pela solução representada na Figura 23, sendo as
travessias (eixo marcado a vermelho) representadas até ao eixo dos passeios,
em vez da representação até ao limite do passeio.
• Redundância de zonas de circulação pedonal
Existência de umas arcadas paralelas ao
passeio (eixo marcado a tracejado vermelho),
que por simplificação não são marcadas
criando-se assim uma rede pedonal
simplificada, mas que não trás alterações
significativas aos resultados finais.
Figura 22 - Representação errada das passagens de peões
Figura 23 - Representação correta das passagens de peões
Figura 24 - Exemplo de uma redundância de zonas de circulação
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
41
• Digitalização em áreas abertas como parques de estacionamento à superfície
Optou-se por marcar a zona de
circulação pedonal (linhas a cinzento
claro) na zona de circulação dos
veículos pois o modelo não pressupõe a
hipótese de marcação de áreas e dentro
de um parque de estacionamento,
devido à velocidade de circulação dos
veículos, o peão sente-se seguro para
circular livremente pela zona livre.
• Marcação das linhas de desejo
Em todos os cruzamentos foi
necessário avaliar a existência
de linhas de desejo e quando
existente, representar o tipo
de linha de desejo correto
selecionado conforme a
Figura 12.
• Digitalização das zonas “público-privadas”, isto é, zonas privadas, mas sem
restrição à utilização pública
Na zona em estudo, existem pelo menos duas grandes áreas privadas, as
quais têm uma utilização pública e sem restrição de acesso, o que levou a ser
feito o levantamento da rede pedonal dentro das mesmas, como ilustrado na
Figura 27 - Estádio Universitário e na Figura 28 - Hospital de Santa Maria.
Figura 25 - Digitalização de um parque de estacionamento
Figura 26 - Exemplo de marcação de uma linha de desejo
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
42
➢ Estádio Universitário
➢ Hospital de Santa Maria
5.1.2. Auditoria da rede pedonal
Após realizado o levantamento da rede pedonal, procedeu-se à auditoria de rua para recolher
os parâmetros necessários para o cálculo do índice de caminhabilidade, Aud1 a Aud16.
Esta etapa do trabalho necessitou de uma preparação prévia, com ações tais como:
1. Seleção dos elementos a auditar;
2. Preparação de mapas com referência de todos os elementos;
3. Preparação de quadros para registo dos parâmetros auditados para cada elemento.
Para a primeira ação foram selecionados todos os arcos com um comprimento superior a 20
metros (470 elementos) e todos os atravessamentos (303 elementos), num total de 773 elementos.
Para a segunda ação foi separada a área em nove zonas (Figura 29), de modo a fazer
impressões de mapas onde fosse possível visualizar as referências dos vários elementos. Para cada
zona foram criados dois mapas, um com a marcação dos atravessamentos e outro com a marcação
dos arcos.
Figura 27 - Estádio Universitário
Figura 28 - Hospital de Santa Maria
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
43
Durante a auditoria surgiram diversas dificuldades, tais como:
• Atravessamentos
➢ Aud3 – Número de conflitos
▪ Analisar o número de conflitos em cruzamentos mais complexos;
• Arcos
➢ Aud5 – Existência de sinais para orientação dos peões
▪ Analisar a existência de sinalização para peões, muito inexistente
na zona em estudo;
➢ Aud6 – Avaliação da qualidade do pavimento
▪ Distinguir a qualidade do pavimento conforme os níveis propostos
pelo IAAPE, em especial os níveis intermédios;
➢ Aud9 – Largura útil
▪ Realizar a medição da largura útil devido à grande utilização
pedonal;
▪ Definir a secção do segmento onde a largura útil é mais
condicionante;
➢ Aud10 – Uso do solo misto
▪ Identificar os vários tipos de uso;
Figura 29 - Separação da zona de estudo para a auditoria de rua
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
44
Esta etapa do trabalho realizou-se entre os dias 21 e 28 de março de 2017 e foram necessárias
cerca de 21horas para a completar. Foi um processo que demorou muitas horas devido aos vários
parâmetros por cada elemento e ao grande número de elementos a analisar.
• Atravessamentos => 303 elementos ∗ 4 parâmetros por elemento = 1212 parâmetros auditados
• Arcos => 470 elementos ∗ 12 parâmetros por elemento = 5640 parâmetros auditados
• 𝐓𝐎𝐓𝐀𝐋 𝐏𝐀𝐑Â𝐌𝐄𝐓𝐑𝐎𝐒 𝐀𝐔𝐃𝐈𝐓𝐀𝐃𝐎𝐒 = 𝟏𝟐𝟏𝟐 + 𝟓𝟔𝟒𝟎 = 𝟔𝟖𝟓𝟐 𝐩𝐚𝐫â𝐦𝐞𝐭𝐫𝐨𝐬
Após a auditoria de rua realizada, foi necessário obter os parâmetros SIG utilizando-se algumas
funções do Network Analyst, que exigiram a divisão da área em estudo em diferentes unidades
territoriais.
Nesta dissertação optou-se por fazer uma alteração às indicações do modelo do IAAPE,
adotando-se uma nova divisão territorial em vez de se usar as unidades correspondentes às secções
estatísticas (divisão censitária) como sugere o modelo. Esta alteração deveu-se à necessidade de
retratar com maior clareza a realidade do local. Dado que as secções são definidas por uma união de
subsecções onde existam cerca de 300 alojamentos destinados à habitação, a zona em causa seria
dividida em apenas três unidades, de grande dimensão e muito heterogéneas, de acordo com critérios
que são muito relevantes na aplicação do modelo. Como tal optou-se por fazer uma nova divisão, como
representado na Figura 30 - Divisão da área de estudo para obtenção dos parâmetros SIG (Quadro
20), seguindo os critérios:
➢ Homogeneidade no tipo de usos;
➢ Cobertura de toda a área em estudo;
➢ Obtenção de resultados mais próximos da realidade.
Quadro 20 - Divisões de estudo
Divisão Nome Extensão da rede pedonal
Divisão 1 Divisão do Hospital de Santa Maria 12 938 metros
Divisão 2 Divisão do Estádio Universitário 10 854 metros
Divisão 3 Divisão do Hipódromo 1 242 metros
Divisão 4 Divisão da Faculdade de Ciências 4 892 metros
Divisão 5 Divisão da Reitoria 8 343 metros
Divisão 6 Divisão do Colégio Moderno 2 680 metros
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
45
Após obter-se todos os parâmetros foi possível realizar o cálculo dos indicadores
representativos dos 7Cs para os vários elementos, como explicado no capítulo Modelo IAAPE.
De seguida, aplicaram-se as fórmulas apresentadas no Quadro 17, a partir dos quais se obteve
os valores do índice de caminhabilidade por cada segmento, consoante o grupo de peões (adultos,
idosos, crianças e mobilidade condicionada) e o tipo de viagem (utilitária e recreativa), como ilustrado
da Figura 31 à Figura 38.
Figura 30 - Divisão da área de estudo para obtenção dos parâmetros SIG
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Figura 31 - Mapa ilustrativo do índice de caminhabilidade para os adultos numa viagem utilitária
Figura 32 - Mapa ilustrativo do índice de caminhabilidade para os adultos numa viagem recreativa
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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Figura 33 - Mapa ilustrativo do índice de caminhabilidade para as crianças numa viagem utilitária
Figura 34 - Mapa ilustrativo do índice de caminhabilidade para as crianças numa viagem recreativa
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Figura 35 - Mapa ilustrativo do índice de caminhabilidade para os idosos numa viagem utilitária
Figura 36 - Mapa ilustrativo do índice de caminhabilidade para os idosos numa viagem recreativa
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Figura 37 - Mapa ilustrativo do índice de caminhabilidade para os peões com mobilidade condicionada numa viagem utilitária
Figura 38 - Mapa ilustrativo do índice de caminhabilidade para os peões com mobilidade condicionada numa viagem recreativa
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50
5.2. Análise dos resultados da situação atual
Após a recolha de parâmetros e cálculo dos indicadores, obteve-se o índice de caminhabilidade
para todos os arcos da zona de estudo na situação atual.
Analisando-se o Quadro 21, verifica-se que arcos com um índice de caminhabilidade no intervalo
80 – 100 são quase inexistentes, apenas para a mobilidade condicionada numa viagem recreativa
existem dois arcos nesta situação, contudo é uma amostra sem significado na zona de estudo, uma
vez que é aproximadamente 1% da extensão de toda a rede pedonal. De destacar também, que cerca
de 14% da rede pedonal em estudo têm um índice de caminhabilidade igual a 0 para a mobilidade
condicionada, isto é, não estão preparados para a circulação de peões deste tipo, seja numa viagem
utilitária ou recreativa.
Fazendo-se uma análise conjunta do Quadro 21 e das várias figuras que ilustram os índices de
caminhabilidade na rede por grupo de peões e tipo de viagem, da Figura 31 à Figura 38, é possível
verificar-se que segmentos com melhores índices de caminhabilidade para os diversos grupos de peões
encontram-se nas divisões 1 (Divisão do Hospital de Santa Maria) e 5 (Divisão da Reitoria) e os
segmentos com piores índices de caminhabilidade se encontram nas restantes divisões, 2 (Divisão do
Estádio Universitário), 3 (Divisão do Hipódromo) e 4 (Divisão da Faculdade de Ciências).
Quadro 21 - Análise do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem
Índice de Caminhabilidade
Grupo de Peões Adultos Adultos Crianças Crianças Idosos Idosos Mobilidade
Condicionada Mobilidade
Condicionada
Tipo de Viagem Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa
Mínimo 17 9 24 15 18 14 0 0
Média 44 20 24 21 22 17 22 32
Máximo 69 76 71 72 70 70 79 83
% de extensão da
rede pedonal por
intervalo
0 - 20 2% 3% 0% 1% 2% 3% 14% 14%
20 - 40 25% 29% 15% 29% 25% 42% 1% 1%
40 - 60 68% 62% 57% 66% 69% 51% 33% 31%
60 - 80 5% 6% 28% 4% 4% 4% 53% 55%
80 - 100 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 1%
Extensão da rede pedonal na área de estudo = 40 948 metros
Com a análise do Quadro 22, é percetível que na zona de estudo os valores obtidos para as
várias dimensões podem variar muito para o grupo de peões adultos. De destacar pela positiva que
mais de metade da rede tem uma pontuação superior a 90 na dimensão do compromisso (C7) e pela
negativa, que a totalidade da rede tem uma pontuação inferior a 37 na dimensão da conectividade (C1)
e inferior a 43 na dimensão coexistência (C6). No ANEXO I – Resultados do caso de estudo – situação
atual, encontram-se quadros com a análise destes indicadores pelas várias divisões de estudo.
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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Quadro 22 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos
Adultos
TOTAL
Percentis
C1
Co
ne
ctiv
idad
e
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
Co
nfo
rto
C4
Co
nvi
vial
idad
e
C5
Cla
reza
C6
Co
exi
stê
nci
a
C7
Co
mp
rom
isso
0% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 20,23 30,00
25% 0,51 0,00 37,50 50,00 50,00 37,75 87,65
50% 0,89 0,00 87,50 50,00 50,00 39,31 90,72
75% 21,97 25,00 87,50 50,00 50,00 39,31 100,00
100% 36,39 75,00 100,00 100,00 100,00 42,24 100,00
Com a análise do Quadro 23, é percetível que na zona de estudo os valores obtidos para as
várias dimensões podem variar muito para o grupo de peões crianças. De destacar pela positiva que
mais de metade da rede tem uma pontuação de 100 nas dimensões do conforto (C3) e do compromisso
(C7) e pela negativa, que a totalidade da rede tem uma pontuação inferior a 60 na dimensão da
conectividade (C1). No ANEXO I – Resultados do caso de estudo – situação atual, encontram-se
quadros com a análise destes indicadores pelas várias divisões de estudo.
Quadro 23 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças
Crianças
TOTAL
Percentis
C1
Co
ne
ctiv
idad
e
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
Co
nfo
rto
C4
Co
nvi
vial
idad
e
C5
Cla
reza
C6
Co
exi
stê
nci
a
C7
Co
mp
rom
isso
0% 13,11 0,00 0,00 0,00 0,00 34,69 0,00
25% 28,24 0,00 75,00 0,00 50,00 67,74 0,00
50% 54,72 0,00 100,00 0,00 50,00 68,75 100,00
75% 54,72 25,00 100,00 0,00 50,00 73,13 100,00
100% 60,86 75,00 100,00 100,00 100,00 73,13 100,00
Com a análise do Quadro 24, é percetível que na zona de estudo os valores obtidos para as
várias dimensões podem variar muito para o grupo de peões idosos. De destacar pela positiva que
mais de metade da rede tem uma pontuação superior a 90 na dimensão do compromisso (C7) e pela
negativa, que a totalidade da rede tem uma pontuação inferior a 37 na dimensão da conectividade (C1)
e inferior a 43 na dimensão da coexistência (C6). No ANEXO I – Resultados do caso de estudo –
situação atual, encontram-se quadros com a análise destes indicadores pelas várias divisões de estudo.
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
52
Quadro 24 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos
Idosos
TOTAL
Percentis
C1
Co
ne
ctiv
idad
e
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
Co
nfo
rto
C4
Co
nvi
vial
idad
e
C5
Cla
reza
C6
Co
exi
stê
nci
a
C7
Co
mp
rom
isso
0% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 20,23 30,00
25% 0,51 0,00 37,50 50,00 50,00 37,75 87,65
50% 0,89 0,00 87,50 50,00 50,00 39,31 90,72
75% 21,97 0,00 87,50 100,00 50,00 39,31 100,00
100% 36,39 100,00 100,00 100,00 100,00 42,24 100,00
Com a análise do Quadro 25, é percetível que na zona de estudo os valores obtidos para as
várias dimensões podem variar muito para o grupo de peões idosos. De destacar pela positiva que
mais de 75% da rede tem uma pontuação de 100 na dimensão da conectividade (C1) e mais de metade
da rede tem uma pontuação de 100 na dimensão da conveniência (C2) e superior a 90 na dimensão
do compromisso (C7) e pela negativa, que a totalidade da rede tem uma pontuação inferior a 43 na
dimensão da coexistência (C6) e uma pontuação inferior a 67 na dimensão da clareza (C5), sendo que
mais de 75% da rede tem uma pontuação de 0 para esta dimensão, e ainda mais de 75% da rede
apresenta pontuação de 0 na dimensão da convivialidade (C4). No ANEXO I – Resultados do caso de
estudo – situação atual, encontram-se quadros com a análise destes indicadores pelas várias divisões
de estudo.
Quadro 25 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada
Mobilidade Condicionada
TOTAL
Percentis
C1
Co
ne
ctiv
idad
e
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
Co
nfo
rto
C4
Co
nvi
vial
idad
e
C5
Cla
reza
C6
Co
exi
stê
nci
a
C7
Co
mp
rom
isso
0% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 20,23 30,00
25% 100,00 50,00 37,50 0,00 0,00 37,75 87,65
50% 100,00 100,00 87,50 0,00 0,00 39,31 90,72
75% 100,00 100,00 87,50 0,00 0,00 39,31 100,00
100% 100,00 100,00 100,00 100,00 66,67 42,24 100,00
Os resultados obtidos para os vários grupos de peões podem justificar-se pelos resultados
obtidos na recolha dos parâmetros durante a auditoria de rua podendo-se concluir que a zona é
acessível pois em geral a qualidade do pavimento é boa (Aud6), a maioria dos arcos não tem perigos
de tropeçar (Aud7), são muito poucos os segmentos com a presença de degraus (Aud8) e a largura útil
dos passeios em média é superior ao mínimo obrigatório por lei (Aud9). Contudo existem melhorias a
fazer nesta temática, em especial na qualidade do pavimento, onde devido ao grande uso com o tempo
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
53
pode degradar-se e nas larguras dos passeios nos arcos onde não existem os mínimos legais e em
alguns arcos onde devido ao fluxo pedonal a largura útil podia ser aumentada.
A falta de atratividade da zona é representada pela falta de sinalização dedicada aos peões (Aud5),
pouca diversidade de usos na zona, isto é, zona com uma utilização muito específica (Aud10), falta de
locais de encontro e convívio na rua (ex. esplanadas) (Aud11), zona com muita sazonalidade (diária,
semanal, mensal, anual), o que leva a poucas atividades abertas após horas de serviço (Aud13), muito
pouco comércio na zona (Aud15) e poucos destinos atrativos (Aud16). Mesmo assim a zona de estudo
já tem alguns pontos positivos nesta temática, tais como, espaço em geral aberto (Aud12) e a existência
de vários elementos de referência (Aud14).
É ainda possível concluir-se que a zona de estudo tem na sua maioria pequenos
atravessamentos (Aud1), tendo estes boa visibilidade (Aud2), em geral nos atravessamentos o número
de conflitos com o tráfego rodoviário é baixo (Aud3) e na sua maioria têm os lancis de acesso ao
atravessamento rebaixados contudo são muito poucos os atravessamentos que têm ajuda tátil (Aud4).
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54
5.3. Avaliação dos impactos do PP da Cidade Universitária na
caminhabilidade
Na avaliação dos impactos que as propostas do PP da Cidade Universitária terão nas condições
atuais de caminhabilidade foram tidos em conta dois critérios:
1. Zonas para as quais o plano propõe maiores alterações;
2. Zonas onde a avaliação da situação atual obteve piores resultados, para os vários
grupos de peões e tipos de viagem.
Baseado no primeiro critério são selecionadas três zonas, como indica a Figura 39.
Baseado no segundo critério são selecionadas duas zonas que agrupam os segmentos que
apresentam piores resultados dos índices de caminhabilidade dos vários grupos de peões, como
ilustrado na Figura 40.
Figura 39 - Zonas para as quais o plano propõe maiores alterações
1 2
3
Figura 40 - Zonas onde a avaliação da situação atual obteve piores resultados
4
5
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
55
Foram assim selecionadas no total cinco zonas para fazer a avaliação da proposta do plano de
pormenor.
Para a zona 1 é proposta a criação de uma centralidade nível 1, intitulada Praça Minerva. No
local em questão existe um parque de estacionamento (Figura 41), o qual desaparecerá para dar lugar
a um espaço de estadia e lazer e permeável à circulação pedonal. Será ainda composto por edifícios,
onde o R/c terá a função de consumir e os restantes pisos a função de habitar e trabalhar tornando-se
assim num espaço multifuncional (Figura 42).
Figura 41 - Situação atual zona 1
Figura 42 - Situação proposta zona 1
Na zona 2, é proposta a criação de uma centralidade de nível 2. Atualmente este local é
ocupado por um parque de estacionamento (Figura 43) utilizado por usuários de toda a zona,
especialmente o Estádio Universitário. A proposta pretende acabar com este parque de estacionamento
de modo a fazer uma melhoria geral do espaço público, em especial melhorar a circulação pedonal no
corredor Metro <-> Hospital de Santa Maria. Para aproveitar melhor o espaço é ainda proposto a
implantação de alguns edifícios que terão as funções de equipar (creche), trabalhar e consumir,
tornando um espaço monofuncional num espaço multifuncional (Figura 44).
Figura 43 - Situação atual zona 2 Figura 44 - Situação proposta zona 2
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56
Para a zona 3 é proposta uma centralidade de nível 1, denominada Praça da Universidade.
Esta proposta pretende melhorar a circulação pedonal, colocando o espaço de circulação dos veículos
ao mesmo nível e com o mesmo pavimento que o espaço de circulação de peões, delimitando com
pilaretes o espaço para os veículos Pretende ainda criar um espaço com diversidade funcional com a
abertura uma unidade hoteleira de gama média alta e espaços para residências universitárias, com a
oferta de equipamentos, nomeadamente com a abertura de um ginásio, com a construção de edifícios
de escritórios e de espaços comerciais (Figura 46).
A zona 4 atualmente sofre um problema grave de indefinição do espaço público (Figura 47).
Para combater esse abandono é proposto o alargamento da rotunda ali existente definindo o espaço
de circulação para os peões, em partilha com as bicicletas (Figura 48). Esta situação tem diversos
pontos positivos dando uma nova definição ao espaço público, contudo a opção tomada no relatório de
proposta do plano de pormenor quanto ao espaço partilhado entre os modos ativos, sendo que terá
apenas a largura de uma ciclovia, poderá trazer alguns problemas na circulação futura.
Para a zona 5, o plano não propõe nenhumas alterações, assim o espaço mantém-se
inalterado, não havendo assim melhorias no índice de caminhabilidade calculado na situação atual.
Figura 45 - Situação atual zona 3 Figura 46 - Situação proposta zona 3
Figura 47 - Situação atual zona 4 Figura 48 - Situação proposta zona 4
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57
Para avaliar a situação proposta pelo plano de pormenor começou-se por fazer as alterações
necessárias na rede pedonal nas quatro zonas (1, 2, 3, e 4). Analisou-se a planta de implantação, a
planta dos modos ativos e o relatório da proposta do plano de pormenor e assim foi possível criar-se a
nova rede pedonal com as tipologias previstas na metodologia do projeto IAAPE. De seguida obteve-
se os parâmetros necessários para o cálculo dos indicadores. E por fim repetiu-se o processo já
realizado anteriormente para a situação atual, obtendo-se assim os valores do índice de
caminhabilidade previstos para as zonas em estudo com as alterações propostas pelo plano de
pormenor para a Cidade Universitária.
Para a obtenção dos parâmetros que o modelo necessita foi necessário tomar decisões uma
vez que é feita uma análise a uma proposta de plano pormenor que ainda não se encontra
implementada. Com base na planta de implantação, na planta dos modos ativos e no relatório da
proposta do plano de pormenor assumiu-se valores para os parâmetros em avaliação. Os parâmetros
que segundo o modelo são obtidos com uma auditoria de rua foram assumidos conforme apresentado
no Quadro 26. Os parâmetros SIG foram assumidos como iguais aos obtidos na situação atual, sendo
que a cada arco corresponde os valores dos parâmetros da divisão (Figura 30) a que pertence.
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58
Quadro 26 - Valores assumidos para os Parâmetros auditados
Parâmetro Valor Assumido Explicação
Aud5 – Existência de sinais para orientação dos
peões
• Arcos tipo 90 e 91 -> 0
• Arcos restantes tipos -> 3
• Correspondem a caminhos informais e espaços abertos onde se assume que
poderá não haver sinais de orientação
• Assume-se que o plano incluirá os sinais de orientação necessários
Aud6 – Avaliação da qualidade do pavimento • Arcos tipo 90 e 91 -> 1
• Arcos restantes tipos -> 4
• Correspondem a caminhos informais e espaços abertos onde se assume que os
pavimentos têm fraca qualidade para caminhar (p.e., caminhos de terra)
• Assume que o plano prevê pavimentos com boa qualidade para caminhar
Aud7 – Presença de riscos para tropeçar • Arcos tipo 90 e 91 -> 0
• Arcos restantes tipos -> 1
• Correspondem a caminhos informais e espaços abertos onde se assume que
poderá haver risco de tropeçar
• Assume-se que o plano prevê a inexistência de riscos de tropeçar
Aud8 – Avaliação da presença de degraus • Alguns arcos contêm escadas • Determinado com base na análise das plantas do plano
Aud9 – Largura útil • Medição na planta dos modos ativos
Aud10 – Uso do solo misto • Zona 1 e 2 -> 3
• Zona 3 -> 4
• Zona 4 -> 1
• Valor constante por zona de estudo, com base no relatório da proposta e
explicado em secção anterior onde se apresentam as intervenções do plano
Aud11 – Existência de locais de encontro público • Zonas 1,2 e 3 -> 2
• Zona 4 -> 1
• Zonas de estudo onde existem as funções equipar e/ou consumir assume-se que
existe pelo menos um local de encontro público no arco
• Assume-se que não existe nenhum local de encontro público no arco, mas existe
pelo menos um visível
Aud12 – Avaliação do efeito de vigilância • Arcos tipo 90 e 91 -> 5
• Arcos restantes tipos ->
Análise das plantas
• Correspondem a caminhos informais e espaços abertos onde se assume que não
existem fachadas, logo a sua transparência é máxima
• Determinado com base na análise das plantas
Aud13 – Atividades abertas após horas de serviço • Zona 1,2 e 3 -> 1
• Zona 4 -> 0
• Assume-se que existe pelo menos uma atividade aberta após horas de serviço
• Assume-se que não existem atividades abertas após as horas de serviço
Aud14 – Existência de elementos de referência e
sentido de lugar
• Zona 1,2 e 3 -> 2
• Zona 4 -> 1
• Assume-se que existe pelo menos um elemento de referência por arco
• Assume-se que é possível ver elementos de referencia de cada arco
Aud15 – Densidade de atividades de uso
comercial diário
• Zonas 1, 2 e 3 (zonas com a
função equipar e/ou consumir)
-> 1
• Zona4 -> 0
• Zonas onde existem as funções equipar e/ou consumir assume-se que existe em
média um local por arco
• Assume-se que não existem atividades de uso comercial diário por arco
Aud16 – Existência de destinos atrativos • Zona 1,2 e 3 -> 2
• Zona 4 -> 1
• Zonas onde existem as funções equipar e/ou consumir assume-se que existem
em média dois destinos atrativos por arco
• Assume-se que existe em média um destino atrativo por arco
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59
Seguindo os critérios em cima mencionados, obtiveram-se resultados bastantes satisfatórios
que permitem concluir que nas quatro zonas estudadas o plano apresenta propostas que melhoram
significativamente o índice de caminhabilidade.
Na zona 1, a extensão da rede pedonal diminui em 375 metros trazendo melhorias no índice
da caminhabilidade para os grupos de peões dos adultos, das crianças e dos idosos. Contudo os grupos
de peões com mobilidade condicionada apresentam alguns arcos que pioram as suas condições de
caminhabilidade (arcos para os quais estão propostas umas escadas) e os restantes apresentam
melhorias, dando um balanço positivo mesmo para este grupo de peões, como é possível ver-se no
Quadro 27.
Analisando os quadros do ANEXO II – Resultados da comparação entre situação atual e a
proposta do plano, para a Zona 1 é ainda possível verificar melhorias para todos os grupos de peões
em quatro das sete dimensões Cs, na conectividade (C1), na conveniência (C2), na convivialidade (C4)
e na clareza (C5), sendo que nenhum dos outros Cs piora para todos os grupos de peões. Conclui-se
assim que a proposta do plano para esta zona é positiva na temática da caminhabilidade.
Quadro 27 - Comparação do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem, Zona 1
Índice de Caminhabilidade – Zona1
Grupo de Peões Adultos Adultos Crianças Crianças Idosos Idosos Mobilidade
Condicionada Mobilidade
Condicionada
Tipo de Viagem Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa
SITUAÇÃO ATUAL (Extensão da Rede Pedonal = 1 452 metros)
% de extensão da
rede pedonal por
intervalo
0 - 20 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
20 - 40 0% 0% 0% 0% 0% 86% 0% 0%
40 - 60 100% 100% 100% 100% 100% 14% 0% 0%
60 - 80 0% 0% 0% 0% 0% 0% 100% 100%
80 - 100 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
PROPOSTA DO PLANO (Extensão da Rede Pedonal = 1 077 metros)
% de extensão da
rede pedonal por
intervalo
0 - 20 0% 0% 0% 0% 0% 0% 14% 14%
20 - 40 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
40 - 60 37% 37% 0% 0% 37% 0% 0% 0%
60 - 80 63% 0% 100% 63% 63% 37% 37% 37%
80 - 100 0% 63% 0% 37% 0% 63% 49% 49%
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60
Na zona 2, a extensão da rede pedonal diminui em 389 metros trazendo melhorias no índice
da caminhabilidade para todos os grupos de peões, respetivamente, adultos, crianças, idosos e com
mobilidade condicionada em ambos os tipos de viagem, utilitária e recreativa, como é possível verificar-
-se no Quadro 28.
Analisando os quadros do ANEXO II – Resultados da comparação entre situação atual e a
proposta do plano, para a Zona 2 é ainda possível verificar melhorias para todos os grupos de peões
em duas das sete dimensões Cs, na convivialidade (C4) e na clareza (C5). É ainda possível concluir
que nas dimensões da conectividade (C1), da conveniência (C2), da coexistência (C6) e do
compromisso (C7) os valores dos indicadores nunca pioram, isto é, para alguns grupos de peões
mantém-se inalterados e para os restantes melhoram, sendo que nenhum dos outros Cs piora para
todos os grupos de peões. Conclui-se assim que a proposta do plano para esta zona é positiva na
temática da caminhabilidade.
Quadro 28 - Comparação do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem, Zona 2
Índice de Caminhabilidade – Zona2
Grupo de Peões Adultos Adultos Crianças Crianças Idosos Idosos Mobilidade
Condicionada Mobilidade
Condicionada
Tipo de Viagem Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa
SITUAÇÃO ATUAL (Extensão da Rede Pedonal = 1 185 metros)
% de extensão da
rede pedonal por
intervalo
0 - 20 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
20 - 40 66% 66% 66% 77% 66% 66% 0% 0%
40 - 60 27% 27% 27% 16% 27% 27% 66% 66%
60 - 80 7% 7% 7% 7% 7% 7% 34% 27%
80 - 100 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 7%
PROPOSTA DO PLANO (Extensão da Rede Pedonal = 796 metros)
% de extensão da
rede pedonal por
intervalo
0 - 20 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
20 - 40 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
40 - 60 36% 36% 12% 0% 36% 0% 0% 0%
60 - 80 64% 0% 88% 83% 64% 36% 36% 36%
80 - 100 0% 64% 0% 17% 0% 64% 64% 64%
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61
Na zona 3, a extensão da rede pedonal diminui em 144 metros trazendo assim melhorias no
índice da caminhabilidade para todos os grupos de peões, respetivamente, adultos, crianças, idosos e
com mobilidade condicionada em ambos os tipos de viagem, utilitária e recreativa, como é possível
verificar-se no Quadro 30. De destacar a significativa melhoria para índices de caminhabilidade entre
80 e 100 em todos os grupos de peões para viagens recreativas, com percentagens da extensão da
rede pedonal muito elevadas.
Analisando os quadros do ANEXO II – Resultados da comparação entre situação atual e a
proposta do plano, para a Zona 3 é ainda possível verificar melhorias para todos os grupos de peões
em cinco das sete dimensões Cs, na conveniência (C2), na convivialidade (C4), na clareza (C5), na
coexistência (C6) e no compromisso (C7). Nesta zona as dimensões conectividade (C1) e conforto (C3)
têm um decréscimo em dois dos quatro grupos de peões, contudo este decréscimo é pouco significativo
quando comparado com as melhorias das restantes dimensões. Conclui-se assim que a proposta do
plano para esta zona é positiva na temática da caminhabilidade.
Quadro 29 - Comparação do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem, Zona 3
Índice de Caminhabilidade – Zona3
Grupo de Peões Adultos Adultos Crianças Crianças Idosos Idosos Mobilidade
Condicionada Mobilidade
Condicionada
Tipo de Viagem Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa
SITUAÇÃO ATUAL (Extensão da Rede Pedonal = 692 metros)
% de extensão da
rede pedonal por
intervalo
0 - 20 0% 4% 0% 0% 0% 0% 4% 4%
20 - 40 4% 17% 0% 58% 41% 61% 0% 0%
40 - 60 96% 79% 61% 42% 59% 39% 54% 57%
60 - 80 0% 0% 39% 0% 0% 0% 42% 39%
80 - 100 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
PROPOSTA DO PLANO (Extensão da Rede Pedonal = 548 metros)
% de extensão da
rede pedonal por
intervalo
0 - 20 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
20 - 40 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
40 - 60 5% 0% 0% 0% 5% 0% 0% 0%
60 - 80 95% 5% 68% 21% 95% 5% 5% 5%
80 - 100 0% 95% 32% 79% 0% 95% 95% 95%
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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Na zona 4, a extensão da rede pedonal diminui em 73 metros apresentando melhorias no índice
da caminhabilidade para todos os grupos de peões, respetivamente, adultos, crianças, idosos e com
mobilidade condicionada em ambos os tipos de viagem, utilitária e recreativa, como é possível verificar-
se no Quadro 30. De destacar, as melhorias apresentadas para os grupos de peões idosos e com
mobilidade condicionada, ambos apresentavam cerca de 58% da rede com um índice de
caminhabilidade abaixo dos 20 e com a proposta toda a rede para estes peões passa a ter um índice
superior a 20, sendo que para os peões com mobilidade condicionada, toda a rede passa a ter toda a
rede com um índice de caminhabilidade superior a 40.
Analisando os quadros do ANEXO II – Resultados da comparação entre situação atual e a
proposta do plano, para a Zona 4 é ainda possível verificar melhorias para todos os grupos de peões
em três das sete dimensões Cs, no conforto (C3), na convivialidade (C4) e na clareza (C5). É ainda
possível concluir que na dimensão da conveniência (C2) os valores dos indicadores nunca pioram, isto
é, para alguns grupos de peões mantém-se inalterados e para os restantes melhoram. Conclui-se assim
que a proposta do plano para esta zona é positiva da temática da caminhabilidade.
Quadro 30 - Comparação do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem, Zona 4
Conclui-se assim que os principais problemas identificados para a zona de estudo, no capítulo
4.2, quanto à caminhabilidade seriam resolvidos ou pelo menos passavam a ter menores impactos para
os utilizadores daquela zona com a implementação do Plano de Pormenor proposto, havendo ainda
uma grande probabilidade de aumentar o número de utilizadores do espaço público.
Índice de Caminhabilidade – Zona4
Grupo de Peões Adultos Adultos Crianças Crianças Idosos Idosos Mobilidade
Condicionada Mobilidade
Condicionada
Tipo de Viagem Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa
SITUAÇÃO ATUAL (Extensão da Rede Pedonal = 676 metros)
% de extensão da
rede pedonal por
intervalo
0 - 20 29% 29% 0% 0% 58% 58% 58% 58%
20 - 40 30% 71% 58% 100% 42% 42% 0% 0%
40 - 60 42% 0% 42% 0% 0% 0% 0% 42%
60 - 80 0% 0% 0% 0% 0% 0% 42% 0%
80 - 100 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
PROPOSTA DO PLANO (Extensão da Rede Pedonal = 603 metros)
% de extensão da
rede pedonal por
intervalo
0 - 20 23% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
20 - 40 8% 31% 0% 0% 31% 54% 0% 0%
40 - 60 69% 69% 100% 100% 69% 46% 31% 31%
60 - 80 0% 0% 0% 0% 0% 0% 69% 69%
80 - 100 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
63
Pouco Influente Influente
Muito Influente
Indicador impossível de obter pois os parâmetros dos quais depende não são possíveis verificar no instrumento de gestão territorial
6. CONTRIBUTOS PARA A INCLUSÃO DE UM ÍNDICE DE
CAMINHABILIDADE NOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO
TERRITORIAL
Até ao presente momento, a legislação portuguesa não obriga que o tema da caminhabilidade, de
forma explícita, seja abordado no processo de planeamento urbano. Com este capítulo pretende-se dar
uma contribuição para que no futuro seja possível a inclusão de um índice de caminhabilidade nos
instrumentos de gestão territorial de âmbito municipal. Pensa-se que este tipo de ferramenta poderá
contribuir para uma análise mais objetiva dos impactes sobre as condições de caminhabilidade que
resultam das diferentes propostas alternativas desenvolvidas no âmbito dos planos municipais de
ordenamento do território e, desta forma, permitir que o ambiente urbano apresente melhores condições
de caminhabilidade.
As sete dimensões assumidas pelo modelo IAAPE para o cálculo do índice de caminhabilidade,
Figura 7, são traduzidas pelos vários indicadores que apresentam características muito diferenciadas.
Atendendo às características de cada indicador e à natureza distinta dos vários tipos de planos (mais
estratégica, no caso do PDM e mais normativa no caso do PU e do PP), procurou-se analisar a
influência que cada indicador poderá ter sobre as condições de caminhabilidade, em cada um dos
diferentes tipos de instrumentos de gestão territorial de âmbito municipal (Quadro 31).
Quadro 31 - Indicadores escolhidos por dimensões e os instrumentos de gestão territorial onde podem ter influência
PDM PU PP
C1 Conectividade
C12: Continuidade do percurso
C13: Condições de fazer um caminho o mais direto possível
C14: Existência de infraestrutura pedonal acessível
C2 Conveniência
C21: Diversidade de usos
C22: Largura do passeio necessária para fluxo pedonal
C24: Densidade de usos de comércio e serviços do dia-a-dia
C3 Conforto
C31: Efeito de vigilância – “poder ver e ser visto”
C32: Qualidade do revestimento
C4 Convivialidade
C41: Existência de locais de encontro e paragem
C42: Existência de “espaços âncora” com efeito de atração
C43: Mix de usos e horários de funcionamento / utilização
C5 Clareza
C51: Pontos notáveis e elementos singulares de referência
C53: Toponímia e sinalética adaptada a peões
C6 Coexistência
C61: Segurança face ao trânsito nas travessias pedonais
C62: Travessias localizadas nas principais linhas de desejo dos peões
C7 Compromisso
C71: Cumprimento da legislação de apoio ao peão
C75: Padronização nas intervenções / soluções / desenho do espaço urbano
Legenda:
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
64
Neste sentido, defende-se que, sobretudo, ao nível dos PP se poderiam estabelecer valores de
referência para alguns parâmetros correspondentes a determinados indicadores, de forma a que esses
valores fossem tidos em conta no desenvolvimento das propostas do plano. Deste modo, poder-se-ia
contribuir para que as propostas do plano correspondam aos valores de índice de caminhabilidade
desejáveis. A questão que se coloca de seguida será a de definir o que se entende por um índice de
caminhabilidade desejável.
Com base na observação da Figura 49, feita por Filipe Moura (Moura et al. 2016), baseada nos
casos de estudo realizados anteriormente, é possível verificar-se uma tendência de aumento do fluxo
pedonal (pedestrian flow) nas ruas para o qual o índice de caminhabilidade (walkability score) é
superior. Contudo essa tendência é exponencial verificando-se um maior aumento do fluxo para valores
do índice de caminhabilidade acima dos 50, com destaque para os índices de caminhabilidade acima
dos 75.
Segundo o modelo IAAPE para obtermos um mundo perfeito quanto à caminhabilidade
teríamos que ter todos os parâmetros nos seus valores máximos (Quadro 18) os quais são muitas
vezes difíceis de obter em ambiente urbano. Assim para a análise realizada neste capítulo assumiu-se
como o valor do índice de caminhabilidade a alcançar, 75, sendo o mínimo aceitável, um índice de
caminhabilidade de 50. Para alcançar este valor de índice de caminhabilidade para todos os grupos de
peões (adultos, crianças, idosos e mobilidade condicionada) em ambos os tipos de viagem (utilitária e
recreativa), é necessário fazer uma análise dos parâmetros para cada arco do modelo (os parâmetros
Figura 49 - Relação entre o índice de caminhabilidade e o fluxo pedonal (adaptado de (Moura et al. 2016))
Relação entre o índice de caminhabilidade e o fluxo pedonal
Flu
xo p
edon
al (p
eões p
or
15m
inuto
s)
Índice de caminhabilidade
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
65
dos atravessamentos são tidos em conta nos parâmetros “Sigx”) e verificar qual o valor que é
necessário para cada parâmetro de modo a alcançar-se o resultado desejado (Quadro 32).
Quadro 32 - Valor desejado para cada parâmetro
Parâmetro Valor Desejado
Aud5 – Existência de sinais para orientação dos peões
(2) Moderada
Aud6 – Avaliação da qualidade do pavimento (3) Boa
Aud7 – Presença de riscos para tropeçar (1) Não
Aud8 – Avaliação da presença de degraus (1) Não
Aud9 – Largura útil 1,80 metros
Aud10 – Uso do solo misto (3) Três tipos de uso do solo em cada arco
Aud11 – Existência de locais de encontro público (1) Não existe nenhum local de encontro no arco, mas existe pelo menos um visível
Aud12 – Avaliação do efeito de vigilância (4) Nível de serviço B
Aud13 – Atividades abertas após horas de serviço (1) Existe pelo menos uma atividade aberta após horas de serviço
Aud14 – Existência de elementos de referência e sentido de lugar
(1) Possível ver elementos de referência do arco
Aud15 – Densidade de atividades de uso comercial diário
0,75* (máx – min)
Aud16 – Existência de destinos atrativos 0,75* (máx – min)
SIG1 – Continuidade da rede 1,75
SIG2 – Condições para tomar o caminho mais direto
1,75
SIG3 – Declive <10%
SIG4 – Pontuação da segurança do cruzamento 75%
SIG5 – Cruzamentos localizados nas principais linhas de desejo
75%
SIG6 – Aplicação da legislação 25%
Será um passo importante para a evolução da caminhabilidade e do planeamento urbano em
Portugal a inclusão destes parâmetros e o seu estudo adequado nos instrumentos de gestão territorial
de âmbito municipal. Assim com esta dissertação pretende-se dar valores de referência a adotar para
cada parâmetro indicando ainda qual o instrumento que é mais indicado para a aplicação dos mesmos.
De destacar que o PP é o instrumento que fará mais sentido a inclusão destes parâmetros, contudo
quando não existente será possível ser mencionado no relatório do PDM.
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
66
7. CONCLUSÕES
A caminhabilidade revela-se um assunto importante de estudar com ganhos evidentes para
toda a população e o ambiente urbano em geral. Mostrando-se com esta dissertação que é bastante
importante pensar na caminhabilidade aos diversos níveis da fase de planeamento urbano, para que
os resultados no futuro sejam mais eficazes.
Para a realização dos estudos desta dissertação foi utilizada uma metodologia recente proposta
pelo projeto IAAPE a qual tem sofrido atualizações ao longo do tempo. Percebeu-se que o modelo é
suscetível de apresentar resultados com pequenas variações conforme o seu utilizador, tanto no
desenho da rede pedonal (escolha da tipologia de cada segmento) como na auditoria de rua de alguns
parâmetros. O modelo foi desenvolvido com o objetivo de ser um modelo simplificado, de fácil utilização,
mas a partir do qual se obtenha resultados o mais realistas possível, com isso acabou-se por não incluir
indicadores tais como a segurança das ruas, que traria maior detalhe ao modelo, mas muito trabalho
acrescido e de utilização mais complexa.
Com a aplicação no caso de estudo da cidade universitária demonstrou-se que a
implementação do plano de pormenor proposto apresenta benefícios para a caminhabilidade em
relação à situação atual, melhorando os problemas mais graves existentes atualmente nesta temática.
Contudo se durante a realização do plano tivesse sido realizado um estudo no âmbito da
caminhabilidade, os resultados poderiam ser significativamente melhores.
Pretendeu-se com esta dissertação demonstrar quais os valores de referência a ter em conta
aquando a realização de um instrumento de gestão territorial de modo a criar uma zona com um bom
índice de caminhabilidade, isto é, com um ambiente agradável e apelativo para os peões caminharem.
Na sequência do trabalho realizado nesta dissertação, seria interessante a realização de uma
contagem de peões de modo a validar os resultados obtidos na avaliação da situação atual da zona
em estudo. Devido à falta de meios pessoais e disponibilidade temporal, esta validação não foi possível
realizar no decorrer deste trabalho. Seria também interessante fazer uma análise da situação proposta
do plano à totalidade da sua área, no entanto optou-se por não realizar uma vez que as alterações
propostas pelo plano, para a área não estudada não iriam trazer alterações significativas no índice de
caminhabilidade medido.
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
67
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ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
69
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http://www.dre.pt
http://www.pontevedra.eu/movete
http://www.cerema.fr
http://menos1carro.blogs.sapo.pt/263482.html
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LEGISLAÇÃO REFERENCIADA
Decreto de Lei nº163/2006, de 8 de agosto
Decreto de Lei nº80/2015, de 14 de maio
Lei 1/2009, de 5 de janeiro
Lei Nº31/2014, de 30 de maio
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ANEXOS
ANEXO I – Resultados do caso de estudo – situação atual
Divisão 1 – Zona do Hospital de Santa Maria
Quadro I. 1 - Análise do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem, Divisão 1
Índice de Caminhabilidade – Divisão 1
Grupo de Peões Adultos Adultos Crianças Crianças Idosos Idosos Mobilidade
Condicionada Mobilidade
Condicionada
Tipo de Viagem Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa
Mínimo 38 38 43 31 38 34 41 46
Média 50 48 58 45 52 47 65 66
Máximo 63 66 66 64 64 67 78 83
% de extensão da
rede pedonal por
intervalo
0 - 20 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
20 - 40 5% 7% 0% 2% 0% 12% 0% 0%
40 - 60 93% 90% 38% 97% 98% 86% 20% 14%
60 - 80 2% 2% 62% 1% 2% 2% 80% 84%
80 - 100 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 1%
Extensão da Rede Pedonal na área de estudo = 12 938 metros
Quadro I. 2 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos, Divisão 1
Adultos
DIVISÃO 1
Percentis
C1
C
on
ect
ivid
ade
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
C
on
fort
o
C4
Co
nvi
vial
idad
e
C5
C
lare
za
C6
Co
exi
stê
nci
a
C7
C
om
pro
mis
so
0% 0,89 0,00 25,00 50,00 50,00 39,31 100,00
25% 0,89 0,00 87,50 50,00 50,00 39,31 100,00
50% 0,89 0,00 87,50 50,00 50,00 39,31 100,00
75% 0,89 0,00 100,00 50,00 50,00 39,31 100,00
100% 0,89 25,00 100,00 100,00 100,00 39,31 100,00
Quadro I. 3 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças, Divisão 1
Crianças
DIVISÃO 1
Percentis
C1
Co
nec
tivi
dad
e
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
Co
nfo
rto
C4
Co
nvi
vial
idad
e
C5
Cla
reza
C6
Co
exis
tên
cia
C7
Co
mp
rom
isso
0% 54,72 0,00 25,00 0,00 50,00 73,13 0,00
25% 54,72 0,00 75,00 0,00 50,00 73,13 100,00
50% 54,72 0,00 100,00 0,00 50,00 73,13 100,00
75% 54,72 0,00 100,00 0,00 50,00 73,13 100,00
100% 54,72 25,00 100,00 100,00 100,00 73,13 100,00
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Quadro I. 4 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos, Divisão 1
Idosos
DIVISÃO 1
Percentis
C1
C
on
ecti
vid
ade
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
C
on
fort
o
C4
Co
nvi
vial
idad
e
C5
C
lare
za
C6
Co
exis
tên
cia
C7
C
om
pro
mis
so
0% 0,89 0,00 25,00 0,00 50,00 39,31 100,00
25% 0,89 0,00 87,50 50,00 50,00 39,31 100,00
50% 0,89 0,00 87,50 50,00 50,00 39,31 100,00
75% 0,89 0,00 100,00 100,00 50,00 39,31 100,00
100% 0,89 50,00 100,00 100,00 100,00 39,31 100,00 Quadro I. 5 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada, Divisão 1
Mobilidade Condicionada
DIVISÃO 1
Percentis
C1
C
on
ecti
vid
ade
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
C
on
fort
o
C4
C
on
vivi
alid
ade
C5
Cla
reza
C6
C
oex
istê
nci
a
C7
C
om
pro
mis
so
0% 100,00 0,00 25,00 0,00 0,00 39,31 100,00
25% 100,00 50,00 87,50 0,00 0,00 39,31 100,00
50% 100,00 100,00 87,50 0,00 0,00 39,31 100,00
75% 100,00 100,00 100,00 0,00 0,00 39,31 100,00
100% 100,00 100,00 100,00 100,00 33,33 39,31 100,00
Divisão 2 – Zona do Estádio Universitário
Quadro I. 6 - Análise do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem, Divisão 2
Índice de Caminhabilidade – Divisão 2
Grupo de Peões Adultos Adultos Crianças Crianças Idosos Idosos Mobilidade
Condicionada Mobilidade
Condicionada
Tipo de Viagem Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa
Mínimo 19 13 33 24 23 19 0 0
Média 37 36 45 39 40 36 50 49
Máximo 63 71 65 72 65 67 79 81
% de extensão da
rede pedonal por
intervalo
0 - 20 4% 4% 0% 0% 0% 4% 17% 17%
20 - 40 60% 58% 36% 57% 67% 72% 0% 0%
40 - 60 34% 32% 61% 42% 32% 23% 50% 50%
60 - 80 2% 5% 2% 1% 1% 1% 33% 31%
80 - 100 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 1%
Extensão da Rede Pedonal na área de estudo = 10 854 metros
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
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Quadro I. 7 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos, Divisão 2
Adultos
DIVISÃO 2
Percentis
C1
C
on
ecti
vid
ade
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
C
on
fort
o
C4
Co
nvi
vial
idad
e
C5
C
lare
za
C6
Co
exis
tên
cia
C7
C
om
pro
mis
so
0% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 42,24 87,65
25% 0,00 0,00 12,50 0,00 50,00 42,24 87,65
50% 0,00 0,00 25,00 50,00 50,00 42,24 87,65
75% 0,00 25,00 87,50 50,00 50,00 42,24 87,65
100% 0,00 25,00 100,00 100,00 100,00 42,24 87,65
Quadro I. 8 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças, Divisão 2
Crianças
DIVISÃO 2
Percentis
C1
C
on
ect
ivid
ade
C2
C
on
ven
iên
cia
C3
C
on
fort
o
C4
C
on
vivi
alid
ade
C5
Cla
reza
C6
C
oe
xist
ên
cia
C7
C
om
pro
mis
so
0% 54,72 0,00 25,00 0,00 50,00 73,13 0,00
25% 54,72 0,00 75,00 0,00 50,00 73,13 100,00
50% 54,72 0,00 100,00 0,00 50,00 73,13 100,00
75% 54,72 0,00 100,00 0,00 50,00 73,13 100,00
100% 54,72 25,00 100,00 0,00 100,00 73,13 100,00
Quadro I. 9 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos, Divisão 2
Idosos
DIVISÃO 2
Percentis
C1
Co
nec
tivi
dad
e
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
Co
nfo
rto
C4
Co
nvi
vial
idad
e
C5
Cla
reza
C6
Co
exis
tên
cia
C7
Co
mp
rom
isso
0% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 42,24 87,65
25% 0,00 0,00 12,50 0,00 50,00 42,24 87,65
50% 0,00 0,00 25,00 50,00 50,00 42,24 87,65
75% 0,00 0,00 87,50 100,00 50,00 42,24 87,65
100% 0,00 50,00 100,00 100,00 100,00 42,24 87,65
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
74
Quadro I. 10 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada, Divisão 2
Mobilidade Condicionada
DIVISÃO 2
Percentis
C1
C
on
ecti
vid
ade
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
C
on
fort
o
C4
C
on
vivi
alid
ade
C5
Cla
reza
C6
C
oex
istê
nci
a
C7
C
om
pro
mis
so
0% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 42,24 87,65
25% 100,00 100,00 12,50 0,00 0,00 42,24 87,65
50% 100,00 100,00 25,00 0,00 0,00 42,24 87,65
75% 100,00 100,00 87,50 0,00 0,00 42,24 87,65
100% 100,00 100,00 100,00 100,00 33,33 42,24 87,65
Divisão 3 – Zona do Hipódromo
Quadro I. 11 - Análise do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem, Divisão 3
Índice de Caminhabilidade – Divisão 3
Grupo de Peões Adultos Adultos Crianças Crianças Idosos Idosos Mobilidade
Condicionada Mobilidade
Condicionada
Tipo de Viagem Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa
Mínimo 25 23 37 28 20 16 0 0
Média 32 33 42 35 27 24 9 8
Máximo 46 59 51 48 44 43 57 53
% de extensão da
rede pedonal por
intervalo
0 - 20 0% 0% 0% 0% 46% 46% 81% 81%
20 - 40 82% 82% 46% 81% 40% 53% 0% 0%
40 - 60 18% 18% 54% 19% 14% 2% 19% 19%
60 - 80 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
80 - 100 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Extensão da Rede Pedonal na área de estudo = 1 242 metros
Quadro I. 12 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos, Divisão 3
Adultos
DIVISÃO 3
Percentis
C1
Co
nec
tivi
dad
e
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
Co
nfo
rto
C4
Co
nvi
vial
idad
e
C5
Cla
reza
C6
Co
exis
tên
cia
C7
Co
mp
rom
isso
0% 0,51 0,00 25,00 50,00 0,00 32,41 30,00
25% 0,51 0,00 37,50 50,00 12,50 32,41 30,00
50% 0,51 0,00 37,50 50,00 50,00 32,41 30,00
75% 0,51 0,00 75,00 50,00 50,00 32,41 30,00
100% 0,51 25,00 87,50 100,00 100,00 32,41 30,00
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
75
Quadro I. 13 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças, Divisão 3
Crianças
DIVISÃO 3
Percentis
C1
C
on
ecti
vid
ade
C2
C
on
ven
iên
cia
C3
C
on
fort
o
C4
C
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vivi
alid
ade
C5
Cla
reza
C6
C
oex
istê
nci
a
C7
C
om
pro
mis
so
0% 27,10 0,00 75,00 0,00 0,00 57,14 0,00
25% 27,10 0,00 100,00 0,00 12,50 57,14 0,00
50% 27,10 0,00 100,00 0,00 50,00 57,14 0,00
75% 27,10 0,00 100,00 0,00 50,00 57,14 0,00
100% 27,10 25,00 100,00 25,00 100,00 57,14 100,00
Quadro I. 14 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos, Divisão 3
Idosos
DIVISÃO 3
Percentis
C1
C
on
ecti
vid
ade
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
C
on
fort
o
C4
Co
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vial
idad
e
C5
C
lare
za
C6
Co
exi
stê
nci
a
C7
C
om
pro
mis
so
0% 0,51 0,00 25,00 0,00 0,00 32,41 30,00
25% 0,51 0,00 37,50 0,00 12,50 32,41 30,00
50% 0,51 0,00 37,50 50,00 50,00 32,41 30,00
75% 0,51 0,00 75,00 50,00 50,00 32,41 30,00
100% 0,51 50,00 87,50 100,00 100,00 32,41 30,00
Quadro I. 15 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada, Divisão 3
Mobilidade Condicionada
DIVISÃO 3
Percentis
C1
Co
nec
tivi
dad
e
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
Co
nfo
rto
C4
Co
nvi
vial
idad
e
C5
Cla
reza
C6
Co
exis
tên
cia
C7
Co
mp
rom
isso
0% 0,00 0,00 25,00 0,00 0,00 32,41 30,00
25% 0,00 0,00 37,50 0,00 0,00 32,41 30,00
50% 0,00 0,00 37,50 0,00 0,00 32,41 30,00
75% 75,00 75,00 75,00 0,00 0,00 32,41 30,00
100% 100,00 100,00 87,50 25,00 33,33 32,41 30,00
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
76
Divisão 4 – Zona da Faculdade de Ciências
Quadro I. 16 - Análise do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem, Divisão 4
Índice de Caminhabilidade – Divisão 4
Grupo de Peões Adultos Adultos Crianças Crianças Idosos Idosos Mobilidade
Condicionada Mobilidade
Condicionada
Tipo de Viagem Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa
Mínimo 17 9 24 15 18 14 0 0
Média 42 38 45 36 40 36 34 34
Máximo 61 66 59 55 60 62 64 65
% de extensão da
rede pedonal por
intervalo
0 - 20 7% 11% 0% 5% 4% 4% 35% 35%
20 - 40 20% 36% 31% 55% 39% 81% 6% 6%
40 - 60 68% 47% 69% 40% 58% 11% 41% 54%
60 - 80 5% 5% 0% 0% 0% 5% 18% 5%
80 - 100 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Extensão da Rede Pedonal na área de estudo = 4 892 metros
Quadro I. 17 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos, Divisão 4
Adultos
DIVISÃO 4
Percentis
C1
C
on
ect
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ade
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
C
on
fort
o
C4
Co
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vial
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e
C5
C
lare
za
C6
Co
exi
stê
nci
a
C7
C
om
pro
mis
so
0% 36,39 0,00 0,00 0,00 0,00 20,23 58,21
25% 36,39 0,00 37,50 50,00 50,00 20,23 58,21
50% 36,39 0,00 87,50 50,00 50,00 20,23 58,21
75% 36,39 25,00 87,50 50,00 50,00 20,23 58,21
100% 36,39 25,00 100,00 100,00 100,00 20,23 58,21
Quadro I. 18 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças, Divisão 4
Crianças
DIVISÃO 4
Percentis
C1
C
on
ecti
vid
ade
C2
C
on
ven
iên
cia
C3
C
on
fort
o
C4
C
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ade
C5
Cla
reza
C6
C
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istê
nci
a
C7
C
om
pro
mis
so
0% 60,86 0,00 25,00 0,00 0,00 34,69 0,00
25% 60,86 0,00 62,50 0,00 50,00 34,69 0,00
50% 60,86 0,00 100,00 0,00 50,00 34,69 0,00
75% 60,86 25,00 100,00 0,00 50,00 34,69 100,00
100% 60,86 25,00 100,00 50,00 100,00 34,69 100,00
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
77
Quadro I. 19 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos, Divisão 4
Idosos
DIVISÃO 4
Percentis
C1
C
on
ecti
vid
ade
C2
Co
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niê
nci
a
C3
C
on
fort
o
C4
Co
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vial
idad
e
C5
C
lare
za
C6
Co
exis
tên
cia
C7
C
om
pro
mis
so
0% 36,39 0,00 0,00 0,00 0,00 20,23 58,21
25% 36,39 0,00 37,50 50,00 50,00 20,23 58,21
50% 36,39 0,00 87,50 50,00 50,00 20,23 58,21
75% 36,39 0,00 87,50 50,00 50,00 20,23 58,21
100% 36,39 50,00 100,00 100,00 100,00 20,23 58,21
Quadro I. 20 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada, Divisão 4
Mobilidade Condicionada
DIVISÃO 4
Percentis
C1
C
on
ect
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ade
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
C
on
fort
o
C4
C
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vivi
alid
ade
C5
Cla
reza
C6
C
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xist
ên
cia
C7
C
om
pro
mis
so
0% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 20,23 58,21
25% 0,00 0,00 37,50 0,00 0,00 20,23 58,21
50% 100,00 25,00 87,50 0,00 0,00 20,23 58,21
75% 100,00 100,00 87,50 0,00 0,00 20,23 58,21
100% 100,00 100,00 100,00 50,00 33,33 20,23 58,21
Divisão 5 – Zona da Reitoria
Quadro I. 21 - Análise do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem, Divisão 5
Índice de Caminhabilidade – Divisão 5
Grupo de Peões Adultos Adultos Crianças Crianças Idosos Idosos Mobilidade
Condicionada Mobilidade
Condicionada
Tipo de Viagem Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa
Mínimo 24 15 38 27 27 22 0 0
Média 52 50 58 47 52 47 58 58
Máximo 69 76 71 66 70 70 74 73
% de extensão da
rede pedonal por
intervalo
0 - 20 0% 1% 0% 0% 0% 0% 9% 9%
20 - 40 8% 15% 2% 19% 4% 18% 0% 0%
40 - 60 80% 70% 60% 66% 83% 70% 29% 22%
60 - 80 13% 14% 38% 15% 13% 12% 62% 69%
80 - 100 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Extensão da Rede Pedonal na área de estudo = 8 343 metros
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
78
Quadro I. 22 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos, Divisão 5
Adultos
DIVISÃO 5
Percentis
C1
C
on
ecti
vid
ade
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
C
on
fort
o
C4
Co
nvi
vial
idad
e
C5
C
lare
za
C6
Co
exis
tên
cia
C7
C
om
pro
mis
so
0% 21,97 0,00 12,50 0,00 0,00 37,75 90,72
25% 21,97 0,00 75,00 50,00 50,00 37,75 90,72
50% 21,97 0,00 87,50 50,00 50,00 37,75 90,72
75% 21,97 25,00 87,50 50,00 50,00 37,75 90,72
100% 21,97 50,00 100,00 100,00 100,00 37,75 90,72
Quadro I. 23 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças, Divisão 5
Crianças
DIVISÃO 5
Percentis
C1
C
on
ect
ivid
ade
C2
C
on
ven
iên
cia
C3
C
on
fort
o
C4
C
on
vivi
alid
ade
C5
Cla
reza
C6
C
oe
xist
ên
cia
C7
C
om
pro
mis
so
0% 43,81 0,00 25,00 0,00 0,00 67,74 0,00
25% 43,81 0,00 100,00 0,00 50,00 67,74 0,00
50% 43,81 0,00 100,00 0,00 50,00 67,74 100,00
75% 43,81 25,00 100,00 0,00 50,00 67,74 100,00
100% 43,81 50,00 100,00 50,00 100,00 67,74 100,00
Quadro I. 24 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos, Divisão 5
Idosos
DIVISÃO 5
Percentis
C1
Co
nec
tivi
dad
e
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
Co
nfo
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C4
Co
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vial
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e
C5
Cla
reza
C6
Co
exis
tên
cia
C7
Co
mp
rom
isso
0% 21,97 0,00 12,50 0,00 0,00 37,75 90,72
25% 21,97 0,00 75,00 50,00 50,00 37,75 90,72
50% 21,97 0,00 87,50 50,00 50,00 37,75 90,72
75% 21,97 0,00 87,50 100,00 50,00 37,75 90,72
100% 21,97 50,00 100,00 100,00 100,00 37,75 90,72
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
79
Quadro I. 25 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada, Divisão 5
Mobilidade Condicionada
DIVISÃO 5
Percentis
C1
C
on
ecti
vid
ade
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
C
on
fort
o
C4
C
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vivi
alid
ade
C5
Cla
reza
C6
C
oex
istê
nci
a
C7
C
om
pro
mis
so
0% 0,00 0,00 12,50 0,00 0,00 37,75 90,72
25% 100,00 50,00 75,00 0,00 0,00 37,75 90,72
50% 100,00 100,00 87,50 0,00 0,00 37,75 90,72
75% 100,00 100,00 87,50 0,00 0,00 37,75 90,72
100% 100,00 100,00 100,00 50,00 66,67 37,75 90,72
Divisão 6 – Zona do Colégio Moderno
Quadro I. 26 - Análise do índice de caminhabilidade por grupo de peões e tipo de viagem, Divisão 6
Índice de Caminhabilidade – Divisão 6
Grupo de Peões Adultos Adultos Crianças Crianças Idosos Idosos Mobilidade
Condicionada Mobilidade
Condicionada
Tipo de Viagem Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa Utilitária Recreativa
Mínimo 26 24 36 29 28 22 0 0
Média 47 48 52 43 45 39 57 57
Máximo 60 70 58 50 62 68 71 70
% de extensão da
rede pedonal por
intervalo
0 - 20 0% 0% 0% 0% 0% 0% 10% 10%
20 - 40 19% 15% 3% 16% 12% 59% 0% 0%
40 - 60 75% 73% 97% 84% 84% 36% 29% 19%
60 - 80 6% 12% 0% 0% 4% 4% 61% 71%
80 - 100 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Extensão da Rede Pedonal na área de estudo = 2 680 metros
Quadro I. 27 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos, Divisão 6
Adultos
DIVISÃO 6
Percentis
C1
Co
nec
tivi
dad
e
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
Co
nfo
rto
C4
Co
nvi
vial
idad
e
C5
Cla
reza
C6
Co
exis
tên
cia
C7
Co
mp
rom
isso
0% 0,00 0,00 12,50 0,00 0,00 38,51 91,18
25% 0,00 0,00 78,13 50,00 50,00 38,51 91,18
50% 0,00 0,00 87,50 50,00 50,00 38,51 91,18
75% 0,00 25,00 87,50 50,00 50,00 38,51 91,18
100% 0,00 75,00 87,50 100,00 100,00 38,51 91,18
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
80
Quadro I. 28 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças, Divisão 6
Crianças
DIVISÃO 6
Percentis
C1
C
on
ecti
vid
ade
C2
C
on
ven
iên
cia
C3
C
on
fort
o
C4
C
on
vivi
alid
ade
C5
Cla
reza
C6
C
oex
istê
nci
a
C7
C
om
pro
mis
so
0% 28,24 0,00 0,00 0,00 0,00 69,23 0,00
25% 28,24 0,00 81,25 0,00 50,00 69,23 100,00
50% 28,24 0,00 100,00 0,00 50,00 69,23 100,00
75% 28,24 25,00 100,00 0,00 50,00 69,23 100,00
100% 28,24 75,00 100,00 25,00 100,00 69,23 100,00
Quadro I. 29 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos, Divisão 6
Idosos
DIVISÃO 6
Percentis
C1
C
on
ect
ivid
ade
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
C
on
fort
o
C4
Co
nvi
vial
idad
e
C5
C
lare
za
C6
Co
exi
stê
nci
a
C7
C
om
pro
mis
so
0% 0,00 0,00 12,50 0,00 0,00 38,51 91,18
25% 0,00 0,00 78,13 0,00 50,00 38,51 91,18
50% 0,00 0,00 87,50 0,00 50,00 38,51 91,18
75% 0,00 0,00 87,50 50,00 50,00 38,51 91,18
100% 0,00 100,00 87,50 100,00 100,00 38,51 91,18
Quadro I. 30 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada, Divisão 6
Mobilidade Condicionada
DIVISÃO 6
Percentis
C1
C
on
ecti
vid
ade
C2
Co
nve
niê
nci
a
C3
C
on
fort
o
C4
C
on
vivi
alid
ade
C5
Cla
reza
C6
C
oex
istê
nci
a
C7
C
om
pro
mis
so
0% 0,00 0,00 12,50 0,00 0,00 38,51 91,18
25% 100,00 50,00 78,13 0,00 0,00 38,51 91,18
50% 100,00 100,00 87,50 0,00 0,00 38,51 91,18
75% 100,00 100,00 87,50 0,00 0,00 38,51 91,18
100% 100,00 100,00 87,50 25,00 66,67 38,51 91,18
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
81
ANEXO II – Resultados da comparação entre situação atual e a
proposta do plano
Zona 1
Quadro II. 1 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos, Zona 1
Adultos
ZONA 1
Percentis
C1
Co
nec
tivi
dad
e
C2
C
on
ven
iên
cia
C3
C
on
fort
o
C4
Co
nvi
vial
idad
e
C5
Cla
reza
C6
C
oex
istê
nci
a
C7
C
om
pro
mis
so
SITUAÇÃO ATUAL
0% 0,00 0,00 87,50 50,00 50,00 38,51 91,18
25% 0,00 0,00 87,50 50,00 50,00 38,51 91,18
50% 0,00 0,00 87,50 50,00 50,00 38,51 91,18
75% 0,00 0,00 87,50 50,00 50,00 38,51 91,18
100% 0,00 25,00 87,50 50,00 50,00 38,51 91,18
Percentis PROPOSTA DO PLANO
0% 0,00 75,00 12,50 50,00 100,00 37,75 90,72
25% 0,00 75,00 12,50 50,00 100,00 38,51 91,18
50% 0,00 75,00 100,00 100,00 100,00 38,51 91,18
75% 0,00 75,00 100,00 100,00 100,00 38,51 91,18
100% 21,97 75,00 100,00 100,00 100,00 38,51 91,18
Quadro II. 2 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças, Zona 1
Crianças
ZONA 1
Percentis
C1
Co
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e
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C
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C
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so
SITUAÇÃO ATUAL
0% 28,24 0,00 100,00 0,00 50,00 69,23 100,00
25% 28,24 0,00 100,00 0,00 50,00 69,23 100,00
50% 28,24 0,00 100,00 0,00 50,00 69,23 100,00
75% 28,24 0,00 100,00 0,00 50,00 69,23 100,00
100% 28,24 25,00 100,00 0,00 50,00 69,23 100,00
Percentis PROPOSTA DO PLANO
0% 28,24 75,00 25,00 100,00 100,00 67,74 0,00
25% 28,24 75,00 75,00 100,00 100,00 69,23 0,00
50% 28,24 75,00 100,00 100,00 100,00 69,23 100,00
75% 28,24 75,00 100,00 100,00 100,00 69,23 100,00
100% 43,81 75,00 100,00 100,00 100,00 69,23 100,00
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
82
Quadro II. 3 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos, Zona 1
Idosos
ZONA 1
Percentis
C1
Co
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e
C2
C
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ven
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cia
C3
C
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C6
C
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nci
a
C7
C
om
pro
mis
so
SITUAÇÃO ATUAL
0% 0,00 0,00 87,50 0,00 50,00 38,51 91,18
25% 0,00 0,00 87,50 0,00 50,00 38,51 91,18
50% 0,00 0,00 87,50 0,00 50,00 38,51 91,18
75% 0,00 0,00 87,50 0,00 50,00 38,51 91,18
100% 0,00 0,00 87,50 50,00 50,00 38,51 91,18
Percentis PROPOSTA DO PLANO
0% 0,00 100,00 12,50 100,00 100,00 37,75 90,72
25% 0,00 100,00 12,50 100,00 100,00 38,51 91,18
50% 0,00 100,00 100,00 100,00 100,00 38,51 91,18
75% 0,00 100,00 100,00 100,00 100,00 38,51 91,18
100% 21,97 100,00 100,00 100,00 100,00 38,51 91,18
Quadro II. 4 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada, Zona 1
Mobilidade condicionada
ZONA 1
Percentis
C1
Co
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ctiv
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cia
C3
C
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C5
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C6
C
oe
xist
ên
cia
C7
C
om
pro
mis
so
SITUAÇÃO ATUAL
0% 100,00 50,00 87,50 0,00 0,00 38,51 91,18
25% 100,00 100,00 87,50 0,00 0,00 38,51 91,18
50% 100,00 100,00 87,50 0,00 0,00 38,51 91,18
75% 100,00 100,00 87,50 0,00 0,00 38,51 91,18
100% 100,00 100,00 87,50 0,00 0,00 38,51 91,18
Percentis PROPOSTA DO PLANO
0% 0,00 100,00 12,50 100,00 0,00 37,75 90,72
25% 100,00 100,00 12,50 100,00 0,00 38,51 91,18
50% 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 38,51 91,18
75% 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 38,51 91,18
100% 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 38,51 91,18
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
83
Zona 2
Quadro II. 5 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos, Zona 2
Adultos
ZONA 2
Percentis
C1
Co
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e
C2
C
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ven
iên
cia
C3
C
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C6
C
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nci
a
C7
C
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mis
so
SITUAÇÃO ATUAL
0% 0,00 0,00 12,50 0,00 50,00 42,24 87,65
25% 0,00 0,00 12,50 0,00 50,00 42,24 87,65
50% 0,00 0,00 12,50 0,00 50,00 42,24 87,65
75% 0,00 0,00 87,50 50,00 50,00 42,24 87,65
100% 0,00 25,00 87,50 100,00 100,00 42,24 87,65
Percentis PROPOSTA DO PLANO
0% 13,11 75,00 12,50 50,00 100,00 42,24 87,65
25% 13,11 75,00 12,50 50,00 100,00 42,24 87,65
50% 13,11 75,00 56,25 75,00 100,00 42,24 87,65
75% 13,11 75,00 100,00 100,00 100,00 42,24 87,65
100% 13,11 75,00 100,00 100,00 100,00 42,24 87,65
Quadro II. 6 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças, Zona 2
Crianças
ZONA 2
Percentis
C1
Co
ne
ctiv
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e
C2
C
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ven
iên
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C3
C
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C7
C
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mis
so
SITUAÇÃO ATUAL
0% 13,11 0,00 75,00 0,00 50,00 68,75 0,00
25% 13,11 0,00 75,00 0,00 50,00 68,75 0,00
50% 13,11 0,00 75,00 0,00 50,00 68,75 0,00
75% 13,11 0,00 75,00 6,25 50,00 68,75 100,00
100% 13,11 25,00 100,00 100,00 100,00 68,75 100,00
Percentis PROPOSTA DO PLANO
0% 13,11 75,00 25,00 100,00 100,00 68,75 0,00
25% 13,11 75,00 50,00 100,00 100,00 68,75 0,00
50% 13,11 75,00 100,00 100,00 100,00 68,75 50,00
75% 13,11 75,00 100,00 100,00 100,00 68,75 100,00
100% 13,11 75,00 100,00 100,00 100,00 68,75 100,00
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
84
Quadro II. 7 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos, Zona 2
Idosos
ZONA 2
Percentis
C1
Co
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C2
C
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C6
C
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a
C7
C
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mis
so
SITUAÇÃO ATUAL
0% 0,00 0,00 12,50 50,00 50,00 42,24 87,65
25% 0,00 0,00 12,50 50,00 50,00 42,24 87,65
50% 0,00 0,00 12,50 50,00 50,00 42,24 87,65
75% 0,00 0,00 87,50 50,00 50,00 42,24 87,65
100% 0,00 50,00 87,50 100,00 100,00 42,24 87,65
Percentis PROPOSTA DO PLANO
0% 0,00 100,00 12,50 100,00 100,00 42,24 87,65
25% 0,00 100,00 12,50 100,00 100,00 42,24 87,65
50% 0,00 100,00 56,25 100,00 100,00 42,24 87,65
75% 0,00 100,00 100,00 100,00 100,00 42,24 87,65
100% 0,00 100,00 100,00 100,00 100,00 42,24 87,65
Quadro II. 8 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada, Zona 2
Mobilidade condicionada
ZONA 2
Percentis
C1
Co
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e
C2
C
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C3
C
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C5
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C6
C
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cia
C7
C
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pro
mis
so
SITUAÇÃO ATUAL
0% 100,00 75,00 12,50 0,00 0,00 42,24 87,65
25% 100,00 100,00 12,50 0,00 0,00 42,24 87,65
50% 100,00 100,00 12,50 0,00 0,00 42,24 87,65
75% 100,00 100,00 87,50 6,25 0,00 42,24 87,65
100% 100,00 100,00 87,50 100,00 33,33 42,24 87,65
Percentis PROPOSTA DO PLANO
0% 100,00 75,00 12,50 100,00 0,00 42,24 87,65
25% 100,00 100,00 12,50 100,00 0,00 42,24 87,65
50% 100,00 100,00 56,25 100,00 50,00 42,24 87,65
75% 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 42,24 87,65
100% 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 42,24 87,65
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
85
Zona 3
Quadro II. 9 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos, Zona 3
Adultos
ZONA 3
Percentis
C1
Co
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C2
C
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C3
C
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C6
C
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nci
a
C7
C
om
pro
mis
so
SITUAÇÃO ATUAL
0% 0,00 0,00 75,00 0,00 50,00 20,23 58,21
25% 10,99 0,00 100,00 50,00 50,00 28,99 72,93
50% 21,97 0,00 100,00 50,00 50,00 37,75 87,65
75% 29,18 25,00 100,00 50,00 50,00 40,00 90,72
100% 36,39 25,00 100,00 50,00 50,00 42,24 90,72
Percentis PROPOSTA DO PLANO
0% 13,11 100,00 12,50 50,00 100,00 37,75 87,65
25% 13,11 100,00 100,00 100,00 100,00 37,75 87,65
50% 43,81 100,00 100,00 100,00 100,00 37,75 90,72
75% 43,81 100,00 100,00 100,00 100,00 42,24 90,72
100% 43,81 100,00 100,00 100,00 100,00 42,24 90,72
Quadro II. 10 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças, Zona 3
Crianças
ZONA 3
Percentis
C1
Co
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e
C2
C
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C3
C
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C5
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C6
C
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ên
cia
C7
C
om
pro
mis
so
SITUAÇÃO ATUAL
0% 13,11 0,00 75,00 0,00 50,00 34,69 0,00
25% 28,46 0,00 100,00 0,00 50,00 51,22 0,00
50% 43,81 0,00 100,00 0,00 50,00 67,74 0,00
75% 52,34 25,00 100,00 0,00 50,00 68,25 0,00
100% 60,86 25,00 100,00 0,00 50,00 68,75 100,00
Percentis PROPOSTA DO PLANO
0% 13,11 100,00 50,00 100,00 100,00 67,74 0,00
25% 13,11 100,00 75,00 100,00 100,00 67,74 100,00
50% 43,81 100,00 87,50 100,00 100,00 67,74 100,00
75% 43,81 100,00 100,00 100,00 100,00 68,75 100,00
100% 43,81 100,00 100,00 100,00 100,00 68,75 100,00
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
86
Quadro II. 11 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos, Zona 3
Idosos
ZONA 3
Percentis
C1
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nci
a
C7
C
om
pro
mis
so
SITUAÇÃO ATUAL
0% 0,00 0,00 0,00 50,00 50,00 20,23 58,21
25% 10,99 0,00 37,50 50,00 50,00 28,99 72,93
50% 21,97 0,00 37,50 50,00 50,00 37,75 87,65
75% 29,18 0,00 50,00 50,00 50,00 40,00 90,72
100% 36,39 0,00 100,00 50,00 50,00 42,24 90,72
Percentis PROPOSTA DO PLANO
0% 0,00 100,00 12,50 100,00 100,00 37,75 87,65
25% 0,00 100,00 100,00 100,00 100,00 37,75 87,65
50% 21,97 100,00 100,00 100,00 100,00 37,75 90,72
75% 21,97 100,00 100,00 100,00 100,00 42,24 90,72
100% 21,97 100,00 100,00 100,00 100,00 42,24 90,72
Quadro II. 12 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada, Zona 3
Mobilidade condicionada
ZONA 3
Percentis
C1
Co
ne
ctiv
idad
e
C2
C
on
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cia
C3
C
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C5
Cla
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C6
C
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ên
cia
C7
C
om
pro
mis
so
SITUAÇÃO ATUAL
0% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 20,23 58,21
25% 100,00 50,00 37,50 0,00 0,00 28,99 72,93
50% 100,00 75,00 37,50 0,00 0,00 37,75 87,65
75% 100,00 100,00 50,00 0,00 16,67 40,00 90,72
100% 100,00 100,00 100,00 0,00 33,33 42,24 90,72
Percentis PROPOSTA DO PLANO
0% 100,00 100,00 12,50 100,00 0,00 37,75 87,65
25% 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 37,75 87,65
50% 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 37,75 90,72
75% 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 42,24 90,72
100% 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 42,24 90,72
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
87
Zona 4
Quadro II. 13 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões adultos, Zona 4
Adultos
ZONA 4
Percentis
C1
Co
nec
tivi
dad
e
C2
C
on
ven
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cia
C3
C
on
fort
o
C4
Co
nvi
vial
idad
e
C5
Cla
reza
C6
C
oex
istê
nci
a
C7
C
om
pro
mis
so
SITUAÇÃO ATUAL
0% 0,51 0,00 0,00 0,00 0,00 20,23 30,00
25% 27,42 0,00 0,00 0,00 0,00 20,23 51,16
50% 36,39 0,00 18,75 25,00 0,00 20,23 58,21
75% 36,39 6,25 53,13 50,00 0,00 23,28 58,21
100% 36,39 25,00 100,00 50,00 0,00 32,41 58,21
Percentis PROPOSTA DO PLANO
0% 27,10 25,00 12,50 0,00 50,00 20,23 30,00
25% 27,10 25,00 12,50 0,00 50,00 20,23 30,00
50% 60,86 25,00 100,00 50,00 50,00 20,23 58,21
75% 60,86 25,00 100,00 50,00 50,00 32,41 58,21
100% 60,86 25,00 100,00 50,00 50,00 32,41 58,21
Quadro II. 14 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões crianças, Zona 4
Crianças
ZONA 4
Percentis
C1
Co
ne
ctiv
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e
C2
C
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ven
iên
cia
C3
C
on
fort
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C4
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C5
Cla
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C6
C
oe
xist
ên
cia
C7
C
om
pro
mis
so
SITUAÇÃO ATUAL
0% 27,10 0,00 100,00 0,00 0,00 34,69 0,00
25% 52,42 0,00 100,00 0,00 0,00 34,69 0,00
50% 60,86 0,00 100,00 0,00 0,00 34,69 0,00
75% 60,86 6,25 100,00 0,00 0,00 40,31 25,00
100% 60,86 25,00 100,00 0,00 0,00 57,14 100,00
Percentis PROPOSTA DO PLANO
0% 27,10 25,00 50,00 50,00 50,00 34,69 0,00
25% 27,10 25,00 75,00 50,00 50,00 34,69 0,00
50% 60,86 25,00 100,00 50,00 50,00 34,69 100,00
75% 60,86 25,00 100,00 50,00 50,00 57,14 100,00
100% 60,86 25,00 100,00 50,00 50,00 57,14 100,00
ÍNDICES DE CAMINHABILIDADE URBANA: Aplicação do projeto IAAPE ao planeamento urbano 73260 – André Filipe Tomás Ferreira
88
Quadro II. 15 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões idosos, Zona 4
Idosos
ZONA 4
Percentis
C1
Co
nec
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dad
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C2
C
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iên
cia
C3
C
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C5
Cla
reza
C6
C
oex
istê
nci
a
C7
C
om
pro
mis
so
SITUAÇÃO ATUAL
0% 0,51 0,00 0,00 0,00 0,00 20,23 30,00
25% 27,42 0,00 0,00 0,00 0,00 20,23 51,16
50% 36,39 0,00 18,75 0,00 0,00 20,23 58,21
75% 36,39 0,00 53,13 0,00 0,00 23,28 58,21
100% 36,39 0,00 100,00 0,00 0,00 32,41 58,21
Percentis PROPOSTA DO PLANO
0% 0,51 0,00 12,50 50,00 50,00 20,23 30,00
25% 0,51 0,00 12,50 50,00 50,00 20,23 30,00
50% 36,39 0,00 100,00 50,00 50,00 20,23 58,21
75% 36,39 0,00 100,00 50,00 50,00 32,41 58,21
100% 36,39 0,00 100,00 50,00 50,00 32,41 58,21
Quadro II. 16 - Análise dos indicadores 7Cs para o grupo de peões com mobilidade condicionada, Zona 4
Mobilidade condicionada
ZONA 4
Percentis
C1
Co
ne
ctiv
idad
e
C2
C
on
ven
iên
cia
C3
C
on
fort
o
C4
Co
nvi
vial
idad
e
C5
Cla
reza
C6
C
oe
xist
ên
cia
C7
C
om
pro
mis
so
SITUAÇÃO ATUAL
0% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 20,23 30,00
25% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 20,23 51,16
50% 0,00 0,00 18,75 0,00 0,00 20,23 58,21
75% 25,00 25,00 53,13 0,00 0,00 23,28 58,21
100% 100,00 100,00 100,00 0,00 0,00 32,41 58,21
Percentis PROPOSTA DO PLANO
0% 100,00 100,00 12,50 50,00 0,00 20,23 30,00
25% 100,00 100,00 12,50 50,00 0,00 20,23 30,00
50% 100,00 100,00 100,00 50,00 100,00 20,23 58,21
75% 100,00 100,00 100,00 50,00 100,00 32,41 58,21
100% 100,00 100,00 100,00 50,00 100,00 32,41 58,21