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Direção e Edição Executiva

Graça Sermoud

[email protected]

Direção de Marketing

Sérgio Sermoud

ssermoud@conteúdoeditorial.com.br

Design

Rafael Lisboa

[email protected]

Leovitor dos Santos

[email protected]

Editora

Léia Machado

[email protected]

Reportagem

Jackson Hoepers

[email protected]

EXECUTIVE REPORT - EXPEDIENTE

O EXECUTIVE REPORT BANCOS INTELIGENTES, SEGUROS E NA NUVEM É OFERECIDO POR

Bancos e instituições financeiras estão diante da pauta mais profunda

de mudança: a transformação digital. Demanda que tem causado grande

impacto no setor, uma verdadeira mudança de mindset

Inteligência Artificial, Cloud Computing, Segurança Cibenética, Blockchain e

Internet das Coisas. Tecnologias que deixaram de ser tendências e são realidades

na transformação do negócio e no atendimento ao cliente no setor financeiro

Entrevista com Antonio João Filho, diretor-executivo de Vendas para o Mercado

Financeiro da Embratel, aborda três pontos importantes na jornada da inovação:

tecnologias emergentes, Segurança Cibernética e relação de parceria entre

players e usuários das soluções tecnológicas

>> ÍNDICE

4 E X E C U T I V E R E P O R T

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E X E C U T I V E R E P O R T 5E X E C U T I V E R E P O R T 5

BANCOS INTELIGENTES, SEGUROS E NA NUVEM >> CENÁRIO

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6 E X E C U T I V E R E P O R T

A

lista de tarefas da transformação digital não para

de crescer. Processos automatizados, inteligência

analítica, engajamento do cliente, construção de

capacidades e lideranças preparadas para enfren-

tar o turbilhão de demandas de uma era completamente diferente.

Hoje, esse ser digital se tornou uma questão de sobrevivência

para todos os setores da economia mundial e, claro, não seria dife-

rente no segmento de Finanças, que sempre esteve na vanguarda

e está sendo desafiado a manter essa tradição daqui pra frente.

O tradicional não tem mais espaço. Os líderes do setor – do

CIO e CMO ao CFO e CEO – estão cada vez mais envolvidos nesse

processo de transformação, pois a vantagem competitiva está à

prova, são mudanças capazes de virar o negócio de cabeça para

baixo e quem não pegar essa onda, pode colocar em risco a própria

sobrevivência empresarial.

O mundo de clientes cada vez mais conectados vem exigindo

das instituições financeiras maturidade digital com uso inovador

de tecnologias que entregam processos automatizados e uma inte-

ligência sofisticada em analisar algoritmos. Isso não é futurologia,

são decisões que já estão impactando o negócio, mudando o min-

dset e modelos estabelecidos.

DISRUPÇÃO TECNOLÓGICAO mercado de Finanças vive hoje a grande questão: apenas as

startups que nasceram no mundo digital são capazes de construir

negócios inovadores com uso de algoritmos sofisticados e inteli-

gentes como base de vantagem competitiva? O que de fato está

sendo feito diante de um cenário de mudanças que englobam o

avanço das fintechs, da rápida disseminação dos conceitos de

banco digital e de novas tecnologias que abrem as empresas do

setor para algo realmente disruptivo?

Entre diversas estratégias, certamente a tecnologia é priori-

dade, inclusive em investimentos focados em inteligência artificial,

computação cognitiva, analytics, big data, mobile payment e cloud

computing. A Pesquisa de Tecnologia Bancária 2018 da FEBRABAN,

realizada pela Deloitte, aponta que os investimentos dos bancos

brasileiros somaram R$ 19,5 bilhões em 2017, um crescimento de

5% se comparado com os R$ 18,6 no ano anterior.

“A indústria bancária brasileira segue robusta, madura e com-

prometida com avanços tecnológicos presentes na sociedade”,

pontua Gustavo Fosse, diretor setorial de Tecnologia e Automação

Bancária da FEBRABAN.

O foco dos investimentos tecnológicos dos 20 maiores ban-

cos nacionais está nas operações com movimentação financeira. A

pesquisa da FEBRABAN aponta que 80% das instituições investem

em inteligência artificial, computação cognitiva e analytics. 75%

apostam em blockchain, 55% em NFC (Near Field Communication)

e 45% investem em tecnologia de internet das coisas.

Todo esse processo vem sendo reforçado pelo alto volume

de recursos destinados pelos bancos ao setor. Os investimentos

com software, que avançam 15% em relação a 2016, representam

metade do orçamento das instituições em tecnologia. Hardware

consumiu 32% dos aportes financeiros e telecom 18%.

MOBILIDADE ROUBA A CENAOutro resultado que chama atenção no setor é o crescimento

exponencial do mobile banking. A pesquisa da FEBRABAN aponta

que houve aumento de 70% nas transações com movimentação

financeira por esse canal, subindo para 1,7 bilhão de operações,

frente a 1 bilhão no ano anterior. Em termos de participação, os

apps bancários contam com 35% das transações realizadas, segui-

dos pelo internet banking (22%).

Esse avanço foi impulsionado pela facilidade de realizar paga-

mentos e transferências, abertura de contas, solicitação de cartões

de crédito e investimento ou aplicações. A participação do mobile

banking no total das transações bancárias cresceu 3,5 vezes em

relação a 2011, confirmando-se como o preferido dos brasileiros

para realizar operações bancárias.

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AGILE BANKINGEsse cenário de disrupção tecnológica somada aos novos

canais de atendimento exige das empresas do setor financeiro uma

abordagem completamente diferente, não só pautada em redução

de custos e competitividade, mas também na capacidade de entre-

gar produtos e serviços de forma ágil e inovadora.

Por isso a cultura Agile Banking tem crescido muito dentro dos

bancos brasileiros, pois o método ágil é uma mudança de mindset

junto às equipes de desenvolvedores de softwares, uma permissão

para inovar e se entregar às mudanças, mas sem sair dos trilhos.

O conceito vem provando seu valor como uma solução de proble-

mas complexos, preparando todos os colaboradores – e, de que-

bra, integrando profissionais de diferentes gerações – para uma

entrega bem-sucedida de produtos e serviços.

Ou seja, é um modelo que não está ligado somente à veloci-

dade, mas à cultura interna e à capacidade de adaptação dos cola-

boradores para promover eventuais alterações em um projeto. Isso

exige alinhamento de times e integração contínua – sistêmica,

inclusive. Tudo a fim de desburocratizar processos, processar infor-

mações em tempo real e tomar decisões assertivas.

O JOGO DOS DADOSDiante de todos esses investimentos, desenvolvimentos e

movimentações de canais, um ponto que ganha destaque na estra-

tégia das instituições financeiras é a relação do negócio com o

dado. Na era da transformação digital, os dados são o maior bem

das instituições e nunca foi tão importante saber não só coletar e

armazenar corretamente esse dado, mas entendê-lo e manipulá-lo

para que vire informação estratégica para o negócio.

De fato, os dados são o combustível para a inovação aconte-

cer dentro do negócio das instituições financeiras. “Há anos eu

falo que o dado é o centro de tudo nas empresas. Agora, final-

mente, as organizações estão acreditando em mim”, destaca o

VP de Pesquisas e Analista Emérito do Gartner, Donald Feinberg.

Para ele, as organizações que souberem manipular os dados

com ajuda de tecnologias de Data & Analytics terão diferencial

competitivo na era digital. E essa jornada é de responsabilidade

do CIO, porém, ele não está sozinho. “Nunca a TI precisou tanto

das áreas de negócio para juntos fazer a inovação acontecer den-

tro das empresas”, acrescenta Feinberg. O grande desafio é como

analisar os dados, de forma a extrair uma inteligência deles, para

que auxiliem na tomada de decisão.

No setor financeiro, o uso intensivo de dados permite aos

bancos uma redução de custos e exposição a riscos de fraudes,

além de permitir que as instituições conheçam melhor seus clien-

tes. De acordo com Pietro Delai, diretor de Pesquisas da consulto-

ria IDC, essa manipulação pode prever quais novos produtos vão

decolar e quais vão fracassar antes mesmo de lançá-los. Ou seja,

embora as empresas já tenham aprendido a coletar e processar os

dados, ainda há espaço para uso do analytics a fim de transformar

tudo isso em informações rentáveis às empresas financeiras.

No final das contas, só aplicar a tecnologia não é suficiente. É

preciso uma visão comum em toda a organização e entender que

a maneira como essas soluções são utilizadas pode redesenhar

processos e criar modelos mais consistentes de engajamento

com os clientes.

BANCOS INTELIGENTES, SEGUROS E NA NUVEM >> CENÁRIO

E X E C U T I V E R E P O R T 7

*REVISTA CIAB FEBRABAN USADA COMO FONTE NESSE TEXTO.

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8 E X E C U T I V E R E P O R T

PARCERIA HOMEM-MÁQUINA, UMA RELAÇÃO MUITO ALÉM DE CÁLCULOS

As necessidades dos clientes bancários mudaram

nos últimos anos. Prova disso é que os bancos tra-

dicionais vêm investindo cada vez mais em novas

tecnologias, como é o caso do grande guarda-

-chuva da inteligência artificial (IA) que traz recur-

sos como machine learning, deep learning e computação cognitiva.

Tudo isso para competir no mundo digitalizado, baseado em dados

e com uso massivo de dispositivos móveis.

Imagine fazer trabalhos que levavam dias ou semanas em ape-

nas alguns segundos? Isso é possível com aplicações de inteligên-

cia artificial, que oferecem capacidades de análise avançada de

dados, visão computacional, processamento de linguagem natural

e aprendizado de máquina. O uso de IA permite aos bancos a cria-

ção de serviços e produtos mais atraentes aos correntistas, através

da redução de custos de diversas operações, aumento de ofertas e

melhoria na detecção de fraudes, por exemplo, o que evita o roubo

de informações pessoais.

APLICAÇÕES DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL SUPERAM O CONCEITO DE FICÇÃO CIENTÍFICA E OFERECEM CAPACIDADES DE ANÁLISE AVANÇADA DE DADOS, AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS E COMPREENSÃO DE LINGUAGEM NATURAL, PONTOS IMPORTANTES PARA DESENVOLVIMENTOS E INOVAÇÕES NO SETOR FINANCEIRO

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E X E C U T I V E R E P O R T 9

AI E MACHINE LEARNING >> DESAFIO

*REVISTA CIAB FEBRABAN USADA COMO FONTE NESSE TEXTO.

Um estudo sobre o impacto da IA na economia, realizado

pela Accenture, revela que essa tecnologia é o novo fator de pro-

dução e tem potencial para gerar novas fontes de crescimento.

A previsão é de que as taxas de crescimento econômico anuais

sejam duplicadas até 2035 e a produtividade da força de trabalho

aumente em até 40%.

GESTÃO DE RISCOS E AMPLIAÇÃO DOS LUCROSBancos em todo mundo, especialmente na Europa, começaram

a substituir as abordagens mais antigas, de modelagem estatística,

por inteligência artificial e computação cognitiva. Esses

recursos disruptivos auxiliam no gerenciamento

de risco de crédito, por exemplo, ao prever

com precisão quais clientes são mais pro-

pensos a cancelar o serviço ou serem

inadimplentes com seus emprésti-

mos. A análise de perfil pode deter-

minar se há alto ou baixo risco ao

avaliar interações, variáveis, depen-

dências, associações e muitos

outros aspectos.

Além disso, a ferramenta pode

ajudar a escolher ações e investi-

mentos com alto índice de ganhos,

estudando demonstrativos de lucros,

notícias e registros regulatórios, para

obter pistas e sugerir as melhores opções.

FORÇA DE TRABALHOEnquanto alguns pesquisadores preveem que a automação

conduzida pela IA afete 49% das atividades de trabalho e elimine

cerca de 5% dos empregos, um estudo da IDC aponta que, até

2021, atividades de CRM habilitadas por inteligência artificial pode-

riam aumentar as receitas de negócios globais em US$ 1,1 trilhão

e criar 800 mil novos empregos, superando aqueles que foram per-

didos devido à automação.

Outro estudo da Accenture aponta que os bancos devem investir

na capacitação da força de trabalho para novas tecnologias e oportuni-

dades de crescimento via inteligência artificial. O relatório Future Work-

force Survey - Banking: Realizing the Full Value of AI, da Accenture,

ouviu 100 executivos bancários e outra pesquisa da mesma empresa

ouviu outros 1.300 funcionários não executivos do setor e constatou

que, se os bancos investirem em IA e na colaboração entre homens e

máquinas no mesmo ritmo das empresas de alto desempenho, seus

lucros podem crescer 34% e os níveis de emprego em 14% até 2022.

“À medida que a IA ganha novas nuances, o seu papel dentro

dos bancos consegue ir além da automatização, chegando a impul-

sionar as capacidades humanas”, diz Alan McIntyre, diretor execu-

tivo global e líder de Banking da Accenture. Segundo ele, é impor-

tante que os bancos interessados nos benefícios da IA empreguem

a ‘inteligência aplicada’ - uma combinação entre tecnologia e

talento humano - em todas as áreas de seus principais negócios.

Para chegar a esse ponto, eles precisam do comprometimento dos

mais altos níveis de liderança e da compreensão que esta evolução

exigirá uma mudança drástica em suas forças de trabalho.

Outra aplicação da IA que tem se destacado é o chatbot. Essa

tecnologia - que usa recursos de inteligência artificial - está cres-

cendo exponencialmente no setor financeiro, com a capa-

cidade de manter uma relação próxima e interativa

com os clientes. O chatbot não só estabelece

uma conversa no atendimento, mas tam-

bém pode ofertar produtos e serviços

bancários, automatizar suporte e pro-

porcionar uma experiência agradável

aos clientes.

FUTURO DA IAO potencial de utilização da inteli-

gência artificial deve continuar a cres-

cer nos próximos anos. Um estudo do

McKinsey Global Institute mostra que o

impacto econômico da automação che-

gará a US$ 6,7 trilhões anualmente até 2025.

A futurista, engenheira e empreendedora Nell

Watson, que participa do CIAB, se destaca por fazer

palestras sobre a aplicação da inteligência artificial nos negócios.

A irlandesa atua como consultora sênior na The Future Society,

uma organização sem fins lucrativos incubada na Universidade de

Havard que tem como objetivo estudar as consequências e desafios

da atual onda tecnológica mundial.

Na visão de Nell, a inteligência artificial trará diversas vanta-

gens para o cotidiano de empresas e pessoas. “Apesar de duvidar

de que um robô possa verdadeiramente substituir as interações

humanas, muitas pessoas se beneficiarão por compartilhar uma

vida com maquinas, que desempenharão um papel importante

para muitos seres humanos”, pontua.

Enquanto isso, as instituições financeiras estão expandindo

as fronteiras de seus laboratórios de pesquisa e inovação, para se

organizar em grupos de trabalho e consórcios, onde a interopera-

bilidade e criação de um novo ecossistema têm sido os principais

desafios a serem vencidos.

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1 0 E X E C U T I V E R E P O R T

As soluções armazenadas em cloud estão trazendo

uma nova realidade para as empresas em todo

mundo. Isso porque as ofertas e tecnologias no

modelo de nuvem estão mudando a regra do jogo,

igualando as condições de competição comercial, o

que deverá acelerar a potência das organizações, sejam elas gran-

des, médias ou pequenas.

De fato, a cloud computing tem se tornado parte integrante da

transformação digital, com um bom ritmo de adoção em diversas

verticais de negócio. Entretanto, o setor financeiro mostrava maior

resistência nesse modelo, principalmente por conta de aspectos

ligados à privacidade dos dados e à segurança dos negócios.

Era preciso quebrar esse tabu. Tanto que o Banco Central

do Brasil (BACEN) acabou de definir na Resolução nº 4.658, de

26/4/2018, a política de segurança cibernética, que estabelece os

requisitos para a contratação de serviços de armazenamento e pro-

cessamento de dados e computação em nuvem, incluindo pontos

contratuais mínimos. Com base neste regulamento, os bancos e

instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo BACEN come-

çarão a usar provedores de nuvem pública de larga escala.

A partir de agora, as instituições financeiras devem implemen-

tar e manter política de segurança cibernética formulada com base

em princípios e diretrizes que busquem assegurar a confidenciali-

dade, a integridade e a disponibilidade dos dados e dos sistemas de

informação utilizados. Esses pontos precisam contemplar a contra-

tação de serviços de processamento e armazenamento de dados e

de computação na nuvem, seja no Brasil ou no exterior.

As empresas que contratarem serviços fora do país, deverão

se preocupar em cumprir diversos requisitos, entre eles: seguir a

indicação dos países e das regiões onde os serviços poderão ser

prestados e os dados poderão ser armazenados, processados e

gerenciados; a existência de convênio para troca de informações

entre o Banco Central do Brasil e as autoridades supervisoras dos

países onde os serviços poderão ser prestados; e a instituição con-

tratante deve prever alternativas para a continuidade dos negó-

cios, no caso de impossibilidade de manutenção ou extinção do

contrato de prestação de serviços.

APÓS RESOLUÇÃO DO BANCO CENTRAL DO BRASIL, INSTITUIÇÕES

E BANCOS TÊM O AVAL PARA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE

ARMAZENAMENTO E PROCESSAMENTO DE DADOS EM CLOUD

COMPUTING, DECISÃO QUE ABRE CAMINHO PARA AMPLIAR A

PRESENÇA DA NUVEM NO SETOR

SETOR FINANCEIRO

QUEBRA PARADIGMAS NO

USO DA CLOUD

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E X E C U T I V E R E P O R T 1 1

CLOUD COMPUTING >> DESAFIO

A resolução do BACEN não traz nenhuma menção sobre a proi-

bição ou limitação de uso desses serviços, mas a instituição pode

impor restrições na contratação caso haja irregularidades, princi-

palmente se o provedor de serviços não comprovar capacidade de

proteção de dados, qualidade nos controles de acesso, segregação

física e lógica dos dados que visem a proteção da confidenciali-

dade, integridade e disponibilidade das informações. Esse controle

abrange também a produção de softwares seguros.

ADOÇÃO EM CURSOExceto as empresas financeiras e fintechs que já nasceram

digitais e têm uma plataforma 100% em nuvem, muitas áreas

dos bancos tradicionais já vêm testando adoções no modelo em

nuvem, especialmente para o desenvolvimento de aplicações

que precisam de uma interface moderna e uma prestação de

serviço mais rápida ao usuário.

Dificilmente um banco tradicional vai colocar seu sistema de

core bancking (plataforma que processa transações bancárias diá-

rias) para rodar na nuvem, mas as instituições financeiras têm apos-

tado na arquitetura híbrida, que mescla componentes executados

em nuvem com os legados.

Por outro lado, o negócio do setor financeiro sofre pressão por

manter os atuais patamares de lucratividade, o que demanda mais

agilidade do banco. E isso dificilmente será alcançado com estra-

tégias tradicionais de infraestrutura. Diante desse cenário, o ritmo

de adoção da cloud computing vem crescendo, uma pesquisa do

Gartner apontou que um quinto dos maiores bancos do Brasil já

fazem investimentos significativos na tecnologia.

A IDC Brasil prevê que a contratação de infraestrutura, plata-

forma e Software como Serviço (SaaS) em cloud pública atingirá

US$ 1,7 bilhão em 2018 e praticamente o dobro até 2020. Nesse

mercado, a ascensão de soluções multicloud também é uma reali-

dade dentro de grandes corporações e aumenta a necessidade de

integração, padronização e gerenciamento desses ambientes. Para

um gerenciamento eficiente, a adoção de provedores de serviços

especializados em múltiplas nuvens se torna o caminho natural.

“Para extrair o máximo da nuvem, as empresas estão aumen-

tando o investimento em infraestruturas híbridas que combinam

várias configurações, como nuvem privada on premises, nuvem

pública, cloud privada hospedada e nuvem bare-metal”, completa

Renato Rosa, Gerente do Programa de Serviços de TI e Aplicações

na Frost & Sullivan.

NUVEM NÃO CAMINHA SOZINHAA pesquisa da Frost & Sullivan aponta que a adoção de novas

tecnologias, como a internet das coisas, big data, inteligência cog-

nitiva e serviços gerenciados em nuvem foram os principais fato-

res que impulsionaram o mercado de Infraestrutura como Serviço

(IaaS) na América Latina, o que gerou uma receita nesse setor de

US$ 1,8 bilhões em 2017 com projeção de US$ 7,4 bilhões até

2022, com um CAGR (Compound Annual Growth Rate) de 31,9%.

Mas o apelo da computação em nuvem junto aos bancos vai

muito além da utilização da IaaS. A pesquisa do Gartner aponta

que, em uma escala global, as quatro maiores prioridades de inves-

timento em tecnologia para o setor financeiro são, na ordem:

analytics, infraestrutura, mobilidade e cloud computing.

Os canais digitais são pontos impulsionadores para a adoção

da computação em nuvem, assim como as tecnologias como big

data e analytics, com recursos de machine learning e inteligência

artificial. Com o crescimento exponencial de dados, não terá como

falar de analytics sem o uso intensivo de computação na nuvem.

Da mesma forma, mobilidade também impulsiona investimen-

tos em cloud, pois o mobile banking no Brasil não para de crescer

e já é responsável por 35% de um universo de 71,8 bilhões de ope-

rações financeiras. Esse canal demanda performance e disponibi-

lidade, recursos que podem ser entregues no modelo em nuvem.

Outra tecnologia que tem sido bastante utilizada para auxiliar

na melhora da experiência do cliente é o Edge Computing. A ins-

talação pulverizada de pequenos data centers, em diversos locais,

resolve o problema de latência, uma vez que o conteúdo está mais

próximo do usuário.

Esse cenário de transformação exige dos bancos uma quebra

de paradigma e as empresas que tiveram iniciativas de moderni-

zação e migração para nuvem já estão colhendo os frutos desse

movimento nos processos de negócio.

SETOR FINANCEIRO

QUEBRA PARADIGMAS NO

USO DA CLOUD

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1 2 E X E C U T I V E R E P O R T

SEGURANÇA EM EVIDÊNCIA:

INOVAÇÃO VERSUS RISCO

AGDPR (Regulamento Geral de Proteção de Dados) é mais um recurso de proteção das empresas. Em vigor a

partir de 25 de maio de 2018, regulação é obrigatória para todas as empresas com sede em um dos países

da União Europeia, além das companhias que manipulem dados de cidadãos europeus. A GDPR é vista

com bons olhos pelos C-Levels de finanças, pois o Brasil tem tratativas similares no que diz respeito

às obrigações e cuidados com os dados, trazendo segurança jurídica nos processos feitos pelos

profissionais no cotidiano.

Dentre as principais demandas tecnológicas no setor de Finanças, o que mais tem ganhado destaque

é a Segurança Cibernética. Não que as instituições financeiras não tenham dado a devida atenção ao

tema – muito pelo contrário, mas porque tecnologias como cloud, inteligência artificial, blockchain

e internet das coisas demandam hoje uma atuação mais profunda dos profissionais que trabalham

com a Segurança da Informação.

Da mesma forma que as tecnologias evoluíram para o setor financeiro, as ameaças virtuais e

ataques cibernéticos também cresceram e o cenário é cada vez mais alarmante. O cardápio de

ciberameaças é bem extenso, vai de fraudes bancárias e roubo de informações à falsificação

e sequestro de dados.

As instituições financeiras já possuem bastante tecnologia para fazer o negó-

cio acontecer e, daqui pra frente, os investimentos em proteção são ainda mais

importantes. De acordo com a Pesquisa de Tecnologia Bancária 2018 da

FEBRABAN, o aporte dos bancos em Segurança da Informação ocupou 10%

do total investido (R$ 19,5 bilhões em 2017), aproximadamente R$ 2

bilhões. Nesse montante estão incluídos softwares, pesquisa e desen-

volvimento de novas tecnologias, além de programas de conscienti-

zação direcionados aos clientes.

AS AÇÕES DE SEGURANÇA CIBERNÉTICA ESTÃO CADA DIA MAIS

IMPORTANTES DIANTE DE UM CENÁRIO EM CONSTANTE EVOLUÇÃO

NO SEGMENTO FINANCEIRO. COMO INOVAR EM CLOUD COMPUTING,

MOBILE BANKING E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL SEM PERDER DE VISTA

A PROTEÇÃO DE DADOS E SISTEMAS DE NEGÓCIO?

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E X E C U T I V E R E P O R T 1 3

SEGURANÇA CIBERNÉTICA >> DESAFIO

A computação em nuvem sempre foi um

tabu para as instituições financeiras. Um dos

pontos críticos era se esse modelo poderia

entregar a proteção necessária para os dados

sigilosos. Com a evolução da própria tecno-

logia, os bancos vêm reconhecendo o valor

da cloud computing para os negócios, tanto

que a Resolução nº 4.658, de 26/4/2018,

do Banco Central do Brasil estabelece os

requisitos para a contratação de serviços de

armazenamento e processamento de dados

e computação em nuvem sob a ótica da polí-

tica de segurança cibernética.

Outro ponto que exige muito da Segu-

rança da Informação é o avanço do mobile

banking. Responsável por 35% das 71,8

bilhões de transações bancárias, este canal

apresentou um crescimento de 70% no

número de transações com movimenta-

ção financeira, totalizando 1,7 bilhão. “A

quebra do ceticismo em relação ao uso

do mobile banking está justamente no

aumento do número de transações”, afirma

Gustavo Fosse, diretor setorial de Tecnolo-

gia e Automação Bancária da FEBRABAN.

De acordo com o executivo, a convi-

vência com a tecnologia é o que permitiu a

massificação do mobile banking. Ele acres-

centa que os mecanismos de proteção

implementados pelas instituições finan-

ceiras são os mais avançados, sendo ven-

cidos apenas pela engenharia social. “Se as

pessoas mantiverem seus antivírus atuali-

zados, forem conscientes e não passarem

suas credenciais em esquemas de phishing,

dificilmente haverá alguma brecha”, alerta.

NOVOS ATAQUESE nesse cenário de vulnerabilida-

des, certamente o ransomware está no

topo da onda, um modelo rentável e de

baixo custo que se tornou a menina dos

olhos dos cibercriminosos. Há um ano, o

maior ataque de ransomware da história

começou. Conhecido como WannaCry, ele

se espalhou como um incêndio e afetou

indiscriminadamente PCs em todo o

mundo, incluindo aqueles que pertenciam

a consumidores, empresas, hospitais e até

departamentos governamentais.

O sucesso do WannaCry se resume

a três principais fatores: o ransomware

explorou a vulnerabilidade EternalBlue que

prevalecia em muitos PCs, os quais execu-

tavam sistemas operacionais mais antigos;

esses sistemas estavam sem suporte e, por-

tanto, vulneráveis à exploração; nenhuma

ação do usuário foi necessária para que o

ataque fosse disseminado.

Além do WannaCry, outros tipos de ran-

somware como o NotPetya usaram a vulnera-

bilidade EternalBlue. Isso abriu as portas para

a criação de novas variantes de malware, que

também fizeram uso desse mecanismo. Tal-

vez os mais notáveis sejam o Adylkuzz, um

malware de mineração de criptomoedas, e o

Retefe, um trojan bancário. A vulnerabilidade

tem sido usada por vários grupos de cibercri-

minosos na coleta de senhas.

No entanto, desde o momento em que o

dano foi causado, diversas empresas de tec-

nologia em Segurança da Informação têm

investigado o WannaCry e os ataques sub-

sequentes com o objetivo de coletar insights

que podem ajudar a entender o que precisa

ser feito, para evitar que esse tipo de cibe-

rataque aconteça novamente. Para especia-

listas do setor financeiro, o ransomware não

vai acabar nunca e cabe agora às instituições

financeiras criar - muitas vezes em parce-

ria com players do mercado de Segurança

Cibernética - sistemas e estruturas capazes

de identificar e mitigar esses ataques.

MITIGAR RISCOSA boa notícia é que já existem mui-

tas ferramentas e soluções, baseadas em

machine learning e inteligência artificial,

que estão desenvolvendo um papel funda-

mental na prevenção dessas ameaças. Na

visão de C-Levels do mercado financeiro,

essas tecnologias ainda têm muito a avan-

çar, no entanto, elas terão um papel funda-

mental no futuro próximo.

A GDPR (Regulamento Geral de Prote-

ção de Dados da União Europeia) é mais

um recurso de proteção das empresas. Pre-

vista para entrar em vigor ainda no primeiro

semestre de 2018, e válida para empresas

com sede em todos os países que fazem

parte da União Europeia e companhias que

tenham alguma relação com elas, a regula-

ção é vista com bons olhos pelos C-Levels

de finanças, pois o Brasil tem tratativas

similares à GDPR no que diz respeito às

obrigações e cuidados com os dados e traz

uma segurança jurídica nos processos fei-

tos pelos profissionais no cotidiano.

Para o setor de Finanças, estar ade-

rente ao GDPR é uma forma também de

ampliar o comprometimento do setor com

a proteção dos dados dos seus clientes.

A troca de informações e compartilha-

mento de dados sobre ameaças e inciden-

tes cibernéticos é outra prática importante

para prevenção de ataques e evitar preju-

ízos. As instituições financeiras, o Banco

Central do Brasil e órgãos do governo

estão negociando um acordo a ser forma-

lizado em breve para permitir essa intera-

ção a fim de tornar mais ágil o intercâmbio

de informações sobre riscos de ataques ao

setor financeiro. O assunto é tratado na

Subcomissão de Cybersecurity da FEBRA-

BAN e já conta com a participação de 12

instituições do setor.

No campo tecnológico, felizmente, há

muitos recursos para se proteger contra o

crescente ritmo de ameaça. Os sistemas se

tornam cada vez mais inteligentes, detec-

tando o perigo mais rápido e neutralizando

a ameaça preventivamente.

O segmento como um todo está em

busca de respostas de como proteger as

novas tecnologias e ser capaz de entre-

gar uma disrupção no negócio de forma

segura. Um caminho para isso diz respeito

a seguir boas práticas do mercado, como as

já fornecidas por entidades e associações

que visam trazer mais proteção aos equipa-

mentos e sistemas.

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1 4 E X E C U T I V E R E P O R T

BLOCKCHAIN >> DESAFIO

*REVISTA CIAB FEBRABAN USADA COMO FONTE NESSE TEXTO.

Com promessas de reduzir custos e trazer aos

bancos do mundo todo até 3 bilhões de clientes

que ainda não possuem contas em instituições

financeiras, o blockchain revolucionará a maneira

como lidamos com o dinheiro, na opinião de espe-

cialistas. A automação das tarefas bancárias será possível com a

adoção do blockchain combinado à internet das coisas e a inteli-

gência artificial.

Um estudo da Accenture, feito no início do ano passado, cal-

cula ser possível a redução de 50% nos custos de 8 dos 10 maiores

bancos de investimento do mundo, uma economia de até US$ 12

bilhões, pela menor necessidade de infraestrutura, proporcionada

pela adoção da tecnologia.

O blockchain tem recebido um volume crescente de investi-

mentos: saindo de US$ 100 milhões, entre 2009 e 2013, para US$

1,4 bilhão entre 2014 e 2016. Para a Accenture, essa tecnologia

será a “internet do dinheiro”, com o mesmo potencial disruptivo

que a internet teve nos anos 1990.

No setor financeiro, o blockchain se presta a vários casos de uso

comum, incluindo compliance, pagamentos, custódia e rastreamento

de ativos, financiamentos comerciais e liquidação pós-negociação.

Essa tecnologia exigirá intensa colaboração entre instituições, agen-

tes reguladores e grupos de inovação, tornando o processo mais

complexo e longo, visto que são necessários diversos testes e esco-

lha de um protocolo único para padronização do sistema.

QUEBRA DE PARADIGMASA FEBRABAN criou em 2016 um grupo de trabalho colaborativo,

com o propósito de acelerar o entendimento sobre o blockchain e

o desenvolvimento de aplicações financeiras. Desde então, bancos

brasileiros vêm estudando as plataformas, os cases internacionais,

criando provas de conceito e preparando o lançamento de produ-

tos viáveis para o mercado.

Uma das soluções estudadas na aplicação do blockchain foi

a criação de um cadastro único de clientes, de forma descentrali-

zada, que garantisse a privacidade, rastreabilidade e imutabilidade

dos dados, com o intuito de simplificar o processo de atualização

de informações em todos os bancos onde o cliente tivesse conta.

Outra inovação trazida pelo uso do blockchain é a possibili-

dade de validação e execução de contratos digitais inteligentes, os

“smart contracts”, que permitem a celebração de contrato entre

duas partes sem a necessidade de um intermediário (cartório,

governos), com fiscalização e automatização de mecanismos digi-

tais, como pagamentos, por exemplo.

A adoção do blockchain nas instituições financeiras deve gerar

melhorias operacionais e alavancar oportunidades de negócios com a

criação de novos produtos e serviços. Ainda há muito a ser explorado

pelo mercado e, assim como outros setores, o financeiro deverá apre-

sentar grandes e revolucionárias novidades nos próximos anos.

TECNOLOGIA DEVERÁ PROMOVER A INCLUSÃO BANCÁRIA

GLOBAL, REDUZIR CUSTOS, ALÉM DE CRIAR CADASTROS

ÚNICOS DE CLIENTES E CONTRATOS INTELIGENTES SEM A

NECESSIDADE DE UM INTERMEDIÁRIO PARA VALIDAÇÃO

A VEZ DO BLOCKCHAIN NO SETOR FINANCEIRO

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E X E C U T I V E R E P O R T 1 5

INTERNET DAS COISAS >> DESAFIO

O IMPACTO DA INTERNET DAS COISAS NO SEU DINHEIROAUMENTO NO NÚMERO DE USUÁRIOS, REDUÇÃO DE FRAUDES E

MELHORIA DE PREVISIBILIDADE NA CONTRATAÇÃO DE SEGUROS

SÃO OS DESTAQUES DA IOT EM SERVIÇOS FINANCEIROS

*REVISTA CIAB FEBRABAN USADA COMO FONTE NESSE TEXTO.

Com um mercado que tem potencial de movimen-

tar US$ 5 trilhões ao ano, segundo a consultoria

Deloitte, e crescimento no número de dispositi-

vos conectados, a internet das coisas é uma das

grandes promessas tecnológicas do futuro. Apesar

disso, o setor financeiro ainda observa com um misto de fascínio e

desdém a onda de conectividade que pluga relógios, carros, pulseiras

e outros dispositivos à internet.

Segundo o levantamento da Deloitte, serão necessários “deze-

nas de bilhões de dólares” em pesquisa e desenvolvimento para criar

soluções que, de fato, farão a tecnologia decolar. Mesmo assim, as

promessas da IoT são grandes para o segmento de Finanças, desde

aumentar o número de usuários de serviços financeiros e redução de

fraudes, às melhorias em previsibilidade na contratação de seguros.

Bancos e empresas financeiras deverão se transformar diante

da internet das coisas, da mesma forma como os smartphones e

aplicativos mudaram a forma como as pessoas lidam com a comu-

nicação. Tablets nos caixas eletrônicos e monitoração de ritmo car-

díaco para avaliar saques fora do horário comercial são algumas

das funções que especialistas da consultoria financeira alemã GFT

estão prevendo futuramente.

Na área de seguros, carros conectados poderiam identificar a

forma como os motoristas dirigem, gerando análise de risco mais

assertiva, para determinar o prêmio e franquia das coberturas.

Medidores de glicemia, por exemplo, poderiam avaliar os cuida-

dos e hábitos de vida dos clientes e passar essas informações para

empresas de planos de saúde. Quem se cuida mais, paga menos no

seguro. Quem abusa, tem o fator de risco aumentado.

A monitoração de dados de saúde pode, ainda, dar subsídios

aos sistemas antifraude, como a análise de compras e saques sus-

peitos. “Alguém que está com batimento cardíaco acelerado ao

sacar, provavelmente pode estar sendo coagido”, revela Paulo Pia-

larossi, pesquisador de inovação médica no Hospital das Clínicas

de São Paulo.

AVANÇO EM ESCALAO BNDES prevê uma linha bilionária para empresas nacionais

que desejam criar soluções de IoT para o mercado. O Plano Nacio-

nal de Internet das Coisas também deverá impulsionar o desenvol-

vimento de soluções sobre essa tecnologia em todos os setores.

O fato é que a IoT tem potencial para entregar um futuro de

inovação para o setor financeiro, com instituições, bancos e fin-

techs facilitando o relacionamento dos consumidores com o

dinheiro, inclusive nos processos de compra. O avanço das tecnolo-

gias vestíveis, a chamada wearable, e pagamentos por aproximação

(contactless) permitem que sensores em dispositivos (sejam eles

celulares, relógios ou pulseiras, por exemplo) efetuem os pagamen-

tos ao aproximarem esses equipamentos aos terminais habilitados

para pagamentos de contato. Com isso, o valor é descontado auto-

maticamente do saldo disponível.

Hoje, os brasileiros ainda são dependentes de pagamentos

com cartões de débito e crédito em estabelecimentos físicos. Com

a internet das coisas trazendo uma verdadeira revolução no mer-

cado financeiro, é muito provável que essa dependência diminua

gradativamente e veremos aplicações inovadoras da IoT nas tran-

sações daqui pra frente.

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1 6 E X E C U T I V E R E P O R T

BANCOS BRASILEIROS SÃO MUNDIALMENTE conhecidos

como os mais inovadores no mercado tecnológico. Os

longos anos trabalhando sob um cenário complexo da

macroeconomia no País proporcionaram uma maturidade

inquestionável às instituições financeiras. Para seguir com

esse status e, principalmente, se manterem competitivas

diante das novas gerações de consumidores, as empresas

do setor estão vivendo uma verdadeira transformação.

Novos modelos de negócio, crescimento da parceria com

as fintechs, tecnologias emergentes, avanço da mobili-

dade e perfil diferenciado de clientes são os pontos cru-

ciais de mudança de cenário. Para Antonio João Filho,

diretor-executivo de Vendas para Mercado Financeiro da

Embratel, as instituições financeiras seguem liderando a

disrupção dos negócios, mas os desafios são grandes e

exigem redesenho de estratégias.

O cenário de mudança do setor financeiro é desafiador, mas estamos falando de

uma indústria madura, que sabe aonde quer chegar.

Entrevista: Antonio João Filho, diretor-executivo de Vendas para Mercado Financeiro da Embratel

Executive Report: Como podemos dese-

nhar o cenário do setor de Finanças diante

da digitalização e experiência do usuário?

Antonio João Filho: O maior desafio das

empresas do setor é em relação ao pró-

prio negócio. Os bancos estão utilizando a

tecnologia para ultrapassar um cenário de

baixo crescimento e procuram aumentar

o engajamento dos clientes com soluções

digitais e mobilidade, o que proporciona

aumento na eficiência, redução de custos

e controle de inadimplência.

Executive Report: A presença das fintechs

também trouxe uma urgência nesse pro-

cesso de reinvenção?

Antonio João Filho: Essas novas institui-

ções financeiras traziam uma visão inicial de

ameaça ao mercado bancário. Entretanto,

vimos uma reação muito positiva, os ban-

cos se aproximam das fintechs para conhe-

cer seus processos e utilizam a capacidade

que elas possuem de atingir o público jovem

ou aquele público que ainda não consegue

participar do sistema bancário.

Tivemos a regulamentação das Fintechs

de Crédito pelo Banco Central, em abril de

2018, e essa aproximação com os órgãos

reguladores é bem vista pelos bancos, que

preferem uma coexistência mais ordenada

dentro do sistema financeiro.

TECNOLOGIAS EMERGENTESExecutive Report: Nesse processo de quebra

de paradigma, veremos inovações tecnológi-

cas, como a adoção da cloud, por exemplo?

Antonio João Filho: O sistema financeiro

é muito regulamentado e sua adesão a

serviços em cloud tem focado em nuvem

privada com alguns serviços de infraestru-

tura para armazenamento, backup, Disas-

ter Recovery e aplicações de colaboração.

Temos uma pesquisa sobre o setor que

aponta a intenção de adotar a cloud tam-

bém para aplicações de Marketing Digital e

em alguns casos de Analytics.

Executive Report: Então a tendência é

uma movimentação mais profunda rumo à

cloud computing?

Antonio João Filho: Apesar de muito estar

se falando sobre a flexibilização para utili-

zação da nuvem no setor financeiro, não é

esperada grande movimentação imediata

do setor para a cloud pública, as aplicações

críticas continuam internalizadas. A adoção

RUPTURAS TECNOLÓGICAS

EM UM ECOSSISTEMA DE

TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

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E X E C U T I V E R E P O R T 1 7

>> SOLUÇÃO

de computação na nuvem é planejada para

pontos específicos como facilitar o relacio-

namento com os clientes através da inte-

gração de sistemas inteligentes dos bancos

com os canais de comunicação como Face-

book ou WhatsApp, por exemplo.

Executive Report: A inteligência artificial

segue um ritmo diferente de adoção certo?

Antonio João Filho: Os bancos já são pio-

neiros em aprendizagem de máquina e inte-

ligência artificial, são recursos que estão

sendo utilizados inclusive no atendimento

aos clientes. O assistente pessoal por cha-

tbot é utilizado desde o ano passado e,

em alguns bancos, já representa a grande

maioria dos esclarecimentos de dúvidas.

Além disso, há previsão para entrar em pro-

dução, ainda este ano, o atendimento para

consultas do extrato da conta corrente,

poupança e investimentos, assim como

informações sobre fatura do cartão de cré-

dito. Essa nova fase vai incluir a interface

com o Facebook e com o WhatsApp, que

já são ferramentas conhecidas dos clientes.

Executive Report: Esses recursos de IA

andarão sozinhos nas aplicações?

Antonio João Filho: A inteligência artificial

é vista como estratégica para o setor e está

sendo aprimorada para, no futuro, atender

a transações. Mas não caminha sozinha. O

analytics se insere nesse contexto, pois é

um recurso que cresce em investimentos,

agregado aos chatbots, para Análise de

Clientes, Análise de Riscos, na Autentica-

ção Biométrica e em Detecção de Fraudes.

Já a internet das coisas vai viabilizar princi-

palmente o setor de Seguros Conectados

com ofertas mais personalizadas tanto

para saúde como para veículos.

Executive Report: O blockchain também

promete grandes mudanças no setor?

Antonio João Filho: Sim. Ele é visto como

uma tecnologia que, resolve com menor

custo, algumas questões importantes para

as empresas sendo um registro seguro de

informações que permite evitar fraudes, dar

credibilidade e rastreabilidade a transações.

O segmento de Finanças é pioneiro na

adoção de blockchain e já identificou suas

vantagens com economias significativas de

custos em operações e infraestrutura, em

relação ao modelo tradicional. A maioria

dos projetos globais ainda está em testes

e na fase exploratória e as expectativas são

boas para sua adoção pelo setor.

SEGURANÇA CIBERNÉTICAExecutive Report: E por falar em transações

seguras, o avanço dos ataques cibernéticos

coloca à prova o sistema financeiro?

Antonio João Filho: Os bancos são pio-

neiros em muitas tecnologias e isso acaba

virando um grande alvo para ações ciber-

criminosas. Além de liderarem a adoção de

inovações, o setor financeiro atrai os ata-

ques porque detém muitos dados sensíveis

de pessoas e transações.

Entretanto, da mesma forma em que lidera

no mercado tecnológico para prestar seus

serviços, o setor também é líder no com-

bate ao cibercrime com ações contínuas

de atualização de seus especialistas e de

tecnologias de segurança.

Executive Report: Como a Segurança

Cibernética tem avançado na proteção de

dados e transações?

Antonio João Filho: A Segurança da Infor-

mação é parte fundamental das soluções

digitais, os bancos possuem equipes muito

preparadas para atuar nessa área, priori-

zam os investimentos em Cibersecurity e

estão entre os nossos maiores clientes nes-

tes serviços.

Como a Embratel também prioriza os ser-

viços de segurança, sabemos que a atuali-

zação contínua de ferramentas e políticas,

assim como a monitoração da dark web

para prevenção, são condições chave para

se manter protegido. Enquanto atualiza-

mos nosso portfólio de Segurança com

novas ferramentas, os bancos e outras

instituições do setor Financeiro também

atuam em suas políticas setoriais.

Executive Report: As políticas de Segu-

rança abrangem, inclusive, os clientes?

Antonio João Filho: O fator humano tem

grande influência e são necessárias ações

de educação para todos, dos colaboradores

aos clientes. Não passar senhas para outras

pessoas, conhecer as técnicas de engenha-

ria social utilizadas para manipular as pes-

soas e obter informações confidenciais ou

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>> SOLUÇÃO

clicar em algum link permitindo instalação

de malwares em equipamentos são temas

explorados para levar a mensagem da pro-

teção em todo lugar.

Para combater fraudes, algumas soluções

estão se provando muito eficientes, como

a biometria em autenticação ou o uso de

segunda verificação em outro dispositivo

para se autenticar um usuário.

Executive Report: A adoção do modelo

de Segurança como Serviço também está

avançando?

Antonio João Filho: Fizemos uma pesquisa

envolvendo bancos, seguradoras e fintechs

e identificamos que 44% das empresas pes-

quisadas já utilizam serviços de Segurança

Gerenciada e 16% estão planejando inves-

tir nessa modalidade de serviço.

A adesão é maior para os serviços de segu-

rança perimetral, enquanto outros tipos

de serviços ainda estão internalizados nas

instituições como o Compliance com Regu-

lamentação ou os que estão passando por

inovações recentes como Gerenciamento

de Identidade e Acesso (IAM) e Gerencia-

mento de Informação de Segurança e de

Eventos (SIEM).

Executive Report: Aqui, cibersecurity inclui

ações junto aos órgãos reguladores?

Antonio João Filho: Nosso país não possui

uma lei de proteção aos dados pessoais dos

cidadãos e o sistema financeiro está se arti-

culando para ter procedimentos padroniza-

dos a fim de contribuir com as discussões

legislativas que devem acontecer nessa

área. Uma boa iniciativa está sendo coorde-

nada pelo Banco Central, que realizou uma

consulta pública em novembro de 2017

sobre regras para uma política de ciberse-

gurança para o Brasil.

Entre os temas abordados estão, por exem-

plo, estabelecer regras para o tratamento

de incidentes cibernéticos e ações para o

compartilhamento de informações sobre

esses incidentes. As sugestões e comen-

tários recebidos estão sendo analisados e

a publicação dessas políticas está prevista

para ocorrer ainda este ano.

Executive Report: O compartilhamento

de informações é uma medida importante

nesse processo certo?

Antonio João Filho: Sim e reforça a segu-

rança do setor. Um acordo está articulado

por bancos, FEBRABAN, Banco Central e

órgãos do governo para permitir o comparti-

lhamento de dados sobre ameaças e inciden-

tes cibernéticos por meio de uma plataforma

setorial. Com o compartilhamento imediato

de um risco de ataque, todos podem se pre-

venir com rapidez. Quanto maior a duração

do ataque, maior é o prejuízo financeiro e a

quantidade de informação roubada.

PARCERIA DE INOVAÇÃOExecutive Report: As ações conjuntas

incluem também parcerias com os players

de tecnologia e conectividade? Como a

Embratel se insere neste contexto?

Antonio João Filho: A Embratel trabalha

em sintonia com os clientes do setor finan-

ceiro, com muita proximidade das áreas de

tecnologia e de negócio destas empresas.

Sabendo de suas necessidades presentes e

desafios futuros, podemos nos antecipar e

ajudá-los a encontrar as melhores soluções,

seja de conectividade, mobilidade ou solu-

ções digitais.

Executive Report: Ou seja, é uma ação con-

junta com foco na inovação?

Antonio João Filho: O caminho de trans-

formação digital que o setor financeiro

vem trilhando é muito parecido com o

da Embratel. As mudanças são cada vez

mais profundas e frequentes, com ciclos

mais rápidos. Andar no ritmo acelerado do

cliente, conhecendo suas dores e respon-

dendo às suas demandas é nossa melhor

estratégia para ser reconhecido como par-

ceiro de seu ecossistema.

Executive Report: Isso significa que esta-

mos falando de um trabalho contínuo de

disrupção?

Antonio João Filho: Sim. O uso de serviços

bancários só tende a se intensificar com a

inovação vinda de diversas frentes e dife-

rentes verticais. Tudo passa a ser transacio-

nal. Como conhecedores desse ambiente,

podemos afirmar que não existe caminho

alternativo e a visão que temos para o

futuro é a adoção contínua de inovações

que vão transformando nossos negócios

para as próximas gerações de empresas

digitais. O sistema financeiro se realimenta

com as rupturas tecnológicas.

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