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NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE GAZETA MERCANTIL QUARTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2007 Hora de pensar o futuro Vantagens do Supersimples divide opiniões Páginas 6, 9 e 11 Financiamento pode ser usado para pagar 13º Página 3 Entre as indústrias filiadas à Fiesp, 97% são pequenas e médias, e o que mais preocupa os empresários é a questão cambial, pois os exportadores estão perdendo mercado. Diante das incertezas, o professor Tales Andreassi, da FGV-SP, afirma: planejamento é fundamental Planejamento exige informação e cautela AMARILIS BERTACHINI SÃO PAULO A necessidade de fazer um bom trabalho de planejamento diante das incertezas da economia para 2008 é o grande desafio para as pequenas e médias indústrias manterem a competitividade no mercado nacional. Mesmo com a recente crise no setor financeiro internacional, economistas e consultores acreditam que a economia interna deverá manter o ritmo de crescimento até o final deste ano e provavelmente também no próximo, abrindo espaço para as pequenas e médias empresas (PME). Na opinião de Edgard Pereira, economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), a grande incógnita para o desempenho da economia no próximo ano é como o Banco Central vai conduzir o processo de redução da taxa de juros, pois um rompimento poderia levar ao desaquecimento da economia doméstica. “O que dá para imaginar é que, mesmo que o comportamento do mercado externo cause um aperto na liquidez e uma redução no ritmo de crescimento da economia mundial, no mercado interno há razões para acreditar que continuaremos crescendo”, afirma Pereira. Ele avalia essa tendência com base no alongamento do crédito e dos prazos de financiamentos que têm sido concedidos, beneficiando, principalmente, a indústria automobilística. Também a elevação da renda interna permitiu um aumento no nível de emprego, ainda que pequeno, o que também abre espaço para as PME, principalmente as produtoras de bens de consumo, acrescenta o economista. Além disso, na sua opinião, são poucas as PME exportadoras que dependem do bom desempenho do mercado externo. A maioria precisa mesmo é do crescimento do mercado interno. Continua na página 2 Você já pensou no pagamento do 13º salário dos seus funcionários? Abra nas págs. 10 e 11 e confira.

NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE Hora de pensar o … · consultores acreditam que a economia interna deverá manter o ritmo de ... nador adjunto do Centro de Empreendedorismo

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NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTEGAZETA MERCANTILQUARTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2007

Hora de pensar o futuro

Vantagens doSupersimples

divide opiniõesPáginas 6, 9 e 11

Financiamentopode ser usadopara pagar 13º

Página 3

Entre as indústrias filiadas à Fiesp, 97% são pequenase médias, e o que mais preocupa os empresários é aquestão cambial, pois os exportadores estão

perdendo mercado. Diante das incertezas, oprofessor Tales Andreassi, da FGV-SP, afirma:

planejamento é fundamental

Planejamento exige informação e cautelaAMARILIS BE RTA C H I N I

SÃO PAULO

A necessidade de fazer um bomtrabalho de planejamento diante dasincertezas da economia para 2008 é ogrande desafio para as pequenas emédias indústrias manterem acompetitividade no mercado nacional.Mesmo com a recente crise no setorfinanceiro internacional, economistas econsultores acreditam que a economiainterna deverá manter o ritmo decrescimento até o final deste ano eprovavelmente também no próximo,abrindo espaço para as pequenas emédias empresas (PME).

Na opinião de Edgard Pereira,

economista-chefe do Instituto deEstudos para o DesenvolvimentoIndustrial (Iedi), a grande incógnita parao desempenho da economia nopróximo ano é como o Banco Centralvai conduzir o processo de redução dataxa de juros, pois um rompimentopoderia levar ao desaquecimento daeconomia doméstica. “O que dá paraimaginar é que, mesmo que ocomportamento do mercado externocause um aperto na liquidez e umaredução no ritmo de crescimento daeconomia mundial, no mercado internohá razões para acreditar quecontinuaremos crescendo”, afirmaPereira. Ele avalia essa tendência com

base no alongamento do crédito e dosprazos de financiamentos que têm sidoconcedidos, beneficiando,principalmente, a indústriaautomobilística.

Também a elevação da renda internapermitiu um aumento no nível deemprego, ainda que pequeno, o quetambém abre espaço para as PME,principalmente as produtoras de bensde consumo, acrescenta o economista.Além disso, na sua opinião, são poucasas PME exportadoras que dependem dobom desempenho do mercado externo.A maioria precisa mesmo é docrescimento do mercado interno.

Continua na página 2

Você já pensou

no pagamento do

13º salário dos

seus funcionários?

Abra nas págs.

10 e 11 e confira.

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Registre as últimas compras realizadas pelo cliente;

Pergunte o que exatamente ele busca no produto;

Descubra seus gostos e hobbies e anote na ficha dele;

Peça sugestões para melhorar o atendimento e o produto;

Analise todos os dados e utilize todas as informações para fazerum atendimento personalizado e traçar estratégias de marketinge vendas.

Fonte: Consultoria do Sebrae

QUARTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2007Página 2 – Suplemento Especial da GAZETA MERCANTIL PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

GESTÃO

Planejamento exige informação...AMARILIS BE RTA C H I N I

SÃO PAULO

Continuação da página 1

“O cenário nacional es-tá atrelado ao inter-nac iona l . Vamos

sentir o tranco” afirma LuizNelson Porto Araujo, consultore sócio-diretor da TrevisanConsultoria. Mas ele avalia quemesmo em crise o cenário in-ternacional está melhor que oencontrado pelo governo ante-rior e destaca que a taxa de in-flação é a variável mais impor-tante para planejamento e deci-sões de investimentos dasPME. “Com a inflação estabi-lizada, a população de baixarenda encontra-se em situaçãocada vez melhor, principalmen-te na região Nordeste, que vemse desenvolvendo com taxasboas em todos os segmentos”,avalia Araujo.

Para se prevenir de eventuaiscrises, Araujo recomenda queas PME fiquem atentas às infor-mações e oportunidades da eco-nomia global, invistam em re-novação tecnológica e enten-dam que para crescer terão quelidar com temas como sustenta-bilidade, governança corporati-va e responsabilidade social,que antes eram desafios somen-te das grandes empresas. “A mi-tigação da crise é ter se prepa-rado, é ter aprendido a lição deque a matriz que define exce-lência e sucesso empresarialnão depende de tamanho. Este éo grande desafio das PME”,afirma o consultor.

Além de avaliar o mercadoonde atuam, é preciso que asPME olhem internamente co-mo estão atendendo a esse mer-cado e como se posicionar paraaumentar a eficiência, reduzirperdas e qualificar a mão-de-obra, diz Araujo. Na sua opi-

nião, as PME não podem espe-rar que o governo resolva oproblema de falta de qualifica-ção de mão-de-obra, porque osistema educacional brasileiroestá em crise há décadas, refle-tindo justamente na formaçãodos funcionários que vão paraas pequenas empresas, que sãoas que não podem pagar salá-rios elevados. “Elas vão ter sepreparar paraoferecer cur-sos , t re ina-mento, revi-sar processosp ro du t i vo s ,m e l h o r a r oa p r o v e i t a -mento de ma-téria-prima ede insumos”,af irma.

“ P l an e j a -mento é fun-d a m e n t a l .Nossa econo-mia é sensí-vel a crises. Épreciso estarantenado com o que está acon-tecendo aqui e no mundo, por-que o Brasil absorve rapida-mente as crises de outros paí-ses. É necessário analisar comocada fato vai afetar sua empre-sa e seu produto”, orienta TalesAndreassi, professor e coorde-nador adjunto do Centro deEmpreendedorismo e NovosNegócios da Fundação GetúlioVargas (FGV-SP).

Ele diz que para se precaveré preciso ser conservador, usarcapital próprio e não recorrer abancos, para evitar os juros al-tos. Andreassi destaca que noBrasil as PME crescem comaplicação do próprio lucro, oque torna o desenvolvimentomais lento. A recomendaçãoinicial para os pequenos em-presários é analisar o que cada

decisão vai acarretar, imaginaro que fazer se aquele passo nãoder certo e que caminhos alter-nativos adotar em cada ação.

QUESTÃO CAMBIAL

A Federação das Indústrias doEstado de São Paulo (FIESP)não trabalha com a possibilidadede crise na economia para 2008,segundo afirmação de Marco

Antonio dosReis, diretortitular adjuntodo Departa-mento de Mi-cro, Pequenae Média In-dústria (Dem-pi). De acor-do com ele,97% das in-dústrias filia-das à Fiespsão pequenase médias e oq u e m a i spreocupa ose m p r e sá r i o spara 2008 é a

questão cambial, pois os peque-nos exportadores estão perdendomercado. “Muitas indústrias in-ternacionais que compravamprodutos ou componentes doBrasil passaram a comprar deoutros países”, afirma o diretor,que diz não haver expectativa demudanças para a taxa de câmbio.Reis afirma que as pequenas in-dústrias também estão insegurasquanto à disponibilidade da in-fra-estrutura necessária paracrescer, como energia, transportee telecomunicações.

CRÉDITO CARO

Quem não faz planejamentotambém corre o risco de perderoportunidades — porque nãoganha a visão interna e a exter-na do mercado — e de ser pegode surpresa por ações dos con-

correntes. “O planejamentopermite ao empresário conhe-cer sua empresa e exercitar suavisão de futuro”, diz Sérgio Di-niz, consultor de orientaçãoempresarial do Serviço Brasi-leiro de Apoio às Micro e Pe-quenas Empresas (Sebrae-SP). Para 2008 ele destaca aoportunidade temporária queas PME terão para explorar osnegócios que serão geradospor ser um ano de eleições.

Segundo Diniz, a dificuldadede acesso ao crédito para os pe-quenos empresários deverápermanecer no próximo ano.“Há disponibilidade de créditono mercado, mas é um dinheirocaro”, afirma Diniz.

Em alguns segmentos asPME poderão encontrar alter-nativas ao crédito bancário,como no setor de construçãocivil, onde 94% das empresassão micro e pequenas que em-pregam até 29 trabalhadores.As PME desse segmento têm aopção, na incorporação de no-vos empreendimentos, de seassociarem a investidores demédio porte que também este-jam procurando diversificarsuas aplicações.

“O mundo está líquido, maso dinheiro vai para onde há ga-rantia de governança corporati-va. Isto serve tanto para bancosque concedem crédito imobi-liário quanto para investidoresdispostos a colocar dinheiro emum empreendimento”, afirmaJoão Crestana, vice-presidentede incorporação imobiliária doSindicato das Empresas deCompra, Venda, Locação eAdministração de Imóveis Re-sidenciais e Comerciais (Seco-vi-SP), que destaca a importân-cia de as empresas adotaremtransparência na administraçãopara se tornarem interessantespara os investidores.

Foi trabalhando com estasferramentas que Bellas Villas,sócia-proprietária da Lou LouConfecções, conseguiu aumen-tar em 50% suas vendas nesteano em relação a 2006. “Elabo-ramos um cadastro de clientes eefetuamos estratégias semanaisde contato com eles”, contaBellas. A empresa resolveuadotar uma estratégia de mar-keting diferenciada com seusclientes: geralmente, as empre-sas do setor de confecção tra-

balham com dois lançamentosanuais (um da coleção prima-vera/verão e outro outono/in-verno), mas a empresária pau-lista optou por encaminhar, se-manalmente, um e-book cominformações sobre tendências,cores e modelos aos seus clien-tes. A empresa conta hoje comum mailing com mais de 1.500clientes cadastrados.

Para Bellas, este contatoconstante com o cliente é fun-damental para implementar um

recionar as ações demarketing e promo-ção de um determi-nado produto ou ser-viço. Além disto, vo-cê vai falar na lin-guagem do consumi-dor, pois você saberáidentificar a que seg-mento da sociedadevocê se dirige”, co-menta Carlos André,diretor geral da In -formatica Corpora-tion para a AméricaLatina e colaboradordo Instituto Empre-ender Endeavor —uma organizaçãosem fins lucrativos.“O maior erro queum empresário podecometer é querer“sair atirando parat o d o s o s l a d o s ” ,complementa.

PUBLICIDADE

Embora a publici-dade seja uma ferra-menta onerosa den-tro de uma empresa,ela deve ser encaradacomo um custo fixoadverte Bello. “Re-comenda-se que se-jam investidos entre3% e 10% do fatura-mento em publicida-de”, comenta o con-sultor. Todavia, Bel-l o o b s e r v a q u equando fala em pu-blicidade não está se referindoa propagandas em televisão.“Este tipo de divulgação podeser inviável para o pequeno emédio empresário”.

Mas ele deve pensar em ou-tros mecanismos de divulgaçãode seus produtos e serviços, co-mo mala-direta, telemarketing,e-mail e até venda pessoal. Oconsultor comenta também queo ideal é ainda não utilizar ape-nas um destes meios, mas fazeruma mescla deles.

ANGELA FERREIRA

SÃO PAULO

N ada melhor do que no-vos clientes para au-mentar o faturamento

de uma empresa, seja ela dequal porte for. Mas para au-mentar sua clientela a empresaprecisa conhecer quem é o seuconsumidor e o que ele procu-ra. “A melhor forma para co-nhecer um cliente é organizarum cadastro bem elaborado”,adverte Wlamir Bello, consul-tor de marketing de orientaçãoempresarial do Serviço Brasi-leiro de Apoio às Micro e Pe-quenas Empresas (Sebrae-SP).“A recomendação é que qual-quer decisão seja baseada eminformação, por isto o segredoé conhecer muito bem quemcompra seus produtos”, diz.

Antigamente, ser bom ven-dedor era ser extrovertido. Ho-je, é preciso, acima de qual-quer coisa, entender as neces-sidades dos compradores, ouseja, o vendedor evoluiu paraconsultor. De acordo com apesquisa A Relação das PMEPaulistas com seus Clientes,realizada pelo Sebrae, 92%dos entrevistados se conside-ram conhecedores de seusclientes. No entanto, apenas37% destes mantêm um cadas-tro atualizado. Além disto, en-tre as empresas com cadastroatualizado, a proporção dasque informam ao cliente sobrepromoções (43%) ou que pra-ticam ações de fidelização daclientela (36%) também é rela-tivamente baixa.

“Quando se conhece bem pa-ra quem se vende, é possível di-

Para ampliar asvendas é precisoentender asnecessidades dosc o m p ra d o re s

atendimento personalizado econseqüentemente gerar a fide-lização deste consumidor. “De-pois de encaminharmos o e-bo-ok, nós entramos em contatovia telefone em busca de um fe-eadback. É essencial saber se ocliente gostou dos detalhes dacoleção e investir neles. E isto éessencial para aumentar as ven-das”, observa.

Uma outra alternativa adota-da pela empresária foi mudar aapresentação da loja a cada es-

tação. “Assim como semanal-mente apresentamos novosprodutos, acreditamos quemudar ‘a cara’ da loja é essen-cial. Afinal, se a cada estaçãomudam-se as cores e os mode-los, por que deixar a loja como mesmo aspecto sempre? Poristo acreditamos que todas asferramentas de comunicaçãovisual devem ser mudadas eacompanhar a tendência docolorido de cada estação”, en-fatiza Bellas.

NEGÓCIOS

Conhecer bem o cliente, uma ótima ferramenta

Bellas Villas: contato constante com os clientes como forma de atrair compradores, implementar o atendimento personalizado e obter a fidelização do consumidor

Andreassi: é preciso ser conservador

Alguns segredos paramontar um cadastro

Um bom cadastro não éfeito apenas de nome, ende-reço e telefone do cliente, deacordo com Wlamir Bello,consultor de marketing deorientação empresarial doServiço Brasileiro de Apoioàs Micro e Pequenas Empre-sas (Sebrae-SP). Há outrasinformações que devem serlevadas em conta na hora decadastrar um cliente.

Segundo Bello, a melhormaneira de iniciar um cadas-tro, além da identificação docomprador, é fundamentalregistrar suas últimas com-pras. Deve-se criar camposdistintos para anotar qual éo valor das compras reali-zadas, o tipo de produto ouserviços de uma determina-da empresa e também ar-mazenar com que freqüên-cia cada consumidor costu-ma fazer suas compras,regras que valem para todasas atividades de negócios.

“Desta forma é possívelidentificar qual é o ticketmédio gasto por seus clien-tes. E isto pode auxiliar atémesmo na precificação deprodutos”, avalia.

Conhecer e registrar osgostos e hobbies do clientetambém é importante. Es-

tas informações são essen-ciais para descobrir que no-vos produtos e serviços po-dem ser oferecidos aosconsumidores. “Isto podeauxiliar na promoção debrindes e ‘vendas casadas’de produtos e serviços”,avalia o consultor.

Também é válido tentardescobrir o que o cliente es-pera do produto. De acordo

Conhecer e registraros gostos e hobbiesdo cliente auxilia nadefinição de brindese das campanhasp ro m o c i o n a i s

com o consultor, os empre-sários acreditam que conhe-cem tudo sobre aquilo queproduzem, mas se esquecemde procurar descobrir qual éa visão ou a funcionalidadeque os clientes buscam ne-les. “Uma vez descobertasestas informações, é possí-vel melhorar as estratégiasde marketing de vendas deprodutos e serviços e destaforma, ampliar o leque declientes”, finaliza Bello.

( A . F. )

Divulgação

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QUARTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2007 Suplemento Especial da GAZETA MERCANTIL – Página 3PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

caixa. Há mais liberdade. Nãoé necessário justificar qual autilização que a empresa daráao dinheiro, pode ser para pa-gar o 13o- salário, fazer refor-mas ou trocar equipamentos. Ainstituição prevê o pagamentodo empréstimo em até 18 me-ses. Os juros variam de 1,9% a

5%, segundo o gerente de pro-dutos PJ, Marcos da Carvalhei-ra França.

Dois produtos são oferecidospelo HSBC aos empresários: oGiro Fácil e Capital de GiroClean. O primeiro é um limitede crédito pré-aprovado para osclientes, sem burobracia. O pa-

Giro 130, lançada neste mês,prevê ainda taxas de 1,58% aomês mais TR às pessoas jurí-dicas que levarem suas folhasde pagamento para o banco ede 2,15% ao mês mais TR pa-ra os que não pretendem man-ter outros vínculos com a ins-tituição.

De acordo com o diretor demicro e pequenas empresas doBanco do Brasil, José CarlosSoares, os pequenos empresá-rios têm a facilidade de esta-rem dispensados da certidãode regularidade fiscal para ob-ter o empréstimo; apenas oCadastro de Inadimplência(Cadim) é checado. O limite

DÉBORA BORGES

SÃO PAULO

F altam menos de três me-ses para as empresas pa-garem a primeira parce-

la do 13o- salário aos emprega-dos. Os maiores bancos doPaís começaram a oferecer li-nhas de crédito para capital degiro aos que não se prepara-ram para arcar com esse cus-to. Os bancos públicos ofere-cem as menores taxas de ju-ros. O fundo usado para essaslinhas de crédito é compostopor recursos do PIS/Pasep edos bancos.

Na Caixa Econômica Fede-ral, cerca de R$ 1 bilhão es-tará disponível aos empresá-rios entre 2 de outubro e 28 dedezembro deste ano. O prazomáximo para pagamento é deaté 12 meses e a taxa de jurosvaria de 0,833% ao mês maisTR a 3,10% ao mês mais TR.No ano passado, foram con-tratados R$ 350 milhões.

No Banco do Brasil, a taxaestá em 1,3% ao mês mais TRpara os clientes que já proces-sam a folha de pagamento nobanco. A linha de crédito BB

Entretanto, paraconsultores, oempréstimo deveser a últimaa l t e r n a t i va

gamento pode ser realizado ematé 18 parcelas fixas mensaiscom juros que variam de 4,20%a 4,83% ao mês. A contrataçãodo Giro Fácil é via ConnectBank (internet), Phone Centre-Pessoa Jurídica ou diretamentenas agências. Já o Clean deveser contratado nas agências eprevê o pagamento em até noveparcelas fixas com taxas de2,36% a 4,36%.

No Real, o Capital de Giro13 o- Salário oferece como prin-cipais vantagens a carência deaté 90 dias para pagamento daprimeira parcela e o parcela-mento em até 24 meses. Apósanálise e aprovação de crédito,o valor contratado é liberadoem conta corrente. As taxas dejuros, de acordo com informa-ções da assessoria de imprensa,são negociadas caso a caso en-tre o cliente e o banco.

As negociações também sãofeitas caso a caso no Itaú. Opagamento pode ser feito ematé 12 parcelas e a carênciavaria de 60 a 90 dias. A dire-tora de pessoa jurídica, San-dra Boteguim, aponta aindacomo alternativa a antecipa-ção do recebimento de dupli-catas e de cheques pré-data-dos. “Os juros, nesse caso, sãomenores que os de emprésti-mos”, assegura.

DUPLICADAS

O consultor em f inançasMarcos Crivelaro concorda queessa alternativa de descontar

duplicatas pode ser mais viá-vel. Para ele, o empréstimo de-ve ser a última alternativa. Cri-velaro, que é professor Ph.D.da Faculdade de Informática eAdministração Paulista (Fiap)e da Faculdade Módulo, dizque para fazer dinheiro as em-presas podem reduzir os esto-ques, lançar promoções que di-minuam a margem de lucro,mas aumentem o montante dedinheiro em caixa, e até mesmovender algum veículo da frota.

Segundo o especialista, sefor inevitável recorrer às linhasde crédito, é importante pegarapenas o que for necessário,sem se deixar seduzir pela pos-sibilidade de ter um pouco maisde dinheiro em mãos. Alémdisso, ele propõe que o paga-mento seja feito em no máximoseis meses, já que no ano quevem a obrigação com o 13 o-

ressurgirá e o empresário podese ver embolado na dívida des-te ano. Outra dica: optar porparcelas fixas, em vez de con-fiar na variação da TR, paraevitar surpresas futuras.

O economista Bento de Ma-tos Félix, chefe do Departa-mento de Ciências Econômicasdas Faculdades Integradas Upisem Brasília (DF), também aler-ta: “Tem que calcular quantovai custar esse dinheiro extra.O ideal é pagar com recursospróprios, fazer uma poupançadurante o ano para isso. Qual-quer pagamento de juros é per-da significativa de recursos”.

FINANCIAMENTO

Crédito pode ser alternativa para pagar 13º

É importante pegarapenas o necessário,sem se deixar seduzirpela possibilidade deter um pouco mais dedinheiro em mãos

de crédito é o valor da folhade pagamento, acrescido dosencargos sociais. Com carênciade até 59 dias, o pagamento po-de ser feito em 13 parcelas. Es-se empréstimo para os empre-sários arcarem com o 13o- salá-rio é oferecido desde 2002. Noano passado foram investidosR$ 383 milhões. A expectativapara 2007 é disponibilizar maisde R$ 500 milhões.

O Unibanco tem o Unigiropara adequação do f luxo de

Marcos Crivelaro: descontar duplicatas pode ser mais vantajoso

Div

ulga

ção

o empresário precisará demais equipamentos e pessoalcom competência para esseatendimento.

Na opinião de Sérgio Diniz,c o n s u l t o r d eorientação em-p r e s a r i a l d oServiço Brasi-leiro de Apoioàs Micro e Pe-quenas Empre-sas (Sebrae -SP), o númerod e p e q u e n o snegócios deve-rá crescer em2008, tanto emfunção dos em-p r e s á r i o s eexecutivos quep r o c u r a r ã ouma nova fontepara melhorarseus rendimen-

AMARILIS BE RTA C H I N I

SÃO PAULO

Q uem espera o mercadocrescer para traçar umplano de expansão difi-

cilmente conseguirá acompa-nhar o ritmo dos negócios.“Quando o empresário age as-sim, ele perde as oportunida-des que surgem com o aqueci-mento do mercado, pois emgeral é tarde demais para in-vestir”, afirma Marcelo Mari-nho Aidar, professor e coorde-nador adjunto do Centro deEmpreendedorismo e NovosNegócios da Fundação Getú-lio Vargas (FGV-SP).

O caminho ideal, segundoAidar, é fazer um planejamen-to prévio com um estudo cui-dadoso sobre o mercado ondeatua, seja na indústria ou novarejo. Essa análise não preci-sa necessariamente ser umapesquisa cara — o que podeser inviável para o pequenoempresário — , mas uma ava-

OPOR TUNIDADES

Comportamento do mercadodeve orientar investimentos

Aidar: é preciso avaliar os caminhos para crescer

tos familiares quanto pelosdesempregados e recém-de-mitidos que abrirão seu pró-prio negócio por uma questãode sobrevivência. “O brasilei-ro é um empreendedor notada-mente por necessidade e estePaís é pródigo em oportunida-des”, afirma ele.

EQ U I PA M E N TO S

O setor de infra-estrutura éuma das oportunidades a queos pequenos empresários de-vem estar atentos porque se oPrograma de Aceleração doCrescimento (PAC) deslancharno próximo ano abrirá diversasfrentes para as pequenas em-presas, avalia Diniz. Um dossegmentos que poderão ser in-crementados é o da construçãocivil. De acordo com JoãoCrestana, vice-presidente deincorporação imobiliária doSindicato das Empresas deCompra, Venda, Locação eAdministração de Imóveis Re-sidenciais e Comerciais de SãoPaulo (Secovi-SP), o mercadoestá carente de habitações debaixo valor. O déficit habita-cional do País está perto de 8milhões de moradias e, segun-do Crestana, 95% dos que so-frem com essa carência são fa-mílias com renda inferior a 10salários mínimos.

O setor de máquinas e equi-pamentos também espera queem 2008 continue a expansãoverificada neste ano, segundoLuiz Albert Neto, presidenteda Associação Brasileira daIndústria de Máquinas e Equi-pamentos (Abimaq). O fatura-mento nominal do setor noprimeiro semestre deste anocresceu 10,1%, sendo que a

participação das pequenas emédias indústrias nesse uni-verso é superior a 70%, infor-ma Neto.

O perfil de investimentosdas pequenas e médias indús-trias de bens de capital mecâ-nicos também deverá manter-se como nos dois últimos anos,voltado primeiramente para amodernização tecnológica, se-guido da ampliação da capaci-dade instalada e da reposiçãode máquinas depreciadas.

ES T R AT É G I A

Na DryWash Indústria e Co-m é rc i o , fabricante de produtospara tratamento de superfíciese ambientes, a previsão é regis-trar um crescimento muito su-

perior aos índices gerais daeconomia. A expectativa do só-cio da empresa, Lito Rodri-guez, é de que o braço indus-trial da DryWash cresça, no mí-nimo, 50% e a frente de presta-ção de serviços — a empresadetém uma franquia de lava-rá-pidos — aumente 20%, refle-tindo o resultado das açõesadotadas nos últimos anos. Nosúltimos três anos, a empresainvestiu principalmente emtecnologia de novos produtose gestão. “Investimos em nos-sa estrutura. Estamos com umserviço de melhor qualidade,mais bem gerido e nosso de-partamento comercial estámais forte. Vamos crescer in-dependentemente do cresci-

mento da economia”, afirmaotimista Lito Rodriguez.

A DryWash tornou-se maisconhecida neste primeiro se-mestre quando seu sócio, Tiagode Aguiar Pereira, foi o vence-dor do programa de televisão“O Aprendiz 4” e se tornou só-cio também do empresário Ro-berto Justus. O produto maispopular fabricado pela Dry-Wash é o que permite a lava-gem de carros sem a utilizaçãode água e é usado nas lojas delava-rápido franqueadas. Oempresário não revela os nú-meros do investimento feito edo faturamento anual, masaf irma que a empresa temcrescido acima do Produto In-terno Bruto (PIB).

Proprietários da DryWash investiram em tecnologia e gestão e agora esperam crescer 50% no próximo ano

Construção é um dossetores que poderãocrescer, porque odéficit habitacional doPaís está perto de 8milhões de moradias

liação com base em informa-ções disponíveis junto a enti-dades do setor. A partir desselevantamento é preciso ava-liar quais os caminhos dispo-níveis para crescer e como.Por exemplo, se há chances deexportar para mercados emexpansão na América Latina,a empresa terá que planejaruma equipe de vendas bemtreinada e que fale espanhol;ou se existe a possibilidade decomercialização via internet,

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QUARTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2007Página 4 – Suplemento Especial da GAZETA MERCANTIL PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

numa grande dor de cabeça senão for bem planejado.

VOLTA POR CIMA

O empresário Ítalo SérgioLevrero possui uma empresano ramo do agronegócio. Ele eseu sócio produzem e vendemfertilizantes. Aberta desde1968, a Italae Indústria e Co-mércio Ltda. se diferencia deoutras por produzir fertilizantesorgânicos e organo-mineral. Hátrês anos uma crise em todo osetor atingiu sua empresa.

Os produtores tiveram umaqueda no valor de suas safras,de tal maneira que não pagouo custo das produções. Dessamaneira não puderam honrarsuas dívidas. Entre elas a em-presa de Ítalo ficou sem rece-ber. Junto a isso, o dólar teveum crescimento bastante for-te, e a matéria-prima que a

empresa usava ficou mais ca-ra. “Diante de todos esses pro-blemas, ainda tivemos que ar-car com as dívidas dos ban-cos, pagando as duplicatas —título de crédito vinculado a

O professor José RobertoSantos, mestre em planejamen-to estratégico e dono da consul-toria Planestratégico, de Cam-pinas, acrescenta que a empre-sa deve se estruturar com umbom plano de longo prazo paraevitar surpresas em momentosde crise. Santos diz que muitasvezes o empresário começa umnegócio próprio, mas não sepreocupa com detalhes funda-mentais para a longevidade do

MAQUELI QUADROS

SÃO PAULO

A s pequenas e médiasempresas devem se pre-caver para a retração e

para os possíveis efeitos da cri-se no mercado imobiliárioamericano. Embora o Brasil,aparentemente, esteja distantedesse cenário, é hora de puxaro freio de mão e investir noplanejamento. A orientação édo consultor do Sebrae LuisAlberto Lobrigatti.

Segundo Lobrigatti, as pe-quenas e médias empresas, em-bora versáteis, são mais frágeisnum mercado globalizado e ca-da vez mais suscetíveis aos so-lavancos da economia. Paraele, o “calcanhar-de-aquiles”são as dificuldades em conse-guir linha de crédito e a faltade capital de giro. Ele alertaque, apesar de a economia bra-sileira estar aquecida e de nãoterem surgido sinais de que acrise americana possa se trans-ferir para cá, é fundamentalque os pequenos e médios em-presários estejam preparadospara a retração do mercado.“Eles não podem ser pegos desurpresa”, diz o consultor.

Lobrigatti dá a receita paraquem quer se proteger das in-certezas que vêm pela frente:rever investimentos, fazer re-serva de capital de giro, reduzirgastos e reorientar as políticasde compra e estoque. São pro-vidências que, a rigor, acompa-nham o resto da economia, masque devem ser uma meta maispersistente para as pequenasempresas. “Se o momento é de-licado, a empresa não pode fi-car sem capital. “O empresáriotem que ser precavido para en-xergar crises, ver o que podeser feito, mas dando especialatenção aos pontos fracos. Eledeve fazer reservas pensandoem futuros gastos”, afirma.

Com cenárioturbulento, épreciso frear osnegócios e investirem planejamento

operações de compra e vendade mercadoria”, explica.

Para dar a volta por cima, aempresa foi replanejada: muda-ram o foco das vendas, adotan-do um perfil de clientes dife-

rentes; tercerizaram o trabalhode avaliação de crédito para asvendas a longo prazo e fizerampromoções para vendas à vistaou a curto prazo. Também foinecessário reduzir os custos.“Sacrificamos um pouco a em-presa para conseguir atingir asnovas metas”, argumenta.

As melhoras começaram aser sentidas no segundo semes-tre do ano passado, e este anoÍtalo afirma que já estão quase100% recuperados. Ele atribuio sucesso da empresa ao fatode ter um produto diferencia-do, que vai de encontro comas atuais discussões sobremeio ambiente, ao empenhode toda a equipe e a um planoestratégico, que sem ele teriasido impossível reverter oquadro. “Toda vez que faltarplanejamento poderá existirdesequilíbrio”, conclui.

ES T R AT É G I A

Como se proteger das crises econômicas

nos três anos pesquisados. So-bre esse último item, que per-maneceu crescente nos trêsanos, é possível constatar a in-satisfação dos empresários,pois na própria pesquisa os en-trevistados sugerem que aprincipal política de apoio àsmicro e pequenas empresas de-ve ser o tratamento tributáriodiferenciado. Parte dessa rei-vindicação deverá ser atendidacom o Simples Nacional, umdos dispositivos da Lei Geralda Micro e Pequena Empresa.

TRATAMENTO DIFERENCIADO

Os proprietários das empre-sas ativas e extintas em 2005foram questionados sobre asmedidas de políticas de apoioàs micro e pequenas empresas

que são mais importantes. Emprimeiro lugar, ficou o trata-mento diferenciado tributário,com 68% (empresas ativas) e71% (empresas extintas). Emsegundo lugar ficou a questãodo crédito preferencial (jurose prazos) com 63% para em-presas ativas e 58% para em-presas extintas. E em terceiroveio o treinamento de pessoal,com 39% e 35%, respectiva-mente, para empresas ativas eempresas extintas.

Habilidades gerenciais, ca-pacidade empreendedora e lo-gística operacional foram osfatores condicionantes de su-cesso dos negócios que osproprietários das empresasativas destacaram, entre vá-rios outros itens.

avaliar as principais causas damortalidade precoce das em-presas. Na opinião dos empre-sários ouvidos, entre 2003 e2005, a falta de clientes foi ofator que mais contribuiu para

PESQUISA

Menor mortalidade entre os pequenos

JOSÉ CARLOS VIDEIRA

SÃO PAULO

A s redes de franquias bra-sileiras no exterior so-mam 48 empresas, que

representam entre 3% e 5% dofaturamento do setor. Segundoo diretor executivo da Associa-ção Brasileira de Franchising(ABF), Ricardo Camargo, essaparticipação deverá crescer nospróximos anos. Para isso, aABF promove, em parceriacom a Agência de Promoção deExportações e Investimentos(Apex), missões para identifi-car a potencialidade de váriosmercados no exterior. O obje-tivo é aumentar a participação

país, em Portugal, em 1976, es-tá presente em 20 países, com61 lojas. A maior operação darede no mercado externo é a dePortugal, com 40 unidades, quedeverá ganhar mais 12 quios-ques somente neste ano.

De acordo com Artur Gryn-baum, os franqueadores encon-tram três grandes desafios nomercado internacional. O pri-meiro é reverter a imagem deque o Brasil só exporta com-modities. O segundo é tornar amarca conhecida diante de tan-ta oferta. Em terceiro, a batalhapara mostrar todos os benefí-cios dos produtos.

Para as redes de fora, o mer-cado brasileiro também não éfácil. “Os franqueadores brasi-leiros são muito competentes, oque dificulta a entrada dos es-trangeiros”, ressalta o diretorda Francap, André Giglio. Cer-ca de 90% das redes de fran-quias no Brasil são nacionais,índice inferior apenas ao dosEstados Unidos, afirma o dire-tor executivo da ABF.

A rede Bob’s também está sereestruturando para o fortalecera internacionalização da marca,que possui duas unidades emLuanda, capital de Angola. Se-gundo o diretor de marketing,Flavio Maia, a expansão exter-na deverá ser intensificada pelaAmérica Latina. “Já iniciamossondagens no Chile e no Peru”,enfatizando que o foco da redeainda é o mercado interno, cujameta é atingir o total de milpontos de venda em 2010.

INTERNACIONALIZAÇÃO

Franquias marcampresença no exterior

Ítalo Sérgio Levrero: novo planejamento estratégico salvou a empresa

Estudo revela que das14.181 micro epequenas empresasabertas entre 2003 e2005, 78% continuamem atividade

o fracasso dos negócios. Asrespostas variaram entre 23%e 29% nos três anos pesquisa-dos. Em seguida, apareceramcarga tributária, encargos, im-postos, com 43% de citações

REDAÇÃO

A taxa de sobrevivênciadas micro e pequenasempresas brasileiras

cresceu. Dos 14.181 empreen-dimentos abertos entre 2003 e2005, 78% continuam no mer-cado. Entre as empresas cons-tituídas em 2002, esse índice ébem menor: 50,6%. Os dadosestão na pesquisa “Taxa de So-brevivência e Mortalidade dasMicro e Pequenas Empresa”,desenvolvida pela Vox Populipor encomenda do Sebrae e di-vulgada na semana passada.

Como a pesquisa trata tam-bém das empresas extintas —e n t r e a s 1 4 . 1 8 1 o u v i d a s ,13.428 estão ativas e 753 fo-ram extintas —, é possível

Estruturar oempreendimento comum bom plano de longoprazo pode evitarsurpresas emmomentos difíceis

empreendimento, como o pú-blico que deseja atingir.

Falha também na divulgaçãoe muitas vezes confunde seugosto próprio, achando que oconsumidor também vai gos-tar de um produto que, no fun-do, satisfaz apenas o seu dese-jo de consumo. Ele frisa que éo planejamento que dará maisalternativas para estar à frentedos concorrentes e mais pre-parado para as possíveis ad-versidades do mercado.

Além disso, o professor su-gere também que o empresárioesteja atento ao impacto das va-riáveis internas e externas. Paraele, não existe uma receita úni-ca para vencer em momentosde crise, mas uma associaçãode várias medidas reunidas pa-ra resolver o problema ou mes-mo suavizar um período de di-ficuldades. “As análises, en-quadradas no que se chamaplanejamento Estratégico, tãobem utilizadas pelas grandesempresas, podem de maneirasimplificada ser utilizadas tam-bém pelas micro e pequenas emédias empresas”, analisa.

Para ilustrar, ele faz umaanalogia com a construção deuma ponte: é preciso saber seo terreno onde a ponte vai serconstruída será capaz de su-portá-la. Montar um negóciosobre bases sólidas é uma óti-ma forma de gerar renda, maspode também se transformar

Em torno de 90% dasredes de franquiasinstaladas no Brasil sãonacionais, índiceinferior apenas ao dosEstados Unidos

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As franquias externas repre-sentam 3% do faturamento doBoticário, informa o seu vice-presidente, Artur Grynbaum.Segundo ele, as unidades inter-nacionais crescem 20% ao ano.“Se não houvesse o efeito davalorização do real frente aodólar, esse crescimento seria de40%”, ressalta. O Boticário,primeira marca brasileira defranquias a se instalar em outro

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QUARTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2007 Suplemento Especial da GAZETA MERCANTIL – Página 5PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

com os impostos. Solicitaçõespeculiares podem ser feitas deacordo com a especialidade decada processo licitatório. Umavez cadastrado, o empresárioreceberá por e-mail um convi-

te para participar dos pregõeseletrônicos quando estes fo-rem ocorrer. A partir daí, bas-ta encaminhar sua proposta edar o seu lance.

“Ter o governo como clien-

tão, em 2002, o número de mi-cro e pequenos empresários ca-dastrados para participaremdestes pregões estava estimadoem 91.117 participantes. Noano passado, este número sal-tou para 129.687.

O pregão eletrônico é ummecanismo de compra de pro-dutos e serviços que os gover-nos municipais, estaduais e fe-deral realizam através da inter-net. “É como se fosse um leilãoao contrário: ganha o que ofe-recer o melhor produto ou ser-viço pelo menor preço”, expli-ca Gerson Rolim, diretor exe-cutivo da Câmara Brasileira deComércio Eletrônico (Câmara-e.net), a principal entidademultissetorial da economia di-gital no Brasil e América Lati-na. Para participar deste leilão,é preciso ser cadastrado no sitedesses governos e estar em dia

ANGELA FERREIRA

SÃO PAULO

P articipar de pregões ele-trônicos oferecendoprodutos ou serviços pa-

ra prefeituras, estados e Uniãoé um recurso cada vez maisusado por empreendedores demicro e pequeno portes paraampliar o seu poder de venda.De acordo com estatísticas doSistema Integrado de Adminis-tração de Serviços Gerais(Siasg), do Ministério do Pla-nejamento, Orçamento e Ges-

Número departicipantes damodalidadecresceu 42% noperíodo de 3 anos

te é algo que pode realmentefazer toda a diferença no fatu-ramento das PME”, observa odiretor, que ainda lembra que,com o advento da nova LeiGeral (Lei complementar no-

123), o governo passou a prio-rizar compras de até R$ 80 milpara as PME. “Esta parte doSupersimples fomenta a parti-cipação das PME e incentivaestes empreendedores a se in-cluírem digitalmente no mer-cado”, completa Rolim.

Entre os anos de 2001 e2003, o total de compras rea-lizadas pelos governos foi deaproximadamente R$ 5,358milhões. Em quantidade denegócios, 54% foram realiza-dos com PME, sendo o valormédio do contrato dessascompras de R$ 8 mil. Os con-tratos acima de R$ 80 mil —conforme estabelece, a novalei prioriza as PME — repre-sentaram apenas 0,21% do to-tal das licitações. Mas a par-ticipação das PME no númerode processos de compras porpregão eletrônico tem evoluí-do. Em 2002, 132 micro em-presas e 97 pequenas empre-sas haviam participado dessespregões. No ano passado, osnúmeros saltaram para 4.942 e5.841, respectivamente.

OS PREFERIDOS

As unidades centrais deprocessamento de dados ana-lógicos lideram a lista dosmateriais mais comprados pe-los governos das PME. Entrejaneiro e dezembro de 2006,eles respondiam por 37,99%das compras. Na seqüência,aparecem os equipamentos eartigos de laboratório (24,07%)e as carnes, aves e peixes(21,67).

Para Rolim, a inclusão digi-tal corporativa pode auxiliarmuito os empresários, mas épreciso tomar cuidado com al-guns desafios que esta emprei-tada impõe. Um deles é o de-senvolvimento da capacidadegerencial e organizacional daslideranças dessas empresas,uma vez que para entrar nestemercado é preciso “mudar amentalidade e escalar a curvade aprendizado rapidamente,

bem como fazer networking ebenchmarking com outrascompanhias do mesmo porte”,analisa o diretor da Câmara-e.net. “Eles precisam ser edu-cados para esses desafios”, dizRolim, que ressalta que outrodesafio é aproveitar o potencialdo e-business e da TI para fazertodo o negócio crescer.

Outro obstáculo que tem deser superado é a falta de ofer-tas adaptadas para esse merca-do. Rolim reconhece que exis-tem esforços nesse sentido,mas alerta que “as soluçõesprecisam ser mais bem custo-mizadas, o que requer um es-forço enorme dos fabricantese fornecedores, e também aparticipação do governo e deassociações industriais”.

EXIGÊNCIAS

Só o governo do Estado deSão Paulo, de acordo com aBolsa Eletrônica de Compras(BEC) da Secretaria de Estadoda Fazenda, negociou aproxi-madamente R$ 67,3 milhões.Para participar dos leilões doestado paulista, além de pre-encher o formulário on-line— onde os dados serão com-parados com o registro exis-

TECNOLOGIA

Pregões eletrônicos impulsionam os negócios

a TI para pequenas empresas epequenos escritórios”, diz Da-niel Neiva, gerente de Asprincipais necessidades daspequenas empresas e escritó-rios, de acordo com a DellBrasil são ferramentas que au-xiliam na realização de tarefascomuns relacionadas à otimi-zação de desempenho do sis-tema e suporte fácil. Por isso,o Vostro oferece ferramentasautomáticas de suporte, semcusto adicional no primeiroano. Entre elas, Dell NetworkAssistant, que simplif ica aconfiguração, monitoramen-to, detecção e reparo de pro-blemas na rede do cliente. ADell lançará outros produtospara esse nicho de mercadoaté o fim do ano.

de produtos e serviços Vostrofaz parte da estratégia da Dellde aumentar sua atuação entreas pequenas empresas. O focoé reduzir custos e tempo esimplificar a tecnologia de in-formação para clientes de to-dos os portes. “O Vostro mudaas regras do jogo para peque-nas empresas e escritórios,capacitando-os para escolheruma solução de TI muito maisadequada às suas necessida-des”, diz Raymundo Peixoto,diretor geral da Dell Brasil.“Durante algum tempo, os pe-quenos empreendedores se vi-ram obrigados a ajustar a seusambientes soluções desenvol-vidas para consumidores ougrandes empresas”, completao diretor.

REDAÇÃO

A Dell , empresa l ídermundial em venda di-re ta de s is temas de

computadores, está lançandono Brasil uma linha de desk-tops e notebooks desenvolvi-da especialmente para peque-nas empresas e escritórioscom até 25 funcionários. Osprodutos foram desenvolvidoscom base em uma pesquisaque identificou que pequenasempresas enxergam a tecnolo-gia como algo complexo e nãopossuem uma equipe de TI.

Dois modelos desenhadosespecif icamente para redessimples disponíveis no Brasil:o desktop Vostro 200s e o no-tebook Vostro 1000. A família

INFORMÁTICA

Computadores para redes simples

O sistema funcionacomo um leilão aocontrário: ganha o queoferecer o melhorproduto ou serviço pelomenor preço

tente na Junta Comercial e se-rá verificada a regularidade dasituação perante o Cadastro deContribuintes Estadual, a Se-cretaria da Receita Federal, aProcuradoria Geral da Fazen-da Nacional, o FGTS e o INSS—, também é imprescindívelque a empresa possua contaativa (jurídica) no Banco Nos-sa Caixa S.A., que é o bancooficial para negociações noSistema BEC/SP. Na Secreta-ria da Fazenda somente sãocadastradas as empresas for-necedoras de material ou em-presas que, simultaneamente,sejam fornecedoras de mate-rial e prestadoras de serviços.

PO T E N C I A L

No Brasil, o segmento depequenas empresas é de extre-ma importância para a Dell,que é líder em vendas de PCno mercado corporativo do

Desktops e notebooksforam desenvolvidosespecialmente paraatender empresas eescritórios com nomáximo 25 funcionários

País. “Essa é uma área degrande potencial, que tematenção especial da Dell. Oobjetivo da empresa é ofere-cer soluções que otimizem osinvestimentos e simplifiquem

Rolim: ter o governo como cliente faz toda a diferença no faturamento

Centrais de processamento de dados analógicos são as mais compradas

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QUARTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2007Página 6 – Suplemento Especial da GAZETA MERCANTIL PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

2,4 milhões de empresas fora do Simples NacionalJosé Maria ChapinaAlcazar*

Findo o prazo de adesãoao Simples Nacional, 2,4 mi-lhões de micro e pequenasempresas tiveram seus pedi-dos deferidos, num universoestimado em cerca de 5 mi-lhões em todo o País.

Esses dados indicam ain-da haver um volume consi-derável de empresas inde-cisas quanto à conveniên-c ia de optar pe lo novoregime tributário ou entãopagar seus impostos pormeio de sistemas já consa-grados como o lucro realou o lucro presumido.

Diante dos visíveis apri-moramentos que o Simplesrequer, e que se espera se-jam contemplados pelo Con-gresso Nacional, certamenteesses contribuintes terãouma longa reflexão a fazeraté janeiro do próximo ano,quando haverá nova chancede ingresso no sistema.

Alguns dos problemas docapítulo tributário da LeiGeral das Micro e PequenasEmpresas, cuja correção oSescon-SP vem reivindican-do desde a sua aprovação,no final de 2006, foramamenizados pelo Projeto deLei Complementar no- 43/07,aprovado agora em agosto.

Foi o caso, por exemplo,da transferência do anexo Vpara o anexo III, que é me-nos oneroso sob o ponto devista tributário, de uma par-cela expressiva das empresasdo setor de serviços, incluin-do salões de beleza, hotéis eestacionamentos. A inclusãoda contribuição previdenciá-ria na alíquota única é outroavanço igualmente pleiteadopela nossa entidade.

Resta, porém, ampliar emmuito a lista de benefícios paraque o empreendedor brasileiropossa contar com um cenáriomais viável para gerar os em-pregos de que o País tanto pre-cisa, razão de ser da tão aguar-dada Lei Geral.

Dentre as pendências quepersistem está a necessidadede unificação da tributaçãodo setor de serviços no anexoIII, eliminando os anexos IV eV e suprimindo, dessa forma,a discriminação entre ativida-des do mesmo setor.

Outro ponto importante a serrevisto é a atual impossibilida-de de oferecer aos clientes daspequenas e micro empresas,

ter boas notícias em breve. Nãose pode esquecer que o ComitêGestor também está devendo aregulamentação da possibili-dade de recolhimento pelo re-gime de caixa, importante me-canismo para evitar que asMPE continuem financiando oEstado, possibilitando melho-res condições de operação.

Dentre todos os problemasenvolvendo o Simples Nacio-nal, no entanto, o que necessitade maior atenção no momentosão os de ordem operacional,pois quando o governo impôsàs empresas a inexistência dedébitos com as fazendas paraadesão, não se preocupou emse aparelhar eficientemente ecompartilhar sistemas, o quevem ocasionando falhas deatendimento, filas interminá-veis nas repartições públicas e,principalmente, dificuldadesde acesso aos serviços no sítioda Receita Federal, até mesmopara operações simples comoconsultas a CPNJ.

Além disso, muitas vezes ossistemas acusam dívidas ine-xistentes, causando grandestranstornos aos contribuin-tes, que precisam comprovarque estão em dia com os seusimpostos.

Para se ter uma idéia, se-gundo a Receita Federal, maisde 580 mil (18,42%) das em-presas que solicitaram o en-quadramento possuem algumtipo de pendência e mais de130 mil (4,25%) tiveram seuspedidos indeferidos por ques-tões cadastrais. Se estas em-presas com pendências nãopuderem regularizar os seusdébitos, o número de empre-sas no novo regime ficará me-nor do que aquelas que cum-priam o Simples Federal, oque é lamentável.

Para adequar-se à nova lei,

os órgãos pú-blicos tiveram um prazo deseis meses e, mesmo assim,os problemas operacionaispersistem. Em contraparti-da, o Sescon-SP solicitouum prazo maior para o iní-cio de vigência do novo re-gime, preferencialmente atéjaneiro de 2008, o que, infe-lizmente, não foi atendido.

É indiscutível que houveavanços com o advento daLei Geral, mas seu capítulotributário necessita de aper-feiçoamento para incentivaro empreendedorismo, commais benefícios, menos im-postos e complexidade àsmicros e pequenas.

Agora, tanto as empre-sas que já fizeram a opçãopelo Simples Nacional co-mo aquelas que pretendemfazê-lo no início do próxi-mo ano têm motivos sufi-cientes para analisar nãoapenas o valor a ser reco-lhido a cada Documento deArrecadação do SimplesNacional emitido, mas simno impacto global de suadecisão para a própria so-brevivência do negócio.

É nesta hora que se realçamais ainda a importância deprocurar ouvir uma empresacontábil capacitada a reali-zar um consistente planeja-mento tributário, verifican-do qual o melhor sistema detributação a adotar.

* José Maria ChapinaAlcazar é empresário do

setor contábil e presidentedo Sescon-SP - Sindicato

das Empresas de ServiçosContábeis e de

Assessoramento no Estadode São Paulo e da

Associação das Empresasde Serviços Contábeis

( A e s c o n - S P ) .

TRIBUTOS

Muitas vezes ossistemas acusamdívidas inexistentes,causando grandestranstornos aoscontribuintes

sobretudo as grandes redes va-rejistas, o benefício, da trans-ferência de créditos de ICMS,que diminui sensivelmente acompetitividade dos fornecedo-res, obrigando-os, em muitoscasos, a conceder descontospara não perder mercado. Es-pera-se que este ponto mereçaa compreensão do ConselhoNacional de Política Fazendá-ria, que brevemente deverá sereunir em torno do assunto.

Aguardamos, igualmente,com grande expectativa as tra-tativas sobre a possibilidade doaproveitamento de créditos pa-ra o PIS e a Cofins, pauta dediscussão entre o ministro daFazenda, o secretário da Re-ceita Federal do Brasil e o pre-sidente do Comitê Gestor doSimples Nacional. Esperamos

No quadro pré-crise do mer-cado, o interesse maior erapela importação, em especialda China, explica Docal. “Nofim do ano passado levamosuma missão à China”, conta.Ele diz que, se o dólar subir,naturalmente o interesse ex-

relação a 2005). Aumentou em3,84% o número de exportado-res de pequeno porte no País(foram 9.082 firmas que expor-taram), gerando receita de US$1,489 milhãos, com elevação de41,2% sobre a receita do pri-meiro semestre de 2006. Entreos principais produtos exporta-dos estão madeiras, móveis, pe-ças e equipamentos mecânicos,calçados, etc. Aumentaram asvendas para Canadá e EUA,com queda em mercados fortesaté 2001, como América do Sule países europeus.

DIFICULDADES

De acordo com a pesquisaComércio Exterior — Desafiospara a Desburocratização reali-zada pela Deloitte, uma dasmaiores empresas de consulto-ria e auditoria do mundo, a bu-rocracia é o maior entrave paraa competitividade do Brasil noexterior. Mesmo em um mo-mento de tantas críticas à polí-tica cambial por parte de expor-tadores, as dificuldades para li-

to a cumprir”, afirma. Mas ob-serva também que há um mo-vimento interessante no seg-mento de produtos de preçosnão referenciados no mercado,como peças artesanais.

A mesma percepção tem oconsultor do Sebrae-SP JaimeAkila Kochi: para ele, o arte-sanato está se beneficiandodas facilidades vindas da in-ternet e dos sites governa-mentais destinados a ajudaros pequenos a ingressar nomercado internacional. “Hojeo micro e o pequeno empresá-rio têm muito mais informa-ção e facilitação dos cami-nhos para colocar seu produtolá fora. Órgãos regionais, co-mo o Sebrae ou a Sutaco (es-te, especificamente ligado aoartesanato), ou ainda nacio-nais, como a Apex, têm progra-mas específ icos para quemquer exportar. Nos últimos cin-co anos, também cresceu muitoo número de tradings, que ter-ceirizam as operações interna-cionais, diz o consultor.

ANGELA FERREIRA E VILMA PAVA N I

SÃO PAULO

N o último ano, as transa-ções comerciais com oexterior alcançaram a

cifra recorde de US$ 228,8 bi-lhões, resultado de US$ 137,4bilhões em exportações e deUS$ 91,4 bilhões em importa-ções. Em 2007, o ritmo de cres-cimento se mantém forte, de-monstrando que o País pode fa-cilmente ultrapassar a meta deexpansão de 11% estipulada pe-lo governo federal para o ano.

Entretanto, frente aos mo-mentos de turbulência queconstantemente o cenário inter-nacional apresenta, como oatual, as empresas costumamredobrar os cuidados com rela-ção às suas políticas de expor-tação/importação. “As decisõessão tomadas a partir de uma de-finição de tendência e não exis-te uma idéia clara do rumo queas coisas tomarão a partir dacrise gerada nos EUA. No casodas pequenas empresas, a cau-tela é ainda maior”, diz SidneyDocal, gerente do Departamen-to de Comércio Exterior da As-sociação Comercial de SãoPaulo (ACSP) — que, entre ou-tras atividades, promove rodasde negócio e missões comer-ciais voltadas para o pequeno emédio exportador/importador.

Docal observa que, nos últi-mos dois anos, os micro e pe-quenos exportadores têm de-monstrado menor interesse eminiciar vendas externas, porconta do dólar desvalorizado.“Quem está mantendo as ex-portações é porque tem contra-

Em períodos decrise, como aatual, é precisoredobrar cuidadosnas negociações

berar mercadorias nos portosdespontam como o fator quemais atrapalha as operações decomércio exterior no País.

Embora grande parte dos en-trevistados do estudo realizadopela Deloitte seja composta degrandes e médios empresários,ele serve para elucidar as difi-culdades que os empresáriosbrasileiros ainda encontramquando o assunto é exportação.Na opinião de 80% dos 187 en-trevistados para o levantamen-to, a burocracia é o maior obs-táculo para o desenvolvimentoe crescimento nas operações decomércio exterior do País.

O retrato mais fiel do pesoda burocracia nas operações decomércio externo é delineadopor meio das respostas dos en-trevistados em relação ao tem-po que se leva para a liberaçãode mercadorias importadas ouexportadas nos portos brasilei-ros. Para 68% das empresas,esse processo leva de 2 a 10dias e é ainda mais longo — de11 a 20 dias — para 19% dos

que responderam, um tempomuito além do desejável. Amesma demora é apontada pe-las empresas participantes dapesquisa em relação à liberaçãodas mercadorias nos aeroportos— 42% precisam esperar de 6 a10 dias e 33% aguardam de 2 a5 dias por uma liberação.

BUROCRACIA

Ainda segundo a pesquisa,além da burocracia e da moro-sidade no desembaraço adua-neiro de mercadorias, os execu-tivos apontam as greves e osmovimentos reivindicatóriosde funcionários de órgãosaduaneiros como o segundoprincipal fator que impede aentrada de novos competidoresnesse mercado.

O relatório oferecido apontaainda que para superar os entra-ves no comércio exterior é pre-ciso elaborar normas mais fle-xíveis para o desembaraço demercadorias, como foi a alter-nativa do Despacho AduaneiroExpresso (Linha Azul), lança-do em 1998 pela Secretaria daReceita Federal para propor-cionar mais agilidade aos des-pachos aduaneiros. As condi-ções necessárias para que umaempresa se habilite ao LinhaAzul abrangem, entre outrosfatores, possuir inscrição noCNPJ há mais de 24 meses, nãoter pendências com a ReceitaFederal, não ter passado por re-gime especial de fiscalizaçãonos três anos anteriores, ter co-mercializado com mercadosexternos pelo menos US$ 10milhões nos 12 meses anterio-res e apresentar relatório de au-ditoria, certificando o cumpri-mento de todas as obrigaçõesprevistas pelo Fisco. Outra ini-ciativa positiva para melhorar aexportação foram a adoção deapresentação eletrônica de do-cumentos e a redução das apro-vações necessárias nos proces-sos de desembaraço.

COMÉRCIO EXTERIOR

Pequenos evitam os negócios internacionais

Nos últimos dois anos os micros e pequenos exportadores têm demonstrado menor interesse em iniciar vendas externas

Entre os principaisprodutos exportadosestão madeiras,móveis, peças eequipamentosmecânicos e calçados

VÂNIA ALV E S

SÃO PAULO

N o período entre maio de2003 até agosto desteano, a Help Express,

empresa paulistana do setor demotofrete, registrou um cresci-mento de 45% em seu fatura-mento. Parte desse resultado —35% — é resultado do compor-tamento exemplar de seus mo-toboys. Incidentes comuns nes-se setor, como brigas com mo-toristas e desrespeito às leis dotrânsito, foram completamenteabolidos da história da HelpExpress, graças a um trabalhointenso de responsabilidade so-cial, que colocou a empresa co-mo referência no mercado e au-mentou consideravelmente asua carteira de clientes. E omais importante: hoje a empre-sa comemora 10 anos sem aci-dente com vítima fatal.

A transformação começouem novembro de 2001, quandoa empresa participou da primei-ra reunião que o Banco Realpromoveu com seus fornecedo-res para discutir sustentabilida-de. “Primeiro, entendemos osimpactos sociais e ambientaiscausados pelo nosso negócio”,conta a proprietária, Ione Antu-nes. Depois, veio o código deética. “Escrito num linguajarpróprio do nosso setor”, frisaIone. Entre as orientações docódigo, elaborado com a parti-cipação dos motoboys, estão:“não quebrarás retrovisores” e“não xingarás pedestres”. Masum pacote de regras não é o su-ficiente para provocar mudan-ças de atitude. “Nosso principaltrabalho é resgatar a auto-esti-ma desses profissionais, quemuitas vezes são tratados comose estivessem à margem da so-ciedade”, diz Ione. A empresa

também oferece curso de dire-ção defensiva e incentiva o tra-balho voluntário.

PRIMEIROS PASSOS

O diretor executivo do Insti-tuto Ethos, Paulo Itacarambi,diz que para atuar de forma sus-tentável é preciso investir prin-cipalmente em tempo. “O pe-queno empresário muitas vezesestá tão sufocado com os pro-blemas do dia-a-dia da empresaque não consegue se dedicar aoassunto”, diz. “Esse é um mo-mento favorável para o setor,porque as grandes empresas es-

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Boas práticas sãosinônimo de lucro

Pedro Lobo / Bloomberg News

Mudanças resultaramem crescimento de35% do faturamento daHelp Express, empresaque atua em São Paulono setor de motofrete

tão preferindo trabalhar comfornecedores que tenham boaspráticas”, diz. O Instituto Ethosd i s p o n i b i l i z a p e l o s i t ewww.ethos.org.br as ferramen-tas para implantação dos pri-meiros passos de responsabili-dade social, desenvolvidas aolongo do projeto Tear — umaparceria do Instituto com o Ban-co Interamericano de Desenvol-vimento (BID), que atende 120PME e nove grandes corpora-ções, das quais as pequenas sãofornecedoras ou clientes.

A consultora de sustentabi-lidade empresarial PriscillaNavarrette, sócia-diretora daLume, ressalta que muitas ve-zes basta o empresário reverprocessos já existentes. “Aempresa pode, por exemplo,incluir conceitos de sustenta-bilidade dentro de seus treina-mentos de RH”, afirma.

portador aumentará, com re-f luxo do importador.

Dados do Sistema Integradode Comércio Exterior (Sisco-mexdo), Ministério do Desen-volvimento, relativos ao pri-meiro semestre de 2007 (janei-ro a junho) revelam que aatividade exportadora da microe pequena empresa cresceu emrelação ao mesmo período de2006 (após apresentar queda em

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DESEMPENHO DO SETOR DE FRANCHISING 2006 X 2005

Acessórios Pessoais e CalçadosAlimentaçãoEducação e TreinamentoEsporte, Saúde, Beleza e LazerFotos, Gráficas e SinalizaçãoHotelaria e TurismoInformática e EletrônicosLimpeza e ConservaçãoMóveis, Decoração e PresentesNegócios, Serviços e Outros VarejosVeículosVestuárioTotal

1.1985.0734.6036.0881.254683470504

1.95110.2881.4142.294

35.820

1.4666.3904.4586.0931.331778568541

1.94511.8991.7602.581

39.810

22,426,0-3,20,16,1

13,920,97,3-0,315,724,512,511,1

SegmentoSegmento 20052005 20062006 Variação (%)Variação (%)

Faturamento (em R$/milhões)

QUARTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2007 Suplemento Especial da GAZETA MERCANTIL – Página 7PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

municação com os seus pon-tos de venda, que passou a serfeita via satélite. O investi-mento total da empresa emtecnologia é R$ 130 milhões,revela Grynbaum.

No Bob’s, o investimento emgestão e novas tecnologias ten-de a crescer. Sem revelar núme-ros, Maia diz que ferramentasde festão são fundamentais para

competir no mercado e que acapacidade de gestão é o limi-tador para a ampliação da rede.

Outro movimento que sevem consolidando é o de incor-porações de redes e marcas defranquias, afirma Ribeiro, doGrupo Cherto. Ele lembra quedas mais de mil franquias exis-tentes no País poucas têm maisde cem unidades. “Redes pe-

Campos, Macaé e Volta Redon-da, no Rio de Janeiro.

Entre as franquias já estabe-licidas no mercado, a capacita-ção em gestão dos franqueadose das equipes de suporte ganhacorpo entre as redes, afirma osócio do Grupo Cherto, AdirRibeiro. “Há uma tendênciaclara de aperfeiçoamento dostreinamentos voltados para agestão, além da operação, co-mo forma de tornar os fran-queados bons gestores do ne-gócio”, enfatiza Ribeiro. Se-gundo ele, esse trabalho come-ça com a equipe do própriofranqueador, que leva o conhe-cimento à rede.

O uso de tecnologia da infor-mação e de telecomunicaçõestambém é uma realidade nessemercado. “Sistemas simples,baseados na web, de fácil in-teração são cada vez mais uti-lizados”, assegura Ribeiro. Deacordo com o vice-presidentedo Boticário, no final do anopassado, a rede investiu R$ 72milhões em parceria com seusfranqueados no projeto VSat.O objetivo foi melhorar a co-

JOSÉ CARLOS VIDEIRA

SÃO PAULO

A queda dos juros, ofertade crédito mais barato eaumento da renda de al-

guns setores da população con-tribuem para o aquecimentodas redes de franquias brasilei-ras. De acordo com o diretorexecutivo da Associação Brasi-leira de Franchising (ABF), Ri-cardo Camargo, as perspectivassão bastante otimistas. O fatu-ramento do setor, que chegou aR$ 40 bilhões no ano passado,deve crescer mais 14% nesteano. “No início do ano, a pro-jeção era de que esse cresci-mento seria de 12%”, lembra.O número de redes deve subiroutros 4% sobre as 1.013 fran-queadoras existentes no merca-do no final de 2006.

O setor também passa porum momento de fusões e de in-corporação de redes, com vis-tas a ganhos de escala e redu-ção de custos, como é o caso daChina in Box e da Gendai, nosetor de alimentação oriental.Além disso, a tendência é deampliação de áreas de cobertu-ra no Brasil e no exterior.

O crescimento da massa sa-larial, sobretudo nas classesmais populares, contribui parao aumento da demanda e levaredes a reverem suas projeções,relata o diretor executivo daABF. O Boticário, por exem-plo, registrou neste ano cresci-mento de 25% na região Nor-te/Nordeste. “Esse avanço po-de ser creditado ao aumento derenda e do salário mínimo,além das operações industriaisque foram implantadas naquelaregião”, justifica o vice-presi-dente da empresa, Artur Gryn-baum. Segundo ele, com a me-lhoria da renda, as pessoas que-rem cuidar melhor do aspectopessoal. Para este ano, o Boti-cário, com 2.400 lojas no País,espera crescer 16% em fatura-mento e abrir de 30 a 40 unida-des franqueadas no Brasil.

A rede Bob’s, com 555 pon-tos de venda no Brasil, planejafechar o ano com mais 100pontos-de-venda no País e tercobertura em todo o territórionacional. “Vamos inauguraruma unidade em Rio Branco,no Acre, único estado que es-tava faltando para completarnossa cobertura geográfica”,afirma o diretor de marketing,expansão e franquia do Bob’s,Flávio Maia. Segundo ele, aqueda da taxa Selic contribuide alguma forma para benefi-ciar o mercado de franquias.“Franquia é onde se têm as me-lhores perspectivas de ganhocom alguma segurança, pois oinvestimento é feito em cimade um negócio com experiên-cia de sucesso”, defende.

O cenário de relativa estabi-lidade nos mercados financei-ros mundiais sofreu um sola-vanco nas últimas semanas.De acordo com o diretor daFrancap Consultoria, AndréGiglio, esse chacoalhão serviupara alertar os investidoressobre os riscos do mercado fi-nanceiro. “Aumentou muito adiferença de ganho entre nãofazer nada e aplicar no merca-do financeiro ou investir emum negócio”, ressalta.

CLASSE CO diretor executivo da ABF

prevê ainda um forte cresci-mento de franquias voltadaspara a classe C nas regiões pe-riféricas das grandes capitaisdo País. “Principalmente nossegmentos de alimentação,vestuário, saúde e beleza”, fri-sa. Ele também ressalta que ocrescimento ainda se dará nointerior de São Paulo e de ou-tros estados, como Itabuna, Ca-maçari e Ilhéus, na Bahia, e

Faturamento dosetor foi de R$ 40bilhões em 2006 edeve crescer mais14% neste ano

quenas acabam com um custofixo muito alto”, frisa. Há ga-nhos de escala na administra-ção e em tudo o que for possí-vel racionalizar custos.

Ribeiro cita exemplos comoo da Quality Lavanderias, re-sultado da junção de três mar-cas distintas (Qualitta, QualityCleaners e Prima Clean), da es-cola de idiomas Wizard (queincorporou a Yesky, de Campi-nas) e da China in Box, fran-quia de alimentação oriental,voltada para a culinária chine-sa, que se juntou com a Gendai,do mesmo ramo, focada na co-zinha japonesa.

Para o presidente da China inBox, Robson Shiba, além dassinergias em todas as frentespossíveis, a fusão com a Gen-dai transformará a empresa nu-ma rede muito mais forte e ágilpara poder crescer 20 unidadespor ano nos próximos quatroanos. "Agrupamento de empre-sas de operações semelhantesem busca de economia de esca-la vem acontecendo em merca-dos mais maduros, como os Es-tados Unidos", ressalta Shiba.

EX PA N S Ã O

Redes de franquia registram crescimento

Grynbaum, vice-presidente do Boticário: empresa espera crescer 16% em faturamento e abrir de 30 a 40 unidades franqueadas no Brasil.

A G E N D A

ABERTAS INSCRIÇÕES PARA

CURSO DE EXPORTAÇÃO

Oferecido pelo Sistema de Apoioà Exportação (SAX), orgão daPrefeitura de Santo André, o cur-so de exportação começa no dia 4de setembro e terá duração detrês meses. Os dois primeirosmódulos são compostos por aulasteóricas. No terceiro, será ofere-cida uma consultoria para viabili-zar a exportação dos produtos fa-bricados pelas empresas partici-pantes. As inscrições são gratuitase podem ser feitas pelos telefones(11) 4433-0493 / 4433-0471 oup e l o e - m a i l s a x @ s a n t o a n -dre.sp.gov.br. Serão selecionadas30 empresas para participar docurso. A escolha será baseada nadisponibilidade e potencial expor-tador das inscritas.

EVENTO DEBATE IMPACTOS

AMBIENTAIS DA CONSTRUÇÃO

Será realizado amanhã o I Encon-tro Sobre Sustentabilidade e Em-preendimento e Empresas daConstrução Civil. No evento se-rão apresentados cases e pales-tras sobre sustentabilidade cor-porativa, estudos do ciclo de vidade materiais, tecnologias susten-táveis e certificação de empreen-dimentos. Além disso, serão pro-movidas discussões entre contra-t a n t e s , i n c o r p o r a d o r e s ,construtores, projetistas, fabri-cantes, universidades e entidadestécnicas sobre benefícios, dificul-dades e oportunidades no campoda sustentabilidade. O encontroé promovido pelo Centro de Tec-nologia de Edificações e será rea-lizado no Hotel Renaissance, das8 às 18h30. As incisões custamR$ 600 e podem ser feitas pelotelefone (11) 2129-0300.

BNDES FAZ PALESTRA SOBRE

ACESSO AO CRÉDITO

Representantes do Banco Nacionaldo Desenvolvimento (BNDES)realizam hoje, em São Paulo, pales-tra para divulgar o método de atua-ção do banco, seus programas e li-nhas de financiamento, apresentan-do aos pequenos e médios empre-sários as formas de acesso ao cré-dito do BNDES. A palestra “O BN-DES Mais Perto de Você“ será mi-nistrada, às 10 horas, no salão no-bre da Federação das Indústrias doEstado de São Paulo (Fiesp), na ave-nida Paulista , 1.313.

Eduardo Viana

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QUARTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2007Página 8 – Suplemento Especial da GAZETA MERCANTIL PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

rido projeto não resiste se pas-sado sob o crivo da análiseconstitucional. Dessa forma,prevemos e já temos notíciade que vários municípios, queserão gravemente afetadoscom esse regime único de tri-butação, devam ingressar comações judiciais questionando aconstitucionalidade do Super-simples. Entre estas inconsti-tucionalidades estão: o valornão pago até a data do venci-mento, sujeitar-se-á à incidên-cia de encargos legais na for-ma prevista na legislação doImposto de Renda; as normasrelativas a juros e multa demora, além da multa de ofício,serão aplicadas as previstas nalegislação do Imposto de Ren-da e os encargos legais da le-gislação do imposto de renda

de poder ser melhor, o Super-simples é muito vantajoso pa-ra a grande parte dos micro epequenos empresários brasi-leiros, contudo, é essencialque o empresário faça contasantes de alterar seu sistema detributação. Pois, embora o Su-persimples seja uma grandeconquista, não é a melhor op-ção para todas as empresas”,avalia Adermir Ramos da Sil-va Filho, diretor da consulto-ria tributária Caminho Legal.

Para a Ana Cláudia Quei-roz, coordenadora geral daárea tributária do Maluly Jr.Advogados, além de o novosistema não ser tão benéficoassim para todas as empresas,conforme se tem muito falado,o projeto esconde diversas in-constitucionalidades. "O refe-

Em alguns casos,a opção pelolucro presumidorepresenta menorcarga tributária

Novo sistema exigeatenção nos cálculos

BENEFÍCIO

Ana Cláudia Queiroz: projeto esconde diversas inconstitucionalidades

são muito superiores aos doICMS e do ISS", aponta a co-ordenadora.

Ana Cláudia também obser-va que os processos relativosaos impostos e contribuiçõesdo Simples Nacional serãoajuizados pela União, que será

representada pela procurado-ria da Fazenda Nacional. "Istosignifica que os procuradoresestaduais não poderão entrarcom ação para cobrar débitosestaduais dessas empresas. Omesmo serve para os débitoscom as prefeituras, e isto éuma f lagrante ofensa ao prin-cípio da autonomia dos esta-dos e municípios. Por isto, játemos notícias de que, entreoutras, a Associação Nacionaldos Procurados vai entrar comuma ação pedindo a revisãodesta medida", comenta.

Apesar de apontar algumasinconstitucionalidades, a co-ordenadora também consideraque o novo regime vai facili-tar a contabilidade e a arreca-dação das empresas. Mas a co-ordenadora também ressaltaque, antes de tudo, é precisofazer cálculos para ver qual éo regime mais adequado paraa empresa. "Para quem já mu-dou, o período até o final doano deve ser fundamental paraanalisar se o novo sistema ébenéf ico para a empresa .Quem ainda não optou, devebalizar qual é a melhor alter-nativa", indica. A mudança deregime tributário das PME foipossível até o dia 20 de agos-to. As empresas que não mi-graram de sistema mas quepretendem adotar o Supersim-ples terão agora de esperar atéjaneiro próximo para fazersua alteração.

O novo sistema tributário,que unifica oito tributos fede-rais, estaduais e municipais pa-ra as empresas que faturam porano até R$ 2,4 milhões foiaprovado no último dia 7. De-vido a isso, o efeito na arreca-dação vai ser concentrado, emtermos de volume financeiro,mas diluído entre os resultadosdo IRPJ, CSLL, PIS, Cofins,IPI e Contribuição Previden-ciária para o INSS. Para aderirao novo sistema, as PME têmde estar em dia com os fiscosdas três esferas (União, estadoe município). Por conta disto,muitas empresas que estavamem débito se adiantaram paraacelerar suas quitações. O go-verno permitiu, inclusive, quehouvesse um parcelamento es-pecial a estas empresas, em 120meses, o dobro do normal. Aadesão é feita exclusivamentepelo site do Simples Nacional,que é acessado através do siteda Receita Federal.

O número de pedidos de ade-sões já está perto da casa dos3,2 milhões. Apenas em julho enos primeiros dias de agosto, aReceita Federal recebeu 1,660milhão de pedidos de inclusãono sistema, destes 453 mil tive-ram a solicitação aprovadaimediatamente. Além destes,com a adoção do regime espe-cial, 1,3 milhão de pessoas ju-rídicas de micro e pequeno por-te foram automaticamente inse-ridas no novo sistema.

Uma das expectativas do go-verno em relação ao novo sis-tema é que ele proporcione umaumento da formalização dasempresas. Além disso, "a apro-vação deve beneficiar cerca de1,5 milhão de pequenas e mé-dias empresas como prestado-res de serviços, hotéis, chavei-ros, salões de beleza e setoresde fabricação e distribuição desorvetes, cosméticos e fogos deartifício, que estavam à partedo antigo Supersimples", fina-liza o diretor da consultoria tri-butária Caminho Legal.

ANGELA FERREIRA

SÃO PAULO

A aprovação das altera-ções do Simples Nacio-nal, ou Supersimples, é

um alívio para 1,5 milhão demicro e pequenos empresáriosque agora podem aderir ao no-vo sistema. Isso vai representaruma revolução na economianacional, com redução de até70% da carga tributária. Masnem tudo são flores. “Apesar

GILMARA SANTOS

SÃO PAULO

Em vigor desde o dia 1o- dejulho, o Simples Nacional (ouSupersimples) está longe de seruma unanimidade. Se por umlado ele aumentou o número deatividades que podem aderir aosistema único e simplificado detributação, por outro deixou defora muitas atividades que jáfaziam parte desse programa e,em alguns casos, tornou a cargatributária mais alta do que se aempresa optasse pelo sistemado lucro presumido.

“Dependendo da tabela que aempresa vai usar, é melhor nãoentrar no Supersimples e ficarno lucro presumido”, adverte opresidente da ConfederaçãoNacional de Serviços (CNS),Luigi Nese. O setor foi o maisprejudicado pelo Supersimples.“A maioria das empresas estána tabela 4 ou 5; isso significaque os tributos podem chegar a17%, sem incluir o INSS. Émelhor ficar no lucro presumi-do em que os tributos giram emtorno de 13%”, diz Nese.

Nem mesmo a lei comple-mentar aprovada pelo gover-no dias antes de vencer o pra-zo para adesão ao Supersim-ples resolveu o problema.Para especialistas, a normamelhorou a situação ao per-mitir que mais 90 atividadespudessem aderir ao programa.Foi um alívio para esses seto-res, mas muitos outros conti-nuaram fora do programa.

FORA DO NOVO REGIME

O consultor jurídico do Se-nado, Claudio Borges, reco-nhece que o ideal, assim comodefendiam algumas entidades,seria manter os dois sistemas (oantigo Simples e o atual Super-simples). “Mas a revogação doantigo sistema criou esse pro-blema”, diz o consultor.

Entre os setores que faziamparte do antigo sistema e quenão se encaixam no novo está ode processamento de dados eprovedores de internet, explicaNese. “Elas representam entre5% e 10% do total de 30 mil em-presas filiadas à Federação dasEmpresas de Serviços do Estadode São Paulo”, diz Nese, lem-brando que outros setores, comoo de montagem de feiras e estan-des\z, também faziam parte doantigo Simples e não foram con-templadas com o Supersimples.

Nese conta que a entidade jápediu a parlamentares para in-cluir todo o setor de serviços noSupersimples. “Eles se mostra-ram sensíveis, afinal não fazsentido algumas empresas, queestão dentro do faturamentodeterminado pelo Supersim-ples, ficarem de fora.”

PRAZO INSUFICIENTE

Outra queixa de empresários,advogados e contabilistas foi oprazo insuficiente para adesãoao sistema. Ocorre que o projetode lei complementar que am-pliou o número de atividadesque poderiam ingressar no Su-persimples foi sancionado no dia15 de agosto e o prazo para ade-rir terminou no dia 20 de agosto.Ou seja, apenas cinco dias paraque as empresas pudessem deci-dir se iam ou não migrar para oSupersimples. Detalhe: só com apublicação da lei complementarfoi possível saber qual a cargatributária que a empresa estariasujeita e, a partir daí, começar afazer os cálculos para saber sevalia ou não a pena o novo sis-tema. Além disso, a possibilida-de ou não de compensação nãoestava definida. “Acho que de-viam prorrogar o prazo, a com-pensação não está definida e elatem impacto significativo”, dissedias antes de vencer o prazo aadvogada Maria Catarina Rodri-gues, do Emerenciano, Baggioe Associados - Advogados.“Pedi para prorrogar o prazoporque muita coisa foi definidana última hora”, diz Nese.

SUPERSIMPLES

Legislaçãocausapolêmica

Samir Batista

REDAÇÃO

E stá tramitando no Con-gresso o projeto de lei574/2007 que obriga as

empresas com mais de 70 fun-cionários a oferecer creche gra-tuita aos filhos dos trabalhado-res com idade entre zero e cin-co anos. De acordo com oprojeto, de autoria do senadorPaulo Paim (PT-RS), a assis-tência poderá ser direta, no pró-prio ambiente de trabalho; ouindireta, por meio de convênio

com creches ou pré-escolas oupor pagamento do auxílio-cre-che. O valor do benefício men-sal será de, no mínimo, doisterços do salário mínimo.

O empregador poderá dedu-zir até R$ 1,4 mil anual porcriança beneficiada no paga-mento do Imposto de Renda daPessoa Jurídica, quando apura-do com base no lucro real. Oprojeto diz ainda que quandopai e mãe trabalharem na mes-ma empresa, o benefício serápago apenas a um deles.

Projeto defende crecheREDAÇÃO

A Nossa Caixa du pl ic ouos recursos disponíveispara os produtores ru-

rais, cooperativas agropecuá-rias e as agroindústrias do Es-tado de São Paulo em relação a2006. Na safra 2007/2008, obanco está disponibilizandoR$ 650 milhões para custeio einvestimento agrícola e pecuá-rio, além de mais recursos paraas propriedades rurais e a ven-da de produtos.

A taxa de juros dos financia-mentos para custeio e investi-mento varia de 2% a 6,75% aoano. As cooperativas ruraistêm a possibilidade de aquisi-ção de insumos para forneci-mento a cooperados com pra-zo de até dois anos e valormáximo de financiamento deR$ 3 milhões. O valor máxi-mo dos financiamentos é deR$ 3 milhões. Nas operaçõesde investimento, o valor do fi-nanciamento varia de R$ 18mil a R$ 100 mil.

AGROINDÚSTRIA

Financiamento rural

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QUARTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2007 Suplemento Especial da GAZETA MERCANTIL – Página 9PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

AMARILIS BE RTA C H I N I

SÃO PAULO

C hega o momento tãoesperado: a pequenaempresa cresceu, os

negócios deslancharam e épreciso procurar uma nova se-de que comporte o volumemaior de trabalho. Mas comotomar a decisão entre com-prar, alugar ou construir a no-va fábrica?

Segundo especialistas, essaé uma decisão que varia caso acaso. Para alguns, é mais in-teressante comprar, enquantopara outros é melhor alugar.“Há empreendedores com ca-pital abundante, e para estescomprar a sede representa fi-car com um lastro, ter um ati-vo, um patrimônio que poderáservir até como garantia decrédito para sua empresa.Mas, se o empresário precisade capital de giro para sua lo-gística, então é melhor alugare deixar o capital para girarseu negócio”, af irma JoãoCrestana, vice-presidente deincorporação imobiliária doSindicato das Empresas deCompra, Venda, Locação eAdministração de ImóveisResidenciais e Comerciais deSão Paulo, (Secovi-SP).

Para o professor e coorde-nador adjunto do Centro deEmpreendedorismo e NovosNegócios da Fundação Getú-l i o Va rg a s d e S ã o P a u l o(FGV-SP), Tales Andreassi, oempresário nunca deve imo-bilizar o capital. Ele acreditaque é preferível optar peloaluguel e deixar o dinheiroaplicado para uma reserva,caso o empresário venha pre-cisar de capital de giro, e sódecidir pela compra se o pon-to for muito estratégico ou se

IMÓVEL

A escolha entre comprar ou alugar

for uma oportunidade únicade negócio.

O consultor de orientaçãoempresarial do Sebrae-SPSérgio Diniz diz que o inves-timento em um terreno para afutura construção de uma sedeprópria pode valer a pena seestiver dentro de um planeja-mento de longo prazo.

Diniz destaca, no entanto,que isso só é vantajoso a partirdo momento em que a peque-na empresa apresente ganhosexpressivos para que o inves-timento seja feito sem com-prometer os seus resultados.

NOVO ENDEREÇO

Alugar um imóvel maior foia opção da Vértice Cenografia

Localização é importanteA escolha do ponto tam-

bém é fator fundamental pa-ra o bom desempenho dequalquer negócio, seja naatividade industrial ou nacomercial. O consultor deorientação empresarial Sér-gio Diniz, do Serviço Brasi-leiro de Apoio às Micro ePequenas Empresas (Se-brae-SP), recomenda que se-jam cuidadosamente estuda-dos todos os aspectos da lo-calização do imóvel, in-cluindo a vizinhança e a dis-tância até os principaisclientes. “É preciso estudar alogística para distribuiçãodas mercadorias, caso con-trário a localização pode re-sultar em frete mais caro queo produto”, avalia Diniz.

De acordo com o perfilde cada empresa, alguns as-pectos do imóvel, como aproximidade a um ponto deônibus, a uma banca de jor-

nais ou a uma farmácia, po-dem ser positivos ou nega-tivos. O empresário devesempre verificar se não háincompatibilidade da ativi-dade com a vizinhança; co-nhecer as populações fixase f lutuantes da região; ana-lisar o f luxo de veículos darua e o recuo da fachada pa-ra se certificar de que a vi-sibilidade do imóvel é aideal. Segundo Diniz, hojeem dia é importante tam-bém consultar a lei de zo-neamento para conhecer asrestrições locais antes de seinstalar e verificar a dispo-nibilidade de estaciona-mentos próximos ou nafrente do próprio imóvel. Oconsultor destaca ainda aimportância de estudar pre-viamente se na região en-contra-se mão-de-obra qua-lificada ou não para a ativi-dade a ser desenvolvida.

É preciso estudar bem a logística para distribuição do produto

e Design, uma empresa de mé-dio porte sediada em São Pau-lo, que faz tematização deambientes. A Vértice acabade se mudar para uma nova

expansão dos negócios e, aomesmo tempo, para economi-zar com um valor de aluguelmais baixo. No antigo imóvela Vértice ocupava uma área de60 metros quadrados, pelosquais pagava um aluguel men-sal de R$ 1,5 mil. Hoje a em-presa ocupa uma área de 180metros quadrados e reduziu oaluguel mensal para R$ 1,3mil. “Precisávamos de umasede de baixo custo para nosmantermos competitivos enossa localização continuouprivilegiada porque estamosna rua dos Pinheiros, regiãonobre de São Paulo”, diz Fer-nandes. “Não temos intençãode ter um imóvel próprio”,afirma ele.

Fernandes com sua mulher e sócia Mônica em cenário criado pela Vértice, empresa localizada em Pinheiros

Especialistas alertampara o risco de adquiriruma nova sede para aempresa, imobilizar ocaixa e ficar semcapital de giro

sede alugada. A decisão, se-gundo Mozart Fernandes, só-cio da empresa, surgiu da ne-cessidade de mais espaço paraabrigar os trabalhos de ceno-grafia que aumentaram com a

Frâncio de Holanda

Marcos Issa / Bloomberg

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QUARTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2007Página 10 – Suplemento Especial da GAZETA MERCANTIL PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

mantém escolas dentro das fá-bricas, para capacitar tanto seuspróprios funcionários como osde fornecedores.

TECNOLOGIA

Outra linha de apoio destaca-da por Vieira é o laboratório de

meiro porque esse setor em-prega 90% da mão-de-obra;segundo, porque trabalhamnessas empresas os jovens eminício de carreira ainda embusca de aprimoramento.

Em grandes empresas, comoVolkswagen e Mercedes, o Senai

DÉBORA BORGES

SÃO PAULO

A s pequenas indústriastêm no Serviço Nacio-nal de Aprendizagem

Industrial (Senai) a possibilida-de de oferecer capacitação gra-tuita aos seus funcionários. Ainstituição mantém 83 escolase 70 unidades móveis que tra-balham com cursos de forma-ção, profissionalizantes e deassistência técnica.

De acordo com o diretor doSenai no Estado de São Paulo,Luis Carlos de Souza Vieira,são feitas cerca de 760 milmatrículas ao ano e pelo me-nos 10% dessas vagas são des-tinadas a bolsistas. No total,72% das vagas são ocupadaspor pessoas inscritas pelasempresas onde trabalham.

Vieira explica que a deman-da das pequenas e médias in-dústrias pela capacitação émaior por dois motivos: pri-

MÃO-DE-OBRA

Senai oferece profissionalização gratuitaFINANCIAMENTO

cartões empresariais de créditoou débito. Além disso, a maioriados pequenos empresários mis-tura seus gastos pessoais com osda sua empresa e muitas vezesutiliza o próprio cartão ou che-que da pessoa física para pagardespesas de pessoa jurídica.

A pesquisa revela tambémque as PME têm operado commargens de lucro estreitas. De

acordo com o estudo, o valor dasvendas mensais de uma empresamédia é de US$ 2,9 mil, enquan-to suas despesas são de US$ 2,6mil por mês. Os principais gas-tos das PME são com a comprade matéria-prima, insumos e in-ventário, seguidos da folha depagamento e serviços recorren-tes como aluguel, luz, água, te-lecomunicações e impostos.

gentina, Brasil, Chile, Colômbia,Costa Rica, México, Peru e Re-pública Dominicana).

“O grande desafio das peque-nas e médias empresas no Brasilé crescer em uma economia quejá está crescendo. Para isso, elasprecisarão de crédito e poderãocontar com melhorias na dispo-nibilidade de crédito para 2008”,declara Eduardo Chedid, vice-presidente de produtos da Visado Brasil. Ele diz que baseia suaafirmação na experiência da pró-pria Visa, que em março regis-trou 2,7 milhões de cartões decrédito em uso nas empresas, umcrescimento de 65% em dozemeses.

Mas a pesquisa “Perspectivasdas PME na América Latina”mostra que os cartões de créditoestão longe de serem o meiomais usado para as compras pe-los pequenos empresários. Se-gundo a pesquisa, mais de 81%das empresas entrevistadas —no Brasil esse percentual é de76% — utilizam dinheiro e che-que como principais formas depagamento e apenas 3% usam

AMARILIS BE RTA C H I N I

SÃO PAULO

A s pequenas e médiasempresas (PME) têmcontornado as dificul-

dades de acesso ao crédito ne-gociando diretamente com seusfornecedores, que acabamagindo como agentes alternati-vos de financiamento, conce-dendo maiores prazos e des-contos para pagamentos à vista.A maioria dos pequenos empre-sários acha difícil ou impossívelconseguir uma linha de créditoformal. As informações são re-sultado de uma pesquisa feitapela Visa Internacional e pelaThe Nielsen Company com 1,2mil PME em oito países daAmérica Latina e do Caribe (Ar-

Pesquisa revelaque as PME têmoperado commargens de lucromuito estreitas

Crédito difícil nos países da regiãoREDAÇÃO

A Financiadora de Estu-dos e Projetos (Finep),agência de apoio à ino-

vação do Ministério da Ciên-cia e Tecnologia, anunciou aintenção de investir, junta-mente com os parceiros da In-cubadora Inovar, R$ 1 bilhãoem 13 novos fundos de capitalvoltados a empresas inovado-ras. Todos são administradospor gestores especializadosem garimpar bons projetosnos mais diversos setores.

Somados, os investimentospodem chegar a R$ 1,8 bilhão epoderão ser aplicados em cercade 130 empreendimentos. Oobjetivo é que, através dos fun-dos, o dinheiro chegue a em-presas com alto potencial decrescimento. Neste ano, o pro-cesso de seleção dos fundos foidividido entre a 2a- ChamadaPública do Programa InovarSemente, voltada para seed ca-pital, e a 8a- Chamada de Fun-

dos Inovar Venture Capital, quepela primeira vez foi abertatambém a private equity. No to-tal, 20 propostas foram inscri-tas e a demanda por capital al-cançou R$ 2,5 bilhões.

Os 13 fundos selecionadosentão na fase de due dilligen-ce, espécie de auditoria reali-zada junto aos candidatos a re-ceber investimentos. Somenteapós essa análise serão defini-dos aqueles que, de fato, rece-berão aportes.

Criada pela Finep há seisanos, a Incubadora Inovar jácomprometeu R$ 600 milhõesem 13 fundos, que já beneficia-ram 50 empreendimentos ino-vadores. A superintendente daárea de investimento da Finep,Patrícia Freitas, acredita que oestímulo a empresas nascentescom alto potencial de cresci-mento é fundamental. “Sãoelas que, em um futuro próxi-mo, garantirão a manutençãode um mercado de capitais di-nâmico e diversificado.”

Fundos poderãoaplicar R$ 1,8 bilhão

Das 760 mil matrículas anuais, mais de 70% são utilizadas por empresas

AMÉRICA LAT I N A

ACESSO AO CRÉDITO

Muitofácil

Difícil ImpossívelFácil Mais oumenos

10

14

38

15

2323

14

2828

13

7

38

10

2121

13

18

38

9

1818

18

33

21

13

32

22

3333

MéxicoTotal região

Fonte: Nielsen/Visa

Brasil Argentina Colômbia

(em %)

INVESTIMENTO

assessoria tecnológica. As pe-quenas empresas que não po-dem investir em equipamentosde precisão podem obter asses-soria do Senai, como as marmo-rarias, que fazem exame de ro-chas nos laboratórios da entida-de. Os preços dos serviços sãomenores que os de mercado. Omesmo ocorre nas consultoriasde gestão, lay-out e produção.

A Rede de Laboratórios deServiços foi exposta pela últimavez entre os dias 16 e 19 deagosto, no Anhembi, durante aOlimpíada do Conhecimento.São 31 laboratórios que atuamem 17 setores industriais.

ADAPTAÇÃO

Os industriais interessadosem incluir funcionários nos cur-sos podem procurar diretamentea unidade do Senai mais próxi-ma. As escolas do Senai seadaptam ao perfil da demandana região onde estão inseridasde sua fábrica.

A Escola Senai MarianoFerraz, na Vila Leopoldina,em São Paulo, por exemplo,concentrava cursos na área demecânica. Com a mudança doentorno, atualmente são ofe-recidas aulas de informática ehá um laboratório odonto-mé-dico-hospitalar. Inauguradoem junho último, o núcleoformará mão-de-obra técnicapara a instalação, manutençãoe gestão dos equipamentosutilizados por esse segmento.

De acordo com Vieira, a Es-cola de Sertãozinho (SP) ga-nhou modernização de equipa-mentos e um laboratório paraatender ao setor sucroalcooleiroem expansão. O mesmo ocorreuem Itatiba, para atender ao pólomoveleiro. A unidade paulistado Bom Retiro é especializadaem vestuário e no Brás há umaescola do segmento têxtil. O se-tor calçadista conta com escolasde Franca, Jaú e Birigui, no in-terior do estado.

REDAÇÃO

A Corporação Interame-ricana de Investimen-tos (CII) aprovou um

empréstimo com valor máxi-mo de US$ 12,5 milhões aoBanco Daycoval S.A.O finan-ciamento será usado para ofe-recer crédito rotativo e finan-ciamento de capital de giro,com valor médio de US$ 200mil.

Os recursos do empréstimobeneficiarão empresas de pe-queno e médio porte que pre-cisam de fontes de financia-mento estáveis. O empréstimooferecido ao Daycoval estáalinhado com a estratégia dacorporação para aumentar of luxo de créditos para os pe-quenos negócios na AméricaLatina e Caribe, repassado pormeio setor bancário privado.

Crédito parainvestir emcapital de giro

José Cordeiro

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QUARTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2007 Suplemento Especial da GAZETA MERCANTIL – Página 11PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

inclusive, que houvesse umparcelamento especial a estasempresas, em 120 meses, o do-bro do normal.

A Receita informou que, dototal de 3,199 milhões de em-presas, pouco mais de 581 milestavam com problemas fis-cais, pedindo o parcelamentopara aderir ao sistema, o quedeve aumentar a arrecadação.

mava que as perdas somariamR$ 5 bilhões por ano. Mas, as-sim como ocorreu em outrasdesonerações, a redução dostributos do Supersimples podegerar aumento na arrecadação.“Sentimos um forte incrementona arrecadação da contribuiçãoao INSS das micro e pequenasem julho, pois elas preten-diam estar sem dívidas fiscaispara aderir ao Simples. Emvez de R$ 375 milhões de ju-lho do ano passado, arrecada-mos R$ 514 milhões em julhodeste ano”, af irmou CarlosAlberto Barreto, secretário-adjunto da Receita Federal.

Além deste forte incrementona arrecadação previdenciária— um salto de 37,1% em ape-nas um mês —, o Supersimplespode engordar ainda mais oscofres do governo. Para aderirao novo sistema, as micro e pe-quenas empresas têm de estarem dia com os fiscos das trêsesferas, (União, estados e mu-nicípios), e para isso muitascorreram para acelerar suasquitações. O governo permitiu,

GUILHERME ZABAEL

BRASÍLIA.

O governo federal está fe-liz com o Supersimples.Além do número de pe-

didos de adesões ter chegado aquase 3,2 milhões — faltaram984 pedidos para chegar a estamarca —, há indícios de que onovo sistema tributário, queunifica oito tributos federais,estaduais e municipais para asempresas que faturam por anoaté R$ 2,4 milhões, pode am-pliar algumas arrecadações.

Oficialmente, o governo dizque terá uma renúncia fiscal deR$ 4,5 bilhões por ano com oSupersimples. Na verdade, essenúmero já é inferior ao previstoanteriormente, quando se esti-

Há indícios de queo novo sistematributário podeampliar algumasa r re c a d a ç õ e s

Novo tributo atende a expectativas do governo

a fábrica de São José dos Pi-nhais (PR) suporta os planos deexpansão, segundo Coppla.

A empresa, que surgiu em1990 dentro de uma incubadoratecnológica em Curitiba e hojetem ações cotadas na bolsa devalores, diz que um dos princi-pais desafios de exportar tecno-logia é investir na criação deprodutos globais. A empresatem uma equipe de seis pessoastrabalhando no centro de de-senvolvimento em Taipé, emTaiwan, de onde já saíram pelomenos três produtos que ga-nharam o mercado nos últimostempos: uma linha de CPU, ou-tra de leitores de códigos debarras e uma terceira de caixasregistradoras. O centro tambémfunciona como uma central decompras de matérias-primas eferramentais. “Ter um centrona Ásia significa estar em umaregião que é referência nessesetor em pesquisa e desenvol-vimento”, diz.

CRISTINA RIOS

CURITIBA

D epois de abrir um centrode pesquisa e desenvol-vimento em Taiwan, há

cinco anos, a brasileira Bema-tech, fabricante de equipa-mentos e sistemas de automa-ção, vem investindo pesado nainternacionalização das suasoperações. A empresa, queabriu filiais comerciais nosEstados Unidos, na Argentinae na Alemanha, espera elevar,dentro de uma década, a par-ticipação das vendas externasa 10% do faturamento. Hojeesse percentual está em menosde 2% dos negócios.

“O processo de internaciona-lização é estratégico”, diz Mar-celo Coppla, diretor de assun-tos corporativos, que não des-carta a possibilidade de a Be-matech ter, no futuro, uma fá-brica fora do Brasil, possivel-mente na China. Por enquanto,

CRESCIMENTO

De incubada a empresa transnacional

IMPOSTOS

Além disso, o sistema, quan-do for mais íntimo dos empre-sários e empreendedores, pode-rá fazer com que se aumente aformalização de empresas. Issotende a aumentar a base de ar-recadação da própria ReceitaFederal. “Acreditamos queneste ano teremos mais 200 milempresas formalizadas e, aocompletar um ano, esse número

pode chegar a 400 mil”, afir-mou o coordenador de admi-nistração aduaneira da Receita,Ronaldo Medina.

Especialistas da própria Re-ceita, que pediram para não seidentificar, afirmam que as per-das tributárias com o sistemaestão superestimadas e que oimpacto não será tão grande —R$ 4,5 bilhões. O próprio go-verno não parece estar muitopreocupado com isso: “Real-mente prevemos esta renúncia,mas ela já foi prevista em nossoplanejamento anual, não conta-mos com estes recursos. Esteano a redução é de cerca de R$2,3 bilhões, já que passou meioano antes da entrada em vigordo Supersimples”, af irmouBarreto, ao anunciar uma arre-cadação federal recorde parajulho de R$ 50,4 bilhões. Opróprio governo admite que atéjunho a arrecadação federal es-tava superavitária em R$ 5 bi-lhões, ou seja, havia um supe-rávit, já levando em conta a re-dução dos t r ibutos com oSupersimples.

Ninguém sabe ao certo comoserá o comportamento da arre-cadação do Supersimples. Deconcreto, até o momento, o sis-tema ainda passará por algu-mas alterações. O secretárioda Receita Federal, Jorge Ra-chid, afirmou que o governoestuda uma forma de permitira transferência de créditos dePIS/Cofins para outras em-presas não optantes do Sim-ples e que compre produtosdas micro e pequenas.

Ele defendeu, inclusive, queos estados também permitam acompensação do ICMS, o quepode fazer com que o Super-simples se torne atrativo paraas firmas do sistema que ven-dem para outras indústrias ouredes atacadistas, que fazemquestão da compensação parapagar um ICMS menor.

O fato é que devem surgirnovas correções até a próximaoportunidade de aderir ao Su-persimples, na virada do ano.E, a confiar na declaração deRachid, as mudanças serão to-das para melhor.

Coppla informa que atual-mente o foco da área interna-cional é ampliar a presença naAmérica Latina. O mercado deautomação comercial — in-cluindo hardware, software eserviços — na região é estima-do em US$ 5,7 bilhões (US$ 2bilhões somente no Brasil). ABematech já possui 350 reven-das e 2,5 mil clientes nos vizi-nhos latino-americanos, mas aintenção é ampliar a distribui-ção, a rede de pós-venda e omix de produtos vendidos, hojede impressoras, CPU, dentreoutros. A empresa já vende im-pressoras fiscais na Venezuelae está em fase final de homo-logação do produto no Chile ena Argentina. Nesse último, aempresa também deve começara vender softwares de gestãopara o varejo. A companhia ga-nhou fôlego nesse segmento nofinal do ano passado, com acompra da Gemco e da C&S noBrasil. A Bematech quer repli-

car em outros países a sua es-tratégia para o Brasil, comatuação dentro do conceito deone-stop-shop, com a venda desoluções completas de automa-ção comercial (hardware,software e serviços). Hoje aempresa ainda é bastante con-centrada na produção e vendade hardware, que representam amaior parte (69,7%) da sua re-ceita. A companhia, que abriuseu capital em abril deste ano,projeta um crescimento de 30%em 2007, quando deve atingiruma receita líquida de R$ 260milhões. Com mil funcioná-rios e uma carteira de 350 milclientes e presente em 1,9 milrevendas no País, a Bematechtambém quer inves t i r emaquisições para crescer e jáanunciou que deve fechar acompra de duas ou três em-presas no Brasil até o final doano. Para tanto, vai usar partedos R$ 274 milhões captadosna oferta primária de ações.

Mais de 3 milhões de empresas já aderiram ao sistema

A Bematech abriu filiais nos Estados Unidos, Argentina e Alemanha

Divulgação

Fabrice Dimier / Bloomberg News

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GAZETA MERCANTIL QUARTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2007 - Página 12

VÂNIA ALVES E TATIANA VAZ

SÃO PAULO

A construção civil é umdos setores econômicosque mais causam im-

pactos ambientais. Estima-seque o segmento consuma nomínimo 20% do total de recur-sos naturais disponíveis no pla-neta. Os problemas começamcom as escolhas dos materiaisusados e passam pela geração departícula durante as obras, pelosresíduos gerados — no decorrerda construção e quando terminaa vida útil do empreendimento— e pelo uso inteligente deágua, luz e gás durante o tempode uso do imóvel.

Os impactos sociais tambémnão são poucos. É um setor co-nhecido pela informalidade.Para mudar esse cenário, toda acadeia produtiva está envolvidaem um grande movimento pelasustentabilidade e, neste mês,criou o Conselho Brasileiro deConstrução Sustentável.

O Conselho reúne profissio-nais de vários segmentos daconstrução civil que têm pensa-do o assunto. A proposta é quea entidade seja fonte de conhe-cimento e disseminação dasboas práticas e uma ferramentade intervenção nas políticas pú-blicas. “A primeira responsabi-

Estima-se que osetor consuma emtorno de 20% dototal de recursosnaturais do planeta

Sustentabilidade também na construção civillidade nós já assumimos, que éreconhecer os impactos, agoratemos que exercer a cidadaniacom ações”, diz o presidente doConselho, Marcos Takaoka.

O CCBS foi constituído comoOrganização da Sociedade Civilde Interesse Público (Oscip),aberta à filiação de profissio-nais, empresas e entidades semfins lucrativos. Para atrair tam-bém as pequenas e médias —que, de acordo com o Sindicadoda Construção Civil (Sindus-con), respondem por mais de90% desse mercado —, os pre-ços das contribuições foram es-tipulados de acordo com o portedo associado. Empresas com fa-turamento até 1,2 milhão pagamanuidade de R$ 1,2 mil.

Apesar de impressionar pela

De acordo com ele, hoje noPaís há pelo menos 22 empre-endimentos, entre hospital,conjuntos habitacionais, shop-pings centers e conjuntos habi-tacionais sendo construídosdentro dos padrões do UnitedStates Green Building Council(USGBC), órgão americanoque emite o selo Leed (Lea-dership in Energy and Environ-mental Design) — Liderançaem Energia e Desenho Am-biental. “Há um ano não tínha-mos nenhuma obra preocupadacom esse selo” , conta. A agên-

cia bancária do Real em Cotia,inaugurada neste ano foi a pri-meira a receber o Leed no Bra-sil. A construção do prédio foifeita com tijolos reciclados, tin-ta sem solventes e assoalho demadeira certificada. O projetoarquitetônico foi concebido pa-ra permitir maior aproveita-mento da luz natural. Além dis-so, a agência utiliza energia so-lar para iluminação das áreasde auto-atendimento e possuium sistema de ar condicionadoque não emprega gases nocivosà camada de ozônio.

Obra com steel frame, estrutura metálica de aço leve, totalmente reciclável, que permite a escolha do acabamento

Divulgação

No condomínio Palm Hill,empreendimento da DP Enge-n h ar i a , construído de 2003 a2005 no Alto da Boa Vista, emSão Paulo, mais de 90% das ár-vores existentes no terreno fo-ram preservadas, transplanta-das ou enviadas para a Secreta-ria do Verde e Meio Ambiente.Com 34 casas, o local valoriza ailuminação e ventilação natural.Também conta com sistema decaptação da água da chuva,usada na irrigação e lavagemexterna. “Adaptamos essas ini-ciativas ao valor dos imóveis

com soluções simples, viáveise ao mesmo tempo sofistica-das”, explica Francisco de Vas-concelos Neto, diretor da DPEngenharia. “Os empresáriosprecisam enxergar essas solu-ções sustentáveis, não peloprisma de restrição, mas deeconomia e durabilidade.”

FIM DO ENTULHO

Já a construtora Se qüê nc iaadota soluções recicláveis nomaterial que escolhe para usarem suas obras. Ela trabalhacom steel frame, estrutura me-tálica de aço leve e de espessu-ra mais fina, totalmente reci-clável, que permite a escolhados acabamentos. Com o mate-rial quase não há geração deentulho, porque é possível pla-nejar a quantidade exata queserá utilizada. Além disso, steelframe possibilita economia deenergia com o isolamento tér-mico da parede com lã de vidroou rocha. “Construções susten-táveis tendem a se popularizaraté por necessidade de merca-do, como no caso de reúso deágua”, afirma Alexandre Ma-riutti, arquiteto da Seqüência.

Outro exemplo é a fornece-dora de equipamentos para re-creação, esporte e lazer LaoE ng en ha ri a, que utiliza ape-nas mater iais ecológicos.“Exigimos fornecedores quesó trabalhem com materiaisdesse tipo, porque achamosque essa é uma maneira deconscientizar, desde os usuá-rios dos brinquedos até os pais,condôminos, construtores eoutros fabricantes“, diz LaoNapolitano, dono da empresa.

Criado recentemente, oConselho Brasileiro deConstrução Sustentávelreúne profissionais ematuação no mercado ena academia

força com que nasceu, unindovárias personalidades impor-tantes no mercado, o Conselhonão é a primeira iniciativa sus-tentável do setor. O consultorRoberto de Souza, diretor doCentro de Tecnologia de Edifi-cações, diz que está surpresocom o ritmo do engajamento.“Estou nesse mercado há maisde 20 anos, acompanhei a im-plementação de várias certifica-ções como a ISO 9000 e nuncavi nenhum movimento aconte-cer com essa velocidade”, diz.

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