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Quinta-feira, 15 de Abril de 2010 I SÉRIE - Número 15 , BOLETIM DA REPUBLICA PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE SUPLEMENTO IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P. AVISO A matéria a publicar no "Boletim da República» deve ser remetida em cópia devidamente autenticada, uma por cada assunto. donde conste. além das indi- cações necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte. assinado e autenticado: Para publicação no ••Boletim da República». . •••••••••••••••••••••••••••••••• SUMÁRIO Conselho de Ministros: Decreto n:712010: Aprovao Regulamentoda Leido ServiçoMilitare revogao Decreto n." 30198. de I de Julho. Decreto n."·8I2010: Aprova o Regulamento da Lei do Serviço Cívico. Decreto n," 9/2010: Aprova o Estatuto Orgânico da Autoridade Tributária de Moçambique e revoga o Decreto n." 29/2006.deJO de Agosto . •••••••••••••••••••••••••••••••• CONSELHO DE MINISTROS Decreto n." 7/201 O de 15 de Abril Havendo necessidade de regulamentar a Lei n." 3212009, de 25 de Novembro, por força do seu artigo 44 e, ao abrigo da alínea a) do n.· 2 do artigo 204 da Constituição da República, o Conselho de Ministros decreta:' ARTIGO I (Aprovação e âmbito de aplicação) É aprovado o Regulamento da Lei do Serviço Militar, anf?;<'oao presente Decreto, o qual é parte integrante e que rege as operações de recrutamento militar eos demais actos deles decorrentes. ARTIGO 2 (Diplomas complementares) Compete ao Ministro que superintende a área de Defesa Nacional aprovar por diploma ministerial: . ar A labela que define os perfis psico-físicos para a . prestação do- serviço militar; b) Os modelos da Ficha Individual de Recenseamento Militar (FIRM), da Cédula Militar e do Cartão de Identificação Militar; c) Os critérios de atribuição do Número Identificação Militar (NIM) e a tabela dos pré-requisitos indispensáveis para as várias especialidades militares. ARTIGO 3 (Revogaçã.o) É revogado O Decreto n." 30/98, de I de Julho. ARTI(',() 4. , t (Enlrada em vigor) O presente Decreto entra imediatamente em. vigor. Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 2 de Março de 2010 .: Publique-se. O Primeiro-Ministro, Aires Bonifácio Baptista A/í. Regulamento da Lei do Serviço Militar' CAPiTULO I Disposições gerais ARTIGO 1 ObJocto O presente Regulamento estabelece as normas que regem o recrutamento para o serviço militar, o adiamento, as isenções' e os mecanismos de ligação funcional entre todos os órgãos, civis e militares. intervenientes no processo. ARllG02 Âmbito. O presente Regulamento aplica-se a. todos os cidadãos' em .idade militar e ·aos órgãos intervenientes no processo de recrutamento militar.

Número 15 BOLETIMDAREPUBLICA

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Page 1: Número 15 BOLETIMDAREPUBLICA

Quinta-feira, 15 de Abril de 2010 I SÉRIE - Número 15

,BOLETIM DA REPUBLICA

PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

SUPLEMENTOIMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P.

A V I S O

A matéria a publicar no "Boletim da República»deve ser remetida em cópia devidamente autenticada,uma por cada assunto. donde conste. além das indi-cações necessárias para esse efeito, o averbamentoseguinte. assinado e autenticado: Para publicação no••Boletim da República». .

••••••••••••••••••••••••••••••••SUMÁRIO

Conselho de Ministros:

Decreto n:712010:

Aprovao Regulamentoda Leido ServiçoMilitare revogao Decreton." 30198. de I de Julho.

Decreto n."·8I2010:

Aprova o Regulamento da Lei do Serviço Cívico.

Decreto n," 9/2010:

Aprova o Estatuto Orgânico da Autoridade Tributária deMoçambique e revoga o Decreto n." 29/2006.deJO de Agosto .

••••••••••••••••••••••••••••••••CONSELHO DE MINISTROS

Decreto n." 7/201 O

de 15 de Abril

Havendo necessidade de regulamentar a Lei n." 3212009,de 25 de Novembro, por força do seu artigo 44 e, ao abrigo daalínea a) do n.· 2 do artigo 204 da Constituição da República, oConselho de Ministros decreta:'

ARTIGO I

(Aprovação e âmbito de aplicação)

É aprovado o Regulamento da Lei do Serviço Militar,anf?;<'oao presente Decreto, o qual é parte integrante e que regeas operações de recrutamento militar eos demais actos delesdecorrentes.

ARTIGO 2(Diplomas complementares)

Compete ao Ministro que superintende a área de DefesaNacional aprovar por diploma ministerial: .

ar A labela que define os perfis psico-físicos para a. prestação do- serviço militar;

b) Os modelos da Ficha Individual de RecenseamentoMilitar (FIRM), da Cédula Militar e do Cartão deIdentificação Militar;

c) Os critérios de atribuição do Número dé IdentificaçãoMilitar (NIM) e a tabela dos pré-requisitosindispensáveis para as várias especialidades militares.

ARTIGO 3

(Revogaçã.o)

É revogado O Decreto n." 30/98, de I de Julho.

ARTI(',() 4 .

,t

(Enlrada em vigor)

O presente Decreto entra imediatamente em. vigor.Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 2 de Março

de 2010 .:Publique-se.O Primeiro-Ministro, Aires Bonifácio Baptista A/í.

Regulamento da Lei do Serviço Militar'

CAPiTULO I

Disposições geraisARTIGO 1

ObJocto

O presente Regulamento estabelece as normas que regem orecrutamento para o serviço militar, o adiamento, as isenções' eos mecanismos de ligação funcional entre todos os órgãos, civise militares. intervenientes no processo.

ARllG02

Âmbito.

O presente Regulamento aplica-se a. todos os cidadãos'em .idade militar e ·aos órgãos intervenientes no processode recrutamento militar.

Page 2: Número 15 BOLETIMDAREPUBLICA

100~(2) ISÉR1E NÚMERO 15

Artigo 3

Definições

Para efeitos do disposto .no presente Regulamento,entende-se por:

a) Adiado - cidadão a quem foi concedido adiamento daprestação das provas de classificação e selecçãoou da incorporação; .

b) Alistamento - atribuição nominal dos recrutas a cada. ramo das Forças Armadas ou à reserva territorial;

c) Caderno de Recenseamento - registo dos cidadãosrecenseados por ordem "alfabética de nome, por anode nascimento, distrito e localidade de recensea~mente, efectuado por cada Centro Provincial deRecrutamento e Mobilização (CPRM);

d) Cédula Militar- documento que se destina a identificarmilitarmente o cidadão durante o tempo em que semantém 'sujeito às obrigações militares;

e) Ciclo de Classificação - período de 12 meses ao longodo qual decorrem as provas de .dassificação eselecção de cada contingente anual a classificar:

fJ Classificação e selecção -é a operação do recrutamento. geral que tem por finalidade determinar as aptidões

psico-físicas dos cidadãos recenseados, para efeitosde prestação do serviço militar;

g) Classe de Mobilização - conjunto de cidadãosna situação de reserva de disponibilidadeelicenciamento que terminaram o Serviço EfectivoNormal (SEN) no mesmo ano civil, do qual tomama designação;

h) Classe de Reserva Territorial - conjunto de cidadãosde cada contingente anual que, não tendo cumprido

. o serviço efectivo. se mantém sujeitos às obrigaçõesmilitares e que tomam a 'designação do ano em quecompletam 20 anos de-idade:

i) Compelido - cidadão que não se apresenta às provasde classificação e selecção;

j) Conscrito - cidadão sujeito ao cumprimentodas obrigações militares;

k) Contingente Anual- conjunto de cidadãos recenseadosmilitarmente em cadaano civil;

I) Contingente Anual Classificado - conjunto de cidadãosque terminam as provas de classificação e selecçãoem cada ciclo de' classificação:

m) Contingente Anual Incorporado - conjunto de recrutasque são incorporados em cada ano cívíl:

n) Disponibilidade - é a classe de reserva no período de 6(seis) anos subsequentes aos 2 (dois) do cumprimentodo serviço efectivo normal;

o) Distribuição - atribuição quantitativa e qualitativa dosrecrutas a cada ramo das Forças Armadas;

p) Excedentário.- recrutas de cada contingente anualclassificado que excedem as necessidades depessoal a incorporar e que, por essa razão. sãoalistados na reserva territorial;

q) Faltoso - cidadão que não se apresenta aorecenseamento militar;

r) Ficha Individual de Recenseamento Militar (FIRM)- documento' com dados pessoais de interesse militar,preenchido pelo próprio ou seu representante legal;

s) Junta de Classificação e Selecção - órgão declassificação e selecção militar cujo objectivo é apurara aptidão psico-física dos mancebos para ocumprimento do serviço militar;

t} Licenciamento - é a classe de reserva seguinte àdisponibilidade que termina em 31 de Dezembro doano em que o cidadão completa 35 anos de idade;

u) Mancebo - cidadão recenseado ainda não sujeito àsprovas de classificação e selecção;

v) Número de Identificação Militar (NIM) - número decódigo que identifica cada cidadão sujeito àsobrigações militares durante todo o tempo em quedecorre essa sujeição;

w) Omisso ao Recenseamento - cidadão cujo nome não.consta da lista de assentos de nascimento enviada aoCentro Provincial de Recrutamento e Mobilização(CPRM) competente pelo órgão do registo civil ondeconsta o respectivo assento de nascimento:

x) Recenseamento militar- é a operação do recrutamentogeral que tem por finalidade obter a informação detodos os cidadãos que atingem, em cada ano, a' idadedo início das obrigações militares;

.'I) Recruta - cidadão classificado de apto. designação quemantém até à inc or pnraç ão ou, não send-oincorporado, até ao alistamento na reserva territorial;

:;:.) Recrutamento Militar - conjunto de operaçõesnecessárias à obtenção de meios humanos paraingresso nas Forças Armadas de Defesa deMoçambique;

aa) Refractãrio - Recruta que não se apresenta para a. prestação. do serviço efectivo normal na,unidade ou

estabelecimento militar do Ramo das Forças Armadaspara que foi destinado, na data fixada;

bb) Reser-va de Incorporação - conjunto de recrutasatribuídos aos ramos, para além dos quantitativos aincorporar. destinado a suprir eventuais quebras ounecessidades adicionais de pessoal a incorporar;

cc) Turno de Incorporação -conjuntode recrutas de umramo incorporados simultaneamente; ~'

dd) Voluntário - cidadão, com pelo menos 18 anos deidade. que. por opção própria. se vincula à prestaçãode serviço militar.

ARTIGO 4

Obrigações militares

Todos os cidadãos de nacionalidade moçambicana estãosujeitos ao serviço militar e ao .cumprirnento das obrigaçõesdele decorrentes, desde o dia 1 de Janeiro do ano em quecompletam 18 anos de idade até 31 de Dezembro do ano em queperfazem 35 anos de idade.

CAPÍTULO II

Recrutamento militarSECÇÃO I

Disposições gerais

ARTIGO 5

Modalidádes do recrutamento militar

o recrutamento militar compreende as seguintesmodalidades:

a) Recrutamento geral. para a prestação de serviçoefectivo normal pelos cidadãos conscritos ao serviçomilitar;

b] Recrutamento especial, para a prestação de serviçoefectivo nos quadros permanentes e em regime devoluntariado; .

c) Recrutamento excepcional. para prestação de serviçoefectivo decorrente de convocação ou mobilização.

Page 3: Número 15 BOLETIMDAREPUBLICA

15 DE ABRIL DE 2010 100-(3)

ARTIGO 10SECÇÃO II

Recrutamento geral

ARTIGO 6

Operações do recrutamento geral

O recrutamento geral compreende as seguintes operações:

a) Recenseamento 'Militar:b) Classificação e Selecção;c) Distribuição e Alistamento.

ARTIGO 7

Recenseamento militar

L O recenseamento militar é feito. em princípio •.com basenos assentos de nascimento, sendo actualizado ecomplementado através das FIRM, a preencher pelos cidadãosou pelos seus representantes legais no acto do recenseamento.

2. O recenseamento militar realiza-se, anualmente, duranteos meses de Janeiro a Fevereiro.

AJúlGo8

Divulgação pública

1. A obrigatoriedade de apresentação dos cidadãos aorecenseamento militar é divulgada através de:

a) Editais <;t afixar durante o último trimestre de cada anonos Centros Provinc ia is de Recrutamento eMobilização. Sedes dos Governos Distritais, PostosAdministrativos, Conselhos Municipais. Estabeleci-mentos de Ensino e Missões Diplomáticas eConsulares~' .

b) Avisos a publicar em órgãos de comunicação social deâmbito nacional. regional e provincial nos meses deDezembro, Janeiro e Fevereiro.

2. A divulgação nos órgãos e serviços da administraçãopública local deve ser feita até ao último nível da divisãoadministrativa. -designadamente. localidades e povoações.

ARTIGO 9

Apresentação ao recenseamento'

l. Durante os meses de Janeiro e Fevereiro do ano em quecompleta 18 anos de idade, todo o cidadão, por si ou através do-seu representante legal. deve apresentar-se nas Sedes dosGovernos Distritais. Conselhos Municipais, PostosAdministrativos ou missões diplomáticas ou consularesda áreada sua residência, ou ainda nos locais previamente indicadosnos editais e avisos referidos no artigo anterior. para efectuar orecenseamentomilitar. .•

2, No acto de apresentação ao recenseamento militar', ocidadão deve ser portador de documento de identificação e .dadeclaração de residência emitida pela estrutura administrativada área da residência.

3. Quando a apresentação ao recenseamento é efectuada porrepresentante legal, este deve ser portador da sua identificaçãoe dos documentos referidos no número anterior.

4. O cidadão. por si ou através do 'seu representante legal,pode, no, acto do recenseamento, manifestar a sua opção pelaincorporação em ano diferente da que lhe r esu ltaria.normalmente, dentro dos-limites dos 18 aos 22 anos de idade',

5. Ao cidadão recenseado é entregue um recibo comprovativodo recenseamento militar.

Não apresentação ao recenseamento militar

1. O cidadão que não se apresente ao recenseamento militarno período previsto no artigo anterior, deve regularizar a suasituação militar no Centro Provincial de Recrutamento eMobilização (CPRM) a que pertence ou na missão diplomáticaou consular da área de residência- até 30 dias a contar da datalimite do recenseamento,'

2. Os cidadãos considerados faltosos são convocados para asprovas de classificação e selecção na época própria e integradosno contingente anual a que pertencem.

ARTIGO II

Ficheiro informático e atribuição de NIM

1. O ficheiro informático, anual de todos os cidadãos arecensear é constituído pelo Ministério da Defesa Nacional: combase nas FIRM.

2. Á cada cidadão constante do ficheiro referido no númeroanterior é. de forma aleatória. atribuído um número deIdentificação Mili·tár (NIM).

ARTIGO 12

Cédula militar

\. Acédula militar destina-se:a) Identificar militarmente o cidadão durante o tempo-em

que -se mantém sujeito a obrigações militares, semprejuízo do disposto no n." 3 do presente artigo:

b) Averbar os elementos 'relativos à situação militar docidadão, desde o recenseamento até ao final dasobrigações militares; ,

c) Conter a menção dos demais elementos deinforinaçãorelativos ao cumprimento das obrigações militarespelo cidadão.

2. A cédula militaré 'levantadapelo cidadão nas Sedes doj;Governos Distritais" Conselhos Municipais, Postok'Administrativos, Missões Diplomáticas ou Consulares da áreada sua residência, a partir de Ide Janeiro do ano em que completa'19 anos de. idade, ou no ·CPRM a que pertence, a partir do mêsde Maio desse ano, contra a entrega do recibo de recenseamento.

3. A cédula militar é substituída pelo cartão de identificaçãomilitar após a incorporação, devendo por esse motivo serrecolhida pela unidade militar no acto da incorporação parainclusão no processo individual do militar, sendo devolvida nodia da passagem à disponibilidade, contra a entrega do cartãode identificação militar.

ARTIGO 13

Classificação e seJecção

1. Os cidadãos recenseados são submetidos às provas declassificação e selecção com O objectivo de avaliar o seu graude aptidão psico-física para efeitos de prestação do serviçomilitar e agrupar os aptos em famílias de especialidades e classes,de acordo .com as suas aptidões físicas. psíquicas, técnicas.'profissionais e habilitações literárias, tendo em vista a sua futuradistribuição pelos diferentes Ramos das Forças Armadas de ..Defesa de Moçambique.

2. As pro-vas referidas no número anterior abrangem:a) Inspecções médicas; feitas preferencialmente por'

pessoal médico militar;b) Testes psicotécnicos, a realizar por psicólogos ou mitro

pessoal especializado;c) Entrevista de selecção 'ou orientação. a realizar por

oficiais orientadores;

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100-(4) I SÉRIE - NOMERO 15

ARTIGO 16d) Exames complementares de diagnóstico. que se revelemnecessários para a avaliação da capacidade psico--física dos cidadãos;

e) Provas 'complementares de selecção, realizadas com acolaboração dos serviços de pessoal do ramointeressado. tendo em vista o alistamento de recrutascom destino às especialidades específicas desse ramo.

3. Da realização das provas previstas no número anterior éat~!buído ao mancebo uma das seguintes classificações:

a) Apto, se satisfaz o perfil psico-físico necessário para aprestação do serviço militar;

b) Inapto: se não satisfaz o perfil psico-físico requeridopara a prestação do serviço militar.

4. O cidadão que não satisfaça de imediato o perfil psico--físico requerido. mas revela possibilidade de evoluçãosusceptível de o 'atingir. fica na' situação de"A AguardarClassificação", pelo que lhe será marcada nova data para arealização das provas de classificação e selecção.

ARTIGO 14Critérios

r, As classificações referidas no n." 3 do artigo anterior sãodeterminadas com base na aplicação da tabela 'de perfis psico--físicos e de.inaptidões e manual de requisitos de especialidadesdas Forças Armadas de Defesa de Moçambique para uso pelasJuntas de Classificação e Selecção.

2. A selecção dos cidadãos classificados de aptos é efectuadasegundo critérios estabelecidos pelo 'Ministério da DefesaNacional, de acordo com as propostas apresentadas pelas ForçasArmadas.

3. As condições de acesso dos cidadãos classificados de aptosaos cursos de formação para as diferentes classes de pessoal sãoestabelecidas por despacho do Ministro da Defesa Nacional;mediante proposta do Chefe do Estado-Maior General das ForçasArmadas.

ARTIGO 15

Contingente anual a classificar

'1. Os cidadãos recenseados são submetidos às provas declassificação e selecção, normalmente, no ano em que completam19 anos de idade.

2. As provas referidas no número anterior são realizadas nosmeses de Maio, Junho, Julho e Agosto. . -

3. São submetidos às provas de classificação e selecção, forado ciclo normal de classificação, os cidadãos:

a) Autorizados a antecipar o ano norma! da incorporação;b) Recenseados posteriormente à época normal por motivos

de omissão:c) Nasituação de "A Aguardar Classificação";d) Que tenham perdido o direito ao regime de adiamento

de obrigações militares ou dele desistido; .e). Que frequentem o último ano do curso superior ou

equiparado e tenham vindo a beneficiar do regime deadiamento;

f) Que frequentem o último ano de curso de formação~ profissional, curso geral ou curso técnico-médio

profissional e tenham vindo à beneficiar .do regimede adiamento;

g) Que tenham deixado a situação de exclusão temporáriada prestação do serviço militar antes de 31 deDezembro do ano em que completam 28 anos deidade.

Convocação para as pro~as de classificação e selecção

1. A convocação para as provas de classificação e selecção éfeita com uma antecedência mínima de 45 dias, através-de editaisafixados nas sedes dos Governos Distritais, ConselhosMunicipais, Posto Administrativo e demais órgãos e serviçosda Administração Pública.

2. Os cidadãos a quem foi cancelado ou não foi concedidoadiamento das provas constam de edital adicional, a afixar noslocais referidos no número anterior na primeira semana do mêsde Maio do ano em que cessouo adiamento.

3. Dos editais convocatórias para a~ provas constam a data,hora e local onde os cidadãos se devem apresentar, bem como asindicações relativas ao levantamento das requisições detransporte.

4. Os editais são enviados, durante o mês de Março. atravésdos CPRM às Administrações Distritais, Conselhos Municipaise Postos Administrativos.

5. Em casos especiais, a convocação pode ser entreguepessoalmente ao cidadão pelo CPRM.

ARTIGO 17

Apresentação _àsprovas de classIficação e selecção

1. O cidadão apresenta-se no local indicado para a prestaçãodas provas de classificação e selecção munido de documento deidentificação: e da cédula militar. bem como de certificado dehabilitações académicas e profissionais ou.de outrosdocumentos que possam contribuir para uma adequada .classificação e selecção.

2. O cidadão que, nos termos da Lei do Serviço Militar,pretenda ter prioridade para alistamento na reserva terptorialdeve ser portador de certidão comprovativa do seu estadó civil,se for casado, e declarar. sob cornprornisso.de honra, os encargosde família. os quais deve comprovar com documento emitidopela estrutura administrativa do local de residência.

3. Em -caso de ocorrência de factos supervenientes, ocertificado de habilitações académicas e profissionais e osdocumentos referidos no n." 1devem ser apresentados no CPRMa que pertence até 15 de Novembro do ano anterior ao daincorporação.

ARTIGO 18

Preferência' do cidadão

1.Os cidadãos considerados aptospódern manifestar às Juntasde Classificação e Selecção a sua preferência relativamente ao .ramo e especialidade em que desejam cumprir o serviço militar,através do preenchimento de impresso próprio.

2. As preferências manifestadas são tidas em conta naelaboração das listas, sempre que delas não resultem prejuízos: __para _as necessidades das Forças Armadas e desde que osresultados da classificação e selecção o permita~.

ARTIGO 19Não apresentação às provas de classltlcaçãoe selecção

1. O cidadão que não se apresente às provas: de classificaçãoe selecção para que foi convocado e não justifique a faltacometida no prazo de 30 dias ou .se recuse a realizar algumasdaquelas provas é considerado compelido.

2. O cidadão considerado compelido é convocado novamentepara 'a prestação de provas de classificação e selecção e integradono contingente anual seguinte, cumprindo todo o serviçoefectivo normal caso seja classificado de apto.

Page 5: Número 15 BOLETIMDAREPUBLICA

15 DEABRILDE2IJIIJ 100--(5}

3. Os cidadãos considerados compelidos não podembeneficiar de qualquer antecipação da passagem àdisponibilidade. nem serem considerados excedentários ouusufruírem do disposto no artigo j 7 do presente Regulamento.

4. A justificação da falta ti que se refere () n." 1deve ser requeridaao Ministro da Defesa Nacional. através do CPRM, devendo orequerente apresentar prova do motivo justificativo invocado.

5. Justificam a falta:a) Doença grave ou acidente que tenha impossibilitado a

apresentação:b) Doença grave ou acidente de parente da linha recta do

1.° grau. quando a assistênci-a do requerente sejaindispensável;

c) Falecimento de cônjuge, pai. mãe, filho ou irmão nopróprio dia ou num dos 9 dias anteriores ao dia dafalta;

d) Casamento do convocado no próprio dia ou numdos 9 dias anteriores ao dia da falta;

e) Cumprimento de pena de prisão;j) Realização de exume. em estabelecimentos de ensino

no dia fixado para a realização da-sprovas.6. Face à justificação e independentemente do despacho qu~

o requerimento venha a merecer, o cidadão é. de imediato.convocado para prestação de provas de classificação.e selecção.

7. No prazo máximo de 15 dias deve ser dado conhecimentoao cidadão do despacho que recaiu sobre o requerimentoapresentado.

ARTIGO 20Recurso da classificação atribuída

1. Os cidadãos podem interpor recurso hierárquico para oMinistro da Defesa Nacional da classificação atribuída pela Juntade Classificação e Selecção.

2. O recurso. .devidarnente fundamentado, é apresentado naJunta de Classiflcação e Selecção onde o "recorrente foiclassificado no prazo máximo de 5 dias úteis.

3. O presidente da Junta de Classificação e Selecção informao recurso e remete o processo ao Ministro da Defesa Nacional.com conhecimento do CPRM a que o cidadão pertence, no prazomáximo de 5 dias úteis.

·4. O Ministro da DefesaNacional deve decidir sobre o recursoda realização de novos exames, para a qual o recorrente deve serconvocado pessoalmente.

ARTIGo21Distribuição

Com base no quantitativo de pessoal a incorporar nas ForçasArmadas. fixado pelo Conselho de Ministros, o Ministro quesuperintende a área de Defesa Nacional aprova o plano dedistribuição anual.

ARTIGO 22Alistamento

l. O resultado do alistamento é publicado nos editais deincorporação. .

2. O alistamento é efectuado pelo Ministério da- DefesaNacional. tendo em conta os critérios definidos nos termos daLei do Serviço Militar (LSM1, para a determinação dos recrutasque passam à reserva territorial, as especialidades para que foramseleccionados, os graus de aptidão revelados. os NIM atribuídose as preferências manifestadas.

3. Os recrutas excedentários são alistados na reserva territorial. depois de preenchidos os quantitativos a incorporar, podendo,

no entanto, cumprir o serviço efectivo normal, a seu pedido.4. Os quantitativos a atribuir aos ramos podem ser acrescidos

de uma reserva de incorporação destinada a suprir eventuaisquebras ou necessidades adicionais de pessoal a incorporar.

5. Os recrutas inscritos na reserva de incorporação que não"

tenham sido incorporados, são alistados na reserva territorialapós a incorporação do último turno do contingente anual aque pertencem.

SEC<;'AO III

Recrutamento especialSUBSECÇÃO I

Disposições comunsAR·I1GO 23

Efectivação 'de recrutamento

O recrutamento especial é efectuado pelas Forças Armadasde Defesa de Moçambique. de acordo com regulamentaçãoprópria.

ARTIGO 24

Condições de admissão

1. O recrutamento especial. com vista à prestação do serviçoefectivo nos quadros permanentes ou em regime de voluntariado,aplica-se aos cidadãos que, por decisão própria, se proponhamprestar serviço naquelas formas de prestação de serviço, nascondições estabelecidas na Lei do Serviço Militar.

2. Constituem condições gerais-de admissão:

a) Ter pelo menos 18 anos de idade;b) Ter aptidão psico- física adequada à forma de prestação

de serviço efectivo a que se destina; .c) Ter bom comportamento moral e cívico;d) Ter a situação militar regularizada.

3. As condições especiais de admissão são definidas emdiplomas próprios.

ARTIGO 25

Selecção de candidates \!1. A selecção dos candidatos destinados ao serviço efectivo

nos quadros permanentes ou em regime de voluntariado,obedece às condições gerais definidas no artigo anterior e a·condições especiais, as quais são estabelecidas. de acordo comas especificidades de cada ramo, tendo em conta as formas deprestação de serviço a que se destinam.

2. A selecção para est.•s formas de prestação de serviço podeser efectuada por concurso, o qual engloba, em regra, provas deaptidão física e psico-técnica, provas de natureza cultural e deconhecimentos técnico-profissionais, inspecções médicas,estágios de adaptação ou participação em actividades de naturezamilitar.

ARTIGO 26

Can.dldatura de .mllltares em serviço efectivo normal

O~ militares em serviço efectivo normal podem candidatar--se à prestação-de serviço efectivo nos quadros permanentes ouem regime de voluntariado. segundo as condições de_admissãoprevistas no Estatuto dos Militares das Forças Armadas-de Defesi-~---·-de Moçambique.

SUBSECÇÃO II

Quadros permanentes

ARTIGO 27

Ingresso nos quadros permanentes

1. Os cidadãos seleccionados para ingresso nos quadrospermanentes frequentam. normalmente, um curso de' formaçãoou estágio técnico-militar, cuja aprovação constitui condiçãode ingresso no respectivo quadro.

Page 6: Número 15 BOLETIMDAREPUBLICA

100-(2)-----------------~~--

I SÉRIE NÚMERO 15

Artigo 3

Definições

Para efeitos do disposto .no presente Regulamento,entende-se por:

a) Adiado - cidadão a quem foi concedido adiamento daprestação das provas de classificação e selecçãoou da incorporação;

b) Alistamento - atribuição nominal dos recrutas a cada. ramo das Forças Armadas ou à reserva territorial;

c) Caderno de Recenseamento - registo dos cidadãosrecenseados por ordem 'alfabética de nome, por anode nascimento, distrito e localidade de recensea-mento, efectuado por cada Centro Provincial deRecrutamento e Mobilização (CPRM);

d) Cédula Militar-documento que sedestina a identificar-rnilitarmentec cidadão durante o tempo em que semantém 'sujeito às obrigações militares;

e) Ciclo de Classificação - período de 12 meses ao longodo qual decorrem as provas de .c1assificação eselecção de cada contingente anual a classificar:

f) Classificação e selecção - é a operação do recrutamentogeral que tem por finalidade determinar as aptidõespsico- físicas dos cidadãos recenseados, para efeitosde prestação do serviço militar;

g) Classe de Mobilização - conjunto de cidadãosna situação de reserva de disponibilidadee.Iicenciarnento que terminaram o Serviço EfectivoNormal (SEN) no mesmo ano civil, do qual tomama designação; .

h) Classe de Reserva Territorial - conjunto de cidadãosde cada contingente anual que, não tendo cumprido

. o serviço efectivo, se mantém 'sujeitos às obrigaçõesmilitares e 'que tomam a "designação do ano em quecompletam 20 anos de-idade;

i) Compelido - cidadão que não se apresenta às provasde classificação e selecção;

j) Conscrito - cidadão sujeito ao cumprimentodas obrigações militares;

k) Contingente AnÍJal- conjunto de cidadãos recenseadosmilitarmente em cadaano civil;

I) Contingente Anual Classificado - conjunto de cidadãosque terminam as provas de classificação e selecçãoem cada cicia de"classificação: ,

m) Contingente Anual Incorporado - conjunto de recrutasque são incorporados em cada ano civil:

n) Disponibilidade - é a classe de reserva no período de 6(seis) anos subsequentes aos 2 (dois) do cumprimento'do serviço efectivo normal;

o) Distribuição - atribuição quantitativa e qualitativa dosrecrutas a cada ramo das Forças Armadas;

p) Excedentário.- recrutas de cada contingente anualclassificado que excedem as necessidades depessoal a incorporar e que, por essa razão, são.alistados na reserva territorial;

q) Faltoso - cidadão que não se apresenta aorecenseamento militar;

r) Ficha Individual de Recenseamento Militar (FIRM)-docum'ento-com dados pessoais dé interesse militar,preenchido pelo próprio ou seu representante legal;

s) Junta de Classificação e Selecção - órgão declassificação e selecção militar cujo objectivo é apurara aptidão psico-física dos mancebos para ocumprimento do serviço militar;

t) Licenciamento - é a classe de reserva seguinte àdisponibilidade que termina em 31 de Dezembro doano em que o cidadão completa 35 anos de idade;

u) Mancebo - cidadão recenseado ainda não sujeito àsprovas de classificação e selecção;

v) Número de Identificação Militar (NIM) - número decódigo que identifica cada cidadão sujeito às

.obrigações militares durante todo o tempo em quedecorre essa sujeição;

w) Omisso ao Recenseamento - cidadão cujo nome nãoconsta da lista de assentos de nascimento enviada aoCentro Provincial de Recrutamento e Mobilização(CPRM) competente pelo órgão' do registo civil onde

" consta o respectivo assento de nascimento;x) Recenseamento militar -, é a operação do recrutamento

geral que tem por finalidade obter a informação detodos os cidadãos que atingem, em cada ano. a idadedo início das obrigações militares;

.'I) Recruta - cidadão classificado de apto. designação quemantém até à incbrporaç ão ou. não sendoincorporado. até ao alistamento na reserva territorial;

:) Recrutamento Militar - conjunto de operaçõesnecessárias à obtenção de meios humanos paraingresso nas Forças Armadas de Defesa deMoçambique;

aa) ·Refractário - Recruta que não se apresenta para a. prestação.do serviço efectivo norinal na .unid~de ou

estabelecimento militar do Ramo das Forças Armadaspara que foi destinado, na data fixada;

bb) Reserva de Incorporação - conjunto de recrutasatribuídos aos ramos, para além dos quantitativos aincorporar. destinado a suprir eventuais quebras ounecessidades adicionais de pessoal- a incorporar;

cc)Turno de Incorporação --conjunto 'de recrutas de um, ramo incorporados simultaneamente; \:

dd) Voluntário - cidadão, com pelo menos 18 anos deidade. que, por opção própria. se vincula à prestaçãode serviço militar.

ARTIc.o4

Obrigações militares

Todos os cidadãos de nacionalidade moçambicana estãosujeitos ao serviço militar e ao .curnprimento das obrigaçõesdele decorrentes, desde o dia I de Janeiro do ano em quecompletam 18 anos de idade até 31 de Dezembro do ano em queperfazem 35 anos deidade.

CAPITULO II

Recrutamento militarSECÇÃO I

Disposições gerais

ARTIGO 5

Modalidildes do recrutamento militar

O' recrutamento militar compreende as seguintesmodalidades: .

a) Recrutamento geral, para a prestação de serviçoefectivo normal pelos cidadãos conscritos ao serviçomilitar;

b} Recrutamento especial, para a prestação de serviçoefectivo nos quadros permanentes e em regime devoluntariado; .

c) Recrutamento excepcional, para prestação de serviçoefectivo decorrente de convocação ou mobilização.

Page 7: Número 15 BOLETIMDAREPUBLICA

100-(6)I SÉRIE - NÚMERO 15

2. Os militares que frequentam os cursos ou estágios referidosno número anterior são CG!';'-IG'::' ados militares alunos. ficando,com as adaptações decorrentes da sua condição de alunos,constantes de legislação própria, sujeitos aos respectivosregulamentos escolares e ao regime geral de deveres e,direitosrespeitantes aos militares da forma de prestação de serviço a quese destinam.

J. O ingresso nos quadros permanentes. a prestação de serviçoe o desenvolvimento das carreiras dos oficiais, sargentos e praçassão regulados por disposições est~tut~rias próprias.

ARTIGO 28

Regresso à sttuaçâc anterior

I. Os cidadãos que não tenham sido admitidos à frequênciade cursos para ingresso nos quadros permanentes ou que nãoobtenham aproveitamento nos referidos cursos regressam àsituação anterior. para efeitos de cumprimento das obrigaçõesmilitares.

2.' Os cidadãos que concluam com aproveitamento cursos deformação para ingresso nos quadros permanentes sãoconsiderados corno tendo cumprido o serviço efectivo normal.se o período de tempo em que frequentaram o curso for igualousuperior ao período fixado para a duração do serviço efectivonormal.

SUBSECÇÃO III

Regime de voluntariado

ARTIGO 29

Ingresso no regime de voluntariado

L Ó serviço efectivo em regime de voluntariado destina-seao prolongamento do período nas fileiras dos militares em serviçoefectivo -normal. por-um período mínimo de 2 e máximo de 8anos, que desejem manter-se ao serviço com vista à satisfaçãodas necessidades das Forças Armadas de Defesa de Moçambiqueou ao seu eventual recrutamento para os quadros permanentes.

2. O regime de voluntariado é regulado por disposições doEstatuto dos Militares das Forças Armadas de Defesa deMoçambique.,

ARTIGO 30

Cumprimento do tempo de servíçc

Os cidadãos que, no acto de admissão, se vinculemâ prestaçãode serviço efectivo em" regime de voluntariado obrigam-se acumprir as normas estatutárias aplicáveis e a duração de serviçolegalmente fixada.

ARTIGo31

Passagem -à disponibilidade

i. Os militares em regime de voluntariado passam àdisponibilidade findo o período de tempo a que se vincularam,salvo se for autorizada a sua prorrogação até ao limite máximofixado na lei ou-se ingressarem nos quadros permanentes.

2. Exceptuam-se ao fixado no número anterior os militaresque se encontrem c.om baixa hospitalar no momento em quedevam passar à disponibilidade, de acordo com disposiçõesreguladas no. Estatuto dos Militares.

SECÇÃO IV

Recrutam~ntoexcepcional

ARTIGO 32

Modalidades no recrutamento excepcional

1. Os cidadãos nas situações de reserva de disponibilidade e .'licenciamento e de reserva territorial podem, excepcionalmente.ser chamados a cumprir serviço efectivo nas seguintesmodalidades:

(/) Convocação:b) Mobilização.

2. A convocação abrange os cidadãos na suuação dedisponibilidade.

3.· A mobilização abrange. os cidadãos nas situações dedisponibilidade e de tropas licenciadas, bem como os do GrupoA da reserva territorial.

CAPÍTULO ltI

Órgãos intervenientes no processo de recrutamentomilitar e suas competências

ARllGo33

Órgãos

i. Os Órgãos intervenientes no processo de recrutamentomilitar são os seguintes:

al O Ministéri.o da Defesa Nacional;b)Os Centros Provinciais de Recrutamento e Mobilização

e respectivas Delegações de Serviços. quandoaplicável;

c) As conservatórias e delegações do registo civil. ecrimi"~at: ... ' ".' 4i"

d) Administrações Distritais, Postos Administrativos eLocalidades;

e) Os Conselhos Municipais;jJ Os estabelecimentos de' ensino oficialmente reconhe-

cidos;g)- Os estabelecimentos prisionais;iz) -As missões diplomáticas e consulares;i) Os hospitais e centros de saúde.

2._Os restantes 'órgãos e serviços da administração públicadevem apoiar, quando solicitados.ios órgãos derecrutamento ecolaborar em todos os processos das operações de recrutamentomilitar.

ARTIGO 34

Competências

i. Ao Ministérioda Defesa Nacional, compete:a) Elaborar, anualmente. o plano de necessidades dos

cidadãos conscritos para í:1S Forças Armadas;b} Elaborar o plano de distribuição anual, pelos Ramos-

das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, dosrecrutas a incorporar com base nos efectivos fixadospelo Conselho de Ministros e nos critérios gerais dedistribuição aprovados pelo Ministro quesuperintende a área da defesa nacional. medianteproposta do Chefe do Estado-Maior General dasForças Armadas de Defesa de Moçambique;

c) Proceder ao alistamento dos cidadãos nos Ramos dasForças Armadas de Defesa de Moçambique ou "nureserva territorial;

di Programar e coordenar a execução das diversasoperações de recrutamento, tendo em vista' ocumprimento do plano anual de distri~uição:

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15 DE ABRIL DE JOIO 100-(7)

e) Planear a distribuição de impressos a utilizar norecenseamento. pelos órgãos civis intervenientes;

J) Promover •.1 divulgação pública do dever de apresentaçãodos cidadãos ao recenseamento: militar;

g) Processar os dados do rcc rutumcmu geral.nomeadamente:

i. Os cadernos de recenseamento:ii. As relações dos NIM dos cidadãos

recenseados;iii. A relação dos faltosos:iv. As cédulas militares;v. Os editais e convocatórias individuais para as

provas de classificação e selecção e para aincorporação;

vi. As guias de apresentação para a incorporação:vii. "A distribuição do contingente anual pelos

Ramos das Forças Armadas de Defesa deMoçambique.

h) Processar -em termos estatísticos os dados recolhidos. pelas Juntas de Clnssificução e-Selecção, no âmbito

dos' estudos populacionais;i) Receber. das missões diplomáticas ou consulares as FIRM

e os pedidos de adiamento das provas de classificaçãoe selecção; ,

j) Enviar às missões diplomáticas ou consulares, até 31 deDezembro. as cédulas 'm í litares dos cidadãosrecenseados;

k] Enviar às missões diplomáticas O,U consulares os. certificados de adiamento, bem como os avisos e

ou~r()s documentos' referentes às operações derecrutamento;

I) Elaborar e manter actualizados os métodos e técnicas declassificação e selecção bem como aperfeiçoar os 'procedimentos de realização das provas;

m}" Estabelecer e manter a ligação com osórgãos centraiscom intervenção no recenseamento. designadamente,o Ministério da Administração Estatal. Ministério daJustiça, --Ministério .dos Negócios Estrangeiros eCooperação. Ministério de Educação e Ministério daSaúde. '

1, Aos Centros Provinciais de Recrutamento e Mob-ilização e.respectivas Delegações de Serviços.compete:

. a) Estabelecer e manter a ligação COlIl os órgãos civis locaiscom intervenção no recenseamento, nomeadamente,as conservatórias e delegações do registo civil ecriminal. aos Governos Distritais, os Conselhos-.Municipais e os 'Postos Adrninistrativos;

b) Proceder anualmente. até 30 de Setembro, à conferência, do recenseamento militar em colaboração com asconservatórias e delegações do registo civil;cr Remeter aos Governos Distritais. aos ConselhosMunicipais e aos Postos Administrativos, até 31 deDezembro. as cédulas milit are s dos cidadãosrecenseados;

d) Remeter aos Governos Distritais" aos-ConselhosMunicipais e aos Postos Administrativos as guias deapresentação dos corivocados para incorporação;

e) Dar tratamento administrativo às situações deadiamento. dispensa e exclusão temporária, bem comodos omissos, faltosos e compelidos;

JJ' Remeter aos órgãos competentes as participaçõesrespeitantesaos faltosos, compelidos e refractários;

g) Efectuar o registo dos alistados na reserva territorial;h) Manter actualizado o registo da situação militar dos

cidadãos sujeitos a obrigações militares; -i) Promover a distribuição e afixação dos editais, emitir

notificações individuais e avisos relarivos àsoperações de recrutamento;

'J) Remeter às Repartições de Finanças e Governos"Distritais as listas nominais dos cidadãos sujeitos aopagamento da taxa militar.

3, Às Conservatórias e delegações do registo civile criminal;conforme a sua área de actuação, compete:

a) Enviar ao CPRM da sua área, até 30 de Setembro, aslistas nominais de assentos de nascimento. agrupadaspor distritos, localidades ti põr ordem alfabética denome, dos cidadãos que. em cada ano civil.completam 17 anos de idade e dos que. tendo idadesuperior, estejam sujeitos às obrigações militares eainda não tenham sido incluídos em recenseamentosanteriores;

b) .Camun'icar aos respectivos CPRM. a situação doscidadãos que se encontram nas condiçõesde exclusãotemporária da prestação do serviço militar por estaremprocessados ·criminalmente, a cumprirem pena deprisão ou sujeitos a medidas que, pela sua natureza.sejam incompatíveis com a sua presença nas ForçasArmadas:

c) Colaborar com o CPRM da sua área na conferênciaanual do recenseamento,

4. Às Administrações Distritais. Conselhos Municipais ePostos Administrativos compete:

a) Recensear, durante os meses de Janeiro e Fevereiro, oscidadãos residentes na sua área de jurisdição que, emcada ano civil, completam 18 anos de idade; .

_b) Receber dos cidadãos as FIRM, verificar o seu correctopreenchimento em presença de documento deidentificação e entregar o recibo comprovativo dorecenseamento;

c) Entregar aos cidadãos recenseadosa informação escritaa que se refere o artigo 13 da Lei do Serviço Militar;

d) Enviar ao CPRM da área, até 30 de Abril, as FIRMagrupadas por bairros ou localidades de naturaliliadee por ordem alfabética dos nomes: 1,r

e) Entregar aos cidadãos recenseados no ano anterior. apartir de I de Janeiro, a respectiva cédula militarcontra a entrega do recibo-de recenseamento:

JJ Devolver ao CPRM da área, durante a primeira semanado mês de Maio, as cédulas militares que não tenhamsido levantadas respeitantes aos cidadãos recenseadosno ano anterior;

g) Entregar aos mancebos a requisição de transporte parao local de realização das provas de classificação eselecção;

h) Entregar aos recrutas a 'guia de apresentação e arequisição de transporte para o' local de realizaçãodas provas complementares de selecção ou para aunidade militar de incorporação;

i) Distribuir avisos e editais referentes às operações derecrutamento que lhes sejam enviados pelo CPRM.

5. Aos estabelecimentos de ensino oficialmente reconhecidoscompete;

a) Emitir certificados de habilitações académicas, dematrícula e inscrição anua! nos respectivos cursosreferentes aos cidadãos sujeitos ao cumprimento dasobrigações militares;

b) Afixar-os avisos e editais referentes' às operações de. recrutamentoque lhes sejam enviados pelos CPRM.

6. Aos estabelecimentos prisionais compete:a) Preencher as FIRM dos cidadãos reclusos que, em cada

ano civil, completam 18 anos de idade e os demaisque estejam na idade das obrigações militares;

b) Enviar as FIRM, até 30 de Março, aos CPRM da área emque aqueles cidadãos residiam à data da prisã~):

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100 (8) I SÉRIE - NÚMERO 15

c) Comunicar aos CPRM o cumprimento das pena-s deprisão aplicadas pela prática de infracções criminaisprevistas na Lei do Serviço Militar;

d) Enviar aos CPRM, até 30 de Março, a relação nominaldos reclusos sujeitos a obrigações militqres que, ne~se.ano, terminam o cumprimento de penas de prisão.

7. Às missões diplomáticas e consulares compete:a) Recensear, durante os meses de Janeiro e Fevereiro, os

cidadãos residentes na sua área de jurisdição consularque. ern cada ano civil, completam 18 unos-de idade.a efectuar pelos próprios ou pelos seus representanteslegais;

b) Receber dos cidadãos as FIRM. verificar o seu correctopreenchimento em presença de documento deidentificação e entregar o recibo comprovativo dorecenseamento:

c) Entregar aos cidadãos recenseados a informação escritaa que se refere o artigo 13 da Lei do Serviço Militar:

d) Proceder de acordo com o disposto nas alíneas (/) a c)

anteriores nos 30 dias 'seguintes, em relação aosfaltosos. recebendo destes LI justificação da falta;

e) Enviar as FIRM,até 30 de Abril, ao Ministério da DefesaNacional. através dos canais legalmenteestabelecidos;

fl Remeter ao Ministério da Defesa, Nacienal os pedidosde adiamento das provas de classificação e selecção.'acompanhados dos certificados comprovativos daresidência permanente na sua área, .iniciadaanteriormente ao 'ano. em que completaram 18 anosde idade;

g) Entregar aos cidadãos recenseados no ano anterior. apartir de 1 de Janeiro, a respectiva cédula militarcontra a entrega do recibo de recenseamento;

h) Entregar aos cidadãos adiados os certificados deadiamento;

i) Proceder à afixação de avisos e de outros documentosreferentes às operações de recrutamento ..

8. Aos hospitais e centros de saúde compete realizar. quandosolicitados pelas Juntas de Classificação e Selecção. os' examescomplementares de diagnóstico que sere velem necessários paraa avaliação da capacidade psico-física dos cidadãos.

ARTIGO35

Juntas de Classificação e Selecção

I. As Juntas de Classificação e Selecção funcionamjunto decada CPRM e, normalmente, deslocam-se às sedes dasAdministrações Distritais, Postos Administrativos e ConselhosMunicipais para efeitos da realização das provas de classificaçãoe selecção.

2. As Juntas de classificação e selecção referidas no númeroanterior. têm a seguinte composição:

a) Um oficial superior, presidente. com direito a voto dequalidade;

b) Um médico-chefe. preferencialmente militar;c) Um psicólogo;d) Um oficial orientador;e) Um técnico de selecção de pessoal;fi Um secretário, sem direito a voto, exercendo função de

chefia no CPRM a·que a Junta estiver adstrita:g) Outro pessoal especializado, quando julgado

necessário, a nomear pelo Ministro que superintendea área da defesa nacional.

3. Às Juntas de Classificação e Selecção compete:

a) Determinar o grau de aptidão psico-física dos mancebospara efeitos de prestação do serviço militar;

b) Seleccionar os cidadãos considerados aptos para asdiversas especialidades dos ramos das Forças Armadasde Defesa de Moçambique,

c) Deliberar sobre os mancebos que ficam na situação de"A Aguardar Classificação";

d) Deliberar sobre os mancebos que devem ser submetidosaos exames complementares de diagnóstico que serevelem necessários à avaliação das respectivascapacidades psico-f'ísicas:

e) Averbar na cédula militar o resultado das provas declassificuçüo e selecção; .

j) Proclumur Recrutas. os cidadãos classificados ,aptos;s) Enviar ao CPRM a relação dos cidadãos que não se

apresentarum para efectuar as provas de classificaçãoe selecção; .

h) Colaborar. 'dentro das suas disponibilidades. com osorgãos competentes de cada ramo no âmbito dasoperações do recrutamento especial.

ARnG036

Elementos estatísticos

Os elementos estatísticos devidamente codificados recolhidosdurante as operações do recrutamento geral poderão, medianteautorização do Ministro que superintende a área da DefesaNacional. ser facultados a entidades ou organismos oficiais paraa realização de estudos sobre o desenvolvimento demográfico.estado sanitário. nível educacional da população e outros ,quecontribuam para o conhecimento das potencialidades hum~rasdo País. S" •

CAPíTULO IVAdiamento ê dispensa

SECÇÃO IAdiamento por moliv os de estudos

Annoo 37Adiamento das provas de classificação e selecção

1. Podem ser adiadas as provas de classificação e selecção _aos cidadãos que estejam matriculados em estabelecimentos deensino superior ou equiparado,.até completarem o penúltimoano de curso e enquanto comprovarem capacidade de o concluirsem exceder 20+N+ 1 anos de idade. em que N traduz o númerode anos de duração do curso.

2. O adiamento a que se refere o número anterior é concedido:a) Por um período inicial de N-l anos;b) Por períodos anuais após o período inicial.

~. Os cidadãos adiados-nas condições referidas no n...Di-são--submetidos às provas de classificação e selecção no último anoda frequência do curso.

4. O disposto no número anterior não é aplicável aos cidadãosque requeiram novo período de adiamento por necessitarem derealizar estágio ou internato como parte integra-nte da respecti valicenciatura ou bacharelato, em ensino ou profissionalização,para efeitos de exercício pleno da sua profissão. após a conclusãoda licenciatura ou bacharelato.

5. O adiamento referido no número anterior é concedido porum período igual ao da duração do estágio ou internato. nãopodendo em qualquer caso exceder a data de 31 de Dezembrodo ano em que os requerentes completam 28 anos de idade.

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/5DEABR/LDE20/0100 (9)

6. Os cidadãos adiados nas condições do n.1I 4 são submetidosàs provas de classificação e selecção duranteo último ano emque devam concluir o estagio ou internato, de acordo com osplanos de estudos.

7. Os cidadãos que pretendam adiamento devem manifestaressa pretensão no acto de apresentação ao recenseamento,requerendo posteriormente o adiamento até 15 de Novembrodo ano em que completam 18 anos de idade.

8. O requerimento a solicitar o adiamento deve ser dirigidoao Ministro da Defesa Nacional e entregue no CPRM instruídocom os necessários elementos probatórios.

9. A partir do ano em que o cidadão completa 19 anos deidade o requerimento deve ser acompanhado da cédula militarpara averbamento do adiamento pelo respectivo CPRM.

AR-nGO38Adiamento da incorporação

1. Pode ser adiada da incorporação aos recrutas que estejamnuma das seguintes situações:

a) Tenham concluído um curso ministrado' emestabelecimento de ensino médio politécnico e oumatriculado em estabelecimento de ensino superior

,que confira o grau de licenciatura, enquantomantenham a possibilidade de concluir os respectivoscursos sem excederem os 20+N+ 1 anos de idade, sendoN a soma do número-de anos de duração do primeirocurso com o número de anos necessários paracompletar o curso conducente à obtenção do grau delicenciatura; .

b) Não tenham obtido aproveitamento escolar durante afrequência do último ano do curso superior masmantenham a:possibilidade de o concluir sem excederos 2ü+N+ 1 anos de idade.

2. O período de adiamento não pode em caso algum excedera data de 31 de Dezembro do ano em que os" requerentescompletam 28 anos de idade.

3. Os recrutas' que exerçam funções docentes emestabelecimentos de ensino legalmente reconhecidos podemrequerer que a sua incorporação se verifique após a conclusãodo ano escolar.

4. Os recrutas que pretendam adiamento devem:a) Apresentar essa pretensão até 30 de Setembro-do ano

anterior ao da incorporação;b] Comprovar documentalmente até 15 de Novembro de

cada ano a,manutenção' dos pressupostos justificativosdo adiamento.

5. O requerimento a solicitar o adiamento-deve ser dirigidoao Ministro da Defesa 'Nacional e entregue no CPRM a quepertence o recruta, instruído com os necessários elementosprobatórios, '

6. O requerimento deve ser acompanhado da cédula militarpara averbamento do adiamento' pelo respectivo CPRM.

ARTiGO39Adiamento das provasde classificação e selecção

ou da incorporação

1. Podem ser adiadas as provas de classificação e selecção oua incorporação aos cidadãos que se encontrem a frequentar oúltimo ano do 2° ciclo do ensino geral ou curso técnico-médioprofissional, legalmente reconhecido, até 31 de Dezembro doano em que completam 23 anos de idade.. 2. Os cidadãos que pretendam adiamento devem:

a) Apresentar essa pretensão até 30 de Setembro ou até 15de Novembro do ano anterior ao da, realização dasprovas de classificação e selecção ou da incorporação,respecti varnente..

b) Comprovar documentalmente até 15 de Novembro decada ano a manutenção dos pressupostos justificativosdo adiamento.

3'.O requerimento a solicitar o adiamento deve ser dirigidoao Ministro que superintende a área da Defesa Nacional eentregue no CPRM, instruído com os necessários elementosprobatórios.

4. A partir do .ano em que o cidadão completa J 9 anos deidade o requerimento deve ser acompanhado da cédula militarpara averbamento do adiamento pelo respectivo CPRM.

ARTIGO40

Ocmunlcação ao Centro Provincial de Recrutamentoe Mobilização

1. Os cidadãos em regime de adiamento devem comunicarpor escrito ao CPRM. no prazo de 45 dias:

a) Anbtenção de grau ac~démico ou a finalização de curso,estágio, internato ou especialização que estiver nabase do adiamento;

b)·A desistência de acesso a curso superior ou da suafreq_uência, de estágio 00 internato, de curso de'mestrado, de preparação de especialização oudoutoramento;

c) A desistência da frequência de ultimo ano do 2. o ciclo'do ensino geral ou curso técnico-médio profissional;

d) A falta de aproveitamento que, de acordo com asdisposições deste Regulamento, implique a perda dedireito à manutenção-da situação de adiamento.'

2. Em casode incumprimento do disposto no número anterior,os cidadãos, não podem beneficiar de antecipação da passagem.à disponibilidade, nem serem considerados excedentários &usufruírem do disposto no artigo 18 do presente regulamento.

SECÇÃO II

Adiamento por outros motivos

ARTlG041

Residência no estrangeiro

1. A prestação das ·proyas de classificação e selecção 'doscidadãos que tenham residência permanente e contínua noestrangeiro, fixada em data anterior a I de Janeiro do ano emque completam 18 anos de idade, podem ser adiadas até 31deDezembro do ano em que completam 28 anos de idade, data emque passam à reserva territorial.

2. O adiamento referido no número anterior é requerido porperíodos de quatro anos.

3. O requerimento, acompanhado de atestado de residência,deve ser dirigido ao Ministro que superintende a área da DefesaNacional, através da missão diplomática ou consular da suaárea de residência, durante os meses de Janeiro e Fevereiro,devendo o primeiro pedido ser formulado no ano em que ocidadão completa 18 anos de idade.

4. A partir do ano em que o cidadão completa 19 anos deidade, o requerimento a solicitar o adiamento, deve seracompanhado da cédula militar para averbamento do adiamentopelo Ministério da Defesa Nacional.

5. O cidadão que se encontre nas condições do n." 1 perde odireito ao adiamento, se permanecer ':;'/0 território nacional pormais de 90 dias e-m_cada ano civil, salvo se: por motivoextraordinário. for autorizado pelo Ministro da Defesa Nacional.

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100-(10)I SÉRIE -NÚMERO 15

6. Caso se verifique a ultrapassagem do prazo de 90 diasprevistos no número anterior, o cidadão deve apresentar-se noMinistério da Defesa Nacional. a fim de lhe ser marcada a datapara se apresentar às provas de classi ficuçâu e selecção.

7. O cidadão residente no estrangeiro em regime de adiamentodeve, em Janeiro do ano em que completa :29 anos de idade,enviar ao Ministério da Defesa Nacional, através da missãodiplomática ou consular da sua área de residência, a cédulamilitar para averbamento do alistamento na reserva territorial.

ARTIGO 42·

Doença prolongada

1. A prestação das provas de classificação e selecção ou aincorporação de cidadão que sofre de doença previsivelmenteprolongada podem ser adiadas mediante requerimento dirigidoao Ministro que superintende a área da defesa nacional, aapresentar, por si ou por representante. ·no CPRM, até 30 diasantes da data prevista para a realização de qualquer dos actos.

2. O requerimento deve ser acompanhado de atestado médicoou por documento passado pelo competente serviço de saúdeda área de residência do requerente .que comprove o carácterprolongado da doença.

3. Enquanto não estiver clinicamente curado, o cidadão deveapresentar ouenviar ao CPRM; anualmente, atestado ou relatórioclínico.

4. Cessando a situação de doença o cidadão deve apresentar--se no CPRM 'para lhe ser marcada nova data para a prestaçãodas pr.ovas declassificação e selecção ou para.a incorporação.

5. O cidadão será alistado na reserva territorial se não estiverclinicamente curado em 31 de Dezembro do ano em que completa"28 anos de idade.

ARTIGO 43

Estatuto Legal

1. Os cidadãos cujo estatuto legal lhes confira adiamento documprimento de obrigações militares devem comunicar a suasituação ao Ministério que superintende a área da DefesaNacional, através do CPRM: para efeitos de adiamento dasprovas de classificação' e selecção ou da incorporação.

2. Os cidadãos que se encontrem nascondições do númeroanterior devem comunicar ao Ministério da Defesa Nacional.através do CPRM, no prazo de 30 dias, qualquer alteração dasituação que deu origem ao adiamento.

3. Em caso de incumprimento do disposto 110 número anterior,os cidadãos não podem beneficiar de antecipação da passagemà disponibilidade, nem serem considerados excedentários ouusufruírem do disposto no artigo 18 do presente Regulamento.

4. Caso os motivos de adiamento se mantenham até 31 deDezembro do ano em que o cidadão completa 28 anos de idade,é alistado na reserva territorial.

ARTIGO 44

Irmão incorporado

1. O recruta a quem competir o cumprimento do serviçoefectivo normal em simultâneo com irmão a incorporar ou jáincorporado pode. mediante requerimento, ser adiado daincorporação até à data em que o irmão passa à situação dedisponibilidade.

2. O requerimento é dirigido ao Ministro que superintende aárea da defesa nacional, através do CPRM, no prazo de 30diasapós a afixação do edital de incorporação ou notificaçãoconvocatória. ..

SECÇÃO III

Dispensa do cumprimento do serviço militar

ARTICO 45

Dispensa da prestação cio .3.êrviço efectivo norma i

, I. Podem requerer ao Ministro que superintende J área dadefesa nacional a dispensa da prestação do serviço efectivonormal. até.30 dias após a realizw.;ão dasprovas de classificaçãoe selecção:

a) Os filhos ou irmãos de mortos em consequência documprimento de obrigações militares;

b) Os filhos únicos que tenham a seu cargo paisincapacitados por deficiência física ou psíquica;

c) O cidadão que tem a seu exclusivo cargo cônjuge.ascendentes, descendentes, irmão ou sobrinho' commenos de 18 anos de idade ou pessoa que o criou eeducou.

2. O requerimento, instruído documentalmente, é apresentadone>CPRM.

3. No caso de deferimento, o cidadão é alistado na reservarerri toria I.

CAPíTULO V

Serviço efectivo normal

ARnG046

-lncorpcraçãc

1.O acto de apresentação do, recruta para a prestação do SENna. unidade ou estabelecimento militar para que foi destinado,na data fixada, define o momento da incorporação.

2. No acto de apresentação o recruta deve identificar-se comdocumento de identificação, apresentar a cédula militar e fazera ·entrega da guia de apres:ntação.. '. \.r

3. No acto de apresentaçao o recruta deve receber Informaçãosumária, oral ou escrita, sobre o seguinte:

a) Principais aspectos caracterizadores do seu estatuto,designadamente no que respeita a-deveres e direitos;

b) Objecti vos nacionais das Forças Armadas de Defesa deMoçambique;

c) Organização, funcionamento e história da sua unidadede incorporação. .

ARTIGO 47Turnos de incorporação

O número e as datas de infcio dos turnos de incorporação arealizar anualmente são definidos pelo Ministro da .DefesaNacional, mediante proposta do Chefe do Estado-Maior Generaldas Forças Armadas.

ARTIGO 48

Contingente anual a incorporar

O contingente anual a incorporar é constituído pelos recrutasque:

a) Completam 20 anos de idade, com excepção daqueles aquem foi concedido adiamento da incorporação;

b) Tenham sido classificados posteriormente à épocanormal de realização de provas de classificação eselecção;

c) Tenham sido autorizados a antecipar o cumprimentodas obrigações militares;

d) Se encontrem na situação prevista no n." 8 do artigo 52do presente Regulamento;

Page 12: Número 15 BOLETIMDAREPUBLICA

15 DE ABRIL DE 2010100 (I I)

e) Tenham. deixado de- beneficiar de adiamento;f) No acto de recenseamento tenham optado por este ano

de incorporação, posterior ao dos 20 anos de idade.

ARllG049

Convocação para a incorporação

1. A convocação dos recrutas para a incorporação é feita poruma das seguintes formas:

a) Por edital afixado nas Administrações Distritais;Conselhos Municipais, Postos Administrativos e nosórgãos e serviços da Administração Pública local,designadamente. localidades. bairros e povoações.na primeira quinzena do mês de Dezembro;

b) Presencialmente no CPRM, mediante notificação.

2. o, editais devem estar afixados por um período mínimode 2 meses, após o que são arquivados. para consulta pública,

.nos órgãos da Administração Pública local.

ARllGOSO

Edital de incorporação

1. -Os editais de incorporação indicam, para cada recruta, umadas seguintes situações:

a) Incorporação:, b) Reserva territorial.

2. Os editais especificam o ramo das Forças Armadas onde Q

recruta foi alistado, a unidade ou estabelecimento. o turno e adata da incorporação econlêm indicações relativas ao'levantamento da guia de. apresentação e da requisição detransporte. bem corno outras informações de-carácter geral.

3. Os editais -podem, nos termos do n." 4 ao artigo 22. dopresente Regulamento. conter a menção dos recrutas inscritosna reserva de incorporação.

ARTIGOS rGuia de apresentação e requisição de transporte

Os recrutas devem proceder ao levantamento da guia de.apresentação para entrega na unidade ou estabelecimento militara que foram destinados e da respectiva requisição de transporte,nos locais indicados pelos editais de incorporação referidos noartigo anterior.

ARllGbS2

Falta à Incorporação

1. Os recrutas que faltarem à incorporação por motivosextraordinários devem comunicar o motivo. da sua nãocomparência ao CPRM mais próximo da área de residência ou àunidade ou estabelecimento militar para que. estavamconvocados, no prazo de 5 dias, contados a partir da data fixadapara a incorporação, e apresentar-se logo que cessem os motivosreferidos.

2. O recruta que não se apresente à incorporação na unidadeou estabelecimento militar para que foi convocado e nãojustifique a falta cometida no prazo de 30 diús. é consideradorefractário.

3. A justificação -da falta a que se refere o número anterior::leve ser requerida ao CPRM o qual, por sua vez, comunicará àunidade ou estabelecimento militar para que o recruta foi.onvocado, devendo o requerente apresentar prova documentalro motivo justificativo invocado.

4. São motivos justificativos da falta os constantes no n." 5do artigo 19 do presente Regulamento.

,'5. No prazo máximo de 30 dias deve ser dado conhecimento10 requerente do despacho que incidiu sobre o requerimentoipresentado.

6. Os recrutas que por motivo de doença no domicílio não setenham apresentado na data fixada para incorporação ficamsujeitos a visita médica para verificação da doença.

7. Os considerados refractários e aquelesem relação aos quaisseja aceite a causa de justificação invocada, .que na data da.apresentação não tenham já possibilidade de obteraproveitamento na prepurução militar geral, são destinados aoturno seguinte. devendo-entrar de licença registada até ao iníciodeste.

8.05 cidadãos referidos no número anterior que não seapresentem a tempo de poder obter. aproveitamentb napreparação militar geral, até ao último turno do seu ano deincorporáçãu, são novamente convocados para im:orporação eintegrados no contingente anual seguinte.

9. Os notados refractários não podem beneficiar de qualquerantecipação de passagem à disponibilidade.

ARTIGoS3

Preparação militar geral

L O militar em SEN, é sujeito, após a ,"corporação, àpreparação militar geral, que consiste na formação básica dosincorporados e visa fornecer os conhecimentos gerais adequados.às características do ramo a que pertence.

2. A preparação militar geral termina no acto do juramentode bandeira. nos termos previstos na Lei do Serviço Militar. e-asua duração é fixada por diploma do Ministro da Defesa Nacionalsob proposta do Chefe' do Estado-Maior General das ForçasArmadas, ouvido o Conselho Superior Milhar.. . t

3. O recruta que não obtenha aproveitamento na preparaçãomilitar geral, é submetido a novo período de preparação mili-targeral no turno segui nte.

4. O recruta destinadoa cumprir o SEN, na classe de oficiaisou de sargentos, qu.e não obtenha aproveitamento na preparaçãomilitar geral por motivos disciplinares ou escolares, cumpre o

.SEN como praça, sendo submetido a novo período de preparaçãomilitar geral no turno seguinte. ,

5. O recruta destinado a cumprir o SEN, na classe de oficiaisou de sargentos, que não obtenha aproveitamento na preparaçãomilitar geral por motivo de acidente ou doença, é submetido anovo período de preparação militar geral no turno seguinte.

6., O recruta que deva repetir a preparação militar 'geral entrade licença registada até à data de início do novo período depreparação militar geral.

7. O período de preparação militar geral em que o recruta nãoobteve aproveitamento por motivos disciplinares ou escolares.bem como o de licença registada a que se refere o número

- anterior. não são contados para efeitos de duração do SEN.

8 -. A preparação militar geral. que antecede o período nasfileiras, é ministrada através de cursos de formação básica paraoficiais, sargentos e praças.

ARllGOS4

Juramento de bandeira

1. O juramento de bandeira é sempre prestado perante aBandeira Nacional, segundo a fórmula prevista na Lei do ServiçoMilitar.

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100 (12) I SÉRIE- NÚMERO 15

CAPÍTULO VI2. O acto do juramento de bandeira é feito em cerimóniapública e prestado por todos os militares no final da preparaçãomilitar gera! e antes do início do período nas fileiras.

3. O militar que, por motivo de doença ou incapacidade física.não possa prestar o juramento de bandeira na' cerimónia públicadeve fazê-lo no gabinete do comandante, director ou chefe daunidade ou estabelecimento militar onde recebeu instruçãomilitar, na presença de. pelo menos, duas testemunhas.

AR"nG055

Cartão de identificação militar

O cartão de identificação militar destina-se a identificar omilitar conscrito em serviço efectivo não substituindo o bilhetede identidade ou qualquer outra forma de identificaçãoestabelecida na lei.

ARllGo56

Período nas fileiras

1.Concluída a preparação militar geral, com aproveitamento.o militar em SEN inicia o período nas fileiras.

2. O período nas fileÍras abrange a preparação complementar"quando deva ter lugar, e o serviço nas unidades, estabelecimentose órgãos militares.

3. O período de permanência nas fileiras pode ser prolongadonos termos previstos na Lei do Serviço Militar.

ARTIGOS?

Preparação complementar

1. A preparação complementar destina-se a desenvolver aformação militar proporcionada durante a preparação militargeral e á conferir a formação técnica adequada à especialidade.classe e ramo a que o militar se destina.

2. A preparação complementar para as diversas classes. édesignada por:

a) Curso de formação de Oficiais do Serviço EfectivoNOM'I;

b) Curso de Formação de Sargentos do Serviço Efecti voNormal;

c) Curso de Formação de Praças do Serviço Efectivo :Normal. .

3. O militar destinado a cumprir oSEN como praça. que nãoobtenha" aproveitamento na preparação complementar, ésubmetido a novo período de preparação complementar no turnoseguinte.

4. O militar destinado a cumprir o SEN, na classe de oficiaisoude sargentos, que não obtenha aproveitamento na preparaçãocomplementar por motivos disciplinares ou escolares, ésubmetido a novo período de preparação complementar no turnos-eguinte, em especialidade diferente no caso de falta deaproveitamento.por motivos escolares.

5. O militar destinado a cumprir o SEN, na classe de oficiaisou de sargentos, que não obtenha aproveitamento na preparaçãocomplementar por motivo de acidente ou doença, é submetidoa novo período de preparação complementar no turno seguinte.

6, O período de 'preparação complementar em que o militarnão obteve aproveitamento por motivos disciplinares ouescolares não é contado para efeito de duração do SEN,

7. O militar que se destine ao regime de voluntariado podeser objecto de acções de formação adequadas para o desempenhode funções naqueia forma de prestação de serviço durante operíodo do SEN.

Reserva de disponibilidade e licenciamento e reserva. territorial

SEC<:ÁO I

Reserva de disponibilidade e licenciamento

ARTIGO 58

Passagem à disponibilidade e às tropas licenciadas

L Passam à situação" de disponibilidade. onde se mantêmdurante 6 anos:

a) Os cidadãos que terminam o SEN 'ou a prestação deserviço emregime de voluntariado;

b) Os cidadãos a quem, apósa conclusão da preparaçãomilitar geral ou complementar, é, por despacho doMinistro da Defesa Nacional, dada por terminada aprestação do SEN;

c) Os militares que sejam abatidos dos quadrospermanentes das Forças Armadas e mantenham ascondições para prestação do serviço efectivodecorrente de convocação ou mobilização.

2. Passam ao escalão de tropas licenciadas, onde se' mantêmaté 31 de Dezembro do ano em que completam 35 anos de idade.os militares que terminam o período de permanência no escalãode disponibilidade.

3. Os processos individuais dos cidadãos que terminam assuas obrigações militares são arquivados no CPRM da área deresidência.

4. Os processos individuais dos cidadãos que ingressam nasoutras Forças de Defesa e' Segurança são transferidos para orespect.ivo sector de defesa e segurança.

ARTIGO 59

Convocação para o serviço militar efectivo

L Os cidadãos na situação da disponibilidade podem serconvocados para a prestação de serviço efectivo, nos termos dodisposto no artigo 33 da LSM. nas seguintes condições:

a) Por despacho do Ministro que superintende a área dadefesa nacional, mediante proposta do Chefe doEstado-Maior General das Forças Armadas. paraefeitos de reciclagem, treinos. exercícios ou manobrasmilitares.ipor período não superiora 60 dias:

b) Por decreto do Conselho de Ministros, medianteproposta do Ministro da Defesa Nacional, em caso deperigo de guerra ou de agressão iminente ou efectivapor forças estrangeiras. enquanto se mantiver umadestas situações e não for decretada a mobilizaçãomilitar. até à totalidade da situação da disponi-bilidade.

2. A convocação para a prestação de serviço efective referidano número anterior pode ser efectuada:

a) Individualmente, por aviso de convocação remetidopara a residência do convocado por .viapostal, atravésdas missões diplomáticas ou consulares; ou.excepcionalmente. das Forças de Segurança;

b) Por classes na 'disponibilidade através de editaisafixados nos órgãos da AdministraçãoPública local:

c}Por aviso, feito através dos meios de comunicação socialde nível nacional. regional ou local, conforme oâmbito da convocação, em casos de reconhecidaurgência.

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·15 DEABRIL DE 2010

SECÇÃO Ii

100-(13)

Reserva territorial

ARTIGOÓÜ

Classes e grupos

Cada 'Classe da reserva territorial é constituída por dois grupos,designados por Ae B. em que os cidadãos são integrados deharmonia com a sua previsível capacidade psico-física e técnica;

ARTIGO 6 I

Grupo A

No grupo A da reserva territorial são incluídos:

a) Os recrutas que excedam as necessidades deincorporação;

b)Os militares que não concluíram a preparação militarem geral;

c) Os cidadãos a quem foi concedida dispensa da prestaçãodoSEN;

d) Os cidadãos recenseados ,que não foram sujeitos àsprovas de classificação e selecção,

ARllGo62

Grupo B

No grupo B du reserva territorial são incluídos os cidadãosnão abrangidos pelo urtigo anterior, nomeadamente:

. c) Os classificados de inaptos;d} Os oriundos do serviço efectivo normal ou do regime

de voluntariado, quando julgados incapazes para oserviço militar;

e) Os residentes no estrangeiro adiados das provas declassificação e selecção até 31 de Dezembro do anoem que completam 28 anos de idade;

f) Os registados após 31 de Dezembro do ano em quecompletaram 28·anos de idade.

SECÇÃO mMobilização militar

ARllGo63

Reserva de disponibilidade e licenciamento

1. Os cidadãos na situação de reserva de disponibilidade elicenciamento, caso sejam mobilizados, ingressam directamenteno ramo das Forças Armadas a que estiveram afectos.

2. Os cidadãos mobilizados podem ser reclassificados emfunção das habilitações académicas e profissionais que tenhamadquirido após terem concluído o serviço militar efectivo.

ARTIGO 64

Reserva territorial

1. A mobilização militar dos cidadãos alistados na. reservaterritorial recai prioritariamente no Grupo A e. 'dentro deste.sobre. os excedentários. com início pelas classes de mobilização''mais recentes.

2. Os cidadãos mobilizados pertencentes ao Grupo A.classificados há mais de quatro anos e os pertencentes ao grupoB podem ser sujeitos a provas de classificação e selecção.

3. Aos-cidadãos mobilizados da reserva territorial é ministradainstrução militar compatível comas suas capacidades, após o

que podem ser promovidos ou graduados e destinados àsespecialidades para que foram preparados em condiçõesequivalentes às estabelecidus par~.a prestação do SEN.

CAPíTULO VII

Direitos e garantias

SECÇÃO I

Disposições gerais

ARTIGO 65

Contagem' de tempo de serviço

1. O tempo de serviço militar efectivo prestado por cidadãosque 'interrompam a sua 'actividade profissional é contado paraefeitos de promoção e não prejudica outras regalias conferidaspor lei, estatuto profissional ou resultantes de contrato detrabalho.

2: O tempo de serviço militar efectivo é contado para efeitosde aposentação ou reforma.

SECÇÃO II

Acidentes ou doenças resultantes do serviço militar

ARTIGO 66Pensões

1. Os cidadãos têm direito ao abono de uma pensão, a fixarnos termosda legislação que estabelece e regula a sua concessão.quando adquiram incapacidade permanente e absoluta oudesvalorização permanente na capacidade geral de ganhoresultantes de alguma das ocorrências seguintes:

a) Acidente ocorrido no exercício da função militar;b) Doença contraída ou agravada no serviço militar

.efectivo ou por motivo da sua prestação. ' . .i .

2. As pessoas que, à data do óbito. estejam a cargo-do milita\;falecido em -consequência de alguma das ocorrênciasmencionadas no número anterior. têm direito ao abono de umapensão de sangue a estabelecer. segundo as disposições dalegislação que regula a sua concessão e pagamento"

3. Aos beneficiários das pensões referidas nos númerosanteriores. são igualmente conferidos os demais direitos eregalias decorrentes da sua situação e estabelecidos em diplomaspróprios.

ARTIGO 67

Acidentes durante 'as· operações de recrutamento

Os acidentes sofridos pelos- cidadãos durante as actividadesfísicas, provas ou" estágios de natureza -militar a que sãosubmetidos no âmbito das operações de 'recrutamento militarsão considerados como acidentes sofridos em serviço efectivo.

CAPíTULO VIII

Disposições finais

ARllG068

Actualização do registo pessoal

As alterações de residência e das habilitações académicasprevistas no artigo 36 da LSM devem ser comunicadaspessoalmente ou por via postal com aviso de recepção:

a) Pefos cidadãos que .se encontrem nas situações dereserva de recrutamento, 'reserva de disponibilidadee licenciamento e reserva territorial, ao CPRM;·

b) Pelos cidadãos em prestação de serviço efectivo, naunidade, estabelecimento- ou órgão militar onde seencontram apresentados.

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100-(14)I SÉRIE-NÚMERO 15

ARTiGO69

Cidadãos' processados criminalmente

'Os cidadãos abrangidos pelo artigo 22 da LSM são alistadosna reserva territorial se o motivo da exclusão se mantiver em 31de Dezembro do ano em que completam 28 anos de idade.

ARTIGO70

Gratuitidade dos processos

São gratuitos os processos referentes ao. cumprimento dasobfig ações militares, desi g nada mente os respeitantes àconcessão de pensões por. acidente ou doença em serviço c desangue.

ARTIGo71

Isenção de franquia postal

É isenta de franquia postal a correspondência respeitante aoseditais. avisos. notificações ou convocações para os seguintesefeitos:

a) Recenseamento;b} Apresentação às provas de classificação e selecção;c) Incorporação para a prestação do SEN;d) Convocação para o serviço militar efectivo;e) Mobilização militar.

ARTIGO 72

Situação civil e criminal

1. As conservatórias e delegações do registo civil e criminalfacultarão aos CPRM informações sobre elementos de naturezacadastral necessários ao conhecimento de eventuaisincapacidades para o cumprimento das obrigações militares. -

2. Os órgãos do registo civil" devem comunicar os óbitos doscidadãos de idades compreendidas entre os 18 e 35 anos deidade, aos CPRM da- área de naturalidade destes.

ARnG073

Transporte, alojamento e alimentação

Tem direito a transporte, alojamento e alimentação por contado Estado, a suportar por verbas para o efeito inscritas noorçamento do Ministério da Defesa Nacional, o cidadão que.residindo em território nacional. tenha de deslocar-se para ocumprimento das seguintes obrigações militares:

a) Provas de classificação e selecção;b) Provas complementares de selecção;c) Incorporação para a prestação do SEN;d} Convocação para o serviço militar efectivo;e) Mobilização militar.

Decreton: 8/201 O

de 15 de Abril

Havendo necessidade. de regulamentar a Lei do ServiçoCívico, ao abrigo do disposto no artigo 14 da Lei n." 1612009,de J O de Setembro; o Conselho de Ministros decreta:

Único. É aprovado o Regulamento da Lei do Serviço Cívico,anexo ao presente Decreto,'e que dele faz parte integrante.

Aprovado pelo Conselho de Ministros. aos 2 de Marçode2010.

Publique-se.

O Primeiro-Ministro, Aires Bonifácio Baptista Ali ..

Regulamento da Lei do Serviço Cívico

CAPÍTULO 1

Disposições gerais

ARnGO I

Objecto

o presente Regulamento estabelece as normas e princípiosde prestação do serviço cívico.

ARllGO 2

Definições

Pura efeitos do disposto- no presente Regulamento,considera-se:

a) Colocação - o acto de apresentu\·ão docidadão paraii prestação de serviço cívico efectivo normal,no estabelecimento do Servi\=o Cívico deMoçambique para que Ioi destinado. na data fixada;

b) Deveres militares -3 situação em que um cidadão, jáincorporado nas' Forças Armadas de Defesade Moçambique, deve cumprir ordens, regulamentose procedimentos militares:

c) Obrigações militares - o conjunto de situações em queo cidadão, ainda não incorporado, na faixa de 18 a 3.5'anos, tem de cumprir. ern .relação à Lei do ServiçoMilitar;

d) Recruta - o cidadão classificado de apto, designaçãoque mantém até à conclusão da preparação básicamilitar;

e) Refraotário c- recruta que não efectua a-sua apresentaçãopara ii prestação do serviço efectivo normal naunidade ou estabelecimento militar do Ru"!) dasForças Armadas para que foi destinado na data fixada;

fJ·S C M - Serviço Cívico de Moçambique;g) Serviço Cívico - o exercício de actividade, de carácter

administrativo, assistencial, cultural e económico emsubstituição ou complemento do serviço militar paratodos os cidadãos não 'sujeitos a deveres militares;

17) Serviço Cfvico efectivo normal- a prestação do serviço• cívico pelos cidadãos desde a colocação até

a passagem à disponibilidade imediata;i) Serviço cívico efectivo no regime de voluntariado-a

. prestação pelos cidadãos que tendo cumprido o.ser vi ço cívico efectivo normal continuem ou

. regressem voluntariarnenre ao mesmo.

ARTIGO3

Objectivos

São objectivos do serviço cívico:

a) Preparar os cidadãos não sujeitos a deveres milita~~'--a tornarem-se. cidadãos prontos e nfl vanguardada reconstrução nacional, contribuindo parao desenvolvimento sócio-económico e a defesada pátria;

b) Dotar os cidadãos de capacidades para a promoçãoda unidade nacional, desenvolvimento daconsciência patriótica e para a sua valorização cívica,cultural. física e profissional;

c) Dotar os cidadãos de conhecimentos e aptidõesconducentes à participação em actividades sociais.económicas, administrativ'as, científicas', educativas,culturais, recreativas, desportivas, para que estejamaptos a salvaguardaras interesses nacionais;

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100 (15)15 DEABRIL DE ]010

d) Criar no cidadão a sensibilidade sobre a cultura de paz,a solidariedade. a autodisciplina, o respeito -pelotrabalho, os direitos humanos e a prontidão para osserviços voluntários de assistência humanitária.

ARTIGO 4

Âmbito

O presente Regulamento aplica-se:

a) A todos os cidadãos moçambicanos dos 18 aos 35 anosde idade, não sujeitos a deveres militares;

b) Aos-órgãos e instituições intervenientes no processode execução do serviço cívico.

CAPITULO II

Prestação do serviço cívico

ARTIGO~

Local

O serviço cívico é prestado nos estabelecimentos do ServiçoCívico de Moçambique. podendo ser em instituições públicasou privadas.

ARTIGO 6Acordos

O serviço cívico é prestado mediante acordos celebrados entreas partes intervenientes.

ARllGO 7

Domínios

o serviço cívico é prestado, preferencialmente,nos domínios de:

a). Conservação do meio ambiente e do patr imóniocultural, urbano-e rural;

b) Assistên~ia- em estabelecimentos hospitalares e emoutras instituições similares;

c) Actividades de ensino, alfabetização e de. promoçãocultural;

d) Prevenção e combate: a incêndios;e) Socorros e assistência a náufragos;

.fJ Assistência às populações afectadas por calamidadesnaturais;

g) Manutenção, repovoamento e conservação de parques.'reservas naturais e outras áreas classificadas;

h) Construção e manutenção de estradas;i) Programas de cooperação, ajudae apoio internacionais;j) Serviços sociais, em especial, os que respeitam à família.

comunidade, à protecção de menores e adolescentes,pessoas de terceira idade-e portadoras de deficiência;

k) Prevenção da psico-dependência e de delinquênciaresultante do consumo de substâncias psicotrópicas;

I) Prestação de serviços assistenciais no estrangeiromediante decisão do-Conselho de Ministros;

m) Outras actividades de interesse público e privado.

ARTIGO8 .

Obrigatoriedade de prestação de informações

As instituições beneficiárias do serviço cívico devemapresentar; mensalmente, ao SeM. informações sobre aassiduidade e o desempenho dos prestadores do serviço cívico.

CAPíTULO ln

Regime e colocaçãoARllGo9

Regime de prestação do serviço cívico

O serviço cívico compreende:

a) O serviço cívico efectivo normal;b) O serviço cívico efectivo no regime de voluntariado.

ARTIGO la

Recenseamento, classificação e selecção

As operações de recenseamento e c1assificação'e selecçãodos cidadãos sujeitos. aprestação do serviço cívico sãorealizadas. nos temias e em órgãos.definidos pela Lei do ServiçoMilitar.

ARTIGO II·

Colocação

A colocação para cumprimento do serviço cívico tem lugar.normalmente. no ano em que o cidadão completa 20 anos deidade.

ARTIGO 12

Turnos de colocação

1. O número de turnos de colocação a realizar anualmente édefinido pelo Conselho de Ministros, mediante proposta doMinistro que superintende a área de serviço cívico.

2. As datas de início dos turnos de colocação-são estabelecidaspelo Ministro que superintende a área do serviço cívico, sobproposta do Comandante do SCM.

ARTIGO 13- Contingente anual a colocar

O contingente anual a colocar é constituído peloscidadãos que:

a) Completem 20 anos de idade, com excepção daqueles aquem foi concedido adiamento:

b) Tenham sido autorizados a antecipar a 'prestação doserviço cívico;

c) Tenham deixado de beneficiar de adiamento.

ARTIGO 14convccaçãc para colocação

1. A convocação dos cidadãos para colocação é feita atravésdas seguintes formas:

a) Por edital, a afixar nos serviços da administraçãopública local. nomeadamente, Distritos •. PostosAdministrativos, Localidades e Povoações:

b) Presencialmente, mediante notificação.

"2. Os editais devem-estar afixados por um período mínimo dedois meses, findo o qual são arquivados para consulta nos orgãos"da,administração pública local. .

ARTIGO 15

Edital de colocação

O edital de colocação indica para cada cidadão, o local, datae hora de apresentação para a prestação do serviço cívico, "

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tOO-(I6) I SÉRIE - NÚMERO 15

ARTIGO 16

Guia de apresentação e requisição de transporte

1. O cidadão deve proceder ao levantamento da guia deapresentação. para entrega no estabelecimento de ServiçoCívico.de Moçambique a que foi destinado, no órgão daadministração pública, local onde foi recenseado. .

2. Na deslocaçãó para o estabelecimento indicado é.concedido transporte por conta do Estado. podendo o cidadãolevantar a respectiva requisição ou valor monetário de transporte.no órgão da administração pública local onde foi recenseado.

ARTIGO 17

Formalidades de apresentação

l. No acto de apresentação. o cidadão deve identificar-secom o bilhete de ide~tidade e cédula militar e fazer-a entrega darespectiva guia.

2. O cidadão deve, ainda. receber informação sumária, oralou escrita. sobre:

a) Principais aspectos caracterizadores do seu estatuto.designadamente no que respeita a direitos e deveres;

b} Os objectivos do serviço cívico.

ARTIGO 18

Não apresentação ao serviço cívico de moçambique

I. O cidadãoque faltar à colocação por motivos justificados,nos termos do Regulamento da Lei do Serviço Militar, devecomunicar ao Centro Provincial de Recrutamento e Mobilizaçãomais próximo da área de residência ou estabelecimento do-Serviço Cívico de Moçambique. p-ara que estava convocado,no prazo de cinco dias, contados a partir da data fixada para acolocação e apresentar-se logo que cessem os motivos referidos.

2. Ocidadão que não se apresente ao estabelecimento doserviço cívico para que tiver sido convocado e não justifique afalta cometida no prazo de trinta dias, é considerado, para todosos efeitos, refractário, nos termos da Lei do Serviço Militar.

3. A justificação da falta a que se refere o número anterior,deve ser requerida ao Centro Provincial de Recrutamento eMobilização da área em que foi recenseado, o qual, por sua vez,comunic~rá ao estabelecimento doserviço cívico para que. ocidadão foi convocado, devendo o requerente apresentar provadocumental do motivo justificativo invocado.

4. No prazo máximo de quinze. dias deve ser dadoconhecimento ao requerente do despacho que reca.iu sobre orequerimento apresentado.

5. O refractário que lhe tenha sido aceite a causa da justificaçãoda falta é convocado ao turno seguinte.

6. O cidadão referido no número anterior que não se apresentea tempo de poder obter aproveitamento na preparação básicacívica e patriótica geral. até ao último turno do seu ano decolocação, é novamente con vocado para colocação e integradono contingente anual seguinte.

CAPÍTULO IV

Preparação, juramento e formaçãoARTIGO 19

Preparação básica çívicQ~p,ªtrjótica geral• • " •.' .'. """.", f

A preparação básica cívico-pattiótica geral é feita nosestabeleci mentos de instn.içâo·<doServiso,·, Cívico' deMoçambique e termina no acto do jurarnentode bandeira.

ARTIGO 20

Juramento de bandeira

L O juramento' de bandeira-é.urn acto solene de recrutas emparada. perante i.l Bandeira Nacional.

2. O cidadão colocado no serviço cívico presta juramento debandeira que o vincula ao serviço cívico efectivo normal. nostermos da fórmula seguinte:

"En " .Juro por minha honra CO/lsagrar todas as minhas

energias e a minha vida ao servtço da Pátria. da-Const it ui ç ão da República e da soberanianacional; .

Juro obedecer fielmente ao Presidente .da República,Coman dante-Chefe das Forças de Defesa eSegurança .:'

.3. O cidadão colocado no serviço.cfvico efectivo normal.depois do juramento de bandeira, passa a denOlninar ..se deprestadordo serviço cívico.

ARTIGO 21

. Formação

1. O prestador dó serviço cívico pode frequentar cursos deformação técnico-profissional que-o habilitem a desempenhartarefasdurante o período de prestação de serviço: '.

2_ No termo do período de formação é enviado ao ServiçoCívico de Moçambique o certificado de aproveitamento domesmo.

ARTIGO 22·

Duração do serviço cívico

1. O serviço cívico efectivo normal tem a duração de dois (2)anos com início no acto de colocação:

2. Oservjço cívico efectivo no regime de voluntariado. temuma duração máxima de três (3),anos. . \,r

ARTIGO 23

Acompanhamento e avaliação

1. O acompanhamento da prestação do serviço cívíco nasinstituições públicas e privadas é feito por técnicos do ServiçoCívico de Moçambique para o efeito destacados e através devisitas periódicas e aleatórias às instituições, beneficiárias doserviço cívico e em cumprimento dos acordos estabelecidos.

2. A avaliação do serviço cívico é acompanlTada por umrelatório a ser elaborado pelas instituições indicadas no númeroanterior.

CAPÍTULO V

Direitos e deveresARTIGO 24

Alojamento, alimentação e fardamento

O prestador do serviço cívico. durante ocumprimento domesmo. tem direito a alojamento.' alimentação .~.Ja,rçlamçnlO->-'__por conta do Estado.

ARTlc;o25

Subsídio

O cidadão. em cumprimento, do serviço cívico. aufere umsubsídio a ser regulado por diploma próprio.

ApIG026

Transporte e alimentação na desvinculação

O prestador do serviço cívico tem .direito a transporte ealimentação durante Oprocesso da sua desvinculação, suportadospelo Estado, até ao local do destino, dentro do País.

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IOO-~( 17)15 DE ABRIL DE 2010

ARTIGO 27

ntrertcs de segurança, social

Durante a prestação do serviço, a situação dos prestadoresdeste é equiparada, para efeitos de segurança social e assistêncianasaúde, a dos cidadãos a prestar serviço militar nos regimes deserviço efectivo normal e de serviço efectivo no regime devoluntariado.

ARllGO 28

Outros direitos e deveres

1. Nenhum cidadão pode ser prejudicado nos seus benefíciossociais ou no emprego em virtude do cumprimento do serviçocívico.

2. Os prestadores do serviço cívico ficam sujeitos àregulamentação -interna das instituições a que forem afectos.sem prejuízo da aplicação do Regulamento de Disciplina doServiço ,Cívico aprovado. nos termos do artigo 30 do presenteRegulamento.

3, Aos cidadãos em cumprimento do serviço cívico são lhesreconhecidos outros direitos e deveres que constam do Estatutodo Serviço Cívico de Moçambique.

CAPÍTULO VI

Disposições finais e complementares

ARTIGO 29

Passagem à disponibilidade

1. Os prestadores do serviço cívico passam à disponibilidadefindo o período de dois anos, quando não optem pelo regime devoluntariado.

2. O previsto no número anterior não se aplica aos prestadoresdo serviço cívico que se encontrem de baixa hospitalar nomomento em que devam passar àdisponibilidade.

Regime disciplinar

Os prestadores do serviçocívico ficam sujeitos ao regimedisciplinar a aprovarem diploma específico.

Decreto n." 91201O

de 15 de Abril

Havendo necessidade de se proceder à revisão do EstatutoOrgânico da Autoridade Tributária de Moçambique. aprovadopelo Decreto n." 2912006, de 30 de Agosto, e ajustá-lo àsalterações introduzidas pela Lei n." 19/2009, de 10 de Setembro,no uso da competência que lhe .é atribuída pelo disposto noartigo 12 da Lei n." 112006, de 22 de Março, o Conselho deMinistros decreta:

Artigo 1. É aprovado o Estatuto Orgânico da AutoridadeTributária de Moçambique. anexo ao presente Decreto, delefazendo parte integrante.

Art. 2., Compete ao Ministro que superintende a área dasFinanças a criação de Unidades de Grandes Contribuintes, bemcomo a criação e classificação das Direcções de Áreas Fiscais,Juízos Privativos das Execuções Fiscais e de DelegaçõesAduaneiras que não sejam de Fronteira.

Art. 3. Compete aos Ministros que superintendem as áreasdas Finanças e do Interior, a criação e a classificação deDelegações Aduaneiras de Fronteira.

Art. 4. É revogado o Decreto-ri." 29/2006, de 30 de Agosto,e toda a legislação que contrarie o disposto no presente Decreto.

Aprovado pelo Conselhode Ministros, aos 1.6de Março de2010.

Publique-se.O Primeiro-Ministro. Aires Bonifácio Baptista .4 li.

Estatuto Orgânico da Autoridade Tributáriade Moçambique

CAPíTULO I

Natureza e Atribuições

ARTIGO 1(Natureza)

1. A Autoridade Tributária de Moçambique, adiantedesignada Autoridade Tributária, é um órgão do Aparelho doEstado, com autonomia administrativa. tutelado peJo Ministroque-superintende à área das Finanças.

2. A Autoridade Tributária assegura a direcção, a coordenação.o controlo e o planeamento estratégico, bem como a gestão dasactividades .relativas à determinação, cobrança e controlo dasreceitas públicas.

3. A Autoridade Tributária inclui os serviços técnicosoperacionais da área aduaneira, que são assegurados pelasAlfândegas de Moçambique. órgão de natureza paramilitar. comâmbito de actuação em todo o território aduaneiro da República

. de Moçambique.

ARTIGO 2(Atribuições)

São atribuições da Autoridade Tributária:a) Executar a política tributária e aduaneira, dirigindo e

controlando o funcionamento dos seus 'serviços:b) Planificar-e controlar as suas actividades e os sistemas

. de informáção;c) Formar e qualificar os recursos humanos;d) Elaborar estudos e apoiar na concepção das políticas

tributária e aduaneira;e) Proceder à fiscalização e controlo aduaneiros das

entradas- e saídas de bens, ~eios de transporte 'epessoas ligadas a esses bens ou meios de transporte.no território aduaneiro do país;

f) Prevenir, combater e reprimir a fraude e infracçõesaduaneiras e fiscais, fraude cambial na parte cometidaàs Alfândegas, comércio externo não autorizado e otráfico ilícito de drogas, estupefacientes, substânciaspsicotrópicas, armas, objectos de arte, antiguidadesede outros bens proibidos ou protegidos por lei.

CAPíTULO II

Administração

ARl1Go3

(Órgãos)

São órgãos da Autoridade Tributária, os seguintes:ai O Conselho Superior Tributário;b) O Presidente da Autoridade Tributária;c) O Conselho Directivo;d) A Direcção-Geral das Alfândegas;

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100 (18) I SÉRIE - NUMERO 15

e) A Direcção-Geral de Impostos;fJ A Direcção-Geral dos Serviços Comuns;g) O Gabinete do Controlo Interno;h) O Gabinete do Pluneamenro. Estudos e Cooperação

Internacional.

ARllGo4

(Conselho Superior Tributário)

I, O Conselho Superior Tributário, abreviadamente designadopor csr. é o órgão máximo da Autoridade Tributária eé composto pelo Presidente da Autoridade Tributária, que opreside, e pelos Directores-Gerais da Autoridade Tributária.

2. Compete ao Conselho Superior Tributário:

n) Propor e preparar a definição da ·política tributáriae aduaneira:

b) Estabelecer as linhas gerais de orientação da actividadeda Autoridade Tributária:

c) Detlnir os objectivos e as prioridades da actividade daAutoridade Tributária:

d) Aprovar o Plano de Actividades e o Orçamento daAutoridade Tributária;

e) Aprovar o Relatório de Actividades e a Conta deGerência da Autori-dade Tributária ..

J. OConselho Superior Tributário reúne, ordinariamente, umavez ,em cada trimestre e. extraordinariamente, sempre que oPresidente o convoque, por sua iniciativa ou a pedido da maioria.dos seus membros.

ARnGo5(Prestdente da Autoridade Tributária)

l , Ô Presidente da Autoridade Tributária é o órgão daAutoridade Tributária a quem compete em especial:

a) Dirigir-a Autoridade Tributária, convocar e presidir osConselhos Superior Tributário, Directivo e daFiscalidade;

bj Coordenar e orientar a política- de gestão interna daAutoridade Tributária;

c) Submeter à aprovação do Ministro que superintende aárea das Finanças o Plano de Actividades e a Propostado Orçamento;

d) Submeter à aprovação do Ministro que superintende aárea das Finanças o Relatório de Exec'uçãodasActividades e a Conta de Gerência;

e) Submeter ao Tribunal Administrativo a Conta deGerência. após a aprovação do: Ministro quesuperintende a área das Finanças;

f) Representar a Autoridade Tr ibutãr ia , acti va epassivarnente.Jnclusive em juízo, podendo transigir,confessar e-desistir em quaisquer litígios, de acordocom a lei;

g) Actuar .emnome da Autoridade Tributária, junto deinstituições nacionais e internacionais;'

h) Exercer, nos termos da lei, o poder disciplinarrelativamente ao pessoal da Autoridade Tributária;

ij Exercer as competências relacionadas com o objecto daAutoridade Tributária que lhe sejam cometidas porici; . .

jJ Autorizar a realização das despesas da AutoridadeTtibutãrta:

k) Exercer as demais competências e praticar outros actos.necessários à prossecução das atribuições daAutoridade Tributária. que não sejam da competênciade outros órgãos;

/) Praticar os actos referentes a nomeação. promoção.aposentação. exoneração. demissão. expu-lsão ereintegração do pessoal e demais actos relativos aopessoal;

1Il) Praticar todos os actos referentes a transferência dopessoal, mediante proposta da respectiva Direcção;

11) Exercer as demais funções que lhe sejam cometidas porlei e pelo regulamento interno da AutoridadeTributária ou que lhe sejam delegadas.

2. O Presidente da Autoridade Tributária tem aindacompetência para tomar todas as decisões e praticar todos osactos que, dependendo de deliberação do Conselho Directivo,não possam. por motivo imperioso de urgência. aguardar areunião deste órgão. devendo tais decisões ou actos seremsubmetidos à apreciação do Conselho Directivo .na primeirareunião ordinária subsequente.

3. O Presidente da Autoridade Tributária. nas suas faltas. eimpedimentos. designa. de entre os Directores-Gerais di!Autoridade Tributária. o seu substituto. Na falta destadesignação. o Presidente da Autoridade Tributária é substituídopelo Director-Geral mais antigo ou, em igualdade decircunstâncias, pelo. de mais idade.

4. Compete ao Presidente da Autoridade Tributária completar'a estruturação das unidades orgânicas de nível central e local.previstas Oeste Estatuto, e que se mostrarem necessárias paraassegurar o seu correcto funcionamento.

5. o Presidente da Autoridade Tributária pode delegar oexercício das competências estabelecidas no presente artigo,por despacho, especificando as referidas competências.'

6. O previsto no número anteriornão se aplica ao disposto no0.° 4 e a alínea I) do n." 1 do presente artigo.

ARllGo6(Conselho Directivo)

1. O Conselho Directivo é o órgão deliberativo da AutoridaUeTributária, presidido pelo Presidente da Autoridade Tributária,e integra os Directores-Gerais.os Directores-Gerais Adjuntos eos Directores dos Serviços Centrais da Autoridade. Tributária.

2. O Conselho Directivo reúne, ordinariamente, duas vezespor mês e. extraordinariamente. sempre que o Presidente ocon-voque. por sua iniciativa ou a pedido da maioria dos seusmembros.

3. O Conselho Directivo é o órgão da Autoridade Tributáriaque assessora o Presidente. sendo-lhe atribuído as' seguintescompetências:

a) Apreciar e deliberar sobre as propostas de regulamentosinternos da Autoridade Tributária, bem como dosanteprojectos de diplomas sobre a organização daAutoridade Tributária;

b) Apreciar a proposta do orçamento anual da AutoridadeTributária a submeter ao Subsistema de Orçamentodo Estado;

c) Acompanhar os níveis de cobrança de receita e__aprovar _o respectivo relatório anual;

d) Pronunciar-se sobre os planos de aquisição de bens eserviços, locação financeira ou aluguer de bensmóveis destinados à instalação, equipamento efuncionamento da Autoridade Tributária;

e) Pronunciar-se sobre os planos de aquisição. locaçãofi na ncei r a -õu arrendamento de bens imóveisdestinados à instalação e funcionamento daAutoridade Tributária. precedendo autorização doMinistro que superintende a área das Finanças;

fJ Deliberar sobre as propostas de contratos a celebrar comterceiros .. para prestação de serviços à AutoridadeTributária;

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IJ IJt"ABRIL DE 2010100-. (19)

g) Acompanhar a gestão dos recursos humanos epatrimoniais da Autoridade Tributária:

h) Exercer outras atribuições conferidas por lei.

ARTiGO 7(Direcção-Geral das Alfãndegas)

A Direcção-Geral das Alfândegas, abreviadamente designadapor DOA, é o órgão da Autoridade Tributária. de naturezaparamilitar, que tem por função a implementação da política elegislação aduaneiras e todas as acções de controlo e fiscalizaçãonecessárias à prossecução das suas competências.

-,

Artigo 8(Direcção-Geral de Impostos)

A Direcção-Geral de Impostos. abreviada mente designada porDOI. é o órgão da Autoridade Tributária que tem por função aimplementação da política e legislação tributária e de todas asacções de controlo e fiscalização necessárias à prossecução dassuas competências.

AR;nGo9·(Direcção~Ge·ral dos Serviços Comuns)

A Direcção-Geral dos Serviços Comuns, abreviadamentedesignada por DGSe. é o órgão da Autoridade Tributária quetem por função a gestão dos recursos humanos e respectivaformação. bem como a aplicação de recursos. financeiros emateriais. entre outras acções necessárias à prossecução das suascompetências.

ARTIGO 10(Gabinete de Controlo Interno)

O Gabinete do Controlo Intern~. abreviadamente designadopor GCI, é o órgão da Autoridade Tributária que tem por funçãorealizar. acções de inspecção, fiscalização eauditoria aos serviçosda Autoridade Tributária e demais acções necessárias àprossecução das suas competências.

ARTIGO II(Gabinete do Planeamento, Estudos e Cooperação

Internacional)

O Gabinete do Planeamento, Estudos e CooperaçãoInternacional, abreviadamente designado por GPECI, é o órgãoda Autoridade Tributária que tem por função realizar estudostendentesã concepção da política fiscal e aduaneira edesenvolver acções de planeamento e cooperação internacional.bem coma outras acções .necessárias à prossecução das suascompetências.

CAPÍTULO 1II

Órgão de Consulla

ARTIGO 12

(Conselho da Fiscalidade)

1. O Conselho da Fiscalidade é o órgão consultivo eparticipativo-da Autoridade Tributária. que tem por missãoanalisar e acompanhar a evolução do sistema fiscal e das políticastributária e aduaneira, com vista a que se mantenham como

. instrumento decisivo de justiça social.2. O Conselho da Fiscalidade é presidido pelo Presidente da

Autoridade Tributária e integra os seguintes membrospermanentes:

a) O Director-Geral das Alfândegas;b) O Director-Geral de Impostos;c) O Director-Geral dos Serviços Comuns; _d) Outros Directores-Gerais da Autoridade Tributária;e) Três representantes das-associações empresariais;

j) Peritos de reconhecido mérito designados peloPresidente da Autoridade Tributária em condições adefinir por despacho do mesmo.

3. O Presidente do Conselho da Fiscalidade pode convidar aparticipar nas reuniões deste Conselho os Directores-GeraisAdjuntos e Directores de Serviços da Autoridade Tributária,outros funcionários do Estado, bem como entidades colectivasrepresentativas de interesses relevantes na área tributária eaduaneira, designadamente representantes dos trabalhadores edirigentes da administração tributária, quando os' assuntosagendados respeitarem à organização e funcionamento daAutoridade Tributária,

4:0-Conselhu da Fiscalidade integra representantes de outrosMinistérios, de acordo com o regulamento a aprovar nos lermosdo n." 7 do presente artigo, e funciona em áreas especializadas,nomeadamente:

a) Área de Tributação Interna - com a missão de apreciarmatérias 'r el ati vas à aplicação da política eadministração dos impostos directos e indirectos, comexcepção dos direitos aduaneiros e. dos regimes detributação especial sobre o consumo a cargo dasAlfândegas;

b} Área de Tributação Aduaneira - com a missão deapreciar matérias relativas ao controlo da fronteirado território aduaneiro nacional. para fins fiscais.económicos e de protecção da sociedade e deadministração dos direitos aduaneiros e dos regimesde tributação especial sobre o consumo cometidos àsAlfândegas:

c) Área de acompanhamento da Reforma Tributária - coma missão específica- de apreciar. matérias relativas àconcepção, desenvolvimento, implementação eexploração dos programas de reforma abrangenrddaFiscalidade nacional.

5. A composição e funcionamento do Conselho daFiscalidadesão determinados em regulamento interno específico.

6. Os membros do Conselho da Fiscalidade estão sujeitos aosigilo fiscal e outros, no tocante às matérias que conheçam.decorrentes da sua função neste órgão, devendo assumir tal

. compromisso formalmente em condições a- estabelecer noregulamento interno.

7. O regulamento interno do Conselho da Fiscalidade éaprovado por Despacho do Presidente da Autoridade Tributária.

CAPíTULO IV

Estrutura Orgânica

SECÇÃO I

De Nível Cenlral

. SUBSECÇÃO I

EstruturaARTIGO 13

(Estrutura à nível central)

1. A Autoridade Tributária estrutura-se, a nível central, nasseguintes Direcções-Gerais e Serviços Equiparados:

a) Direcção-Geral das Alfândegas;b) Direcção-Geral de lmpostos:c) Direcção-Geral dos Serviços Comuns;d) Gabinete de Controlo Interno;e) Gabinete de Planeamento. Estudos e Cooperação

Internacional.

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100~" (20) I SÉRIE NÚMERO 15

ARTI(iO 162. A estrutura a nível central integra, 'ainda. os seguintesGabinetes, equiparados a Direcções de Serviços:

a) Gabinete de Comunicação e Imagem;b) Gabinete do Presidente.

3. As Direcções-Gerais e Serviços Equiparados estruturam-seem Direcções de Serviços. Divisões e Repartições.

4. As Direcções-Gerais e Serviços Equiparados são dirigidaspor um Director-Geral, coudjuvadopor Directores-GeraisAdjuntos, nomeados pelo Ministro que superintende LI área dasFinanças. em comissão de serviço, sob proposta do Presidenteda Autoridade Tributária.

5. As Direcções de Serviços e unidades equiparadas. Divisõese Repurtiçõcs são dirigidus por Directores, Chefes de Divisãoe Chefes de Repartição, respectivamente, nomeados peloPresidente da Autoridade Tributária. em regime de comissão deserviço. sob proposta do Director-Geral da respectiva área.

SlIBSECÇÁO 11

Direcção-Geral das Alfã~degas

ARTIGO 14

(Competências)

A Direcção-Geral das Alf'ânde g as tem as segui~tes-competências:

a) Garantir. no quadro da política aduaneira. a arrecadaçãoda receita do Estado cuja cobrança lhe esteja

. cometida;b) Assegurar a liquidação e cobrança dos direitos e outras

imposições cuja cobrança lhe seja atribuída por lei,e proceder à avaliação dos respectivos níveisde cobrança;

c) Exercer o controlo e fiscalização aduaneira sobre pessoas,bens, valores, mercadorias e meios de transporte nostermos da legislação específica;

ti) Promover e realizar acções de prevenção, combate., repressão da fraude e infracções aduaneiras e fiscais,

fraude cambial. comércio externo não autorizado,tráfico ilícito de drogas, estupefacientes, substânciaspsicotrópicas, armas. objectos de arte, antiguidades,recursos minerais e outros bens proibidos ouprotegidos por lei;

e) Proteger os direitos de autor, do património artísticoe cultural, da fauna e flora bravias. da saúde 'e moralpúblicas, do meio ambiente e da indústria nacional.no cumprimento da lei aplicável aos Fluxos docomércio externo: .

f) Fúzer o controlo e acompanhamento da apricaçãodas leis aduaneiras e contribuir para promovera reintegração ou defesa-dos interesses violados;

g) Dar parecer sobre acordos internacionais em matériaaduaneira e assegurar a sua execução;

!l) Colaborar na elaboração das propostas de medidas depolítica e alterações à legislação no âmbito da suaactividade.

ARTIGO 15

(Unidades orgânicas)

A Direcção-Geral das Alfândegas estrutura-se em:

a) Direcção de Contencioso Aduaneiro;b} Direcção de Norrnação de Procedimentos Aduaneiros;c) Direcção de Ordem e Disciplina Paramilitar;d) Direcção de Auditoria. Investigação e Inteligência;e) Direcção de Regimes, Pauta e Valor Aduaneiro.

(Competências das Direcções de Serviços)

1. A Direcção de Contencioso Aduaneiro tem as seguintescompetências:

a) Examinar e dar parecer sobre todos os assuntos decarácter jurídico relacionados com as Alfândegas;

b) Apoiar a DOA em matéria de contencioso legal;c) Promover a instrução de autos em matéria.aduaneira

que .não constituam matérias da competência dostribunais aduaneiros;

ti) Apoiar a DOA na análise de propostas sobre matériaaduaneiras;

e}- Apoiar o Director-Geral em matéria jurídica nas acçõesjudic iais.

2. A Direcção de Norrnação de Procedimentos Aduaneirostem as seguintes competências:

a) Assegurar a implementação da legislação aduaneira.aprovada nó âmbito das políticas do Governo. emmatéria aduaneira;

b) Propor e colaborar na elaboração de propostas delegislação no âmbito da sua actividade e desenvolveros procedimentos aduaneiros;

c) Colaborar e participar nas negociações com as. instituições internacionais;

d) Analisar a eficácia dos procedimentos aduaneiros epropor as alterações necessárias;

e]: Dar pareceres sobre os assuntos referentes à aplicaçãode legislação e procedimentos aduaneiros;

f) Propor nova legislação quanto às alterações aos. procedimentos aduaneiros existentes ou a introduzir.

3. A Direcção de Ordem e Disciplina Paramilitar tem asseguintes competências: \'

a) Promover a formação paramilitar dos funcionários:b) Garantir o aprovisionamento de equipamentos e material

letal;c) Promover acções que visem a elevação dos padrões. de,

disciplina entre os funcionários com estatutoparamilitar.

4. A Direcção de Auditoria. Investigação e Inteligência temas. seguintes competências:

a) Promover e realizar acções de invesrigação einteligência com vista à prevenção e combate à fraudee evasão fiscal e aduaneira; .

b) Promover e realizar acções especiais de prevenção.combate repressão, da fraude e evasão fiscal eaduaneira, fraude cambial, branqueamento de capitaise transporte ilícito de valores, comércio externo nãoautorizado, tráfico ilícito de drogas. estupefacientes,substâncias psicotrópicas. armas, objectos de a[te,_antiguidades e outros bens proibidos ou protegidospor lei. com recurso a utilização de informações sobrea ocorrência ou possível ocorrência desses factos;

c) Controlar .a aplicação das leis fiscais e aduaneiras e areintegração ou defesa dos respectivos interessesviolados.

5. A Direcção de Regimes. Pauta e Valor Aduaneiro tem asseguintes competências:

a) Assegurar a correcta aplicação dos Regimes Aduaneirose executar a gestão dos mesmos, nomeadamente sobreIsenções e autorização para o funcionamento dearmazéns de regimes aduaneiros;

_._----------------

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/5 DE ABRIL DE 20/0 100~(2l)

b) Emitir parecer sobre pedidos de benefícios fiscais denatureza aduaneira;

c) Assegurar a correcta aplicaçãodas normas internacionaisem matéria de nomenclatura e valor;

d) Criar e manter actualizada uma base de dados com a. descrição e valor das mercadorias para o suporte do

trabalho de verificação do valor, incluindo o índicede produtos; .

e) Preparar a informação de base para a elaboração daConta Geral do Estado, no que respeita a aplicação deregimes aduaneiros;

fi Promover acções para materializar a legislaçãoaduaneira que tenham implicações _pautais;

g) Manter o ficheiro da Pauta Aduaneira permanentementeactualizado;

h) Assegurar "3 reconciliação entre às autorizaçõesconcedidas e as executadas;

i) Propor alteração OJl clarificação da legislação sobrere~imes aduaneiros.

SUBSECÇÃO IIIDirecção-Geral de Impostos

ARTIGO 17

(Comp.etências)

A Direcção-Geral de Impostos tem as seguintes competências:

a) Assegurar a arrecadação de impostos e de outras receitasdo Estado cuja cobrança lhe seja cometida;

b) Executar a política tributária e realizar uma avaliaçãocontínua da sua repercussão na ordem financeira.económica e social;

c) Controlar a aplicação das leis fiscais e a reintegração oudefesa dos respectivos interesses violados;

d) Prevenir e combater a fraude e evasão fiscal;e) Promover ti lançamento. a liquidação e a cobrança dós

impostos cuja arrecadação esteja a seu cargo,e proceder à avaliação dos níveis de cobrança; ..

fJ Exercer a acção de informação pública no domíniotributário; .

g) Promover e realizar acções de fiscalização tributária;'h) Acompanhar e monitorar a execução dos benefícios

fiscais e proceder à determinação e controlo darespectiva despesa fiscal;

i) Prestar esclarecimentos aos contribuintes acerca dainterpretação das leis fiscais suas obrigações e o 'modomais cómodo e seguro de as cumprir; .

j) Colaborar na elaboração das propostas de medidas depolítica e alterações à legislação no âmbito da suaactividade;

k)Informar sobre os aspectos decorrentes da execução dasleis fiscais;

I) Efectuar o registo e assegurar a gestão do cadastro do~contribuinte.

ARTIGO 18

(Unidades orgânicas)

A Direcção-Geral de Impostos estrutura-se ~m:

a) Direcção de Auditoria e Fiscalização Tributária;b} Direcção de Contencioso Tributário;c) Direcção de Controlo de Cobrança, Cadastro

e Benefícios Fiscais;d) Direcção de Normação Tributária;e) Direcção de Reembolsos;ii Direcção de Coordenação e Apoio Técnico.

ARTIGO 19

(Competências das Direcções de Serviços)

1. A Direcção de Auditoria e Fiscalização Tributária temas seguintes competências:

a) Prevenir e combater a fraude e evasão fiscal,b) Promover e realizar auditorias e fiscalizações tributárias

aos sujeitos passivos;c) Proceder a verificação e submissão à confirmação dos

rendimentos empresariais declarados pelos sujeitospassivos, pessoas singulares e colectivas:

d) Instruir e tramitar as autorizações para a inscrição dostécnicos de contas, para efeitos fiscais;

e) Elaborar. coordenar e controlar o plano de actividadesde auditoria e fiscalização tributária, a nível naciona,

2. A Direcção do Contencioso Tributário tem as seguintes.competências:

a) Desempenhar actividades relacionadas como contencioso administrativo e tributário. quer sejasuscitado pelos contribuintes. quer consubstanciereacção ao incumprimento das obrigações fiscais, quenão constituam matérias da competência dosTribunais Fiscais;

b) Prestar apoio jurídico nos procedimentos e processosde contencioso fiscal; .

c) Elaborar pareceres e realizar estudos e trabalhos técnicosrelacionados com a respectiva área de intervenção;

d) Orientar. coordenar e apoiar as actividades dos. representantes da Fazenda Pública junto dos tribunaisadministrati vos e fiscais e manter actualizados osficheiros de legislação, jurisprudência e orientaçõesadministrativas com interesse para a respectiva áreade intervenção; .

e) Prestar ao Ministério Público, junto das diversasinstâncias judiciais. o apoio técnico que este solicitar;

fi Colaborar na prestação do patrocínio judiciário det>funcionários e agentes na situação de réus ou arguidósem processos judiciais por actos ou omissõesocorridas no exercício ou por causa do exercício dassuas funções;

g) Colaborar com os Tribunais Fiscais, quando solicitada.na tramitação e :nstrução de processos. sobre actos

. de natureza técnica tributária;h) Garantir a gestão, controlo e registo estatístico

sistemático da dívida tributária;i) Recolher. sistematizar e analisar indicadores para

controlar a eficácia da .acti vidade processualtributária de natureza administrativa ou judicial.

3 .. A Direcção de Controlo de Cobrança. Cadastro eBenefícios Fiscais tem as seguintes competências:

a) Propor e assegurar a implementação de estratégiasvisando o cumprimento das metas da receita;

b) Controlar a cobrança da receita e garantir a produçãodas respectivas estatísticas;

c) Cont-rolara execução dos benefícios fiscais e adeterminação da despesa fiscal;

d) Preparar a informação de base para a elaboração doOrçamento de Receitas e da Conta Gemi do Estado;'

e) Proceder ao registo e gestão do cadastro doscontribuintes;

fJ Verificar, controlar e assegurar a correcção, dos processosde contabilidade das Direcções de Areas Fiscais.Unidades de Grandes Contribuintes e Juízos'

. Privativos das Execuções Fiscais;g) Assegurar a harmonização dos procedimentos de

lançamento, liquidação e cobrança dos impostos.

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100- (22) I SÉRIE - NÚMERO 15

4. A Direcção de Norrnação Tributária tern as seguintescompetências:

aJ-Particip"ar na elaboração de propostas de alteraçõeslegislativas e regulamentares que envolvam matériasrelativas ii legislação fiscal;

b) Participar na elaboração de .estudos sobre mutériutributária e dar pareceres nos processos que lhe sejamsubmetidos;

c) Assegurar a execução e aplicação da legislação noãrnbitotributário;' .

d) Dar pareceres sobre questões decorrentes da aplicação-das leis fiscais:

e) Assegurar a informação ao contribuinte. garantindo auniformidade na aplicação da lei fiscal:n Assegurar a implementação dós acordos puru evitar adupla tributação e prevenir a evasão fiscal.

.5. A Direcção de Reembolsos ,~emas seguintes competências:

(I) Garantir a gestão, controlo e registo de "informaçãoestatística sistemática do reembolso do fVA e dosImpostos sobre o Rendimento:

b) Assegurar a harmonização, a nível nacional, dosprocedimentos de reem bolsos;

c) Emitir parecer sobre os pedidos de comunicação decréditos;

d) Propor medidas de simplificação dos procedimentostécnicos na sua área de actuação.

6. Direcção de Coordenação e Apoio Técnico tem as seguintescompetências: ~

(I) Monitorar os Grandes Projectos e InstituiçõesFinanceiras;

b] Proceder à análise e sistematização dos contratos eautorizações de investimento dos Grandes Projectose Instituições Firianceiras:

c) Avaliar as necessidades de formação em áreasespecíficas, êom vista a fortalecer a capacidadetécnica em matérias de Grandes Projectos eInstituições Financeiras;

d) Garántir a elaboração da informa~ão estatísticasistemática sobre a contribuição dos GrandesProjectos e Instituições Financeiras.na receita global:

e) Propor a revisão da carteira de grandes contribuintes;f) Propor a introdução de sistemas modernos de gestão da

carteira dos Grandes Projectose InstituiçõesFinanceiras:

s) Monitorar a actividade das Unidades de GrandesContribuintes;

II) Garantir a' elaboração dos' relatórios periódicos dasactividades da DOI;

i) Monitorar o cumprimento das decisões da DGI e dos'diferentes órgãos da Autoridade Tributária, no âmbitodas actividades da DOI.

SUBSECÇÃO IVDirecção-Geral dos Serviços Comuns

ARTIGO 20(Competências)

A Direcção-Geral dos Serviços Comuns tem as seguintescompetências:

a) Assegurar a gestão orçamental da AutoridadeTributária, elaborando as propostas de orçamento dadespesa e efectuando a respectiva execução;

b) Assegurar a legalidade e eficiência da despesa e garantir. O processamento desta relativamente à aquisição de

bens 'ou servi~os;

c)Assegurar os procedimentos relativos .ao aprovisiona-mento de bens ou serviços nas suas vertentes decompra, armazenamento, 'distribuição e gestão deexistências; .

d) Assegurar a normalização, de procedimentos em todasas unidades orgânicas da Autoridade Tributária,designadamente elaborar e propor as instruçõesadequadas;

e) Coordenar e assegurar a gestão dos recursos humanos. da Autoridade Tributária, nomeadamente a gestão

provisional do quadro de pessoal:./) Propor a adopção de políticas e técnicas de gestão

racional dos recursos humanos. 'com vista à suavul or izuç ão e adequação às necessidades daAutoridade Tributária:

g) Monitorur processos disciplinares, de inquérito; desindicância ou de índole similar. instruídos ao níveldos órgãos centrais e locais da Autoridade Tributária;

II) Elaborar, implementar e avaliar o plano anual deformação em coordenação com os serviços daAutoridade Tributária;

i) Elaborar o relatório anual de execução do plano deformação;

j) Definir um quadro estratégicode referência que permitaformular uma visão plurianual na elaboração dos'planos de actividades para o .'desenvolvimento dossistemas de informação da Autoridade Tributária;

k) Desenvolver, gerir e supervisionar todaa actividade daárea de informática, infra-estruturas de comunicaçãoe sistemas de informação necessárias para ocumprimento das funções cometidas à AutoridadeTributária;

/J Garantir jj segurança e guarda das instalações daAutoridade Tributária, transporte de valores e demercadorias.

AR"IlGO 21 \(Unidades orgânicas)

A Direcção-Geral dos Serviços Comuns estrutura-se em:a) Direcçãode As·seguramento Geral;b) Direcção de Finanças;c) Direcção de Formação:d) Direcção de Logística e Infra-estruturas;

.e) Direcção de Recursos Humanos; ej) Direcção de Tecnologia de Informação e Comunicação.

ARTIGO 22.(Competências d~s Direcções. de Serviços)

1. A Direcção de Asseguramenio Geral tem as seguintescompetências:

a) Garantir a segurança e guarda d is instalações daAutoridade Tributária; •

b) Garantir a segurança no transporte de valores e demercadorias.

2. A Direcção de Finançastem as seguintes competências:a) Executaras actividades relativas-a gestão orçamental

e contabilidade;b) Assegurar a elaboração das propostas do Orçamento e

efectuar a respectiva execução e gestão;c) Assegurar a legalidade e eficiência da despesa.

garantindo o seu processamento relativamente àaquisição de bens ou serviços;

d) Elaborar o relatório de execução orçamental daAutoridade Tributária;

e) Controlar as contas bancértas da Autoridade Tributária;fJ Analisar os processos de contabilidade de receita,

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15 DEABRIL DElOIO 10% (23)

3. A Direcção de Formação tem as seguintes competências:

a) Criar as condições para a institucionalização eautonomização institucional do Instituto de FinançasPúblicas e Formação Tributária;

b) Coordenar o processo de elaboração do plano anual deformação em coordenação com os serviços daAutoridade Tributária;

c) Garantir a implementação e avaliação do plano anualde formação da Autoridade Tributária;

d) Promover ambientes de análise envolvendo osdiferentes grupos profissionais. com vista àconsolidação e harmonização do conhecimento dematérias de natureza tributária, aduaneira. jurídica.económica, de gestão e outras, que concorram para amo.~ernização institucional.

4. A Direcção de' Logística e' Infra-estruturas tem as seguintes,competências:

(1) Assegurar aIegalldade e eficiência 'nas aquisições debens c serviços;

b)Assegurar os procedimentos relativos aoaprovisionamento de bens ou serviços nas suasvertentes de com pra, armazenamento. distribuição e

,gestão de existências;c) Executar a política e normas de éoncursos na aquisição

de, bens e serviços pela Autoridade Tributária;d) Providenciar-a manutenção e reparação de ediffcios e

património da Autoridade Tributária;e) Efectuar a aquisição-de materiais. no cumprimento das'

normas legalmente estabelecidas;J) Geriro parque de viaturas da Autoridade Tributária.

providenciar a sua' manutenção e abastecimento e. supervisionar Os motoristas;

g) Manter 'actualizado o inventário do património daAutoridade Tributária' e a respectiva afectação eresponsabilidade de guarda e manutenção;

11) Assegurar a distribuição do material de escritório para ofuncionamento da instituição;

i) Garantir a produção e distribuição nacional dosformulários em uso na Autoridade Tributária;

j) Executar todas as tarefas relativas à recepção.e expediçãode correspondências.

5. A Direcção de Recursos Humanos tem as seguintescompetências:

a) Coordenar e assegurar a gestão dos recursos humanosda Autoridade Tributária;

b) Propor a adopção de políticas e técnicas de gestãoracional dos recursos' humanos, com vista à suavalorização e adequação às necessidades daAutoridade Tributária;

c) Cumpriras determinações legais que regulam a 'gestãode recursos humanos do Estado. aplicáveis àAutoridade Tributária; •

dt Assegurar °cumprimento das políticas e procedimentosrelativos à 'área de recursos humanos emanados daAutoridade Tributária;

e) Organizar os processos individuais do pessoal e mantero respectivo arquivo devidamente actualizado:

fi Re'colh-er os elementos necessãrros para a gestãoprevisionat dos recursos humanos e elaborara balançosocial; .

g) Manter actualizado o registo dos despachantesaduaneiros. incluindo a emissão e o controlo dasrespectivas cédulas;

h) Propor políticas e formas especfficas de treino, formaçãoe cupac it ação dos funcionários da AutoridadeTributária;

i) Assegurar a disponibilidade dos manuais de formaçãopertinentes;

j) Analisar e emitir parecer sobre as propostas de formaçãodos funcionários em instituições fora da AutoridadeTributária;

k) Monirorur processos disciplinares. de inquérito, desindicância ou de índole, similar. instruídos ao níveldos órgãos da Autori~ade Tributária;

f) Prom{?ver a par t ic ipuçã o dos, fu nc io n ár ios daAutoridade Tributária 0;.1 tomada de decisões sobreassuntos profissionais;

III) Constituir Assistente do Ministério Público em matériasrelativas a Autoridade Tributária e seus funcionários.sempre que para tal seja indicado pelo Presidente daAutoridade Tributaria;

li) Colaborai' no acompanhamento do estágio dosestudantes na Autoridade Tributária.

6. A Direcção de Tecnologia de Informação e Comunicaçãotem as seguintes competências:

a) Supervisionar a actividade da área de informática naAutoridade Tributária;

b] Desenvolver soluções.informáticas, infra-estruturas de'comunicação e sistemas de informação necessáriasao cumprimento das funções cometidas à AutoridadeTributária;

c) Garantir a manutenção e' gestão dos sistemasinformáticos;

d) Garantir o correcto funcionamento .de comunicaçõesinternas e para fora da AutoridadeT~ibutária: . \.r

e) Desenhar políticas relacionadas com a área detecnologias de informação;

f) Desenhar programas de formação na área de tecnologiasde' informação;

s) Assegurar a modernização tecnológica da instituição:li) Preparar políticas com vista ao desenvolvimento

tecnológ.ico da Autor idade Tributária deMoçambique.

SllBSECçAo v

Gabinete de Controlo InternoARTIGO 23 .

(Competências)

O Gabinete de Controlo Interno tem as seguintescompetências:

a) Realizar acções de inspecção tendentes azelar pelocumprimento das disposições legais fiscais eaduaneiras a nível interno;

b) Realizar acções de auditoria de gestão e avaliar, emtermos de eficácia e eficiência. o funcionamento dosserviços;

c) Cooperar com outros serviços de auditoria. nacionaisou internacionais, designadamente ao nível dusmetodologias e das normas de actuação;

d) Dirigir e assegurar o cumprimento da política anti--corrupção e outras acções contra irregularidades';

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100~(24) I SÉRIE - NÚMERO 15

e) Investigar as irregularidades do pessoal e supervisionaros. processos disciplinares instruidos pelos órgãosrespectivos da Autoridade Tributária;

fJ R-eceber queixas dos utilizadores dos serviços daAutoridade Tributária, investigar a sua veracidade epropor-as medidas a serem tomadas;

g) Propor as normas e procedimentos para a condução deinvestigações de irregularidades;

h) Emitir informações para o Conselho SuperiorTributário sobre as irregularidades mais comunsdetectadas pelas direcções da Autoridade Tributária:

i) Pramo·ver e assegurar o cumprimento da éticaprofissional.

ARllG024

(Unidades orgânicas)

O Gabinete de Controlo Interrlo tem a seguinte estrutura:

a) Direcção de Control.o, Inspecção e Auditoria;b) Direcção de Irregularidades de Pessoal e Anti-

-corrupção.

ARTIGO25

(Competências das Direcções de Serviços)

L A Direcção- de Controlo, Inspecção e Auditoria tem asseguintes competências:

a)Realizar acções de controlo das actividadesdesenvolvidas pelas unidades orgânicas daAutoridade Tributária;

b)A valiar a eficiência e eficácia do funcionamento dasunidades orgânicas da Autoridade Tributária;

c) Realizar acções de inspecção e auditoria tendentes azelar pelo cumprimento. das disposições legais emtodas as unidades orgânicas da Autoridade Tributária;

ri) Realizar inspecções sobre a qualidade técnica e níveisde execução do programa de acti vidades de-auditoriae de fiscalizaçãotributária.

2. A Direcção de Irregularidades de Pessoal e Anti-corrupçãotem as seguintes competências:

a) Propor a Estratégia de Promoção da Integridade, elaborare implementar uni plano de promoção da integridade .'e combate à corrupção na Autoridade Tributária;

b) Fazer eapoiar as investigações sobre irregularidadespraticadas pel.os funcionários da AutoridadeTributária;

c) Verificar o cumprimento dos procedimentos nainstauração dos processos sobre infracções denatureza disciplinar ou criminal;

d) Pronunciar-se sobre as queixas e reclamações dosutilizadores dos serviços, bem como de órgãos eserviços da Autoridade Tributária sobre práticasincorrectas dos funcionários desta e promover asacções legais pertinentes;

e) Fazer a recolha, análise. tratamento e arquivo deinformação relacionadas com a evasão e fraude fiscale aduaneira;

fJ Manter actualizado o sistema de informação sobre osactos praticados em matéria de fraude e evasão fiscale aduaneira; '.

g) Fazer a análise e gestão de risco associado às actividadesdos sectores da instituição.

SUBSECÇÃO VI

Gabinete de Planeamento, Estudos e CooperaçãoInternacional

ARTIGO 26(Competências)

O Gabinete do Planeamento. Estudos e CooperaçãoInternacional tem as seguintes competências:

a) Propor medidas de políticas e alterações à legislaçãono âmbito da actividade da Autoridade Tributária;

b) Garantir a realização de trabalhos de investigação epesquisa, no âmbito fiscal e aduaneiro;

c) Elaborar a proposta de planos e relatório das actividadesda Autoridade Tributária;

d) Preparar e apoiar no esclarecimento de dúvidas equestões decorrentes da aplicação das leis fiscais eaduaneiras;

e) Realizar a análise do desempenho da AutoridadeTributária, nas ~uas diferentes áreas;

j) Efectuar a previsão de cobrança de receitas fiscais eaduaneiras;

g) Elaborar informação estatística relativa a cobrança dereceitas fiscais e aduaneiras;

17) Assegurar a actividade de elaboração e aquisição dedocumentação científica e técnica na área fiscal eaduaneira;

i) .Preparar e participar-na. negociação" dos acordos ou deconvenções para evitar a dupla ·tributação e paraprevenir a evasão e fraude fiscais e as demaisconvenções de natureza fiscal e aduaneira;

j) Assegurar a implementação dos acordos -bilaterais emultilaterais em que o país-seja signatário em mafériafiscal e aduaneira;

k) Propor políticas relevantes, na áréa fiscal e aduaneira,relativas à integração regional-e aos acordos bilateraise multilaterais;

/) Preparar informação e participar nas negociações cominstituições multilaterais sobre matérias fiscais eaduaneiras; .

m) Emitir pareceres sobre as matérias de cooperaçãointernacional.

ARllGo27

(unidades orgânicas)

O Gabinete do. Planeamento, Estudos e CooperaçãoInternacional estrutura-se em:

a) Direcção de Cooperação Internacional;b) Direcção de Planeamento e Estudos;c) Direcção de Política Tributária;d) Direcção de Previsão e Análise da Receita.

ARTIGO28

(Competências das Direcções de Serviços)

1. A Direcção de Cooperação Internacional tem as seguintescompetências:

a} Assegurar a implementação dos acordos bilaterais emultilaterais em que o país seja signatário em matériafiscal e aduaneira e proceder a sua' monitoria;

b) Preparar e participar em negociações sobre matéria de

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/5 DEABRlLDE20/0 100-(25)

índole fiscal e aduaneira. no âmbito do processo deintegração regional e de acordos bilaterais emultilaterais;

c) Coordenar as acções de cooperação bilateral, regionale multilateral em matéria fiscal e aduaneira;

d) Emitir pareceres, sobre matérias de natureza fiscal eaduaneira. no âmbito dos' acordos de cooperaçãobilateral'. regional e multilateral.

2. A Direcção do Planeamento e Estudos tem as seguintescompetências:

a) Promover acções com vista a avaliação periódica doSistema Tributário;

b) Garantir a realização de trabalhos de investigação epesquisa em matérias de natureza fiscal e aduaneira:

c) Realizar estudos que sustentem medidas de política ealterações à legislação fiscàl e aduaneira;

d) Elaborar a proposta de planos e relatórios dasactividades da Autoridade Tributária;

e) Preparar e monitorar os indicadores estratégicos paraas diferentes áreas da Autoridade Tributária.

3. A Direcção de Política Tributária tem as seguintescompetências:

a) Propor medidas de política tributária e aduaneira:b) Propor alterações à legislação no ãmbito da actividade

da Autoridade Tributária:c) Emitir pareceres sobre matérias relativas ·à-Iegisl.ação

fiscal e aduaneira; .d) Apoiar no esclarecimento de dúv-idas e questões

decorrentes da aplicação das leis fiscais e aduaneiras;e) Preparar os acordos ou convenções para evitar dupla

tributação e prevenir: a evasão 'efraude fiscais e demaisconverições de natureza fiscal e aduaneira;

j) Rever a legislação fiscal e aduaneira alinhando-a aospadrões e recomendações regionais e internacionais.

4. A Direcção de Previsão e Análise da Receita tem asseguintes competências: . .

a) Garantir a existência de informação credível e segurasobre as estatísticas da receita como base de suportepara a gestão; .

b) Analisar as cobranças efectuadas e prever a receita porarrecadar;

c) Estabelecer metas de cobrança da receita para as áreasoperativas dos impostosinternos e das Alfândegas;

,d) Controlar os volumes de receita;e) Apoiar na avaliação do impacto das políticas

económicas e outros fenórnencs.tque afectem a. cobrança de receita;

fJ Produzir estatísticas, sobre a receita colectada eactividades de comércio externo e proceder à suaanálise;

g) Coordenar o processo de preparação de informação paraa elaboração da Conta Geral do Estado no que respeitaàs actividades executadas pela Autoridade Tributária,

SUBSECÇÃO VtI

Gabinete de Comunicaç~o e Imagem

ARTIGO29

(Funçoo)

O Gabinete de Comunicação e Imagem é o Serviço daAutoridade Tributária, subordinado directamente ao Presidente,que tem por função realizar acções de comunicação, educação

fiscal e aduaneira e de promoção da imagem da AutoridadeTributária, estabelecer a comunicação interna da instituição eservir de eio de ligação entre esta. instituição e os órgãos decomunicação social, bem como divulgar a legislação fiscal eaduaneira.

ARTIGO30

(Competências)

O Gabinete de Comunicação e Imagem tem as seguintescompetências:

~) Servir de elo de ligação entre a Autoridade Tributária eos órgãos de comunicação social;

b) Propor e organizar reuniões. sempre que se' mostrenecessário, .corn os utilizadores dos serviços daAutoridade Tributária; y

c) Promover a imagem pública da Autoridade Tributária;d) Produzirmaterial informativo da Autoridade Tributária

e proceder à sua divulgação;e) Organizar e manter actualizado-o ficheiro de notícias

publicadas pela Imprensa nacional e estrangeira'cominteresse para -a Autoridade Tributária;

fJ Desenvolver acções de educação fiscal e aduaneira ede popularização do imposto;

k) Divulgar a legislação fiscal e aduaneira e prestarassistência aos contribuintes; .

11) Propor e implementar a política de comunicação eimagem da Autoridade Tributária,

SUBSECÇÃO VII!

Gabinete do Presidente

ARTlGo3l(Função)

O Gabinete do Presidente é um serviço da AutoridadeTributária que tem por função apoiar o Presidente, o Co1'elhoSuperior Tributário, o Conselho Directivo e o Conselho daFiscalidade no exercício das suas actividades, designadamentenas áreas de secretariad~ e protocolo.

SECÇÃO I!

De Nível LocalARTIGO32

(Estrutura a nível local)

l , A Autoridade Tributária estrutura-se', ao nível local. emDirecções Regionais Norte, Centro e Sul, que superintendem asDelegações Provinciais e suas unidades orgânicas.

2. A Direcção Regional Norte integra as unidades orgânicasdas províncias de Cabo Delgado. Niassa e Nampula.

3. A Direcção Regional Centro integra as unidades orgânicasdas províncias da Zambézia, Tete, Manica e Sofala.

4. -A Direcção Regional SU;1integra- as unidades orgânicasdas Províncias. de Inhambane, Gaza, Maputo e Maputo Cidade,

S. Os Directores Regionais subordinam-se hierarquicamenteao Presidente da Autoridade Tributária e funcionalmente aosDirectores-Gerais.

6. As Direcções Regionais estruturam-se em delegaçõesprovinciais, divisões e repartições.

7. As Delegações Provinciais estruturam-se em, áreasoperativas e Juízos Privativos das Execuções Fiscais;

8; As Direcções Regionais, Delegações Provinciais e as áreasoperativas são dirigidas, respectivamente. por um DirectorRegional, Delegado Provincial, Director de Unidade de GrandesContribuintes e de Áreas Fiscais. Juízes e Chefes de DelegaçõesAduaneiras, Postos Fiscais ou de Cobranças, nomeados peloPresidente da Autoridade Tributária, sob proposta dos DirectoresGerais das respectivas áreas.

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100-(26) I SÉRIE ~ NÚMERO 15

9. Os Directores Regionais e os Directores de Unidade deGrandes Contribuintes e de Áreas Fiscais são coadjuvados porDirectores Adjuntos, nomeados pelo Presidente da AutoridadeTributária, sob proposta dos Directores-Gerais das respectivasáreas.

ARTIGO 33

(Função)

As Direcções Regionais têm por função interagir com osórgãos centrais e locais da Autoridade Tributária sobre as diversasmatérias da sua competência, quer na área de cobrança,1i:scalização. auditoria, controlo interno, administração, finanças.recursos humanos e formação. bem corno no planeamento emonitoria do cumprimento dos Planos.

ARTIGO 34

(Competências)

As Direcções Regionais têm as seguintes competências:

a} Exercer as competências da Autoridade Tributária aonível das regiões. em coordenação com os órgãoscentrais;

b] Executar o plano de trabalho das actividades cujaresponsabilidade lhes está cometida;

c) Cumprir e controlar a aplicação das leis aduaneiras efiscaise o restabelecimento ou defesa dos respectivosinteresses' violados;

di Propor o plano anual de trabalho da Direcção;e) Assegurar a arrecadação da receita cuja cobrança lhes

seja cometida; ~fJ-Garantir a prevenção e combate à fraude e evasão fiscal;g) Gerir o orçamento dá região e controlar a sua execução;h) Coordenar e assegurar a gestão dos recursos humanos

da região;i) Gerir o património e infra-estruturas de comunicação da

região.

ARTIGO 35

{Unidades orgânicas das direcções regionais)

l. As Direcções Regionais têm a seguinte estrutura:'a) Delegações Provinciais;b) 'Unidades de -Grandes Contribuintes;c) Juízos Privativos das Execuções Fiscais;di Direcções de Áreas Fiscais;e) Delegações Aduaneiras; .fi Postos Fiscais;s) Postos de Cobrança.

2. As Direcções de Áreas Fiscais e Delegações Aduaneiras .classificam-se em nível A. B, C e D. .

3. Compete ao Presidente da Autoridade Tributária, por-despacho. proceder a criação dos postos fiscais e postos decobranças.

CAPÍTULO V

Regime patrimonial, financeiro e instrumentos de gestão

ARTIGO 36

(Património)

O património da Autoridade Tributária é constituído pelosbens do Estado que lhe sejam afectos.

ARTIG03?

(Receitas)

L Constituem receitas da Autoridade Tributária:

a) As que resultem da remuneração de serviços prestados aoutras entidades; .

b} As apuradas na venda de estudos, obras ou outrasedições promovidas pela Autoridade Tributária;

c) Dotação do Orçamento do Estado no valorcorrespondente a Y% do valor da receita fiscalcobrada. para além da dotação orçamental atribuídapara o funcionamento normal da instituição; .

d) Quaisquer outras receitas que lhe sejam atribuídas nos_termos da lei'.

2. A receita prevista na alínea c) do número anterior destina-se a melhoria da eficiência do funcionamento do órgão e aopagamento de estímulos de produtividade.

ARTIGO 38

(Despesas)

Constituem despesas da Autoridade Tributária:

a) Os encargos com o respectivo funcionamento e com ()cumprimento das suas atribuições e competências;

b) Os custos de aquisição. manutenção e conservação dosbens. equipamentos ouserviços que tenha de utilizar;

c] Os encargos com o funcionamento do Conselho daFiscalidade, e das suas comissões especializadas;

d] Outros encargos. -

ARTIGO 39

(Instrumentos de gestão)

São instrumentos de gestão da"Autoridade Tributária:. .ai O plano estratégico;b} O plano anual de actividades;c) O orçamento e o seu balanço de execução;di O relatório anual de actividades; ~'e} O plano de formação profissional;fi O plano e perfis de gestão.

CAPÍTULO VI

Iden!ificaçãoda Autoridade Tributária

ARTIc.o4D

(Logotipo)

I. O logotipo da Autoridade Tributária de Moçambique,incluído-como Anexo I deste decreto. é o símbolo representativoda instituição. sendo de forma circular com um fundo azul ecinco elementos grãficos em amarelo, verde. vermelho. brancoe preto. Na parte superior do círculo consta a inscrição"Autoridade Tributária" e dentro do círculo. sobre fundo cinzaclaro. na base, uma tarja com abas com a inscrição "deMoçambique".

2. O emblema dasAlfândegasde Moçambique, incluído comoAnexo II deste decreto, é o símbolo representativo da instituiçãoe contém sobre fundo circular azul-marinho escuro os seguinteselementos-urna estrela de oito pontas ern arnarelo: duas serpentesem azul enroladas num mastro; unia âncora em azul; uma rodadentada em vermelho; espigas de milho em amarelo. Na partesuperior do conjunto de elementos consta a inscrição"Alfândega" sobre fundo verde ena parte inferior a inscrição«Moçambique», igualmente sobre fundo verde.

3. O emblema descrito no número anterior aplica-se aouniforme das Alfândegas.

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/5DEABRILDE2D/D100-(27)

CAPITULO VIIRegime jurídico aplicável aos funcionários

ARnc.o41(Regime do .peesceü.

O regime jurídico aplicável aos funcionários da ·AutoridadeTributária é o constante do Estatuto do Pessoal da Autoridade

Anexo I

(Artigo 40, n." I)

\,,~f.

"<:::.•....~- -

Df. MOÇAMBIQUE

.-'- ~ 'I('

Tributária de Moçambique, Estatuto Paramilitar do Pessoal das

Alfândegas e do Regulamento Interno da Autoridade Tributária,

de Moçambique. sem prejuízo da aplicação das normas previstas

no Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado.

Anexo II

(Artigo 40, n." 2)