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Revista Digital de Cães e Lobos Nº 3 - 3º Trimestre de 2012 Uma Edição do Departamento de Divulgação do: Centro Canino de Vale de Lobos Etologia • Comportamento • Educação • Adestramento Convivência • Psicologia • Veterinária • Estética Artigos - Notícias - Reportagens - Curiosidades

Nº 3 - 3º Trimestre 2012

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Revista da propriedade do Centro Canino de vale de Lobos sobre a temática canina e lupina

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Page 1: Nº 3 - 3º Trimestre 2012

Revista Digital de Cães e Lobos

Nº 3 - 3º Trimestre de 2012

Uma Edição do Departamento de Divulgação do:

Centro Canino de Vale de Lobos

Etologia • Comportamento • Educação • Adestramento

Convivência • Psicologia • Veterinária • Estética

Artigos - Notícias - Reportagens - Curiosidades

Page 2: Nº 3 - 3º Trimestre 2012

Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Características do Curso

Objetivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre a identifica-ção, diagnóstico, tratamento e prevenção dos Comportamentos anómalos, desviantes e patológicos dos cães que vivem integrados na sociedade humana. É um Curso abrangente uma vez que é transversal a todos os Problemas Comportamentais dos canídeos domésticos.

Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 3 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da apli-cação do formando).

A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Adestradores Caninos que sentem dificuldades na interpretação e tratamento destas patologias cada vez mais presentes na interação dos cães com os seus donos e o meio envolvente. Mas também a todos os interessados na temática do Comportamento Canino e nas alterações causadas por via da domesticação.

Perspetival de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conheci-mento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de interpretação, diagnóstico, tratamento e preven-ção das Patologias do Comportamento. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, resolver todos os problemas ligados à área Comportamental.

Tema 1 - Como Funciona um Cão Tema 2 - O Carácter Tema 3 - O Temperamento Tema 4 - A Comunicação Canina Tema 5 - Os Instintos Básicos de Sobrevivência Tema 6 - Os Condicionamentos Tema 7 - As Agressividades Tema 8 - Ansiedade por Separação

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-de-psicologia-canina.html

Estrutura Programática do Curso (Resumido)

Tema 9 - Síndrome de Disfunção Cognitiva Tema 10 - Fobias Tema 11 - Manias Maternais Tema 12 - Hiperatividade e Hiperexcitabilidade Tema 13 - Comportamentos estereotipados Tema 14 - Ingestão Inadequada Tema 15 - Eliminação Inadequada

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Uma edição do

Departamento de

Divulgação do:

Centro Canino de

Vale de Lobos

Editorial

Cães & Lobos Edição Nº 3

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Mais um número da nossa revista “Câes & Lobos” está termina-

do. Pelos números estatísticos a que temos acesso, somente

com dois números publicados, este é já um título ícone das

revistas que abordam os temas de cães e de lobos concebidas

em língua portuguesa. Os parabéns vão inteirinhos aos nossos

colaboradores que se esforçam por proporcionar aos nossos

leitores, artigos que abordam temas interessantes que normal-

mente não são tratados nas revistas da especialidade, quer em

formato papel quer, como esta, em formato digital. Lembramos

mais uma vez que todos os autores dos artigos publicados nesta, como nas

outras edições da revista, são, ou foram, alunos da nossa instituição.

Nesta 3ª edição da revista “Cães & Lobos” tivemos o cuidado de melhorar o

aspeto gráfico, principalmente no que diz respeito à disposição, colocação e

destaque das fotos, que já não estão no meio ou nos extremos dos artigos,

mas sim em faixas verticais ou horizontais separadas destes. Pensamos que

visualmente é mais apelativo, e graficamente mais ordenado.

Como já vai sendo habitual, os nossos colaboradores empenharam-se em

apresentar artigos bastante interessantes, bem concebidos e muito completos

sobre matérias que a todos nós, que gostamos de cães e lobos, nos interes-

sam. A Paula Leal terminou uma série de dois artigos sobre a vacinação e pre-

venção de algumas doenças que afetam os nossos amigos caninos. A Paula

descreveu igualmente os trabalhos efetuados pelos cães em prol da comunida-

de. A Anabela Guerreiro abordou, em dois artigos, matérias tão importantes e

tão atuais como são os casos da situação dos cães quando vamos de férias e

da importância de um correto adestramento dos nossos cães com vista a uma

perfeita e completa integração na nossa sociedade. O André Moreiras refletiu

sobre um tema polémico fazendo uma pergunta: será que a esterilização dos

cães é suficiente para o controlo da agressividade entre eles? O André tenta

responder a esta questão. A Dominique Martins dissertou acerca das reações

alérgicas dos animais às picadas de insetos, vacinas e medicamentos. Mais

uma vez as notícias caninas estiveram a cargo da atenção da Anabela Guerrei-

ro. Até ao próximo número, boas férias, para quem as tem, e boas leituras.

Sílvio Pereira

Navegue connosco nas ondas da web

Centro Canino de Vale de Lobos

www.ccvlonline.com

Departamento de Formação do CCVL

http://formacaoccvl.weebly.com

Departamento de Divulgação do CCVL

Blogue: http://comportamento-canino.blospot.com

Fórum: http://comportamento-canino.forumotion.net

www.facebook.com/ccvlobos

2

Cães em férias (Anabela Guerreiro)

4

O caráter, o temperamento e

as qualidades intrínsecas dos

cães (Sílvio Pereira)

8

Agressividade entre cães do

mesmo sexo (André Moreiras)

10

Charles Darwin (Sílvio Pereira)

12

Vacinação - 2ª parte (Paula Leal)

16

Crianças e cães (Sílvio Pereira)

18

Trabalho e desporto canino (Paula Leal)

23

A importância do adestramen-

to (Anabela Guerreiro)

26

Reações alérgicas (Dominique Martins)

28

Notícias Caninas (Anabela Guerreiro)

7 - Máximas caninas

7 - Livro recomendado

15 - Evento

27 - Curso de formação

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Cães & Lobos Edição Nº 3

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Convivência

Nesta edição que nos chega com o Verão e, para muitos de nós, com um cheiro a férias, é de impor-tância máxima referir alguns aspetos sempre úteis e necessários nesta altura do ano para quem tem cão.

Os cães estão muito habituados a estar junto da

família, tendo evoluído desde a sua função de ani-

mais de carga para animais de estimação. Eles são

curiosos, mas acima de tudo estão presentes. Isto é

uma das razões pela qual é bem melhor para a psi-

que do cão e do dono também, levá-lo sempre que

possível nas férias. As férias perto da natureza são

especialmente boas para os cães, pois este pode

ser um companheiro ideal para todo um conjunto de

atividades, para as férias no campo, as férias para

caminhadas ou quando visitamos os mares do mun-

do.

Nos tempos de hoje é já bastante comum encontrar

locais com um encanto especial que farão das férias

com o cão, umas férias especiais e agradáveis. No

entanto, é necessário informarmo-nos de todas as

imunizações e certificados de saúde necessários

para o país para onde se vai viajar e onde se encon-

tra a residência alugada para as férias. Além da

informação sobre o animal e sobre o seu dono, é

necessário apresentar a prova da imunização contra

algumas doenças.

Além disso, não nos podemos esquecer que longas

viagens de carros ou voos de avião devem ser evita-

dos, porque provocam demasiado stress ao cão.

Nas viagens de carro, o cão deve seguir dentro de

uma transportadora ou preso com o cinto de segu-

rança específico para cães, pois não só contribuirá

para a sua segurança como para a de todos os

passageiros. É importante avaliar previamente se o

cão se vai comportar bem durante a viagem e se

está acostumado a períodos mais longos dentro do

carro. Será importante premiar quando tiver um

comportamento tranquilo, bem como realizar para-

gens frequentes para que o cão possa descansar/

exercitar e beber água.

Se o meio de transporte a utilizar for diferente do

automóvel, é importante procurar informação sobre

as regras a respeitar, de acordo com a companhia

em que viaje, seja avião, comboio ou barco.

Quando não é possível levar o cão para férias uma

das opções é deixar com familiares e/ou amigos

que gostem de animais e que não se importam de

ficar com o cão durante um período curto de tem-

po. Esta opção poderá ser muito boa e segura para

o cão no caso de conhecer a pessoa com quem vai

ficar. No caso de não haver um relacionamento

entre o cão e essa pessoa, bastará que lhe deixe

objetos que conheça (comedouro, brinquedos e

cama) para que se sinta mais em casa.

Outra opção também a ter em conta e cada vez

mais utilizada, embora possa ser um pouco mais

dispendiosa, são os hotéis para cães, uma hipóte-

se a ter em conta. Estes locais cuidam da alimenta-

ção, higiene e passeios do cão. Neste caso deverá

fazer sempre uma visita prévia ao hotel/canil onde

pretende deixar o cão para confirmar se as condi-

Autoria: Anabela Guerreiro

Fotos: www.google.com

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Cães & Lobos Edição Nº 3

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ções o satisfazem, antes de tomar uma decisão. Tam-

bém aqui é importante levar objetos que contribuam

para que o cão se sinta bem.

Assim sendo para aquelas pessoas que não podem

levar o seu cão de férias existe várias opções já identifi-

cadas, nomeadamente família/amigos, hotéis/canis e

também os conhecidos mas não tão famosos dog-sitting.

Porém algo de novo está a aparecer como forma de res-

posta a este tipo de necessidade cada vez mas crescen-

te nos nossos dias (veja caixa abaixo).

NOVAS IDEIAS

A empresa americana DogVAcay criou mais uma alter-nativa, esta empresa é um site que permite que os donos procurem pessoas na sua área de residência e que estejam dispostas a cuidar de um cão nas suas próprias casas, dando ao cão a comida, exercício e atenção que só o seu dono lhe daria. Trata-se de uma espécie de versão canina de couch-surfing, a um preço bem mais reduzido. As pessoas que ficam a tomar conta do cão estão sujei-tas a uma triagem e são entrevistadas pela empresa, e cada dono do cão é encorajado a conhecer o hospedei-ro do seu cão. O site oferece também biografias das pessoas de acolhimento, localização, fotos da casa, preços, disponibilidade e notas/opiniões sobre os servi-ços. A DogVacay oferece ainda todo um conjunto de solu-ções que os donos podem optar, nomeadamente o alu-guer de colares com GPS se quiserem controlar o cão constantemente, sendo que os anfitriões também podem enviar e-mails, sms ou telefonar uma vez por dia aos donos. Cerca de um terço destes anfitriões são profissionais da área, enquanto dois terços são amantes de cães e geralmente reformados, desempregados ou donas de casa a tempo inteiro. Cerca de 90% destes também possuem cães, possibilitando assim uma interatividade entre os cães. Mais do que um local onde se poderá deixar o cão, esta forma, defende que os cães acabam também por se sentirem de férias, num espaço diferente e cheios de novos estímulos.

© The Sun

Convivência

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Cães & Lobos Edição Nº 3

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1ª Parte Vamos iniciar uma série de dois artigos sobre o carácter, o temperamento e as qualidades dos cães. Apesar de serem três termos que poderão ser considerados como sinónimos, iremos ver, ao longo dos artigos, que devem ser compartimen-tados em conceitos diferentes, uma vez que, quaisquer uns deles apresentam traços de personalidade que os caracteri-zam, bastantes distintos. O CARÁTER Da mesma maneira que cada cão possui uma estrutura anató-mica diferente, a estrutura psíquica e mental é igualmente dis-tinta. O carácter é produto da carga genética, das experiências vitais e da aprendizagem. Pode-se dizer que o carácter é her-dado na sua componente genética, é adquirido na sua compo-nente ambiental e é moldado através da aprendizagem. Cada uma das vivências do cão trabalha sobre a matriz rudi-mentar da personalidade do cão de maneira a que, quanto maior for o estímulo, com maior força se fixarão certo tipo de respostas. As experiências adquiridas durante os primeiros meses de vida influenciam de forma determinante o carácter do cão. A maneira como o cachorro aprende a resolver conflitos, marca-rá indelevelmente a sua futura personalidade.

Etologia

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Também, apesar de em menor grau, influenciam o carác-ter as experiências adquiridas na juventude. A prova dis-so é que, quando se obriga o cão a esquecer associações simples ou sequências complexas de comportamentos, anulam-se com maior facilidade as que se estabeleceram durante a fase intermédia de vida do que aquelas que se fixaram no decurso dos períodos de “imprinting” ou de socialização. Assim, para realizar um correto adestramento é importan-te conhecer o carácter particular do cão que vamos traba-lhar, e para isso há que considerar os dois planos em que se desenvolve o crescimento mental: conhecimentos adquiridos e herança genética. Que carácter terá este cão? É a pergunta que colocam todos os adestradores quando iniciam a formação de qualquer exemplar. É certo que a manipulação e o desen-volvimento do traba-lho irão diluindo mui-tas incógnitas mas, uma análise precoce é fundamental para uma correta planifi-cação do referido trabalho. Saber ana-lisar cada cão e a resposta do seu organismo, perante uma determinada situação, não é um dom de alguns ades-tradores mas sim fruto do conhecimen-to, da observação e do estudo intrínseco do exemplar em causa. A pior consequência, quando se desconhece o carácter do cão, é a sublimação do método fazendo depender só e exclusivamente dele os resultados. Esta situação provoca numerosos fracassos considerando “não aptos” os indiví-duos que não alcançam os objetivos. Em contrapartida, se a eleição do método se basear no conhecimento do cão e se for ajustada, tanto a ele como ao objetivo, o número de “inaptos” será drasticamente reduzido. Do exposto se depreende que, a seleção de exemplares para adestramento de alto nível, naqueles que investiremos inúmeras horas de trabalho, deve estar condicionada a um exaustivo conhecimento do animal. Iremos de seguida analisar os comportamentos instintivos e os traços de personalidade ligados ao carácter do cão, que o adestrador deve valorizar quando decide iniciar um trabalho de adestramento sério e produtivo.

Análise dos comportamentos instintivos Pode-se definir o instinto como: “impulsos da estrutura interna do animal que se manifestam em forma de comportamento”. Tanto o instinto como a aprendiza-gem são os garantes da Adaptação e da Evolução. Nos animais que têm uma vida relativamente longa e especialmente os que pertencem a espécies altriciais (que recebem prolongados cuidados parentais) como é o caso do cão, os comportamentos instintivos vão apa-recendo de forma gradual e o indivíduo tem que apren-der a controlá-las. A aprendizagem e o instinto consti-tuem, deste modo, a essência do comportamento e, a combinação entre ambos faz com que discriminar os fatores genéticos instintivos da aprendizagem, seja

mais difícil do que pos-sa parecer. Se tomar-mos como exemplo do que foi exposto o com-portamento da vespa cavadora veremos a diferença entre espé-cies precociais e altri-ciais assim como a diferença entre instinto e aprendizagem. Este inseto leva a cabo somente numas sema-nas de vida, toda uma sequência de condutas como a alimentação, a competição e eleição de parceiro, a “decisão

de lutar como o dono de um ninho ou construir o seu próprio, a eleição da presa e sua captura, a postura dos ovos e a sua morte. Se juntarmos a tudo isso que os seus pais morreram no verão anterior, deduziremos que o comportamento instintivo prevalece sobre qual-quer fator de aprendizagem. O cão como espécie altricial está muito ligado nos seus comportamentos, aos instintos e à aprendizagem que falámos anteriormente. Por meio da aprendizagem associativa e do condicionamento operante a que o submetemos veremos desenvolvidos e ampliados os seus padrões de conduta individuais que, de não serem manipulados, se limitariam à resolução de pro-blemas derivados da sobrevivência e da reprodução. Ainda assim o conhecimento dos instintos mais impor-tantes que desenvolve e a adequada valorização dos comportamentos associados a eles conformam o pilar base para compreender o animal.

Etologia

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Traços de personalidade ligados ao carácter Um dos erros mais frequentemente cometidos ao falar do comportamento dos cães, do qual nem os cinólo-gos escapam, é o emprego de termos que correspon-dem a outros âmbitos e cujo significado não pode empregar-se na etografia canina. Assim, é comum utilizar-se a antiga classificação de Hipócrates definin-do “ (cães de) carácter excitável, tranquilo, agressivo ou temeroso”, o uso do vocábulo “temperamento” para definir agressividade, ou confundir guarda com defesa, etc. Na cinofilia moderna, os estudos têm pre-cisado muito bem a terminologia correta e, indepen-dentemente do autor ou técnico, sem ambiguidades, é facilitada assim, a compreensão do comportamento canino. Nas relações que o cão tem com o meio ambiente – ocupado por ele, e consequentemente, por outros animais e pelo homem, tanto fazendo parte do grupo sócio expressivo ou estranho a este – evidenciam-se, de modo notório, dez comportamentos naturais, três deles ligados ao carácter: a docilidade, a sociabilida-de, a curiosidade e sete eminentemente ligados ao temperamento: a vigilância, o temperamento, a valen-tia, a possessibilidade, a combatividade, a agressivi-

dade e a coragem. Qualquer destes comportamentos exteriorizados podem ser mais ou menos acentuados segundo a raça a que per-tence, potenciando-se entre si ou contrapondo-se (e até anulando-se), constituindo assim, uma espécie de Bilhete de Identidade das suas aptidões naturais. …Aptidões e faculdades a ter em conta em qualquer Plano de Adestramento, pois - como disse o Etólogo Enrique Lerena de la Serna – “a educação não pode modificar os fundamentos inatos do carácter” portanto, o adestramento para certas funções é desaconselhável em raças cuja memória genética é inexistente, mas ainda que existindo concordância condutal, carecem as devidas capacidades morfológicas (tamanho insuficiente; particularidades corpo-rais que os impedem desempenhar as tarefas solicitadas sem riscos maiores; pouca adaptação climática; etc.), em suma, não recomendáveis profissionalmente. Ainda que com um treino específico, quiçá, potencie algu-mas destas faculdades e, inversamente, exija um mínimo noutras das aqui mencionadas, os comportamentos bási-cos relativos ao carácter do cão adestrável são os que se seguem:

Etologia

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Docilidade. Tem a ver com a facilidade do espécimen canino em aceitar o homem como seu superior hierár-quico. É colocado, num nível inferior na escala da mati-lha, mas não na condição de escravo temeroso e sub-misso. Por cão dócil entende-se aquele que aceita o humano como guia equivalente ao líder dos grupos cani-nos selvagens. A docilidade, pois, não será confundida com timidez nem medo do castigo; parte da confiança, da entrega natural e benéfica a um mesmo projeto, não anula a índole mas sim amplia-a. Sociabilidade. O cão, animal gregário, só se expressa completamente quando integrado em comunidades; daí, um exemplar sociável ganha pessoalmente e ganha a sua espécie. Deste modo, insere-se com naturalidade dentro do âmbito propício, comunicar-se sem excitação ou impaciência extremas é inerente ao impulso genético de domesticidade que se distingue da do seu primo Lobo. A falta de sociabilidade manifesta-se com temor, ansiedade e inquietação. Sociabilidade e docilidade são dois comportamentos de base que se desenvolvem no

cachorro no segundo mês de vida, e autores como Daniel Torora dividem a dita capacidade social em: para com a família, para com as crianças e respeito para com os estranhos da casa; Humel agrega a dispo-sição para outros congéneres e a sociabilidade com distintas espécies (gatos, aves, cavalos, vacas, etc.). Curiosidade. Há um axioma comprovado que diz: “não vê nem entende o mundo aquele que não seja curioso, quem não tenha sede de indagar, procura do conheci-mento (condição prévia de toda a aprendizagem). Também para o cão curiosidade é o desejo, o prazer e a faculdade de interessar-se – naturalmente – por tudo o que o circunda, fundamentado na vontade em explo-rar territórios e descobrir ambientes, problemáticas e resoluções novas, imprevistos, acrescentando a con-duta instintiva com o imprinting – no dizer dos etólogos – e que definem o comportamento adquirido, donde a curiosidade joga um papel muito importante. A presen-ça desta qualidade – em minha opinião – é primordial para o êxito de todo o adestramento.

Etologia

Livro recomendado

Título: A Sabedoria dos Lobos Autor: Twyman L. Towery Editora: Sinais de Fogo

Sinopse: Através da observação do comportamento dos Lobos em alcateia, Twyman L. Towery sugere ao leitor uma compa-ração com o comportamento dos homens em sociedade. Capítulo a capítulo são exploradas caraterísticas como a lealdade, a unidade, a paciência, o trabalho em equipa, a perseverança, o divertimento e o insucesso. Teríamos muito a aprender com os Lobos, no que respei-ta às nossas relações pessoais, familiares e profissio-nais, se os observássemos com atenção. E talvez deixássemos de ter medo do Lobo Mau...

Máximas caninas

“O Cão é um invento dos Deuses”. Xenofonte (430-355 A.C.) “O mundo só subsiste graças à inteligência do cão”. Do Zend-Avesta, texto sagrado persa atribuído a Zaratrusta, Sec. VII A.C. “Os outros animais são vassalos do homem, mas o cão, mais do que vassalo, é companheiro” Valvason (1523-1593) “Coisa estranha: ensina-se a temperança aos cães mas não se pode ensiná-la aos homens” La Fontaine (1621-1695) “De todas as formas de vida que nos rodeiam, nem uma só - exceto os cães - se aliou a nós” Maurice Maeterlinck (1862-1949) “Onde vão os cães? Perguntais vós, homens pouco atentos. Vão tratar dos seus assuntos. E são muito exa-tos, sem agendas, sem apontamentos… e sem carteira”. Charles Baudelaire (1821-1867)

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Um dos grandes problemas que sempre tive em casa foi justamente o facto de existirem ocasionalmente, porém de forma sistemática, agres-sões intraespecíficas entre os meus dois cães machos. Como é que é possível dois cães criados no mesmo local, com as mesmas condições e em que 90% do tempo dão-se muito bem, sem que nada antecipasse mordem-se até ficarem completamente feridos e ensanguentados, isto com duração média de 1 a 2 minutos. Ou seja, se retirássemos esses 1 a 2 minutos que ocorrem de forma ocasional, seriam os cães perfeitos. Como adestrador canino, quis ir ao cerne da questão e tentar resolver este problema que penso que atingi-rá muitas das pessoas que têm vários cães do mesmo sexo. É certo, que também existirá agressi-vidade intraespecífica entre fêmeas,

no entanto, os motivos dessa agressi-vidade serão com certeza distintos. Mas para eu conseguir avançar numa resolução do problema era preciso eu analisar primeiro quais os motivos dessas agressões (a origem). Tenho um rafeiro (o Pulguinha) de porte pequeno e um Samoiedo (o Horus) de porte médio, ambos criados na minha casa desde bebés, mas completamente distintos na sua per-sonalidade. O motivo dessa grande distinção... o fator Socialização. Desde bebé que o Horus (Samoiedo) apresentou incompetência social, não se aproximava das pessoas, não era curioso e miccionava cada vez que era sujeito ao stress de ter que socia-lizar com os elementos humanos da casa. O medo era extremo, encolhia-se num canto e ali ficava.

Em adulto, o medo desapareceu den-tro da casa onde habita bem como com os seus elementos humanos, porém na aproximação de pessoas desconhecidas ou nas saídas à rua do local onde habita o medo reapare-ce... o desconhecido para ele desen-cadeia o medo, a ansiedade extrema e comportamentos de fuga. Já o Pulguinha (rafeiro) é aparente-mente socializado, mas desde bebé sempre quis ser o centro das aten-ções, pede constantemente carinho, é extremamente nervoso e ansioso e reconheceu na agressividade (por nossa culpa) uma maneira de demonstrar as suas intenções.. sobre a comida, sobre objetos e inclusive sobre pessoas, ou seja, tornou-se um cão extremamente dominante que aprendeu através das diversas expe-riências que teve, que a agressivida-de era uma arma eficaz para conse-guir o que queria.

Será a esterilização dos machos suficiente?

Comportamento

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Embora tenham diferença de cerca de 1 ano e meio de idade (o Pulgui-nha é o mais velho), enquanto ambos não chegaram à fase adulta nunca existiu qualquer disputa entre ambos... O Pulguinha era o líder, exercia a sua autoridade e era res-peitado pelo Horus. No entanto, o Horus ao chegar à fase adulta... quando o Pulguinha começava a ser dominante, o Horus aprendeu que afinal tinha dentes para se defender e ao ser puxado ao limite do seu stress reage com agressividade e morde também, criando-se deste modo um cenário de luta, com feridas mútuas, muito sangue e com mordidas aos donos

que tentaram separá-los enquanto ambos trocavam agressões mútuas. Dessas agressões, já fui mordido por ambos em ocasiões distintas, porém a mordida mais grave foi a que foi executada pelo Horus pois até ao dia de hoje ainda tenho as marcas dos dentes na mão e no pulso. Após esta mordida, surgiu uma outra mais grave nas mesmas circunstân-cias, mas desta vez na face, quando o meu irmão estava a tentar separá-los e se baixou na direção do Horus. Decidimos por um ponto final e rápi-do.. Fui ao Veterinário, expliquei os sintomas e aconselhou-me a esterili-zação de ambos por forma a solucio-nar o problema e a minimizar as situações de agressão.

A Esterilização como solução do problema, em termos científicos: A Esterilização neste tipo de casos (agressão intraespecífica entre machos) e cientificamente falando, vai depender da origem dessa dita agres-são, por exemplo, não é o mesmo quando o cão agride derivado a uma má socialização ou por uma questão relacionada com a sua conduta sexual. No primeiro caso a esteriliza-ção poderia não dar nenhuma altera-ção na sua conduta pois não são as hormonas que fomentam principal-mente a agressão. Já no segundo caso, poderíamos ter um êxito entre 60-70% (Hart e Eckstein, 1997) e também uma diminuição da marcação

territorial entre 50-60% (Manteca, 1996 e 2002) que é outro dos grandes problemas dos cães machos em casa. Outro panorama completamente dis-tinto surge nas fêmeas, uma vez que a esterilização não se apresenta como uma solução no caso de agres-são intraespecífica entre fêmeas, pois cientificamente falando, poderá aumentar ainda mais o problema. (Roll e Unshelm, 1997 e Podbersceck e Serpell, 1996). A progesterona (hormona feminina) diminui a testosterona (hormona mas-culina) presente no organismo das fêmeas ainda quem em menor quanti-dade que nos machos. Ou seja, se eliminarmos a progesterona cujo efei-to no organismo das fêmeas é tran-quilizador permitimos que a testoste-rona, presente nos processos quími-

cos ligados à agressão tome protago-nismo e faça maior efeito. Por último, problemas menos graves que poderão ser melhorados com a esterilização dos cães são as “fugas de casa”, até 90% (Manteca, 2002) ou a “montada” em outros animais ou objetos (Overall, 2001). Não obstante os prós e contras, pros-seguimos com o processo de esterili-zação para ambos os cães na expec-tativa de pelo menos conseguir uma menor intensidade nas agressões e uma periodicidade dessas agressões mais espaçada no tempo. Os resultados foram satisfatórios a

nível geral, sobretudo a nível de mar-cação de território, porém a nível de agressividade a situação manteve-se, ainda que relativamente mais calmos. Contudo, aprendi diversas coisas que me foram bastante úteis para a reso-lução efetiva do problema: Em primeiro lugar, que um dos gran-des fatores que despoletava as comunicações agonísticas era o stress e a ansiedade elevada, deriva-do ao espaço na moradia ser insufi-ciente para os cães poderem descar-regar as suas energias negativas. Não derivado do espaço físico ser pequeno, o que não é o caso, mas a nível psicológico, a falta de novidade nos cheiros e falta de diversidade no local tornava-o insuficiente.

“Tenho um rafeiro (o Pulguinha) de porte pequeno e um

Samoiedo (o Horus) de porte médio, ambos criados na

minha casa desde bebés, mas completamente distintos na

sua personalidade.”

Comportamento

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Cães & Lobos Edição Nº 3

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Em segundo lugar, que um treino de adestramento intensivo em exercício físico (de 15 a 20 minutos duas vezes ao dia, e pelo menos 3 vezes por semana) intermediado com um passeio grande, ajudava-os imenso a descarregarem as suas energias bem como a tornarem-se mais sub-missos e obedientes aos comandos vocais. Em terceiro lugar, e após algumas novas agressões, descobri que o elemento “Água” servia tanto para por fim às lutas (evitando-se o uso das mãos para os separar), bem como servia de castigo positivo, atra-

vés do uso de um “borrifador de água” assim que manifestem qualquer comunicação agonística por forma a criar um contra-condicionamento ao comportamento adotado. Concluindo Na maioria dos casos, a esterilização dos cães é indicada mas não resolve-rá o problema. É necessário o auxílio de técnicas de reforço positivo e con-tra-condicionamento para se modificar o comportamento agressivo adotado previamente e muito exercício físico por forma a esgotar todo a ansiedade e stress que despoleta a situação de

comunicação agonística.

Mais que tudo, é necessário uma boa socialização do cão desde bebé por forma a evitar comportamentos sociais inadequados e problemas de comportamento no futuro. Procure sempre a ajuda de um profis-sional para a execução deste tipo de trabalho. Autoria e fotos: André Moreiras www.passoscaninos.blogspot.pt conteúdo científico: www.perruneando.com

Personalidade

...a sobrevivência do mais apto...

Charles

Darwin

1809-1882

Charles Robert Darwin FRS (Shrewsbury, 12 de fevereiro de 1809 – Downe, Kent, 19 de Abril de 1882) foi um naturalista britânico que alcançou fama ao convencer a comunidade científica da ocor-rência da evolução e propor uma teoria para explicar como ela se dá por meio da seleção natural e sexual. Esta teoria desenvolveu-se no que é agora considerado o paradigma central para a explica-ção de diversos fenômenos na Biologia. Foi laureado com a meda-lha Wollaston concedida pela Sociedade Geológica de Londres, em 1859. Darwin começou a interessar-se por história natural na universida-de quando era estudante de Medicina e, depois, de Teologia. A sua viagem de cinco anos a bordo do brigue HMS Beagle e escri-tos posteriores trouxeram-lhe reconhecimento como geólogo e fama como escritor. As suas observações da natureza levaram-no ao estudo da diversificação das espécies e, em 1838, ao desenvol-vimento da teoria da Seleção Natural. Consciente de que outros antes dele tinham sido severamente punidos por sugerir ideias como aquela, ele confiou-as apenas a amigos próximos e conti-nuou a sua pesquisa tentando antecipar possíveis objeções. Con-tudo, a informação de que Alfred Russel Wallace tinha desenvolvi-do uma ideia similar forçou a publicação conjunta das suas teorias em 1858. No seu livro de 1859, "A Origem das Espécies" (do original, em inglês, On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or The Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life), intro-duziu a ideia de evolução a partir de um ancestral comum, por meio de seleção natural. Esta tornou-se a explicação científica dominante para a diversidade de espécies na natureza. Ingressou na Royal Society e continuou a sua pesquisa, escrevendo uma série de livros sobre plantas e animais, incluindo a espécie huma-na, através de "A descendência do Homem e Seleção em relação ao Sexo" (The Descent of Man, and Selection in Relation to Sex, 1871) e "A Expressão da Emoção em Homens e Animais" (The Expression of the Emotions in Man and Animals, 1872).

Comportamento

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A viagem do HMS Beagle A viagem do Beagle durou quatro anos e nove meses, dois terços dos quais Darwin esteve em terra firme. Durante esse tem-po, Darwin colecionou metodicamente um enorme número de espécimes, muitos dos quais novos para a ciência. Isto estabele-ceu a sua reputação como um naturalista e fez dele um dos precursores do campo da Ecologia, bem como forneceram visões sociais, políticas e antropológicas sobre as regiões que visitou. Nas ilhas Galápagos, Darwin descobriu que cotovias (mockingbirds) diferiam de uma ilha para outra. Ao regressar a Ingla-terra, foi lhe mostrado que o mesmo ocor-ria com as tartarugas e tentilhões. O rato-canguru e o ornitorrinco, encontrados na Austrália, eram animais tão estranhos que levaram Darwin a pensar que "Um incré-dulo... poderia dizer que 'seguramente dois criadores diferentes estiveram em ação”. A fauna encontrada nas Ilhas Galá-pagos mostrou-lhe uma evidência para a sua teoria da evolução: "é possível imagi-nar que algumas espécies de aves neste arquipélago derivam de um número pequeno de espécies de aves encontra-das originalmente e que se modificaram para diferentes finalidades". Em outubro de 1833 ele apanhou uma febre na Argentina e em julho de 1834, quando regressava dos Andes a Valparaí-so, adoeceu e ficou um mês de cama. De 1837 em diante, e até à sua morte, Darwin passou a sofrer repetidamente de dores estomacais, vômitos, graves tremores, palpitações, e outros sintomas. A publicação da obra “A Origem das Espécies” O livro de Darwin iniciou uma controvérsia pública que ele acompanhou atentamente, obtendo recortes de jornais de milhares de resenhas, críticas, artigos, sátiras, paró-dias e caricaturas. Os críticos foram rápi-dos em apontar as implicações não discu-tidas no livro de que "homens fossem des-cendentes de macacos" ("men from mon-keys"). Entretanto, houve críticas favorá-veis, entre elas, uma publicada no The Times escrita por Huxley que incluía críti-cas a Richard Owen, um expoente do

meio científico que Huxley estava a tentar "destronar". Owen pareceu inicialmente neu-tro mas então escreveu um artigo condenan-do o livro.

O corpo científico da Igreja da Inglaterra, incluindo os antigos tutores de Darwin em Cambridge, Sedgwick e Henslow, reagiu con-tra o livro, embora ele tenha sido bem recebi-do por uma nova geração de jovens naturalis-tas. Foi quando sete ensaios e resenhas fei-tas por sete teólogos anglicanos liberais declararam que milagres eram irracionais e atraíram a atenção para si, desviando-a de Darwin. O confronto mais famoso ocorreu num encontro da Associação Britânica para o Avanço da Ciência em Oxford. O professor John William Draper fez uma longa apresen-tação sobre Darwin e progresso social e, então, Samuel Wilberforce, o bispo de Oxford, atacou as ideias de Darwin. Num acalorado debate, Joseph Hooker defendeu Darwin com tenacidade e Thomas Huxley estabeleceu-se como o "bulldog de Darwin" – o mais veemente defensor da teoria evolutiva no palco Vitoriano. Conta-se que tendo sido questionado por Wilberforce se ele descendia de macacos por parte de pai ou de mãe, Hux-ley murmurou: "O Senhor o deixou nas minhas mãos" e respondeu que "preferia ser descendente de um macaco que de um homem educado que usava a sua cultura e eloquência a serviço do preconceito e da mentira" (isto é contestado, veja Wilberforce and Huxley: A Legendary Encounter). Logo se espalhou pelo país a história de que Hux-ley teria dito que preferia ser um macaco a um bispo. Muitas pessoas sentiam que a visão de Dar-win da natureza acabava com a importante distinção entre homem e animais. Atualmente, é cientificamente consensual de que descendemos dos macacos e que existe um tronco comum a todas as espécies. Autoria: Sílvio Pereira Referências: http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Darwin http://darwin-online.org.uk/

Fotos: www.google.com

Darwin depois do regresso da sua viagem à volta do mundo

Origem das Espécies - A Bíblia dos evolucionistas

HMS Beagle

1º manuscrito sobre a teoria do tronco evolutivo comum

Personalidade

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Tosse do Canil O agente da Tosse do Canil é transmitido por meio de aerossóis (pequenas gotículas eliminadas pela tosse e espir-ros) ou objetos contaminados (jaulas, bebedouros, roupa e calçado, etc.), sendo a transmissão rápida e eficiente em populações caninas com alta densidade. Compreende-se, portanto, que os animais com maior predisposição para contrair a doença sejam aqueles que recentemente estiveram em canis ou aglomerações de cães (centros de treino, hotéis de cães, dias de caça, exposições, feiras, parques, praças, abrigos e lojas de animais, etc.), no entanto um simples passeio num jardim público ou a introdução de um novo animal infetado é suficiente para que o seu animal contraia a tosse do canil. Existem no mercado vacinas com valência para os agentes envolvidos na traqueobronquite ( (inflamação da tra-

queia e brônquios), infeciosa canina, especificamente a Bordetella bronchiseptica e o vírus da parainfluenza canina.

Estas vacinas podem ser de aplicação intranasal ou subcutânea, e o seu uso parece estar associado a uma redu-

ção significativa da sintomatologia desta doença. A decisão de vacinação deve ser baseada na potencial exposição

de cada animal, devendo ser administrada pelo menos cinco dias antes da altura de risco e ser reforçada cada seis

a doze meses. A vacinação é essencial como arma de prevenção, principalmente em animais de risco, competindo-

lhe a si proteger o seu animal de estimação.

Os sinais clínicos surgem 3 a 10 dias após a infeção, podendo persistir durante 3 a 4 semanas. Tal como o nome indica o principal sinal clínico é a tosse seca e repetida geralmente interpretada erroneamente pelos donos como engasgo ou sufocação e cuja duração pode ir de vários dias a algumas semanas, sendo mais evidente após exercí-cio ou excitação ou mesmo pressão da coleira. Em animais com doença mais severa ou complicada outros sinais clínicos podem estar presentes, nomeadamente tentativa de vómito após um acesso de tosse, descarga nasal, febre, apatia, anorexia e perda de peso. Pela elevada morbilidade da infeção, são essenciais medidas de prevenção e controlo. Sempre que ocorre um surto de tosse do canil o isolamento dos cães infetados é vital para a contenção da doença,

devendo-se proceder a uma desinfeção rigorosa do canil e a um vazio sanitário de algumas semanas, antes de

introduzir novos animais.

2ª Parte

Nesta 2ª parte do artigo iniciado no número anterior sobre as doenças e sua prevenção através da vacinação, vamos abordar as patologias que havendo vacinas para elas, não constam no plano nacional de vacinação.

Definição de Doenças e sua Prevenção

através de Vacinação

Prevenção

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Leishmaniose

A Leishmaniose canina é uma doença parasitária transmitida pela picada de mosquitos. Em Portugal surge espora-dicamente em todo o país sendo mais frequente nas regiões do Vale do Tejo e Sado, Alto Douro e Algarve. Surge em cães com mais de 1 ano de idade e mais frequentemente em animais de pelo curto e/ou que vivem no exterior. Nesta doença, o parasita multiplica-se na medula óssea, no baço, e nos Gânglios do animal, originando um quadro de sintomas muito variável. Os animais afetados podem apresentar um ou mais dos seguintes sintomas: Perda de peso e/ou falta de apetite; Apatia e debilidade; Seborreia, feridas que não cicatrizam; Distúrbios digesti-vos: diarreias persistentes, Distúrbios oculares (conjuntivites e lesões da córnea) … O diagnóstico definitivo é feito por análise de sangue ou pesquisa de leishmânias na medula óssea e gânglios. A leishmaniose é uma doença de evolução crónica, que sem tratamento leva à morte do animal. Felizmente, já existe vacina no mercado, para a prevenção da Leishmaniose canina. A vacina deverá ser aplicada em cães acima de 4 meses de idade, sendo que antes da aplicação, devera proceder-se a um minucioso exame clínico realizado por um médico veterinário. Esta vacina é inicialmente dada em três doses, com um intervalo de 21 dias entre cada aplicação. Em caso de atra-so, em alguma das doses, o processo deverá ser reiniciado. O animal apresentará a resposta imunológica 21 dias após a terceira dose. A revacinação deverá ser feita anualmente, a partir da data da primeira dose. A vacinação não é o único instrumento de prevenção e controle dessa enfermidade.

Febre da carraça

As carraças são parasitas externos, artrópodes, (Animais invertebrados) pertencentes à Ordem Acarina, que se ali-mentam do sangue do hospedeiro. A carraça pode estar no solo em zonas com vegetação, mas também em muros, etc., à espera de um hospedeiro.

Quando se apercebe da passagem de um hospedeiro, dirige-se para ele, vagueando pelo seu corpo até encontrar

um local seguro, como o pescoço ou a cabeça, onde o cão não a possa arrancar. Seguidamente introduz o seu apa-

relho sugador na pele e, durante horas, alimenta-se do sangue do hospedeiro. Após a alimentação de sangue des-

prende-se voluntariamente e cai no solo para continuar o seu ciclo.

Cada espécie de carraça pode transmitir uma ou várias doenças entre as quais destacamos: Babesiose: Doença causada pela Babesia canis e B. Gibsoni, caracterizada por febre, anorexia e anemia. É fatal se o cão não for tratado a tempo. Borreliose ou Doença de Lyme: é das zoonoses transmitidas por carraças mais importantes. Causada pela bactéria

Borrelia burgdorferi que produz quadros de febre, anorexia, poliartrite, miopatias e adenopatias.

Prevenção

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Ehrlichiose: Doença causada pela bactéria Ehrlichia canis que causa febre, problemas respiratórios, edema e vómi-tos, na fase aguda. As carraças precisam de condições específicas para o seu correto desenvolvimento, principalmente de temperatura, humidade e horas e intensidade de luz. À medida que aumentam as horas de luz e a temperatura, aumenta a ativi-dade das carraças. Consequentemente, a época das carraças pode estender-se desde a Primavera até ao Outono. A maneira mais eficaz de prevenir esta doença é através da aplicação de uma vacina, que irá dar defesas ao ani-mal. A vacina na realidade não é propriamente contra as carraças, mas sim contra a doenças provenientes da 'febre da

carraça'.

Dirofilariose

A transmissão do parasita do coração faz-se através da picada dos mosquitos fêmeas de uma espécie bem definida (principalmente o Culex pipiens). Os mosquitos ingerem as microfilárias (formas larvares imaturas do parasita) ao mesmo tempo que ingerem o sangue do cão. Os cães doentes são o principal reservatório da dirofilariose e permi-tem a perpetuação da doença. Após cerca de 10 a 15 dias da ingestão das microfilárias pelo mosquito, as microfilá-rias transformam-se em larvas infetantes, dentro do mosquito. Quando o mosquito picar outro cão, as larvas pene-tram no corpo do animal. Após a transmissão das larvas de dirofilária ao cão, estas migram até às artérias pulmona-res e até ao coração, onde se desenvolverão até ao estado adulto, demorando este processo até cerca de 6 meses. Mais do que uma doença fatal para os cães, a Dirofilariose canina (doença do Verme do coração) é uma zoonose e traz riscos à saúde humana. Por isso, donos de animais de qualquer raça devem redobrar a atenção e os cuidados contra a doença, principalmente após períodos de férias, quando é comum ocorrerem viagens para sítios ou praias. O problema é mais frequente em cidades do Litoral e de clima quente, porém muitos casos têm sido diagnosticados em regiões ido interior e longe da costa. A prevalência da dirofilariose depende da distribuição dos mosquitos transmissores. Em Portugal, as regiões do Ribatejo, do Alentejo, do Algarve e a ilha da Madeira são as regiões mais afetadas, respetivamente com 16,7%, 16,5%, 12% e 30% dos cães positivos. Os sinais clínicos da dirofilariose, consequência das lesões causadas pelo parasita ao nível do coração e dos vasos sanguíneos adjacentes, aparecem vários meses após o cão ter sido picado. As dirofilárias adultas podem medir entre 15 a 35 cm e vivem, principalmente, dentro das artérias pulmonares e do coração do cão. Numa fase precoce da doença, o cão demonstra poucos sinais clínicos. Estes vão evoluindo com o tempo, sendo os principais: a tosse crónica, a diminuição da tolerância ao exercício e a perda de peso. Posteriormente aparece-rão a dispneia (dificuldade em respirar), a febre, podendo desenvolver-se também ascite (líquido na cavidade abdo-minal). A morte dos parasitas pode levar à ocorrência de tromboses em vários órgãos. Na ausência de tratamento, a dirofilariose pode ser fatal.

Prevenção

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de tratamento, a dirofilariose pode ser fatal. A dirofilariose tem tratamento. Os métodos de tratamento existentes atualmente são prolongados e implicam um acompanhamento frequente e regular por parte do médico-veterinário, pode ser feita com comprimidos mensais ou com injeções, que devem ser iniciados com alguma antecedência em relação ao início da época anual de atividade dos mosquitos transmissores da dirofilariose. Antes de iniciar o tratamento por vacinação, devemos usar o comprimido. Este pode ser dado a partir dos dois meses de idade, e será dado regularmente todos os meses, durante a fase de crescimento do cão, ate que este estabilize o seu peso. Deve então a partir dessa altura, introduzir a vacinação. A forma injetável tem efeito para 6 meses sendo muito prá-tica. Nunca esquecer a importância do acompanhamento do Medico Veterinário, para o aconselhamento, sobre a forma mais eficaz de proteção do seu cão através de vacinação.

Autoria: Paula Leal Fotos: www.google.com

Evento

III Congresso Ibérico do Lobo

Dias 24 e 25 de Novembro de 2012 em Lugo - Galiza - Espanha. Para mais informações e inscrições consulte o Site Oficial do evento em:

www.iiicongresolobo.org

Prevenção

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Muitos dos problemas que surgem entre crianças e cães, infelizmente termi-nam em tragédia, com a criança a ser mordida, com maior ou menor gravi-dade, podendo sofrer graves danos físicos e emocionais para o resto da sua vida e o cão a ser abatido. Aos primeiros sinais de conflito entre ambos, devem ser tomadas medidas preventivas imediatamente. Quando um cão morde uma criança a respon-sabilidade é sempre do adulto que tem ambos ao seu encargo. Se a criança e o cão não se entendem gerando uma relação conflituosa, é porque houve uma falha não só na socialização do cão, na idade respetiva, como na educação da criança que não sabe respeitar o cão como tal. Des-culpas e explicações são inúteis depois do acidente ter acontecido. A crian-ça nunca deve pagar o preço da ignorância e da negligência do adulto. Inclusivamente no caso de que proprietário do cão não tenha filhos, nem tenha intenção de os vir a ter, deve ensinar o cão a aceitar as crianças e a comportar-se corretamente na sua presença. Haverá sempre um dia em que seremos visitados por amigos que possuem filhos e aí poder-se-á desencadear o problema. Uma criança ser mordida por um cão, além de ser doloroso para aquela é muito problemático para o dono do cão. Há que estar muito atento às seguintes situações: - Nunca deve permitir que o cão agarre com a boca os brinquedos das crianças. Se isso acontecer, ensinamos a criança a nunca tentar tirar-lho da boca e pedir a um adulto para o fazer. - Não permitir que crianças e cães joguem à bola juntos, pois inevitavelmen-te irão produzir-se confrontações com consequências imprevisíveis. - Ensinar a criança que não deve correr na presença de um cão, já que irá incitar o cão a persegui-lo desencadeando-lhe o instinto de caça. - Ensinar o cão a não saltar com o propósito de saudar as pessoas, pois irá, de certeza, assustar as crianças. - Não permitir que crianças e cães durmam juntos. Esta intimidade pode ser mal interpretada pelo cão dando como resultado comportamentos dominan-tes para com a criança. Também pode dar lugar a reações alérgicas nas crianças. - Não permitir que crianças e cães comam juntos. A proximidade da comida é um fator que pode desencadear um estado de alerta, especialmente inten-so, no cão e possivelmente ter como resultado agressividade por dominân-cia. - Ensinar à criança um dos princípios básicos da linguagem canina que é o facto de que o abraçar um cão, para o humano, é uma demonstração de afeto, mas para o cão esse ato pode ser interpretado erroneamente como sendo um gesto de dominância com consequências catastróficas. Etologica-mente só existe abraço quando existe uma tentativa de monta e é nesse contexto que o cão interpreta um abraço humano. O adulto deve sempre mostrar respeito por todos os animais e formas de vida. Está provado que as crianças reproduzem as atitudes dos seus pais na grande maioria dos casos. Apesar disso, as crianças podem ser excelen-tes adestradores quando têm bons mestres. Através de estudos realizados concluiu-se que as crianças são significativamente mais rápidas que os adultos no ensino de novos comportamentos.

Autoria: Sílvio Pereira Fotos: Google

Convivência

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A chegada de um bebé a casa

Finalmente um bebé irá aumentar a família. É uma grande notícia há muito esperada, mas… existe um problema: o cão. A angústia e a incerteza começa a tomar conta dos elementos da família e começa a colocar-se a hipótese de bebé e cão terem uma existência conjunta incompatível. Nada de mais errado. O cão é um elemento que tem o seu lugar no seio da estrutura fami-liar, como tal, o que temos que fazer é enquadrá-lo nessa estrutura e fazê-lo entender qual é o seu lugar na dita. Um cão bem-educado, socializado corretamente em vez de humanizado, equilibrado e perfeitamente hierarquizado, normalmen-te não coloca problemas, pois conhece qual a sua posição no seio familiar aceitando o bebé como mais um membro da sua mati-lha ao qual terá que respeitar e obedecer. Este artigo é dedicado a todos os proprietários de cães que, por desconhecimento ou inépcia, estão enquadrados no grupo daqueles para quem o cão está perfeitamente em contraponto com aquilo que foi dito no parágrafo anterior. Sendo assim, vamos começar a mudar a nossa conduta em relação ao nosso amigo canino. Para isso vamos dividir este proce-dimento em quatro etapas:

Antes da chegada do Bebé. O objetivo deste procedimento é o de baixar o nível hierárquico que o cão tem atualmente dentro da família, como tal vamos alte-rar hábitos que existiam e proceder como se o bebé já convivesse com a família tendo como propósito o de dar a entender ao cão que, como quando o bebé verdadeiramente chegar, as atenções irão ter que ser divididas pelos dois, mas numa percenta-gem maior para o bebé. Vamos progressivamente começar a dar menos festas e menos atenção ao cão. Os passeios e as horas dos mesmos vão ser alteradas e deixam de ser com horário certo e serem feitos sempre nos mesmos locais. Os rituais da comida também vão ser alterados, passa a comer somente depois dos donos terem comido. Retira-se o comedor, ainda com comida, com alguma frequência para que o cão entenda que só come aquilo, e quando o dono quiser, não sendo admitidas quaisquer rosnadelas ou outro tipo de ameaças. Temos que ser consequentes com estes procedimentos. Se não conseguirmos realizá-los, deve-se chamar um profissional para que o faça.

Evitar traumas na introdução do bebé em casa. Assim que o bebé entrar em casa deve ser logo apresentado ao cão e deixar que este o cheire e faça o seu reconhecimento. Como é óbvio, temos que ter sempre o controlo da situação. Este primeiro contacto convém que seja o mais agradável possível para o cão e premiá-lo sempre que este mostrar uma atitude calma e de aceitação do novo membro. Se possível, antes de trazermos o bebé para casa, pegamos numa peça de roupa com o cheiro deste e damos ao cão a cheirar para que este grave na sua memória olfativa mais este odor. Podemos igualmente gravar o choro do bebé e deixar que o cão o oiça para se habituar a esses novos ruídos.

Correta integração do bebé na estrutura hierárquica da família. O cão deve participar em todos os momentos em que o centro das atenções seja o bebé. Se eventualmente num determinado momento o cão apoia a cabeça no bebé não nos devemos preocupar, está dando a enten-der que o considera inferior. Os cães extrapolam atitudes de matilha canina na matilha humana. Mais adiante colocaremos o bebé no lugar correspondente no seio da matilha humana. Se pelo contrário observarmos que o cão manifesta uma atitude que não é a adequada, será repreendido pelo líder da matilha humana. Não é aconselhável enviar o cão para outro local da casa, pois o ideal é que o problema seja resolvido na altura e sem adiamentos.

Aumento progressivo do posto hierárquico da criança. Chegou a altura de elevar o posto da criança perante o cão. Se o trabalho foi efetuado corretamente antes a chegada do bebé, será muito mais fácil ultrapassarmos esta fase. Começamos por deixar ser a criança a dar a comida ao cão e a retirar o comedor ainda com ração, sempre sob a nossa supervi-são. Obrigamos o cão a deitar-se para que a criança o acaricie e o escove. Quando a criança já falar ensinamos-lhe os comandos a que o cão está habituado, tais como, senta, deita, quieto, etc. À medida que a criança for crescendo, ensinamos-lhe outros exercícios mais complexos, como por exemplo: tirar-lhe um brin-quedo da boca. Sempre sob a nossa supervisão. A alegria de sermos pais não pode ser ensombrada por possuirmos um cão. Podemos perfeitamente conciliar e até potenciar, a presença de um cão e de um bebé recém-chegado a casa.

Convivência

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O cão de avalanches

A busca em avalanches constitui uma das raras disciplinas de socorrismo onde o cão é imediatamente requerido. O seu faro excecional, a sua rapidez e tenacidade, colocam-no em posição de destaque. O fator tempo é essencial para o socorrismo de montanha e quanto mais cedo for explorada a avalanche, maiores são as pro-babilidades dos socorristas encontrarem vivas as pessoas soter-radas. É neste ponto que o papel do cão se reveste da maior importân-cia: em condições idênticas de qualidade de trabalho (ate mesmo superior), o cão consegue explorar mais rapidamente o terreno. Assim, uma sondagem minuciosa efetuada por 20 pisteiros, requer 20 horas de trabalho para um resultado a 100%, enquanto trabalha 2 horas numa área com aproximadamente um hectare.

O cão pisteiro

O rastreio consiste na busca a partir de indícios olfativos em maior ou menor número (vestígios, objetos, pressuposições de indícios…) A missão deve permitir quer a descoberta de uma ou mais pes-soas, quer a deteção de qualquer tipo de objeto ou material perdi-do, oculto no caminho ou na sua vizinhança imediata quer, sim-plesmente, a direção empreendida. A pista Em qualquer momento, o corpo de um indivíduo emite pequenas moléculas odoríferas. O cão vai ser confrontado com um conjunto de fatores: os odores específicos (individuais, de grupos, de espécies), os odores quí-micos (cabedal, roupa), as falhas ao nível do terreno (plantas pisadas, bactérias que ascendem à superfície devido à fratura do solo…), os meios envolventes (bosques, prados, campos de luzerna, culturas…) e as condições atmosféricas. Diversos fatores podem modificar a perceção dos odores por par-te do cão. A sua ação simultânea ocorre em momentos variáveis no tempo e complica seriamente o rastreio:

1ª Parte - Trabalhos Caninos

“A devoção que o cão é capaz de dedicar ao homem, levam-no, em determinadas circunstân-cias, a ultrapassar os seus próprios limites para salvar seres humanos.”

Trabalho Canino

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Fatores externos: Temperatura; Vento; Precipitação; Solo; Campo eletromagnético (trovoadas, cabos de alta tensão). Fatores inerentes ao animal: Raça; Sexo Estado fisiológico; Cansaço; Alimentação. Fatores inerentes à pista: Duração; Antiguidade; Rasto. Influência do treinador:

Deve ser a mais neutra possível .

Os animais selecionados devem possuir as seguintes qualida-des: Faculdades olfativas particularmente desenvolvidas; Grande capacidade de concentração; Dinamismo; Resistência; Robustez e rusticidade; Coragem e indiferença ao ruído de tiros.

O cão de busca e salvamento

A busca é uma disciplina cuja finalidade é procurar pessoas perdi-das. Inscreve-se, como tal, na mesma linha que o rastreio. No entanto, apresenta-se de uma forma diferente: não se mostra qualquer objeto de referência ao cão com exceção de uma poten-cial zona de partida. O cão é lançado sem coleira e sem trela. O seu trabalho consiste em realizar a busca de um odor específico dentro de uma área definida como a que se processa em locais de escombros ou ava-lanches

Cão de salvamento marítimo

Tal como em qualquer situação de salvamento, em virtude das suas capacidades físicas e do seu grande à vontade, o cão exerce um papel importante como auxiliar dos nadadores salva-vidas. Raça de eleição: Cão de Terra Nova Qualidades: Força natural; Resistência;

Trabalho Canino

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Resistência ao frio Tranquilidade e calma Tenacidade Disponibilidade imediata

Cão de escombros

O papel do cão de busca não se limita aos grandes tremores de terra. Podem intervir em casos de aluimentos de terra, derroca-das de edifícios, na sequência de um incêndio, em desmorona-mentos em estaleiros de obras ou minas, ou em catástrofes ferro-viárias ou aéreas. Características essenciais: Bom faro; Carácter calmo; Equilibrado; Energético; Sociável, tanto com seres humanos como com outros cães. Raças mais utilizadas: Pastor Alemão; Pastor Belga.

O cão de auxílio a deficientes

Estes cães excecionais são treinados para ajudar os deficientes físicos, Deficientes auditivos ou, ainda, para guiar os invisuais. O seu treino resulta da ação de organizações privadas, criadas por pessoas entusiastas, dedicadas e caracterizadas por uma grande generosidade Estes animais pertencem fundamentalmente a duas raças: Labra-dor e Golden Retriever, em virtude da sua calma, docilidade e capacidade de aprendizagem de comandos. A educação processa-se em diversas fases. A primeira consiste em colocar o cachorro numa família que se encarrega da sua educação. Numa segunda fase, o cão é treinado na associação, sendo, então treinado para responder a cerca de 50 ordens diferentes, (apanhar objetos, trazer objetos (telefone), abrir e fechar portas, acender e apagar a luz, ajudar a movimentar a cadeira de rodas…) O binómio dono-cão é escolhido em função das afinida-des comuns. O cão auxiliar de deficientes desempenha também, especialmen-te com crianças, um papel na evolução terapêutica de diversas doenças. O cão estimula as crianças deficientes e estas ganham um verda-deiro alento com este novo companheiro que lhes permite uma maior abertura e um aumento da sua autoconfiança.

Cães guia

Um terço das raças utilizadas são os Pastores Alemães, os outros dois terços são constituídos por Golden e Labrador Retrie-

ver, escolhidos, também neste caso, em função das suas quali-

dades de obediência e das suas faculdades de aprendizagem.

Trabalho Canino

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A formação desenrola-se no espaço de 4 meses, divididos em várias fases, durante as quais o cão adquire, em primeiro lugar, a noção de obediência. Esta consiste em exercícios simples nos quais o cão deve perma-necer em posições determinadas, trazer objetos e caminhar cor-retamente ao lado do instrutor. Esta fase é exclusivamente orientada por um instrutor e dura à volta de 1 semana. Segue-se o período em que o cão aprende a evitar todo o tipo de obstáculos e assinalá-los ao dono. Trata-se do momento mais delicado de toda a educação. A intervenção do instrutor processa-se, assim, durante o primeiro mês. Seguidamente, o cão é confiado a um invisual que deverá habi-tuar-se à sua presença e a deixar-se conduzir por ele em percur-sos variados. Cria-se, então, uma relação muito estreita entre essa pessoa e o seu cão. O instrutor serve de ligação entre os dois além de ser também encarregado de ”educar” o deficiente visual. Ao fim de 4 meses passados na escola de cães-guias, o binómio cão/invisual está pronto para enfrentar a vida quotidiana durante muitos anos. O animal possibilita a reinserção do cego na vida social e que exerça uma atividade profissional compatível com a sua deficiência.

Os cães para deficientes auditivos

A inteligência dos cães é submetida a uma dura prova: terá de aprender mais de 70ordens orais e 20 gestuais. Para além disso, a voz de um surdo ou de um deficiente auditivo é muito diferente em termos de entoações e dicção o que exige um esforço de adaptação suplementar. Os cães de surdos-mudos requerem 2 anos de aprendizagem. A formação do cão consiste principalmente em fazê-lo reagir a determinados ruídos, para prevenir o dono. Por exemplo, salta para a cama logo que o despertador toca, puxa-o pelo fundo das calças quando toca a campainha ou, ainda, pega delicadamente na mão do dono para o avisar de uma visita inoportuna. No entanto, o que estas pessoas sobretudo apreciam é o fim da soli-dão e isolamento.

Cão auxiliar de segurança

O cão de deteção de estupefacientes O cão de busca de estupefacientes ideal deverá ser brincalhão, dinâmico, de tamanho médio e flexível para que se possa introdu-zir em qualquer sítio e eventualmente, escalar ou transpor um obstáculo. Deverá ser resistente para poder realizar diversas bus-cas no mesmo dia. Atualmente é escolhido mais o Pastor Belga Malinois com meno-res dimensões que o Pastor Alemão e um carácter mais vivo. Estes cães são igualmente treinados para atacar, uma vez que muitas condições de intervenção levam por vezes os treinadores intervenção, levam por vezes os treinadores a procurar os trafi-cantes que se podem revelar agressivos durante a detenção.

Trabalho Canino

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a procurar os traficantes que se podem revelar agressivos duran-te a detenção. O cão de deteção de explosivos A escolha do cão incide no mesmo tipo que para a busca de estupefacientes. No entanto deverá ser mais calmo e efetuar as buscas sem qualquer agitação. O cão de deteção de hidrocarbonetos Os cães treinados para diferentes hidrocarbonetos intervêm em incêndios para detetar os produtos utilizados pelos piromaníacos. Podem ser requisitados preventivamente para florestas em risco, por exemplo, ou na sequência de um incêndio de origem crimino-sa. A marcação efetua-se por escavação: os produtos inflamáveis são então retirados do local ou procede-se à recolha de amostras nos pontos escavados pelo cão durante o incêndio. O cão de guarda e patrulha O trabalho do cão consiste em vigiar ou seguir uma pessoa designada pelo dono. Aqui recorre-se fundamentalmente à vigilância e obediência do cão. Dentro de esta área de ação poderá ser confiada ao cão a guarda de um objeto ou de um veículo. Autoria: Paula Leal Fotos: Google

Trabalho Canino

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Para falarmos de adestramento e/ou do convívio entre cães e humanos, é necessário que todos compreendam a realidade do cão. Um cão não é uma pessoa, um parceiro, um filho... é sim-plesmente um cão e deve ser tratado como tal. É um ser que pertence à matilha e possui ainda todos os instin-tos de sobrevivência, proteção e afeto que os seus antepassados necessita-vam para sobreviver como espécie. Sem a consciência de que somos

diferentes, entraremos em disputa

com o cão e acabamos por nos frus-

trar com as suas reações, pois espe-

ramos que os cães queiram o que

queremos, que sintam como nós sen-

timos e que pensem como pensamos.

Nós comportamo-nos e reagimos de

forma diferente da do cão que cuida-

mos, desta forma é de extrema impor-

tância perceber como funciona uma

matilha, pois este conhecimento não

nos dá apenas uma nova e crucial

compreensão sobre o cão, mas tam-

bém uma visão diferente de como ele

deve ser treinado. Os valores dos

cães são diferentes dos nossos, e é

pelo conhecimento deles que perce-

bemos os erros mais comuns ao edu-

car e adestrar os cães.

OBJECTIVO

O adestramento tem como objetivo fazer com que cão e dono tenham a melhor comunicação possível. Se os dois não “falarem a mesma língua” ninguém se entende, e a confusão instala-se. Por isso é necessário entender como o cão vê o mundo e a agir sobre esta estrutura. Não pode-mos esperar que o cão entenda o mundo da mesma maneira que nós humanos. A MATILHA Os cães vivem em grupos, e, como em todos os grupos, a matilha tam-bém tem regras que devem ser seguidas para que a organização do grupo funcione. Uma das característi-cas mais marcantes de uma matilha é o seu sistema hierárquico, onde temos um só líder, e os restantes membros vão se estabelecendo nos diversos níveis hierárquicos. Se pensarmos na hierarquia como uma pirâmide, quanto mais alta a posição, maiores são as responsabili-dades deste membro. Na base dessa pirâmide estão os membros mais fra-cos da matilha e as crias. Ao líder cabem vários privilégios, como o de comer primeiro, por exemplo, e a res-ponsabilidade de manter a matilha protegida e alimentada. Cabe tam-

Adestramento

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bem a definição das regras que vão garantir o funcionamento, e até mes-mo a sobrevivência, da matilha. Quando educamos um cão, desde pequeno, estamos na verdade trans-portando este esquema da matilha, para dentro da nossa casa e por con-seguinte a construir a base da edu-cação, isto é, temos que estabelecer níveis hierárquicos onde o cão estará sempre em posição inferior ao dono. Quando se torna adulto o lugar do cão deverá ser a um nível abaixo do dono. A LIDERANÇA Um adestramento só poderá ser con-siderado bem sucedido quando se conseguir que o dono do cão apren-da a ser líder. Quando um proprietá-rio contrata um adestrador, ele espe-ra que o cão aprenda a obedecer, sem, no entanto, se preocupar em qual é o seu papel neste processo. Ser um líder não é simplesmente reprimir a cria. Ser um líder é dar limites ao cão, é mostrar o que ele pode ou não fazer. Um cão não tem poder de discernimento, portanto não sabe avaliar o que pode ou não comer, o que é ou não perigoso, o que é um comportamento agradável ou não. Ao darmos limites ao cão estamos a mostrar que este papel cabe a nós. Quando nos firmamos como líder da nossa matilha, estabelecemos uma relação clara de obediência. Esta relação vai garantir a estabilidade emocional do nosso cão, garantir que teremos um cão que se compor-tará da forma que queremos e mui-tas vezes garantir a segurança dele. POSITIVISMO Tal como nós, os animais também devem receber uma boa educação. Desta forma, torna-se necessário estabelecer regras para que o dia-a-dia com o cão seja agradável e não um conflito diário. As atitudes do dono devem ser con-dizentes com o que se espera do animal, isto é, não adianta querer que o animal tenha uma postura se o

dono não utiliza uma linguagem ade-quada ou impõe regras. Cada cão tem a sua particularidade, o seu caracter, e para cada um existe uma forma de treino que deve ser adequada, contando com a facilidade de aprendizagem e desenvoltura de cada um. Através de estímulos positivos e valo-rização de atitudes corretas a educa-ção do cão torna-se rápida e eficaz, além de divertida para ambas as par-tes. Devemos ter sempre em mente que o trabalho deve ser agradável para ambos. Quando motivados, tal como todos nós o cão também apren-de melhor, é necessário deste modo descobrir algo que o cão goste muito e usar esse fator/objeto como recom-pensa no adestramento, será visível assim, a vontade de aprender e de executar os comandos, por parte do cão. Os métodos mais comuns para incen-tivar o cão são com comida, brinque-dos e carinho. Não são todos os cães que trabalham só por carinho, portan-to não devemos obrigar o cão a rece-ber algo que não tenha tanto valor para ele, pois o cão só obedece até o ponto que o incentivo do outro lado vale mais a pena. Portanto, devemos tentar descobrir o que o cão mais gosta para que o adestramento seja algo divertido para ambos os lados, cão e dono. “Obediência e respeito são obtidos através de consideração e dignidade, mas somente boas inten-ções não bastam, portanto aprenda a falar a língua dele! O convívio com um cão adestrado é, sem dúvida nenhuma, mais prazeroso, fazendo com que o animal e o seu dono se sintam muito mais felizes.” – Alexan-dre Rossi no livro “Adestramento Inte-ligente” O adestramento não tem restrições de idade, raça ou tamanho, por isso todos podemos e devemos utilizar este método. Além de compensatório, o animal aproximar-se-á mais de nós e irá conferir o respeito necessário para que este não tenha problemas futuros com a sociedade. Não devemos deixar de agradar o nosso cão, devemos sim educá-lo, afinal de contas, a educação é uma forma de demonstração de amor.

Adestramento

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O LOBO - LIDERANÇA EM MATILHA

Os lobos costumam viver em grupos organizados hierarquicamente, a sua natureza está mais relacionada à ordem do que com a ferocidade. Como é sabido eles espreitam a presa, como por exemplo alces ou coelhos e travam lutas ferozes uns com os outros, mas o mais incrível nestes animais é descobrirmos que estes caninos obedecem a uma hierarquia de grupo incrivelmente sofisticada. Os lobos organizam-se naturalmente em matilhas para manter a estabilidade e ajudar nas caçadas. As matilhas são geralmente grupos de 3 a 7 lobos liderados por um macho alfa e uma fêmea alfa, ou casal alfa. A partir daí as crias do casal e possivelmente lobos mais jovens compõem o resto da matilha. O líder da matilha não será necessariamente o macho alfa, a fêmea alfa pode liderar em certos grupos, uma vez que a classificação dos lobos se baseia na força e na capacidade de ganhar lutas. Embora outros lobos dentro da matilha possam copular quando as presas são abundantes, o casal alfa normalmente é o único a acasalar. Várias lobas da mesma matilha podem, no entanto, causar problemas lutando umas com as outras com mais frequência do que os machos. O lobo beta é o seguidor na matilha, eles atuam como que em segundo comando, tomando posse caso o macho alfa morra e possivelmente acasalando também com a fêmea alfa. Quando um alfa fica fraco ou muito velho para liderar de fora eficaz, o lobo beta pode desafiá-lo para uma luta, depois da qual o vencedor assume o comando. No último degrau da pirâmide hierárquica da matilha encontra-se o lobo ómega, o mais fraco e com o qual a matilha menos se preocupa. Desprezado por outros membros, o lobo ómega recebe a violência a agressão no mundo dos lobos, particularmente durante lutas entre matilhas. às vezes, esse antagonismo culmina no ponto em que o lobo ómega deixa a matilha e parte para viver isolado do grupo. Porém o lobo óme- ga também estimula a brinca-deira entre lobos para ali- viar tensões. A lealdade e a devoção ao grupo mantém os lobos juntos como uma unidade, ape- sar da escassez de presas ou de violência. Por exemplo, enquanto os lobos alfa lide-ram, asseguram que todas as crias tenham a sua parte de alimento antes que os outros ataquem. Os lobos exibem sinais visíveis de força por meio de uma linguagem corporal única. É possível dizer a posi-ção do lobo na hierarquia da matilha simplesmente observando a sua postura. Os lobos alfa mantêm-se mais eretos com as cau- das mais elevadas, enquanto que os de grau inferior inclinam a cabeça em direção ao solo. Até mesmo na hora de fazerem as suas necessida-des, essa diferença é bas- tante evidente, pois enquanto um lobo ómega urina de uma forma agachada, os machos alfa, por outro lado urinam em pé com a perna levantada. Se um lobo dominante se aproxima de um mais submisso, este pode baixar as orelhas, colocar a cauda entre as pernas ou mostrar a sua garganta ou virilha para demonstrar subserviência. Ao saudar um membro dominante, o lobo de classe inferior pode lamber o focinho do outro. Os lobos são também intensamente territoriais. O território de uma matilha pode incluir centenas de quilómetros quadrados e invadir outro domínio podem iniciar uma confrontação bastante hostil. Possuidores de um olfato bas-tante apurado, eles detetam 10 vezes melhor que o cão domesticado e 100 vezes melhor que os seres humanos. Através dos seus duzentos milhões de células nervosas olfativas dentro dos seus focinhos eles detetam informa-ções precisas sobre as origens dos cheiros e por quanto tempo lá estiveram. Os lobos sinalizam com o cheiro, urinando em alvos sobre o solo, como por exemplo troncos de árvores, isto indica aos intrusos que estão a assar fronteiras e fornece aos lobos postos de sinais olfativos para ajudar a navegação. Para além disso, s lobos arranham as áreas marcadas para adicionar outra camada de cheiro. Com tudo isso, não é de admirar que matilhas de lobos por todo o mundo tenham sobrevivido e continuado juntas

por milhares de anos.

Autoria: Anabela Guerreiro Fotos: Google

Adestramento

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Esse cão foi atendido no veterinário com uma reação de angioedema e urticaria na face decorrente da pica-da de uma abelha. É muito comum em cachorros que vão cheirar ou brincar com o inseto. Além da dor local, depois de alguns minutos, desenvolvem inchaço da face e pla-cas urticariformes que causam des-conforto e comichão. A picada de inseto é a causa mais comum de reações anafiláticas/anafilactóides, seguido de aplicações de vacinas, e alguns medicamentos. Normalmente nesse caso de picada de inseto, como a quantidade de veneno é pequena, não ocorrem grandes problemas, mas quando são de vacinas ou medicamentos esses sinais podem ser somente o início de uma série de sintomas que podem levar o animal a óbito se não forem tratados a tempo. Saiba mais sobre reação anafiláti-ca Reações de hipersensibilidade (anafiláticas e anafilactoides) podem ocorrer em cães e gatos após a ino-culação de qualquer material estra-nho ao organismo, como veneno de uma picada de inseto, aplicação de vacinas, inoculação de medicamen-tos e até produtos químicos presen-

tes em alimentos. A gravidade destas reações podem variar desde uma simples erupção cutânea com prurido (comichão), até alterações gravíssi-mas no sistema respiratório, gastroin-testinal e cardiovascular com sinais de hipotensão, vómitos, diarreia e stess respiratório, não raramente levando o animal à morte se não for tratado rapidamente. Vacinas que contenham bacterina (vacina de Leptospirose) ou vacinas que contenham adjuvante (vacina antirrábica) são mais propensas a causar reações de hipersensibilidade se comparadas às vacinas que conte-nham somente vírus vivos modifica-dos. A resposta ao estímulo assim como a intensidade da resposta possui um componente genético, pois algumas famílias, raças e indivíduos, tendem a apresentar respostas alérgicas com maior frequência e maior intensidade. No caso das vacinas em animais jovens, a produção de IgE (que vai causar a resposta anafilática) requer uma exposição prévia, seja de anti-corpos maternos ou de uma primeira aplicação. Assim o mais comum é que a reação de hipersensibilidade ocorra na segunda aplicação da vaci-na, quando o cachorro já esta sensibi-lizado. Essa reação do IgE com os mastócitos (células presentes em vários tecidos do corpo) liberam uma grande quantidade de histamina e outros potentes agentes biologica-mente ativos que nos vasos sanguí-neos causam alterações de permeabi-lidade vascular e edema que nas vias aéreas resultam em bronco constrição e nos intestinos resultam em hipermo-tilidade, vômito e diarreias. A gravidade da reação depende de vários fatores, como número e locali-zação dos mastócitos, do grau de

sensibilidade do indivíduo, da quanti-dade do antígeno causador da rea-ção e da via de inoculação (intravenoso, subcutânea, inalação ou ingestão). As duas formas clínicas mais comuns na clínica de pequenos animais são urticária com manifesta-ção gastrointestinal em cães e altera-ção respiratória em gatos. A urticária é causada pela desgranu-lação dos mastócitos localizados na pele que liberando a histamina causa uma irritação local que se vai mani-festar através da comichão. Os sinais de anafilaxia aguda podem ter várias apresentações de acordo com a espécie. Nos cães os órgãos de choque são o fígado e intestino, apresentando inicialmente sinais de agitação, comichão da face seguida por salivação, vómito, defecação e micção. O quadro pode evoluir desfa-voravelmente com fraqueza muscu-lar, depressão respiratória, alterações circulatórias com hipotensão, convul-sões e morte. Já nos felinos o órgão de choque é o pulmão. O quadro ini-cia-se com prurido intenso na cabeça seguido de alteração do padrão respi-ratório causado pela hipotensão que, nesse órgão, leva a edema pulmonar e bronco constrição. Depois pode apresentar salivação, vómito, ataxia, colapso e morte. Como essas reações de hipersensibi-lidade não têm um padrão de sinais clínicos e de intensidade, devem sempre ser consideradas emergência veterinária e quanto antes medicado para a interrupção da cascata de acontecimentos, melhor o prognósti-co e possibilidade de recuperação do animal. Autoria: Dominique Martins Fotos: Google

Saúde

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Cães & Lobos Edição Nº 3

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ATENÇÃO

O Departamento de Formação do CCVL informa que foram abertas inscrições

para o 8º Curso de Formação de Monitores de Adestramento Científico Canino

que terá o seu início em 08-09-2012. Mais informa que o prazo para as

inscrições termina em 04-09-2012

(Para mais informações sobre este Curso consulte a página 30 desta revista)

Como tratar um cão picado por um inseto

A maioria das picadas de insetos são inofensivas para os cães, mas se a picada for de uma abelha ou de algum tipo de vespa, a área irá ficar inchada e dolorida. Uma possível reação alérgica ao veneno inoculado pelo inseto é o pro-blema mais grave que pode acontecer. Os sinais de uma picada de inseto são inchaço, dor nos músculos da área afetada, vómitos, fraqueza, febre e cho-que. Os sinais de choque são gengivas pálidas ou brancas, batimento cardíaco acelerado e respiração rápida. Abai-xo veremos algumas sugestões úteis do que se deve fazer se o animal for picado por um inseto. • Contenha o cão, se necessário; • Aproxime-se do animal lentamente, falando em um tom de voz tranquilizador. • Coloque um açaime no cão para sua proteção, se necessário; • NÃO aperte a área. Se o cachorro foi picado por uma abelha, raspe a região com uma faca sem fio para retirar o ferrão imediatamente. Outros insetos não deixam o ferrão na pele: • Se a área afetada estiver quente e inchada, aplique um creme de cortisona e segure uma bolsa de gelo sobre a pele do cão por um período curto de tempo; • Dê-lhe um anti-histamínico; • Se houver qualquer dificuldade respiratória ou se o rosto parecer inchado, leve o cão imediatamente ao veterinário.

Saúde

Curso de Formação

Presencial

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Cães & Lobos Edição Nº 3

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Um cão vadio conquistou um dono depois de fazer perto de dois mil quilómetros a correr atrás dele na China. E nem as patas curtas demoveram o bicho de correr atrás de um gru-po de jovens universitários chineses que se fizeram à estrada para uma viagem de três semanas em bicicleta. O cão chegou a correr 60 quilómetros por dia. A determinação do ani-mal comoveu um dos ciclistas que construiu uma gaiola para o trans-portar na reta final numa zona montanhosa da China. O ciclista admite que não volta a largar o cão.

Fonte: TVI24 (Maio de 2012)

Notícias

Um cão, chamado Louis, um Yorkshire Terrier de nove anos, foi crucial no salvamento da dona, que tinha caído na banheira. O animal carre-gou num botão de um alarme que a dona tem em casa e que liga dire-tamente a um serviço de emergência. Victoria Shaw, de 58 anos e portadora de deficiência motora, já havia treinado o seu cão para qualquer eventualidade, colocando o botão no chão de sua casa. «Até agora, isto tem sido sempre uma espécie de brincadeira. Desta vez foi a sério», disse Victoria, residente em Wrexham, Inglaterra, de acordo com o site «Weird World News». Por causa das suas dificuldades, Victoria está inscrita na Council's Telecare service, um serviço que disponibiliza sensores, que estão ligados a uma espécie de telefone, podendo as pessoas recorrer a uma ajuda externa. Através dos latidos de Louis, Sarah McLoughlin, umas das administra-doras do serviço Telecare, «socorreu» Victoria, enviando uma ambu-lância para o local. Victoria ficou apenas com dor de cabeça e dificul-dades em dobrar uma das pernas.

Fonte: TVI24 (Maio de 2012)

Chama-se Mugly e foi coroado como o Cão Mais Feio de 2012. A elei-ção, na Califórnia, nos EUA, juntou 29 caninos na disputa do título. A fealdade de Mugly foi mundialmente reconhecida. Sete anos depois de ter sido considerado, pelos media britânicos, como "o cão mais feio do Reino Unido", foi eleito, agora, como o "Mais feio de 2012" num concurso internacional, na Califórnia, nos EUA. Entre 29 concorrentes, Mugly, que já tinha vencido na categoria de "pedigree", arrebatou o título máximo do concurso. "Estou muito entu-siasmada. É arrebatador. Estou tão orgulhosa por poder levar este prémio para o Reino Unido". As declarações são de Bev Nicholson, dona do animal. "Ele é o melhor cão que há. É bondoso, paciente, muito sensível. Uma ternura", argumenta Bev Nicholson, em declarações ao tabloide britâ-nico "The Telegrph". Conta aquele jornal que o cão, um chinês cristado, "festejou" o prémio como qualquer homem numa crise de meia idade: foi dar uma volta de limusina. Além da fama de ser o mais feio do Mundo, Mugly recebeu mil dólares (cerca de 800 euros), uma sessão fotográfica, estadias VIP em hotéis e um ano de comida para cão. Fonte: Jornal Notícias (Junho de 2012)

O cão mais feio do Mundo

Cão salva a dona

Cão corre 2 mil Km para con-vencer novo dono

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Cães & Lobos Edição Nº 3

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A história do «homem que mordeu o cão» já aconteceu mesmo. Foi em Wilmington, no estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. E, claro está, tornou-se notícia. O incidente foi entre um criminoso já bastante cadastrado e um cão da polícia, numa perseguição em que acabaram os dois à dentada, como relata a «ABC». Keith Glaspie, de 22 anos, estava a ser procurado pelas autoridades por participação num tiroteio. A polícia teve uma informação do seu paradeiro e preparou a sua detenção. O meliante conseguiu fugir a pé novamente e os agentes lançaram-lhe no encalço Maxx, um cão polícia de 2 anos, que acabou por apanhá-lo mesmo que com muito sofrimento para o agente canino. Com uma orelha cortada em dois que precisou de 15 pontos para vol-tar ao sítio, Maxx não largou a sua presa, que também ficou na anca com marcas para contar. Com um cadastro de incidentes criminais que já fazem a sua fiança ultrapassar o milhão de dólares (quase 800 mil euros), Glaspie adicio-nou agora um crimes bastante incomum à sua lista já longa: está ago-ra acusado também de agressão a agente animal de autoridade. Fonte: TVI24 (Junho de 2012)

Não, não é o Superdog! É o Zulu, o cão que salvou o seu dono após um acidente de carro na Escócia.

Donald McGregor conduzia numa estrada numa noite de muita chuva, quando se despistou e caiu por uma encosta abaixo. A estrada estava deserta e o homem não tinha a quem pedir ajuda. Ele morreria ali mesmo se não fosse socorrido. Zulu, o terrier preto correu quase dois quilómetros para alertar a filha de Donald sobre o acidente. Ela, então, pôde chamar a emergência. O homem, de 62 anos de idade, precisou ser carregado pela filha encosta acima até uma Moto 4, já que o helicóptero não conseguiu descer no local, devido ao mau tempo. Eles pediram auxílio a um bar-queiro para levar Donald até o continente, onde uma ambulância esta-va à sua espera. A filha agricultor, Sheila MacGregor, de 32 anos, percebeu que havia alguma coisa errada assim que o cão a chamou junto da sua porta. “Quando o cão chegou, percebi que algo estranho havia acontecido, assim que saí de casa, ouvi ao longe meu pai a gritar. Subi para a minha Moto 4 e fui até lá. O carro tinha capotado numa ladeira e caí-do”, relembra Sheila.

Fonte: http://noticiascaninasblog.blogspot.pt/ (Julho 2012)

Zulu

O estado em que ficou a viatura

Compilação:

Anabela Guerreiro

Criminoso detido por cão polícia

resistiu... à dentada

Notícias

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Cães & Lobos Experiências Edição Nº 1

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Cães & Lobos Experiências Edição Nº 1

Página 1

Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores

caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como

profissionalmente. Este Curso tem a vantagem de ser composto no máximo por 4 formandos.

Primeiro curso administrado em Portugal com base nas últimas investigações científicas desenvolvidas na área da aprendizagem canina

Presencial

Estrutura Programática do Curso

Módulo 1 (teórico)

1.1 CONHECER O CÃO 1.1.1 Conhecer como funciona um cão

1.1.2 O Carácter num cão

1.1.3 O Temperamento num cão

1.1.4 A Comunicação canina

1.1.5 Os Instintos Básicos caninos

1.1.6 Conhecer o cão que se vai adestrar

1.2 MÉTODOS DE ADESTRAMENTO 1.2.1 Métodos de Adestramento

1.2.2 Traçar objetivos

1.2.3 Escolher o melhor método de Adestramento 1.2.3.1 Em função do cão

1.2.3.2 Em função do dono

1.2.3.3 Em função dos objetivos

1.2.4 As várias fases do Adestramento

1.3 CONDICIONAMENTO OPERANTE 1.3.1 Definição

1.3.2 O que é o Clicker

1.3.3 O treino com Clicker

1.4 O ADESTRADOR 1.4.1 Exigências Físicas

1.4.2 Exigências Mental 1.4.3 Ética profissional

Módulo 2 (prático)

2.1 O ADESTRAMENTO EM OBEDIÊNCIA SOCIAL 2.1.1 Material de adestramento

2.1.1.1 Material de contenção

2.1.1.2 Material de assistência

2.1.1.3 Material didático

2.1.2 Postura corporal do adestrador

2.1.3 Desenvolvimento da motivação do cão

2.1.4 Condicionamento e aquisição de hábito

2.1.5 Exercícios de Obediência Básica

2.1.5.1 Exercício de andar ao lado

2.1.5.2 Exercício de sentar 2.1.5.3 Exercício de deitar 2.1.5.4 Exercício de deitar e ficar quieto

2.1.5.5 Exercício de chamada

2.2 SOCIABILIZAÇÃO

2.2.1 Sociabilização intraespecífica

2.2.2 Sociabilização interespecífica

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Cães & Lobos Experiências Edição Nº 1

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Cães & Lobos Experiências Edição Nº 1

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Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Módulo 3 (prático)

3.1 ADESTRAMENTO EM GUARDA E DEFESA 3.1.1 Determinar as aptidões do cão

3.1.2 O Figurante (Homem de ataque) 3.1.2.1 Vestuário

3.1.2.2 Equipamento

3.1.2.3 Formação

3.1.3 O trabalho de motivação

3.1.4 O treino técnico das mordidas

3.1.5 O treino da inibição da mordida (larga)

3.1.6 O treino da fuga do figurante

3.1.7 O treino da busca do figurante 3.1.8 O treino do ataque surpresa ao guia

3.1.9 O treino do ataque longo

Módulo 4 (teórico)

4.1 COMPORTAMENTOS ANÓMALOS E DESVIANTES 4.1.1 Agressividades

4.1.1.1 Definição e tipologias

4.1.1.2 Tratamento 4.1.1.3 Prevenção de agressividade por complexo de controlo

4.1.2 Micção ou defecação inadequadas 4.1.2.1 Definição 4.1.2.2 Tratamento

4.1.3 Ansiedade por separação 4.1.3.1 Definição

4.1.3.2 Tratamento

4.1.4 Fobias 4.1.4.1 Definição

4.1.4.2 Tratamento

4.1.5 Manias Maternais

4.1.5.1 Definição

4.1.5.2 Tratamento

4.1.6 Hiperatividade e hiperexceptibilidade

4.1.6.1 Definição 4.1.6.2 Tratamento 4.1.7 Comportamentos estereotipados 4.1.7.1 Definição

4.1.7.2 Tratamento

4.1.8 Ingestão Inadequada 4.1.8.1 Alimentação Estranha

4.1.8.2 Coprofagia 4.1.8.3 Objetos 4.1.9 Síndrome de Disfunção Cognitiva 4.1.9.1 Definição e Sintomas 4.1.9.2 A importância de um Diagnóstico Correto 4.1.9.3 Prognóstico

4.1.9.4 Tratamento

Curso intensivo de formação de monitores de adestramento científico canino (presencial)

Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como profissionalmente

Características do Curso

Tipo de Curso: Curso presencial ministrado em sistema intensivo de 15 dias de duração, com uma carga horária lectiva diária de 4 horas,

incluindo as componentes prática e teórica.

Início do Curso: A combinar com o formando

Local das Aulas: Campo de Trabalho do Centro Canino de Vale Lobos – Vale de Lobos - Sintra

Método de Ensino: Científico

Quantidade de Alunos por Curso: 1

Documento fim de Curso: Certificado com informação detalhada sobre as avaliações intercalares e finais e matéria leccionada

Estrutura Programática do Curso Módulo 1 (teórico)

Módulo 2 (prático) Do Curso de duração normal

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Cães & Lobos Edição Nº 3

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Adestramento Canino

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Page 35: Nº 3 - 3º Trimestre 2012

Cães & Lobos Edição Nº 3

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Ficha Técnica

Cães & Lobos Edição Nº 3

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Propriedade:

Centro Canino de Vale de

Lobos

www.ccvlonline.com [email protected]

Edição:

Dep. Divulgação do CCVL

http://Comportamento-

canino.blogspot.com

Revista Digital de Cães e Lobos

Editor:

Sílvio Pereira [email protected]

Colaboraram nesta Edição:

Anabela Guerreiro, André

Moreiras, Dominique Martins,

Paula Leal, Vanessa Correia,

Paginação e execução gráfica:

Sílvio Pereira

Revisão:

Sílvia Pereira

Nota:

Todo o material publicado

nesta edição é da exclusiva

responsabilidade dos seus

autores.

Colaboradores

Anabela Guerreiro [email protected]

André Moreiras [email protected]

Dominique Martins [email protected]

Paula Leal [email protected]

Vanessa Correia [email protected]

Cães & Lobos

Page 37: Nº 3 - 3º Trimestre 2012

Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Curso destinado a todos os proprietários que queiram adestrar os seus cães em casa (portanto, no seu território) evitando assim as sempre stressantes e por vezes

traumatizantes idas às escolas de treino canino.

Características do Curso

Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: De 2 a 4 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do aluno).

A quem é dirigido este Curso: Com este Curso o dono dispensa as sempre angustiantes e traumáticas idas às escolas de treino, uma vez que o cão aprende no seu próprio território, portanto, qualquer pessoa está em condi-ções de frequentar este curso, a única limitação prende-se com a obrigatoriedade de possuir um cão (seja ele de que raça for) uma vez que numa das fases do Curso terá que aplicar na prática, as técnicas que vão sendo estuda-das.

Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/teórica e conheci-mento profundo do aspeto funcional do cão, assim como uma identificação da interação dos mecanismos da apren-dizagem com os vários tipos de condicionamento. No aspeto prático adquire-se um conhecimento básico dos princípios gerais do Condicionamento Operante assim como a utilização do clicker como instrumento fundamental no moderno treino científico canino. Resumindo, o formando fica perfeitamente preparado não só para poder treinar o seu cão positivamente mas tam-bém para compreender a sua linguagem, o seu carácter, a sua personalidade e o seu temperamento.

Módulo 1 (teórico)

1ª Parte - Conhecer o Aspeto Funcional do Cão

2ª Parte - O Carácter e o Temperamento num Cão

3ª Parte - A Comunicação Canina

4ª parte - Os Instintos

5ª Parte - Condicionamento Operante

6ª parte - Descobrir o Clicker

Estrutura Programática (resumida)

Módulo 2 (prático) 7ª Parte - O Adestramento em Obediência Social

8ª Parte - Motivar e Condicionar o Cão

9ª parte - Exercícios de Obediência Básica

10ª Parte - Sociabilização

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-on-line-de-adestramento-positivo-canino.html

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Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Características do Curso

Objectivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre Criação Canina, todos os criadores, ou que pretendam vir a sê-lo, na medida em que, este Curso abarca toda esta temática, desde os conceitos de Genética Canina até à entrega do cachorro ao futuro dono.

Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 6 meses ou 500 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do formando). A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Criadores Caninos que sintam algumas lacunas no seu conhecimento acerca dos Temas propostos no mesmo. É igualmente dirigido a todos aqueles que pretendam iniciar esta apaixonante e nobre atividade que é a Cria-ção Canina. Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conhecimento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de Criação Canina. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, Criar cães, uma vez que está na posse de formação técnica e científica específica necessária para o fazer.

Estrutura Programática (Resumida) Tema 1 - A Genética Canina Tema 2 - O Período Reprodutivo Tema 3 - A Reprodução Tema 4 - A Gestação Tema 5 - A Patologia da Reprodução Tema 6 - A Alimentação da Cadela gestante Tema 7 - O Parto Tema 8 - A Amamentação Tema 9 - O Desmame Tema 10 - Primeiras etapas do desenvolvimento do Cachorro Tema 11 - Enfermidades do Período neonatal Tema 12 - O Crescimento do cachorro Tema 13 - Desparasitação e Vacinação dos Cachorros Tema 14 - A entrega dos Cachorros Tema 15 - Identificação e Registo dos Cachorros

Curso destinado a todos os criadores, ou potenciais criadores caninos.

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-de-psicologia-canina.html