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OPINIÃO RESPIRE TRATAMENTOS | ESPECIALIDADES | CONSELHOS | INFORMAÇÕES Venceslau Hespanhol Presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia Importância do diagnóstico atempado novembro ALERTAR PARA A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO ATEMPADO DA DPOC UMA DOENÇA GRAVE QUE SE PAUTA PELA OBSTRUÇÃO BRÔNQUICA CRÓNICA, SÓ PARCIALMENTE REVERSÍVEL, COM PERÍODOS DE AGUDIZAÇÃO NOVEMBRO.2016 revista gratuita

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OPINIÃO

RESPIRE

TRATAMENTOS | ESPECIALIDADES | CONSELHOS | INFORMAÇÕES

Venceslau Hespanhol Presidente

da Sociedade Portuguesa de Pneumologia

Importância do diagnóstico

atempado

novembroALERTAR PARA A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO ATEMPADO DA DPOCUMA DOENÇA GRAVE QUE SE PAUTA PELA OBSTRUÇÃO BRÔNQUICA CRÓNICA, SÓ PARCIALMENTE REVERSÍVEL, COM PERÍODOS DE AGUDIZAÇÃO

NOVEMBRO.2016 revista gratuita

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02 . caBEÇA NOVEMBRO.2016

Acreditamos que em conjunto com médicos e outros profissionais de saúde podemos contribuir para a melhoria da qualidade de vida e autonomia dos doentes respiratórios crónicos.

Para isso contamos com uma equipa de profissionais competentes, com experiência e know-how para o apoiar em cada fase do tratamento respiratório domiciliário, desde a prescrição passando pela monitorização da adesão do doente à terapia.

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Acreditamos que em conjunto com médicos e outros profissionais de saúde podemos contribuir para a melhoria da qualidade de vida e autonomia dos doentes respiratórios crónicos.

Para isso contamos com uma equipa de profissionais competentes, com experiência e know-how para o apoiar em cada fase do tratamento respiratório domiciliário, desde a prescrição passando pela monitorização da adesão do doente à terapia.

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NOVEMBRO.2016 editorial . 03

Cfic

ha té

cnica PUBLICAÇÃO da Unidade de Soluções Comerciais Multimédia

da Global Media Group Coordenação SOFIA SOUSA [email protected]ção e Redação HÉLDER PEREIRA Fotografia D.R. Design e Coordenação de Arte SOFIA SOUSA Paginação CARLOS VASCONCELOS Arte Final CRIATIVOS LISBOAPublicidade LUÍS BARRADAS (Diretor Comercial Diretos Sul), PAULO BRUNHEIM

sumárioCelebrou-se ontem o Dia Mundial da Do-ença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC). Esta doença é uma das principais causas de perda de qualidade de vida e de mortalidade em Portugal. Neste dia realizam-se rastreios gratuitos e promovem-se hábitos de vida sau-dáveis para precaver o surgimento da doença. A DPOC é uma doença grave que se pau-ta pela obstrução brônquica persistente, só parcialmente reversível, com períodos de agudização. Ela é responsável por 3 milhões de mortes todos os anos. Em 2030 ela deve-rá ser a terceira causa de morte no mundo. A Organização Mundial de Saúde aponta o número de 500 milhões de pessoas afetadas em todo o mundo, atualmente.Nesta revista pretendemos alertar que, para um diagnóstico atempado da DPOC, é pre-ciso educar a sociedade.O diagnóstico na fase inicial da doença é extre-mamente importante para impedir o seu avan-ço e um comprometimento maior das funções pulmonares, além de garantir a maior eficácia do tratamento. Estudos revelam que a deterio-ração da doença é mais rápida nas fases iniciais. No entanto, a maioria dos doentes é diagnosti-cada já numa fase moderada ou grave, depois de um primeiro episódio de agravamento da doença ou quando surgem queixas de cansaço fácil e de dificuldade respiratória.

EDITORIAL

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Apoio logístico:

O FUTURO DA FPP

José Alvespresidente da Fundação Portuguesa do Pulmão

OPINIÃO

Venceslau Hespanhol presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia

NÚMEROS DA DPOC

Existem cercade 700.000 doentes em Portugal

OPINIÃO

Pedro Fonte Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias

PRESENTE E FUTURO

António Carvalheira Santos chefe de serviço de Pneumologia Hospital Pulido Valente

LINDE SAÚDE EM PORTUGAL

Maria João Vitorino, HomecareBusiness Manager Portugal da Linde Saúde

OPINIÃO

Conceição Gomes e Violeta Pimpão ARSLVT

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04 . cONHECER A DOENÇA NOVEMBRO.2016

F

“Inspirar conhecimento”

Faz 15 anos que a Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Dise-ase (GOLD) lançou o desafio de as-sinalar mundialmente o Dia Mundial da DPOC (Doença Pulmonar Obs-trutiva Crónica). O objetivo era sim-ples: aumentar a consciência sobre a doença e melhorar os cuidados de saúde dos doentes, fomentando uma estreita relação entre clínicos, grupos de doentes e a sociedade em geral.

Assim foi e assim permanece desde 2002. A GOLD define um tema e lança-o esperando que os vários países se envolvam e, atra-vés das suas organizações, dos seus profissionais de saúde e agentes de formação, abracem esta causa que é a luta contra a DPOC.

Também na Sociedade Portu-guesa de Pneumologia é assinalado o Dia Mundial da DPOC, sem es-quecer que esta é uma luta diária à qual damos palco em momentos cientificamente importantes como é o Congresso de Pneumologia (um dos principais fóruns de discussão anual dos profissionais da saúde res-piratória), as Escolas de Ciência da SPP, os encontros das comissões de trabalho e os mais variados espaços

de formação e informação científica dedicados a temas tão próximos da DPOC como seja a prática clínica da espirometria, a reabilitação respirató-ria ou o tabagismo.

para vencer a DPOC

VENCESLAU HESPANHOL PRESIDENTE

DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE PNEUMOLOGIA

Os números, esses, estão sem-pre presentes e, ainda que acre-ditemos tratar-se de uma doença subdiagnosticada são os estudos da GOLD que nos continuam a servir de referência e que apontam para uma taxa de prevalência que, na re-gião de Lisboa, ascende aos 14,2%.

São cerca de 600 milhões as pessoas que em todo o mundo vi-vem com o peso da DPOC, que constitui um elevado fator de in-capacidade. Inclusive esta é uma doença que anualmente é respon-sável pela perda de 74.547 anos de vida, ajustados por incapacidade. Calculamos que em 2020, com a crescente e forte prevalência de

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NOVEMBRO.2016 cONHECER A DOENÇA . 05

ESTAMOS LONGE DE ALCANÇAR A DESEJÁVEL REDUÇÃO DA TAXA DE PREVALÊNCIA DE DPOC EM PORTUGAL, MAS SÃO ANIMADORES OS DADOS QUE REVELAM QUE, EM TERMOS COMPARATIVOS INTERNACIONAIS, PORTUGAL APRESENTA UM DOS MELHORES VALORES DE TAXA PADRONIZADA DE MORTALIDADE POR ASMA E POR DPOC

fumadores, a DPOC venha a posi-cionar-se como a 3.ª causa de morte a nível mundial, uma posição que apenas é ultrapassada pelas doenças do coração e os acidentes vasculares cerebrais.

Apesar de acreditarmos na prevenção como uma das mais efi-cazes formas de combate às doenças respiratórias, há que não esquecer a importância de prestar os melhores tratamentos que, por vezes, chegam tarde demais apenas porque muitos doentes não procuram o médico até terem perdido cerca de 50% da capacidade respiratória. Poder-se-á mesmo dizer que estamos perante uma doença subdiagnosticada nos seus vários estadios, o que dificulta o combate à doença instalada.

São estes os factos e números que nos movem e nos levaram a cele-brar mais um Dia Mundial da DPOC, que assinalamos este ano com as vitó-rias alcançadas com o conhecimento e as melhores políticas de saúde, cujos resultados se refletem, ainda que de forma ténue, no último relatório do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias, da Direção-Geral da Saúde, sobre os números das Doen-ças Respiratórias em Portugal.

Estamos longe de alcançar a de-sejável redução da taxa de prevalên-cia de DPOC em Portugal, mas são animadores os dados que revelam que, em termos comparativos inter-nacionais, Portugal apresenta um dos melhores valores de taxa padroniza-da de mortalidade por asma e por

DPOC. Ainda que as doenças res-piratórias constituam a 5.ª principal causa de internamento e a 1.ª causa de mortalidade intra-hospitalar, a DPOC tem vindo a apresentar um padrão de decréscimo de interna-mentos. Em 2014, os internamentos por DPOC corresponderam apenas a 33,3% da globalidade dos interna-mentos por doenças respiratórias.

Ao nível dos Cuidados de Saúde Primários, o registo de utentes inscritos ativos com o diagnóstico de DPOC tem vindo a aumentar consistentemente des-de 2011, levando-nos a acreditar que estamos no bom caminho. Que continuemos a “Inspirar Conhecimento” para vencer a DPOC.//

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06 . NÚMEROS NOVEMBRO.2016

D

A DPOC é responsável por 3 milhões de mortes todos os anosSegundo o relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias (ONDR), a prevalência estimada da DPOC

é de 14,2 % em pessoas com mais de 40 anos, pelo que se calcula que existam cerca de 700 mil doentes em Portugal, mas só cerca de 100 mil estarão diagnosticados

Devido ao aumento progressivo da esperança média de vida e aos efeitos do tabagismo, Portugal tem vindo a debater-se com o aumen-to das doenças respiratórias cró-nicas, que constituem atualmente a terceira causa de morte a seguir às doenças cardiovasculares e ao cancro, revela o relatório “Portu-gal – Doenças Respiratórias em Números 2015”, apresentado pela Direção-Geral da Saúde.

A Doença Pulmonar Obs-trutiva Crónica tem como causa principal o tabagismo e, como tal, pode ser evitada.

As pessoas convivem com as manifestações da doença de diferentes maneiras, no entanto, apesar de haver alguma variabili-dade ao longo do dia, em regra e apesar do controlo terapêutico, haverá noção de algum grau de sintomatologia de forma diária.

Na DPOC, são vários os sintomas de alerta desta doença que evolui limitando bastante a vida diária dos doentes que se veem confrontados com um qua-

NÚMEROS A SABER

700 mil

NÚMERO CALCULADO DE DOENTES DPOC

14.2%DAS PESSOAS COM prevalência DE DPOC TÊM MAIS DE 40 ANOS

NÚMERO DE DOENTES DIAGNOSTICADOS

ÓBITOS CAUSADOS POR DPOC, EM 2014

ÓBITOS POR PNEUMONIA EM 2013

100 mil

12.147mil

5.490mil

A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO NA DPOC É EXTREMAMENTE RELEVANTE

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NOVEMBRO.2016 NÚMEROS . 07

A DPOC É HOJE DEFINIDA COMO UMA DOENÇA PREVENÍVEL E TRATÁVEL

dro de incapacidade. Um dos sintomas mais comuns é a tosse acompanhada de expetoração, principalmente durante a manhã. No entanto, esse sintoma passa mui-tas vezes despercebido, sendo atri-buído ao fumo do cigarro, e designa-do frequentemente de “catarro do fumador”. Posteriormente, o doen-te com DPOC começa a sentir falta de ar (dispneia), que inicialmente só surge quando desenvolve esforços fí-sicos significativos. Com o passar do tempo, até mesmo as atividades que não exigem nenhum esforço físico, como tomar banho ou vestir-se, passam a provocar dificuldade res-piratória e é comum o aparecimento de “pieira” ou “gatinhos” durante a respiração, especialmente quando o indivíduo apresenta gripe ou infe-ções respiratórias. É nesta fase que o doente costuma procurar auxílio médico.

Em relação ao tratamento da DPOC, este depende dos sinto-mas e da gravidade da doença.Os doentes com sintomas regula-res necessitam habitualmente de tratamento com inaladores, que reduzem o estreitamento das vias aéreas, relaxando os músculos destas vias. Os doentes com obs-trução grave das vias aéreas e com exacerbações frequentes podem ser tratados com corticosteróides inalados, na tentativa de redução da frequência destas exacerbações, podendo mesmo fazer corticoste-róides orais nas exacerbações mais graves.

A reabilitação respiratória é uma componente fundamental no tratamento do doente respira-tório crónico com sintomas e/ou limitação nas atividades do dia a dia. Um programa de reabilitação respiratória deve ser individualiza-

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ÓBITOS POR DOENÇAS RESPIRATÓRIASPORTUGAL (2007 A 2013)

Códigos CID 10: J00-J99.

Fonte: INE, IP, 2015:

Número Absoluto de óbitos

Homem e MulherHomemMulher

16.000

14.000

12.000

10.000

8.000

6.000

4.000

2.000

02007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

10.949

5.907

5.042

12.611

6.556

6.055

do, baseado numa avaliação minu-ciosa, treino de exercício físico e educação do doente, importantes para que possa gerir de forma mais eficaz a sua doença e adquira com-portamentos benéficos para a sua saúde, como uma boa nutrição, gestão do stress e ansiedade, pre-venção de infeções e fazer ativida-de física regular.

As doenças respiratórias são a quinta principal causa de inter-namento e a primeira causa de mortalidade dentro dos hospitais. Contudo há a registar um decrés-cimo de internamentos devido a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica e uma tendência para estabilização dos internamentos devido a asma brônquica. Salienta-se também que o número de in-ternamentos por pneumonias tem vindo a decrescer pela primeira vez desde 2013. //

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08 . OPINIÃO NOVEMBRO.2016

A

Importânciado diagnóstico

atempado

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é uma patologia evitável, progressiva e irreversível, mas tratável, pois a medicação e as mudanças nos estilos de vida ali-viam os sintomas e, segundo alguns estudos, podem atrasar o declínio da função pulmonar. Nos últimos anos, tem sido dada mais atenção a

esta patologia por parte dos Cuidados de Saúde Primários, o que se pode-rá dever a publicações internacionais que apontam a DPOC como uma das principais causas de morte e in-capacidade a nível mundial.

Sendo uma doença de ins-talação lenta e insidiosa, os seus principais sintomas (como a tosse,

a expetoração e a dispneia) vão-se apresentando, nas fases iniciais, de forma praticamente impercetível. Isto faz com que a maior parte dos doentes comece a queixar-se apenas quando a sua função pulmonar é de apenas metade do previsto.

Isto e outros fatores, ainda mal compreendidos, conduzem a um

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NOVEMBRO.2016 OPINIÃO . 09

marcado subdiagnóstico. Estudos nacionais e internacionais apontam taxas superiores a 50% de doentes não identificados.

Por outro lado, é reconhecido que a “porta de entrada” destes do-entes no Serviço Nacional de Saúde são os Cuidados de Saúde Primários. Aliás, estas pessoas são muitas vezes seguidas nas consultas dos seus mé-dicos e enfermeiros de família por patologias crónicas como a Hiper-tensão Arterial, Diabetes Mellitus e Perturbações Depressivas, que são comorbilidades reconhecidamente importantes da DPOC.

Assim, estes profissionais estão numa posição privilegiada para reco-nhecer atempadamente os doentes com DPOC. Em primeiro lugar, está facilitada a pronta identificação das pessoas em risco. Nestas incluem-se sobretudo os fumadores, mas tam-bém outros grupos que, pela sua pro-fissão ou condições habitacionais, se encontram continuadamente expos-tos a fumos, poeiras e gases. Para estas pessoas, deve ser dirigido um acon-selhamento constante no sentido da cessação tabágica e/ou proteção contra exposições nocivas.

Tendo em conta o subdiagnós-tico da doença, muitos colegas têm organizado, nas suas unidades de saúde, várias iniciativas de “rastreio”, onde são realizadas espirometrias (o exame indispensável para se poder diagnosticar DPOC) a pessoas com mais ou menos riscos. Porém, este procedimento associa-se a um bene-

TENDO EM CONTA O SUBDIAGNÓSTICO DA DOENÇA, MUITOS COLEGAS TÊM ORGANIZADO, NAS SUAS UNIDADES DE SAÚDE, VÁRIAS INICIATIVAS DE “RASTREIO”, ONDE SÃO REALIZADAS ESPIROMETRIAS (O EXAME INDISPENSÁVEL PARA SE PODER DIAGNOS-TICAR DPOC) A PESSOAS COM MAIS OU MENOS RISCOS

PEDRO FONTE MÉDICO DE FAMÍLIA, DOCENTE DA ESCOLA

DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DO MINHO E ELEMENTO

DO GRESP

fício discutível, uma vez que ainda não é completamente clara a vantagem de diagnosticar precocemente (diferente de atempadamente) a DPOC.

Perante isto, deve ser pensada uma mudança de estratégia. Antes de mais, apostar de forma mais clara na prevenção primária, pois só esta poderá verdadeiramente reduzir o impacto da doença. Importa também perceber as razões (eventuais entraves) que possam justificar o subdiagnóstico da doença. O verdadeiro diagnóstico precoce, ou, melhor dizendo, atempa-do, poderá ser importante de forma otimizada: direcionado às pessoas realmente em risco de desenvolver a doença, recorrendo, antes de mais, a ferramentas de despiste (questioná-rios, miniespirómetros) que nos per-mitam perceber quem precisa mesmo da espirometria. //

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010 . PAPEL DA fpp NOVEMBRO.2016

NNão sendo uma sociedade científica a FPP não discute a opção terapêutica ao nível da investigação, mas tem opi-nião, baseada nas melhores práticas clínicas e nas opções mais eficientes. A terapêutica respiratória, a farma-cológica (inalatória, suplementação de O2) e a não farmacológica (ven-tilação não invasiva) reveste-se de al-guma dificuldade que não infrequen-temente condiciona a qualidade dos resultados obtidos. Por outro lado, o aparecimento insidioso dos sintomas adia o diagnóstico e piora o prog-nóstico, aumentando a mortalidade e diminuindo a qualidade de vida. Adicionalmente, algumas patologias respiratórias têm mortalidade alta (pneumonias, cancro), nestes casos, a evicção torna-se mais importante

O futuro da Fundação Portuguesa do Pulmão

A Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP) tem como valores fundamentais zelar pelo doente respiratório e pela saúde respiratória

do que o diagnóstico precoce ou as opções terapêuticas.

Nestas circunstâncias, com a ajuda dos nossos parceiros naturais, médico(a)s, farmacêutico(a)s, fisio-terapeutas, cardiopneumologistas, indústria farmacêutica e outras perso-nalidades individuais ou coletivas com os mesmos valores fundamentais, a FPP programa desenvolver as seguin-tes áreas de trabalho: evicção, rastreio e diagnóstico precoce, apoio terapêuti-co, ensino. Na evicção abordar-se-ão os temas: tabagismo, qualidade do ar e prevenção de infeções respiratórias.

Relativamente ao tabagismo, além do apoio solicitado ou organi-zado pela FPP às diferentes institui-ções (escolas, farmácia e associações), programa-se interceder junto do legis-lador de modo a promover alterações na atual lei do tabaco, nomeadamente a proibição total em locais públicos fechados, fiscalização, aumento do preço do tabaco, participação do Estado na compra de medicamentos usados em desabituação nos casos emergentes e inclusão de conteúdos pedagógicos antitabágicos em todos os anos do ensino oficial.

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NOVEMBRO.2016 PAPEL DA fpp . 011

JOSÉ ALVES PRESIDENTE

DA FUNDAÇÃO PORTUGUESA DO PULMÃO

A REABILITAÇÃO RESPIRATÓRIA (RR), A VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA (VNI) E A TÉCNICA INALATÓRIA SÃO OS TRÊS PONTOS ESSENCIAIS NO TRATAMENTO DO DOENTE DPOC. A FPP PRETENDE QUE TODOS OS DOENTES TENHAM A MESMA OPORTUNIDADE DE ACESSO À RR, INDEPENDENTEMENTE DO LOCAL DE RESIDÊNCIA

Na prevenção das infeções, a FPP zelará pela gratuitidade da vacina da gripe em todos os doentes respira-tórios, na vacina contra o Streptoco-cos pneumoniae em todos os doen-tes respiratórios e na população com mais de 65 anos. Serão promovidas campanhas de sensibilização para as duas vacinas.

A asma, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), a ap-neia do sono e o risco oncológico beneficiam do diagnóstico precoce e do diagnóstico de gravidade, sendo necessários inquéritos exames de es-pirometria. A FPP promoverá, com a ajuda dos diferentes parceiros, a execução destes testes de forma massificada e com âmbito nacional, contando com a colaboração das far-mácias, da indústria farmacêutica e dos centros de saúde. De igual modo zelará junto do poder político para a implementação da rede nacional de espirometrias, a qual dará o seu apoio promovendo, a nível nacional, nas farmácias, a execução de espiro-metrias.

A reabilitação respiratória (RR), a ventilação não invasiva (VNI) e a técnica inalatória são os três pontos essenciais no tratamento do doente DPOC. A FPP pretende que todos os doentes tenham a mesma opor-tunidade de acesso à RR, indepen-dentemente do local de residência. Este objetivo, sendo muito difícil de atingir, será perseguido com a ajuda dos nossos parceiros preferenciais, criando a necessidade nos pres-

critores, abrindo centros de RR e zelando junto do legislador para tornar este direito uma realidade. A RR é a melhor ajuda ao doente respiratório crónico, o seu papel terapêutico está reconhecido, falta disponibilizá-la aos doentes.

A VNI tem vindo a crescer nas indicações e nos bons resultados. Carece de uma ligação forte entre o doente, a família e a técnica. Pretende-se intervir nesta área, promovendo o ensino das diversas partes envolvidas.

A técnica inalatória é essencial para a entrega intrapulmonar dos fármacos utilizados em diferentes patologias. Sendo determinante no resultado da terapêutica, é, muitas vezes, esquecida. Os prescritores e os doentes precisam de ajuda, uns por falta de tempo, outros por falta de conhecimentos. A solução individual é fácil, mas a não solução coletiva provoca distorções enor-mes nos potenciais bons resultados, minimiza-os depois de investimentos enormes. O tratamento da asma e da DPOC depende da técnica inalatória, demasiadas vezes desconhecida pelos doentes. A FPP quer que 2017 seja o ano da Técnica Inalatória, tentaremos inverter este problema, dando-lhe a atenção que merece.

Finalmente, promoveremos o ensino de doentes, família e cuida-dores, de profissionais de saúde, ela-borando reuniões sobre os assuntos antes enumerados. Fá-lo-emos em parcerias e isoladamente. Usaremos as nossas sedes, de Lisboa e Coim-bra, e outros palcos, sempre que se mostrar necessário. //

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012 . ANÁLISE NOVEMBRO.2016

AAs doenças do aparelho respirató-rio têm uma elevada prevalência representando, no seu conjunto, a terceira principal causa de morte no mundo. Em Portugal são res-ponsáveis por cerca de 19% dos óbitos e a principal causa de inter-namento.

Estima-se que, em 2020, no mundo, as doenças respiratórias sejam responsáveis por cerca de 12 milhões de mortes anuais.

Na Europa, as doenças respi-ratórias como a DPOC, a asma, o cancro do pulmão, a pneumo-nia e a tuberculose condicionam elevados custos na prestação em recursos de saúde (cerca de 100 biliões de euros por ano) e em dias de trabalho perdidos. O envelhe-cimento da população é um fator importante na saúde dos povos e está estreitamente relacionado com as doenças respiratórias, já que muitas delas, como a DPOC, as fibroses pulmonares e o can-cro atingem preferencialmente os grupos etários mais elevados. A esperança de vida à nascença em Portugal, no último triénio, 2013-2015, passou, em relação ao triénio

de 2008 – 2010, dos 79,29 anos para os 80,41 anos, sendo 77,36 anos para o homem e 83,87 anos para as mulheres. Para a mulher esta é a 10.ª maior esperança de vida, no mundo. A mortalidade em Portugal Continental e nas Regiões Autónomas por doenças respira-tórias é das maiores da Europa, ultrapassando os 115 por 100.000 habitantes. A Madeira é mesmo a Região da Europa com maior taxa de mortalidade por doenças respi-ratórias. Outro dado importante é o facto da mortalidade em Portugal por pneumonias representar 37,3% dos óbitos por doenças respirató-rias. Se juntarmos a tuberculose e

ANTÓNIO CARVALHEIRA SANTOS

CHEFE DE SERVIÇO DE PNEUMOLOGIA

HOSPITAL PULIDO VALENTE

Doenças respiratórias – presente e futuro

a gripe, os óbitos por doenças res-piratórias transmissíveis atingem os 37,8%. Parece óbvio que esta é uma área em que tem de se apostar fortemente. Dados favoráveis são o facto de Portugal ser dos países com menor taxa de cancros do pulmão e vias aéreas e o país com menor taxa de internamentos por Asma e por DPOC. Quanto aos gastos com saúde, em 2011 Portu-gal gastou 10,3% do PIB, superior à média europeia, que foi de 9,0%. Em termos de despesa per capita Portugal gastou 2.302 euros, ligei-ramente inferior à média europeia, de 2.370 euros, mas muito inferior à média dos países da Europa Ocidental.

Note-se que os portugueses gastam do seu bolso 35% dos cus-tos da saúde, enquanto a média eu-ropeia é de 25,8%, isto representa um peso muito grande nos gastos dos agregados familiares.

Há deficit na promoção da saúde e na prevenção da doença respiratória por falhas na educação para a saúde, entre outros fatores, de que também se destaca a iliteracia em saúde.

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NOVEMBRO.2016 ANÁLISE . 013

NÃO ESTÁ IMPLEMENTADA A REDE NACIONAL DE ESPIROMETRIA, DIFICULTANDO O DIAGNÓSTICO DA DPOC, CONTRIBUINDO ESTA REALIDADE PARA O SUB DIAGNÓSTICO DESSA RELEVANTE PATOLOGIA RESPIRATÓRIA

É conhecido o subtratamento dos doentes respiratórios crónicos, em parte atribuível ao preço dos medicamentos, mas também a di-ficuldades de aquisição por falhas do mercado.

Existem grandes deficiências no diagnóstico e acompanhamento dos doentes respiratórios crónicos com prejuízo da qualidade de vida desses doentes, antes de mais pelo deficit de avaliação funcional, atra-vés da espirometria e/ou mecânica ventilatória.

Não está implementada a Rede Nacional de Espirometria, dificultando o diagnóstico da DPOC, contribuindo esta realidade para o sub-diagnóstico dessa relevante patologia respiratória.

A Direção Geral da Saúde aponta para a necessidade da ava-liação funcional respiratória através da espirometria, essencial para se saber, face à respetiva idade e sexo, qual a capacidade respiratória.

A Doença Pulmonar Obstru-tiva Crónica - DPOC é uma das doenças que se manifesta no adul-to devido, em primeiro lugar, ao consumo de tabaco, embora outros fatores como a poluição excessiva ambiental ou familiar como o fumo passivo, possam também ser res-ponsabilizados pela doença.

Tomando como exemplo a DPOC, esta é uma doença que en-volve, em primeiro lugar, o pulmão e os brônquios, com limitação dos débitos aéreos, e que se manifesta por dispneia, tosse e expetoração. O facto de os doentes terem cada

vez maior dificuldade respiratória condiciona progressivamente a reali-zação de tarefas diárias como sair de casa, fazer compras, carregar pesos ou subir escadas. Gradualmente o doente começa a evitar fazer esfor-ços devido à dispneia e ao cansaço e torna-se cada vez mais sedentário, menos ativo. Esta acaba por levar a descondicionamento multisistémi-co cardiovascular, respiratório, mas também muscular - e os doentes vão agravando a sua capacidade, chegan-do a ficar dependentes para tarefas tão simples como a higiene pessoal, vestir-se ou alimentar-se.

A Reabilitação Respiratória é virtualmente inexistente em Por-tugal. A ela apenas têm acesso 1% dos doentes que dela beneficia-

riam. A reabilitação respiratória deve fazer parte integrante da te-rapêutica dos doentes respiratórios crónicos sintomáticos e é urgente a criação duma Rede Nacional de Reabilitação Respiratória.

A reabilitação respiratória melhora significativamente o aumento da capacitação para as tarefas do dia-a-dia, maior tole-rância ao esforço, diminuição da ansiedade e depressão relaciona-das com a doença, diminuição da agudização, diminuição das idas à urgência e dias de internamento, diminuição dos custos diretos e in-diretos relacionados com a saúde e melhor integração social e fami-liar com consequente melhoria na qualidade de vida.//

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014 . LINDE SAÚDE EM PORTUGAL NOVEMBRO.2016

O

INVESTIMENTO EM INOVAÇÃO

E SAÚDE DE PROXIMIDADE

O contínuo envelhecimento da po-pulação, os efeitos do tabagismo e os fatores ambientais levam a que as doenças respiratórias crónicas e a Doença Pulmonar Obstrutiva Cró-nica (DPOC), em particular, sejam um grave problema de saúde à esca-la mundial, com elevado impacto ao nível individual, social, económico e político, apresentando elevadas taxas de morte prematura na população e de anos perdidos devido à incapaci-dade e perda de autonomia.

A Linde Saúde assume cla-ramente o papel de parceiro dos sistemas de saúde, ao investir no desenvolvimento e implementação de novos modelos de cuidados de saúde, integrados e focalizados na doença crónica respiratória e pro-movendo a constante inovação em produtos e serviços que visam a me-lhoria, segurança e qualidade de vida do doente em ambiente adequado e fora dos hospitais de agudos.

Serviços como o Centro de Re-abilitação Respiratória – AIR Care Centre® em Lisboa são uma respos-ta à necessidade de descentralização, criado para dar apoio especializado em reabilitação de doentes respira-tórios na comunidade, através de equipas altamente qualificadas e moti-vadas, compostas por médicos, fisiote-rapeutas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, cardiopneumologistas e farmacêuticos com um foco claro na proximidade com os doentes.

A Linde Saúde aposta na ino-vação através da tecnologia sendo a

telemonitorização um instrumento que se tem mostrado muito válido no acompanhamento do doente com DPOC. Temos consciência de que não podemos focalizar-nos apenas no tratamento do doente. É preciso investir na redução das causas, na prevenção primária, onde o tabagismo e a qualidade do ar são os principais fatores que contribuem para a doença, e também na preven-ção secundária e terciária, diagnosti-cando precocemente e prevenindo ou minimizando as complicações ou incapacidades geradas pela doença e seu tratamento. O benefício só será conseguido pela articulação das vá-rias estruturas em torno do doente, habilitando-o a gerir a sua doença.

Acreditamos que este é o cami-nho para garantir a sustentabilidade do serviço de saúde, oferecendo ao doente respiratório o acesso a cui-dados de excelência que permitam melhorar a sua qualidade de vida.//

MARIA JOÃO VITORINO HOMECARE BUSINESS MANAGER

PORTUGAL DA LINDE SAÚDE

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NOVEMBRO.2016 OPINIÃO . 015

É fundamental uma rede de prestadores qualificados para que a reabilitaçãorespiratória SEJA UMA REALIDADE NAS UCCI CONCEIÇÃO GOMES

COORDENADORA DO CENTRO DE DIAGNÓSTICO PNEUMOLÓGICO

DR. RIBEIRO SANCHES.COORDENADORA DO PROGRAMA

TUBERCULOSE DA REGIÃO LISBOA E VALE DO TEJO. COORDENADORA DO PROGRAMA

DOS CUIDADOS RESPIRATÓRIOS DOMICILIÁRIOS

VIOLETA PIMPÃO MÉDICA DE FAMÍLIA

– ASSISTENTE GRADUADA SÉNIOR

P“Portugal Maior em Números” (DGS) refere aumento do núme-ro de óbitos devido a doença do aparelho respiratório, sobretudo nos idosos e nos doentes que ne-cessitam de cuidados paliativos ou cuidados continuados, de 10 para 13 mil pessoas (2007-2012). Estas doenças são a terceira principal causa de morte no mundo (19% dos óbitos). A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) atinge mais os grupos etários superiores aos 40 anos, fumador e ex-fumador, origina uma deficiente oxigenação e leva à oxigenioterapia de longa duração, essencial para a vida do doente e se associada à reabilitação respiratória o efeito é exponencial. Os Cuidados Respiratórios Domi-ciliários têm um papel relevante na qualidade de vida dos doentes devendo integrar o âmbito das ati-vidades das Equipas de Cuidados Continuados Integrados (ECCI). A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo

(ARSLVT) tem sido inovadora na melhoria dos cuidados respiratórios desde 2001. O percurso é longo, so-mos um país com terapias gratuitas e com normas de orientação clínica. É necessário desenvolver a prestação de cuidados de uma forma sistema-tizada com o evidente compromis-so dos profissionais. Na ARSLVT temos identificados 65 enfermeiros de Reabilitação e 41 Fisioterapeutas distribuídos não uniformemente por cada Agrupamento de Centros de Saúde (ACES). É fundamental uma rede de prestadores qualificados para que a reabilitação respiratória seja uma realidade nas Unidades de Cuidados Continuados Integrados (UCCI). Vivemos tempos difíceis, mas temos a responsabilidade de criar as condi-ções adequadas para mais bem tratar e diminuir custos. Os Cuidados Con-tinuados Integrados (CCI), incluindo no domicílio, podem evitar o agrava-mento do doente crónico respiratório, diminuir o reinternamento hospitalar e o recurso à urgência.//

DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÓNICA (DPOC) ATINGE MAIS OS GRUPOS ETÁRIOS SUPERIORES AOS 40 ANOS

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016 . caBEÇA NOVEMBRO.2016

808 29 90 90 ̶ 21 049 99 96 | [email protected] | www.aircarecentre.pt Rua Mário de Azevedo Gomes, núcleo R, nº6-6A, Alto dos Moinhos, 1500-467 Lisboa

AIR Care CentreReabilitação Respiratória

Conhecer o doente para otimização da reabilitação.Consulta de Fisiatria, Pneumologia, Nutrição, Psicologia, Fisioterapia, Enfermagem, Prova de esforço, Prova de marcha 6 min

Abordagem terapêutica multidisciplinar - EXERCÍCIO e EDUCAÇÃOResistência, Força, Flexibilidade, Equilíbrio

Recuperar o doente para uma vida ativa e aumentaro conhecimento e autogestão da doença.

Avaliar Intervir

Reabilitar

Que doentes beneficiam?DPOC AsmaCancro PulmãoBronquiectasiasFibrose QuísticaFibrose PulmonarTransplante de PulmãoDoenças neuromusculares

Outros serviços:Fisioterapia Respiratória Prova de EsforçoProva de Marcha Gasometria arterialAferição débito O2

Avaliação músculos respiratóriosCessação tabágicaEnsino a cuidadores

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