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Nossa mensagem · as vantagens que pode propor-cionar e as desvantagens que dele podem decorrer. Porém, o fato determinante para seu uso será a demanda apresentada pelo condomínio

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Nossa mensagemO nosso jornal é um veícu-

lo de comunicação voltado paraos condomínios de todo o Bra-sil, sobretudo aos seus gestores,porém trazendo temas tambémde interesse à comunidadecondominial de um modoabrangente, o que inclui mora-dores e funcionários.

Aqui expomos váriasnuances da vida em coletivo,desde as leis formais que regemo ordenamento jurídico de nos-so país, àquelas normas de con-duta que não estão escritas emnenhum documento, mas quesão consagradas pelo bom sen-so coletivo como as certas a se-rem seguidas a fim de propici-ar um ambiente harmônicoentre todos.

Normas, regras, leis, proto-colos... todas essas burocraciassão, de fato, temas recorrentesem nossa publicação, pois

estamos constantemente embusca da melhor e mais útil in-formação para servir a nossosleitores. Contudo, nesta ediçãotrazemos um aspecto poucoabordado: Quando o bom sen-so pede que regras sejam que-bradas?

Sim, há momentos em queo certo a se fazer será infringiralguma regra pré-estabelecida,se para isso houver um bemmaior. Ilustramos essa conside-ração apresentando a históriade uma habitante de Juiz deFora (MG), a qual saiu vitorio-sa de uma ação na Justiça con-tra seu condomínio, na qualpleiteava o direito de ser aju-dada pelos porteiros do seu pré-dio a descer uma rampa íngre-me, que fazia o acesso da áreada garagem para os elevadores.

O condomínio chegou aaprovar em assembleia a proi-bição do auxílio, alegando que

que os porteiros não poderiamse ausentar de seus postos detrabalho devido à questão “na-tureza íntima” da moradora.Além de ganhar a permissãopara o auxílio para selocomover, a moradora ganhouna Justiça direito à indenizaçãoe o condomínio foi intimado aconstruir uma plataforma quedê autonomia para qualquerpessoa com dificuldade de lo-comoção acessar a área dos ele-vadores.

Esse caso ganhou noticiári-

os no último mês, provocandoalgumas discussões nos meioscondominiais, exemplificandouma situação em que o bomsenso e a empatia devem pre-valecer sobre a rigidez das re-gras, em nome da dignidade dapessoa humana.

Você lerá essa e outras notí-cias quentes na nossa edição demaio do Jornal do Síndico.Desfrute de uma excelente lei-tura!

Os Editores

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Graças à tecnologia, hoje emdia podemos realizar compras,pagamentos, transações bancá-rias portando apenas um car-tão. Esse pedacinho de plásti-co veio para facilitar muito anossa vida, substituindo quan-tias de dinheiro em espécie,cheques e promissórias, o queproporcionou, sem dúvidas,maior praticidade e organiza-ção nas finanças.

O condomínio constituiuma entidade jurídica que temdireito a possuir conta bancá-ria própria e, como tal, tambémpossuir cartão bancário, seja ele

de débito ou crédito. O mesmovem com o nome do condomí-nio grafado e o do síndico subs-crito, sendo necessária sua tro-ca quando houver mudança nocargo de síndico.

Embora essa modalidade degerenciar finanças já seja bas-tante corriqueira na rotina in-dividual das pessoas, o seu usopara o condomínio ainda équestionado, sendo inclusiveevitado por muitos.

Assim como todas as novi-dades advindas da tecnologia,o cartão de crédito tambémprecisa ser avaliado mediante

as vantagens que pode propor-cionar e as desvantagens quedele podem decorrer. Porém, ofato determinante para seu usoserá a demanda apresentadapelo condomínio e, claro, aanuência de seus membros,concordando ou discordandocom tal prática.

A principal vantagem docartão de crédito é poder com-prar a prazo e parcelar o valorda compra em várias vezes, depreferência sem incidência dejuros, isso diminui o impactodaquele pagamento vir todo emum único mês. Isso também seaplica aos casos em que o con-domínio não dispõe do valortotal da compra de uma só veze pode “pedir emprestado” aocartão. Outras vantagens são apossibilidade de reverter com-pras em pontos e de comprardiretamente a fornecedores emsites, que muitas vezes só acei-tam esta forma de pagamento.

O cartão de crédito, quan-

do utilizado com responsabili-dade, pode ajudar a equilibrare organizar as finanças do con-domínio. Mas, então, quais se-riam as desvantagens dessemeio? O primeiro problemaestá em se gastar de um dinhei-ro o qual o condomínio nãodispõe, pois funciona a termosde “empréstimo”. Um grandelimite disponível no cartãopode transmitir uma ideia ilu-sória de que o condomíniopode gastar mais do que real-mente dispõe.

Outra desvantagem são aspenalidades que incorremquando o pagamento não é re-alizado na data correta. Os ju-ros incidentes costumam seraltos e o atraso nessa quitaçãopode gerar dívidas assombro-sas. Como explicar isso aoscondôminos? A despesa comtaxas de manutenção e anuida-de podem ser outra questãoproblemática para justificar.

Outro ponto questionável

diz respeito à transparência nomanuseio dele. Ao portar umcartão de crédito vinculado aseu nome, o síndico passa aexercer grande poder de man-do no modo como usá-lo. Issopode abrir brecha para usos ile-gais.

Se o condomínio optar porutilizar o cartão de crédito, al-gumas dicas devem ser consi-deradas: 1) tente negociar isen-ção ou desconto de anuidadecom o banco; 2) busque fazercomprar sempre na data maisfavorável do cartão (normal-mente 40 dias antes do venci-mento da fatura); 3) opte sem-pre por pagar a fatura integrale nunca o rotativo; 4) manipu-le um único cartão; 5) coloquea data de vencimento da faturalogo após o dia de maior rendi-mento do condomínio (ex.:quando recebe as taxas dosmoradores).

*Jornalista e colaboradora do JS

Cartão de crédito: quais asvantagens e desvantagens?

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Insultos virtuais podemvirar processo judicial

Com a popularização daschamadas redes sociais, todomundo já testemunhou uma si-tuação como essa: alguém pos-ta um comentário ou imagemem um determinado meio, ou-tra pessoa discorda e replica, oautor da postagem inicial res-ponde e está montado o cená-rio para mais uma polêmica, aqual frequentemente evoluipara insultos e acusações mú-tuas.

A terapeuta ocupacionalMarina Duarte, moradora deum residencial em Porto Ale-gre (RS), afirma ter sido víti-ma de um constrangimento vir-tual no ano passado. Ela afir-ma que se envolveu em umconflito com um vizinho que aacusou de ter permitido que seu

cão de estimação urinasse nocorredor do andar em que am-bos moram.

“Um dia abri o grupo docondomínio no aplicativoWhatsapp e lá estava publicadauma fotografia do vaso de plan-tas que há no corredor comuma pequena poça de urinaamarela ao lado”, relata Mari-na, que não é a única condô-mina a criar animal no andar.“Mesmo sem provas, o autorda postagem atribuía aquelefeito ao meu cachorro, inclusi-ve me citando nominalmente,bem como o número do meuapartamento e bloco, e maisvárias ofensas”, acrescenta.

A moradora inicialmentenegou tal fato, alegando quenunca permitiu que seu pet uri-

nasse dentro do prédio e dizen-do que mesmo se isso aconte-cesse ela iria limpar. “Eu aindatentei justificar racionalmenteque aquilo era incompatívelcom meu cão, pois ele é degrande porte, da raça labrador,e o xixi dele costuma ser mui-to mais volumoso que o dafoto”, conta a terapeuta.

A briga virtual evoluiu parainsultos e só foi solucionadaquando o síndico disponibi-lizou imagens do Circuito Fe-chado de Televisão do prédio,o qual mostrava um outro ca-chorro, de pequeno porte, deum outro apartamento, urinan-do no vaso, provavelmente

após ter fugido de casa. A mo-radora erroneamente acusadaexigiu que o vizinho se retra-tasse no grupo, mas isso nãochegou a ocorrer.

“Ele não quis admitira quehavia sido injusto e não me res-pondeu mais. Eu abri mão deprosseguir com a discussãopara evitar transtornos, masposteriormente fui informadapor um advogado de que eupoderia entrar na Justiça”, afir-ma Mariana. A informação estácorreta. Insultas, ofensas, difa-mações, os famosos “barracos”virtuais podem sim virar pro-cessos judiciais e isso tem sidocada vez mais comum.

De acordo com o CódigoPenal da Constituição Brasilei-ra, algumas situações onlinepodem ir parar na Justiça. Sãoelas: inventar história crimino-sa; ridicularizar postando foto;criar perfil falso para discutir;revelar segredos de outra pes-soa; xingar ou insultar alguém.Apesar de muita gente aindaacreditar que a internet é “terrade ninguém”, é válido lembrarque as mesmas leis que valempara o convívio off-line, ser-vem também para o online edeve haver sempre bom sensonos debates que se seguem nes-se meio.*Jornalista e colaboradora do JS

Mesmo sem provas, o autor da postagematribuía aquele feito ao meu cachorro,inclusive me citando nominalmente, bemcomo o número do meu apartamento ebloco, e mais várias ofensas”...

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A legislação brasileira ou-torga ao condomínio o direitode defender interesses comunsa todos os seus componentes,contudo, não lhe é permitidoacionar a Justiça por demandasparticulares desses, ainda quehaja a concordância dos mes-mos.

Esse foi o entendimento da4ª Câmara Cível do Tribunal deJustiça de Goiás, que desproveuo pedido de ressarcimento pordanos morais e materiais reali-zado por um residencial no es-tado de Goiás.

O condomínio em questão,Residencial Ecovillagio – Jar-dim Bela Vista, acionou a cons-trutora do imóvel por danosmorais ocasionados aos seusmoradores em virtude de de-feitos na construção do edifício.

O conflito judicial teve iní-cio em 2014, quando o condo-

mínio requereu reparação detodos os vícios constatados porlaudo técnico em seus prédios,que apresentava inclusive falhanos guarda-corpos das escadase sacadas; solução dos proble-mas com a rede de águas pluvi-ais; restabelecimento da padro-nização da fachada da área deacesso aos edifícios, especial-mente no local onde se encon-travam as salas comerciais.

Foi requerida também a so-

lução imediata do aquecimen-to da água da piscina, de suaimpermeabilização, bem comodos vazamentos nela existen-tes; identificação e reparo dascausas de infiltrações e vaza-mentos verificados no subsolode uma prédio torre.

No decorrer do processo, oEcovillagio decidiu entrar comrecurso para que fosse reconhe-cido o direito ao ressarcimen-to pelos danos materiais e mo-

rais ocasionados aos moradoresdo condomínio em decorrên-cia dos defeitos na construçãodo edifício.

A desembargadora SandraRegina Teodoro Reis, ao apre-ciar o caso, ressaltou que noartigo 1.348 do Código Civilestá previsto que compete aosíndico representar o condomí-nio, praticando em juízo oufora dele, os atos necessários àdefesa dos interesses comuns,

Condomínio não tem autoridade pararequerer indenização em nome de

moradoresapenas. É legítimo o seu direi-to de pleitear a reparação dedanos por defeitos de constru-ção ocorridos tanto na área co-mum do edifício quanto na in-dividual de cada unidadehabitacional.

Entretanto, de acordo coma análise e interpretação damagistrada, não cabe ao condo-mínio agir em defesa de de-mandas particulares. Fica ve-dado, então, o direito de plei-tear reparação de danos moraisem nome de condôminos umavez que não possui legitimida-de para pleitear isso. Embora ocondomínio consigne pelaexistência de moradores afeta-dos pela situação, não foram fi-guradas individualmente narelação processual comprova-ções de tais alegações.

*Jornalista e colaboradora do JS(Redação com TJGO)

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A vida em condomínio ébaseada em regras de convivên-cia que devem ser seguidas efiscalizadas afim de que hajaharmonia entre direitos e de-veres de todos que fazem partedo coletivo. Imagine como se-ria possível a coexistência en-tre pessoas diferentes dividin-do espaços comuns se não hou-vesse as regras para nortear ascondutas e todos fizessem o quebem entendessem?

A convivência não seria vi-ável nesses termos. No entan-to, assim como qualquerordenamento jurídico, a letrano papel nem sempre é garan-tia de que é o certo a fazer. Àsvezes é preciso interpretar osfatos dentro dos contextos es-pecíficos em que eles se apre-sentam. E é sobre isso que ire-mos falar nesse texto: quandoo bom senso pede que regrassejam quebradas.

Para ilustrar esse debate,

trazemos a história da funcio-nária pública Ana Tereza BaêtaCamponizzi, 59 anos, a qualganhou os noticiários no mêspassado por ter ganhado naJustiça o direito de ser ajudadapelos porteiros do seu prédio adescer uma rampa íngreme.Ana é cadeirante há 37 anos emora sozinha em umresidencial na cidade mineirade Juiz de Fora (MG) e precisausar a rampa para sair da gara-

gem e acessar os elevadores deseu prédio.

Com a alegação de que osporteiros não podem se ausen-tar de seus postos de trabalho ea questão da moradora era de“natureza íntima”, o condomí-nio aprovou em assembleia aproibição do auxílio, fato esseque levou Ana Camponizzi arecorrer à Justiça, onde ganhouem três instâncias o direito deser indenizada em R$ 46 mil.

O condomínio também re-cebeu a ordem para instalar omais rapidamente possível umaplataforma elevatória para quequalquer morador com algumalimitação possa ter acesso aoselevadores do prédio. A deci-são da Justiça considerou queo condomínio “violou o prin-cípio da dignidade da pessoahumana, um dos fundamentosda República”.

O caso é um exemplo de

Quando o bom senso pedeque regras sejam quebradas

quando falta sensibilidade e égerado um conflito o qual édesnecessariamente levado àJustiça, o que não precisaria serfeito se houvesse bom senso.Inúmeras vezes ressaltamos aimportância da atividade dosporteiros e vigilantes e como éfundamental que não soframdistrações durante o exercíciodo seu trabalho.

Contudo, conforme já foidito, casa situação deve ser ana-lisada à luz de um contexto. E,assim, é possível se justificarque algumas regras sejam legi-timamente violadas. O síndico,em seu papel de gestor do con-domínio, deve ter a sensibili-dade de julgar isso, abrindoapenas as concessões que me-recem ser abertas, seja em rela-ção à ajuda dos porteiros emalgum momento ou qualqueroutra situação que exija isso.

*Jornalista e colaboradora do JS

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Uma relação de trabalhopressupõe direitos e deveres deambas as partes, empregado eempregador. Dentre as leis queregulamentam essa ponte,existe a que aborda os chama-dos “acidentes laborais”, ouseja, que ocorrem durante oexercício da atividade laboralou em função dela. Existemdefinições e tipificações queesclarecem melhor isso, vocêsabe o que é considerado aci-dente de trabalho? Nós o aju-daremos a compreender.

De acordo com o que dis-põe o artigo 19 da Lei nº 8.213/91, “acidente de trabalho” é oque ocorre pelo exercício dotrabalho a serviço da empresaou pelo exercício do trabalhodos segurados, provocandolesão corporal ou perturbaçãofuncional que cause a morte oua perda ou redução, permanen-

te ou temporária, da capacida-de para o trabalho.

Confira a seguir algumassituações em que se configu-ram acidentes de trabalho:

1) Doença profissional: sãopatologias adquiridas oudesencadeadas em função decondições especiais em que otrabalho é realizado e com ele

se relacionem diretamente;2) Doença de trabalho: cau-

sada em função das condiçõesespeciais em que o trabalho érealizado;

3) Ato de agressão, sabota-gem ou terrorismo, praticadopor terceiro ou companheirode trabalho;

4) Ofensa física intencio-

nal, inclusive de terceiro, dis-puta relacionada ao trabalho;

5) Acidente no percurso re-sidência – trabalho em qual-quer que seja o meio de loco-moção;

6) Ato de pessoa privada douso da razão (ato de loucura);

7) Ato de imprudência, denegligência ou de imperícia de

Você sabe o que é consideradoacidente de trabalho?

terceiro ou de companheiro detrabalho.

Ao ser constatado um aci-dente de trabalho, o primeirodireito do trabalhador e deverdo empregador é a obrigaçãoem comunicar à PrevidênciaSocial no primeiro dia útil se-guinte ao ocorrido, por meiode um documento chamadoComunicação de Acidente doTrabalho (CAT).

Caso o acidente não sejagrave e o funcionário fiquemenos de 15 dias afastado pordeterminação médica, a em-presa arcará com os custos dosalário do funcionário. Caso oafastamento tenha mais de 15dias, o funcionário terá direitoao auxílio-doença acidentáriodo Instituto Nacional de Segu-ro Social (INSS).

*Jornalista e colaboradora do JS

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A administradora decondomínios deveser o braço direito

do síndico no exercício da ges-tão, sem que isso representequalquer influência política ouencubra qualquer irregularida-de na gestão, uma vez que aadministradora também res-ponde pelos atos para os quaisfoi contratada. Ademais, a ad-ministradora é escolhida pelosíndico para auxiliar nas ques-tões administrativas do condo-mínio.

A escolha da administrado-ra deve ocorrer mediante apro-vação em assembleia conformeparágrafo 2º, do artigo 1.348 doCódigo Civil, que aduz “§ 2o Osíndico pode transferir a ou-trem, total ou parcialmente, ospoderes de representação ou asfunções administrativas, medi-ante aprovação da assembleia,salvo disposição em contrárioda convenção.”

A administração de condo-mínios ocorre, via de regra,através de um contrato de ad-ministração firmado com ocondomínio, no qual o síndicodelega a terceiros o exercício dealgumas atividades que seriamlegalmente de sua responsabi-lidade. Assim, imperam as nor-mas de mandato, pois é clara adelegação de poderes para queum terceiro (administradora)em nome do mandatário (con-domínio representando pelosíndico) realize alguns atos degestão conforme ajustado (con-trato), Art. 653 e seguintes doCódigo Civil)

Pelo fato do síndico, por for-ça de lei, ser o responsável di-

reto pela gestão, Art. 1.348 doCódigo Civil, discute-se inclu-sive se o síndico poderia trocara administradora e depois rati-ficar a escolha em assembleia.Situação que particularmenteentendemos viável, uma vezque quem responde civil e cri-minalmente pela edificação é osíndico. E assim, como ele res-ponde nada mais justo que eleescolha para quem delegar res-ponsabilidades que são dele.

E como sabemos das inú-meras funções/obrigações dodia a dia de um edifício, o sín-dico precisa ter auxílio admi-nistrativo, pois legalmente oserros cometidos pela gestão,mesmo que pela administrado-ra, podem atingir o síndico di-retamente. Mesmo que poste-riormente a administradora

possa ser responsabilizada pe-los seus erros. (direito de re-gresso)

Em um primeiro momentoo síndico ou o condomínio res-pondem pelos erros praticadosinclusive pela Administradora,mesmo que exista a possibili-dade legal de responsabilizar erepassar a prejuízo a adminis-tradora em um segundo mo-mento.

Por exemplo: No caso deuma ação trabalhista com acondenação do prédio em fun-ção de um problema criado pelafalta de pagamento de horasextras, a administradora nãoresponde perante a justiça dotrabalho e sim o prédio, mas seprovado a culpa da administra-dora, poderá de forma regres-siva ter que arcar com sua fa-

lha.Um outro exemplo: A falta

de recolhimento de INSS aoscofres públicos, mas que foi re-tido do funcionário, no caso, osíndico responde pessoalmen-te na qualidade de gestor pelocrime de apropriação indébita(168 do CP) e sonegação fiscalna esfera criminal, mesmo quetenha direito de regresso peran-te a administradora na esferacivil.

Porém, se ficar clara a res-ponsabilidade direta da admi-nistradora, como por exemplo:No caso de emissão e controlede boletos e esta falhar na suafunção, poderá ser acionadadiretamente conforme enten-dimento do TJ-SP em Acordãonesse sentido:CIVIL – PROCESSO CIVIL

A responsabilidade da escolha daadministradora de condomínios

– ADMINISTRADORA DECONDOMÍNIO – DANOSMATERIAIS E MORAIS –DÉBITO QUITADO – LEGI-TIMIDADE PASSIVA DAADMINISTRADORA – IN-DENIZAÇÃO CABÍVEL –Administradora de condomí-nio responsável pela emissãodas cobranças e pelos seus re-cebimentos – Legitimidadepassiva configurada – Ré quenão se desincumbiu de seuônus probatório, comprovandoa regularidade da cobrança efe-tuada, diante do pagamentoefetuado pela autora – Inteli-gência do art. 333, II, do CPC/73 – Cobrança indevida – Au-tora considerada inadimplenteperante o Condomínio, o que aimpediu de exercer o seu direi-to de voto em Assembleia –Danos morais – Indenizaçãomantida em R$ 3.000,00 (trêsmil reais), observados os prin-cípios da razoabilidade eproporcionalidade – Recursodesprovido.(TJ-SP - APL: 10257799820148260114 SP 1025779-98.2014.8.26.0114, Relator: Carlos vonAdamek, Data de Julgamento:17/05/2017, 34ª Câmara de Di-reito Privado, Data de Publi-cação: 23/05/2017)

Por estes motivos nada maisjusto de que o síndico possaescolher a administradora docondomínio de sua confiança.Escolha esta que pode e deveser dividida com o conselho eposteriormente referendadaem assembleia.

*Advogado e colaborador do JS

o síndico precisa ter auxílio administrativo, poislegalmente os erros cometidos pela gestão,mesmo que pela administradora, podem atingiro síndico diretamente...

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Dentre as diversas compe-tências de um síndico está a deguardar a documentação rela-tiva ao condomínio.

Mensalmente um condomí-nio gera diversos documentos,os quais devem ser guardadose exibidos quando necessário,como por exemplo, na presta-ção de contas.

A inexistência de uma ges-tão documental adequada difi-culta o controle e acesso a in-formações importantes.

Já uma boa organização dosdocumentos condominiais de-monstra transparência na ges-tão e traz maior segurança aoscondôminos.

Desta forma é dever do sín-dico adotar práticas que asse-gurem o controle, a guarda/manutenção e a destinação cor-reta dos documentos condomi-niais.

Controle, Guarda e Destina-ção dos Documentos Condo-miniais

Cada vez mais a gestão dedocumentos é de extrema rele-vância para os condomínios.

No entanto, é importantenão confundir administrar do-cumentos com acúmulodesordenado de documentação.

A gestão de documentos emum condomínio visa garantirque as informações do prédioestejam facilmente disponíveise sejam localizadas de forma rá-pida.

Isso significa que é precisoplanejar e utilizar métodos quepossibilitem acessar a informa-ção/documentação desejada emtempo hábil.

Independente do tamanhodo seu condomínio, sempre ha-verá documentação a ser arqui-vada.

Para facilitar a organização,podemos classificar a docu-mentação condominial em Bá-sica, Contábil e dos Funcioná-rios.

Desse modo, vejamos sobre:- Controle de Documentos: É

preciso ficar muito atento aocontrole de entrada e saída dedocumentos. Quando tratar-sede caso de fiscalização, porexemplo, uma alternativa sim-ples a fim de proteger o síndicoquanto a sua responsabilidadeé guardar o protocolo da entre-ga dos documentos, que deve-rão estar listados. Atualmente,grande parte dos condomínioscontrata uma administradorapara gerir e organizar sua do-cumentação.- Guarda de Documentos: Di-ante do grande volume de do-cumentos gerados por um con-domínio é necessário conheceros prazos legais de guarda. Atecnologia também tem sidouma grande aliada, pois já épossível acessar as principaisinformações via online, comoatas, convenção condominial,regimento interno, e ainda fa-zer downloads, dentre outras.Ainda assim a guarda e a con-servação dos documentos con-tinuam sendo responsabilidadedo síndico.- Destinação de Documentos:Antes de dar destino aos docu-mentos, seja para arquivo oueliminação, é necessário rigoro-sa avaliação, sempre observan-do os prazos legais. A gestão dedocumentos não trata apenasda guarda, pois ela visa melho-rar o fluxo de informações, deforma ágil e segura. Por isso, re-comenda-se, que antes da eli-

minação de qualquer documen-to seja elaborado um “Termo deEliminação de Documentos”onde conste a lista dos docu-mentos eliminados e o númerode controle de eliminação do-cumental.

Importante: embora algunsdocumentos tenham prazos le-gais quanto ao seu tempo deguarda, outros são consideradospatrimônio do condomí-nio,como, por exemplo, as plantasdo prédio, que devem sermantidas em arquivo perma-nentemente.

Assim, gestão de documen-tos é de grande importância nãosó para os médios e grandescondomínios, como também

para os pequenos.Veja que, quando houver a

troca de gestão condominial, oatual gestor será o responsávelpela transição tanto dosdocumentos quanto dopatrimônio físico de sua gestão.

Há casos em que o condo-mínio opta por deixar os docu-mentos com uma administra-dora, no entanto, apesar de fa-cilitar a vida do síndico, não tiraa responsabilidade deste.

Já em outros, o síndico pre-fere a guarda pessoal dos docu-mentos condominiais.

Neste caso, é fundamentalque os documentos sejam guar-dados em um local de acessorestrito do condomínio, não

A importância da Gestão deDocumentos em Condomínios

sendo recomendável ao síndi-co utilizar sua própria unidade.

Ainda, caso o condomíniovenha a ser condenado em açãojudicial em razão do síndiconão possuir documentos quedeveria guardar, este poderá vira ser responsabilizado pelo pre-juízo que causar.

Neste sentido, nossa legis-lação é clara, o síndico é o res-ponsável pela guarda e conser-vação dos documentos do con-domínio, independente desteser administrado por terceiroou não.

Como vimos, a gestão de do-cumentos é essencial em umcondomínio, pois além de au-xiliar na organização e transpa-rência, também garante cum-primento de obrigações legais.

E, consequentemente, pre-serva o patrimônio e a históriado condomínio, evitando tam-bém penalidades em casos defiscalização e garantindo provasem casos de ações judiciais.

Por isso sempre proteja aintegridade e segurança dos ar-quivos do seu condomínio!

*Advogada e colaboradora do JSEmail:[email protected]

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