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Nossa Senhora na Ressurreição

Nossa Senhora na Ressurreição No evangelho de João é narrada a cena enternecedora em que Maria Madalena foi, na madrugada do domingo, ao túmulo de Jesus,

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Nossa Senhora na Ressurreição

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No evangelho de João é narrada a cena enternecedora em que Maria Madalena foi, na madrugada do domingo, ao túmulo de Jesus, certa de que tudo tinha se acabado(cf. Jo 20,20-18). Lucas afirma que “as

mulheres foram ao túmulo, levando os perfumes que tinham preparado” e que a pressa do sepultamento não lhes permitiu oferecer a Jesus, antes do sepultamento. (Cf Lc 24,1).

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Os quatro evangelistas concordam quanto a este fato. Curioso e intrigante que nenhum deles fala de Maria, a Mãe, correndo ao túmulo. Por que Maria, a Mãe, não foi ao túmulo? Estaria excessivamente deprimida? Mais que Madalena? Os quatro evangelistas falam das aparições de Jesus às mulheres e,

depois, aos apóstolos. Nenhum deles fala de aparição à própria mãe. Por quê? Teria Jesus desconsiderado a própria mãe? Reflita comigo, leitor(a) amigo(a).

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Não seria normal que a mãe fosse a primeira a ir ao sepulcro?E o Filho, uma vez ressuscitado, não deveria ter por primeiro aparecido a ela. Qualquer escritor

inteligente, se quisesse convencer os leitores sobre uma hipotética ressurreição de Jesus, com certeza haveria de colocar Maria como a primeira a correr ao sepulcro para prantear o

Filho brutalmente assassinado.

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E teria Ele aparecido por primeiro a ela cujas lágrimas haveriam de se converter em lágrimas de alegria. Mas não. Nem uma linha dos evangelhos fala de Maria correndo ao túmulo ou de Jesus indo a seu

encontro. Por que será? Caro(a) leitor(a), a união de Maria com Jesus, desde o dia da encarnação do Verbo, foi tão profunda, e sempre mais profunda, que não houve acontecimento da vida e do mistério de

Jesus que não fosse ao mesmo tempo vivido por ela.

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Lembre-se dela ao pé da cruz. Ela morre misticamente com Jesus. A tal ponto que Jesus lhe declara: a Igreja que nasce de meu coração nasce também do teu: “Mulher, eis aí teu filho” e diz ao discípulo: “eis aí

tua mãe” (Jo 19,26-27). Maria viveu intensamente o oferecimento de Jesus. E houve um momento, conforme comenta São Bernardo, que a dor foi só dela; foi quando o soldado atravessou com a lança o

coração do Cristo já morto e jorrou sangue e água de seu lado aberto.

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Era, nos comentários dos padres antigos, a Igreja que nascia do coração rasgado de Cristo. Naquele momento todos nós nascíamos também do coração traspassado de Maria, porque foi só dela aquela dor. E

o sábado? A espera do sábado? O grão de trigo caíra na terra, aninhara-se nas profundezas da terra, descera à mansão dos mortos, depositara-se no fundo de cada coração humano privado da amizade divina

e Maria acompanhou Jesus nessa dolorosa viagem ao centro da terra.

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Ela passou o sábado mergulhada em profunda dor, uma dor embebida de esperança, de espera, carregada de fecundidade. Estava unida a Jesus, o Verbo, carne de sua carne, também nessa viagem à mansão dos

mortos. Há um momento, no apagar-se do sábado judaico, que emerge, em Maria, das profundezas abissais de seu ser, uma luz de imensurável intensidade que lhe inunda de inenarrável alegria sua alma,

com um júbilo ainda maior do que o experimentado quando da encarnação do Verbo, no dia da anunciação.

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Maria, que estivera unida a Jesus em sua viagem ao centro da terra, vive em sua alma sua ressurreição gloriosa, a vitória sobre o pecado e sobre a morte. Vão ao sepulcro as pessoas que tinham a certeza de que tudo tinha se acabado. Jesus pacientemente se revela a essas pessoas, aparecendo-lhes várias vezes. Mas

será a vinda do Espírito Santo que lhes comunicará a convicção, a experiência do ressuscitado.

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Maria, sempre repleta do Espírito, não foi ao sepulcro e não precisou das aparições. Ela estava unida com Jesus também no sábado e experimentou com Ele a alegria da vitória definitiva. Por mais algum tempo permaneceu junto da Igreja nascente até que esta pequenina Igreja se firmasse no coração do mundo.

Depois, como o ressuscitado, mergulhou de corpo e alma no mistério de Deus.

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Os que vão para Deus não se tornam mais distantes, pelo contrário se avizinham mais de nós e, misteriosamente, fecundam com suas orações nossa vida de Igreja peregrina. Maria é a primeira em tudo isso. Nossa Senhora das Dores é também Nossa Senhora da Alegria. A dor é passageira, a alegria é eterna.

Mas é preciso passar pela dor para chegar à alegria sem fim.

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Cristo reina glorioso e Maria com Ele. Nós a proclamamos com justiça Rainha da Paz e a saudamos com um “Salve Rainha”. Não receie, irmão(ã) cristão(ã), reconhecer como Senhora e Rainha aquela que foi “Serva do Senhor” e que, inspirada pelo Espírito Santo, afirmou em seu canto de louvor: “doravante as gerações

todas me chamarão de bem-aventurada”( Lc 1,48). Feliz Páscoa com Maria!

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Texto – Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues – Música – Ave Maria G. BizetImagens – Google – Formatação – Altair Castro

06/04/2013