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P ara proteger e redescobrir as formas de artesanato do antigo principado de Chamba, conhecidas mundial- mente, o estado de Himachal Pradesh está oferecendo uma formação que visa melho- rar a competência dos artesãos. “Em Chamba, o governo central criou programas para formar novos artesãos e atualizar as competências dos mais antigos” disse Lalit Mohan, Diretor Executivo das Associações de Artesanato e Tecelagem do Himachal Pradesh. Ele disse que foram criados cursos para ensinar técnicas como o bordado de lenços (rumal), pinturas em miniatura, artefatos de metal e produtos de couro como sandálias e chinelos (chappals) de Chamba. A arte de bordar lenços floresceu durante os séculos 16 e 17, quando a esco- la de pinturas em miniatura de Chamba recebeu um patrocínio da família real. Mohan disse que as associações artesanais também estavam implementando três grandes projetos aprovados pelo governo indiano que incluem grupos de tecelagem de Kullu, Gohar (Mandi) e Rekong Peo. O estado montanhoso também é conhecido pelas jóias e pinturas de Kangra, bem como pelos artigos de lã, feitos a mão, como xales, echarpes, cachecóis, gorros, meias, luvas, pulôveres e tapetes. Com bordas intrincadas em cores vivas, os belos xales de Kullu e Kinnaur são confeccionados em teares tradicionais pela população nativa e vendidos em toda a Índia e no exterior. “Também estamos criando instalações de pré-teares, teares e pós-teares para tecelões em 15 centros de produção,” acrescentou. A demanda pelo artesanato e artefatos do Himachal é bastante alta entre os estrangeiros. Também é possível fazer encomendas dos produtos através do e-shopping. NOTÍCIAS DA Uma Publicação da Embaixada da Índia, Brasília Vol. 5 Número 21 India N o dia 3 de novembro, ao discursar na Cúpula do G-20 que decorreu em plena crise da dívida soberana na zona euro, em Cannes, na França, o Primeiro Ministro Dr. Manmohan Singh disse que a Índia apreciava os esforços feitos na “zona euro para criar mecanismos inovadores e angari- ar recursos para o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira visando reforçar a disciplina orçamental através de uma inten- sa vigilância”. Mesmo que a Índia tenha apoiado o Fundo Monetário Internacional (FMI) que desempenhou seu papel e resta- beleceu a estabilidade na Europa, o Primeiro Ministro disse que a instituição financeira global também deve ter em mente as necessidades de liquidez dos países em desenvolvimento. Texto do discurso do Primeiro Ministro: Senhor Presidente, permita- me agradecer por sua hospitali- dade e pela excelente organiza- ção da Cúpula. Encontramo-nos num momento em que a econo- mia global enfrenta incertezas excepcionais. Nossa Cúpula será julgada pela capacidade de lidar com a instabilidade finan- ceira que emana da periferia da zona euro. Esperávamos que fosse colocado em prática rapi- damente o acordo ao qual chegaram os líderes da zona euro, que reduziu a dívida da Grécia e ofereceu recursos adi- cionais, associado com um novo programa UE-FMI. O anúncio pelo governo da Grécia de um referendo perturbou esses cálculos. Espero que possam ser encon- tradas formas de gerir a situação de modo que um pacote possa ser posto em prática o mais rápido possível. Congratulamo-nos com as iniciativas tomadas na zona euro para criar mecanis- mos inovadores e angariar recursos para o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, visando reforçar a disciplina orçamental através de uma intensa vigilância. Esta medida vai abordar uma das deficiências resultantes de ter uma união monetária sem ter uma união fiscal. No entanto, para enfrentar a crise, a eficácia dessas medidas ainda deve ser testada. Embora os países da zona euro tenham a responsabilidade de lidar com esses pro- blemas, os perigos de uma repercussão no resto do mundo é motivo de preocupação para todos nós. Num mundo cada vez mais globalizado, somos todos responsáveis pelo bom funcionamento e pela prosperi- dade da Europa, incluindo os países da zona euro. Uma incerteza prolongada e instabilidade nos países da zona euro podem prejudicar todos nós. O FMI deve manter a situação sob estreita vigilância no âmbito da supervisão regional. Se for necessário, também deve estar disposto a ajudar de forma adequada. Apoiamos firmemente o FMI para que desempenhe seu papel na restauração da estabilidade na Europa. Ao mesmo tempo, o FMI também deve ter em mente as neces- sidades de liquidez dos países em desen- volvimento que não estão no centro da crise, mas podem contudo ser adversa- mente afetados. Continuação na Página 2 Mercado lucrativo de jóias e pedras preciosas P7 Primeiro Ministro Dr. Manmohan Singh durante a conferência de imprensa na Cúpula do G-20 em Cannes, França, no dia 4 de novembro. Montek Singh Ahluwalia, Vice-Presidente da Comissão de Planejamento e Shivshankar Menon, Conselheiro de Segurança Nacional da Índia, também estiveram presentes. FMI deve lembrar das necessidades de liquidez dos países em desenvolvimento India Calou-se a voz de ouro de Bhupen Hazarika P4 Himachal Pradesh redescobre artesanato de Chamba N o dia 3 de novembro, o Primeiro Ministro Manmohan Singh fez um convite pessoal às lideranças do Brasil, Rússia, China e África do Sul (BRICS) para participar na próxima Cúpula do países BRICS a ser realizada em Nova Delhi, em 29 de março de 2012. O convite foi feito durante uma reunião entre os líderes em Cannes, na França, antes da Cúpula do G-20 assumir uma posição conjunta no atual debate sobre como resolver a crise da zona euro e ou- tros assuntos relativos à economia global. “Os líderes concordaram que a crise da dívida da zona euro era uma questão importante para a economia mundial que causou instabilidade e volatilidade nos mercados após a crise econômica de 2008,” de acordo com uma declaração do Ministério indiano das Relações Exteriores. “Os líderes expres- saram total apoio aos esforços da Europa em prol de uma solução rápida para a crise, enfatizando que esta deveria ser encontrada pela própria União Europeia e os países da zona euro.” Manmohan Singh com os líderes dos países BRICS durante a Cúpula do G-20: a Presidente brasileira, Dilma Rousseff, o Presidente russo, Dmitry Medvedev, o Presidente chinês, Hu Jintao, e o Presidente sul-africano Jacob Zuma. “As economias em desenvolvimento, como a Índia, pre- cisam de um ambiente econômico global propício para resolver os grandes desafios que enfrentam,” disse o Primeiro Ministro, no dia 1 de novembro, enfatizando que não se deve recusar fun- dos para o desenvolvimento das econo- mias pobres e emergentes. “Num mundo cada vez mais interdepen- dente, temos que ter cuidado com os efeitos de contágio e a importação de pressões inflacionárias em nossa econo- mia,” disse ele. Índia convida países BRICS para a Cúpula de Nova Delhi Dr. Manmohan Singh com os líderes dos paí- ses BRICS, à margem da Cúpula do G-20, 3 de novembro, em Cannes, França

Noticias da India V 5 n 21

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Noticias da India, vol. 5, n. 1

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Para proteger e redescobrir as formasde artesanato do antigo principadode Chamba, conhecidas mundial-

mente, o estado de Himachal Pradesh estáoferecendo uma formação que visa melho-rar a competência dos artesãos.“Em Chamba, o governo central criou

programas para formar novos artesãos eatualizar as competências dos mais antigos” disse Lalit Mohan, DiretorExecutivo das Associações de Artesanato eTecelagem do Himachal Pradesh.Ele disse que foram criados cursos para

ensinar técnicas como o bordado de lenços(rumal), pinturas em miniatura, artefatosde metal e produtos de couro como

sandálias e chinelos (chappals) de Chamba.A arte de bordar lenços floresceu

durante os séculos 16 e 17, quando a esco-la de pinturas em miniatura de Chambarecebeu um patrocínio da família real.Mohan disse que as associações

artesanais também estavam implementando

três grandes projetos aprovados pelo governo indiano que incluem grupos de tecelagem de Kullu, Gohar(Mandi) e Rekong Peo. O estado montanhoso também é conhecido pelasjóias e pinturas de Kangra, bem como pelosartigos de lã, feitos a mão, como xales,

echarpes, cachecóis, gorros, meias, luvas,pulôveres e tapetes.

Com bordas intrincadas em cores vivas,os belos xales de Kullu e Kinnaur são confeccionados em teares tradicionais pelapopulação nativa e vendidos em toda aÍndia e no exterior.“Também estamos criando instalações de

pré-teares, teares e pós-teares paratecelões em 15 centros de produção,”acrescentou. A demanda pelo artesanato e artefatos

do Himachal é bastante alta entre osestrangeiros. Também é possível fazerencomendas dos produtos através do e-shopping.

N O T Í C I A S D A

Uma Publicação da Embaixada da Índia, Brasília

Vol. 5 Número 21IndiaNo dia 3 de novembro, ao

discursar na Cúpula do G-20que decorreu em plena crise dadívida soberana na zona euro,

em Cannes, na França, o Primeiro MinistroDr. Manmohan Singh disse que a Índiaapreciava os esforços feitos na “zona europara criar mecanismos inovadores e angari-ar recursos para o Fundo Europeu deEstabilidade Financeira visando reforçar adisciplina orçamental através de uma inten-sa vigilância”. Mesmo que a Índia tenhaapoiado o Fundo Monetário Internacional(FMI) que desempenhou seu papel e resta-beleceu a estabilidade na Europa, oPrimeiro Ministro disse que a instituiçãofinanceira global também deve ter emmente as necessidades de liquidez dospaíses em desenvolvimento.

Texto do discurso do PrimeiroMinistro:Senhor Presidente, permita-

me agradecer por sua hospitali-dade e pela excelente organiza-ção da Cúpula. Encontramo-nosnum momento em que a econo-mia global enfrenta incertezasexcepcionais. Nossa Cúpulaserá julgada pela capacidade delidar com a instabilidade finan-ceira que emana da periferia dazona euro. Esperávamos quefosse colocado em prática rapi-damente o acordo ao qualchegaram os líderes da zonaeuro, que reduziu a dívida daGrécia e ofereceu recursos adi-cionais, associado com um novo

programa UE-FMI. O anúncio pelo governoda Grécia de um referendo perturbou essescálculos. Espero que possam ser encon-tradas formas de gerir a situação de modoque um pacote possa ser posto em práticao mais rápido possível.Congratulamo-nos com as iniciativas

tomadas na zona euro para criar mecanis-mos inovadores e angariar recursos para oFundo Europeu de Estabilidade Financeira,visando reforçar a disciplina orçamentalatravés de uma intensa vigilância. Estamedida vai abordar uma das deficiênciasresultantes de ter uma união monetária semter uma união fiscal. No entanto, paraenfrentar a crise, a eficácia dessas medidasainda deve ser testada.Embora os países da zona euro tenham a

responsabilidade de lidar com esses pro-blemas, os perigos de uma repercussão noresto do mundo é motivo de preocupaçãopara todos nós. Num mundo cada vez maisglobalizado, somos todos responsáveispelo bom funcionamento e pela prosperi-dade da Europa, incluindo os países dazona euro. Uma incerteza prolongada einstabilidade nos países da zona europodem prejudicar todos nós. O FMI devemanter a situação sob estreita vigilância noâmbito da supervisão regional. Se fornecessário, também deve estar disposto aajudar de forma adequada.Apoiamos firmemente o FMI para que

desempenhe seu papel na restauração daestabilidade na Europa. Ao mesmo tempo,o FMI também deve ter em mente as neces-sidades de liquidez dos países em desen-volvimento que não estão no centro dacrise, mas podem contudo ser adversa-mente afetados.

Continuação na Página 2

Mercado lucrativo de jóias epedras preciosas P7

Primeiro Ministro Dr. Manmohan Singh durante a conferência deimprensa na Cúpula do G-20 em Cannes, França, no dia 4 denovembro. Montek Singh Ahluwalia, Vice-Presidente daComissão de Planejamento e Shivshankar Menon, Conselheiro deSegurança Nacional da Índia, também estiveram presentes.

FMI deve lembrar das necessidades de liquidez dos países em desenvolvimento

IndiaCalou-se a voz de ouro deBhupen Hazarika P4

Himachal Pradesh redescobre artesanato de Chamba

No dia 3 de novembro, o PrimeiroMinistro Manmohan Singh fez umconvite pessoal às lideranças do

Brasil, Rússia, China e África do Sul(BRICS) para participar na próxima Cúpulado países BRICS a ser realizada em NovaDelhi, em 29 de março de 2012.O convite foi feito durante uma reunião

entre os líderes em Cannes, na França,antes da Cúpula do G-20 assumir umaposição conjunta no atual debate sobrecomo resolver a crise da zona euro e ou-tros assuntos relativos à economia global.“Os líderes concordaram que a crise da

dívida da zona euro era uma questãoimportante para a economia mundial quecausou instabilidade e volatilidade nosmercados após a crise econômica de

2008,” de acordo comuma declaração doMinistério indiano dasRelações Exteriores.“Os líderes expres-

saram total apoio aosesforços da Europa emprol de uma soluçãorápida para a crise,enfatizando que estadeveria ser encontrada pela própria UniãoEuropeia e os países da zona euro.”Manmohan Singh com os líderes dos

países BRICS durante a Cúpula do G-20: aPresidente brasileira, Dilma Rousseff, oPresidente russo, Dmitry Medvedev, oPresidente chinês, Hu Jintao, e oPresidente sul-africano Jacob Zuma.

“As economias emdesenvo l v imen to ,como a Índia, pre-cisam de um ambienteeconômico globalpropício para resolveros grandes desafiosque enfrentam,” disseo Primeiro Ministro,no dia 1 de novembro,

enfatizando que não se deve recusar fun-dos para o desenvolvimento das econo-mias pobres e emergentes.“Num mundo cada vez mais interdepen-

dente, temos que ter cuidado com osefeitos de contágio e a importação depressões inflacionárias em nossa econo-mia,” disse ele.

Índia convida países BRICS para a Cúpula de Nova Delhi

Dr. Manmohan Singh com os líderes dos paí-ses BRICS, à margem da Cúpula do G-20, 3de novembro, em Cannes, França

Continuação da Página 1Ao lidarmos com o problema da instabi-

lidade a curto prazo, devemos enfrentar odesafio de orquestrar uma ampla recupe-ração e um crescimento sustentável nospaíses industrializados e nos países emdesenvolvimento. Isto deve ser feito peloexercício do Processo de Avaliação Mútua.Enfrentamos a difícil tarefa de equilibrar anecessidade de estimular o crescimento acurto prazo e restaurar a sustentabilidadefiscal a médio prazo. Isto exige prescriçõesde políticas muito diferentes. O Processo de Avaliação Mútua precisa

se concentrar nas reformas estruturais emtodos os países do G-20 a fim de aumentara eficiência e a competitividade a médioprazo. Isso vai ajudar a renovar a vitalidadedos investidores para transferir o pesadofardo de sustentar a demanda do setorpúblico para o privado. Tal reequilíbrio énecessário para tornar a recuperação sus-tentável. Nós, na Índia, estamos tomandomedidas para assegurar a retomada docrescimento. No ano em curso, nossaeconomia desacelerou e o crescimento doPIB deverá ser entre 7,6 e 8%. Comomuitos outros países emergentes, tambémestamos sofrendo altos níveis de inflação.Esperamos retomar um maior crescimentoe uma inflação moderada em 2012-13. Amédio prazo, nossa estratégia se concentranuma retomada de investimento, especial-mente em infra-estrutura, e esforços con-tínuos para reduzir o déficit fiscal atravésde uma melhor arrecadação de receitas, oque deve vir das reformas fiscais. Sr. Presidente, no momento em que o G-

20 enfrenta problemas para a gestão dacrise a curto prazo, não devemos perder devista as necessidades de desenvolvimentodas economias emergentes. Após um longoperíodo, essas economias tiveram umaampla aceleração do crescimento, tornando-as colaboradoras significativaspara o crescimento global. Isto é agoraameaçado por uma desaceleração da

tendência de crescimento nos paísesdesenvolvidos e pelas incertezas nos mer-cados financeiros. Precisamos encontrarformas credíveis de fortalecer esses impul-sos de crescimento. Em Seul, preconizeimedidas para redirecionar as poupançasglobais de modo que pudessem seraproveitadas para aumentar os investimen-tos nos países em desenvolvimento. Issodeve ajudar a compensar a moderação nademanda privada dos países industrializados. Os Bancos Multilaterais de Desenvol-

vimento desempenham um papel funda-mental na mobilização e implantação daspoupanças globais. O G-20 deve, portanto,elevar seu nível de ambição para que estasinstituições possam desempenhar o tipo depapel transformador que desempenharamno período do pós-guerra. O G-20 realizou progressos conside-

ráveis no sentido de fortalecer a regula-mentação financeira global e isso precisaser levado adiante por meio de medidassuplementares. Num mundo globalizado, éimportante ter normas comuns que sejamimplementadas simultaneamente em todasas jurisdições, a fim de evitar uma corridaao fundo do poço. Caso contrário, a ativi-dade financeira vai migrar dos setoresfirmemente regulamentados para juris-

dições menos regulamen-tadas. É importante que asnecessidades de desenvolvi-

mento dos países em desenvolvimentosejam levadas em conta nessas reformasregulamentares. Em muitos países em desenvolvimento,

incluindo na Índia, os mercados financeirostêm sido fortemente regulamentados. Estaregulação ajudou a evitar crises financeirasresultantes da alavancagem excessiva, mastambém teve um custo, pois aumentou ocusto de intermediação. Os mercadosemergentes, portanto, estiveram envolvidosna redução progressiva dos regulamentos,com vistas a modernizar os mercadosfinanceiros e ampliar a intermediação. As prioridades nos mercados emer-

gentes, como na Índia antes da crise, nãoeram regulamentares, mas sim de desen-volvimento, com o objetivo de aprofundar edesenvolver novos mercados e sustentar asaltas taxas de crescimento na economiareal. Na Índia, antes da crise, as priori-dades eram a inclusão financeira, provisãode instrumentos de financiamento de longoprazo para infra-estrutura e o desenvolvi-mento dos mercados da dívida líquida paramelhorar a transmissão da política mon-etária. Nada aconteceu nos mercadosfinanceiros indianos ou globalmente quejustifique a alteração dessas prioridades.Precisamos ter certeza de que as reformasregulatórias, introduzidas globalmente,

não prejudiquem esse processo.Há áreas em que nossas preocupações

são diferentes. Por exemplo, na Índia, ocapital bancário precisa ser reforçado, nãopor conta dos grandes riscos, mas simporque o crédito deve ser ampliado numritmo muito rápido para alimentar o cresci-mento real que esperamos. Para dar outroexemplo, é sólido o princípio de que ocusto de um socorro financeiro seja aresponsabilidade dos detentores de capitalem vez dos contribuintes. Porém, na Índia,os grandes segmentos do setor financeiro,especialmente bancos e seguros, são geral-mente estatais, e os detentores de capital eos contribuintes são quase sempre os mes-mos. Neste ambiente, é difícil entenderporque seria apropriado um imposto dosetor financeiro que aumenta ainda mais ocusto do capital. Sr. Presidente, a evasão fiscal e os fluxos

ilícitos no exterior são sérios problemasque causaram a migração das bases de con-tribuição nos países em desenvolvimento.O G-20 deve enviar uma mensagem fortepara conter tal atividade. Os países do G-20 devem assumir a liderança e concordarcom a troca automática de informações fis-cais relacionadas umas com as outras,independentemente de distinções artifici-ais, tais como passado ou presente, evasãoou fraude fiscal, no espírito de nossaCúpula de Londres que proclamou que “aera da sigilo bancário chegou ao fim”.

2 FOCO Índia NOTÍCIAS DA Índia

(Da esquerda para a direita): Chegada do Primeiro Ministro Dr. ManmohanSingh à sessão plenária da Cúpula do G-20, em Cannes, França, 3 de novembro.O Primeiro Ministro numa foto de grupo com os líderes do G-20

FMI deve ter em mente as necessidadesde liquidez dos países em desenvolvimento

Com a cabeça cheia de sonhos e apromessa de um futuro brilhante,seis rapazes da Caxemira, um

deles, preso por ter atirado pedras, via-jaram ao Brasil no dia 12 de novembropara treinar futebol.Foi o técnico brasileiro Juan Marcos

Troia, responsável pelo treinamento defutebol no estado da Caxemira, quem deua notícia num evento no dia 11 de novem-bro. O mais jovem dos seis, Imran Bhat,tem 18 anos e nasceu na velha cidade deRainawari.

Em 2005, Bhatt foi preso pela políciapor ter atirado pedras e foi liberado maistarde sob garantia de boa conduta dadapor seus pais.“Ouvi falar que Juan Marcos Troia fazia

treinos de futebol para jovens em 2006 e,então, decidi me inscrever”, disse Imranem Srinagar no evento organizado pelotreinador brasileiro, nascido na Argentina.Juan Marcos disse que logo viu que

Bhatt tinha futuro no dia em que observouseus movimentos em campo.“Percebi o talento do rapaz quando ele

veio treinar comigo e hoje ele está prontopara entrar na melhor escola de futebol domundo,” disse o treinador orgulhoso.Além de Bhatt, também vão viajar ao

Brasil Basharat Bashir Baba da cidade dePampore, Masood Maqbool de Nowgam,região de Srinagar, Abid Yaqoob do distri-to de Badgam, Muzammil Mehmood Dardo distrito de Ganderbal e Tahir Maqbool

da distante cidade de fronteira Gurez, nodistrito de Bandipora.No evento em Srinagar, que contou com

a presença, entre outros, do Ministro dosEsportes do estado R. S. Chib, JuanMarcos disse: “O programa de desenvolvi-mento do futebol na Caxemira doInternational Sports Academy Trust (ISAT)está ajudando a realizar os sonhos de seis

jovens da região.“No Brasil, esses jovens vão acompa-

nhar o curso de uma das mais importantesescolas de futebol do mundo, oferecidopelo sindicato de treinadores de futebolprofissional de São Paulo. “Após o curso, eles receberão um certi-

ficado para treinar jogadores de futebol nonível profissional.” Juan Marcos disse que o futebol teve um

crescimento impressionante em muitasáreas da Caxemira. “Hoje, temos seis escolas em Srinagar,

Badgam, Nowgam, Ganderbal, Bandiporae Gurez. Cerca de 3.000 pessoas estãoenvolvidas em 20 times de nossa superdivisão do estado com níveis que vão de 14a 16. Até agora, já organizamos 50 com-petições diferentes dentro e fora do esta-do. Também organizamos e patrocinamoscinco campeonatos aqui em 2011,” disse otreinador.Os habitantes da Caxemira sempre

foram fãs de futebol e, apesar do frio, osjovens jogam futebol nas cidades e nosvilarejos do estado.

Seis rapazes da Caxemira vão treinar futebol no Brasil

Fundada em 1956, Zydus Cadila é uma grande empre-sa farmacêutica indiana. Hoje, com o claro intuitode se tornar líder no mercado da saúde, a empresa

possui uma equipe de mais de 13.000 pessoas e insta-lações de fabricação aprovadas pela OMS e por váriospaíses. Os produtos da Zydus Cadila cobrem um amplocampo de segmentos médicos para tratar doenças cardio-vasculares, gastrointestinais, anti-infecciosas, neurológi-cas, controle da dor, vacinas, etc. Zydus Cadila concentrano Brasil as principais operações da região AméricaLatina. A empresa iniciou suas operações em 2003 for-mando uma subsidiária em São Paulo, com o nome deZydus Healthcare Brasil Limitada. As instalações depesquisa para a realização de estudos de bio-equivalên-cia, bem como a fábrica foram aprovadas pela ANVISA ea empresa já comercializa sua gama de 17 produtosgenéricos no Brasil. Em julho de 2007, Zydus Cadila tam-bém completou as formalidades de aquisição da Nikkhodo Brasil que é uma empresa de produtos médicos deporte médio. Com esta aquisição, a empresa possui agorauma vasta base para os produtos de sua marca no Brasil.Nikkho mantém uma posição forte no mercado com maisde 200 funcionários, bem como uma base de fabricaçãocom orais sólidos, líquidos e injetáveis. A fusão destas duas operações com o nome de ZydusNikkho Farmaceutica Limitada está em andamento edeve ser concluída até o início de 2012. Isto deve pos-sibilitar muitas sinergias nas operações de distribuiçãoe marketing.

Ministro do Estado para a Defesa, Dr. M.M.Pallam Raju (direita), com o Ministro italianopara o Desenvolvimento Econômico, PaoloRomani, em Nova Delhi, 1º de novembro

Ministro canadense do Comércio Interna-cional, Ed. Fast (direita), em reunião com oMinistro para o Comercio & Indústria, AnandSharma, em Nova Delhi, 3 de novembro

Ministro para o Carvão, Sriprakash Jaiswal(esquerda), em reunião com o Ministro aus-traliano para os recursos e energia, MartinFerguson, em Nova Delhi, 9 de novembro

Ministra I&B, Ambika Soni (direita), comBogdan Zdrojewski, Ministro para a Cultura ePatrimônio Nacional, República da Polôniaem Nova Delhi, 2 de novembroPA

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Zydus Cadila no Brasil

MONITOR Mídia 3NOTÍCIAS DA Índia

SEçãO DE FOTOGRAFIAS

Decolagem do primeiro voo da Indian Air Forcecom aeronave modificada da Embraer

Oprimeiro voo da Indian AirForce com a plataforma do sistema modificado AirborneEarly Warning and Control

(AEW&CS), construído pela Embraer,decolou da base de São José dos Camposno dia 6 de dezembro (IST 19:30) Uma delegação de alto nível, formada

por cinco membros do DRDO/CABS/AirForce, assistiu ao lançamento do primeirovoo. A aeronave foi pilotada por um pilotoda Embraer e pelo co-piloto N. Tiwari,

Chefe de Provas, ASTE. "A aeronavedecolou com bastante facilidade e voou

mais de uma hora sem contratempos,seguindo de perto uma trajetória simulada.

Os sistemas para a aeronave EMB-145Iforam desenvolvidos pela Air BorneSystems (CABS), uma divisão daOrganização de Desenvolvimento ePesquisa de Defesa (DRDO). A primeira aeronave deve chegar

em Bangalore em junho de 2012 para testesde voo e integração no CABS, os testes de voos serão executados por pilotos de provas do Aircraft Systems TestingEstablishment (ASTE) da Indian Air Force (IAF).

Comissário das Eleições Dr. S.Y. Quraishi da Índia (à direita)com o Ministro Ricardo Lewandowski, Presidente doSupremo Tribunal Eleitoral do Brasil.

V. K. Sachdeva, Vice-Chefe da Missão, Embaixada da Índiaem Brasília, presenteando um livro sobre a Índia à Dra. Kala Lyengar da Brahma Kumaris.

Feira Internacional - Pavilhão Indiano coordenado pela esposado Vice-Chefe da Missão, Sra. Kiran Sachdeva (centro),Embaixada da Índia em Brasília e Sra. Neeru Khanna daEmbaixada da Índia (direita). Também esteve presente a re-presentante da Embaixada da Indonésia com um stande próximo ao da Índia.

Lançada nova plataforma para promover relaçõesde investimento e comércio Índia-Brasil

No dia 9 de dezembro, foi lançada em Brasília anova Câmara de Comércio entre o Brasil e a Índia,a BRICs-PED. Com a presença do Ministro

Conselheiro da Embaixada da Índia, Vinod Sachdeva,Salviano Guimarães, Assessor Internacional do Governodo Distrito Federal e Cláudio Heckmann, CoordenadorAdjunto da Assessoria Internacional do Governo do DF;os representantes de embaixadas e empresas do DistritoFederal testemunharam um momento histórico nasrelações comerciais entre o Brasil e a Índia. O evento tam-bém teve o intuito de marcar e celebrar a primeira visitaoficial da Câmara de Promoção e DesenvolvimentoEconômico dos países BRICS à Índia.Segundo o vice-diretor executivo do BRICS-PED: “Esse

encontro representa um passo importante no que dizrespeito à aproxi-

mação empresarial entre empreendedores de ambos ospaíses.”Salviano Guimarães congratulou Rodrigo Dora pela ini-

ciativa e reiterou os votos de sucesso do GDF à novaCâmara que, com certeza, contará com o apoio daquelaassessoria, ressaltando a importância das relações que ospaíses têm desenvolvido há muitos anos. Esse relacionamento foi detalhado pelo Ministro

Sachdeva que enfatizou o crescimento do comércio bila-teral ao longo dos anos. De janeiro a dezembro de 2011,o comércio entre os dois países chegou a US$ 8,8 bilhões,ao passo que representou apenas US$ 800 milhões em2000. O Ministro também desejou sucesso na empreitadaao BRICs-PED e seus membros e completou dizendo quea Embaixada da Índia em Brasília está pronta a colaborarpara o êxito de suas funções.

Vice-Chefe da Missão Indiana emBrasília, V. K. Sachdeva, discursandopara a plateia. Salviano Guimarães,Assessor Internacional do Governodo Distrito Federal e CláudioHeckmann, Coordenador Adjuntoda Assessoria Internacional doGoverno do DF. Também estiverampresentes no evento representantes deembaixadas e empresas do DistritoFederal e Rodrigo Dora, CEO doBRICS-PED.

4 NOTÍCIAS Indianas NOTÍCIAS DA Índia

No dia 1 de novembro, o governoindiano aprovou uma reformados contratos públicos quetorna obrigatória para todas as

empresas públicas, ministérios e departa-mentos a compra de 20% de seus produtose serviços pelas pequenas e médias empre-sas (PMEs).A medida, que visa garantir oportu-

nidades de crescimento para as PMEs indi-anas, foi tomada pelo conselho dos minis-tros, presidido pelo Primeiro Ministro Dr.Manmohan Singh em Nova Delhi.Ao comentar a decisão, o Ministro para

as Micros, Pequenas e Médias Empresas(MPME), Virbhadra Singh, declarou que amedida entrará em vigor daqui a três anos.“Os departamentos governamentais quenão estarão em conformidade com a novanorma deverão justificar seus motivos pe-rante um comitê de fiscalização,” afirmou oMinistro. Parabenizando a medida, a Federação

das Micros, Pequenas e Médias Empresas(FISME) disse que essa decisão ajudará a

proteger as MPMEs das flutuações do mer-cado e oferecerá inúmeras oportunidadesde crescimento. “É uma ação louvável namedida em que fornece apoio ao setor dasMPMEs, que sempre foi vulnerável às flutu-ações do mercado,” disse o presidente daFISME, V. K. Agarwal. “Acreditamos que,

com essa medida, o setordemonstrará uma capaci-dade de produção de altaqualidade que seja acei-tável para as compras dogoverno." Há mais de 26milhões de pequenas emédias empresas indianaspresentes em váriossetores industriais, con-tribuindo para 8% doproduto interno bruto.No âmbito dessa política,cada ministério central ou

empresa estatal estabelecerá uma metaanual de, pelo menos, 20% de compra deprodutos e serviços do setor das MPMEs.Desses 20%, uma meta de 4% dos con-tratos públicos será reservada aosempresários oriundos das Castas e TribosCatalogadas (SC/ST).

“Porém, em caso de não participaçãodessas MPMEs ou da incapacidade de aten-der aos requisitos e melhor preço, 4% decontratos públicos reservados aosempresários SC/ST poderão ser atribuídosa outras MPMEs,” disse o ministério. Em toda a cadeia de produção, as

MPMEs são mais afetadas pelas bruscasvariações do mercado. Para tratar essetipo de problema, muitos países elaboraram políticas de contratos públicos que apóiam essas empresas. Deacordo com um comunicado do conselhodos ministros, no âmbito das derrogaçõesexistentes na Índia, as orientaçõesdefinidas pelo governo prevêem um apoioà comercialização dos produtos dasMPMEs por meio de medidas tais comopreços preferenciais, reserva de produtosdas MPMEs para compras exclusivas,isenção de pagamento antecipado.Considerando a especificidade do setor

da defesa, as importações de armamentosnão serão incluídas na meta de 20% doMinistério da Defesa.

Me sinto em casa na Índia, declarou o modelo brasileiro Moufid

Atuar em filmes indianos é o sonhodo modelo brasileiro Moufid Aziz.Ele começou a carreira em

Bollywood com um papel de indiano nofilme Rockstar e, agora, se sente tão bemna Índia que não tem nenhum projeto devoltar ao Brasil. Após Giselle Monteiro,Moufid é a outra descoberta brasileira dodiretor indiano Imtiaz Ali.“Meu projeto inicial era ficar apenas três

meses, mas não consegui ir embora porquegostei muito daqui. Agora, me sinto emcasa na Índia. Não tenho nenhum projetode voltar para o Brasil. Gostaria muito de

fazer outros filmes em Bollywood e gosteimuito de fazer o papel de indiano nofilme,” disse Moufid. O modelo brasileiro,que completou 32 anos, nasceu emCuritiba e tem origens portuguesa e árabe.Um contrato de modelo o levou para aÍndia em 2007 e, desde então, não quismais voltar ao Brasil. “Desde 2007, permaneci na Índia e

minha impressão do país melhora a cadadia, pois entendo melhor a cultura e hámudanças positivas no país,” disse obonitão que faz o papel do marido deNargis Fakhri no filme Rockstar.Moufid teve uma breve experiência na

indústria da beleza, aparecendo em comer-ciais da televisão para as marcas Lux e Slicecom as atrizes Priyanka Chopra e KatrinaKaif. Mas, começou a sonhar comBollywood quando chegou a Mumbai, acapital da indústria indiana do cinema.“Comecei a pensar em Bollywood, porquetodo mundo aqui só falava disso... É im-prescindível tentar a sorte em Bollywood,”disse ele. “Gosto muito de música e dedança. Acredito que é uma boa equação.Só espero estar pronto (para o cinema),”acrescentou ele. O filme é centrado na figura de

Janardhan Jakhar (Ranbir Kapoor), uma cri-ança da casta Jat que mora no bairro classemédia de Pitampura, em Nova Delhi, e que

sonha em se tornar um roqueiro famosocomo Jim Morrison. Moufid conseguiu umpapel no filme de Ali depois de passarpelos testes de ensaio em Mumbai, comomuitos outros candidatos. “Fiz a coisa certa... Participei de um

ensaio, mas tive de voltar mais algumasvezes. Quando voltei ao ShreeAshtavinayak Cine Vision (co-produtores)pela quarta vez consecutiva, decidi pergun-tar o que estava acontecendo com o papeldo filme. Imtiaz anunciou que eu tinha sidoescolhido para o papel desde o segundodia e me perguntou se eu aceitaria o tra-balho. Respondei: “claro que sim”. “Sinto-me muito feliz de ter o papel”, acrescentouo ator brasileiro. Além de enfatizar que odiretor era ‘muito profissional e prestativo’,Moufid comentou que aprendeu muitocontracenando com os principais atores dofilme, Ranbir e Nargis.“Pude entender o modo como Ranbir

trabalha e o quanto é profissional. Nãoficamos em contato, mas nos divertimosmuito e tenho certeza que poderemos seramigos no futuro,” disse Moufid, que fezum curso de dicção em hindi para o filme.“Fiz um curso de dicção em hindi e isso

me ajudou a me relacionar com Nargis etodos sabiam que eu precisava de umamaior atenção para os diálogos em hindi,”acrescentou.

Ogoverno central indiano disponi-bilizou um capital inicial de US$19 milhões para criar um fundo

de investimento que vai promover a ino-vação no país, anunciou o Ministro indi-ano das Finanças, Pranab Mukherjee, em15 de novembro. “O governo vai con-tribuir inicialmente com US$ 19 milhõespara formar rapidamente o Fundo indi-ano de Inovação Inclusiva,” declarouMukherjee no momento da divulgação dorelatório do primeiro ano do ConselhoNacional de Inovação.O relatório foi apresentado pelo

Primeiro Ministro Dr. Manmohan Singh.Presidido por Sam Pitroda, o ConselhoNacional de Inovação submeteu uma pro-posta para criar o fundo destinado aapoiar o desenvolvimento da inovaçãoem nível popular. “O capital risco nãoestá interessado em solucionar os pro-blemas da parte inferior da pirâmidesocial e o governo se comprometeu emdar uma oportunidade a essa população,”disse Mukherjee. O Ministro dasFinanças disse que o governo atribuiuUS$ 228,4 milhões ao projeto de RedeNacional de Conhecimento que deveinterconectar todas as instituições deconhecimento, de modo a permitir con-versas interdisciplinares entre corposdocentes e estudantes.

Governo promete US$ 19milhões para inovação

Negócio da China para PMEs

Os amantes de música nunca teriamconhecido a mágica voz de Bhu-pen Hazarika em canções como

“Dil hoom hoom kare” e “Ganga behti hokyun”, se ele não tivesse deixado de ladosua intenção de se tornar advogado. Bhupen Hazarika, mestre indiano das

baladas, emocionou milhões de pessoascom suas canções apaixonadas. No dia 5de novembro, com 85 anos, ele morreu defalência múltipla de órgãos num hospitalde Mumbai. Era um dos mais velhos can-tores indianos e, há sete décadas, encanta-va os amantes de música com sua suavevoz de barítono.“Quando fui ao Japão, os estudantes de

música me pediram para cantar ‘ManuheManuhar Babe’. Quando visitei aCalifórnia, as pessoas diziam que eu eracomo Paul Robeson e me pediram para

cantar “We are in the same boat brothers”,contou o famoso músico numa entrevistagravada em 2006, pouco antes de umshow realizado em Guwahati.Foi durante esse espetáculo que

Hazarika sofreu um acidente vascular cere-bral e teve que se submeter mais tarde auma cirurgia de ponte de safena. Mas elenão parou por aí. Bhupen Da, como eracarinhosamente chamado por todos, con-tinuou a cantar até cerca de dois anosatrás, quando sua saúde debilitada oimpediu de fazê-lo. Ele começou a cantar quando tinha ape-

nas 10 anos e produziu sucesso apóssucesso, acumulando mais de 1.500canções. Aos 13 anos de idade, compôsuma canção sobre a construção do novoestado de Assam e a nova Índia. As letrasescritas por ele eram muito poderosas e

contemporâneas.Cantor, compositor lírico, ator e cineas-

ta, Hazarika nasceu em 1926 em Assam.Cresceu na cidade setentri-onal de Tezpur e com-pletou seus estudosuniversitários na Bana-ras Hindu University.Em 1948, Hazarika foiaos EUA como bolsistapara estudar Comu-nicação de Massa naUniversidade de Colum-bia, Nova Iorque. Foi láque a música folk americanao influenciou a acrescentarelementos populares doAssam em suas canções.Hazarika produziu,

dirigiu, compôs e

cantou trilhas sonoras de filmes de línguaAssamesa como 'Era Batar Sur' (1956),'Shakuntala' (1960), 'Pratidhwani' (1964) e'Lotighoti' (1967). Produziu também trilhassonoras para filmes em língua hindi,incluindo 'Rudaali', 'Saaz' e Gajagamini.Sua contribuição para o cinema foireconhecida com a atribuição doPrêmio Dadasaheb Phalke em 1992.Ele recebeu o Prêmio Padma

Bhushan em 2001.

Calou-se a voz de ouro de Bhupen Hazarika

NOTÍCIAS Indianas 5NOTÍCIAS DA Índia

Até 2017, mais de 20 milhões deagricultores indianos vão benefi-ciar de serviços de informaçãosobre cultivos, clima e eventos

meteorológicos por meio de SistemasIntegrados de Respostas Vocais (IVRS) eSMS. Esse avanço foi possível graças à revolução da telefonia móvel “Em 2009, quando foram lançados os

serviços IVRS e SMS do DepartamentoMeteorológico da Índia,

apenas 5000 agricultoresforam atendidos contra2,8 milhões atualmente.O programa deve atender

20 milhões de agricultoresem 2017,” declarou N. Chatto-padhayay, Vice Diretor Geral doDepartamento Meteorológico daÍndia (IMD). Ele acrescentou queas empresas Reliance Industries,Tata Consultancy Services,Reuter Market Light, Nokia,Handygo, Vritti Solutions e Iffco

Kishan Samachar Limited tinham assumidoo compromisso de publicar informaçõesvitais para agricultores e gerentes deempresas agrícolas. A Índia registrou umboom de telefonia móvel nos últimos anoscom mais de 850 milhões de usuários,comparado a uma população de 1,2 bilhãode pessoas que usam essa tecnologia.No programa do IMD, as informações

relativas às colheitas são transmitidas aosagricultores via SMS. Devido ao baixo nívelde alfabetização dos agricultores, a tec-nologia IVRS é usada para ouvir mensagensautomáticas e obter informações.O pesquisador do Conselho Indiano de

Pesquisas Agrícolas (ICAR), S. V. Ngachandisse: “Sem o avanço tecnológico, a Índianão poderá atender a demanda em cereais,prevista para atingir 280 milhões detoneladas em 2021.”De acordo com Ngachan, o IMD, ICAR

e as empresas indianas de tecnologia dainformação trabalham em parceria paraconectar os agricultores e as outras enti-

dades que atuam no setor agrícola indianoa fim de fornecer informações sobre cul-tivos, clima, dados climáticos e hidrológi-cos o mais rapidamente possível.A opinião dos especialistas é que com

métodos tradicionais e ferramentas obsole-tas, a Índia não poderá levar o conheci-mento necessário para enfrentar as rápidasmudanças tecnológicas, climáticas ehidrológicas a seus milhões de agricul-tores. “Os especialistas da proteção domeio ambiente realizaram estudos sobre arelação entre a temperatura e o rendimen-to das safras e descobriram que uma ele-vação de um grau Celsius na estação dasafra reduziria o rendimento dos cereaisem 10%,” disse Ngachan que acrescentouque era essencial transmitir essa infor-mação aos agricultores.De acordo com o Diretor Geral do IMD,

Ajit Tyagi, a tecnologia de sensoriamentoremoto por satélite é utilizada cada vezmais na prestação de serviços agro-meteorológicos. Os recentes avanços natecnologia de satélites em termos de altaresolução e faixas multiespectrais forneceminformações importantes para operações agrícolas.

SMS nAS lAVOuRAS

Ogoverno indiano instituiu oprêmio internacional Rabin-dranath Tagore de US$ 190.000

para promover os valores da fraternidadeuniversal.Para comemorar o 150° aniversario de

nascimento de Tagore, foi criado umComitê Nacional (NC) composto por 36personalidades eminentes sob a direçãodo Primeiro Ministro. A idéia de instituir um prêmio Tagore

surgiu na primeira reunião do comitê,realizada em 20 de maio de 2010. O NCencarregou o Comitê de ImplementaçãoNacional (NIC), dirigido pelo Ministrodas Finanças Pranab Mukherjee, paraexecutar o projeto.Em 14 de setembro de 2010, o NIC

reuniu-se e aceitou a proposta de insti-tuir os prêmios, sugerindo ao Ministérioda Cultura a criação de detalhes opera-cionais e de um processo de seleçãotransparente realizado por um júri emi-nente. Em seguida, foram realizadasvárias reuniões com especialistas e orga-nizações culturais. Considerando a imensa contribuição

de Tagore à promoção da fraternidadeuniversal, por meio de textos e outrascriações artísticas, o prêmio deve homenagear pessoas envolvidas nadefesa desse mesmo ideal. Foram decididas nominações globais a seremanalisadas pelo Comitê de Seleçãoantes da transmissão dos nominados aojúri para as deliberações finais doprêmio.O valor do prêmio deve ser o mesmo,

ou seja US$ 190.000, que o PrêmioGhandi pela Paz e o Prêmio JawaharlalNehru pela Compreensão Internacional.O prêmio deve promover a fraternidadeinternacional, pois Tagore era um dosmais ardentes defensores da paz e dafraternidade universal.O prêmio será concedido anualmente

a indivíduos, associações, instituições eorganizações que promovam os valoresda fraternidade universal. As indicaçõesfeitas internacionalmente serão anunci-adas a cada ano no dia 7 de maio.

governo indiano anunciaprêmio em homenagem

a Tagore

Vencendo preconceitos, TessyThomas conseguiu uma surpreen-dente ascensão profissional.

Com apenas 48 anos de idade, a primeira mulher a dirigir um projeto demíssil indiano vai fazer com que a Índiase torne membro do restrito clube dasnações que possuem Mísseis BalísticosIntercontinentais de longo alcance(ICBM). A cientista indiana deve atingir esse

objetivo no início do próximo ano após oensaio do míssil nuclear Agni-V comalcance de 5.000 quilômetros. No dia 15 de novembro, a equipe de

Tessy Thomas na Organização deDesenvolvimento e Pesquisa de Defesa(DRDO) conduziu com êxito o teste domíssil de nova geração Agni-IV. Naocasião, o país atingiu um novo recorde,com um alvo situado a 3.000 quilômetrosda área de teste de Balasore, na costa doestado de Orissa. Foi a primeira vez que a Índia testou um

míssil no alcance de um alvo tão distante.

Agni-IV foi o primeiro míssil indiano acruzar a linha do Equador e a atingir umalvo no Hemisfério Sul.Ao responder como conseguiu penetrar

no universo masculino da pesquisa edesenvolvimento de defesa, Tessy Thomasenfatizou que "a ciência não tinha gênero.As atividades de pesquisa e desenvolvi-mento de defesa baseiam-se apenas emconhecimento. Formada no ThrissurEngineering College, em Kozhikode, noestado de Kerala, ela completou sua pós-graduação no Instituto de TecnologiasAvançadas de Defesa em Pune. Em 1988,ela começou a trabalhar no desenvolvimen-

to dos mísseis Agni e se tornou uma figura-chave dos projetos Agni-II e Agni-IIIcom alcance de 2.000 km e 3.500 kmrespectivamente. Ela foi a diretora de projeto, contribuin-

do com o design dos sistemas de naveg-ação dos mísseis. No início de sua carreirana DRDO, ela trabalhou no projeto Agni-Icom alcance de 900 quilômetros. Sua asso-ciação com os projetos Agni lhe valeu oapelido de Agni Putri!Entre os 250 cientistas que trabalham

nos sistemas de míssil na DRDO, há cercade vinte mulheres que trabalham no programa Agni.

FOgO DeAgnI

Tessy Thomas (direita) recebendo um prêmio do Ministro da Defesa, A. K. Antony (esquerda), na presença do chefe da DRDO, V. K. Saraswat em 2010. (Arquivo: DRDO)

Para Shashank Kumar e ManishKumar, obter um diploma num IIT éa certeza de entrar na categoria de

colarinho-branco no mundo do trabalho.Porem, em vez de tentar uma carreira emgrandes empresas internacionais, os doisjovens estão sujando as mãos nos camposdo estado do Bihar para oferecer soluçõesaos agricultores e reduzir a distância entrecompradores e vendedores. Depois de completar a graduação em

2008, comecei a trabalhar numa empresade consultoria em Gurgaon, subúrbio deDelhi. Ao trabalhar naquela empresa,comecei a descobrir os problemas que asempresas encontram na compra deinsumos agrícolas,” disse Shashank, com25 anos. Ele deixou o emprego após doisanos e meio de atividade assalariada. Enquanto estudava engenharia no IIT de

Delhi, Shashank — originário do distritode Chhapra no estado do Bihar — exami-nara varias opções, mas finalmente escolheu o setor agrícola.

“Minha experiência profissional me per-mitiu entender a enorme lacuna que existeentre os cultivadores e os consumidores,”disse ele. Um amigo graduado em enge-nharia no IIT de Kharagpur, Manish Kumar,se juntou a Shashank para embarcar nessaaventura. Criaram a empresa Farms &Farmers para oferecer soluções agrícolas.

Manish, 27 anos, disse: “No início, foidifícil convencer os agricultores, pois elesnão queriam mudar seus métodos tradi-cionais de cultivo.”“Os agricultores enfrentam muitos

problemas. Oferecemos uma solução com-pleta aos problemas dos agricultores.Baseando-se nas condições de exploraçãodo solo e no perfil do agricultor, ajudamosa escolher o cultivo certo. Asseguramosque os insumos adequados estejamdisponíveis. Formamos os agricultores,localizamos os problemas, tentamos corigilos e comercializamos a produção,”disse Shashank. “Durante nosso projetopiloto, pedimos aos agricultores para cultivar feijão em vez de trigo, o que gerou100% de lucros. A notícia se espalhou pelaregião e, em um ano, expandimos nossapresença para sete outros distritos doBihar,” acrescentou Shashank.

IITs semeiam promessas de mudanças

Shashank e Manish interagem com agricultores associados com Farms & Farmersem Vaishali, Bihar

Índia atua como força estabilizadora da economia mundial

Ao enfatizar o papel da Índiacomo força estabilizadora, emmeio às crises financeiras queafetam a economia mundial, o

Ministro indiano do Comércio e Indústria,Anand Sharma, advertiu contra o prote-cionismo no momento em que a crise dadívida soberana se espalha em algumasnações europeias.“O divisor de águas mudou... quando se

trata de crescimento econômico, aemergência da Índia e de outras economiasé um fator de estabilidade e crescimento”,declarou o Ministro durante a CúpulaEconômica da Índia organizada pelaConfederação das Industrias Indianas (CII)e o Fórum Econômico Mundial emMumbai.“Em tempos difíceis, a tendência éprocurar soluções próprias e tomar medi-das de proteção. A responsabilidade do G-20 é assegurar que isso não aconteça”,acrescentou Sharma.Sharma lembrou que a economia mundi-

al entrou em recessão há cinco anos e quea recuperação ainda não aconteceu. OMinistro disse que o G-20 tem desempe-

nhado um papel fundamental para impedirgrandes cortes de emprego em todo omundo.“O grupo G-20 é agora umaplataforma inclusiva e representativa com aparticipação das novas economias emer-

gentes como a China, Índia, Brasil, Rússia”,disse ele. Sharma recomendou a conclusãoda atual negociação da OMC para corrigirdesequilíbrios históricos e criar uma novaordem econômica mais justa e sustentável.

Também salientou a necessidade dereformar as instituições de Bretton Wood— o Fundo Monetário Internacional e oBanco Mundial. “O novo sistema multila-teral deve refletir as realidades do mundocontemporâneo”, disse ele.Participaram de várias mesas redondas o

Ministro chefe do estado do Maharashtra,Prithviraj Chavan, o fundador do FórumEconômico Mundial, Klaus Schwab, oPresidente Diretor Geral de RelianceIndustries, Mukesh Ambani, o Secretário-Membro da Comissão de Planejamento daÍndia, Sudha Pillai e a Diretora Executiva doBanco ICICI, Chanda Kochhar.Os participantes debateram sobre a com-

plexidade indiana e a dificuldade de conci-liar a extraordinária diversidade deopiniões e ideologias existentes no país,enquanto os líderes empresariais pediramavanços na reforma institucional, aumentode fiscalização dos gastos na infraestrutura,maior transparência e melhor governança.A cúpula foi organizada pelo Fórum

Econômico Mundial e pela Confederaçãodas Indústrias Indianas (CII).

6 NOTÍCIAS Indianas NOTÍCIAS DA Índia

AÍndia contribui amplamente para odesenvolvimento de vacinas nomundo, representando cerca de

60% da produção mundial e 60-80% dascompras do programa anual da ONU,declarou o Vice-Ministro de Ciência eTecnologia e Ciências da Terra, Dr.Ashwani Kumar. O Ministro discursou na cerimônia de

inauguração de um simpósio internacionalsobre vacinas, realizado recentemente emSurajkund, Haryana. Vários fabricantesindianos de vacinas foram pré-qualificadospela OMS, acrescentou o Ministro. No que diz respeito ao volume do mer-

cado indiano de vacinas, o Ministro Kumarafirmou que era estimado em cerca de US$ 900 milhões e que a previsão era deUS$ 4,6 bilhões em 2017 e um crescimen-to de 23% em 2011-12. “As vacinas são pro-dutos de saúde publica que têm a melhorrelação custo/beneficio. A cada ano, hácerca de oito milhões de pessoas que nãochegam a completar 50 anos. Com efeito,essas vidas poderiam ser salvas pelas vaci-nas,” observou ele.A contribuição indiana na área de ino-

vação de nível médio de vacina e a melho-

ra significativa registrada no domínio depesquisa e desenvolvimento de produtosbiofarmacêuticos são exemplares, obser-vou o Ministro Kumar. A Índia desenvolveunovas vacinas de fabricação própria queforam comercializadas ou que ainda estãoem processo de distribuição comercialpara prevenir doenças como meningitemeningocócica, Rotavirus, H1N1 e ence-falite japonesa B. Os investimentos e oapoio do governo indiano fazem parteintegrante deste empreendimento, acres-centou. O Ministro também se referiu a novos

programas como a Iniciativa de Pesquisa e

Inovação de Pequenos Negócios (SBIRI) eo Programa de Parceria da Indústria deBiotecnologia (RPPI), iniciados peloDepartamento de Biotecnologia (DBT),destinados a estimular a inovação no setor. Referindo-se a 2010-2020 como a

‘Década da Inovação’, Dr. Kumar afirmouque “os projetos de pesquisa e desenvolvi-mento de vacinas e o esforço para tornar asaúde acessível devem cumprir o manda-mento de Gandhi de praticar a ciência comhumanismo”, acrescentou.A Índia tem inovado na área de vacinas

para prevenir as grandes doenças mortaisinfecciosas como AIDS, malária, tubercu-

lose e dengue, ressaltou o Ministro. Como apoio do Departamento de Biotecno-logia, os cientistas indianos do CentroInternacional de Engenharia Genética eBiotecnologia (ICGEB) estão desenvolven-do pesquisas nas áreas de prevenção damalária e dengue, disse ele. “O setor de pesquisa e desenvolvimento

de vacinas contra a AIDS e a tuberculosetambém está melhorando. A criação doInstituto Translacional de Tecnologia eCiências da Saúde (THSTI) em Faridabade o desenvolvimento da Iniciativa Interna-cional de Vacina contra AIDS (IAVI), emparceria com o Centro de Estudos deVacina contra AIDS, constituem um marcoimportante. Avaliamos corretamente as parcerias fir-

madas com organizações internacionaiscomo o Instituto Nacional da Saúde, aFundação Bill & Melinda Gates e o IAVIque nos ajudaram a mobilizar cientistasinternacionais para atender às futurasexigências da saúde pública de nossanação. Porém, precisamos concentrar nos-sos esforços no campo das vacinas contrao câncer e doenças não transmissíveis,”acrescentou Dr. Kumar.

O Ministro do Comércio e Indústria, Anand Sharma, discursando na Cúpula Econômica daÍndia do Fórum Econômico Mundial,13 de novembro

Vice-Ministro do Planejamento, Ciência e Tecnologia e Ciências da Terra, Dr. Ashwani Kumar, noSimpósio Internacional sobre Vacinas, Surajkund, Nova Delhi, 14 de novembro

Importante contribuição indiana no desenvolvimento de vacinas

OProjeto da Bacia Hidrográfica doMeio Himalaia, no estado doHimachal Pradesh (MHWDP), vai

beneficiar cerca de 5.000 famílias devilarejos remotos, gerando receitas de car-bono de, pelo menos, US$ 3,7 milhõespara as comunidades e proprietários deterra durante o primeiro período de crédi-to de 20 anos. O MHWDP é um projeto integrado e

multi-setorial de desenvolvimento debacias hidrográficas na zona de colinas ealtas colinas do estado do Himachal com oapoio do Banco Mundial.O objetivo geral do projeto é reverter o

processo de degradação da base de recur-sos naturais e melhorar o potencial produ-tivo e os rendimentos das famílias rurais,com uma abordagem de desenvolvimentoorientado pela demanda comunitária (CDDem inglês). O segundo objetivo é apoiar o desen-

volvimento institucional e as políticasestaduais de harmonização de projetos eprogramas de desenvolvimento de baciashidrográficas em todo o estado, em con-formidade com melhores práticas.

O projeto abrange 272micro-bacias hidrográficase beneficia cerca de 25.000famílias pobres na área doprojeto. No âmbito do Protocolo

de Kyoto sobre MudançasClimáticas, os países indus-trializados são obrigados acumprir as metas deredução de emissões de gásde efeito estufa, respon-

sáveis pelo aquecimentoglobal e pela decorrente

mudança climática. Se não conseguiremdiminuir as emissões, os países e as empre-sas têm a opção de receber créditos de car-bono pela implementação de projetos decaptura de carbono no âmbito do

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo(MDL) das Nações Unidas. O projeto de micro-bacias do Himalaia

deve gerar milhões de créditos de carbononos próximos 20 anos. As receitas obtidascom o Banco Mundial beneficiarão cercade 5.000 famílias em áreas remotas epobres do estado e permitirão a implemen-tação de uma cobertura vegetal de 4.000hectares em áreas de terras estéreis de 10distritos.É o primeiro projeto desse tipo que

envolve a população local na conservação ena proteção do meio-ambiente. As pessoasque vivem nos vilarejos receberão 90% dasreceitas de créditos de carbono vendidosao Banco Mundial, obtidos pelo seqüestrode dióxido de carbono dos gases de efeitoestufa por meio de reflorestamento.

Projeto Himachal acumula créditos de carbono

Gopalpur, em Dharamsala, onde está sendo implementado oProjeto Bacia Hidrográfica do Meio Himalaia

TENDÊNCIAS Indianas 7NOTÍCIAS DA Índia

AÍndia possui o mercado maiscompetitivo do mundo de jóias epedras preciosas, graças aobaixo custo de produção e a

disponibilidade de mão de obra qualifica-da. Jóias e pedras preciosas formam umaparte essencial da tradição indiana. Oscomponentes das jóias incluem ouro, dia-mante e platina, bem como uma variedadede pedras preciosas e semi-preciosas.O setor de jóias e pedras preciosas da

Índia deve crescer com uma taxa de cresci-mento anual composta (CAGR) de cerca de13% durante o período de 2011-2013, devi-do a esforços e incentivos do governo, jun-tamente com iniciativas do setor privado,de acordo com um relatório elaborado pelaempresa de pesquisa RNCOS sobre aPrevisão do Mercado Indiano de Jóias ePedras Preciosas para 2013. Conforme orelatório de pesquisa, com o consumo daÍndia indexado em quase 24% em 2008, opaís continua sendo o maior consumidormundial de ouro e essa participação devecrescer ainda mais. Além disso, a Índiapossui a maior indústria de corte e poli-mento de diamantes do mundo. As políti-cas do go-verno e o setor bancário têmproporcionado uma grande assistência aeste setor em que cerca de 50 bancosfornecem em torno de US$ 3 bilhões decrédito para a indústria de diamantes daÍndia.Em breve, a Índia vai ultrapassar os EUA

e se tornar o terceiro maior mercado dejóias masculinas de luxo no mundo, deacordo com um estudo realizado porEuromonitor International, principalempresa de pesquisa de mercado. O estu-do estimou que o mercado nacional dejóias masculinas se manteve em cerca deUS$ 194,4 milhões, em vendas e devecrescer 36,4% em 2012. “Apesar de ser umnicho de mercado, ele está crescendo.Agora, ninguém mais pode ignorá-lo,”declarou G. R. Radhakrishnan, diretoradministrativo da GRT Jewellers, uma dasprincipais lojas de jóias da Índia, que pos-sui uma participação de jóias masculinas de20-25% no total de vendas. Os vendedoresindianos no eBay, importante mercado on-

l i n e ,exportamum artigo a cada32 segundos, de acordo com o índice deexportadores asiáticos da empresa.Quarenta e quatro peças de jóias são ven-didas a cada hora por vendedores indianosno eBay.A agência de classificação CRISIL lançou

um índice do ouro para acompanhar odesempenho dos preços do metal no mercado indiano. Este é o primeiro índicelançado pela CRISIL no espaço de commodities. O objetivo do índice de ouroCRISIL é fornecer uma referência indepen-dente, relevante e comum para a avaliaçãode desempenho de produtos de investi-mento como o investimento subjacente deouro, segundo a CRISIL.O relojoeiro suíço Rado, parte do maior

conglomerado mundial de relógios SwatchGroup, lançou recentemente uma coleçãode jóias de luxo na boutique Rado emBanjara Hills, na cidade de Hyderabad.Esta gama apresenta belos relógios orna-dos com diamantes. A coleção de jóiasRado reúne uma seleção requintada dosprodutos mais famosos da marca. A marcasuíça de relógios foi pioneira no uso demateriais inovadores, tais como metalduro, cerâmica de alta tecnologia, lan-tânio e ceramos. Também possui cristaisde safira convexos em forma de cúpula,com formas e designs inovadores. Ospreços das jóias variam entre US$ 574,66a US$ 76.626,75.“Nos últimos 3-4 anos, muitos indianos

têm investido em ouro no formato depapel. Ao investir em ouro, as pessoasdevem ter uma perspectiva a longo prazo,”disse Jiju Vidyadharan, responsável deFundos e Pesquisa de Renda Fixa, naCRISIL Research.

estrutura do setorA indústria indiana de

jóias e pedras é domina-da pelo setor informal,mas como a economiaestá crescendo e os níveisde renda são cada vezmaiores, o segmento orga-nizado e o varejo de jóias de marca estãorecuperando rapidamente o mercado atual-mente fragmentado, que vale US$ 16 bil-hões, evidenciando o enorme potencial decrescimento no futuro. Mumbai é o centrodo comércio de jóias e pedras preciosas daÍndia. A maior parte das importações de ouro e

diamantes brutos chega em Mumbai. Noentanto, a maior parte do processamentode diamantes ocorre no estado do Gujarat.

coMPonentes-chaves da indústriaDIAMANTES: a Índia é atualmente o maiorcentro de corte e polimento de diamantes.Também é o terceiro maior consumidor dediamantes lapidados. Na Índia, o aumentoda crescente classe média e a rápida urba-nização levaram o consumismo indiano anovos patamares, principalmente no setorde jóias com diamantes. De cada 12 dia-mantes vendidos no mundo inteiro, 11 sãoprocessados na Índia, independentementedo lugar em que são extraídos.OURO: a Índia é a nação que lidera o con-sumo do ouro. No terceiro trimestre de2011, a demanda anual de ouro na Índia foide quase 15% em toneladas e 46% em valor(US$), conforme relatado pelo World GoldCouncil, em novembro de 2011. Os outrosprincipais mercados são o Japão, China,Turquia, Itália, EUA e Reino Unido.Estima-se também que cerca de 600toneladas de ouro sejam usadas para fa-bricar jóias.

BIJUTERIAS: o mercado indiano de bijute-rias também tem crescido no mercadointernacional, conforme relata o Conselhode Promoção das Exportações deArtesanato. A federação das indústrias afir-mou ainda que o governo também deseja

criar normas de conformi-dade para a fabricação debijuterias. O mercado atual de bijute-rias e acessórios é estima-do em US$ 16,3 bi-lhões,dos quais cerca de US$ 53milhões são exportados pelaÍndia, proporcionando assimenormes oportunidades paraos fabricantes indianos de bijuteria.

exPortaçõesA Índia é o maior mercado de jóias de

ouro no mundo, com o surpreendente vol-ume de 746 toneladas de ouro em 2010. Asexportações líquidas de jóias e pedras pre-ciosas passaram de US$ 22.616,35 emabril-outubro de 2010 para US$ 26.160,04em abril-outubro de 2011.

ruMo a seguirO enorme crescimento da indústria indi-

ana de jóias e pedras preciosas tem sidoacompanhado pela chegada de inúmeras enovas joalherias de marca em váriasmetrópoles do país. Marcas como DamasJewellery, Reliance Retail, Swarovski, e JoyAlukkas estão abrindo ou já abriram novasfiliais. A disponibilidade de mão de obrabarata e a presença de pessoas qualificadasem vários estados indianos auxilia nocrescimento nos mercados de lapidação dediamantes e de jóias de ouro. De acordocom especialistas da indústria de jóias, acrescente demanda por jóias caras na Índiaé resultado do fortalecimento da economiaindiana. Em breve, a Índia vai ultrapassar osEUA em termos de volume do mercado dejóias e pedras preciosas num futuro nãomuito distante, de acordo com uma decla-ração do Rapaport Group, rede interna-cional de empresas que apóiam o desenvolvimento dos mercados de jóias ediamantes livres, justos, eficientes e competitivos.

MercadoLucrativo deJóias e PedrasPreciosas

8 Viajem & TURISMO NOTÍCIAS DA Índia

Declaração de Exoneração de Responsabilidade: Noticias da Índia reúne conteúdos de fontes diversas e as visões expressas em entrevistas e artigos publicadosnão representam necessariamente as visões da Embaixada ou do Governo da Índia.

Impresso e publicado pela Embaixada da Índia, SHIS QL 08, Conj. 08, Casa 01, Lago Sul, Brasília-DF 71620-285, BrasilTel: 55-61-3248 4006 Fax: 55-61-3248 5486 E-mail: [email protected] Website: www.indianembassy.org.br

No outono, quando a estaçãoamarelo ouro da Caxemirachega ao fim, as majestosasárvores Chinar são resplande-

centes. Suas folhas vermelhas — justa-mente apelidadas de ‘chamas de Chinar’— trazem um encanto especial aopitoresco vale.Passando do verde ao amarelo até

chegar ao vermelho, antes de cair nochão, as folhas das árvores Chinar inspiraram muitos versos e poesia.“Che Nar (que fogo)?” — As palavras

de um poeta que visitou o vale no passa-do ainda ressoam nos majestosos jardinsde Chinar de Naseem Bagh, no campusda Universidade da Caxemira, às margensdo lago Dal, em SrinagarEmbora tenham surgido na Caxemira

bem antes do período mogol, as árvoresChinar foram plantadas, em larga escala,em todo o vale pelo imperador mogolJahangir durante seu reino de 1605 a1627.Mais tarde, a árvore foi declarada

protegida pelos governantes e se tornouum símbolo do patrimônio e da belezada Caxemira. É proibido por lei o cortedas árvores Chinar ou até mesmo de seusgalhos.Acredita-se que uma das mais antigas

espécies do mundo seja uma árvoreChinar com 627 anos de idade, supostamente plantada pelo santo sufi Syed Abul Qasim Shah Hamdani em 1374, no distrito de Badgam, no centro da Caxemira. “A magia criadapelas ‘resplandecentes árvores Chinar’, graças às folhas vermelhas, no final do outono, é algo inacreditável”, disse Bashir Ahmad War, veterinário aposentado.“Quando as dezenas de árvores Chinar

cercam o visitante, cada uma delas irra-diando um brilho de fogo, o espetáculo é

simplesmente deslumbrante.Qualquer um que olhar para elas,de uma certa distância, pensaque a árvore inteira está emchamas,” acrescentou.

O vale tem alguns dos mais belosjardins de Chinar em Srinagar,Ganderbal, Anantnag e em outroslugares visitados pelos moradores e visitantes para tirar fotos.Sunil Kumar, um turista do Punjab,

disse: “É um prazer estar entre as resplandecentes árvores chinar. Tive asorte de escolher esta época do ano paravisitar a Caxemira.”Quando tombam, as folhas se tornam a

principal fonte de carvão para os habi-tantes que as recolhem e enchem seuskangris (braseiros com capa de vime).Os kangris servem como

aquecedores portáteis durante os mesesde inverno. É carregado pelos moradoresembaixo do pherans (capa de tweed) eseu calor reconfortante permite que oshabitantes da Caxemira enfrentem o ri-goroso inverno.“Apesar do aquecimento

central, os aquecedores ecobertores elétricos, bemcomo os kangris continuam sendonossa melhorgarantia contra o

frio glacial,” disse Muzaffar Ahmad, dire-tor de uma faculdade.“Como a alimentação elétrica é muito

irregular, os moradores continuamdependendo dos tradicionais kangris,”acrescentou.

Folhas vermelhas de Chinar enCantam a Caxemira

Majestosas e resplandecentes árvores Chinar no final do outono na Caxemira.