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FEIRA DO FUMEIRO EM MONTALEGRE O novo edifício multi usos impõe-se no centro da vila pelo espaço, grandeza, local, harmonia de arquitectura exterior. MAS dentro será um céu aberto quando possa funcionar em pleno. Temos esperança de ver os Barrosões a dar vida dinâmica, aposta, em favor do crescimento da vila e aldeias, que se revêem neste mega investimento cheio de boas intenções e grandes expectativas. Próximo evento já tem 139 produtores inscritos e 1.069 animais identificados O número de produtores inscritos tem-se mantido estável com uma ligeira tendência a subir, tal como o número de suínos identificados, ficando-se a dever ao sucesso, em termos de transacção de fumeiro que se tem verificado todos os anos na Feira do Fumeiro e Presunto do Barroso. De referir que este ano inscreveram-se pela primeira vez 13 novos produtores, todos de idade jovem, e com projectos para o futuro, tendo estes logo contactado a Associação de Produtores de Fumeiro, demonstrando interesse em apostar no licenciamento da actividade (Cozinhas Tradicionais). O numero de desistentes este ano foi mais baixo que no transacto, em parte devido ao sucesso que teve a venda de presunto desossado na ultima edição da Feira, sendo assim uma boa alternativa para a venda de presuntos de animais adultos. « NOTÍCIAS DE BARROSO AMEAÇADO DE ACABAR S ai este último Notícias de Barroso, neste formato, mas poderá tomar outro rumo em Janeiro, só ou associado ao Montalegrense, ou outro jornal da região, embora tenhamos propostas sugestivas de outros jornais regionais. Completamos 25 anos de edições, sempre com o rumo a afirmar Barroso„ com brio, desafio, risco, amor à terra e suas gentes. Obrigado a todos. Os CTT nestes dias enviaram um aviso a suspender o contacto de porte pago a partir de 31 .12.05. Sem o porte pago não é possível sobreviver, com os poucos leitores pagantes, e sem anunciantes voluntários. Por isso, se tem a pagar alguns anos ao NB queira pagar , se tem as contas em dia, muito grato e até sempre. No entanto o NB segue mais rápido e gratuito via: Internet: www.padrefontes.com E-mail: hotel_mourilhe(diol.pt. VOTOS DE • VOTOS DE • VOTOS DE • VOTOS DE o o o o -3 o cra o B-3 o rfi o O o ARO A tsl° VOTOS DE • VOTOS DE • VOTOS DE • VOTOS DE OS CANTADORES AO DESAFIO DO MINHO E BARROSO FESTEJAM NATAL ENCONTROS 1 ° 21/01/89 Venda Nova 2 ° 10/12/89 Vilar Perdizes 3 ° 30/11/90 Montalegre 4 ° 14/12/91 Paradela do Rio 5 ° 19/12/92 Paredes do Rio 6 ° 18/12/93 Vieira do Minho 7 17/12/94 Vila da Ponte 8 16/12/95 Padornelos 9 ° 21/12/96 Cambezes do Rio 10° 20/12/97 Cabril 11° 19/12/98 Atães (Guimarães) 12° 18/12/99 Ferral 13° 16/12/00 Vilar de Perdizes 14° 02/02/01 Póvoa de Varzim D ia 17 de Dezembro de 2005, cerca de neia centena de poetas populares e tocadores de concertina celebram em Pitões das Júnias o seu 18° Natal cantando o sagrado e o profano. Iniciámos esta festa para recuperar e passar esta tradição aos mais novos em 1989, antes que se perdesse. Aqui vai o calendário e memória das 19 edições que promovemos, quase sempre no 3° Sábado de Dezembro, em aldeias diferentes, com missa cantada ao desafio , acompanhada de concertinas, e com ceia de natal no restaurante da aldeia: Desde então, por terras do Minho este encontros já se vão sucedendo em força. Em todos os encontros se canta em despique, o sagrado e o profano, antes e depois da ceia de consoada. Desde 1994 que apenas se canta ao desafio, com concertinas a palavra de Deus e não a Santa Missa por determinação episcopal. Para participar, seja na ceia, dia 17 em Pitões, seja para cantar ou tocar. Telf. - Ecomuseu. 276 518 645. NOVEMBRO/DEZEMBRO . 2005 JORNAL MENSAL REGIONAL ANO XXIV N°262 VENHA Á FEIRA DO FUMEIRO EM MONTALEGRE • 26 A 29 JANEIRO 2006

Notícias de Barroso nr. 262

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Última edição do Noticias de Barroso sob a direcção do pe. FontesNovembro/ Dez. XXIV 262 Impresso - Flexograf, PDV [PDF]

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  • FEIRA DO FUMEIRO EM MONTALEGRE

    O novo edifcio multi usos impe-se no centro da vila pelo espao, grandeza, local, harmonia de arquitectura exterior. MAS dentro ser um cu aberto quando possa funcionar em pleno. Temos esperana de ver os Barroses a dar vida dinmica, aposta, em favor do crescimento da vila e aldeias, que se revem neste mega investimento cheio de boas intenes e grandes expectativas.

    Prximo evento j tem 139 produtores inscritos e 1.069 animais identificados

    O nmero de produtores inscritos tem-se mantido estvel com uma ligeira tendncia a subir, tal como o nmero de sunos identificados, ficando-se a dever ao sucesso, em termos de transaco de fumeiro que se tem verificado todos os anos na Feira do Fumeiro e Presunto do Barroso. De referir que este ano inscreveram-se pela primeira vez 13 novos produtores, todos de idade jovem, e com projectos para o futuro, tendo estes logo contactado a Associao de Produtores de Fumeiro, demonstrando interesse em apostar no licenciamento da actividade (Cozinhas Tradicionais). O numero de desistentes este ano foi mais baixo que no transacto, em parte devido ao sucesso que teve a venda de presunto desossado na ultima edio da Feira, sendo assim uma boa alternativa para a venda de presuntos de animais adultos.

    NOTCIAS DE BARROSO AMEAADO DE ACABAR

    Sai este ltimo Notcias de Barroso, neste formato, mas poder tomar outro rumo em Janeiro, s ou associado ao Montalegrense, ou outro jornal da regio, embora tenhamos propostas sugestivas de outros jornais regionais. Completamos 25 anos de edies, sempre com o rumo a afirmar Barroso com brio, desafio, risco, amor terra e suas gentes. Obrigado a todos. Os CTT nestes dias enviaram um aviso a suspender o contacto de porte pago a partir de 31 .12.05. Sem o porte pago no possvel sobreviver, com os poucos leitores pagantes, e sem anunciantes voluntrios. Por isso, se tem a pagar alguns anos ao NB queira pagar , se tem as contas em dia, muito grato e at sempre. No entanto o NB segue mais rpido e gratuito via: Internet: www.padrefontes.com E-mail: hotel_mourilhe(diol.pt.

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    o ARO Atsl VOTOS DE VOTOS DE VOTOS DE VOTOS DE

    OS CANTADORES AO DESAFIO DO MINHO E BARROSO FESTEJAM NATAL ENCONTROS 1 21/01/89 Venda Nova

    2 10/12/89 Vilar Perdizes

    3 30/11/90 Montalegre

    4 14/12/91 Paradela do Rio

    5 19/12/92 Paredes do Rio

    6 18/12/93 Vieira do Minho

    7 17/12/94 Vila da Ponte

    8 16/12/95 Padornelos

    9 21/12/96 Cambezes do Rio

    10 20/12/97 Cabril

    11 19/12/98 Ates (Guimares)

    12 18/12/99 Ferral

    13 16/12/00 Vilar de Perdizes

    14 02/02/01 Pvoa de Varzim

    Dia 17 de Dezembro de 2005, cerca de neia centena de poetas populares e tocadores de concertina celebram em Pites das Jnias o seu 18 Natal cantando o sagrado e o profano.

    Inicimos esta festa para recuperar e passar esta tradio aos mais novos em 1989, antes que se perdesse. Aqui vai o calendrio e memria das 19 edies que promovemos, quase sempre no 3 Sbado de Dezembro, em aldeias diferentes, com missa cantada ao desafio , acompanhada de concertinas, e com ceia de natal no restaurante da aldeia: Desde ento, por terras do Minho este encontros j se vo sucedendo em fora. Em todos os encontros se canta em despique, o sagrado e o profano, antes e depois da ceia de consoada. Desde 1994 que apenas se canta ao desafio, com concertinas a palavra de Deus e no a Santa Missa por determinao episcopal.

    Para participar, seja na ceia, dia 17 em Pites, seja para cantar ou tocar. Telf. - Ecomuseu. 276 518 645.

    NOVEMBRO/DEZEMBRO . 2005 JORNAL MENSAL REGIONAL ANO XXIV N262

    VENHA FEIRA DO FUMEIRO EM MONTALEGRE 26 A 29 JANEIRO 2006

  • FICHA TCNICA: Notcias de Barroso Editor, director, proprietrio, chefe de redaco: Antnio Loureno Fontes Contribuinte: 108 961 559 5470-461 VILAR DE PERDIZES Montalegre Tel: 276 510260 Fax: 276 510 261 Mail: [email protected]

    Pgina: www.padrefontes.com Inscrio no ICS: 108.495 de 19/03/1983 Tiragem: 2000 exs Periodicidade: Mensal Assinatura Anual: 10 Euros Avulso: 1 euro Design: Flexograf - Artes Grficas, Lda. Impresso: Flexograf - BEIRIZ - P. Varzim Tel: 252 696 197 / 973 Fax: 252 696 547 [email protected]

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    .) Pesca

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    NOVEMBRO/DEZEMBRO 2005 NOTCIAS DE BARROSO 2

    !NOTICIRIO BARROSA O ~I Sesso solene aconteceu no Salo Nobre dos Paos do Concelho, alguns dos rostos da nova Assembleia Municipal e Cmara Municipal de Montalegre.

    Cumprindo o protocolo a rigor, decorreu com toda a normalidade a cerimnia de tomada de posse da Assembleia Municipal e da Cmara Municipal de Montalegre de acordo com os resultados obtidos nas ltimas eleies autrquicas, com a maioria do PS.

    Trs dias de vrias actividades onde foi feita uma forte reflexo cultural em volta das potencialidades do projecto Ecomuseu de Barroso

    Ao longo de trs dias, Montalegre acolheu as XVI Jornadas Sobre a Funo Social do Museu. Um evento que reuniu vrias dezenas de pessoas em volta de uma temtica que suscita, cada vez mais, a maior ateno. Foram trs dias de intensa reflexo numa organizao da Cmara Municipal de Montalegre, Ecomuseu de Barroso e do MINOM (Movimento Internacional para uma Nova Museologia) e com o apoio do Centro de Estudos de Sociomuseologia - ULHT - FCT.

    ALENTEJANOS DESCOBREM VILAR DE PERDIZES

    Convidados da CNA, cerca de 20 alentejanos visitam dia 17 -12 V.Perdizes, a Cooperativa das ervas e outras alternativas ali existentes.

    MANUEL DUARTE HOMENAGEADO

    Foi toda a vida aps a vida milita em Timor, dedicado funcionrio das Finanas de Montalegre. Presidente da Junta, eleito e com mritos, na sua terra S. Vicente da Cho. Tem uma casa de Turismo rural pioneira em Barroso. Reformado agora os amigos prestaram-lhe

    reconhecimento dia 10-12, no Rest, Terra

    Fria.

    NATAL DO CLERO BARROSO

    Como sempre juntmo-nos desta vez em Salto, dia 12-12, para a ceia de Natal, e ainda para a memria do Pe Capela , proco de Salto, falecido este ano, e ainda para apoio ao jovem proco Joaquim Pires de Moura.

    NATAL CONVVIO DE IDOSOS COM CRIANAS EM VP

    Dia 16-12 em Vilar de Perdizes o Centro Paroquial abriu as portas a todas as crianas das escolas para a ceia de natal com os 20 idosos que ali passam os dias. Houve teatro de Natal, cnticos, bolo rei e muita alegria.

    MRIO SOARES VEIO VILA EM campanha eleitoral presidencial este dia 4.12 em Montalegre perante um vasto auditrio apoiante.

    TOURM TEM TURISMO DE HABITAO De uma boa restaurao da velha casa dos

    Braganas o casal Morgados abriu esta rara casa com muita histria como turismo de habitao de alta qualidade e gosto e harmonia, entre o passado e o conforto do presente. Merece uma visita o ptio quadrado, aberto, a lareira, o esconderijo de refugiados galegos da guerra civil, as seteiras exteriores nas janelas e portas. O que mais ressalta o carinhoso acolhimento da famlia, que atrai os visitantes. V l ver para crer Tf. 276 579138. www. Casadosbragancas.com.

    GUA DOS PISES CHEGA VILA E VAI A CHAVES

    Alguma demora na 103 com os semforos das obras que rasgam a vala que vai levar em breve gua ao concelho de Montalegre, Chaves, Boticas e outros.

    12 JAVAKIS NA BATIDA MAIOR DA POCA Cerca de 220 caadores abateram 12 javalis nas faldas do Larouco dia 3 de dez.

    INTERNET- DE BANDA LARGA CHEGOU REGIO

    Solveira, Gralhas, Vilar de Perdizes e S, Andr j podem instalar no sue computador a banda larga, mais rpida e barata.

    MATANA E FESTA EM PAREDES DO RIO J est no calendrio das gentes desta risonha e tpica aldeia do parque Gers. Dia 11 de Dez h festa do porco bsaro com animao, artesanato vivo, ecomuseu.

    CONTOS NA BIBLIOTECA DA VILA

    Muita animao numa sesso que contou com a participao de muitos jovens num projecto iniciado em Setembro ltimo e cujo fim est agendado para o prximo ms de Janeiro

    Decorreu dentro das melhores expectativas a passagem da VII Estafeta de Contos-2005 pelas instalaes da Biblioteca Municipal de Montalegre cumprindo deste modo mais um local dos 58 que esto programados. Com efeito, estamos a falar de uma ideia iniciada no passado dia 22 de Setembro na Biblioteca Municipal de Beja e que vai percorrer cerac de seis dezenas de lugares. A ltima paragem acontece a 17 de Janeiro na cidade de Sintra. A biblioteca visitante leva o cartaz das andarilhas e o dossier da estafeta que preenche e entrega biblioteca seguinte que neste caso foi a biblioteca Municipal Raul Brando, em Guimares. Cativar e reforar o gosto dos jovens pelo livro e pela leitura so objectivos desta aco. COLECOES DO NB DESDE 1980- 2006 PODE COMPRA-LAS AO NB EM MOURILHE, OU VILAR.

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    Valor da assinatura anual: 10 Euros Para ser assinante do Notcias de Barroso, basta recortar e enviar-nos esta ficha para a seguinte direco:

    Antnio Loureno Fontes - Vilar de Perdizes, 5470-461 MONTALEGRE - Portugal ou

    Hotel Rural Sra. Dos Remdios - Mourilhe, 5470-311 MONTALEGRE - Portugal

    Manuel GONALVES

    Carvalho Foto 6x7 Artigos

    Fotogrficos Esta Benfica. 694 C/E Lisboa

    Tlf. 21 760 95 24 - Tim.91 7214900 Loja 11 - Centro C. sa Cruz, Benfica

    TIf. 21 715 52 86

  • NOVEMBRO/DEZEMBRO 2005 NOTCIAS DE BARROSO 3

    Clube de Jornalismo: Sr. Padre Antnio Fontes, antes de mais queremos agradecer-lhe por to bem nos ter recebido neste espao magnfico que o Hotel Rural Sra. Dos Remdios, em Mourilhe. Gostaramos ento de lhe colocar algumas perguntas acerca da aldeia da qual o proco e tambm sobre o Congresso que fundou e apoia. Comearamos assim por lhe perguntar o que que o motivou a organizar, pela primeira vez, o simpsio de medicinas populares? Padre Fontes: Foi em 1983, para no deixar perder as tradies culturais das formas de cura tradicionais, sobretudo a ervanria e alguma religiosidade popular que tambm estava ligada sade das pessoas, pois da minha forma de ver parecem-me ser dois pontos muito bsicos: a aco medicinal da natureza e a aco medicinal do sobrenatural baseado na capacidade humana. Isto devido ao aparecimento dos mdicos ao domiclio aps o 25 de Abril nas aldeias. De facto, na minha parquia, quando vi que os mdicos estavam a querer impor a nova medicina sem respeitar a anterior, tentei por em prtica a medicina tradicional antiga para que estes a conhecessem e para que as pessoas se sentissem seguras na velha medicina e utilizassem as duas. Clube de Jornalismo: Considera importante a preservao da cultura popular e tradicional? Padre Fontes: A melhor identidade de cada povo est na sua cultura tradicional. Se a perdemos, identificmo-nos com a China, com o Japo ou com os Estados Unidos da Amrica, por exemplo. Ao perdermos a nossa identidade, perdemos o maior carto, o de maior validade. Clube de Jornalismo: Em que medida que Vilar de Perdizes veio a adquirir importncia devido ao Congresso? Padre Fontes: Passou a estar no mapa uma

    terra que no era conhecida, passou a ser procurada uma terra que ningum procurava, passou a criar-se gosto pela terra nas pessoas que iam embora, passou a ser anualmente um ponto de encontro de culturas, passou a proporcionar emprego para jovens que se dedicaram ervanria e recolha e comercializao de plantas medicinais, permitiu a descoberta de Trs-os-Montes pois Vilar de Perdizes fica no extremo norte do pas, o que permite a cada pessoa que viaje por Portugal at ao Norte, at Vilar de Perdizes, descobrir o pas inteiro. Clube de Jornalismo: Considera que a cultura pag e que a cultura popular so a mesma coisa, ou possvel distinguirem-se? Padre Fontes: A cultura popular vive com o pago, vive com o cristo e tem de se assumir a cultura com a religio. Vai sendo aculturada pelas povoaes, embora a religio crist a condene, querendo eliminar a natural necessidade de rituais pagos. Porm, o povo no distingue muito bem o que pago do que cristo. Pode ver-se que, quase sempre para rituais de cura e rituais para minorar doenas, usa a religio, usa a orao do cristo, usa um ritual pago e usa uma mesinha natural. Essas trs componentes so: o natural, o sobrenatural e o mstico. Clube de Jornalismo: Concretamente em relao a Vilar de Perdizes, o que que existia e o que foi feito para preservar as artes populares e a cultura tradicional? Padre Fontes: Sobreviveu o fabrico de po, que era tradicional, embora hoje seja mais industrial. Passou a existir um artesanato, que no existia praticamente e que apareceu com o Congresso, que foi a escultura em pedra, artesanal e artstica, criando um emprego pr-familiar. Outro emprego que se criou foi a produo de esculturas de madeira a partir das razes das plantas dos torgos; criaram-se postos de venda de plantas medicinais; muita arqueologia que era desconhecida e que estava enterrada foi redescoberta , e sinalizada, transformando-se a povoao numa aldeia turstica do pas; passou a existir restaurantes e cafs, assim como um centro social. Alis, quando se fazia teatro tinha de ser na rua e agora podemos fazer no centro social onde tambm se realiza o Congresso; no existia um lar da 3' idade e agora existe; tambm no

    havia jardim-de-infncia e agora h. H alguma evoluo, fruto do tempo, mas fruto tambm do reconhecimento que Vilar de Perdizes teve a nvel nacional. A prpria autarquia de Montalegre, antes deste Congresso, melhorou as ruas, os acessos, a sinalizao e a acessibilidade ao centro social. H algumas coisas que melhoraram, fruto do Congresso, mas h ainda muita coisa que falta fazer. Clube de Jornalismo: complicado para o senhor conciliar por um lado a sua vocao religiosa e por outro a sua paixo pela cultura tradicional, nomeadamente a cultura pag? Padre Fontes: Eu costumo dizer que, neste conflito, gosto de proferir a seguinte frase: tentar sacralizar o profano e profanar o sagrado. Clube de Jornalismo: Acha que a importncia que a comunicao social tem dado a Vilar de Perdizes, nomeadamente ao Congresso de Medicina Popular, poder ser um presente envenenado? Padre Fontes: Toda a informao pode ser correcta, ou pode ser incorrecta. Pode ser informao dispersa para vender produtos, para vender papel, e tambm h jornalistas que esto mal informados, mal formados tambm ou at deformados e podem ter intenes recomendadas por grupos como mdicos, ou farmacuticos, ou religies, para denegrir, para destruir, para dar m imagem e s vezes, o que passa e o que fica da m-lngua e da m verso o misticismo exagerado, a fantasia, a banha da cobra, a bruxaria fcil e no passa a verdade. E isso s vezes intencional para vender mais ou intencional para destruir mais. Clube de Jornalismo: Bom, pensamos estar mais esclarecidos, e ao mesmo tempo convictos de que esta agradvel conversa poderia prolongar-se pela tarde dentro. Fica de todo uma certeza: Vilar de Perdizes est definitivamente no mapa e esse feito -lhe totalmente dirigido, quer pela convico, quer pela paixo com que defende e preserva a cultura e saber popular da sua regio. Quem dera a este desequilibrado Portugal rural e interior poder contar com mais homens altrustas e acrrimos defensores dos seus valores e legados culturais.

    ENTRE VISTA

    PADRE ANTNIO FONTES

    Notcias de Barroso 14.12.05 NOTARIO CONSTANA AUGUSTA BARRETO OLIVEIRA Certifico para fins de publicao que, por escritura exarada hoje no meu cartrio, na rua Paixo Bastos, n 114, Pvoa de Lanhoso, no livro de escrituras diversas n 14.A a fls. 83 e seguintes: MARIA da Conceio Sequeira Teodoro, e marido PATROCNIO DOS SANTOS TEODORO, casados em comunho geral, naturais ela da freguesia de Gralhas, concelho de Montalegre, e ele da freguesia de Azueira, concelho de Mafra , residentes na Rua 6 n 4, 1 Dto Bairro das Pedralvas, Benfica e Joo Martins Sequeira, casado com Maria Capitulina Ferreira da Silva Sequeira, em separao de bens, natural da dita freguesia de Gralhas, residente na Rua do Paraso, lote 5 Portela da Azia, Santa Iria da Azia, concelho de Loures, declararam: Que so donos, com excluso de outrem, na proporo de um doze avos para cada um, do seguinte bem imvel: Dois doze avos indivisos do prdio urbano, situado na rua do campo freguesia de Gralhas, concelho de Montalegre, composto de casa de habitao, rs do cho e 1 andar, com a superfcie coberta de 70 metros quadrados, e ptio com a superfcie coberta de 70 metros quadrados, a confrontar do norte com Joaquim de Barros, nascente e sul e poente com a rua pblica, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 87. Que o prdio est omisso na Conservatria do Registo Predial de Montalegre

    Que no tem qualquer ttulo onde resulte pertencer-lhe o direito de propriedade quota parte indivisa do prdio, mas iniciaram a posse em 1978, ano em que o adquiriram por doao, meramente verbal a de seus pais e sogros Antnio Rito Sequeira e Rosa Martins, residentes que foram no lugar e freguesia de Gralhas, concelho de Montalegre. Que desde aquela data, por si ou por intermdio de outrem e junto com os demais comproprietrios, sempre tm usado e frudo o prdio habitando-o e guardando l os seus haveres, procedendo a todas as obras de conservao e restauro pagando todas as contribuies por ele devidas , e fazendo essa explorao com a conscincia de serem os seus nicos donos, vista de todo e qualquer interessado, sem qualquer tipo de oposio h mais de vinte anos, o que confere posse a natureza de pblica, pacfica, contnua e boa f, razo pela qual adquiriram o direito de propriedade sob a referida quota parte indivisa do prdio, por usucapio que expressamente invocam para efeitos de ingresso do mesmo no registo predial. Est conforme. Pvoa de Lanhoso, 7 de Dezembro de 2005 A notaria CONSTANA AUGUSTA BARRETO OLIVEIRA Conta/recibo registada sob o n vd 1368.1

    PASSAGEM DE ANO EM MOURILHE C\11

    O nosso programa dia 31 .12 composto de uma recepo aos hspedes e comen-sais, com decorao alusiva das salas e das pessoas que esto e que entram. Serve-se uma ementa mgica, mais de nome que de realidade. Pelas 23 h h uma queimada tpica do Barroso.

    O dia 31.12 animado pelos grupos inscritos, ou a INSCREVER COMO HSPEDES. A ementa baseada na vitela barros, vinhos transmontanos. Abusando nas sobremesas regionais e tpicas desta noite, com champanhe e fogo de artificio no lago do jardim, s 24 h. Participamos na fogueira tradicional no centro da aldeia, com a gente moradora de Mourilhe, com repenicar de sinos e provvel missa do galo, s 24 h. O programa em detalhe poder ver-se em padrefonte s . com

  • VILAR DE PERDIZES (Continuao NB n. 261)

    Foi na regio do Gers, melhor em Terras de Bouro, que participei com o Padre Loureno Fontes, numa mesa redonda de iniciativa municipal, sobre produtos tradicionais que podem ajudar a desenvolver o mundo rural. O Padre Fontes conhecido pelos Congressos de Medicina Popular de Vilar de Perdizes e pela defesa dos saberes e prticas em torno da medicina tradicional ou caseira. Foi nessa mesa redonda que tomei conhecimento do seu livro, "Os chs dos .Congressos de Vilar de Perdizes". um livro em formato de bolso, com pouco mais de 100 pginas, impresso a cores e j vai na 2." edio. Fala-nos, guisa de prefcio, de Montalegre, das ervas medicinais que do "uma sade biolgica" ao povo, advogando que "a natureza esse livro que tem de entrar nas escolas em fora". Defende a criao de ervrios nas escolas chamando-lhes "um museu vivo".

    O Padre Fontes desenvolve a temtica que lhe to querida, da medicina e do saber popular, de experincia feita e foi essa sua firmeza e trabalho, ao longa de uma vida, que tornaram este simples e incansvel clrigo numa figura meditica, a nvel nacional e internacional, tornando mais conhecido o Barroso e Trs-os-Montes.

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    BARROSOES Um livro exaltante e reconciliador de: Fernando Rodrigues

    H livros espontneos, slidos, reflectidos que nascem sem se dar por eles, mas que so peas bsicas de solidariedade regional. Barroses um desses livros, escrito em momentos programados de uma gesto municipal cuidada e envolvente porque fala de alguns daqueles que mais tm contribudo para essa tarefa comunitria que a ningum dispensa de contribuir para o interesse de todos.

    MONTALEGRE MEMRIAS E HISTRIAS Um livro que fazia falta aos Barroses de: Rogrio Borralheiro

    Em meados deste ano foi editado um volume, de 400 pginas, todo ele apoiado com boa ilustrao a cores, mostrando em texto acadmico, com suporte em reprodues fac-similadas de documentos recuados, a verdadeira historiografia das Terras de Barroso.

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    note Rm Sr' dos Remdios 5470-311 MOUR1LHE Montalegre

    Tel: 276 510 260 Fax: 276 510 261 [email protected]

    NOVEMBRO/DEZEMBRO 2005 NOTCIAS DE BARROSO 4

    Vi OS CHS DE O MISTRIO DA CASA ASSOMBRADA

    E-1

    (Continuao NB n. 261)

    Por: COSTA FERREIRA

    1\T o tempo em que o teu Av era pequenino, as pessoas do campo viviam muito mal, isto , tinham muitas dificuldades. Em muitas aldeias no havia escolas, ou ento as que havia ficavam muito longe e no havia transporte para levar os meninos l. E outras coisas. Para eles no havia outro futuro seno trabalharem no campo. Mas mesmo no campo nem sempre havia trabalho. Por isso chegava-se mesmo a passar fome, porque faltava o dinheiro para comprar a comida. Eram poucos os meninos que tinham a sorte de sair da "cepa torta". Entre esses estavam os que conseguiam ir para padres, v l tu ! vezes porque era conhecida a sua vocao, outras por simpatia de pessoas influentes, havia meninos muito pobres a conseguirem entrar em Seminrios, saindo anos depois ordenados padres. A instruo recebida no seminrios era de carcter religioso, mas no deixava de incluir conhecimentos de cultura geral que eram muito teis para o futuro daqueles que entrando ali crianas saiam homens feitos, prestigiados e conhecedores do ambiente que os rodeava. A partir dessa altura eles ficavam a saber que para alm da sua aldeia se passavam coisas muito importantes. verdade que tiveram de viver muitos anos longe das suas famlias, l nos seminrios e assim. Mas tinha valido a pena. (1). Isto s para te dizer que l para Trs-os-Montes, numa terra quase desconhecida foi exactamente isso que aconteceu a um menino de uns 10 anos, que tinha uma data de irmos. Ele tinha vocao para padre, conseguiu entrar no Seminrio de Vila Real e, na altura devida conseguiu os seus objectivos. Isto , saiu padre. Mas aqui que a histria comea a ter interesse. Como ele era muito boa pessoa, tinha muito interesse pelos seus paroquianos. Acompanhava a sua vida e aconselhava-os perante os seus problemas pessoais, ensinando-os ou encaminhando-os na resoluo das suas dificuldades. Ao mesmo tempo que ele dava esse auxlio espiritual s pessoas da parquia, ainda continuava a estudar. Histria, Geografia, Teologia e at Medicina Popular (2) e outras coisas de que agora no vale a pena falar-te. Vale a pena, sim, dizer-te que, dado o seu empenho e interesse em saber, esse padre passou a ser admirado pela gente da terra e outras pessoas importantes de outras terras. Mesmo importantes. E foi por causa de ele estar muito bem relacionado com pessoas de outros stios que em certa altura uma senhora, filha de uma famlia muito rica, que vivia sozinha, porque todos os seus familiares j tinham morrido, o procurou e lhe pediu se ele conhecia algum que quisesse comprar uma propriedade que ela tinha para vender. Essa casa, conforme a senhora contou ao Padre, tinha sido abandonada h muitos anos porque se dizia que l se ouviam vozes, e ningum queria ir viver para a casa por ter medo de l morar. A primeira coisa que o padre fez foi ir aldeia para ver a casa, para assim poder dar a sua opinio. E ps-se a caminho. No de p-p, porque era coisa que no tinha. Foi a cavalo, meio de transporte que ele adorava. Perto da aldeia, quando ela j estava vista, ele reparou, espantado, numa casa que se destacava das poucas e humildes casas dessa terra. Era uma casa enorme. Era to grande ao p das outras 1 At tinha uma igreja ! Era aquela a casa, com certeza. Pensou ele e tinha razo. Era mesmo aquela a casa que estava para venda. Era mesmo bonita, a tal casa. Sim, senhor! Satisfeito com o que via, pensou como era importante para a terra a casa vir a ter dono, ser habitada. Se a casa fosse vendida, mais pessoas iam l para a aldeia e iam dar-lhe a vida que ela no tinha. E isso era bom

    para uma terra to pobre e abandonada, quase sem gente a viver ali, nas outras casas to humildes. Animado por estes pensamentos, l chegou ao p da casa, e resolveu abrir a porta e entrar. Mas o seu espanto no teve limites! Sabes porqu ? Nem adivinhas ! Quando passou a porta, o bom do padre, em vez de estar dentro de uma casa que ele j pensava ser a condizer com a fachada ... Nem sei se te diga ?! - s havia o campo onde andavam os animais a pastar ... Quer dizer, a casa era s a fachada! Passado o primeiro momento de surpresa, o padre no desanimou. As vantagens que viriam para a aldeia se a casa fosse vendida objecto dos seus anteriores pensamentos - deram-lhe coragem para no desistir e arranjar uma soluo, um modo de poder vender a propriedade. E a soluo foi esta: a casa estava em runas, mas se fosse reconstruda podia vir a ter o beneficio para a terra, tal como ele j tinha pensado e eu te disse. Pensou, disse para os seus botes e jurou a si prprio que tinha de transform-la num ... hotel. Jurou enfrentar todas as dificuldades que tinha de remover para que a casa pudesse vir a ser um hotel rural, quer dizer um lugar de acordo com o ambiente local e ao mesmo tempo

    que desse acolhimento a pessoas que desejassem conhecer as lindas paisagens que rodeavam a aldeia, apreciarem as lindas paisagens sua volta e mesmo conviver com as pessoas da terra, saberem como era a sua vida e os seus costumes. Mas isto, minha querida, que eu te descrevo aqui com a maior simplicidade, no foi to simples de fazer assim. O padre, animado de toda a sua coragem, auxiliado pelos irmos que lhe emprestaram dinheiro, com a ajuda tambm do Estado, conseguiu ao fim de 3 anos de muitos trabalhos e canseiras, construir o tal hotel. Quer dizer, no bem um hotel como aqueles que tu conheces. Da casa, como estava, s se aproveitou a fachada. E para trs foi aumentado o espao necessrio para dar comodidade s pessoas que l fossem. Tudo foi feito com material da regio. Paredes de granito, que a pedra dali, mveis parecidos com os que se usam l na terra, decorada com quadros, uma lareira, artesanato da regio. Para animar os seres, havia os sabores das comidas, a descrio das lendas e mais hbitos antigos... E a seguir, como o padre se interessou sempre pela vida do campo as suas tradies e lendas, de tudo o que ele achou que era de

    preservar, foi ele que, frente do hotel, ele que s sabia dizer missa, comeou a fazer propaganda e a mostrar a toda a gente como eram lindos os campos, a vida das pessoas que os cultivavam, as fontes que davam de beber terra, os costumes- e os usos to pouco conhecidos. E as pessoas comearam a chegar. Estas, ouvidas as explicaes do padre, saiam de l satisfeitas com o que viam. E iam contar s outras, e a outras tambm. Que chegavam e ficavam maravilhadas com os monumentos, as casas, as alfaias, com o modo como por ali se vivia. Passaram a reparar mais na vida dura desse povo to rijo que enfrentava com a mesma coragem tanto o frio e a neve durante o inverno, como o calor quando era vero. Os meios de que se serviam para cultivar as terras, tecer o linho, para cozer o po, sem esquecer o processo que eles inventaram para levar, vez, o gado a pastar, recolh-lo, fazer as chourias, o paio e curar o presunto segundo sistemas comunitrios, quer dizer, fazerem entre todos as tarefas que era impossvel serem feitas por cada um. Coisas que os visitantes no conheciam. Decerto que actualmente o padre est contente. O seu esforo e esprito de sacrifcio no foram er.n. vo . Ele venceu todas as contrariedades conquistando um meio de todos os visitantes que acorressem ao seu hotel puderem concluir que longe da vida das cidades tambm h um pulsar, uma vida dura diferente que tem todo o valor e merece ser apreciada, pois ela faz parte do quotidiano de um povo que honra a sua terra e o seu pas.

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