67
IBMR LAUREATE INTERNACIONAL UNIVERSITIES MARCELLA ESTEVES VITA SANTOS NOVAS TERAPIAS PARA O CÂNCER DE PELE DO TIPO MELANOMA Rio de Janeiro 2017

NOVAS TERAPIAS PARA O CÂNCER DE PELE DO TIPO MELANOMA · depende do estágio em que o melanoma for diagnosticado, a detecção precoce é a chave para qualquer possibilidade de cura

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

IBMR – LAUREATE INTERNACIONAL UNIVERSITIES

MARCELLA ESTEVES VITA SANTOS

NOVAS TERAPIAS PARA O CÂNCER DE PELE DO TIPO

MELANOMA

Rio de Janeiro

2017

MARCELLA ESTEVES VITA SANTOS

NOVAS TERAPIAS PARA O CÂNCER DE PELE DO TIPO

MELANOMA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

IBMR – Laureate International Universities

como requisito parcial para a obtenção do grau

de Bacharel em Biomedicina.

ORIENTADORES: Prof. Dr. Rômulo Medina de Mattos

Prof. Dr. Sérgio Henrique Seabra

Rio de Janeiro

2017

MARCELLA ESTEVES VITA SANTOS

NOVAS TERAPIAS E PARA O CÂNCER DE PELE DO TIPO

MELANOMA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

IBMR – Laureate International Universities

como requisito parcial para a obtenção do grau

de Bacharel em Biomedicina.

Aprovada em , de de 2017.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Anderson Jack Franzen

IBMR- Laureate International Universities

Prof. Dr. Maurício Cupello Peixoto

IBMR- Laureate International Universities

AGRADECIMENTOS

À Deus, por ter operado milagres em minha vida e por me permitir chegar até

aqui.

Ao meu amor Pedro, por estar comigo todos esses anos e por me ajudar a

alcançar a minha formação. Obrigada pela paciência, companheirismo e incentivo.

Saiba que sem você nada disso seria possível.

Aos meu pais Marcelo e Clicia, por serem o meu porto seguro e fonte de força.

Tudo o que eu faço é para orgulhar vocês.

Ao meu amado irmão Rafael, por me apoiar e sempre cuidar de mim, mesmo

que as vezes de longe.

Aos amigos que me acompanharam durante a formação, Marco Antônio,

Larissa, Luiza, Matheus, Aymeé, Karen, Raquel, Michelle, obrigada por todos esses

anos de amizade. Sou muito agradecida por ter vocês em minha vida.

À família Gouveia e Pereira da Silva por me acolherem e fazerem parte desse

sonho.

Aos amigos da Assessoria Jurídica, Ribeiro, Kélian, Adriana, Amaral, Queiroz,

Jesiel, Ana Rossi, Sabrina, Arlyson, Patrick e Fialho. Vocês foram essenciais em toda

esta jornada.

Ao IBMR e seu corpo docente, por terem tornado possível a concretização

desse sonho.

Aos meus queridos orientadores Romulo Medina de Mattos e Sérgio Henrique

Seabra, obrigada pela ajuda, paciência e incentivo indispensáveis na realização deste

trabalho e na conclusão do curso.

E a todos que direta e indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu

muito obrigada.

“Eu tentei 99 vezes e falhei, mas na

centésima tentativa eu consegui, nunca

desista de seus objetivos mesmo que esses

pareçam impossíveis, a próxima tentativa

pode ser a vitoriosa”.

(Albert Einstein)

RESUMO

O câncer de pele é um dos tipos de câncer mais comuns, podendo ser classificado

como melanoma e não melanoma. O melanoma representa 3% das neoplasias que

acometem a população brasileira, uma taxa inferior quando comparada ao não

melanoma, que é de 30%. Em 2013 foram registrados 5690 novos casos de melanoma

e o número de mortes foi de 1547, sendo considerado um câncer raro, mas altamente

letal devido ao seu poder metastático. O principal fator para o seu desenvolvimento é

a exposição à radiação ultravioleta, seguido de outras características como tonalidade

da pele, histórico familiar, idade e estado imunológico. Como um bom prognóstico

depende do estágio em que o melanoma for diagnosticado, a detecção precoce é a

chave para qualquer possibilidade de cura da doença. Esta revisão bibliográfica

apresenta as terapias para o câncer de pele do tipo melanoma, juntamente com os

novos estudos terapêuticos. As mutações genéticas estão presentes em todos os

tipos de câncer e no melanoma não foi diferente. As mutações em BRAF ocorrem em

60% dos melanomas, seguido das mutações em NRAS, que ocorrem em 30% e

mutações em c-Kit, que estão relacionadas com os melanomas do tipo

acrolentiginoso. O vemurafenib, um inibidor de BRAF, foi comparado à dacarbazina

(quimioterápico) e mostrou uma taxa de sobrevivência de 84% em comparação com

os 64 % obtidos com a quimioterapia. Um outro estudo que comparou o trametinib

(inibidor de MEK) com a dacarbazina mostrou que a sobrevida livre de progressão da

doença foi de 4.8 meses para o grupo que utilizou o novo fármaco contra 1.4 meses

para aqueles que utilizaram o tratamento quimioterápico. Tratamentos direcionados

para ativação ou inativação de genes têm tido um bom resultado, sendo até melhores

do que as formas de paliação, como a quimioterapia e radioterapia, porém os

resultados não têm sido duradouros e a toxicidade elevada e efeitos adversos

dificultam a continuidade do tratamento. Ensaios clínicos recentes combinaram

inibidores de BRAF e MEK, conseguindo bloquear a via MAPK em dois pontos e

reduziram a toxicidade. Os tratamentos multimodais também têm obtidos resultados

relevantes. Ensaios clínicos que utilizaram um imunoterápico (ipilimumab) em

associação à radioterapia, mostraram que a ação concomitante dos tratamentos

promoveu uma taxa de sobrevivência melhorada e resposta completa em comparação

ao grupo que utilizou somente o ipilimumab. A utilização de terapias combinadas tem

mostrado resultados rápidos, duradouros e com baixa toxicidade, contribuindo assim

para a sobrevida dos pacientes.

Palavras-chave: CÂNCER DE PELE; MELANOMA; DIAGNÓSTICO; MUTAÇÃO

GENÉTICA; TRATAMENTO;

ABSTRACT

Skin cancer is one of the commonest types of cancer and it may be classified as

melanoma and non-melanoma. Melanoma represents 3% of neoplasms that afflict the

brazilian population, an inferior rate compared to the 30% of non-melanoma cases. In

2013 there were 5690 new registered cases of melanoma and the number of deaths

was 1547, being considered a rare cancer but extremely lethal given its methastatic

capability. The main contributing factor for its development is exposure to ultraviolet

radiation, followed by other characteristics such as skin tone, family history, age and

immunological state. Since a good prognosis depends on the stage in which the

melanoma is diagnosed, early detection is the key to any possibility of a cure. This

bibliographical review presents the available therapies for the skin cancer classified as

melanoma, together with new therapeutic studies. Genetic mutations are present in all

types of cancer and melanoma was no exception. BRAF mutations take place in 60%

of melanoma cases, followed by mutations in NRAS, which occur in 30% and mutations

in c-Kit, which are related to the acrolentiginous type of melanoma. Vermurafenib, an

inhibitor of BRAF, was compared to dacarbazina(chemotherapic) and showed a

survival rate of 84% in comparison to the 64% obtained in chemotherapy. Another

study that compared the trametinib (MEK inhibitor) to the dacarbazina showed that

survival free from progression of the disease was 4.8 months in the group that used

the new drug against 1.4 months for those who utilised the chemotherapeutic

treatment. Treatments directed towards the activation or inactivation of genes have

been achieving good results, being even better than the forms of palliation, such as

chemotherapy and radiotherapy. However, the results have not been lasting and the

elevated toxicity and adverse effects make the continuity of treatment more

challenging. Recent clinical trials have combined inhibitors of BRAF and MEK,

managing to block the MAPK way in two points and reducing the toxicity. Multimodal

treatments have also been achieving relevant results. Clinical trials which utilised an

immunotherapeutic (ipilimumab) together with radiotherapy have demonstrated that

the concomitant action of the treatments promoted a better survival rate and complete

response when compared to the group which only utilised the ipilimumab. The use of

combined therapies have shown fast, lasting and low toxicity results, thereby

contibuting to the survival of the patients.

KEY-WORDS: SKIN CANCER; MELANOMA; DIAGNOSIS; GENIC MUTATION;

TREATMENT

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Esquema representativo da constituição da pele.......................................17

Figura 2. Esquema representativo das camadas da epiderme e do processo de

queratinização ...........................................................................................................20

Figura 3. Esquema representativo da melanogênese ..............................................22

Figura 4. Esquema representativos das camadas papilar e reticular .......................23

Figura 5. Fotomicrografia de corte da pele ...............................................................24

Figura 6. Carcinoma de células basais .....................................................................26

Figura 7. Fotomicrografia de carcinoma basocelular nodular ...................................27

Figura 8. Fotomicrografia de carcinoma basocelular superficial...............................27

Figura 9. Lesão nodular hiperqueratótica .................................................................29

Figura 10. Fotomicrografia do carcinoma de células escamosas invasivo ...............29

Figura 11. Melanomas de disseminação superficial .................................................32

Figura 12. Melanoma nodular ...................................................................................33

Figura 13. Lentigo Maligno Melanoma .....................................................................35

Figura 14. Melanoma acral plano e escuro na região plantar ..................................36

Figura 15. Melanoma acral no leito ungueal ............................................................36

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Espessura do tumor.................................................................................42

Tabela 2 – Número de linfonodos .............................................................................42

Tabela 3 – Metástase ................................................................................................42

Tabela 4 – Classificação TNM para o melanoma ......................................................43

Tabela 5 – Margens para excisão cirúrgica ...............................................................45

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12

2. OBJETIVOS ........................................................................................................ 15

2.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................... 15

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 15

3. METODOLOGIA ................................................................................................. 16

4. DESENVOLVIMENTO ........................................................................................ 17

4.1 ORGANIZAÇÃO DA PELE ........................................................................... 17

4.1.1 Epiderme ............................................................................................... 18

4.1.2 Derme .................................................................................................... 22

4.1.3 Hipoderme ............................................................................................. 24

4.2 CÂNCER DE PELE ...................................................................................... 25

4.2.1 Carcinoma basocelular .......................................................................... 25

4.2.2 Carcinoma de células escamosas ......................................................... 28

4.2.3 Melanoma .............................................................................................. 30

4.2.3.1 Classificação dos melanomas ............................................................ 31

4.2.3.2 Fisiopatologia do Melanoma ............................................................... 36

4.3 MEIOS DE PREVENÇÃO DO MELANOMA ................................................ 39

4.4 DIAGNÓSTICO ............................................................................................ 40

4.5 TRATAMENTO DO MELANOMA CUTÂNEO .............................................. 41

4.5.1 Tratamento do melanoma primário (estádios 0, I e II) ........................... 44

4.5.1.1 Cirurgia ............................................................................................... 44

4.5.1.2 Tratamento adjuvante......................................................................... 45

4.5.1.3 Radioterapia ....................................................................................... 46

4.5.2 Tratamento do melanoma metastizado ................................................. 46

4.5.2.1 Cirurgia ................................................................................................. 46

4.5.2.2 Quimioterapia...................................................................................... 46

4.5.2.3 Radioterapia ....................................................................................... 47

4.5.2.4 Crioterapia ............................................................................................ 47

4.5.2.5 Infusão isolada do membro (ILI) / Perfusão hipertérmica isolada do

membro (ILP) ...................................................................................................... 47

4.5.2.6 Inibição de BRAF ............................................................................... 48

4.5.2.7 Inibição do MEK ................................................................................... 49

4.5.2.8 C-KIT .................................................................................................. 50

4.5.2.9 Imunoterapia ...................................................................................... 51

4.5.2.10 Inibidor da Angiogênese ..................................................................... 52

4.5.3 Perspectivas terapêuticas para o melanoma ......................................... 53

4.5.3.1 Combinações atuais de terapias direcionadas ................................... 53

4.5.3.2 Tratamentos multimodais e orientações futuras ................................. 54

5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 56

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 57

12

1. INTRODUÇÃO

O câncer, de uma forma geral, se inicia quando células anormais de uma parte

do organismo começam a crescer descontroladamente. De acordo com a

Organização Mundial da Saúde, em 2012 ocorreu aproximadamente 14 milhões de

novos casos da doença e o número de novos casos deverá aumentar cerca de 70%

nas próximas duas décadas. O câncer é a segunda maior causa de morte no mundo

e foi responsável por 8,8 milhões de morte em 2015 (OMS, 2017).

O câncer de pele é um dos tipos de câncer mais comuns no mundo e no Brasil.

Pode ser dividido em dois grupos: melanoma e não melanoma. A diferença é que o

câncer de pele tipo melanoma tem origem no melanócito, que é um tipo celular

localizado na epiderme, sendo o responsável pela produção da melanina no corpo

humano (ROBBINS, STANLEY L., 2010, p. 315). Já o câncer de pele do tipo não

melanoma, que é o tipo mais comum, é provocado pelo crescimento anormal e

descontrolado das células da pele e, de acordo com a camada que for afetada, são

definidos os diferentes tipos do câncer. Os mais frequentes são carcinomas

basocelular e o espinocelular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA,

2016).

O Instituto Nacional de Câncer (INCA), registrou em 2016 o tipo não melanoma

como o mais frequente no Brasil, correspondendo 30% de todos os tumores malignos

listados no país e com uma estimativa de incidência para o mesmo ano por 100 mil

habitantes de 172 novos casos entre homens e mulheres, totalizando 175.760 novos

casos. Em 2013 foram registradas 1.769 mortes por câncer de pele não melanoma,

representando 1% do total de novos casos. Ainda de acordo com o instituto, o câncer

de pele do tipo melanoma representa apenas 3% das neoplasias malignas do órgão,

porém é a mais grave devido à alta possibilidade de metástase. Foi registrada a

estimativa para 2016 por 100 mil habitantes de 6 novos casos entre homens e

mulheres, totalizando 5.670 novos casos. Essa taxa é muito menor quando

comparada à incidência do câncer de pele não melanoma, mas a mortalidade foi muito

maior. Foram 1547 casos de morte, o que representa 27% do total de novos casos. É

possível observar, mediante tais resultados, que o melanoma é muito mais raro,

porém a taxa de mortalidade é extremamente elevada.

13

O principal fator que contribui para o desenvolvimento do melanoma é exposição

à radiação ultravioleta (UV), assunto esse que vem sendo bastante discutido devido à

preocupação mundial com o aquecimento global. Ao redor da Terra há uma frágil

camada do gás ozônio, a chamada camada de ozônio, que é responsável por proteger

animais, plantas e seres humanos dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol. Essa

camada vem sendo destruída pelas substâncias químicas produzidas pelo homem e

o buraco formado na camada de ozônio tem sido o responsável pelo aumento da

incidência dos raios UV em nosso planeta (WWF, 2017) e com isso é responsável

também pelo aumento de novos casos com o passar dos anos. Além disso, outros

fatores como pele clara, exposição excessiva ao sol, histórico familiar, idade (pessoas

mais velhas estão mais predispostas devido à exposição total duradoura ao sol) e

estado imunológico (TORTORA e DERRICKSON, 2012, p. 112).

A luz UV causa uma ação oncogênica, que resulta em efeitos biológicos sobre

as células, o que nos faz ressaltar a importância do reparo do DNA quando falamos

de carcinogênese. Os cânceres de pele não melanomas estão associados à

exposição cumulativa total à radiação UV, já os melanomas estão associados à

exposição intermitente intensa. Um dos efeitos biológicos que o raio UV causa nas

células é a mutação por dimerização, onde há a indução da formação de dímeros de

pirimidina dentro do DNA. O nosso corpo possui um sistema de reparo para este tipo

de dano, que é a via de reparo de excisão de nucleotídeo. Com a exposição intensa,

esses sistemas de reparo podem ser alterados, e teremos como resultado o

desenvolvimento do câncer de pele. (ROBBINS BASIC PATHOLOGY, 2013, p. 200)

O melanoma surge a partir da pele normal, onde há o aparecimento de uma pinta

escura com bordas irregulares ou a partir de uma lesão pigmentada que sofre algumas

mudanças em suas características (INCA, 2016). Foi criado um “ABCD” para o

reconhecimento do melanoma, onde serão observados Assimetria, Bordas

irregulares, Coloração variável e Diâmetro aumentado. Mudanças no formato e cor

são sinais importantes e que levantam suspeita. Ulceração e sangramento são sinais

posteriores que quando surgem significa que a chance de cura se tornará mais difícil

por conta da evolução da lesão (HABIF, 2012, p. 861).

Trata-se de uma doença incurável na maioria dos casos onde a metástase é

detectada. Por isso há uma grande importância na detecção precoce, pois assim

possibilita a sua cura. A principal forma de diagnóstico da doença é através de biópsia

14

da lesão, onde serão avaliados a assimetria, bordas irregulares, cor variável, diâmetro

e evolução (INCA, 2016).

O tipo de tratamento do melanoma vai depender do estágio da doença e outros

fatores. Mas, basicamente, as opções de tratamento variam em: cirurgia,

imunoterapia, terapia direcionada, quimioterapia e radioterapia. Quando

diagnosticado de forma precoce, o tratamento mais indicado é o cirúrgico, porém os

estágios mais avançados requerem outros tratamentos, em alguns casos até mais de

um tipo é utilizado (AMERICAN CANCER SOCIETY, 2016).

O número elevado na mortalidade pacientes com melanoma motivou a busca

por marcadores de progressão deste tumor a fim de se ter o diagnóstico mais precoce

possível, possibilitando a cura através do tratamento cirúrgico (FERREIRA e ROCHA,

2010, p. 350).

Esta revisão bibliográfica pretende mostrar como as novas formas de tratamento

do melanoma estão evoluindo, visando uma diminuição das complicações decorrentes

da doença e do número de mortes de pessoas diagnosticadas com o melanoma.

15

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Apresentar as terapias para o câncer de pele do tipo melanoma, relacionando

com os novos avanços terapêuticos.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Descrever a pele;

Dissertar sobre o câncer de pele;

Descrever a fisiopatologia do câncer tipo melanoma;

Apresentar os meios de prevenção e as formas de diagnóstico da doença;

Relacionar as terapias juntamente com os novos estudos terapêuticos da doença.

16

3. METODOLOGIA

Este trabalho é uma revisão bibliográfica sobre as novas terapias para o câncer

de pele do tipo melanoma. Para a realização deste trabalho, foram pesquisados

artigos nos sites de banco de dados Scielo, PubMed e em sites de institutos e

organizações como INCA, OMS, SBD e Sociedade Americana de Câncer. Os livros

foram consultados em sites e bibliotecas. Para a busca foram utilizadas as palavras-

chave câncer de pele, melanoma, diagnóstico, mutação genética, tratamento,

melanome, skin cancer, diagnosis, genic mutation e treatment. A faixa temporal dos

artigos utilizados para esta revisão foi de 1969 a 2017.

17

4. DESENVOLVIMENTO

4.1 ORGANIZAÇÃO DA PELE

A pele ou membrana cutânea é o maior órgão do corpo humano em superfície e

peso. Tem como funções regular a temperatura do corpo, armazenar sangue, proteger

o corpo do meio ambiente, detectar sensações cutâneas, sintetizar vitamina D,

excretar e absorver substâncias. É o órgão mais facilmente inspecionado e também é

o mais exposto a infecções, doenças e ferimentos. Sua localização a torna vulnerável

a alguns danos de trauma, luz solar, micróbios ou poluentes no ambiente. É

constituída estruturalmente por duas partes principais: a epiderme, que é a camada

mais fina e superficial, composta por tecido epitelial e a derme, que é a camada mais

grossa e profunda, composta por tecido conjuntivo. Além disso, abaixo da derme,

existe a hipoderme ou tecido celular subcutâneo, que é formada pelos tecidos

conjuntivos adiposo e areolar, porém esta camada não faz parte da pele (Figura 1)

(TORTORA e DERRICKSON, 2012, ps. 100 a 102).

Figura 1. Esquema representativo da constituição da pele. A pele é constituída por uma camada fina

e superficial chamada de epiderme e por uma camada mais grossa e profunda chamada de derme.

Abaixo da pele fica a hipoderme, que une a derme aos tecidos e aos órgãos subjacentes. Fonte:

Adaptado de PQD Adult Treatment Editorial Board, 2017.

18

4.1.1 Epiderme

O epitélio da epiderme é o estratificado pavimentoso. Sua espessura pode variar

de 0.05mm nas pálpebras a 1.5mm palma da mão e planta do pé (HABIF, 2012, p.1).

As células que se apresentam em maior quantidade são os queratinócitos pois eles

produzem uma mistura proteica, a qual chamamos de queratina. A queratina é o que

dá a resistência celular, pois dá a epiderme a capacidade de resistir à abrasão e reduz

a perda de água (SEELEY, R et al., 2014, p. 140). Além disso, a epiderme apresenta

ainda três tipos de célula: os melanócitos, que sintetizam pigmento, as células de

Langerhans, que são responsáveis pela resposta imune da pele, e as células de

Merkel, que são células especializadas associadas às terminações nervosas

responsáveis pela detecção de toque leve e pressão superficial. (JUNQUEIRA e

CARNEIRO, 2013, p.355; SEELEY, R et al., 2014, p.140).

A medida em que se deslocam da camada epidérmica mais profunda em direção

à superfície, os queratinócitos mudam de forma e composição química através de um

processo chamado de queratinização. Embora a queratinização seja uma contínua,

diferentes estágios de transição podem ser reconhecidos à medida que as células se

diferenciam. Com base nos estágios, as muitas camadas de células da epiderme são

divididas em regiões ou estratos. Do mais profundo ao mais superficial, os cinco

estratos são o estrato basal ou germinativo, estrato espinhoso ou malpighiano, estrato

granuloso, estrato lucido e estrato córneo (Figura 2 e 5). O número de camadas

celulares em cada estrato e até mesmo o número de estratos na pele variam,

dependendo da sua localização no corpo (SEELEY, R et al., 2014, p.140).

O estrato basal ou germinativo é a camada mais profunda da epiderme. Possui

uma única camada de células cúbicas ou colunares chamadas de células basais.

Apresenta intensa atividade mitótica, fazendo com que haja a renovação da epiderme.

As células da camada basal possuem filamentos intermediários de queratina, que

ficam mais numerosos à medida que a célula avança para a superfície. Outro tipo

celular encontrado nesta camada são os melanócitos (SAMPAIO e RIVITTI, 2008, p.

7; JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2013, p. 355).

O estrato espinhoso ou malpighiano possui de oito a dez camadas de células

poliédricas que vão se achatando de forma progressiva em direção à superfície. Seu

19

citoplasma possui curtas expansões que contêm feixes de filamentos de queratina.

Essas expansões de mantêm unidas com as das células adjacentes por meio dos

desmossomos, isso faz com que as células pareçam espinhosas – o que justifica o

nome estrato espinhoso. Os filamentos de queratina e os desmossomos conferem a

manutenção da coesão entre as células da epiderme e resistência ao atrito. Também

apresenta células-tronco dos queratinócitos, mas a sua atividade mitótica é bem

menos intensa (SAMPAIO e RIVITTI, 2008, p. 13; JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2013,

p. 355; SEELEY, R et al., 2014, p.141).

O estrato granuloso possui de duas a cinco camadas de células ligeiramente

achatadas, com eixo longo, o que confere uma característica de formato de diamante

e são orientadas paralelamente à superfície da pele. Seu nome deriva da presença

de grânulos proteicos não membranosos com tamanhos irregulares de querato-hialina

(precursor da queratina do estrato córneo), que se acumulam no citoplasma da célula

(JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2013, p. 355; SEELEY et al., 2014, p.141).

O estrado lúcido nada mais é do que uma fina e clara camada que fica acima

do estrato granuloso. É composta por várias camadas de células mortas com limites

indistintos. As fibras de queratina estão presentes, mas as querato-hialina, que estão

evidentes no estrato granuloso, estão dispersas ao redor das fibras de queratina, e as

células se apresentam um pouco transparentes. O estrato lúcido está presente apenas

em algumas partes do corpo (regiões palmo-plantares) e por esse motivo não é

considerado uma camada da epiderme por alguns autores (SEELEY et al., 2014,

p.141).

Por fim, o último e mais superficial, o estrato córneo é formado por células

achatadas, mortas e anucleadas. O seu citoplasma está repleto de queratina. Nesta

etapa de diferenciação, os queratinócitos estão sem vida e sofrem uma constante

descamação (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2013, p. 356).

20

Figura 2. Esquema representativo das camadas da epiderme e do processo de queratinização. As

células do estrato basal se dividem através da mitose, e algumas das células recém-formadas tornam-

se as células dos estratos mias superficiais. No estrato espinhoso, há o acúmulo de fibras de queratina

e corpos lamelares. No estrato granuloso, há o acúmulo de grânulos de querato-hialina, e um envelope

de proteína rígida se forma sob a membrana plasmática; os corpos lamelares liberam lipídios; as células

morrem. No estrato lúcido, as células estão mortas e contêm querato-hialina dispersa. No estrato

córneo, as células mortas possuem um envelope proteico rígido, contendo queratina, e são cercadas

de lipídios. Fonte: Adaptado de Seeley, Anatomy anda Physiology.

Espessura da pele: classificamos a pele como fina ou espessa baseados na

sua estrutura. A pele espessa tem todas as cinco camadas do estrato epitelial, e o

estrato córneo possui muitas camadas celulares. Encontramos a pele espessa em

regiões que sofrem atrito ou pressão, como palma das mãos, plantas dos pés e ponta

dos dedos. Já a pele fina, que cobre o restante do corpo, possui menos camadas de

células em seus estratos; o estrato grânulos é constituído frequentemente por uma ou

duas camadas de células, e o estrato lúcido geralmente está ausente (SEELEY et al.,

2014, p.143).

Coloração: os fatores que determinam a cor da pele incluem a pigmentação,

circulação sanguínea e espessura do estrato córneo. Melanina, caroteno e

hemoglobina são os três pigmentos que dão a variabilidade de cores da pele. A

melanina é um grupo de pigmentos responsáveis, principalmente, pela cloração da

21

pele, pelos e olhos. Podemos encontrar uma grande quantidade de depósito de

melanina em regiões como sardas, genitálias, mamilos mamários e aréolas, axila e

membros. A melanina é produzida pelos melanócitos, que estão presentes

praticamente em igual quantidade nos seres humanos, a diferença entre os tons de

pele se deve à quantidade de pigmento que estes produzem e transferem para os

queratinócitos. Além de dar coloração, a melanina serve como proteção contra os

raios UV. Quando nos expomos a esse tipo de radiação, estimulamos a produção de

melanina. A melanina é depositada no núcleo das células, sua função é impedir que

o material genético seja lesado (TORTORA e DERRICKSON, 2012, p. 103 e 104;

SEELEY et al., 2014, p.143).

Melanogênese: é o processo de sintetização de melanina (Figura 3). Para que

isso ocorra, os melanócitos utilizam uma enzima chamada tirosinase. Por conta da

ação dessa enzima, o aminoácido tirosina é transformado em um primeiro momento

em 3,4-di-hidroxifenilalanina (dopa). A dopa também sofre a ação da tirosinase e

produz dopa-quinoa, que, após várias transformações, converte-se em melanina. Os

polirribossomos sintetizam a tirosinase e a introduz no reticulo endoplasmático

granuloso, onde são acumuladas em vesículas formadas no complexo de Golgi. Estas

vesículas são os chamados melanossomos e é aonde se inicia a síntese da melanina.

Incialmente melanina e tirosina estão juntas no melanossomo. Quando a síntese de

melanina termina e o melanossomo já está repleto dela, ele perde a sua atividade

tirosinática e recebe o nome de grânulo de melanina. Formados os grânulos de

melanina, eles migram pelos prolongamentos dos melanócitos e são inseridos no

citoplasma dos queratinócitos (Figura 3) (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2013, p. 358).

22

Figura 3. Esquema representativo da melanogênese. A tirosinase é sintetizada no retículo

endoplasmático granuloso e daí passa ao complexo de Golgi, onde é acumulada em vesículas. Essas

vesículas, uma vez livres no citoplasma e cheias de tirosinase, são os melanossomos I. É nelas que se

inicia a síntese de melanina, graças à ação da tirosinase sobre a tirosina. As vesículas com tirosinase

e melanina são os melanossomos II e III. A etapa seguinte do processo é o desaparecimento da

tirosinase, constituindo-se os grânulos de melanina. Esses grânulos são transferidos para os

queratinócitos por meio dos prolongamentos dos melanócitos. Fonte: JUNQUEIRA e CARNEIRO,

2013, p. 358

4.1.2 Derme

É um tecido conjuntivo que em que a epiderme se apoia e faz união entre a

pele e o tecido subcutâneo ou hipoderme. É composta por três tipos de tecido

conjuntivo: colágeno, tecido elástico e fibras reticulares. Sua espessura varia entre

0.3mm nas pálpebras e 3,0mm na planta do pé. Possui uma superfície externa

irregular, onde podemos observar saliências, as quais chamaremos de papilas

dérmicas, que acompanham as reentrâncias correspondentes da epiderme. As

23

papilas dérmicas aumentam a área de contato da derme com a epiderme, fazendo

com que a união entre as camadas seja reforçada. São mais presentes em zonas

sujeitas à pressão ou atrito.

A derme pode ser dividida em duas camadas (Figuras 4 e 5):

Camada papilar: é mais superior e delgada, composta por fibras colágenas

delgadas organizadas de forma aleatória; e

Camada reticular: é mais inferior e espessa, se estendendo da base da camada

papilar até a hipoderme, é composta por fibras colágenas espessas organizadas

de forma paralela à superfície da pele. (HABIF, 2012, p. 1; JUNQUEIRA e

CARNEIRO, 2013, pgs. 358 e 359)

Figura 4. Esquema representativo das camadas papilar e reticular da epiderme. Adaptado de Modesto

Junior College.

Ambas as camadas possuem bastante fibras elásticas, o que confere uma

elasticidade à pele. Encontramos na derme as seguintes estruturas: vasos sanguíneos

e linfáticos, nervos, folículos pilosos e glândulas sebácea e sudorípara (JUNQUEIRA

e CARNEIRO, 2013, p. 359).

24

Figura 5. Fotomicrografia de corte da pele. (A) Fotomicrografia com um aumento de 40X da derme

coberta pela epiderme. A derme consiste nas camadas papilar e reticular. A camada papilar tem

projeções, chamadas papilas, que se estendem para a epiderme. (B) Fotomicrografia com um aumento

de 500 X de ampliação superior da epiderme que se apoia na camada papilar da derme. Adaptado de

Seeley, Anatomy and Physiology.

4.1.3 Hipoderme

Logo abaixo da derme, mas não fazendo parte da pele, encontramos a

hipoderme ou tecido subcutâneo, que faz a união da derme com os órgãos

subjacentes, além disso, fornece vasos sanguíneos e nervos. A hipoderme possui

uma camada variável de tecido adiposo dependendo da região onde ela se encontra.

Quando essa camada de tecido adiposo estiver desenvolvida, chamamos de panículo

adiposo. Fibroblastos, adipócitos e macrófagos são os principais tipos celulares

presentes nesta camada. Além de servir como depósito nutritivo de reserva, a

hipoderme fornece o modelamento do corpo, isolamento térmico e proteção mecânica

à pressões e traumas externos (SAMPAIO e RIVITTI, 2008, p. 23; TORTORA e

DERRICKSON, 2012, p. 102; JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2013, p. 359; SEELEY et

al., 2014, p.146).

25

4.2 CÂNCER DE PELE

O câncer de pele é o tipo mais comum de câncer. Resulta principalmente de

danos causados pela radiação ultravioleta e, em alguns casos, podem ser induzidos

por produtos químicos, raio-x, depressão do sistema imunológico, inflamação e até

mesmo herança genética. A radiação ultravioleta age diretamente no núcleo das

células epidermais, danificando o seu material genético (DNA) e gerando mutações

que, se não forem reparadas da maneira correta, passarão para as novas células

através de divisões mitóticas. Se essa mutação ocorrer em oncogenes e genes

supressores de tumor, haverão divisões celulares e aumento no número de células

anormais de forma descontrolada, resultando no câncer de pele (SEELEY et al., 2014,

p.146).

O câncer de pele se apresenta na forma de duas variantes: melanoma e não

melanoma. O tipo mais comum é o não melanoma, sob a forma de carcinoma

basocelular ou carcinoma epidermóide (SBD, 2016).

4.2.1 Carcinoma basocelular

O Carcinoma Basocelular (CBC) é o tipo mais comum de câncer de pele em

pessoas caucasianas, de cabelos louros ou ruivos e de olhos claros

(RAMACHANDRAN et al., 2000; HOBAN et al., 2002; HABIF, 2012, p 802). As regiões

de ocorrência mais comuns são cabeça e pescoço, que são locais mais susceptíveis

à exposição solar. Ocorre principalmente em adultos de idade avançada devido ao

tempo que estes foram expostos à radiação UV de forma intensa, intermitente e pode

ocorrer até mesmo em quem não se expõe muito ao sol. Um outro fator de risco é o

indivíduo já ter o CBC ou até mesmo já ter sido tradado. Aproximadamente 40% dos

pacientes desenvolverão outro CBC em um período de 3 anos após o primeiro

diagnóstico (HABIF, 2012, ps 801-803).

O carcinoma basocelular possui um crescimento lento e raramente sofre

metástase (HOBAN et al., 2002). É conduzido principalmente, por mutações genéticas

herdadas no gene PTCH, que geram a desregulação da via de sinalização intracelular

26

de Hedgehog, levando a uma capacidade proliferativa aprimorada de células basais.

Além disso, as alterações moleculares no gene supressor tumoral P53 também são

comuns (DANAEE et al., 2006; ROBBINS BASIC PATHOLOGY, 2013, p 864). A via

de Hedgehog possui um papel importante na organogênese antes do nascimento e,

posteriormente, na regulação da proliferação e diferenciação das células-tronco dos

queratinócitos e no desenvolvimento dos folículos pilosos e glândulas sebáceas

(BRASH et al., 2008). Essas alterações moleculares na via podem ter origem

germinativa ou podem ocorrer após o nascimento decorrente de um dano do DNA

induzido pela luz UV, ou raramente podem surgir de forma espontânea (HEITZER et

al., 2007; CARUCCI e LEFELL, 2008).

Os CBCs surgem das células-tronco/progenitoras da camada basal da

epiderme e estruturas adjacentes, como o folículo piloso, por exemplo, onde existe

uma região chamada bulge ou protuberância folicular que é rica em células-tronco de

queratinócitos (DONOVAN, 2009; KHALIL et al., 2010). Possui um crescimento por

extensão direta e parece requerer de um estroma ao redor para que tenha suporte no

seu desenvolvimento (HABIF, 2012, p 803).

O carcinoma basocelular se apresenta como pápulas peroladas, que muitas

vezes contém vasos sanguíneos talangiectáticos proeminentes (Figura 7) (ROBBINS,

2013, p. 864).

Figura 6. Carcinoma de células basais. Pápula perolada com superfície lisa associada com

vasos telangiectásicos. Fonte: Robbins e Cotran 9ª ed.

27

Histologicamente, suas células se assemelham com as células basais, o que

originou o seu nome. As células do CBC são basofílicas, possuem o núcleo grande e

se desenvolvem em uma linha ordenada, formando uma “camada”. Os padrões mais

comuns observados são lesões nodulares (Figura 8), onde é possível observar uma

massa redonda de células neoplásicas com um contorno periférico bem definido, e

crescimento multifocal derivado da epiderme (superficial), onde contém pontos

arredondados de células basais atípicas provenientes da camada basal da epiderme

(Figura 9) (HABIF, 2012, p 803; ROBBINS, 2013, p. 864).

Figura 7. Fotomicrografia de carcinoma basocelular nodular. Ninhos de células basais atípicas na

derme. Aumento de 40x. Fonte: Dermatologia Clínica 5ª Ed, HABIF, 2012

Figura 8. Fotomicrografia de carcinoma basocelular superficial. Brotos de células basais atípicas

estendem-se da camada basal da epiderme. Aumento de 40x. Fonte: Dermatologia Clínica 5ª Ed,

HABIF, 2012

28

4.2.2 Carcinoma de células escamosas

Diferente do CBC, o carcinoma de células escamosas (CEC) está associado a

um risco substancial de metástase (EPSTEIN et al., 2008). A causa exógena mais

comum é a exposição à luz UV de forma frequente, moderada e crônica. A radiação é

um importante indutor ao CEC. Os principais fatores de risco incluem a exposição

solar durante a infância, queimaduras solares, radiação ionizante, pele e olhos claros,

cabelos louros ou ruivos e pacientes imunocomprometidos (HABIF, 2012, p 824).

Além destes, outros fatores como carcinógenos industriais (alcatrão e óleos), úlceras

crônicas, cicatrizes de queimaduras antigas e ingestão de arsênico também

predispõem a doença. Os locais de surgimento mais comuns são couro cabeludo,

dorso das mãos e região superior da orelha externa (HABIF, 2012, p 825; ROBBINS,

2013, p 863).

Sua patogênese está associada a múltiplas alterações genéticas locais, que

podem provocar uma desregulação do ciclo celular, apoptose, reparo do DNA,

diferenciação celular, ação da telomerase com a perda da senescência celular e na

expressão da enzima ciclo-oxigenase 2 (COX-2) (HOBAN et al., 2002). Alterações

moleculares nos pontos de checagem do ciclo celular podem impedir a parada do ciclo

celular, que é necessária para permitir o reparo do material genético, ou impedir a

apoptose em resposta ao dano celular que não pode ser reparado e com isso teremos

uma propagação de células com o material genético alterado em decorrência da

divisão celular das células anormais (WOOD et al., 2011; FELLER et al., 2013).

A probabilidade de metástases está relacionada com a espessura da lesão e o

grau de invasão subcutâneo. Possui a característica morfológica de aparecer como

placas eritematosas, escamosas e bem definidas. Em fases mais avançadas, as

lesões invasivas são nodulares, exibindo escamas variáveis e podem ulcerar (Figura

10). Microscopicamente apresenta uma atipia celular intensa em todas as camadas

da epiderme, com aglomeração e desorganização celular (Figura 11) (ROBBINS,

2013, p. 863).

29

Figura 9. Lesão nodular hiperqueratótica. Localizada na orelha e associada com metástase de um

proeminente linfonodo pós-auricular. Fonte: Robbins e Cotran 9ª ed.

Figura 10. Fotomicrografia do carcinoma de células escamosas invasivo. O tumor invade a derme

infiltrando o colágeno, como projeções irregulares de células escamosas atípicas (aumento de 40 x).

Fonte: Robbins e Cotran 9ª ed.

30

4.2.3 Melanoma

Melanoma é uma doença maligna das células produtoras de pigmento, os

melanócitos. Sua principal localização é na pele, mas também pode ser encontrado

nos olhos, orelhas, trato gastro-intestinal, meninges e nas muscosas oral e genital

(OSSIO et al., 2017).

A origem das células do melanoma é desconhecida, estudos propuseram que

as células precursoras do melanoma podem surgir de melanócitos desdiferenciados,

ou seja, aqueles que já são diferenciados porém regridem para o estágio

indiferenciado, ou de progenitores de melanócitos presentes na região bulge do

folículo piloso, ou de precursores das células de Schwann originados na crista neural

(BRASH et al., 2008 e TLHOLOE et al., 2015). De fato, os eventos em que os

melanócitos normais se transformam em células alteradas envolvem múltiplas

alterações genéticas que alteram a proliferação, diferenciação e morte celular, além

dos efeitos carcinogênicos sofridos pelas células devido a ação dos raios UV sobre

elas (DEMIERRE e NATHANSON, 2003).

O melanoma pode surgir após a exposição à luz UV de forma intermitente,

infrequente e intensa, porém já foi revelado que 30% dos casos evoluem de locais

com pigmentação melanocítica pré-existente, sendo expostos ou não aos raios UV

(TLHOLOE et al., 2015).

Quando comparado aos demais tipos de câncer de pele, o melanoma possui

uma baixa incidência, porém a taxa de mortalidade é muito maior devido à alta

possibilidade de metástase (INCA, 2016).

Dentro das proliferações melanocíticas, podemos citar o nevo melanocítico,

nevo displásico e o melanoma. Nevo melanocítico é qualquer neoplasia benigna que

pode ser congênita ou adquirida. Geralmente só apresentam preocupações

meramente estéticas, mas podem causar irritação ou até mesmo mimetizar um

melanoma, sendo removidos nesses casos. Os nevos displásicos podem ser

esporádicos ou hereditários, estes possuem uma importância clínica, pois são

marcadores de risco para o melanoma (SAMPAIO e RIVITTI, 2008, p 1229 – 1231).

31

Por surgir dos melanócitos, muitos melanomas possuem uma coloração escura

ou amarronzada, mas ocasionalmente eles podem parar de produzir melanina e

apresentar tons diferentes como vermelho, azul-escuro e cinza (SEELEY et al., 2014,

p.147). Essas células malignas, pigmentadas e com bordas irregulares crescem e

espalham-se com pouca repressão através da epiderme e derme. Esse crescimento

irrestrito gera uma lesão de aparência aleatória e desorganizada, que pode variar na

sua forma, coloração e características superficiais (ROBBINS, 2013, ps 867 e 868).

Microscopicamente, essas células crescem como ninhos malformados ou até

mesmo de forma individual em todas as camadas da epiderme ou nos nódulos

dérmicos expansivos, os quais constituem as fases de crescimento radial e vertical. A

natureza e a extensão do crescimento vertical é quem vão determinar o

comportamento biológico do melanoma. (ROBBINS BASIC PATHOLOGY, 2013, pgs.

865 - 868).

4.2.3.1 Classificação dos melanomas

O melanoma pode ser classificado em 4 subtipos principais: melanoma de

disseminação superficial (MDS), melanoma nodular (MN), melanoma lentigo maligno

e melanoma acrolentiginoso. Os três primeiros foram descritos por Clark e col. em

1969 e, anos mais tarde, o último tipo foi descrito por Reed e col. (1976). Clark e

colaboradores aprimoraram o sistema micro estadiamento, utilizando como critério os

níveis de invasão da pele. De acordo com Breslow (1970), o estudo da espessura do

tumor primário é fator prognóstico da doença.

O melanoma de disseminação superficial é mais comum, correspondendo a

60% de todos os casos de melanoma cutâneo (DUCAN, 2009; LIMA et al., 2015).

Ocorre geralmente em lugares que estão expostos à luz UV de forma intensa e

esporádica, como o tronco e as extremidades (LIMA et al., 2015). Pode se desenvolver

em qualquer parte do corpo, porém é mais frequente na parte superior do dorso em

homens e nas pernas em mulheres. A população atingida são os indivíduos na meia-

idade, entre 40 e 50 anos (HABIF, 2012 p 863).

32

O MDS surge de maneira inespecífica e logo muda o seu formato por

disseminação e regressão radial. Geralmente apresenta-se como uma mancha de

forma irregular com um tamanho maior do que 6 mm. Sua principal característica é a

variedade de cores (Figura 12), podendo se apresentar nas tonalidades castanho

claro, marrom escuro, preto, rosa, azul e cinza, o que é ameaçador quando a lesão é

mais espessa, podendo ser acompanhada de ulceração e sangramento (FERRARI

JUNIOR et al., 2008; BALCH et al., 2009; HABIF, 2012 p 863; PLYM et al., 2014).

A migração aleatória de células, juntamente com o processo de regressão,

resulta em lesões que variam na sua forma e tamanho. As características

dermatoscópicas comuns são a presença de uma estrutura cinza-azulada, com

bordas irregulares, múltiplas cores e um padrão reticular atípico. A fase de

crescimento radial precursora pode durar meses ou até mais de 10 anos. Os nódulos

surgem quando a lesão atinge cerca de 2,5 cm de diâmetro (HABIF, 2012, p. 863;

CIUDAD-BLANCO et al., 2014; KAMINSKA et al., 2014).

Figura 11. Melanomas de Disseminação Superficial. Fonte: Adaptado de HABIF, 2012

33

O melanoma nodular é mais frequente em indivíduos com idade entre 50 e 60

anos. Sua lesão acomete mais os homens do que as mulheres e pode ser encontrada

em qualquer parte do corpo. O MN possui uma cor relativamente uniforme marrom,

preto ou preto-azulado. Pode se apresentar como um nódulo cutâneo de superfície

lisa, uma placa elevada com bordas irregulares, ou como um tumor exofítico polipóide

frequentemente ulcerado e/ou com sangramento (Figura 13). Em alguns casos, é

possível encontrar um MN amelanótico, que se assemelha a nevos dérmicos ou CBC

cor da pele. O tumor é composto por pequenos ninhos e agregados de células que

em conjunto formam o nódulo. É o tipo de melanoma que possui uma maior dificuldade

no seu diagnóstico, pelo fato de se assemelhar a diversas patologias como bolhas de

sangue, nevos dérmicos, ceratose seborreica ou dermatofibroma. (DUCAN, 2009 e

HABIF, 2012, p. 866).

Figura 12. Melanoma Nodular. Fonte: Adaptado de HABIF, 2012.

34

Seu aspecto morfológico peculiar levou à hipótese de que ele poderia se

originar na derme e, como consequência, a proliferação inicial está escondida,

podendo haver um envolvimento epidérmico mínimo (LONGO e PELLACANI, 2016).

O lentigo maligno melanoma (LLM), ocorre na pele cronicamente queimada

pelo sol, principalmente nas regiões da cabeça e pescoço. Manifesta-se geralmente

em indivíduos com idades entre 60 e 70 anos (GAUDI et al. 2009 e HABIF, 2012, p.

868). Possui um diagnóstico desafiador, até mesmo para os médicos mais

experientes, pois suas características ficam sobrepostas juntamente com lesões

pigmentadas, como ceratose seborreica, ceratose actínica pigmentada e mancha

hepática (GUITERA et al., 2010).

A fase de crescimento radial, denominada lentigo maligno (LM) ou sarda de

Hutchinson, pode durar anos e até mesmo nunca progredir para a fase de crescimento

vertical. O risco de um lentigo maligno evoluir para um lentigo maligno melanoma varia

de acordo com a idade do indivíduo (HABIF, 2012, p. 868)

Suas lesões possuem uma forma muita mais variável quando comparado com

o MDS, tendo em vista que os anos de migração e regressão das mesmas fazem com

que o padrão da lesão seja complexo. Exibe uma coloração variada que inclui marrom

claro, marrom e preto, podendo ter manchas em tons de preto ou marrom em um

fundo marrom claro. Quando comparado com o MDS, o LLM possui menos tons de

rosa em suas lesões. Embora o tumor seja em sua maior parte plano, ele possui

bordas irregulares, podendo o foco da lesão ser observado como um pápula

ligeiramente aumentada sendo melhor detectada através de uma iluminação lateral

(WOLFF at al., 2005). Pode ulcerar ou até mesmo sofrer mudanças como as que

ocorrem com outras lesões que entram no estágio tumoral. Seu prognóstico vai

depender da espessura do tumor (HABIF, 2012, p. 868).

35

Figura 13. Lentigo Maligno Melanoma. Fonte: Adaptado de HABIF, 2012

O melanoma acrolentigioso (MA) foi descrito por Reed pela primeira vez em

1976 como lesões pigmentadas nas extremidades, particularmente nas regiões

plantar, palmar e de baixo das unhas (CURTIN et al., 2005) sendo caracterizadas por

um padrão de uma fase crescimento lentiginoso (radial) e com uma evolução ao longo

de meses/anos para um estágio invasivo dérmico (REED, 1976). Sua principal

característica é que os sítios de desenvolvimento da doença são locais que não são

expostos à luz solar, sendo assim, a radiação UV parece não desempenhar um papel

importante para a ocorrência do MA (TERAMOTO et al., 2017).

Diferente dos demais melanomas, sua prevalência em países de raça

predominantemente branca é baixa. Em contrapartida, 72% dos casos de MA ocorrem

em países tropicais e asiáticos. Acomete os idosos, com média de idade em torno dos

60 anos. O local mais comum é a planta do pé (Figura 18) (MAIA et al., 2003).

Associadas à invasão profunda, podem estar pequenas áreas de elevações. O

surgimento de uma faixa pigmentada na prega ungueal proximal é característico de

MA (Figura 19 A) (HABIF, 2012 p 870).

36

Figura 14. Grande lesão de melanoma acral plana e escura na região plantar. Fonte: HABIF, 2012

Figura 15. Melanoma acral no leito ungueal. A. O surgimento de uma faixa pigmentada na prega

ungueal proximal é sugestivo de melanoma acral; B. Disseminação da pigmentação de um melanoma

para as pregas ungueais proximais e laterais, chamado de sinal de Hutchinson; C. Melanoma

envolvendo todo o leito ungueal. Fonte: Adaptado de HABIF, 2012.

4.2.3.2 Fisiopatologia do Melanoma

Diferente do que acontece com o carcinoma de células escamosas (CCE), onde

as mutações nos queratinócitos são induzidas pela exposição à luz UV, as alterações

que ocorrem para o desenvolvimento do melanoma possuem uma baixa relação com

tal exposição (JHAPPAN et al., 2003).

37

O desenvolvimento tumoral do melanoma é marcado pelos crescimentos radial

e vertical. O crescimento radial é a tendência inicial do melanoma crescer de forma

horizontal dentro da epiderme. Nessa fase, as células do melanoma não fazem

metástase e nem angiogênese. Passado um tempo, ocorre a fase vertical de

crescimento, onde o tumor passa acrescer para as camadas mais profundas da derme

como massa expansiva com perda da maturação celular. A fase vertical é comumente

marcada pelo desenvolvimento de um nódulo em lesão previamente plana, e pelo

surgimento de um clone de células com potencial metastático. Como dito

anteriormente, há casos em que o melanoma pode ser hereditário. Assim como ocorre

com outros tumores, a transformação maligna dos melanócitos decorre de uma série

de mutações ativadoras de proto-ocogenes e inativadoras de genes supressores de

tumor (ROBBINS, 2013, p 867).

O fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) é uma família de

glicoproteínas (VEGF-A, VEGF-B, VEGF-C, VEGF-D e fator de crescimento

placentário), que se liga a três receptores de tirosina-quinase estruturalmente

semelhantes (VEGFR-1, VEGFR-2 e VEGFR-3) para estimular a proliferação de

vasos sanguíneos e angiogênese. VEGFR-1 (também conhecido como Flt-1) e

VEGFR-2 (Flk-1/KDR) são expressos quase que exclusivamente em células

endoteliais, enquanto que o VEGR-3 está envolvido principalmente com a

linfangiogênese (CORRIE et al., 2010). Estudos in vitro levaram à hipótese de que a

superexpressão de VEGF no melanoma pode induzir mudanças na arquitetura

vascular do tumor. Além disso, o VEGF serve como um fator de sobrevivência para

as células do melanoma através da regulação positiva da sinalização Flk1/KDR, ERK-

1/2 e PI3K. O aumento nos níveis de VEGF também foram correlacionados com os

piores resultados, principalmente em melanomas de crescimento vertical e metástase

nodal (GOYDOS e GORSKI, 2003; GRAELLS et al., 2004).

O projeto Atlas Genômico do Câncer (em inglês TCGA) identificou em 2015

quatro subtipos geneticamente definidos do melanoma cutâneo: BRAF, RAS, NF1 e

TRIPLO-WT. Mutações nos genes BRAF, RAS e NF1 contribuem para a desregulação

da via de atividade mitogênica da proteína quinase (MAPK/EPK), gerando um

crescimento celular descontrolado. Outras vias moleculares frequentemente alteradas

nos melanomas foram identificadas pelo TCGA, como PI3K/AKT/mTOR (i.e., perda

de função da PTEN), reguladores do ciclo celular (i.e., CdDKN2a, CDK4, CCND1),

38

P53 (i.e., Tp53, MDM2), e vias de regulação epigenética (i.e., ARID2a) (THE CANCER

GENOME ATLAS, 2015).

A ativação de mutações em BRAF ocorrem em cerca de 50 a 60% dos

melanomas (substituição da valina por ácido glutâmico na posição 600 do gene –

V600E); mutações em NRAS ocorrem em cerca de 20 a 30%, mutações e/ou

amplificações em KIT estão relacionadas mais com os melanomas mucoso (39%) e

acral (36%) (DAVIES et al., 2002; SIROY et al., 2015).

PTEN é um regulador negativo da PI3K na via PI3K/AKT/mTOR. A perda total

de PTEN aumenta a sinalização através da via de sinalização de PI3K-AKT, que é

comumente avaliada pela mensuração dos níveis de fosforilação de AKT (ativada). A

perda de função da PTEN é um evento frequente no melanoma, particularmente nos

tumores com mutações em BRAF (ROBBINS, 2013, p 867; SHI et al., 2014).

As células do melanoma apresentam mutações proto-oncogênicas em NRAS

ou BRAF, que, por conta dessa alteração, promove a proliferação e sobrevivência

celular. Com exceção dos melanomas acral e mucoso (pois a mutação em BRAF está

comumente relacionada com a exposição ao raio UV de forma intermitente), as

mutações em BRAF são um marcador precoce da tumogênese, podendo ser

encontrada em 60% dos melanomas. Ao contrário dos demais, os melanomas acral e

mucoso possuem mutação de ganho de função no receptor de tirosina quinase (cKIT)

(MADDODI e SETALURI,2008; ABDEL-MALEK et al., 2009; ROBBINS, 2013 p 867).

Além disso, mutações que inativam o gene supressor tumoral CDKN2A, responsável

por codificar a proteína p16INK4a (p16), importante na regulação do ciclo celular,

apresentam uma relação com o desenvolvimento do melanoma (JHAPPAN et al.,

2003; PAEK et al., 2008; ROBBINS, 2013 p 867). O dano oxidativo induzido pela ação

do raio UV de forma indireta geram as mutações nos genes BRAF e CDKN2A (SONG

et al. 2009).

Em torno de 10 a 30% dos casos, o melanoma cutâneo surge da pré-existência

de hiperpigmentações melanocíticas como lentigo, sardas ou nevos pigmentados.

Apesar de ter uma causa e efeito estabelecidos, a relação entre o desenvolvimento

do melanoma e exposição aos raios UV, genes com “assinaturas de mutações”

induzidas pelos raios UV, não são comuns no melanoma. Isso evidencia que a

etiopatogenia é bastante complexa, pois o raio UV desempenha um papel importante,

39

mas sozinho não causa necessariamente o surgimento do melanoma. Um exemplo

disso é o melanoma que afeta pessoas da raça negra, o melanoma acral, que surge

principalmente em locais do corpo que não são expostos ao sol, como as regiões

plantar e palmar (JHAPPAN et al., 2003).

4.3 MEIOS DE PREVENÇÃO DO MELANOMA

Os raios UV podem causar danos do DNA através da indução da formação de

dímeros de pirimidina. Nosso corpo possui um sistema de reparo chamado fotoliase,

que nada mais é do que uma classe de flavoproteínas que restauram o material

genético danificado ao se ligar e quebrar os dímeros de pirimidina formados pela ação

da excessiva exposição aos raios UV (ZHANG et al., 2017).

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, a forma de prevenção do

melanoma é evitar a exposição solar entre 10h e 16h, horários em que os raios UV

são mais intensos. Um ensaio clínico randomizado realizado na Austrália que avaliou

a utilização de protetor solar em 1621 pessoas, com idades entre 25-75 anos,

demonstrou que houve uma diminuição em 50% da incidência do melanoma,

principalmente os mais invasivos após 10 anos de acompanhamento (LAZOVICH et

al., 2012).

Como abordado anteriormente, o raio UV sozinho não é o causador do

surgimento da doença, muitas vezes pode estar associado a um fator genético. Existe

uma tendência atual que é a de avaliar “interações genético-ambientais”. É sabido que

medir a exposição ambiental é extremamente difícil, porém é um problema que pode

ser resolvido no futuro. A melhor maneira de se prevenir o melanoma, é utilizar o

princípio da precaução, ou seja, evitar a extrema exposição aos raios UV. Como uma

forma de prevenção secundária, podemos citar o exame da pele, verificação de

surgimento de manchas ou até mesmo o crescimento das manchas pré-existentes

(BERWICK et al. 2016). Além disso, consultar um dermatologista, aumentar o número

de campanhas para a informação da população e um melhor treinamento para os

médicos que atuam como clínico gerais, permite uma detecção precoce e um melhor

prognóstico (DUBERC et al., 2010).

40

4.4 DIAGNÓSTICO

O melanoma é detectado pelo paciente em 50% dos casos e àquele que faz

um retorno ao consultório médico devido a uma lesão pigmentada necessita de uma

atenção maior (ANDERSEN e SILVERS, 1991; BRADY et al., 2000). Os sinais

relatados como alterações na coloração, tamanho e formato, com presença de

irritação ou coceira, são os mais comuns e em sua maioria os primeiros sintomas

(BRADY et al., 2000; SCHWARTZ et al. 2002; MCPHERSON et al. 2006). Na

presença de melanoníquia longitudinal (Figura 19), a possibilidade de ser um

melanoma deve ser avaliada (MARSDEN et al. 2010).

O diagnóstico é obtido através de exames físicos e biópsia. A maioria dos

melanomas se desenvolve no tronco em homens e nas pernas em mulheres

(AMERICAN CANCER SOCIETY, 2016). A utilização de algoritmos de

reconhecimento é recomendada, incluindo a utilização do ABCDE do Melanoma que

são Assimetria, Borda, Cor, Diâmetro e Evolução, método de Menzies, análise do

padrão e regra dos 7 pontos de Argenziano (BERROCAL et al. 2014). A regra dos 7

pontos é uma das mais importantes para que o melanoma possa ser diagnosticado,

esta regra requer a identificação de 7 critérios dermatoscópicos: Rede pigmentar

atípica, véu cinza azulado, padrão vascular atípico, estrias irregulares, pigmentação

irregular, pontos/glóbulos irregulares, e estruturas de regressão. O resultado é obtido

através de escores individuais, onde o escore igual a 3 permite o diagnóstico do

melanoma com sensibilidade de 95% e especificidade de 75% (SOARES et al., 2012,

ps 853 e 854). Em alguns casos de melanoma, particularmente aqueles que estão no

estágio inicial, nem sempre é possível a observação dos algoritmos de

reconhecimento, enquanto que algumas lesões benignas podem possuir algumas das

características (ABBASI et al. 2004).

A microscopia de epiluminescência aumenta a sensibilidade, especificidade e

a precisão do diagnóstico, e diminui a realização de biópsias desnecessárias, porém

exige um profissional qualificado (KITTLER et al. 2002; DOLIANITIS et al.2005). A

palpação de linfonodos regionais também deve ser feita como exame físico em

pacientes com suspeita de melanoma (SOBER et al. 2001).

41

A biópsia excisional, que é a remoção completa da lesão, com uma margem

macroscópica de 1-3 mm, é a técnica recomendada pelos especialistas. Para

pequenas lesões suspeitas (ou seja, 8 mm), pode ser indicada a biópsia com punch

maior para a remoção total da lesão. As amostras obtidas com esse tipo de biópsia

podem determinar com precisão a profundidade de Breslow e ajudar o médico sobre

a decisão de fazer uma cirurgia como tratamento definitivo (BERROCAL et al. 2014).

Melanomas localizados na face ou nas áreas que não são expostas ao sol

(melanoma acral) podem justificar a utilização de técnicas de biópsias alternativas.

Uma biópsia incisional é realizada quando a suspeita para o melanoma for remota ou

a lesão for muito extensa. Neste tipo de biópsia, procura-se retirar uma amostra da

área que possui um aspecto clínico de maior profundidade (TOVO et al., 2005; COIT

et al., 2009). Biópsia por raspagem e punção aspirativa por agulha fina (PAAF) não

são rotineiramente recomendadas, embora poderiam haver indicações para o uso

destes procedimentos em casos isolados, como mãos com uma pele muito espessa

(SOBER et al., 2001; TRAN et al., 2008; MARSDEN et al., 2010; BERROCAL et al.,

2014).

4.5 TRATAMENTO DO MELANOMA CUTÂNEO

A American Joint Commission on Cancer criou um sistema de estadiamento

onde é possível saber em que estágio o melanoma se encontra e com isso auxilia o

médico a decidir qual o melhor tipo de tratamento a ser usado no paciente. O sistema

utilizado é o TNM (Tabela 4), onde são avaliados o tumor primário (T), os linfonodos

regionais ao redor do tumor (N) e se houve metástase para outros locais do corpo (M)

(AMERICAN JOINT COMISSION ON CANCER, 2010).

A categoria T (Tabela 1) é onde serão avaliados a espessura do tumor,

utilizando o índice de Breslow, o índice mitótico, ou seja, o número de células que

estão em processo de mitose, e ulceração (AJCC, 2010).

42

Tabela 1 - Espessura do tumor

Definições (AJCC, 2010)

TX Tumor primário que não pode ser avaliado (exemplo: melanoma curetado ou

severamente regredido).

T0 Nenhuma evidência de tumor primário

Tis Melanoma in situ

T1 Melanoma com 1mm ou menos de espessura

T2 Melanoma com 1.01 – 2.0 mm

T3 Melanoma com 2.01 – 4.0 mm

T3 Melanoma com mais de 4.0 mm

O aspecto mais importante é o número dos linfonodos (Tabela 2), seguido pela

carga turmoral dentro do mesmo (HABIF, 2012, p 875).

Tabela 2 - Número de linfonodos

Definições(AJCC, 2010)

NX Pacientes em que os nodos regionais não podem ser avaliados (exemplo:

removido previamente por outra razão)

N0 Nenhuma metástase regional detectada

N1 – N3 Metástases regionais baseadas no número de nodos metastáticos e

presença ou ausência de intralinfático

Por fim, será avaliado se o tumor avançou para outras regiões do corpo (Tabela

3) (HABIF, 2012, p 875).

Tabela 3 - Metástase

Definições (AJCC, 2010)

M0 Nenhuma detecção de metástase em outro locais

M1a Metástase na pele, região subcutânea ou em nodos linfáticos distantes

M1b Metástase no pulmão

M1c Metástase para todas as ouras regiões viscerais ou qualquer metástase

distante acompanhada com elevação do LDH

43

Tabela 4 – Classificação TNM para o melanoma (AJCC, 2010)

Classificação T Espessura (mm) Status de ulceração

T1 ≤ 1.0

a: Sem ulceração e mitose <1/mm2;

b: com ulceração ou mitose ≥ 1/mm2.

T2 1.01 – 2.0 a: sem ulceração

b: com ulceração

T3 2.01 – 4.0 a: sem ulceração

b: com ulceração

T4 >4.0 a: sem ulceração

b: com ulceração

Classificação N Nº de nódulos metastáticos Massa nodal metastática

N1 1 nodo a: micrometástase

b: macrometástase

N2 2 – 3 nodos a: micrometástase

b: macrometástase

c: metástase(s) em trânsito/satélite(s)

sem nodos metastáticos

N3 4 ou mais nodos metastáticos,

ou nodos emaranhados, ou

metástase(s)/satélite(s) com

nodo(s) metastático(s)

Classificação M Local da metástase Nível sérico de lactato

desidrogenase (LDH)

M1a Metástases na pele,

subcutânea ou nodais

distantes

Normal

M1b Metástases pulmonares Normal

M1c Todas as outras metástases

viscerais

Normal

Qualquer metástase distante Elevado

Após avaliação dos dados obtidos com o sistema TNM, o paciente será

enquadrado no Estadiamento Clínico (EC). Existem 4 estádios, separados de acordo

com as suas características:

EC 0 – não foi identificado tumor primário

44

EC I e EC II – o melanoma localizado apenas com primário;

EC III – metástases regionais; e

EC IV – metástases distantes (GOMES et al., 2017).

Os estádios I, II e III possuem as seguintes subdivisões: Ia, Ib, IIa, IIb, IIc, IIIa,

IIIb e IIIc. Quanto maior a letra dentro de cada subgrupo, mais avançado é o

melanoma. O estádio IV não é subdividido. No estádio III, ocorre o acometimento dos

gânglios linfáticos e isso independe da espessura ou ulceração da lesão. Por isso, o

prognóstico pode ser favorável ou pode haver o desenvolvimento da forma grave da

doença. No estádio IV, o melanoma pode se espalhar para diversas partes do corpo

como cérebro, pulmão, fígado, trato gastro-intestinal. Além disso, pode ocorrer a

metástase cutânea, onde o melanoma se espalha para locais na pele distantes da

lesão inicial (NATIONAL CANCER INSTITUTE, 2016).

O sistema de estadiamento envolve índice de Breslow (espessura), nível de

Clark (nível de invasão) e ulceração. É importante ressaltar que existem o

estadiamento clínico (EC) e o estadiamento patológico (EP), a diferença entre eles é

se os linfonodos regionais são estadiados por exame clínico e/ou radiológico ou

exame paotológico realizado após linfadenectomia regional completa (HABIF, 2012, o

875; GOMES et al., 2017).

4.5.1 Tratamento do melanoma primário (estádios 0, I e II)

4.5.1.1 Cirurgia

O único tipo de tratamento considerado curativo para o melanoma é a cirurgia e por

isso é realizada como forma de tratamento primário, ou até mesmo será o único

tratamento para o paciente (FARIES e ARYAN, 2011). Embora nos dias de hoje não

haja uma evidência clara de que o aumento das margens de excisão melhore a

sobrevivência, do século 19 até a década de 70, era realizada uma grande excisão

local com margens laterais de 5cm de pele saudável para aumentar as taxas de

sobrevivência (TIMMONS, 1992; GILGREN et al., 2011).

45

Atualmente existe um estabelecimento de normas cirúrgicas que permitem um

melhor controle durável da doença loco-regional e ao mesmo tempo minimiza a

morbilidade em decorrência do tratamento. Foram estabelecidas margens laterais da

excisão cirúrgica do melanoma primário levando em consideração a espessura do

tumor primário (ROSS e GERSHENWALD, 2011; SOUTOR e HORDINSY, 2015):

Tabela 5 – Margens para excisão cirúrgica

Profundidade de Breslow Indicação para biópsia

de linfonodo sentinela

Margem cirúrgica

(cm)

Melanoma in situ Não 0.5 – 1

Inferior a 0.76mm Não 1

0.76 – 1mm Caso haja fatores de mau

prognóstico

1

1 – 2mm Sim 1 – 2

>2mm Sim 2

O sucesso da cirurgia dependerá da fase em que o melanoma foi diagnosticado

e se a excisão foi realizada com a margem de segurança adequada para a sua

espessura (SAMPAIO e RIVITTI, 2008, p 1244).

Alguns médicos podem indicar uma biópsia de linfonodos sentinela,

principalmente se o melanoma é do estádio Ib ou se ele tem outras características que

tornam sua disseminação para os gânglios linfáticos mais provável (ACS, 2016).

4.5.1.2 Tratamento adjuvante

Nos pacientes que estão nos estádios 0 a IIa não há a necessidade de a

realização de uma terapia adjuvante, tendo em vista que taxa de cura é muito elevada.

Para os estádios IIb e IIc, que possuem um risco maior de recorrência, pode ser

considerada a utilização de doses baixas, médias e altas de IFN-α como terapia,

porém não mostrou um resultado promissor e apresentou um efeito negativo na

qualidade de vida dos pacientes (SAMPAIO e RIVITTI, 2008 p 1244; DUMMER et al.,

2010).

46

4.5.1.3 Radioterapia

A radioterapia raramente é utilizada nos tumores primários, podendo ser

indicada nos casos em que as lesões não possam ser removidas cirurgicamente ou

quando as margens cirúrgicas sejam limitadas em decorrência de impossibilidade de

uma maior remoção (SAMPAIO e RIVITTI, 2008, p 1245).

4.5.2 Tratamento do melanoma metastizado

4.5.2.1 Cirurgia

Não existe uma terapia padrão ouro para as metástases dérmicas, mas a

cirurgia é uma opção pois os pacientes são “curados” rapidamente, com uma

morbidade associada relativamente inferior. Além da ação paliativa da doença local,

a excisão sistêmica, principalmente em melanoma metastizado solitário no pulmão,

pode aumentar a sobrevida do paciente (WEIDE et al., 2013).

Como somente a cirurgia pode não identificar metástases microscópicas, os

ensaios clínicos estão testando estratégias de combinação, como a ressecção

cirúrgica associada a terapias sistêmicas direcionadas. Um exemplo seria a

imunoterapia direcionada com a utilização de vacinas (MORTON et al., 2007).

4.5.2.2 Quimioterapia

A quimioterapia pode ser utilizada com forma de tratamento para o melanoma

avançado, mas não é utilizada como o primeiro tratamento, já que existem formas de

imunoterapia e drogas direcionadas. Geralmente não é eficaz para o melanoma, mas

pode aliviar os sintomas ou prolongar a sobrevivência em alguns pacientes. Várias

drogas podem ser utilizadas para o tratamento do melanoma, dentre elas:

Dacarbazina, Temozolomide, Nab-paclitaxel, Paclitaxel, Cisplatin, Carboplatin e

47

Vinblastine. A dacarbazina é a mais utilizada na quimioterapia e é considerada o

agente mais ativo no tratamento do melanoma metastático (ALGAZI et al., 2010; ACS,

2016).

4.5.2.3 Radioterapia

É utilizada mais como uma terapia adjuvante ou paleolítica, principalmente em

pacientes com metástase cerebral. É uma opção em casos de lesões inoperáveis e a

ILP/ILI não são disponíveis ou são ineficazes (DELANEY et al., 2004; ALGAZI et al.,

2010). Estudos sugerem que a radioterapia administrada localmente pode melhorar a

imunidade antitumoral e o controle regional após dissecção dos gânglios linfáticos

para a doença metastática nodal de alto risco, porém os autores não chegaram em

um consenso sobre quais doses de radiação são ideais (POSTOW et al., 2012;

OXEMBERG e KANE, 2014).

4.5.2.4 Crioterapia

A crioterapia com a utilização de nitrogênio líquido era utilizada anteriormente

como tratamento não invasivo para melanoma cutâneo metastático limitado (JOHN e

MAHAFFEY, 2014). Esta terapia resulta na liberação de um antígeno tumoral através

de um trauma local na área e com isso possui um potencial de provocar uma resposta

imune sistêmica anti-melanoma (BOUCHLAKA et al., 2012).

4.5.2.5 Infusão isolada do membro (ILI) / Perfusão hipertérmica isolada do membro

(ILP)

48

Tradicionalmente, o melanoma metastático local recorrente do membro foi tratado

com cirurgia, quimioterapia e, por fim, amputação à medida que o câncer progride. A

terapia da perfusão hipertérmica isolada do membro (ILP) surgiu como uma terapia

efetiva para a recuperação de membros com metástase cutânea e subcutânea

regional generalizada. O paciente recebe altas doses locais de quimioterápicos

através de uma circulação extracorpórea que isola o membro afetado, evitando assim

a toxicidade sistêmica. A ideia é que altas doses locais de agentes citotóxicos sejam

entregues com o mínimo de efeitos adversos possíveis (CUMBERLIN et al., 1985). O

Melfalano é o fármaco mais comumente utilizado idealmente sob condições

hipertérmicas, pois assim aumenta sua citotoxicidade e sua absorção pelas células

neoplásicas (OLESON et al., 1988).

A infusão isolada do membro (ILI), foi criada na década de 1990 como uma

alternativa menos invasiva que o ILP. A diferença entre os dois é que o ILI é realizado

de forma percutânea e não cirúrgica, sendo assim, ele é menos invasivo que o ILP

(GILES e CONVENTRY, 2013).

4.5.2.6 Inibição de BRAF

O melanoma apresenta uma mutação ativadora em BRAF, que codifica um

serina/treonina que participa da via MAPK (DAVIES et al., 2002). Vemurafenib e

dabrafenib são inibidores específicos para melanomas que possuem mutações em

BRAF em V600E e V600E/K, respectivamente (CHAPMAN et al 2012; TRINH et al.,

2014). Um estudo de fase III comparou ação do vemurafenib com o quimioterápico

dacarbazina em 675 pacientes com melanoma em estádio III/IV não tratado

previamente e não ressecável (inoperável). Aos 6 meses, a taxa de sobrevivência do

grupo de pacientes tratados com o vemurafenib foi de 84%, comparado com os 64%

do grupo tratado com a dacarbazina. O grupo vemurafenib também demonstrou uma

redução em 74% do risco de agravamento da doença ou morte em comparação ao

grupo que recebeu a quimioterapia. A sobrevida mediana sem progressão da doença

foi de 5.3 meses no grupo vemurafenib, contra 1.6 mês no grupo tratado com

dacarbazina. A taxa de resposta confirmada foi de 48% vemurafenib contra 5.5% do

grupo dacarbazina. O vemurafenib demonstrou uma redução do risco de morte em

49

63% em comparação com os pacientes que fizeram o tratamento com a quimioterapia.

Além disso, também foram avaliados os efeitos adversos causados pelo uso do

vemurafenib, e os mais comuns foram: eventos cutâneos, artralgia, fadiga e reação

de fotosensibilidade da pele nos graus 2 e 3. Como era de se esperar, os efeitos

tóxicos causados pela dacarbazina foram fadiga, náusea, vômito e neutropenia. Foi

necessário o ajuste da dose ou interrupção em 38% nos pacientes que utilizaram o

vemurafenib e em 16% no grupo que utilizou o quimioterápico. No grupo vemurafenib

houve o surgimento de carcinoma de células escamosas, queratoacantoma, ou os

dois em 18% dos pacientes, mas todas as lesões foram tratadas com excisão local

simples (CHAPMAN et al 2012).

Também houve um estudo que testou a eficácia do dabrafenib frente ao

quimioterápico dacarbazina, onde dos 733 pacientes participantes do ensaio, 250

foram designados para receber o dabrafenib (187 pacientes) ou dacarbazina (63). A

sobrevida mediana sem progressão da doença foi de 5.1 meses no grupo dabrafenib,

contra 2.7 meses no grupo tratado dacarbazina (HAUSCHILD et al., 2012).

Apesar dos resultados satisfatórios, 50% dos pacientes tratados com os inibidores

de BRAF (vemuranefib ou dabranefib) desenvolveram a progressão da doença 6 – 7

meses após o início do tratamento (HAUSCHILD et al., 2012; CHAPMAN et al 2012).

A reativação da via MAPK é um dado comum no momento da progressão, presente

em 79% dos casos de pacientes com resistência (RIZOS et al., 2014).

4.5.2.7 Inibição do MEK

O BRAF ativado fosforila e ativa as proteínas MEK (MEK 1 e MEK2), que ativam

a via MAPK, conhecida por regular a proliferação e sobrevivência de células tumorais

em muitos tipos de cânceres (MOTANGUT e SETTLEMAN, 2009).

Trametinib é um potente inibidor seletivo de MEK1 e MEK2, que demonstrou a

diminuição da progressão do melanoma avançado e da sobrevida média. Um estudo

de fase III com 322 pacientes com melanoma metastático e mutações em BRAF

V6000E/K foram randomizados para receber trametinib (214) ou quimioterapia –

dacarbazina ou placlitaxel – (108). O estudo mostrou que a sobrevida livre de

progressão foi de 4.8 meses para o grupo trametinib contra 1.4 meses para o grupo

50

quimioterápico. A taxa de sobrevivência aos 6 meses foi de 81% do grupo trametinib

contra 65% do grupo quimioterápico (FLAHERTY et al., 2012).

4.5.2.8 C-KIT

C-kit é um receptor transmembranar do tipo III de tirosina quinase, que liga o

fator de células-tronco. A ligação do ligando induz a dimerização do receptor,

autofosforilação e ativação das vias de sinalização MAPK e PI3K. Mutações em c-Kit

resultam na ativação da via independente do ligando (ALEXEEV e YOON, 2006; KO

et al., 2010).

O Imatinib é um potente inibidor da tirosina quinase com atividade anti-Kit. No

melanoma metastático, o fármaco demonstrou uma resposta tumoral notável em

pacientes com mutação em c-Kit, onde houve uma redução de tumor superior a 50%

após 4 semanas de terapia. Porém, estudos de fase II usando o imatinib para tratar

grupo não selecionado de pacientes com melanoma metastático mostraram que a

resposta ao tumor foi inconsistente. A maioria dos pacientes com melanoma e que

responderam ao imatinib desenvolveram resistência através de mutações

secundárias em c-Kit (UGUREL et. al., 2005).

O Sorafenib é um inibidor de multi-quinases, que se liga de forma

indiscriminada em vários alvos moleculares como BRAF, C RAF e qualquer receptor

de tirosina-quinase, como VEGF e PDGF. Sua eficácia em pacientes com melanoma

foi observada quando administrado em associação à quimioterapia (MAIRA et al.,

2012).

O Nilotinib é um inibidor da tirosina-quinase desenvolvido através de

modificações racionais da estrutura do imatinib e foi considerado mais potente quando

comparado com imatinib. Sua eficácia é limitada a um único estudo de fase II, cujo

resultado foi que o nilotinib tinha um perfil de toxicidade muito favorável com resposta

duradoura (CHO et al., 2012).

O Dasatinib foi desenvolvido a partir de um esqueleto químico totalmente

diferente do imatinib. É um inibidor de pequenas moléculas de tirosina-quinases

semelhantes, incluindo scr, bcr-abl, c-Kit, PDGF-R, e EPHA-2 (LOMBARDO et

51

al.,2004; SHAH et al., 2004). A sua utilidade no melanoma metastático foi investigada

em vários ensaios clínicos, os quais registraram uma baixa tolerância global que

necessita da redução ou interrupção da dose (KLUGER et al., 2012).

4.5.2.9 Imunoterapia

As estratégias atuais são baseadas nos agentes que podem quebrar a

tolerância imune. Os inibidores dos pontos de checagem modulam vias que desativam

as atividades das células T (diminuindo a supressão imune tumoral) ou estimulando a

atividade das células T, potencializando as respostas anti-tumorais. O benefício mais

marcante dessa abordagem é o controle durável do tumor e a sobrevida dos pacientes

(EGGERMONT e ROBERT, 2014).

O antígeno 4 associado ao linfócito T citotóxico (CTLA-4) é uma molécula de

ponto de controle imune que regula as vias de ativação das células T. O Ipilimumab,

um anticorpo monoclonal totalmente humano (IgG1), bloqueia CTLA-4 para promover

a imunidade antitumoral ao impedir a interação entre as células apresentadoras de

antígeno e as células T. Mostrou atividade em pacientes com melanoma metastático

quando foi utilizado como monoterapia em estudos de fase 2. Em diversos estudos de

fase III, demonstrou um benefício de sobrevida (podendo alcançar 5 anos) aos

pacientes que utilizaram o Ipilimumab, porém os efeitos adversos graves ocorreram

por um longo período de tempo (HODI et al., 2010; MCDERMOTT et al., 2014).

O Tremelimumab, também um anticorpo monoclonal bloqueador de CTLA-4,

foi testado em ensaios clínicos de fase I/II tendo a sua eficácia comparada com o

tratamento quimioterápico (dacarbazina ou temozolomide). Porém o estudo não

demonstrou uma vantagem de sobrevivência estatisticamente significativa do

tratamento com o tremelimubab sobre a quimioterapia (RIBAS et al., 2013).

O receptor de morte programada 1 (PD-1), expressado pelas células T tem dois

ligandos principais: PD-L1 e PD-L2. A maior parte dos tumores apresenta a proteína

PD-L1 que, ao se ligar no seu receptor (PD-1), inibe a proliferação dos linfócitos T

(WOLCHOK et al., 2013).

52

O Pembrolizumab, também um anticorpo monoclonal humano, age contra a

PD-1. Um estudo comparativo de fase I randomizou 173 pacientes com melanoma

inoperável ou metastático, que fizeram um tratamento prévio com o ibilimumab, para

receberem 2mg/kg ou 10mg/kg por via intravenosa uma vez a cada três semanas. A

taxa de resposta global foi de 26% em ambas as formas de administração do

tratamento, demonstrando assim a sua atividade antitumoral. Os efeitos adversos

foram fadiga, erupção cutânea e prurido. Não foram relatadas mortes relacionadas

com a droga (ROBERT et al., 2014).

O nivolumab foi associado com melhorias significativas na sobrevida livre de

progressão, em comparação com a dacarbazina, entre pacientes previamente

tratados com melanoma metastático sem mutação em BRAF (ROBERT et al., 2014).

O lambrolizumab foi testado através de um estudo com pacientes com

melanoma avançado, incluindo os que tiveram progressão da doença enquanto

receberam o ipilimumab, resultando em uma alta taxa de regressão tumoral

sustentada, principalmente com efeitos tóxicos baixos (graus 1 e 2) (HAMID et al.,

2013).

A IL-2 é uma glicoproteína secretada pelas células T-helper e está envolvida

na proliferação e diferenciação dos linfócitos (ROBBINS BASIC PATHOLOGY, 2013,

p. 107). A terapia com altas doses de IL-2 é limitada devido à toxicidade grave que

pode afetar vários órgãos. Por conta disso, foram realizados estudos com dose baixa

de IL-2 e, por mais que seja menos tóxico que a dose alta, não foi capaz de produzir

uma resposta completa e duradoura (ATKINS 2002; MCDERMOTT et al., 2014).

O IFN-α é um interferon do tipo 1 produzido de forma endógena pelos

macrófagos, células T e células natural killer, e demonstra ter propriedades

antitumorais (THEOFILOPOULOS et al., 2005). O benefício do tratamento com o IFN-

α no tratamento do melanoma metastático é controverso, pois os dados sobre os

resultados de sobrevivência foram amplamente incompatíveis entre os diferentes

ensaios (PIRARD et al., 2004).

4.5.2.10 Inibidor da Angiogênese

53

Bevacizumab é um anticorpo IgG1 monoclonal humanizado, cujo mecanismo

de ação é a inibição de VEGF. A primeira investigação importante sobre o

bevacizumab (em combinação com quimioterápicos) para o melanoma foi em 2012,

onde um estudo com 214 pacientes com melanoma metastático não tratado

previamente. O teste revelou uma melhora na sobrevida livre de progressão mediana

(KIM et al., 2012; NACIONAL CANCER INSTITUTE, 2014).

O axitinib é um inibidor seletivo de segunda geração que demonstrou em um

estudo de fase II atividade como monoterapia em melanoma metastático. Porém, a

maioria dos estudos com anti-VEGF como monoterapia para o melanoma metastático

não demonstrou grande sucesso. Foi detectada apenas a possibilidade de utilizar o

anti-VEGF em combinação com algum quimio ou imunoterápico para o tratamento dos

pacientes (NIKOLAU et al., 2012).

4.5.3 Perspectivas terapêuticas para o melanoma

As mutações genéticas encontradas no melanoma têm aberto novas

perspectivas terapêuticas visando a via MAPK (hiperativada em 90% dos melanomas)

com inibidores para BRAF V600E, MEK ou RKT. A utilização dos inibidores da via

MAPK para o tratamento do melanoma mostrou benefícios clínicos, porém a curta

duração da resposta e sobrevivência livre da progressão da doença nos pacientes

gerados em decorrência da resistência ou toxicidade indicam a necessidade de

estratégias terapêuticas para melhorar o efeito dos inibidores de MAPK. Estão em

curso esforços para melhorar os resultados dos inibidores através do uso de terapia

combinada (NAJEM et al., 2017).

4.5.3.1 Combinações atuais de terapias direcionadas

Conforme dito anteriormente, a reativação da via MAPK é um dado comum no

momento da progressão, presente em 79% dos casos de pacientes com resistência e

54

até mesmo o desenvolvimento de um câncer secundário, como o carcinoma de células

escamosas está relacionado como efeito colateral decorrente da utilização de

inibidores de BRAF (vemurafenib ou dabranefib) (CHAPMAN et.al., 2012; RIZOS et

al., 2014).

A combinação dos inibidores de BRAF e MEK foi testada nos melanomas com

mutação em BRAF. O resultado foi que essa associação bloqueou a via MAPK em

dois pontos de sinalização e pode reduzir a toxicidade cutânea relacionada com a

reativação da via MAPK (FLAHERTY et al., 2012; HUTCHINSON, 2015;

POLKOWSKA et al., 2016). Estudos de fase III mostraram que a associação dos

inibidores de BRAF e MEK, em comparação com a inibição de BRAF com uma única

droga, atrasa o surgimento de resistência e reduz os efeitos tóxicos. O estudo

observou até mesmo a redução da taxa de carcinoma de células escamosas. (LONG

et al., 2014).

A combinação dos inibidores foi aprovada pela Food Drug Admnistration (FDA) em

2014 (dabrafenib e trametinib) e em 2015 (vemurafenib e cobimetinib) para pacientes

com melanoma não operável ou metastático com mutações em BRAF V600 E ou

V600K. A combinação dos inibidores de BRAF e MEK também mostrou um efeito

sinérgico na inibição do crescimento de células melanocíticas mutantes de NRAS

quando há uma maior atividade da MAPK e dependência de proliferação e

sobrevivência nesta via (ATEFI et al., 2015).

A perda do supressor tumoral PTEN, que regula negativamente PI3K, confere

resistência à inibição do MAPK no melanoma (PARAISO et al., 2011), o que explica a

necessidade da segmentação simultânea das vias MAPK e PI3/AKT a fim de

neutralizar a resistência e obter efeitos clínicos a longo prazo (AFTIMOS et al., 2013;

LONG et al., 2014; LASSEN et al., 2014).

Estudos clínicos têm investigado a combinação de inibidores de MAPK e

PI3K/AKT no melanoma, porém o que se tem até hoje é uma atividade clínica modesta

decorrente dessa combinação (NAJEM et al., 2017).

4.5.3.2 Tratamentos multimodais e orientações futuras

55

Ensaios clínicos têm combinado anti-CTLA-4 e anti-PD1/PDL-1 e a resposta

dos pacientes ao tratamento foi bastante significativa. A combinação simultânea ou

sequencial mostrou uma taxa de resposta de 40%, além disso 31% dos pacientes

tratados com a combinação concomitante obtiveram uma redução na carga da doença

em pelo ao menos 80% (CALLAHAN et al., 2014). O uso de terapias ou imunoterapias

direcionadas melhorou o tratamento padrão para o melanoma. As respostas das

terapias direcionadas são rápidas e não duráveis na maioria dos pacientes e as

repostas do tratamento imune são duráveis, mas atrasadas. A combinação das duas

terapias pode produzir respostas antitumorais precoces e com benefício a longo prazo

para os pacientes (NAJEM et al., 2017).

O melanoma é muita das vezes considerado radio resistente mesmo a

radioterapia desempenhando um papel adjuvante no tratamento de pacientes com a

doença avançada e reduzindo o risco da rescisão tumoral local e metastática (HODI

et al., 2010). A radiação pode ativar ou reduzir as vias de sinalização, levando o

aumento da morte ou proliferação celular. Essa modulação depende do tipo de célula

e da dose de radiação (MUNSHI e RAMESH, 2013).

Um estudo que utilizou um inibidor de MEK para potencializar o efeito da

radioterapia demonstrou que o trametinib radio sensibiliza as linhas celulares

mutantes do melanoma, RAS / RAF, aumentando a parada no ciclo celular em G1 e

promovendo a senescência celular. O presente estudo observou também que o efeito

no ciclo celular depende da ativação da via MAPK, confirmando assim a atividade de

combinar inibição de MEK com a radioterapia (SHICK et al., 2015).

A combinação de radioterapia local com a imunomodulação pode aumentar o

controle local do tumor, causar efeitos antitumorais, aumentar a liberação do antígeno

tumoral e apresentação cruzada de células de apresentação de antígenos (APC),

melhoria na função das células dendríticas e aumento na captação de células T (PARK

et al., 2015).

Um estudo retrospectivo em que pacientes com melanoma avançado foram

separados em 2 grupos: o grupo que recebeu a radioterapia concomitante com o

ipilimumab e o grupo que só recebeu o tratamento com o ipilimumab. O grupo que

utilizou o tratamento combinado apresentou uma taxa de sobrevivência melhorada e

56

resposta completa, em comparação com o grupo que só utilizou o ipilimumab. Além

disso, as toxicidades não foram aumentadas pela utilização da terapia combinada em

comparação com o ipilimumab sozinho (KOLLER et al., 2017).

Um relatório pré-clínico preliminar indicou que a radioterapia combinada com o

tratamento anti-PD-1 pode resultar no controle primário do tumor (SHARABI et al.,

2014). Dados mais recentes do mesmo grupo indicaram que esta combinação de

terapia resulta na indução de respostas imunes específicas de antígenos endógenos,

o que gera controle local melhorado em modelos tumorais únicos de melanoma ou

câncer de mama (SHARABI et al., 2015).

5. CONCLUSÃO

A causa do melanoma é muito heterogênea, onde vários genes estão

envolvidos, como BRAF, NRAS, c-KIT. Existem inúmeras terapias importantes e para

cada tipo existe uma conjunção de terapias funcionais.

As terapias existentes demonstraram um bom prognóstico para o paciente, com

uma taxa de sobrevivência de até 84% com a utilização do vemurafenib, em

57

contrapartida, essa taxa foi de 64% em pacientes que utilizaram o quimioterápico, que

é um tratamento padrão para os cânceres de uma forma geral. Porém, a durabilidade

foi baixa, toxicidade elevada e efeitos adversos graves, como o desenvolvimento de

carcinoma de células escamosas causados em pacientes que utilizaram o inibidor de

BRAF, vemurafenib, no tratamento para o melanoma.

A utilização de terapias combinadas tem mostrado resultados ainda melhores

quando comparadas com a monoterapia, demonstrando uma durabilidade melhorada,

resposta rápida ao tratamento e baixa toxicidade, o que acaba se tornando uma

estratégia crucial para a sobrevivência do paciente.

As perspectivas terapêuticas possuem um aspecto importante na produção de

novas tecnologias para que possamos ter uma terapia mais eficaz e com menos

efeitos colaterais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Abbas, Abul K./ Kumar, Vinay/ Fausto, Nelson – Robbins & Cotran - Patologia - Bases Patológicas das Doenças - 8ª Ed. 2010. Elsevier / Medicina Nacionais.

Abbasi NR, Shaw HM, Rigel DS, et al. Early diagnosis of cutaneous melanoma: revisiting the ABCD criteria. JAMA. 2004;292(22):2771–6.

Abdel-Malek ZA, Ruwe A , Kavanagh-Starner R , Kadekaro AL , Swope V , Haskell-Luevano C , Koikov L , Knittel JJ. alpha-MSH tripeptide analogs activate the

58

melanocortin 1 receptor and reduces UV-induced DNA damage in human melanocytes. Pigment Cell Melanoma Res. 2009 Oct; 22 (5): 635-44.

Aftimos PG, Wiedig M, Langouo Fontsa M, Awada A, Ghanem G and Journe F: Sequential use of protein kinase inhibitorspotentiates their toxicity to melanoma cells: a rationale tocombine targeted drugs based on protein expression inhibitionprofiles. Int J Oncol 43: 919-926, 2013.

Alexeev V, Yoon K. Distinctive role of the cKit receptor tyrosine kinase signaling in mammalian melanocytes. J Invest Dermatol. 2006;126(5):1102–10.

Algazi, A.P., C.W. Soon, and A.I. Daud, Treatment Of cutaneous melanoma:

current approaches and future prospects. Cancer Manag Res, 2010. 2: p. 197-‐211.

American Cancer Society – https://www.cancer.org/

American Joint Commission on Cancer, 7ª Ed, 2010.

Andersen WK, Silvers DN. ‘Melanoma? It can’t be melanoma!’ A subset of melanomas that defies clinical recognition. JAMA. 1991;266(24):3463–5.

Atefi M, Titz B, Avramis E, Ng C, Wong DJ, Lassen A, Cerniglia M, Escuin Ordinas H, Foulad D, Comin-Anduix B, Graeber TG and Ribas A: Combination of pan-RAF and MEK inhibitors in NRAS mutant melanoma. Mol Cancer 14: 27, 2015.

Atkins MB. Interleukin-2: clinical applications. Seminars in oncology 2002;29:12-7.

Berrocal A, Cabañas L , Espinosa E , Fernández-de-Misa R , Martín-Algarra S , Martínez-Cedres JC , Ríos-Buceta L , Rodríguez-Peralto JL. Melanoma: diagnosis, staging, and treatment. Consensus group recommendations. Adv Ther. 2014 Sep; 31 (9): 945-60. doi: 10.1007.

Berwick M, Buller DB, Cust A, Gallagher R, Lee TK, Meyskens F, Pandey S, Thomas NE, Veierød MB, Ward S. Melanoma Epidemiology and Prevention. Cancer Treat Res. 2016;167:17-49.

Bouchlaka MN, Sckisel GD, Wilkins D, Maverakis E, Monjazeb AM, Fung M, et al. Mechanical disruption of tumors by iron particles and magnetic field application results in increased anti-tumor immune responses. PloS One 2012; 7: e48049

Brady MS, Oliveria SA, Christos PJ, et al. Patterns of detection in patients with cutaneous melanoma. Cancer. 2000;89(2):342–7.

Brash DE, Heffernan T, Ngheim P. Carcinogenesis: Ultravoilet radiation. In: Wolff K, Goldsmith LA, Katz SI, Gilchrest BA, Paller AS, Leffell DJ, editors. Fitzpatrick's Dermatology in General Medicine, vol. 1. New York: McGrawHill; 2008. p. 999–1006.

59

Breslow A: Thickness, cross-sectional areas and depth of invasion in the prognosis of cutaneous melanoma. Ann Surg 1970; 172: 902-908.

Callahan MK, Postow MA, Wolchok JD. CTLA-4 and PD-1 Pathway Blockade: Combinations in the Clinic. Frontiers in Oncology . 2014; 4: 385. doi: 10.3389 / fonc.2014.00385.

Carucci JA, Lefell DJ. Basal cell carcinoma. In: Wolff K, Goldsmith LA, Katz SI, Gilchrest BA, Paller AS, Leffell DJ, editors. Fitzpatrick's Dermatology in General Medicine, vol. 1. New York: McGraw-Hill; 2008. p. 1036–42.

Cho JH, Kim KM, Kwon M, Kim JH, Lee J. Nilotinib in patients with metastatic melanoma harboring KIT gene aberration. Investigational new drugs 2012;30:2008-14.

Ciudad-Blanco C, Avilés-Izquierdo JA, Lázaro-Ochaita P, Suárez-Fernández R. Dermoscopic findings for the early detection of melanoma: an analysis of 200 cases. Actas Dermosifiliogr. 2014 Sep; 105 (7): 683-93.

Clark WH Jr , From L , Bernardino EA , Mihm MC. The histogenesis and biologic behavior of primary human malignant melanomas of the skin. Cancer Res. 1969 Mar; 29 (3): 705-27.

Coit DG, Andtbacka R, Bichakjian CK, et al. Melanoma. J NatlComprCancNetw. 2009;7(3):250–75.

Corrie PG, Basu B, Zaki KA. Targeting angiogenesis in melanoma: prospects for the future. Ther Adv Med Oncol. 2010;2(6):367–80.

Cumberlin R, DeMoss E, Lassus M, Friedman M. Isolation perfusion for malignant melanoma of the extremity: A review. J Clin Oncol 1985; 3: 1022–1031.

Curtin JA, Fridlyand J, Kageshita T, Patel HN, Busam KJ, Kutzner H, Cho KH, Aiba S, Bröcker EB, LeBoit PE, Pinkel D, Bastian BC. Distinct sets of genetic alterations in melanoma. N Engl J Med. 2005 Nov 17; 353 (20): 2135-47.

Danaee H, Karagas MR, Kelsey KT, Perry AE, Nelson HH. Allelic loss at Drosophila patched gene is highly prevalent in Basal and squamous cell carcinomas of the skin. J Invest Dermatol. 2006 May;126(5):1152-8.

Davies H, Bignell G, Cox C, Stephens P, Edkins S, Clegg S, et al. Mutations of the BRAF gene in human cancer. Nature 2002; 417: 949–954.

Delaney G, Barton M, Jacob S. Estimation of an optimal radiotherapy utilization rate for melanoma: a review of the evidence. Cancer 2004; 100: 1293–1301.

Demierre MF, Nathanson L. Chemoprevention of melanoma: an unexplored strategy. J Clin Oncol. 2003 Jan 1;21(1):158-65.

60

Dolianitis C, Kelly J, Wolfe R, et al. Comparative performance of 4 dermoscopic algorithms by nonexperts for the diagnosis of melanocytic lesions. Arch Dermatol. 2005;141(8):1008–14.

Donovan J. Review of the hair follicle origin hypothesis for basal cell carcinoma. Dermatol Surg. 2009;35(9):1311–23.

Dummer R , Hauschild A , Guggenheim M , Jost L , Pentheroudakis G ; ESMO Guidelines Working Group. Melanoma: ESMO Clinical Practice Guidelines for diagnosis, treatment and follow-up. Ann Oncol. 2010 May;21 Suppl 5:v194-7.

Duncan LM. The classification of cutaneous melanoma. Hematol Oncol Clin North Am. 2009 Jun;23(3):501-13, ix. doi: 10.1016/j.hoc.2009.03.013.

Durbec F, Vitry F, Bullet -Brocard F, Lipsker D, Aubin F, Hédelin G, Dalac S, Truchetet F, Michel C, Batard ML, Domissy-Baury B, Halna JM, Schmutz JL, Delvincourt C, Reuter G, Dalle S, Bernard P, Danzon A, Grange F. The role of circumstances of diagnosis and access to dermatological care in early diagnosis of cutaneous melanoma: a population-based study in France. Arch Dermatol. 2010 Mar; 146 (3): 240-6.

Eggermont AM, Robert C. Melanoma: smart therapeutic strategies in immuno-oncology. Nature reviews Clinical oncology 2014;11:181-2.

Elimar Gomes, Gilles Landman, Francisco Belfort e Rafael Schmerling – Estadiamento do Melanoma pela AJCC, 2017 – www.gmb.org.br.

Epstein EH. Basal cell carcinomas: attack of the hedgehog. Nat Rev Cancer. 2008; 8 (10): 743-54.

Faries, M.B. and S. Ariyan, Current surgical treatment in melanoma. Curr Probl Cancer, 2011. 35(4): p. 173 – 84

Feller L, Khammissa RAG, Kramer B, Lemmer J. Oral squamous cell carcinoma in relation to field precancerization: pathobiology. Cancer Cell Int. 2013; 13 (1): 31.

Ferreira CG, Rocha JCC, organizadores. Oncologia molecular. 2a Ed. São Paulo: Atheneu; 2010.

Flaherty K, Robert C, Hersey P, Nathan P, Garbe C, Milhem M, et al. Improved survival with MEK inhibition in BRAF-mutated melanoma. N Engl J Med 2012; 367: 107–114.

Flaherty KT, Infante JR, Daud A, Gonzalez R, Kefford RF, Sosman J, Hamid O, Schuchter L, Cebon J, Ibrahim N,Kudchadkar R, Burris HAI, Falchook G, Algazi A, Lewis K,Long GV, Puzanov I, Lebowitz P, Singh A, Little S, Sun P, Allred A, Ouellet D, Kim KB, Patel K and Weber J: Combined BRAF and MEK Inhibition in Melanoma with BRAF V600Mutations. N Engl J Med 367: 1694-1703, 2012.

61

Giles MH, Coventry BJ. Isolated limb infusion chemotherapy for melanoma: an overview of early experience at the Adelaide Melanoma Unit. Cancer Manag Res 2013; 5: 243–249.

Gillgren P, Drzewiecki KT , Niin M , HP Gullestad , Hellborg H , Månsson Brahme-E , Ingvar C , Ringborg U. 2-cm versus 4-cm surgical excision margins for primary cutaneous melanoma thicker than 2 mm: a randomised, multicentre trial. Lancet. 2011 Nov 5;378(9803):1635-42.

Goydos JS, Gorski DH. Vascular endothelial growth fator CmRNA expression correlates with stage of progression in patients with melanoma. Clin Cancer Res. 2003;9(16 Pt 1): 5962–7.

Graells J, Vinyals A, Figueras A, et al. Overproduction of VEGF concomitantly expressed with its receptors promotes growth and survival of melanoma cells through MAPK and PI3K signaling. J Invest Dermatol. 2004;123(6):1151–61.

Guitera P, Pellacani G , Crotty KA , Scolyer RA , Li LX , Bassoli S , Vinceti M , Rabinovitz H , Longo C , Menzies SW. The impact of in vivo reflectance confocal microscopy on the diagnostic accuracy of lentigo maligna and equivocal pigmented and nonpigmented macules of the face. J Invest Dermatol. 2010 Aug;130(8):2080-91. doi: 10.1038/jid.2010.84. Epub 2010 Apr 15.

Habif, Thomas P. – Dermatologia Clínica – 5º Ed. Elsevier / Medicina Nacionais.

Hamid O, Robert C, Daud A, et al. Safety and tumor responses with lambrolizumab (anti-PD-1) in melanoma. The New England journal of medicine 2013;369:134-44.

Hauschild A, Grob JJ, Demidov LV, Jouary T, Gutzmer R, Millward M, et al. Dabrafenib in BRAF-mutated metastatic melanoma: a multicentre, open-label, phase 3 randomised controlled trial. Lancet 2012; 380: 358–365.

Heitzer E, Lassacher A, Quehenberger F, Kerl H, Wolf P. UV fingerprints predominate in the PTCH mutation spectra of basal cell carcinomas independent of clinical phenotype. J Invest Dermatol. 2007; 127 (12): 2872-81.

Hoban PR, Ramachadran S, Strange Richard C. Environment, phenotype and genetics: risk factors associated with BCC of the skin. Expert Rev Anticancer Ther. 2002 Oct;2(5):570-9.

Hodi FS, O’Day SJ, McDermott DF, Weber RW, Sosman JA,Haanen JB, Gonzalez R, Robert C, Schadendorf D, Hassel JC,Akerley W, van den Eertwegh AJM, Lutzky J, Lorigan P,Vaubel JM, Linette GP, Hogg D, Ottensmeier CH, Lebbé C, Peschel C, Quirt I, Clark JI, Wolchok JD, Weber JS, Tian J,Yellin MJ, Nichol GM, Hoos A and Urba WJ: Improvedsurvival with ipilimumab in patients with metastatic melanoma. N Engl J Med 363: 711-723, 2010.

Hutchinson L: Melanoma: Therapy combinations: celebratingmore milestones. Nat Rev Clin Oncol 12: 685-685, 2015.

62

Instituto Nacional do Câncer – http://www.inca.gov.br/

Jhappan C, Noonan FP, Merlino G. Ultraviolet radiation and cutaneous malignant melanoma. Oncogene. 2003;22(20):3099–112.

Jose Luiz Moller Soares, Daniella Dornelles Rosa, Veronica Ruttkay da Silva Leite, Alessandro Comaru Pasqualotto. Métodos Diagnósticos: Consulta Rápida. 2ª ed. Artmed 2012.

Junqueira, L.C / Carneiro, José – Histologia Básica – 12ª Ed. Guanabara Koogan, 2013.

Kaminska Winciorek L, Calik J, Wydmanski J, Schwartz RA , Czajkowski R. Primary melanoma in rare locations: clinical and dermatoscopic features. Indian J Dermatol Venereol Leprol. 2014 Jul-Aug;80(4):369-71.

Kim KB, Sosman JA, Fruehauf JP, et al. BEAM: a randomized phase II study evaluating the activity of bevacizumab in combination with carboplatin plus paclitaxel in patients with previously untreated advanced melanoma. J Clin Oncol. 2012;30(1):34–41.

Kittler H, Pehamberger H, Wolff K, et al. Diagnostic accuracy of dermoscopy. Lancet Oncol. 2002;3(3):159–65.

Kluger HM, Dudek AZ, McCann C, et al. A phase 2 trial of dasatinib in advanced melanoma. Cancer 2011;117:2202-8.

Ko JM, Velez NF, Tsao H. Pathways to melanoma. Semin Cutan Med Surg. 2010;29(4):210–7.

Koller KM, Mackley HB, Liu J, Wagner H, Talamo G, Schell TD, Pameijer C, Neves RI, Anderson B, Kokolus KM, MallonCA and Drabick JJ: Improved survival and complete responserates in patients with advanced melanoma treated withconcurrent ipilimumab and radiotherapy versus ipilimumabalone. Cancer Biol Ther 18: 36-42, 2017.

Kumar – Robbins Patologia Básica - 9ª Ed. 2013. Elsevier / Medicina Nacionais.

Lassen A, Atefi M, Robert L, Wong DJ, Cerniglia M, Comin-Anduix B and Ribas A: Effects of AKT inhibitor therapy inresponse and resistance to BRAF inhibition in melanoma. MolCancer 13: 83, 2014.

Lazovich D, Vogel RI, Berwick M et al (2012) Melanoma risk in relation to use of sunscreen or other sun protection methods. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev 20:2583–2593.

Lombardo LJ, Lee FY, Chen P, et al. Discovery of N-(2-chloro-6-methyl-phenyl)-2-(6-(4-(2-hydroxyethyl)-piperazin-1-yl)-2-methylpyrimidin-4-ylamino)thiazole-5

63

carboxamide (BMS-354825), a dual Src/Abl kinase inhibitor with potent antitumor activity in preclinical assays. J Med Chem. 2004;47(27):6658–61.

Long C, Pellacani G. Melanomas. Dermatol Clin. 2016 Oct;34(4):411-419.

Long GV, Stroyakovskiy D, Gogas H, Levchenko E, de Braud F, Larkin J, Garbe C, Jouary T, Hauschild A, Grob JJ, ChiarionSileni V, Lebbe C, Mandalà M, Millward M, Arance A, Bondarenko I, Haanen JBAG, Hansson J, Utikal J, Ferraresi V,Kovalenko N, Mohr P, Probachai V, Schadendorf D, Nathan P,Robert C, Ribas A, DeMarini DJ, Irani JG, Casey M, OuelletD, Martin A-M, Le N, Patel K and Flaherty K: CombinedBRAF and MEK inhibition versus BRAF inhibition alone inmelanoma. N Engl J Med 371: 1877-1888, 2014.

Luís Fernando Requeijo Tovo; Francisco Aparecido Belfort; José Antônio Sanches Junior; Sociedade Brasileira de Dermatologia. Melanoma cutâneo primário. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.51 no.1 São Paulo Jan./Feb. 2005.

Maddodi N, Setaluri V. Role of UV in cutaneous melanoma. Photochem Photobiol. 2008 Mar-Apr; 84 (2): 528-36.

Maira F, Catania A, Candido S, et al. Molecular targeted therapy in melanoma: a way to reverse resistance to conventional drugs. Current drug delivery 2012;9:17-29.

Marcus Maia, Nelson Ferrari, Carla Russo, Manoel Carlos S. de A. Ribeiro. Melanoma acrolentiginoso: um desafio ao diagnóstico precoce. An. Bras. Dermatol. vol.78 no.5 Rio de Janeiro Sept./Oct. 2003.

Marsden JR, Newton-Bishop JA, Burrows L, et al. Revised UK guidelines for the management of cutaneous melanoma 2010. Br J Dermatol. 2010;163(2):238–56.

McDermott D, Lebbe C, Hodi FS, et al. Durable benefit and the potential for long-term survival with immunotherapy in advanced melanoma. Cancer treatment reviews 2014;40:1056-64.

McPherson M, Elwood M, English DR, et al. Presentation and detection of invasive melanoma in a high-risk population. J Am AcadDermatol. 2006;54(5):783–92.

Montagut C, Settleman J. Targeting the RAF-MEK-ERK pathway in cancer therapy. Cancer Lett. 2009 Oct 8;283(2):125-34.

Morton DL, Mozzillo N, Thompson JF, Kelley MC, Faries M, Wagner S, et al. An international, randomized, doubleblind, phase 3 study of bacillus Calmette-Guerin (BCG) plus allogeneic melanoma vaccine (MCV) or placebo after complete resection of melanoma metastatic to regional or distant sites. J Clin Oncol 2007; 25: Abstract 8508.

Munshi A and Ramesh R: Mitogen-Activated Protein Kinases and Their Role in Radiation Response. Genes Cancer 4: 401-408, 2013.

64

National Cancer Institute - https://www.cancer.gov/

Nelson Marcos Ferrari Júnior; Helena Muller; Manoel Ribeiro; Marcus Maia; José Antonio Sanches Júnior. Cutaneous melanoma: descriptive epidemiological study. São Paulo Med. J. vol.126 no.1 São Paulo Jan. 2008.

Nikolaou, V.A., Et al., Melanoma: New insights and new therapies. J Invest Dermatol, 2012. 132(3 Pt 2): p. 854 – 63.

Oleson J, Calderwood S, Coughlin C, Dewhirst M, Gerweck L, Gibbs Jr F, et al. Biological and clinical aspects of hyperthermia in cancer therapy. Am J Clin Oncol 1988; 11: 368–380.

Organização mundial da saúde – http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs297/en/

Ossio R, Roldán-Marín R, Martínez-Said H, Adams DJ, Robles-Espinoza CD. Melanoma: a global perspective. Nat Rev Cancer. 2017 Jul; 17 (7): 393-394. doi: 10.1038 / nrc. 2017 .43. Epub 2017 Apr 28.

Oxenberg J, Kane JM, 3rd. The role of radiation therapy in melanoma. The Surgical clinics of North America 2014;94:1031-47, viii.

Paek SC, Sober AJ, Tsao H, Mihm MCJ, Johnson AD. Cutaneous melanoma. In: Wolff K, Goldsmith LA, Katz SI, Gilchrest BA, Paller AS, Leffell DJ, editors. Fitzpatrick's Dermatology in General Medicine, vol. 1. New York: McGraw-Hill; 2008. p. 1134-57.

Paraiso KHT, Xiang Y, Rebecca VW, Abel EV, Chen YA, Munko AC, Wood E, Fedorenko IV, Sondak VK, AndersonARA, Ribas A, Palma MD, Nathanson KL, Koomen JM,Messina JL and Smalley KSM: PTEN loss confers BRAFinhibitor resistance to melanoma cells through the suppressionof BIM expression.Cancer Res 71: 2750-2760, 2011.

Park SS, Dong H, Liu X, Harrington SM, Krco CJ, Grams MP, Mansfield AS, Furutani KM, Olivier KR and Kwon ED: PD-1 Restrains Radiotherapy-Induced Abscopal Effect. Cancer Immunol Res 3: 610-619, 2015.

Pirard D, Heenen M, Melot C, Vereecken P. Interferon alpha as adjuvant postsurgical treatment of melanoma: a meta-analysis. Dermatology 2004; 208: 43–48.

Plym A, Ullenhag GJ, Breivald M, Lambe M, Berglund A. Plym A, Ullenhag GJ, Breivald M, Lambe M,Berglund A. Clinical characteristics, management and survival in young adults diagnosed with malig-nant melanoma: A population-based cohort study. Acta Oncologica. 2014; 53 (5): 688-96.

Polkowska M, Czepielewska E and Kozłowska-Wojciechowska M: Drug Combinations as the New Standard for Melanoma Treatment. Curr Treat Options Oncol 17: 61, 2016.

65

Postow MA, Callahan MK, Barker CA, et al. Immunologic correlates of the abscopal effect in a patient with melanoma. The New England journal of medicine 2012;366:925-31.

Ramachandran S, Hoban PR, Ichii-Jones F et al Glutathione-Stransferase GSTP1 and cyclin D1 genotypes: association with numbers of basal cell carcinomas in a patient subgroup at high risk of multiple tumors . Phatmacogenetics 10, 545 - 556 (2000).

Reed RJ, New concepts in surgical pathology of the skin. In Hartmann W, Kay S, Reed RJ, editors. Histopatogy. New York: John Wiley & Sons 1976: p 27. .

Ribas A, Kefford R, Marshall MA, et al. Phase III randomized clinical trial comparing tremelimumab with standard-of-care chemotherapy in patients with advanced melanoma. J Clin Oncol 2013;31:616-22.

Rizos H, Menzies AM , Pupo GM , Carlino MS , Fung C , Hyman J , Haydu LE , Mijatov B , Becker TM , Boyd SC , Howle J , Saw R , Thompson JF , Kefford RF, Scolyer RA , Long GV. BRAF inhibitor resistance mechanisms in metastatic melanoma: spectrum and clinical impact. Clin Cancer Res. 2014 Apr 1;20(7):1965-77.

Robert C, Ribas A, Wolchok JD, et al. Anti-programmed-death-receptor-1 treatment with pembrolizumab in ipilimumab-refractory advanced melanoma: a randomised dose-comparison cohort of a phase 1 trial. Lancet 2014;384:1109-17.

Rod Seeley, Cinnamon VanPutte, Jennifer Regan, Andrew Russo – Seeley’s Anatomy & Physiology. 10ª Ed. Mc Graw Hill, 2014.

Ross, M.I and J.E. Gershenwald, Evidence based treatment of early stage melanoma. J Surg Oncol, 2011. 104(4): p. 341 – 53.

Sampaio S, Rivitti E. A. Dermatologia. 3ª Ed. Editora Artes Médicas, 2008.

Schwartz JL, Wang TS, Hamilton TA, et al. Thin primary cutaneous melanomas: associated detection patterns, lesion characteristics, and patient characteristics. Cancer. 2002;95(7):1562–8.

Sharabi A, Nirschl C, Ceccato T, Nirschl T, Francica B, Alme A, Velarde E, DeWeese T and Drake C: Role of RadiationTherapy in Inducing Antigen Specific Antitumor ImmuneResponses When Combined With Anti-PD1 CheckpointBlockade: Mechanism and Clinical Implications. Int J RadiatOncol Biol Phys 90: S1, 2014.

Sharabi AB, Tran PT, Lim M, Drake CG and Deweese TL: Stereotactic radiation therapy combined with immunotherapy: augmenting the role of radiation in local and systemic treatment. Oncol Williston Park N 29: 331-340, 2015

66

Shi, H., Hugo, W., Kong, X., Hong, A., Koya, R. C., Moriceau, G., et al. (2014). Acquired resistance and clonal evolution in melanoma during BRAF inhibitor therapy. Cancer Discovery, 4(1), 80–93.

Siroy AE, Boland GM, Milton DR, Roszik J, Frankian S, Malke J2, Haydu L, Prieto VG, Tetzlaff M, Ivan D, Wang WL, Torres-Cabala C, Curry J, Roy-Chowdhuri S, Broaddus R, Rashid A, Stewart J, Gershenwald JE, Amaria RN, Patel SP, Papadopoulos NE, Bedikian A, Hwu WJ, Hwu P, Diab A, Woodman SE, Aldape KD, Luthra R, Patel KP, Shaw KR, Mills GB, Mendelsohn J, Meric-Bernstam F, Kim KB4, Routbort MJ, Lazar AJ, Davies MA. Beyond BRAF (V600): clinical mutation panel testing by next-generation sequencing in advanced melanoma. J Invest Dermatol. 2015 Feb;135(2):508-515.

Sober AJ, Chuang TY, Duvic M, et al. Guidelines of care for primary cutaneous melanoma. J Am AcadDermatol. 2001;45(4):579–86.

Sociedade Brasileira de Dermatologia – http://www.sbd.org.br/

Song X, Mosby N, Yang J, Xu A, Abdel-Malek Z, Kadekaro AL. alpha-MSH activates immediate defense responses to UV-induced oxidative stress in human melanocytes. Pigment Cell Melanoma Res. 2009; 22 (6): 809-18.

Teramoto Y, Germ U, Gesierich A, Schuler G, Fiedler E, Tüting T, Ulrich C, Wollina U, Hassel JC 10, Gutzmer R, Goerdt S, Zouboulis C, conductor U, owner TK, sheaf C. Acral lentiginous melanoma - a skin cancer with unfavourable prognostic features. A study of the German Central Malignant Melanoma Registry (CMMR) in 2050 patients. Br J Dermatol. 2017 Jul 14.

The cancer genome atlas – https://cancergenome.nih.gov/

Theofilopoulos AN, Baccala R, Beutler B, Kono DH. Type I interferons (alpha/beta) in immunity and autoimmunity. Ann Rev Immunol 2005; 23: 307–336.

Timmons MJ. Malignant melanoma excision margins: making a choice. Lancet. 1992 Dec 5; 340 (8832): 1393-1395.

Tlholoe MM, Khammissa RA, Bouckaert M, Altini M, Lemmer J, Feller L. Oral Mucosal Melanoma: Some Pathobiological Considerations and an Illustrative Report of a Case. Head Neck Pathol. 2015; 9 (1): 127-34.

Tortora, Gerard. J – Fundamentos de anatomia e fisiologia – 8ª Ed. 2012.

Tran TT 1, Schulman J, Fisher DE. UV and pigmentation: molecular mechanisms and social controversies. Pigment Cell Melanoma Res. 2008 Oct; 21 (5): 509-16.

Trinh VA, You Y, Hwu WJ. Treatment of BRAF-mutated advanced cutaneous melanoma. Chin Clin Oncol. 2014 Sep;3(3):28.

67

Ugurel, S., et al., Lack Of clinical efficacy of imatinib in metastatic melanoma. Br J Cancer, 2005. 92(8): p. 1398-‐405.

Ulrike Schick, Joan Kyula, Holly Barker, Radhika Patel, Shane More, Claire Gregory, Hind Hafsi, Victoria Roulstone, Eric Deutsch, Martin McLaughlin, Kevin Harrington. Trametinib radiosensitises RAS- and BRAF-mutated melanoma by perturbing cell cycle and inducing senescence. Radiother Oncol. 2015 Nov;117(2):364-75. doi: 10.1016/j.radonc.2015.06.026. Epub 2015 Jul 8.

Vinicius de Lima Vazquez ,corresponding author Thiago Buosi Silva , Marcelo de Andrade Vieira , Antônio Talvane Torres de Oliveira , Marcílio Vital Lisboa , Diocésio Alves Pinto de Andrade , José Humberto Tavares Guerreiro Fregnani ,and Estela Cristina Carneseca. Melanoma characteristics in Brazil: demographics, treatment, and survival analysis. BMC Res Notes. 2015; 8: 4.

Weide B, Faller C, Buttner P, Pflugfelder A, Leiter U, Eigentler TK, et al. Prognostic factors of melanoma patients with satellite or in-transit metastasis at the time of stage III diagnosis. PloS One 2013; 8: e63137.

Wolchok JD, Kluger H, Callahan MK, et al. Nivolumab plus ipilimumab in advanced melanoma. The New England journal of medicine 2013;369:122-33.

Wood NH, Khammissa R, Meyerov R, Lemmer J, Feller L. Actinic cheilitis: a case report and a review of the literature. Eur J Dent. 2011; 5 (1): 101-6.

WORLD WILD FUND (WWF) - https://www.wwf.org.br

Zhang M, Wang L, Zhong D. Photolyase : Dynamics and electron transfer mechanisms of DNA repair. Arch Biochem Biophys. 2017 Oct 15;632:158-174.