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NOVOS PROCEDIMENTOS DE INSPEÇÃO SANITÁRIA DE SUÍNOS, PESQUISA DE TRICHINELLA E IRCA www.dgav.pt Direção de Serviços de Segurança Alimentar 18/11/2016

NOVOS PROCEDIMENTOS DE INSPEÇÃO SANITÁRIA … procedimentos de... · bifurcationes, eparteriales e mediastinales). Abertura longitudinal da ... linfonodos mesentéricos, deve ser

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NOVOS PROCEDIMENTOS DE INSPEÇÃO SANITÁRIA

DE SUÍNOS, PESQUISA DE TRICHINELLA E IRCA

www.dgav.pt

Direção de Serviços de Segurança Alimentar

18/11/2016

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Novos procedimentos de inspeção sanitária

de suínos

A 08/03/2014 foram publicados 4 diplomas que alteram os

Reg. 853/2004, 854/2004, 2074/2005 e 2075/2005:

• Regulamento (UE) n.º 216/2014

• Regulamento (UE) n.º 217/2014

• Regulamento (UE) n.º 218/2014

• Regulamento (UE) n.º 219/2014

Os diplomas estão interligados, entraram em vigor na mesma

data e são aplicáveis desde 1 de junho de 2014.

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Alteração dos procedimentos de IPM de Suínos

A Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos

(EFSA) adotou, em 3 de outubro de 2011, um parecer

científico sobre os perigos para a saúde pública a

abranger pela inspeção da carne de suínos o qual

concluiu que as palpações e as incisões exigidas na

inspeção post mortem implicam um risco de

contaminação cruzada com bactérias perigosas.

Para evitar a contaminação cruzada, durante o exame

post mortem (IPM) de suínos, as palpações e incisões

deixaram de ser exigidas no caso de animais normais

e são apenas exigidas quando se identifiquem

anomalias.

Regulamentos (UE) nº 218 e 219/2014

Alterações aplicáveis desde 01/06/2014

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Alterações nos procedimentos

de IPM de suínos

O MVO deve realizar procedimentos de IPM suplementares,

utilizando a incisão e a palpação da carcaça e das miudezas,

quando, na sua opinião, um dos seguintes procedimentos indicar um

possível risco para a saúde pública, a saúde animal ou o bem-estar

dos animais:

• as verificações e a análise da IRCA;

• as conclusões da inspeção ante mortem;

• os resultados das verificações em matéria de cumprimento

das normas de bem-estar animal;

• as conclusões da inspeção post mortem;

• dados epidemiológicos suplementares ou outros dados

relativos à exploração de proveniência dos animais.

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Consoante os riscos identificados, os procedimentos post

mortem suplementares podem incluir:

• incisão e exame dos linfonodos submaxilares (Lnn. mandibulares);

• palpação dos pulmões e dos linfonodos brônquicos e mediastínicos (Lnn.

bifurcationes, eparteriales e mediastinales). Abertura longitudinal da

traqueia e dos brônquios principais e incisão dos pulmões, perpendicular

aos eixos principais, no seu terço posterior; estas incisões não são

necessárias se os pulmões não forem destinados ao consumo humano;

• incisão longitudinal do coração de modo a abrir os ventrículos e a

atravessar o septo interventricular;

• palpação do fígado e dos seus linfonodos;

• palpação e, se necessário, incisão dos linfonodos gástricos e mesentéricos;

• palpação do baço;

• incisão dos rins e dos linfonodos renais (Lnn. renales);

• incisão dos linfonodos supramamários;

• palpação da zona umbilical e das articulações nos animais jovens e, se

necessário, incisão da zona umbilical e abertura das articulações.

Alterações nos procedimentos de IPM de suínos

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Cabeça e garganta

Lnn submaxilares ?Boca e fauces

Língua

Pulmões ? ?Traqueia e brônquios principais ?Esófago

Lnn brônquicos ?Lnn mediastínicos ?Coração e pericárdio ?Diafragma

Fígado ?Lnn hepáticos e pancreáticos ?Trato gastrointestinal e mesentério

Lnn gástricos ?Lnn mesentéricos ?Baço ?Órgãos genitais (adultos/jovens)

Úbere

Lnn supramamários ?Lnn supramamários (porcas) ?Superfície externa (completa)

Rins ?Lnn renais ?Pleura

Peritoneu

Zona umbilical (nos jovens) ? ?Articulações (nos jovens) ? ?

Carcaça

Úbere

Cabeça

Órgãos

torácicos

Órgãos

abdominais

Procedimentos específicos de IPM de Suínos

Legenda: Inspeção visual Palpação Incisão ? Se necessário

Cabeça e garganta

Boca e fauces

Língua

Pulmões ? ?Traqueia e brônquios principais ?Esófago

Lnn brônquicos ?Lnn mediastínicos ?Coração e pericárdio ?

Diafragma

Fígado ?Lnn hepáticos e pancreáticos ?Trato gastrointestinal e mesentério

Lnn gástricos ?

Lnn mesentéricos ?Baço ?Órgãos genitais (adultos/jovens)

Superfície externa (completa)

Rins ?Lnn renais ?Pleura

Peritoneu

Zona umbilical ? ?Articulações ? ?

Cabeça

Órgãos

torácicos

Órgãos

abdominais

Carcaça

Procedimentos específicos de IPM de Leitões

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Os procedimentos de inspeção suplementares deverão ser sempre

realizados nos seguintes casos:

• Carcaças de suínos não seccionadas longitudinalmente;

• Carcaças de suínos em que sejam constatadas anormalidades

relevantes.

Alterações nos procedimentos de IPM de suínos

Na Carcaça Nas Vísceras

Lesões compatíveis com falhas graves no Bem-Estar Animal

Abcessos, particularmente os localizados ao nível hepático e/ou pulmonar

Lesões de caudofagia / Canibalismo Mastites e abcessos mamários

Osteomielites Hepatites e alteração dos linfonodos hepáticos

Caquexia de origem patológica Quadros compatíveis com Doenças de Declaração Obrigatória Quadro de Reação Orgânica Generalizada

Lesões cutâneas extensas

Quadros compatíveis com Doenças de Declaração Obrigatória

Exemplos de anormalidades relevantes na carcaça e nas vísceras

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Linfadenite Caseosa Suína

No caso de animais provenientes de explorações onde foi já declarada a existência desta doença, todos os animais deverão ser inspecionados.

Para as explorações onde ainda não foi detetada a doença, uma amostra de 10% dos animais de cada lote apresentado para abate deverá ser inspecionada. Se forem encontrados animais com lesões todos os animais desse lote deverão ser inspecionados.

Nos animais selecionados, os linfonodos submaxilares (direito e esquerdo) e os linfonodos mesentéricos deverão ser sujeitos a exame visual, palpação e incisão por corte perpendicular ao seu eixo maior. Em caso de deteção de lesões nos linfonodos submaxilares e/ou nos linfonodos mesentéricos, deve ser executado exame visual dos linfonodos cervical dorsal e hepático.

Alterações nos procedimentos

de IPM de suínos

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Linfadenite Caseosa Suína Para os animais nos quais seja verificada a presença de evidências

macroscópicas ou isolamento do agente responsável, deverão ser mantidos os

critérios de inspeção definidos pelo ponto C do Procedimento Técnico - Anexo

VI da Circular Nº 232/G de 29/07/2005.

Alterações nos procedimentos de IPM de suínos

Ocorrência Atuação

Inexistência de lesões características na Inspeção post-mortem

Aprovação das carcaças e das vísceras

Lesões apenas nos linfonodos submaxilares * Reprovação da cabeça

Lesões apenas nos linfonodos mesentéricos * Reprovação das vísceras brancas

Alterações extensas nos linfonodos (em regiões anatómicas diferentes ou em outros órgãos afetados)

Reprovação total da carcaça e das respetivas vísceras

Animais muito jovens com lesões cáseocalcáreas em qualquer linfonodo

Animais muito magros

* Em caso de deteção de lesões nos Lnn submaxilares e/ou nos Lnn mesentéricos, deve ser executado exame visual dos Lnn Cervical Dorsal e Hepático

Critério de inspeção a seguir, independentemente da exploração de origem, nos abates de suínos:

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Alterações nos procedimentos de IPM

de suínos

Vigilância da Cisticercose Suína

(Taenia solium/ Cysticercus cellulosae)

A Cisticercose Suína é uma parasitose que já não é detetada em

Portugal há vários anos. No entanto, foi estabelecido um sistema de

vigilância desta doença para permitir monitorizar a sua prevalência

mesmo com a redução dos procedimentos de corte de carcaças e

vísceras.

Deve ser definida uma amostra de 10% de cada lote de animais à

qual para além da inspeção visual dos músculos do quarto traseiro,

da parede abdominal, dos psoas, dos pilares do diafragma, dos

músculos intercostais será realizada a incisão longitudinal do

coração de modo a abrir os ventrículos e a atravessar o septo

interventricular.

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Alterações nos procedimentos de IPM

de suínos

Reforço das Boas Práticas de Higiene durante a IPM

A equipa de inspeção deverá manter e exigir durante todo o decorrer

do abate as mais exigentes condições de higiene, nomeadamente

assegurando que todos os utensílios e equipamentos que entrem em

contacto com os alimentos estão limpos e são limpos e

desinfetados com a frequência suficiente.

A higiene pessoal dos elementos do corpo de inspeção é

extremamente importante! O CIS deve tomar todas as medidas

necessárias para evitar o contacto desnecessário com as carcaças e

vísceras.

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Aplicação dos novos procedimentos

de IS suínos

Onde devem ser aplicados os novos procedimentos

Estes novos procedimentos devem ser aplicados em matadouros que

não exportem carne de suíno para países terceiros que não

aceitem estes novos procedimentos (Brasil, União Aduaneira,

México) ou não forneçam carne de suíno que é utilizada no fabrico

de produtos que são exportados para esses países terceiros.

Os matadouros que não cumpram o requisito anterior deverão

informar os seus CIS sobre os destinos dos seus produtos cárneos

de modo a que o CIS possa cumprir os procedimentos de inspeção

post mortem adequados ao país terceiro de destino das carnes.

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Alteração do critério de higiene de processo

A partir de 01/06/2014 a entrada 2.1.4 do Capítulo 2 do Anexo I do

Reg. 2073/2005 relativo ao critério de higiene para o parâmetro

Salmonella em carcaças de suíno foi alterada: o número de amostras

em 50 que podem ser positivas a Salmonella desce de 5 para 3 em

carcaças de suíno (c = 3), aumentando assim a exigência deste critério

de higiene do processo.

A redução de c de 5 para 3 pode ter repercussões na avaliação da

aplicabilidade da redução da frequência de amostragem. Assim, nos

estabelecimentos onde esta redução está a ser aplicada, deve ser

verificado se se mantêm os requisitos de redução mesmo com c = 3. No

caso de o número de amostras positivas em 50 ser 4 ou 5 deverá ser

retomada a frequência normal de amostragem.

Regulamento (UE) nº 217/2014

Critério de higiene de processo - Salmonella

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Supervisão do critério de higiene de processo

As tarefas de inspeção sanitária de suínos passam também a

contemplar a supervisão do critério de higiene dos processos para

a Salmonela em carcaças de suíno, previsto no Reg. 2073/2005 e o

controlo da aplicação de medidas pelo operador da empresa do setor

alimentar no caso de incumprimento desse critério.

Se o critério de higiene dos processos não for respeitado em várias

ocasiões, o MVO deve exigir um plano de ação ao operador e

controlar rigorosamente o seu resultado.

Os Estados Membros têm de comunicar anualmente à Comissão os

resultados das análises efetuadas pelos operadores para o critério de

higiene dos processos para as salmonelas em carcaças de suíno

(número total de amostras e o número de amostras positivas).

Regulamentos (UE) nº 218 e 219/2014

Alterações aplicáveis desde 01/01/2015

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Vantagens e desvantagens dos novos

procedimentos de IS Suínos

Vantagens:

• Menor contaminação das carcaças durante a IPM

• Diminuição da probabilidade de contaminação cruzada

com matérias infetadas

• Diminuição da probabilidade de transmissão de zoonoses

através das carnes

• Melhor conservação das carnes

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Vantagens e desvantagens dos novos

procedimentos de IS Suínos

Desvantagens:

• Exige maior atenção e acuidade visual durante a IPM

• Exige melhores condições dos postos de IS relativamente

a luz e acessibilidade às carcaças e vísceras

• Necessidade de rotação das carcaças e vísceras com o

mínimo de manipulação

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Atenção:

• Os cortes tecnológicos (abertura do coração e corte dos

pulmões para saída do sangue) têm de ser executados pelos

manipuladores do matadouro.

• Durante estas tarefas, se os manipuladores encontrarem

alguma anormalidade (ex: abcessos, granulomas,

endocardites), devem informar imediatamente o CIS de modo

a se poder atuar sobre as restantes carnes do mesmo animal.

• Estas tarefas devem ser executadas com o máximo de

cuidado para evitar a contaminação cruzada.

Cuidados suplementares

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Inspeção Sanitária de Suínos – Dados do SIPACE

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

2011 2012 2013 2014 2015

Taxa de Reprovação Total (%) no abate regular por região 2011-2015

Madeira

Açores

Alentejo

Centro

Lisboa e Vale do Tejo

Norte

Média Nacional

0,00

2,33

0,13 0,16 0,35 0,18

Madeira Açores Alentejo Centro Lisboa e Valedo Tejo

Norte

Taxa de reprovação total (%) no abate regular em 2015 Média nacional - 0,30%

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

2011 2012 2013 2014 2015

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Evolução da taxa de reprovação total (%) no abate regular

para as principais topografias

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Amostragem para pesquisa de Trichinella

Regulamento (UE) nº 216/2014

Desde 01/06/2014 são aplicáveis as seguintes alterações:

A amostragem para pesquisa de Trichinella nos matadouros passa a ser

feita do seguinte modo:

• pesquisa a todas as carcaças de porcas e varrascos de reprodução

ou, pelo menos, a 10 % das carcaças de animais enviados todos os

anos para abate a partir de cada exploração oficialmente

reconhecida como aplicando condições de habitação

controladas;

• todas as carcaças de explorações que não sejam oficialmente

reconhecidas como aplicando condições de habitação controladas

devem ser examinadas sistematicamente.

As carcaças e a carne de suínos domésticos não desmamados com

menos de cinco semanas de idade (leitões) ficam isentas do exame

para deteção de triquinas.

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A AC pode reconhecer oficialmente uma exploração ou um compartimento

que aplique condições de habitação controladas, sempre que sejam

cumpridas as condições previstas no anexo IV do Reg. 2015/1375.

A AC deve garantir a realização regular de auditorias às explorações

oficialmente reconhecidas como aplicando condições de habitação

controladas. A frequência destas auditorias deve ser baseada no risco.

Sempre que os resultados destas auditorias revelem que as condições do

anexo IV deixaram de ser cumpridas, a AC deve retirar imediatamente o

reconhecimento oficial da exploração.

Sempre que os suínos de uma exploração reconhecida oficialmente

apresentem um resultado positivo na pesquisa de triquinas, a AC deve

retirar o reconhecimento oficial da exploração e pesquisar todos os suínos

que forem para abate, além de ter de tomar várias outras medidas.

Reconhecimento oficial de explorações com

condições de habitação controladas

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Condições de Habitação Controladas

• A construção e a manutenção dos edifícios devem evitar o acesso

de roedores, qualquer outro tipo de mamíferos e aves carnívoras

aos edifícios onde são mantidos os animais;

• Deve ser aplicado um programa de luta contra as pragas que evite

eficazmente a infestação dos suínos. Devem ser mantidos registos

adequados referentes ao programa;

• Todos os alimentos para animais devem obtidos de uma instalação

que produz alimentos para animais em conformidade com o

Regulamento (CE) n.º 183/2005;

• Os alimentos devem ser armazenados em silos fechados ou outros

contentores que sejam impenetráveis para os roedores. Todos os

restantes alimentos para animais devem ser tratados termicamente

ou produzidos e armazenados segundo as exigências da autoridade

competente;

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Condições de Habitação Controladas

• Os animais mortos devem ser recolhidos, identificados e

transportados sem atraso desnecessário, em conformidade com os

artigos 21.º e 22.º do Reg. n.º 1069/2009 e com o anexo VIII do

Reg. n.º 142/2011;

• No caso de existir uma lixeira nas imediações da exploração, a AC

deve avaliar os riscos envolvidos e decidir se a exploração pode ou

não ser reconhecida;

• Deve ser garantida a identificação dos suínos, de forma a se

poder efetuar a rastreabilidade de cada animal até à exploração;

• Só podem ser introduzidos novos animais na exploração se forem

provenientes de explorações também oficialmente

reconhecidas como aplicando condições de habitação controladas;

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Condições de Habitação Controladas

• Nenhum animal pode ter acesso a instalações ao ar livre, a

menos que o operador possa demonstrar adequadamente, através

de uma análise dos riscos, que o período, as instalações e as

circunstâncias do acesso ao ar livre não representam um perigo de

introdução de triquinas na exploração;

• Os operadores responsáveis por explorações oficialmente

reconhecidas devem informar a AC sempre que qualquer uma

das condições deixe de ser cumprida ou sempre que se verifique

qualquer outra alteração que possa afetar o estatuto da

exploração;

• A AC apenas pode reconhecer uma exploração ou uma categoria de

explorações se tiver verificado o cumprimento dos requisitos

previstos.

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As carcaças e a carne de suínos domésticos podem ser isentas do exame

para deteção de triquinas sempre que os animais sejam provenientes de

uma exploração ou de um compartimento oficialmente reconhecidos

como aplicando condições de habitação controladas desde que:

a) nos últimos três anos, não se tenham detetado no Estado-Membro

infestações por triquinas em suínos domésticos mantidos em

explorações oficialmente reconhecidas como aplicando condições de

habitação controladas e que tenham sido realizados durante esse

período testagem a todos os suínos; ou

b) os dados históricos dos testes contínuos efetuados na população suína

abatida permitam um nível de confiança mínimo de 95 % de que a

prevalência de triquinas não é superior a 1 por milhão naquela

população.

c) as explorações que aplicam condições de habitação controladas

estejam localizadas na Bélgica ou na Dinamarca.

Derrogações de amostragem introduzidas pelo

Regulamento (UE) nº 216/2014

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Casos positivos de Trichinella em porcos “not raised under controlled housing conditions” em 2014

Fonte: EFSA EU summary report on zoonoses, zoonotic agents and food-borne outbreaks 2014

Espanha, Polónia e Roménia ainda têm um número apreciável de

suínos positivos a Trichinella provenientes de explorações sem

condições de habitação controladas

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Espanha ainda tem um elevado número de javalis positivos a Trichinella

Casos positivos de Trichinella em javalis (caça selvagem) em 2014

Fonte: EFSA EU summary report on zoonoses, zoonotic agents and food-borne outbreaks 2014

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Casos de Triquinelose em humanos na UE

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Orientações para o controlo de Trichinella Codex Alimentarius CAC/GL 86-2015

Código Sanitário para os Animais Terrestres da OIE (Cap. 8.16)

O Codex Alimentarius adotou em 2015 novas orientações sobre o controlo de

Trichinella spp. em carne de suínos.

Estas orientações, utilizadas em conjunto com as recomendações da OIE

(Capítulo 8.16 - Infeção com Trichinella spp. do Código Sanitário para os

Animais Terrestres da OIE), aplicam-se a todas as fases, desde a exploração

pecuária até ao consumidor final.

Essas orientações destinam-se a facilitar o reconhecimento da equivalência

pelos países importadores dos sistema de controlo implementados por dada

país, facilitando assim o comércio internacional.

O CAC/GL 86-2015 concorda com os procedimentos de controlo de Trichinella

previstos no Reg 2015/1375, nomeadamente a gestão da pesquisa de

Trichinella em função da classificação do risco dos compartimentos.

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As informações sobre o estatuto das explorações (reconhecidas/não

reconhecidas) tem de chegar ao matadouro a tempo de se tomar

decisões quanto à modalidade de pesquisa de Trichinella a adotar

para o lote de animais em causa.

Essas informações deverão ser incluídas na IRCA. Para tal, o modelo

atual de IRCA de suínos terá de ser alterado de modo a contemplar

um campo próprio para estas informações.

No caso de animais provenientes de outros Estados Membros, a

informação sobre o reconhecimento oficial da exploração deve

constar na IRCA e no Certificado Sanitário.

Informações sobre o estatuto das

explorações de suínos

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IRCA de Suínos

Foi iniciada a revisão do modelo de IRCA de suínos a nível

comunitário após a publicação dos novos procedimentos de IS

Suínos, mas não houve consenso entre os Estados Membros e a

Comissão preferiu suspender a discussão.

A Comissão propôs o uso voluntário da IRCA no TRACES para

testar a reação dos produtores. Poderá passar a ser obrigatório se

a adesão for positiva.

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IRCA no TRACES

Vantagens:

• Preenchimento paralelo com o dos Certificados

Sanitários – a informação é idêntica em vários campos

• Facilita a apresentação do documento ao CIS do

matadouro de destino

• Uniformização da informação transmitida entre os

vários Estados Membros

• Modelos disponíveis no TRACES em todas as línguas da

União Europeia

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IRCA no TRACES

Desvantagens:

• Para Estados Membros que tenham outros meios de

enviar a IRCA – alteração de procedimentos

• Para Estados Membros que ainda não exijam todas as

informações que constam da nova IRCA – aumento da

informação recolhida. Para Portugal a mudança será

mínima pois já se exige praticamente toda a informação

• São necessários meios informáticos para preencher a

IRCA no TRACES

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IRCA em Portugal

As informações são fornecidas sob a forma de declaração normalizada (Minuta 04/IRCA/DIS ou 05/IRCA/DIS, conforme os casos) assinada pelo operador da exploração ou do centro de agrupamento de suínos.

Quando as animais se destinem a abate em estabelecimentos situados fora do território nacional devem as informações ser escritas em português e na língua do país onde o referido estabelecimento de abate esteja situado.

As informações devem ser recebidas no matadouro pelo menos 24 horas antes da chegada dos animais. No entanto, a IRCA pode chegar depois das 24h ou acompanhar os animais se não contiver informação que possa dar origem a uma grave perturbação da atividade do matadouro.

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IRCA em Portugal

O Portal da DGAV tem toda a informação necessária sobre os modelos

implementados para todas as espécies em:

http://www.dgv.min-agricultura.pt/portal/page/portal/DGV/

genericos?generico=322061&cboui=322061

Estão disponíveis Minutas em formato editável e a Circular 2/DIS de

01/01/2010 que explica em detalhe as regras de preenchimento da

IRCA e a transmissão das informações entre os vários responsáveis da

cadeia alimentar.

A DGAV solicitou ao IFAP para avaliar a possibilidade de implementar

o preenchimento da IRCA em simultâneo com a emissão de guias de

movimentação no Idigital.

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Informação de IS relevante para a exploração

de origem - IRIM

O operador da exploração de proveniência deve receber do operador do

matadouro, sempre que considerado pertinente, as informações

relevantes sobre os resultados da inspeção sanitária dos seus animais.

O MVO regista as informações relevantes no Modelo 03/IRCA/DIS (IRIM),

entrega-o ao operador do matadouro e assegura que essa informação é

fornecida ao operador da exploração de origem dos respetivos animais.

Quando a exploração de proveniência se situar fora do território

nacional, a informação deve ser fornecida em modelo escrito em

português e na língua do país onde a exploração esteja localizada.

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Para facilitar o preenchimento da IRCA, é permitido que no campo 7,

referente a medicamentos e outros produtos de uso veterinário

administrados aos animais, se refira que os produtos de uso veterinário

foram aplicados de acordo com o plano profilático da

exploração/grupo de animais, desde que sejam cumpridos os seguintes

requisitos:

• O operador do matadouro tem conhecimento do conteúdo desse

plano profilático e a responsabilidade assumida por cada parte

(exploração suinícola e estabelecimento de abate) consta de um

acordo escrito.

• Esse acordo mais o plano profilático devem ser apresentados ao MVO

para avaliação e devem ficar sempre consultáveis no matadouro;

• Em alternativa, o plano profilático pode vir junto com a IRCA.

IRCA e Protocolos de planos profiláticos

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• O plano profilático tem de estar atualizado conforme o que foi feito

ao grupo de animais em questão;

• O MVO deve ser sempre informado de qualquer alteração que se

verifique tanto no acordo como no plano profilático da exploração;

• O plano profilático tem de referir a data de aplicação dos produtos

nem que seja em dias de idade (Ex: antibiótico XXX per os aos 15 dias

de idade) e quando assim for, a IRCA tem de referir a idade em dias

dos animais;

• A IRCA deve referir se os intervalos de segurança foram cumpridos;

• Sempre que se utilizem produtos que não constem no plano

profilático, esse facto é indicado no campo 7 da IRCA, conforme os

registos existentes na exploração, indicando sempre a data de

aplicação e o intervalo de segurança.

IRCA e Protocolos de planos profiláticos

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IRCA – Importância para os novos

procedimentos de IS suínos

Os novos procedimentos de IS suínos necessitam que a informação

constante da IRCA seja completa e verdadeira.

É importante indicar na IRCA se os animais, durante o seu

crescimento, engorda e acabamento, sofreram de algum problema

que possa influenciar a decisão sanitária, de modo a possibilitar a

aplicação de medidas que permitam uma tomada de decisão

sanitária adequada.

Pode incluir informação sobre dados de produção (ex: mortalidade,

doenças tratadas), relatórios de IS de animais da mesma exploração

abatidos noutros matadouros, resultados analíticos de análises

efetuadas a agentes zoonóticos ou resíduos, entre outros.

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Trichinella – Questões para o futuro próximo

• Sistema voluntário de reconhecimento oficial de explorações onde se

aplicam condições de habitação controladas.

• Quem faz a vistoria de reconhecimento oficial e quem suporta os custos

dessa vistoria?

• Custos da mudança de sistema imputados a quem?

• Redução da taxa de controlo oficial de suínos?

• Derrogação de testagem nunca será aplicável a explorações de extensivo

e semi-intensivo, a detenções caseiras e a explorações que não cumpram

os requisitos de reconhecimento oficial. Haverá sempre uma amostragem

basal – não se pode acabar totalmente com a testagem.

• Problema com as exportações para Países Terceiros – mesmo com as

novas orientações sobre o controlo de parasitas da OIE e do Codex alguns

países terceiros continuam reticentes em aceitar as derrogações.

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www.dgav.pt