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Prof. Dr. André Mendes Jorge Disciplina de Bubalinocultura UNESP-FMVZ-Botucatu NUTRIÇÃO DE BÚFALOS EM REGIÕES TROPICAIS Adaptado de Leonardo C. Kearl (1982). Traduzido por Alcides de Amorim Ramos I - INTRODUÇÃO Dos 149 milhões de búfalos do mundo, cerca de 144 milhões se acha na Ásia, correspondente a 97% da população mundial (FAO, 1994). Na região sudeste da Ásia, (Índia, Paquistão, Bangladesh, Sri Lanka e Nepal) há hoje 102 milhões de cabeças. Somente a Índia tem uma população ativa de aproximadamente 79 milhões ou 53% da população mundial. Noventa e nove por cento dos búfalos pertencem a pequenas propriedades o que representa a maioria da população Asiática. Estes búfalos estão integrados ao sistema produtivo quando um de cada três animais é usado para a produção de leite, trabalho e para abate. Geralmente, são alimentados de restos de culturas, uma vez que na Índia e Paquistão, são poucas as áreas destinadas as pastagens, às vezes são suplementados com gramíneas e sub-produtos provenientes de grãos. É muito pequena a atenção dada ao balanço da alimentação exceto para os animais produtores de leite como os de tipo Murrah (Murrah, Nili-Ravim, Surti etc..). Dada a importância destes animais como produtores de leite para a Índia, Paquistão e Bangladesh é até um paradoxo a pequena ou nenhuma atenção dada ao manejo nutricional, reprodutivo e mesmo do controle higiênico sanitário dos animais nas fazendas. Os bubalinos são referidos como animais de triplo propósito porque contribuem para a economia humana na produção de leite, na tração, constituindo para grande parte da Ásia o “trator do oriente” e, para a produção de carne. No entanto, seria mais apropriado chama-lo de animal de múltiplo - propósito, porque além do leite, carne e trabalho ele proporciona a adubação orgânica do solo através do esterco e da urina, fornece ainda o couro, os cascos, chifres, sebo etc... para uso industrial e até mesmo para a nutrição de aves e suínos. Na Índia e Paquistão os búfalos são mais explorados para a produção de leite, atingindo as quantidades de 31.211 e 12.021 milhões de toneladas, representando respectivamente, 51,0 % e 74,57 % do total de leite produzido. A importância da produção de leite dos bubalinos nestes países e a qualidade do produto despertou o interesse pela espécie em vários países do mundo como Itália, Bulgária, Brasil, Venezuela, etc... Além disso estes animais têm-se destacado, pela sua longevidade, rusticidade, pela habilidade de digerir os alimentos volumosos e pela sua alta capacidade de sobrevivência às mais adversas condições de ambiente. II - CONSUMO DE MATÉRIA SECA O consumo de matéria seca pelos búfalos varia em relação ao teor de energia de sua dieta, que na maioria dos casos é controlada pelo conteúdo de fibra, no entanto é uma medida importante na avaliação do potencial genético dos animais no uso da energia. Assim, as diferenças no consumo individual dos alimentos refletem as variações na capacidade de uso desses alimentos. A energia bruta contida nas pastagens

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NUTRIÇÃO DE BÚFALOS EM REGIÕES TROPICAIS

Adaptado de Leonardo C. Kearl (1982). Traduzido por Alcides de Amorim Ramos I - INTRODUÇÃO Dos 149 milhões de búfalos do mundo, cerca de 144 milhões se acha na Ásia, correspondente a 97% da população mundial (FAO, 1994). Na região sudeste da Ásia, (Índia, Paquistão, Bangladesh, Sri Lanka e Nepal) há hoje 102 milhões de cabeças. Somente a Índia tem uma população ativa de aproximadamente 79 milhões ou 53% da população mundial. Noventa e nove por cento dos búfalos pertencem a pequenas propriedades o que representa a maioria da população Asiática. Estes búfalos estão integrados ao sistema produtivo quando um de cada três animais é usado para a produção de leite, trabalho e para abate. Geralmente, são alimentados de restos de culturas, uma vez que na Índia e Paquistão, são poucas as áreas destinadas as pastagens, às vezes são suplementados com gramíneas e sub-produtos provenientes de grãos. É muito pequena a atenção dada ao balanço da alimentação exceto para os animais produtores de leite como os de tipo Murrah (Murrah, Nili-Ravim, Surti etc..). Dada a importância destes animais como produtores de leite para a Índia, Paquistão e Bangladesh é até um paradoxo a pequena ou nenhuma atenção dada ao manejo nutricional, reprodutivo e mesmo do controle higiênico sanitário dos animais nas fazendas. Os bubalinos são referidos como animais de triplo propósito porque contribuem para a economia humana na produção de leite, na tração, constituindo para grande parte da Ásia o “trator do oriente” e, para a produção de carne. No entanto, seria mais apropriado chama-lo de animal de múltiplo - propósito, porque além do leite, carne e trabalho ele proporciona a adubação orgânica do solo através do esterco e da urina, fornece ainda o couro, os cascos, chifres, sebo etc... para uso industrial e até mesmo para a nutrição de aves e suínos. Na Índia e Paquistão os búfalos são mais explorados para a produção de leite, atingindo as quantidades de 31.211 e 12.021 milhões de toneladas, representando respectivamente, 51,0 % e 74,57 % do total de leite produzido. A importância da produção de leite dos bubalinos nestes países e a qualidade do produto despertou o interesse pela espécie em vários países do mundo como Itália, Bulgária, Brasil, Venezuela, etc... Além disso estes animais têm-se destacado, pela sua longevidade, rusticidade, pela habilidade de digerir os alimentos volumosos e pela sua alta capacidade de sobrevivência às mais adversas condições de ambiente. II - CONSUMO DE MATÉRIA SECA O consumo de matéria seca pelos búfalos varia em relação ao teor de energia de sua dieta, que na maioria dos casos é controlada pelo conteúdo de fibra, no entanto é uma medida importante na avaliação do potencial genético dos animais no uso da energia. Assim, as diferenças no consumo individual dos alimentos refletem as variações na capacidade de uso desses alimentos. A energia bruta contida nas pastagens

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tropicais é relativamente constante variando entre 17,2 e 18,7 MJ/kg de matéria seca (MINSON e MILFORD, 1966), sendo o consumo de matéria seca usualmente utilizado como consumo de energia bruta.

Neste sentido KURAR & MUDGAL (1981), usando búfalas secas e não prenhes, com peso entre 392 e 520 Kg encontraram os seguintes consumo de matéria seca para nove dietas que variaram em função da relação do teor de energia-proteína ou sejam: 57,79; 67,11; 78,81; 57,41; 67,51; 76,62; 56,30; 66,65 e 79,56 g. MS/P Kg0,75 respectivamente, para baixa proteína (BP) sobre baixa energia (BE), média energia (ME) e alta energia (AE); média proteína (MP) sobre BE, ME e AE e, alta proteína (AP) sobre BE, ME e AE. O consumo de matéria seca não foi afetado por nenhum dos três níveis de proteína. A média diária para estes grupos foram 67,67; 67,08 e 67,22 g MS/P Kg0,75 para dietas de baixa, média e alta proteína, respectivamente. O consumo de MS, foi no entanto, significativamente influenciado pelos níveis de energia das dietas. A média diária do consumo de MS, para níveis de baixo, médio e alta energia foram: 57,17; 67,09 e 78,33 g MS/P kg0,75 respectivamente. Os teores de energia e de proteína descritos acima foram de 80, 100 e 120% das normas de manutenção recomendadas por SEN & RAY (1964). Os níveis médios de fibra bruta para baixa, média e alta energia na dieta foram: 25,12; 18,13 e 2,60% respectivamente. O consumo de matéria seca como porcentagem do peso corporal foram: 1,24, 1,47 e 1,71 para as dietas de baixa, média e alta energia respectivamente. O trigo e a palha, fornecidos separadamente e a casca de grãos na mistura de concentrados consistiram na fonte de energia. O valor da quantidade de energia (Kcal EM/g) foram estimados em 2,2; 2,37 e 2,86 para baixa, média e alta energia no concentrado respectivamente. Não há referência quanto a quantidade de concentrado e palha consumida, assim, a quantidade da energia da ração consumida não pode ser determinada. O consumo de matéria seca na lactação de búfalas Murrah foi de 132 g/P kg0,75 quando se forneceu diferentes concentrados SHUKLA, et al. (1972), tendo o consumo diário de MS variado de 98,9 a 148,5 g/P kg0,75/dia. Mas, quando a palha de trigo foi suplementada com 14,5 ou 27,7% de concentrado, o consumo aumentou para 138,6 e 148,5 g/P kg0,75/dia, respectivamente. MUDGAL & KURAR (1978) acharam que as búfalas Murrah, durante o início de lactação, consumiram 11,34; 14,57 e 17,22 kg de matéria seca/dia quando alimentadas com dietas contendo 90, 100 e 130% das normas do NRC (1966) recomendadas para as necessidades em energia. Nesses ensaios, a proteína requerida foi fornecida de acordo com as exigências do NRC. Quando o nível de proteína foi elevado a 120% do NRC e o nível de energia foi de 90, 100 e 130% das recomendações o consumo de MS tornou-se 15,0; 15,54 e 17,04 kg/dia respectivamente. Pelo aumento do nível de proteína, a média do consumo de MS dos três grupos permaneceu relativamente constante (14,28 vs. 14,89 kg/dia), indicando que o consumo de MS não foi afetado pelo nível de proteína das dietas. O consumo médio diário de MS (MS/P kg0,75) foi 111,4; 133,8 e 157,7 para os animais que estavam recebendo 90, 110 e 130% do NRC, respectivamente. A energia média das dietas utilizadas foram: 1,79; 1,87 e 1,86 Mcal EM/kg para os três tratamentos.

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KURAR & MUDGAL (1980), estudaram as necessidades de proteína para búfalas Murrah no estágio inicial da lactação, verificaram que seu consumo de matéria seca variou em relação ao nível de energia de suas dietas e da interação entre a proteína e energia. O consumo médio de matéria seca para os diferentes grupos esteve entre 109,79 e 164,57 g/P kg0,75 /dia para o baixo nível de energia e alto respectivamente. SEBASTIAN et al. (1970), verificaram que o consumo de MS da lactação de Búfalas Murrah era significativamente menor que dos bovinos Sahiwal: 2,54 e 2,95% do peso corporal respectivamente. Estas observações parecem de acordo com outros valores que têm sido discutidos. Nos estudos de manutenção e reprodução de lactação de búfalas, KURAR e MUDGAL (1977) concluíram que: "A utilização de MS foi significativamente (P<0,05) afetada pelos níveis de energia na dieta e também pela interação entre energia e proteína." Para o ajustamento presumindo que o consumo de MS é influenciada por muitos fatores incluindo forma física, níveis de proteína e fibra bruta, palatabilidade e densidade energética, os valores do consumo de MS mostrados na Tabela 1 têm sido calculados usando o valor de 97,4 g MS/P kg0,75. Este valor de consumo é considerado máximo (cálculo até 2,5 Mcal EM/kg /MS ) e pode ser ajustado para baixo usando a equação: F = -0,666 + 1,333 ME - 0,2666 ME2. Pelo uso desta equação a ingestão de MS refletiria o máximo consumo diário para cada dieta específica ajustada para sua densidade energética (Mcal EM/kg MS). Os valores de ingestão de MS mencionados para animais no período seco tem média de 67,53 g MS/P kg0,75. Isto não é significativamente diferente de 69,58 g MS/P kg0,75 encontrado para crescimento dos animais. Isso porque, as dietas fornecidas no período seco são de baixa qualidade, o consumo de MS é baixo quando comparado com o que seria esperado quando se usa alimento de alta qualidade energética. Entretanto, o valor da ingestão diária de MS usada para búfalas no período seco é a mesma (97,4 g MS/P kg0,75) que aquela usada para animais em crescimento. Os valores de ingestão de MS apresentados para búfalas em lactação variam de 98,9 a 164,57 g MS/Pkg0,75/dia. Eles têm a média de 133,1 g MS/P kg0,75. Como se viu anteriormente, as dietas para búfalas que atingiram este alto nível de consumo também continham forragem de boa qualidade e/ou foram acrescidas de concentrados. Este valor (133 g MS/P kg0,75), ajustado para a quantidade de energia, tem sido usado na previsão de consumo de MS para o início da lactação de búfalas, valor este que está de acordo com a média de 132 g MS/Pkg0,75/dia encontrada por SHUKLA et al. (1972) para dietas contendo misturas de forragens na alimentação de búfalas Murrah em lactação em várias proporções. Na ausência de informações referentes a ingestão de MS por búfalos em seu último trimestre de prenhes, assume-se que a consumação seja aproximadamente a mesma dos animais em crescimentos (97,4 g MS/Pkg0,75/dia). Porque as exigências em nutrientes aumentam durante este período, devendo à dieta conter nutrientes adicionais, especialmente energia, proteína e minerais.

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III - CONSUMO DE ÁGUA Em virtude do búfalo ser considerado um animal semi-aquático, a água é extremamente importante para a sua sobrevivência. No calor, os búfalos requerem freqüentemente acesso á água ou deve banhar-se para auxiliar a eliminação do calor corpóreo. Não há estudos a respeito do estresse dos búfalos com longos períodos desprovidos de água. No geral, nos ambientes em que estes animais são encontrados a necessidade de banhar-se não parece ser um problema significativo. Os búfalos têm sido observados bebendo água várias vezes ao dia durante as estações quentes. Durante a seca onde eles são forçados a pastar longe das fontes de água, a bebida é geralmente restringida a duas vezes (pela manhã e a tarde). A perda diária de água do búfalo é estimada em: 6, 15, 16 e 18 kg, observada durante as estações de inverno, outono, primavera e verão respectivamente, (MASON, 1974) . Também, o consumo de água pelos búfalos foi maior do que os bovinos. Estudos efetuados no Instituto de Pesquisas Veterinária da Índia (IVRI), Izatnagar, Índia (GHOSH et al. 1980) não mostraram diferenças entre o consumo de água por búfalos e zebuínos. Animais pesando em média 270 kg de peso vivo, consumiram aproximadamente 20 litros de água durante o inverno e 36 litros durante o calor de verão. A perda através da evaporação foi em média de 5 e 19 litros durante o inverno e verão, respectivamente. KAY (1974) mostrou que búfalas adultas em lactação bebem 45 litros de água diariamente para manutenção e 45 litros para a produção de leite. Pesquisas complementares deverão determinar com maior precisão a necessidade diária de consumo de água pelos búfalos. IV - EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS Na Índia, a alimentação padrão recomendada aos bubalinos por SEN et al (1978) está sendo a mesma dos bovinos. As necessidades de energia e a proteína para os búfalos na Índia foram revidas por RANJHAN (1977, 1980, 1983) e têm sido estimadas e publicadas por muitos autores (RANJHAN, 1977 RANJHAN e PATHAK, 1979; KEARL, 1982, RANJAN, 1983), principalmente para animais em crescimento. 1. - NECESSIDADES ENERGÉTICAS E PROTEÍCAS PARA

MANUTENÇÃO 1.1. - ENERGIA PARA MANUTENÇÃO

Os animais são geralmente mantidos nas fazendas com o objetivo de produzirem leite, carne e trabalho. Os valores das necessidades de manutenção, no entanto, servem como uma linha básica para o cálculo da quantidade de energia necessária para satisfazer as várias funções fisiológicas e os níveis de produção esperados. As necessidades de manutenção de animais adultos podem freqüentemente serem atendidas pelo uso de dietas contendo forragens e outros alimentos de baixa qualidade acompanhadas de quantidade necessárias de minerais. A necessidade de energia contido na Tabela 1, foi calculada usando na equação 125 Kcal/P kg0,75/dia. Este valor foi determinado a partir de 6 referências que aparecem na literatura. Infelizmente esta não é uma referência como norma nutricional que

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representasse os búfalos nos países desenvolvidos, os dados que usamos aqui foram obtidos de pesquisas conduzidas na Índia. KURAR & MUDGAL (1981) verificaram que o consumo de energia metabolizável pelas búfalas no período seco variou de 100 a 147 Kcal/P kg0,75. Esta variação estava associada à relação de energia e proteína da dieta. Quanto mais alto o consumo de energia bruta maior será o consumo de energia metabolizável. A mudança do peso corporal não foi observada. Esses valores, entretanto, não puderam ser usados no cálculo das necessidades de energia. KURAR e MUDGAL (1977) verificaram que as necessidades diárias de energia metabolizável de búfalas no período seco era de 130,2 Kcal/P kg0,75. SIVAIAH e MUDGAL (1978) acharam que a manutenção da energia metabolizável para búfalas em crescimento era de 188 Kcal/P kg0,75. Estudos publicados na Índia onde as pesquisas com búfalos tem sido conduzidas há muitos anos tem estabelecido plenamente as necessidades de energia e proteína para manutenção, crescimento, gestação e lactação de búfalas. Hoje a necessidade de energia metabolizável que está em uso na Índia para os bubalinos baseia-se nos dados modificados de SEN et al. (1978). A necessidade de energia metabolizável para manutenção foi basicamente estimada usando o valor de 125 Kcal/P kg0,75 por dia para animais em crescimento e adultos no período seco. RANJHAN e PATHAK (1979) usaram o valor de 122 kcal ME/P kg0,75 por dia como sendo a necessidade de manutenção para búfalos indianos e desenvolveram uma norma nutricional baseada nos trabalhos produzidos na Índia com búfalos. O valor de 125 kcal/P kg0,75 é ligeiramente mais alto do que as necessidades de manutenção média de energia metabolizável requerida pelos bovinos (118 kcal/P kg0,75) usadas na estimativa das necessidades de energia metabolizável apresentada na Tabela 1 para os bovinos. 1.2. - PROTEÍNA PARA A MANUTENÇÃO A proteína como é vista na discussão refere-se às necessidades do animal para alimentos nitrogenados. Estas substâncias (aminoácidos) constituem o material que os animais necessitam para construir seus tecidos (musculatura, tendões, etc.) e fazer a reposição de células. Há muitas informações sobre as necessidades de aminoácidos de animais ruminantes, onde o valor protéico será usado como estimador dessa necessidade.

As exigências de proteína para crescimento, produção, reprodução e/ou trabalho incluem a quantidade necessária para a manutenção dos animais. A necessidade para manutenção aumenta com o tamanho do corpo, mas decresce com a aproximação do animal da maturidade devido o diminuição da necessidade de proteína nos tecidos corporais. Não há relação constante entre as exigências de um animal jovem e adulto. Por isso, as necessidades são estabelecidas para diferentes estágios de crescimento e atividades fisiológicas dos animais, sempre atendendo a demanda para produção, reprodução e trabalho. Todavia, algumas evidências indicam que a interação entre

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energia e proteína, influência a utilização da energia pelo animal. Assim, as dietas contendo proteína em excesso, permite utilizar plenamente a energia disponível, reduzindo o custo por unidade de produção. A manutenção do balanço de nitrogênio nos búfalos deve ser proporcional à quantidade que permita o processo metabólico, à perda pelas fezes, além de permitir o crescimento, a produção e a reprodução. Cada uma destas funções deverá ser tratada separadamente. Todos os animais desatento na sua dieta ou função fisiológica durante o seu desempenho, terá perda de nitrogênio na urina. Esta perda é constante por unidade de peso (Pkg0,75) A perda através das fezes no entanto, estará variando com a composição da dieta de manutenção e do nitrogênio fecal. A porção perdida nas fezes contém substâncias que se originam dentro do corpo do animal como resíduos provenientes das bactérias, células das paredes do trato gastro intestinal e resíduos do suco digestivo e outras secreções. A perda de nitrogênio fecal deve ser relativamente constante em termos do tamanho do corpo, este varia com a porção do nitrogênio fecal total. O nitrogênio total depende da digestibilidade da dieta de proteína processada pelo animal. KURAR & MUDGAL (1981) alimentaram búfalas vazias com dietas de palha de trigo, e concentrado, representando 80, 100 e 120% das necessidades estabelecidas por SEN & RAY (1964) para digestibilidade da proteína (DP) e nutrientes digestivos totais (NDT). Eles encontraram que o consumo da dieta de alta energia aumenta a perda de nitrogênio fecal significativamente (P < 0,01), e que a perda através da urina não foi significativamente afetada (P< 0,05), pelo nível de proteína ou energia na dieta. O balanço protéico (Pkg0,75/dia), no entanto, foi significativamente afetado (P < 0,05), pelos níveis de proteína e energia da dieta. Esses autores sugerem que as necessidades de proteína dos búfalos são menores que as recomendadas para os bovinos pelo NRC (1976) e outros trabalhos anteriores (WOODMAN, 1957; LANDER, 1949; citado por KURAR e MUDGAL, (1981). Quando o consumo de proteína digestiva como g/Pkg0,75/dia foi colocado contra o balanço nitrogênio, KURAR e MUDGAL (1981), acharam que as necessidades de proteína digestiva para manutenção foi de 2.355 g/Pkg0,75/dia, confirmando assim, os dados de SINGH (1965), 2.089 e de GUPTA et al. (1966) 2.846g e o valor de 2.440 g/Pkg0,75/dia obtido por KURAR & MUDGAL (1981). Já, RANJHAN & PATAK (1979) recomendam o valor de 2.840 g/Pkg0,75/dia equivalente ao de SEN et al. (1978). SIVAIAH e MUDGAL (1978) verificaram que as necessidades de proteína digestiva de novilhas búfalas em crescimento era de 3.396 g/Pkg0,75/dia. Isto é, considerávelmente mais alto que o valor de 2.375 sugerido por KURAR e MUDGAL (1981) para manutenção de búfalas adultas não prenhez. NEGI et al. (1968) relataram que as necessidades de energia digestiva para búfalas adultas 365 kg foi de 890 g/454 kg de peso vivo (PV) assumindo que a proteína tenha um valor biológico de 50%. Convertendo esses valores para proteína digestiva teremos 178 g PD/454 kg de PV ou 1.810 g/Pkg0,75/dia. Este valor é ligeiramente mais alto que os usados na determinação das necessidades de proteína digestiva, mas parece justificar as considerações chegando próximo do valor médio utilizado para a estimação da proteína digestiva.

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Estas informações parecem indicar que os búfalos são capazes de utilizar a proteína mais eficientemente do que os bovinos tornando sua necessidade de proteína digestível para a manutenção menor. A média dos sete valores acima é de 2,54 g/Pkg0,75/dia. Esse valor é cerca de 11% mais abaixo do que 2,86 g/Pkg0,75/dia usado para estimar as necessidades dos bovinos e parece estar de acordo que os búfalos são mais eficientes na utilização de proteína para manutenção do corpo. Assim, o valor de 2,54 g/Pkg0,75/dia foi usado para estimar as necessidades de manutenção que se acham na Tabela 1. A necessidade de energia metabolizável (ME) para a manutenção encontrada foi 103 ± 0,53 kcal/kg0,75 (SRIVASTAVA, 1970), 1/5 kcal/kg0,75 (AGARWALA, 1974) e 103,2 kcal/kg 0,75 (KURAR & MUDGAL, 1981). SEN et al. (1978) usou a quantia de 125 kcal) kg 0,75 por dia, que foi estimada por KEARL (1982) e RANJHAN e PATHAK (1979). Enquanto RANJHAN (1980) usou o valor de 122 kcal/kg 0,75. A digestibilidade da proteína bruta (DPB) necessária para a manutenção (g/ kg 0,75) foi estimada em 2.089 (SINGH, 1965), 2.846 (GUPTA et al., 1966), 1819 (NEGI et al., 1968) e em 2.440 (KURAR & MUDGAL, 1981). Já, RANJHAN & PATHAK (1979) recomendaram o valor de 2,84 g/kg 0,75/dia como sugeriram SEN et al. (1978). No entanto KEARL (1982) usou o valor de 2,54 g/kg 0,75/dia cerca de 11% abaixo dos valores recomendados pelo pesquisadores Indianos, por ser os bubalinos mais eficientes na utilização da proteína do que os bovinos.

2 - NECESSIDADES PARA VACAS EM GESTAÇÃO 2.1 - ENERGIA PARA GESTAÇÃO

Não fomos capaz de achar alguma referência sobre a energia requerida para búfalas durante a gestação. Na ausência desta informação, sugere-se que os valores estabelecidos para ganho nos animais jovens deve ser acrescido das exigências requeridas durante os últimos meses da gestação. Isto, devido ao mais longo período de gestação do búfalo (312 vs 284 dias) e menor peso ao nascer dos bezerros quando comparado ao do Zebu, talvez a necessidade de EM durante a gestação seria reduzida de uma pequena percentagem. Para conveniência disso usa-se os valores padrão onde, a EM requerida para búfalas nos últimos três meses de gestação tem sido ligeiramente modificada para proporcionar 400 gramas de ganho de peso /dia, nos produtos da concepção (Tabela 1). Esta estimativa foi calculada usando as necessidades requeridas de 125 Kcal/P kg0,75 com a adição das necessidades estimadas de 10 Kcal por grama de ganho de peso vivo. Considerando um animal de 500 kg, as necessidades seriam: Necessidade de EM para manutenção (EMM): EMM = 5000,75 x 125 = 13.212 Kcal Necessidade de EM para crescimento do produto (EMC): EMC = 10 Kcal x 400 g = 4.000 Kcal ____________ Total diário de energia requerida (EMT) = 17.212 Kcal ou 17,2 Mcal

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Não há nenhum trabalho realizado que mostre as necessidades das búfalas em gestação, principalmente para os últimos três meses. No entanto, faz-se com uma recomendação geral 1,5 vezes as necessidades de manutenção (RANJHAN, 1977, 1980). Já KEARL (1982) tem recomendado um adicional de 95 g por kg de ganho de peso corporal.

2.2 - PROTEÍNA PARA GESTAÇÃO (últimos 3 meses)

O crescimento do feto é acompanhado pelo aumento da placenta e fluidos. O crescimento do feto e de outros produtos da concepção ocorrem lentamente durante a fase inicial da gestação. Cerca de um terço do total do produto da concepção é produzido durante os sete primeiros meses da gestação. Isto, requer naturalmente uma rápida aceleração do desenvolvimento do feto durante os últimos três meses da gestação. As necessidades são semelhantes as dos bovinos (FIG. 1). Durante a fase inicial, nenhum nutriente adicional é requerido para a manutenção, assumindo que a búfala seja adulta e esteja em boas condições. Quando os animais são jovens, ainda em crescimento ou mesmo os animais adultos que se acham em más condições se tornam prenhes eles precisam ser alimentados com proteína digestiva adicional e outros nutrientes para atender as necessidades de crescimento e de ganho de peso. Sob estas circunstâncias, seria necessário adicionar 20 e 10% nas necessidades de nutrientes requeridos no 1º e 2º parto das novilhas, respectivamente. Aumentando o consumo de nutriente dos animais adultos sob más condições estaremos preparando-os para lactação seguinte. Geralmente, isto resultará num aumento da produção de leite especialmente, durante o estágio inicial da lactação. O peso médio dos búfalos ao nascer se acha entre 28 e 45 kg dependendo do tamanho, raça da mãe e do plano de alimentação que ela recebeu. Assim, cerca de 18 a 28 kg aumenta durante os 90 dias que antecedem o parto. Adicionado a este aumento no peso do feto se acham as membranas, os anexos embrionários, etc.. Para estabelecer um valor da estimação das necessidades de proteína digestível assume-se que o ganho de peso médio diário atribuído ao produto concebido durante os últimos 90 dias de gestação é cerca de 400 a 500 g.

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FIG. 1 - Necessidades de nitrogênio do feto em vacas gerando bezerros com peso

aproximado de 45 kg (adaptação de CUTHBERTSON, 1969). Na adição das necessidades de manutenção para proteína digestível (2,54 g PD/P kg0,75/dia), a búfala deve proporcionar nutrientes em quantidade suficiente para permitir o ganho de 400 a 500 g que está sendo depositado no produto da concepção. É difícil estimar este valor porque o peso do bezerro recém nascido (ou do feto) contém uma alta porcentagem de água do que quando comparado ao animal em crescimento. Assumindo, no entanto, que o valor é comparável as necessidades de proteína digestível para crescimento, 95 g será necessário diária- mente. (Este valor foi determinado usando a equação apresentada anteriormente).

3. - ALIMENTAÇÃO DE BÚFALAS NO PERÍODO SÊCO Geralmente a palha e outros volumosos (restos de culturas, silagens, fenos, capim picado etc..) são alimentos de búfalos no período seco, principalmente sob o regime de pasto. Note-se que juntamente com isso deve-se fornecer pelo menos um quilograma de uma mistura de concentrado, preferencialmente, no último terço da gestação. DI LELLA et al. (1997), avaliando a eficiência das dietas de energia e proteína oferecidas as búfalas nos primeiros 30 dias da lactação aos quatro meses , sete e no final da lactação no desempenho de búfalas leiteiras, conforme o esquema nutricional abaixo, Tabela 3.

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Tabela 3: Algumas características da dieta Estação Grupos MS (kg) PB% DPIN (%) DPT (%) Inverno I 17,0 14,6 9,96 10,08 II 13,5 12,8 8,47 8,70 III 11,5 10,3 6,77 7,94 IV 9,5 10,7 7,04 8,08 Primavera I 19,0 15,7 10,46 9,75 II 17,5 12,9 8,46 8,19 III 13,0 9,9 6,36 7,35

Primavera I 19,0 16,3 10,85 9,37 Verão II 17,5 15,9 10,50 9,03

III 15,5 13,5 9,32 7,93 IV 14,5 11,5 7,30 7,32

Verão I 18,5 17,4 11,75 10,13 Outono II 16,5 16,8 11,35 9,83

III 15,0 16,2 10,76 9,65 IV 13,0 10,4 6,65 7,10

Outono I 16,0 17,5 11,99 10,65 II 14,0 13,2 9,36 9,11 III 13,5 12,3 8,28 8,08 IV 12,5 13,1 8,90 9,66

Todos os grupos receberam uma menor quantidade de MS no outono/inverno devido a saída de estação de cobertura. Estrategicamente os grupos mostraram uma média menos de produção de leite neste período. O fornecimento de uma maior percentagem de proteína para os grupos de maior produção, mostrou quase sempre uma prevalência da PDIN (Proteína digestível no intestino) em detrimento da proteína total. As lactações que iniciarem no outono/inverno foram mais longas do que as da primavera/verão. As primíparas também apresentaram lactações mais longas do que as pluríparas. Isso talvez, devido a estação de cobertura, Tabela 4. Tabela 4: Algumas Característica da Produção de Leite (v. i; parições na p/v ou no o/i).

Características Estações Lactações V I 1 2 3 DP n = 55 n = 106 N = 37 N = 45 N = 79

Duração de Lactação 275,86 307,5a 330,1a 283,86 288,36 49,98 Produção Leite (kg) 2.402,8 2.526,5 2.613,7 2.404,8 2.468,9 638,40 Prod. Leite corr. (4,0%g e 3,1%p) 4.055,6 4.375,9 4.474,5 4.131,6 4.425,9 1.056,58 Gordura (%)0 8,6 9,0 8,7 8,9 8,9 0,85 Gordura (kg) 205,48 226,0a 226,9 213,4 218,4 56,22 Proteína (%) 4,4 4,5 4,4 4,5 4,5 0,25 Proteína (kg) 105,1 113,2 114,7 107,5 110,1 27,19 A, B: P<0,05; a,b: P<0,01. A tabela seguinte revela a quantidade de energia, proteína bruta e de proteína digestível no intestino fornecido para as vacas em produção e a eficiência de produção de energia e proteína medidas no leite. As búfalas que pariram na primavera/verão (V) e da 3a lactação foram das mais eficientes, Tabela 5.

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Tabela 5- Unidade de Gordura no Leite (UGL), Proteína Bruta (PB) e Ingestão de

Proteína Digestível (PDIN) Consumidas, Eficiência da Produção de Energia e Proteína no Leite.

Características Estação Lactações

V I 1 2 3 DP n = 55 n = 106 n = 37 n = 45 n = 79

Produção de UGL 2.120,5B 2.401,9A 2.454,3a 2.354,0 2.208,7b 210,09 Produção de PB (kg) 482,2B 543,0a 561,0a 538,2 495,7B 98,76 Prod. de PDIN (kg) 281,6B 314,4a 331,41a 313,0 284,4B 57,05 UGL/kg PLC 0,52 0,55a 0,55a 0,57a 0,52Bb 0,01 PB/kg PLC 119,06 124,1a 125,3 130,3a 116,7B 23,29 PDI/kg PLC 69,4 71,8 74,1A 75,8A 67,2B 12,92 a, b: P<0,05; A, B,; P<0,01

Estes resultados revela que para produzir L kg de leite corrigido a 4% de gordura 3,1% de leite e 7,2 gr de proteína digestível no intestino.

4. - NECESSIDADES DE ENERGIA E PROTEÍNA PARA LACTAÇÃO A necessidade de energia para manutenção das búfalas em lactação são mais alta do que para um animal no período seco. Os valores apresentados são de 158,54 kcal 0,75 (MUDGAL E KURAR, 1978), 120 kcal E.M./kg 0,75 (SIVAIG E MUDGAL, 1978), 132 kcal/kg 0,75 (RANJHAN, 1980) e 137 kcal/kg 0,75 (KEARL, 1982). A necessidade de energia para a produção de leite depende da quantidade e da composição do leite. RANJHAN (1980) apresentou o valor de (171 kcal E.M./kg de leite corrigido a 40% de gordura. RANJHAN e PATHAK (1979), no entanto recomendou o valor de 1.188 kgcal/kg de leite corrigido a 40% de gordura, do parto à metade do período de lactação. Já, KEARL (1982) recomendou o valor médio de 1230 kcal por kg de leite corrigido. A digestibilidade da proteína necessária para a produção de leite tem sido recomendada como sendo 126 g/100 g de proteína executada no leite (RANJHAN, 1980), enquanto KURAR e MUDGAL (1981) apresentaram o valor de 166,34 g. 4.1 - ENERGIA PARA LACTAÇÃO

Os dados das pesquisas realizadas indicam que a necessidade de energia durante a lactação é mais alta no búfalo do que nos para os bovinos. MUDGAL e KURAR (1978) verificaram que a necessidade de EM para manutenção durante os primeiros estágios de lactação foi 158,54 Kcal ME/P kg0,75 enquanto os bovinos durante este período necessitaram de 129,53 Kcal EM/P kg0,75. Isto é, aproximadamente 18% a menos do que o valor encontrado para os bubalinos, em outras palavras, os búfalos necessitaram de 23% a mais de EM do que os bovinos durante o estágio inicial da lactação. As necessidades de EM requerida para manutenção dos búfalos decresceu para 119,57 Kcal EM/P kg0,75 (SIVAIAH & MUDGAL, 1978) durante a metade da lactação.

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SEBASTIAN et al. (1970) sugeriram que as necessidades para manutenção de búfalas em lactação é cerca de 38% mais alta do que para as vacas em lactação quando de mesmo tamanho. Estes autores revelaram que as necessidades de manutenção das búfalas era de 3,76 kg de NDT (13,6 Mcal de EM) comparada a 2,10 kg de NDT (7,6 Mcal de EM) para os bovinos. O consumo de energia expresso como sólidos de leite corrigido (SLC) por unidade de energia, no entanto, foi semelhante para ambas as espécies. Também revelou-se que os búfalos foram mais eficientes na obtenção de proteína e minerais dos alimentos de baixa qualidade do que os bovinos e que a digestibilidade de fibra bruta foi significativamente mais alta para búfalos. Isto, tem sido um dado conflitante sobre a quantidade de energia requerida pela lactação do búfalo. MUDGAL e KURAR (1978) verificaram que as necessidades de lactação de bovinos mestiços e búfalas, determinadas do balanço de energia foi de 130,66 e 158,54 Kcal EM/P kg0,75, respectivamente. Eles concluíram dizendo: "É claro que a eficiência da utilização da energia metabolizável (EM) para produção de leite foi maior nos búfalos do que nos bovinos, assim, estes devem requerer mais energia metabolizável para produção de leite." Alguns autores revelam que a necessidade de energia metabolizável para búfalo em lactação é próxima da dos bovinos (132 Kcal/P kg0,75) como indica a informação acima. SIVAIAH e MUDGAL (1978) revelaram que a necessidade de energia metabolizável para manutenção no meio da lactação é de 120 Kcal/P kg0,75. A média dos três valores apresentados (159, 120 e 132) é 137 Kcal/P kg0,75/dia. Este valor foi usado no cálculo das necessidades requeridas para manutenção de búfalas em lactação. O conceito geral aplicado no estabelecimento da energia metabolizável requerida, nos animais em lactação é proporcionar uma nutrição adequada para suportar as necessidades em nutrientes da produção de leite e manutenção sem provocar mudança apreciável na composição corpórea (perda ou ganho de peso). Quando a quantidade requerida de nutrientes para atender estes resultados, foi determinada a necessidade de manutenção estabelecida em experimentos de alimentação de búfala vazia e seca ou em animais de características, similares no tamanho ou outra característica é subtraída e assume-se ser o balanço de energia metabolizável necessária para a produção de leite. A necessidade de nutrientes para búfalas em lactação dependerá da quantidade de leite produzida e do seu conteúdo de nutrientes. A quantidade de leite produzida dependerá da raça e das características individuais da búfala, e do tipo da dieta que está sendo fornecida. O conteúdo médio de gordura do leite de búfala, independente da raça, é de 6 a 8%. Isto é considerávelmente mais alto que o nível de gordura dos bovinos (Bos spp, 3,6%), cabras (4,5%) e comparável ao do leite de ovelhas (7,4%) e suínos (8,5%). Além disso, a energia metabolizável necessária para produzir leite dependerá de outros constituintes como a proteína, sólidos não gordurosos, etc.. MUDGAL e KURAR (1978) verificaram que as necessidades de energia metabolizável por kg de leite ajustado a 4% de gordura é de 1.603 Kcal com uma eficiência de utilização de 46,7%. SHUKLA et al. (1972) encontraram uma eficiência de conversão da energia

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metabólica acima da manutenção e dentro da energia para produção de leite estando entre 51,75 e 78,6% com búfalas em lactação alimentadas com diferentes níveis de concentrado. SRIVASTAVA (1970) citando RANJHAN revelou o valor de 1.171 Kcal EM/kg de leite a 4% de gordura. RANJHAN e PATHAK (1979) recomendaram o valor de 1.188 Kcal EM/kg de leite a 4% em suas publicações (MANEJO E ALIMENTACÃO DE BÚFALOS). SEN et al. (1978), em sua norma de alimentação para uso na Índia também recomendaram 1.188 Kcal EM/kg de leite a 4%de gordura. SIVAIAH e MUDGAL, no entanto, apontaram o valor de 1.003 Kcal EM/kg de leite a 4% a partir da metade da lactação. As necessidades de EM sugeridas por kg de leite a 4% usada na Tabela 2 foram calculadas usando o valor de 1.230 Kcal. Isto é, a média dos cinco valores previamente selecionados e é comparável aos valores usados para bovinos 1.144; ovinos 1.250; e cabras 1.203 Kcal/kg de leite corrigido a 4%. A utilização de energia para produção de leite às vezes variou em relação a quantidade de energia da dieta que usualmente é baixa em energia. Alguns trabalhos indicam também que dietas com excesso de 3 Mcal EM/kg na matéria seca deve diminuir a eficiência da sua utilização. A razão energia-proteína também afeta a maximização da utilização de EM durante a produção de leite. Obviamente, a dieta deve conter proteína suficiente para satisfazer a quantidade de leite secretada. Por outro lado, a proteína teria que sair dos tecidos corporais. TYRRELL e REID (1965) sugere a seguinte fórmula para a estimação da quantidade de energia (Kcal/kg) contida no leite dos bovinos: Energia Kcal/kg de leite = 92,25 G + 49,15 SNG - 56,40 onde,

G = porcentagem de gordura (±8,0%) e SNG = porcentagem de sólidos não gordurosos.(±10,35%)

Pelo uso desta fórmula um estimador da necessidade de energia pode ser determinada pela variação da gordura do leite e pelo conteúdo de sólidos não gordurosos. GAINES (1928) sugere a seguinte fórmula quando o conteúdo de gordura do leite é o único constituinte conhecido: Energia Kcal/kg de leite = 748 (0,4 + 0,15 %G) onde,

%G = porcentagem de gordura. Isto, deve se ficar claro que este valor de energia refere-se somente a aquela contida no leite. Dietas energéticas devem propiciar quantidades suficientes para cobrir o que é perdido na conversão a partir de uma dieta para produzir leite. Assim, assumindo uma deficiência de 60%, seria requerido um consumo de EM de 1247 Kcal/kg de leite a 4%.

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4.2 - PROTEÍNA PARA LACTAÇÃO

A proteína deve ser oferecida ao animal em lactação na quantidade suficiente da necessidade requerida para manter as exigências de seu corpo, da quantidade necessária para a secreção do leite e freqüentemente, para permitir o desenvolvimento de um embrião. Durante o estágio inicial da lactação, especialmente com animais de alta produção, é difícil atender esse objetivo. Sob essas circunstâncias o animal retirará das reservas corporais as suas necessidades. Isto é crítico uma vez que a necessidade de nutrientes (incluindo proteína deve ser fornecida ao animal durante este período). KURAR e MUDGAL (1980) forneceram dietas à búfalas contendo 6 variações da relação energia/proteína e encontraram a necessidade de proteína digestiva de 3,2 g/Pkg0,75/dia. Este valor é ligeiramente mais alta do que 2,54 g/Pkg0,75/dia, usado na estimação das exigências para animais que não estão em produção. A necessidade de proteína digestiva para produção de leite foi 126,03 g/100 g de proteína secretada no leite. SIVAIAH e MUDGAL (1978) estudaram os efeitos de um plano de nutrição para búfalas durante a metade da lactação e encontraram que as necessidades diárias de proteína digestível era de 3,65 g/Pkg0,75/dia, enquanto a necessidade de proteína digestível para 100 g de proteína secretada no leite era de 166,34 g. A respeito da grande variação entre esses dois conjuntos de valores, e na ausência de informações adicionais, uma média desses valores (3,42 g/Pkg0,75/dia) foi usada para estimar as necessidades de proteína digestível durante o início e meio da lactação. É evidente que pesquisas adicionais são necessárias para encontrar o valor real para o uso da estimação das necessidades de proteína e energia para búfalos durante cada função fisiológica. Esperamos, que estas estimativas sejam encontradas em futuro próximo. V - ALIMENTAÇÃO DE BÚFALAS ADULTAS PARA PRODUÇÃO DE LEITE As melhores vacas bubalinas de produção de leite, Murrah, Mediterrâneo, Nili-Ravi e outros atingem a quantidades de 15-20 l/dia durante o pico da lactação. Normalmente a produção é de 5 a 10 l/dia. Em todo o mundo além das gramíneas de pasto, a alimentação das búfalas leiteira é feita de silagem de milho, sorgo, farelo de algodão, soja, restos de cultura de arroz, trigo etc... Na Índia a alimentação geralmente é feita de palha de trigo, fenos, forragem verdes de leucena, aveia, milho, sorgo, etc. dependendo da estação do ano e a mistura de concentrado, consiste de torta de mostarda, farelo de arroz e restos de grãos. Nos bubalinos a eficiência da conversão de digestibilidade do nitrogênio medido no leite está entre 23,6 e 27,3% (SHUKLA et al., 1972) e 25 – 30 % do consumo do NDT/E.M. e convertido em energia do leite (JACKSON E GUPTA, 1971, SHUKLA et al, 1972). Nas pequenas propriedades o esquema da alimentação consiste em fornecer 0,5 kg da mistura de concentrado por litro de leite produzido, junto com a quantidade suficiente de volumosos, mantendo uma relação de 1 : 1 em base a M.S., SHUKLA et al., (1972). De acordo com JACKSON e GUPTA (1971) uma ração contendo 1.5 – 2.0

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kg de trigo e volumoso (60 – 80 kg) ad libitum e 1.0 kg de uma mistura de concentrado manteria a produção de leite para uma búfala que estivesse produzindo 10 kg/dia. SINGH et al. (1972) sugeriu que uma alimentação de concentrado de nível econômico. CHAPANILE et al. (1997) avaliando o efeito de duas dietas diferindo entre si pela relação entre volumoso: Concentrado (V.C.) e o conteúdo da parede celular, Tabela 6 sobre o desempenho de búfalas leiteiras dos 24 aos 243 dias da lactação verificaram que o consumo de M.S. por kg de energia do leite corrigido (ELC = 740 kcal) foi de 270g, valor similar ao dos bovinos leiteiros. As diferença apresentada pelas rações, não proporcionou diferenças entre a vacas para a produção de leite corrigida a 4% e consumo de matéria seca – M.S. Tabela 6 - Característica da Matéria Seca Consumida

PB FDN FDA MINERAIS EE V:C TAMANHO (%) (%) (%) (%) (%) (%) VOL. PICADO

Ração A 14,95 48,6 27,5 9,35 4,83 46,1 3 cm Ração B 17,51 44,9 28,6 11,6 4,50 54,5 5 cm ∆ % -14,6 8,2 -3,8 -19,4 3,8 15,4 50

DI PALO et al. (1997), avaliando o efeito dos ácidos graxeos cristalizados – gordura protegida, na produção de leite e na eficiência metabólica de búfalas leiteiras da raça Mediterrânea, verificaram que o grupo que recebeu 400g do produto produziram maior quantidade de leite corrigida a 4% de gordura e 3.1% de proteína no leite, maior número de células hemáticas, maior quantidade de leite e gordura, quantidade de colesterol total e HD2 e menor de insulina do que o grupo controle, Tabela 7. Tabela 7 - Produção de Leite e Quantidade do Leite e do Plasma

Nº Prod. de

leite Kg/dia Gordura

% Proteína

% P.L 4 %

Gord. gr/dia

Prot. gr/dia

Nº Cels .mm/l

Col. Tot mg/d

HDL mg/d

Insulina µU/ml

T 5 10,07 8,00 4,30 15,97 796 430 0,23 143 87 8,19 C 5 8,0 8,18 4,48 13,20 661 357 0,21 131 82 11,10

Sig ** - * * * * - - - * (**) – P<0.01; (*) P<0.05 VI - IMPORTÂNCIA DOS MINERAIS PARA OS BÚFALOS NOS TRÓPICOS Os minerais estão constantemente sendo excretados através do corpo do animal. Assim, é necessária uma constante suplementação dos nutrientes perdidos. Os minerais são requeridos por muitas enzimas e outros sistemas metabólicos do animal. Sabe-se que alguns dos elementos minerais "perdidos" são reciclados, outros são excretados através da urina, fezes e pele e, que em virtude de todas essas perdas endógenas, o animal requer uma suplementação relativamente constante destes para sua manutenção. Também, são requeridos minerais para crescimento, produção e reprodução. As necessidades de minerais em búfalos incluem, sódio, cálcio, fósforo, enxofre, cloro, cobalto, potássio, magnésio, iodo, ferro, manganês, zinco, selênio e cobre. Outros, como o flúor, molibdênio, selênio e etc., devem também ser necessários, mas, até agora não há evidências suficientes para garantir sua suplementação na dieta dos búfalos.

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Quando calculamos as necessidades de minerais dos animais, devemos levar em consideração as quantidades requeridas de cada elemento para o animal. Minerais como o cálcio e fósforo, devem ter uma necessidade de apenas 40 a 50%. Entretanto, a perda de cálcio e/ou fósforo e a quantidade retida no crescimento (incluindo o feto) e/ou produção deve ser determinada e assim dividida pelo coeficiente de aproveitamento (muitas vezes assume-se o coeficiente de 70%). Esta quantidade torna-se então a necessidade diária. A exigência diária de cálcio e fósforo tende a declinar com o avanço da idade dos animais. Isto porque a habilidade de absorção de cálcio e fósforo dos intestinos dos animais mais velhos tende a diminuir. Assim, as necessidades de manutenção para esses dois minerais permanece relativamente constante. O sódio e o cloro são elementos essenciais na nutrição de búfalos e podem ser economicamente utilizados pela simples adição do sal comum na dieta, assim, eles não serão aqui discutidos. Embora, vários outros minerais são essenciais na manutenção e produção dos ruminantes, somente, as estimativas para cálcio e fósforo aparecem na Tabela.1 Uma boa mistura mineral ou traços de sais minerais proporcionam uma quantidade adequada de outros minerais encontrados nas exigências da dieta na maioria da regiões do mundo e particularmente no Brasil. Todavia, problemas especiais existem e outros minerais podem ser requisitados. 1. - CÁLCIO A necessidade líquida dos animais para o cálcio é calculada a partir do consumo e das varias perdas endógenas e da quantidade retida no corpo ou secretada com o leite. AGARWALA et al. (1971) relataram que a necessidade de cálcio para manutenção de búfalas adultas como sendo aproximadamente de 23 a 25 g/dia. Isto é somente a quantidade estimada pelos autores para búfalas adultas. Este é um valor similar ao sugerido por RANJHAN ( comunicação pessoal), que foi usado para estimar a necessidade de cálcio listada nas tabelas para manutenção e todas as funções fisiológicas. O cálcio contido no leite produzido deve ser adicionado nas necessidades de manutenção. Também as jovens novilhas necessitam de cálcio adicional para garantir o seu crescimento durante sua primeira e segunda lactações. A necessidade estimada usada na Tabela 2 varia de 2,9 g/kg de leite contendo 5% de gordura à 4,1 g/kg de leite com 11% de gordura. 2. - FÓSFORO O fósforo é, talvez, o mais deficiente mineral da dieta dos bovinos em todo o mundo. A maioria das forragens naturais contém baixo nível de fósforo. Sendo estes alimentos os mais utilizados na nutrição dos ruminantes, muito cuidado se deve tomar para garantir que a dieta contenha quantidade suficiente para satisfazer todas as necessidades de manutenção, crescimento, gestação e lactação.

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AGARWALA et al. (1971) estudaram, as necessidades de fósforo dos búfalos para manutenção usando três fontes (fosfato bihidrogenado de sódio, fosfato bicálcio e fósforo contido no farelo de trigo). Deste estudo, eles indicaram as necessidades de fósforo como estando entre 12 e 17 g/dia. Estes valores são úteis apenas para os autores. A média destes valores (14,5 g/dia) é semelhante àquela sugerida por RANJHAN (comunicação pessoal), que é usada na Tabela 1. As necessidades para a gestação, produção de leite e crescimento, foram determinadas por RANJHAN (1980), além disto, quando aplicada, deve-se adicionar a necessidade para a manutenção e a necessidade de fósforo para cada função fisiológica que se acha apresentada na Tabela 1. Tem-se tomado cuidado para que a relação de Ca:P não se exceda a relação de 3:1. Sabe-se que isto pode ser mais alto sem provocar efeitos deletérios e, em muitas situações praticas de alimentação onde as forragens são somente fontes de alimentos, isto pode ocorrer. Sob condições iguais a essa no entanto o fósforo seria fornecido em quantidade suficiente para atender o mínimo necessário como mostra a Tabela 1.

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TABELA 1: Necessidades diárias de nutrientes de búfalos

Peso Consumo Energia Proteína Vit.A

Ganho ou Perda MS Mcal EM NDT UF PBa PD Ca P 1000

kg kg kg %PV /kg Mcal kg kg g g g g UI VACAS ADULTAS (Últimos três meses de gestação )

400 0,40 8,0 2,0 1,95 15,20 4,20 5,40 644 354 23 18 30 450 0,40 8,6 1,9 1,90 16,20 4,50 5,70 720 405 26 20 34 500 0,40 9,3 1,9 1,85 17,20 4,80 6,10 776 435 29 22 38 550 0,40 9,8 1,8 1,85 18,20 5,00 6,50 832 470 31 24 42 600 0,40 10,4 1,7 1,82 19,20 5,30 6,80 889 506 34 26 46 650 0,40 11,0 1,7 1,85 20,20 5,60 7,20 944 537 36 28 50 700 0,40 11,7 1,7 1,85 21,20 5,90 7,50 992 557 39 30 53 750 0,40 12,2 1,6 1,85 22,20 6,10 7,90 1064 607 42 32 57 800 0,40 12,7 1,6 1,85 23,20 6,40 8,20 1116 638 44 34 61

VACAS EM LACTAÇÃO (Produzindo 4 kg com 7% Gordura ) 350 0,00 8,4 2,4 2,00 16,80 4,60 6,00 865 537 27 21 19 400 0,00 9,0 2,3 2,00 18,00 5,00 6,40 908 559 30 23 21 450 0,00 9,6 2,1 2,00 19,10 5,30 6,80 950 580 31 24 23 500 0,00 10,1 2,0 2,00 20,20 5,60 7,20 988 600 33 25 25 550 0,00 10,7 1,9 2,00 21,30 5,90 7,60 1028 620 34 26 27 600 0,00 11,2 1,9 2,00 22,40 6,20 7,90 1064 638 35 27 30 650 0,00 11,7 1,8 2,00 23,40 6,50 8,30 1098 659 36 28 32 700 0,00 12,2 1,7 2,00 24,40 6,70 8,70 1144 678 38 29 34 750 0,00 12,6 1,7 2,00 25,30 7,00 9,00 1178 696 39 30 36 800 0,00 13,2 1,6 2,00 26,40 7,30 9,40 1214 714 40 31 38

VACAS SECAS (Manutenção) 350 0,00 6,3 1,8 1,65 10,10 2,80 3,60 423 205 14 11 15 400 0,00 7,0 1,8 1,65 11,20 3,10 4,00 469 227 17 13 17 450 0,00 7,6 1,7 1,65 12,20 3,40 4,30 512 248 18 14 19 500 0,00 8,2 1,6 1,65 13,20 3,60 4,70 553 268 20 15 21 550 0,00 8,9 1,6 1,65 14,20 3,90 5,00 597 288 21 16 23 600 0,00 9,5 1,6 1,65 15,20 4,20 5,40 633 305 22 17 26 650 0,00 10,3 1,6 1,65 16,10 4,40 5,70 683 327 23 18 28 700 0,00 10,6 1,5 1,65 17,00 4,70 6,00 714 346 25 19 30 750 0,00 11,0 1,5 1,65 17,90 4,90 6,30 752 364 26 20 32 800 0,00 11,5 1,4 1,65 18,80 5,20 6,70 788 382 27 21 34

a - A proteína total foi calculada da proteína digestível. b - Os pequenos animais não terão ganhos maior que 1 a 1,25% do peso vivo exceto

quando as dietas têm grande quantidade de gordura, isto é, leite ou leite recondicionado.

c - A energia deve ser suplementada somente para crescimento da glândula mamaria, etc., primeiro nas novilhas.

d - Aumentando todas as necessidades nutricionais, exceto de 20% a Vitamina A, durante a primeira lactação e 10% durante a segunda para permitir o crescimento.

e - A energia foi calculada usando o valor de 2,40 kcal EM/h de trabalho/kg de peso vivo mais a EM necessária para manutenção e trabalho.

f - Um fator seguro de 10% tem sido acrescido para as necessidades de PD para crescimento e manutenção de búfalos em trabalho moderado e 20% par trabalho pesado.

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NOTA: Os ajustes para produção de leite seriam feitos de acordo com as informações contida na Tabela 2. Os nutrientes necessários para a produção de leite devem ser acrescidos nas necessidades de manutenção para atingir a necessidade total de manutenção e produção.

TABELA 2: Necessidades nutricionais de búfalas em lactação para diferentes níveis de gordura (Nutrientes/kg de leite).

Gordura EM Energia Proteína

(%) (Mcal)

NDT (kg) UF (kg) Total (g) Digest. (g) Ca (g) P (g)

4,0 1,23 0,34 0,44 87 61 2,7 2,0

5,0 1,40 0,38 0,50 98 69 2,9 2,2

6,0 1,57 0,43 0,56 108 76 3,1 2,4

7,0 1,74 0,48 0,62 118 83 3,3 2,6

8,0 1,91 0,53 0,68 128 90 3,5 2,8

9,0 2,08 0,57 0,74 138 97 3,7 3,0

10,0 2,25 0,62 0,80 149 104 3,9 3,2

11,0 2,42 0,67 0,86 159 111 4,1 3,4

VII - BALANCEAMENTO DE RAÇÃO PARA BÚFALAS EM LACTAÇÃO

SOB REGIME DE PASTO No Brasil NASCIMENTO E CARVALHO (1993) sugerem para vacas em lactação com peso médio de 500 kg e com potencial de produção de até 13,0 kg/dia, consumo de 15,0 kg de MS, 1.0 kg de P.D. e 8,7 kg de NDT. Admitindo que os alimentos disponíveis mais baratos e de maior valor em termos de PD e NDT sejam, respectivamente, farelo de algodão e raspa de mandioca e que os animais se acham em pasto de Brachiaria, verifica-se o seguinte: Necessidades Nutricionais Diárias de Búfala em Lactação

Peso vivo Prod. de leite Consumo (kg/dia)

(kg) (kg) MS (kg) PD (kg) NDT (kg) Ca (g) P (g) 500 12 15,0 1,300 9,9 62 48

Valores nutritivos dos alimentos disponíveis

Alimento MS PD NDT Ca P (%) (%) (%) (%) (%)

Pasto de Brachiaria 25,0 0,4 15,0 8 2 Farelo de algodão 91,0 32,9 63,0 15 110 Raspa de mandioca 94,4 0,1 75,0 9 25

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Para a búfala tomada como exemplo, podemos considerar a seguinte ração.

Alimento Quantidade MS PD NDT Ca P (kg) (kg) (kg) (kg) (g) (g)

Pasto de Brachiaria 44,72 11,18 0,180 6,700 3 0,8 Farelo de Algodão 2,0 1,82 0,650 1,300 3 22,0 Raspa de Mandioca 2,1 2,00 0,020 1,600 19 5,2 Total 48,8 15,00 0,860 9,600 25 284

Observa-se que há um déficit de 440 g de PD, 300 g de NDT, 37,0 g de Ca e 20 g de P, quando comparamos com as exigências. Daí a necessidade de se fornecer, uma mistura de concentrado para a suplementação. Para a búfala que está produzindo até 5 kg de leite por dia, torna-se anti-econômico fornecer uma mistura de concentrado, porém para o presente caso, a cada 3 kg de leite que excede a produção de cinco quilogramas se deve o fornecer 1 kg de concentrado com aproximadamente 18 a 20% de proteína digestível contendo acima de 70% de nutriente digestivos totais. Para preparar o suplemento alimentar de acordo com as característica mencionadas, o criador deve inicialmente selecionar os alimentos mais baratos em termos de proteína e energia, a fim atender as exigências protéica prevista, bem como a energia necessária para a produção de leite. Para o cálculo do concentrado, sugere-se o quadrado de Pearson, conforme o exemplo a seguir, considerando dois produtos: farelo de babaçu com 20,8% de PD e espiga de milho triturada com 4,80% de PD. Necessidades Diárias de Nutrientes para vacas de 500 kg de Peso Vivo e Produção de 12 kg de Leite a 7,0% de Gordura.

MS (kg) PD (kg) NDT (kg) EM (kcal) Ca (g) P (g)

Manutenção (500 kg) 8,2 – 85 0,600 5,600 20,200 33,0 25,0 Produção 12 kg, 7,0% - 0,696 5,800 20,880 39,6 31,2

Total 8,2 – 15 1,296 11,400 41,080 72,6 56,2 Verifica-se a possibilidade da alimentação ser somente de volumoso. Os animais se acham em pasto de Brachiaria e recebem uma suplementação de 10 kg de silagem de capim elefante e 2 kg de cana picada. Para estimar os nutrientes fornecidos pela pastagens e sabendo-se que um pasto de brachiaria oferece uma ingestão de 1,5 kg de MS/100 kg de peso vivo. Logo, 500 kg precisam de 7,5 kg de MS. De acordo com a tabela de composição média das forragens, vê se que o pasto de brachiaria tem 25,0% de MS ou seja:

7,5 x 100

25,0 = 30 kg de pasto ingerido

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A seguir calcula-se o total de forragem fornecida.

Alimentos Vol. MS PD NDT EM Ca P (kg) (kg) (Kg) (Kg) (Kcal) (g) (g)

Necessidade - 8,2 – 15 1.300 11,400 41.000 72 56 Pasto de Brachiaria 30,0 7,50 0,300 3,900 15.000 31 8 Silagem 10,0 2,10 0,050 0,980 3.620 6 4 Cana 2,0 0,50 0,022 0,310 1.156 1 2 Total 42,0 10,1 0,372 5,190 19.776 38 15

Observa-se que a matéria seca está próxima do limite inferior e os demais componentes se acham deficientes para atender a necessidades da búfala em consideração. Para isso, precisamos ajustar a ração e igualmente se faz baseando-se na qualidade de PD necessário e do concentrado a ser fornecido. No caso a deficiência de PD é de 1,296 – 0,372 = 0,924 kg. Assim, faz-se o cálculo da quantidade de concentrado a ser fornecida. De acordo com a tabela de fornecimento de concentrados a norma indica que para este pasto precisamos fornecer 1,0 kg de leite para cada 3,0 kg de leite produzido, ou seja, 12,0 kg recebem 4,0 kg de concentrados (farelo de algodão, farelo de babaçu, milho em espiga triturado e raspa de mandioca). A seguir estima-se a percentagem de PD que deve ter o concentrado, 4,0 kg, o qual deve fornecer 0,924 kg de PD, logo 100kg terão 23,1% de PD. Sabendo-se que o presente criador dispõe dos seguintes concentrados: farelo de algodão, raspa de mandioca e milho em espiga e farelo de babaçu, calculamos com esses ingredientes uma mistura com 23,1% de PD. De acordo com a tabela de alimentos concentrados, farelos e resíduos industriais etc. temos:

Alimento MS PD NDT EM Ca P (%) (%) (%) (Kcal) (g) (g)

Farelo Algodão (41%) 92,1 32,9 69,1 2.475 20 1,22 Raspa de mandioca 94,4 1,0 75,0 3.625 0,3 6 Rolão (milho + Espiga) 87 4,8 69,1 1.941 10 25 Farelo de babaçu 92,8 20,8 82,0 1.868 13 8 Inicialmente faz –se uma mistura à vontade com dois alimentos energéticos como segue – primeira mistura:

Alimentos MS PD NDT EM Ca P (kg) (kg) (kg) (Kcal) (g) (g)

Rolão (milho + Espiga) 50% 2,4 34,5 971 5 12 Raspa de mandioca 50% 0,5 37,5 1.812 6 4 Total 100% 2,9 72,0 2.783 11 16

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Procede-se da mesma forma com os alimentos protéicos.

Alimentos MS PD NDT EM Ca P (kg) (kg) (kg) (Kcal) (g) (g)

Farelo. de algodão 30 10,72 22,50 806 6,5 40 Farelo de babaçu 70 15,77 61,85 1.409 10,0 6 Total 100 26,49 84,35 2.215 16,5 46

Para realizar o balanceamento, o método mais prático reside em

utilizar o artifício do quadrado de Pearson, arrumando-se os dados na forma a seguir: O que se tem (1) Resposta (1) Mistura 1: – 2,9% PD 3,39 de mistura 1

O que se quer 23,1%

O que se tem (2)

Total 59,2320,20

de mistura 2 Mistura 2: – 26,49 % PD

Obs: Se em 23,59 partes tem-se 20,20 partes da mistura 2, em 100 teremos 85,63 da

mistura 2 (Farelo de algodão e Farelo de babaçu) e, portanto, 14,37 partes da mistura1 (Rolão de milho e Raspa de mandioca).

Logo a mistura final de concentrado, com 23,1% de PD, ficará constituída como

indicada abaixa: Mistura MS PD NDT EM Ca P

(kg) (kg) (kg) (Kcal) (g) (g) Primeira mistura 14,37 0,417 10,35 3,999 1,6 2,3 Segunda mistura 85,63 22,683 72,23 1,897 14,1 39,4 Total 100,00 23,100 82,58 5,886 15,7 41,7

Desta mistura as búfalas comerão 4,0 kg. Assim a ração final, terá a seguinte composição.

Vol MS PD NDT EM Ca P (kg) (kg) (kg) (kg) (Kcal) (g) (g)

Necessidades - 82 – 15 1,300 11,400 41.000 72 56 Forragem total 42,0 10,1 0,372 5,190 19.776 38 15 Mistura final 4,0 4,0 0,924 3,330 23.544 6,28 16,7 Total 46,0 14,1 1,296 8,493 43.320 44,28 31,7

Obs: 1) Torna-se difícil um balanceamento com os animais no pasto por ser impossível

conhecer a quantidade precisa de consumo de matéria verde e da sua qualidade.

2) Há necessidade de manter minerais no cocho ou adicionar cerca de 2,0% da mistura de concentrado.

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ANEXOS:

Composição Média, valores energéticos e protéicos dos principais volumosos e concentrados. TABELA - Composição Média das Forragens na Base da Matéria Natural

Forragens M.S. Proteína E.E. Fibra NDT Ca P Total Dig. % % % % % % % % Forragens Verdes Açúcar, cana de 23,2 1,0 0,6 0,8 6,8 14,1 0,13 0,04 Açúcar, cana de (pontas) 25,7 1,3 0,6 0,4 8,4 12,5 0,09 0,07 Alfafa (média) 30,0 5,4 3,1 1,1 9,0 14,0 1,61 0,38 Angola, capim 22,1 1,9 1,1 0,5 7,7 11,8 0,08 0,04 Aveia, antes de espigar 14,1 3,2 2,4 0,6 2,8 9,2 0,06 0,09 Bananeira, parte aérea 8,1 0,5 0,2 0,5 2,0 5,0 0,19 0,01 Batatais, grama de 21,2 2,4 - 0,5 6,4 - 0,04 0,03 Braquiária, capim 29,0 2,3 - - - - 0,04 0,05 Colonião, capim 16,7 2,1 1,6 0,3 5,1 - 0,08 0,02 Elefante Napier (84 dias) 25,9 2,5 1,3 0,6 7,7 15,2 - - Elefante Napier (média) 25,5 1,2 0,5 0,6 10,2 13,4 0,12 0,07 Gordura, capim - 12 sem. 26,0 2,7 - - 8,9 - 0,10 0,05 Jaraguá, capim (tenro) 29,7 2,7 1,6 0,8 8,6 16,2 0,11 0,05 Mand., ramas e raízes (far.) 13,7 4,4 - 7,7 17,9 - 0,27 0,09 Rodes, capim 24,0 2,3 1,3 0,6 8,0 15,0 0,10 0,09 Setaria 21,0 1,1 - 0,6 8,3 9,0 - - Sorgo 24,9 1,5 0,8 1,0 7,0 17,3 0,09 Forragens M.S. Proteína E.E. Fibra NDT E.D. E.M. Ca P Total Dig. % % % % % % kcal/kg kcal/kg % % Fenos e Outros Alim. Fibrosos

Alfafa, feno 90,5 14,8 10,5 2,0 28,9 50,3 2.213 1.814 1,47 0,24 Braquiária brizanta. feno 86,2 5,2 2,2 1,8 23,7 31,6 1.390 1.140 - - Cana. bagaço desidr. 90,0 1,2 0,0 0,4 44,0 41,0 1.804 1.479 - - Galinheiro. cama de 79,0 16,0 8,9 - - 43,0 1.870 1.533 - - Jaraguá. feno de capim 81,0 5,8 1,4 1,0 30,9 36,7 1.615 1.324 0,46 0,10 Milho. sabugo 90,4 2,5 - 0,4 32,1 45,7 2.010 1.648 0,11 0,04 Milho. “rolão” 82,6 6,8 3,3 2,1 21,8 53,9 2.376 1.948 0,25 0,14 Açúcar. cana de (pontas) 29,6 1,5 0,8 0,6 10,6 14,8 651 533 0,10 0,08 Elefante. capim 27,1 1,1 0,3 0,6 11,8 11,9 523 429 - - Milho bem maduro 27,4 2,2 1,2 0,8 6,7 18,1 796 653 0,10 0,06 Sorgo bem maduro 32,3 2,4 1,2 11,0 8,5 18,3 805 660 0,14 0,04

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TABELA - Composição Média dos Alimentos Concentrados Alimentos M.S. Proteína (6.25N) E.E Fibra Energia Metab. NDT Ca P Mn Total Dig. Aves Rumin. % % % % % kcal/kg kcal/kg % % % mg/kgAlgodão. far. (solvente) 91.0 41.6 32.9 1.6 11.0 1.820 2.287 63.0 0.15 1.10 20 Algodão. far. c/ casca

92.2 28.0 19.6 5.2 21.4 - 1.870 52.0 0.17 0.64 -

Arroz. farelo 91.0

13.5 9.2 15.1 11.0 1.630 2.171 60.0 0.06 1.82 418Aves. escrem/os c/ 10 sem.

32.0 7.3 - - - - - - - 0.525 -

Aves. cama frangos 86.0 14.3 - - - - - - - - -Aveia 89.0 -11.8 4.5 11.0 2.535

2.169

0.1160.0 0.35 38

Babaçu. farelo 92.8 24.2 20.8 6.8 12.0 - - 82.0 0.13 0.71 311Carne. farinha 94.0 53.4 43.8 9.9 2.0 1.984 2.422 67.0 8.19 3.71 10Cevada. resíduo de cervejaria 92.8 23.3 16.8 6.2 15.6 - - 61.9 0.29 0.48 - Cevada. resíduo úmido

27.7 5.7 4.2 1.6 3.6 - - 16.1 0.07 0.12 -

Coco. farelo 93.0 20.4 17.3 6.6 12.0 1.764 2.723 77.0 0.21 0.61 55Milho. grão 88.0 9.3 7.2 4.3 2.0 3.417 2.846 80.0 0.02 0.33 6 Milho desint. c/palha e sab. 89.3 7.8 4.8 3.0 10.5 - 1.941 69.1 0.01 0.25 - Refinazil (far. proteinoso)

90.0 25.3 21.8 2.4 8.0 1.676 2.668 75.0 0.46 0.77 23

Sangue. farinha

91.0 79.9 56.7 1.6 1.0 2.844 2.169 60.0 0.28 0.22 5Soja. far. 89.0 45.0 42.1 0.9 6.0 2.249 2.639 73.0 0.32 0.67 27Trigo. farelo 89.0 16.0 13.0 4.1 10.0 1.146 2.278 63.0 0.14 1.24 115Uréia (equiv. em prot.) 262.0 - - - - - - - - -

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TABELA - Valores Energéticos e Protéicos de Algumas Plantas Forrageiras. nas Bases de Matéria Seca (MS) e Matéria Natural (MN)*

Nome Comum M.S. E. Met. (Mcal/kg) Proteína(%) Prot. Digest. (%) (%) M.N. M.S. M.N. M.S. M.N. M.S.

Forragens Verdes Açúcar. cana 27.8 0.58 2.08 2.4 8.6 1.4 5.0 Alfafa (média) 27.2 0.54 1.98 5.2 19.1 3.5 12.9 Aveia. forragem 16.2 0.40 2.47 1.6 9.9 1.2 7.1 Braquiária brizanta 23.0 0.43 1.87 1.1 4.8 0.4 1.9 Elefante napier. 10 sem. 27.5 0.53 1.93 1.8 6.5 0.9 3.3 Elefante napier. 14 sem. 31.3 0.58 1.85 1.4 4.5 0.7 2.2 Gordura. capim (floraç.) 33.3 0.60 1.80 1.2 3.6 0.4 1.3 Jaraguá. capim 21.6 0.38 1.76 1.2 5.5 0.3 1.4 Jaraguá. capim (floraç) 34.3 0.55 1.60 1.2 3.5 0.3 0.8 Rodes. capim (médio) 24.0 0.50 2.08 2.3 9.6 1.3 5.4 Sorgo. final floração 33.0 0.64 1.94 1.1 3.3 0.4 1.3 Fenos Alfafa 88.1 1.83 2.08 14.3 16.2 10.7 12.1 Arroz. palha 92.5 1.42 1.53 3.9 4.2 0.6 0.6 Jaraguá (a. fl.) 86.3 1.48 1.71 5.6 6.5 3.1 3.6 Rodes. capim 85.9 1.62 1.88 7.2 8.4 3.2 3.7 * Dados citados por Alba. J. Alimentacion del Ganado en America Latina. 1971. TABELA - Valores Protéicos de Alguns Alimentos para os Bovinos.*

Alimentos M.S. Prot. Dig. (%) Ener. Dig. (kcal/kg)

Ener. Met. (kcal/kg)

NDT (%)

Algodão. farelo 92.5 34.8 3.018 2.475 68 Arroz. farelo 91.0 8.7 2.648 2.171 60 Carne. farinha 93.5 48.6 3.133 2.569 71 Coco. farelo 93.0 16.5 3.321 2.723 75 Milho. grão 87.0 6.6 3.490 2.862 79 Milho. espiga c/ palha 87.0 4.0 3.452 2.831 78 Soja. farelo s/casca 89.8 45.8 3.326 2.727 75 Trigo. farelo 89.0 12.5 2.746 2.252 62 Trigo. farelinho 90.0 13.2 3.413 2.798 77 *Dados de Feed Composition. National Academy of Sciences. 1969.