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    ARTIGO DE REVISO

    A DIETOTERAPIA COMO PREVENO NA DOENA VASCULAR ENCEFLICADIET THERAPY PREVENTION IN STROKE

    Christiane de M. B. Almeida Leite1

    Viviane de H. Flumignan Ztola2

    1- Nutricionista responsvel pelas Unidades de Nefro e Neurologia do Hospital de Clnicasda UFPR. Especialista em Terapia Nutricional pela UFSC. Mestranda da Ps-graduaode Medicina Interna pela UFPR.

    2- Mestre em Medicina Interna pela UFPR. Doutoranda em Neurologia pela USP.Colaboradora do Servio de Neurologia da Unidade de Doenas Cerebrovasculares doHC da UFPR. Ex-Fellow em Neurologia pela Universidade Sakler de Tel-Aviv, Israel.

    Hospital de Clnicas da Universidade Federal do Paran

    Rua General Carneiro, 181 Centro CEP: 80060-900, Curitiba / PR

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    RESUMO

    A doena vascular enceflica pode ser definida como o resultado de uma isquemia

    completa, na qual o crebro desprovido de oxignio, levando a danos irreversveis. A

    hipertenso arterial sistmica considerada, isoladamente, como principal fator de riscopara ocorrncia do Acidente Vascular Cerebral. No entanto, outras situaes tambm

    contribuem para o aumento de sua ocorrncia, entre elas a obesidade, o diabetes, a

    dislipidemia, a hiperuricemia e a homocisteinemia. A dietoterapia destaca-se como uma

    das diretrizes na preveno da doena vascular enceflica, atravs do manejo e

    tratamento dos fatores de risco. Essa reviso teve como objetivo descrever as principais

    intervenes dietoterpicas indicadas para o controle dos fatores de risco e preveno da

    doena vascular enceflica.

    DESCRITORES

    Acidente Vascular Cerebral, isquemia, dietoterapia

    ABSTRACT

    Stroke can be defined as the result of a complete ischaemia, in which the brain is

    depreved of oxygen, suffering irreversible damage. Although hypertension is considered

    the main risk factor for stroke, other diseases such as obesity, diabetes, dislipidaemia,

    hyperuricemia and homocysteinemia are very important and should be carefully followed.

    Diet therapy stands out as one of the main approaches in the prevention of cerebrovascular disease, through the handling and treatment of risk factors. This review

    describes the main nutritional interventions indicated for the control of the risk factors and

    prevention of cerebrovascular disease.

    KEY WORDS

    Stroke, ischaemia, diet therapy

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    pacientes com hipertenso moderada. Uma restrio na ingesta de sal (6g de sal,

    100mEq ou 2400mg de sdio/dia) recomendada para o tratamento da HAS (MAHAN;

    ESCOTT-STUMP, 1996). Esse nvel de restrio pode ser suficiente para normalizar os

    nveis pressricos nos casos menos graves. Uma orientao mais restrita em sdio,normalmente, leva a baixa aderncia dieta. Deve-se considerar os alimentos

    processados, cuja eliminao se faz necessria para atingir a quota de sdio

    recomendada ao dia (tabela I).

    1.2 Obesidade: estima-se que cerca de 60% dos hipertensos apresentam sobrepeso

    (peso acima do limite superior da normalidade, ou seja, obesidade leve) ou obesidade nos

    mais variados graus (SHILS; OLSON; SHIKE, 1994). Para se identificar a presena de

    obesidade, bem como classific-la, o mtodo mais utilizado o ndice de Massa Corporal

    (IMC) que definido pela diviso do peso em quilos pela altura em metros ao quadrado.

    Resultados entre 18,5 a 24,9 Kg/m2 so considerados dentro do padro de normalidade,

    de 25 a 29,9 Kg/m2 denotam sobrepeso ou obesidade leve, de 30 a 39,9 Kg/m 2 obesidade

    severa e acima de 40 Kg/m 2 obesidade mrbida. Alm da quantidade de tecido adiposo, a

    localizao deste acmulo tambm um fator determinante da elevao do risco de

    doena vascular. A distribuio regional dos depsitos de gordura so controlados

    geneticamente e diferem de acordo com o sexo. A obesidade andride, comum entre os

    homens, aquela onde a gordura fica depositada, em sua maior parte, na regio

    abdominal. Neste caso, por atingir uma rea visceral, ocorre uma mobilizao mais rpidade cidos graxos livres e est associada com aumento significante do risco de problemas

    vasculares (HALPERN; MANCINI, 1999). O benefcio da reduo de peso tem impacto

    comprovado no controle da presso arterial. Estima-se que uma perda mdia de 9 Kg

    est associada com uma alterao de 6,3 mmHg na presso sistlica e 3,1 mmHg na

    diastlica (SHILS; OLSON; SHIKE, 1994). Uma dieta balanceada e controlada em calorias

    o mtodo mais eficiente e fisiolgico para a reduo de peso. A dieta deve ser

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    nutricionalmente adequada com modificao no valor calrico, o qual deve ser restrito a

    fim de mobilizar as reservas adiposas para suprir as necessidades energticas dirias. A

    quantidade calrica deve ser prescrita individualmente, de acordo com o sexo, idade e

    atividade fsica do indivduo. A dieta deve ser relativamente rica em carboidratos,preferencialmente na forma de amido suprindo 55% das Kcal, com oferta generosa de

    protenas entre 15 a 25% das Kcal e pobre em gorduras entre 20 a 25% das Kcal

    (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 1996). A incluso extra de fibras recomendada para reduzir

    a densidade calrica, promover a saciedade atravs do retardo no esvaziamento gstrico,

    e diminuir o grau de eficincia da absoro intestinal.

    1.3 Consumo abusivo de lcool: reconhecido como fator causal da HAS. Cinco a 7% dos

    casos de HAS causado pelo consumo de lcool (SHILS; OLSON; SHIKE, 1994).

    Quantidades de etanol maiores que 42g/dia (1050ml de cerveja, 525ml de vinho ou 130ml

    de bebidas destiladas) provocam pequenas, mas significativas elevaes da presso

    arterial.

    1.4 Sedentarismo: a falta de atividade fsica tem forte contribuio para o aumento da

    obesidade, e indiretamente, ao desenvolvimento de nveis pressricos elevados. Uma

    atividade fsica moderada, definida como 30 a 45 minutos dirios de caminhada, 3 a 5

    vezes por semana, recomendada como terapia auxiliar nos casos de hipertenso

    (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 1996).

    2. Diabetes Mellitus: aumenta duas a trs vezes o risco de DVE (DONNELLY et al.,2000). Na elaborao do plano alimentar deve-se obedecer critrios especficos para

    cada macro nutriente.

    2.1 Carboidratos: as recomendaes nutricionais mais recentes da Associao Americana

    de Diabetes (ADA) no especificam uma quantidade especfica de carboidratos de forma

    geral. A ADA preconiza que as quotas de carboidratos devem ser prescritas

    individualmente de acordo com o estado nutricional do paciente, hbitos alimentares,

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    controle metablico, e presena de outras patologias associadas (HOLLER; PASTORS,

    1997). Os carboidratos devem, preferencialmente, ser fornecidos na forma complexa

    atravs de alimentos como cereais, leguminosas, hortalias e frutas, que tambm so

    timas fontes de vitaminas, minerais e fibras. Os carboidratos simples como a sacarose,devem ser restritos ou eliminados da dieta, uma vez que so mais rapidamente digeridos

    e absorvidos do que os amidos, agravando assim a hiperglicemia. Embora alguns estudos

    no demonstrem efeitos adversos da sacarose na glicemia, esta questo merece ateno

    individual, cuja liberao do uso de carboidratos simples vai depender do grau de

    aderncia ao plano nutricional por parte do paciente. Atualmente, com a disponibilidade

    do uso da insulina de ao ultra-rpida (lispro), cujo incio de ao de 15 minutos e tem

    durao de 3 a 4 horas (MANCINI; MEDEIROS; HALPERN, 1999), o paciente

    beneficiado com uma maior flexibilidade na escolha dos alimentos e programao

    diettica diria. Recomenda-se, nesses casos o mtodo de contagem de carboidratos,

    que consiste na escolha do alimento pertencente a uma lista de equivalentes alimentares

    (amidos, frutas, hortalias, etc.) onde uma (1) escolha equivale a 15g de carboidrato

    (HOLLER; PASTORS, 1997). Concomitante ao planejamento diettico deve-se iniciar e

    manter um trabalho de educao alimentar. Deve-se ressaltar que este tipo de auto

    manejo diettico deve ser limitado a pacientes que apresentem habilidade, compreenso,

    aderncia ao tratamento e acompanhamento peridico e constante com um profissional

    nutricionista.2.2 Fibras: a recomendao nutricional de fibras no diabtico semelhante quelas para

    a populao sadia, de aproximadamente 20 a 35g de fibra diettica por dia (HOLLER;

    PASTORS, 1997). A fibra diettica tem demonstrado melhorar o controle da glicose

    sangnea, possivelmente por retardar o esvaziamento gstrico e aumentar a velocidade

    do trnsito intestinal, portanto, retardando a absoro de glicose. Os alimentos com maior

    teor de fibra so as frutas, hortalias, leguminosas e cereais integrais.

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    2.3 Protena: de acordo com a recomendao da Associao Americana de Diabetes

    (ADA) as protenas devem suprir de 10 a 20% da ingesto calrica, embora a indicao

    da Recommended Dietary Allowances (RDA) de 0,8g/Kg/dia seja mais especfica e

    individualizada. Com uma ingesto protica maior o paciente corre o risco de desenvolver nefropatia diabtica precoce, por outro lado, se a quota for menor que 0,6g/Kg/dia, pode

    ocorrer desnutrio protica. Para atingir a recomendao de protenas, a dieta deve

    conter quantidades adequadas de alimentos de origem animal, consideradas protenas de

    alto valor biolgico, como carnes, ovos, leite e derivados; alm de alimentos ricos em

    protena vegetal como gros (soja, feijes, etc.), cereais e hortalias em geral (HOLLER;

    PASTORS, 1997).

    2.4 Lipdeos: para equilibrar a necessidade de calorias, a energia remanescente na dieta

    fornecida pelas gorduras. Como medida preventiva contra problemas vasculares,

    recomenda-se que os lipdeos sejam restritos a menos de 30% das calorias, e compostos

    de aproximadamente um tero de cada tipo de gordura: saturada, mono e poliinsaturada.

    Em pacientes dislipidmicos, necessria uma reduo maior de gordura saturada, a

    qual no deve exceder 7% do total de lipdeos, e uma restrio de colesterol diettico

    para 200mg/dia. Desta forma, d-se preferncia aos leos vegetais, compostos por

    gorduras mono e poliinsaturadas, do que gordura animal, predominantemente saturada

    (HOLLER; PASTORS, 1997).

    3. Dislipidemia: ocorre devido ao aumento dos nveis de colesterol, ou triglicerdeos, ouambos . Essas desordens podem ser provenientes de origem hereditria ou

    diettica.

    3.1 Hipercolesterolemia: acredita-se, atualmente, que no somente a reduo dos nveis

    de colesterol, como tambm a adequao dos nveis das fraes de lipoprotenas de

    transporte do colesterol, so importantes na preveno das doenas vasculares. As

    lipoprotenas de baixa densidade (LDL) so os veculos de transporte primrios para os

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    lipdeos, incluindo colesterol e triglicerdeos, e possuem elevado efeito aterognico. As de

    alta densidade (HDL) so um grupo de lipoprotenas que contm menos colesterol do que

    as LDLs, e que possuem um certo efeito protetor, uma vez que atuam na captao do

    colesterol total pelo fgado antes da formao de placas de ateromas (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 1996). Propores entre colesterol total e LDL ou HDL so usadas como

    parmetros de indicao de teraputica diettica e/ou medicamentosa. Os nveis sricos

    ideais considerados como padro de referncia de preveno primria so: LDL 60mg/dl e colesterol total < 200mg/dl. Para os pacientes portadores de

    Diabetes Mellitus recomenda-se um valor de LDL menor que 100mg/dl (SANTOS, 2001).

    Para reduzir o colesterol plasmtico a nveis aceitveis, deve-se reduzir a ingesto

    diettica de calorias, gordura total, gordura saturada e protena animal; e aumentar o

    consumo de carboidratos complexos, protena vegetal e fibras, alm de manter uma

    proporo adequada de gorduras poli e monoinsaturadas. A gordura total deve,

    inicialmente, ser reduzida para menos de 30% das calorias, com diminuio das gorduras

    saturadas para menos de 10%, ao contrrio das gorduras poliinsaturadas que devem

    estar acima de 10% do total de lipdeos. As gorduras monoinsaturadas devem preencher

    o restante das necessidades. A ingesto de colesterol deve ser menor que

    100mg/1000Kcal (SHILS; OLSON; SHIKE, 1994) (tabela II). A aderncia dieta pode

    levar queda dos nveis de colesterol total e de LDL colesterol em 10 a 20%, sendo que,

    com a concomitante eliminao da gordura saturada da dieta esse efeito ocorrer deforma mais rpida. Calcula-se que cada 1% a menos de gordura saturada igual a menos

    2,7mg de colesterol srico (SHILS; OLSON; SHIKE, 1994). Lembramos que a atividade

    fsica regular, alm de auxiliar na perda de peso, promove aumento do HDL colesterol.

    3.2 Hipertrigliceridemia: devido a alta densidade energtica (9Kcal/g) e baixa solubilidade,

    os triglicerdeos constituem a principal fonte calrica para muitos tecidos, fornecendo

    cidos graxos essenciais e atuando no transporte das vitaminas lipossolveis. O local de

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    armazenamento dos triglicerdeos o tecido adiposo, na forma de gordura saturada,

    mono ou poliinsaturada (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 1996). Considera-se padro de

    referncia timo um triglicerdeo srico

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    encontrados, principalmente, nas vsceras (fgado, moela, corao, etc.), peixes em geral,

    leite e derivados, gema do ovo, cereais integrais, levedo, leguminosas, hortalias verdes,

    tubrculos e razes (batatas, mandioca, inhame, car, etc.)

    COMENTRIOS

    As vrias intervenes nutricionais apresentadas neste trabalho demonstram o

    papel fundamental da Nutrio na preveno das doenas vasculares enceflicas. Os

    cuidados nutricionais devem ser implementados de forma precoce como preveno

    primria ou secundria. Deve-se ressaltar, tambm, a importncia do acompanhamento

    nutricional peridico e constante, bem como do planejamento alimentar individualizado e

    dinmico.

    REFERNCIAS

    BRASIL. Ministrio da Sade.Hipertenso arterial sistmica e diabetes mellitus.

    Braslia, Cadernos de ateno bsica. 2001.

    CARVALHO, J. G. R. Hiperuricemia e hipertenso.J.B.N., So Paulo, v. 22, n. 3, p.181-185, 2000.

    CHAVES, M. L. F. Acidente vascular enceflico: conceituao e fatores de risco.Rev.Bras. Hipertens. , Ribeiro Preto, v. 7, n. 4, p.372-382, 2000.

    DONNELLY, R.; EMSLIE-SMITH, A. M.; GARDNER, I. D.; MORRIS, A. D. ABC of arterialand venous disease Vascular complications of diabetes. B.M.J., London, v. 320, p.1062-1066, 2000.

    GILES, W.H.; CROFT, J. B.; GREENLUND, K. J.; FORD, E. S.; KITTNER, S. J. Totalhomocyst(e)ine concentration and the likehood of nonfatal stroke.Stroke. , Dallas, v. 29, p.2473-2477, 1998.

    HALPERN, A.; MANCINI, M. C. Obesidade Como diagnosticar e tratar.R.B.M., So

    Paulo, v. 56, edio especial, p.131-140, 1999.

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    HOLLER, H. J.; PASTORS, J. G. Diabetes medical nutrition therapy. Chicago:American Dietetic Association and American Diabetes Association, 1997. p. 15-28, p.51-59, p.179-192.

    LEITE, C. M. B. A. Orientaes nutricionais. In: ZTOLA, V. F.; et al.Manual deorientao do acidente vascular cerebral. 2. ed. Curitiba: Universidade Federal doParan Hospital de Clnicas, 2000. p.12 16.

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    MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, L.Krauses food, nutrition and diet therapy . 9. ed.Philadelphia: W. B. Saunders Company, 1996.

    SACCO, R. L. Identifying patient populations at high risk for stroke.Neurology. ,Minneapolis, v. 51 (Suppl. 3). p.S27-S30, 1998.

    SANTOS, R. D. (Coord.). III Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias e Diretriz dePreveno da Aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileirade Cardiologia.Arq. Bras. Cardiol. , So Paulo, v. 77, supl. 3, p.4-47, 2001.

    SASAKI, S.; ZHANG, X. H.;, KESTELOOT, H. Dietary sodium, potassium, saturated fat,alcohol, and stroke mortality.Stroke. , Dallas, v. 26, p.783-789, 1995.

    SHILS, M. E.; OLSON, J. A.; SHIKE, M.Modern nutrition in health and disease. v. 2. 8.

    ed. Philadelphia: Lea & Febiger, 1994.

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    Tabela I Orientao nutricional para hipertenso

    EVITE Grupo 1Embutidos Lingia, salsinha, salame, mortadela, presunto,chourio, paio, pats

    Carnes Defumadas (carne seca ou charque, carne de sol,toucinho, bacon)

    Peixes e frutos do mar Atum e sardinha em lata, bacalhau, camaroLacticnios Queijos (principalmente os amarelos), nata.

    requeijo, creme de leite, manteiga comsal

    Enlatados e conservas Enlatados em geral (milho, ervilha, legumes),conservas (azeitona, palmito, chucrute)

    Molhos prontos Maionese, mostarda, ketchup, shoyo, molho ingls,molho e extrato de tomate, molho de

    pimentaPes, biscoitos e pastelarias Pes com sal (de forma, francs, integral,centeio,etc.), biscoito gua e sal, biscoitocream cracker, biscoito recheado,waffers, pastelarias em geral (pastel,coxinha, empadinha, etc.), pizzas,sanduches de lanchonete

    Produtos industrializados Temperos prontos e caldos concentrados de carne,galinha ou legumes, temperos a base de Glutamatomonossdico, salgadinhos, polenta temperada,sopas prontas

    Gorduras Margarina com salMODERE Grupo 2

    Leite e derivados Leite, iogurte, queijo tipo Minas ou frescal, ricotaCarnes Carnes vermelhas e brancas, vsceras (lngua,

    fgado, bucho, miolos)Peixes Peixes de gua doce ou salgadaOvos 1 a 2 unidades por semanaVegetais Espinafre, beterraba, couve manteiga, acelga,

    chicriaProdutos industrializados Achocolatados, suplementos hipercalricos, sucos

    artificiais, sorvetes cremososPREFIRA Grupo 3

    Pes, bolos e biscoitos Po caseiro sem sal (branco, centeio, integral, etc.),torradas sem sal, bolo simples, biscoito de gua,

    biscoito doce sem recheio (maisena, Maria,etc.)Cereais Arroz, macarro, polenta (preparados sem sal),aveia, milho

    Leguminosas Feijo, lentilha, ervilha, gro de bico, sojaVegetais Todos, exceto os citados no grupo 2Frutas Todas (sem exceo), sucos naturaisGorduras leos vegetais (canola, milho, soja, etc.), margarina

    e manteiga sem salGerais Acar,mel, marmelada, gelias, compotas, gelatina

    RECOMENDAES GERAIS:Substitua o sal de cozinha por temperos como louro, cebola, alho, suco de limo, organo, manjerona,

    vinagre, pimenta do reinoPrepare as refeies sem sal, adicionando 1 colher (de caf) rasa de sal sobre o prato j prontoEvite o excesso de peso corporalObserve sempre o rtulo das embalagens. No deve conter: SAL, NaCl (Cloreto de Sdio),

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    Glutamato monossdicoEvite o consumo de bebidas alcolicas

    Leite CMBA, 2000.

    Tabela II: Recomendaes nutricionais para hipercolesterolemiaEVITE MODERE PREFIRA

    Carnes Carnes gordas em geral:costela, cupim, lngua, fgadoe rins de boi, carne de porco,midos e pele do frango,torresmo, salame, salsicha,lingia, presunto, mortadela,pats, etc.

    Carne vermelha magra,carne de porco magra(lombo)

    Frango sem pele, peru

    Peixes e frutos domar

    Camaro, lagosta, siri,caranguejo, ovas de peixe

    Marisco, mexilho,berbigo

    Linguado, pescada,sardinha, atum e salmo

    Leite e derivados Leite e iogurte integral,queijos gordurosos (amarelose requeijo), manteiga, cremede leite, leite condensado,nata e chantilly, sorvetescremosos

    Leite semi-desnatado,queijos tipo Gouda eCamembert, Parmesoem pequena quantidade

    Leite e iogurtedesnatado, queijosmagros (cottage, ricota,queijo branco tipoMinas), requeijo light

    Ovos Gema e preparaes quecontenham gemas comomaionese, bolos, tortas,cremes, pudins, etc.

    Ovos com teor reduzidode colesterol

    Clara de ovo

    Cereais em geral Pes como croissants,

    brioches, massas folhadas,biscoitos amanteigados ourecheados, pastelarias emgeral (pastel, coxinha,empadinha), pizzas, po dequeijo

    Bolos simples preparado

    com margarina,macarro com ovos, pode leite

    Farinha integral, arroz

    integral, pes e torradasintegrais, aveia, farelo egrmen de trigo, milhoverde e farinha de milho,macarro sem ovos

    Vegetais Vegetais fritos, dor ou milanesa, vegetaispreparados na manteiga,cremes ou outros molhos

    Todos os tipos devegetais: folhosos(alface, agrio, almeiro,repolho, folhas debeterraba, etc.),hortalias em geral(abobrinha, batata,

    berinjela, beterraba,cenoura, chuchu, couve-flor, nabo, tomate,vagem, etc.),leguminosas em geral(feijes, ervilha, lentilha,etc.)

    Frutas Coco Abacate, amndoas,castanha, nozes, avel

    Frutas com casca ebagao, frutas secas,sucos de frutas

    leos e Gorduras Gorduras saturadas: banha,bacon (toucinho), gordura decoco, gordura vegetalhidrogenada, manteiga

    Margarina comum leos de canola,girassol, milho e soja;azeite de oliva,margarina light

    Bebidas Achocolatados, bebidaslcteas e bebidas alcolicas

    Ch, caf, refrigerantes,bebidas dietticas

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    em geralRECOMENDAES GERAIS:

    Evite frituras de qualquer tipoPrefira preparaes cozidas, grelhadas, refogadas ou assadasReduza a quantidade de gordura na preparao dos alimentosEvite sobremesas e doces gordurosos, inclusive o chocolateAumente o consumo de fibras: vegetais, frutas, leguminosas e cereais integrais

    Leite CMBA, 2000.

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    Tabela IV Recomendaes nutricionais para hiperuricemiaEVITE Grupo 1Carnes Extratos e caldos de carne, cabrito, carneiro, bacon, vitela, midos

    em geral (fgado, corao, lngua e miolo), pombo, peru, pato emarreco

    Peixes e frutos do mar Sardinha, salmo, truta, bacalhau, ovas de peixe, mexilho

    Bebidas fermentadas Cerveja (mesmo sem lcool), vinhoGorduras Banha, toucinho defumado, baconMODERE Grupo 2Carnes Carne bovina magra, frango (carne branca), porco (lombo), coelho,

    embutidos (presunto, mortadela, salame)Peixes e frutos do mar Peixes no citados no grupo 1 (pescada, linguado, cao, merluza,

    lambari, pintado, dourado, etc.), camaro, ostra, lagosta, siri,caranguejo

    Leguminosas Feijo, lentilha, ervilha, gro de bico, sojaCereais Farinhas integrais, pes integrais, arroz integral, aveiaVegetais Aspargo, brcolis, cogumelos, couve-flor, espinafre, tomate, vagemFrutas Cacau, figo, laranja, morango, frutas cristalizadasFrutas oleaginosas Amendoim, avel, castanhas, coco, nozesGerais Chocolate, extrato de tomate, gelatina em folha (de origem animal)PREFIRA Grupo 3Leite e derivados Leite, manteiga, queijos, requeijo, creme de leiteCereais Farinhas refinadas (trigo, araruta, maisena, polvilho), po branco,

    biscoito gua e sal, macarro, arroz branco, fub, milhoVegetais Hortalias e verduras (exceto as includas no grupo 2)Frutas Exceto as includas no grupo 2Gorduras leos vegetais (canola, milho, soja, girassol, etc.), em quantidade

    moderadaGerais Ovo, ch, caf, acar e doces, refrigerantesRECOMENDAES GERAIS:

    Utilize as carnes do grupo 2 em pequena quantidade, preferindo substitu-las por ovos ealimentos do grupo do leiteUtilize preparaes com carnes cozidas desprezando a gua do cozimentoNo utilize preparaes ou alimentos ricos em gorduraConsuma sal em pequena quantidadeEvite o consumo de bebidas alcolicasBeba de 2 a 3 litros de gua por dia

    Leite CMBA, 2000.

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    Endereo para correspondncia:

    Christiane de M. B. Almeida LeiteRua Antonio Mion, 121 Alto da XV CEP: 80040-040, Curitiba / PR

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    Dra. Viviane de H. Flumignan Ztola

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