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Edição online - N o 98 - Janeiro / Fevereiro de 2011 www.crcdf.org.br Primeira turma de Contabilistas registrados de 2011 recebem a carteira profissional Parceria entre o Sebrae e o CRC-DF já formou 17 turmas em sete anos, desde a implantação . Programa é referência entre os Contabilistas quando o assunto é gestão empresarial ARTIGO: A IFAC e as Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (IPSAS) Página 07 Página 08 Página 03 Novas turmas do Contabilizando o Sucesso serão abertas em 2011 AVANÇOS NA CONTABILIDADE PÚBLICA O Contador Gilvan da SilvaDantas, que assumiu a recém criada Subsecretaria de Contabilidade Pública da Secretaria do Tesouro Nacional, fala sobre a importância da nova pasta e das novidades que estão surgindo no setor público Páginas 04 e 05

o AVANÇOS CONTABILIDADE PÚBLICA€¦ · Projeto Gráfico Ponto Dois Design Gráfico Impressão Gráfica Unique Brasil Tiragem 13 mil exemplares REPRESENTANTES DO CRC/DF NOS ÓR

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Page 1: o AVANÇOS CONTABILIDADE PÚBLICA€¦ · Projeto Gráfico Ponto Dois Design Gráfico Impressão Gráfica Unique Brasil Tiragem 13 mil exemplares REPRESENTANTES DO CRC/DF NOS ÓR

Edição online - No 98 - Janeiro / Fevereiro de 2011www.crcdf .org .br

Primeira turma de Contabilistas

registrados de 2011 recebem a

carteira profissional

Parceria entre o Sebrae e o CRC-DF já formou

17 turmas em sete anos, desde a implantação .

Programa é referência entre os Contabilistas

quando o assunto é gestão empresarial

ARTIGO: A IFAC e as Normas

Internacionais de Contabilidade

Aplicadas ao Setor Público

(IPSAS)

Página 07

Página 08

Página 03

Novas turmas do Contabilizando o Sucesso

serão abertas em 2011

AVANÇOS NA

CONTABILIDADE

PÚBLICA

O Contador Gilvan da SilvaDantas, que assumiu a recém criada Subsecretaria

de Contabilidade Pública da Secretaria do Tesouro Nacional, fala sobre a

importância da nova pasta e das novidades que estão surgindo no setor público

Páginas 04 e 05

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REPRESENTAÇÕES NAS CIDADES SATÉLITES

Brazlândia: Gonçalinho Ferreira da Silva

Ceilândia: Antônio Elegância de Mariano Filho

Gama: Everton Divino Ribeiro

Núcleo Bandeirante: Alzemar Rego de Souza

Planaltina: Robson Cezar Silva Medeiros

Samambaia: Fabiano Fagundes Dias

Santa Maria: Licindo Passos da Silva

São Sebastião: José Luiz França de Lima

Sobradinho: José Eustáquio Ferreira

Taguatinga: Arilson Brito do Nascimento

Vicente Pires: Anderson Olimpio de Paula

Artigos assinados são de responsabilidade dos autores

Jornal do CRC-DF

Coordenação Editorial Patrícia M. M. Mestre

Projeto Gráfico Ponto Dois Design Gráfico

Impressão Gráfica Unique Brasil

Tiragem 13 mil exemplares

REPRESENTANTES DO CRC/DF NOS ÓRGÃOS PÚBLICOS:CORREIOS Cont. William B. de Mendonça

ANATEL Cont. Catarina da Silva Gonçalves

Banco do Brasil Cont. José Araújo Vieira Filho

Caixa Econômica Federal Cont. José Rogério Kritcka

INFRAERO Cont. Edson Antônio Cavalcanti

INCRA Cont. Ednar Ferreira Araújo

ANEEL Cont. José Renato Pinto da Fonseca

AGU Cont. Jorge Eduardo Barreto Brasil

ELETRONORTE Cont. Jésus Alves da Costa

SERPRO Cont. Robson Ferreira da Silva

CODEVASF Cont. Neida Antônia Enéas

Redação, Edição, Diagramação e Revisão:

Jornalista Responsável

Lillian Vanessa de O. Paula Reg. MT DF 02966

Adriano de Andrade Marrocos,

Presidente do CRC-DF

Conselho Diretor

Presidente Contador Adriano de Andrade Marrocos

Vice-pres. de Administração Contadora Clara Salgado Azevedo Lima

Vice-pres. de Controle Interno Contadora Ana Maria Mallmann Costi

Vice-pres. de Fiscalização e Ética Contador Marcelo Daia Barreto

Vice-pres. de Registro Profissional Contadora Maria Lúcia de Sousa Morais

Vice-pres. de Desenvolvimento Profissional Contador Fábio Macedo Valois

Câmara de Controle Interno

Vice-presidente Contadora Ana Maria Mallmann Costi

Membros Efetivos: Contador José Luiz Marques Barreto; Técnico em

Contabilidade Lúcia de Fátima Ribeiro Confessor.

Membros Suplentes: Contador Fernando de Freitas Melo; Contador Messias

Raimundo de Faria; Técnico em Contabilidade Maria Elzira da Costa.

Câmara de Fiscalização

Vice-presidente Contador Marcelo Daia Barreto

Membros Efetivos: Contadora Sandra Maria Batista; Contadora Daniela

Priscila Alves de Oliveira; Técnico em Contabilidade Jucimei Geraldo da Costa.

Membros Suplentes: Contadora Onésia Delfino; Contador Fernando Emílio

Ferrari Sabino: Contador Carlos Alberto Torres Pires; Técnico em Contabilidade

Flávio Carvalho Miranda.

Câmara de Ética e Disciplina

Vice-presidente Contador Marcelo Daia Barreto

Membros Efetivos: Contadora Sandra Maria Batista; Contadora Daniela

Priscila Alves de Oliveira; Técnico em Contabilidade Pedro Duarte Costa

Filho;Técnico em Contabilidade Jucimei Geraldo da Costa.

Membros Suplentes: Contador Carlos Alberto Torres Pires; Contador

Fernando Emílio Ferrari Sabino; Contadora Onésia Delfino; Técnico em

Contabilidade Flávio Carvalho Miranda; Técnico em Contabilidade José Pereira

de Araújo.

Câmara de Registro Profissional

Vice-presidente Contadora Maria Lúcia de Sousa Morais

Membros Efetivos: Contadora Francisca Tomaz Rodrigues; Técnico em

Contabilidade Francisco Chagas de Melo.

Membros Suplentes: Contador Ricardo Gomide Castanheira; Contador

Salvador de Carvalho Leal; Técnico em Contabilidade Cezar Alves de Medeiros.

Câmara de Desenvolvimento Profissional

Vice-presidente Contador Fábio Macedo Valois

Membros Efetivos: Contadora Clara Salgado Azevedo Lima; Técnico em

Contabilidade Robson Santos Cândido.

Membros Suplentes: Contador Eduardo Tadeu Vieira; Contador José Arimatéa

Soares de Oliveira; Técnico em Contabilidade Adalberto da Silva Nascimento.

EXPEDIENTE

ENDEREÇOS CRC-DFSede: SCRS 503, bloco B, loja 31/33 tel: 3321-1757

Posto na Junta Comercial: SAS Qd. 02, lote 1.A tel: 3329-8862

Janeiro e Fevereiro de 2011

ESPAÇO D O LEITOR

“Quero parabenizar a todos do CRC-DF pelo

atendimento, e pelo site também, que é

muito prático e ágil. Quando o serviço é

bom, merece elogios.”

Enviado por Valdeny, por meio

da Ouvidoria do CRC-DF

03.01 - Assuntos internos

04.01 - Assuntos internos

05.01 - Atendimento a conveniado

06.01 - Reunião com Superintendência da FGV

07.01 - Entrevista por telefone ao CorreioWeb e RadioWeb

12.01 - Solenidade de Entrega de Carteira

13.01 - Assuntos internos

20.01 - Assuntos internos

21.01 - Assuntos internos

22.01 - Assuntos internos  

26.01 - Reunião com representantes do Conselho nas cidades do

DF; reunião com Conselho Diretor; Plenária  

27.01 - Assuntos internos; Solenidade de Entrega de Carteira 

 

01.02 - Sessão Ordinária, com caráter solene, destinada à Primeira

Sessão Legislativa da Sexta Legislatura

02.02 - Assuntos Internos

03.03 - CFC: Seminário Latino Americano - Adoção de IFRS´s;

CFC : Jantar oferecido ao Chairmain do IASB, Sir David Tweddie

04.02 - Seminário IFRS´S para Pequenas e Médias Empresas

09.02 - Reunião com o Secretário de Fazenda, Valdir Moysés Simão;

Solenidade de Entrega de Carteiras

10.02 - Assuntos Internos; Atendimento a Contabilista

14.02 - Entrevista SEBRAE-DF

16.02 - Reunião com Presidente do CFC, Juarez Domingues Carneiro;

Solenidade de Entrega de Carteiras

17.02 - Reunião com Grupo de Trabalho

19.02 - Reunião de Vice-Presidentes do CRC-DF

22.02 - Palestra on line sobre Nota fiscal eletrônica concedida ao

Jornal de Brasília

23.02 - Reunião com Representantes do CRC-DF nas cidades do DF;

reunião com Conselho Diretor; reunião no TRET; reunião Plenária

24.02 - Solenidade de Entrega de Carteiras

25.02 - Reunião com o Subsecretário da Receita do DF, Francisco Otávio

Quem estuda, sabe. Quem sabe, estuda. O corolário é fático. Sendo assim, há que

se envidar esforços no sentido de prover a Classe Contábil do DF de oportunidades

para reconstruir conceitos e se qualificar e capacitar. Nesta direção, o planejamento

de 2011 prevê a implantação do programa “Dia do Conhecimento”, mais um

compromisso de campanha, que pretende levar à classe contábil, com foco na

atividade empresarial, cursos de curta duração (média de 3 horas) e de baixo

custo. Para tanto estamos buscando concretizar parcerias com entidades

governamentais e empresas de consultoria para efetivação deste programa. Na

mesma direção estaremos divulgando, em breve, eventos com maior estrutura

como a VIII Convenção de Contabilidade do DF, o IV Encontro de Professores e o VI

Fórum da Mulher Contabilista do DF.

Já me manifestei a respeito das mudanças e das novas normas. Muitos discutiram em

passado recente quanto à inaplicabilidade das normas, mas a derrocada das IFRS e do processo

de convergência e o conseqüente retorno ao “status quo” anterior, não ocorreu. Assim, também

preocupados com a atualização em relação às normas contábeis estamos programando cursos

na sede do CRC com foco nas novas Normas Brasileiras de Contabilidade e nos pronunciamentos

do CPC, dando prosseguimento às ações de 2010.

E como estudar, nunca é demais, convênios para pós-graduação, inclusive à distância,

estão em nossa meta para 2011 e serão divulgados em momento oportuno.

Nesta edição vocês poderão perceber que toda esta preocupação com capacitação está

presente em nossas ações, não só no planejamento apresentado acima, mas ao buscar a

manutenção do convênio com o SEBRAE/DF, na entrevista com nosso colega contador Gilvan e

no artigo apresentado pela nossa colega contadora Diana, doutoranda em Contabilidade.

Ao finalizar esta mensagem, convido a todos que acompanhem nossa gestão pelas

informações no site e nos meios de comunicação que iremos reforçar e implantar ao longo de

2011. Até breve.

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INSTITUCIONAL

De dono de escritório a empresário. Essa

é a mudança de percepção que a Rede

Contabil izando o Sucesso proporciona a

contabilistas do Distrito Federal em relação ao

próprio negócio. Parceria entre o Sebrae no DF

e o Conselho Regional de Contabilidade do DF,

o projeto visa fortalecer o empreendedorismo

nesses profissionais. Depois de sete anos e 17

turmas formadas, o programa contribuiu para a

criação de uma rede de contabil istas atua-

lizados e capacitados para atender as micro e

pequenas empresas.

“O objetivo é abrir os horizontes dos

contabilistas e promover uma atualização. Em

contrapartida, eles atuam em prol dos pequenos

empreendimentos. É uma forma de o Sebrae

chegar a mais empresas”, explica a diretora do

Sebrae, Maria Eulália Franco. “Os resultados são

visíveis: os profissionais formaram uma rede de

troca de informações, ampliaram a carteira de

clientes e começaram a ver sua importância no

cenário econômico”, completa.

Com duração de 204 horas, o programa

nasceu de uma parceria entre o Serviço

Brasi leiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas (Sebrae) e o Conselho Federal de

Contabil idade (CFC) e hoje é real izado pelas

unidades do Sebrae em cada estado, com o

apoio dos conselhos regionais. No DF, a Rede já

conta com 290 contabilistas, que atenderam a

mais de 13 mil empresas.

Para o presidente do Conselho Regional

de Contabilidade (CRC-DF), Adriano Marrocos, as

mudanças podem ser vistas no dia a dia do

setor. “Eu vi muitos casos em que os parti-

cipantes do curso passaram a pensar na

logomarca e no layout do escritório, por

exemplo. Você deixa de se concentrar só nos

papéis, na burocracia, e passa a olhar para o

seu negócio. A intenção da Rede não é oferecer

uma qualif icação técnica, mas empreen-

dedora”, ressalta.

Possibilidade de crescimento

Participante da primeira turma do

Contabilizando formada no DF, em 2003, Antonio

Alves Sobrinho nunca esqueceu as ferramentas

que aprendeu. “Quando você começa a trabalhar,

acaba ficando só na mesmice. É fundamental

procurar novas maneiras de atuar e o curso foi

muito importante nesse sentido”, conta.

Hoje, a empresa Contabi l idade Três

Marias tem oito funcionários e um estagiário.

“Eu descobri que estava fazendo algumas

coisas erradas, como a cobrança de honorários

e a administração dos custos da empresa. Isso

nos permitiu crescer. A carteira de cl ientes

Parceria do CRC e do Sebrae no DF capacita segmento contábil

Rede Contabilizando o Sucesso forma profissionais com visão ampla para assessorar pequenas empresas

aumentou sensivelmente e, assim, nosso lucro

passou a ser maior”, diz Antonio.

Segundo ele, outros benefícios que a rede

proporcionou foram a possibi l idade de trocar

informações com os colegas de profissão e o

atendimento diferenciado aos empresários que

o procuram. “Eu sempre sugiro aos meus

cl ientes que façam cursos no Sebrae para

diminuir as chances de que aquela empresa

abra e feche em pouco tempo, como costuma

ocorrer ”, ressalta o contabilista.

Antonio ficou tão satisfeito com os

resultados do programa que influenciou a filha – e

sócia na empresa – a participar da turma seguinte

à sua. “Realmente deu uma visão de como tocar o

negócio e até de como se valorizar enquanto

profissional”, disse Maristela Maria Alves.

Divisor de águas

O empreendedorismo também fez a

diferença na empresa da famíl ia Morais. Pai,

mãe, filho e filha são contadores e administram

a Rhodes Contadores Associados. Eles garantem

que tudo mudou depois que os quatro

participaram, no Sebrae, do curso Empretec,

seminário que tem como objetivo desenvolver

características de comportamentos empreen-

dedores. “Foi um divisor de águas, provocou uma

mudança radical dentro da empresa”, conta

Amanda Sousa Morais, responsável pela gestão

administrativo-financeira do negócio.

Conhecendo o trabalho realizado pelo

Sebrae no DF, quando ficaram sabendo da Rede

Contabilizando o Sucesso não hesitaram em

participar. Dessa vez, Amanda foi escolhida para

representar o grupo no curso. “Foi outro grande

divisor. Como eu fui a única a participar, eles

acreditaram e me deram carta branca para

implementar o que aprendia lá”, lembra a contadora.

Segundo Amanda, os benefícios come-

çaram a ser sentidos primeiro no próprio

escritório: “Definimos uma polít ica de

organização interna, que determinou, por

exemplo, a reformulação de toda a informática

da empresa. Dessa forma, aumentamos a

produtividade e conseguimos reduzir custos”.

Sem problemas na gestão da empresa, os

cl ientes começaram a sentir os efeitos dessa

nova visão. “No curso, a gente aprende muito

sobre gestão administrativa e de pessoas.

Quando um empresário nos contrata, já

conseguimos fazer uma análise mais ampla,

pois um problema financeiro geralmente está

relacionado a problemas de gestão”, explica

Amanda.

Além disso, a contadora destaca como

ponto positivo da participação na Rede, a troca

de informação com outros profissionais. “Não tem

essa ideia de concorrência, a gente realmente

se ajuda. Indicamos até clientes um para o outro,

quando não podemos atender uma empresa por

algum motivo”, garante a profissional, que foi

convidada para a coordenação do programa no

Conselho Regional.

Próximas turmas

Este ano, os contabilistas podem parti-

cipar de duas turmas com 204 horas de duração.

A primeira terá início em maio, com aulas durante

a noite, e a segunda, em junho, durante o dia.

Para participar da rede, é preciso ser profissional

da área – técnico em contabilidade ou contador

– e ter registro junto ao conselho regional.

Para quem já participou da primeira fase

do programa, o Sebrae no DF oferecerá três

módulos complementares. Além disso, os

profissionais da Rede Contabilizando o Sucesso

poderão participar de duas oficinas já

programadas, sobre nota fiscal eletrônica, em

março, e sobre a internacionalização das normas

contábeis com foco na microempresa, em abril.

Por Isabel Vilela, da RP1

“Você deixa de se

concentrar só nos

papéis, na burocracia,

e passa a olhar para o

seu negócio”.

Adriano Marrocos

Informações: 3362-1747

Gestora do projeto: Elaine Araújo

[email protected]

www.contabilizando.com

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Contabilidade Pública em grande fase

Com o processo de convergência das normas contábeis brasileiras aos padrões internacionais e a crescente

exigência da sociedade por maior qualidade e transparência nos gastos públicos, a contabilidade pública vem passando

por importantes mudanças ao longo dos últimos anos, revelando o reconhecimento da ciência como verdadeiro

suporte para o bom desempenho da administração pública.

A criação da Subsecretaria de Contabilidade Pública da Secretaria do Tesouro Nacional em dezembro de 2010

exemplifica bem este processo e representa um marco histórico para a profissão. Nesta entrevista concedida ao

Jornal do CRC-DF o Contador que assumiu a nova pasta da STN, Gilvan da Silva Dantas, conta porque a criação da

Subsecretaria de Contabilidade merece destaque e fala também sobre a criação do Sistema de Informação de Custos

do Governo Federal, do processo de convergência às normas internacionais e do novo SIAFI.

Gilvan é analista da Carreira de Finanças e Controle da Secretaria do Tesouro Nacional desde fevereiro de 2003.

Possui Graduação em Ciências Contábeis pela Associação de Ensino Unificado do Distrito Federal – AEUDF, em 1996

e Especialização em Gestão Estratégica Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, em 2002. Antes de ser

nomeado Subsecretário de Contabilidade Pública da Secretaria do Tesouro Nacional exerceu vários cargos na STN,

entre eles o de Coordenador-Geral de Contabilidade da União – CCONT/STN.

Em 2008 a STN criou a CCONF, Coordenação Geral de Normas de Contabilidade

Aplicadas à Federação para descentralizar as atribuições da CCONT, Coordenação

Geral de Contabilidade da União. Passados dois anos, a STN elevou o status da

Contabilidade criando a Subsecretaria de Contabilidade Pública. Como ocorreu e o

que desencadeou esse processo?

Como a STN é o órgão central de Contabilidade do Governo Federal, a

Coordenação Geral de Contabilidade – CCONT, concentrava muitas

atribuições, incluindo as competências determinadas pelas leis 4.320/64 e

10.180/01, além da grande missão que nos trouxe a Lei de Responsabilidade

Fiscal – LRF, de fazer a consolidação das contas públicas para gerar o balanço

do setor. Assim, a CCONT elaborava o Balanço Geral da União, fazia a

Contabilidade da União e também cumpria as atribuições dadas pela LFF.

Foi então que percebemos a necessidade de fortalecer a Contabilidade

como macro processo no âmbito da STN para poder desempenhar bem esse

papel de órgão central da Contabilidade do Governo Federal. A criação da

Coordenação Geral de Normas de Contabilidade Aplicadas à Federação –

CCONF, em 2008, foi de fato um passo importante, pois segregamos as

atribuições. A CCONT ficou a cargo da Contabilidade da União, e a CCONF da

normatização dos procedimentos aplicados a Federação, para propiciar a

consolidação das contas públicas. Mas ainda estava claro que precisava

algo mais. A Contabilidade como macro processo dentro da STN precisava

ter uma força institucional maior. Essa necessidade ficou mais evidente

ainda com a eminente adequação às normas internacionais, quando o

Ministério da Fazenda publicou a portaria 184/2008, determinando à STN a

adoção de medidas necessárias para a promoção da convergência das

Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público às Normas

Internacionais de Contabilidade. A partir daí tivemos um longo período de

discussões no âmbito da STN e do Ministério da Fazenda, com o apoio

importantíssimo do Secretário Executivo Nelson Machado, e percebeu-se,

portanto, a necessidade de fortalecer a Contabilidade. Houve então a grande

oportunidade de criar a Subsecretaria de Contabilidade Pública da STN,

conforme ocorrido em dezembro passado. À nova Subsecretaria foram

integradas as duas coordenações que já existiam, a CCONF, criada em 2008,

e a CCONT, que foi acrescida do termo CUSTOS, chamada agora de Coordenação

Geral de Contabilidade e Custos da União. Em síntese, a criação desta nova

pasta foi um marco. Porque a Contabilidade foi alçada dentro da STN a um

nível de subsecretaria, ou seja, hoje tem um subsecretário que conversa e

despacha diretamente com o Secretário do Tesouro Nacional, expondo e

discutindo necessidades, problemas, desafios e vitórias que temos

alcançados. Isso tem valorizado e melhorado bastante nosso trabalho no

âmbito da STN.

O senhor citou o acréscimo do termo “custos” na nomenclatura da CCONT. Essa

mudança ocorreu devido ao novo Sistema de Informação de Custos do Governo

Federal, implantado em 2010. Qual é o objetivo desse sistema?

Antes de tudo é preciso destacar que o Sistema de Custos não é apenas um

sistema de informática. Nossa visão foi além, pois queríamos criar um

sistema estruturante para cuidar de custo no âmbito do Governo Federal,

que propicie subsídios para a eficácia da gestão pública. Sabemos que os

recursos são escassos e o Governo não tem mais como criar novas receitas

de impostos, então é necessário administrar bem o caixa, e é justamente

isso que o Sistema de Custos oferece. Pois permite avaliar como está o custo

dos programas e confrontar o que foi gasto com o benefício gerado.

Mas esse tipo de análise já não acontecia antes?

Essa análise era feita em cima da despesa orçamentária. E justamente o

que se pretende é tirar da Contabilidade Pública todo esse viés orçamentário

que predomina hoje na administração pública. Queremos aplicar aqui a

Contabilidade como aprendemos na faculdade e nos cursos técnicos, e que

não seja um bicho de sete cabeças como é hoje. Para isso é preciso discernir

as informações. Por exemplo, foi concedido crédito orçamentário para fazer

determinada obra, a administração fez o processo de licitação, contratou a

empresa, fez a nota de empenho, porém a obra não foi executada ou o bem

não foi entregue. No final do ano, aquela nota de empenho que não foi

liquidada será inscrita em restos a pagar não processada. Do ponto de vista

orçamentário, é considerado um gasto. Já do ponto de vista da Contabilidade

não, pois a despesa não incorreu, o serviço não foi prestado ou bem não foi

entregue. Com o Sistema de Custos, damos um tratamento conceitual a essas

informações, vamos discernir do gasto público o que agregou efetivamente

um bem ou serviço para a sociedade. Assim, a despesa que foi inscrita em

restos a pagar não processada não é custo, é despesa orçamentária.

Na prática, então, o Sistema de Custos demonstra que gasto e custo são diferentes?

Exato. Esta é uma nova visão: gasto é o sacrifício financeiro que aconteceu.

Custo é o sacrifício financeiro que ocorreu para a execução de um bem ou

serviço para gerar outro bem ou serviço. Os inativos, por exemplo, não são

custo, pois não geram mais bem ou serviço para a sociedade. Isso é

Contabilidade. É você olhar para um programa e ver o que está sendo

CAPA

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consumido do recurso público para alcançar objetivos e resultados. Até então

nos preocupávamos muito com a variável financeira, ou seja, “quanto

gastou?”. Já a informação de custo não mostra apenas o gasto, mas o que foi

produzido, ou seja, a variável física. O relatório de custo vai trazer uma

informação concreta. Outro exemplo: suponhamos que o Ministério da Saúde

gastou R$ 1 milhão para comprar vacinas. E se agregarmos a informação de

que foram vacinadas um milhão de crianças? É uma informação nova e

substancial, que auxilia o que nós chamamos de controle social. A execução

do orçamento não é somente gastar o orçamento, é saber o que foi produzido

com aquele gasto.

O Sistema de Custos vai fortalecer a transparência ao confrontar o que foi gasto e o

que foi produzido, revelando como cada gestor aplica o dinheiro público. Todos serão

submetidos a esta nova ferramenta?

Sem dúvida vai aparecer quem é bom gestor, que pega o recurso público e

trabalha de maneira otimizada e qualitativa. E também o contrário, ou seja,

quem gastou o orçamento, mas não produziu o esperado. Neste primeiro

momento, apenas os órgãos superiores estão cadastrados no sistema, como

os ministérios, a Presidência da República e o Congresso Nacional. Mas

todos os órgãos da administração pública deverão utilizar o sistema. A

previsão legal para isso já vem desde a Lei 4.320/64, os decretos 200, 93.872/

86, e a própria LRF. Há todo um arcabouço legal que determinava a

implantação do Sistema de Custo. Como não tínhamos o sistema, não havia

como cobrar sua utilização. A partir de agora, porém, com o sistema pronto e

disponível, o órgão que não trabalhar a informação de custo internamente

será cobrado pelos órgãos de controle no futuro. Mas a STN, em conjunto

com os Ministérios de Fazenda e Planejamento e o Conselho Federal de

Contabilidade, tem adotado uma estratégia de atração, mostrando ao gestor

os benefícios que o sistema oferece ao possibilitar que a informação de

custo subsidie a tomada de decisão no órgão para melhorar a qualidade do

gasto público.

A operacionalização do Sistema de Custos é exclusiva dos Contadores?

Não, porque a informação de custo serve para melhorar a gestão do órgão. E

lógico que o Contador é fundamental para este processo, do ponto de vista

conceitual. Mas quem vai usar a informação no órgão não é somente o

Contador, mas principalmente o Ministro ou Secretário, que pode ser

economista, administrador, médico, enfim, de acordo com a pasta em que

atua. O ideal é que haja uma equipe mista, porque na hora de avaliar um

programa é preciso que haja profissionais que entendam dos assuntos

ligados aquela ação. Um programa da área de saúde precisa de um

profissional competente para avaliar o resultado. O Contador vai fazer a

análise do ponto de vista contábil, enquanto que os demais farão a análise

da gestão. Pois são informações que servirão de fomento às discussões e

tomadas de decisões dentro de cada órgão, conforme cada área de atuação.

Mas é possível que novas vagas sejam abertas para Contadores?

Na verdade isso já vem acontecendo. Nos últimos três anos tivemos alguns

concursos para Contador, o que não acontecia há algum tempo. E com todo

esse processo de mudança da Contabilidade, a tendência é que haja uma

forte demanda pelo profissional contábil. O que ocorre é que hoje estamos

nos recuperando de um período de enfraquecimento das setoriais de

Contabilidade. Com o advento do SIAFI, há mais de 20 anos, muitos

acreditavam que não haveria mais a necessidade do Contador. Eles não

entenderam a mensagem de que o contador deixaria de fazer o serviço

operacional para fazer um trabalho qualitativo de análise, fazer com que a

informação contábil vá para as mãos dos administradores. Pois qual é o

objetivo da Contabilidade senão gerar informação para tomada de decisão.

O senhor mencionou o SIAFI. O sistema também passará por mudanças com a

convergência?

O SIAFI é um sistema fantástico que mudou a administração pública

financeira e é referência internacional. Com a adequação às normas de

Contabilidade internacionais, haverá sim a necessidade de algumas

alterações que já estamos planejando. Além disso, estamos trabalhando

há três anos para mudar a ferramenta, atualizando o layout por meio de

uma linguagem mais acessível e dinâmica para o gestor. Nossa meta é que

em 1º de janeiro de 2012 já esteja implantada a primeira fase do novo SIAFI.

E como está o processo de convergência?

As dez primeiras normas foram editadas em 2008, e no ano passado

começamos a trabalhar com depreciação e regime de competência. Em 2011,

estamos traduzindo as normas para a língua portuguesa, depois daremos

início ao processo de convergência daquilo que é aplicável no Brasil. Na

STN, temos dois grupos técnicos abertos a todos os profissionais contábeis

da área publica, que fazem discussões, e que acaba sendo um ambiente de

capacitação e formação de multiplicadores. A partir de 2012, nossa meta é

expandir para estados e municípios um grande movimento de capacitação

para implantação do novo modelo da Contabilidade no Setor Público. É uma

mudança bastante significativa e alguns procedimentos podem levar até

dez, quinze anos para estarem totalmente implantados. Na verdade, quando

falamos em convergência parece algo distante, mas não é. É algo muito

simples. É nada mais do que fazer aquela boa Contabilidade Patrimonial

que aprendemos na faculdade. É aplicar na administração publica os

princípios fundamentais da Contabilidade, como competência, oportunidade,

entidade. Temos aplicado muito bem os princípios orçamentários, nos

concentramos muito nesta parte e nos esquecemos da Contabilidade, o seu

objeto, o chão de fábrica do Contador que é o patrimônio da entidade.

Vamos recuperar isso.

O Plano de Contas Apli­cado ao Setor Público, PCASP, que a Subsecretaria de

Contabilidade Pública está desenvolvendo, faz parte deste novo processo?

Sim, estamos trabalhando num plano de contas único para toda administração

pública. Pois não temos um plano de contas padronizado. Cada estado e

município têm seu próprio plano. Isso impossibilita a consolidação das

contas para gerar o balanço do Setor Público Nacional. Queremos mudar

isso, queremos ter um balanço patrimonial do Brasil, com todos os bens,

florestas, reservas, rodovias, ferrovias etc. Mas para isso é preciso padronizar

a entrada dos registros, e essa é a função do PCASP. A concepção do programa

já está pronta, estamos trabalhando na implantação em cada ente, e

esperamos que até 2014 toda a administração pública brasileira adote o

mesmo plano de contas, em qualquer órgão ou entidade.

Abaixo, Gilvan durante conversa com o Subsecretário

de Planejamento e Estatísticas Fiscais da STN, Cleber Ubiratan de Oliveira.

As duas pastas trabalham em conjunto na implantação do Sistema de Custos e na

convergência às normas de Contabilidade internacionais

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INFORME PUBLICITÁRIO

No Brasil, somos hoje quase duzentos milhões de pessoas, todas

inteligentes que, exatamente por isso, pensam e agem de formas

diferentes. É nesse agir diferente que surgem os inevitáveis conflitos

que precisam de soluções importantes para a preservação da harmonia

social.

Nos primórdios da humanidade os conflitos entre indivíduos eram

solucionados por meio da autotutela e, não fosse a inferioridade moral

dos nossos antepassados, esse método natural de solução de conflitos

haveria permanecido, com exclusividade, até os nossos dias. A

inferioridade moral da sociedade, acometida do vício moral do

individualismo, conduziu o ser humano, sem o necessário preparo, à

condição de juiz de causa própria, fato esse que culminou com a prática

da chamada justiça pelas próprias mãos, ensejando conflitos sociais de

grande magnitude, conflitos esses que a sociedade de então se

reconheceu incapaz de solucionar.

Sem dúvida esse reconhecimento pela sociedade da sua incapacidade

para a solução dos conflitos sociais, representou naquele momento,

uma evolução cujo desfecho ensejou a entrega incondicional ao Estado,

enquanto instituição, do condão da solução dos conflitos individuais e

sociais e, por conseqüência, da promoção da paz social mediante a

distribuição da justiça. Tem início, a partir de então, o movimento

ascendente do Direito e a estagnação e até a decadência da Moral.

Nos dias atuais o acesso à justiça é um direito social fundamental

assegurado, tanto pela Declaração Universal dos Direitos Humanos como

pela nossa Constituição Federal de 1988. Dessa forma, o movimento

ascendente do Direito somado à garantia de acesso à justiça fortaleceu

o chamado “paternalismo” estatal; com isso a quantidade de demandas

e processos judiciais aumentou significativamente.

Sobressai-se nessa questão, o fato de que a justiça brasileira sofre um

grande congestionamento em seu sistema, pois a quantidade de

processos existentes para a apreciação do Poder Judiciário é muito

maior do que o sistema jurídico pode suportar.

Embora existam diversas normas e formas que procuram ampliar ao

cidadão o acesso à justiça, e até leis que tentam acelerar o andamento

dos processos, a estrutura do Judiciário, incompatível com a crescente

demanda, tem a cada dia impedido um bom desempenho das

atribuições do Estado nessa área.

Ante a pressão dessa realidade, tornaram-se imprescindíveis a adoção

de medidas e a busca de soluções para garantir a celeridade na efetiva

prestação da tutela jurisdicional na solução dos conflitos individuais e

sociais, mormente aqueles que envolvem direitos disponíveis, que

muitas vezes se tornam os causadores de lesões aos direitos

indisponíveis que não podem ser solucionados sem a interferência do

Estado.

Destacam-se entre as formas alternativas de solução de conflitos a

mediação e a arbitragem, importantes vias de acesso à justiça, pouco

conhecidas e utilizadas, porém capazes de provocar impacto significante

tanto na redução do congestionamento do sistema judiciário, como no

atendimento das necessidades sociais no que se refere à promoção da

justiça de modo eficaz, célere e, sobretudo, muito mais seguro e

econômico.

Necessário se faz que a prática da Mediação e da Arbitragem como

métodos alternativos de solução de conflitos se popularizem, quer como

medidas corretivas, quando os conflitos já se encontram instalados,

quer como medidas preventivas, objetivando evitar o surgimento de

novos conflitos. Importa lembrar que é no momento das celebrações

dos contratos e, principalmente no momento das suas rescisões, que a

arbitragem mais se recomenda como remédio e até vacina eficaz na

prevenção dos conflitos.

Não se trata aqui de tentar substituir a jurisdição convencional confiada

ao Estado cuja ação prioriza a utilização das normas que emanam do

campo do Direito, mas sim de apresentar uma forma alternativa para a

solução dos conflitos e ampliação do acesso dos cidadãos e cidadãs à

justiça, priorizando o uso da via traçada pelas normas morais que

emanam do campo da Ética.

Foi com essa intenção que o Estado publicou a Lei nº 9.307, de 23 de

setembro de 1996, prevendo que as pessoas capazes podem eleger

um ou mais árbitros para solucionar litígios que envolva patrimônio

disponível. A decisão que vier a ser adotada não fica sujeita a recursos

nem homologações junto ao poder público. Esse trâmite garante, às

partes, celeridade, economia, sigilo e clima amigável; além de valorizar

o relacionamento pessoal incentiva as pessoas a exercerem com ética

a cidadania.

Desde a edição da Lei 9.307, diversas questões patrimoniais já foram

solucionadas, comprovando a eficácia do normativo. Deixamos de citar

exemplos de casos concretos para manter o benefício do sigilo, uma

das vantagens em optar pela arbitragem.

MENSAGEM DA CÂMARA ARBITRAL DO

DISTRITO FEDERAL

Tadashi Ramôa Mae,

Presidente da Câmara

Arbitral do Distrito Federal

www.cadf.org.br

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ARTIGO

A Internacional Federation of Accountants (IFAC) é uma organização

global da profissão contábil fundada em 7 de outubro de 1977 em

Munique, na Alemanha, no 11 º Congresso Mundial de Contadores.

Situada desde a sua fundação na Cidade de Nova Iorque, Estados Unidos

da América, possui atualmente 164 membros associados, distribuídos

em 125 países.

Para orientar setores específ icos da profissão (ética, auditoria,

educação e setor público), a IFAC criou uma série de conselhos e comitês,

entre eles, o International Public Sector Accounting Standards Board – IPSASB

(anteriormente denominado Public Sector Committee), constituído para

desenvolver e emitir sob sua própria autoridade as International Public

Sector Accounting Standards (IPSAS).

De acordo com o IPSASB, as IPSAS têm como base as International

Financial Reporting Standards (IFRS, originalmente derivadas das IAS)

emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB), adaptadas,

quando necessário, ao contexto do Setor Público. Nesse sentido, uma

importante estratégia do IPSASB é, sempre que possível, manter o mesmo

tratamento contábil do texto original das IFRS, a menos que haja uma

especif icidade do Setor Público que justif ique o tratamento

diferenciado. Daí a semelhança do conteúdo das IPSAS ao tratar de um

mesmo assunto já contemplado pelas IFRS.

Atualmente, são 31 pronunciamentos, publicados entre maio de

2000 e janeiro de 2010, versando sobre as seguintes temáticas:

Pronunciamentos Descrição

IPSAS 1 Presentation of Financial Statements

IPSAS 2 Cash Flow Statements

IPSAS 3 Accounting Policies, Changes in Accounting Estimates

and Errors

IPSAS 4 The Effects of Changes in Foreign Exchange Rates

IPSAS 5 Borrowing Costs

IPSAS 6 Consolidated and Separate Financial Statements

IPSAS 7 Investments in Associates

IPSAS 8 Interests in Joint Ventures

IPSAS 9 Revenue from Exchange Transactions

IPSAS 10 Financial Reporting in Hiperinflationary Economies

IPSAS 11 Construction Contracts

IPSAS 12 Inventories

IPSAS 13 Leases

IPSAS 14 Events After the Reporting Date

IPSAS 15 Financial Instruments: Disclosure and Presentation

IPSAS 16 Investment Property

IPSAS 17 Property, Plant and Equipment

IPSAS 18 Segment Reporting

IPSAS 19 Provisions, Contingent Liabilities and Contingent Assets

IPSAS 20 Related Party Disclosures

IPSAS 21 Impairment of Non-Cash-Generating Assets

IPSAS 22 Disclosure of Financial Information about the General

Government Sector

IPSAS 23 Revenue from Non-Exchange Transactions (Taxes and

Transfers)

IPSAS 24 Presentation of Budget Information in Financial

Statements

IPSAS 25 Employee Benefits

IPSAS 26 Impairment of Cash-Generating Assets

IPSAS 27 Agriculture

IPSAS 28 Financial Instruments: Presentation

IPSAS 29 Financial Instruments: Recognition and Measurement

IPSAS 30 Financial Instruments: Disclosures

IPSAS 31 Intangible Assets

No Brasil, o Conselho Federal de Contabilidade é o órgão autorizado

pela IFAC para a tradução das IPSAS para a l íngua portuguesa. Essa

etapa, que é requisito essencial para a inserção dos usuários na

discussão e participação do processo de convergência, está em processo

final, devendo ser disponibi l izado em breve no site do CFC,

gratuitamente, um livro com as IPSAS traduzidas.

Concomitantemente, coordenado pela conselheira Verônica Souto

Maior, o Grupo de Estudo (GE) do Setor Público do Conselho Federal de

Contabil idade tem envidado esforços para a preparação e discussão

das minutas das normas convergidas a partir das IPSAS traduzidas. À

medida que as minutas forem discutidas e aprovadas no GE, serão

colocadas em audiência pública pelo prazo de 60 dias. A estimativa é

que no mês de abril de 2011 as primeiras normas convergidas sejam

disponibil izadas para discussão pela classe contábil .

Da mesma forma como aconteceu no processo de elaboração das

Normas Brasi leiras de Contabil idade Aplicadas ao Setor Público, a

expectativa do GE é que a audiência pública das normas convergidas

receba a contribuição dos contabilistas públicos de todo o Brasil, para

que, além de observar os fundamentos presentes nas IPSAS, os novos

padrões contábeis preservem os aspectos legais, culturais e técnicos

do Setor Público brasileiro.

A IFAC e as Normas Internacionais de Contabilidade

Aplicadas ao Setor Público (IPSAS)

Diana Vaz de Lima

Diana é Professora de cursos de graduação e pós-graduação

em Contabilidade Pública da Universidade de Brasília e

membro do Grupo de Estudos do Setor Público do Conselho

Federal de Contabilidade.

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INSTITUCIONAL

CRC-DF entrega primeiro lote de

carteiras profissionais em 2011

A solenidade de entrega das carteiras de registro profissional para

a primeira turma de 2011 aconteceu no dia 12 de janeiro, coordenada

pelo Presidente do CRC-DF, Adriano de Andrade Marrocos, e teve como

paraninfo o professor e auditor tributário da Secretaria de Fazenda do

DF, Rubens Roriz da Silva.

Aos formandos, Rubens apresentou uma reflexão sobre o passado,

o presente e o futuro da Contabilidade, e deu ênfase ao conhecimento

afirmando: “O diploma de Contabilidade tem prazo de validade”. Segundo

ele, o profissional contábil precisa acompanhar as mudanças e atualizar

o conhecimento sem, contudo, deixar de observar os princípios que regem

a profissão.

Na mesma linha de pensamento, o Presidente Adriano de Andrade

Marrocos falou sobre a importância de reconstruir o conhecimento. Ele

citou, por exemplo, algumas resoluções para pequenas e médias empresas

em vigor desde janeiro de 2010 e que ainda não foram assimiladas por

grande parte dos contabilistas. “Muitos estão à margem destes processos,

esperando receber uma norma que os auxiliem. Saibam, portanto, que o

comportamento pró-ativo hoje é condição básica para a sua permanência

e seu crescimento no mercado”, afirmou.

Adriano enfatizou também a questão ética que envolve a profissão,

lembrando que os maus exemplos tendem a ocupar mais espaço na mídia

do que os bons. “Convido a todos que se comportem de maneira que os

bons exemplos se sobressaiam”, disse.

Os novos Contabilistas registrados receberam ainda informações

sobre a estrutura do CRC-DF e benefícios como cursos, eventos, convênios

e parcerias, além do novo portal online, reformatado para atender aos

profissionais de maneira mais eficaz.

Veja o que pensam alguns dos novos Contabilistas registrados no

CRC-DF:

“A Contabilidade é uma profissão

importantíssima em qualquer

instituição. Pretendo trabalhar no

setor público, na área tributária.

Acredito que com ética e sabedoria é

possível obter grande reconhecimento

e ótimos retornos financeiros. Para

isso também espero que o CRC esteja

sempre presente, nos apoiando, nos

defendendo, buscando melhorias,

principalmente para valorização e

reconhecimento da classe”.

Erias de Fátima Fidélio Marinho –

Formada pela Universidade

Católica de Brasília

“Minha

expectativa

está voltada

para a área

acadêmica,

com

mestrado,

doutorado e

docência. Sei

que é uma

área boa e

que há

poucos

mestres e doutores, até porque são

poucos os cursos existentes hoje no

Brasil. Pretendo atuar em pesquisa,

escrever para revistas, enfim, quero

realizar um estudo mais aprofundado

sobre alguns temas relevantes, como por

exemplo, o fenômeno da convergência

contábil. Assim acredito que o CRC pode

ajudar oferecendo cursos e orientação

sobre quais áreas são as melhores para

pesquisa, buscando parcerias e

incentivos para que haja mais cursos de

mestrado e doutorado no DF”.

Fernando Barbelli Feitosa –

Formado pela UnB

“Tenho certa

familiaridade

com a

profissão,

pois minha

mãe é

contadora.

Já trabalho

há algum

tempo no

setor

contábil,

mas em

nível técnico. Agora com o registro de

contadora quero me preparar para

concurso público e me dedicar ao

estudo e prática das áreas que mais

gosto: financeira, econômica e

contábil. Espero receber apoio do CRC,

em especial nas questões que

envolvem piso salarial da categoria, e

também por meio de treinamentos,

congressos, enfim, informação que

incentive novos estudos e pesquisas”.

Juliana Brito de Araújo –

Formada pela UnB

“Quando comecei, as pessoas

encaravam a Contabilidade como curso

de segunda linha. Hoje é justamente o

contrário. Tanto no setor público

quanto na iniciativa privada todos

precisam da Contabilidade e estão

reconhecendo o valor da profissão.

Minha meta é atuar na área pública

como auditor fiscal e espero poder

contar com o apoio do CRC para

atualizar meu conhecimento por meio

de cursos, eventos e seminários”.

Herbert Tavares Mendonça

O Paraninfo da turma, Rubens Roriz da Silva (E) e o

Presidente do CRC-DF, Adriano de Andrade Marrocos