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O CANCER DE OVARIO CONCEITO O câncer de ovário virou um dos mais controversados capítulos da patologia tumoral, por causa da natura histológica, e potencial de malignidade que pode desenvolver. O câncer de ovário (carcinoma de ovário) ocorre mais freqüentemente em mulheres com 50 a 70 anos de idade e aproximadamente 1 em cada 70 mulheres acaba apresentando este câncer. Trata-se do terceiro câncer mais comum do sistema reprodutivo feminino, mas a quantidade de mulheres que morrem devido a este tipo de câncer é maior que a de qualquer outro câncer do sistema reprodutivo feminino. A definição do câncer de ovário e bem difícil, por causa da variedade das células componentes e do compartimento que sofre a malignização. O câncer de ovário foi considerado não como um câncer mas sim como uma família de malignidades. Os tumores epiteliais malignos do ovário ocorrem principalmente após os 40 anos, com maior freqüência entre os 50 e 60 anos. Já os tumores de linhagem germinativa aparecem mais cedo, em torno dos 20 anos de idade. Ocorrem mais nas mulheres de raça branca. As mulheres que apresentam maior número de ovulações (nuliparidade) têm maior risco. O uso de anticoncepcional hormonal oral, ao contrário, reduz o risco. Pacientes portadoras de disgenesia gonadal com cariótipo 46XY (síndrome de Swyer) têm maior risco de apresentar tumores de linhagem germinativa. O câncer de ovário pode estar associado à síndrome de Peutz-Jeghers. No mesmo tempo, o que e também estranho e que o ovário e o sedio preferencial das muitas metástases. O câncer de ovário e uma doença bem esquisita, assintomática ate os estados mais avançadas da doença. A ignorância das mulheres e, também a frouxa experiência do medico pode causar diagnósticos tardios, incuráveis. Na verdade, na maioria dos centros ginecológicos a doença esta descoberta nos estádios III e IV,o que faz que o câncer de ovário seja a maior causa de óbito pelo câncer.

o Cancer de Ovario

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Page 1: o Cancer de Ovario

O CANCER DE OVARIO

CONCEITO

O câncer de ovário virou um dos mais controversados capítulos da patologiatumoral, por causa da natura histológica, e potencial de malignidade que podedesenvolver.

O câncer de ovário (carcinoma de ovário) ocorre mais freqüentemente em mulherescom 50 a 70 anos de idade e aproximadamente 1 em cada 70 mulheres acabaapresentando este câncer. Trata-se do terceiro câncer mais comum do sistemareprodutivo feminino, mas a quantidade de mulheres que morrem devido a este tipode câncer é maior que a de qualquer outro câncer do sistema reprodutivo feminino.

A definição do câncer de ovário e bem difícil, por causa da variedade das célulascomponentes e do compartimento que sofre a malignização.

O câncer de ovário foi considerado não como um câncer mas sim como uma famíliade malignidades.

Os tumores epiteliais malignos do ovário ocorrem principalmente após os 40 anos,

com maior freqüência entre os 50 e 60 anos. Já os tumores de linhagem germinativaaparecem mais cedo, em torno dos 20 anos de idade.

Ocorrem mais nas mulheres de raça branca.

As mulheres que apresentam maior número de ovulações (nuliparidade) têm maiorrisco. O uso de anticoncepcional hormonal oral, ao contrário, reduz o risco.

Pacientes portadoras de disgenesia gonadal com cariótipo 46XY (síndrome deSwyer) têm maior risco de apresentar tumores de linhagem germinativa.

O câncer de ovário pode estar associado à síndrome de Peutz-Jeghers.

No mesmo tempo, o que e também estranho e que o ovário e o sedio preferencialdas muitas metástases.

O câncer de ovário e uma doença bem esquisita, assintomática ate os estados maisavançadas da doença. A ignorância das mulheres e, também a frouxa experiênciado medico pode causar diagnósticos tardios, incuráveis. Na verdade, na maioria doscentros ginecológicos a doença esta descoberta nos estádios III e IV,o que faz queo câncer de ovário seja a maior causa de óbito pelo câncer.

Page 2: o Cancer de Ovario

A melhora do percentil da sobrevivência ao câncer de ovário e possível somentepelo diagnostico precoce e tratamento agressivo.

ETIOLOGIA

Hoje a teoria do Robert Mayer salienta que os restos embrionários provindos do

desenvolvimento do ovário seriam o ponto de partida da tumor ovariana.

Alguns autores incriminam mesmo a ovulação continua como sendo a causa damalignidade.

FATORES DE RISCO

Idade entre 40-60 anos (pico entre 50-59)1.Esterilidade e nuliparidade2.As mulheres que apresentam diagnóstico de câncer de mama ou intestino, outêm parentes próximos com esses tipos de cânceres são propensas adesenvolver o câncer de ovário.

3.

As mulheres que nunca tiveram filhos também têm mais chances dedesenvolver a doença.

4.

Nesse caso, a ovulação é incessante, e portanto a possibilidade de haver

problemas no ovário é maior. Já a gravidez e a menopausa produzem o efeitocontrário: reduzem o risco deste tipo de câncer. A amamentação tambémprotege a mulher contra o câncer de ovário.

5.

A presença de cistos no ovário, bastante comum entre as mulheres, não deveser motivo para pânico. O perigo só existe quando eles são maiores que 10 cm

e possuem áreas sólidas e líquidas.

6.

NORMALMENTE:

90% são cistos funcionais (benignos)1.Se for pré-púbere:

50% malignos

2.

Se for pré-menopausa:

7% malignos

3.

Se for menopausada:

30% malignos

4.

Existem provas clínicos que atesta que o câncer de ovário e relacionado comsistema hormonal.Muito raramente o câncer de ovário pode ter origem num focal deendometriose.

Page 3: o Cancer de Ovario

Algumas doenças da infância contratadas tardio seriam relacionadas com ocancer de ovário. O vírus urliano (da caxumba) foi eliminado da lista dos fatorescausadores.Grupa sanguínea A e 0 são consideradas como fatores predisponentes docâncer de ovário.

Existem, pelocontrario, fatores protetores para Tu de ovário:

Uso de ACO ( após 5 anos de uso)1.Gravidez2.Lactação3.Laqueadura tubária4.Histerectomia5.

CLASSIFICAÇÃO

Cistos funcionais:1.

Foliculares,a.do corpo lúteob.hemorrágiosc.endometrióticod.

Tumores epiteliais2.

Benignosa.Borderlinesb.Malignosc.

Tumores Estromais (cordão sexual)3.

Benignosa.Borderlinesb.Malignosc.

Tumores das céls germinativas4.

Benignosa.Malignosb.

Tumores metastáticos5.

MORFOPATOLOGIA:

Podem ser derivados do:

Celoma:

Page 4: o Cancer de Ovario

São os epiteliais e são os mais frequentes

Estroma:

São os Mesenquimais ou derivados do cordão sexua

Células germinativas (óvulos)

Tipos de Tumores das células germinativas

Disgerminomas1.

Teratomas imaturos2.Tumores do seio endodérmico3.Carcinoma embrionário4.

Coriocarcinoma5.Poliembriona6.

Formas mistas7.

Tipos de Tumores do cordão sexual

Tumora da teca-granulosa1.Tumora de Sertoli-leydig2.

Tecomas3.Fibromas4.

Tipos de Tumores metastáticos

Tumores do genital1.Câncer de Mama2.Tumores do trato gastrointestinal3.

A. TUMORES EPITELIAIS:

Representam cerca de 90% das neoplasias malignas ovarianas. 80% sãoencontrados em pacientes na pós-menopausa. Incidência crescente com a idade.São mais frequentes em países industralizados (parece que tem relação comaexposição a noxes)

São derivados do celoma; Respondem por 65% dos tumores ovarianos. Após oscistos são as neoformações mais frequentes

Podem ser benignos, borderlines ou mesmo malignos

Tipos de tumores epiteliais:

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1. Cistoadenoma seroso

Mais comum após os cistos (50%)

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2. Cistoadenoma mucinoso

2º mais comum

3. Tumores endometrióides

4. Tumor de células claras

É de origem endometrial e corre durante a gestação

5. Tumor de Brenner

Derivados do epitélio urogenital. Os tumores de Brenner são neoplasiasfibroepiteliais constituídas de tecido derivado do estroma ovariano e porcélulas epiteliais, poliédricas ou redondas, do tipo urotelial ou detransição. Essas células contêm um pequeno núcleo em fenda ou emforma de “grão de café”, podendo haver grupamentos dessas células econfigurar estruturas denominadas nichos ou ninhos. Os nichos epiteliaispodem formar glândulas ou cistos, revestidos de células planas, cubóidesou cilíndricas; às vezes há células escamosas.

Na grande maioria das vezes, o tumor de Brenner é pequeno, unilateral ebenigno. Seu diagnóstico só pode ser confirmado após o exameanatomopatológico, que microscopicamente apresenta ninhos ou colunasde células epiteliais de transição numa matriz fibromatosa. As célulasepiteliais apresentam sulco longitudinal característico de “grão de café” epodem apresentar transformação carcinomatosa.

A histerectomia total mais salpingooforectomia bilateral representa oprincipal tratamento dos tumores de Brenner benignos e dos malignosconfinados aos ovários. Alguns estudos mostraram que a radioterapia nãomelhora o prognóstico, enquanto a quimioterapia não teve sucesso paraeste tipo histológico em estádios avançados.

6. Cistadenocarcinoma seroso

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É o maligno mais frequente, sendo bilateral em 36% e de característicasheterogêneas

7. Cistadenocarcinoma mucinoso

2º maligno mais frequente

8. Tumores indiferenciados (20% de todos os tumores ovarianos)

9. Cistoadenocarcinoma papilífero

Cistadenocarcinoma seroso papilífero bilateral do ovário. Aqui temos a variedade maligna do tumorvisto na peça anterior (cistadenoma seroso). Nesta peça, ambos ovários estão acometidos (70% dos

cistadenocarcinomas serosos do ovário são bilaterais, contra apenas 20% dos cistadenomas). Otumor é maior no ovário que fica à direita (vendo-se a peça pela frente). As formações papilíferas

(aspecto em couve-flor) estão presentes tanto no interior dos cistos quanto na superfície externa, aqual é parte lisa, parte papilífera. A presença de papilas na superfície externa é extremamente raranos tumores epiteliais benignos do ovário (cistadenomas, ver peça anterior), mas é comum nos

malignos (cistadenocarcinomas) e colabora para a disseminação de células neoplásicas peloperitônio. O líquido no interior dos cistos é seroso (citrino, límpido). Microscopicamente, o epitélio

lembra o da trompa, com graus variados de atipia (fonte UNICAMP)

A frequencia de cada tipo:

Seroso -------------------- 75%1.Mucinoso ---------------- 20%2.Endometrióides-------- < 1%3.Céls claras-------------- < 1%4.Tu de Brenner---------- < 1%5.Tu indiferenciados ---- < 1%6.

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Manifestações clínicas dos Epiteliais

A maioria não apresentam sintomas, ou relatam apenas queixas inespecíficasaté fases avançadas da doença.

1.

Irregularidades menstruais.2.Polaciúria3.Constipação4.Distensão, pressão ou dor abdominal5.Dispareunia6.Sintomas agudos, como dor secundária a ruptura ou torção, são poucoscomuns.

7.

O mais importante sinal é a presença de massa pélvica ao exame físico.8.

Diagnostico

E feito somente pela laparotomia exploratoria, isto depois que o achado de massapelvica levanta a suspeita:

Aquelas que possui critérios clínicos e/ou ultrasonográficos de malignidade:

Sinais a US que sugerem malignidade (ATENÇÃO, COISA DE PROVA !!!):

- Massa cística > 8 cm.

- Massa sólida.

- Massa cística com sinais de malignidade(multiloculações, septos, papilas,

aumento do fluxo sanguíneo).

Esses tipos passam na segunda fase de exames:

TC, RM (eficiencia baixa)

Dosagem do Ca-125

CA 125Aplicações Clínicas e interpretações dos resultados

Cancer Antigen 125 (Antígeno associado ao cancêr 125)

O CA125 é uma glicoproteína, normalmente produzida pelo epitélio das serosas,trompas de falópio, endométrio e endocérvix. Não é encontrado no ovário

normal; entretanto níveis elevados são encontrados no câncer de ovário, sendousado como marcador tumoral. Sua dosagem também pode ser detectada em

outras condições: endometriose, gestação, pacientes saudáveis, câncer deendométrio, e outras neoplasias.Devido a baixa incidência do câncer de ovário, e a baixa sensibilidade e

especificidade do CA 125 no câncer de ovário, não se pode utilizá-lo como métodoisolado de triagem ou de diagnostico desta neoplasia.

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1- Avaliação prognostica no câncer de ovário: o nível de CA 125 é um preditorsignificativo de sobrevida. Sobrevida tem sido descrita como maior em mulherescom CA 125 menores. Níveis superiores a 65 U/ml correspondem a 5% desobrevida em 5 anos. Níveis acima de 35 U/ml após 3 ciclos de quimioterapia estãoassociados a sobrevida baixa: 17% em 2 anos.2- Monitorização da resposta ao tratamento cirúrgico do câncer de ovário: é

útil na avaliação da presença de tumor residual: 95% dos tumores residuais tem CA125 alto. Aumento do CA 125 pode preceder as alterações clínicas em 11 meses.

No caso de tumores residuais de até 2 cm o valor de CA 125 pode ser normal. Onível sérico do CA 125, dosado três a quatro semanas, após a cirurgia, é descritocomo fator prognóstico. Assim um aumento de CA 125 após a cirurgia indica alta

probabilidade de tumor residual, entretanto se negativo, não exclui a presença dedoença residual.

3- Monitorização da resposta à quimioterapia no câncer de ovário: identificaatividade da doença durante quimioterapia pós-operatória, com eficiência de 91,9%.A combinação de CA 125, exame clínico e ginecológico detecta a progressão dadoença em 90% dos casos.4- Diferenciação pré-operatória de massas pélvicas: 82% dos casos malignos

têm CA 125 > 35 U/ml. Apenas 3% das pacientes com massas pélvicas nãomalignas têm níveis > 35 U/ml. Elevação sérica do CA 125 associado a alteraçõesno ultra-som transvaginal na pós-menopausa são preditores significativos de

malignidade.

Em pacientes de alto risco hereditário, caracterizado pela presença de dois

parentes de primeiro grau com diagnóstico de câncer de ovário, o risco estimado éde 7% durante toda a vida. É sugerido que estas pacientes realizem CA 125

anualmente. O uso do CA 125 ou do ultra-som transvaginal de forma isolada, não

pode ser indicado na triagem do câncer de ovário, entretanto a associação destesdois métodos parece ser promissora, necessitando ainda de um grande estudorandomizado para seu esclarecimento.Na triagem e diagnóstico do câncer de ovário, têm-se dado importância àsmutações genéticas. Mutações BRCA1 e BRCA2, que também se associam aocâncer de mama, determinam risco de desenvolvimento do câncer de ovário de 25%e 15%, respectivamente. Sugere-se que os casos associados à mutação BRCA2possam ser menos agressivos. Estamos em fase de implantação destadeterminação.

Endometriose: CA 125 é citado como único marcador tumoral de importância

no diagnóstico de endometriose nos estágios III e IV, especialmente quando asamostras de sangue foram coletadas durante os três primeiros dias damenstruação. O grau de elevação do CA 125 varia com a severidade da doença,sendo positiva em 8%, dos estágios I, e 88,6% dos estágios IV. O nível no liquidoperitoneal é descrito como um indicador mais sensível que o nível sérico, tendovalores superiores nos estágios iniciais.Os níveis séricos correlacionam com a evolução e caem com o tratamento clínico ecirúrgico. É comum encontrar valores de CA 125 acima de 100 U/ml na

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endometriose.

Câncer de endométrio: a medida do CA 125 pré-operatório nesta neoplasia é deutilidade clínica. Há um aumento de 22,4% nos estágios I e II, e em 81,8% nosestágios IV. Valores acima de 35 U/ml são fortemente indicativos do câncer deendométrio com acometimento extra-uterino.

Quimioluminescência.

Valores normais e interpretaçãoValores menores que 35 U/ml são considerados negativos. Os valores entre 35 e 65U/ml são elevados, estando correlacionados com neoplasia; os valores > 65 U/mlestão correlacionados com neoplasia em 90% dos casos de massa pélvica.Positividade de 85% no câncer de ovário não mucinoso, variando com o estagio(50% no estagio I, 90% no II, 92% no III, 94% no estagio IV). Não se eleva no tipomucinoso. É negativo em 20% dos casos de câncer de ovário à época dodiagnóstico.

Existem variações biológicas individuais normais e metodológicas na pesquisa do

CA 125, sendo indicado sua realização pela mesma técnica e laboratório, para finsde comparação futura.O CA 125 pode estar elevado em pessoas saudáveis (1%) e em outras

condições a seguir descritas:Gestação: pode estar elevado em 20% das grávidas. Aumentos discretos podem

ocorrer na menstruação. Também pode ser detectado no abruptio plancentae eteratomas benignos. Detectado na doença inflamatória pélvica e abscessotubo-ovariano sendo citado como preditor de evolução. Nas peritonites, incluindo aperitonite tuberculosa, valores tão altos como no câncer de ovário podem serencontrados, servindo também para monitorização do tratamento. No câncer demama a presença de CA 125 elevado estão associado a metástases e prognósticopior. No Linfoma não-Hodgkin, tem sido reportado como tendo valor clínico noestadiamento e acompanhamento de pacientes com este linfoma, entretanto, seu

papel ainda não está definido.

A cirrose hepática, neoplasias de fígado, pâncreas, colon, pulmão, uroepiteliais,endocérvix e trompa também estão associados com o aumento do CA 125.

O principal problema do Ca de ovário é o seu diagnóstico tardio, apesar de diversaspropostas para tentar flagrar a neoplasia em seu estágios iniciais.

Proposta de triagem: Associação entre dosagem do CA-125 + USG – transvaginal

Porém os trabalhos que realizaram essa associação como método de triagemdemonstraram que muitos casos de Ca de ovário deixam de serdiagnosticados. Tambem, a taxa de falso positivos é alta levando aintervenções cirurgicas desnecessárias. Por isso o screening não érecomendado para a população feminina sem fatores de risco.

Page 11: o Cancer de Ovario

TRATAMENTO

Estádios I.a e I.b, grau 1

Tratamento cirúrgico.

salpingo-ooforectomia bilateral + HT total abdominal + estadiamento cirúrgico.

Borderline e I.a grau 1: unilateral.

Não é necessária terapia adjuvante.

Estádios I.a e I.b, graus 2 e 3 e estágio I.c

Cirurgia padrão + terapia adjuvante (quimio ou rádio)

•Estágios II, III, IV

Cirurgia citorredutora + poliquimioterapia.Acompanhamento:CEA-125, imagem, laparotomia second-look.

Doença recidivante:

Radio e quimio paliativas + cirurgia para desobstrução intestinal.

Prognóstico

Quanto mais cedo for diagnosticado o tumor, melhor a sobrevida.

Como geralmente só se diagnostica nas fases em que há sintomas, o prognóstico

no geral é péssimo.

Sobrevida de acordo com o estádio:

II 70% sobrevive em 5 anosIII 25-20%IV 1-5%

B. TUMORES DAS CELULAS GERMINATIVAS

Respondem por 20 - 35% de todos tumores malignos ovarianos. Ocorrem mais emcrianças e adolescentes (1ª e 2ª década de vida). Possuem crescimento rápido.Podem ser classificados em benignos e malignos.

Tipos de tumores de células germinativas:

Benignos:

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Teratomas maduros císticos (mais comuns):

Cisto dermóide1.Struma ovarii2.Teratoma maduro sólido3.

Malignos:

Disgerminoma (frequente em crianças)1.Tumor do seio endodérmico (crianças e idosas)2.

Teratomas imaturos3.Coriocarcinoma4.

Diagnóstico

A investigação diagnóstica tem início a partir de uma massa pélvica ao exame físicoe segue basicamente os mesmos passos descritos nos tumores epiteliais. Alémdisso dosa-se o hCG e alfafetoproeína.

Quadro clínico:

Podem causar dor pélvica devido à distensão da cápsula ovariana, além de

hemorragia e necrose.

Compressão da bexiga e reto são comuns.

Irregularidades menstruais.

Se houver ruptura ou torção dos anexos, o quadro de apresentação pode ser deabdome agudo.

Teratoma maduro cístico

É a neoplasia de celulas germinativas mais comum

Tem 3 variantes:

Cisto dermóide1.Struma ovarii2.Teratoma maduro sólido3.

Disgerminoma

É um tumor maligno que corresponde por 30 a 40% dos tumores de celulasgerminativas.

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Acomete mais mulheres na faixa pediátrica. Medem cerca de 5 -15cm e 10% sãobilaterais. Podem estar associados a outros tumores de células germinativas( seioendodérmico, coriocarcinoma e os teratomas). Raramente secretam marcadorestumorais.Cerca de 75% quando diagnósticados localizam no estádio I.Disseminação linfática e possivel.

Tratamento

Tratamento é basicamente cirúrgico, a cirurgia mínima é a ooforectomia unilateral +

estadiamento cirúrgico(fertilidade).E eficiente e tem que seraplicados mesmo noscasos avançados.

HT total abdominal + salpingo-ooforectomia bilateral + Poliquimioterapia +Radioterapia.

Prognóstico

Estádio Ia > 95% em 5 anos. Estádio avançado tambem possui bom prognóstico

(85 – 90%) quando tratadas com cirurgia + quimioterapia.

Teratomas imaturos

Tumor maligno das celulas germinativas; o 2º mais comum; acomete 50% emmulheres jovens (10 e 20 anos).

Se diferenciam do seu correspondente benigno a medida que seus componentestissulares se assemelham àqueles observados no embrião e feto (não no adulto).

Diagnóstico são iguais aos de outros Tumores de células germinativas.

Por secretar hormônios pode causar pseudoprecocidade sexual. Os marcadorestumorais geralmente são negativos.

Tratamento

Mulheres pré-menopausa: Ooforectomia unilateral + estadiamento cirúrgico.a.Pós-menopausa: HT abdominal total + salpingo-ooforectomia bilateral.b.Estádio Ia grau 1:Apenas cirurgiac.

Se mais avançado quimioterapia adjuvante.d.

Tumores do seio endodérmico (Tellium)

São tumores derivados do saco vitelínico. Pode ocorrer tanto em crianças quantoem idosas. A grande maioria se queixa de dor abdominal ou pélvica. A maioria

Page 14: o Cancer de Ovario

produz alfafetopretína: ela pode ser usada para estratificação da doença e avaliaçãoda resposta à terapêutica. Cirurgia mais utilizada é a salpingo-ooforectomiaunilateral seguida de quimioterapia. Em geral são sólidos e tendem a ser grandes(28cm).

Carcinoma embrionário

Extremamente raro, acomete mulheres bastante jovens(média de 14 anos). Podecausar pseudopuberdade precoce e hemorragia genital irregular. Tendem a ser

grandes, e 2/3 são unilaterais. Caracteristicamente secretam hCG ealfafetoproteína, que são importantes para extensão da doença e da resposta aotratamento.

TERAPIA consta em salpingo-ooforectomia unilateral + quimioterapia.

Coriocarcinoma

E um tumor raro. Incidência maior em < 20 anos. Secreta grandes quantidades de

hCG. Tratamento idem aos outros germinativos.

Costuma ser muito agressivo e o prognóstico é sombrio, com a maioria daspacientes apresentando metástases intestinais na hora do diagnóstico.

C. TUMORES DE CORDÃO SEXUAL OU ESTROMAIS

Corresponde a 5 – 8% dos tumores ovarianos. São derivados do estroma e por issopossuem capacidade de produzir hormônios. Derivado do estroma o qual, por suavez, é formado a partir do cordão sexual da gônada embrionária. Pode dar

origem a células femininas (granulosa e teca) e a células masculinas (Sertoli-Leydig). Podem ser benignos, borderlines e malignos

Tumores estromais

Benignos:

Tecomas: São os mais comuns e são derivados das células da tecaFibromas: Podem levar a Sd de Meigs (Ascite, hidrotórax e tu ovariano) epodem malignizar

Borderlines:

Tu das células de Sertoli-Leydig: Produzem testosteronaTu das células da granulosa: É o mais comum dos borderlines, frequente emidosas menopausadas que voltam a sangrar

Page 15: o Cancer de Ovario

Malignos:

Sarcomas e Linfomas

Tumores da teca-granulosa

Baixo grau de difeneciação, 2/3 aparece após menopausa. de todas, 98% são

unilaterais.Secreta grandes quantidades de estrogênio. Aumenta o risco de Ca deendométrio.

TRATAMENTO

Cirurgia mais utilizada é a salpingo-ooforectomia unilateral + estadiamentocirúrgico.

Em adultos pós menopausa HT total + salpingo-ooforectomia bilateral.Raramente acomete ambos ovários.

A maioria se encontra no estádio I. 90% em 10 anos.

Tumores de Sertoli-Leydig

Baixo grau e extremamente raros, são tumores geralmente unilaterais.

Incidência maxima e entre 20 e 30 anos. A produção de androgênios causando

virilização em 70% das mulheres pois produzem testosterona

São 2 tipos:

Arrenoblastoma1.Tumores de Sertoli2.

Prognóstico de 70-90% em 5 anos.

D. TUMORES METASTATICOS

Corresponde de 5-6% dos tumores ovarianos. Originam principalmente do tratogenital, da mama, e trato gastrointestinal.

Disseminação por contiguidade, transcelômica, hematogênica e linfática.

Tumora Krukenberg(30-40%), é frequentemente bilateral.

Os tumores de Krukenberg são neoplasias metastáticas originárias do trato gastro-intestinal. Na década de 60 foram propostos critérios histológicos para identificareste tumores, estabelecendo como padrão característico a produção de mucinaintracelular, células em anel de sinete e infiltração sarcomatóide difusa do estroma

Page 16: o Cancer de Ovario

ovariano.Na avaliação ultra-sonográfica, os tumores de Krukenberg, habitualmente,apresentam grandes dimensões e os diâmetros do órgão invadido podem variar de6 a 18cm. Comumente, apresentam aspecto sólido, raras vezes, aparênciacomplexa ou multilocular e quase na totalidade dos casos o acometimento ébilateral

Tumor de Krukenberg. A neoplasia é constituída por células em "anel de sinete" (contendo muco),que

infiltram extensamente o estroma ovárico. O tumor de Krukenberg é uma neoplasia ováricametastática

(mais frequentemente com origem no estômago ou mama).

Diagnostico diferencial:

Gestação ectópica1.Apendicite2.Abscesso tubo-ovariano3.

Hidrossalpinge4.Endometriose5.Miomatose uterina6.Tumores do TGI7.

Exames complementares gerais:

USG:

Buscando massas ovarianas e sinais e sintomas do TGI

TC:

Page 17: o Cancer de Ovario

Quando a USG é insuficiente

CA-125:

Se >35 – Cistoadenocarcinoma seroso

CEA:

Marcador do cistoadenocarcinoma mucinoso

Endoscopia de colo:

Para afastar tumores do TGI

Bioquímica, enzimas hepáticas e pancreáticas

Rx de tótax

Citologia oncótica

Mamografia

DIAGNOSTICO DIFERENCIAL BENIGNIDADE/MALIGNIDADE

Page 18: o Cancer de Ovario
Page 19: o Cancer de Ovario

Estadiamento para Tu de ovário (FIGO)

•ESTÁDIO I: RESTRITO A OVÁRIOS

Ia Tumor restrito a um ovárioIb Tumor restrito a ambos ováriosIc Citologia peritoneal positiva (células neoplásicas), implante ou cápsula rota

•ESTÁDIO II: EXTENSÃO PARA ÓRGÃOS PÉLVICOS

IIa Tumor acomete trompas e/ou úteroIIb Extensão a outros órgãos pélvicosIIc Citologia peritoneal positiva para células neoplásicas e 2a ou 2b

•ESTÁDIO III: EXTENSÃO PARA ALÉM DA PELVE OU LINFONODOS

Page 20: o Cancer de Ovario

IIIa Metástase peritoneal microscópica além da pelveIIIb Metástase peritoneal macroscópica de até 2cm além da pelveIIIc Metástase peritoneal maior de 2cm e/ou em linfonodos regionais

•ESTÁDIO IV: METÁSTASE A DISTÂNCIA ALÉM DA CAVIDADE PERITONEAL

Marcadores tumorais

Cistoadenocarcinoma Seroso

CA 125

Cistoadenocarcinoma Mucinoso

CEA

Tumor do Seio Endodérmico

Alfafetoproteína

Disgerminoma

HCG

Coriocarcinoma

HCG

Carcinoma Embrionário

HCG / Alfafetoproteína

Tumor de células Sertoli-Leydig

E2 / Androgênios

Page 21: o Cancer de Ovario

Tumor de células da Granulosa

E2 / Inibina B

PROFILAXIA

Se > 50 anos:

USG anual

Dosar CA-125 nas que possuem fatores de risco

Se > 35 anos:

Toque vaginal anual para buscar massas

Ooforectomia profilática nas que possuem fatores de risco, após constituição de

prole

MISODOR, 01 DE AGOSTO 2008