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1 O CÔMICO, O TRÁGICO E A TRAGICOMÉDIA: recursos utilizados por Cervantes e Alfonso Vallejo Ester Abreu Vieira de Oliveira UFES – ALES – AFESL- APEES Houve sempre a intenção de buscar o sentido da realidade dentro de uma dicotomia trágica ou cômica. Muitos escritores dramáticos vanguardistas, a partir do final do século XIX, como: Ibisen, Strindberg, Chéjov, Valle-Inclán, Ionesco, Alfred Jarry, Lorca, Beckett, Artaud, Sartre, Willians, Albee, Arrabal e os que neles se espelham, procuram exaltar o indivíduo e exaltar a sua vida interior. Para esse fim, se valem de recursos técnicos que oferecem a arte expressam, em conjunto a tragédia ou a comédia. Entre os dramaturgos contemporâneos espanhol que buscam fazer essa união está o dramaturgo Alfonso Vallejo, mas a técnica de misturar gêneros é milenar e se encontra, também, na narrativa cervantina: o Dom Quixote de la Mancha. No teatro, o papel do ator é muito importante para alcançar os efeitos trágicos ou cômicos, pois depende muito de sua arte e criação. Alfonso Vallejo observa nas páginas iniciais de PANIC 1 , em uma nota de rodapé sobre a exigência na escolha de atores para representar os personagens de sua obra: Los cuatro actores tienen que reunir amplios registros interpretativos cómicos y trágicos. Tienen que responder al estilo poliédrico, heterogéneo, ambiguo y multigenérico de la situación. (p. 15) Vallejo se mostra rigoroso, pois vê a verdadeira vertente final de uma representação, o sucesso de uma apresentação, no ator-personagem, o verdadeiro portador do texto que se representa e que se põe diante do espectador para despertar-lhe os sentidos, principalmente na peça onde aparece a dicotomia trágica e cômica ao mesmo tempo. Assim explica Sastre sobre a comédia: un gênero teatral basado en este tipo de situaciones, concebidas en un plano imaginario, o sea que são [sic]: un efecto dramático de la imaginación cómica, […] una parcela risueña de nuestra capacidad creadora […] un modo de tratar nuestra imaginación con la realidad existencial y social. 2 1 VALLEJO, A. Panic. Madrid: La Avispa, 2001. 2 SASTRE, A.. Ensayo general sobre lo cómico en el teatro y en la vida. Hurí: Hindarria, 2002, p. 11.

O Cômico, o Trágico e a Tragicomédia

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Gêneros Literários

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    O CMICO, O TRGICO E A TRAGICOMDIA: recursos utilizados por Cervantes e Alfonso Vallejo

    Ester Abreu Vieira de Oliveira UFES ALES AFESL- APEES

    Houve sempre a inteno de buscar o sentido da realidade dentro de uma dicotomia

    trgica ou cmica. Muitos escritores dramticos vanguardistas, a partir do final do sculo XIX, como:

    Ibisen, Strindberg, Chjov, Valle-Incln, Ionesco, Alfred Jarry, Lorca, Beckett, Artaud, Sartre, Willians, Albee, Arrabal e os que neles se espelham, procuram exaltar o indivduo e exaltar a sua vida interior. Para esse fim, se valem de recursos tcnicos que oferecem a arte expressam, em conjunto a tragdia ou a comdia. Entre os dramaturgos contemporneos espanhol que buscam fazer essa unio est o dramaturgo Alfonso Vallejo, mas a tcnica de misturar gneros milenar e se encontra, tambm, na narrativa cervantina: o Dom Quixote de la Mancha.

    No teatro, o papel do ator muito importante para alcanar os efeitos trgicos ou

    cmicos, pois depende muito de sua arte e criao. Alfonso Vallejo observa nas pginas iniciais de PANIC1, em uma nota de rodap sobre

    a exigncia na escolha de atores para representar os personagens de sua obra:

    Los cuatro actores tienen que reunir amplios registros interpretativos cmicos y trgicos. Tienen que responder al estilo polidrico, heterogneo, ambiguo y multigenrico de la situacin. (p. 15)

    Vallejo se mostra rigoroso, pois v a verdadeira vertente final de uma representao, o sucesso de uma apresentao, no ator-personagem, o verdadeiro portador do texto que se

    representa e que se pe diante do espectador para despertar-lhe os sentidos, principalmente na pea onde aparece a dicotomia trgica e cmica ao mesmo tempo. Assim explica Sastre

    sobre a comdia: un gnero teatral basado en este tipo de situaciones, concebidas en un plano imaginario, o sea que so [sic]: un efecto dramtico de la imaginacin cmica, [] una parcela risuea de nuestra capacidad creadora [] un modo de tratar nuestra imaginacin con la realidad existencial y social.2

    1 VALLEJO, A. Panic. Madrid: La Avispa, 2001.

    2 SASTRE, A.. Ensayo general sobre lo cmico en el teatro y en la vida. Hur: Hindarria, 2002, p. 11.

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    Sastre reflexiona sobre o cmico e as suas variedades quando fala sobre o riso espetacular e sobre a insero deste na arte dramtica. Diz que3 o ser vivo deve variar e no repetir tudo de um modo idntico e que o riso o transporte do ser vivo para o inanimado e que ele depende dos mais variados fatores. Mauron4 afirma que o poder de fazer rir est num duplo ponto de vista: um psicolgico e outro esttico. Como dizem os

    versos de Vallejo: El universo y la vida/ no tienen explicacin/ so enigmas absolutos, /misterios sin solucin.5

    Na tentativa de explicar a angstia do homem diante da vida e da morte, os filsofos reflexionam e a arte oferece seus meios por meio da luz e da sombra, da cor escura e clara como fizeram Goya e Picazo, ou por meio dos recursos que nos oferecem a linguagem narrativa ou dramtica, esta com a sua carga de elementos paralingsticos e cnicos.

    A TRAGDIA E A COMDIA A tragdia surge na Grcia da mstica dionisaca e se irradia em imagens, que se

    transformam em caracteres e, depois em pensamento. Ela tem necessidade do crime e do sacrifcio. Segundo Mara Zambrano,6 no ritual da tragdia a parte principal o sacrifcio,

    que propriamente a tragdia e que corresponde morte do deus e que, uma das formas de o homem conhec-lo, sentir-se abandonado, porque El crimen contra Dios es el crimen

    contra el amor [] pues se llega a ver en l, concrecin de la vida divina, la resistencia ltima a la divinizacin del hombre..

    Contudo, a carga de angstia que sofoca o homem ameniza-se com um distanciamento que lhe proporciona o prazer que encontrar nos recursos oferecidos pela arte por meio da distorso da realidade.

    notrio que os conflitos que produzem o terror e a compaixo pertencem ao gnero trgico que tem, na tragdia grega, como componentes: o prlogo (antecipao da histria); os parados (canto de entrada do Coro); os episdios (atos ou quadros semelhante aos do teatro moderno) estes costumavam ser separados por cantos do Coro e, no ltimo episdio, sai o Coro, o xodo.

    3 SASTRE, A.,idem, 2002, p. 95-131.

    4 MAURON, Charles. Psicocrtica del gnero cmico. Arsitfanes, Plauto, Terencio, Molire. Taduccin de

    la 3. Ed. Francesa por Mara del Carmen Bobes Naves. Madrid; Arco/Libros, 1997, p. 14. 5 VALLEJO, A. Misterios sin solucin. In:Eternamente a cada instante. Madrid; Huerga y Fierro, 2000,

    p.72) 6 ZAMBRANO, M..Dios ha muerto. In: El hombre y lo divino. Mxico/Madrid/, Fondo de Cultura

    Econmica, 1993, 149-150.

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    As origens da tragdia provm dos ritos ou cantos lricos que se ofereciam ao deus Dioniso na Grcia Antiga. O desenlace trgico para despertar a compaixo e o choro.

    Eurpedes, Sfoles e Esquilo so os mais significativos representantes da tragdia grega. Considera-se Esquilo como o criador do drama trgico.

    Para Aristteles a tragdia a imitao de uma ao elevada e completa, realizada

    por meio de uma linguagem enriquecida com recursos ornamentais, usados, separadamente, em diferentes partes da obra. A imitao se efetua com personagens que atuam com o

    recurso de piedade e terror para expurgar as paixes. Em uma tragdia h intriga, aes e fbulas, que favorecem a surpresa o suspense

    do espectador. ao principal juntam-se histrias paralelas mais ou menos complexas. Porm numa comdia no h uma participao efetiva e reflexiva do pblico, porque a ao se direciona para a realidade exterior e no ao sonhado. Por isso o conflito violento, isto , a angstia se disolve para surgir o riso.

    No drama moderno, enfrentam-se valores discrepantes. O dramaturgo se limita exposio da opinio dos personagens. Cada um, com a sua verdade, procura explicar as

    injustias, mas em situaes absurdas (teatro do absurdo). Todo espetculo que pertence ao gnero trgico procura despertar angstia, terror e

    compaixo, sob o efeito do sonho, que lhe provoca imobilidade e silncio, semelhante ao que excita no pblico o momento da morte em uma tourada. No teatro, a angstia produzida por um grande momento afetivo produz reflexo e, s vezes, este se enfraquece e se faz mtico. Isso acontece quando o autor dramtico procura evitar, no espectador, o horror demasiado realista e distanci-lo. A maneira de eliminar esse terror ou espcie de pesadelo substituir a angstia, provocada pelos conflitos violentos, por elementos grotescos que excitam o riso.

    No decorrer do tempo, a tragdia evoluciona e surgem variantes que predominam

    em determinadas pocas tais como: a tragdia herica, a burguesa, a poltica. As explicaes sobre ela so variadas.

    Para Plutarco, a tragdia aquela obra peculiar que quem engana mais honesto do que quem no engana, enquanto que a pessoa enganda mais sbia do que a que no foi enganada.

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    Maria Zambrano7 destaca, na tragdia, dois elementos: o espao e o tempo como as ltimas categorias do universo, que esto atradas pelo tempo ou pelo espao.

    Csar Oliva y Torres Moral8 (2002, p. 25) afirmam que a tragdia e o drama satrico surgiram de certos comos, que acolhiam os heris e que a origem do teatro grego est nos rituais agrrios. Quanto comdia, esclarece que uma criao posterior a partir dos comos e rituais no utilizados pela tragdia. No sculo XVIII, a palavra comdia servia para indicar as tragdias que tivessem um final feliz.

    Para Aristteles, a comdia servia para indicar a inteno de manifestar uma ao do homem elevada e completa e a tragdia a de apresentar qualidades de moral inferior e tinha como objetivo levar o pblico a divertir-se diante de um proceder ridculo dos personagens. Quanto origem, a comdia provm das festividades rituais e orgisticas, cujos ecos se encontram no carnaval.

    Sastre9conceitua a comdia como un modo de tratar no qual h um efeito dramtico da imaginao, [] un gnero teatral basado en estereotipo de situaciones concebidas en un plano imaginario, una [] parcela risuea de nuestra capacidad imaginativa.

    So sempre negativas as definies sobre a comdia sobre o cmico (sinonmia: humor, irona, riso, o risvel o engraado), contudo o riso rejuvenesce a fisionomia e um lenitivo para a alma. Contudo fazer rir uma arte

    A ironia distancia o Outro, enquanto o humor o aproxima e torna as pessoas mais felizes. A irona no diz literalmente, s deixa parecer ser outra cosa. H nela um duplo sentido. Seu fundamento est na antonmia. A variedade agressiva da ironia o sarcasmo. Enquanto a ironia d representao una suavidade de um sonho, com uma dose de intelectualidade e crtica, o humor a materializa, porque proporciona movimentos em quem o recebe ou o provoca, devido aos efeitos paralingsticos.

    O riso fcil quando, com brutalidade brincalhona, violenta, suja e pe em ridculo uma figura. Como as mscaras do baile de carnaval que, por semelhana, torna uma coisa

    parecida com a outra, a imagen dupla no diz a mesma coisa, mas o diferente. Como diz

    7 ZAMBRANO, M.., op cit, 1993, pp. 149, p. 169 y. 82-83.

    8 OLIVA, Csar; TOMAS MORREAL, Francisco. Historia bsica Del arte escnico. 6. ed. Madrid: Ctedra,

    2002, p. 25 (Crtica y Estudios Literrios). 9 SASTRE, A. op cit, 2002, p. 11.

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    Hutcheon, "patos no so coelhos".10 O riso surge quando a imagem nos incomoda como a figura de uma pessoa gorda ou a de uma que possua um nariz grande. Para a maior parte das pessoas, o escritor humorstico aquele que faz as pessoas rirem.

    A obra mais conhecida de Cervantes, D. Quijote, possui recursos de ironia e comicidade, porque nega a realidade do mundo. Porm, na loucura do heri h elementos

    trgicos em sua comicidade. Na aventura do Moinho de Vento, por exemplo, h ironia, por conter uma espcie de pardia da Batalha de Lepanto, algo "espantable y jams imaginado". Assim comenta D. Quijote: "[] que esta es buena guerra, y es gran servicio de Dios quitar tan mala simiente sobre la tierra. []11. Esse personagem considerado louco, porque aspira justia e deseja proteger os fracos e humilhar os poderosos. A stira est no ridculo da maneira de atuar do heri, mas o trgico, no herico de seu ridculo.

    A unio do trgico e do cmico faz com que o riso no saia livremente, porque deixa uma sensao de pena. A negao do positivo a essncia do trgico e do cmico e a tnue linha que os separa. A comicidade ingenua surge quando ela se apresenta como algo justo, bom e sensato. Por exemplo, a stira igreja e sociedade que faz de Gil Vicente em A barca do inferno, quando nos apresenta o tema do juzo final de uma maneira cmica. Bakhtin12, ao examinar a carnavalizao em duas obras do segundo perodo de

    produo de Dostoivsk, nas quais prevalecia o elemento cmico, disse que o riso uma posio esttica. Por essa razo, cada poca e cada povo possuem o seu prprio sentido do humor e de comicidade. A traduo do cmico de uma lngua para a outra perde o vigor, porque muda a sociedade receptora, e um deixa de rir onde o outro ri. A causa dessa divergncia resulta da condio de ordem histrica, social, nacional e pessoal.

    Toda comicidade se prende a um realismo. A pardia, um dos instrumentos poderosos da stira social, est enganchada no exagero cmico e no desvendamento de um defeito. Bergson13 afirma que a arte caricaturesca est em captar um pormenor, s vezes,

    imperceptvel, e torn-lo claro, por meio da ampliao de suas dimenses. O grau mais extremo do exagero o grotesco, que traz en si uma grande quantidade do trgico, porque o

    10 HUTCHEON, Linda. Teoria e poltica da ironia. Traduo de Julio Jeha, Belo Horizonte: UFMG, 2000, p.

    296. 11

    CERVANTES, M. Don Quijote de la Mancha. In: Biblioteca de Autores Espaoles, desde la formacin del lenguaje hasta nuestros das. Ordenada e ilustrada por D. Buenaventura Carlos Aribau. Madrid: Atlas, 1944, 1. Parte, Cap. 8, p. 269. 12

    BAKTIN, M., op. cit 1981. 13

    BERGSON, H. O riso. .Ensaio sobre a significao do cmico. 8. ed. Rio de Janeiro; Guanabara, 19778.

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    cmico , ao mesmo tempo trgico. Essa a razo da frustrao da m sucedida aventura ocorrida com D. Quixote, ao investir contra um gigante, ser cmica. A graa est no grau disparatado de sua ao, mas nem toda frustrao cmica. Ortega y Gasset14 observa que o cmico em D. Quixote no un ornamento inesencial, mas que forma a textura do gnero, talvez de todo realismo. Por isso as iniciativas grandes ou heroicas quando perdidas

    no so cmicas, mas trgicas. Nem toda comicidade triste ou simptica. Se os reveses de um homem ocasionam piedade, a maneira de apresent-los pode fazer rir.

    Em Panic, obra de Alfonso Vallejo, o personagem Rex, sofreu um grave traumatismo devido a uma exploso em um edifcio e est hospitalizado em uma sala de UTI, onde obtm cuidados mdicos. Em seu estado de semi-inconscincia, afirma-se, como um ser vivo, os seus desejos e contradies. Todos os rudos dos aparelhos que o ligam vida, os passos e cuidados das enfermeiras ele os transforma em uma realidade onrica. Seus desenganos, que surgem nos diversos quadros, provocam riso, porque existe neles uma grandeza humana e sinceridadeem suas aes.

    Mas h personagens que representam a comicidade pelos seus impulsos egostas e

    mesquinhos, como Fani e Greta, dessa obra. Eles no provocam simpatia e no transmitem pena porque exteriorizam a mediocridade da alma humana.

    Se recordarmos o riso, que nos provoca a frustrada aventura de Dom Quixote quando foi lutar com os moinhos de vento, pensando que fossem gigantes, poderemos verificar que no o resultado do dano que sofre o cavavaleiro, que nos faz rir, mas a disposio interrompida de acabar com gigantes. O cmico aponta o vcio e o exagero dos cnones. Por isso so cmicas as situaes que nos apresentam bbados, porque no s a inverso de valores cmica, mas tambm as atitudes irrespeituosas nas quais se ridicularizam as instituies. Toda insubmisso ao que se coloca num nvel elevado celestial-demonaco-terrestre provoca o riso devido insubordinao.

    Um grande instrumento de comicidade e de zombaria nos proporcioona a lngua, com variados recursos: jogos fonticos; apropriao de citaes de outras lnguas ou de camadas sociais com impropriedade; emprego de cacofonia; derivao; onomatopias; ultracorreo; metteses; sncopes; etimologia; neologismo; arcasmo; duplo sentido; trocadilh; paradoxo e outros recursos que se unem a um discurso para distanci-lo da

    14 ORTEGA Y GSSET, Jos. Meditaciones del Quijote. Edicin Jos Maras. Madrid: Ctedra, 1990, p. 225.

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    realidade, ou real-la em sua essncia com o objetivo de provocar o riso. Porque a transposio de cdigos traz comicidade, por exemplo, um discurso solene em um ambiente familiar ou viceversa. Essa a razo de serem cmicos os conselhos de Sancho Pana e seus refros, proferidos em horas e situaes imprprias, por conterem inverses de valores, ou, quando fala com o seu burrinho como se fosse um humano e faz discursos em

    que no h reciprocidade na comunicao. Igualmente nos faz rir a fala de Rex pela combinao de discursos e suas desconexes.

    Bergson15, teorizando o riso, nos mostra que o risvel est em certa rigidez mecnica, onde devera haver flexibilidad e na repetio. Assim rimos de um gaguejar como tambm de um personagem, como Rex, que acentua o idealismo, pois tudo o que aumenta como uma bola de neve faz rir. Por exemplo, na taberna, em D. Quixote, Sancho Pana foi agredido por um hombre que cuidava das mulas, ele bate em Maritorne e no taberneiro tambm em PANIC a cena em que vo cortar o cabelo de Rex, e ele passa a ser um joguete nas mos de Fati, Greta e da irm gmea de Nina.

    Sobre a fora de expanso do cmico, Bergson diz que s no humano h

    comicidade, que a emoo a maior inimiga do riso que siempre se desfruta do cmico em companhia de algum.

    O teatro cmico usa recursos de repetio, representao de cenas complexas ou que se reproduzem de modo natural, as inverses de papis. Em PANIC so aes engraadas as que Rex , repetidas vezes, (Cuadro III) pede a Nina para cruzar e descruzar as pernas e para abrir a blusa e mostrar-lhe os seios. Tambm h inverses de papis nessa obra de Vallejo, quando Fati, o empregado da priso, no confessionrio est vestido como um combatente. O que provoca o riso a confuso que vai gerar na mente de Rex e a rigidez de Fati. Portanto o humor resulta sempre de uma situao absurda.

    A literatura carnavalizada, na teoria de Bakhtin (1981), d um novo tratamento realidade. Isto possibilita que o corriqueiro se una ao trgico, num mesmo nvel, e que os heris mticos e personalidades histricas do passado se atualizem deformados, refletidos

    num espelho cncavo. Quando Valle-Incln em Luces de Bohemia16 explica pela boca de Max o que esperpento: a esttica que transforma con matemtica de espejo cncavo las

    15 BERGSON, op cit 1978.

    16 Valle-Incln, Ramn. Luces de bohemia: esperpentos. 15.ed. Madrid: Espasa-Calpe, 1983.

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    normas clsicas, coloca sua esttica na literatura carnavalizada. Depois a pe em prtica em Las galas del difunto17, quando deforma o mito do famoso conquistador Don Juan e o transforma em Juanito Ventolera, um soldado raso que veio de uma falida batalha em Cuba e se d ares de conquistador; seduz a Daifa e vai ao cemitrio trocar as suas vestes pela do pai da seduzida, de quem havia roubado e ocasionado uma morte fulminante poucas horas

    antes. Lembramos que um dos veculos transformadores da cosmoviso carnavalesca na literatura a stira menipica que se caracteriza pela liberdade temtica e filosfica. Nela

    surge a modalidade especfica do fantstico experimental, semelhante ao que ocorreu na literatura do Sculo de Ouro da Literatura espanhola, na representao do inferno, que produziu o gnero dos dilogos de los muertos, o qual podemos exemplificar, no mito do sedutor, don Juan Tenorio, com as cenas em que dialogam vivos e mortos.

    O gnero da menipia o que melhor se adapta a perodos de decadncia de mitos sociais. Quanto carnavalizao da literatura, deve-se aos rituais do carnaval. Relaciona-se com a cosmoviso carnavalesca, na apresentao do mundo invertido. Assim o idlio amoroso de Rex e a linguagem que utiliza na carta que dita sua secretria, um exemplo

    da viso que se reflete em um espelho convexo ou como uma cara coberta por uma mscara num dia de Carnaval, isto uma viso diferente da cotidiana. As aes dos personagens

    conduzem o espectador ao riso com a apropriao de recursos grotescos e absurdos. Exemplificamos com situaes trgicas em PANIC e com os efeitos utilizados para

    desfaz-las. Lembramos que h um momento de sonho, de iluso teatral trgica com a viso de um homem em uma cama de hospital, ferido mortalmente, em agonia. Isso comovedor e angustiante para o receptor (espectador ou leitor), porque pode ver-se em uma situao semelhante e sentir uma espcie de solidariedade, mas, repentinamente, o discurso de Rex muda de posio, adquirindo, por exemplo, o lugar de um alumno como professor e deste como aluno, mas o espectador percebe essa troca. Neste instante, ele sente o jogo da situao. A mesma coisa a idia que produz a linguagem amorosa ou idlica, de Rex, emaranhada com uma lgica. Logo esse momento de reflexo do receptor leva-o a rir. Essa

    situao Bergson denomina automatismo.

    17 Idem. Las galas del difunto. In: Martes de carnaval. 8. ed. Madrid: Espasa-Calpe, 1982, p. 9-67.

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    Para Sigmund Freud18 o feio em qualquer de suas manifestaes objeto de comicidade e esta reside em nossos atos como tais e, conscientemente, provocamos o seu surgimento. Somos o sujeito com vontade e ela o objeto sem vontade. O psicanalista relaciona a satisfao que produz uma piada satisfao do instinto libidinoso e hostil que se ope a um obstculo. Quanto agresso que nosso chiste produz ao Outro, quando o coloca em ridculo, Freud explica que se por un lado produzem limitaes, por outro lado abrem fontes de prazer inacessveis e inclinam o ouvinte a colocar-se de nosso lado, sem

    necessidade de refletir sobre a nossa causa.

    A TRAGICOMEDIA Na tragicomdia misturam-se elementos da tragdia e da comdia. Foi Plauto na

    literatura latina quem primeiro empregou esse termo no Anfitrio. Na tragicomdia de estrutura clssica h vrios acontecimentos nos quais aparecem

    personagens reais combinados com os de fico. Na literatura espanhola conhecemos esse termo, no final do sculo XV, quando Fernando Roja d ttulo sua obra Tragicomedia de Calisto y Melibea, mais conhecida, atualmente, como La Celestina, objetivando indicar a mescla de aes elevadas e baixas com seus respectivos dilogos e a participao de personagens nobres e plebeus.

    A tragicomdia protege o espectador da depresso pela trgica angstia do acabar de existir (da idia da morte, fim de todos ns) e pela idia de libertar-se da autoridade divina, da lembrana dos acontecimentos narrados na Biblia da gnesis do mundo, quando o homem, posto no Edm, livre, mas com livre arbtrio que lhe impunha condies exteriores e interiores, geraram situaes conflituosas pessoais. O poder e o desejo do objeto tiram-lhe a liberdade. Segn Spang19 el conflicto entre transcendencia e inmanencia es la fuente ms honda de la tragicidad y se halla implicada casi en todas las dems situaciones lmites; tambin en la que quisiera esbozar ahora; la paradoja: libertad determinismo. Explica20 que:

    la cosmovisin trgica difiere en el cristianismo en cuya esencia el sufrimiento, el dolor, los sacrificios, las puniciones y la muerte no tienen el sentido clsico de

    18 FREUD, S.. El chiste y su relacin con lo inconsciente. In: Obras completas. Madrid: Biblioteca Nueva,

    1983, pp. 1029-1168, vol. 3. 19

    SPANG, Kant. Teora del drama. Lectura y anlisis de la obra teatral. Pamplona: Ediciones universidad de Navarra, 1991, p. 61. 20

    Idem, p. 59.

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    tragedia sino so signos de salvacin. El Dios cristiano es misericordioso y justo y no se semeja a los caprichosos dioses de la tragedia clsica

    . Spang21 predica que a comicidade fruto de la paradoja, originada () por el choque entre la realidad y la forma con la que el hombre se enfrenta a ella []. Conclui que las desproporciones entre valores y normas, convenciones, formulaciones, etc. y la realidad a

    que se refieren so potencial fuente de comicidad. Logo, conclumos que, apresentar una situao geral por situaes impressionantes

    trgico e apresent-la com um discurso retrico lingstico que a afaste da realidade tragicmica.

    CONCLUSO: TCNICAS DE MEZCLAR GNEROS Nas Lies de Esttica, Hegel define os gneros de uma maneira bem

    proporcionada e harmnica: poesia lrica, poesia pica e poesia dramtica. Os estudos literrios nos mostram que os gneros literrios no podem ser definidos de maneira isolada, seu carter convencional, porque no possuem uma significao esttica e definitiva, mas se relacionam com outros gneros que conformam o universo

    literrio. A forma de conceber a literatura como una totalidade uma prtica literria tradicional. A teoria dos gneros enfrenta uma dificuldade para sua definio, devido ao

    carter dinmico da literatura que obedece em seus fluxo e refluxo s transformaes histricas o que proporciona uma elaborao de obras com valores e significados variveis de acordo com a poca, o leitor e a leitura. Porm, como a literatura est formada por um conjunto de gneros, que contm suas respectivas convenes, pode-se interpretar os textos com a referida interpretao, para assimilar melhor as relaes entre os gneros chamados literrios e os no literrios. Assim, as prescries da teoria clssica que tendem a estabelecer leis para cada gnero e costumam defini-los como lrico, trgico, cmico, etc., determinam para

    cada um deles temas apropriados. A teoria moderna, primordialmente descptiva, inclina-se em descrever as convenes prprias de cada gnero, indica-lhes o carter dinmico e

    modificvel e considera que uma obra suscetvel de corresponder para vrios gneros e que qualquer tema pode ser tratado a partir de qualquer procedimento.

    21 Idem, p. 63-64.

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    Ortega y Gasset22 filosofa que o tema dos gneros estticos so vises amplias sobre o humano e explica que cada poca trae consigo una interpretacin radical del hombre. Nos estudos da trilogia genrica hegeliana, Bakhtin articula seu pensamento bsico no dialgico como forma de entender o romance moderno que parte dos dilogos socrticos. Mas o que Bakhtin chama carnavalesca, difere da origem proposta pela tradio

    que considera o romance a partir da poesia pica e da tradio retrica. Em Don Quijote de la Mancha e em outras obras, Cervantes se inclina em direo a

    uma postura crtica e desmistificadora, contra as teorias ou costumes dominantes e oficiais, para provocar o riso ou descarregar a sua amargura, pois o cmico altera as imagens propagadas pelos veculos da cultura oficial.

    Henri Bergson em sua teoria sobre o riso23, explica que h comicidade s no humano e em tudo o que a ele se relaciona e que o eixo do cmico est no mecnico, no rgido. Logo cmico todo ato e acontecimento que nos do a iluso de vida e clara sensao de um movimento mecnico como os dos bonecos de mola. Assim, onde no exista o espiritual junto com o corporal, onde aparea o inanimado do homem, onde no exista a inverso de valores, h comicidade. Essa a razo de no Banquete de Plato, depois que terminou de falar Alcebades, todos rirem, pois vem Scrates, como a figura

    grotesca de um Sileno, um stiro. Como o carnaval, e tudo o que se relaciona com ele tende para o riso, pode-se, por

    meio da teoria da carnavalizao, justificar a causa do riso no teatro, quer seja um entrems de Cervantes, por exemplo El retablo de las maravillas, quer seja uma pea dramtica como PANIC de Alfonso Vallejo.

    Podemos observar que a ao em PANIC trgica e cmica. Porque de um lado vemos a crueldade de uma ao em que um homem cheio de ideal de reforma social frustra-se na realizao de seus planos sociais e do outro lado, a comicidade dos meios que escolhe para

    a realizao de seus propsitos humanitrios. O que se assemelha ao de Dom Quixote enfrentando-se com moinhos de vento.

    Com base nas reflexes que fizemos sobre a origem e as caractersticas do trgico e do cmico, apoiando-nos nos estudos literrios e filosficos classificamos a obra PANIC

    22 ORTEGA Y GASSET, Jos. Meditaciones del Quijote. Edicin Jos Maras. Madrid: Ctedra, 1990.

    23 BERGSON, Henri, op cit., 1978. p. 105.

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    como tragicmica e tambm seus personagens pelas aes que representam. A troca da situao trgica e angustiosa de ver um homem sofrendo, acontecimento que pode ocorrer com qualquer pessoa, triste, mas nos faz sair deste ambiente de pavor para outros variados, intermediados por situaes ridculas, essa mudana risvel. O autor nos coloca e nos tira de um clima de tenso. Porque, se por um lado pe na boca de seus personagens

    sbias reflexes filosficas, por outro lado, muda de tema, indo para una realidade fsica, adoando-a com uma grosseria. Esses matizes fazem com que o receptor (leitor/ espectador) saia do estado onrico da filosofa para ir para uma realidade vital. Mas, quando se tira o receptor do caminho da meditao, da angstia, leva-o para o riso. Um exemplo dessa situao se encontra no Quadro VI de Panic, onde aparece o enfermo deitado em uma cama, coberto com lenis, e o seu duplo, sentado, falando-lhe, s vezes, com um tratamento ntimo de um (te); com o ditico este e, outras vezes, incluindo-se na situacin com um (nos). Fala, lentamente, do estado do paciente, ao receptor ideal (pblico/leitor) a quem, familiarmente, chama to.Para esse modo de aco os signos so a ordem do autor de pausa, na didasclia, e as reticncias apontando: aqui deve haver uma

    pausa rpida. Com esses recursos o autor rompe com as pessoas do discurso e com a coeso textual.

    Na tragdia desfazem-se os conflitos prprios do ser humano, h uma tenso que leva ao sonho e podemos observar que todos os personagens de PANIC so conflitantes. Um traz no seu seio o dio, outro o amor, outro a ambio, elementos conflituosos. Se no teatro vanguardista de Valle-Incln h superao do realismo, aspirao de uma inovao por uma trangresso numa mistura de tragdia e de comdia, com a unio de seres reais e de simulacros, figuras de marionetas ou de farsas, tambm esse aspecto se encontra em PANIC. Nessa obra podemos retirar vrios exemplos que nos mostram circunstncias trgicas e cmicas. Outro exemplo dessa unio encontra-se no Quadro XI, quando Rex se encontra sentado numa cadeira de barbeiro para cortarem o seu cabelo. A cadeira se transforma em cama de hospital. Rex e os que atuam nesse corte de cabelo agem como se

    fossem figuras de um teatro de guiol. O dilogo que se organiza com smbolos e incoerncias e os objetos da barbearia como se fossem aparelhos de uma operao cirrgica proporcionan uma carnavalizao do tema de uma operao craniana, a de Rex. Os objetos: facas, serra e tesouras utilizados para aparar o cabelo e a costeleta so agressivos.

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    Vallejo, em PANIC usa recursos semelhantes aos da funo do Coro, das tragdias, em dez quadros: entre o primeiro e o duodcimo. Neles est a voz de REX com suas dvidas, atos, amor, temor e ideais. O canto dos stiros, representada por Nina, a irm gmea, Greta, a esposa de Rex, e Fati, o mentor do mal, prognosticam a morte de REX e a voz do autor desmistifica os mitos: da cincia, da literatura e da religio. A obra torna-se

    um canto p-moderno a Pan, outro nome de Dionsio. Os mitos hebraicos, cristos e gregos se carnavalizam. Os hebraicos ocorrem predominantemente no Quadro IX, no tema do castigo que Jeov d ao povo egpicio enviando-lhe as sete pragas, na referncia s invases de insectos, pressagiando desgraa; no Quadro XI, o corte de cabelo de Sanso e a degolao de Joo Batista, na cena da barbearia. Tambm, podem-se observar, aqui e ali, citas ou ecos de obras como Las Moscas de Alfonso Sastre, no Quadro IX.

    Alfonso Vallejo recolhe do realismo a verdade do homem e d a ela um aspecto natural, leve e solto, por meio do riso. Usa variados recursos para eliminar do espectador o ar de realidade ou para tir-lo do estado onrico dirigi-lo para o da fico. Com o tema do paciente ridiculariza a cincia mdica, com o tema do amor, desacraliza o matrimonio e a

    solidez da familia; com o tema da honra evidencia o adultrio, o divorcio, o trado, o assassinato e as conseqncias jurdicas, as solicitaes judiciais, cartas, advogados. Em Panic, para mostrar a complexidade do ser humano, Vallejo utiliza elementos tcnicos que proporcionam a arte, tais como: a intertextualidade; a pardia; os recursos retricos que a lngua oferece; os paralingsticos e quinsicos e pe em destaque situaes cmicas e trgicas,

    combinaes j utilizadas na narrativa cervantina. Com esses recursos tcnicos de combinar o cmico com o trgico, essncia do tragicmico, se insere num teatro atual que se realiza com tcnicas variadas desde as tradicionais s inovadoras, das nacionais s estrangeiras, das prprias do sagrado com as do profano, logo uma tragicomdia.

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    X CONGRESO DE ESTUDOS LITERRIOS: A CRTICA LITERARIA PERCURSOS, METODOS E EXERCICIOS De 4 a 7 de novembro

    Endereo: Rua Profa. Gladys Bernardo Lucas 96 - Jucutuquara - Vitria - ES cep 29042 180 Telefone fixo: 021 32239602 Telefone celular 99632613 E-mail [email protected] Instituio de ensino: Ufes Ttulo do trabalho: O CMICO, O TRGICO E A TRAGICOMDIA: recursos utilizados por Cervantes e Alfonso Vallejo Resumo:

    Muitos escritores dramticos vanguardistas, a partir do final do sculo XIX, como: Ibisen, Strindberg, Chjov, Valle-Incln, Ionesco, Alfred Jarry, Lorca, Beckett, Artaud, Sartre, Willians, Albee, Arrabal e os que neles se espelham, procuram exaltar o indivduo e a vida interior. Para esse fim, se valem de recursos tcnicos que oferecem a arte para

    expressar, em conjunto, a tragdia e a comdia. Entre os dramaturgos contemporneos espanhis que buscam fazer essa unio est o dramaturgo Alfonso Vallejo, mas a tcnica de misturar gneros milenar e se encontra, tambm, na narrativa cervantina: Dom Quixote de la Mancha. Com apoio de textos tericos, objetivamos passar em revista a tcnica de misturar a dicotomia trgica e cmica, oferecendo exemplos de situaes ocorridas no Dom Quixote e na obra dramtica Panic de Alfonso Vallejo.

    Palavras chaves: Gnero - tragicomdia Alfonso Vallejo Cervantes a est o blog do Congresso do MEL com todas as informaes. Podemos fazer uma mesa sobre Mesa: Critica espanhola: sociedade e fico Quantas pessoas nessa comunicao, Mirtis?

    Como fazer a inscrio ? diretamente no [email protected]) e indicar a mesa proposta Ou voc vai organizar a mesa e enviar? Qual a sua proposta? Vocs acham que cabemos todo nesse cajn: Cervantes/Lope de Vega, Pardo Bazn, julio Camba e Goytisolo? Vamos animar. Beijos

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    M. O blog do congresso (www.xcongresso.wordpress.com).

    Inscries:: Investimento :Participantes que iro apresentar trabalhos

    graduandos: R$ 15 ps-graduandos: R$ 25 professor do ensino mdio / fundamental: R$ 30 professor universitrio: R$ 35

    O pagamento da inscrio pode ser efetuado na Secretaria do Congresso, que fica no prdio Bernardette Lyra, (Mestrado em Letras), na sala 33, segundo andar, ao lado da Secretaria do Mestrado em Estudos Literrios.

    Para inscrever seu trabalho nas mesas de comunicaes coordenadas, envie um e-mail para a secretaria do congresso ([email protected]) com os dados abaixo solicitados. Para se inscrever nos minicursos ou apenas como ouvinte, o procedimento o mesmo (excluindo, naturalmente, ttulo e resumo do trabalho). O perodo de inscrio de 10/8 a 14/10, e o custo do investimento segue discriminado abaixo.

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    RESUMEN

    LO CMICO, LO TRGICO Y LA TRAGICOMEDIA: : recursos utilizados por Cervantes y Alfonso Vallejo

    Ester Abreu Vieira de Oliveira UFES ALES AFESL- APEES

    Siempre hubo um intento de buscar el sentido de la realidad dentro de la dicotoma trgica o cmica. Planteamos apuntar la tcnica de mesclar esa dicotoma, presentando ejemplos, principalmente, sacados, principalmente, de la obra dramtica Panic de Alfonso Vallejo.

    Muchos escritores dramticos vanguardistas, a partir del final Del siglo XIX, como: Ibisen, Strindberg, Chjov, Valle-Incln, Ionesco, Alfred Jarry, Lorca, Beckett, Artaud, Sartre, Willians, Albee, Arrabal y los que em ellos se espejan, procuran exaltar el individuo y exaltar su vida interior. Para eso, se valen de recursos tcnicos que ofrecen el arte expresan, en conjunto, la tragdia y la comedia. Entre los dramaturgos contempneos espaol que buscan hacer esa unin est el dramaturgo espaol Alfonso Vallejo, pero la tcnica de mesturar gneros es milenar y se encuentra, tambin, en la narrativa cervantina: el Dom Quixote de la Mancha.

    Palabras claves: Gnero - tragicomedia Alfonso Vallejo Cervantes

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    O CMICO, O TRGICO E A TRAGICOMDIA: recursos utilizados por Cervantes e Alfonso Vallejo

    Ester Abreu Vieira de Oliveira UFES ALES AFESL - APEES

    Houve sempre a inteno de buscar o sentido da realidade dentro de uma dicotomia trgica ou cmica. Objetivamos passar em revista a tcnica de misturar essa dicotomia, apresentando exemplos, principalmente, retirados da obra dramtica Panic de Alfonso Vallejo e valendo-nos de estudos tericos.

    Muitos escritores dramticos vanguardistas, a partir do final do sculo XIX, como: Ibisen, Strindberg, Chjov, Valle-Incln, Ionesco, Alfred Jarry, Lorca, Beckett, Artaud, Sartre, Willians, Albee, Arrabal e os que neles se espelham, procuram exaltar o indivduo e exaltar a sua vida interior. Para esse fim, se valem de recursos tcnicos que oferecem a arte para expressar, em conjunto, a tragdia e a comdia. Entre os dramaturgos contemporneos espanhol que buscam fazer essa unio est o dramaturgo Alfonso Vallejo, mas a tcnica de misturar gneros milenar e se encontra, tambm, na narrativa cervantina: o Dom Quixote de la Mancha.

    Palavras chaves Gnero - tragicomdia Alfonso Vallejo Cervantes