Upload
dominh
View
213
Download
1
Embed Size (px)
Citation preview
O COMPOSTO DE MARKETING COMO FERRAMENTA PARA A
GESTÃO DE CURSOS DE GRADUAÇÃO EM TURISMO
BERBET, Thais1
Resuno: O presente artigo é resultado da monografia apresentada ao Curso de Especialização em Planejamento, Gestão e Marketing no Turismo da UNIVALI – Universidade de Vale do Itajaí, em 2003, a qual teve por objetivo fazer uma análise estrutural e organizacional do Curso de Graduação em Turismo da UniFil, utilizando-se do método monográfico e das técnicas de levantamento bibliográfico, pesquisa documental, questionários e entrevistas. Disserta sobre a importância dos princípios básicos do Marketing estabelecidos pelo sistema de Raimar Richers, mais conhecido como os 4 A’s (Análise, Adaptação, Ativação e Avaliação), como ferramenta para os gestores dos Cursos de Graduação em Turismo, representados pela figura do Coordenador de Curso. Essa ferramenta tem como finalidade identificar os pontos fortes, fraquezas, oportunidades e ameaças, a fim de apresentar a posição atual e futura dos cursos. Dessa forma, é possível traçar o perfil do esforço do marketing ideal para realizar a missão da IES, alcançar seus objetivos, elevar os padrões gerais de qualidade dos cursos, além de melhor prepará-los para a intensa competição do mercado atual.
Palavras-chaves: turismo; educação; marketing e marketing educacional.
1Graduada em Turismo e Hotelaria pela UNIVALI (SC). Especialista em Planejamento, Gestão e Marketing no
Turismo pela UNIVALI (SC). Mestranda em Hospitalidade pela UAM (SP).
INTRODUÇÃO
Freqüentemente, as empresas prestadoras de serviços queixam-se da dificuldade de se diferenciar
de seus concorrentes e da atual abertura de mercado para os mais diversos setores. Tais
dificuldades têm gerado um clima de instabilidade e insegurança para estes empreendimentos.
No entanto, o setor de serviços tem crescido gradativamente nas últimas décadas, e hoje
representa parcela expressiva da economia mundial, assumindo grande responsabilidade no
fortalecimento da economia local e na redução das desigualdades sociais.
O turismo, uma atividade do setor terciário, insere-se nesse contexto e ocupa atualmente uma
posição de destaque e prestígio entre os maiores setores da economia global devido à sua
incontestável capacidade de alavancar a economia de um país, através da geração de divisas,
empregos e renda.
Assim, as previsões indicam que a atividade turística se tornará em breve o negócio de maior
crescimento e mais rentável de todo o mundo, e também o mais importante fenômeno sócio-
econômico da humanidade.
Todavia, é importante lembrar que, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, quando o turismo se
transformou numa atividade econômica com lugar garantido no mundo dos negócios, nunca a
atividade turística esteve tão sujeita a transformações rápidas e profundas. Tal fato tem imposto
uma mudança irreversível nos paradigmas empresariais e educacionais do setor.
Para Monteiro e Braga (2003), o papel da educação é determinante para o grau de
competitividade de um país na economia globalizada. Esta competitividade é regida pela
capacidade que o país apresenta de prover conhecimentos, habilidades e competências aos seus
recursos humanos, bem como condições de aplicabilidade desse know-how na produção de bens e
serviços. A capacidade de manipular o conhecimento e a informação, no sentido de produzir
novos produtos e serviços, passou a ocupar lugar de destaque no cenário empresarial. Dessa
forma, o repositório educacional de uma nação assume não apenas um significado social, mas
também um importante valor econômico.
Sendo assim, o capital humano tornou-se elemento essencial para o desenvolvimento de uma
nação e consequentemente para o desenvolvimento do seu potencial turístico, pois deixa de ser
um elemento opcional que agrega valor e passa a ser pré-requisito indispensável para a formação
de produtos turísticos de qualidade e competitivos.
Isso significa que a estratégia atual passa, obrigatoriamente, pelo reconhecimento de que os
recursos humanos, nos níveis operacionais e gerenciais, são o eixo central do diferencial
competitivo no setor turístico.
Vale mencionar que todas as modalidades de ensino são importantes e necessárias para atender às
necessidades reais de formação e capacitação de recursos humanos para o turismo, todavia, o
presente estudo será focado no ensino superior, por ser o responsável pela formação dos gestores
da atividade para o setor públicos e privado.
Contudo, pode-se perceber que a educação superior para o turismo vive um momento paradoxal
em sus história, pois mesmo diante de um mercado promissor para a absorção de mão-de-obra
qualificada, verifica-se que as instituições de ensino vêm enfrentado problemas como: a elevação
dos custos operacionais; o alto índice de evasão; o declínio do número de matrículas; o alto
índice de inadimplência; a dificuldade para captar alunos mais qualificados e em maior
quantidade; a dificuldade para a manutenção da satisfação dos alunos com o curso; a dificuldade
para planejar os programas de melhor qualidade de acordo com a missão da instituição; com as
exigências do mercado profissional e do Ministério da Educação (MEC) e a dificuldade para
atrair apoio financeiro.
Assim, o objetivo deste artigo é apresentar os princípios básicos do Marketing, configurados pelo
sistema de Raimar Richers, conhecido como os 4 A’s (Análise, Adaptação, Ativação e
Avaliação), como ferramenta gerencial para os gestores dos Cursos de Graduação em Turismo,
representados pela figura dos Coordenadores de Curso. Essa ferramenta permitirá o
conhecimento das necessidades e desejos de seus mercados-alvo, o incremento do grau de
satisfação e motivação dos consumidores atuais e potenciais, e o aumento dos padrões gerais de
qualidade do curso.
O ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
Os dados do Censo da Educação Superior de 2002 (INEP, 2003) comprovam o crescimento do
mercado da educação superior no Brasil. Em cinco anos, o número de cursos de graduação
presenciais cresceu 107% em todo o país, totalizando 14.400. Nesse período, foram abertos, em
média, 1.490 cursos por ano, 124 ao mês e 4 a cada dia. A expansão ocorreu, principalmente, na
rede privada, que agora concentra 63,5% deste total.
Os dados mostram ainda que as matrículas nos cursos de graduação aumentaram cerca de 450 mil
em relação ao último Censo, sendo que a rede privada ampliou sua participação neste quesito,
representando 70% do total.
O aumento da demanda por uma vaga na educação superior, aliado à baixa oferta na rede pública
e à acelerada expansão no sistema privado, provocou cenários diferentes também na concorrência
dos vestibulares no país.
Os dados do Censo mostram uma diminuição na relação candidato/vaga nos processos seletivos
do conjuntos das IES brasileiras nos últimos cinco anos. Em 1998, para cada vaga, havia 3,7
inscritos. Esse índice caiu para 2,9 em 2002.
Mas essa situação não é a mesma ao se comparar a concorrência em instituições públicas e
privadas. Na rede pública, cada vaga, era disputada por 7,7 inscritos em 1998 e chegou a 9,4
inscritos em 2002. Verifica-se então que na rede privada ocorre o inverso. Há cinco anos havia
2,2 inscritos por vaga e agora o índice é de 1,6.
As razões que justificam o crescimento da demanda no ensino superior privado nos últimos anos
devem-se ao fato que este setor tornou-se um dos mais rentáveis investimentos no mercado
nacional, o que tem atraído a atenção de empresários e investidores de todos os setores da
economia. Muito deve-se a falta de investimentos do governo no ensino público, o que levou o
setor privado a estruturar-se para receber a demanda de alunos que estava reprimida há mais de
vinte anos.
Outra razão para o aumento desta demanda refere-se à expansão do ensino médio público pelas
políticas governamentais estabelecidas na gestão do ex-ministro da Educação e Cultura, Paulo
Renato Souza, que hoje oferece uma demanda superior a 2,5 milhões de egressos aptos à
pleitearem uma vaga no ensino superior.
Acompanhando esta política e partindo do reconhecimento da impossibilidade de maiores
investimentos e da conseqüente não absorção dessa demanda pelo ensino superior público, houve
na época também um grande incentivo governamental para a expansão da rede privada, o que
provocou o boom das IES particulares em todo o país, que já somam mais de 1.500.
(MONTEIRO E BRAGA, 2003)
Segundo informações da Revista Aprender Virtual, a voracidade das IES para aumentar o número
de vagas e criar novos cursos não parece diminuir, pois somente no começo de 2003, o MEC
acumulava mais de 900 pedidos de autorização para a abertura de novas IES. (Ibidem)
Considerando que uma das novas metas do Plano Nacional de Educação é que 30% da população
entre 18 e 24 anos esteja na faculdade até 2010, a tendência de expansão da rede privada é
inevitável.
Embora esta expansão seja inevitável, os custos do ensino superior particular só tendem a subir
em virtude das necessidades tecnológicas e dos insumos educacionais impostos pelas novas
tendências e pelas atuais exigências de reconhecimento dos cursos estabelecidas pelo MEC.
É importante lembrar que, na década de 90, o governo federal implantou o Exame Nacional de
Cursos e as Avaliações das Condições de Ensino, de forma que as IES ficaram obrigadas a ofertar
serviços educacionais de maior qualidade. Como resultado disso, a estrutura de custos das
universidades privadas tornou-se mais onerosa, pois cresceram as despesas com livros,
periódicos, equipamentos de informática, materiais, instrumentos para laboratórios e,
principalmente, professores, dos quais são exigidos titulação adequada e dedicação em tempo
integral.
O Censo mostra que o ensino superior privado ofertou 1.151.944 vagas para um total de
2.036.136 inscritos em seus processos seletivos. Todavia, deste total entraram apenas 792.096,
ocasionando uma sobra de vagas equivalente a 31%.
Verifica-se então que o ensino superior brasileiro vive um momento ímpar e paradoxal em sua
história, pois mesmo com as altas taxas de crescimento da demanda de alunos, os custos
operacionais vêm aumentando, a concorrência se acirrando e, como conseqüência disso, as vagas
oferecidas não são preenchidas.
OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM TURISMO NO BRASIL
Segundo Lage e Milone (2000, p.355), no início dos anos 90, a ITPF (International Tourism
Policy Forum) realizou estudos sobre as principais forças que iriam influenciar o espectro das
relações e atividades humanas nos próximos anos, e o impacto dessas no futuro da atividade
turística, utilizando como matéria prima as opiniões de 90 especialistas de 21 países.
Dentre as 19 principais forças apresentadas, as quais deveriam ser o foco de interesse dos
gestores e legisladores do setor nos próximos anos, destacou-se o problema dos recursos
humanos, em função da necessidade de aumento do contingente de pessoal, bem como seu
profissionalismo. (Ibidem)
Conforme relata Ansarah (2002, p.22), este assunto também preocupa a WTTC, que registrou em
sua pauta sobre os desafios para uma boa política turística global nos anos 90, frente aos avanços
tecnológicos e transformações nas esferas econômica e social, a necessidade contínua e crescente
de incrementar o número de pessoal especializado na área e de aprimorar seu grau de
profissionalização.
Segundo Carneiro e Rejowski (2003, p.194), esse tema passou a ser discutido, de modo
sistemático no Brasil, somente a partir da década de 90, quando foi realizado, em São Paulo, o 2º
seminário preparatório para o Congresso Internacional da Associación para la Formación
Profesional Turística (AMFORT), com o tema Capacitação Turística.
Na ocasião, pesquisadores da América Latina e representantes dos Estados Unidos e da Europa
destacaram também a necessidade de especialização dos recursos humanos e maior capacitação
profissional em todos os níveis e setores do Sistema Turismo, chamando atenção para a
necessidade de maior capacitação dos docentes e gestores dos setores públicos e privados.
No Brasil, o ensino superior em turismo não é tão recente, mas ainda encontra-se em situação de
franco desenvolvimento e expansão.
Segundo Ansarah (2002, p.80), o ensino superior no turismo é representado por cursos com carga
horária mínima de 3.000 horas, regulados pela Secretaria de Ensino Superior, do Ministério da
Educação, visando formar Bacharéis em Turismo. Esses cursos procuram equilibrar a teoria com
a prática, buscando uma formação humanística e desenvolvendo a iniciação científica em
pesquisa.
Os primeiros cursos de graduação em turismo surgiram na cidade de São Paulo na década de 70
e, até 1976, não ultrapassavam um dezena. Todavia, a partir de meados da década de 90, o setor
passou por uma fase de acelerada expansão, devido ao desenvolvimento da atividade no Brasil, à
condição de status e modismo impostos ao turismo pela mídia e à política de ampliação da oferta
de cursos superiores no Brasil, promovida ao longo da gestão do ex-Ministro da Educação e
Cultura, Paulo Renato de Souza. (ANSARAH, 2002)
A recente pesquisa sobre a Oferta de Cursos na Área de Turismo no Brasil – Levantamento 2002,
realizada por Marília Ansarah - registrou um total de 339 cursos no ano de 2002. A pesquisa
também conclui que o ensino do turismo no Brasil está sendo oferecido, em sua grande maioria,
por instituições privadas e que a maior concentração de cursos encontra-se na região Sudeste
(52%), seguidas das regiões Sul (19%) e Nordeste (17%). Observa-se pela mesma pesquisa que a
oferta de cursos de bacharelado em turismo é maior no estado de São Paulo (37,5%), vindo em
segundo lugar o estado de Minas Gerais (8,8%) e em terceiro o Paraná (8,6%). (Ibidem)
No ano de 2003, os dados da Associação Brasileira de Bacharéis em Turismo Nacional
(ABBTUR) confirmam que já existem mais de 500 cursos de bacharelado em turismo no Brasil e
o estado do Paraná já supera Minas Gerais, sendo o segundo colocado no quesito concentração de
cursos. (ABBTUR, 2003)
Todavia, é necessário reconhecer que esse crescimento assustador nem sempre privilegiou a
qualidade. Para Trigo (2002, p. 10), embora este crescimento numérico tenha trazido elementos
positivos como a elevação da massa crítica de pesquisadores, professores e alunos capazes de
analisar e criticar o fenômeno turístico no Brasil, o surgimento de uma bibliografia brasileira e
opções de cursos de pós–graduação, a grande maioria dos cursos apresenta graves deficiências.
Considerando a tendência da oferta dos cursos de graduação em turismo e a necessidade de
conquista de condições favoráveis de competição para a sobrevivência no mercado, faz-se
urgente que as IES reflitam sobre sua missão na sociedade e seus objetivos estratégicos e também
realizem estudos que identifiquem as necessidades e desejos dos mercados-alvos para melhor
atendê-los. Tudo isso dentro de um contexto de planejamento que as possa conduzir a elevar seus
padrões gerais de qualidade.
CONCEITUAÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO
Na busca por soluções e alternativas criativas para os problemas enfrentados pelas IES,
percebe-se que as ferramentas gerenciais mais bem sucedidas nas empresas já estão sendo
adaptadas para as instituições de ensino, fazendo com que as mesmas aprendam a definir
prioridades para direção, professores, alunos e funcionários para, posteriormente, convertê-las em
metas educativas que, se atingidas, ofereçam parâmetros reais para a avaliação do seu próprio
desempenho.
Las Casas (2000, p.11) afirma que, de modo geral, o marketing desenvolveu-se intensamente em
vários setores, apresentando um crescimento ainda mais elevado no setor de prestação de
serviços. Este fator pode ser explicado pelo advento deste setor na economia mundial e pela
mudança na mentalidade empresarial, no sentido de que até as áreas consideradas antimarketing,
como a entidades filantrópicas e organizações religiosas, já aceitam a idéia de aplicar técnicas
mercadológicas em suas atividades.
Kotler e Fox (1994, p.11) afirmam que em anos recentes o marketing tem atraído a atenção de
reitores, presidentes, diretores e coordenadores educacionais, interessados em saber como tais
idéias podem ser relevantes para os problemas que enfrentam.
É tempo de as IES privadas considerarem os princípios gerenciais modernos, valorizando o planejamento estratégico, a definição de metas, o orçamento anual, a administração de projetos, enfim, valorizando as medidas para dirigir a organização para atingir objetivos estratégicos. [...] Entendemos que as IES privadas que desprezarem os modernos princípio gerenciais tenderão a operar no vermelho, podendo culminar na bancarrota. (Rocha e Granemann 2003, p.12)
Dessa forma, verifica-se que a habilidade de entender e adotar as técnicas gerenciais modernas
torna-se imprescindível para o sucesso dos cursos de graduação em Turismo.
A medida que o tempo passa, escolas, faculdades, universidades e outras instituições educacionais reconhecem cada vez mais que enfrentam problemas de marketing. O declínio do número de alunos potenciais, matrículas, contribuições e outros recursos para enfrentar os custos, são alertas sobre a dependência das mesmas em relação ao mercado que atendem. (Kotler e Fox 1994, p.18)
Nesse sentido, a utilização dos princípios básicos do marketing se faz necessária para que as
instituições possam compreender melhor os problemas enfrentados atualmente por seus cursos.
Através desses princípios, será possível conhecer as necessidades e desejos dos mercados-alvo,
através da análise da demanda e das condições de oferta, visando identificar os pontos fortes, as
fraquezas, as ameaças e as oportunidades. A partir disso, as soluções adequadas para o
desenvolvimento e consolidação do curso serão evidenciadas.
Entende-se o marketing como um processo social e de gestão, através do qual os indivíduos e
grupos obtêm o que necessitam e desejam, mediante a troca de produtos e valores com outros.
(Cobra, 2000)
Em linhas gerais, o desafio dos gestores com a implantação do marketing em instituições de
ensino é entender o consumidor, no sentido de conhecer suas expectativas antes, durante e após a
compra, identificando tanto suas necessidades e desejos, como também as satisfações e
insatisfações contraídas pelo consumo de bens e serviços.
Isso significa que as instituições de ensino devem programar suas ofertas para atender às
necessidades e aos desejos dos mercados-alvo, usando preço, comunicação e distribuição eficazes
para informar, motivar e atender esses mercados. Desse modo, pode-se visualizar de um lado o
aluno, que necessita aprender e está disposto a pagar para isso, do outro, a instituição
educacional, que pode ensiná-lo e necessita deste valor para se manter.
Pode parecer óbvio, mas é necessário que o aluno (que no caso é o cliente) alcance suas
expectativas e seja constantemente satisfeito, para que essas trocas sejam freqüentes.
Rocha Neto (2003, p.17) afirma que, através do esforço de marketing, é possível antecipar
decisões e coordenar ações para obter progresso na direção dos objetivos desejados e da missão
da instituição, bem como obter um melhor aproveitamento das oportunidades e neutralização das
ameaças. Ele afirma ainda que as IES que se tornarem capazes de identificar estes aspectos
podem preparar-se melhor para a competição, presente e intensa em todos os ambientes.
Na prática, as atividades de marketing desempenhadas pelas empresas estão na interação da
organização com seus meios ambientes interno e externo, que é feita através das atividades de
comercialização, representadas pelo produto, preço, distribuição e promoção. Esses itens são
chamados de “composto de marketing” (marketing mix), que são dirigidos à satisfação dos
desejos e necessidades dos clientes.
Entende-se então o composto de marketing como a integração ótima dos instrumentos de marketing, através da qual a empresa se comunica com o mercado para alcançar vantagens competitivas. Cobra e Zwarg (1986, p.87)
Verifica-se então que construir o composto de marketing significa ter presente a posição atual e
futura do negócio e dessa forma traçar o perfil do esforço de marketing ideal para realizar a
missão da empresa e alcançar seus objetivos.
Considerando que as IES são prestadoras de serviços, optou-se de composto de marketing
estabelecido pelo sistema de Raimar Richers, conhecido como os 4 A’s (Análise, Adaptação,
Ativação e Avaliação).
Segundo Cobra (1992, p.45), este composto pode ser esquematizado da seguinte forma: a partir
da missão da empresa são estabelecidos seus objetivos. A integração com o meio ambiente
externo é feita através da análise.
A análise visa identificar as forças vigentes no mercado, como economia, política, demografia,
cultura, ecologia, sociedade, concorrência, legislação, tecnologia e suas interações com a
empresa. Tudo isso é feito com o objetivo de identificar também o que, como, onde, quando, por
que e quem compra, a fim de estimar a demanda de mercado e o potencial de consumo, bem
como identificar necessidades não satisfeitas de clientes reais e potenciais através da pesquisa de
marketing.
O processo de análise ambiental é constituído pelo estudo das forças macroambientais e
microambientais. O macroambiente consiste de forças fundamentais de larga escala que
possibilitam e apresentam ameaças para as instituições, dois atributos são importantes. Primeiro
ele está em constante mutação. Como exemplo podemos citar os períodos de guerras, crises
econômicas e energéticas, epidemias asiáticas, trocas de governo, altas taxas de desemprego,
juros altos, crescimento da inflação, vividos recentemente. Segundo, que as forças ambientais
estão amplamente fora de controle e influência das instituições educacionais ou de qualquer
organização. Nesse sentido, as IES devem entender e adaptar-se a essas mudanças.
A adaptação refere-se à adequação dos serviços prestados pela empresa às necessidades de
consumo, identificadas através da análise, resultante da integração do composto de serviços,
assim configurado: do design, ou configuração do serviço; da embalagem, ou forma de
apresentação do serviço; da marca, ou nome atribuído ao serviço; do preço sugerido aos clientes
e dos serviços ao cliente, ou a maneira pela qual se pretende proporcionar satisfações. É também
o estágio de interpretação do estágio do ciclo de vida de cada produto ou serviço.
Assim como os seres vivos, marcas, organizações e produtos, os serviços também passam por
diferentes fases durante a sua existência, sendo necessária a aplicação de diferentes estratégias de
marketing para cada uma delas.
Kotler e Fox (1994, p.143) afirmam que é uma atividade humana permanente, mas as instituições educacionais aparecem e desaparecem. Embora uma instituição adaptativa tenha suas chances de sobrevivência aumentadas, não desfrutará, necessariamente, de estabilidade e crescimento contínuo. As instituições tendem a atravessar os estágios do ciclo de vida.
Para Cobra e Zwarg (1986, p.91), as fases do ciclo de vida de um serviço são: Introdução,
Desenvolvimento, Maturidade e Declínio.
Após as pesquisas tecnológicas, chega-se à fase de introdução do serviço no mercado, quando se
busca sua viabilidade econômica diante de sua aceitação pelo público consumidor alvo. Através
de práticas de marketing, procura-se desenvolver o mercado para que mais pessoas possam
adquirir o serviço. Esta é a fase de desenvolvimento em que os atributos e os benefícios do
serviço devem ser enfatizados através de campanhas institucionais e propaganda.
Ao atingir a maturidade, estágio de consolidação do serviço no mercado, a estratégia é
basicamente promocional, na tentativa de prolongar ao máximo o ciclo de vida do serviço. Nesta
fase, é crucial a busca de reciclagem do serviço para impedir sua morte, seja através de nova
configuração, da busca de novos usos e de novos mercados, entre outros. Se tal serviço falhar no
processo de adaptação às novas condições, este entrará em período de declínio, a menos que
encontre uma nova missão e recursos para redirecionar suas atividades.
A razão de a maioria das instituições educacionais atravessarem a maturidade e entrarem em declínio é que são inábeis para se adaptarem às circunstâncias mutantes. Se uma instituição não pode identificar um mercado e atendê-lo suficientemente bem para atrair os recursos necessários, provavelmente, fechará e outras instituições ocuparão seu lugar. KOTLER e FOX (1994, P.145)
A ativação da venda de serviços só é possível através da distribuição (políticas e canais de
escoamento e vendas) e da logística (distribuição física), que visam colocar os pontos-de-vendas
o mais próximo possível de seus públicos-alvos. Isso inclui venda pessoal (entendida como o
esforço de vendas realizado através de vendedores); o marketing direto (comunicação direta
através de correio, folhetos, cartazes, TV, rádio, telemarketing, etc.); propaganda (criada para
persuadir os consumidores); promoção de vendas (um esforço que visa proporcionar vantagens
ao consumidor); merchandising (construção do cenário para o serviço no ponto-de-venda) e
relações públicas.
A avaliação é o controle da gestão de marketing que procura acompanhar e conferir os resultados
em face dos recursos alocados.
Sabe-se que as decisões sobre as variáveis do composto de marketing não são tomadas no vácuo.
É necessário levar em conta a estrutura ambiental do marketing, ou seja, as dimensões
competitiva, político-legal, econômica, tecnológica e sócio-cultural.
Boone e Kurtz (1995, p.60) afirmam que para os profissionais do marketing a observação
contínua das tendências e do desenvolvimento do mundo dos negócios é fundamental. Esse
processo, chamado de verificação ambiental, consiste da busca de informações do ambiente
externo do marketing, com o objetivo de analisar as informações e determinar se elas representam
oportunidades ou ameaças para a empresa.
Essa ordenação permite a uma empresa determinar a melhor resposta para uma determinada
mudança ambiental e isso servirá de base para todas as atividades de marketing, como por
exemplo, o desenvolvimento de planos, previsões e pesquisas, o estudo do comportamento do
consumidor, a definição de estratégias de segmentação, dentre outros.
Da mesma forma, é necessário que as organizações identifiquem cuidadosamente, através da
análise do ambiente interno, seus pontos fortes e fraquezas. Os pontos fortes ajudam as empresas
a estabelecer objetivos, a desenvolver planos para atingir seus objetivos e a se beneficiar das
oportunidades de marketing, ou seja, dos diferenciais competitivos.
A análise das oportunidades e ameaças, bem como dos pontos fortes e fraquezas, constitui-se em
uma ferramenta importante para o planejamento estratégico, o qual dará a gerência uma visão
segura e crítica do ambiente externo e interno da empresa, pois a junção de um ponto forte
interno com uma oportunidade externa produz uma situação conhecida como alavancagem para a
organização. Um problema existe quando as ameaças ambientais atacam os pontos fracos da
organização.
O encontro dos pontos fracos da organização com as oportunidades produz restrições, que são as
limitações internas que impedem a empresa de capitalizar as oportunidades. Da mesma maneira,
o encontro de uma ameaça ambiental com um ponto forte corrente da empresa é chamado de
vulnerabilidade .
O resultado desse processo de investigação fornecerá os subsídios necessários para a futura
elaboração de um Plano de Marketing para o Curso de Turismo da UNIFIL, o qual contemplará
as estratégias e os planos de ação para maximizar as oportunidades e pontos fortes e a neutralizar
as ameaças e fraquezas.
A EXPERIÊNCIA DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM TURISMO DA UNIFIL
Conforme mencionado anteriormente, o conhecimento dos princípios básicos do marketing,
configurados pelo sistema de Raimar Richers, conhecido como os 4 A’s (Análise, Adaptação,
Ativação e Avaliação), constitui-se como ferramenta básica para subsidiar o trabalho dos
Coordenadores de Cursos, haja vista que estes passaram a desenvolver não somente as atividades
pedagógicas, mas também administrativas e mercadológica dos cursos que gerenciam. Assim, o
estabelecimento e a análise do composto de marketing, tem por objetivo apresentar as
necessidades e desejos dos mercados-alvo, para melhor atendê-las e conseqüentemente elevar o
grau de satisfação e motivação dos consumidores atuais e potenciais, bem como aumentar
padrões gerais de qualidade do Curso.
O marketing foi escolhido como meio para o estudo em questão, por ser um processo moderno de
planejamento e execução da concepção, preço, promoção e distribuição de produtos, com
objetivo de criar uma ambiente de trocas capaz de satisfazer as necessidades e desejos dos
consumidores e das organizações. Seus princípios são aplicáveis aos mais diversos segmentos,
inclusive à educação superior.
No caso específico do Curso de Graduação em Turismo da UniFil, o estabelecimento e análise do
composto de marketing teve como objetivo principal estabelecer a posição atual e futura do
Curso para que fosse possível traçar o perfil do esforço de marketing ideal para realizar a missão
da empresa e do Curso e alcançar seus objetivos.
A partir da identificação da missão e dos objetivos do Curso, buscou-se a integração com o meio
ambiente externo, através da análise. Nesse momento foram identificadas e analisadas as forças
vigentes no mercado como economia, política, sociedade, concorrência, tecnologia e suas
interações com o Curso. Foi levantado também o perfil dos acadêmicos e seu grau de satisfação
em relação aos serviços prestados pela instituição.
Após essa análise foi possível traçar um panorama das oportunidades e ameaças para o Curso.
Destaca-se a importância desse tipo de análise, pois produz um quadro documentado dos
acontecimentos mais significativos que devem ser considerados pela Instituição e pela
Coordenação do Curso no processo de formulação de novas metas, estratégias, estruturas e
sistemas. O estudo das ameaças objetiva prevenir o Curso das constantes e complexas
transformações ambientais. Já a administração e o bom aproveitamento das oportunidades
estratégicas apresentadas, garantirá que a instituição caminhe a passos largos e desfrute de
vantagens competitivas superiores.
Assim, infere-se a necessidade urgente da constituição de um Sistema de Inteligência de
Marketing (SIM) para a UNIFIL, por meio do qual a Instituição poderá ter acesso a um conjunto
de fontes e procedimentos para a aquisição de informações, sistemáticas e diárias, sobre os
desenvolvimentos no ambiente externo. Sugere-se também a criação de um Sistema de Registros
Internos prático, funcional e viável, que contenha as informações necessárias para fundamentar o
processo de tomada de decisão em todos os níveis gerenciais.
Tais medidas podem tornar a UNIFIL uma instituição adaptativa, ou seja, aquela que opera
sistemas importantes de monitoramento e interpretação das transformações ambientais,
demonstrando facilidade e habilidade para se adaptarem à circunstâncias mutantes. Com isso, a
UNIFIL acrescentará mais profissionalismo, segurança e modernidade à gestão institucional.
Nessa fase observou-se ainda a evolução do ciclo de vida do Curso de Turismo, que se encontra
em estágio de maturidade no mercado educacional. A maturidade foi atingida pela consolidação
do Projeto Pedagógico, assim como pelo reconhecimento oficial concedido pelo MEC no ano de
2004.
Há que se ressalvar que a grande maioria dos Cursos, quando atingem esse estágio, tendem a
iniciar um processo de estagnação, fazendo com que o mesmo programa seja oferecido até que
apreçam novas exigências do Ministério da Educação e do mercado. É comum ver então um
declínio na satisfação dos alunos e uma conseqüente queda no número de matrículas. As
estratégias mais utilizadas para combater essa situação tem sido a redução do valor das
mensalidades e cortes no orçamento.
Particularmente, não acredito que estas sejam as melhores alternativas para os momentos de crise.
Assim, defendo que os cursos devam desenvolver um Plano de Marketing, que contemple ações
de curto, médio e longo prazos, utilizando-se das ferramentas do Marketing, a fim de se
conquistar vantagens competitivas que garantam a sobrevivência no mercado. Sabe-se que a
duração do ciclo de vida de um serviço pode ser relativamente curta, assim é necessário estar
atento às características e estratégias necessárias em cada fase, para que o Curso possa desfrutar
de uma maturidade confortável, respeitável, saudável e prolongada.
A fase de adaptação refere-se à adequação dos serviços prestados pela empresa às necessidades
de consumo, identificadas através da análise do design, da embalagem, da marca, do preço e dos
serviços ao cliente. Já a fase de ativação, refere-se ao processo de distribuição e logística.
O estudo mostrou que são necessários alguns ajustes no design do Curso, na embalagem, nos
serviços ao cliente e no processo de distribuição, os quais foram evidenciados nos quadros de
pontos fortes e fraquezas. A configuração destes quadros permitiu o conhecimento das
vulnerabilidades do Curso. Isso servirá para o desenvolvimento das estratégias, dos orçamentos e
da definição das prioridades de ação.
Por fim, a avaliação refere-se ao controle do esforço de marketing. Isso envolve a avaliação do
desempenho do sistema de informações, a aferição da eficácia gerencial e dos trâmites
burocráticos em geral e a verificação da cobertura de distribuição e do esforço promocional e de
vendas. Compreende também, um controle sobre a mídia utilizada e a eficácia das campanhas
publicitárias.
Tendo em vista que a UNIFIL e o Curso de Turismo não possuem uma orientação formal para o
marketing, sugere-se que para fins de avaliação e controle, sejam realizadas algumas reflexões
sistemáticas sobre a missão econômica e social da instituição e do Curso; seus objetivos
estratégicos; o ambiente de marketing; o design dos programas e serviços oferecidos; a
embalagem; o preço; as possibilidades de inovação, diversificação e diferenciação; a
concorrência; a penetração dos programas e serviços no mercado; o desenvolvimento dos
mercados; a imagem da instituição perante os públicos-alvo; o grau de satisfação dos alunos; as
necessidades e desejos não satisfeitos; os serviços de assistência aos alunos e desligamento de
alunos da instituição.
O presente estudo foi desenvolvido em nível tático (operacional), objetivando estudar os
caminhos para a implantação de um sistema moderno e eficaz de gestão das informações de
marketing. Assim, é necessário que a instituição reconheça a necessidade do planejamento
estratégico, como um processo sistemático e contínuo de manter um ajuste entre as metas, os
objetivos, a capacidade e as oportunidades.
Por se tratar de uma instituição de pequeno porte, com poucos níveis hierárquicos, acredita-se
que este processo será simples e certamente melhorará a lucratividade da instituição como um
todo, garantirá maior fidelização dos clientes e incrementará sua participação no mercado
educacional brasileiro.
REFERÊNCIAS
ANSARAH, M. G. Formação e Capacitação do Profissional em Turismo e Hotelaria. São Paulo:
Aleph, 2002.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BACHARÉIS EM TURISMO. Cursos de Graduação em Turismo
ou Hotelaria. Disponível em: www.abbtur.com.br. Acesso em Novembro de 2003.
BERMANN, I. P.; KLOCK, BETH. Como os Jovens Escolhem a Profissão. Revista Aprender Virtual,
2003. Disponível em: www.aprendervirtual.com.br. Acesso em Dezembro de 2003.
BRAGA, R. A Questão do Financiamento e da Inadimplência. Revista Aprender Virtual, 2003.
Disponível em: www.aprendervirtual.com.br. Acesso em Dezembro de 2003.
BOOBNE, L. E.; KURTZ,D.L. Marketing Contemporâneo. Rio de Janeiro: LTC, 1995.
COBRA, M. Administração de Marketing. São Paulo: Atlas, 1992.
COBRA, M. Marketing de Serviços: Turismo, Lazer e Negócios. São Paulo: Cobra, 2001.
COBRA, M.; ZWARG F. Marketing de Serviços: Conceitos e Estratégias. São Paulo: McGraw-hill,
1986.
COOPER, C. et al. Educando os Educadores Para o Turismo: Manual de Educação em Turismo e
Hospitalidade. São Paulo: Rocca, 2001.
DENCKER, A. Métodos e Técnicas de Pesquisa em Turismo. São Paulo: Futura, 1998.
DENCKER, A. Pesquisa e Interdisciplinaridade no Ensino Superior: Uma Experiência no Curso de
Turismo. São Paulo: Aleph, 2002.
KOTLER, P.; FOX, K. Marketing Estratégico para Instituições Educacionais. São Paulo: Atlas,
1994.
LAGE, B. H.; MILONE, P. C. Turismo: Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 2000.
LAS CASAS, A. Marketing de Serviços. São Paulo: Atlas, 2000.
MATTAR, F. N.; Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 2001.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO / INEP. Censo da Educação Superior 2003. Disponível em:
www.mec.gov.br. Acesso em Novembro de 2003.
MINISTÉRIO DO TURISMO. Plano Nacional de Turismo 2003 – 2007. Disponível em:
www.embratur.gov.br. Acesso em Outubro de 2003.
MONTEIRO, C.; BRAGA, R. O Mercado da Educação Superior Particular no Brasil. Revista
Aprender Virtual, 2003. Disponível em: www.aprendervirtual.com.br. Acesso em Dezembro de 2003.
PIÑOL, S.T. O Ensino Superior Não é Mais Para Jovens Egressos do Ensino Médio. Revista
Aprender Virtual, 2003. Disponível em: www.aprendervirtual.com.br. Acesso em Dezembro de 2003.
REJOWSKI, M.; CARNEIRO, J. B. Formação e Capacitação de Recursos Humanos em Turismo:
Ações Inovadoras e Estratégias. In: REJOWSKI, M.; COSTA, B. K. Turismo Contemporâneo:
Desenvolvimento, Estratégia e Gestão.
ROCHA NETO, I. Planejamento Estratégico: Estudos Prospectivos e Gestão do Conhecimento das
IES. In: ROCHA, C. H.; GRANEMANN. Gestão de Instituições Privadas de Ensino Superior. São
Paulo: Atlas, 2003.
ROCHA, C. H.; GRANEMANN. Gestão de Instituições Privadas de Ensino Superior. São Paulo:
Atlas, 2003.
SHIGUNOV NETO, A.; MACIEL, L. S. Currículo e Formação Profissional nos Cursos de Turismo.
São Paulo: Papirus,2002.
TRIGO, L. G. A Sociedade Pós-Industrial e o Profissional em Turismo. Campinas: Papirus, 1998.
TRIGO, L. G. Prefácio. In: ANSARAH, M. G. Formação e Capacitação do Profissional em Turismo e
Hotelaria. São Paulo: Aleph, 2002.