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1 UNISALESIANO Centro UniversitÆrio Catlico Salesiano Auxilium Curso de Educaªo Fsica CLAUDIONI APARECIDO COLEVATI EDNALDO DONIZETE PINHO EDUARDO MANZANO SORROCHE O CORPO EM MOVIMENTO: UMA RELA˙ˆO ENTRE A PSICOMOTRICIDADE E A APRENDIZAGEM DA ESCRITA LINS SP 2009

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Educação Física

CLAUDIONI APARECIDO COLEVATI

EDNALDO DONIZETE PINHO

EDUARDO MANZANO SORROCHE

O CORPO EM MOVIMENTO: UMA RELAÇÃO

ENTRE A PSICOMOTRICIDADE E A APRENDIZAGEM DA ESCRITA

LINS � SP

2009

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CLAUDIONI APARECIDO COLEVATI

EDNALDO DONIZETE PINHO

EDUARDO MANZANO SORROCHE

O CORPO EM MOVIMENTO: UMA RELAÇÃO ENTRE A

PSICOMOTRICIDADE E A APRENDIZAGEM DA ESCRITA

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Banca Examinadora do

Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium, curso de Educação Física sob a

orientação da Profª. Ms. Maria de Fátima

Paschoal Soler e orientação técnica da

Profª. Esp. Ana Beatriz Lima.

LINS � SP 2009

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Colevati, Claudioni Aparecido; Pinho, Ednaldo Donizete; Sorroche, Eduardo Manzano.

C657c O corpo em movimento: uma relação entre a psicomotricidade e a aprendizagem da escrita / Claudioni Aparecido Colevati; Ednaldo Donizete Pinho; Eduardo Manzano Sorroche. � Lins, 2009.

58p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico

Salesiano Auxilium � UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em

Educação Física, 2009. Orientadores: Ana Beatriz Lima; Maria de Fátima Paschoal Soler

1. Educação Física. 2. Psicomotricidade. 3.Escrita. I Título.

CDU 796.4

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CLAUDIONI APARECIDO COLEVATI EDNALDO DONIZETE PINHO

EDUARDO MANZANO SORROCHE

O CORPO EM MOVIMENTO: UMA RELAÇÃO ENTRE A

PSICOMOTRICIDADE E A APRENDIZAGEM DA ESCRITA

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Licenciatura Plena em Educação Física.

Aprovada em:_____/_____/_____

Banca Examinadora:

Profª. Orientadora: Maria de Fátima Paschoal Soler

Titulação: Mestre em Educação Física pela Universidade Metodista de

Piracicaba

Assinatura:______________________________

1º Prof.(a): ______________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:______________________________

2º Prof.(a): ______________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:______________________________

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Ao meu pai José Carlos (in memoriam),

Mesmo na ausência foi de grande importância para minha formação. Ao meu padrasto, João Carlos (in memoriam),

Ao qual considero como um pai, contribuindo para meu crescimento pessoal e profissional, e pelo apoio e confiança depositados em mim. A minha mãe Maria,

Uma mulher guerreira que nunca deixou de lutar nos momentos mais difíceis

da vida, uma mãe empenhada em proporcionar uma educação adequada,

sempre apoiando e acreditando no potencial dos seus filhos. A minha namorada Elen,

Uma amiga que nos momentos mais difíceis sempre esteve ao meu lado, e

uma namorada paciente e compreensível por entender os vários momentos

que não pude estar ao seu lado. Aos meus irmãos Andressa, Cleber e Cleiton,

Por sempre apoiarem as minhas escolhas, contribuindo assim para minha formação. A minha prima Rosângela, A qual considero como uma irmã, que sempre esteve ao meu lado nos

momentos difíceis, apoiando e ajudando na minha educação e formação. Aos meus afilhados Maria Eduarda e Paulo Yuri,

Pelos sorrisos e carinhos que me alegraram em momentos difíceis. Aos meus tios Hamilton e Marilda,

Pela ajuda e apoio no momento mais difícil da minha vida.

Claudioni Aparecido Colevati

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Aos meus pais Aristogeton e Aparecida,

Que são pessoas trabalhadoras, dedicadas e amorosas e não mediram

esforços em investir na educação de seus filhos e de acreditar no sucesso de

cada um. A quem devo toda minha formação e minha vida. Obrigado por

existirem.

Ao meu irmão Rafael,

Que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos, sempre me apoiando

não só nos estudos, mas em toda minha vida. Obrigado por tudo.

A minha namorada Ana Livia,

Que entrou em minha vida há poucos meses e tem me ajudado em diversas

situações não medindo esforços para isso. Obrigado por fazer parte da minha

vida.

Ednaldo Donizete Pinho

.

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Aos meus pais Florentino e Elizabeth,

Que foram batalhadores, dedicados e amorosos com seus filhos e que nunca

deixaram de acreditar no meu potencial. A quem devo toda a minha vida e as

minhas conquistas. Obrigado por existirem.

Aos meus irmãos Leandro e João Gustavo,

Que sempre me auxiliaram nas situações adversas e me apoiaram nos

estudos.

À Carla,

Que esteve ao meu lado, nos momentos bons e ruins, e não mediu esforços

em me ajudar nos estudos e acreditar no meu potencial. Obrigado por tudo!

Aos meus avós,

Que desde criança me deram carinho e me apoiaram em toda a minha vida.

Eduardo Manzano Sorroche

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AGRADECIMENTOS

A Deus,

Agradecemos primeiramente a ELE pela vida, pela nossa saúde e por todo

conhecimento adquirido, auxiliando a nossa formação acadêmica.

Claudioni, Ednaldo e Eduardo.

As nossas orientadoras Fátima e Ana Beatriz,

Que sempre com muita disponibilidade e atenção nos incentivaram em toda

essa jornada, deixando em nossas vidas a coragem e o conhecimento para

seguirmos adiante.

Claudioni, Ednaldo e Eduardo.

A todos os professores,

Por contribuírem em nossa formação acadêmica e pelos momentos de

amizades e companheirismo.

Claudioni, Ednaldo e Eduardo.

A todos os companheiros de sala,

Pelas amizades, brincadeiras, brigas, churrascos e bebedeiras. Obrigado por

tudo!

Claudioni, Ednaldo e Eduardo.

A nós, amigos do Trabalho de Conclusão de Curso,

Que compartilhamos os anos de estudos, já é com saudades que nos

lembramos dos bons tempos. Do estudo, que virou brinquedo, da cerveja no

bar, do olhar perdido na lágrima. Mesmo agora, quando cada um de nós parte

em busca do seu caminho, não se apaguem ou esmaeçam, os brilhos do

companheirismo e do respeito mútuo.

Claudioni, Ednaldo e Eduardo.

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RESUMO

A realização desta pesquisa partiu da idéia de verificar a relação

existente entre a psicomotricidade e a aprendizagem de escrita e as contribuições da Educação Física no contexto escolar. O estudo teve como

objetivo verificar a relação entre o nível de desenvolvimento psicomotor e o nível de aprendizagem de escrita de 20 alunos de 8 a 10 anos pertencentes aos 4º anos da CEU �Profª. Harume Kubota da Silva�, em Penápolis � SP. Foi solicitado aos alunos que realizassem testes psicomotores, no qual incluem as habilidades de coordenação e equilíbrio, esquema corporal, lateralidade,

orientação espacial e orientação temporal; e teste para avaliar e classificar os níveis de aprendizagem de escrita. Para as avaliações do nível de habilidades

psicomotoras, foram utilizados parâmetros propostos por Oliveira (2009). Já

para avaliar e classificar os níveis de escrita utilizou-se então, a Avaliação de

Dificuldade de Aprendizagem � ADAPE (SISTO, 2002). Os dados apontam que, das 20 crianças analisadas, apenas 2 não possuem dificuldade de

aprendizagem de escrita e estão nos níveis esperados das habilidades psicomotoras. Na dificuldade de aprendizagem de escrita leve, se encontram 5 crianças, no qual, 2 estão nos níveis esperados nas habilidades psicomotoras e

3 não. Dos 12 alunos classificados em dificuldade de aprendizagem média, 7

estão dentro dos níveis esperados nas habilidades psicomotoras e 5 estão

abaixo. Por fim, apenas 1 criança apresenta dificuldade de aprendizagem

acentuada e também dificuldades nas habilidades psicomotoras. Portanto, os

dados indicam que, crianças com dificuldade de aprendizagem de escrita

média ou acentuada, possuem níveis psicomotores abaixo da idade

cronológica, e, os 2 alunos que não apresentam dificuldade de aprendizagem

de escrita, possuem o perfil psicomotor adequado a idade cronológica. Por

conseguinte, as aulas de Educação Física, quando trabalhadas em um

contexto multidisciplinar, contribuem para o desenvolvimento integral do ser humano. Palavras Chave: Educação Física. Psicomotricidade. Escrita.

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ABSTRACT

The realization of this research started from the idea of verifying the relationship between the psychomotor and learning of writing and the contributions of physical education in the school context. The study aimed to investigate the relationship between the level of psychomotor development and the level of learning of writing, 20 students from 8 to 10 years belonging to the 4th year of CEU "Prof ª. Harume Kubota da Silva "in Penápolis - SP. It was asked to students that performed psychomotor tests, which include the skills of coordination and balance, body scheme, laterality, spatial and temporal orientation, and testing to evaluate and to classify the levels of learning of writing. For the evaluations of the level of psychomotor skills, it was used the parameters proposed by Oliveira (2009). Now to evaluate and to classify the level of writing was used then the rating the Difficulty of Learning - ADAPE (SISTO, 2002). The data indicate that of the 20 children studied, only 2 have no difficulty learning and writing and are at expected levels of psychomotor skills. In the difficulty of learning the writing light, are 5 children, in which, 2 are at levels expected in psychomotor skills and not 3. Of the 12 students classified in average of learning disabilities, 7 are within the levels expected in psychomotor skills and 5 are below. Finally, only 1 child has severe learning difficulties and also difficulties in psychomotor skills. Therefore, the data indicate that children with learning disabilities of write medium or severe, have psychomotor levels below the chronological age, and the 2 students who do not have difficulty in learning to write, have the profile psychomotor appropriate to chronological age. Therefore, the physical education classes, when worked in a multidisciplinary context, contribute to the integral development of the human being. Keywords: Physical Education. Psychomotricity. Writing.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classificação dos níveis das habilidades psicomotoras

alcançadas pelos alunos....................................................................................32

Tabela 2: Resultados insatisfatórios nas

habilidades psicomotoras...................................................................................33

Tabela 3: Resultados obtidos pelos alunos na Avaliação de Dificuldades

de Aprendizagem da Escrita..............................................................................33

Tabela 4: Comparação entre perfil psicomotor e aprendizagem

da escrita............................................................................................................34

Tabela 5: Classificação dos alunos com perfil psicomotor abaixo da

idade cronológica dentro do nível de aprendizagem da escrita.........................35

Tabela 6: Classificação dos alunos com perfil psicomotor adequado dentro do nível de aprendizagem da escrita.................................................................36

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADAPE: Avaliação de Dificuldades de Aprendizagem de Escrita

DA: Dificuldade de Aprendizagem

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................11 1 CONCEITOS PRELIMINARES...............................................................13

1.1 Psicomotricidade.....................................................................................13

1.1.1 Breve revisão histórica da psicomotricidade...........................................13

1.1.2 Compreendendo o conceito psicomotricidade .......................................15

1.1.3 Áreas da psicomotricidade......................................................................17

1.2 A escrita..................................................................................................19

1.2.1 A escrita através da motricidade.............................................................19

1.3 Psicomotricidade e sua relação com aprendizagem

da escrita...........................................................................................................21

1.3.1 Contribuições da psicomotricidade na aquisição

da escrita...........................................................................................................21

1.3.2 A educação física através da educação psicomotora contribuindo

na formação da criança em idade escolar.........................................................25

2 O EXPERIMENTO..................................................................................29

2.1 Casuísticas e Métodos............................................................................29

2.2 Resultados..............................................................................................31

2.3 Discussão................................................................................................36

2.4 Conclusões.............................................................................................38

REFERÊNCIAS.................................................................................................41

APÊNDICES ......................................................................................................44

ANEXOS............................................................................................................54

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INTRODUÇÃO

A intenção ao desenvolver este trabalho, tendo como foco a

psicomotricidade e a escrita, surgiu através de observações em estudos

relacionados à psicomotricidade. Por esta ser uma área abrangente, verificou-

se que a mesma possui relações com a aprendizagem da escrita. Assim sendo,

buscou-se a possível relação entre a psicomotricidade e a aprendizagem da

escrita.

Observando a literatura, pode-se notar que a educação física até pouco

tempo, priorizava o ser humano somente nos aspectos biofisiológicos, limitando

assim sua capacidade de desenvolvimento integral. Entretanto, a

psicomotricidade surgiu com o intuito de modificar este pensamento limitado,

para uma visão ampla, ou seja, analisar o homem em seu contexto social,

histórico e cultural. Portanto, a psicomotricidade é a relação da ação motora

com aspectos afetivos, cognitivos e sociais.

A psicomotricidade é atualmente concebida como a integração superior da

motricidade, produto de uma relação inteligível entre a criança e o meio. É

um instrumento privilegiado através do qual a consciência se forma e se

materializa. (MOLINARI e SENS, 1998, p. 2).

Segundo Oliveira (2002), a escrita é uma capacidade indispensável para

a adaptação e integração do sujeito ao meio social, sendo uma forma de

comunicação e expressão entre as pessoas. A linguagem escrita tem papel

decisivo na compreensão do mundo e na transmissão de valores pessoais,

sociais e culturais.

Pesquisas como de Furtado (1998) e Oliveira (1992) demonstram a

relação existente entre o desenvolvimento psicomotor e a aprendizagem da

escrita, sendo que, o primeiro auxilia no desenvolvimento do segundo. Assim, o

desenvolvimento psicomotor não se restringe só ao motor, mas é um suporte a

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aprendizagem da escrita.

Segundo Furtado (1998), há uma relação direta entre o desenvolvimento

psicomotor e a aprendizagem da leitura e escrita, e seus estudos demonstram

que, ao provocar o aumento do potencial psicomotor da criança, ampliam-se

também as condições básicas para as aprendizagens escolares.

Ainda de acordo com Furtado (1998), crianças com maior nível de

desenvolvimento psicomotor possuem resultados significativos na

aprendizagem da escrita, embora a psicomotricidade não seja o principal fator

das dificuldades escolares.

De acordo com Fonseca (1995), estudos das praxias finas utilizadas na

escrita, demonstraram as múltiplas relações existentes entre os domínios do

comportamento cognitivo e do comportamento motor de crianças com

dificuldade de aprendizagem, principalmente nas relações encontradas entre

os problemas de escrita e aspectos motores como equilíbrio estático,

lateralidade, noção de corpo, estruturação espacial e planificação motora.

Portanto, a educação psicomotora nas séries iniciais do ensino

fundamental tem ação preventiva, podendo ser evitado vários problemas como

má concentração, confusão no reconhecimento de palavras, confusão com

letras e sílabas e outras dificuldades relacionadas à alfabetização.

Assim sendo, este estudo tem amplo objetivo de verificar a existência da

relação entre a psicomotricidade e o nível de escrita dos educandos. Enquanto,

especificamente, busca-se compreender se o nível da dificuldade de

aprendizagem de escrita dos discentes corresponde ao nível de seu

desenvolvimento psicomotor.

Para compreensão da pesquisa, foram aplicados testes para análises

dos níveis de desenvolvimento psicomotor e aprendizagem de escrita.

A pesquisa foi realizada no Centro Educacional Unificado �Profª. Harume

Kubota da Silva�, na cidade de Penápolis � S.P, com crianças de ambos os

gêneros, com idade entre 8 e 10 anos, freqüentadoras dos 4º anos A e B do

ensino fundamental.

Este estudo será norteado pelo seguinte questionamento: alunos com o

desenvolvimento psicomotor afetado são os mesmos com problemas de

aprendizagem de escrita?

Segundo Fávero e Calsa (2003), dados obtidos em estudos,

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confirmaram que as dificuldades de escrita podem estar relacionadas ao baixo

desenvolvimento psicomotor.

Por conseguinte, através de levantamentos bibliográficos, observam-se

relações existentes entre o desenvolvimento psicomotor e aprendizagem da

escrita. Assim, esta será mais uma pesquisa que contribuirá para

questionamentos a cerca da função da psicomotricidade no ambiente escolar, e

sua conseqüente relação com a aprendizagem da escrita.

1 CONCEITOS PRELIMINARES

1.1 Psicomotricidade

A expressão psicomotricidade, pode ser entendida como a função de ser

humano que sintetiza psiquismo e motricidade com o propósito de permitir ao

indivíduo adaptar-se de forma flexível e harmoniosa ao meio que o cerca. A

psicomotricidade quer destacar a relação existente entre motricidade, mente e

a afetividade assim como a abordagem global da criança e o mundo externo.

Pode ser entendido como uma técnica cuja organização de atividades

possibilita à pessoa conhecer de uma maneira concreta seu ser e seu ambiente

de imediato para atuar de maneira adaptada. (DE MEUR; STAES, 1992)

O desenvolvimento global da criança depende de fatores como o

desenvolvimento corporal e motor. Neste aspecto, a psicomotricidade integra o

movimento aos fatores psíquicos e sociais do indivíduo, proporcionando um

caráter holístico, ou seja, uma visão ampla de sua abordagem, contribuindo

para novas descobertas nas dificuldades de aprendizagem. (HAETINGER,

2005)

1.1.1 Breve revisão histórica da psicomotricidade

A psicomotricidade como objeto de pesquisa, principiou seus estudos na

década de 60, mas teve seu auge, no âmbito cientifico e acadêmico, somente

nos anos 70 e 80. Anteriormente, o movimento humano era estudado apenas

nos aspectos físico e motor, porém, nos dias atuais, os estudos relacionados

ao desenvolvimento corporal e motor, passaram a enfatizar o indivíduo nos seus

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aspectos globais, e assim, os fatores psíquicos e sociais, foram introduzidos ao

movimento. (HAETINGER, 2005)

O estudo da psicomotricidade é recente; ainda no início deste século

abordava-se o assunto apenas excepcionalmente. Afirmou-se pouco a pouco e evoluiu em diversos aspectos que atualmente voltam a se agrupar. Em uma primeira fase, a pesquisa teórica fixou-se sobretudo no desenvolvimento motor da criança. Depois estudou a relação entre

o atraso no desenvolvimento motor e o atraso intelectual da criança.

(DE MEUR; STAES, 1991, p. 6)

Sendo assim, os estudos da evolução e da expressão de

psicomotricidade pretendem estudar o corpo nos variados contextos históricos

da humanidade. Pode-se observar que a psicomotricidade, inicialmente, tinha

um campo de estudo restrito, mas através da evolução das pesquisas a cerca

do desenvolvimento do indivíduo, a área de conhecimento relacionado aos

aspectos da psicomotricidade foi ampliado.

Bueno (1998), afirma que as escolas européias e americanas

contribuíram de maneira efetiva para a evolução da psicomotricidade,

sobressaindo-se a escola francesa, a qual influenciou no direcionamento que a

psicomotricidade vem seguindo até os dias atuais.

Alguns pioneiros na área da psicomotricidade são destacados por

Fonseca (1995). Dentre eles, Dupré, em 1909, concedeu destaque ao termo

psicomotricidade, após relacionar perturbações psicológicas à perturbações

motora. Outro pioneiro no estudo da psicomotricidade, no campo científico, foi

Henri Wallon, médico, psicólogo e pedagogo, que em 1925 principiou os

estudos da reeducação psicomotora no desenvolvimento psicológico da criança

e também introduziu o senso de identidade corporal. Wallon ocupa-se do

movimento humano dando-lhe uma categoria fundante, como instrumento na

construção do psiquismo, permitindo assim relacionar o movimento ao afeto, à

emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo. Assim a teoria

walloniana influenciou ao longo dos anos vários campos de atuação como

psicologia, pedagogia, psiquiatria, medicina e educação física.

Ainda de acordo com Fonseca (1995), Edouard Guilmain, neurologista,

desenvolveu em 1935 um exame psicomotor para fins de diagnóstico, de

indicação da terapêutica e de prognóstico. Ajuriaguerra, em 1947, redefiniu o

conceito de debilidade motora, considerando-a como uma síndrome com suas

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próprias particularidades. Foi ele quem delimitou os transtornos psicomotores

que oscilam entre o neurológico e o psiquiátrico. Por fim, na década de 70,

autores soviéticos como Ozeretsky, Vygotsky, Bernstein, Zaporozhets, Elkonin,

Galperin e Luria, definiram a psicomotricidade como uma motricidade de

relação, ou seja, a origem do movimento humano não está ligada somente ao

organismo, mas também às experiências vividas pelo indivíduo. Já no Brasil, os

estudos referentes à psicomotricidade, assemelham-se à história mundial,

tendo os mesmos pesquisadores, locais e fatos, sendo que, na década de 50,

surgem os primeiros documentos históricos. Algumas correntes permeiam

também a evolução da psicomotricidade no Brasil, como a organicistas,

primeiramente, e depois afetivas e sociais.

Segundo Fonseca (1995), a psicomotricidade, tem a necessidade de ser

reconceitualizada, ou seja, através da integração transdisciplinar do saber, o

conceito de psicomotricidade se colocará no futuro de maneira evolutiva e

atualizada.

Sendo assim, a psicomotricidade deve ser visualizada e trabalhada

transdisciplinarmente, ou seja, envolvendo várias áreas de conhecimento para

uma promoção integral do desenvolvimento humano.

1.1.2 Compreendendo o conceito psicomotricidade

O conceito de psicomotricidade, nos seus primórdios, entendia o corpo

nos seus aspectos neurofisiológicos, anatômicos e locomotores, vivenciados

em um determinado tempo e espaço, com objetivos únicos, emitir e receber

significados.

Atualmente, o termo psicomotricidade é visto como o relacionar-se

através da ação, ou seja, como uma maneira de unir o corpo, a mente, o

espírito e a sociedade. Assim, ela está associada à afetividade e a

personalidade do indivíduo, pois o mesmo utiliza-se do corpo para expressão

de sentimentos e pensamentos.

Segundo Fonseca (2004), atualmente a psicomotricidade é

compreendida como uma forma de integração superior da motricidade,

resultado da relação existente entre a criança e o meio. É um instrumento

significativo, através do qual a consciência se forma e se materializa.

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Haetinger (2005), afirma que a psicomotricidade compreende as

habilidades motoras relacionadas aos fatores psicológicos e ambientais. Desta

forma, o desenvolvimento psicomotor não envolve somente ações motoras,

como também, prioriza as habilidades e expressões corporais, vinculadas às

experiências do sujeito ao meio em que vive.

De acordo com Barreto (2000), a psicomotricidade é a integração do

sujeito, no qual se utiliza do movimento para compreender os aspectos

relacionais ou afetivos, cognitivos e motrizes.

O desenvolvimento da psicomotricidade vai além dos aspectos motrizes.

A mesma também proporciona a socialização entre os indivíduos e auxiliam na

aquisição de aprendizagens como leitura, escrita e pensamento lógico-

matemático. Este desenvolvimento tem papel fundamental nos primeiros anos

de vida escolar da criança, pois é nesta fase que se observam possíveis

desvios das capacidades motoras, evitando então, futuras dificuldades de

aprendizagem.

A prática psicomotora respeita, então, as potencialidades de cada indivíduo

e seu direito de ter um lugar na sociedade. De acordo com esse marco, a criança pode se expressar por meio de uma grande variedade de canais de

comunicação, expressão e criação, entre os quais a motricidade é o

principal. (SANCHES, MARTINEZ e PEÑALVER apud HAETINGER, 2005,

p.114)

Para Fonseca (2004), a psicomotricidade envolve uma mediatização

corporal e expressiva, na qual, os profissionais envolvidos, estudam e

relacionam condutas inadequadas e inadaptadas em situações distintas,

normalmente relacionadas a problemas de desenvolvimento psicomotor, de

aprendizagem e comportamento psicoafetivo.

A psicomotricidade subentende uma concepção holística do ser humano, e

fundamentalmente de sua aprendizagem, que tem por finalidade associar dinamicamente o ato ao pensamento, o gesto à palavra e as emoções aos

símbolos e conceitos. (FONSECA, 2004, p. 10) O desenvolvimento psicomotor ocorre em conjunto com os aspectos

motor, intelectual, emocional e expressivo, objetivando assim a formação de

um indivíduo comunicativo, criativo e operativo.

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Para que uma pessoa se exprima, enquanto corpo que se realiza mais

livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua

individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.

(BUENO, 1998)

Segundo Haetinger (2005), a psicomotricidade tem uma ligação direta

com o pleno desenvolvimento do ser, uma vez que, tem por objeto de estudo o

movimento humano associado ao ambiente, à cognição, à emoção e às

significações. Por ser uma área estudo multidisciplinar, relaciona cada

movimento com seu contexto. As múltiplas dimensões existentes em cada

expressão, gesto, ato e movimento, devem ser observadas durante a mediação

das experiências proporcionadas aos educandos.

As atividades desenvolvidas na educação psicomotora objetivam

propiciar a ativação de processos como: vivenciar experiências para distinguir

partes do corpo exercendo um controle sobre ele; vivenciar o corpo por inteiro;

vivenciar a organização espaço-temporal; vivenciar situações necessárias à

aprendizagem do cálculo, da leitura e escrita; aquisição de um ajuste tônico;

adquirir uma melhor imagem corporal para um equilíbrio psicossomático.

Assim, é de suma importância a estimulação psicomotora na criança para a

compreensão dos movimentos corporais integrados com sua emoção e

expressados por esses movimentos.

Por conseguinte, a psicomotricidade é um campo transdisciplinar que

tem por objetivo o estudo do homem relacionado às suas ações motoras,

cognitivas, afetivas, culturais e sociais. O movimento integrado e organizado é

uma das bases da concepção psicomotricista, no qual o sujeito é concebido

integralmente, através de suas experiências vividas decorrentes de suas ações

individuais e coletivas.

1.1.3 Áreas Psicomotoras

Quando se relaciona a realização do movimento como atividade de um

organismo total expressando a personalidade, e seu todo proporcionado por

diferentes estímulos, pensa-se nas possibilidades de vivências de movimentos

humanos básicos (andar, saltar, correr, rastejar, rebater equilibrar, esquivar-se,

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quicar, equilibrar, chutar, passar, receber e transportar) como maneira de

desenvolver o ser todo a partir da compreensão das áreas psicomotoras.

O poder agir, o poder sobre o próprio corpo, de acordo com Lapierre;

Aucouturier (1988) e a descoberta deste "poder agir" associado ao "poder

sentir" é o que traz uma nova dimensão ao prazer do movimento, é o prazer de

ação, de vivenciar as coisas simples e complexas. O qual o prazer de viver o

próprio corpo é experimentar o prazer do movimento em si mesmo.

Para os autores supracitados, o constante processo de atualização é a

busca, na qual, a concepção do corpo e o saber psicomotor focalizam seu

objeto de estudo nas estruturas psicomotoras. A psicomotricidade apresenta o

aspecto comunicativo do indivíduo e pode-se dividi-la em funcional e relacional.

Os conceitos funcionais são referentes à interação da motricidade do indivíduo

em um determinado espaço e tempo, cuja ação e qualidade são percebidas e

mensuradas através das estruturas psicomotoras definidas como básicas:

locomoção, manipulação e tônus que interagem o corpo como um só.

A psicomotricidade relacional possibilita à criança expressar suas

dificuldades relacionais e ajuda a superá-las. Não tem objetivos pedagógicos

diretos, mas sim uma influência clara sobre as dificuldades de adaptação

escolar, na medida em que estão diretamente relacionadas com os fatos

psicoafetivos relacionais. (LAPIERRE; AUCOUTURIER 1988)

A psicomotricidade relacional propõe operar em aspectos psicoafetivos

que geram atitudes relacionais, oferecendo um espaço de jogo espontâneo

com o seu grupo, para que possa manifestar suas necessidades e desejos,

buscando potencializar e, muitas vezes resgatar o prazer corporal, através do

movimento, reconhecendo uma unidade corporal. (LAPIERRE;

AUCOUTURIER 1988)

Coordenação Motora Fina: capacidade de controlar pequenos músculos

para exercícios refinados. Exemplo recorte, colagem, encaixe e escrita.

Coordenação Motora Global: possibilidade do controle e da organização

da musculatura ampla para a realização de movimentos complexos. Exemplos:

correr, saltar, andar, rastejar e outros.

Estruturação Espacial: é a orientação e a estrutura do mundo exterior, a

partir do eu e depois a relação com outros objetos ou pessoas em posição

estática ou em movimento, é a consciência da relação do corpo com o meio.

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Organização Temporal: é a capacidade de avaliar tempo dentro da ação,

organizar-se a partir do próprio rítmo, situar o presente em relação a um antes

e a um depois, é avaliar o movimento no tempo, distinguir o rápido do lento. E

saber situar o momento do tempo em relação aos outros.

Estruturação Corporal: relacionamento do indivíduo com o mundo

exterior, conhecimento e controle do próprio corpo e de suas partes, adaptação

do mesmo ao meio ambiente.

Imagem Corporal: A experiência do indivíduo em relação ao próprio

corpo sujeito, impressão subjetiva.

Conhecimento Corporal: Conhecimento intelectual que se tem do próprio

corpo.

Esquema Corporal: Tomada de consciência de cada segmento do corpo

(interna e externa). O desenvolvimento do esquema corporal se dá a partir da

experiência vivida pelo individuo com base na disponibilidade do conhecimento

que tem sobre o próprio corpo e de sua relação com o mundo que o cerca.

Lateralidade: representa a conscientização integrada e simbólica

interiorizada dos dois lados do corpo, lado esquerdo e lado direito, o que

pressupõe a linha média do corpo, que no decorrer estão relacionados com a

orientação face aos objetos. Essa conscientização do corpo pressupõe a noção

de direita e esquerda e, sendo que a lateralidade com mais força, precisão,

preferência, velocidade e coordenação, melhor capacidade e dominância

cerebral.

1.2 A escrita

A escrita é um instrumento de comunicação, criada e desenvolvida

historicamente nas sociedades humanas, que consiste em marcas num suporte

significando palavras e idéias.

Os primeiros e mais universais processos de comunicação são o gesto e

a fala. Mas a necessidade de uma forma transportável e conservável da

comunicação deu origem ao uso de objetos ou de traços.

1.2.1 A escrita através da motricidade

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A escrita é indispensável para a adaptação e integração do indivíduo ao

meio social. A necessidade da comunicação entre as pessoas remota desde a

antiguidade, quando as escritas eram expressas nas paredes das cavernas.

(OLIVEIRA, 2002)

Nesse sentido, o uso da escrita é essencial para a continuidade das

sociedades, visto que, através da utilização da grafia o homem expressa a

cultura, os valores, os costumes e crenças, registrando então sua história.

A escrita é uma forma de expressão da linguagem que implica uma

comunicação simbólica com a ajuda de sinais criados pelo homem, sinais

variáveis de acordo com as civilizações. A escrita tem suas exigências

próprias, das quais a essencial é a capacidade de transmissão da expressão gráfica, pictográfica ou grafoléxica. De uma maneira geral, a

escrita é feita em nossa sociedade para ser vista e lida. (AJURIAGUERRA,

1988, p. 9)

Sendo assim, o uso da escrita representa uma forma de linguagem, que

são variáveis de acordo com o contexto histórico de civilizações. Como

exemplo de comunicação, temos na pré-história o uso de desenhos, e,

atualmente o uso de sinais gráficos.

De acordo com Ajuriaguerra (1988), a escrita é hábito e linguagem. A

mesma se constrói através de organização da motricidade, de uma

coordenação fina dos movimentos, de atividades que utilizam esses meios em

qualquer ambiente. A escrita é uma atividade que obedece a exigências

precisas de estruturação espacial, pois a criança deve compor sinais

orientados e reunidos de acordo com normas, a sucessão faz destes sinais

palavras e frases, tornando a escrita uma atividade espaço-temporal.

Segundo Le Boulch (1988), a escrita antes de qualquer conceito, é

considerada um meio de comunicação e de expressão. Esta expressão é

representada através de códigos gráficos, no qual devem ser relacionados os

sons ao sentido. Assim, é essencial o desempenho dos sistemas simbólico

sonoro e gráfico, concedendo importância ao aspecto afetivo e ao grau da

função simbólica na aprendizagem da escrita. Contudo, a atuação de funções

psicomotoras é fundamental para a construção do código gráfico e sua

decifração.

Já Lofiego (1995), diz que a escrita exige do aprendiz desenvolvimento

da estruturação espaço-temporal, destreza motora para o suporte do lápis,

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motricidade global e manual sem perturbações importantes, suficiente

implantação e definição da lateralidade e adequado desenvolvimento

perceptivo, visual e auditivo. Para a autora um elevado número de crianças

apresenta disgrafia por deficiências de adaptação psicomotora.

Para Haetinger (2005), a aquisição da escrita tem seu início no momento

no qual a criança tem suficiente domínio motor para segurar o lápis, coordenar

a relação viso-motora entre o lápis, o papel e as linhas, e, controlar as relações

de força e velocidade. Assim, a escrita é considerada um aprendizado motor.

Estão associadas à psicomotricidade, a percepção espacial e a representação

mental, uma vez que, estes aspectos são necessários e responsáveis pela

visualização e fixação de formas, contribuindo então para a aprendizagem da

escrita.

Pode-se notar a relevância da psicomotricidade no desenvolvimento

cognitivo na aprendizagem da escrita e na formação da inteligência. As

relações entre a aprendizagem da escrita e o desempenho psicomotor, e os

resultados de vários estudos, demonstram que ao provocar o aumento do

potencial psicomotor da criança, ampliam-se também as condições básicas

para as aprendizagens escolares.

Tradicionalmente, a escola tem dado pouca importância à atividade

motora da criança. O espaço da atividade infantil fica reduzido à visão de que o

movimento é algo essencialmente motor, destacado de qualquer outra esfera

do desenvolvimento, seja afetivo, cognitivo ou social. (COLELLO, 1993)

1.3 Psicomotricidade e sua relação com a aprendizagem de escrita

A escrita conjectura um desenvolvimento motor adequado. Certas

habilidades motoras como a coordenação fina, o esquema corporal, a

lateralização, a discriminação auditiva e visual e a organização espaço-

temporal são essenciais para a aprendizagem da escrita. (AJURIAGUERRA,

1988)

A psicomotricidade auxilia na execução do movimento consciente, pois

ela desenvolve as funções motoras e sua relação com as funções mentais.

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1.3.1 Contribuições da psicomotricidade na aquisição da escrita

Desde o início das civilizações, o homem se comunica graficamente.

Isso permitiu à escrita um destaque no meio social, tornando-se indispensável

ao ser humano para sua integração ao meio.

�A sociedade exige do indivíduo o domínio da leitura e da escrita, o

saber escrever tem uma dimensão que ultrapassa a sala de aula, é

indispensável para que o indivíduo se integre e se adapte ao meio social.�

(FÁVERO; CALSA, 2003).

A criança utiliza-se da linguagem para expressar seus sentimentos, seus

valores e sua personalidade, e o movimento como significado de expressão,

emoção e sentimentos constituindo na primeira forma de linguagem que

permite à criança agir e atuar no meio em que vive.

Desta forma, a psicomotricidade contribui de maneira efetiva para a

formação e para a estruturação global do indivíduo e tem como objetivo

principal incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida da

criança.

Le Boulch (1988), considera a educação psicomotora uma base para o

aprendizado escolar, pois ela pode promover o desabrochar humano, não só

no desenvolvimento das funções motoras, mas nas relações desta com as

funções mentais. A motricidade é um fator relevante para o desenvolvimento

mental, portanto a psicomotricidade pode ajudar o aluno a alcançar um

desenvolvimento mais integral, o que o preparará para uma aprendizagem

mais satisfatória.

Para Ajuriaguerra (1988), a escrita é uma atividade que obedece a

exigências precisas de estruturação espacial, pois a criança deve compor

sinais orientados e reunidos de acordo com normas. A sucessão faz destes

sinais palavras e frases, tornando a escrita uma atividade espaço-temporal.

A escrita pressupõe um desenvolvimento motor adequado, através das

habilidades essenciais para o seu desenvolvimento. Assim, a coordenação

motora fina irá auxiliar numa melhor precisão dos traçados, preensão correta

do lápis ou caneta, bom esquema corporal, boa coordenação óculo-manual. �A

escrita é um ato motor que mobiliza diferentes segmentos do corpo�.

(OLIVEIRA, 2002, p. 114)

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Além de possuir relevância nos aspectos motores, afetivos e sociais, a

psicomotricidade também é significante no âmbito cognitivo, como na

aprendizagem da escrita.

Haetinger (2005), afirma que a psicomotricidade é uma área de estudo

multidisciplinar, pois estuda o movimento humano relacionado ao ambiente, à

cognição, à emoção e às significações, no qual cada movimento está

associado ao seu contexto.

Segundo Negrine (1980), os exercícios psicomotores devem estar

contidos nas aprendizagens escolares básicas e o seu processo evolutivo é

significante para a aprendizagem da escrita.

Estudos realizados por Furtado (1998) e Oliveira (1992) consolidam a

importância da psicomotricidade nas aprendizagens escolares e destacam a

necessidade de promover atividades motoras desde o ensino infantil, focando o

fortalecimento e a consolidação das funções psicomotoras, imprescindíveis

para o êxito na aprendizagem da escrita.

Fávero; Calsa (2003), afirmam que a prática das atividades

psicomotoras promove o movimento consciente, auxiliando a criança na

interação com o mundo através da ação, utilizando-se dos movimentos e

gestos, contribuindo para o desenvolvimento global e as aprendizagens.

Furtado (1998), concluiu em seu estudo sobre as relações entre o

desempenho psicomotor e aprendizagem da leitura e escrita, que ao provocar

o aumento do potencial psicomotor da criança, proporcionam-se também

condições favoráveis às aprendizagens escolares.

A aquisição da escrita, por exemplo, começa quando a criança tem

suficiente domínio motor para segurar o lápis, coordenar relação viso-motora entre o lápis, o papel e as linhas e controlar as relações de força e

velocidade. Ou seja, a escrita é também um aprendizado motor. A

percepção espacial e a representação mental necessárias à escrita e leitura estão associadas à psicomotricidade. (HAETINGER, 2005, p. 118)

Sendo assim, o desenvolvimento psicomotor deve ser proporcionado

pelas instituições de ensino desde a educação pré-escolar, favorecendo ao

educando outros meios para o processo de ensino e aprendizagem, como na

aquisição da escrita.

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De acordo com Ajuriaguerra (1988), a escrita é resultado de um

desenvolvimento psicomotor extremamente complexo, no qual contribui

diversos fatores como a maturação do sistema nervoso, sustentado pelos

exercícios motores; o desenvolvimento psicomotor na sua generalidade,

principalmente ao sustento tônico e à coordenação dos movimentos; o

desenvolvimento das atividades finas dos dedos e da mão, pois os exercícios

de manipulação e de habilidade digital fina contribuem para o crescimento da

escrita.

[..].o desenvolvimento motor é um fator essencial, durante toda a duração da

escolaridade primária, do desenvolvimento da escrita; este desenvolvimento

reflete a organização progressiva de uma atividade motora extremamente complexa e diferenciada, e também frágil. (AJURIAGUERRA, 1988, p. 32).

Fávero; Calsa (2003), verificaram em um estudo sobre psicomotricidade

e disgrafia, que as dificuldades dos alunos investigados nas atividades de

escrita podem estar relacionadas ao seu baixo desenvolvimento psicomotor, o

que indica a relação entre o desenvolvimento psicomotor e desempenho nas

representações grafo-escritas. Sendo assim, constatou-se que educandos com

baixo grau de desenvolvimento psicomotor apresentaram dificuldades nas

atividades da escrita, e também segundo a professora da classe, os mesmos

possuíam dificuldades de aprendizagem de ordem geral. Em contrapartida, os

alunos que demonstravam capacidade de superar as dificuldades de

aprendizagem durante o ano letivo, eram os mesmos que possuíam resultados

psicomotores esperados para sua idade cronológica.

Vários estudos como os de Fávero (2004) e Oliveira (1996) têm

mostrado que muitas das dificuldades de escrita são derivadas de disfunção

psicomotora, já que a escrita pressupõe um desenvolvimento adequado dessa

área, pois certas habilidades motoras são essenciais para a aprendizagem da

linguagem escrita, como a coordenação fina, o esquema corporal, a

lateralização, a discriminação auditiva e visual e a organização espaço-

temporal.

Pesquisas realizadas por Cunha (1990) confirmam que crianças com

bom nível de desenvolvimento psicomotor, são as mesmas que apresentam

resultados significantes na aprendizagem da escrita.

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Outro estudo relacionado é o de Oliveira (1992), no qual crianças com

dificuldades de aprendizagem, após serem submetidas a um trabalho de

reeducação psicomotora, apresentaram melhorias no desempenho escolar. De

acordo com Mendes e Fonseca (apud FÁVERO, 2004, p. 416), a área

psicomotora não pode ser considerada o fator primordial das dificuldades de

escrita, porém pode-se tornar um fator agravante ou também um empecilho na

aprendizagem da escrita.

Segundo os dados obtidos por Fávero (2004), os alunos que

apresentaram dificuldades de aprendizagem de escrita possuíam também

problemas de coordenação, equilíbrio, e orientação espaço-temporal. Estes

resultados assemelham-se aos obtidos por Cunha (1990), Oliveira (1992) e

Furtado (1998), de acordo com os quais, a aprendizagem da escrita é

especialmente, um processo de relação perceptivo-motora, pois os sinais

gráficos devem ser transcritos para o papel de forma organizada, seguindo

tempo e espaço.

Pode-se concluir, portanto, que as contribuições da psicomotricidade na

aquisição da pré-escrita estão relacionadas com o domínio do gesto,

estruturação espacial e orientação temporal que são os três fundamentos

básicos da escrita, os quais supõem: uma direção gráfica (escreve-se

horizontalmente da esquerda para a direita; noções de em cima e embaixo (n e

u) de esquerda e direita e de oblíquas e curvas (g); noção de antes e depois,

sem que a criança não inicia seu gesto no local certo.

Exercícios de pré-escrita e de grafismo são necessários para a

aprendizagem das letras e dos números, sua finalidade é fazer com que a

criança atinja o domínio do gesto e do instrumento, a percepção e a

compreensão da imagem ao reproduzir. Esses exercícios são desenvolvidos

através de atividades puramente motoras ou de grafismo (exercícios

preparatórios para a escrita na lousa ou no papel).

1.3.2 A educação física através da educação psicomotora contribuindo na

formação da criança em idade escolar

A educação psicomotora visa a formação da criança em seus aspectos

globais, tais como o desenvolvimento motor, afetivo, cognitivo e psicológico,

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sendo que, através de jogos e atividades lúdicas, busca-se a conscientização

sobre seu corpo. A educação física proporciona à criança o desenvolvimento

das aptidões perceptivas dando suporte ao comportamento psicomotor. Sendo

assim, a educação física, promove a aprendizagem das crianças por meio das

atividades físicas variadas que auxiliam na preservação da saúde física, mental

e no equilíbrio sócio-afetivo. (MOLINARI; SENS, 2003)

A educação do movimento, ou a educação psicomotora, deve ser vista sob

o aspecto orgânico, motor e psicológico, de maneira integrada formando

uma só unidade psicomotora. [...] É tarefa da psicomotricidade em geral e da

educação psicomotora na Educação Básica formar, desde a infância, o

desenvolvimento da capacidade, rendimento de forma eficiente e adequada aos diferentes níveis de habilidade e mobilidade. (FERREIRA; HEINSIUS; BARROS, 2008, p. 69)

De acordo com Le Boulch (1988) um dos objetivos primordiais da

educação psicomotora é auxiliar a criança a perceber que seu corpo é um

instrumento que proporciona um relacionamento harmonioso com o próximo e

com o meio em que vive.

A seguir são elencadas algumas finalidades da psicomotricidade na

educação:

a) Mobilizar e reorganizar as funções psíquicas emocionais e relacionais do

indivíduo em toda a sua dimensão experiencial, desde bebê até a velhice.

b) Aperfeiçoar a conduta consciente e o ato mental (input, elaboração e

output) onde emerge a elaboração e a execução do ato motor.

c) Elevar as sensações e as percepções a níveis de conscientização,

simbolização e conceitualização (da ação aos símbolos e vice-versa,

passando pela verbalização).

d) Harmonizar e maximizar o potencial motor, afetivo-relacional e cognitivo, ou

seja, o desenvolvimento global da personalidade, a capacidade de

adaptação social e a modificação estrutural do processamento da

informação do indivíduo.

e) Fazer do corpo uma síntese integradora da personalidade, reformulando a

harmonia e o equilíbrio das relações entre a esfera do psíquico e a esfera do

motor, por meio do qual a consciência, aqui encarada como dado imediato e

intuitivo do corpo, se edifica e se manifesta com a finalidade de promover a

adaptação a novas situações. (FONSECA, 2004, p.12)

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Segundo Bueno (1998), a educação psicomotora engloba várias

aprendizagens da criança, seguindo cada etapa de desenvolvimento do

indivíduo. Ela permeia vários momentos da vida através das experiências

vividas, com uma intervenção específica a nível cognitivo, motor e afetivo,

proporcionando uma estruturação ao indivíduo. A educação se realiza na

escola, na família e outros meios sociais, contando com a colaboração e

intervenção de educadores, pais e outros profissionais. De acordo com Le

Boulch (1982), a educação psicomotora deve ser considerada como uma

educação de base na escola elementar, ponto de partida de todas as

aprendizagens pré-escolares e escolares.

Do ponto de vista educativo, o papel e lugar da educação psicomotora na

educação geral corresponderão, naturalmente, às diferentes etapas do

desenvolvimento da criança, e assim entendemos que: no curso da primeira infância toda educação é educação psicomotora; no curso da segunda

infância a educação psicomotora permanece sendo o núcleo fundamental

de uma ação educativa que começa a diferenciar-se em atividades de expressão, organização das relações lógicas e as necessárias

aprendizagens de leitura-escrita-ditado; no curso da �grande infância� a

diferenciação entre as atividades educativas se faz mais acentuadamente, e

a educação psicomotora mantém então a relação entre as diversas

atividades que concorrem simultaneamente ao desenvolvimento de todos os aspectos da personalidade. (VAYER apud BUENO, 1998, p. 84)

A educação psicomotora é a instrução da criança por meio de seu corpo

e movimento, sendo que, a criança é compreendida na sua totalidade e nas

possibilidades apresentadas no meio em que vive. Nesse aspecto, a educação

física e a psicomotricidade relacionam-se, pois em qualquer atividade a criança

usa o seu todo. Assim, a educação física escolar tem como foco as reais

necessidades da criança, no qual através da educação psicomotora, busca-se

proporcionar a prática de movimentos durante as fases de sua vida, sendo que,

nos ensino infantil e fundamental, a educação psicomotora age de forma

preventiva, podendo evitar alguns problemas como má concentração, confusão

no reconhecimento de palavras, letras e sílabas, entre outras dificuldades

relacionadas ao processo de alfabetização. (MOLINARI; SENS, 2003)

A educação psicomotora é, pois, a educação da criança através de seu

próprio corpo e de seu movimento, levando em consideração a idade, a

cultura corporal, a maturação e os interesses da criança. A passagem de um

nível inferior para outro superior é feita de maneira gradativa e levando em

consideração o ritmo individual e a cultura corporal. (BARRETO, 2000, p. 29)

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Observa-se que a educação psicomotora, através das aulas de

educação física, proporciona o desenvolvimento global da criança a nível

motor, cognitivo, afetivo e social, sendo que nas séries iniciais este trabalho

torna-se imprescindível, podendo colaborar com futuras dificuldades de

aprendizagens. Assim, psicomotricidade e educação física não se dissociam,

pois estão sempre buscando trabalhar as necessidades da criança por meio de

suas experiências vividas, respeitando cada etapa de sua vida.

Costa (2002) cita que nos trabalhos de Wallon, Piaget e Ajuriaguerra,

estão presentes preocupações com a educação psicomotora de base, pois

compreendem as especificidades biológicas e culturais do desenvolvimento da

criança como fundamentais na construção do motor, da emoção e do cognitivo.

Assim, a educação psicomotora é essencial, sendo que o corpo assume um

papel mediador entre o meio e o objeto numa situação adequada.

A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de

base na escola primária. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade,

e situa-se no espaço, a dominar seu tempo, a adquirir habilmente a

coordenação de seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve

ser praticada desde a mais tenra idade; conduzida com perseverança,

permite prevenir inadaptações difíceis de corrigir quando já estruturadas.

(LE BOULCH, 2001, p. 24-25).

Segundo Haetinger (2005), a imagem do corpo é primordial na formação

do ser por completo. Através da imagem corporal, a movimentação no tempo e

no espaço é identificada, e assim é possível a integração com objetos e

pessoas no meio social. Ele afirma também, que as relações psicomotoras

auxiliam com o esquema corporal, no qual se valorizam a percepção do corpo,

o equilíbrio, a lateralidade, a independência dos membros em relação ao tronco

e entre si, o controle do músculo e da respiração. No entanto, a consciência

corporal é estruturada e potencializada no meio, a partir do momento em que o

ser passa a compreender e controlar seu corpo.

Haetinger (2005) ainda afirma que, o educador tem o papel de promover

o desenvolvimento psicomotor de seus educandos, dando significado ao

movimento na prática escolar através de jogos e brincadeiras, socialização e a

afetividade, adequando assim às reais necessidades dos educandos para que

se sintam seguros emocionalmente no seu desenvolvimento.

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Por conseguinte, a educação psicomotora deve ser abordada na escola,

principalmente nas séries iniciais, de maneira contextualizada e sempre na

busca do desenvolvimento global da criança, através da prática escolar voltada

ao movimento, aos jogos e brincadeiras, à afetividade e à socialização, visando

sempre às reais necessidades da criança. O educador físico assume papel

fundamental nesta formação, pois promove o desenvolvimento psicomotor de

seus educandos e pode auxiliar também em futuros problemas de

aprendizagens, melhorando as habilidades perceptivas, intelectuais e

emocionais, levando-se em conta os objetivos propostos referentes à faixa

etária das crianças.

2 O EXPERIMENTO

2.1 Casuísticas e métodos

A pesquisa foi realizada no Centro Educacional Unificado �Profª. Harume

Kubota da Silva�, situado na Avenida Regina Célia Bittencourt, nº. 80, na

cidade de Penápolis � SP.

A população alvo foi composta por 20 sujeitos de ambos os gêneros,

com idade entre 8 a 10 anos, moradores da zona urbana. Sendo 10 do 4º ano

A e 10 do 4º ano B.

O objetivo da pesquisa foi verificar a existência da relação entre a

psicomotricidade e o nível de escrita dos educando. Sendo assim, buscou-se

compreender se o nível da dificuldade de aprendizagem de escrita dos

discentes corresponde ao nível de seu desenvolvimento psicomotor.

No primeiro momento foi realizada uma reunião entre os pesquisadores

e a direção da instituição, na qual foi explanado o projeto e em seguida,

entregue um ofício referente a autorização para a realização da pesquisa.

(APÊNDICE A)

Posteriormente foi feita uma reunião com os pais e alunos dos 4º anos

escolhidos para o estudo, com a finalidade de esclarecer os procedimentos da

pesquisa e explicar o consentimento livre e esclarecido. Após todas as

explicações, foi feito o convite, sendo que, os pais e alunos que mostraram

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interesse em participar, foram selecionados, e os responsáveis assinaram os

referidos termos. (ANEXO A)

Os testes foram aplicados no mês de setembro, no período da manhã,

durante o horário de aula, totalizando um período de 11 dias.

Foi planejada para o estudo a aplicação de dois tipos de testes. O

primeiro refere-se à avaliação e classificação dos níveis psicomotores com

referenciais propostos por Oliveira (2009). Inclui as habilidades de coordenação

e equilíbrio, esquema corporal, lateralidade, orientação espacial e orientação

temporal. As classificações gerais dos testes estabeleceram o perfil do

desenvolvimento motor, tendo como base o desenvolvimento do esquema

corporal proposto por Le Boulch (1992).

Para as avaliações do nível de habilidades psicomotoras foram utilizadas

tabelas propostas por Oliveira (2009), nas quais foram colocadas as

pontuações atribuídas aos alunos, conforme o nível alcançado em cada um dos

itens observados. Portanto, estes testes foram aplicados no pátio da escola,

por oferecer condições idéias para os mesmos.

Para a habilidade coordenação e equilíbrio, foram observados

problemas morfológicos ou má estrutura física; desenvoltura no andar;

presença de sincinesias; coordenação dos movimentos corporais; postura ao

sentar; independência dos membros; tensão ou rigidez muscular; manuseio de

lápis e tesoura; imobilidade ou balanceio do corpo e rapidez ou lentidão ao

executar os movimentos.

Já para analisar o esquema corporal, foram observados qualidade dos

desenhos; orientação espacial no papel; semelhança com o real; traçados;

capacidade de relaxar, conforme instrução; diferenças entre um lado e outro;

conhecimento de partes do corpo; inversão de direita e esquerda; capacidade

de controle das extremidades superiores;

Para a habilidade de lateralidade, foram observados aspectos como

preensão do movimento; rapidez; distinção entre direita e esquerda;

deformações dos movimentos; inversão de direita e esquerda; conhecimento

de dois lados do corpo.

Na estruturação espacial foram analisados itens como posição e

adaptação no espaço; orientação espacial no papel; memorização

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visuoespacial; números de elementos de uma figura; horizontalidade;

distanciamento ou os ângulos; relação das alturas dos elementos entre si.

Por fim, para analisar a habilidade organização e estruturação temporal,

foram considerados aspectos como conhecimento dos termos temporais;

noção da passagem do tempo; noção de antes e depois; noção de velocidade;

domínio de ritmo; ritmo espontâneo; conceitos de tempo.

O segundo teste pressupôs avaliar e classificar os níveis de

aprendizagem de escrita. Utilizou-se então, a Avaliação de Dificuldade de

Aprendizagem � ADAPE (SISTO, 2002), na qual consiste no ditado de um texto

denominado �Uma tarde no campo� (Anexo B), composto por 114 palavras,

sendo que 60 delas apresentam algum tipo de dificuldade como encontro

consonantal, dígrafo, sílaba composta e silaba complexa, e 54, não.

Para a realização deste teste, utilizou-se uma sala de aula e cada

educando recebeu uma folha de papel almaço, lápis e borracha. Em seguida,

os educandos transcreveram o texto ditado pelos pesquisadores.

O resultado do teste foi transposto para uma escala da avaliação da

dificuldade de aprendizagem na escrita. A escala permitiu que os sujeitos

fossem classificados em: sem indícios de dificuldade de aprendizagem (DA),

dificuldade de aprendizagem leve (DA leve), dificuldade de aprendizagem

moderada (DA moderada) e dificuldade de aprendizagem acentuada (DA

acentuada). Assim, cada palavra foi considerada um item ou unidade de

medida.

Os resultados foram transpostos em tabelas elaboradas pelos autores

da pesquisa, e também em gráficos que se encontram em anexos. Os dados

apresentados nas tabelas e gráficos proporcionam a visualização da possível

relação existente entre os dois testes aplicados.

2.2 Resultados

A intenção deste trabalho foi de identificar os níveis das habilidades

psicomotoras e o nível de dificuldade de aprendizagem de escrita, e,

compreender se o nível da dificuldade de aprendizagem de escrita dos

discentes corresponde ao nível de seu desenvolvimento psicomotor.

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32

Foram observadas 20 crianças de ambos os gêneros as quais passaram

por testes psicomotores com referenciais propostos por Oliveira (2009) e teste

de Avaliação de Dificuldade de Aprendizagem � ADAPE (SISTO, 2002).

Os resultados obtidos no estudo mostraram que 18 educandos que

frequentam os 4º anos do ensino fundamental apresentaram algum tipo de

dificuldade de aprendizagem na escrita e que 9 obtiveram desenvolvimento

psicomotor abaixo da idade cronológica

Tabela 1 � Classificação dos níveis das habilidades psicomotoras alcançadas

pelos alunos Estágios de desenvolvimento / Nº. de alunos

Habilidades Psicomotoras I IA IB II IIA IIB III

Coordenação e Equilíbrio 2 4 7 7

Esquema Corporal 1 5 14

Lateralidade 4 3 12 1

Orientação Espacial 3 17

Orientação Temporal 1 12 7

Fonte: Elaborada pelos autores, 2009.

Os dados da tabela 1 apresentam a classificação dos níveis das

habilidades psicomotoras alcançadas pelos alunos. Foram analisadas

habilidades psicomotoras de coordenação e equilíbrio, esquema corporal,

lateralidade, orientação espacial e orientação temporal.

As etapas do desenvolvimento psicomotor são classificadas de acordo

com Le Bouch (1992) da seguinte maneira: I � imagem do corpo vivido (até 3

anos); IA � reorganização do corpo vivido (3 a 4 anos); IB � indícios de

presença de imagem de corpo percebido (5 a 6 anos); II � imagem de corpo

percebido (7 anos); IIA � reorganização do corpo percebido (8 a 9 anos); IIB �

indícios de presença de corpo representado (10 a 11 anos); III � imagem de

corpo representado ( a partir de 12 anos)

Dos 20 alunos analisados nas habilidades psicomotoras, as

classificações alcançadas foram as seguintes: na habilidade de coordenação e

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equilíbrio, 2 crianças se encontram no nível IB; 4 no nível II; 7 no IIA e 7 no IIB.

Na habilidade de esquema corporal 1 aluno encontra-se no nível IB, 5 no IIA e

14 no IIB. Na lateralidade, 4 educandos situam-se no nível IB; 3 no nível II; 12

no IIA e 1 no IIB. Já na orientação espacial, 3 alunos foram classificados no

nível IIA e 17 no IIB. Por fim, na habilidade de orientação temporal, 1 criança

classificou-se no nível IB, 12 no IIA e 7 no IIB.

Tabela 2: Resultados insatisfatórios nas habilidades psicomotoras

Habilidades Psicomotoras

Números de Alunos

Coordenação e Equilíbrio

Esquema Corporal Lateralidade

Orientação Espacial Orientação Temporal

6 1 7 - 1

Fonte: Elaborada pelos autores, 2009.

Na tabela 2 são apresentados os resultados insatisfatórios de alguns

alunos nas habilidades psicomotoras. Estas crianças se encontram abaixo do

esperado para suas idades cronológicas, de acordo com cada habilidade.

Estes resultados revelam que 6 alunos da amostra apresentaram desempenho

insatisfatório na habilidade de coordenação e equilíbrio; 1 aluno ficou abaixo do

esperado em esquema corporal; 7 situaram abaixo em lateralidade; e 1 criança

ficou abaixo em orientação temporal. Apenas a habilidade de orientação

espacial, não obteve resultado insatisfatório. (Figura 1 - Apêndice B)

Tabela 3: Resultados obtidos pelos alunos na Avaliação de Dificuldades de

Aprendizagem da Escrita

Número de erros

Classificação

Nº de Alunos

Até 10 erros 11 � 19 erros 20 � 49 erros 50 ou mais

Sem indícios de DA

DA leve DA moderada DA acentuada

2 5

12 1

Fonte: Elaborada pelos autores, 2009.

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Os resultados apresentados na tabela 3 referem-se aos dados obtidos

pelos alunos na avaliação de dificuldades de aprendizagem da escrita. (Figura

2 - Apêndice C)

A classificação dos alunos segue os critérios utilizados pela ADAPE

(SISTO, 2002): sem indícios de dificuldade de aprendizagem � até 10 erros;

dificuldade de aprendizagem leve � de 11 à 19 erros; dificuldade de

aprendizagem moderado � de 20 à 49 erros; e dificuldade de aprendizagem

acentuada � 50 ou mais erros.

Dos 20 alunos analisados, 2 apresentaram até 10 erros, o que indica

que não possuem indícios de dificuldade de aprendizagem; 5 alunos

apresentaram de 11 a 19 erros, indicando DA leve; 12 obtiveram de 20 a 49

erros, indicando DA moderada; e apenas 1 aluno teve mais que 50 erros,

apresentado DA acentuada

Os dados acima apontam que, das 20 crianças analisadas, apenas 2

não possuem dificuldade de aprendizagem de escrita e estão nos níveis

esperados das habilidades psicomotoras. Destas crianças, 5 apresentam DA

leve, porém 2 estão nos níveis esperados nas habilidades psicomotoras e 3

não. Na DA média, estão presentes 12 crianças, sendo que 7 estão dentro dos

níveis esperados nas habilidades psicomotoras e 5 estão abaixo. Na DA

acentuada encontra-se apenas 1 criança, que também apresenta dificuldades

nas habilidades psicomotoras.

Tabela 4: Comparação entre perfil psicomotor e aprendizagem da escrita

Alunos

% de alunos/ Perfil psicomotor

%de alunos/ Nível de

aprendizagem de escrita

Perfil e/ou nível abaixo

do esperado

45

65

Fonte: Elaborada pelos autores, 2009.

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35

A tabela 4 apresenta os resultados comparativos entre o nível de

desenvolvimento psicomotor com a aprendizagem da escrita. Do total da

amostra observada, dentro das habilidades psicomotoras, observa-se que 45%

dos educandos apresentam perfil psicomotor abaixo da idade cronológica. Já

no nível de aprendizagem de escrita, 65% dos alunos apresentam dificuldade

média ou acentuada de escrita. (Figura 3 � Apêndice D)

Para análise da aprendizagem da escrita, os dados referentes à sem

indícios de DA e DA leve foram considerados uma unidade, pelo fato dos

valores serem aproximados, não apresentando dificuldade de escrita. Os dados

de DA moderada e DA acentuada também foram considerados uma unidade,

devido ambos se enquadrar em dificuldade de aprendizagem de escrita.

Tabela 5: Classificação dos alunos com perfil psicomotor abaixo da idade

cronológica dentro do nível de aprendizagem da escrita

% de alunos sem indícios de DA e/ou

DA leve

% de alunos com DA moderada e/ou

acentuada

34

66

Fonte: Elaborada pelos autores, 2009.

Os dados da tabela 5 são referentes ao percentual de alunos com perfil

psicomotor abaixo da idade cronológica, possuindo ou não dificuldades de

aprendizagem de escrita. Assim, do total de alunos que apresentou perfil

psicomotor abaixo da idade cronológica, 34% não apresentaram dificuldade de

aprendizagem de escrita. Em contrapartida, 66% obtiveram dificuldade de

aprendizagem de escrita. (Figura 4 � Apêndice E)

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Tabela 6: Classificação dos alunos com perfil psicomotor adequado dentro do

nível de aprendizagem da escrita

% de alunos sem indícios de DA e/ou DA

leve

% de alunos com DA moderada e/ou

acentuada

57

43

Fonte: Elaborada pelos autores, 2009.

A tabela 6 apresenta o percentual de alunos com perfil psicomotor

adequado, possuindo ou não dificuldades de aprendizagem da escrita. No

entanto, dos alunos que obtiverem perfil psicomotor adequado, 57% não

apresentaram dificuldade de aprendizagem de escrita. Já o restante 43%,

obtiveram dificuldade de aprendizagem de escrita. (Figura 5 � Apêndice F)

2.3 Discussão

Este estudo analisou os aspectos psicomotores, nos quais, incluem as

habilidades de coordenação e equilíbrio, esquema corporal, lateralidade,

orientação espacial e orientação temporal, e, também o nível de aprendizagem

de escrita, de 20 crianças de ambos os gêneros.

Os resultados que foram apresentados, conforme capítulo anterior,

oferece suporte para analisar as relações existentes entre o nível de

desenvolvimento psicomotor dos educandos com suas respectivas

classificações alcançadas na aprendizagem de escrita.

Dentre as habilidades psicomotoras analisadas, coordenação e equilíbrio

e lateralidade, que estão intimamente relacionados com a escrita, foram as

habilidades que obtiveram maiores resultados insatisfatórios. Estes dados vão

ao encontro dos estudos realizados por Oliveira (1992) e Oliveira (1996).

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Em estudo sobre psicomotricidade e disgrafia, Fávero e Calsa (2003),

afirmam que as dificuldades dos alunos investigados nas atividades de escrita

podem estar relacionadas ao seu baixo desenvolvimento psicomotor, o que

indica a relação entre o desenvolvimento psicomotor e desempenho nas

representações grafo-escritas. Sendo assim, constatou-se que educandos com

baixo grau de desenvolvimento psicomotor apresentaram dificuldades nas

atividades da escrita, e também segundo a professora da classe, os mesmos

possuíam dificuldades de aprendizagem de ordem geral. Em contrapartida, os

alunos que demonstravam capacidade de superar as dificuldades de

aprendizagem durante o ano letivo, eram os mesmos que possuíam resultados

psicomotores esperados para sua idade cronológica.

Os estudos de Furtado (1998), Negrine (1980), Oliveira (1992) destacam

a necessidade de, desde o ensino infantil ser proporcionadas atividades

motoras para a consolidação das funções psicomotoras, consideradas

fundamentais para que alguns dos pré-requisitos para a escrita sejam

alcançados. O estudo de Oliveira (1996) reafirma a importância de desenvolver

a psicomotricidade, desde as séries iniciais, para contribuir nas aprendizagens

escolares, especialmente na leitura e escrita.

Segundo Fávero (2004), Cunha (1990) e Oliveira (1996) a organização

motora é fundamental para o desenvolvimento dos aspectos físicos, afetivos,

cognitivos e sociais, pois é por meio da consciência dos movimentos corporais

que a criança poderá desenvolver estes aspectos.

Fávero (2004), Negrine (1986), Ajuriaguerra (1988), Fonseca (1995)

ressaltam que para escrever é preciso que se tenha orientação espacial, pois

as limitações apresentadas pelas crianças nesta área podem tornar-se um fator

determinante nas dificuldades de aprendizagem.

Para Collelo (1995), além dessas dificuldades inerentes ao ato de

escrita, existe ainda a falta de atenção que a escola dá ao movimento, pois

limitam o processo de aprendizagem ao treinamento de aspectos figurativos da

escrita. O autor ainda destaca a dificuldade que professores tem em

diagnosticar as dificuldades de aprendizagem e relacioná-las ao

desenvolvimento psicomotor, pois trabalham a motricidade como algo

essencialmente motor.

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Apesar de alguns estudos comprovarem a relação entre a

psicomotricidade e a aprendizagem de escrita, no presente estudo, constatou-

se que algumas crianças que apresentaram alguma dificuldade na escrita,

obtiveram resultados satisfatórios nas habilidades psicomotoras.

De acordo com Fávero (2004), o desenvolvimento psicomotor não é o

único fator causador das dificuldades de aprendizagem, mas um dos que pode

desencadear ou agravar o problema.

As dificuldades de aprendizagem relacionadas à escrita alteram o

rendimento escolar. Crianças com dificuldades de escrita podem apresentar

disfunção nas habilidades necessárias para a aprendizagem escolar em outras

áreas do conhecimento, fatores que podem ser acentuados pelos déficits

psicomotores.

Os dados concluem que o número de crianças que chegam ao final da

escolaridade sem se alfabetizar, é muito grande. Muitas delas apresentam

apenas dificuldades de aprendizagem, com parâmetros cognitivos normais, o

que indica apresentarem disgrafia por deficiências de adaptação psicomotora.

Perante os resultados obtidos no presente estudo, confirmam-se as

conclusões dos autores aqui citados como as de Furtado (1998), Oliveira

(1992) e Fávero (2004), sugerindo que as dificuldades dos alunos investigados

nas atividades de escrita podem estar relacionadas ao seu baixo

desenvolvimento psicomotor. Portanto, os resultados indicam a existência de

relação entre desempenho psicomotor e desempenho nas representações

grafoescritas.

Como ressalta Furtado (1998), ao provocar o aumento do potencial

psicomotor da criança, proporcionam-se também condições favoráveis às

aprendizagens escolares.

2.4 Conclusões

Após a intervenção e análise dos resultados, o estudo constatou que a

maioria dos alunos que apresentaram dificuldades de aprendizagem em escrita

também apresentou desenvolvimento psicomotor abaixo do esperado para sua

idade cronológica. Por outro lado, aquelas crianças que apresentaram

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resultados satisfatórios na aprendizagem de escrita, foram classificadas dentro

da idade cronológica nas habilidades psicomotoras. A habilidade de esquema

corporal e orientação espaço-temporal apresentam forte relação com o

desempenho dos alunos em escrita.

Os dados desta pesquisa sugerem a existência de relações entre as

variáveis psicomotricidade e escrita e facilitam a hipótese de que o nível da

dificuldade de aprendizagem de escrita dos discentes corresponde ao nível de

seu desenvolvimento psicomotor.

Estes resultados coincidem com o estudo realizado por Oliveira (1992),

bem como com a literatura mais recente sobre o tema, Fávero; Calsa (2003) e

Fávero (2004). Esse conjunto de autores acredita que um estudo que aborde

os esquemas motores nas primeiras séries escolares como prevenção à

dificuldade de aprendizagem de escrita, possa agir diretamente em um dos

fatores dessas dificuldades, uma vez que, atualmente, para que o indivíduo se

adapte e se integre ao meio social letrado, impõe-se que ele tenha o domínio

da leitura e da escrita.

Apesar da Educação Física não ser o único meio de desenvolver o aluno

em seus aspectos globais, ela tem papel fundamental, pois pode servir como

instrumento facilitador do processo de desenvolvimento do educando. Tarefas

e brincadeiras simples, sempre bem orientadas, podem ajudar a criança na

aquisição e no controle do repertório motor. Uma criança ativa e bem

estimulada tende a ter menos dificuldades escolares.

A psicomotricidade é a área que trabalha a relação cognição, movimento

e afeto, através da relação com o meio, dos sentidos e, especialmente, pelo

movimento. A estimulação motora da criança, sempre respeitando as etapas do

desenvolvimento, pode ser determinante no sucesso ou fracasso no grafismo.

Quando o professor se conscientizar de que a educação pelo movimento

é uma peça mestra do edifício pedagógico, que permite à criança resolver mais

facilmente os problemas atuais de sua escolaridade, essa atividade não ficará

mais relegada ao segundo plano, sobretudo porque o professor constatará que

esse material educativo não verbal, constituído pelo movimento é considerado

um meio insubstituível para afirmar certas percepções, desenvolver certas

formas de atenção, por em cenário certos aspectos da inteligência.

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40

Espera-se que os dados, resultados e questionamentos auxiliem futuros

estudos relacionados à psicomotricidade e aprendizagem da escrita.

Considera-se oportuna a continuidade de investigação, uma vez que,

estes resultados podem orientar os profissionais envolvidos no processo ensino

aprendizagem, a chegarem ao sucesso almejado no processo de

escolarização.

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41

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APÊNDICES

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APÊNDICE A - Autorização

A escola____________________________ situada à rua______________,

nº____, cidade, __________________, telefone:_________________, sob a

responsabilidade de sua encarregada,_______________________, autoriza os

alunos Claudioni Aparecido Colevati, Ednaldo Donizete Pinho e Eduardo

Manzano Sorroche, matriculados no 8º semestre do curso de Educação Física

do �Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium �, localizado na cidade de

Lins � SP, a realizar o projeto de pesquisa �O Corpo em Movimento: uma

relação entre a psicomotricidade e aprendizagem da escrita�, com os

alunos dos______________desta Unidade Escolar, no período dos dias

___/___/___ à ___/___/___, no horário de aula.

Este trabalho terá a orientação da professora Ms. Maria de Fátima Paschoal

Soler.

__________________________ Encarregada da Unidade Escolar

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APÊNDICE B � Percentual de alunos com desenvolvimento psicomotor

abaixo da idade cronológica

0%

35%

5%

5%

30% Coordenação e Equilíbrio

Esquema Corporal

Lateralidade

Orientação Espacial

Orientação Temporal

Figura 1: Gráfico elaborado pelos autores.

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APÊNDICE C - Classificação dos alunos na avaliação de aprendizagem da

escrita

10%

25%

60%

5%Sem indícios de DA

DA Leve

DA Moderada

DA Acentuada

Figura 2: Gráfico elaborado pelos autores.

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APÊNDICE D - Comparação entre perfil psicomotor e aprendizagem da

escrita

45%

65%

Total de alunos

com perfil

psicomotor abaixo

da idade

cronológica.

Total de de alunos

com Dificuldade de

aprendizagem de

escrita média e

acentuada.Figura 3: Gráfico elaborado pelos autores.

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APÊNDICE E - Classificação dos alunos com perfil psicomotor abaixo da

idade cronológica dentro do nível de aprendizagem da escrita

34%

66%

% de alunos sem

indícios de DA e/ou

DA leve

% de alunos com

DA moderada e/ou

acentuada

Figura 4: Gráfico elaborado pelos autores.

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APÊNDICE F - Classificação dos alunos com perfil psicomotor adequado

dentro do nível de aprendizagem da escrita

57%

43%

% de alunos sem

indícios de DA e/ou

DA leve

% de alunos com

DA moderada e/ou

acentuada

Figura 5: Gráfico elaborado pelos autores.

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APÊNDICE G � Teste de habilidade psicomotora

Foto1: aluno realizando teste de habilidade psicomotora �

Estruturação Espacial

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APÊNDICE H � Teste de habilidade psicomotora

Foto2: aluna realizando teste de habilidade psicomotora

� Coordenação e Equilíbrio

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APÊNDICE I � Teste de habilidade psicomotora

Foto3: aluna realizando teste de habilidade psicomotora �

Coordenação e Equilíbrio

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ANEXOS

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ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA � CEP / UniSALESIANO (Resolução nº 01 de 13/06/98 � CNS)

TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO

I � DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE OU RESPONSÁVEL LEGAL

1. Nome do Paciente: Documento de Identidade nº

Sexo:

Data de Nascimento:

Endereço:

Cidade: U.F.

Telefone:

CEP:

1. Responsável Legal: Documento de Identidade nº

Sexo: Data de Nascimento:

Endereço:

Cidade: U.F.

Natureza (grau de parentesco, tutor, curador, etc.):

II � DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA

1. Título do protocolo de pesquisa: 2. Pesquisador responsável: Cargo/função: Inscr.Cons.Regional: Unidade ou Departamento do Solicitante:

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3. Avaliação do risco da pesquisa: (probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como

conseqüência imediata ou tardia do estudo). SEM RISCO RISCO MÍNIMO RISCO MÉDIO RISCO MAIOR

4. Justificativa e os objetivos da pesquisa:

5. Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos procedimentos

que são experimentais: 6. Desconfortos e riscos esperados:

7. Benefícios que poderão ser obtidos:

8. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo:

9. Duração da pesquisa:

10. Aprovação do Protocolo de pesquisa pelo Comitê de Ética para análise de projetos de

pesquisa em / /

III - EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU

REPRESENTANTE LEGAL

1. Recebi esclarecimentos sobre a garantia de resposta a qualquer pergunta, a qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa e o

tratamento do indivíduo.

2. Recebi esclarecimentos sobre a liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar no estudo, sem que isto traga prejuízo à continuação de meu tratamento.

3. Recebi esclarecimento sobre o compromisso de que minha identificação se manterá

confidencial tanto quanto a informação relacionada com a minha privacidade.

4. Recebi esclarecimento sobre a disposição e o compromisso de receber informações obtidas

durante o estudo, quando solicitadas, ainda que possa afetar minha vontade de continuar participando da pesquisa.

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5. Recebi esclarecimento sobre a disponibilidade de assistência no caso de complicações e danos

decorrentes da pesquisa.

Observações complementares.

IV � CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO

Declaro que, após ter sido convenientemente esclarecido(a) pelo pesquisador,

conforme registro nos itens 1 a 6 do inciso III, consinto em participar, na qualidade de paciente, do Projeto de Pesquisa referido no inciso II. ________________________________ Local, / / . Assinatura

____________________________________ Testemunha Nome .....: Endereço.: Telefone .: R.G. .......: ____________________________________ Testemunha Nome .....: Endereço.: Telefone .: R.G. .......:

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ANEXO B � Ditado - Uma tarde no campo

José ficou bastante alegre quando lhe contaram sobre a festinha na

chácara da Dona Vanda. Era o aniversário de Amparo.

Chegou o dia. Todos comeram, beberam e fizeram muitas brincadeiras

engraçadas.

Seus companheiros Cássio, Márcio e Adão iam brincar com o burrico. As

crianças gostam dos outros animais, mas não chegam perto do Jumbo, o

cachorro do vizinho. Ele é mau e sai correndo atrás da gente.

Mario caiu jogando bola e machucou o joelho. O médico achou

necessário passar mercúrio e colocou um esparadrapo.

Valter estava certo. Foi difícil voltar para casa, pois estava divertido.

Pensando em um dia quente de verão, tenho vontade de visitar meus velhos

amigos.