10

Click here to load reader

O Desenvolvimento das Ciências da Educação de Gui Avanzini

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: O Desenvolvimento das Ciências da Educação de Gui Avanzini

6 IIf AgtlANk N

7k-A-7tlt1 6~ C V4lt-) (fl)

ft 1_~L i4llt- a DESENVOL VIMENTO v ----__-_-----shy

7 ~-- DAS CIENCIAS l1lt-~ I ~ bull

DA EDUCA9tfO

I

A pnitica educativa e um fen6meno universal e necessaria isto e inelutashyv~lm~te Iigad6~-relayao entre a adulto e a crianca e a influenci 0 primeiro sabre a segunda A reflexaltpcerca d~ta pnhica au seja(~~9La de ressa foi influel]ciada amda-qmfde forma desigual pelas aificul a racassos do ooucado() estudo C1entffico do fen6meno educadoriaTe-perocontffJ1o--muishyto mais t~rdio e~at~ec~t No entanto--~)Qr-toda a parte o-eStudctiniCiou as SUBS aboidagens-manffestando-se pela emergencia doravante universal das laquociencias da educacaoraquo Sera a precisar as modalidades do aparecimento dessas laquociencias da educayaoraquo a jlustrar a sua variedade e finalmente a suscitar alguns problemas relativos asua pluralidade que serao consagradas as paginas seguintes)

A educayao pode constituir objecto de diferentes diligencias uma de tipo r normailv~ orde~a~__ ~o--~rittdo3fe-l~i ~stlp~la~~~inalidades el~ ~~slt~~ve

l middotacond~ra outrltl~~ tipo de~critivp p~~ estudar como tal as processos de funcionamento Consoante as ep6cas porem nem sempreas-tuasmiddotgoziram de i9liaiTa~o~~-penas E~l~ir~ constitui durante muito tempo _lt~poundi~0 da

laquopedagoa~gtt_ou seja segundo a pertinente definicao que dela deu Ourkheim de uma investig~~Qql1e laquoconsiste nao na ac~ao mas em teoria numa certa

0 I forma de reflec~ir as cois-as da eciuciwaoraquo (I) E~se-o-iemo fixado tern aver ~tim~logica~~nte co~ a~ipoundOpounda -f~i porque in icimentee atlfao reculo XX ~__~__ T_ J ~_~ _~_ _ -~_ bull ~ bull ~ bullbull ~

a~~ct~_~~_Q3gltllesc_~Q~~_~u ~dIJflpiT~~o ~e ~ducaya9middot Todavia no final do seculo XIX e infcio do seculo XX a influenciaI

~ Iconjugada dos exitos do metoda experimental e do clmapQsitiYi~ta porI _ I toda a parte suscitou a valorizayao dos processos cientffioos e-o desejo de

I as aplicar nao s6 ao conhecimento da natureza mas tambem ao conhecimento I do homem 1

l (1) Emile DURKHEIM artigo (Pedagogia) in F BUISSON Dictionnaire de pedagogie p 1538

480 Hist6ria Mundial da Educa~iio

Assim chegou-se ao ponto de deplorar que 0 estudo da educa~o fosse exmiddot j clusivamente de ordem filosofica tendo-se-preconizado a sua ~ectTvacao I DUilltf1eim-nomeaaamentecensura as doiitrlnas pedagoglcas par se manterem j

_ 1 especulativas laquo0 seu objectivo nao consiste em descrever aquila que foi mas sim em determinar aquilo que ife~(a~Jadoutrinas pedag6gicas] nao se prop~m_exprimrrmiddotmiddotf~elment~ det~rmJfifclas realidades mas ~~m ~r~l~arregras de condutaraquo (1) Alem disso as doutrin-as pedagogicas emanam laquode esp(ritos revolucp_nsectrJos Losu-niLdpsect contra os costumes dos seus cpntrunQorsectneos)) (2)

) Poder-se-ia ainda supor que devido~ sua-proprfa- virulfncia corrosi as doutrishynas pedagogieas se tornassem progressivamente operantes mas considera Durkheim 0 seu exame depressa nos convenee que nao ja que por muito diferentes que sejam entre si tern em comum 0 facto de se basearem num conceito intemporal do homem e do seu destin~ Por tal motivo laquoa pedagogia

foi 0 mais das vezes uma forma de Iiteratura ut6pic~H) (3) I por fssO que-_ _--_------ -- - ------- importa substitu (-Ia por aquilo a que Marco-Antenio-juliano ao desejar 0 seu impulso miTfiCfial foi sem duvida 0 primeiro a chamar a laquociencia da educa-CaOraquo (4) )

- Ora a ciencia da educacao para Durkheim outra coisa nao poderia ser senao a sociologia A seu ver a educacao mantem com a sociedade um relacioshynamento que nao ede forma alguma contingente mas sim intdnseco e necessamiddot rio Esse relacionamento etao evidente que ((sempre que 0 sistema dos metodos educativos foi modificado foi devido a influencia de qualquer dasgrandes correntes sociais cuja accao se fez sentir em toda a vastidao da vida colectivaraquo

~ (5) Nao derivando as transformat5es de especulCtoes mas sim de~s ~~ ha que procurarcibjectivamente aquilo que a sociedade espera da escola ou seja os ajustamentos exigidos pelas finalidades que a sua dinamica

impoe Mas entendida deste modo laquoa cieuromcia da ~qucacaQ e~ta inteiramente por fazerraquo (6) ------- --- ---shy

---~tendendo igualmente elaborar esta noya disciplna outros autores fjzemiddot ram dela contudo uma ideia diferente para Cellerier Ia deveria tentar commiddot preender por meio de laquoobservatao e induraoraquo11-ri3 que deve~tosPro

-cessos ou atitudes 0 sell exito para dos~mesmos extrair leis e assim melhorar 0

conj01ffi)(fas tecnica~ educativas Pari Bain38) assim como para Demoor e e (1) E DURKHEIM Socigia Educafiio e Moral Res-Editora (2) Ibid p 67 (3) Ijid p 69 (4) Marc-Antoine JULLIEN Esquisse d un ouvrage sur education comparee p 13 (5) E DURKHEIM Socigia Educafiio e Moral Res-Editora (6) E DURKHEIM artigo laquoPedagogiaraquo p 1538 (7) L c~LLERIER--~quisse dune science pedagogique p 13 (8) A BAIN La science de [education

481 o Desenvolvimento das Ciencias cia EducafiIo

Jonckeere (1) toma-se necessario combinar a atenyao apratica das aulas com 0

parecer dos conhecimentos nascentes como a biologia e a psicologia (2) De facto amobiliza~o desta ultima pare-ceu a-muitosa-co~o plJrcruma educashy~o eficaz t 0 caso de Ferriere para quem a laquopedagogia cientificaraquo e uma especie de laquopsicologia aplicadaraquo (3) ou de Maria Montessori aos olhos de quem ela deve procurar basear-se laquoem investigacoes positivas da experienciaraquo (4) Outros autores ainda concebem esta cientificidade de forma muito mais exigente Para Alfredo Binet ~ompete apsicologia e it sociobgtgia laquoindicar-nos se os meios que utilizamos se adaptam ou nao a essas finalidades se apresentam vantagens ou inconvenientes de que nao houvessemos suspeitadoraquo (5) Ora derivando esse discernimento-de uma autentica experimentacao foi para a proshymover que ele incentivou a associa~o q~~hore-se- irarisfo-rmou em Sociedade A Binet e Th Simon (6) e inaugurou na Escola da rua Grange-aux-Belles 0 prishymeiro laborat6rio frances de pedagogia experimental (7) Raymond Buyse prosseguiu este empreendimento com 0 mesmo rigor ja que em bora a pedagoshygia cientffica nao seja para ele toda a pedagogia ela deve pelo menos verificar a validade das tecni~$_(8-)

Entretanto sa tras qjsciplinas diferentes foram assim subitamente associa- i das ao projecto de-Urna ciencia da educacao essa mesma pluralidade e a im- possibilidade de se assegurar a uma del as 0 monop6lio QQrigarall a que pouco Ii a pouco se rerlUnciasse ao projecto de uma laquoeiencia da educacaolgt que seria 0 4-

alicerce de uma laquoeducacao cient(ficaraquo Pelo contJiirio essas tras d~sciplin~s per- t suadiram a que se consultassem todas as disciplinas capazes de esclarecer 0 pro- I c~so educativo e de Ihe assegurar 0 beneficio dos mais diversos contributos

E este movimento que a emergencia e a extensao da nocao de laquociencias da educacsectoraquo consagram e que se difundiu insensivelmente antes de se impor uni- versa I mente Assim foi em 1912 que em Genebra se fundou a laquoEscola das Ciencias da Educacao) (9) Em Franca pelo contnirio foi s6 em 1967 que

(1) J DEMOOR e T- JONCKEERE La science de [education i (2) Para 0 estudo de~lliado da hist6ria da pedagogia cf G PLATAO 0 contributo da

l psicologia e ~~ sicanAlise para as- concep_~~~ da ed~~~gt_~~ar~_~ifOf~~18~_1- G

t AVAMZINI fA pecent~gogie au xxe siecie - shy(3)A-FERruERE L Airiq~e iib-zQdopte [ecole active p 91 (4) M MONTESSORI PedagOgie scientijique p 19 bull (5) A BINET Les idees modemes sur les enants pp 12-13 (6) Sede da sociedade R Philippe-de-Lasalle nO 47 Lillo 69004 Publica tun boletim trishy

mestral consagrado it pesquisa em educa~o

(7) cr sobre estes temas G A V AMZINI A Binet et la pedagogie sc~ntijique (8) R BUYSE L expirimentation en pedagogie (9) P BOVET Vingt ans de vie 11nstitut JJ Rousseau de 1912 a1932 pp 7middot19 e R

DOTfRENS Un laboratoire de peclagogie experimentale

I [

482 Historia Mundial da Educafiio

grafYas a aCfYao perseverante dos Senhores Chateau Debesse e Mialaret foram criados os graus academicos que passaram a ter 0 seu nome E foi em 1969 que o Instituto de Psicologia e Pedagogia da Universidade de Lovaina se transforshymou na Faculdade de Psicologia e das Ciencias da Educalo (1) Mas quaisquer que sejam as modalidades peculiares a cada pars ou a cada continente foi efecshytivamente no mesmo per(odo que uma evoIUtao mundial levou a adop~ao geneshyralizada de uma locmao cuja util izafYao e doravante duplamente usual no reshygisto epistemologico para conotar 0 conjuntodas abordagens objectivas do feshynomeno educacional e dos organismos (laboratorios assoCla~oes com estafiito privado (2) ou instrtuitoes publicas (3)) que os orientam na linguagem admishynistrativa para designar tanto os graus academicos concedidos por um numero crescente ~e universidadescomo 0 estatuto das investi9aCOescorrespc)ndeAshytes

Ao comentar este processor Debesse escreve laquoSe propus e consegui que fosse util iza~a a expressao (~cien~IaS-~-e~ca_loraquo a n(~Ccf~ el1siQ9J1nlVersi- tario fo porque 0 termo laquopedagogiaraquo passou a ser duplamente equ(voco

_____ ---- - -- -------- - - I sendo simultaneamente limitativo e muito vagoraquo (4) Com efeitoQ[]a_yez que a forma~ao ja senao destina exclusivimienteas criantas e adolescentes mas sim II -

crindiv(duos de toda-s as idadeso vocibulo incrimfnado nao poderia ser reactmiddot vado sem a ignorancia de uma adstrita etimologia Ah~m disso ele e injustamenshyte considerado sinonimo de laquodid~cticoraquo de laquometodo Cfiaactlco) eateuro-ii1es-mo de ((pratica eaucatrv~j)~ ~jaeli9~arTo-r Enfi~ 0 vocabulo nsectotransmite a multiPficiCfide-deabordagens cientfficas de que a educatsecto eobjecto

Esta pluraliza~o especulativa convida a um inventirio ou pelo men os a uma categorizafYao Na impossibilidade de aqui podermos referir e comentar as tipologias de diversos autores (5) sugerimos pois riaturalrriente uma repartimiddot tao em tres grupos

1 as ciencias que estucfam as ideias e as instituiltoes educativas diacronicamenshyte - historia da pedagogia ou da educacao - ou sincronicamente - pedagoshygia comparada ou laquogeografia da educaltaoraquo economia da educaltao socioloshygia da educalo

(1) A GILLE Historique de La Faculte de Psychologie et des Sciences et lEducation de lUniversite de Louvain p 19

(2) Por exemplo IAise-lAipelf a Associacao lnternacional para a Leitura (3) A UNESCO 0 BIE 0 Instituto da UNESCO para a Educayao de Hamburgo etc (4) M DEBESSE Deft aux sciences de leducation p 3 No entanto seria bastante errado

acreditar que a emergencia desta noyao dissipou a confusao tenninol6gica estariamos antes mais tentados a afinnar que ela se acentuou cf Gu~ A V ANZINI Introduction aux sciences de leducation pp 24 e seg

(5) G AVANZINI op cir p 30

o Desenvolvimento das Ciencias da Educacento 483

2 as que se debrwam sobre 0 tema da educacsecto facilitado designadamente pela biologia e pela psicologia sao elas a biopedagogia a psicopedagogia (ou quando se trata de adultos aquilo a que seria necessario chamar-se laquopsicoshy-antropagogiaraquo) e a psicosociologia Em suma sao as diferentes ciencias hushymanas desde que incidam na formacsecto que 0 mesmo sera dizer as disciplishynasaplicadas a que muitos autores chamam naturalmente laquopedagogicasraquo (1)

3 as que constituem 0 objecto da didactica tanto geral (metodos globais de educa~ao e ensino tecnologia de educa~ao docimoJ6gica etc) como espeshycial (a que diz respeito a cada uma das disciplinas do ensino)

Todas estas categorias se relacionam permanentemente com as ciencias fundamentais correspondentes a primeira com a historia geografia economia sociologia a segunda com a fisiologia e a psicoJogia a terceira com a mateshymatica a lingu(stica etc Elas aproximam-se igualmente das que sao referidas por Clausse para quem as mesmas estudam laquopor urn Jado os multiplos aspecshytos da realidade do indivfduo (ciencias fisicas biologicas psicologicas raciais) por outro Jado as condicoes em que se efectua 0 trabalho educativo (civilizashycao ideologia sodedade etc) final mente as tecnicas instrumentais extra fdas dessas diferentes disciplinas e aplicadas ao proprio objecto da accao considerashydaraquo (2)

Nao ignoramos contudo que todas as c~ssific~c6es se apresentam incomshypletas ate mesmo arbitrarias Antes de proCljra~mostoutra que pretend esse ser mais pertinente nao sera preferivel pronunciarmo-nos pela insuficiencia de jure de qualquer intencao tipologica Nao se instit~em efectivamente entre esses campos ineviii3veisinterferenCias devidas ao f~~to do fenomeno em questao a educa~o depender intrinsecamente de varios pareceres Neste sentido ainaQ~shyquacao das categorizacoes depende da natureza dos factos ja que aquilo que de antemao perime a tentativae 0 facto de qualquer ciencia poder num dado moshy

mento da sua dinamica ser ou passar a ser laquodaeaucacaogtCMeSmo bcasionalshymente a ciencia euroI susceptivede irao Emcantroda educa~ao dentro do seu objectiv~ espedfico e no seu proprio ambito sem para isso Ihe consagrar 0

essencial das suas atriblJicoes De resto a importancia dos seus contributos resshypectivos varia consoante as ocasioes ~ a imp~rtancia da p~icologia sempre foi e continua a ser decisiva a da sociologia nao deixou de aumentar desde 1965 e designadiimente sob a influencia do~ senhores Bourdieu e Passeron a ponto de aspirar a uma certa preponderancia (3) Outras ha que vao conquistando aos poucos 0 seu lugar eo caso da economia ja que como escreve Page laquodesde ha

(l) m op cit pp 25-26 (2) M CLAUSSE Initiation aux sciences de leducation p 6 (3) S_ HONQRE Da psicologia a sociologia da educa9ao pp 119-145 in G AVANZINI

--

La pedagogie au xxe siecie I

484 Hist6ria MWldial dil EduCtIfiio

alguns anos que a educa~o entrou no campo de analise da economiaraquo (1) Na realidade a economia da educalao comelB por estudar aquilo que a segunda trouxea primeira ou seja 0 seu contributo para 0 desenvolvimento 0 seu alshycance nesse dom(nio e depois a forma pela qual 0 contributo que ela da aos recursos nacionais interfere na planifica~o global e nela se integra

Foi efectivamente a esperanca que se ficou devendo apluralidade e ao dishynamismo das ciencias da educa~o que em 1966 foi expressa e consagrada pela 60a Recomendalao da Conferencia Internacional da Instrucao Publica para quem cas ciencias da educacao devem ter por objectivo assegurar melhor o pleno desenvolvimento (f(sico intelectual moral estetico e social) do hoshymem tendo em vista a sua melhor forma~o e inte9ra~o socialraquo (2) Mas mais do que Iimitarmo-nos ao balanco dos multiplos trabalhos efectuados sob a sua si9la ha que procurarmos igualmente 0 sentido da sua emergencia ou seja o proprio facto de uma pluralidade que nao pode deixar de parecer paradoxal se na realidade uma ciencia se define por urn metodo e urn objectiv~ como compreender que urn so objectivo a educa~o dependa de varias ciencias e por tal motivo de varios metodos Para ah~m da linguagem administrativa que a consagra significara a passagem do singular para 0 plural apenas a feliz multishyplicidade de abordagens certamente originaismas todas elas radonal e seriamiddot mente reguladas para a apreensao do seu objectivo Prometera essa passagem urn conhecimento mais completd e refinado deste objectiv~ ou ate mesmo no termo da sua s(ntese uma especiede ciencia total Ou pelo contri3rio manishyfestara ela menos complementaridade que concorrencia menos convergencias que competic6es Preenchera ela enfim uma lacuna tantas vezes denunciada referente a um campo durante tanto tempo negligenciado ou revelara uma certa inacessibilidade

Esta pluralizacao e interpretada por Q9ttrens e Mialaret como sElOdo um laquodesenv~h~im~l]toraquo (3) Ao mobilizar uma serie de diiigencias metOdOl09ica-1

mente originais essa Pluralizacao significaria que nenhuma ciencia disfruta de um monopolio que hci outras leg (timas e ate indispensaveise que todas elas ~gJnltlo a teliz form~la~ao de Vial laquorepresentam 0 conjunto das investiga~oes que permitem esclarecer a evolwao do meio educativo os seus intervenientes 0

objecto dos processos da investigacao educativaraquo (4) Assim devido Ii diversifimiddot cacao dos trabalhos e a complexidade dos pontos de vista que suscita tal varieshyd~de~_t~ll]1~nt~_4ffiltil ril-lpound~~

Inversamente ela testemunha igualmente que ainda se nao atingiu urn conhecimento inclusivo das diferentes abordagens propfcio a instaurar leis

(1) A PAGE L economie de [education p 7 (2) Conferencias internacionais da Inst~yao publica Recommandations nO 60 p 330 (3) R DOTTRENS e G MIALARET op cit p 38 (4) 1 VIAL La pedagogie au ras du sol p 26

485 o Desenvolvimento dns Ciencias da Educafiio

universais e a orientar a pratica com seguranca 0 facto da resolucao de urn proshyblema como 0 da laquoigualdade de oportunidades perante a educacaoraquo exigir a coshylaboracao do biologista do sociologo e do psicologo esinal de que a integracao dos seus respectivos contributos nao foi conseguida Ela confirma pois simulshytaneamente a exigencia e a dificuldade do acesso a interdisciplinaridade ou seja segundo a definicao de Piaget 0 acesso a urn nvel de pesquisas (cern que a colaboracao entre disciplinas ou entre sectores heterogemeos de uma mesma ciencia conduza a interaccoes propriamente ditas isto e a uma certa reciproshycidade nos intercambios de forma a que Ilaja em suma urn enriquecimento mutuoraquo (I) Tal dinarnica deveria ainda posteriormente abrir caminho para uma laquoetapa superior transdisciplinar que se nao limitasse a obter interaccoes ou reciprocidades em investigacoes especializadas massituasse essas conexoes no interior de um sistema total sem fronteiras estaveis entre as disciplinaSraquo (2)

Ora de momento esta pluralidade continua a ser concorrencial e compeshytitiva Ela den uncia a tendencia que todos tern em laquoocuparem 0 terrenoraquo e pretenderem a capacidade de uma interpretacao exaustiva do fen6meno edushycacional Em suma a ideologia do investigador incliml-Io-ia a por de parte 0

recurso as abordagens que ele julga suscept(veis de invalidar 0 seu ponto de vista para dar preferencia aquelas de que espera a confirmacao Assirn a bioloshygia e natural mente pouco consultada e ate mesmo rejeitada por iQueles que a julgam capaz de valorizara hereditadedade e 0 congenito e de convlr mais aos defensores do fatalismiisocial du do conservantismo politico Assim tambem pelo facto de lantar 0 olhar pel os cursos individuais e pela hist6ria afectiva das personal idades a psicologia e suspeita de desviar as etiologias colectivas Inver- samente asociplogia e ida comQ capaz de privilegia-Ias e convence-Ias do seu alcance Na realidade a ~ociologia desempenhou um papel de detonador emshypenhando-se por exemplo a demonstrar que a escola pesaria a favor da reproshyduciio

A este prop6sito tal diversidade refracta no seio de muitas nayoes como entre si as rupturas filos6ficas e 0 sempre apontado ru Ir de todo 0 consenso socio-polltico ou moral sobre as finalidades da educaciio Sera tambem no seio de todasas instituicoes chamadas a nela participarem como as Igrejas a Famishylia a Escola ou diversos movimentos que hoje sao alimentadas as teorias mais inconciliaveis ace rca do homem da sociedade e do Estado e que 0 seu antashygonismo fomenta os mais violentos desacordos E neste clima de controversia que se desenvolvem as ciencias da educacao Mesmo supondo-as alheias asua natureza elas~o 1~9jssCiCI~veis da -fiistOria da escola a ponto do estudo sereno poder vir a ser suplantado pelosmiTitantismos conjunturais e as afirmacoes dos princip-ios mais opostos poderem preceder emarginalizar os resultados da invesshy

(1) J PIAGET L epistemgie des relations interdisciplinaires p 8 (2) J PIAGET ibid

Imiddot

486 Histana Mundial do Educacento

tigacao laquocientrficagtl no sentido consagrado do termo E por isso que lange de constituir 0 esboco de urn conhecimento total ou a promessa de uma proxishyma interdisciplinaridade a emergencia das ciencias da educacao denuncia urn grave conflito a falta de objectivos proprios para unir e mobilizar os espfritos nao se desenhando qualquer perfil adulto e nao se libertando qualquer doutrina filos6fica que recolha uma larga adesao em torno de urn sistema au de detershyminada politica escolar ela revel a uma dinamica legitimamente anxiogena da unidade para a dispersao da coesao para a explosao das certezas para a inshycerteza tal e a caminho seguido A crise da sociedade e da cultura prolonga-se numa crise de estruturas e exprime-se atraves da mesma Assim cada qual recorre a um tipo de argumentacao de que espera uma justificacao uma via de concretizacao para os seus projectos ou um melhor discernimento do caminho a seguir

No entanto na medida em que suplanta~ as laquociencias pedagogicasgtl 0 adventodas laquoclencias da edu~ayao) ~~p~~rrrruma modificcao corlsideravel

Iate mesmo uma inversao de perspectiva 0 advento das ciencias da educacao suspende umairivestigacao e~clusivamente pragmatic relativa middotao~~ocessos

I de-ensino~a a substituir por uma interrogacao fundamental acerca aoa-etc ~_~ns~~~r I_e~~lr (j~~_~~ sRn1f~c~~~ seus ~e~~~~~~e middotalcanc~ As ciencias peda~~gi~as con~en ~sse_ncia~f1~n_~e_C3 did_a~tic~~ ~u~ ~r~~~~~_ aperfeicoar

As ClenCl3s da educacao pelo contrano estudam sem rrontelras 0 feI1tm1eno educacioiihl~emiddota-siJal-funcio--Emiddot~~ r~pt~ra com -amiddotmiddotprftimiddotca-middotsTg-iflCa ~macesso a I ma-turda-de-dEindiica ana logo aquele que no seu tempo marcou a historia da

liska da qufmica QU de todas as disciplinas fundamentais FilIou~tem portanto -muita r~zaq ~f1 con~lqerar qUese naadelem procushy1 -~t ~~------~-middot-middot- rar muito ~p~essadamente bases ou aplicacoes prchicas laquoa transicao da Ideia de

~ i laquocienclas pe8agogfcasraquo paraa-iCfeja de laquocienCias da educ~(aogt~J1g~ltnltaneashyi ~JepLeta de si~nifJc-ltg9_LCQnIL1EnGtaS Qur-se t~ate de laquoestudancomo

sociologo ascorrelacoes entre ados educandos e 0 seu exito nos exames coshymo psicosociologo as incidencias das atitudes e da vontade do mestre na dinashy

mica do grupo mestre-alunos ou as incidencias da representacao que tem os alunos dos meios futuros no trabalho escolar como psieologo 0 efeito de Pigmaleaoem tados os casos a intencao e 0 conhecimento e a perspectiva de se utilizarem nao os resultados nao-espec(ficos mas a metodologia das diversas cleneias humanas para a constituicao de uma psicologia social de uma psicoloshygia de facto educativa de uma sociologia (1) A transiC80 do singular para 0

plural representa pois muito mais do que uma evolucao constitui ~ma rupturaII ~~_~p~a~ra~_~-de profiifrn~f~ A-firialida~~da~c~-riCas ~ middotexa~~ariiente

mversa a da ClenCla - -- -

(1) i-C FILLOUX Le processus enseigner-apprendre et La recherche en sciences de [edushy

cation pp 5-23

I

ir

o Desenllolvimento das Ciencias da EducaFlo 487

Os reparos que acabamos de referir terao evidenciado simultaneamente a novidade que constitui 0 desenvolvimento das cil~nci(Ju fdycay89 comltgt ~l~

certeza_ que rodeia oseu JUJlJIQ e aimprecisao que envolve oseu estatuto Que refacentes m~int~mas Ciiiicias da eCiuCiCa~ com as pmiddotatIC~S educativasEstarao estas dispostas ao seu estudo logo serao elas logicamente posteriores as primeishyras Influirao aquelas na pratica educativa como uma forca inovadora ou serao tao somente um contestavel reflexo Influenciam elas as instituicoes ou na impossibilidade de 0 consegulrem as pessoas que procuram promover a sua evoshylucao Desempenham elas um ~eutralLzador pela ~~~d~_9~~Jltroshyduzem no seu processamento ou suscitam antes a transformacao daquilo cujas lacunas elasverificam--ecomprovam Como estaJelecer 0 seu vinc~lo com a (-1_shyfilosofi~_da~~~cao e ointer-ref()pound0-9i1s~1~~_re~pe_ci-~s ainamicaslstassao II algumas das questoes que pelo menos nos eI (cito formula-

-

1

I

BIBLIOGRAFlA

AVANZINI G Alfred Binet et fa pedagogie scientifique ParlsVrin 1969262 p - Introduction aux sciences de leducation Toulouse Privat 1976 196 p - e coL La pedagogie middotaiiXxe siecie Toulouse Privat 1975391 p BAIN A La science de [education Paris Alcan 1879327 p BINET A Les idees modemes SUT les enants Paris Flammarion 1911 reed 1927 348 p BOVET P Vingt ans de vielInstitut I-I Rousseau de 1912 iI 1932 Neuchatel Delachaux

1932197 p BUISSON F Nouveau dictionnaire de pedagogie et dinstruction primaire Paris Hachette

18873309 p BUYSE R L experimentation en pedagogie Louvaina Lamertin 1935465 p CELLERIER L Esquisse dune science pedagogique Paris Alcan 390 p CLAUSSE A Initiation aux sciences de [education Paris Colin 1967210 p Conferencias internacionais da Instru~ao publica Recommandations 1934-1968 Genebra

UNESCO e BIB 1970399 p DEBESSE- M DMi aux sciences de leducation in revista Sciences de leducation Outubromiddot

-Dezembro de 1973 nO 4 pp 7-19 DEMOOR J eJONCKEERE T La science deleducation Bruxelas Lamertin 1925448 p DOTTRENS R Un laboratoire de pidagogie experimentale Delachaux amp Niestle 1953

63 p laquoCahiers de pedagogie experlmentale et de psychologie de Ienfantraquo - e M1ALARET G Le developpernent des sciences pedagogiques et leur etat actuel in M

DEBESSE e G MIALARET Traite des sciences peclagogiques Paris PUF 1969 pp19-74

DURKHEIM E Socioiogia Educacento e Moral Res Editora FERRIERE AL Amerique latine adopte I ecole active Neuchatel Delachaux 1937174 p FILLOUX J-C Le processus enseigner-apprendre et la recherche en sciences de Ieducation

in Orientations Janeiro de 1971 nO 37 pp5-23 GILLE A Historique de la Faculte de Psychologie et des Sciences de lEducation de lUnishy

versite de Louvain in revista Sciences de [education Janeiro-Maryo de 1974 nO 1 pp10-25

JULLIEN DE PARIS M-A Esquisse dun ouvrage SUT ieducation comparee Genebra Ed du BIB 1962 56 p

MIALARET G Les sciences de leducation Paris PUF 2a ed 1980 MONTESSORI M Pedagogie scientiFrque Bruges Desclee 1958 263 p PAGE A L economie de leducation Paris PUF 1971270 p PIAGET J Lepisternologie des relations interdisciplinaires in Uni-Inormation Fevereiro

de 1973 nO 31 pp 4-8 VIAL J La pedagogie u rasdu sol Paris ESF 1973 164 p

(gt~

----------------------___ __

Page 2: O Desenvolvimento das Ciências da Educação de Gui Avanzini

480 Hist6ria Mundial da Educa~iio

Assim chegou-se ao ponto de deplorar que 0 estudo da educa~o fosse exmiddot j clusivamente de ordem filosofica tendo-se-preconizado a sua ~ectTvacao I DUilltf1eim-nomeaaamentecensura as doiitrlnas pedagoglcas par se manterem j

_ 1 especulativas laquo0 seu objectivo nao consiste em descrever aquila que foi mas sim em determinar aquilo que ife~(a~Jadoutrinas pedag6gicas] nao se prop~m_exprimrrmiddotmiddotf~elment~ det~rmJfifclas realidades mas ~~m ~r~l~arregras de condutaraquo (1) Alem disso as doutrin-as pedagogicas emanam laquode esp(ritos revolucp_nsectrJos Losu-niLdpsect contra os costumes dos seus cpntrunQorsectneos)) (2)

) Poder-se-ia ainda supor que devido~ sua-proprfa- virulfncia corrosi as doutrishynas pedagogieas se tornassem progressivamente operantes mas considera Durkheim 0 seu exame depressa nos convenee que nao ja que por muito diferentes que sejam entre si tern em comum 0 facto de se basearem num conceito intemporal do homem e do seu destin~ Por tal motivo laquoa pedagogia

foi 0 mais das vezes uma forma de Iiteratura ut6pic~H) (3) I por fssO que-_ _--_------ -- - ------- importa substitu (-Ia por aquilo a que Marco-Antenio-juliano ao desejar 0 seu impulso miTfiCfial foi sem duvida 0 primeiro a chamar a laquociencia da educa-CaOraquo (4) )

- Ora a ciencia da educacao para Durkheim outra coisa nao poderia ser senao a sociologia A seu ver a educacao mantem com a sociedade um relacioshynamento que nao ede forma alguma contingente mas sim intdnseco e necessamiddot rio Esse relacionamento etao evidente que ((sempre que 0 sistema dos metodos educativos foi modificado foi devido a influencia de qualquer dasgrandes correntes sociais cuja accao se fez sentir em toda a vastidao da vida colectivaraquo

~ (5) Nao derivando as transformat5es de especulCtoes mas sim de~s ~~ ha que procurarcibjectivamente aquilo que a sociedade espera da escola ou seja os ajustamentos exigidos pelas finalidades que a sua dinamica

impoe Mas entendida deste modo laquoa cieuromcia da ~qucacaQ e~ta inteiramente por fazerraquo (6) ------- --- ---shy

---~tendendo igualmente elaborar esta noya disciplna outros autores fjzemiddot ram dela contudo uma ideia diferente para Cellerier Ia deveria tentar commiddot preender por meio de laquoobservatao e induraoraquo11-ri3 que deve~tosPro

-cessos ou atitudes 0 sell exito para dos~mesmos extrair leis e assim melhorar 0

conj01ffi)(fas tecnica~ educativas Pari Bain38) assim como para Demoor e e (1) E DURKHEIM Socigia Educafiio e Moral Res-Editora (2) Ibid p 67 (3) Ijid p 69 (4) Marc-Antoine JULLIEN Esquisse d un ouvrage sur education comparee p 13 (5) E DURKHEIM Socigia Educafiio e Moral Res-Editora (6) E DURKHEIM artigo laquoPedagogiaraquo p 1538 (7) L c~LLERIER--~quisse dune science pedagogique p 13 (8) A BAIN La science de [education

481 o Desenvolvimento das Ciencias cia EducafiIo

Jonckeere (1) toma-se necessario combinar a atenyao apratica das aulas com 0

parecer dos conhecimentos nascentes como a biologia e a psicologia (2) De facto amobiliza~o desta ultima pare-ceu a-muitosa-co~o plJrcruma educashy~o eficaz t 0 caso de Ferriere para quem a laquopedagogia cientificaraquo e uma especie de laquopsicologia aplicadaraquo (3) ou de Maria Montessori aos olhos de quem ela deve procurar basear-se laquoem investigacoes positivas da experienciaraquo (4) Outros autores ainda concebem esta cientificidade de forma muito mais exigente Para Alfredo Binet ~ompete apsicologia e it sociobgtgia laquoindicar-nos se os meios que utilizamos se adaptam ou nao a essas finalidades se apresentam vantagens ou inconvenientes de que nao houvessemos suspeitadoraquo (5) Ora derivando esse discernimento-de uma autentica experimentacao foi para a proshymover que ele incentivou a associa~o q~~hore-se- irarisfo-rmou em Sociedade A Binet e Th Simon (6) e inaugurou na Escola da rua Grange-aux-Belles 0 prishymeiro laborat6rio frances de pedagogia experimental (7) Raymond Buyse prosseguiu este empreendimento com 0 mesmo rigor ja que em bora a pedagoshygia cientffica nao seja para ele toda a pedagogia ela deve pelo menos verificar a validade das tecni~$_(8-)

Entretanto sa tras qjsciplinas diferentes foram assim subitamente associa- i das ao projecto de-Urna ciencia da educacao essa mesma pluralidade e a im- possibilidade de se assegurar a uma del as 0 monop6lio QQrigarall a que pouco Ii a pouco se rerlUnciasse ao projecto de uma laquoeiencia da educacaolgt que seria 0 4-

alicerce de uma laquoeducacao cient(ficaraquo Pelo contJiirio essas tras d~sciplin~s per- t suadiram a que se consultassem todas as disciplinas capazes de esclarecer 0 pro- I c~so educativo e de Ihe assegurar 0 beneficio dos mais diversos contributos

E este movimento que a emergencia e a extensao da nocao de laquociencias da educacsectoraquo consagram e que se difundiu insensivelmente antes de se impor uni- versa I mente Assim foi em 1912 que em Genebra se fundou a laquoEscola das Ciencias da Educacao) (9) Em Franca pelo contnirio foi s6 em 1967 que

(1) J DEMOOR e T- JONCKEERE La science de [education i (2) Para 0 estudo de~lliado da hist6ria da pedagogia cf G PLATAO 0 contributo da

l psicologia e ~~ sicanAlise para as- concep_~~~ da ed~~~gt_~~ar~_~ifOf~~18~_1- G

t AVAMZINI fA pecent~gogie au xxe siecie - shy(3)A-FERruERE L Airiq~e iib-zQdopte [ecole active p 91 (4) M MONTESSORI PedagOgie scientijique p 19 bull (5) A BINET Les idees modemes sur les enants pp 12-13 (6) Sede da sociedade R Philippe-de-Lasalle nO 47 Lillo 69004 Publica tun boletim trishy

mestral consagrado it pesquisa em educa~o

(7) cr sobre estes temas G A V AMZINI A Binet et la pedagogie sc~ntijique (8) R BUYSE L expirimentation en pedagogie (9) P BOVET Vingt ans de vie 11nstitut JJ Rousseau de 1912 a1932 pp 7middot19 e R

DOTfRENS Un laboratoire de peclagogie experimentale

I [

482 Historia Mundial da Educafiio

grafYas a aCfYao perseverante dos Senhores Chateau Debesse e Mialaret foram criados os graus academicos que passaram a ter 0 seu nome E foi em 1969 que o Instituto de Psicologia e Pedagogia da Universidade de Lovaina se transforshymou na Faculdade de Psicologia e das Ciencias da Educalo (1) Mas quaisquer que sejam as modalidades peculiares a cada pars ou a cada continente foi efecshytivamente no mesmo per(odo que uma evoIUtao mundial levou a adop~ao geneshyralizada de uma locmao cuja util izafYao e doravante duplamente usual no reshygisto epistemologico para conotar 0 conjuntodas abordagens objectivas do feshynomeno educacional e dos organismos (laboratorios assoCla~oes com estafiito privado (2) ou instrtuitoes publicas (3)) que os orientam na linguagem admishynistrativa para designar tanto os graus academicos concedidos por um numero crescente ~e universidadescomo 0 estatuto das investi9aCOescorrespc)ndeAshytes

Ao comentar este processor Debesse escreve laquoSe propus e consegui que fosse util iza~a a expressao (~cien~IaS-~-e~ca_loraquo a n(~Ccf~ el1siQ9J1nlVersi- tario fo porque 0 termo laquopedagogiaraquo passou a ser duplamente equ(voco

_____ ---- - -- -------- - - I sendo simultaneamente limitativo e muito vagoraquo (4) Com efeitoQ[]a_yez que a forma~ao ja senao destina exclusivimienteas criantas e adolescentes mas sim II -

crindiv(duos de toda-s as idadeso vocibulo incrimfnado nao poderia ser reactmiddot vado sem a ignorancia de uma adstrita etimologia Ah~m disso ele e injustamenshyte considerado sinonimo de laquodid~cticoraquo de laquometodo Cfiaactlco) eateuro-ii1es-mo de ((pratica eaucatrv~j)~ ~jaeli9~arTo-r Enfi~ 0 vocabulo nsectotransmite a multiPficiCfide-deabordagens cientfficas de que a educatsecto eobjecto

Esta pluraliza~o especulativa convida a um inventirio ou pelo men os a uma categorizafYao Na impossibilidade de aqui podermos referir e comentar as tipologias de diversos autores (5) sugerimos pois riaturalrriente uma repartimiddot tao em tres grupos

1 as ciencias que estucfam as ideias e as instituiltoes educativas diacronicamenshyte - historia da pedagogia ou da educacao - ou sincronicamente - pedagoshygia comparada ou laquogeografia da educaltaoraquo economia da educaltao socioloshygia da educalo

(1) A GILLE Historique de La Faculte de Psychologie et des Sciences et lEducation de lUniversite de Louvain p 19

(2) Por exemplo IAise-lAipelf a Associacao lnternacional para a Leitura (3) A UNESCO 0 BIE 0 Instituto da UNESCO para a Educayao de Hamburgo etc (4) M DEBESSE Deft aux sciences de leducation p 3 No entanto seria bastante errado

acreditar que a emergencia desta noyao dissipou a confusao tenninol6gica estariamos antes mais tentados a afinnar que ela se acentuou cf Gu~ A V ANZINI Introduction aux sciences de leducation pp 24 e seg

(5) G AVANZINI op cir p 30

o Desenvolvimento das Ciencias da Educacento 483

2 as que se debrwam sobre 0 tema da educacsecto facilitado designadamente pela biologia e pela psicologia sao elas a biopedagogia a psicopedagogia (ou quando se trata de adultos aquilo a que seria necessario chamar-se laquopsicoshy-antropagogiaraquo) e a psicosociologia Em suma sao as diferentes ciencias hushymanas desde que incidam na formacsecto que 0 mesmo sera dizer as disciplishynasaplicadas a que muitos autores chamam naturalmente laquopedagogicasraquo (1)

3 as que constituem 0 objecto da didactica tanto geral (metodos globais de educa~ao e ensino tecnologia de educa~ao docimoJ6gica etc) como espeshycial (a que diz respeito a cada uma das disciplinas do ensino)

Todas estas categorias se relacionam permanentemente com as ciencias fundamentais correspondentes a primeira com a historia geografia economia sociologia a segunda com a fisiologia e a psicoJogia a terceira com a mateshymatica a lingu(stica etc Elas aproximam-se igualmente das que sao referidas por Clausse para quem as mesmas estudam laquopor urn Jado os multiplos aspecshytos da realidade do indivfduo (ciencias fisicas biologicas psicologicas raciais) por outro Jado as condicoes em que se efectua 0 trabalho educativo (civilizashycao ideologia sodedade etc) final mente as tecnicas instrumentais extra fdas dessas diferentes disciplinas e aplicadas ao proprio objecto da accao considerashydaraquo (2)

Nao ignoramos contudo que todas as c~ssific~c6es se apresentam incomshypletas ate mesmo arbitrarias Antes de proCljra~mostoutra que pretend esse ser mais pertinente nao sera preferivel pronunciarmo-nos pela insuficiencia de jure de qualquer intencao tipologica Nao se instit~em efectivamente entre esses campos ineviii3veisinterferenCias devidas ao f~~to do fenomeno em questao a educa~o depender intrinsecamente de varios pareceres Neste sentido ainaQ~shyquacao das categorizacoes depende da natureza dos factos ja que aquilo que de antemao perime a tentativae 0 facto de qualquer ciencia poder num dado moshy

mento da sua dinamica ser ou passar a ser laquodaeaucacaogtCMeSmo bcasionalshymente a ciencia euroI susceptivede irao Emcantroda educa~ao dentro do seu objectiv~ espedfico e no seu proprio ambito sem para isso Ihe consagrar 0

essencial das suas atriblJicoes De resto a importancia dos seus contributos resshypectivos varia consoante as ocasioes ~ a imp~rtancia da p~icologia sempre foi e continua a ser decisiva a da sociologia nao deixou de aumentar desde 1965 e designadiimente sob a influencia do~ senhores Bourdieu e Passeron a ponto de aspirar a uma certa preponderancia (3) Outras ha que vao conquistando aos poucos 0 seu lugar eo caso da economia ja que como escreve Page laquodesde ha

(l) m op cit pp 25-26 (2) M CLAUSSE Initiation aux sciences de leducation p 6 (3) S_ HONQRE Da psicologia a sociologia da educa9ao pp 119-145 in G AVANZINI

--

La pedagogie au xxe siecie I

484 Hist6ria MWldial dil EduCtIfiio

alguns anos que a educa~o entrou no campo de analise da economiaraquo (1) Na realidade a economia da educalao comelB por estudar aquilo que a segunda trouxea primeira ou seja 0 seu contributo para 0 desenvolvimento 0 seu alshycance nesse dom(nio e depois a forma pela qual 0 contributo que ela da aos recursos nacionais interfere na planifica~o global e nela se integra

Foi efectivamente a esperanca que se ficou devendo apluralidade e ao dishynamismo das ciencias da educa~o que em 1966 foi expressa e consagrada pela 60a Recomendalao da Conferencia Internacional da Instrucao Publica para quem cas ciencias da educacao devem ter por objectivo assegurar melhor o pleno desenvolvimento (f(sico intelectual moral estetico e social) do hoshymem tendo em vista a sua melhor forma~o e inte9ra~o socialraquo (2) Mas mais do que Iimitarmo-nos ao balanco dos multiplos trabalhos efectuados sob a sua si9la ha que procurarmos igualmente 0 sentido da sua emergencia ou seja o proprio facto de uma pluralidade que nao pode deixar de parecer paradoxal se na realidade uma ciencia se define por urn metodo e urn objectiv~ como compreender que urn so objectivo a educa~o dependa de varias ciencias e por tal motivo de varios metodos Para ah~m da linguagem administrativa que a consagra significara a passagem do singular para 0 plural apenas a feliz multishyplicidade de abordagens certamente originaismas todas elas radonal e seriamiddot mente reguladas para a apreensao do seu objectivo Prometera essa passagem urn conhecimento mais completd e refinado deste objectiv~ ou ate mesmo no termo da sua s(ntese uma especiede ciencia total Ou pelo contri3rio manishyfestara ela menos complementaridade que concorrencia menos convergencias que competic6es Preenchera ela enfim uma lacuna tantas vezes denunciada referente a um campo durante tanto tempo negligenciado ou revelara uma certa inacessibilidade

Esta pluralizacao e interpretada por Q9ttrens e Mialaret como sElOdo um laquodesenv~h~im~l]toraquo (3) Ao mobilizar uma serie de diiigencias metOdOl09ica-1

mente originais essa Pluralizacao significaria que nenhuma ciencia disfruta de um monopolio que hci outras leg (timas e ate indispensaveise que todas elas ~gJnltlo a teliz form~la~ao de Vial laquorepresentam 0 conjunto das investiga~oes que permitem esclarecer a evolwao do meio educativo os seus intervenientes 0

objecto dos processos da investigacao educativaraquo (4) Assim devido Ii diversifimiddot cacao dos trabalhos e a complexidade dos pontos de vista que suscita tal varieshyd~de~_t~ll]1~nt~_4ffiltil ril-lpound~~

Inversamente ela testemunha igualmente que ainda se nao atingiu urn conhecimento inclusivo das diferentes abordagens propfcio a instaurar leis

(1) A PAGE L economie de [education p 7 (2) Conferencias internacionais da Inst~yao publica Recommandations nO 60 p 330 (3) R DOTTRENS e G MIALARET op cit p 38 (4) 1 VIAL La pedagogie au ras du sol p 26

485 o Desenvolvimento dns Ciencias da Educafiio

universais e a orientar a pratica com seguranca 0 facto da resolucao de urn proshyblema como 0 da laquoigualdade de oportunidades perante a educacaoraquo exigir a coshylaboracao do biologista do sociologo e do psicologo esinal de que a integracao dos seus respectivos contributos nao foi conseguida Ela confirma pois simulshytaneamente a exigencia e a dificuldade do acesso a interdisciplinaridade ou seja segundo a definicao de Piaget 0 acesso a urn nvel de pesquisas (cern que a colaboracao entre disciplinas ou entre sectores heterogemeos de uma mesma ciencia conduza a interaccoes propriamente ditas isto e a uma certa reciproshycidade nos intercambios de forma a que Ilaja em suma urn enriquecimento mutuoraquo (I) Tal dinarnica deveria ainda posteriormente abrir caminho para uma laquoetapa superior transdisciplinar que se nao limitasse a obter interaccoes ou reciprocidades em investigacoes especializadas massituasse essas conexoes no interior de um sistema total sem fronteiras estaveis entre as disciplinaSraquo (2)

Ora de momento esta pluralidade continua a ser concorrencial e compeshytitiva Ela den uncia a tendencia que todos tern em laquoocuparem 0 terrenoraquo e pretenderem a capacidade de uma interpretacao exaustiva do fen6meno edushycacional Em suma a ideologia do investigador incliml-Io-ia a por de parte 0

recurso as abordagens que ele julga suscept(veis de invalidar 0 seu ponto de vista para dar preferencia aquelas de que espera a confirmacao Assirn a bioloshygia e natural mente pouco consultada e ate mesmo rejeitada por iQueles que a julgam capaz de valorizara hereditadedade e 0 congenito e de convlr mais aos defensores do fatalismiisocial du do conservantismo politico Assim tambem pelo facto de lantar 0 olhar pel os cursos individuais e pela hist6ria afectiva das personal idades a psicologia e suspeita de desviar as etiologias colectivas Inver- samente asociplogia e ida comQ capaz de privilegia-Ias e convence-Ias do seu alcance Na realidade a ~ociologia desempenhou um papel de detonador emshypenhando-se por exemplo a demonstrar que a escola pesaria a favor da reproshyduciio

A este prop6sito tal diversidade refracta no seio de muitas nayoes como entre si as rupturas filos6ficas e 0 sempre apontado ru Ir de todo 0 consenso socio-polltico ou moral sobre as finalidades da educaciio Sera tambem no seio de todasas instituicoes chamadas a nela participarem como as Igrejas a Famishylia a Escola ou diversos movimentos que hoje sao alimentadas as teorias mais inconciliaveis ace rca do homem da sociedade e do Estado e que 0 seu antashygonismo fomenta os mais violentos desacordos E neste clima de controversia que se desenvolvem as ciencias da educacao Mesmo supondo-as alheias asua natureza elas~o 1~9jssCiCI~veis da -fiistOria da escola a ponto do estudo sereno poder vir a ser suplantado pelosmiTitantismos conjunturais e as afirmacoes dos princip-ios mais opostos poderem preceder emarginalizar os resultados da invesshy

(1) J PIAGET L epistemgie des relations interdisciplinaires p 8 (2) J PIAGET ibid

Imiddot

486 Histana Mundial do Educacento

tigacao laquocientrficagtl no sentido consagrado do termo E por isso que lange de constituir 0 esboco de urn conhecimento total ou a promessa de uma proxishyma interdisciplinaridade a emergencia das ciencias da educacao denuncia urn grave conflito a falta de objectivos proprios para unir e mobilizar os espfritos nao se desenhando qualquer perfil adulto e nao se libertando qualquer doutrina filos6fica que recolha uma larga adesao em torno de urn sistema au de detershyminada politica escolar ela revel a uma dinamica legitimamente anxiogena da unidade para a dispersao da coesao para a explosao das certezas para a inshycerteza tal e a caminho seguido A crise da sociedade e da cultura prolonga-se numa crise de estruturas e exprime-se atraves da mesma Assim cada qual recorre a um tipo de argumentacao de que espera uma justificacao uma via de concretizacao para os seus projectos ou um melhor discernimento do caminho a seguir

No entanto na medida em que suplanta~ as laquociencias pedagogicasgtl 0 adventodas laquoclencias da edu~ayao) ~~p~~rrrruma modificcao corlsideravel

Iate mesmo uma inversao de perspectiva 0 advento das ciencias da educacao suspende umairivestigacao e~clusivamente pragmatic relativa middotao~~ocessos

I de-ensino~a a substituir por uma interrogacao fundamental acerca aoa-etc ~_~ns~~~r I_e~~lr (j~~_~~ sRn1f~c~~~ seus ~e~~~~~~e middotalcanc~ As ciencias peda~~gi~as con~en ~sse_ncia~f1~n_~e_C3 did_a~tic~~ ~u~ ~r~~~~~_ aperfeicoar

As ClenCl3s da educacao pelo contrano estudam sem rrontelras 0 feI1tm1eno educacioiihl~emiddota-siJal-funcio--Emiddot~~ r~pt~ra com -amiddotmiddotprftimiddotca-middotsTg-iflCa ~macesso a I ma-turda-de-dEindiica ana logo aquele que no seu tempo marcou a historia da

liska da qufmica QU de todas as disciplinas fundamentais FilIou~tem portanto -muita r~zaq ~f1 con~lqerar qUese naadelem procushy1 -~t ~~------~-middot-middot- rar muito ~p~essadamente bases ou aplicacoes prchicas laquoa transicao da Ideia de

~ i laquocienclas pe8agogfcasraquo paraa-iCfeja de laquocienCias da educ~(aogt~J1g~ltnltaneashyi ~JepLeta de si~nifJc-ltg9_LCQnIL1EnGtaS Qur-se t~ate de laquoestudancomo

sociologo ascorrelacoes entre ados educandos e 0 seu exito nos exames coshymo psicosociologo as incidencias das atitudes e da vontade do mestre na dinashy

mica do grupo mestre-alunos ou as incidencias da representacao que tem os alunos dos meios futuros no trabalho escolar como psieologo 0 efeito de Pigmaleaoem tados os casos a intencao e 0 conhecimento e a perspectiva de se utilizarem nao os resultados nao-espec(ficos mas a metodologia das diversas cleneias humanas para a constituicao de uma psicologia social de uma psicoloshygia de facto educativa de uma sociologia (1) A transiC80 do singular para 0

plural representa pois muito mais do que uma evolucao constitui ~ma rupturaII ~~_~p~a~ra~_~-de profiifrn~f~ A-firialida~~da~c~-riCas ~ middotexa~~ariiente

mversa a da ClenCla - -- -

(1) i-C FILLOUX Le processus enseigner-apprendre et La recherche en sciences de [edushy

cation pp 5-23

I

ir

o Desenllolvimento das Ciencias da EducaFlo 487

Os reparos que acabamos de referir terao evidenciado simultaneamente a novidade que constitui 0 desenvolvimento das cil~nci(Ju fdycay89 comltgt ~l~

certeza_ que rodeia oseu JUJlJIQ e aimprecisao que envolve oseu estatuto Que refacentes m~int~mas Ciiiicias da eCiuCiCa~ com as pmiddotatIC~S educativasEstarao estas dispostas ao seu estudo logo serao elas logicamente posteriores as primeishyras Influirao aquelas na pratica educativa como uma forca inovadora ou serao tao somente um contestavel reflexo Influenciam elas as instituicoes ou na impossibilidade de 0 consegulrem as pessoas que procuram promover a sua evoshylucao Desempenham elas um ~eutralLzador pela ~~~d~_9~~Jltroshyduzem no seu processamento ou suscitam antes a transformacao daquilo cujas lacunas elasverificam--ecomprovam Como estaJelecer 0 seu vinc~lo com a (-1_shyfilosofi~_da~~~cao e ointer-ref()pound0-9i1s~1~~_re~pe_ci-~s ainamicaslstassao II algumas das questoes que pelo menos nos eI (cito formula-

-

1

I

BIBLIOGRAFlA

AVANZINI G Alfred Binet et fa pedagogie scientifique ParlsVrin 1969262 p - Introduction aux sciences de leducation Toulouse Privat 1976 196 p - e coL La pedagogie middotaiiXxe siecie Toulouse Privat 1975391 p BAIN A La science de [education Paris Alcan 1879327 p BINET A Les idees modemes SUT les enants Paris Flammarion 1911 reed 1927 348 p BOVET P Vingt ans de vielInstitut I-I Rousseau de 1912 iI 1932 Neuchatel Delachaux

1932197 p BUISSON F Nouveau dictionnaire de pedagogie et dinstruction primaire Paris Hachette

18873309 p BUYSE R L experimentation en pedagogie Louvaina Lamertin 1935465 p CELLERIER L Esquisse dune science pedagogique Paris Alcan 390 p CLAUSSE A Initiation aux sciences de [education Paris Colin 1967210 p Conferencias internacionais da Instru~ao publica Recommandations 1934-1968 Genebra

UNESCO e BIB 1970399 p DEBESSE- M DMi aux sciences de leducation in revista Sciences de leducation Outubromiddot

-Dezembro de 1973 nO 4 pp 7-19 DEMOOR J eJONCKEERE T La science deleducation Bruxelas Lamertin 1925448 p DOTTRENS R Un laboratoire de pidagogie experimentale Delachaux amp Niestle 1953

63 p laquoCahiers de pedagogie experlmentale et de psychologie de Ienfantraquo - e M1ALARET G Le developpernent des sciences pedagogiques et leur etat actuel in M

DEBESSE e G MIALARET Traite des sciences peclagogiques Paris PUF 1969 pp19-74

DURKHEIM E Socioiogia Educacento e Moral Res Editora FERRIERE AL Amerique latine adopte I ecole active Neuchatel Delachaux 1937174 p FILLOUX J-C Le processus enseigner-apprendre et la recherche en sciences de Ieducation

in Orientations Janeiro de 1971 nO 37 pp5-23 GILLE A Historique de la Faculte de Psychologie et des Sciences de lEducation de lUnishy

versite de Louvain in revista Sciences de [education Janeiro-Maryo de 1974 nO 1 pp10-25

JULLIEN DE PARIS M-A Esquisse dun ouvrage SUT ieducation comparee Genebra Ed du BIB 1962 56 p

MIALARET G Les sciences de leducation Paris PUF 2a ed 1980 MONTESSORI M Pedagogie scientiFrque Bruges Desclee 1958 263 p PAGE A L economie de leducation Paris PUF 1971270 p PIAGET J Lepisternologie des relations interdisciplinaires in Uni-Inormation Fevereiro

de 1973 nO 31 pp 4-8 VIAL J La pedagogie u rasdu sol Paris ESF 1973 164 p

(gt~

----------------------___ __

Page 3: O Desenvolvimento das Ciências da Educação de Gui Avanzini

481 o Desenvolvimento das Ciencias cia EducafiIo

Jonckeere (1) toma-se necessario combinar a atenyao apratica das aulas com 0

parecer dos conhecimentos nascentes como a biologia e a psicologia (2) De facto amobiliza~o desta ultima pare-ceu a-muitosa-co~o plJrcruma educashy~o eficaz t 0 caso de Ferriere para quem a laquopedagogia cientificaraquo e uma especie de laquopsicologia aplicadaraquo (3) ou de Maria Montessori aos olhos de quem ela deve procurar basear-se laquoem investigacoes positivas da experienciaraquo (4) Outros autores ainda concebem esta cientificidade de forma muito mais exigente Para Alfredo Binet ~ompete apsicologia e it sociobgtgia laquoindicar-nos se os meios que utilizamos se adaptam ou nao a essas finalidades se apresentam vantagens ou inconvenientes de que nao houvessemos suspeitadoraquo (5) Ora derivando esse discernimento-de uma autentica experimentacao foi para a proshymover que ele incentivou a associa~o q~~hore-se- irarisfo-rmou em Sociedade A Binet e Th Simon (6) e inaugurou na Escola da rua Grange-aux-Belles 0 prishymeiro laborat6rio frances de pedagogia experimental (7) Raymond Buyse prosseguiu este empreendimento com 0 mesmo rigor ja que em bora a pedagoshygia cientffica nao seja para ele toda a pedagogia ela deve pelo menos verificar a validade das tecni~$_(8-)

Entretanto sa tras qjsciplinas diferentes foram assim subitamente associa- i das ao projecto de-Urna ciencia da educacao essa mesma pluralidade e a im- possibilidade de se assegurar a uma del as 0 monop6lio QQrigarall a que pouco Ii a pouco se rerlUnciasse ao projecto de uma laquoeiencia da educacaolgt que seria 0 4-

alicerce de uma laquoeducacao cient(ficaraquo Pelo contJiirio essas tras d~sciplin~s per- t suadiram a que se consultassem todas as disciplinas capazes de esclarecer 0 pro- I c~so educativo e de Ihe assegurar 0 beneficio dos mais diversos contributos

E este movimento que a emergencia e a extensao da nocao de laquociencias da educacsectoraquo consagram e que se difundiu insensivelmente antes de se impor uni- versa I mente Assim foi em 1912 que em Genebra se fundou a laquoEscola das Ciencias da Educacao) (9) Em Franca pelo contnirio foi s6 em 1967 que

(1) J DEMOOR e T- JONCKEERE La science de [education i (2) Para 0 estudo de~lliado da hist6ria da pedagogia cf G PLATAO 0 contributo da

l psicologia e ~~ sicanAlise para as- concep_~~~ da ed~~~gt_~~ar~_~ifOf~~18~_1- G

t AVAMZINI fA pecent~gogie au xxe siecie - shy(3)A-FERruERE L Airiq~e iib-zQdopte [ecole active p 91 (4) M MONTESSORI PedagOgie scientijique p 19 bull (5) A BINET Les idees modemes sur les enants pp 12-13 (6) Sede da sociedade R Philippe-de-Lasalle nO 47 Lillo 69004 Publica tun boletim trishy

mestral consagrado it pesquisa em educa~o

(7) cr sobre estes temas G A V AMZINI A Binet et la pedagogie sc~ntijique (8) R BUYSE L expirimentation en pedagogie (9) P BOVET Vingt ans de vie 11nstitut JJ Rousseau de 1912 a1932 pp 7middot19 e R

DOTfRENS Un laboratoire de peclagogie experimentale

I [

482 Historia Mundial da Educafiio

grafYas a aCfYao perseverante dos Senhores Chateau Debesse e Mialaret foram criados os graus academicos que passaram a ter 0 seu nome E foi em 1969 que o Instituto de Psicologia e Pedagogia da Universidade de Lovaina se transforshymou na Faculdade de Psicologia e das Ciencias da Educalo (1) Mas quaisquer que sejam as modalidades peculiares a cada pars ou a cada continente foi efecshytivamente no mesmo per(odo que uma evoIUtao mundial levou a adop~ao geneshyralizada de uma locmao cuja util izafYao e doravante duplamente usual no reshygisto epistemologico para conotar 0 conjuntodas abordagens objectivas do feshynomeno educacional e dos organismos (laboratorios assoCla~oes com estafiito privado (2) ou instrtuitoes publicas (3)) que os orientam na linguagem admishynistrativa para designar tanto os graus academicos concedidos por um numero crescente ~e universidadescomo 0 estatuto das investi9aCOescorrespc)ndeAshytes

Ao comentar este processor Debesse escreve laquoSe propus e consegui que fosse util iza~a a expressao (~cien~IaS-~-e~ca_loraquo a n(~Ccf~ el1siQ9J1nlVersi- tario fo porque 0 termo laquopedagogiaraquo passou a ser duplamente equ(voco

_____ ---- - -- -------- - - I sendo simultaneamente limitativo e muito vagoraquo (4) Com efeitoQ[]a_yez que a forma~ao ja senao destina exclusivimienteas criantas e adolescentes mas sim II -

crindiv(duos de toda-s as idadeso vocibulo incrimfnado nao poderia ser reactmiddot vado sem a ignorancia de uma adstrita etimologia Ah~m disso ele e injustamenshyte considerado sinonimo de laquodid~cticoraquo de laquometodo Cfiaactlco) eateuro-ii1es-mo de ((pratica eaucatrv~j)~ ~jaeli9~arTo-r Enfi~ 0 vocabulo nsectotransmite a multiPficiCfide-deabordagens cientfficas de que a educatsecto eobjecto

Esta pluraliza~o especulativa convida a um inventirio ou pelo men os a uma categorizafYao Na impossibilidade de aqui podermos referir e comentar as tipologias de diversos autores (5) sugerimos pois riaturalrriente uma repartimiddot tao em tres grupos

1 as ciencias que estucfam as ideias e as instituiltoes educativas diacronicamenshyte - historia da pedagogia ou da educacao - ou sincronicamente - pedagoshygia comparada ou laquogeografia da educaltaoraquo economia da educaltao socioloshygia da educalo

(1) A GILLE Historique de La Faculte de Psychologie et des Sciences et lEducation de lUniversite de Louvain p 19

(2) Por exemplo IAise-lAipelf a Associacao lnternacional para a Leitura (3) A UNESCO 0 BIE 0 Instituto da UNESCO para a Educayao de Hamburgo etc (4) M DEBESSE Deft aux sciences de leducation p 3 No entanto seria bastante errado

acreditar que a emergencia desta noyao dissipou a confusao tenninol6gica estariamos antes mais tentados a afinnar que ela se acentuou cf Gu~ A V ANZINI Introduction aux sciences de leducation pp 24 e seg

(5) G AVANZINI op cir p 30

o Desenvolvimento das Ciencias da Educacento 483

2 as que se debrwam sobre 0 tema da educacsecto facilitado designadamente pela biologia e pela psicologia sao elas a biopedagogia a psicopedagogia (ou quando se trata de adultos aquilo a que seria necessario chamar-se laquopsicoshy-antropagogiaraquo) e a psicosociologia Em suma sao as diferentes ciencias hushymanas desde que incidam na formacsecto que 0 mesmo sera dizer as disciplishynasaplicadas a que muitos autores chamam naturalmente laquopedagogicasraquo (1)

3 as que constituem 0 objecto da didactica tanto geral (metodos globais de educa~ao e ensino tecnologia de educa~ao docimoJ6gica etc) como espeshycial (a que diz respeito a cada uma das disciplinas do ensino)

Todas estas categorias se relacionam permanentemente com as ciencias fundamentais correspondentes a primeira com a historia geografia economia sociologia a segunda com a fisiologia e a psicoJogia a terceira com a mateshymatica a lingu(stica etc Elas aproximam-se igualmente das que sao referidas por Clausse para quem as mesmas estudam laquopor urn Jado os multiplos aspecshytos da realidade do indivfduo (ciencias fisicas biologicas psicologicas raciais) por outro Jado as condicoes em que se efectua 0 trabalho educativo (civilizashycao ideologia sodedade etc) final mente as tecnicas instrumentais extra fdas dessas diferentes disciplinas e aplicadas ao proprio objecto da accao considerashydaraquo (2)

Nao ignoramos contudo que todas as c~ssific~c6es se apresentam incomshypletas ate mesmo arbitrarias Antes de proCljra~mostoutra que pretend esse ser mais pertinente nao sera preferivel pronunciarmo-nos pela insuficiencia de jure de qualquer intencao tipologica Nao se instit~em efectivamente entre esses campos ineviii3veisinterferenCias devidas ao f~~to do fenomeno em questao a educa~o depender intrinsecamente de varios pareceres Neste sentido ainaQ~shyquacao das categorizacoes depende da natureza dos factos ja que aquilo que de antemao perime a tentativae 0 facto de qualquer ciencia poder num dado moshy

mento da sua dinamica ser ou passar a ser laquodaeaucacaogtCMeSmo bcasionalshymente a ciencia euroI susceptivede irao Emcantroda educa~ao dentro do seu objectiv~ espedfico e no seu proprio ambito sem para isso Ihe consagrar 0

essencial das suas atriblJicoes De resto a importancia dos seus contributos resshypectivos varia consoante as ocasioes ~ a imp~rtancia da p~icologia sempre foi e continua a ser decisiva a da sociologia nao deixou de aumentar desde 1965 e designadiimente sob a influencia do~ senhores Bourdieu e Passeron a ponto de aspirar a uma certa preponderancia (3) Outras ha que vao conquistando aos poucos 0 seu lugar eo caso da economia ja que como escreve Page laquodesde ha

(l) m op cit pp 25-26 (2) M CLAUSSE Initiation aux sciences de leducation p 6 (3) S_ HONQRE Da psicologia a sociologia da educa9ao pp 119-145 in G AVANZINI

--

La pedagogie au xxe siecie I

484 Hist6ria MWldial dil EduCtIfiio

alguns anos que a educa~o entrou no campo de analise da economiaraquo (1) Na realidade a economia da educalao comelB por estudar aquilo que a segunda trouxea primeira ou seja 0 seu contributo para 0 desenvolvimento 0 seu alshycance nesse dom(nio e depois a forma pela qual 0 contributo que ela da aos recursos nacionais interfere na planifica~o global e nela se integra

Foi efectivamente a esperanca que se ficou devendo apluralidade e ao dishynamismo das ciencias da educa~o que em 1966 foi expressa e consagrada pela 60a Recomendalao da Conferencia Internacional da Instrucao Publica para quem cas ciencias da educacao devem ter por objectivo assegurar melhor o pleno desenvolvimento (f(sico intelectual moral estetico e social) do hoshymem tendo em vista a sua melhor forma~o e inte9ra~o socialraquo (2) Mas mais do que Iimitarmo-nos ao balanco dos multiplos trabalhos efectuados sob a sua si9la ha que procurarmos igualmente 0 sentido da sua emergencia ou seja o proprio facto de uma pluralidade que nao pode deixar de parecer paradoxal se na realidade uma ciencia se define por urn metodo e urn objectiv~ como compreender que urn so objectivo a educa~o dependa de varias ciencias e por tal motivo de varios metodos Para ah~m da linguagem administrativa que a consagra significara a passagem do singular para 0 plural apenas a feliz multishyplicidade de abordagens certamente originaismas todas elas radonal e seriamiddot mente reguladas para a apreensao do seu objectivo Prometera essa passagem urn conhecimento mais completd e refinado deste objectiv~ ou ate mesmo no termo da sua s(ntese uma especiede ciencia total Ou pelo contri3rio manishyfestara ela menos complementaridade que concorrencia menos convergencias que competic6es Preenchera ela enfim uma lacuna tantas vezes denunciada referente a um campo durante tanto tempo negligenciado ou revelara uma certa inacessibilidade

Esta pluralizacao e interpretada por Q9ttrens e Mialaret como sElOdo um laquodesenv~h~im~l]toraquo (3) Ao mobilizar uma serie de diiigencias metOdOl09ica-1

mente originais essa Pluralizacao significaria que nenhuma ciencia disfruta de um monopolio que hci outras leg (timas e ate indispensaveise que todas elas ~gJnltlo a teliz form~la~ao de Vial laquorepresentam 0 conjunto das investiga~oes que permitem esclarecer a evolwao do meio educativo os seus intervenientes 0

objecto dos processos da investigacao educativaraquo (4) Assim devido Ii diversifimiddot cacao dos trabalhos e a complexidade dos pontos de vista que suscita tal varieshyd~de~_t~ll]1~nt~_4ffiltil ril-lpound~~

Inversamente ela testemunha igualmente que ainda se nao atingiu urn conhecimento inclusivo das diferentes abordagens propfcio a instaurar leis

(1) A PAGE L economie de [education p 7 (2) Conferencias internacionais da Inst~yao publica Recommandations nO 60 p 330 (3) R DOTTRENS e G MIALARET op cit p 38 (4) 1 VIAL La pedagogie au ras du sol p 26

485 o Desenvolvimento dns Ciencias da Educafiio

universais e a orientar a pratica com seguranca 0 facto da resolucao de urn proshyblema como 0 da laquoigualdade de oportunidades perante a educacaoraquo exigir a coshylaboracao do biologista do sociologo e do psicologo esinal de que a integracao dos seus respectivos contributos nao foi conseguida Ela confirma pois simulshytaneamente a exigencia e a dificuldade do acesso a interdisciplinaridade ou seja segundo a definicao de Piaget 0 acesso a urn nvel de pesquisas (cern que a colaboracao entre disciplinas ou entre sectores heterogemeos de uma mesma ciencia conduza a interaccoes propriamente ditas isto e a uma certa reciproshycidade nos intercambios de forma a que Ilaja em suma urn enriquecimento mutuoraquo (I) Tal dinarnica deveria ainda posteriormente abrir caminho para uma laquoetapa superior transdisciplinar que se nao limitasse a obter interaccoes ou reciprocidades em investigacoes especializadas massituasse essas conexoes no interior de um sistema total sem fronteiras estaveis entre as disciplinaSraquo (2)

Ora de momento esta pluralidade continua a ser concorrencial e compeshytitiva Ela den uncia a tendencia que todos tern em laquoocuparem 0 terrenoraquo e pretenderem a capacidade de uma interpretacao exaustiva do fen6meno edushycacional Em suma a ideologia do investigador incliml-Io-ia a por de parte 0

recurso as abordagens que ele julga suscept(veis de invalidar 0 seu ponto de vista para dar preferencia aquelas de que espera a confirmacao Assirn a bioloshygia e natural mente pouco consultada e ate mesmo rejeitada por iQueles que a julgam capaz de valorizara hereditadedade e 0 congenito e de convlr mais aos defensores do fatalismiisocial du do conservantismo politico Assim tambem pelo facto de lantar 0 olhar pel os cursos individuais e pela hist6ria afectiva das personal idades a psicologia e suspeita de desviar as etiologias colectivas Inver- samente asociplogia e ida comQ capaz de privilegia-Ias e convence-Ias do seu alcance Na realidade a ~ociologia desempenhou um papel de detonador emshypenhando-se por exemplo a demonstrar que a escola pesaria a favor da reproshyduciio

A este prop6sito tal diversidade refracta no seio de muitas nayoes como entre si as rupturas filos6ficas e 0 sempre apontado ru Ir de todo 0 consenso socio-polltico ou moral sobre as finalidades da educaciio Sera tambem no seio de todasas instituicoes chamadas a nela participarem como as Igrejas a Famishylia a Escola ou diversos movimentos que hoje sao alimentadas as teorias mais inconciliaveis ace rca do homem da sociedade e do Estado e que 0 seu antashygonismo fomenta os mais violentos desacordos E neste clima de controversia que se desenvolvem as ciencias da educacao Mesmo supondo-as alheias asua natureza elas~o 1~9jssCiCI~veis da -fiistOria da escola a ponto do estudo sereno poder vir a ser suplantado pelosmiTitantismos conjunturais e as afirmacoes dos princip-ios mais opostos poderem preceder emarginalizar os resultados da invesshy

(1) J PIAGET L epistemgie des relations interdisciplinaires p 8 (2) J PIAGET ibid

Imiddot

486 Histana Mundial do Educacento

tigacao laquocientrficagtl no sentido consagrado do termo E por isso que lange de constituir 0 esboco de urn conhecimento total ou a promessa de uma proxishyma interdisciplinaridade a emergencia das ciencias da educacao denuncia urn grave conflito a falta de objectivos proprios para unir e mobilizar os espfritos nao se desenhando qualquer perfil adulto e nao se libertando qualquer doutrina filos6fica que recolha uma larga adesao em torno de urn sistema au de detershyminada politica escolar ela revel a uma dinamica legitimamente anxiogena da unidade para a dispersao da coesao para a explosao das certezas para a inshycerteza tal e a caminho seguido A crise da sociedade e da cultura prolonga-se numa crise de estruturas e exprime-se atraves da mesma Assim cada qual recorre a um tipo de argumentacao de que espera uma justificacao uma via de concretizacao para os seus projectos ou um melhor discernimento do caminho a seguir

No entanto na medida em que suplanta~ as laquociencias pedagogicasgtl 0 adventodas laquoclencias da edu~ayao) ~~p~~rrrruma modificcao corlsideravel

Iate mesmo uma inversao de perspectiva 0 advento das ciencias da educacao suspende umairivestigacao e~clusivamente pragmatic relativa middotao~~ocessos

I de-ensino~a a substituir por uma interrogacao fundamental acerca aoa-etc ~_~ns~~~r I_e~~lr (j~~_~~ sRn1f~c~~~ seus ~e~~~~~~e middotalcanc~ As ciencias peda~~gi~as con~en ~sse_ncia~f1~n_~e_C3 did_a~tic~~ ~u~ ~r~~~~~_ aperfeicoar

As ClenCl3s da educacao pelo contrano estudam sem rrontelras 0 feI1tm1eno educacioiihl~emiddota-siJal-funcio--Emiddot~~ r~pt~ra com -amiddotmiddotprftimiddotca-middotsTg-iflCa ~macesso a I ma-turda-de-dEindiica ana logo aquele que no seu tempo marcou a historia da

liska da qufmica QU de todas as disciplinas fundamentais FilIou~tem portanto -muita r~zaq ~f1 con~lqerar qUese naadelem procushy1 -~t ~~------~-middot-middot- rar muito ~p~essadamente bases ou aplicacoes prchicas laquoa transicao da Ideia de

~ i laquocienclas pe8agogfcasraquo paraa-iCfeja de laquocienCias da educ~(aogt~J1g~ltnltaneashyi ~JepLeta de si~nifJc-ltg9_LCQnIL1EnGtaS Qur-se t~ate de laquoestudancomo

sociologo ascorrelacoes entre ados educandos e 0 seu exito nos exames coshymo psicosociologo as incidencias das atitudes e da vontade do mestre na dinashy

mica do grupo mestre-alunos ou as incidencias da representacao que tem os alunos dos meios futuros no trabalho escolar como psieologo 0 efeito de Pigmaleaoem tados os casos a intencao e 0 conhecimento e a perspectiva de se utilizarem nao os resultados nao-espec(ficos mas a metodologia das diversas cleneias humanas para a constituicao de uma psicologia social de uma psicoloshygia de facto educativa de uma sociologia (1) A transiC80 do singular para 0

plural representa pois muito mais do que uma evolucao constitui ~ma rupturaII ~~_~p~a~ra~_~-de profiifrn~f~ A-firialida~~da~c~-riCas ~ middotexa~~ariiente

mversa a da ClenCla - -- -

(1) i-C FILLOUX Le processus enseigner-apprendre et La recherche en sciences de [edushy

cation pp 5-23

I

ir

o Desenllolvimento das Ciencias da EducaFlo 487

Os reparos que acabamos de referir terao evidenciado simultaneamente a novidade que constitui 0 desenvolvimento das cil~nci(Ju fdycay89 comltgt ~l~

certeza_ que rodeia oseu JUJlJIQ e aimprecisao que envolve oseu estatuto Que refacentes m~int~mas Ciiiicias da eCiuCiCa~ com as pmiddotatIC~S educativasEstarao estas dispostas ao seu estudo logo serao elas logicamente posteriores as primeishyras Influirao aquelas na pratica educativa como uma forca inovadora ou serao tao somente um contestavel reflexo Influenciam elas as instituicoes ou na impossibilidade de 0 consegulrem as pessoas que procuram promover a sua evoshylucao Desempenham elas um ~eutralLzador pela ~~~d~_9~~Jltroshyduzem no seu processamento ou suscitam antes a transformacao daquilo cujas lacunas elasverificam--ecomprovam Como estaJelecer 0 seu vinc~lo com a (-1_shyfilosofi~_da~~~cao e ointer-ref()pound0-9i1s~1~~_re~pe_ci-~s ainamicaslstassao II algumas das questoes que pelo menos nos eI (cito formula-

-

1

I

BIBLIOGRAFlA

AVANZINI G Alfred Binet et fa pedagogie scientifique ParlsVrin 1969262 p - Introduction aux sciences de leducation Toulouse Privat 1976 196 p - e coL La pedagogie middotaiiXxe siecie Toulouse Privat 1975391 p BAIN A La science de [education Paris Alcan 1879327 p BINET A Les idees modemes SUT les enants Paris Flammarion 1911 reed 1927 348 p BOVET P Vingt ans de vielInstitut I-I Rousseau de 1912 iI 1932 Neuchatel Delachaux

1932197 p BUISSON F Nouveau dictionnaire de pedagogie et dinstruction primaire Paris Hachette

18873309 p BUYSE R L experimentation en pedagogie Louvaina Lamertin 1935465 p CELLERIER L Esquisse dune science pedagogique Paris Alcan 390 p CLAUSSE A Initiation aux sciences de [education Paris Colin 1967210 p Conferencias internacionais da Instru~ao publica Recommandations 1934-1968 Genebra

UNESCO e BIB 1970399 p DEBESSE- M DMi aux sciences de leducation in revista Sciences de leducation Outubromiddot

-Dezembro de 1973 nO 4 pp 7-19 DEMOOR J eJONCKEERE T La science deleducation Bruxelas Lamertin 1925448 p DOTTRENS R Un laboratoire de pidagogie experimentale Delachaux amp Niestle 1953

63 p laquoCahiers de pedagogie experlmentale et de psychologie de Ienfantraquo - e M1ALARET G Le developpernent des sciences pedagogiques et leur etat actuel in M

DEBESSE e G MIALARET Traite des sciences peclagogiques Paris PUF 1969 pp19-74

DURKHEIM E Socioiogia Educacento e Moral Res Editora FERRIERE AL Amerique latine adopte I ecole active Neuchatel Delachaux 1937174 p FILLOUX J-C Le processus enseigner-apprendre et la recherche en sciences de Ieducation

in Orientations Janeiro de 1971 nO 37 pp5-23 GILLE A Historique de la Faculte de Psychologie et des Sciences de lEducation de lUnishy

versite de Louvain in revista Sciences de [education Janeiro-Maryo de 1974 nO 1 pp10-25

JULLIEN DE PARIS M-A Esquisse dun ouvrage SUT ieducation comparee Genebra Ed du BIB 1962 56 p

MIALARET G Les sciences de leducation Paris PUF 2a ed 1980 MONTESSORI M Pedagogie scientiFrque Bruges Desclee 1958 263 p PAGE A L economie de leducation Paris PUF 1971270 p PIAGET J Lepisternologie des relations interdisciplinaires in Uni-Inormation Fevereiro

de 1973 nO 31 pp 4-8 VIAL J La pedagogie u rasdu sol Paris ESF 1973 164 p

(gt~

----------------------___ __

Page 4: O Desenvolvimento das Ciências da Educação de Gui Avanzini

I [

482 Historia Mundial da Educafiio

grafYas a aCfYao perseverante dos Senhores Chateau Debesse e Mialaret foram criados os graus academicos que passaram a ter 0 seu nome E foi em 1969 que o Instituto de Psicologia e Pedagogia da Universidade de Lovaina se transforshymou na Faculdade de Psicologia e das Ciencias da Educalo (1) Mas quaisquer que sejam as modalidades peculiares a cada pars ou a cada continente foi efecshytivamente no mesmo per(odo que uma evoIUtao mundial levou a adop~ao geneshyralizada de uma locmao cuja util izafYao e doravante duplamente usual no reshygisto epistemologico para conotar 0 conjuntodas abordagens objectivas do feshynomeno educacional e dos organismos (laboratorios assoCla~oes com estafiito privado (2) ou instrtuitoes publicas (3)) que os orientam na linguagem admishynistrativa para designar tanto os graus academicos concedidos por um numero crescente ~e universidadescomo 0 estatuto das investi9aCOescorrespc)ndeAshytes

Ao comentar este processor Debesse escreve laquoSe propus e consegui que fosse util iza~a a expressao (~cien~IaS-~-e~ca_loraquo a n(~Ccf~ el1siQ9J1nlVersi- tario fo porque 0 termo laquopedagogiaraquo passou a ser duplamente equ(voco

_____ ---- - -- -------- - - I sendo simultaneamente limitativo e muito vagoraquo (4) Com efeitoQ[]a_yez que a forma~ao ja senao destina exclusivimienteas criantas e adolescentes mas sim II -

crindiv(duos de toda-s as idadeso vocibulo incrimfnado nao poderia ser reactmiddot vado sem a ignorancia de uma adstrita etimologia Ah~m disso ele e injustamenshyte considerado sinonimo de laquodid~cticoraquo de laquometodo Cfiaactlco) eateuro-ii1es-mo de ((pratica eaucatrv~j)~ ~jaeli9~arTo-r Enfi~ 0 vocabulo nsectotransmite a multiPficiCfide-deabordagens cientfficas de que a educatsecto eobjecto

Esta pluraliza~o especulativa convida a um inventirio ou pelo men os a uma categorizafYao Na impossibilidade de aqui podermos referir e comentar as tipologias de diversos autores (5) sugerimos pois riaturalrriente uma repartimiddot tao em tres grupos

1 as ciencias que estucfam as ideias e as instituiltoes educativas diacronicamenshyte - historia da pedagogia ou da educacao - ou sincronicamente - pedagoshygia comparada ou laquogeografia da educaltaoraquo economia da educaltao socioloshygia da educalo

(1) A GILLE Historique de La Faculte de Psychologie et des Sciences et lEducation de lUniversite de Louvain p 19

(2) Por exemplo IAise-lAipelf a Associacao lnternacional para a Leitura (3) A UNESCO 0 BIE 0 Instituto da UNESCO para a Educayao de Hamburgo etc (4) M DEBESSE Deft aux sciences de leducation p 3 No entanto seria bastante errado

acreditar que a emergencia desta noyao dissipou a confusao tenninol6gica estariamos antes mais tentados a afinnar que ela se acentuou cf Gu~ A V ANZINI Introduction aux sciences de leducation pp 24 e seg

(5) G AVANZINI op cir p 30

o Desenvolvimento das Ciencias da Educacento 483

2 as que se debrwam sobre 0 tema da educacsecto facilitado designadamente pela biologia e pela psicologia sao elas a biopedagogia a psicopedagogia (ou quando se trata de adultos aquilo a que seria necessario chamar-se laquopsicoshy-antropagogiaraquo) e a psicosociologia Em suma sao as diferentes ciencias hushymanas desde que incidam na formacsecto que 0 mesmo sera dizer as disciplishynasaplicadas a que muitos autores chamam naturalmente laquopedagogicasraquo (1)

3 as que constituem 0 objecto da didactica tanto geral (metodos globais de educa~ao e ensino tecnologia de educa~ao docimoJ6gica etc) como espeshycial (a que diz respeito a cada uma das disciplinas do ensino)

Todas estas categorias se relacionam permanentemente com as ciencias fundamentais correspondentes a primeira com a historia geografia economia sociologia a segunda com a fisiologia e a psicoJogia a terceira com a mateshymatica a lingu(stica etc Elas aproximam-se igualmente das que sao referidas por Clausse para quem as mesmas estudam laquopor urn Jado os multiplos aspecshytos da realidade do indivfduo (ciencias fisicas biologicas psicologicas raciais) por outro Jado as condicoes em que se efectua 0 trabalho educativo (civilizashycao ideologia sodedade etc) final mente as tecnicas instrumentais extra fdas dessas diferentes disciplinas e aplicadas ao proprio objecto da accao considerashydaraquo (2)

Nao ignoramos contudo que todas as c~ssific~c6es se apresentam incomshypletas ate mesmo arbitrarias Antes de proCljra~mostoutra que pretend esse ser mais pertinente nao sera preferivel pronunciarmo-nos pela insuficiencia de jure de qualquer intencao tipologica Nao se instit~em efectivamente entre esses campos ineviii3veisinterferenCias devidas ao f~~to do fenomeno em questao a educa~o depender intrinsecamente de varios pareceres Neste sentido ainaQ~shyquacao das categorizacoes depende da natureza dos factos ja que aquilo que de antemao perime a tentativae 0 facto de qualquer ciencia poder num dado moshy

mento da sua dinamica ser ou passar a ser laquodaeaucacaogtCMeSmo bcasionalshymente a ciencia euroI susceptivede irao Emcantroda educa~ao dentro do seu objectiv~ espedfico e no seu proprio ambito sem para isso Ihe consagrar 0

essencial das suas atriblJicoes De resto a importancia dos seus contributos resshypectivos varia consoante as ocasioes ~ a imp~rtancia da p~icologia sempre foi e continua a ser decisiva a da sociologia nao deixou de aumentar desde 1965 e designadiimente sob a influencia do~ senhores Bourdieu e Passeron a ponto de aspirar a uma certa preponderancia (3) Outras ha que vao conquistando aos poucos 0 seu lugar eo caso da economia ja que como escreve Page laquodesde ha

(l) m op cit pp 25-26 (2) M CLAUSSE Initiation aux sciences de leducation p 6 (3) S_ HONQRE Da psicologia a sociologia da educa9ao pp 119-145 in G AVANZINI

--

La pedagogie au xxe siecie I

484 Hist6ria MWldial dil EduCtIfiio

alguns anos que a educa~o entrou no campo de analise da economiaraquo (1) Na realidade a economia da educalao comelB por estudar aquilo que a segunda trouxea primeira ou seja 0 seu contributo para 0 desenvolvimento 0 seu alshycance nesse dom(nio e depois a forma pela qual 0 contributo que ela da aos recursos nacionais interfere na planifica~o global e nela se integra

Foi efectivamente a esperanca que se ficou devendo apluralidade e ao dishynamismo das ciencias da educa~o que em 1966 foi expressa e consagrada pela 60a Recomendalao da Conferencia Internacional da Instrucao Publica para quem cas ciencias da educacao devem ter por objectivo assegurar melhor o pleno desenvolvimento (f(sico intelectual moral estetico e social) do hoshymem tendo em vista a sua melhor forma~o e inte9ra~o socialraquo (2) Mas mais do que Iimitarmo-nos ao balanco dos multiplos trabalhos efectuados sob a sua si9la ha que procurarmos igualmente 0 sentido da sua emergencia ou seja o proprio facto de uma pluralidade que nao pode deixar de parecer paradoxal se na realidade uma ciencia se define por urn metodo e urn objectiv~ como compreender que urn so objectivo a educa~o dependa de varias ciencias e por tal motivo de varios metodos Para ah~m da linguagem administrativa que a consagra significara a passagem do singular para 0 plural apenas a feliz multishyplicidade de abordagens certamente originaismas todas elas radonal e seriamiddot mente reguladas para a apreensao do seu objectivo Prometera essa passagem urn conhecimento mais completd e refinado deste objectiv~ ou ate mesmo no termo da sua s(ntese uma especiede ciencia total Ou pelo contri3rio manishyfestara ela menos complementaridade que concorrencia menos convergencias que competic6es Preenchera ela enfim uma lacuna tantas vezes denunciada referente a um campo durante tanto tempo negligenciado ou revelara uma certa inacessibilidade

Esta pluralizacao e interpretada por Q9ttrens e Mialaret como sElOdo um laquodesenv~h~im~l]toraquo (3) Ao mobilizar uma serie de diiigencias metOdOl09ica-1

mente originais essa Pluralizacao significaria que nenhuma ciencia disfruta de um monopolio que hci outras leg (timas e ate indispensaveise que todas elas ~gJnltlo a teliz form~la~ao de Vial laquorepresentam 0 conjunto das investiga~oes que permitem esclarecer a evolwao do meio educativo os seus intervenientes 0

objecto dos processos da investigacao educativaraquo (4) Assim devido Ii diversifimiddot cacao dos trabalhos e a complexidade dos pontos de vista que suscita tal varieshyd~de~_t~ll]1~nt~_4ffiltil ril-lpound~~

Inversamente ela testemunha igualmente que ainda se nao atingiu urn conhecimento inclusivo das diferentes abordagens propfcio a instaurar leis

(1) A PAGE L economie de [education p 7 (2) Conferencias internacionais da Inst~yao publica Recommandations nO 60 p 330 (3) R DOTTRENS e G MIALARET op cit p 38 (4) 1 VIAL La pedagogie au ras du sol p 26

485 o Desenvolvimento dns Ciencias da Educafiio

universais e a orientar a pratica com seguranca 0 facto da resolucao de urn proshyblema como 0 da laquoigualdade de oportunidades perante a educacaoraquo exigir a coshylaboracao do biologista do sociologo e do psicologo esinal de que a integracao dos seus respectivos contributos nao foi conseguida Ela confirma pois simulshytaneamente a exigencia e a dificuldade do acesso a interdisciplinaridade ou seja segundo a definicao de Piaget 0 acesso a urn nvel de pesquisas (cern que a colaboracao entre disciplinas ou entre sectores heterogemeos de uma mesma ciencia conduza a interaccoes propriamente ditas isto e a uma certa reciproshycidade nos intercambios de forma a que Ilaja em suma urn enriquecimento mutuoraquo (I) Tal dinarnica deveria ainda posteriormente abrir caminho para uma laquoetapa superior transdisciplinar que se nao limitasse a obter interaccoes ou reciprocidades em investigacoes especializadas massituasse essas conexoes no interior de um sistema total sem fronteiras estaveis entre as disciplinaSraquo (2)

Ora de momento esta pluralidade continua a ser concorrencial e compeshytitiva Ela den uncia a tendencia que todos tern em laquoocuparem 0 terrenoraquo e pretenderem a capacidade de uma interpretacao exaustiva do fen6meno edushycacional Em suma a ideologia do investigador incliml-Io-ia a por de parte 0

recurso as abordagens que ele julga suscept(veis de invalidar 0 seu ponto de vista para dar preferencia aquelas de que espera a confirmacao Assirn a bioloshygia e natural mente pouco consultada e ate mesmo rejeitada por iQueles que a julgam capaz de valorizara hereditadedade e 0 congenito e de convlr mais aos defensores do fatalismiisocial du do conservantismo politico Assim tambem pelo facto de lantar 0 olhar pel os cursos individuais e pela hist6ria afectiva das personal idades a psicologia e suspeita de desviar as etiologias colectivas Inver- samente asociplogia e ida comQ capaz de privilegia-Ias e convence-Ias do seu alcance Na realidade a ~ociologia desempenhou um papel de detonador emshypenhando-se por exemplo a demonstrar que a escola pesaria a favor da reproshyduciio

A este prop6sito tal diversidade refracta no seio de muitas nayoes como entre si as rupturas filos6ficas e 0 sempre apontado ru Ir de todo 0 consenso socio-polltico ou moral sobre as finalidades da educaciio Sera tambem no seio de todasas instituicoes chamadas a nela participarem como as Igrejas a Famishylia a Escola ou diversos movimentos que hoje sao alimentadas as teorias mais inconciliaveis ace rca do homem da sociedade e do Estado e que 0 seu antashygonismo fomenta os mais violentos desacordos E neste clima de controversia que se desenvolvem as ciencias da educacao Mesmo supondo-as alheias asua natureza elas~o 1~9jssCiCI~veis da -fiistOria da escola a ponto do estudo sereno poder vir a ser suplantado pelosmiTitantismos conjunturais e as afirmacoes dos princip-ios mais opostos poderem preceder emarginalizar os resultados da invesshy

(1) J PIAGET L epistemgie des relations interdisciplinaires p 8 (2) J PIAGET ibid

Imiddot

486 Histana Mundial do Educacento

tigacao laquocientrficagtl no sentido consagrado do termo E por isso que lange de constituir 0 esboco de urn conhecimento total ou a promessa de uma proxishyma interdisciplinaridade a emergencia das ciencias da educacao denuncia urn grave conflito a falta de objectivos proprios para unir e mobilizar os espfritos nao se desenhando qualquer perfil adulto e nao se libertando qualquer doutrina filos6fica que recolha uma larga adesao em torno de urn sistema au de detershyminada politica escolar ela revel a uma dinamica legitimamente anxiogena da unidade para a dispersao da coesao para a explosao das certezas para a inshycerteza tal e a caminho seguido A crise da sociedade e da cultura prolonga-se numa crise de estruturas e exprime-se atraves da mesma Assim cada qual recorre a um tipo de argumentacao de que espera uma justificacao uma via de concretizacao para os seus projectos ou um melhor discernimento do caminho a seguir

No entanto na medida em que suplanta~ as laquociencias pedagogicasgtl 0 adventodas laquoclencias da edu~ayao) ~~p~~rrrruma modificcao corlsideravel

Iate mesmo uma inversao de perspectiva 0 advento das ciencias da educacao suspende umairivestigacao e~clusivamente pragmatic relativa middotao~~ocessos

I de-ensino~a a substituir por uma interrogacao fundamental acerca aoa-etc ~_~ns~~~r I_e~~lr (j~~_~~ sRn1f~c~~~ seus ~e~~~~~~e middotalcanc~ As ciencias peda~~gi~as con~en ~sse_ncia~f1~n_~e_C3 did_a~tic~~ ~u~ ~r~~~~~_ aperfeicoar

As ClenCl3s da educacao pelo contrano estudam sem rrontelras 0 feI1tm1eno educacioiihl~emiddota-siJal-funcio--Emiddot~~ r~pt~ra com -amiddotmiddotprftimiddotca-middotsTg-iflCa ~macesso a I ma-turda-de-dEindiica ana logo aquele que no seu tempo marcou a historia da

liska da qufmica QU de todas as disciplinas fundamentais FilIou~tem portanto -muita r~zaq ~f1 con~lqerar qUese naadelem procushy1 -~t ~~------~-middot-middot- rar muito ~p~essadamente bases ou aplicacoes prchicas laquoa transicao da Ideia de

~ i laquocienclas pe8agogfcasraquo paraa-iCfeja de laquocienCias da educ~(aogt~J1g~ltnltaneashyi ~JepLeta de si~nifJc-ltg9_LCQnIL1EnGtaS Qur-se t~ate de laquoestudancomo

sociologo ascorrelacoes entre ados educandos e 0 seu exito nos exames coshymo psicosociologo as incidencias das atitudes e da vontade do mestre na dinashy

mica do grupo mestre-alunos ou as incidencias da representacao que tem os alunos dos meios futuros no trabalho escolar como psieologo 0 efeito de Pigmaleaoem tados os casos a intencao e 0 conhecimento e a perspectiva de se utilizarem nao os resultados nao-espec(ficos mas a metodologia das diversas cleneias humanas para a constituicao de uma psicologia social de uma psicoloshygia de facto educativa de uma sociologia (1) A transiC80 do singular para 0

plural representa pois muito mais do que uma evolucao constitui ~ma rupturaII ~~_~p~a~ra~_~-de profiifrn~f~ A-firialida~~da~c~-riCas ~ middotexa~~ariiente

mversa a da ClenCla - -- -

(1) i-C FILLOUX Le processus enseigner-apprendre et La recherche en sciences de [edushy

cation pp 5-23

I

ir

o Desenllolvimento das Ciencias da EducaFlo 487

Os reparos que acabamos de referir terao evidenciado simultaneamente a novidade que constitui 0 desenvolvimento das cil~nci(Ju fdycay89 comltgt ~l~

certeza_ que rodeia oseu JUJlJIQ e aimprecisao que envolve oseu estatuto Que refacentes m~int~mas Ciiiicias da eCiuCiCa~ com as pmiddotatIC~S educativasEstarao estas dispostas ao seu estudo logo serao elas logicamente posteriores as primeishyras Influirao aquelas na pratica educativa como uma forca inovadora ou serao tao somente um contestavel reflexo Influenciam elas as instituicoes ou na impossibilidade de 0 consegulrem as pessoas que procuram promover a sua evoshylucao Desempenham elas um ~eutralLzador pela ~~~d~_9~~Jltroshyduzem no seu processamento ou suscitam antes a transformacao daquilo cujas lacunas elasverificam--ecomprovam Como estaJelecer 0 seu vinc~lo com a (-1_shyfilosofi~_da~~~cao e ointer-ref()pound0-9i1s~1~~_re~pe_ci-~s ainamicaslstassao II algumas das questoes que pelo menos nos eI (cito formula-

-

1

I

BIBLIOGRAFlA

AVANZINI G Alfred Binet et fa pedagogie scientifique ParlsVrin 1969262 p - Introduction aux sciences de leducation Toulouse Privat 1976 196 p - e coL La pedagogie middotaiiXxe siecie Toulouse Privat 1975391 p BAIN A La science de [education Paris Alcan 1879327 p BINET A Les idees modemes SUT les enants Paris Flammarion 1911 reed 1927 348 p BOVET P Vingt ans de vielInstitut I-I Rousseau de 1912 iI 1932 Neuchatel Delachaux

1932197 p BUISSON F Nouveau dictionnaire de pedagogie et dinstruction primaire Paris Hachette

18873309 p BUYSE R L experimentation en pedagogie Louvaina Lamertin 1935465 p CELLERIER L Esquisse dune science pedagogique Paris Alcan 390 p CLAUSSE A Initiation aux sciences de [education Paris Colin 1967210 p Conferencias internacionais da Instru~ao publica Recommandations 1934-1968 Genebra

UNESCO e BIB 1970399 p DEBESSE- M DMi aux sciences de leducation in revista Sciences de leducation Outubromiddot

-Dezembro de 1973 nO 4 pp 7-19 DEMOOR J eJONCKEERE T La science deleducation Bruxelas Lamertin 1925448 p DOTTRENS R Un laboratoire de pidagogie experimentale Delachaux amp Niestle 1953

63 p laquoCahiers de pedagogie experlmentale et de psychologie de Ienfantraquo - e M1ALARET G Le developpernent des sciences pedagogiques et leur etat actuel in M

DEBESSE e G MIALARET Traite des sciences peclagogiques Paris PUF 1969 pp19-74

DURKHEIM E Socioiogia Educacento e Moral Res Editora FERRIERE AL Amerique latine adopte I ecole active Neuchatel Delachaux 1937174 p FILLOUX J-C Le processus enseigner-apprendre et la recherche en sciences de Ieducation

in Orientations Janeiro de 1971 nO 37 pp5-23 GILLE A Historique de la Faculte de Psychologie et des Sciences de lEducation de lUnishy

versite de Louvain in revista Sciences de [education Janeiro-Maryo de 1974 nO 1 pp10-25

JULLIEN DE PARIS M-A Esquisse dun ouvrage SUT ieducation comparee Genebra Ed du BIB 1962 56 p

MIALARET G Les sciences de leducation Paris PUF 2a ed 1980 MONTESSORI M Pedagogie scientiFrque Bruges Desclee 1958 263 p PAGE A L economie de leducation Paris PUF 1971270 p PIAGET J Lepisternologie des relations interdisciplinaires in Uni-Inormation Fevereiro

de 1973 nO 31 pp 4-8 VIAL J La pedagogie u rasdu sol Paris ESF 1973 164 p

(gt~

----------------------___ __

Page 5: O Desenvolvimento das Ciências da Educação de Gui Avanzini

o Desenvolvimento das Ciencias da Educacento 483

2 as que se debrwam sobre 0 tema da educacsecto facilitado designadamente pela biologia e pela psicologia sao elas a biopedagogia a psicopedagogia (ou quando se trata de adultos aquilo a que seria necessario chamar-se laquopsicoshy-antropagogiaraquo) e a psicosociologia Em suma sao as diferentes ciencias hushymanas desde que incidam na formacsecto que 0 mesmo sera dizer as disciplishynasaplicadas a que muitos autores chamam naturalmente laquopedagogicasraquo (1)

3 as que constituem 0 objecto da didactica tanto geral (metodos globais de educa~ao e ensino tecnologia de educa~ao docimoJ6gica etc) como espeshycial (a que diz respeito a cada uma das disciplinas do ensino)

Todas estas categorias se relacionam permanentemente com as ciencias fundamentais correspondentes a primeira com a historia geografia economia sociologia a segunda com a fisiologia e a psicoJogia a terceira com a mateshymatica a lingu(stica etc Elas aproximam-se igualmente das que sao referidas por Clausse para quem as mesmas estudam laquopor urn Jado os multiplos aspecshytos da realidade do indivfduo (ciencias fisicas biologicas psicologicas raciais) por outro Jado as condicoes em que se efectua 0 trabalho educativo (civilizashycao ideologia sodedade etc) final mente as tecnicas instrumentais extra fdas dessas diferentes disciplinas e aplicadas ao proprio objecto da accao considerashydaraquo (2)

Nao ignoramos contudo que todas as c~ssific~c6es se apresentam incomshypletas ate mesmo arbitrarias Antes de proCljra~mostoutra que pretend esse ser mais pertinente nao sera preferivel pronunciarmo-nos pela insuficiencia de jure de qualquer intencao tipologica Nao se instit~em efectivamente entre esses campos ineviii3veisinterferenCias devidas ao f~~to do fenomeno em questao a educa~o depender intrinsecamente de varios pareceres Neste sentido ainaQ~shyquacao das categorizacoes depende da natureza dos factos ja que aquilo que de antemao perime a tentativae 0 facto de qualquer ciencia poder num dado moshy

mento da sua dinamica ser ou passar a ser laquodaeaucacaogtCMeSmo bcasionalshymente a ciencia euroI susceptivede irao Emcantroda educa~ao dentro do seu objectiv~ espedfico e no seu proprio ambito sem para isso Ihe consagrar 0

essencial das suas atriblJicoes De resto a importancia dos seus contributos resshypectivos varia consoante as ocasioes ~ a imp~rtancia da p~icologia sempre foi e continua a ser decisiva a da sociologia nao deixou de aumentar desde 1965 e designadiimente sob a influencia do~ senhores Bourdieu e Passeron a ponto de aspirar a uma certa preponderancia (3) Outras ha que vao conquistando aos poucos 0 seu lugar eo caso da economia ja que como escreve Page laquodesde ha

(l) m op cit pp 25-26 (2) M CLAUSSE Initiation aux sciences de leducation p 6 (3) S_ HONQRE Da psicologia a sociologia da educa9ao pp 119-145 in G AVANZINI

--

La pedagogie au xxe siecie I

484 Hist6ria MWldial dil EduCtIfiio

alguns anos que a educa~o entrou no campo de analise da economiaraquo (1) Na realidade a economia da educalao comelB por estudar aquilo que a segunda trouxea primeira ou seja 0 seu contributo para 0 desenvolvimento 0 seu alshycance nesse dom(nio e depois a forma pela qual 0 contributo que ela da aos recursos nacionais interfere na planifica~o global e nela se integra

Foi efectivamente a esperanca que se ficou devendo apluralidade e ao dishynamismo das ciencias da educa~o que em 1966 foi expressa e consagrada pela 60a Recomendalao da Conferencia Internacional da Instrucao Publica para quem cas ciencias da educacao devem ter por objectivo assegurar melhor o pleno desenvolvimento (f(sico intelectual moral estetico e social) do hoshymem tendo em vista a sua melhor forma~o e inte9ra~o socialraquo (2) Mas mais do que Iimitarmo-nos ao balanco dos multiplos trabalhos efectuados sob a sua si9la ha que procurarmos igualmente 0 sentido da sua emergencia ou seja o proprio facto de uma pluralidade que nao pode deixar de parecer paradoxal se na realidade uma ciencia se define por urn metodo e urn objectiv~ como compreender que urn so objectivo a educa~o dependa de varias ciencias e por tal motivo de varios metodos Para ah~m da linguagem administrativa que a consagra significara a passagem do singular para 0 plural apenas a feliz multishyplicidade de abordagens certamente originaismas todas elas radonal e seriamiddot mente reguladas para a apreensao do seu objectivo Prometera essa passagem urn conhecimento mais completd e refinado deste objectiv~ ou ate mesmo no termo da sua s(ntese uma especiede ciencia total Ou pelo contri3rio manishyfestara ela menos complementaridade que concorrencia menos convergencias que competic6es Preenchera ela enfim uma lacuna tantas vezes denunciada referente a um campo durante tanto tempo negligenciado ou revelara uma certa inacessibilidade

Esta pluralizacao e interpretada por Q9ttrens e Mialaret como sElOdo um laquodesenv~h~im~l]toraquo (3) Ao mobilizar uma serie de diiigencias metOdOl09ica-1

mente originais essa Pluralizacao significaria que nenhuma ciencia disfruta de um monopolio que hci outras leg (timas e ate indispensaveise que todas elas ~gJnltlo a teliz form~la~ao de Vial laquorepresentam 0 conjunto das investiga~oes que permitem esclarecer a evolwao do meio educativo os seus intervenientes 0

objecto dos processos da investigacao educativaraquo (4) Assim devido Ii diversifimiddot cacao dos trabalhos e a complexidade dos pontos de vista que suscita tal varieshyd~de~_t~ll]1~nt~_4ffiltil ril-lpound~~

Inversamente ela testemunha igualmente que ainda se nao atingiu urn conhecimento inclusivo das diferentes abordagens propfcio a instaurar leis

(1) A PAGE L economie de [education p 7 (2) Conferencias internacionais da Inst~yao publica Recommandations nO 60 p 330 (3) R DOTTRENS e G MIALARET op cit p 38 (4) 1 VIAL La pedagogie au ras du sol p 26

485 o Desenvolvimento dns Ciencias da Educafiio

universais e a orientar a pratica com seguranca 0 facto da resolucao de urn proshyblema como 0 da laquoigualdade de oportunidades perante a educacaoraquo exigir a coshylaboracao do biologista do sociologo e do psicologo esinal de que a integracao dos seus respectivos contributos nao foi conseguida Ela confirma pois simulshytaneamente a exigencia e a dificuldade do acesso a interdisciplinaridade ou seja segundo a definicao de Piaget 0 acesso a urn nvel de pesquisas (cern que a colaboracao entre disciplinas ou entre sectores heterogemeos de uma mesma ciencia conduza a interaccoes propriamente ditas isto e a uma certa reciproshycidade nos intercambios de forma a que Ilaja em suma urn enriquecimento mutuoraquo (I) Tal dinarnica deveria ainda posteriormente abrir caminho para uma laquoetapa superior transdisciplinar que se nao limitasse a obter interaccoes ou reciprocidades em investigacoes especializadas massituasse essas conexoes no interior de um sistema total sem fronteiras estaveis entre as disciplinaSraquo (2)

Ora de momento esta pluralidade continua a ser concorrencial e compeshytitiva Ela den uncia a tendencia que todos tern em laquoocuparem 0 terrenoraquo e pretenderem a capacidade de uma interpretacao exaustiva do fen6meno edushycacional Em suma a ideologia do investigador incliml-Io-ia a por de parte 0

recurso as abordagens que ele julga suscept(veis de invalidar 0 seu ponto de vista para dar preferencia aquelas de que espera a confirmacao Assirn a bioloshygia e natural mente pouco consultada e ate mesmo rejeitada por iQueles que a julgam capaz de valorizara hereditadedade e 0 congenito e de convlr mais aos defensores do fatalismiisocial du do conservantismo politico Assim tambem pelo facto de lantar 0 olhar pel os cursos individuais e pela hist6ria afectiva das personal idades a psicologia e suspeita de desviar as etiologias colectivas Inver- samente asociplogia e ida comQ capaz de privilegia-Ias e convence-Ias do seu alcance Na realidade a ~ociologia desempenhou um papel de detonador emshypenhando-se por exemplo a demonstrar que a escola pesaria a favor da reproshyduciio

A este prop6sito tal diversidade refracta no seio de muitas nayoes como entre si as rupturas filos6ficas e 0 sempre apontado ru Ir de todo 0 consenso socio-polltico ou moral sobre as finalidades da educaciio Sera tambem no seio de todasas instituicoes chamadas a nela participarem como as Igrejas a Famishylia a Escola ou diversos movimentos que hoje sao alimentadas as teorias mais inconciliaveis ace rca do homem da sociedade e do Estado e que 0 seu antashygonismo fomenta os mais violentos desacordos E neste clima de controversia que se desenvolvem as ciencias da educacao Mesmo supondo-as alheias asua natureza elas~o 1~9jssCiCI~veis da -fiistOria da escola a ponto do estudo sereno poder vir a ser suplantado pelosmiTitantismos conjunturais e as afirmacoes dos princip-ios mais opostos poderem preceder emarginalizar os resultados da invesshy

(1) J PIAGET L epistemgie des relations interdisciplinaires p 8 (2) J PIAGET ibid

Imiddot

486 Histana Mundial do Educacento

tigacao laquocientrficagtl no sentido consagrado do termo E por isso que lange de constituir 0 esboco de urn conhecimento total ou a promessa de uma proxishyma interdisciplinaridade a emergencia das ciencias da educacao denuncia urn grave conflito a falta de objectivos proprios para unir e mobilizar os espfritos nao se desenhando qualquer perfil adulto e nao se libertando qualquer doutrina filos6fica que recolha uma larga adesao em torno de urn sistema au de detershyminada politica escolar ela revel a uma dinamica legitimamente anxiogena da unidade para a dispersao da coesao para a explosao das certezas para a inshycerteza tal e a caminho seguido A crise da sociedade e da cultura prolonga-se numa crise de estruturas e exprime-se atraves da mesma Assim cada qual recorre a um tipo de argumentacao de que espera uma justificacao uma via de concretizacao para os seus projectos ou um melhor discernimento do caminho a seguir

No entanto na medida em que suplanta~ as laquociencias pedagogicasgtl 0 adventodas laquoclencias da edu~ayao) ~~p~~rrrruma modificcao corlsideravel

Iate mesmo uma inversao de perspectiva 0 advento das ciencias da educacao suspende umairivestigacao e~clusivamente pragmatic relativa middotao~~ocessos

I de-ensino~a a substituir por uma interrogacao fundamental acerca aoa-etc ~_~ns~~~r I_e~~lr (j~~_~~ sRn1f~c~~~ seus ~e~~~~~~e middotalcanc~ As ciencias peda~~gi~as con~en ~sse_ncia~f1~n_~e_C3 did_a~tic~~ ~u~ ~r~~~~~_ aperfeicoar

As ClenCl3s da educacao pelo contrano estudam sem rrontelras 0 feI1tm1eno educacioiihl~emiddota-siJal-funcio--Emiddot~~ r~pt~ra com -amiddotmiddotprftimiddotca-middotsTg-iflCa ~macesso a I ma-turda-de-dEindiica ana logo aquele que no seu tempo marcou a historia da

liska da qufmica QU de todas as disciplinas fundamentais FilIou~tem portanto -muita r~zaq ~f1 con~lqerar qUese naadelem procushy1 -~t ~~------~-middot-middot- rar muito ~p~essadamente bases ou aplicacoes prchicas laquoa transicao da Ideia de

~ i laquocienclas pe8agogfcasraquo paraa-iCfeja de laquocienCias da educ~(aogt~J1g~ltnltaneashyi ~JepLeta de si~nifJc-ltg9_LCQnIL1EnGtaS Qur-se t~ate de laquoestudancomo

sociologo ascorrelacoes entre ados educandos e 0 seu exito nos exames coshymo psicosociologo as incidencias das atitudes e da vontade do mestre na dinashy

mica do grupo mestre-alunos ou as incidencias da representacao que tem os alunos dos meios futuros no trabalho escolar como psieologo 0 efeito de Pigmaleaoem tados os casos a intencao e 0 conhecimento e a perspectiva de se utilizarem nao os resultados nao-espec(ficos mas a metodologia das diversas cleneias humanas para a constituicao de uma psicologia social de uma psicoloshygia de facto educativa de uma sociologia (1) A transiC80 do singular para 0

plural representa pois muito mais do que uma evolucao constitui ~ma rupturaII ~~_~p~a~ra~_~-de profiifrn~f~ A-firialida~~da~c~-riCas ~ middotexa~~ariiente

mversa a da ClenCla - -- -

(1) i-C FILLOUX Le processus enseigner-apprendre et La recherche en sciences de [edushy

cation pp 5-23

I

ir

o Desenllolvimento das Ciencias da EducaFlo 487

Os reparos que acabamos de referir terao evidenciado simultaneamente a novidade que constitui 0 desenvolvimento das cil~nci(Ju fdycay89 comltgt ~l~

certeza_ que rodeia oseu JUJlJIQ e aimprecisao que envolve oseu estatuto Que refacentes m~int~mas Ciiiicias da eCiuCiCa~ com as pmiddotatIC~S educativasEstarao estas dispostas ao seu estudo logo serao elas logicamente posteriores as primeishyras Influirao aquelas na pratica educativa como uma forca inovadora ou serao tao somente um contestavel reflexo Influenciam elas as instituicoes ou na impossibilidade de 0 consegulrem as pessoas que procuram promover a sua evoshylucao Desempenham elas um ~eutralLzador pela ~~~d~_9~~Jltroshyduzem no seu processamento ou suscitam antes a transformacao daquilo cujas lacunas elasverificam--ecomprovam Como estaJelecer 0 seu vinc~lo com a (-1_shyfilosofi~_da~~~cao e ointer-ref()pound0-9i1s~1~~_re~pe_ci-~s ainamicaslstassao II algumas das questoes que pelo menos nos eI (cito formula-

-

1

I

BIBLIOGRAFlA

AVANZINI G Alfred Binet et fa pedagogie scientifique ParlsVrin 1969262 p - Introduction aux sciences de leducation Toulouse Privat 1976 196 p - e coL La pedagogie middotaiiXxe siecie Toulouse Privat 1975391 p BAIN A La science de [education Paris Alcan 1879327 p BINET A Les idees modemes SUT les enants Paris Flammarion 1911 reed 1927 348 p BOVET P Vingt ans de vielInstitut I-I Rousseau de 1912 iI 1932 Neuchatel Delachaux

1932197 p BUISSON F Nouveau dictionnaire de pedagogie et dinstruction primaire Paris Hachette

18873309 p BUYSE R L experimentation en pedagogie Louvaina Lamertin 1935465 p CELLERIER L Esquisse dune science pedagogique Paris Alcan 390 p CLAUSSE A Initiation aux sciences de [education Paris Colin 1967210 p Conferencias internacionais da Instru~ao publica Recommandations 1934-1968 Genebra

UNESCO e BIB 1970399 p DEBESSE- M DMi aux sciences de leducation in revista Sciences de leducation Outubromiddot

-Dezembro de 1973 nO 4 pp 7-19 DEMOOR J eJONCKEERE T La science deleducation Bruxelas Lamertin 1925448 p DOTTRENS R Un laboratoire de pidagogie experimentale Delachaux amp Niestle 1953

63 p laquoCahiers de pedagogie experlmentale et de psychologie de Ienfantraquo - e M1ALARET G Le developpernent des sciences pedagogiques et leur etat actuel in M

DEBESSE e G MIALARET Traite des sciences peclagogiques Paris PUF 1969 pp19-74

DURKHEIM E Socioiogia Educacento e Moral Res Editora FERRIERE AL Amerique latine adopte I ecole active Neuchatel Delachaux 1937174 p FILLOUX J-C Le processus enseigner-apprendre et la recherche en sciences de Ieducation

in Orientations Janeiro de 1971 nO 37 pp5-23 GILLE A Historique de la Faculte de Psychologie et des Sciences de lEducation de lUnishy

versite de Louvain in revista Sciences de [education Janeiro-Maryo de 1974 nO 1 pp10-25

JULLIEN DE PARIS M-A Esquisse dun ouvrage SUT ieducation comparee Genebra Ed du BIB 1962 56 p

MIALARET G Les sciences de leducation Paris PUF 2a ed 1980 MONTESSORI M Pedagogie scientiFrque Bruges Desclee 1958 263 p PAGE A L economie de leducation Paris PUF 1971270 p PIAGET J Lepisternologie des relations interdisciplinaires in Uni-Inormation Fevereiro

de 1973 nO 31 pp 4-8 VIAL J La pedagogie u rasdu sol Paris ESF 1973 164 p

(gt~

----------------------___ __

Page 6: O Desenvolvimento das Ciências da Educação de Gui Avanzini

484 Hist6ria MWldial dil EduCtIfiio

alguns anos que a educa~o entrou no campo de analise da economiaraquo (1) Na realidade a economia da educalao comelB por estudar aquilo que a segunda trouxea primeira ou seja 0 seu contributo para 0 desenvolvimento 0 seu alshycance nesse dom(nio e depois a forma pela qual 0 contributo que ela da aos recursos nacionais interfere na planifica~o global e nela se integra

Foi efectivamente a esperanca que se ficou devendo apluralidade e ao dishynamismo das ciencias da educa~o que em 1966 foi expressa e consagrada pela 60a Recomendalao da Conferencia Internacional da Instrucao Publica para quem cas ciencias da educacao devem ter por objectivo assegurar melhor o pleno desenvolvimento (f(sico intelectual moral estetico e social) do hoshymem tendo em vista a sua melhor forma~o e inte9ra~o socialraquo (2) Mas mais do que Iimitarmo-nos ao balanco dos multiplos trabalhos efectuados sob a sua si9la ha que procurarmos igualmente 0 sentido da sua emergencia ou seja o proprio facto de uma pluralidade que nao pode deixar de parecer paradoxal se na realidade uma ciencia se define por urn metodo e urn objectiv~ como compreender que urn so objectivo a educa~o dependa de varias ciencias e por tal motivo de varios metodos Para ah~m da linguagem administrativa que a consagra significara a passagem do singular para 0 plural apenas a feliz multishyplicidade de abordagens certamente originaismas todas elas radonal e seriamiddot mente reguladas para a apreensao do seu objectivo Prometera essa passagem urn conhecimento mais completd e refinado deste objectiv~ ou ate mesmo no termo da sua s(ntese uma especiede ciencia total Ou pelo contri3rio manishyfestara ela menos complementaridade que concorrencia menos convergencias que competic6es Preenchera ela enfim uma lacuna tantas vezes denunciada referente a um campo durante tanto tempo negligenciado ou revelara uma certa inacessibilidade

Esta pluralizacao e interpretada por Q9ttrens e Mialaret como sElOdo um laquodesenv~h~im~l]toraquo (3) Ao mobilizar uma serie de diiigencias metOdOl09ica-1

mente originais essa Pluralizacao significaria que nenhuma ciencia disfruta de um monopolio que hci outras leg (timas e ate indispensaveise que todas elas ~gJnltlo a teliz form~la~ao de Vial laquorepresentam 0 conjunto das investiga~oes que permitem esclarecer a evolwao do meio educativo os seus intervenientes 0

objecto dos processos da investigacao educativaraquo (4) Assim devido Ii diversifimiddot cacao dos trabalhos e a complexidade dos pontos de vista que suscita tal varieshyd~de~_t~ll]1~nt~_4ffiltil ril-lpound~~

Inversamente ela testemunha igualmente que ainda se nao atingiu urn conhecimento inclusivo das diferentes abordagens propfcio a instaurar leis

(1) A PAGE L economie de [education p 7 (2) Conferencias internacionais da Inst~yao publica Recommandations nO 60 p 330 (3) R DOTTRENS e G MIALARET op cit p 38 (4) 1 VIAL La pedagogie au ras du sol p 26

485 o Desenvolvimento dns Ciencias da Educafiio

universais e a orientar a pratica com seguranca 0 facto da resolucao de urn proshyblema como 0 da laquoigualdade de oportunidades perante a educacaoraquo exigir a coshylaboracao do biologista do sociologo e do psicologo esinal de que a integracao dos seus respectivos contributos nao foi conseguida Ela confirma pois simulshytaneamente a exigencia e a dificuldade do acesso a interdisciplinaridade ou seja segundo a definicao de Piaget 0 acesso a urn nvel de pesquisas (cern que a colaboracao entre disciplinas ou entre sectores heterogemeos de uma mesma ciencia conduza a interaccoes propriamente ditas isto e a uma certa reciproshycidade nos intercambios de forma a que Ilaja em suma urn enriquecimento mutuoraquo (I) Tal dinarnica deveria ainda posteriormente abrir caminho para uma laquoetapa superior transdisciplinar que se nao limitasse a obter interaccoes ou reciprocidades em investigacoes especializadas massituasse essas conexoes no interior de um sistema total sem fronteiras estaveis entre as disciplinaSraquo (2)

Ora de momento esta pluralidade continua a ser concorrencial e compeshytitiva Ela den uncia a tendencia que todos tern em laquoocuparem 0 terrenoraquo e pretenderem a capacidade de uma interpretacao exaustiva do fen6meno edushycacional Em suma a ideologia do investigador incliml-Io-ia a por de parte 0

recurso as abordagens que ele julga suscept(veis de invalidar 0 seu ponto de vista para dar preferencia aquelas de que espera a confirmacao Assirn a bioloshygia e natural mente pouco consultada e ate mesmo rejeitada por iQueles que a julgam capaz de valorizara hereditadedade e 0 congenito e de convlr mais aos defensores do fatalismiisocial du do conservantismo politico Assim tambem pelo facto de lantar 0 olhar pel os cursos individuais e pela hist6ria afectiva das personal idades a psicologia e suspeita de desviar as etiologias colectivas Inver- samente asociplogia e ida comQ capaz de privilegia-Ias e convence-Ias do seu alcance Na realidade a ~ociologia desempenhou um papel de detonador emshypenhando-se por exemplo a demonstrar que a escola pesaria a favor da reproshyduciio

A este prop6sito tal diversidade refracta no seio de muitas nayoes como entre si as rupturas filos6ficas e 0 sempre apontado ru Ir de todo 0 consenso socio-polltico ou moral sobre as finalidades da educaciio Sera tambem no seio de todasas instituicoes chamadas a nela participarem como as Igrejas a Famishylia a Escola ou diversos movimentos que hoje sao alimentadas as teorias mais inconciliaveis ace rca do homem da sociedade e do Estado e que 0 seu antashygonismo fomenta os mais violentos desacordos E neste clima de controversia que se desenvolvem as ciencias da educacao Mesmo supondo-as alheias asua natureza elas~o 1~9jssCiCI~veis da -fiistOria da escola a ponto do estudo sereno poder vir a ser suplantado pelosmiTitantismos conjunturais e as afirmacoes dos princip-ios mais opostos poderem preceder emarginalizar os resultados da invesshy

(1) J PIAGET L epistemgie des relations interdisciplinaires p 8 (2) J PIAGET ibid

Imiddot

486 Histana Mundial do Educacento

tigacao laquocientrficagtl no sentido consagrado do termo E por isso que lange de constituir 0 esboco de urn conhecimento total ou a promessa de uma proxishyma interdisciplinaridade a emergencia das ciencias da educacao denuncia urn grave conflito a falta de objectivos proprios para unir e mobilizar os espfritos nao se desenhando qualquer perfil adulto e nao se libertando qualquer doutrina filos6fica que recolha uma larga adesao em torno de urn sistema au de detershyminada politica escolar ela revel a uma dinamica legitimamente anxiogena da unidade para a dispersao da coesao para a explosao das certezas para a inshycerteza tal e a caminho seguido A crise da sociedade e da cultura prolonga-se numa crise de estruturas e exprime-se atraves da mesma Assim cada qual recorre a um tipo de argumentacao de que espera uma justificacao uma via de concretizacao para os seus projectos ou um melhor discernimento do caminho a seguir

No entanto na medida em que suplanta~ as laquociencias pedagogicasgtl 0 adventodas laquoclencias da edu~ayao) ~~p~~rrrruma modificcao corlsideravel

Iate mesmo uma inversao de perspectiva 0 advento das ciencias da educacao suspende umairivestigacao e~clusivamente pragmatic relativa middotao~~ocessos

I de-ensino~a a substituir por uma interrogacao fundamental acerca aoa-etc ~_~ns~~~r I_e~~lr (j~~_~~ sRn1f~c~~~ seus ~e~~~~~~e middotalcanc~ As ciencias peda~~gi~as con~en ~sse_ncia~f1~n_~e_C3 did_a~tic~~ ~u~ ~r~~~~~_ aperfeicoar

As ClenCl3s da educacao pelo contrano estudam sem rrontelras 0 feI1tm1eno educacioiihl~emiddota-siJal-funcio--Emiddot~~ r~pt~ra com -amiddotmiddotprftimiddotca-middotsTg-iflCa ~macesso a I ma-turda-de-dEindiica ana logo aquele que no seu tempo marcou a historia da

liska da qufmica QU de todas as disciplinas fundamentais FilIou~tem portanto -muita r~zaq ~f1 con~lqerar qUese naadelem procushy1 -~t ~~------~-middot-middot- rar muito ~p~essadamente bases ou aplicacoes prchicas laquoa transicao da Ideia de

~ i laquocienclas pe8agogfcasraquo paraa-iCfeja de laquocienCias da educ~(aogt~J1g~ltnltaneashyi ~JepLeta de si~nifJc-ltg9_LCQnIL1EnGtaS Qur-se t~ate de laquoestudancomo

sociologo ascorrelacoes entre ados educandos e 0 seu exito nos exames coshymo psicosociologo as incidencias das atitudes e da vontade do mestre na dinashy

mica do grupo mestre-alunos ou as incidencias da representacao que tem os alunos dos meios futuros no trabalho escolar como psieologo 0 efeito de Pigmaleaoem tados os casos a intencao e 0 conhecimento e a perspectiva de se utilizarem nao os resultados nao-espec(ficos mas a metodologia das diversas cleneias humanas para a constituicao de uma psicologia social de uma psicoloshygia de facto educativa de uma sociologia (1) A transiC80 do singular para 0

plural representa pois muito mais do que uma evolucao constitui ~ma rupturaII ~~_~p~a~ra~_~-de profiifrn~f~ A-firialida~~da~c~-riCas ~ middotexa~~ariiente

mversa a da ClenCla - -- -

(1) i-C FILLOUX Le processus enseigner-apprendre et La recherche en sciences de [edushy

cation pp 5-23

I

ir

o Desenllolvimento das Ciencias da EducaFlo 487

Os reparos que acabamos de referir terao evidenciado simultaneamente a novidade que constitui 0 desenvolvimento das cil~nci(Ju fdycay89 comltgt ~l~

certeza_ que rodeia oseu JUJlJIQ e aimprecisao que envolve oseu estatuto Que refacentes m~int~mas Ciiiicias da eCiuCiCa~ com as pmiddotatIC~S educativasEstarao estas dispostas ao seu estudo logo serao elas logicamente posteriores as primeishyras Influirao aquelas na pratica educativa como uma forca inovadora ou serao tao somente um contestavel reflexo Influenciam elas as instituicoes ou na impossibilidade de 0 consegulrem as pessoas que procuram promover a sua evoshylucao Desempenham elas um ~eutralLzador pela ~~~d~_9~~Jltroshyduzem no seu processamento ou suscitam antes a transformacao daquilo cujas lacunas elasverificam--ecomprovam Como estaJelecer 0 seu vinc~lo com a (-1_shyfilosofi~_da~~~cao e ointer-ref()pound0-9i1s~1~~_re~pe_ci-~s ainamicaslstassao II algumas das questoes que pelo menos nos eI (cito formula-

-

1

I

BIBLIOGRAFlA

AVANZINI G Alfred Binet et fa pedagogie scientifique ParlsVrin 1969262 p - Introduction aux sciences de leducation Toulouse Privat 1976 196 p - e coL La pedagogie middotaiiXxe siecie Toulouse Privat 1975391 p BAIN A La science de [education Paris Alcan 1879327 p BINET A Les idees modemes SUT les enants Paris Flammarion 1911 reed 1927 348 p BOVET P Vingt ans de vielInstitut I-I Rousseau de 1912 iI 1932 Neuchatel Delachaux

1932197 p BUISSON F Nouveau dictionnaire de pedagogie et dinstruction primaire Paris Hachette

18873309 p BUYSE R L experimentation en pedagogie Louvaina Lamertin 1935465 p CELLERIER L Esquisse dune science pedagogique Paris Alcan 390 p CLAUSSE A Initiation aux sciences de [education Paris Colin 1967210 p Conferencias internacionais da Instru~ao publica Recommandations 1934-1968 Genebra

UNESCO e BIB 1970399 p DEBESSE- M DMi aux sciences de leducation in revista Sciences de leducation Outubromiddot

-Dezembro de 1973 nO 4 pp 7-19 DEMOOR J eJONCKEERE T La science deleducation Bruxelas Lamertin 1925448 p DOTTRENS R Un laboratoire de pidagogie experimentale Delachaux amp Niestle 1953

63 p laquoCahiers de pedagogie experlmentale et de psychologie de Ienfantraquo - e M1ALARET G Le developpernent des sciences pedagogiques et leur etat actuel in M

DEBESSE e G MIALARET Traite des sciences peclagogiques Paris PUF 1969 pp19-74

DURKHEIM E Socioiogia Educacento e Moral Res Editora FERRIERE AL Amerique latine adopte I ecole active Neuchatel Delachaux 1937174 p FILLOUX J-C Le processus enseigner-apprendre et la recherche en sciences de Ieducation

in Orientations Janeiro de 1971 nO 37 pp5-23 GILLE A Historique de la Faculte de Psychologie et des Sciences de lEducation de lUnishy

versite de Louvain in revista Sciences de [education Janeiro-Maryo de 1974 nO 1 pp10-25

JULLIEN DE PARIS M-A Esquisse dun ouvrage SUT ieducation comparee Genebra Ed du BIB 1962 56 p

MIALARET G Les sciences de leducation Paris PUF 2a ed 1980 MONTESSORI M Pedagogie scientiFrque Bruges Desclee 1958 263 p PAGE A L economie de leducation Paris PUF 1971270 p PIAGET J Lepisternologie des relations interdisciplinaires in Uni-Inormation Fevereiro

de 1973 nO 31 pp 4-8 VIAL J La pedagogie u rasdu sol Paris ESF 1973 164 p

(gt~

----------------------___ __

Page 7: O Desenvolvimento das Ciências da Educação de Gui Avanzini

485 o Desenvolvimento dns Ciencias da Educafiio

universais e a orientar a pratica com seguranca 0 facto da resolucao de urn proshyblema como 0 da laquoigualdade de oportunidades perante a educacaoraquo exigir a coshylaboracao do biologista do sociologo e do psicologo esinal de que a integracao dos seus respectivos contributos nao foi conseguida Ela confirma pois simulshytaneamente a exigencia e a dificuldade do acesso a interdisciplinaridade ou seja segundo a definicao de Piaget 0 acesso a urn nvel de pesquisas (cern que a colaboracao entre disciplinas ou entre sectores heterogemeos de uma mesma ciencia conduza a interaccoes propriamente ditas isto e a uma certa reciproshycidade nos intercambios de forma a que Ilaja em suma urn enriquecimento mutuoraquo (I) Tal dinarnica deveria ainda posteriormente abrir caminho para uma laquoetapa superior transdisciplinar que se nao limitasse a obter interaccoes ou reciprocidades em investigacoes especializadas massituasse essas conexoes no interior de um sistema total sem fronteiras estaveis entre as disciplinaSraquo (2)

Ora de momento esta pluralidade continua a ser concorrencial e compeshytitiva Ela den uncia a tendencia que todos tern em laquoocuparem 0 terrenoraquo e pretenderem a capacidade de uma interpretacao exaustiva do fen6meno edushycacional Em suma a ideologia do investigador incliml-Io-ia a por de parte 0

recurso as abordagens que ele julga suscept(veis de invalidar 0 seu ponto de vista para dar preferencia aquelas de que espera a confirmacao Assirn a bioloshygia e natural mente pouco consultada e ate mesmo rejeitada por iQueles que a julgam capaz de valorizara hereditadedade e 0 congenito e de convlr mais aos defensores do fatalismiisocial du do conservantismo politico Assim tambem pelo facto de lantar 0 olhar pel os cursos individuais e pela hist6ria afectiva das personal idades a psicologia e suspeita de desviar as etiologias colectivas Inver- samente asociplogia e ida comQ capaz de privilegia-Ias e convence-Ias do seu alcance Na realidade a ~ociologia desempenhou um papel de detonador emshypenhando-se por exemplo a demonstrar que a escola pesaria a favor da reproshyduciio

A este prop6sito tal diversidade refracta no seio de muitas nayoes como entre si as rupturas filos6ficas e 0 sempre apontado ru Ir de todo 0 consenso socio-polltico ou moral sobre as finalidades da educaciio Sera tambem no seio de todasas instituicoes chamadas a nela participarem como as Igrejas a Famishylia a Escola ou diversos movimentos que hoje sao alimentadas as teorias mais inconciliaveis ace rca do homem da sociedade e do Estado e que 0 seu antashygonismo fomenta os mais violentos desacordos E neste clima de controversia que se desenvolvem as ciencias da educacao Mesmo supondo-as alheias asua natureza elas~o 1~9jssCiCI~veis da -fiistOria da escola a ponto do estudo sereno poder vir a ser suplantado pelosmiTitantismos conjunturais e as afirmacoes dos princip-ios mais opostos poderem preceder emarginalizar os resultados da invesshy

(1) J PIAGET L epistemgie des relations interdisciplinaires p 8 (2) J PIAGET ibid

Imiddot

486 Histana Mundial do Educacento

tigacao laquocientrficagtl no sentido consagrado do termo E por isso que lange de constituir 0 esboco de urn conhecimento total ou a promessa de uma proxishyma interdisciplinaridade a emergencia das ciencias da educacao denuncia urn grave conflito a falta de objectivos proprios para unir e mobilizar os espfritos nao se desenhando qualquer perfil adulto e nao se libertando qualquer doutrina filos6fica que recolha uma larga adesao em torno de urn sistema au de detershyminada politica escolar ela revel a uma dinamica legitimamente anxiogena da unidade para a dispersao da coesao para a explosao das certezas para a inshycerteza tal e a caminho seguido A crise da sociedade e da cultura prolonga-se numa crise de estruturas e exprime-se atraves da mesma Assim cada qual recorre a um tipo de argumentacao de que espera uma justificacao uma via de concretizacao para os seus projectos ou um melhor discernimento do caminho a seguir

No entanto na medida em que suplanta~ as laquociencias pedagogicasgtl 0 adventodas laquoclencias da edu~ayao) ~~p~~rrrruma modificcao corlsideravel

Iate mesmo uma inversao de perspectiva 0 advento das ciencias da educacao suspende umairivestigacao e~clusivamente pragmatic relativa middotao~~ocessos

I de-ensino~a a substituir por uma interrogacao fundamental acerca aoa-etc ~_~ns~~~r I_e~~lr (j~~_~~ sRn1f~c~~~ seus ~e~~~~~~e middotalcanc~ As ciencias peda~~gi~as con~en ~sse_ncia~f1~n_~e_C3 did_a~tic~~ ~u~ ~r~~~~~_ aperfeicoar

As ClenCl3s da educacao pelo contrano estudam sem rrontelras 0 feI1tm1eno educacioiihl~emiddota-siJal-funcio--Emiddot~~ r~pt~ra com -amiddotmiddotprftimiddotca-middotsTg-iflCa ~macesso a I ma-turda-de-dEindiica ana logo aquele que no seu tempo marcou a historia da

liska da qufmica QU de todas as disciplinas fundamentais FilIou~tem portanto -muita r~zaq ~f1 con~lqerar qUese naadelem procushy1 -~t ~~------~-middot-middot- rar muito ~p~essadamente bases ou aplicacoes prchicas laquoa transicao da Ideia de

~ i laquocienclas pe8agogfcasraquo paraa-iCfeja de laquocienCias da educ~(aogt~J1g~ltnltaneashyi ~JepLeta de si~nifJc-ltg9_LCQnIL1EnGtaS Qur-se t~ate de laquoestudancomo

sociologo ascorrelacoes entre ados educandos e 0 seu exito nos exames coshymo psicosociologo as incidencias das atitudes e da vontade do mestre na dinashy

mica do grupo mestre-alunos ou as incidencias da representacao que tem os alunos dos meios futuros no trabalho escolar como psieologo 0 efeito de Pigmaleaoem tados os casos a intencao e 0 conhecimento e a perspectiva de se utilizarem nao os resultados nao-espec(ficos mas a metodologia das diversas cleneias humanas para a constituicao de uma psicologia social de uma psicoloshygia de facto educativa de uma sociologia (1) A transiC80 do singular para 0

plural representa pois muito mais do que uma evolucao constitui ~ma rupturaII ~~_~p~a~ra~_~-de profiifrn~f~ A-firialida~~da~c~-riCas ~ middotexa~~ariiente

mversa a da ClenCla - -- -

(1) i-C FILLOUX Le processus enseigner-apprendre et La recherche en sciences de [edushy

cation pp 5-23

I

ir

o Desenllolvimento das Ciencias da EducaFlo 487

Os reparos que acabamos de referir terao evidenciado simultaneamente a novidade que constitui 0 desenvolvimento das cil~nci(Ju fdycay89 comltgt ~l~

certeza_ que rodeia oseu JUJlJIQ e aimprecisao que envolve oseu estatuto Que refacentes m~int~mas Ciiiicias da eCiuCiCa~ com as pmiddotatIC~S educativasEstarao estas dispostas ao seu estudo logo serao elas logicamente posteriores as primeishyras Influirao aquelas na pratica educativa como uma forca inovadora ou serao tao somente um contestavel reflexo Influenciam elas as instituicoes ou na impossibilidade de 0 consegulrem as pessoas que procuram promover a sua evoshylucao Desempenham elas um ~eutralLzador pela ~~~d~_9~~Jltroshyduzem no seu processamento ou suscitam antes a transformacao daquilo cujas lacunas elasverificam--ecomprovam Como estaJelecer 0 seu vinc~lo com a (-1_shyfilosofi~_da~~~cao e ointer-ref()pound0-9i1s~1~~_re~pe_ci-~s ainamicaslstassao II algumas das questoes que pelo menos nos eI (cito formula-

-

1

I

BIBLIOGRAFlA

AVANZINI G Alfred Binet et fa pedagogie scientifique ParlsVrin 1969262 p - Introduction aux sciences de leducation Toulouse Privat 1976 196 p - e coL La pedagogie middotaiiXxe siecie Toulouse Privat 1975391 p BAIN A La science de [education Paris Alcan 1879327 p BINET A Les idees modemes SUT les enants Paris Flammarion 1911 reed 1927 348 p BOVET P Vingt ans de vielInstitut I-I Rousseau de 1912 iI 1932 Neuchatel Delachaux

1932197 p BUISSON F Nouveau dictionnaire de pedagogie et dinstruction primaire Paris Hachette

18873309 p BUYSE R L experimentation en pedagogie Louvaina Lamertin 1935465 p CELLERIER L Esquisse dune science pedagogique Paris Alcan 390 p CLAUSSE A Initiation aux sciences de [education Paris Colin 1967210 p Conferencias internacionais da Instru~ao publica Recommandations 1934-1968 Genebra

UNESCO e BIB 1970399 p DEBESSE- M DMi aux sciences de leducation in revista Sciences de leducation Outubromiddot

-Dezembro de 1973 nO 4 pp 7-19 DEMOOR J eJONCKEERE T La science deleducation Bruxelas Lamertin 1925448 p DOTTRENS R Un laboratoire de pidagogie experimentale Delachaux amp Niestle 1953

63 p laquoCahiers de pedagogie experlmentale et de psychologie de Ienfantraquo - e M1ALARET G Le developpernent des sciences pedagogiques et leur etat actuel in M

DEBESSE e G MIALARET Traite des sciences peclagogiques Paris PUF 1969 pp19-74

DURKHEIM E Socioiogia Educacento e Moral Res Editora FERRIERE AL Amerique latine adopte I ecole active Neuchatel Delachaux 1937174 p FILLOUX J-C Le processus enseigner-apprendre et la recherche en sciences de Ieducation

in Orientations Janeiro de 1971 nO 37 pp5-23 GILLE A Historique de la Faculte de Psychologie et des Sciences de lEducation de lUnishy

versite de Louvain in revista Sciences de [education Janeiro-Maryo de 1974 nO 1 pp10-25

JULLIEN DE PARIS M-A Esquisse dun ouvrage SUT ieducation comparee Genebra Ed du BIB 1962 56 p

MIALARET G Les sciences de leducation Paris PUF 2a ed 1980 MONTESSORI M Pedagogie scientiFrque Bruges Desclee 1958 263 p PAGE A L economie de leducation Paris PUF 1971270 p PIAGET J Lepisternologie des relations interdisciplinaires in Uni-Inormation Fevereiro

de 1973 nO 31 pp 4-8 VIAL J La pedagogie u rasdu sol Paris ESF 1973 164 p

(gt~

----------------------___ __

Page 8: O Desenvolvimento das Ciências da Educação de Gui Avanzini

Imiddot

486 Histana Mundial do Educacento

tigacao laquocientrficagtl no sentido consagrado do termo E por isso que lange de constituir 0 esboco de urn conhecimento total ou a promessa de uma proxishyma interdisciplinaridade a emergencia das ciencias da educacao denuncia urn grave conflito a falta de objectivos proprios para unir e mobilizar os espfritos nao se desenhando qualquer perfil adulto e nao se libertando qualquer doutrina filos6fica que recolha uma larga adesao em torno de urn sistema au de detershyminada politica escolar ela revel a uma dinamica legitimamente anxiogena da unidade para a dispersao da coesao para a explosao das certezas para a inshycerteza tal e a caminho seguido A crise da sociedade e da cultura prolonga-se numa crise de estruturas e exprime-se atraves da mesma Assim cada qual recorre a um tipo de argumentacao de que espera uma justificacao uma via de concretizacao para os seus projectos ou um melhor discernimento do caminho a seguir

No entanto na medida em que suplanta~ as laquociencias pedagogicasgtl 0 adventodas laquoclencias da edu~ayao) ~~p~~rrrruma modificcao corlsideravel

Iate mesmo uma inversao de perspectiva 0 advento das ciencias da educacao suspende umairivestigacao e~clusivamente pragmatic relativa middotao~~ocessos

I de-ensino~a a substituir por uma interrogacao fundamental acerca aoa-etc ~_~ns~~~r I_e~~lr (j~~_~~ sRn1f~c~~~ seus ~e~~~~~~e middotalcanc~ As ciencias peda~~gi~as con~en ~sse_ncia~f1~n_~e_C3 did_a~tic~~ ~u~ ~r~~~~~_ aperfeicoar

As ClenCl3s da educacao pelo contrano estudam sem rrontelras 0 feI1tm1eno educacioiihl~emiddota-siJal-funcio--Emiddot~~ r~pt~ra com -amiddotmiddotprftimiddotca-middotsTg-iflCa ~macesso a I ma-turda-de-dEindiica ana logo aquele que no seu tempo marcou a historia da

liska da qufmica QU de todas as disciplinas fundamentais FilIou~tem portanto -muita r~zaq ~f1 con~lqerar qUese naadelem procushy1 -~t ~~------~-middot-middot- rar muito ~p~essadamente bases ou aplicacoes prchicas laquoa transicao da Ideia de

~ i laquocienclas pe8agogfcasraquo paraa-iCfeja de laquocienCias da educ~(aogt~J1g~ltnltaneashyi ~JepLeta de si~nifJc-ltg9_LCQnIL1EnGtaS Qur-se t~ate de laquoestudancomo

sociologo ascorrelacoes entre ados educandos e 0 seu exito nos exames coshymo psicosociologo as incidencias das atitudes e da vontade do mestre na dinashy

mica do grupo mestre-alunos ou as incidencias da representacao que tem os alunos dos meios futuros no trabalho escolar como psieologo 0 efeito de Pigmaleaoem tados os casos a intencao e 0 conhecimento e a perspectiva de se utilizarem nao os resultados nao-espec(ficos mas a metodologia das diversas cleneias humanas para a constituicao de uma psicologia social de uma psicoloshygia de facto educativa de uma sociologia (1) A transiC80 do singular para 0

plural representa pois muito mais do que uma evolucao constitui ~ma rupturaII ~~_~p~a~ra~_~-de profiifrn~f~ A-firialida~~da~c~-riCas ~ middotexa~~ariiente

mversa a da ClenCla - -- -

(1) i-C FILLOUX Le processus enseigner-apprendre et La recherche en sciences de [edushy

cation pp 5-23

I

ir

o Desenllolvimento das Ciencias da EducaFlo 487

Os reparos que acabamos de referir terao evidenciado simultaneamente a novidade que constitui 0 desenvolvimento das cil~nci(Ju fdycay89 comltgt ~l~

certeza_ que rodeia oseu JUJlJIQ e aimprecisao que envolve oseu estatuto Que refacentes m~int~mas Ciiiicias da eCiuCiCa~ com as pmiddotatIC~S educativasEstarao estas dispostas ao seu estudo logo serao elas logicamente posteriores as primeishyras Influirao aquelas na pratica educativa como uma forca inovadora ou serao tao somente um contestavel reflexo Influenciam elas as instituicoes ou na impossibilidade de 0 consegulrem as pessoas que procuram promover a sua evoshylucao Desempenham elas um ~eutralLzador pela ~~~d~_9~~Jltroshyduzem no seu processamento ou suscitam antes a transformacao daquilo cujas lacunas elasverificam--ecomprovam Como estaJelecer 0 seu vinc~lo com a (-1_shyfilosofi~_da~~~cao e ointer-ref()pound0-9i1s~1~~_re~pe_ci-~s ainamicaslstassao II algumas das questoes que pelo menos nos eI (cito formula-

-

1

I

BIBLIOGRAFlA

AVANZINI G Alfred Binet et fa pedagogie scientifique ParlsVrin 1969262 p - Introduction aux sciences de leducation Toulouse Privat 1976 196 p - e coL La pedagogie middotaiiXxe siecie Toulouse Privat 1975391 p BAIN A La science de [education Paris Alcan 1879327 p BINET A Les idees modemes SUT les enants Paris Flammarion 1911 reed 1927 348 p BOVET P Vingt ans de vielInstitut I-I Rousseau de 1912 iI 1932 Neuchatel Delachaux

1932197 p BUISSON F Nouveau dictionnaire de pedagogie et dinstruction primaire Paris Hachette

18873309 p BUYSE R L experimentation en pedagogie Louvaina Lamertin 1935465 p CELLERIER L Esquisse dune science pedagogique Paris Alcan 390 p CLAUSSE A Initiation aux sciences de [education Paris Colin 1967210 p Conferencias internacionais da Instru~ao publica Recommandations 1934-1968 Genebra

UNESCO e BIB 1970399 p DEBESSE- M DMi aux sciences de leducation in revista Sciences de leducation Outubromiddot

-Dezembro de 1973 nO 4 pp 7-19 DEMOOR J eJONCKEERE T La science deleducation Bruxelas Lamertin 1925448 p DOTTRENS R Un laboratoire de pidagogie experimentale Delachaux amp Niestle 1953

63 p laquoCahiers de pedagogie experlmentale et de psychologie de Ienfantraquo - e M1ALARET G Le developpernent des sciences pedagogiques et leur etat actuel in M

DEBESSE e G MIALARET Traite des sciences peclagogiques Paris PUF 1969 pp19-74

DURKHEIM E Socioiogia Educacento e Moral Res Editora FERRIERE AL Amerique latine adopte I ecole active Neuchatel Delachaux 1937174 p FILLOUX J-C Le processus enseigner-apprendre et la recherche en sciences de Ieducation

in Orientations Janeiro de 1971 nO 37 pp5-23 GILLE A Historique de la Faculte de Psychologie et des Sciences de lEducation de lUnishy

versite de Louvain in revista Sciences de [education Janeiro-Maryo de 1974 nO 1 pp10-25

JULLIEN DE PARIS M-A Esquisse dun ouvrage SUT ieducation comparee Genebra Ed du BIB 1962 56 p

MIALARET G Les sciences de leducation Paris PUF 2a ed 1980 MONTESSORI M Pedagogie scientiFrque Bruges Desclee 1958 263 p PAGE A L economie de leducation Paris PUF 1971270 p PIAGET J Lepisternologie des relations interdisciplinaires in Uni-Inormation Fevereiro

de 1973 nO 31 pp 4-8 VIAL J La pedagogie u rasdu sol Paris ESF 1973 164 p

(gt~

----------------------___ __

Page 9: O Desenvolvimento das Ciências da Educação de Gui Avanzini

I

ir

o Desenllolvimento das Ciencias da EducaFlo 487

Os reparos que acabamos de referir terao evidenciado simultaneamente a novidade que constitui 0 desenvolvimento das cil~nci(Ju fdycay89 comltgt ~l~

certeza_ que rodeia oseu JUJlJIQ e aimprecisao que envolve oseu estatuto Que refacentes m~int~mas Ciiiicias da eCiuCiCa~ com as pmiddotatIC~S educativasEstarao estas dispostas ao seu estudo logo serao elas logicamente posteriores as primeishyras Influirao aquelas na pratica educativa como uma forca inovadora ou serao tao somente um contestavel reflexo Influenciam elas as instituicoes ou na impossibilidade de 0 consegulrem as pessoas que procuram promover a sua evoshylucao Desempenham elas um ~eutralLzador pela ~~~d~_9~~Jltroshyduzem no seu processamento ou suscitam antes a transformacao daquilo cujas lacunas elasverificam--ecomprovam Como estaJelecer 0 seu vinc~lo com a (-1_shyfilosofi~_da~~~cao e ointer-ref()pound0-9i1s~1~~_re~pe_ci-~s ainamicaslstassao II algumas das questoes que pelo menos nos eI (cito formula-

-

1

I

BIBLIOGRAFlA

AVANZINI G Alfred Binet et fa pedagogie scientifique ParlsVrin 1969262 p - Introduction aux sciences de leducation Toulouse Privat 1976 196 p - e coL La pedagogie middotaiiXxe siecie Toulouse Privat 1975391 p BAIN A La science de [education Paris Alcan 1879327 p BINET A Les idees modemes SUT les enants Paris Flammarion 1911 reed 1927 348 p BOVET P Vingt ans de vielInstitut I-I Rousseau de 1912 iI 1932 Neuchatel Delachaux

1932197 p BUISSON F Nouveau dictionnaire de pedagogie et dinstruction primaire Paris Hachette

18873309 p BUYSE R L experimentation en pedagogie Louvaina Lamertin 1935465 p CELLERIER L Esquisse dune science pedagogique Paris Alcan 390 p CLAUSSE A Initiation aux sciences de [education Paris Colin 1967210 p Conferencias internacionais da Instru~ao publica Recommandations 1934-1968 Genebra

UNESCO e BIB 1970399 p DEBESSE- M DMi aux sciences de leducation in revista Sciences de leducation Outubromiddot

-Dezembro de 1973 nO 4 pp 7-19 DEMOOR J eJONCKEERE T La science deleducation Bruxelas Lamertin 1925448 p DOTTRENS R Un laboratoire de pidagogie experimentale Delachaux amp Niestle 1953

63 p laquoCahiers de pedagogie experlmentale et de psychologie de Ienfantraquo - e M1ALARET G Le developpernent des sciences pedagogiques et leur etat actuel in M

DEBESSE e G MIALARET Traite des sciences peclagogiques Paris PUF 1969 pp19-74

DURKHEIM E Socioiogia Educacento e Moral Res Editora FERRIERE AL Amerique latine adopte I ecole active Neuchatel Delachaux 1937174 p FILLOUX J-C Le processus enseigner-apprendre et la recherche en sciences de Ieducation

in Orientations Janeiro de 1971 nO 37 pp5-23 GILLE A Historique de la Faculte de Psychologie et des Sciences de lEducation de lUnishy

versite de Louvain in revista Sciences de [education Janeiro-Maryo de 1974 nO 1 pp10-25

JULLIEN DE PARIS M-A Esquisse dun ouvrage SUT ieducation comparee Genebra Ed du BIB 1962 56 p

MIALARET G Les sciences de leducation Paris PUF 2a ed 1980 MONTESSORI M Pedagogie scientiFrque Bruges Desclee 1958 263 p PAGE A L economie de leducation Paris PUF 1971270 p PIAGET J Lepisternologie des relations interdisciplinaires in Uni-Inormation Fevereiro

de 1973 nO 31 pp 4-8 VIAL J La pedagogie u rasdu sol Paris ESF 1973 164 p

(gt~

----------------------___ __

Page 10: O Desenvolvimento das Ciências da Educação de Gui Avanzini

1

I

BIBLIOGRAFlA

AVANZINI G Alfred Binet et fa pedagogie scientifique ParlsVrin 1969262 p - Introduction aux sciences de leducation Toulouse Privat 1976 196 p - e coL La pedagogie middotaiiXxe siecie Toulouse Privat 1975391 p BAIN A La science de [education Paris Alcan 1879327 p BINET A Les idees modemes SUT les enants Paris Flammarion 1911 reed 1927 348 p BOVET P Vingt ans de vielInstitut I-I Rousseau de 1912 iI 1932 Neuchatel Delachaux

1932197 p BUISSON F Nouveau dictionnaire de pedagogie et dinstruction primaire Paris Hachette

18873309 p BUYSE R L experimentation en pedagogie Louvaina Lamertin 1935465 p CELLERIER L Esquisse dune science pedagogique Paris Alcan 390 p CLAUSSE A Initiation aux sciences de [education Paris Colin 1967210 p Conferencias internacionais da Instru~ao publica Recommandations 1934-1968 Genebra

UNESCO e BIB 1970399 p DEBESSE- M DMi aux sciences de leducation in revista Sciences de leducation Outubromiddot

-Dezembro de 1973 nO 4 pp 7-19 DEMOOR J eJONCKEERE T La science deleducation Bruxelas Lamertin 1925448 p DOTTRENS R Un laboratoire de pidagogie experimentale Delachaux amp Niestle 1953

63 p laquoCahiers de pedagogie experlmentale et de psychologie de Ienfantraquo - e M1ALARET G Le developpernent des sciences pedagogiques et leur etat actuel in M

DEBESSE e G MIALARET Traite des sciences peclagogiques Paris PUF 1969 pp19-74

DURKHEIM E Socioiogia Educacento e Moral Res Editora FERRIERE AL Amerique latine adopte I ecole active Neuchatel Delachaux 1937174 p FILLOUX J-C Le processus enseigner-apprendre et la recherche en sciences de Ieducation

in Orientations Janeiro de 1971 nO 37 pp5-23 GILLE A Historique de la Faculte de Psychologie et des Sciences de lEducation de lUnishy

versite de Louvain in revista Sciences de [education Janeiro-Maryo de 1974 nO 1 pp10-25

JULLIEN DE PARIS M-A Esquisse dun ouvrage SUT ieducation comparee Genebra Ed du BIB 1962 56 p

MIALARET G Les sciences de leducation Paris PUF 2a ed 1980 MONTESSORI M Pedagogie scientiFrque Bruges Desclee 1958 263 p PAGE A L economie de leducation Paris PUF 1971270 p PIAGET J Lepisternologie des relations interdisciplinaires in Uni-Inormation Fevereiro

de 1973 nO 31 pp 4-8 VIAL J La pedagogie u rasdu sol Paris ESF 1973 164 p

(gt~

----------------------___ __