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Órgão informativo da USE-Jaú - Ano 15 - Edição 159 - junho 2017 - [email protected] • Editorial...............................Pág 02 • O Dever Esquecido.............Pág 02 Ser Espírita.......................... Pág 03 • Compromisso Espiritismo...Pág 03 • 100 anos O Livro dos Espíritos ..... ..............................................Pág 04 • Confiança...........................Pág 05 • Movimento Espírita.............Pág 06 • Movimento Espírita.............Pág 07 • Sob a Luz do Evangelho ....Pág 08 • Um pouco mais de namoro ao mundo ................................. Pág 08 • Ressureição e Reencarnação ....... ...............................................Pág 09 • Sempre é Tempo de Recomeçar.. ........................................................ Pág 10 • Perturbações Espirituais.....Pág 11 • Informação Espírita............Pág 12

O Dever Esquecido - USE · 2018. 8. 1. · O Dever Esquecido Comparemos o soberano a Deus, nosso Pai. O príncipe da história poderia ter sido qualquer um de nós. A fortuna para

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Page 1: O Dever Esquecido - USE · 2018. 8. 1. · O Dever Esquecido Comparemos o soberano a Deus, nosso Pai. O príncipe da história poderia ter sido qualquer um de nós. A fortuna para

Órgão informativo da USE-Jaú - Ano 15 - Edição 159 - junho 2017 - [email protected]

• Editorial...............................Pág 02• O Dever Esquecido.............Pág 02• Ser Espírita..........................Pág 03• Compromisso Espiritismo...Pág 03• 100 anos O Livro dos Espíritos ...................................................Pág 04• Confiança...........................Pág 05• Movimento Espírita.............Pág 06• Movimento Espírita.............Pág 07• Sob a Luz do Evangelho ....Pág 08• Um pouco mais de namoro ao mundo ................................. Pág 08• Ressureição e Reencarnação ......................................................Pág 09• Sempre é Tempo de Recomeçar.. ........................................................Pág 10• Perturbações Espirituais.....Pág 11• Informação Espírita............Pág 12

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EXPEDIENTEO IDEALISTAÓrgão de divulgação do Movi-mento Espírita da Região de Jaú.Editado pela USE - União das So-ciedades Espíritas - Regional Jaú.Órgão da USE - União das Socie-dades Espíritas do estado de São Paulo.

Jornalista Responsável:Rodrigo Galvão CastroMTb 25.315

Coordenador:Alvaro Francisco [email protected]

Diretor:Secretário: Sônia Marli Albino Vernier

Diretor Tesoureiro:Antonio Aparecido Rossi

Conselho de Redação:Edson [email protected]ão [email protected] Joanir do [email protected] Triandafelides [email protected] H. Dantas de [email protected]

Diagramação e Impressão:Gráfica e Editora Rimi Ltda. R. Angelo Piva, 471 - Brotas - SPFone (14) [email protected]

Só serão publicadas matérias que estiverem de acordo com a orien-tação doutrinária do Jornal.

Os originais dos artigos que não forem publicados não se-rão devolvidos aos seus autores.

Correspondência para este jornal enviar para: Rua Dona Antônia Ribeiro de Barros Fre-itas, 240 - Jd. Antonina - Cep 17211-190 - Jaú/[email protected]

O Idealista

Editorial

O IDEALISTA ESTÁ COM NOVO EMAIL:[email protected]

Toda edificação possui, em sua entrada uma porta.

A porta é o espaço através do qual temos acesso ao interior das edificações. Ao abri-la o mora-dor franqueia a entrada em seu ambiente íntimo e de convívio das pessoas pelas quais ele guar-da maior sentimento e respeito. Se a presença for indesejável ele não abrirá a porta, privando-se assim da pessoa que não deseja partilhar sua intimidade.

Assim também ocorre com nossa casa espiritual. Jesus dese-ja entrar pela porta do espírito para acessar nossa morada, mas o Mestre não violará o santuá-rio de cada filho de Deus nem mesmo por amor. Cada espíri-to guarda seu próprio tesouro e abrirá suas portas sagradas à co-munhão com o Eterno Pai, por vontade própria de acordo com o seu crescimento.

O Criador oferece à semente o sol e a chuva, o clima e o cam-po, a defesa e o adubo, o cuida-

do dos lavradores e a bênção das estações, mas a semente terá que germinar por si mesma, elevan-do-se para a luz solar.

O homem recebe, igualmen-te, o Sol da Providência e a chu-va de dádivas, as facilidades da cooperação e o campo da opor-tunidade, a defesa do amor e o adubo do sofrimento, o carinho dos mensageiros de Jesus e a bênção das experiências diversas; todavia, somos constrangidos a romper por nós mesmos os en-voltórios inferiores, elevando--nos para a Luz Divina.

As inspirações e os desígnios do Mestre permanecem à volta de nossa alma, sugerindo modifica-ções úteis, induzindo-nos à legí-tima compreensão da vida, ilumi-nando-nos através da consciência superior, entretanto, está em nós abrir-lhes ou não a porta interna.

No advento do Pentecostes, comparecendo à reunião dos companheiros, espalha sobre eles o seu espírito de amor e vida, exclamando “Recebei o Espírito Santo”. Por que não transmitiu

Jesus, pura e simplesmente o seu poder divino aos sucessores? Ele que distribuíra dádivas de saúde, bênçãos de paz, recomendava aos discípulos que recebessem os di-vinos dons espirituais. Por que não impor semelhante obrigação? Jesus sabe que se a porta íntima não estiver aberta por vontade do morador, qualquer ato será uma violência e que denota ainda a imaturidade do ser, que não está no grau de maturidade para ser investido dessa responsabilidade.

Encerremos, pois, a guerra de nossas criações inferiores do passado e entreguemo-nos, cada dia, às realizações novas de Deus, instituídas a nosso favor, perseve-rando em receber, no caminho, os dons da renovação constante, em Cristo, para a vida eterna.

Lembra sempre que a tua existência é jornada para Deus.

Em que objeto centralizas a tua crença, meu amigo?

Recorda que é necessário crer sinceramente em Jesus e segui-Lo, para não sermos confundidos.

Boa Leitura

Do livro “ANTOLOGIA DA CRIANÇA”, Meimei

“Certo rei muito poderoso, sendo obrigado a longa ausência, tomou de grande fortuna e entregou-a ao filho, confiando-lhe a incumbência de levantar grande casa, tão bela quanto possível.

Para isso, o tesouro que lhe deixava nas mãos era suficiente.

Acontece, porém, que o jovem, muito egoísta, arquitetou o plano de enganar o próprio pai, de modo a gozar todos os prazeres imediatos da vida.

E passou a comprar materiais infe-riores.

Onde lhe cabia empregar metais ra-

ros, utilizava latão; nos lugares em que devia colocar o mármore precioso, punha madeira barata, e nos setores de serviço, em que a obra reclamava pedra sólida, aplicava terra batida ...

Com isso, obteve largas somas que consumiu, desorientado, junto de amigos loucos.

Quando o monarca voltou, surpre-endeu o príncipe abatido e cansado, a apresentar-lhe uma cabana esburacada, ao invés de uma casa nobre.

O rei, no entanto, deu-lhe a chave do pequeno casebre e disse-lhe, bondoso:

- A casa que mandei edificar é para você mesmo, meu filho.... Não me parece a residência sonhada por seu pai, mas devo estar satisfeito com a que você pró-prio escolheu...”

O Dever Esquecido Comparemos o soberano a Deus, nosso Pai.

O príncipe da história poderia ter sido qualquer um de nós.

A fortuna para construirmos a moradia de nossa alma é a vida que Deus nos empresta.

Quase sempre, contudo, gasta-mos o tesouro da existência em ca-prichosa ilusão, para acabarmos rele-gados, por nossa própria culpa, aos pardieiros apodrecidos do sofrimento.

Mas, aqueles que se consagram à bênção do dever, por mais áspero que seja, adquirem a tranquilidade e a ale-gria que o Supremo Senhor lhes reser-va, por executarem, fiéis, a sua divina vontade, que planeja sempre o melhor a nosso favor.

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O Idealista Página 03

O advento do Espiritismo no planeta trouxe consigo um gra-ve compromisso que cabe aos es-píritas respeita-rem e aplicarem – inicialmente a si mesmos e por consequên-

cia natural contagiar ou atingir aqueles com quem convivemos, em família ou em sociedade – dada a responsabilidade que nele está embutido.

Isso por uma razão muito simples: o objetivo prioritário da Doutrina Espírita, conforme explicitado na questão 292, item 22, em O Livro dos Médiuns: “(...) o objetivo essencial, exclusi-vo, do Espiritismo, é vosso adian-tamento (...)”. Todas as demais

atividades desenvolvidas pelos centros espíritas e seu movi-mento são importantes, mas to-das secundárias, situando-se em primeiro lugar o adiantamento moral do ser humano.

Ora! Pensar nisso traz imen-sos desdobramentos, uma vez que o Espiritismo, que não tem hierarquia, nem chefes, nem pretende evidências sociais ou procura posições de coman-do ou poder, dispensa por sua própria natureza, quaisquer ini-ciativas que louvem a vaidade, o protecionismo, as manipula-ções, preferências ou privilégios de qualquer natureza. Por isso mesmo, baseia sua plataforma de trabalho na caridade, que inclui o respeito às pessoas, suas crenças, suas instituições, sejam elas sociais, educativas, religio-sas, políticas, de qualquer nacio-nalidade, raça, ou opções que não agridam o bem geral que deve imperar na vida coletiva.

Por esta mesma razão ensina que nosso maior inimigo está dentro de nós mesmos e é iden-tificado pelo nome de egoísmo, orgulho ou vaidade, geradores da indiferença, da violência, da mi-séria e do preconceito que ainda assolam o planeta.

Por isso a luta do espírita – per-feitamente enquadrada no com-promisso do Espiritismo e seu movimento que se desdobra em amplas e conhecidas frentes de trabalho – é a de melhorar-se mo-ralmente, aprimorar-se do ponto de vista moral para corresponder à altura seu compromisso de ade-são aos postulados apresentados pelo Evangelho e revividos pelo Espiritismo.

Isso nos leva a posturas conci-liatórias, de respeito às diferenças e de permanente trabalho para construção do belo, do digno, do progresso, usando como critério a máxima de Jesus que nos convida sempre a nos colocarmos no lugar do outro, de fazermos pelo seme-lhante aquilo que desejamos para nós próprios.

O compromisso do Espiritis-mo, por extensão do movimen-to e seus adeptos, é educativo, autotransformador, requerendo vigilância contínua de nossos pen-samentos e ações, para não nos deixarmos iludir por lutas ou po-sições passageiras, temporárias, por busca de poder ou evidência, posições que o próprio tempo se encarrega de diluir. O que perma-nece é mesmo a consciência do dever de trabalhar pelo bem geral.

As ilusões do mundo, entre poderes e recursos que passam pela vaidade e pelo egoísmo fo-mentando o orgulho, fascinam. Para nós que já sabemos os pre-juízos, é prudente ficarmos aten-tos. Firmemos nossas ações nos compromissos do Espiritismo.

Desde que iniciei meus estu-dos na Doutrina Espírita, tenho percebido o quanto ela é ainda incompreendida na sua essência, princípios e finalidade.

Em parte é compreensível, uma vez que ela é nova para a humanidade, nos seus cento e cinquenta e nove anos de exis-tência, que ocorreu com a pu-blicação do Livro dos Espíritos, em mil, oitocentos e cinquenta e sete. Nós, seres humanos, somos refratários no campo das ideias, além de vivermos acomodados com tudo o que tem sido passa-do, de geração a geração, sobre a realidade espiritual.

Como vencer o atavismo ran-çoso e nos debruçarmos sobre uma Doutrina que é considera-da uma porta de libertação para o espírito e procedermos às mu-danças necessárias? Como aban-donar o preconceito, o sectaris-

mo religioso que, ao invés de promover a união entre as pes-soas, afasta-as cada vez mais?

Estudar e apreender os seus ensinamentos é tarefa árdua, pois percebemos, logo no iní-cio, que ela exige de seus segui-dores, mudanças profundas no ser, já que se descortina à nossa frente, uma responsabilidade perante o nosso próprio viver.

Semeamos e colhemos.Artífices do nosso próprio

destino, temos que abandonar a vitimização que se revela tão conveniente quando não que-remos aceitar aquilo que real-mente somos. Colocar então, a culpa em Deus, vingador e que castiga seus filhos, é outra ba-lela que preferimos alimentar a tentar mudar o que está errado em nós.

Pior do que tudo isto, na verdade, são os que estão no meio espírita e que também não a compreendem e, ao invés de estudá-la com afinco, prefe-rem também seguindo sem fa-zerem esforço algum, de forma irresponsável.

Felizmente, apesar do lado ne-gativo, temos de concreto que o conceito de Doutrina Consolado-ra, a serviço do indivíduo na co-letividade, vai-se ampliando para benefício desta.

Gradativamente, de forma constante e progressiva, estamos aprendendo, na tarefa de redenção e aprendizado que fazemos todos juntos, que o Espiritismo é clarida-de no indivíduo, a expandir-se des-te para que as sombras da ignorân-cia e do sofrimento sejam expulsas da Terra. Fazer algo pelo bem na ex-tinção do mal é obrigação de todos, no apostolado comum.

Onde houver um raio de cer-teza na sobrevivência da alma, aí deve aparecer mais justiça e mais alegria de ser útil.

A vida não cessa. A morte não existe.

A essência do Espiritismo é a educação e como bem aponta Dora Incontri em sua obra “A Edu-cação Segundo o Espiritismo”... “Ao contrário de outras correntes religiosas, que têm caráter salva-cionista, a Doutrina Espírita, com seu tríplice aspecto _ científico,

filosófico e religioso _ pretende promover a evolução do homem, que é um processo pedagógico. A educação do Espírito é o cerne da proposta espírita.”

Assim, ser espírita, pois, na acepção plena da palavra é engajar--se num processo de autoeducação, cujo fim mal podemos entrever. Qualquer desvio a este processo, corre-se o risco de repetir posturas equivocadas, as quais, infelizmente, ainda ocorrem amiúde.

A caridade é o seu princípio máximo, mas, não apenas na sua forma assistencialista, respeitável e necessária, mas, sim, a carida-de da Educação. Elevar, trans-formar, despertar consciências, contribuindo para a mudança interna dos homens.

Mais uma vez, o apelo de Kar-dec: “Espíritas, amai-vos, Espíri-tas, instruí-vos”!

Ser EspíritaMartha Triandafelides CapelottoJaú / SP

Orson Peter CarraraMatão - SP

Compromisso do Espiritismo

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Datas fazem parte das convenções huma-nas para estabelecer no tempo realizações e acontecimentos, desde os mais simples e particulares, até os mais significativos para toda a Humanidade.

Dia virá em que 18 de abril será reconhe-cido popularmente como um marco para uma nova Era no planeta Terra, e podemos afirmar isso com segurança absoluta. Senão vejamos.

Mundialmente conhecida é a epopeia de Moisés, libertador do povo hebreu que se encontrava escravizado no Egito, e primeiro legislador no campo da moral. Assim tam-bém a de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Se Moisés estabeleceu Leis comportamen-tais diante de um Deus punitivo, implan-tando a Primeira Revelação, o Senhor Jesus concentrou as Leis de Moisés e os Profetas na Lei de Amor, marca maior da Segunda Revelação, modificando o ponto de vista no qual nos relacionávamos com o Criador de todas as coisas e com o próximo, justificando as de Moisés na dureza de nossos corações. A partir de então estabeleceu-se a necessidade de moldar-se à essência do amor.

Passado mais de um milênio entre Moisés e Jesus, os Espíritos vinculados ao Planeta já estavam em condições de promover um salto consciencial, e Jesus o possibilitou implan-tando uma nova filosofia de vida, agora sob a ótica do espírito imortal, que preexiste e sobrevive ao corpo físico.

Educador por excelência, Jesus dosa as informações segundo as condições de então, apresentando-as de acordo com as possibili-dades de entendimento, estimulando todos ao raciocínio através das mais diversas pará-bolas e comparações.

Mas, já se disse que a verdade é fruto do tempo, e mais do que ninguém o Cris-to conhece cada uma de suas ovelhas, com suas respectivas limitações temporais. Nesse sentido, sabendo que o espírito necessita de experiências múltiplas para progredir em seu entendimento e moral, Jesus, conhecedor de toda a verdade espiritual planejou para o fu-turo a Terceira Revelação que, segundo suas

próprias palavras, nos haveria de esclarecer sobre todas as coisas, e nos faria lembrar de tudo o que Ele havia dito, quando a condi-ção intelecto-moral estivesse adequada para tal. E isso só seria possível através do meca-nismo da reencarnação, o que Ele também ensinou.

Jesus chama a Terceira Revelação de Con-solador. E ela seria reconhecida pelo seu conteúdo.

Assim, passados dezoito séculos desde sua vinda, eis que o Senhor convoca um dos mais lúcidos de seus discípulos, para im-plantar o Consolador na Terra.

Esse discípulo é Hipollyte Leon Denizard Rivail, reconhecido educador francês que sob o pseudônimo de Allan Kardec, através de esforços hercúleos e fazendo uso de toda a sua imensa inteligência e perspicácia, com-pila e sistematiza as respostas dadas pelos Espíritos Superiores às perguntas dirigidas a eles, em moral irretocável e com a mais absoluta racionalidade, compondo assim O Livro dos Espíritos, cujo lançamento se deu em 18 de abril de 1857.

Essa obra nos apresenta o Consolador prometido por Jesus Cristo, e a partir dela jamais se é o mesmo quando a ela se achega sem preconcepção de qualquer natureza.

Com O Livro dos Espíritos e as obras que a partir dele vem a lume, se acessa tudo o que envolve o Espírito Humano possibili-tando a fé racional, portanto, sem dogmas. Acaba as superstições e o Inferno mitológico criado pela e para a consciência culpada.

Mas não é só isso. Com O Livro dos Es-píritos nasce a Doutrina Espírita, ou Espiri-tismo, que reafirma toda a moral exarada no Evangelho de Jesus tirando-O da cruz e ins-talando-O em nossos corações, induzindo--nos à prática da caridade pura, à benevolên-cia, à indulgência para com as imperfeições alheias e ao perdão.

Com a Doutrina Espírita Jesus está de volta em toda a Sua majestade, Espírito Puro que é, e agora reconhecido como o Governa-dor Espiritual do Planeta Terra que continua cuidando, amorosamente, de Suas ovelhas conduzindo-as ao redil seguro e confortável, o Mundo de Regeneração a que se destina o Planeta. Mas não nos iludamos, é preciso deixarmos de ser lobos, e transformamo-nos em ovelhas, mansas, para experimentarmos e herdarmos o Planeta melhor e isso só será possível se implantarmos em nosso compor-tamento, em espírito e verdade, as impres-cindíveis lições do Mestre de Nazaré.

Salve 18 de abril, o dia em que se come-mora a implantação, no Planeta Terra, o Consolador prometido por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro

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A oração é um valioso re-curso utilizado pela maioria dos seres humanos para ali-

viar suas tensões. Todos nós fazemos nossas orações; uns com mais fé, outros com me-nos, independente da religião que cada um de professa ou da maneira que se exprime em suas orações. Também aqueles que não são seguidores de nenhuma religião fazem suas orações. Alguns só oram em situações de emergência, pressionados pelo desespero, quando todos os recursos do plano material já foram esgotados. Outros oram mecanica-mente por puro habito ou tradição. Outros oram por devoção ou pelo prazer que sentem com suas orações ou pela paz de espírito que isso lhes proporciona. Existem ainda aqueles que oram por medo do castigo que pode-riam receber, caso não fizessem suas orações em dia. Cada um com seu estilo, certamente está dando o máximo de si mesmo de acordo com os recursos que possui, baseado na edu-cação que recebeu e no grau de evolução que se encontra na presente encarnação.

Não existem regras definidas para se fa-zer uma boa oração. Basicamente, devemos abrir nosso coração, elevarmos nossos pen-samentos ao Criador ou ao plano superior e expormos nossos anseios, mas a nossa falta de confiança ou de fé pode ser uma barreira para a harmonização necessária para a conse-cução de nossos objetivos.

Quando se trata de algum pedido (o que é mais frequente) com certeza seremos atendi-dos, na proporção de nossos merecimentos e da necessidade de passarmos por lições valio-sas para nossa evolução espiritual. Ninguém passa por uma dificuldade ou por uma lição

Valentim Antonio RodriguesJaú - SP

“de graça”, pois isso não estaria de acordo com o perfeito esquema cósmico elaborado pelo Criador para nossa vida na face do pla-neta. Qualquer que seja a dificuldade por que passamos, com certeza faz parte das leis de ação e reação que governam o universo, no qual estamos inseridos fazendo parte de um imenso e único contexto.

Quando fazemos nossas orações, deve-mos manter uma atitude isenta de qualquer perturbação mental, ansiedade ou preocu-pação com relação aos resultados de nossa oração, pois isso denota falta de confiança e fé em Deus, no Plano Superior, em nos-so Mentor ou na Divindade a quem dirigi-mos nossas orações, prejudicando assim, em muito, a nossa receptividade das impressões psíquicas ou das inspirações que poderiam nos ajudar nas soluções dos problemas ex-postos em nossas orações.

A maioria das pessoas deposita mais con-fiança nos serviços dos correios do que no Plano Espiritual, pois quando coloca uma carta no correio tem certeza de que a entre-ga será feita, não se preocupando mais com a correspondência em questão. Ninguém sai atrás do carteiro para vigiar e conferir se re-almente a carta será entregue; simplesmente, entrega sua mensagem nas mãos dos correios e esquece o assunto, pois tem certeza que tudo sairá a contento. Não é o que acontece com nossas orações. Quase sempre, fazemos nos-sas orações e ficamos tão preocupados com os resultados, mantendo nossa mente tão ocu-pada com as possibilidades decorrentes das mesmas, que não conseguimos uma mente clara e receptiva para as inspirações advindas do Plano Superior, as quais poderiam servir de lenitivo para nossas dores e de orientação para a solução de nossos problemas.

Devemos entregar nas mãos de Deus e do Plano Superior, todos nossos pedidos, todas nossas necessidades, todos nossos anseios, como fazemos quando colocamos uma carta nos correios, e esquecê-los, dando o assunto por encerrado, mantendo uma mente recep-tiva ás inspirações que possam surgir, na cer-teza de que Deus, como Pai que é, nos dará na medida certa, de acordo com nosso mere-cimento e de acordo com a conveniência da-quele momento. É o mínimo de confiança que deveríamos depositar na justiça Divina.

Confiança

Diante dos obstáculos, fazer o melhor e seguir para frente.

Sempre desapontamos alguém e sempre alguém nos desaponta.

Assim como nem todos podem habitar o mesmo sítio, nem todos con-seguem partilhar as mesmas ideias.

Nunca explodir, gritar, irar-se ou desanimar e sim trabalhar.

Depois de um problema, aguar-dar outros.

O erro ensina o caminho do acer-to e o fracasso mostra o caminho da segurança.

Toda realização é feita pouco a pouco.

Nos dias de catástrofe, nada de cólera ou de acusação contra alguém, e sim a obrigação clara de repormos o comboio do serviço nos trilhos adequados e seguir adiante.

Quem procura o bem, decerto que há de sofrer as arremetidas do mal.

Plantar o bem, através de tudo e de todos, por todos os meios lícitos ao nosso alcance, compre-endendo que, se em matéria de colheita Deus pede tempo ao ho-mem, o homem deve entregar o tempo a Deus.

Sinal Verde – André Luiz – psi-cografia Francisco Cândido Xavier

Obstáculos

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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMOCAPÍTULO III

HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI

DIFERENTES CATEGORIAS DE MUNDOS HABITADOS

3. Do ensino dado pelos Espíritos, resulta que muito diferentes umas das outras são as condições dos mundos, quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridade dos seus habitantes. Entre eles há os em que estes últimos são ainda inferiores aos da Terra, física e moralmente; outros, da mesma categoria que o nosso; e outros que lhe são mais ou menos superiores a todos os respeitos. Nos mundos inferiores, a existência é toda material, reinam soberanas as paixões, sendo quase nula a vida moral. À medida que esta se desenvolve, diminui a influência da matéria, de tal maneira que, nos mundos mais adiantados, a vida é, por assim dizer, toda es-piritual.

4. Nos mundos intermédios, misturam-se o bem e o mal, pre-dominando um ou outro, segundo o grau de adiantamento da maioria dos que os habitam. Embora se não possa fazer, dos di-versos mundos, uma classificação absoluta, pode-se contudo, em virtude do estado em que se acham e da destinação que trazem, tomando por base os matizes mais salientes, dividi-los, de modo geral, como segue: mundos primitivos, destinados às primeiras encarnações da alma humana; mundos de expiação e provas, onde domina o mal; mundos de regeneração, nos quais as almas que ainda têm o que expiar haurem novas forças, repousando das fadigas da luta; mundos ditosos, onde o bem sobrepuja o mal; mundos celestes ou divinos, habitações de Espíritos depurados, onde exclusivamente reina o bem. A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas, razão por que aí vive o homem a braços com tantas misérias.

5. Os Espíritos que encarnam em um mundo não se acham a ele presos indefinidamente, nem nele atravessam todas as fases do progresso que lhes cumpre realizar, para atingir a perfeição. Quando, em um mundo, eles alcançam o grau de adiantamento que esse mundo comporta, passam para outro mais adiantado, e assim por diante, até que cheguem ao estado de puros Espíritos. São outras tantas estações, em cada uma das quais se lhes depa-ram elementos de progresso apropriados ao adiantamento que já conquistaram. É-lhes uma recompensa ascenderem a um mundo de ordem mais elevada, como é um castigo o prolongarem a sua permanência em um mundo desgraçado, ou serem relegados para outro ainda mais infeliz do que aquele a que se veem impedidos de voltar quando se obstinaram no mal.

Quem nunca namorou um dia

que atire a primeira pedra. Junho, mês dedicado aos na-

morados, ou, como queiramos, ao namoro. Fase doce, de paixão, descobertas, emoções intensas. Quem nunca amou que atire a primeira pedra, não é mesmo? Quase todos já sentiram aquele frio na barriga, ansiedade e in-tensa vontade de ver o ente eleito pelo coração. Tempo de conheci-mento, planos, quem sabe projeto para formação de uma família. O namoro, aliás, quase sempre pre-cede a família.

Porém, em alguns casos o na-moro vai a falência depois da for-mação da família. Em algumas ocasiões a evolução de namoro para casamento com o passar dos anos torna-se uma involução. Ou seja, declina o interesse, o desejo, a vontade de namorar o outrora eleito. No entanto, não precisava ser assim, não mesmo. Fôssemos mais cuidadosos e não deixásse-mos de namorar nosso cônjuge e certamente viveríamos mais felizes. Dirão alguns que os anos tratam de esfriar a relação. Ou-tros acrescentarão que o desgaste é natural e faz parte de qualquer relacionamento. Reservo-me o direito de discordar. Os anos não precisam ser cruéis com os antigos namorados. Ao contrário, o passar do tempo deveria servir para o crescimento da admiração e o au-mento do amor. Algumas pessoas baseadas em pesquisas dirão que a paixão tem um prazo de validade. Tudo acaba, tudo! Ai eu pergunto: Mas que pesquisa é essa? Conheço vários casais que não dão bola para essas pesquisas e seguem apaixona-dos, amando-se.... pode ser que te-nham perdido a intensidade, mas

em contrapartida ganharam em qualidade. Amam-se muito mais, sentem-se muito mais, enfim, completam-se...

Os Espíritos amigos são claros em afirmar que o afrouxamento dos laços de família equivale ao re-crudescimento do egoísmo. Penso, então, que o cultivo do namoro entre os casais equivale a apertar os laços de família e, consequente-mente, aumentar o altruísmo.

Falta um pouco de namoro ao nosso mundo, falta um pouco de paixão... um amor apaixona-do que ultrapasse as barreiras do tempo e do espaço. Um amor que se estenda e que seja eterno. Os mais pessimistas afirmarão en-faticamente que um amor desse tipo é impossível aqui na Terra. Reservo-me novamente o direito de discordar. Conheço um ca-sal que cultivou esse namoro, ou melhor, ainda cultiva. A mulher inválida há mais de 27 anos e o eterno namorado ainda a chama de paixão... Aliás, faz até festa no dia que se comemora o aniversá-rio de casamento. A esposa já nem fala, não articula uma única pala-vra. O que importa? Ora, não são os corpos que se amam, mas, sim, as almas. E as almas entendem--se com o olhar. Enfim, aquelas almas se amam. Obviamente que não são almas gêmeas, porém, certamente, almas afins.

Desejo um pouco mais de namoro na vida de todos nós. E quem não tem namorada ou namorado? Não tem problema. Namore um ideal, um projeto, namore o mundo.

Wellington Rocha BalboBauru - SP

Um pouco mais de namoro ao mundo...

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Página 09O Idealista

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e críticas.

Termos distintos que fun-damentam filosofias religiosas diferentes. Ressurreição de-

riva do latim resurrectio, que é uma variação de resurgere e significa levantar-se, erguer-se novamente, ressurgir. Já a definição de reen-carnação, do latim incarnare, é o mesmo que retornar a carne, reassumindo uma nova for-ma humana. A Reencarnação é um dos gran-des pilares do Espiritismo e sob seu aspecto doutrinário, seguindo a fé ensinada por Kar-dec que sempre defendeu a análise de todos os assuntos estudados de forma racional, não é a mesma coisa que ressurreição, porque esta interpretada no sentido estrito da palavra é cientificamente impossível de se verificar. Um corpo físico, após a paralisação definitiva de suas funções (constatação da morte), não é capaz de recuperar suas atividades fisiológicas, desta forma não há uma possibilidade lógica de ressurreição.

Dirão alguns, para Deus nada é impossível. Sem dúvida! Porém, porque haveria Ele de mo-dificar a sua própria lei? Se não fizera com Jesus que teve que passar nove meses de gestação?

Já com relação à reencarnação, o espiritismo entende que para concluir o progresso moral e intelectual, o espírito necessita de variados estágios no plano físico, fato que acontece através da pluralidade das existências. É pela lei da reencarnação que o homem se aproxi-ma de Deus: ao “nascer de novo”, criam-se as condições de igualdade e de oportunidades para todos os espíritos, desta forma, é possível compreender com clareza a citação de Jesus: “[...]Ninguém pode ver o reino de Deus, se não nascer de novo.” (Jo 3,1-8).

Para o Espiritismo, o termo é utilizado para definir o retorno do espírito a um novo corpo, desta forma, um mesmo espírito submete-se a sucessivas reencarnações em corpos físicos di-ferentes. A ressurreição supõe o ressurgimento à vida do próprio corpo morto, o que a Ciên-cia demonstra ser materialmente impossível, mormente quando os elementos desse corpo já estão há muito dispersos e consumidos. A re-encarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas num outro corpo, novamente constituído, e que nada tem a ver com o antigo.

Ao estudar os Evangelhos, pode-se consta-tar que a reencarnação fazia parte dos dogmas judeus, sob o nome de ressureição, pois enten-diam que a alma poderia, de alguma forma, retornar à vida, embora desconhecessem o mecanismo de como isso se daria, designando, então, ressurreição. Em o Livro dos Espíritos, na sua questão nº. 171, encontramos a respos-ta a essas considerações: - Em que se funda o

Edson TomazelliJaú - SP

dogma da reencarnação? “Na justiça de Deus e na revelação, pois incessantemente repetimos: o bom pai deixa sempre aberta a seus filhos uma porta para o arrependimento. Não te diz a razão que seria injusto privar para sempre da felicidade eterna todos aqueles de quem não dependeu o melhorarem-se? Não são filhos de Deus todos os homens? Só entre os egoístas se encontram a iniquidade, o ódio implacável e os castigos sem remissão.”[...] “Todos os Espíri-tos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas exis-tências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova. Não obraria Deus com equidade, nem de acordo com a sua bondade, se condenasse para sempre os que talvez hajam encontrado, oriundos do próprio meio onde foram colocados e alheios à vontade que os ani-mava, obstáculos ao seu melhoramento[...]”. Podemos encontrar diversos apontamentos relacionados à reencarnação nos evangelhos, sendo o mais significativo o que diz respeito a narrativa de Jesus à seus discípulos, o qual afir-ma que Elias retorna como João Batista: “[...] Seus discípulos então o interrogaram desta for-ma: “Por que dizem os escribas ser preciso que antes volte Elias? –Jesus lhes respondeu: “É ver-dade que Elias há de vir e restabelecer todas as coisas: – mas, eu vos declaro que Elias já veio e eles não o conheceram e o trataram como lhes aprouve. É assim que farão sofrer o Filho do Homem.” – “Então, seus discípulos compreen-deram que fora de João Batista que ele falara. (Mt 17,10-13; Mc 9, 11-13.”.

O caso mais emblemático e de maior reper-cussão diz respeito à Jesus, que segundo a tradi-ção ressuscitou dos mortos, após o terceiro dia, o que se justifica pela materialização do espírito, que pode ocorrer com todo espírito desencarna-do que queira e tenha condições de se tornar vi-sível aos nossos olhos. Sobre essa questão Pedro comenta: “... Sofreu a morte em seu corpo, mas recebeu vida pelo Espírito” (Pe 3,18) ”. Con-clusão lógica que Jesus se mostrou em espírito e não em matéria e reza a tradição que Ele, após a “ressurreição”, apareceu rapidamente para al-guns de seus discípulos e chegou até a entrar em uma casa a portas fechadas. Ora, esses fatos não podem ocorrer com o espírito encarnado, todavia, são perfeitamente normais aos espíri-tos desencarnados. O fato é que Jesus ressurgiu (ressuscitou) em espírito, como acontece com todos nós após o desencarne. Deixamos o in-vólucro material que é transitório, para renascer na vida espiritual. Jesus se mostrou para àque-les que ficaram, afim de reafirmar aquilo que pregou durante sua passagem no plano físico: “Existe vida após a vida, pois a carne é perecí-vel, mas o espírito é imortal”.

Ressureição e Reencarnação

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André teve uma infância di-fícil, ficou aos cuidados de uma tia após a morte prematura de sua mãe. O pai, nem sequer co-nheceu.

Morava numa comunidade carente. Teve pouco tempo para os estudos, pois desde cedo foi obrigado pelas circunstâncias a trabalhar para ajudar no susten-to e manutenção da casa de sua tia que era solteira e tinha a saú-de debilitada.

Questionava muitas das vezes com sua tia Joelma sobre alguns assuntos: Tia, pouco lembro de minha mãe, como ela era? Ah, sua mãe era linda! Joana era uma flor de menina! Por que ela mor-reu tão cedo? Deus quis assim! E sobre meu pai? Por que ele não está aqui conosco? Sua tia não tinha todas as respostas e encer-rava o assunto. Mas essas ideias ficavam em sua mente juvenil e as lacunas o faziam sofrer.

O tempo foi passando e An-dré atingiu a adolescência, e como todo e qualquer garoto, alimentava muitos sonhos e ti-nha esperança de vencer na vida.

Certo dia, após retornar de uma jornada cansativa de traba-lho, foi tocado por compaixão ao deparar-se com um homem que estava sentado na calçada, trajando roupas surradas, um olhar triste e perdido no hori-zonte. Aproximou-se e pergun-tou: O senhor está bem? Posso ajudá-lo? O homem ergueu o olhar e vislumbrou a figura da-quele jovem a sua frente e disse: Ah, meu filho, ninguém pode me ajudar!

André insistiu dizendo: Mas senhor, o que houve de tão gra-ve assim que não possa ser repa-rado? O homem direcionou o olhar em André e falou: - Quer saber mesmo o que aconteceu meu filho? Sente-se aqui que vou lhe contar a minha história.

- Sabe garoto, quando eu ti-nha mais ou menos a tua idade, conheci uma garota sensacional

e logo me apaixonei. Porém, meus pais não aceitaram a minha decisão e fizeram de tudo para me afastar dela, só porque ela não pertencia a uma classe social igual a minha. Só Deus sabe o quanto eu amei, o quanto sofri e sofro até hoje! Briguei com meus pais e sai de casa para viver esse amor que nutria a minha alma, bem pouco me importava a po-breza ou a riqueza, bastava-me apenas o amor daquela linda e admirável mulher que me cor-respondia com seu amor e cari-nho. Arrumei um trabalho num escritório de advocacia, junta-mos os nossos trapos e fomos morar juntos. E nesse tempo em que passamos unidos pelo sen-timento do amor, tive a grande felicidade de saber que seria pai. Não coube em meu peito tama-nha alegria...

André ouvia tudo com um profundo sentimento que lhe abatia a alma.

O homem com a voz embar-gada continuou: - Mas um dia, quando regressei do trabalho e abri a porta de nosso casebre, qual foi a minha surpresa: ela não estava mais lá! O que havia feito para ela ter ido embora? Estáva-mos tão felizes juntos... Corri a redondeza a procura e nada, nem um sinal de Joana. Meu deses-pero aumentava, a noite estava chegando e eu ali perdido, sem nenhuma pista dela. Fiquei nes-se estado de perturbação durante semanas inteiras, procurava sem encontrar. Para mim, o mundo havia acabado, a vida estava sem cor, nada mais fazia sentido.

Foi quando escutei batidas no portão, avancei na esperan-ça dela ter voltado, mas, minha frustração foi imensa ao ver meu pai ali diante de mim querendo conversar. Virei as costas e re-tornei para dentro, não queria conversar com ninguém, então ele veio atrás dizendo que pre-cisava do meu perdão, porque havia feito uma coisa horrível e que minha mãe o deixara pelo ato inconsequente que praticou.

Suas palavras fizeram-me pa-

rar e ele falou: - Meu filho, tu sabes que sempre fui contra o teu relacionamento com aquela menina de estirpe pobre, sempre desejei que você se envolvesse com pessoas do teu nível so-cial, eu fui criado assim, esse era o meu jeito. Eu fiz planos para você, queria que você fosse o meu substituto nos negócios da família, mas a tua decisão de sair de casa e assumir aquele roman-ce, mexeu muito comigo, ver o meu único filho se desviar do ca-minho ao qual escolhi para ele, isso atacou-me a alma e fez-me um terrível monstro. Sim, so-mente agora sei que fui um im-piedoso e cruel, pois com minha atitude egoísta, fiz sofrer muitos corações e o meu próprio sangra até hoje de tanto remorso, de tanta culpa...

Aonde você quer chegar com esse papo? - Perguntei ao meu pai. E ele contou-me que havia ido até minha casa, esperou eu sair para o trabalho e quando Joana estava sozinha nos seus afazeres domésticos, ele entrou dizendo todos os tipos de impro-périos e ameaçou matá-la caso não saísse da minha vida, pois ela era uma vergonha, mas para que entendesse bem o recado, mandou seus capangas darem--lhe uma boa surra.

Tomado de gigantesca fúria não me contive e pulei em di-reção a ele para espancá-lo, mas ele não esboçou reação e isso desarmou-me, o larguei e disse: - Por que? Por que? Você arruinou minha vida, saia daqui, suma da minha frente seu, seu, seu... Cai em prantos...

André a essa altura também estava comovido com aquela historia e num gesto de carida-de abraçou aquele homem ao qual o destino havia desferido

um doloroso golpe. Após alguns instantes, o homem agradeceu a gentileza de André por ter em-prestado seus ouvidos para que ele pudesse desabafar e olhando no fundo dos olhos do jovem disse-lhe: - Olhando pra você vejo-me há tempos atrás. Vá ga-roto, siga teu caminho, lute com todas as forças pelo teu amor, teu ideal, não perca tempo na vida!

André ainda sensibilizado, prolongou a conversa por mais alguns minutos e contou um pouco da sua historia: - Sabe senhor, sua historia interliga-se muito com a minha. Joana era o nome de minha querida mãe que por sinal era muito bela, pouco sei dos motivos pelos quais a fizeram falecer em tenra idade, minha tia sempre mudava de assunto quando perguntava, ja-mais conheci meu pai, nada sei sobre ele, mas acredito na for-ça do destino e acho que estou prestes a vivenciar uma nova fase em minha vida, tudo me leva a crer que não nos encontramos por acaso, temos muitas coisas em comum, que tal irmos para a casa de minha tia e lá darmos continuidade ao assunto?

As palavras proferidas por aquele jovem tocaram fundo ao coração daquele homem que sentiu uma nova energia invadir--lhe o ser, e um tanto sem jeito disse: - Muito nobre de sua par-te garoto, convidar-me para ir até sua casa, mas o que sua tia irá pensar de você ao levar um desconhecido, um mendigo para dentro de casa? - Não se preocu-pe, contarei a ela a sua historia e com certeza, ela identificará nas entrelinhas que fazemos parte de uma mesma trama do destino, isso eu tenho certeza. Vamos, temos que conversar, sempre é tempo de recomeçar!

Carlo Sobrinho São Pedro da Aldeia/RJ

Sempre é Tempo de Recomeçar

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Fonte: Livro Perturbações EspirituaisDivaldo Pereira Franco / Manoel Philomeno de Miranda

Cap. 15 - Esclarecimentos Oportunos‘‘A onda de tentativa de moralização dos

governantes incapazes e protegidos por ne-gociações partidárias, demonstrando-lhes os vícios e extravagâncias administrativas com os furtos ultra milionários, é também obra dos honoráveis Espíritos encarregados de trabalhar nesse mister, inclusive com o re-nascimento na carne de muitos deles espe-cialmente capacitados para tanto...

‘‘As autoridades, mais do que os outros indivíduos, têm o dever de comportar-se de maneira honrada, tornando-se modelos para aqueles que se lhes estão submetidos.

Para isso, são muito bem remunerados, não necessitando dos expedientes reprochá-veis que se permitem. Quando há corrup-ção nos altos escalões do mundo, os demais segmentos da sociedade contaminam-se e seguem-lhes os exemplos nefastos.

“Por essa razão, os mentores da Humani-dade preocupam-se com o atual estado do planeta e estão vigilantes, em constantes ten-tativas de alterar essa viciosa conduta, que se fez responsável pela decadência e desapareci-mento de muitos Impérios e civilizações do passado, após o apogeu que atingiram...

‘‘A mácula permanece, mas providências transcendentais estão sendo tomadas para que haja radical mudança dos hábitos crimi-nosos, para a vivência dos códigos de respei-to aos deveres assumidos.

“Na atual conjuntura, equipes especiali-zadas estão trabalhando com vigor, para que sejam extirpados os velhos cânceres que têm devorado o patrimônio público das nações, tornando mais difícil o prosseguimento da leviandade ultrajante e, logo mais, surgirão os primeiros frutos desta impar sementeira.”

Novamente silenciou, e tentando pene-trar em nossas interrogações, adiu:

- O atendimento especial que fizemos ao adversário do nosso irmão perturbado e perturbador, irá influir significativamente na sua conduta. O paciente despertará com algumas reminiscências da comunicação e resolverá, ainda sob inspiração superior, afastar-se do grupo para não mais criar em-baraços, enquanto os seus pensamentos e atos definirão se prefere libertar-se da injun-ção obsessiva ou prosseguir submetido.

‘‘A sociedade carrega muitos fardos one-rosos sobre os ombros, em face da sua ima-turidade espiritual e da predominância das paixões primárias. A grande maioria dos seus sicários e exploradores renasce forrada de propósitos elevados, mas, em contato com os comparsas e os antigos esquemas de crueldade, não tem tido as resistências ne-cessárias para redimir-se, reincidindo nos desvios ultrajantes. Por sua vez, a Divindade os reenvia em expiações muito inquietantes, encarcerando-os no corpo, em silenciosas aflições e limitações aberrantes, a fim de que aprendam a valorizar a oportunidade de agir no bem. Nunca houve tanto desenvolvi-mento das ciências vinculadas à saúde, nem tantas problemáticas genéticas irrecuperá-veis, agindo nas mentes, nas emoções e nos corpos dos calcetas e renitentes.

“O que denominamos como civilização está muito distante dos padrões do respeito à Natureza e à vida em todas as suas expres-sões, particularmente em relação ao ser hu-mano nas suas multifárias tentativas de auto iluminação, de crescimento moral interior.

“Cabe-nos manter, no entanto, uma ati-tude otimista, porque Jesus comanda a gran-de nave terrestre, conduzindo-a ao porto de segurança, e espera que façamos a nossa parte, na condição de cooperadores por Ele convidados ao exercício do amor e da com-paixão.

‘‘Aprendamos, pois, a servir sem murmu-rar, compreendendo que o inimigo é alguém que perdeu o próprio endereço e projeta as suas angústias e aflições no outro, naquele de quem se torna adversário, seja por heranças reencarnacionistas ou por injunção do pro-gresso moral.”

Perturbações Espirituais

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