View
0
Download
0
Embed Size (px)
Camilo Oliveira Geraldi
O EFEITO CRÔNICO DO TREINAMENTO AERÓBIO E DO EXERCÍCIO AERÓBIO MÁXIMO SOBRE O ESTRESSE OXIDATIVO E A CAPACIDADE ANTIOXIDANTE EM
HOMENS TREINADOS E SEDENTÁRIOS
Belo Horizonte
Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG
2019
Camilo Oliveira Geraldi
O EFEITO CRÔNICO DO TREINAMENTO AERÓBIO E DO EXERCÍCIO AERÓBIO MÁXIMO SOBRE O ESTRESSE OXIDATIVO E A CAPACIDADE ANTIOXIDANTE EM
HOMENS TREINADOS E SEDENTÁRIOS
Belo Horizonte
Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG
2019
Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Ciências do Esporte, da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências do Esporte. Orientador: Prof. Dr. Luciano Sales Prado Co-Orientador: Prof. Dr. Reginaldo Gonçalves
Dedico esse trabalho à todos os profissionais da saúde, especialmente aos da educação
física, pessoas fundamentais para a busca da longevidade e o bem estar humano.
AGRADECIMENTOS
A presente dissertação de mestrado não seria concluída sem o precioso apoio de várias
pessoas.
Em primeiro lugar agradeço à minha querida e carinhosa mãe, fonte da minha disciplina e
determinação, à minha esposa e aos meus filhos, que de formas diferentes multiplicaram
a força e o tempo necessários para realizar este estudo. Ao meu pai querido, que através
de uma breve experiência ao meu lado, transmitiu muito sobre a alegria e energia de
viver. À minha sogrinha, meu sogro, cunhados e concunhado pelo carinho com meus
filhos durante os momentos em que estive imerso estudando.
Ao amigo Felipe Shang, que participou com opiniões e direcionamentos valiosos desde o
início deste mestrado, durante a alteração do tema de pesquisa, até os momentos finais.
Ao Gabriel Quinan e Gabriela Cangussu, amigos fundamentais durante minha preparação
para ingressar no programa de mestrado, pelo auxilio fundamental nesse retorno “aos
trilhos” acadêmicos.
Ao professor Reginaldo Gonçalves, meu coorientador, por sua calma e precisão durante
as orientações e principalmente nos momentos das coletas.
Agradeço aos amigos e colegas Eduardo Penna, Rúbio Bruzzi, André Bob e todos os
colegas do LAFISE, pelos conselhos, cafés, bate-papos, revisões, cervejas, entre outras
boas experiências que ilustraram um ambiente unido, positivo e muito produtivo.
Ao Dr. Haroldo Aleixo, e ao professor Marcelo Papotti da USP/ Ribeirão Preto, que
proporcionaram ambientes perfeitos para as coletas e participaram ativamente dos
momentos experimentais.
Aos funcionários da EEFFTO/ UFMG, que foram sempre prestativos e pacientes durante
esse período.
Aos profissionais responsáveis pela coleta das amostras sanguíneas, Fernando Pedro,
Gilson, Lorena e Mariana.
À Kátia Michelle Freitas, Edenil Aguilar, Weslley Braga e Luciano Capettini pelo tempo e
conhecimento doado durante as análises das mais importantes variáveis deste estudo.
À Daisy e ao Albená, que indicaram profissionais excepcionais e proporcionaram
ambientes ricos para o desenvolvimento deste trabalho.
Por último, quero agradecer ao meu orientador, professor Luciano Sales Prado, por todo o
incentivo, desde o dia em que nos encontramos por uma coincidência dos diferentes
trabalhos, quando recebi o convite inusitado para voltar aos estudos. Muito obrigado pelas
palavras de motivação e orientação, sempre nos momentos decisivos.
Os estudos sobre treinamento esportivo evoluem rapidamente. Ao estudar e aplicar os
conceitos do treinamento durante o meu trabalho como profissional de educação física
tenho inúmeras questões, algumas são parcialmente respondidas e outras continuam
sem resposta. Quando a dúvida é sobre os efeitos do treinamento, se são benéficos ou
não, do ponto de vista da saúde, ganho uma motivação extra para investigar o assunto.
Com esse trabalho tive a intenção de avançar no entendimento sobre o treinamento e a
relação entre o condicionamento físico e a saúde, podendo contribuir com o meio
profissional tanto para a aplicação prática quanto para a produção de novos trabalhos.
RESUMO
O estresse oxidativo ocorre quando do desequilíbrio entre a oxidação oriunda do metabolismo energético e sua compensação através do sistema de defesa antioxidante, em favor da expressão aumentada de espécies reativas de oxigênio (ERO) e nitrogênio (ERN). A relação entre a formação de ERO e ERN, e a capacidade antioxidante é denominada balanço redox. O estresse oxidativo crônico pode provocar dano celular por oxidação e inflamação, e está associado ao desenvolvimento de inúmeras doenças. O estresse oxidativo agudo está associado à fadiga durante o exercício. Por outro lado, as ERO podem atuar favorecendo adaptações ao exercício físico, ou o combate a um processo inflamatório. Este estudo tem como objetivo avaliar os efeitos do nível de condicionamento aeróbio sobre indicadores de estresse oxidativo e da capacidade antioxidante, em repouso, e após um exercício progressivo até a exaustão (teste de VO2máx). Participaram deste estudo indivíduos altamente treinados (n=14, VO2máx = 62,5 ml/ kg/ min ± 6,07) e sedentários (n=14, VO2máx = 33,3 ml/ kg/ min ± 3,69), todos do sexo masculino, com idades entre 18 a 40 anos. Antes e após o exercício, foram medidos os níveis séricos de marcadores da capacidade antioxidante (superóxido dismutase (SOD), glutationa reduzida (GSH), glutationa oxidada (GSSG) e razão de glutationa (GSH/ GSSG)) e de estresse oxidativo (substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), óxido nítrico (NO)) para estimar o balaço redox e a ação cumulativa de antioxidantes que cooperam na remoção de espécies reativas de oxigênio em tecidos e fluidos corporais. Independentemente do momento, as concentrações de TBARS foram maiores e a atividade antioxidante foi menor (GSH/ GSSG maior) para o grupo sedentário. Após o exercício progressivo até a exaustão, para os sedentários, houve aumento das concentrações de TBARS, NO, GSH/ GSSG e SOD. Para os treinados, houve aumento das concentrações de TBARS e SOD, e redução de NO. Os resultados indicam que adultos treinados aerobicamente apresentam estresse oxidativo reduzido e capacidade antioxidante aumentada. Uma sessão de exercício progressivo até a exaustão proporciona aumento do estresse oxidativo indepentendemente do estado de condicionamento aeróbio.
Palavras-chave: Exercício. Fadiga. Estresse oxidativo. Capacidade antioxidante.
Condicionamento aeróbio.
ABSTRACT
Oxidative stress is a condition that occurs when the imbalance between oxidation from energy metabolism and its compensation through the antioxidant defense system, in favor of the increased expression of reactive oxygen species (ROS) and nitrogen (RN) species. The relationship between ROS formation and antioxidant capacity is called the redox balance. Chronic oxidative stress can cause cellular damage through oxidation and inflammation, and is associated with the development of numerous diseases. Acute oxidative stress is associated with fatigue during exercise. On the other hand, studies have demonstrated that ROS can act favoring adaptations to physical exercise, or even favoring the fight against an inflammatory process. This study aims to evaluate the effects of the level of aerobic conditioning on indicators of oxidative stress and antioxidant capacity indicators, in rest situation, and after a progressive exercise to exhaustion (VO2max test). Participants in this study were highly trained subjects (n = 14, VO2max = 62.5 ml/ kg/ min ± 6.07) and sedentary subjects (n = 14, VO2max = 33.3 ml/ kg / min ± 3.69), all of them male, between the ages of 18 and 40 years. Before and after exercise, serum levels of antioxidant capacity (superoxide dismutase (SOD), reduced glutathione (GSH), oxidized glutathione (GSSG) and glutathione ratio (GSH/ GSSG)) and oxidative stress (thiobarbituric acid reactive substances (TBARS), nitric oxide (NO)) to estimate the redox balance and the cumulative action of antioxidants which cooperate in the removal of reactive oxygen species in tissues and body fluids. Independently of the moment, TBARS concentrations were higher and the antioxidant activity was lower (GSH / GSSG higher) for the sedentary group. After the progressive exercise until exhaustion, for the sedentary, there was an increase in TBARS, NO, GSH/ GSSG and SOD concentrations. For the trained group, there was an increase in TBARS and SOD concentrations, and NO reduction. The results indicate that aerobically trained adults have reduced oxidative stress and increased antioxidant capacity. A session of progressive exercise to exhaustion provides increased oxidative stress independently of the state of aerobic conditioning.
Keywords: Exercise. Fatigue. Oxidative stress. Antioxidante capacity. Aerobic
conditioning