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Departamento de Artes de Design O FAZER-PENSAR NO DESIGN ESTRATÉGICO: A TRANSFORMAÇÃO DO PLANO ENTRE MÍDIAS FÍSICAS E DIGITAIS COMO FONTE DE INOVAÇÃO Aluna: Fernanda Queiroz de Souza Corrêa Orientador: Claudio Freitas de Magalhães Introdução/Justificativa A partir do início doa anos 90, observou-se o crescimento do interesse na área do Design sobre os aspectos que antecedem a concepção de produtos, definidos como os conteúdos concernentes a um Design Estratégico (Magalhães, 1994). Tanto o exercício profissional quanto o ensino e a pesquisa em design passaram a demonstrar interesse sobre este tema e a incorporar discursos e práticas voltadas principalmente para a fase anterior à definição do projeto e do produto a ser desenvolvido. Nesta fase, de carácter principalmente analítico, busca-se um entendimento da situação de projeto e uma maior fundamentação para a definição do produto. O discurso estratégico do design de algum modo foi sendo incorporado ao do universo da administração, em especial através do “Design Thinking” (CROSS, 2001) e sendo divulgado por Tim Brown (2009) e seu estúdio IDEO (http://www.ideo.com ). Verifica-se portanto, que o Design Estratégico, não pouco pertinente e necessário em um primeiro momento, representa um dos paradigmas preponderantes no ensino e principalmente na pratica profissional nos dias atuais. Desta maneira, verifica-se uma ênfase no processo analítico e um desequilíbrio entres fundamentos do design, especialmente em detrimento do conhecimento e vivência dos elementos básicos da forma e da composição. Ou seja, estratégias centradas no núcleo da concepção de produtos, oriundas de uma experimentação na ação, são restritas a uma fase de síntese, plenamente delineada por uma fase analítica do projeto, e por um briefing de produto que não contempla investigações no campo da materialidade ou da configuração. Esta situação é determinada pela utilização de uma estrutura restrita do método de design, especificamente onde se determina uma rígida distinção entre uma fase analítica anterior e uma fase de síntese posterior. Objetivos Esta pesquisa experimentou e propôs processos distintos para o método de design de produtos, em especial aqueles que alterem a estrutura clássica de análise/síntese de um projeto. Esta pesquisa investigou a potencialidade estratégica de inovação da geração de conceitos e soluções a partir da exploração da transformação do plano, antecedendo a definição de problemas e ou oportunidades de projeto. Como gatilho para inovação utilizou-se de transposições entre mídias e técnicas físicas e digitais para a realização de modelos e protótipos experimentais. Partiu-se da solução para o problema: através da geração de protótipos e soluções formais genéricas chegou-se à oportunidades de projeto. A situação de projeto foi induzida pela solução. Metodologia Visando identificar a potencialidade da geração de formas a partir da transformação do plano como incitação para soluções ou desenvolvimento de produtos inovadores foram utilizados recursos e simulações físicas e digitais, como desenho 2D e 3D estáticos, assim como transformação dinâmica da forma em meio físico e digital, através de modelagem 3D

O FAZER-PENSAR NO DESIGN ESTRATÉGICO: … de Janeiro, SENAI/DN, SENAI/SETIQT, CNPq, IBICT, PADCT, TIB, 1997.! 4 - MAGALHÃES, C. F. A prática reflexiva no Design Estratégico: Fundamentos

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O FAZER-PENSAR NO DESIGN ESTRATÉGICO: A TRANSFORMAÇÃO DO PLANO ENTRE MÍDIAS FÍSICAS E DIGITAIS

COMO FONTE DE INOVAÇÃO!!

Aluna: Fernanda Queiroz de Souza Corrêa!Orientador: Claudio Freitas de Magalhães!

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Introdução/Justificativa!A partir do início doa anos 90, observou-se o crescimento do interesse na área do

Design sobre os aspectos que antecedem a concepção de produtos, definidos como os conteúdos concernentes a um Design Estratégico (Magalhães, 1994). Tanto o exercício profissional quanto o ensino e a pesquisa em design passaram a demonstrar interesse sobre este tema e a incorporar discursos e práticas voltadas principalmente para a fase anterior à definição do projeto e do produto a ser desenvolvido. Nesta fase, de carácter principalmente analítico, busca-se um entendimento da situação de projeto e uma maior fundamentação para a definição do produto. O discurso estratégico do design de algum modo foi sendo incorporado ao do universo da administração, em especial através do “Design Thinking” (CROSS, 2001) e sendo divulgado por Tim Brown (2009) e seu estúdio IDEO (http://www.ideo.com ). Verifica-se portanto, que o Design Estratégico, não pouco pertinente e necessário em um primeiro momento, representa um dos paradigmas preponderantes no ensino e principalmente na pratica profissional nos dias atuais. Desta maneira, verifica-se uma ênfase no processo analítico e um desequilíbrio entres fundamentos do design, especialmente em detrimento do conhecimento e vivência dos elementos básicos da forma e da composição. Ou seja, estratégias centradas no núcleo da concepção de produtos, oriundas de uma experimentação na ação, são restritas a uma fase de síntese, plenamente delineada por uma fase analítica do projeto, e por um briefing de produto que não contempla investigações no campo da materialidade ou da configuração. Esta situação é determinada pela utilização de uma estrutura restrita do método de design, especificamente onde se determina uma rígida distinção entre uma fase analítica anterior e uma fase de síntese posterior.!!Objetivos!

Esta pesquisa experimentou e propôs processos distintos para o método de design de produtos, em especial aqueles que alterem a estrutura clássica de análise/síntese de um projeto. Esta pesquisa investigou a potencialidade estratégica de inovação da geração de conceitos e soluções a partir da exploração da transformação do plano, antecedendo a definição de problemas e ou oportunidades de projeto. Como gatilho para inovação utilizou-se de transposições entre mídias e técnicas físicas e digitais para a realização de modelos e protótipos experimentais. Partiu-se da solução para o problema: através da geração de protótipos e soluções formais genéricas chegou-se à oportunidades de projeto. A situação de projeto foi induzida pela solução.!!Metodologia!

Visando identificar a potencialidade da geração de formas a partir da transformação do plano como incitação para soluções ou desenvolvimento de produtos inovadores foram utilizados recursos e simulações físicas e digitais, como desenho 2D e 3D estáticos, assim como transformação dinâmica da forma em meio físico e digital, através de modelagem 3D

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tradicional e escaneamento 3D. O registro sistemático através de fotos e pequenas filmagens, seguidas de análise da configuração estética e classificação desta geração serviram como reflexão sobre o processo criativo e para decisões de aperfeiçoamentos e mudanças necessárias, assim como, para a exploração concentrada nos modelos promissores. Os modelos e protótipos foram produzidos através de técnicas tradicionais e por prototipagem rápida. Foi realizada pesquisa iconográfica de produtos desenvolvidos com transformações de planos feitos de diversos materiais e processos. !!Desenvolvimento! Esta pesquisa desenvolveu dois projetos em paralelo, uma mesa conversível e joias, ambos partindo de um mesmo princípio: exploração de superfícies transformadas a partir de triangulação de planos. !

Iniciou-se estudos com variações no número de cortes, vincos, ângulos e tipo de materiais, gerando novos padrões que quando torcidos geravam novas formas tridimensionais. Foram utilizadas na pesquisa modelos em papel, corte à laser, impressão e escaneamento 3D, com o intuito de materializar as estruturas virtuais produzidas na pesquisa. !

A primeira malha triangulada (imagens 1 e 2) foi feita em papel triplex e seus vincos foram feitos com a maquina de corte a laser (fotos 1, 2 e 3) e a partir disso foram estudas diferentes formas de torções. Com simples alterações de cortes e vincos novas formas foram estudadas e instigaram uma maior variação de linhas, colunas e diagonais em superfícies de diferentes tamanhos e materiais. ! !

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!Imagem 1: desenho planificado dos vincos (linhas em preto) e cortes (linhas em vermelho).! !

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Foto 1: Vistas do modelo físico tridimensional em papel!!

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!Imagem 2: desenho planificado dos vincos Foto 2: Vista do modelo físico!

Foto 3 e 4: Vistas do modelo físico tridimensional em papel!

Ao aumentar o numero de triângulos em uma folha A4 com gramatura de 90g/m², os vincos fizeram com que a estrutura ficasse bem estruturada (fotos 5 e 6). Ao fechar a estrutura foi obtido uma composição diferente (foto 7) e interessante para outras explorações. Esta estrutura foi assumida como ponto de partida para o desenvolvimento de cada produto. A partir dela foram construídos modelos digitais 3D no software de modelagem Rhinoceros (imagem 3). Foi feito um teste de impressão em ABS, um polímero, na impressora Cube Pro, com alta resolução de impressão e de qualidade profissional (foto 8). !!

!Foto 5: Planificação da triangulação!

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! !! ! !!!!!!!!Foto 6: Estruturação do papel após os vincos!!

!! ! !!!!!!!!Foto 7: Estruturação da forma fechada!

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!Imagem 3: Modelo virtual no Rhinoceros!!

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!! !!!!!!!Foto 8: Modelo Impresso!

A partir destas experimentações teve início uma fase de analogias para o desenvolvimento de produtos. Uma das possibilidadesfoi uma peça de joalheria (segmento de aplicação e pesquisa do Laboratório) . Com isso foi desenvolvida uma linha de jóias, contendo um anel, dois pingentes, três pares de brincos (imagens 4, 5 e 6) . Em fase de testes da impressora específica para jóias recentemente adquirida pelo NEXT (Project 1200) foi possível imprimir em cera própria para fundição um dos brincos (fotos 9 e 10).Estes modelos tridimensionais possibilitaram um maior conhecimento sobre as peças em relação ao seu tamanhoe sua espessura, para que quando fundida não ficasse muito pesada, se tornando um incomoda a usuária. Após esta primeira impressão, os outros brincos foram impressos forma com a mesma tecnologia, prontos para serem fundidos pelo processo de cera perdida. A imagem 7 apresenta o produto fundido. !

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!!!! !!!!Imagem 4: Representação virtual dos brincos!

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!! ! Imagem 5: Representação virtual do anel!

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!! ! Imagem 6: Representação de um pingente!! !!!!

Fotos 9 e 10: Modelo Impresso!

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! Imagem 7: Representação virtual das peças fundidas

A mesa conversível, possui o mesmo princípio adotado pelas joias, porém ela surgiu

da sua desconstrução. Através cortes onde seriam os vincos, novas formas puderam ser montadas, possibilitando um novo olhar em relação a forma (fotos 11, 12, 13 e 14). !!

Fotos 11, 12, 13 e 14: Vistas do modelo físico tridimensional em papel!

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Uma das formas foram escolhidas para ser melhor desenvolvida, dentro da mesma forma foram feitos vários testes com diferentes materiais, tamanhos e simultaneamente começou-se a estudar tipos de dobradiça e como seria o sistemas de uma mesa que se dobra.!

Pensou-se em utilizar tecido como dobradiça, uma vez que dobradiças interferem muito nas linhas do desenho. Foi feito um teste com mdf e feltro para validar a possibilidade de utilizar o tecido (fotos 15 e 16), que funcionou como o esperado. Porém, seria necessário buscar um material que fosse resistente e maleável o suficiente para resistir o esforço da dobra, sem que ele trabalhasse muito. Encontramos o couro, que além de atender nossas necessidades, ele cria uma harmonia com a madeira. Foi projetada uma solução para a junção dos pés com imã, possibilitando assim a manutenção das linhas originais do modelo inicial. !!

Fotos 15 e 16: Modelo feito de mdf, feltro e imã!!Ao fazer um modelo em escala de 1:2 (fotos 17 e 18) percebemos alguns problemas,

um deles era que ao fechar a mesa a pessoa poderia machucar os dedos o outro foi a sobreposição dos pés quando fechado. Foram feitas algumas alterações, duas quinas da mesa foram reduzidas e os pés acompanharam o novo desenho do tampo (fotos 19 e 20) e assim chegamos na forma final (imagens 8 e 9). !

Fotos 17 e 18: Modelo em escala 1:2! !

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Imagem 9: Representação virtual da mesa!

Fotos 19 e 20: Novo desenho!!

Imagem 8: Modelo virtual no Rhinoceros!!

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Outro produto desenvolvido foi o vaso, que também foi criado através da triangulação do plano. Quando torcida cria uma estrutura rígida (fotos 21 e 22), que então foi scaneada tridomensionalmente no Artec Eva. Em cima da malha produzida pelo scan (imagem 10) foi possível construí-la virtualmente. Depois de modelada em 3D do programa Rhinoceros (imagens 11 e 12), a peça foi impressa na máquina VX-800 da Voxeljet em PMMA (foto 23), um tipo de acrílico e depois banhada em cera, que possibilita a peça ir direto para a fundição.!

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Fotos 21 e 22: Estrutura em papel!

Imagem 10: Malha produzida pelo scan!

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!Imagem 11: Construção da peça em cima do scan !

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!Imagem 12: Peça modela virtualmente !

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Foto 23: Peça impressa para fundição!!!

Conclusões!Este estudo demonstra como explorações da forma possibilita o surgimento de

produtos inovadores, que provavelmente não surgiriam através de outros processos. Além disso, percebe-se como a combinação do trabalho manual e da tecnologia nos possibilitam ir sempre além. Ao pensar em produtos depois de se chegar na forma, nos permite trabalhar a nossa capacidade de associação e treinar nosso olhar para ver em uma mesma forma diferentes possibilidades de produtos. !!

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Referências!1- Brown, T. Change by Design: how design thinking can transform organizations and inspire innovation. New York: Harper Business, 2009.!2 - CROSS, N. Designerly ways of knowing. London: Springer-Verlag, 2006.!3 - MAGALHAES, C. F., Design Estratégico: integração e ação do Design Industrial dentro das empresas. Rio de Janeiro, SENAI/DN, SENAI/SETIQT, CNPq, IBICT, PADCT, TIB, 1997.!4 - MAGALHÃES, C. F. A prática reflexiva no Design Estratégico: Fundamentos do Design para uma Industria Criativa, Formas do Design, 2ª edição, !4- COUTO, Rita Maria de Souza; Oliveira, Alfredo Jefferson de; Farbiarz, Jackeline Lima; Novaes, Luiza. Formas do Design: Por uma metodologia interdisciplinar. Rio de Janeiro, RioBook´s 2ª Edição Revisada e Ampliada, 2014.