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O IDOSO E A SOCIEDADE BRASILEIRA Mariana Giorgi – Psicóloga e Pedagoga

O Idoso e a Sociedade Brasileira

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Aspectos epidemiológicos e demográficos

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O Idoso e a sociedade brasileira

O Idoso e a sociedade brasileiraMariana Giorgi Psicloga e Pedagoga

Epidemiolgico e Demogrficos Epidemiolgico: relativo epidemiologia.Epidemiologia: Cincia que estuda os padres da ocorrncia de doenas na populao humana, assim como os fatores determinantes. Prope medidas especficas de preveno, controle ou erradicao das doenas.Demogrficos: relativo demografia.Demografia: rea da cincia geogrfica que estuda a dinmica populacional humana.

IntroduoO envelhecimento populacional foi um fenmeno inicialmente observado em pases desenvolvidos, mas recentemente nos pases em desenvolvimento que a populao idosa tem aumentado de forma mais rpidaPublicaes recentes da OMS estimam que entre 1990 e 2025, a populao idosa aumentar cerca de 7 a 8 vezes em pases em desenvolvimento. Tambm indicam que em 2025, cinco dos pases so em desenvolvimento, incluindo o Brasil com um nmero estimado de 27 milhes de pessoas com 60+ anos de idade.

IntroduoA proporo de pessoas com 60 + anos de idade no Brasil aumentou de 6,1 % em 1980, para 7,9 % em 1996.

Fonte Data SUS. Disponvel em www.datasus.gov.brExplicaes quando s mudanas demogrficasNo Brasil, a passagem de uma situao de alta fecundidade e alta mortalidade para uma de baixa fecundidade e progressiva baixa da mortalidade, tem propiciado mudanas significativas na sua pirmide populacional, caracterizada por um aumento progressivo e acentuado da populao adulta e idosa.Estas mudanas significativas da pirmide populacional comeam a acarretar uma srie de previsveis consequncias epidemiolgicas, sociais, e culturais, para as quais ainda no estamos preparados para enfrentar adequadamente.O que causa essa mudana?Dentro deste contexto tem-se desenvolvido , uma rpida transio nos perfis de sade que se caracteriza:predomnio das enfermidades crnicas no transmissveis;importncia crescente de fatores de risco para a sade e que requerem aes preventivas em diversos nveis.As doenas infecto-contagiosas na dcada de 50 representavam quase a metade das mortes ocorridas no pas, enquanto hoje so responsveis por menos de 10%. Em contrapartida as doenas cardiovasculares passaram de 12 % para 40%.

Caracterizao do Brasil AtualO Brasil vem passando por dois grandes processos que se encontram intimamente relacionados:a estrutura populacional;a prevalncia de doenas;Caracterizao do Brasil AtualMuitas pessoas vivem alm dos 65 anos se mantm, saudveis e ativas, pois o perodo de doena e dependncia, estudos relatam que normalmente ocorrem nos trs ou quatro nos que antecedem a morte, independentemente da idade em que esta ocorra.

Nesta faixa etria , as doenas mais comuns so:as cardiovascularesdiabetesneoplasiasAlzheimer e outras demncias

Embora essas doenas sejam at o momento incurveis, so passveis de cuidados que podem diminuir a rapidez da evoluo, o nmero e a gravidade das complicaes, diminuindo o sofrimento tanto dos pacientes quanto daqueles que deles cuidam.Caracterizao do Brasil AtualO grande problema que no Brasil as condies socioeconmicas determinam um nmero maior de idosos doentes e/ou invlidos, ou com deficincia sendo as principais consequncias: m nutrio, ms condies assistenciais e de trabalho, acidentes, doenas crnico-degenerativas.Quanto melhores as condies de vida, maior o nmero de idosos sadios. As diferenas regionais so marcantes no processo de envelhecimento da populao brasileira, interferindo na mortalidade por grupo etrio e por causa do bito, no comportamento reprodutivo, na qualidade e quantidade dos servios de sade.

Estudos e Informaes EpidemiolgicasAs informaes epidemiolgicas sobre as condies de sade da populao idosa e suas demandas por servios mdicos e sociais so fundamentais para o planejamento da ateno e promoo da sade e social.

Estudos epidemiolgicos com base populacional so caros, exigem tempo, e equipes especializadas para o seu desenvolvimento. Porm, so essenciais para o conhecimento das condies de sade e social da populao idosa.

Causas de morte entre idosos brasileirosAs doenas do aparelho circulatrio foram a primeira causa morte entre os idosos brasileiros em 1980,1991 e 1996. Neste mesmo perodo as neoplasias foram consideradas o segundo grupo de causas de morte desta populao. Como um terceiro grupo de causa morte apareceram na mesma proporo as seguintes causas: endcrinas, nutricionais e metablicas, infecciosas, parasitrias e externas.

Consequncia das doenasAlgumas doenas como, por exemplo, o AVC , ou at mesmo um acidente por causa externa (atropelamento), podem ocasionar limitaes fsicas (tetraplegia, tetraparesia, monoparesia, monoplegia);Uso de tecnologias assistivas: cadeira de rodas ou banho, muleta, andador.

Reflete mais ainda para esse idoso, pois necessita re-significar alm da sua idade, sua condio.Classificao Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Sade CIF Testagem;

2001aprovao/publicao pela OMS, e compromisso de 191 pases;

2003 publicao em portugus;

Objetiva a descrio e avaliao da sade e da deficincia.

Classificao Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Sade CIF Famlia de classificaes internacionais da OMS.

CID-10

Classificao Estatstica Internacional de Doenas & Problemas Relacionados SadeCIF

Classificao Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e SadeAdaptaes para EspecialidadesAdaptaes para Cuidados PrimriosO que a CIF?A CIF focaliza seu interesse no conceito vida, pois considera a maneira como as pessoas vivem seus problemas de sade e como elas podem melhorar suas condies de vida para que consigam ter uma vida produtiva e enriquecedora.

Possui implicaes na prtica da medicina, assim como na legislao e polticas sociais destinadas a melhorar o acesso aos cuidados de sade, bem como proteo dos direitos individuais e coletivos.

A CIF transforma a nossa viso da deficincia, que no mais o problema de um grupo minoritrio e no se limita unicamente s pessoas com deficincia visvel ou em cadeiras de rodas.

Teorias Sobre o EnvelhecimentoTeorias de Programao GenticaTeoria da senescncia programada: O envelhecimento o resultado da ativao e da desativao sequencial de certos genes, com a senescncia sendo definida como o momento quando dficits associados idade manifestam-se.Teoria endocrinolgica: Relgios biolgicos atuam atravs de hormnios para controlar a taxa de envelhecimento.Teoria imunolgica: Um declnio programado nas funes do sistema imunolgico leva maior vulnerabilidade, a doenas infecciosas; assim, ao envelhecimento e morte.Teorias de Taxas VariveisTeoria do desgaste: As clulas e os tecidos tm partes especiais que se desgastam.Teoria dos radicais livres: Os danos acumulados dos radicais de oxignio fazem com que clulas e -eventualmente - rgos parem de funcionar.Teoria da taxa de metabolismo: Quanto maior a taxa de metabolismo de um organismo, mais curto o ciclo de vida.Teoria auto-imune: O sistema imunolgico confunde-se e ataca as prprias clulas do organismo.

Deficincia X EnvelhecimentoAudio;Viso;Memria;Fsica;Psicossocial.

Grau de dependncia ANVISA:Grau de Dependncia I - idosos independentes, mesmo que requeiram uso de equipamentos de auto-ajuda;Grau de Dependncia II - idosos com dependncia em at trs atividades de autocuidado para a vida diria tais como: alimentao, mobilidade, higiene; sem comprometimento cognitivo ou com alterao cognitiva controlada;Grau de Dependncia III - idosos com dependncia que requeiram assistncia em todas as atividades de autocuidado para a vida diria e ou com comprometimento cognitivo.ComunicaoDicas para melhorar a comunicao verbal com o idoso: usar frases curtas e objetivas; procurar um ambiente com poucos rudos; repetir a comunicao erroneamente interpretada por ele utilizando palavras diferentes, e de preferncia, os termos tambm utilizados por ele; falar de frente para o idoso evitando virar-se ou afastar-se enquanto fala; evitar cobrir a boca com a mo ou com qualquer objeto enquanto fala, permitindo que ele possa ler os lbios; identificar o momento melhor de abordagem - que no tenha tantos rudos a nossa volta; evitar infantiliz-lo utilizando termos inapropriados como vov, querido ou ainda utilizando termos diminutivos desnecessrios (bonitinho, lindinho, etc) cham-lo pelo prprio nome ou da forma como ele referir preferir. quando possvel e necessrio, usar a escrita para auxiliar na reteno de informaes.

SenescnciaTato Reduo das sensaes tteis em especial as relacionadas temperatura, presso e dor local.

AudioDegenerao da cclea; Reduo da produo de cerume; Atrofia do nervo auditivo.

VisoReduo da acuidade visual; Reduo a viso perifrica e da viso lateral; Diminuio do reflexo;

Cuidador de idososCompreender que esse idoso possui uma histria de vida e possui uma individualidade;

Luto de vrias situaes sejam essas relacionadas questes emocionais ou fsicas;O Cuidador deve ser capaz de:ultrapassar uma situao-limite; resolver uma situao atual ou potencial; encontrar um funcionamento pessoal mais satisfatrio; aumentando sua autoestima e sua segurana e diminuindo sua ansiedade ao mnimo; desenvolver atitudes positivas frente s suas (in) capacidades; melhorar sua capacidade de comunicao e sua relao com os outros; identificar um sentido para sua existncia. manter um ambiente estimulante no que se refere aos nveis biopsicossocial.

Cuidador de idososPessoa capacitada para auxiliar o idoso em suas limitaes, no fazendo por este determinada ao se ele ainda capaz.

Auxilia nas atividades bsicas de vida diria (ABVD).Definindo papis...Cabe ao profissional: identificar claramente os problemas vivenciados pelo idoso;estabelecer conjuntamente com idoso/ famlia objetivos concretos e pertinentes; avaliar juntamente com o idoso suas capacidades e suas limitaes; auxili-lo na escolha dos meios para ajud-lo a atingir seus objetivos levando em considerao seu sistema de valores. Cabe pessoa idosa/famlia: participar ativamente na definio dos objetivos; trabalhar um elemento de cada vez; iniciar pelo problema atual ou o mais relevante.

O Envelhecimento...O envelhecimento um processo biopsicossocial e, embora muita nfase seja dada aos aspectos biofuncionais no planejamento assistencial, a compreenso da dinmica psicossocial da pessoa idosa fundamental na compreenso da evoluo de seu processo de vida. Os aspectos psicossociais envolvem os aspectos psicolgicos e os sociais normalmente muito relacionados nesse grupo etrio.Como os relacionamentos pessoais mudam na velhice e qual seu efeito sobre o bem estar?Os relacionamentos so muito importantes para as pessoas mais velhas, ainda que a frequncia dos contatos sociais diminua na velhice.Segundo a teoria do comboio social, as redues ou as mudanas no contato social na velhice na terceira idade no comprometem o bem estar porque um crculo interno estvel de apoio emocional mantido. ]Segundo a teoria da seletividade socioemocional, pessoas mais velhas preferem passar seu tempo com pessoas que aumentam seu bem estar emocional.Apoio social est associado boa sade, e o isolamento um fator de risco para a mortalidade.As amizades tm um efeito mais positivo sobre o bem estar das pessoas mais velhas, mas os relacionamentos familiares ou sua ausncia podem ter os efeitos mais negativos.O modo como famlias multigeracionais funcionam na velhice, muitas vezes, possui razes culturais.Aspectos emocionaisPara a melhor compreenso do estado emocional de uma pessoa idosa, deve-se buscar contextualiz-lo junto a sua histria de vida, pois, com frequncia, suas reaes emocionais estaro diretamente relacionadas s vivncias acumuladas no decorrer de toda a sua existncia.A capacidade de adaptao do idoso s mudanas que ocorrem com o envelhecimento depender de seu histrico de conflitos emocionais (no traumticos) nas idades mais jovens. Assim, suas respostas sero eficientes, adequadas e no regressivas. Se, ao contrrio, a pessoa idosa tiver vivenciado situaes emocionais traumticas em idades precoces, mesmo que inconscientes, isso poder contribuir no desenvolvimento de distrbios de adaptao ou de problemas psicolgicos nas idades mais longevas. Aspectos emocionaisSupervalorizao da histria de vida X esquecimento;Mudanas de humor X apatia;Autoestima X Baixaestima;Dificuldade de se adaptar X busca de novas atividades;Vulnerabilidade X IndependnciaFamlia e contatos sociais X solido;

Legislaes IdososPNI - Poltica Nacional do Idoso, Lei n. 8842 de 04/01/1994Objetivo: Garantia dos direitos sociais dos idosos - Autonomia, Integrao e Participao

Estatuto do Idoso Lei n10741/03Objetivo: Regular os direitos assegurados s pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos.Medidas protetivas;ILPIs;Denncia aos maus tratos.

rgos:Municipais: SEPEDI, CREASFederais: M.P. e Defensoria Pblica.Como lidar com o idosoManter uma comunicao adequada;No subestimar;Verbalizar o auxlio;Usar palavras cordiais;Escutar;Ser tico.