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O IFRS e as cooperativas de crédito no Brasil - Efetividade das ações das auditorias internas e externas JOÃO PAULO VIANA MAGALHÃES Departamento de Supervisão de Cooperativas de Crédito e Instituições Não Bancárias Banco Central do Brasil 06 de junho de 2013

O IFRS e as cooperativas de crédito no Brasil ...€¦ · IFRS Conceito, vantagens e dificuldades Situação no Brasil e nas Instituições Financeiras Auditorias de instituições

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O IFRS e as cooperativas de crédito no Brasil - Efetividade das ações das auditorias internas e

externas

JOÃO PAULO VIANA MAGALHÃES

Departamento de Supervisão de Cooperativas de Crédito e Instituições Não Bancárias

Banco Central do Brasil

06 de junho de 2013

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IFRS

Conceito, vantagens e dificuldades

Situação no Brasil e nas Instituições Financeiras

Auditorias de instituições financeiras

Situação no Brasil

Cooperativas de crédito:

Principais características

Adaptação ao modelo IFRS

Adaptação aos modelos de auditoria

Agenda

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• IFRS: Busca de uma linguagem contábil única em todo o mundo

• Vantagens:

• Uso da mesma linguagem das demais entidades

• Melhor retrato da essência das transações

• Avaliação mais real da entidade

• Dificuldades :

• Maior complexidade para elaborar, auditar e utilizar

• Fatos semelhantes com interpretações distintas

• Menor conexão com os critérios fiscais e jurídicos

IFRS – Conceito, Vantagens e Desvantagens

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• 2005: criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC): órgão colegiado responsável pela divulgação dos pronunciamentos contábeis internacionais no Brasil

• Lei 11.631/07: Recepção legal do IFRS no Brasil

• A partir de 2010:

• IFRS completo para companhias abertas e empresas de grande porte (*)

• IFRS SME para pequenas e médias empresas (NBC TG 1000)

(*) Faturamento anual superior a R$ 300 milhões ou ativo total superior a R$240 milhões

IFRS no Brasil – Situação Geral

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• Caminhos distintos para as demonstrações financeiras individuais padronizadas pelo Banco Central (COSIF) e demonstrações financeiras consolidadas para publicação

IFRS no Brasil – Instituições Financeiras

Caminhos do processo de convergência

Demonstrações consolidadas

Demonstrações individuais

Adoção dosIFRS

Redução deAssimetrias

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IFRS nas demonstrações financeiras consolidadas para publicação anual

• Obrigatório a partir de dez/2010 para instituições financeiras:

• constituídas sob a forma de companhias abertas ou

• que estejam obrigadas a constituir comitê de auditoria (1)

• desde que apresentem entidades passíveis de consolidação

(1) Comitê de Auditoria:

• Patrimônio de Referência maior do que R$ 1 bilhão

• Total de recursos terceiros administrados maior do que R$ 1bilhão

• Somatório dos recursos de terceiros e depósitos maior do que R$ 5 bilhões

IFRS no Brasil – Instituições Financeiras

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IFRS nas demonstrações individuais (COSIF) • Adoção gradual:

• 2002: Adoção de conceitos das normas internacionais • IAS 39:

• Classificação dos títulos e valores mobiliários : Circular 3068/01

• Classificação dos instrumentos financeiros derivativos: Circular 3.082/02

• Critérios para registro contábil de operações de venda ou transferência de ativos financeiros : Resolução 3533/08

• A partir de 2008: Recepção dos pronunciamentos contábeis divulgados pelo CPC

• Adoção caso a caso, após minuciosos estudos de impacto • Possibilidade de exceções e adaptações

IFRS no Brasil – Instituições Financeiras

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Instituições financeiras: Pronunciamentos recepcionados

Norma IASB Pronunciamento CPC Correspondente Cosif

IFRS 2 - Pagamentos baseados em ações CPC 10 Resolução 3.989/11

IAS 7 - Demonstrações do fluxo de caixa CPC 03 Resolução 3.604/08

IAS 8 – Políticas contábeis, mudanças nas estimativas contábeis e erros

CPC 23 Resolução 4.007/11

IAS 10 – Eventos após o período de análise CPC 24 Resolução 3.973/11

IAS 24 – Divulgações sobre partes relacionadas CPC 05 Resolução 3.750/09

IAS 36 – Redução ao valor recuperável de ativos

CPC 01 Resolução 3.566/08

IAS 37 – Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes

CPC 25 Resolução 3.823/09

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• Resolução 3.198/04: Obrigatoriedade de auditoria independente realizada por auditores registrados na Comissão de Valores Mobiliários • Relatório de auditoria (asseguração razoável das demonstrações

financeiras) • Relatório de qualidade e adequação dos controles internos • Relatório de descumprimento de dispositivos legais e

regulamentares

• Resolução 2554/98: Obrigatoriedade de auditoria interna • Fundamentada nos processos de controle estabelecidos pelo

COSO • Pode ser realizada por cooperativa central, entidade de classe

ou auditor independente que não o responsável pela auditoria das demonstrações financeiras

Auditoria de instituições financeiras

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“A metodologia adotada na elaboração de normas

contábeis [para instituições financeiras] busca

incorporar ao arcabouço normativo as melhores

práticas internacionais, sem prejuízo do necessário

equilíbrio regulatório no qual devem ser consideradas

questões relativas à estabilidade financeira,

peculiaridades do mercado doméstico e legislação

brasileira, análise da relação custo x benefício e

eventuais impactos prudenciais decorrentes da

alteração proposta.”

Discurso proferido pelo Presidente do BCB, Sr. AlexandreTombini, em 15/4/13, durante

o International Financial Reporting Standards (IFRS)

IFRS no Brasil – Instituições Financeiras

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• Necessidade de ponderação: aspectos comuns X aspectos específicos em relação às demais instituições financeiras

• Aspectos comuns

• Realiza uma atividade econômica • Mesmos elementos contábeis: ativo, passivo e patrimônio líquido,

receitas, despesas • Mesmos produtos financeiros

• Aspectos específicos :

• Sociedade de pessoas e não de capital • Maximiza o fornecimento de bens e serviços e não o lucro • Clientes e proprietários são as mesmas pessoas. • Tendência a maior pulverização, menor porte e simplicidade

operacional

COOPERATIVAS DE CRÉDITO – Adaptação às normas de contabilidade e auditoria

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• IFRS completo: estão sujeitas, mas nenhuma cooperativa atualmente atinge as condições (Comitê de Auditoria)

• Redução de assimetrias: Flexibilidade para adaptações eventualmente necessárias

• Exceções até o momento:

• Classificação de títulos e valores mobiliários (todas as cooperativas de crédito)

• Demonstração de fluxo de caixa (cooperativas de crédito com Patrimônio Líquido abaixo de R$ 2 milhões)

COOPERATIVAS DE CRÉDITO: Adaptação ao IFRS

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Equiparação integral das cooperativas às demais Instituições Financeiras:

Vantagens:

• Uso da mesma linguagem das demais instituições financeiras

• Aumenta o poder da contabilidade como instrumento de gestão

• Maior aproximação dos valores contábeis aos valores reais adequa-se melhor às características do capital: variável e transacionado pelo valor contábil

Desvantagens:

• Maior complexidade e (possível) maior custo de elaboração

• Maior dificuldade de entendimento pelo associado e até pelos dirigentes

• Maior exposição à manipulação contábil

• IAS 32/IFRIC 2: capital ora patrimônio líquido, ora passivo

COOPERATIVAS DE CRÉDITO: Adaptação ao IFRS

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Cooperativas de crédito sujeitam-se às normas gerais de auditoria independente e interna das demais instituições financeiras, e ainda a:

• faculdade de contratar entidade de auditoria cooperativa, constituída por cooperativas de 2º ou 3º piso

• Supervisão auxiliar: realizada pela cooperativa central, incluindo a obrigação de realizar auditorias e a opção de exercer a auditoria interna

Entidade de Auditoria Cooperativa:

• Prevista na Lei Complementar 130:

• Especialistas em cooperativas de crédito

• sujeitas a maior poder de regulamentação e fiscalização pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central

COOPERATIVAS DE CRÉDITO: Adaptação às normas de auditoria

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Problemas da estrutura atual:

• Muitos trabalhos de auditoria concorrendo por recursos limitados

• Superposição do escopo das auditorias externas com o escopo das auditorias da supervisão auxiliar

• Conflito das funções de supervisão auxiliar e de prestação de serviço e gerenciamento em maior escala das cooperativas filiadas, incluindo cogestão

• Comprometimento da independência da supervisão auxiliar pelo controle que as cooperativas filiadas exercem sobre a central

• Auditoria externa não especializada, sujeita à racionalização excessiva de custos (firmas pequenas, auditores despreparados ou não especializados, horas insuficientes de trabalho, relatórios de baixa qualidade)

COOPERATIVAS DE CRÉDITO: Adaptação às normas de auditoria

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Modelo Atual

COOPERATIVAS DE CRÉDITO: Adaptação às normas de auditoria

Auditor Externo

Cooperativa Central

Supervisão auxiliar Supervisão auxiliar

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Modelo Alternativo

• Auditoria cooperativa: • Constituída por cooperativas centrais • Obrigatória para todas as cooperativas singulares, incluindo

independentes • Concentra funções de auditoria externa e interna, com

ampliação de escop

• Cooperativa central • Foco na prestação de serviço e no acompanhamento das

cooperativas filiadas • Gestão em comum e maior escala, incluindo definição das

estruturas de controle e gestão de riscos • Adoção das medidas de correção e saneamento, incluindo

cogestão

COOPERATIVAS DE CRÉDITO: Adaptação às normas de auditoria

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Modelo Alternativo

COOPERATIVAS DE CRÉDITO: Adaptação às normas de auditoria

Auditoria Cooperativa

Cooperativa Central

Correção das falhas

Gestão / Cogestão

Prestação de serviços

Supervisão auxiliar

Auditoria

Apontamento das falhas

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Vantagens e desvantagens do modelo alternativo

Desvantagens:

• Perda da chancela de uma auditoria independente

• Aumento de conflito de interesse na atuação da auditoria externa

• Fechamento do mercado para auditores independentes

• Redução das instâncias de auditoria

• Vantagens:

• Melhor delimitação/especialização de funções

• Redução dos conflitos de interesse na atuação da cooperativa central e... do auditor externo

• Aprimoramento e padronização dos trabalhos de auditoria externa

• Redução de custos

COOPERATIVAS DE CRÉDITO: Adaptação às normas de auditoria

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Grato pela atenção

JOÃO PAULO VIANA MAGALHÃES

Departamento de Supervisão de Cooperativas de Crédito e Instituições Não Bancárias

Banco Central do Brasil

+55 11 3414 1247

[email protected]