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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 54 Nº 644 Outubro de 2007 R$ 1,50 “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec João Pessoa será o palco do 2 o CONBRADE Realiza-se de 11 a 14 de outu- bro de 2007 em João Pessoa (PB), por iniciativa da ABRADE – As- sociação Brasileira de Divulgado- res do Espiritismo, o 2 o CONBRA- DE – Congresso Brasileiro de Di- vulgadores do Espiritismo. O pri- meiro realizou-se em 1997 em Olinda (PE). Sucessora da ABRAJEE – Associação Brasileira de Jorna- listas e Escritores Espíritas, a ABRADE busca com esse even- to retomar os congressos nacio- nais que constituíram uma carac- terística do movimento espírita brasileiro na era de Deolindo Amorim e seus companheiros. O congresso de João Pessoa, ao oferecer temas e oficinas na área de comunicação, poderá contri- buir para melhorar a comunica- ção pessoal e social das pessoas na missão da comunicação do Espiritismo, na valorização da cidadania e na elevação de sua auto-estima. O local do evento será o Centro de Convenções Lins de Vasconcellos, sede da Federa- ção Espírita Paraibana, situada na Av. Gal. Bento da Gama, 555 – Torre, e o tema central será “Comunicação Social Espírita – Construindo pontes entre as pessoas”. Cosme Massi (foto) , de Curitiba, fará a palestra de encerramento, ocasião em que focalizará o tema “De Kardec ao III Milênio”. Informações sobre inscri- ções e sobre a programação do congresso estão no endereço www.abrade.com.br/ conbrade2007.htm. Informações gerais sobre as atividades da Abrade podem ser obtidas pelo e-mail [email protected] ou diretamente no site www.abrade.com.br/. Pág. 3 Tributo a Divaldo Franco e a Chico Xavier No dia 30 de agosto último, por meio da Circular n o 028/2007, Maria Helena Marcon, presidente da Federação Espírita do Paraná, encaminhou aos jornais, revistas e instituições espíritas do País um texto importante com que decidiu romper o silêncio que vinha sendo observado até então pelas institui- ções espíritas, a propósito dos ata- ques feitos há algum tempo ao tra- balho e à obra mediúnica de Divaldo Franco (foto). A notícia chegou a seus desti- natários nos primeiros dias de se- tembro e, a partir daí, foi ampla- mente divulgada. Na revista espírita O Consola- dor, que circula exclusivamente na internet – www.oconsolador.com - o texto foi publicado na íntegra na edição 21, de 7 de setembro. Na edi- ção seguinte, em 14/9/2007, o assun- to foi novamente ventilado. No jor- nal “Mundo Espírita”, órgão oficial da citada Federação, o assunto foi tratado na edição de setembro. No jornal “O Imortal”, a matéria não foi divulgada no mês passado porque, quando a Circular da Federação che- gou à redação do jornal, já estava cir- culando a edição de setembro. A iniciativa da presidente da Federação Espírita do Paraná só merece elogios e a ela podemos fazer um único reparo: poderia ter saído há mais tempo. O “silêncio incompreensível” – termos utiliza- dos pelo jornal “Mundo Espírita” A Revue Spirite há 140 anos ........ 15 Aiglon Fasolo ............................... 6 Clássicos do Espiritismo ............... 5 Crônicas de Além-Mar ................ 12 De coração para coração ................ 4 Divaldo responde .......................... 5 Editorial ........................................ 2 Efigênia S. Santos ....................... 10 Emmanuel .................................... 2 Espiritismo para as crianças ......... 14 Estudando as obras de André Luiz ............................. 13 Grandes Vultos do Espiritismo ...... 7 Jane Martins Vilela ...................... 13 Joanna de Angelis ......................... 2 José Viana Gonçalves .................. 12 Momentos com Divaldo Franco .. 10 Palestras, seminários e outros eventos ............................. 11 O Brasil diz não ao aborto O movimento da sociedade brasileira de apoio à atual legisla- ção sobre o aborto tem sido inten- so. Católicos, evangélicos e espí- ritas têm participado de inúmeros eventos, não apenas em Brasília, mas em diversos lugares, com o objetivo de mostrar que o povo peitemos a vida. Aborto, não!, no qual mostra por que o Espiritismo considera o aborto delituoso um crime. Ao livreto distribuído pela FEB, Thiago Bernardes acrescen- ta outras informações, o que pode ser visto no artigo “Respeitemos a vida. Aborto, não!”. Pág. 16 A Federação Espírita do Paraná resolveu romper o silêncio incompreensível, por parte das instituições espíritas, a respeito dos ataques feitos ao trabalho do médium Divaldo Franco na edição de setembro – é realmen- te uma dessas coisas que nós não conseguimos compreender. É evidente que a decisão de se defender ou não de um ataque injus- to compete à pessoa ou instituição atacada. Assim é que a Federação Espírita Brasileira jamais buscou defender-se das inúmeras agressões recebidas, entendendo que respon- der a esse tipo de procedimento é valorizar aquele que ataca. As coisas, no entanto, são dife- rentes quando a vítima não é a insti- tuição, mas alguém que a serve, al- guém que a representa, alguém que atende às suas convocações nos inú- meros momentos de sua atuação a serviço do Espiritismo. No caso em foco, os ataques a Divaldo Franco têm por fim dene- grir seu trabalho no campo da psicografia. É preciso, então, mos- trar que o produto desse trabalho é bom, é válido, é reconhecido inter- nacionalmente, até mesmo por aque- le que um dia imaginou estivesse sendo vítima de um usurpador no campo da psicografia, que é o caso da carta endereçada por Chico Xavier ao confrade Joaquim Alves, um documento que não poderia vol- tar de novo à cena porque seu va- lor é absolutamente nenhum. Naquele documento o saudoso médium vislumbrou um perigo no ar, mas errou lamentavelmente o alvo, como os fatos posteriores comprovaram plenamente, o que foi demonstrado na revista O Con- solador numa matéria especial pu- blicada na edição 11, de 27 de ju- nho último. Em julho seguinte, o jornal “O Imortal” estampou em sua primei- ra página matéria semelhante inti- tulada “Volta à cena uma infeliz campanha contra Divaldo Franco”, e em agosto, no editorial “Silêncio insustentável”, lamentou a postu- ra de silêncio que, em boa hora, a Federação Espírita do Paraná de- cidiu romper. * Feitos estes esclarecimentos, eis na íntegra o documento redigi- do pela Casa-Máter do Espiritismo em nosso Estado: TRIBUTO DE GRATIDÃO A DIVALDO FRANCO E A CHICO XAVIER (a propósito de calúnias e maledicências que circulam contra os dois trabalhadores) - Federação Espírita do Paraná - Um nasceu em Minas Gerais e já retornou para a Pátria Verdadei- ra. Outro, nasceu na Bahia e pros- segue nos labores, doando-se inte- gralmente à divulgação espírita. (Leia a conclusão deste artigo na pág. 4.) brasileiro, em sua imensa maioria, é contra a proposta de descrimina- lização do aborto que tramita no Congresso Nacional. Com esse propósito, a Federa- ção Espírita Brasileira publicou e vem distribuindo às Casas Espíri- tas de todo o país o opúsculo Res- Ainda nesta edição ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO De Londrina Realiza-se na manhã do dia 21 deste mês, em Londrina, a Reu- nião da Inter-Regional Norte. O evento inicia-se às 9 horas, tendo por local o Anfiteatro do Centro de Letras e Ciências Humanas – CCH, da Universidade Estadual de Londrina. Maria Helena Marcon, presidente da Federação Espírita do Paraná, abrirá o encon- tro com o seminário “Refletindo com Kardec”. Pág. 11 Inter-Regional Norte reúne-se no dia 21 Divaldo Franco Cosme Massi

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Page 1: O IMORTAL - oconsolador.com.br · PÁGINA 2 O IMORTAL OUTUBRO/2007 Editorial EMMANUEL A crença espírita baseia-se em dois pontos fundamentais – a justiça e a bon-dade de Deus

O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 54 Nº 644 Outubro de 2007 R$ 1,50

“A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

nem descansar,porque

ninguém descansanem morre.”

Marília Barbosa

“Nascer,morrer,renascerainda e

progredircontinuamente,

tal é a lei.”Allan Kardec

João Pessoa será o palcodo 2o CONBRADE

Realiza-se de 11 a 14 de outu-bro de 2007 em João Pessoa (PB),por iniciativa da ABRADE – As-sociação Brasileira de Divulgado-res do Espiritismo, o 2o CONBRA-DE – Congresso Brasileiro de Di-vulgadores do Espiritismo. O pri-meiro realizou-se em 1997 emOlinda (PE).

Sucessora da ABRAJEE –Associação Brasileira de Jorna-listas e Escritores Espíritas, aABRADE busca com esse even-to retomar os congressos nacio-nais que constituíram uma carac-terística do movimento espíritabrasileiro na era de DeolindoAmorim e seus companheiros. Ocongresso de João Pessoa, aooferecer temas e oficinas na áreade comunicação, poderá contri-buir para melhorar a comunica-ção pessoal e social das pessoasna missão da comunicação doEspiritismo, na valorização dacidadania e na elevação de suaauto-estima.

O local do evento será oCentro de Convenções Lins deVasconcellos, sede da Federa-ção Espírita Paraibana, situada

na Av. Gal. Bento da Gama, 555– Torre, e o tema central será“Comunicação Social Espírita –Construindo pontes entre aspessoas”. Cosme Massi (foto),de Curitiba, fará a palestra deencerramento, ocasião em quefocalizará o tema “De Kardecao III Milênio”.

Informações sobre inscri-ções e sobre a programação docongresso estão no endereçow w w . a b r a d e . c o m . b r /conbrade2007.htm. Informaçõesgerais sobre as atividades daAbrade podem ser obtidas peloe-mail [email protected] diretamente no si tewww.abrade.com.br/. Pág. 3

Tributo a Divaldo Franco e a Chico Xavier

No dia 30 de agosto último, pormeio da Circular no 028/2007,Maria Helena Marcon, presidenteda Federação Espírita do Paraná,encaminhou aos jornais, revistas einstituições espíritas do País umtexto importante com que decidiuromper o silêncio que vinha sendoobservado até então pelas institui-ções espíritas, a propósito dos ata-ques feitos há algum tempo ao tra-balho e à obra mediúnica deDivaldo Franco (foto).

A notícia chegou a seus desti-natários nos primeiros dias de se-tembro e, a partir daí, foi ampla-mente divulgada.

Na revista espírita O Consola-dor, que circula exclusivamente nainternet – www.oconsolador.com -o texto foi publicado na íntegra naedição 21, de 7 de setembro. Na edi-ção seguinte, em 14/9/2007, o assun-to foi novamente ventilado. No jor-nal “Mundo Espírita”, órgão oficialda citada Federação, o assunto foitratado na edição de setembro. Nojornal “O Imortal”, a matéria não foidivulgada no mês passado porque,quando a Circular da Federação che-gou à redação do jornal, já estava cir-culando a edição de setembro.

A iniciativa da presidente daFederação Espírita do Paraná sómerece elogios e a ela podemosfazer um único reparo: poderia tersaído há mais tempo. O “silêncioincompreensível” – termos utiliza-dos pelo jornal “Mundo Espírita”

A Revue Spirite há 140 anos ........ 15Aiglon Fasolo ............................... 6Clássicos do Espiritismo ............... 5Crônicas de Além-Mar ................ 12De coração para coração ................ 4Divaldo responde .......................... 5Editorial ........................................ 2Efigênia S. Santos ....................... 10Emmanuel .................................... 2Espiritismo para as crianças ......... 14Estudando as obrasde André Luiz ............................. 13Grandes Vultos do Espiritismo ...... 7Jane Martins Vilela ...................... 13Joanna de Angelis ......................... 2José Viana Gonçalves .................. 12Momentos com Divaldo Franco .. 10Palestras, seminários eoutros eventos ............................. 11

O Brasil diz não ao abortoO movimento da sociedade

brasileira de apoio à atual legisla-ção sobre o aborto tem sido inten-so. Católicos, evangélicos e espí-ritas têm participado de inúmeroseventos, não apenas em Brasília,mas em diversos lugares, com oobjetivo de mostrar que o povo

peitemos a vida. Aborto, não!, noqual mostra por que o Espiritismoconsidera o aborto delituoso umcrime. Ao livreto distribuído pelaFEB, Thiago Bernardes acrescen-ta outras informações, o que podeser visto no artigo “Respeitemos avida. Aborto, não!”. Pág. 16

A Federação Espírita do Paraná resolveu romper o silêncio incompreensível, por parte dasinstituições espíritas, a respeito dos ataques feitos ao trabalho do médium Divaldo Franco

na edição de setembro – é realmen-te uma dessas coisas que nós nãoconseguimos compreender.

É evidente que a decisão de sedefender ou não de um ataque injus-to compete à pessoa ou instituiçãoatacada. Assim é que a FederaçãoEspírita Brasileira jamais buscoudefender-se das inúmeras agressõesrecebidas, entendendo que respon-der a esse tipo de procedimento évalorizar aquele que ataca.

As coisas, no entanto, são dife-rentes quando a vítima não é a insti-tuição, mas alguém que a serve, al-guém que a representa, alguém queatende às suas convocações nos inú-meros momentos de sua atuação aserviço do Espiritismo.

No caso em foco, os ataques aDivaldo Franco têm por fim dene-grir seu trabalho no campo dapsicografia. É preciso, então, mos-trar que o produto desse trabalho ébom, é válido, é reconhecido inter-nacionalmente, até mesmo por aque-le que um dia imaginou estivessesendo vítima de um usurpador nocampo da psicografia, que é o casoda carta endereçada por ChicoXavier ao confrade Joaquim Alves,um documento que não poderia vol-

tar de novo à cena porque seu va-lor é absolutamente nenhum.

Naquele documento o saudosomédium vislumbrou um perigo noar, mas errou lamentavelmente oalvo, como os fatos posteriorescomprovaram plenamente, o quefoi demonstrado na revista O Con-solador numa matéria especial pu-blicada na edição 11, de 27 de ju-nho último.

Em julho seguinte, o jornal “OImortal” estampou em sua primei-ra página matéria semelhante inti-tulada “Volta à cena uma infelizcampanha contra Divaldo Franco”,e em agosto, no editorial “Silêncioinsustentável”, lamentou a postu-ra de silêncio que, em boa hora, aFederação Espírita do Paraná de-cidiu romper.

*Feitos estes esclarecimentos,

eis na íntegra o documento redigi-do pela Casa-Máter do Espiritismoem nosso Estado:

TRIBUTO DE GRATIDÃOA DIVALDO FRANCO E A

CHICO XAVIER(a propósito de calúnias e

maledicências que circulamcontra os dois trabalhadores)

- Federação Espírita do Paraná -

Um nasceu em Minas Gerais ejá retornou para a Pátria Verdadei-ra. Outro, nasceu na Bahia e pros-segue nos labores, doando-se inte-gralmente à divulgação espírita.(Leia a conclusão deste artigo napág. 4.)

brasileiro, em sua imensa maioria,é contra a proposta de descrimina-lização do aborto que tramita noCongresso Nacional.

Com esse propósito, a Federa-ção Espírita Brasileira publicou evem distribuindo às Casas Espíri-tas de todo o país o opúsculo Res-

Ainda nesta edição

ASTOLFO O. DEOLIVEIRA FILHO

De Londrina

Realiza-se na manhã do dia 21deste mês, em Londrina, a Reu-nião da Inter-Regional Norte. Oevento inicia-se às 9 horas, tendopor local o Anfiteatro do Centrode Letras e Ciências Humanas –CCH, da Universidade Estadualde Londrina. Maria HelenaMarcon, presidente da FederaçãoEspírita do Paraná, abrirá o encon-tro com o seminário “Refletindocom Kardec”. Pág. 11

Inter-RegionalNorte reúne-se

no dia 21

Divaldo Franco

Cosme Massi

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O IMORTALPÁGINA 2 OUTUBRO/2007

EditorialEMMANUEL

A crença espírita baseia-se em doispontos fundamentais – a justiça e a bon-dade de Deus. De acordo com a justiçadivina, nada acontece por acaso. Con-forme a bondade de Deus, diante de tudoo que ocorre, estamos amparados poraqueles que nos amam, e as provas eexpiações estão na medida de nossasforças e conforme nossa capacidade desuportá-las. Mas, quando vêm as tribu-lações, parece que esquecemos disso. Éassim em relação aos motivos que le-vam à prática do aborto. Embora os es-píritas saibam que o aborto é um ato cri-minoso, com apenas uma exceção –quando existe de risco de vida para amãe, que no Brasil é amparado por lei,muitos de nós ainda titubeamos. Assim,passamos em revista as principais mo-tivações e sua interpretação à luz daDoutrina Espírita.

Gravidez indesejada - Hoje, aprática do sexo antes do casamento égeneralizada. Para a Doutrina Espíri-ta, sexo é, antes de tudo, uma práticaque deve estar subordinada ao amor.Daí ser ele um ato de extrema respon-sabilidade perante a vida. O casamentoé uma formalidade que deve estar sub-metida ao amor e à responsabilidadedecorrente da relação de dois seres,bem como dos seres que possivelmen-te brindarão a união como um de seusobjetivos mais importantes.

Mas a prática sexual tem sido efe-tivada como consagração das paixõese sem nenhuma referência à possívelgravidez. Basta ler a obra de AndréLuiz para perceber que o mecanismoda geração de uma nova existênciacorpórea é extremamente complicadoe envolve um sem-número de partici-pantes do plano espiritual. Portanto,nenhuma gravidez ocorre por acaso.E estão envolvidas nesse processo as

Canaliza as tuas forças mentaispara a ideação do bem em preparati-vos de materialização. As energias damente são o potencial de força queestrutura a vida. Jogadas a esmo, per-dem a finalidade superior para a qualexistem, concretizando irrisão e dese-

Todos lançamos, em torno de nós,forças criativas ou destrutivas, agra-dáveis ou desagradáveis ao círculopessoal em que nos movimentamos.

A árvore alcança-nos com a ma-téria sutil das próprias emanações.

A aranha respira no centro daspróprias teias.

A abelha pode viajar intensiva-mente, mas não descansa a não sernos compartimentos da própria col-méia.

Assim também o homem vive noseio das criações mentais a que dáorigem.

Nossos pensamentos são paredesem que nos enclausuramos ou asascom que progredimos na ascese.

Como pensas, viverás.Nossa vida íntima – nosso lugar.A fim de que não perturbemos

as leis do Universo, a Natureza so-mente nos concede as bênçãos davida, de conformidade com as nos-sas concepções.

Recolhe-te e enxergarás o limi-te de tudo o que te cerca.

Expande-te e encontrarás o infi-nito de tudo o que existe.

Para que nos elevemos, com to-dos os elementos de nossa órbita,

Para fazer a Assinatura deste jornalou renová-la, basta enviar seu pedido paraa Caixa Postal 63 – CEP 86180-970 –Cambé-PR, ou então valer-se do telefo-ne número (0xx43) 3254-3261. Se pre-ferir, utilize a Internet. Nosso endereçoeletrônico é: [email protected]

A Assinatura simples deste peri-ódico custa R$ 38,00 (trinta e oito re-ais) por ano, aí incluídas as despesasde correio.

A Assinatura múltipla custa R$35,00 (trinta e cinco reais) por mês, jáincluídas aí as despesas de correio. Aofazê-la, o assinante receberá todos osmeses um pacote com 10 exemplares,que poderão ser distribuídos entre os

Três palavras sobre abortoprogramações reencarnatórias do Es-pírito reencarnante, da mãe e do pai.

Mas – alguém dirá – “minha filhaengravidou”. “Tem apenas 13 anos euma vida pela frente, no sentido deque pode estudar, dedicar-se ao apri-moramento que a adolescência semgravidez proporciona, e ainda não estápreparada para criar um outro ser – éapenas uma menina.” “Por que nãoabortar? Afinal, ela poderá gerar, maistarde, outros filhos – com experiênciapara cuidar deles...”

Pensemos a respeito disso. Lembre-mos que isso pode ocorrer em nossasfamílias. Aí, vamos confrontar esses“motivos” com os princípios espíritas everemos se nos mantemos fiéis à dou-trina ou ao mundo. De qualquer forma,a verdade subsiste: uma gravidez podeser indesejada do ponto de vista pura-mente terreno, mas não é menos pro-gramada, nem ocorre “antes” do tempodeterminado para ela. Devemos lembrarque a relação entre o Espírito reencar-nante e seus pais, especialmente com amãe, não é fortuita, não ocorre ao acasoe que o tempo de isto acontecer é o tem-po determinado pela necessidadeevolutiva das pessoas envolvidas.

Gravidez decorrente de estupro- Ninguém nega a dor do estupro. Nemmenos a dor de ver um filho crescercom os traços do agressor. Mas asdores são oportunidade de crescimen-to espiritual e uma conseqüência dalei de causa e efeito. O filho decor-rente de estupro tem ligação com amãe, e o fato de ele ser gerado em talcircunstância se deve a razões relevan-tes decorrentes invariavelmente daprogramação reencarnatória dos per-sonagens envolvidos. É uma prova, ouuma expiação, intimamente ligada aopassado da mãe e do reencarnante. É

natural que os materialistas vejam noestupro um motivo para abortar, masnós espíritas sabemos que existemmotivos que desconhecemos durantea vigília, mas que justificam a gera-ção de uma nova existência em cir-cunstâncias tão dolorosas.

Má-formação fetal - Tomemos ocaso da anencefalia. Existe um Espíri-to reencarnante. Seu perispírito apre-senta uma má-formação perispiritualque naturalmente se expressará na car-ne, já que o perispírito é o molde atra-vés do qual o código genético entraráem atuação. A passagem pela carne é apossibilidade necessária de reparaçãodo perispírito. O Espírito reencarnanteaguarda essa possibilidade e conta comum ser magnânimo, que estará expian-do ou sendo provado, para nascer.Abortar é negar a ele a oportunidadede se refazer, de curar-se. Evidente-mente, ninguém nega a dor de ter umfilho mal-formado, de vê-lo crescer, oumesmo morrer segundo o caso, sem asoportunidades que gostaríamos quenossos filhos tivessem. Mas, é bomlembrar novamente, a dor é uma con-seqüência de nosso passado delituosoou uma oportunidade de enobrecimentode nosso Espírito.

Ensina a Doutrina Espírita que areencarnação é o único meio pelo quala criatura humana poderá depurar-see atingir a meta que Deus assinalou atodos nós, ou seja, a perfeição.

O aborto é a interrupção desse pro-cesso, é a intromissão indevida no cur-so da existência de uma pessoa quepode ser muito cara ao nosso coração.Como disse certa vez uma nobre enti-dade, o aborto não deve ser considera-do tão-somente um crime, porque podeser, e geralmente o é, uma porta que sefecha a nossos melhores amigos.

Um minuto com Joanna de Ângelisquilíbrio.

Assim, cuida do direcionamentodos teus pensamentos, evitando osdevaneios que te incendeiam de pai-xões perturbadoras, que anelas e, cer-tamente, não se consumarão. Mesmoque aconteçam, sustentadas pelo teu

No culto à prece

não conhecemos outro recurso alémda oração, que pede luz, amor e ver-dade.

A prece, traduzindo aspiração ar-dente de subida espiritual, através doconhecimento e da virtude, é a for-ça que ilumina o ideal e santifica otrabalho.

Narram os Atos que, havendo osapóstolos orado, tremeu o lugar emque se encontravam e ficaram chei-os do Espírito Santo: iluminou-se-lhes o anseio de fraternidade, en-grandeceram-se-lhes as mentescongregadas em propósitos superi-ores e a energia santificadora felici-tou-lhes o espírito.

Não olvides, pois, que o culto àprece é marcha decisiva. A oraçãorenovar-te-á para a obra do Senhor,dia a dia, sem que tu mesmo possasperceber.

Assine o jornal “O Imortal”e ajude, desse modo,

a divulgar o Espiritismoseus amigos, familiares ou integrantesdo Grupo Espírita de que faça parte.

A Assinatura múltipla é a formaideal para os Grupos e Centros Espíri-tas interessados na melhor divulgaçãodo Espiritismo, dado o caráter multi-plicador desse investimento.

Não é preciso efetuar o pagamentoagora. Você receberá pelo correio o boletobancário correspondente, que poderá serquitado em qualquer agência bancária.

Lembre que, segundo Emmanuel,a maior caridade que podemos fazer àDoutrina Espírita é a sua divulgação.Ajude-nos, pois, a divulgá-la, colabo-rando com os jornais, os programas derádio e TV e os livros espíritas.

Assinale a opção de sua preferência:( ) Assinatura simples ( ) Assinatura múltipla

Nome completo .............................................................................................................

Endereço ........................................................................................................................

Bairro .............................................................................................................................

Município..............................................Estado....................CEP ...............................

Telefone ............................. Número do fax .................................................................

Se estiver conectado à Internet, o seu e-mail ...............................................................

JOANNA DE ÂNGELIS, mento-ra espiritual de Divaldo P. Franco, éautora, entre outros livros, de Momen-tos de Felicidade (Livraria EspíritaAlvorada Editora, 1990), do qual foiextraído o texto acima.

EMMANUEL, que foi o mentorespiritual de Francisco CândidoXavier e coordenador da obra me-diúnica do saudoso médium minei-ro, é autor, entre outros livros, de“Fonte Viva” (Editora da FEB,1956), de onde foi extraído o textoacima.

desejo ardente, são fogos-fátuos quelogo desaparecem.

Exercita a tua mente, fixando idéi-as otimistas, de saúde e de trabalho.

Insiste com essas formas ideais, eelas se consubstanciarão, mantidaspelo fluxo do anelo, condensando-seno plano da realidade objetiva.

Quando saibas comandar a men-te, alterar-se-á, em profundidade, oritmo da tua existência. O cenho con-traído cederá lugar à alegria espontâ-nea; a ira fácil dará campo à benevo-lência; a exigência será substituídapela compreensão, e experimentaráso prazer de ser bom, pelo bem que fa-ças, que te fará bem.

“E, tendo eles orado, tremeu o lugar ondeestavam reunidos e todos ficaram

cheios do Espírito Santo.” – (ATOS, 4:31.)

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O IMORTALOUTUBRO/2007 PÁGINA 3

João Pessoa (PB) será o pal-co do 2º CONBRADE, que serealizará de 11 a 14 de outubrode 2007, por iniciativa daABRADE – Associação Brasi-leira de Divulgadores do Espi-ritismo.

Exatamente há dez anos re-alizava-se em Olinda (PE) o 1ºCongresso Brasileiro de Divul-gadores do Espiritismo promo-vido pela ABRADE, criada doisanos antes em substituição àABRAJEE – Associação de Jor-nalistas e Escritores Espíritas.Desde então muita coisa mudouem termos de Movimento Espí-rita, na atuação das chamadasentidades especializadas juntoao Conselho Federativo Nacio-nal, culminando com a desvin-culação delas em 2005 num pro-cesso acordado de maneira ma-dura e serena entre as partes e,principalmente, no uso dos mei-os de comunicação, notadamen-te da internet.

Toda expressão da vontade,sentimentos, desejos, experiên-cias e conhecimentos, segundopalavras do presidente daABRADE, Marcelo Firmino,ocorre por meio da comunica-ção. Portanto, essencialmente,todos somos comunicadores edivulgadores por natureza, in-dependentemente da área deatuação.

[email protected]

De Curitiba

O CONBRADE 2007 - Con-gresso Brasileiro de Divulgado-res do Espiritismo, com a ofertade temas e oficinas na área decomunicação, pode contribuirpara melhorar a comunicaçãopessoal e social das pessoas namissão da comunicação do Es-piritismo, na valorização dacidadania e na elevação de suaauto-estima.

O 2º CONBRADE acontece-rá de 11 a 14 de outubro de 2007,em João Pessoa (PB), por inici-ativa da ABRADE - AssociaçãoBrasileira de Divulgadores do

Espiritismo visando à união dosespíritas do Brasil e do mundopara dialogar sobre as metodo-logias, as ações e os significa-dos da comunicação espíritacomo facilitadora na construçãode um mundo mais ético, feliz epacífico.

As orientações sobre inscri-ções estão no endereçow w w . a b r a d e . c o m . b r /conbrade2007.htm. Informaçõesgerais sobre as atividades daAbrade podem ser obtidas peloe-mail [email protected] diretamente no sitewww.abrade.com.br .

O 2º CONBRADE tem portema central “Comunicação So-cial Espírita – Construindo pon-tes entre as pessoas” e terá comolocal o Centro de ConvençõesLins de Vasconcellos, sede daFederação Espírita Paraibana,na Av. Gal. Bento da Gama, 555– Torre.

A grade de programação é aseguinte:

11/10/07 – quinta-feira:20 horas

Abertura: “Construindo pontesentre as pessoas” – Luís Signates(GO).

12/10/07 - sexta-feira: 9h / 10h50

Palestras: “O teatro pode real-mente ajudar a divulgação espíri-ta?” e “Da Torre de Babel às Tor-res de TV”, esta a cargo deSeverino Celestino (PB).Oficina: “Confecção de jornais,boletins, murais, avisos e panfle-tos no Centro Espírita », por Ale-xandra Torres (PE).

11h10 / 13hPainel: “Espiritismo e mídia àluz do Direito na atualidade”, comparticipação de Marcus ViníciusPacheco (PE) como moderador, eRicardo (MS) e Luís Signates(GO) como debatedores.Painel/Workshop: “A educaçãocomo base da Comunicação So-cial Espírita”, com Dora Incontri(SP), Marcelo Firmino (PB) eWilson Czerski (PR).Oficina: “TV Aberta, por assi-natura e comunitária (roteiro, edi-ção e transmissão)”, a cargo deSonia Zaghetto (DF).

14h30 / 16h20Oficinas: “TV WEB, via satélitee Rádio WEB”, com AlamarRégis (SP), “Como comunicar a

mensagem espírita com o joveme a criança”, com Dora Incontri(SP), e “TV Aberta, por assinatu-ra e comunitária (roteiro, ediçãoe transmissão)”, com Sonia Za-guetto (DF).Painel: “O que compromete acredibilidade da mensagem espí-rita?”, com Pedro Vieira (RJ).

16h40 / 18h30Oficina: “TV WEB, via satélite eRádio WEB”, com Alamar Régis(SP).Mesa Redonda: “Temas espíri-tas em novelas e no cinema”, comGlauber Filho e Sonia Zaghetto(DF).

Palestra: “Desenvolvimento denovas lideranças - aflorando opotencial natural do ser”, comAlkíndar de Oliveira (SP).

13/10/07 - sábado:9h / 10h50

Curso: “Curso de oratória”, comAlkindar de Oliveira (SP).Oficina: “Internet”, com SoniaZaguetto (DF) e equipe do IRCEspiritismo.Palestra: “Espiritismo e Integra-ção Humana: Conteúdo e meto-dologias”, com Fátima Ferreira(MG).Caso de sucesso: “Criação deuma ONG para divulgar o Espiri-tismo, destacando a produção deum programa para TV”, comIvana Raisky (SP).

A hora e a vez da Comunicação Social Espírita11h10 / 13h

Curso: “Curso de oratória”,com Alkindar de Oliveira (SP).Oficina: “Internet”, com SoniaZaguetto (DF) e equipe do IRCEspiritismo.Pintura mediúnica: FlorêncioAnton (BA).Palestra: “A contribuição dacomunicação social espírita naeducação moral”, com FátimaFerreira (MG).

14h30 / 16h20Oficina: “Rádio”, com Alexan-dra Torres (PE).Fórum: “A ética e a alteridadena Comunicação Social Espíri-ta”, com Marcelo Firmino (PB),Sonia Zaguetto (DF), GezslerCarlos West (PE) e Luís Signa-tes (GO).Palestra: “O papel do esperantona difusão das idéias espíritas”,com Doraci e Oscar.

16h40 / 18h30Oficina: “Rádio”, com Alexan-dra Torres (PE).Fórum: “A ética e a alteridadena Comunicação Social Espíri-ta” (continuação) e “Reconhe-cimento aos órgãos de impren-sa espírita com mais de 10anos”.Curso: “Metodologias práticasde divulgação e comunicação:do livro à mídia”, com WilsonCzerski (PR).

13/10/07 - domingo:9h / 10h20

Palestras: “Espiritismo e eco-logia”, com André Trigueiro(RS), e “O espírita e seu outro”,com Luís Signates (GO).

10h40 / 12hEncerramento: “De Kardec aoIII Milênio” – Cosme Massi(PR).

André Trigueiro

Cosme Massi

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O IMORTALPÁGINA 4 OUTUBRO/2007

O primeiro não era dado a discur-sos. Falava manso, pausado, e sua penapsicográfica nos deixou nada menos de421 obras, dos mais diversos gêneros:poesia, romances, de estudo, de con-solo, mensagens familiares...

O segundo, exímio na Oratória,arrebata multidões por todo lado. Al-cançou o Mundo e é responsável di-reto pelo nascimento de avultado nú-mero de Centros Espíritas, em váriospaíses dos cinco Continentes.

Seus dons mediúnicos serviram àpsicografia de 210 livros que, até omomento, já vieram à luz.

Por suas mãos abençoadas, qual es-cada de Jacó dos tempos modernos, ver-tem poesia, história, mensagens, infor-mações preciosas do Mundo Espiritual.

Ele nos trouxe de volta os premi-ados Tagore e Victor Hugo, e perso-nalidades ilustres, trabalhadores dehoras passadas, que continuam atuan-tes e servidores, como Manoel Philo-meno de Miranda, Joanna de Ângelis,Bezerra de Menezes, entre tantos ou-tros conhecidos.

O primeiro retornou à Pátria Espi-ritual tendo ultrapassado a casa das novedezenas em idade, sendo exemplo até ofim do servidor discreto e ativo.

O segundo, mesmo com problemasde saúde que o abraçam de há muito,não se permite repouso. Quanto mais osanos se somam, mais viaja, e psicografa,e fala, esclarece, orienta, estimula.

Francisco Cândido Xavier, o pri-meiro, que a si mesmo denominavaCisco de Deus, sofreu, a seu tempo, todasorte de intrigas, calúnias e maldadesque pode conceber o coração humanoque, por não alcançar os cumes onde seprojeta a estrela, joga pedras, tentandoretirá-la das alturas onde brilha. Maistarde, passados os anos de dor, silêncioe solidão, reconheceram-lhe as virtudese passaram a dirigir-lhe elogios.

O segundo, Divaldo Pereira Fran-co, recebeu e continua recebendo as

pedradas da inveja, da impiedade, damaldade. Não perde tempo a defen-der-se. Seu Modelo e Guia, Jesus,morreu crucificado, e seu Mestre,Allan Kardec, também padeceu todotipo de perseguição e calúnias. Quan-to mais o agridem, mais se alteia econquista espaço nos corações e nasmentes dos que desejam, firmemente,aprender mais para melhor aproveitara presente etapa reencarnatória.

Ele já foi persona non grata empaíses totalitários, já sofreu interroga-tórios de governos arbitrários. Não dei-xou de oferecer seu ombro amigo a inú-meras criaturas, recebendo, embora, dealgumas, a ingratidão, por recompensa.

Dois gigantes, dois servidores doCristo. Cada qual com sua missão. Um,já tendo colhido os louros da vitória,abandonando a carne e recepcionadopelo próprio Senhor da Vinha. Outro,ainda a ralar os joelhos nas escadas doprogresso, firme ante os embates quese lhe oferecem, a cada passo.

O Movimento Espírita Mundial devemuito a um e a outro. Espíritos a cami-nho de suas próprias conquistas, sãoamigos, são irmãos. Sempre o foram.Através da pena de Chico, nada menosde seis obras mediúnicas de Divaldo me-receram apresentação de Espíritos Supe-riores, exaltando-lhe a qualidade mediú-nica e o esforço no Bem.

Divaldo, por sua vez, não cessa deexaltar o exemplo que foi o médiummineiro, servidor sempre. Em suaspalestras, reporta-se ao amigo Chico,de quem guarda as melhores lembran-ças, como aquele que amou sem nadaexigir, que sabia dar respostas adequa-das para as perguntas que tinham porobjetivo colocar em xeque suas qua-lidades mediúnicas.

Através de Divaldo, Joanna deÂngelis escreveu belíssima mensa-gem, apenas dois dias após a desen-carnação de Chico, informando da re-cepção que Lhe reservou o próprio

Senhor Jesus, como recompensa aoseu intenso labor, na Terra, amando esofrendo.

Um e outro são incomparáveis,mesmo porque não existem duas cria-turas iguais sobre a face da Terra. Cadaser é único, pois Deus não Se repete.

Por mais falem os espíritas, pormaiores homenagens prestem a um ea outro, jamais poderão devolver, emgratidão, o quanto receberam e conti-nuam recebendo.

Por isso, a Federação Espírita doParaná deseja, neste artigo, mais umavez, dizer do quanto é devedora des-ses dois gigantes e unir sua voz a detodos os demais corações agradecidos,para exaltar o trabalho e as qualida-des de Francisco Cândido Xavier e deDivaldo Pereira Franco.

Dois servidores do Cristo! AChico, devemos as mais de quatro cen-tenas de obras que nos remetem aoBem. Dele, guardamos as recordaçõesdo médium, do servidor de Jesus, dohomem simples, amante da paz e oenvolvemos nas vibrações da nossagratidão perene.

A Divaldo, além das mais de duascentenas de livros psicografados, damais alta qualidade doutrinária, devea Federação Espírita do Paraná, ain-da, a sua presença constante eininterrupta de 53 anos de atividadesde difusão doutrinária no Paraná.

A FEP o conheceu mais jovem doque hoje e ele esteve presente em En-contros os mais variados. A sua pala-vra ilustrou os mais importantes even-tos doutrinários, promovidos em ní-vel regional, inter-regional, estadual.Desde 1992, ao inaugurar a era dosSimpósios e das Conferências Estadu-ais, anualmente, ele é presença espe-cialmente aguardada.

Muitos esperam a desencarnaçãoda pessoa para depois exaltar-lhe asqualidades. A Federação Espírita doParaná acredita que os que seguem

conosco, empunhando o estandarte daluz, devem merecer não somente opreito da gratidão, mas a amizade, fa-zendo-se presente, caminhando juntos.

E é isso que desejamos tributar,nesta oportunidade, ao orador espírita,ao amigo, ao desbravador de frontei-ras espirituais, ao idealizador de tantasCasas Espíritas, ao médium seguro, aohomem do Mundo, Embaixador daPaz: Divaldo Pereira Franco.

Este momento se faz especial paratanto, já que há vozes que se prestamao desserviço ao Movimento Espíri-ta, ensaiando retomar episódios de umpassado já distante, e tentar fazer som-bra ao trabalho de Divaldo e, por ex-tensão, ao de Chico, disseminandotristezas em nome de falsas verdades.Também se esforçam por distorcer overdadeiro sentido de abordagens queDivaldo tem feito em algumas de suaspalestras, como se fossem, tais pesso-

De coração para coraçãoASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO - [email protected]

De Londrina

O Espiritismo respondeTeresa me pergunta: Qual é para

os espíritas o valor do arrependimen-to e em que momento ele precisa ocor-rer para ter validade?

O arrependimento é fundamentalpara a renovação do ser humano quese tenha desviado do caminho do bem.

Não existe um momento para queele tenha maior ou menor validade.Assim, tanto faz que o indivíduo se ar-rependa dos erros cometidos enquantoestá encarnado ou após sua desencar-nação. Sabemos, com base em relatosfeitos pelos próprios Espíritos, que adesencarnação é muitas vezes o agui-lhão que leva a pessoa a arrepender-se,o que não é difícil de compreender.

Imaginemos uma pessoa que seenriqueceu à custa do erário, que fal-sificou, que fraudou, que enganou...Quando retorna ao plano espiritual,onde a riqueza e a posição social nãotêm valor algum, é comum que essa

as, os detentores da verdade.A Federação Espírita do Paraná,

como Instituição centenária, resolveupor quebrar esse injustificável silên-cio, e dizer em alto e bom som de suaconsideração sobre esses dois titãs dadifusão doutrinária.

Mesmo com essas manifestações,sabemos serem pequenas diante dagrandeza do trabalho e dos trabalha-dores que aqui apresentamos, tambémsendo pequeno o nosso manifesto degratidão diante da grandeza dos bene-fícios recebidos. Sabemos, por fim,que o melhor que poderia acontecer,era que todos os espíritas vivenciás-semos os princípios mais elementaresda nossa Doutrina de fraternidade, querecomenda a máxima: Fora da cari-dade não há salvação, que reapresentaa essência da mensagem de Jesus:Amar ao próximo como a si mesmo ea Deus acima de todas as coisas.

Tributo a Divaldo Franco e a Chico Xavier(Conclusão do artigo publicado na primeira página)

pessoa tenha remorsos e esses remor-sos poderão levá-la a arrepender-sesinceramente dos erros cometidos.

O Espiritismo ensina, porém, que oarrependimento – embora importantíssi-mo – não basta por si mesmo. É precisoacrescentar a ele a expiação e a repara-ção, o que leva muitos Espíritos a pedir aoportunidade de passarem pelos mesmossofrimentos que causaram a outrem (ex-piação), além da necessária reparaçãocom que devolvem às suas vítimas aqui-lo que porventura lhes hajam tomado.

Arrependimento, expiação e repa-ração constituem, portanto, os elemen-tos essenciais à renovação integral dacriatura humana, rumo à meta que Deusassinalou para nós, que é a perfeição,meta essa a que Jesus aludiu quandodisse as seguintes palavras: “Vós soisdeuses. Sede perfeitos como o Paicelestial é perfeito. Tudo o que façopodereis fazer também e muito mais”.

A Federação Espírita do Paraná resolveu romper o silêncio incompreensível, por parte dasinstituições espíritas, a respeito dos ataques feitos ao trabalho do médium Divaldo Franco

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O IMORTALOUTUBRO/2007 PÁGINA 5

Clássicos do Espiritismo

O Grande Enigma (1ª Parte)ANGÉLICA REIS

[email protected] Londrina

Iniciamos nesta edição a publi-cação do texto condensado da obraO Grande Enigma, de LéonDenis. As páginas citadas referem-se à 7.a edição publicada pela Edi-tora da FEB.

*1. A vida não é uma coisa vã de

que se possa fazer uso leviano, masuma luta pela conquista do Céu, umaobra elevada e grave de edificação,de aperfeiçoamento, regida por leisaugustas e eqüitativas, acima dasquais paira a eterna Justiça, ameni-zada pelo Amor. (P. 12)

2. As religiões e as filosofiaspassaram, mas, apesar do manto ricode suas concepções e de suas espe-ranças, a dúvida subsistiu no fundodas consciências. Nasceu, então,uma nova ciência, baseada nas ex-periências, nas pesquisas e nos tes-temunhos de sábios eminentes. Umacomunicação se estabeleceu com omundo invisível que nos cerca e umarevelação poderosa banhou a Huma-nidade qual uma onda pura e rege-neradora. (PP. 12 e 13)

3. Duas coisas aparecem-nos àprimeira vista no Universo: a ma-téria e o movimento, a substância ea força. Os mundos são formadosde matéria, e essa matéria, inertepor si mesma, se move. Mas, quema faz mover-se? Que força a ani-ma? (P. 18)

4. A matéria nada mais é que avestimenta, a forma sensível emutável, revestida pela vida; umcadáver não pensa, nem se move.A força é simples agente destinadoa entreter as forças vitais. É, pois,a inteligência que governa os mun-dos, inteligência essa que se mani-festa por leis sábias e profundas,ordenadoras e conservadoras doUniverso. (PP. 18 e 19)

5. A força gera o movimento,mas a força não é a lei. Cega e semguia, não poderia ela produzir a or-dem e a harmonia que são manifes-

tas no Universo. Acima da escaladas forças, aparece a energia men-tal, a vontade, que constrói as fór-mulas e fixa as leis. (P. 20)

6. De Pitágoras a Claude Ber-nard, todos os pensadores afirmamque a matéria é desprovida de es-pontaneidade, e toda tentativa deemprestar à substância inerte umaespontaneidade, capaz de organizare de explicar a força, tem sido emvão. É preciso, pois, admitir a ne-cessidade de um primeiro motortranscendente para explicar o siste-ma do mundo. (P. 21)

7. A mecânica celeste não se ex-plica por si mesma; a existência deum motor inicial se impõe. A nebu-losa primitiva, mãe do Sol e dos pla-netas, era animada de um movimen-to giratório. Quem lhe imprimiuesse movimento? Respondemossem hesitar: Deus. (P. 21)

Deus é manifestado pelo Universo,mas não se confunde com este

8. A linguagem humana é, entre-tanto, impotente para exprimir a idéiado Ser infinito. Aliás, todas as defi-nições são insuficientes e, de certomodo, induzem a erro; contudo, opensamento para se exprimir preci-sa de termo. O menos afastado da re-alidade é aquele pelo qual os padresdo Egito designavam Deus: “Eusou”, isto é, eu sou o Ser por exce-lência, absoluto, eterno, e do qualemanam todos os seres. (P. 23)

9. Um mal-entendido secular di-vide as escolas filosóficas, quanto aestas questões. O materialismo via noUniverso somente a substância e aforça. O espiritualismo vê em Deussó o princípio espiritual. Ambos se en-ganam. O mal-entendido cessaráquando os materialistas virem em seuprincípio e os espiritualistas em seuDeus a fonte dos três elementos: subs-tância, força e inteligência, cuja uniãoconstitui a vida universal. (P. 23)

10. Deus, tal qual o concebe-mos, não é o Deus do panteísmooriental, que se confunde com oUniverso, nem o Deus antropomor-

fo, monarca do céu, exterior aomundo, de que falam as religiões doOcidente. Deus é manifestado peloUniverso, mas não se confunde comeste. (P. 25)

11. Esse grande Ser, absoluto,eterno, que conhece as nossas ne-cessidades, ouve o nosso apelo,nossas preces, e é sensível às nos-sas dores, é qual o imenso foco emque todos os seres, pela comunhãodo pensamento e do sentimento,vêm haurir forças, socorro, inspira-ção para se guiarem na senda dodestino. (P. 25)

12. Ninguém deve procurarDeus nos templos de pedra e demármore, mas no templo eterno daNatureza, no espetáculo dos mun-dos que percorrem o infinito, nosesplendores da vida que se expan-de em sua superfície. (P. 26)

13. A Terra voga sem ruído naextensão. Essa massa de dez mil lé-guas de circuito desliza sobre as on-das do éter qual pássaro no Espaço,qual mosquito na luz. Nada denun-cia sua marcha imponente. Nenhumranger de rodas, nem murmúrio devagas. Silenciosa, ela passa entresuas irmãs do céu, onde sóis e mun-dos se deslocam, com velocidadesaterradoras, sem que som algum ouqualquer choque venha trair a açãodesse gigantesco aparelho que é oUniverso. (P. 26)

O ser sobe, um a um, os degrausda escadaria que conduz a Deus

14. A vontade que dirige o Uni-verso se disfarça a todos os olhares.As coisas estão dispostas de manei-ra que ninguém é obrigado a lhes darcrédito. Se a ordem e a harmonia doCosmos não bastam para convencero homem, este é livre no conjeturar,pois nada constrange o cético a ir aDeus. O mesmo acontece às coisasmorais. Nossas existências se desen-rolam e os acontecimentos se suce-dem sem ligação aparente, mas aimanente justiça domina ao alto eregula nossos destinos segundo umprincípio imutável, pelo qual tudo se Do livro Palavras de Luz, de Divaldo P. Franco e Espíritos Diversos.

Divaldo responde– Uma criança era dotada de

mediunidade vidente aflorada.Quando jovem, perdeu-a por al-gum tempo. Após freqüentar gru-pos de jovens espíritas e estudara Doutrina, é possível recuperara sua vidência?

Divaldo: Sim e não. Na infân-cia, as faculdades psíquicas sãomuito aguçadas, porque o Espíritoainda não está totalmentereencarnado. O cérebro ainda nãoabsorveu toda a percepção extra-sensorial. Como há uma percepçãomais aguçada que ainda não foiassimilada pelos neurônios cere-brais, várias faculdades se manifes-tam, já que é o próprio Espírito quevê, que ouve, que sente.

À medida que ocorre o mer-gulho na indumentária carnal,vão diminuindo as possibilidadesparapsíquicas, até que ficam re-lativamente bloqueadas. Mais tar-de, a pessoa pode exercitá-las e,através do exercício, poderá re-

cuperar essas percepções de acor-do com as conveniências que fo-ram estabelecidas pela lei de re-encarnação para o progresso daprópria criatura.

Há indivíduos que gostariammuito de ser médiuns videntes,médiuns com um campo muitoamplo, sem dar-se conta das gra-ves responsabilidades que dissodecorrem, dos gravames, dos pe-rigos e dos imensos testemunhos,que se fazem necessários.

Os nossos Mentores Espiritu-ais, quando coordenam a nossareencarnação, examinam em pro-fundidade o que será melhor paraa existência, como o que serápior, estabelecendo aquilo que sepossa ou não suportar.

Daí não é lícito forçar o de-senvolvimento de aptidões paraas quais, talvez, não se estejamoral e emocionalmente equipa-do para enfrentar as conseqüên-cias dessa decisão.

encadeia em uma série de causas ede efeitos. (P. 27)

15. A Natureza limitou nossaspercepções e sensações. É degrau adegrau que ela nos conduz no cami-nho do saber. É lentamente, trecho atrecho, vidas após vidas, que ela nosleva ao conhecimento do Universo,seja visível, seja oculto. O ser sobe,um a um, os degraus da escadaria queconduz a Deus, mas cada um dessesdegraus representa para o ser umalonga série de séculos. (P. 28)

16. Se os mundos celestes nosaparecessem de repente, sem véus,em toda a sua glória, ficaríamos ce-gos. Mas, nossos sentidos exterioresforam medidos e limitados, e avul-tam, se apuram, à medida que o serse eleva na escala da existência. Omesmo se dá com o conhecimento ea posse das leis morais. (PP. 28 e 29)

17. Quantas almas acreditaramque bastaria, para encontrar o Paicelestial, deixar a Terra. Mas Deusse conserva invisível no mundo es-piritual, quanto no mundo terrestre,para aqueles que não adquiriram ain-da a pureza suficiente para refletiros seus divinos raios. (P. 29)

18. Ele, no entanto, está pre-sente em cada um de nós, no tem-plo vivo da consciência, o lugar sa-grado, o santuário, em que se en-contra a divina centelha. É ele queleva e faz resplandecer no fundode nossas consciências as santasimagens do bem, da verdade, dajustiça, e é honrando essas imagensdivinas, rendendo-lhes um cultodiário, que essa consciência, ain-da obscura, se purifica e se ilumi-na. (P. 30) (Continua no próximonúmero.)

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O IMORTALPÁGINA 6 OUTUBRO/2007

Maomé é considerado modelopelos muçulmanos - Após a Hégira,Mohamed começou a estabelecer alian-ças com tribos nômades. À medida quesua força e influência cresceu, Moha-med insistiu que as tribos potencialmen-te aliadas se tornassem muçulmanas.Quando estava em Meca, Mohamed foiinformado de que havia uma grandeconcentração de tribos hostis e ele par-tiu para as defrontar. A batalha teve lu-gar em Hunain, e os inimigos foram der-rotados. Alguns viram agora Mohamedcomo o homem mais poderoso daArábia e a maioria das tribos enviou de-legações para Medina, em busca de umaaliança. Antes da sua morte, rebeliõesocorreram em uma ou duas partes daArábia, mas o estado islâmico tinha for-ça suficiente para lidar com elas.

Usualmente, quando um muçulma-no se refere a Mohamed, Jesus ou ou-tro dos profetas, imediatamente após onome diz ou escreve “que a paz e bên-ção de Alá estejam sobre ele” ou ex-pressão equivalente em outra língua(freqüentemente árabe), ou ainda usaa sigla dessa expressão. Em inglês, porexemplo, é aceitável usar “pbuh” ou“peace be upon him”. A sigla tradicio-nal em árabe é “swas”.

Mohamed é considerado pela co-munidade muçulmana como um mode-lo a seguir. A devoção à sua pessoa temsido expressa ao longo dos séculos dasmais variadas formas, como por exem-plo através da escrita de poemas. Umdos poemas mais famosos, a “Burda”(ou “Poema do Manto”), foi compostono século XIII por Al-Busiri. Emboranão exista registro de milagres feitospor Mohamed, alguns relatos popula-res atribuem-lhe essa capacidade.

O Islamismo divide-se em váriasescolas filosóficas - Em vários locaisdo mundo muçulmano existem santu-ários dedicados a um pêlo de sua bar-ba. No Palácio Topkapi em Istambulum relicário guarda aquilo que se acre-dita ter sido seu manto, suas espadas,bem como uma pegada que ficou re-gistrada numa superfície enlameada ealguns pêlos da sua barba.

Alguns muçulmanos celebram onascimento de Mohamed (Mawlid),embora outros considerem que essacelebração é incorreta por se tratar deuma inovação religiosa proibida peloIslã. Estes muçulmanos são igualmen-te contra a veneração destas relíquias,por considerarem tratar-se de idolatria.

As representações visuais do pro-feta podem eventualmente ser proibi-das e consideradas insultuosas. Geral-mente os xiitas e os sufis aceitam maisa idéia da representação, que em geralo Islã rejeita, pois, à semelhança do ju-daísmo, o Islã é uma religião da pala-vra e não da imagem.

Recentemente, charges de Mohamedcriticando o terrorismo publicadas naEuropa causaram muita polêmica, gran-de furor do mundo islâmico e protestosem todo o mundo, justamente porque éconsiderada ofensa qualquer imagem quese diz ser de Mohamed. Como vingança,o jornal iraniano Hamshahri fez umacompetição internacional de charges so-bre o Holocausto.

O Islamismo compreende hoje vá-rias escolas filosóficas e facções polí-ticas. Os ortodoxos (Sunitas) sustentama legitimidade da sucessão dos três pri-meiros califas, Abu Bakr, Omar eUthman, enquanto os cismáticos(Xiitas) propagam o Divino direito deAli contra as sucessões desses califas,a quem chamam de “usurpadores”, ecujos nomes, túmulos e memória insul-tam e detestam. Os xiitas representam,

AIGLON FASOLOaiglon@nêmora.com.br

De Londrina

O IMORTAL na internetDesde abril de 2004, o jornal O IMORTAL pode ser lido, na

íntegra, pela internet, no site abaixo:

www.editoraleopoldomachado.com.br/imortal/indice.htmPara escrever à Redação do jornal, o interessado deve utili-

zar o e-mail abaixo indicado:

[email protected]

hoje, aproximadamente um vigésimodo mundo maometano e estão em suamaioria espalhados entre o Irã, a Índia,Paquistão e Afeganistão.

Há várias diferenças entre sunitase xiitas - Os sunitas estão divididos emquatro principais escolas teológicas, ouseitas, i.é: os Hanifitas, encontrados naTurquia, na Ásia Central e Norte da Ín-dia; os Shafitas, no sul da Índia e no Egi-to; os Malikitas, no Marrocos, entre osnômades Berberes, e em parte da Arábia;e os Hanbalitas, no centro e leste da Arábiae em algumas partes da África. Os xiitastambém são subdivididos em várias, maspouco importantes seitas. Das proverbi-ais setenta e três seitas do Islã, trinta e duassão xiitas. As principais diferenças entreos dois troncos islâmicos são:

- Sobre os legítimos sucessores deMohamed

- Os xiitas observam as cerimôni-as do mês do Jejum, Muharram, ondereverenciam Fátima, Ali, Hasan eHusain enquanto os sunitas só respei-tam o décimo dia deste mês como sa-grado, como sendo o dia em que Alácriou Adão e Eva.

- Os xiitas permitem casamentostemporários, contratados em troca deuma soma de dinheiro, enquanto ossunitas sustentam que Mohamed proi-bia esta prática.

- Os xiitas incluem os Adoradoresdo fogo como um dos “Povos do Li-vro”, enquanto os sunitas só reconhe-cem como tais os judeus, cristãos emuçulmanos.

- Várias diferenças nas abluções,prece e cerimônias.

- Os xiitas admitem uma certa fle-xibilidade religiosa para escaparem deperseguições e morte, enquanto ossunitas sustentam que isso é apostasia.(No próximo e último capítulo sobre oIslã, faremos um apanhado sobre oAlcorão e a base da filosofia islâmica.)

Sobre a evolução das religiões, oucomo Kardec chegou ao Espiritismo

(Parte 20)

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O IMORTALOUTUBRO/2007 PÁGINA 7

Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE - [email protected]

De Londrina

tuir em língua internacional. Toda-via, até a língua latina era difícil echeia de antigas e inúteis formas.Mais simples, mais conveniente,para o uso atual deveria ser uma lín-gua sonhada. Ela deveria ser deaprendizagem rápida e acessíveltambém ao povo e não apenas aosletrados. O fundamento da línguasonhada deveria ser a simplicidadee a lógica. Ao concluir os estudospropedêuticos em 1879, transferiu-se para Moscou, onde se matricu-lou na faculdade de medicina. An-tes, porém, o jovem ZAMENHOFteve de prometer ao pai que aban-donaria a idéia da língua universal,pelo menos provisoriamente, atéterminar o curso de Medicina, e tevede entregar-lhe, naquele dia, os ca-dernos que continham os originaisdo que ele já produzira. Seus paisnão puderam mantê-lo em Moscoue fizeram-no regressar a Varsóvia.Contava então 22 anos de idade.

Durante seu afastamento, seupai, “prudente e rigoroso”, poramor ao seu filho, temendo por seufuturo, queimou todos os manus-critos que ele lhe confiara sobre aLíngua Internacional. Tão logovoltou à casa paterna, procurou porseus manuscritos e, não os encon-trando, perguntou à mãe por eles.A resposta materna foram apenaslágrimas e silêncio. Ele adivinhoutudo. Procurou o pai e pediu-lhepara desfazer a promessa, pois que-ria dar continuidade ao seu grandi-oso trabalho. Tinha guardado namemória tudo o que continham osoriginais queimados. Fervorosa-mente refez tudo. Só depois de ex-perimentos exaustivos e compro-vações minuciosas com os estudosda gramática e vocabulário inten-samente vividos e testados foi queconsiderou pronta a sua obra. Es-

Lázaro Luís Zamenhof

Zamenhof nasceu em Bialys-tok, Polônia russa, em 15 de de-zembro de 1859. Era filho deRosália e Marcos Zamenhof, pro-fessor de geografia e línguas mo-dernas. Iniciou o curso de ginásioem sua cidade natal, em 1869, masadoeceu gravemente e teve de in-terromper os estudos. Recomeçouo ginásio em 1870, mas os paistiveram de transferir-se para Var-sóvia em 1873, e ele ingressou noginásio filológico, onde sempreocupou o primeiro lugar. O meni-no revelou-se uma criança pensa-tiva e muito inteligente; o profes-sor Marcos notou nele grande in-teresse em relação a idiomas e co-meçou, desde cedo, a dar-lhe li-ções e a exercitá-lo em línguas,percebendo que o aprendizado sefazia com muita facilidade. Assim,Zamenhof aprendeu a falar bemiídiche, russo, polonês e alemão;lia com facilidade latim, hebraicoe francês; conhecia, embora maisteoricamente, grego, inglês, itali-ano e algumas outras línguas. Nes-sa cidade retalhada, eram 4 comu-nidades, 4 religiões, 4 línguas, 4alfabetos e 4 ódios, e um meninosofre as mais dolorosas feridaspsíquicas, pois o simples fato dealguém exprimir-se já lhe confereum rótulo, pelo qual recebe des-prezo ou solidariedade. Na 5a sé-rie primária começou a estudar oinglês e ainda muito jovem estu-dou o francês e o alemão. Inician-do o curso ginasial, passou a estu-dar fervorosamente as línguas la-tina e grega, examinando a possi-bilidade de uma delas se consti-

tava nessa época com 28 anos deidade. Mas restava um último de-talhe: como publicá-la, sendo suasituação financeira bastante precá-ria? De onde viriam os recursos?Um auxílio surgiu de onde elemenos esperava. Ao regressar aVarsóvia conheceu Clara Silbernik,de Kovno. Seu futuro sogro, ho-mem afeito à cultura, pai da senho-rita Clara Silbernik, com quem ojovem Lázaro acabaria casando-se,financiou totalmente a publicaçãoda obra, e a 26 de julho de 1887saía da oficina gráfica o seu pri-meiro livro. Era uma gramáticacom as instruções em russo e cha-mava-se “LINGVO INTERNA-CIA”, de autoria de “DOKTOROESPERANTO”. Esse pseudônimo,que na nova língua significa“DOUTOR QUE TEM ESPE-RANÇA”, com o decorrer do tem-po, passou a ser usado por seusaprendizes, para denominar a pró-pria língua: ESPERANTO. O li-vro, que contou com o apoio dogrande escritor Leon Tolstoi, saiuinicialmente em russo, depois empolonês, francês, alemão e inglês,contendo um prefácio, o alfabeto,as 16 regras gramaticais, textos,poemas, o “Pai Nosso” e um vo-cabulário com 900 raízes. Como oêxito dele foi muito grande, no anoseguinte foi lançado o “SegundoLivro”, já todo escrito na LínguaInternacional, que passou a se cha-mar Esperanto. Zamenhof come-çou a receber dos leitores promes-sas de estudo da língua, cartas comestímulos e conselhos, e em outu-bro de 1889 saiu a primeira listade endereços contendo os nomesde mil esperantistas de diversospaíses. Dois anos depois já existi-am 29 obras publicadas.

Em 1o de setembro de 1889,

surgiu o primeiro número de “OEsperantista”, jornal de circulaçãomensal, mantendo ligados os sim-patizantes do Esperanto de todo omundo e dando-lhes notícias dosprogressos do movimento esperan-tista internacional. O sucesso daLíngua Internacional era muitogrande, mas o Dr. Lázaro ainda nãoconseguira se firmar profissional-mente. Os dois primeiros filhos,Adão e Sofia, já tinham nascido,as despesas eram grandes, o con-sultório estava sempre vazio e, seaparecia alguém, era tão pobre quenão podia pagar. Espírito superior,ele era extremamente humanitárioe solidário, cultivava a tolerânciae era afável com todos, nunca per-dendo uma oportunidade de sercaridoso. No exercício da profis-são agia sob o impulso do despren-dimento, não obstante haver per-manecido sempre pobre. Dos cam-poneses jamais exigia honorários,chegando mesmo a dar-lhes dinhei-ro e a pedir a fazendeiros ricos au-xílio para o socorro de sua cliente-la sem recurso.

Em Boulogne-sur-mer, França,por ocasião do 1º Congresso Uni-versal de Esperanto, compareceu,embora sendo judeu, a uma missado culto romano. A uma fervorosaesperantista que lhe pediu um autó-grafo no recinto da Igreja, ZAME-NHOF sussurrou: “Com muito pra-zer, minha senhora, mas eu lhe peçoque seja em outro lugar - aqui é umlugar sagrado”. Os pequeninos, ossofredores e particularmente aque-les que atravessaram a prova da ce-gueira, dedicavam entranhada vene-ração pelo bondoso oftalmologistade Varsóvia, ramo da Medicina emque se especializou, e quando ZA-MENHOF visitou Cambridge, paraos festejos do 3º Congresso Univer-

sal de ESPERANTO, encontrou-se com muitos cegos esperantistasprovenientes de outros países, to-dos alojados numa mansão aexpensas de outro grande pionei-ro esperantista, THEÓFILECART. Zamenhof cumprimentoua cada um, individualmente, en-corajando-os ao otimismo e detodos recebeu ardorosos agrade-cimentos pelo idioma que lhesproporcionava uma pequena cla-ridade em seu mundo sem luz.Mas os cegos lhe pediram outroprivilégio: queriam tocá-lo com asmãos, conhecer melhor aquele quenunca poderiam ver. E suas mãosque, de forma tão extraordinária,traduzem pensamentos e emo-ções, tocavam respeitosamente ocorpo pequeno e frágil, a barba,os óculos de lentes ovais, a largacalva do genial missionário polo-nês. Naquele momento, Zame-nhof, profundamente emociona-do, pensava nas crianças judiascujos olhos foram vazados duran-te um “progrom” na sua cidadenatal de Bialystok.

Em Varsóvia, durante a ocu-pação alemã, no ano de 1914Zamenhof ficou profundamenteabalado com o início da guerramundial, adquiriu uma doençacardíaca que foi se agravando e,no dia 14 de abril de 1917, comapenas 57 anos, partiu para a pá-tria espiritual. No enterro de seucorpo estiveram presentes osesperantistas de Varsóvia e a po-pulação pobre do bairro judeu queele tanto ajudou. Deixou viúva etrês filhos, todos mortos pelos na-zistas em 1940. O seu corpo re-pousa no cemitério israelita deVarsóvia, juntamente com o deClara o amor de toda a sua vida esua incansável colaboradora.

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ANGÉLICA [email protected]

De Londrina

“O Brasil carrega um troféu nada confortável: é o campeão mundial do aborto”

Nascido no Rio de Janeiro eresidente em Brasília (DF) desde1972, onde é servidor público fe-deral lotado no INMETRO,metrologista, bacharel e licencia-do em História e em Estudos So-ciais, professor, expositor, articu-lista e autor dos livros: “Praeiro,um peregrino nas Terras do Pan-tanal” e “Luz na Mente”, JorgeHessen é articulista e um dos com-ponentes do Conselho Editorial darevista eletrônica espírita O Con-solador – www.oconsolador.com- , além de ativo divulgador daDoutrina Espírita, como o leitorpode conferir acessando o site:h t tp : / /meuwebsi te .com.br /jorgehessen, em que se encontrampublicados diversos artigos e es-tudos de sua lavra.

Na entrevista que se segue, Jor-ge fala de diversos assuntos de in-teresse permanente do leitor, comofamília, sexualidade e aborto.

- Através dos tempos, emface do obscurantismo religio-so, a sexualidade foi considera-da algo “impura”, pecaminosa.Qual a concepção espírita comrelação à sexualidade?

Jorge Hessen: Em face da máformação religiosa, ao longo dosséculos sobre o tema sexualida-de, somos atualmente muitos querumamos sem segurança debaixodos impulsos instintivos que amuitos ainda perturbam. Para cor-rigir os históricos equívocosinterpretativos das religiões tradi-cionais sobre o tema, o Espiritis-mo propõe tratar a questão dosexo com muito critério, sem ex-travagâncias e inoportunas censu-

ras e ou condenações. E para nãonos delongarmos em argumentos econsiderações desnecessários, tri-lhamos pelos conselhos de Emma-nuel, contidos no livro Vida eSexo. Diz o mentor de ChicoXavier que em torno do sexo, é jus-to sintetizar todas as digressões nasseguintes normas: Não proibição,mas educação. Não abstinênciaimposta, mas emprego digno, como devido respeito aos outros e a simesmo. Não indisciplina, mas con-trole. Não impulso livre, mas res-ponsabilidade. Fora disso, éteorizar simplesmente. Como ob-servamos, fora desses alertas seránavegarmos sem bússola no marrevolto das paixões. Será sofrermose recomeçarmos a tarefa doacrisolamento pessoal nas váriasetapas reencarnatórias, lembrandoainda o pensamento emmanuelinosempre que aplicação das energiassexuais conforme o impositivo dalei do amor e da própria vida é temapertinente à consciência de cadaum de nós.

- A liberalização do abortotem conseguido a simpatia de di-versos parlamentares e juristase até mesmo do ministro da Saú-de. Quais as conseqüências doaborto, do ponto de vista espiri-tual, para pais, para os profissi-onais e para o Espírito reencar-nante?

Jorge Hessen: Importa reco-nhecer que o primeiro dos direi-tos naturais do homem é o direitode viver. Mas o Brasil carrega umtroféu nada confortável: é o cam-peão mundial do aborto. Não sepode admitir que pequena parcelada população brasileira, constitu-ída por alguns intelectuais, políti-cos e profissionais dos meios decomunicação, venha a exercer ta-

manha influência na legislaçãobrasileira, em oposição à vontadee às concepções da maioria dopovo e contrariando a própria Car-ta Magna de 1988.

Autores espíritas respeitáveis,como Joanna de Ângelis, infor-mam que, à luz da reencarnação,realmente, o filho que não é acei-to no lar, pela gravidez interrom-pida, penetrará um dia em nossacasa, na condição de alguém deconduta anti-social. Aquele queexpulsamos do nosso abrigo rea-parecerá porque ele não pode serpunido pela nossa irresponsabili-dade, mas seremos justiçados nanossa irreflexão, através das leissoberanas da vida.

O médium Divaldo Franco as-severa que “aquele filho que nósexpulsamos, pela interrupção nocorpo, voltará até nós, quiçá emum corpo estranho, gerado em umato de sexualidade irresponsável.Por uma concepção de naturezainditosa, volverá até nós, na con-dição de deserdado, não raro,como um delinqüente”. Se muitostribunais do mundo não condenama prática do aborto, as Leis Divi-nas, por seu turno, atuam inflexi-velmente sobre os que alucinada-mente o provocam. Fixam essasleis, no tribunal das próprias cons-ciências culpadas, tenebrosos pro-cessos de resgate que podem con-duzir ao câncer e à loucura, agoraou mais tarde. A literatura espíritaé pródiga em exemplos sobre asconseqüências funestas do abortodelituoso, que provoca na mulhergraves desajustes perispirituais arefletirem-se no corpo físico, naexistência atual ou futura, na for-ma de câncer, esterilidade, infec-ções renitentes, frigidez. Óbvioque não estamos lançamos conde-

nação àqueles que estão perdidosno corredor escuro do erro já co-metido, até para que não caiam navala profunda do desalento. Ex-pressamos idéias cujo escopo éiluminá-los com o farol do escla-recimento para que enxerguemmais adiante a opção do Trabalhoe do Amor, sobretudo na adoçãode filhos rejeitados que atualmenteamontoam nos orfanatos. Paraquem já errou lembremo-nos deque errar é aprender; assim, aoinvés de se fixarem no remorso,precisam aproveitar a experiênciacomo uma boa oportunidade paradiscernimento futuro.

- Que orientação podemos co-lher na Doutrina Espírita a res-peito do uso dos preservativos,tendo em vista a crescente popu-larização das relações eventuais?

Jorge Hessen: Atualmente, aAids aflige não só pela repercus-são física que promove mas, so-bretudo, em face do preconceito.A questão da Aids tem que provo-car reflexão para ser avaliada ecompreendida. Ainda não alcan-çamos os pontos máximos da epi-demia, que não tem precedentesna história da humanidade. Nospróximos 20 anos, estima-se que70 milhões de pessoas perderão avida caso os países ricos não seunam contra a Aids. Atualmentehá cerca de 40 milhões de pesso-as infectadas pelo vírus HIV emtodo o mundo. Nas últimas duasdécadas, 20 milhões de pessoasmorreram, em decorrência daAids, há seis anos, três milhões demortes foram causadas pelo HIV.Essa previsão é corroborada pelodiretor de Medicina Internacionalda Universidade de Cornel, NovaIorque, o infectologista WarremJohnson Jr.

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Os espermato-zóides conseguematravessar orifíci-os ou fissuras mi-croscópicas nos“preservativos”com freqüênciasuficiente paracausar gravidez.Por isso, muitasvezes os “preser-vativos” são mé-todos ineficazes de prevenção degravidez. Ora, a considerar essaconstatação como verdadeira, deque maneira poderia um preserva-tivo impedir o trespasse de víruscomo o HIV? Duvidar da eficiên-cia integral do preservativo ao con-tágio da Aids é previdente até por-que estudos internacionais atestamoficialmente ser o vírus da Aids me-nor que o poro do látex, matéria-pri-ma básica dos “preservativos”.

À luz do que ensina o Evange-lho, a via preventiva contra a Aidsé o comportamento saudável, a re-forma moral, o respeito ao senti-mento do próximo e a fidelidadeconjugal. Com a sexualidade nãose brinca, por isso só a conduta cris-tã nesse contexto determinará, emplenitude, a imunização perfeita.

- A questão da homossexua-lidade ainda encontra grandesentraves de compreensão nashostes espíritas. Pode-se falarem matrizes espirituais para ahomossexualidade?

Jorge Hessen: Sobre o temaescrevemos um artigo, atualmen-te publicado no site http://meuwebsite.com.br/jorgehessen.Em face disso, pedimos permissãopara delongar um pouquinho a res-posta. O Espírito que animou ocorpo de um homem pode perfei-tamente animar o de uma mulher,

numa nova exis-tência, e vice-versa, por istoante os proble-mas do sexo éimportante recor-dar que todos tra-zemos nossos en-redos particula-res, razão pelaqual nos revela-mos, no Plano Fí-

sico, pelas tendências que regis-tramos nos escrínios da intimida-de, tipificando-nos na condição dehomem ou de mulher, conformeas tarefas que nos cabe realizar.

Nos distinguimos por determi-nadas peculiaridades no mundoemotivo. Independentemente depreferências, podemos encarnarno corpo de um homem, ou no deuma mulher, tendo a escolha comofator determinante as provas porque precisamos de passar.

A rigor, a homossexualidadeou a homoafetividade não encon-tra explicações fundamentais nosestudos psicológicos que tratamdo assunto em bases materialistas,conforme lembra Emmanuel, masé perfeitamente compreensível, àluz da reencarnação.

Através de milênios e milêni-os, passamos por experiênciasimensas de reencarnações, ora emposição de feminilidade, ora emcondições de masculinidade, o queexplica o fenômeno da bissexua-lidade, mais ou menos pronuncia-do, em quase todas as criaturas.

Explica-nos aquele que foi omentor de Chico Xavier que a in-dividualidade em trânsito da ex-periência feminina para a mascu-lina ou vice-versa, ao envergar ocasulo físico, demonstrará fatal-mente os traços da feminilidade

em que terá estagiado por muitosséculos, em que pese o corpo deformação masculina que o segre-gue, verificando-se análogo pro-cesso com referência à mulher nasmesmas condições.

Também há casos em que o ho-mem que abusou das faculdadesgenésicas, arruinando a existênciade muitas mulheres, e a mulherque agiu de igual modo em mui-tos casos serão induzidos a bus-car nova posição, no renascimentofísico, em corpo morfologicamen-te inverso à sua estrutura psicoló-gica, aprendendo, em regime deprisão, a reajustar os próprios sen-timentos.

E ainda, em muitos outros ca-sos, há Espíritos cultos e sensíveisque, aspirando a realizar tarefasespecíficas na elevação de agru-pamentos humanos e, conseqüen-temente, na elevação de si própri-os, rogam dos Instrutores da VidaMaior que os assistem a própriainternação no campo físico emvestimenta carnal oposta à estru-tura psicológica pela qual transi-toriamente se definem. Escolhemcom isso viver temporariamenteocultos na armadura carnal, como que se garantem contra arrasta-mentos irreversíveis, no mundoafetivo, de maneira a persevera-rem, sem maiores dificuldades,nos objetivos que abraçam.

Observadas as tendências ho-mossexuais dos companheirosreencarnados nessa faixa de pro-va ou de experiência, recomendaEmmanuel, é forçoso se lhes dê oamparo educativo adequado, tan-to quanto se administra instruçãoà maioria heterossexual. Sexo éespírito e vida, a serviço da felici-dade e da harmonia do Universo,destarte reclama responsabilidade

e discernimento, onde e quando seexpresse, nunca nos esquecendode que todos os assuntos nessaárea se especificam na intimidadeda consciência de cada um.

- Como o Espiritismo inter-preta o fenômeno do adultério ea prostituição? Existe algumarelação entre estas duas chagassociais?

Jorge Hessen: Emmanuel nocapítulo 22 do livro Vida e Sexoexplica bem a questão. A célebresentença do Cristo: “Atire a pri-meira pedra aquele que estiverisento de pecado” nos ensina quenão devemos julgar com mais se-veridade os outros do que nos jul-gamos a nós mesmos, nem con-denar em outrem aquilo de que nosabsolvemos. Desse modo é inte-ressante observar que o Cristo, emse tratando de faltas e quedas, nosdomínios do espírito, haja escolhi-do aquela da mulher, em falhas dosexo, para pronunciar a suainolvidável sentença. A rigor, osproblemas afetivos se mostram detal modo encravados no ser huma-no que pessoa alguma da Terrahaja escapado, no cipoal das exis-tências consecutivas, aos chama-dos “erros do amor”.

Dessas experiências de muitosmilênios, persistem, ainda, por fe-ridas purulentas no tecido social,o adultério a prostituição que, defuturo, serão classificados na pa-tologia das doenças da alma. DizEmmanuel que o adultério e aprostituição ainda permanecem,na Terra, por instrumentos de pro-va e expiação, destinados natural-mente a desaparecer, na equaçãodos direitos do homem e da mu-lher, que se harmonizarão pelomesmo peso, na balança do pro-gresso e da vida.

Quando cada criatura for res-peitada em seu foro íntimo, paraque o amor se consagre por vín-culo divino, muito mais de almapara alma que de corpo para cor-po, com a dignidade do trabalho edo aperfeiçoamento pessoal luzin-do na presença de cada uma, en-tão os conceitos de adultério eprostituição se farão distanciadosdo cotidiano, de vez que a com-preensão apaziguará o coraçãohumano e a chamada desventuraafetiva não terá razão de ser.

- O que, no seu modo de ver,está ocorrendo com a famíliacontemporânea?

Jorge Hessen: A família estáatravessando problemas comunsde uma sociedade descompromis-sada com os valores do espírito.Há as famílias formadas pelos la-ços espirituais e as famílias uni-das pelos laços materiais. As pri-meiras obviamente se fortalecempela purificação e as segundas seextinguem com o tempo, ou seja,se dissolvem moralmente. De to-das as experiências de vida terrenanenhuma mais significa em suafunção educadora e regenerativado que a experiência no grupo fa-miliar que tem garantido os alicer-ces das civilizações que se suce-dem. Na família funciona o prin-cípio da reencarnação, onde o ho-mem e a mulher adquirem maisamplos créditos da Vida Superiorsorvendo as fontes de alegria quese lhes irrompem do ser com astarefas da procriação.

Temos, dessa forma, no insti-tuto doméstico uma organizaçãode origem divina, em cujo seio en-contramos os instrumentos neces-sários ao nosso próprio aprimora-mento para a edificação do Mun-do Melhor.

As dificuldades familiaressão evidentes porque ainda nãopossuímos na sociedade institu-tos destinados à preparação dapaternidade e da maternidade res-ponsáveis. Quem sabe! Com oavanço e o aprimoramento das ci-ências psicológicas de hoje, se-jam garantidas no futuro umamelhor educação para os pais.

Identifiquemos na família aescola viva da alma. O Espírito,quando reencarna, vê nos pais asprimeiras imagens do Criador eda Vida. Como explica Emmanu-el: a equipe familiar se aglutinasegundo os desastres sentimen-tais das existências passadas.Pais imaturos, do ponto de vistaespiritual, comumente se infan-tilizam, no tempo exato do tra-balho mais grave que lhes com-pete, no setor educativo, e, ao in-vés de guiarem os pequeninoscom segurança para o êxito emseu novo desenvolvimento noestágio da reencarnação, emba-raçam-lhes os problemas, ora tra-tando as crianças como se fossemadultos, ora tratando os filhosadultos como se fossem crianças.Em razão desses desequilíbrios,o reduto doméstico vai se trans-formando em espinheiral magné-tico de vibrações contraditórias,no qual os enigmas emocionais,trazidos do pretérito, adquiremfeição quase insolúvel. Desta for-ma ressaltamos a importânciados conhecimentos alusivos à re-encarnação, nas bases da famí-lia, com pleno exercício da lei doamor nos recessos do lar, paraque o lar não se converta, de ma-ravilhoso educandário que é, empouso neurótico, albergando mo-léstias mentais dificilmente re-versíveis. (Continua na pág. 10.)

Jorge Hessen

Entrevista: Jorge Hessen

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O IMORTALPÁGINA 10 OUTUBRO/2007

Jesus fez referência ao Universo,dizendo que há muitos mundos no es-paço infinito para os Espíritos poderemencarnar e evoluir, conforme suas ne-cessidades (E.S.E., cap. 3).

Mas há um período entre as reen-carnações – a erraticidade -, em que oEspírito fica no Plano Espiritual, e, con-forme o seu merecimento, estará na luzou nas trevas (L.E., q. 87).

Circundando a Terra, existem asCidades Espirituais que acolhem o Es-pírito após a sua desencarnação, paraque ele possa recuperar-se de seus trau-mas, estudar e trabalhar, e preparar-separa uma experiência nova num novocorpo carnal.

Como são as Cidades Espirituais?- No livro Céu e Inferno, 2ª. parte, cap.II, pág. 215, encontramos o seguinte:“Os vossos palácios de dourados salões,que são eles comparados a estas mora-das aéreas, vastas regiões do espaçomatizadas de cores que deslumbrariamo arco-íris?”

Alvorada Nova está situada no um-bral ameno, na periferia. A finalidade daColônia é o intercâmbio entre os dois pla-nos de vida – encarnados e desencarna-dos, juntos trabalhando para o progressoespiritual da Humanidade. Somente pelaunião sincera e fraterna entre os Espíritose os encarnados será possível a regenera-ção, conforme nos diz o E.S.E., 16-14.

Temos conhecimento mais detalha-do dessas cidades espirituais no livroNosso Lar, pelo Espírito André Luiz

(1944), psicografia de Chico Xavier.Nesse livro, há uma citação sobre a Ci-dade Espiritual Alvorada Nova. Espíri-tos pioneiros portugueses desencarnadosno Brasil foram a Alvorada Nova pedirinformações para a construção da Colô-nia Nosso Lar, uma vez que AlvoradaNova era uma Cidade Espiritual maisantiga. Muito antes do descobrimento doBrasil, os engenheiros construtores daequipe de Jesus já estavam fixando osseus alicerces, pois eles sabiam da im-portância que o nosso país teria no futu-ro, como Pátria do Evangelho.

O livro Alvorada Nova, o primeiroda série psicografada pela Equipe deEstudos Cairbar Schutel, coordenadapor Abel Glaser (encarnado) e por Cair-bar Schutel (Espírito), saiu no ano de1987, descrevendo como funciona esta

cidade que está situada no mesmo graude inclinação do litoral paulista, abran-gendo as cidades de Santos, São Vicen-te, Praia Grande e Cubatão. Esta área éprogressiva e está na dimensão espiri-tual, e, por isso, não temos condiçõesde vê-la com os olhos de encarnados. Ocoordenador geral de Alvorada Nova,desde 1938, é Cairbar Schutel.

Visão geral da Colônia - AlvoradaNova compreende 16 setores, a saber:1. Prédio Central2. Núcleos Espirituais de Desenvolvi-mento3. Coordenadorias Especializadas4. Unidade da Divina5. Casa da Criança6. Casa de Repouso7. Centro de Aprendizado da Luz Divina8. Casa da Sublime Justiça

9. Recanto da Paz10. Bosque da Natureza Divina11. Bosque da Alimentação12. Praça Central13. Muro Protetor14. Torres de Defesa e Higienização15. Setores Habitacionais16. Portão Principal

Prédio Central - É o local de reu-niões dos dirigentes. Trata-se de umaconstrução de cristal de onde emana umaforte luz dourada. No Prédio está insta-lada a Coordenadoria Geral, que se com-põe do Gabinete de Cairbar, ArquivoGeral, Unidade de Controle de Energia,Sala de Comunicações, Sala de Audiên-cias, Sala da Assessoria, Sala da Unida-de Avançada de Esclarecimento e De-partamento de Reencarnação. (Continuano próximo número.)

“O Brasil carrega um troféu nada confortável:é o campeão mundial do aborto”

(Conclusão da entrevista das págs. 8 e 9.)– Como explicar à luz do Espiri-

tismo os conflitos domésticos quecostumam ocorrer entre irmãos,cônjuges, pais e filhos?

Jorge Hessen: A obsessão é umapandemia que tem balançado as estru-turas da sociedade. Cremos que gran-de quantidade dos conflitos familiarestem origem nos processos obsessivos.A reencarnação traça rumos nítidos aomútuo respeito que nos compete de unspara com os outros. Entre pais e filhos,há naturalmente uma fronteira de apre-ço recíproco, que não se pode ultra-passar, em nome do amor, sem que oegoísmo apareça, conturbando-lhes aexistência. Em face disto, deve-se bus-car o auxílio de religiosos, professo-res, filósofos e psicólogos, a fim de quea excessiva agressividade no quadrofamiliar não atinja as raias da perver-sidade ou da delinqüência. Pais e fi-lhos e parentes outros são, originaria-mente, consciências livres, livres fi-lhos de Deus empenhados no mundo àobra do autoburilamento, do resgate dedébitos, do reajuste, da evolução. Hámuitos pais e filhos, irmãos e outrosparentes, não raro, que se repelem,desde os primeiros contactos, geral-mente arraigados no labirinto de exis-tências menos felizes, em que o ódioacumulado em estâncias do pretérito

nós, conquanto em muitas situaçõesagravemos os próprios débitos, dispo-mos da faculdade de interromper, re-cusar, modificar, ou adiar, transitoria-mente, o desempenho dos compromis-sos que abraçamos do casamento.

É preciso reconhecer que a escra-vidão não vem de Deus e ninguém pos-sui o direito de torturar ninguém, emface das leis eternas. O divórcio, pois,baseado em razões razoáveis, é provi-dência humana e claramente compre-ensível nos processos de evolução pa-cífica. Submetidos às vezes aos limi-tes máximos da resistência, é naturalque o esposo ou a esposa, relegado asofrimento indébito, se valha do divór-cio por medida radical contra o suicí-dio, o homicídio ou calamidades ou-tras que lhes complicariam ainda maiso destino, como ensina Emmanuel.

Óbvio que não nos é lícito estimu-lar o divórcio em tempo algum, com-petindo-nos tão-somente, nesse senti-do, reconfortar e reanimar os irmãosem lide, nos casamentos de provação,a fim de que se sobreponham às pró-prias suscetibilidades e aflições, ven-cendo as duras etapas de regeneraçãoou expiação que, quase sempre, roga-ram antes do renascimento no PlanoFísico, em auxílio a si mesmos. (An-gélica Reis, de Londrina-PR.)

se exterioriza, por meio de manifesta-ções de doentias aversões. Quando issoaconteça, o compromisso de reajuste háde iniciar-se principalmente nos pais,porquanto, despertos para a lógica e parao entendimento, são convocados pela sa-bedoria da vida ao apaziguamento e àrenovação, segundo ensina Emmanuel.

Em razão disto, é importante amare desculpar, compreender e servir, tan-tas vezes quantas se façam necessáriasna experiência familiar, de modo a quesofrimento e dissensão desapareçam e afim de que, nas bases da compreensão eda bondade de hoje, todos se levantemna condição de Espíritos reajustados, pe-rante as Leis do Universo, garantindo atodos os parentes, nas trilhas das reen-carnações porvindouras, a redenção deseus próprios destinos.

– Qual é a sua opinião a respeitodo divórcio?

Jorge Hessen: A Doutrina não de-fende a tese da indissolubilidade do ca-samento. O divórcio não contraria a leide Deus, mas, a rigor, não deve ser faci-litado entre nós. Não podemos perderde foco que o casamento será sempre uminstituto benemérito, acolhendo, no li-miar, flores de alegria e esperança. Sa-bemos que há casamentos extremamen-te complicados e Deus jamais instituiprincípios de violência, e cada um de

Cidades Espirituais (1ª Parte)

EFIGÊNIA S. SANTOSDe Londrina

Divaldo estava realizando um se-minário na Califórnia, EUA, com a tra-dução de John Zerio. Ao final, comosempre ocorre nos EUA, os médiunstêm que fazer demonstração públicade suas faculdades.

Divaldo sempre aplica passes, pe-dindo um voluntário. Apresentou-seuma moça e enquanto ele aplicava abioenergia, viu um Espírito em for-ma de uma menina de dois anos apro-ximadamente, muito luminosa, iden-tificando-se pelo nome. Ele relatou ofato à moça, que teve um impacto. Fi-cou intrigada e pediu mais detalhes,tudo com a tradução de John Zerio.Foi então que Divaldo viu a meninatransfigurar-se, assumindo um aspec-to deformado, com microcefalia, semnariz e lábio leporino. Disse aDivaldo que a moça houvera sido suamãe, pedindo a ele que lhe dissesseque estava muito grata, pois haviasido sua mãe ideal, e não guardavanenhuma mágoa. Ao saber disso, amãe irrompeu em choro e, após refa-zer-se, explicou tudo. Relatou quehavia aguardado ansiosa o nascimen-

JOSÉ ANTÔNIO V. DE [email protected]

De Cambé

Momentos comDivaldo Franco

to de sua filha, mas quando lhe apre-sentaram uma criança com um terçode cérebro e o rosto deformado, elasentiu horror e a rejeitou, dizendo quenão queria aquele monstro.

Após cirurgias e próteses faciaisa menina sobreviveu por 20 meses,apesar da microcefalia, passando amaior parte do tempo no hospital.Nesse período, despertou na mãe umprofundo amor pela filha, não medin-do esforços para cercá-la de carinho ecuidados.

A moça perguntou a Divaldo porque a menina nascera deformada. Jo-anna de Ângelis, guia de Divaldo,explicou que, à época do nazismo,ela também tinha sido mãe dela, masa abandonara, ao saber de sua liga-ção com um judeu. Na perseguição,sua filha e o namorado foram pre-sos e acabaram se suicidando nocampo de concentração, de tal modoque ela teve o crânio esfacelado. Jo-anna disse ainda que a menina vive-ra os exatos 20 meses que demora-ria para desencarnar, de modo natu-ral, no campo de concentração, e quea mãe se preparasse para recebê-lanovamente.

O fato sensibilizou muito a moçae o público presente.

“Há muitas moradas na casa de meu Pai.” – João, cap. 14.1

Entrevista: Jorge Hessen

(Texto extraído do livro: “Atos do Apóstolo Espírita”, de Washington LuizNogueira Fernandes – FEESP Federação Espírita do Estado de São Paulo.)

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O IMORTALOUTUBRO/2007 PÁGINA 11

Palestras, seminários e outros eventosRaposo Tavares, 299 – ap. 203 – VilaLarsen – 86010-580 – Londrina-PR;6ª URE: Alan Kardec Moreira – Fo-nes (43) 3461-3777 / 9974-4961 – RuaBenedito Cirilo, 410 – 86840-000 –Faxinal-PR.Eis o programa da Reunião: Das 9h às 10h – Seminário geral:(Maria Helena Marcon) – Participaçãode todos – “Refletindo com Kardec”.Das 10h15 às 12h30 – SemináriosSetoriais:a) Área Administrativa/Institucional:(Luiz Henrique da Silva/FranciscoFerraz Batista) – “O Pensamento Kar-dequiano na Organização da Casa Es-pírita”.b) Área Doutrinária/Difusão: (MariaHelena Marcon) – “Instruções de Kar-dec ao Movimento Espírita”.c) Área de Infância e Juventude:(Karina Greca) – “Evangelizar é espi-ritualizar o porvir”.d) Área do Serviço Assistencial Espí-rita: (Marco Antônio Negrão) - “Cari-dade, a lei da Justiça e Amor emAção”. – O Centro Espírita Nosso Lar reali-zou nos dias 15, 22 e 29 de setembroum Curso e Reciclagem de Entrevis-tadores. Os expositores foram LedaNegrini de Almeida e AlexandreXavier de Camargo.

– Realizou-se na Comunhão EspíritaCristã de Londrina em setembro a Jor-nada Espírita Cairbar Schutel, com pa-lestras aos domingos. Os palestrantese os temas foram os seguintes: dia 2,Efigênia Santos; tema: “Pedro de Ca-margo (Vinícius)”; dia 9, Astolfo O.de Oliveira Filho; tema: “Abel Go-mes”; dia 16, Ilza Braga; tema: “Fre-derico Figner (Irmão Jacó)”; dia 23,Wilson Marconi; tema: “Cornélio Pi-res” e dia 30, Maria Eloíza Ferreira;tema: “Allan Kardec”.

– O Círculo de Leitura “Anita Borelade Oliveira” promove mais duas reu-niões em outubro. No dia 7, na resi-dência de Terezinha Demartino, quan-do terá seqüência o estudo do livro“Leon Tolstoi por ele mesmo”,psicografia de Célia Xavier de Camar-go; e no dia 21, na casa de Regina eManoel Martinho Figueiredo, quandoserá estudado mais um módulo refe-rente ao Livro dos Médiuns, de AllanKardec.

Cambé – No Centro Espírita AllanKardec, situado na Rua Pará, 292,realizam-se em outubro, às quartas-feiras, a partir das 20h30, palestrasa cargo dos seguintes palestrantes:dia 3, Carlos Augusto de São José(Curitiba); dia 10, Paulo Costa (Lon-drina); dia 17, Sônia Janene (Lon-drina); dia 24, Júpiter Villoz Silvei-ra (Londrina); e dia 31, José Antô-nio V. de Paula (Cambé).

Londrina – O Departamento de In-fância e Juventude da 5ª União Re-gional Espírita promoveu a 3.ª Pré-via do X Encontro Confraternativode Juventudes Espíritas, no dia 30de setembro, no Centro Espírita Nos-so Lar. Dirigido a jovens participan-tes de grupos de evangelização dasCasas Espíritas das cidades abran-gidas pela 5ª URE, com idade entre14 a 21 anos, o evento teve comotema “A verdade da reforma íntima”.

– No dia 7 de outubro, dentro daCampanha contra a Descriminaliza-ção do Aborto: Em Defesa da Vida,realiza-se palestra no Centro Espíri-ta Nosso Lar, a ser proferida porClaudia Rojas, presidente da 5.ªUnião Regional Espírita. O tema dapalestra será: “Em Defesa da Vida”.

– Realiza-se no dia 21 deste mêsmais uma Reunião da Inter-Regio-nal Norte, no horário das 9 às 12h30,no Anfiteatro do Centro de Letras eCiências Humanas – CCH, da Uni-versidade Estadual de Londrina. Asinscrições devem ser feitas nas res-pectivas UREs, a saber: 4ª URE:José Aparecido Sanches – Fone (43)3525-2305 – Rua Coronel Batista,533 – Centro – 86400-000 – Jacare-zinho-PR; 5ª URE: Cláudia CecíliaCamacho Rojas – Fones (43) 3375-2283 / 3324-5583 / 9141-9081 – Rua

Cascavel – A Federação Espírita doParaná promoveu o IX Encontro Es-tadual Espírita do Interior do Paraná,que focalizou o tema “O Espiritismoe o Movimento Espírita Contemporâ-neo”, nos dias 14 e 16 de setembro,no Anfiteatro da Reitoria da Faculda-de Assis Gurgacz, em Cascavel, Para-ná. A abertura ocorreu no dia 14, sex-ta, com conferência do orador espíri-ta Raul Teixeira, que ministrou tam-bém seminários no sábado (15) e do-mingo (16).

Apucarana – Realiza-se em outubroo “Mês Espírita de Apucarana”, queobservará a seguinte programação:06/10 - Feira do Livro Espírita - Pra-ça Rui Barbosa13/10 - Palestra – José Lázaro Boberg– Código Penal dos Espíritos - GrupoEspírita Mensageiros da Paz27/10 - Palestra - Astolfo O. de Olivei-ra Filho – Finalidade da Vida – Por queencarnamos? Por que estamos nestemundo? - Grupo Espírita Joana d´Arc

São Paulo (SP) – A UDEsp (União

dos Delegados de Polícia Espíritas doEstado de São Paulo) realiza o 10.ºEncontro de Delegados de Polícia Es-píritas no dia 25 de outubro, às 19h30,no Auditório Dr. Ivahir de FreitasGarcia, da ADPESP (Associação dosDelegados de Polícia do Estado deSão Paulo), Av. Ipiranga, 919, 10.o

andar, Centro. A UDEsp, com o apoioda ADPESP, convida profissionais daJustiça, seus familiares e amigos, es-píritas e simpatizantes do Espiritis-mo, a participar desse acontecimen-to em que tratará de dois interessan-tes temas: a) O policial espírita, peloDr. Roosevelt de Souza Bormann. b)Filosofia penal do futuro, pelo Dr.José Leal. Mais informações sobre oevento pelo telefone (0xx11) 2168-2877 (horário comercial) ou pelo E-mail [email protected]//.

Vitória (ES) – De 21 a 23 de setem-bro realizou-se o 8° Congresso Espí-rita do Estado do Espírito Santo, queteve como tema geral “Espiritismo eo Sentido da Vida” e os subtemas“Cristianismo Redivivo”, “Reflexões

Palestras promovidas pela USEL em Londrina

sobre o sentido da vida” e “Atuali-dade do pensamento espírita”. Par-ticiparam como expositores AlbertoAlmeida, José Carlos de Lucca,Cosme Massi, Sandra Borba Perei-ra e Sérgio Luis da Silva Lopes.

Cartagena – Realiza-se de 10 a 13de outubro o 5.º Congresso EspíritaMundial - “Doctrina Espírita: 150años de Luz y Paz” – que tem comoum dos objetivos a comemoraçãomundial dos 150 anos de publicaçãode “O Livro dos Espíritos”. Mais de1.000 inscritos oriundos de 28 paí-ses já confirmaram presença. As ins-crições podem ser feitas de qualquerlugar do mundo por meio da páginaeletrônica www.consejoespirita.com/portal. O programa oficial estádisponível nos seguintes links: http://www.spiritist.org/5cem/programa.doc (espanhol) e http://www.spiritist.org/5cem/programa_pt.doc (portu-guês). Informações sobre o eventopodem ser obtidas no site www.consejoespirita.com ou pelo [email protected].

Maria Helena Marcon, presidenteda Federação Espírita do Paraná,presidirá no dia 21 a Reunião da

Inter-Regional Norte em Londrina

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O IMORTALPÁGINA 12 OUTUBRO/2007

ELSA [email protected]

De Londres

Estamos em pleno verão euro-peu. Férias escolares de julho asetembro. Após chuvas e enchen-tes em alguns condados da Ingla-terra, o sol resolveu ficar por maisde um dia, o que é sempre umabênção, dando esperanças às famí-lias que prepararam suas férias derealmente poderem curtir o sol.Muitos se direcionam para os paí-ses do continente, outros descemde Londres a Brighton, bela cida-de à beira-mar cuja praia ficamuito perto da capital ingle-sa. Passam o dia e retornamao final do dia, porque temosdia com claridade do sol atéas 9h30 da noite.

No final da tarde de umaquarta-feira de sol estava eunovamente viajando no tremde Brighton a Londres, apósfinalizar os estudos doSpiritist Group of Brighton.Viajar de trem é muito co-mum, rápido, seguro, aqui noReino Unido.

De onde eu moro emLondres até Brighton a du-ração da viagem é de umahora e pouco.

Nesse dia, preparei cópi-as de minha palestra de estudos,para revisar no trem no meu retor-no. Entro no trem, observo já deantemão o assento que me satisfaz(isso quando o trem está meio va-zio, o que quase nunca acontece noverão). Sento-me e rapidamentecorro os olhos pelo vagão e obser-vo as pessoas.

Alguns lêem, outros abremseus laptops ou notebooks, comoé mais conhecido no Brasil. Algunssimplesmente fecham os olhos edormem, e arrisca-se a ouvir al-

guns roncos, tal o cansaço ou orelax do viajante após um dia quen-te.

À minha frente vagou um as-sento numa das paradas do trem.Entra um cidadão de chapéu, len-ço no pescoço, com um sobretudoescuro, num dia superquente. Bar-ba bem crescida, os longos cabe-los brancos sob o chapéu demons-travam que não via o cabeleireirohá muito tempo. “Uma figura”,como a gente costuma caracterizaralguém inusitado no trajar ou nocomportar.

Aquele senhor de meia idade

era realmente “uma figura”. Sim-pático, aparência de uns 60 anos,perguntou-me algo que num pri-meiro momento não entendi. Vol-tou a fazer a pergunta e eu lhe res-pondi que as folhas eram parte deum trabalho que eu precisava re-visar. Perguntou se eu era france-sa devido ao meu “accent” forte deestrangeiro. Disse que não, faleique era brasileira. A seguir ele ar-riscou algumas palavras em por-tuguês. Falou alguma coisa emfrancês, eu respondi em francês,

ele se alegrou porque eu entendiao francês, depois falamos sobre oEsperanto. Ele também conhecia oEsperanto, então a conversa conti-nuou pela hora cheia, pois é muitointeressante quando se encontraum inglês que conhece oEsperanto, pois o assunto nos tocaa alma.

Ora ele falava em francês, oraem inglês. Falamos muito sobre o“weather forecast”, que é a “pre-visão do tempo” na Inglaterra. Paracada 10 minutos de noticias dostelejornais, aparece o homem ou amoça do tempo dando as coorde-

nadas dos ventos, das mares,da temperatura, etc. Arrisco-me quase a dizer que essa éa matéria preferida dos ingle-ses. Quem já passou algumtempo aqui na Inglaterrasabe do que estou falando.Portanto essa foi a conversapreferida de nosso compa-nheiro de viagem.

Mantive-me toda “ouvi-dos”, prestando atenção,conversando, sendo simpáti-ca, até mesmo exercitando acaridade de ouvir. Nem per-cebi que cheguei à minha es-tação e tive de dar o adeus, eele expressou várias vezesum agradecimento que nãocostumo ouvir aqui. Agrade-

cia-me porque eu tinha conversa-do com ele, tinha dado atenção aele, tinha-o escutado durante todoo trajeto. Desci do trem. Parei porum momento, vendo o trem pros-seguir a viagem. Confesso quechorei enquanto meditava na soli-dão que ele devia sentir. Como ele,que já é um solitário por muitosanos e não tem pra onde ir, quantossolitários entram e saem dos trens,muitas vezes apenas para estar nomeio de pessoas, apenas para sen-tar-se próximo de outros até os seus

Crônicas de Além-Mar

Não custa nada e faz uma grande diferença

Tempo e cinzel

Não adianta às leis de Deus se opor;

Deus é bom, Deus é sábio e é perfeito!

E expressa bem na lei de causa e efeito

Toda a extensão de seu imenso amor!

É que aqui só se vê ser imperfeito;

Mas o tempo, fiel lapidador,

Vai nos limpando com carinho e jeito,

Numa canção que rima dor com amor.

Deus, que é Pai, Deus, que é bom, não nos castiga!

Estende sempre a sua mão amiga

E diz baixinho: “Vai, não peques mais!”

Nossa alma então reinicia a luta,

Com muita fé, disposta, e resoluta,

Fazendo o Bem, não cairá jamais!

JOSÉ VIANA GONÇALVESDe Campos dos Goytacazes, RJ

ELSA ROSSI, escritora e pa-lestrante espírita brasileira radicadaem Londres, é diretora do Depar-tamento de Unificação para os Pa-íses da Europa, organismo do Con-selho Espírita Internacionale secretária da British Union ofSpiritist Societies (BUSS).

destinos, trocar algumas poucasfrases com alguém e sentir-se ain-da parte de uma sociedade. Comcerteza é mais fácil obter atençãopor meio de um dialogo, que nemsempre tem continuidade.

Essa viagem valeu como umabela lição para que, sempre quealguma pessoa de idade, ou não,buscar um diálogo, serei toda ou-vidos, dando a atenção que um dia- quem sabe? - eu silenciosamenteimplorarei a alguém que tambéma dê a mim...

Nosso dia de amanhã a Deus

pertence, diz o ditado popular, masnós, os espíritas, já temos condi-ções de saber que o dia de amanhaserá o que fizermos do dia de hoje.

Sempre se aprende algo comalguém em terras de além-mar!

O Royal Pavilion é uma das atrações turísticasde Brighton, cidade citada por Elsa Rossi

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O IMORTALOUTUBRO/2007 PÁGINA 13

Comportamento revelador

Quanto mais observamos a vida,suas dificuldades e o que acontececonosco nos dias presentes, maiscompenetrados ficamos e ainda maisagradecidos a Deus e a Jesus por noster permitido encontrar nesta encar-nação a Doutrina Espírita.

Cremos que este deve ser o sen-timento de todo espírita sincero:profunda gratidão a Deus por esseconhecimento, lembrando que oEspírito de Verdade nos orienta:“Espíritas, amai-vos, este o primei-ro ensinamento; instruí-vos, eis osegundo”.

O amor deve estar sempre emprimeiro lugar. Amor nas atitudes,no comportamento, nos relaciona-mentos sociais, amor que vai aden-trando a criatura e felicitando-aquanto mais vivenciado ele seja.

Instrução, que asserena e favo-rece a resignação, mesmo nas ho-ras mais difíceis. Para o observa-dor atento, muitas vezes no cami-nho aparecem fatos que nos levama pensar no conhecimento espírita.

Um desses fatos ocorreu estesdias. Uma senhora que estavaacompanhando uma criança, umamenina de cerca de um ano e oito

que já aprendeu isso antes. Com-pete aos pais estimular isso, obser-var defeitos que possam surgir e ircorrigindo-os.

O Espírito mais agressivo tam-bém se mostra desde cedo. Ao sercontrariado, bate no rosto da mãe,dá mordidas, mostra a expressão deraiva, dá muito trabalho, e muitasvezes mostra sua ansiedade e suainquietação, vive em grande agi-tação, falta-lhe serenidade.

Observemos, analisemos, me-ditemos. Espíritos em grandes di-ficuldades estão reencarnandosempre, assim como também Es-píritos amorosos ou trabalhadoresdo Cristo que descem à Terra, a fimde auxiliar. Seu comportamento osrevela.

Essa criança que a avó nos trou-xe, aparentemente é alegre, mas suaatitude mostra uma história de dor.

JANE MARTINS [email protected]

De Cambé

meses. Uma menina saudável, apa-rentemente sem problemas, riso-nha. A avó que a acompanhava, nomeio da conversa nos disse queninguém podia descuidar um ins-tante da menina. Não se podia dei-xar nenhuma corda no chão, ne-nhum cordão, nenhum fio; tinhamque ficar atentos a isso o tempotodo. “Se ela pegar qualquer umadessas coisas, ela enrola no pesco-ço e vai apertando, um perigo!”

Perguntamos à avó se ela, mes-mo novinha, já havia presenciadoalguma cena como essa na televi-são, e ela assegurou que nunca.“Ninguém entende”, disse a avó.“Não podemos facilitar. Ela dá duas,três voltas, ou até a corda acabar epuxa, aperta, tem que ser vigiada...”

Graças ao conhecimento da re-encarnação, nós ficamos pensando...O que teria acontecido no passado?Aquele Espírito poderia tervivenciado isso antes? Ou ter vistoenforcamentos, ou ter sido respon-sável por isso ou ter passado por isso?

Somente a reencarnação podeexplicar essa atitude. Alguma lem-brança que traz consigo, algo queo tempo apagará ou revelará maistarde pelas possíveis provas que lhesurgirão no caminho...

Se observássemos mais as cri-anças de modo sereno, sem indu-zi-las a nada, mas prestando aten-

ção em suas atitudes espontâneas,veríamos sinais freqüentes que nosfariam cogitar de existências pas-sadas. O comportamento que tra-zem dão-nos grande idéia do quevivenciaram, do que aprenderam.

Lembramos Santo Agostinhoque, no capítulo XIV de “O Evan-gelho segundo o Espiritismo”, ensi-na: “Desde o berço, a criança mani-festa os instintos bons ou maus quetraz de sua existência anterior; é aestudá-los que é preciso se aplicar;todos os males têm seu princípio noegoísmo e no orgulho; espreitai, pois,os menores sinais que revelem osgermes desses vícios, e empenhai-vos em combatê-los, sem esperar quelancem raízes profundas...”

Temos observado muitas crian-ças, vemos suas dificuldades, o Es-pírito imortal que está reencarnadoprecisando de auxílio, de educa-ção, de limites, de muito amor.

Pelo comportamento se nos re-vela o tipo de Espírito que está ànossa frente.

Cuidemos, pois, de amar mui-to, de nos auto-educarmos e de aju-dar aqueles que renascem.

Nada de ficar pensando que osque estão nascendo são muito evo-luídos, vieram para ensinar... Es-tamos em momentos difíceis doplaneta... Observemos. Usemos ainstrução.

Aqueles que vieram para ensi-nar sobressaem na humildade, noamor, na bondade. Revelam essestraços. Observemos desde o berço,como diz Santo Agostinho, e tere-mos uma idéia. Aqueles que sãodóceis, brandos, pacíficos e amo-rosos, se revelam desde bebê...Mas, neste mundo, com exceçãodos missionários do amor, aindatemos imperfeições a vencer.Aquele que já aprendeu a amar, adividir, mostrará isso desde a in-fância. Será alguém calmo, nãovive agitado, dorme serenamente.Quando começa a conseguir reali-zar os movimentos, já levanta osbracinhos e acaricia o rosto da mãe,do pai, dos que estão à sua volta.Um pouco maior e já abraça, bei-ja, não tem comportamentos agres-sivos. Maiorzinho, já divide osbrinquedos, é calmo na escola, por-

Mãe gloriosa de toda Humani-dade.

Título conquistado com oesmeril da dor, da renúncia e daabnegação.

Título que nos estimula noscaminhos do mundo, para que si-gamos os passos de teu divino Fi-lho, em busca da Luz Maior.

“Fazei tudo o que ele vos dis-ser”, assim falaste. E, numa estu-penda oportunidade, a água trans-formou-se em vinho!

Hoje, Mãe e Senhora, aindaouvimos tua voz a nos dizer:“Fazei tudo o que ele vos disser.”E o mal se transformará em bem,a noite em dia esplêndido, a trevaem luz. Fazei tudo o que ele vosdisser. Aprendei com ele, seguin-do-lhe as instruções com atenção,e tereis conseguido o prêmio re-tumbante da vida imortal, na feli-cidade imorredoura!

Senhora nossa! Sabemos queestrelas divinas de compaixão bri-lham no mundo dos homens. Queo catre mais humilde recebe tuavisita de luz e teu coração mater-nal se debruça sobre o mundo tor-turado, providenciando alívio, paz,harmonia, para todo sofrimento.

Saudando-te, ó Máter Doloro-sa, suplicamos-te a bênção radiosade teu amor, para os corações ma-ternos que lutam pelo aprimora-mento dos filhos que os céus lheenviam.

Salve, Maria!Abençoa, Mãe Santíssima, os

caminhos maternos!Que tua energia, força e cora-

gem sejam com todas as mães, por-quanto, no altar sublime da mater-nidade, o mundo se renova, crescee se abrilhanta.

Sol Divino, estrela das manhãscoroadas de esplendor, estendetuas mãos e santifica e confortaaquelas que choram no vale daamargura, da prova cruciante.

Alenta, Senhora, aquelas quedesertaram dos deveres sagradosda maternidade, para que se vol-tem para a Verdade Eterna.

Sustém em teus braços as cri-ancinhas desvalidas, sem o calormaterno, para que cresçam e pro-gridam sempre.

Sobretudo, Senhora, abençoaas mãos infatigáveis que alentamos filhos de outras mães, inundan-do a casa terrestre de esperança efé.

Senhora de Luz, doce Virgem,a prece do último de teus servos,invocando as bênçãos sublimespara toda a Humanidade, envolve,por certo, o louvor dos nossos co-rações ao teu coração excelso, es-trela divina no esplendor dos céus.

Graças te rendemos, ó queridaRainha, graças pelo teu amor quenos acalenta nas noites dos milê-nios, conduzindo-nos ao Reino deteu amado Filho.

Bezerra

Estudando as obras de André Luiz

No estudo de hoje veremos oautor espantando-se com importan-te descoberta feita em um dos Pos-tos de Socorro de Campo da Paz,localizada em região próxima aonosso planeta, que visitava emcompanhia de Aniceto.

Ali André identificou preciosaobra de arte que reconhecia ter vis-to em vida, exposta no Panteão deParis, sobre a qual questiona. Nes-se momento o autor recebe de Al-fredo, um amigo espiritual que aliresidia, inesquecível lição sobre ainspiração dos artistas humanos.Ouçamos o que nos relata o autor:

“...penetramos em vasto salãomobiliado ao gosto mais antigo. Osmoveis delicadamente esculturadosformavam conjunto encantador.Admirado, fixei as paredes, de ondependiam quadros maravilhosos. Um

JOSÉ ANTÔNIO V. DE [email protected]

De Cambé

noite de excelsa inspiração, que ele,humanamente poderia classificarde maravilhoso sonho.

Dede o minuto em que viu atela, Florentino Bonnat não descan-sou enquanto não a reproduziu, pa-lidamente, em desenho que ficoucélebre no mundo inteiro.”

Temos aí uma maravilhosa ex-plicação espiritual – não a única -para a inspiração dos grandes ar-tistas, que pode ser emprestada paratodas as áreas das descobertas, in-clusive para a medicina, a engenha-ria, etc.

E o texto se encerra com im-portante conclusão de Alfredo:

“O gênio construtivo expressasuperioridade espiritual com livretrânsito entre as fontes sublimes davida. Ninguém cria sem ver, ouvirou sentir, e os artistas de superiormentalidade costumam ver, ouvir esentir as realizações mais altas docaminho de Deus”.

deles, contudo, impunha-me especi-al atenção. Era uma tela enorme, re-presentado o martírio de São Dinis,o Apóstolo das Gálias, rudementesupliciado nos primeiro tempos doCristianismo, segundo meus humil-des conhecimentos de História. Intri-gado, recordei que vira na Terra, umquadro absolutamente igual àquele.Não se tratava de um famoso traba-lho de Bonnat, célebre pintor francêsdos últimos tempos?...Havia, porémnaquela cópia, profunda luminosida-de, como se cada pincelada contives-se movimento e vida.

– Engana-se – elucidou o meugentil interlocutor – nem todas asgrandes composições artísticas, sãooriginariamente da Terra... Esta telamagnífica foi idealizada e executa-da por nobre artista cristão, numacidade espiritual muito ligada àFrança, em fins do século passado.

Embora estivesse retido no cír-culo carnal, o grande pintor deBayonne visitou essa colônia em

(Página recebida pela médium Maria Cecília Paiva, na reunião públi-ca de 7-5-1974, na Federação Espírita Brasileira, no Rio de Janeiro.)

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O IMORTALPÁGINA 14 OUTUBRO/2007

A InvejaEram colegas de classe na es-

cola, mas Toninho não gostavamuito de Carlos.

Toninho era menino de famíliapobre, residia num bairro afastadoe sua casa era muito humilde.

Carlos, porém, era rico, vestiaroupas boas, belos sapatos lustro-sos, e sua merenda era sempre me-lhor que a das outras crianças.

Por isso, Toninho não o esti-mava, achando-o orgulhoso edistante. No fundo, sentia invejadele.

Certo dia, por acaso, chega-ram ambos mais cedo na escola.Os outros colegas ainda lá nãoestavam e Toninho, não tendocom quem conversar, aproxi-mou-se de Carlos, vendo o sorri-so que ele lhe dirigia.

Conversando, Toninho perce-beu que Carlos até que era um ga-roto simpático. Curioso, pergun-tou:

— Por que você está sempresozinho no recreio, longe dos ou-tros colegas?

deu a respiração. Estava eufórico.Ao se aproximarem da enorme

mansão, Toninho não conteve oentusiasmo.

Chegaram. De surpresa em sur-presa, Toninho percorreu a enor-me propriedade, interessando-sepor tudo.

— Puxa! Você deve ser muitofeliz morando aqui, Carlos!

Mas o menino respondeu comseu arzinho triste:

— Não, eu não sou feliz.— Por quê? — gaguejou Toni-

nho, sem entender. — você temtudo, nada lhe falta! Tem até umapiscina e pode nadar quando qui-ser!

— Não, não posso. Sofro debronquite e tenho medo de me res-friar. Mas, se quiser nadar, fique àvontade.

— Mas você pode comprar oque quiser, tomar enormes sorve-tes...

— Engano seu. Sofro constan-tes amidalites e não tomo gelados.

— Mas pode chupar balas, co-mer doces e bolos recheados...

— Sou diabético e não possocomer doces — explicou Carlos,suspirando.

Sob terrível espanto, Toninhoprocurava algo para alegrar oamigo:

— Porém... você tem essacasa enorme, luxuosa! Só de mo-rar aqui eu ficaria satisfeito,Carlos.

O outro replicou com sorrisotriste:

— A casa é enorme, luxuosa e...vazia. Aqui só moramos eu e meupai. Minha mãe faleceu quando euera pequeno e sinto imensa faltadela.

De surpresa em surpresa, To-ninho foi percebendo como as coi-

Inveja é um sentimento dequem não está satisfeito com oque possui.

Quem tem inveja chama-seinvejoso. Ser invejoso é desejarmuito o quê o outro tem.

Pode-se tem inveja de tudo.De coisas, como casas, carros,brinquedos, roupas, calçados, ani-mais. De pessoas, como familia-res, professores, amigos, vizinhose até de desconhecidos.

Quem não está contente como que possui sofre muito.

É preciso saber valorizar o queDeus nos concedeu.

Quantas coisas nós possuímos eque outras pessoas gostariam de ter?

Por isso, quando esse senti-mento feio ameaçar tomar contado seu coração, pegue um papel,lápis e faça uma relação de todasas coisas que você possui e ficarásurpreendido.

Lembre-se da casa confortá-vel, da família amorosa, da esco-la onde você estuda, dos amigos,

das roupas boas, dos calçados,dos brinquedos, da bicicleta, dospatins, dos livros e histórias, docachorrinho de estimação e assimpor diante. Anote tudo direitinho,sem esquecer nada.

Ah! Não esqueça também dosalimentos, do ar que respira, dosol que lhe dá calor e luz, da água,das plantas, etc.

Viu quantas coisas boas avida lhe deu?

Por que ficar a se lastimar poraquilo que não possui?

Pense em quantas criançasgostariam de ter o que você teme não podem. Gostariam de an-dar e são paralíticas, de enxergara beleza do céu e são cegas, deouvir o canto dos passarinhos esão surdas.

Não seja ingrato! Agradeça aDeus todos os dias as bênçãos comque tem semeado seu caminho.

Deixando de ser invejoso,você tirará um peso de seus om-bros e será muito mais feliz!

A Inveja

sas, muitas vezes, são diferentesdaquilo que imaginamos.

Despediu-se de Carlos no fi-nal da tarde. Foi com lágrimasnos olhos que chegou em sua mo-radia. Aquela casinha humildeagora lhe pareceu com outrascores. Achou-a até bonita, comas flores no jardim e as cortinasnas janelas.

A mãe veio encontrá-lo e foicom imenso carinho que ele a abra-çou, comovido. Toninho contou-lhe a lição que recebera naqueledia, como julgara mal um meninopelas aparências e como sempretivera inveja dele, concluindo:

— Ah, mamãe! Agora perceboque riqueza não é tudo na vida eque existem coisas bem mais im-portantes. Gostaria muito de aju-dar meu amigo Carlos, mas não seicomo!

— Sim, meu filho. Faremostudo ao nosso alcance para tornara vida do seu amigo mais alegre.Pode contar comigo.

— Porque sou muito tímido —Carlos respondeu.

Toninho não conteve seu es-panto:

— TÍMIDO?!... eu pensei quevocê fosse orgulhoso e por isso nãoquisesse brincar com a gente!

Ficaram amigos e Carlosconvidou Toninho para passar

um dia em sua casa. Ele, que erapobre e morria de vontade de co-nhecer a casa do amigo, aceitou,satisfeito.

No dia combinado, o motoris-ta veio buscá-lo na escola num lin-do carro reluzente. Ao afundar noestofamento macio, o garoto pren-

A boa senhora fez uma pausa,como se estivesse a meditar, e su-geriu:

— Podemos começar, meu fi-lho, falando a ele sobre a imortali-dade da alma. Como espíritas, po-demos dar-lhe consolo e esperan-ças, explicando que a mãezinhaque ele tanto ama está viva e con-tinua a amá-lo e protegê-lo, ondequer que se encontre. E que, algumdia, mercê da bondade divina, po-derão se reencontrar.

Toninho, fitando a mãe, excla-mou:

— Sim, mamãe. Como nãopensei nisso antes? Carlos ficarámuito contente, tenho certeza, epassará a ver a vida de outra ma-neira.

E, suspirando, Toninho com-pletou:

— Como sou feliz! Eu que jul-gava não ter nada, tenho tudo o quepreciso.

TIA CÉLIA

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O IMORTALOUTUBRO/2007 PÁGINA 15

A Revue Spirite há 140 anos

Revista Espírita de 1867 (Parte 10)

Damos continuidade à publica-ção do texto condensado da Revis-ta Espírita de 1867. As páginas ci-tadas referem-se à versão publica-da pela Edicel.

*147. É um erro, diz Kardec, crer

que a mediunidade curadora venhadestronar a medicina e os médicos.Ela vem abrir-lhes uma nova via emostrar, na natureza, recursos e for-ças que ignoravam e com as quaispodem beneficiar a ciência e os do-entes. Um dia haverá médicos-mé-diuns, como há médiuns-médicos,os quais juntarão à ciência adquiri-da o dom de faculdades mediúni-cas especiais. (Pág. 305.)

148. O desinteresse material é umdos atributos essenciais da mediuni-dade curadora. Como a faculdademediúnica nada lhe custou, o médiumcurador deve usá-la gratuitamente.Diferente será a posição dos médi-cos-médiuns, porque o exercício damedicina é uma profissão que preci-sa ser remunerada como qualqueroutra e foi adquirida a título onero-so. Se ele renunciar à remuneração,viverá de quê? (Págs. 305 e 306.)

149. A mediunidade curadora nãomatará a medicina, mas deverá mo-dificar profundamente a ciência mé-dica. Médiuns curadores sempre hou-ve e continuarão a existir, mas deve-rão ser menos numerosos à medidaque aumentar o número de médicos-médiuns. Ter-se-á então mais confi-ança nos médicos quando forem mé-diuns e mais confiança nos médiunsquando forem médicos. (Pág. 307.)

150. A Revista transcreve re-portagem publicada no Tour dumonde, a respeito das curas reali-zadas por um curador tripolitano denome Hassan, que curava usando oisqueiro e outras fórmulas queeram, na realidade, meros acessó-rios da faculdade curadora de queele era dotado. O assunto foi temade uma comunicação mediúnicaassinada por Clélie Duplantier, ob-tida na Sociedade de Paris a 23 defevereiro de 1867, na qual o Espí-rito diz que, no exercício da mediu-nidade curadora, podem apresentar-se dois casos distintos: ou o mé-dium é curador por sua própria von-tade, ou é o agente, mais ou menospassivo, de um motor extracorpo-ral. (Págs. 308 a 311.)

151. No primeiro caso, só pode-rá agir se suas virtudes e sua forçamoral assim permitirem. O Cristo éa personificação suprema do curadore exemplo clássico desse grupo.Quanto ao curador que é apenasmédium, sendo tão-somente um ins-trumento, pode ser mais ou menosdefeituoso e os atos operados por seuintermédio não o impedem de serimperfeito, egoísta ou orgulhoso.Constitui sinal de bondade da Pro-vidência permitir que essas faculda-des se desenvolvam em meios e empessoas imperfeitas. É um meio delhes dar a fé que, mais cedo ou maistarde, as conduzirá ao bem. “Não sãoos que têm saúde que precisam demédico”, afirmou Jesus. (Pág. 311.)

“Todo o mundo possui maisou menos a faculdade

curadora”, diz o Espíritodo Príncipe de Hohenlohe

152. Num longo artigo sobre o sr.Jacob, famoso médium curador con-temporâneo de Kardec, a Revistareuniu sobre as atividades do músicozuavo as seguintes informações: I –As sessões realizadas pelo sr. Jacobestão suspensas; era, por isso, inútilir ao lugar onde elas se davam, na ruade la Roquette, em Paris. II – O mo-tivo da suspensão foi o excessivoajuntamento de pessoas, que dificul-tava a circulação numa rua muito fre-qüentada e ocupada por grande nú-mero de industriais, que se viam im-pedidos em seus negócios. III – O sr.Jacob não cura todo o mundo, comoele mesmo expressamente declara; sóquando está diante do doente é quejulga da ação fluídica e vê o resulta-do. IV – O sr. Jacob não atende con-vites para ir a outras cidades, nem me-diante indenização de suas despesasde viagem. Não podendo previamen-te responder pelos resultados, ele con-sidera uma indelicadeza induzir pes-soas em despesas sem certeza, mes-mo porque, em casos de êxito, issofavoreceria a crítica. V – Ele tambémnão cura por correspondência, nemdiz que doenças são curáveis, porquepelo fato de curar uma pessoa de talenfermidade não se segue que cure amesma doença em outras pessoas,visto que as condições fluídicas nãosão mais as mesmas. VI – As notíci-as sobre as curas obtidas pelo sr.Jacob em Paris tiveram ampla cober-tura dos jornais, o que fez com queem quarenta e oito horas toda a Fran-ça se inteirasse da novidade. VII –Passado o primeiro momento de sur-

presa, os adversários do Espiritismo,quando viram que o sr. Jacob era pa-ciente e de humor pacífico, começa-ram a atacá-lo. VIII – Ante as curas,os espíritas são os que testemunhammenos surpresa, porque sabem qual éo mecanismo da mediunidadecuradora. Os que ignoram a causa dofenômeno indagam se teríamos vol-tado aos tempos dos milagres. (Págs.312 a 317.)

153. Em três comunicações suces-sivas transmitidas em março de 1867na Sociedade Espírita de Paris, o Aba-de Príncipe de Hohenlohe (Espírito)faz importantes considerações acercada mediunidade de cura. Extraímos daprimeira delas os pontos que se se-guem: I – Todo o mundo possui maisou menos a faculdade curadora, e secada um quisesse consagrar-se seria-mente ao estudo dessa faculdade,muitos médiuns que se ignoram po-deriam prestar úteis serviços a seusirmãos. II – Restabelecer a saúdematerial é o menor dos serviços quea faculdade curadora está chamada aprestar. III – A faculdade curadora temmissão mais nobre e mais extensa. Sepode dar aos corpos o vigor da saúde,pode também dar às almas toda a pu-reza de que são suscetíveis, e é so-mente neste caso que poderá ser cha-mada curativa, no sentido absoluto dapalavra. IV – O aparente efeito mate-rial, o sofrimento, tem quase constan-temente uma causa mórbida imaterialque reside no estado moral do Espíri-to. Se o médium curador só ataca oefeito, e a causa primeira persiste, oefeito pode reproduzir-se, quer sob aforma primordial, quer sob qualqueroutra aparência. V – Aí está uma dasrazões pelas quais tal doença, subita-mente curada pela influência de ummédium, reaparece com todos os seusacidentes, desde que a influência be-néfica se afaste. VI – Para evitar es-sas recidivas, é preciso que o remé-dio espiritual ataque o mal em suabase, como o fluido material o des-trói em seus efeitos: numa palavra, épreciso tratar ao mesmo tempo o cor-po e a alma. VII – Para ser bom mé-dium curador, é preciso que o corpoesteja apto a servir de canal aos flui-dos materiais reparadores e que o Es-pírito possua uma força moral que nãopode adquirir senão por seu própriomelhoramento. VIII – Para ser mé-dium curador há, então, que se prepa-rar para isto, não só pela prece, maspela depuração de sua alma, a fim detratar fisicamente o corpo pelos mei-os físicos e de influenciar a alma pelaforça moral. IX – Na questão de saú-

de moral há doentes por toda a partee o dever do médico é ir a toda a parteonde o seu socorro é necessário. De-vemos, pois, atender não somente ospobres, mas todos os que necessitemde atendimento, sem restrição nenhu-ma. (Págs. 317 e 318.)

“A mediunidade curadoraabarca, assim e ao mesmo tempo,

a saúde moral e a saúde física”

154. Na segunda comunicação, oPríncipe de Hohenlohe reafirma seuconselho de que o tratamento morale o tratamento físico dos doentes de-vem fundir-se em um só, aditando osmotivos por que tal providência seimpõe. A mediunidade curadorapode, pois, comportar várias formas:A) Pode compreender unicamente oalívio material dos doentes e se diri-ge, então, aos encarnados. B) Podecompreender a melhora moral dos in-divíduos e, neste caso, se dirige tantoaos Espíritos quanto aos homens. C)Pode compreender o melhoramentomoral e o alívio material e, neste caso,tanto a causa quanto o efeito poderãoser combatidos vitoriosamente. “Amediunidade curadora abarca, assime ao mesmo tempo, a saúde moral e asaúde física, o mundo dos encarna-dos e o mundo dos Espíritos”, asse-verou ele. (Pág. 319.)

155. Da terceira comunicaçãotransmitida pelo Príncipe deHohenlohe apresentamos, de formaresumida, os pontos que se seguem: I– Conforme o estado de nossa alma eas aptidões do nosso organismo, po-demos, com a permissão de Deus, tan-to curar as dores físicas quanto os so-frimentos morais, ou ambos. II – Nos-sas dúvidas a esse respeito provêm denossas imperfeições; mas Deus nãopede a perfeição, a pureza absolutados homens. Deus pede é que nos me-lhoremos, que façamos esforços cons-tantes para nos purificarmos, e levaem conta nossa boa vontade. III –Desde que desejemos seriamente ali-viar nossos irmãos, tenhamos confi-ança e esperemos que o Senhor nosconceda esse favor. IV – Atendamosa todos os doentes, sem fazer acep-ção de pessoas; todos, sejam ricos oupobres, crentes ou incrédulos, bons oumaus, têm direito ao socorro. V – Nãonos magoemos pelas recusas que en-contrarmos. VI - Melhoremo-nos pelaprece, pelo amor do Senhor e de nos-sos irmãos e não duvidemos da assis-tência que o Todo-Poderoso nos daráno exercício de nossa faculdade.(Págs. 320 e 321.)

156. No dia 16 de agosto, na So-ciedade de Paris, o sr. Morin, emestado de sonambulismo espontâ-neo, transmitiu uma sucessão demensagens. A cada interlocutor quese apresentava, o médium mudavade tom, de atitude, de expressão, defisionomia, e pela linguagem se re-conhecia o Espírito que falava, an-tes que fosse nomeado. Depois decada alocução, o médium ficava ab-sorto durante alguns minutos; era otempo de substituição de um Espí-rito por outro. (Pág. 321.)

157. Eis os pontos mais relevan-tes extraídos das comunicações trans-mitidas na sessão citada: I – A mortenada é. O atordoamento sobrevém,segue-se um esgotamento e ergo-memais livre e feliz ao entrar neste mun-do invisível, que minha alma haviapressentido. Vi, observei, e minha ale-gria delirante não era temperada se-não pelo exagerado pesar dos meus.Mas hoje, que lhes pude provar a mi-nha existência, sou feliz, muito feliz.(Leclerc.) II – Para a alma que aspi-ra à liberdade, como é longo o tempona terra... Mas, também, uma vez par-tido o laço, com que rapidez o Espí-rito corre e voa para o reino celeste,que em vida via em sonhos e ao qualaspirava sem cessar! Agora não maisespero visitas dos que me são caros:vou visitá-los. (Ernestine Dozon.) III– Obrigado por vosso perdão since-ro, obrigado por vossas preces, pelointeresse que me prodigalizastes eque abreviaram os meus sofrimentos!(D.) IV – Assisto aos vossos traba-lhos com uma felicidade muito gran-de. Observo, estudo e posso ver osfluidos que em vão tinha procuradoperceber em vida. E nessas molécu-las fluídicas, átomos impalpáveis,distingo as diferentes forças propul-soras. Reúno, aglomero os fluidossimpáticos e vou, gratuitamente,despejá-los sobre os que deles neces-sitam. (E. Quinemant.) V – A despei-to de todo o ardor até aqui emprega-do, no meio de vós e por vossos ini-migos, contra as vossas boas inten-ções, vossa falange foi a mais fortee, se o mal fez algumas vítimas, é quea lepra já existia nelas. (São Luís.) VI– O cólera fere de novo a humanida-de; seus efeitos são prontos e sua açãorápida. Sem nenhum aviso, o homempassa da vida à morte. Esse flagelodestruidor é um dos meios para ati-var a renovação humanitária, que sedeve realizar. Mas não vos inquieteis:morrer é renascer. (Dr.Demeure.)(Págs. 321 a 326.) (Continua no pró-ximo número.)

MARCELO BORELADE OLIVEIRA

[email protected] Londrina

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O IMORTALPÁGINA 16 OUTUBRO/2007

O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITARUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63CEP 86.180-970TELEFONE: (043) 3254-3261 - CAMBÉ - PR

Além do livreto a respeito daeutanásia, a Federação EspíritaBrasileira publicou e distribuiu àsCasas Espíritas de todo o país oopúsculo Respeitemos a vida.Aborto, não! (veja capa), com oobjetivo de esclarecer a populaçãosobre o que é o aborto e por quetanto o Espiritismo quanto a Igrejanão o aceitam.

Com o formato de 10 cm x 15,8cm, o livreto da FEB compõe-se deum prefácio e mais 9 textos, a se-guir enumerados:• Enfoque da Codificação Espírita(O Livro dos Espíritos, questões357 a 359)• Aborto (Vida e Sexo, cap. 17, deEmmanuel, psicografado porFrancisco Cândido Xavier)• Aborto delituoso (Religião dosEspíritos, pp. 17 e 18, de Emma-nuel, psicografado por FranciscoC. Xavier)• Doloroso crime (Ação e Reação,cap. 15, de André Luiz, psicografa-do por Francisco Cândido Xavier)• Gestação frustrada (Evolução emDois Mundos, cap. 13, de AndréLuiz, psicografado por FranciscoCândido Xavier e Waldo Vieira)• Filho que não nasceu (Antologiados Imortais, poema de José Guedes,p. 307, psicografado por FranciscoCândido Xavier e Waldo Vieira)• Aborto criminoso (Evolução emDois Mundos, cap. 14, de AndréLuiz, psicografado por FranciscoCândido Xavier e Waldo Vieira)• Infortúnio materno (Contos e Apó-logos, cap. 39, de Irmão X, psicogra-fado por Francisco Cândido Xavier)• Seara de ódio (Contos e Apólogos,cap. 11, de Irmão X, psicografadopor Francisco Cândido Xavier).

Aos textos mencionados, deve-mos acrescentar, para melhorelucidação do assunto, as conside-rações que se seguem.

Dois tipos de abortamentosão permitidos no BrasilPrimeiramente lembremos que

a Organização Mundial de Saúdedefine abortamento como sendo a

THIAGO [email protected]

De Curitiba

eliminação de um concepto inviável,com peso menor que 500 gramas e/ou idade gestacional abaixo de 20 a22 semanas.

Em dois grupos os abortamen-tos se dividem: espontâneos e pro-vocados. No Brasil o abortamentoprovocado somente é legalmentepermitido em dois casos: 1o - Se nãohá outro meio de salvar a vida dagestante, posta em perigo; 2o - Se agravidez resultar de estupro.

O primeiro caso, também chama-do de abortamento necessário outerapêutico, é aquele que se realizaquando a vida da mulher esteja emrisco efetivo, seja por problemas desaúde preexistentes ou por complica-ções havidas durante a gestação,como traumatismos, hemorragias etc.

O abortamento em tal situação,além de admitido na lei brasileira,recebe a proteção do Código de Éti-ca Médica, cujo artigo 54 estabele-ce que o médico estará autorizado arealizar o abortamento, quando nãohouver outro meio para salvar a vidada gestante. O mesmo entendimen-to, favorável à prática do abortamen-to, se não existirem outros meios desocorrer a mulher, está consagradono item 359 d’ O Livro dos Espíri-tos, transcrito no opúsculo da FEB.

Chama-se aborto sentimental oumoral ao segundo caso, em que agravidez haja resultado de um cons-trangimento da mulher à conjunçãocarnal, mediante violência ou graveameaça. A lei, no entanto, diz quepara praticá-lo é necessário o con-sentimento da gestante ou, se inca-paz, do seu representante legal.

Em que pese a permissão legal,consagrada tanto no Código PenalBrasileiro quanto no Código de Éti-ca Médica, a Igreja Católica e a Dou-trina Espírita não admitem esta últi-ma forma de abortamento, valendo-se do argumento de que um ato deviolência, no caso o estupro, nãopode ser pago com outro ato igual-mente violento. Ora, sacrificar a cri-ança, que nenhuma culpa tem daagressão sofrida pela gestante, nãoresolve o problema do estupro, emesmo o agrava, porque pode resul-tar a partir daí um quadro de consci-ência culpada, que piorará sem dú-vida a situação da mulher.

Propõe-se então, como saída

mais viável em tais casos, o apoiopsicológico à gestante, para que dêcurso à gravidez e, mais tarde, nãoquerendo ficar com a criança, a en-caminhe para adoção por parte deum casal sério que queira adotá-la.

No Brasil a lei não admite ou-tras formas de aborto, embora exis-tam juízes que vêm autorizando aprática do chamado aborto eugêni-co, que é o que se realiza para evitarque nasça uma criança portadora deanomalias físicas ou psíquicas gra-ves, como a anencefalia. Os que de-fendem essa forma de abortamentoalegam que ele não consta da legis-lação brasileira porque cinco déca-das atrás não havia a Medicina fetalnem os equipamentos, como a ultra-sonografia, que permitem hoje diag-nosticar malformações no feto já noinício da gravidez.

O abortamento noscasos de anencefalia

Os estudiosos espíritas encarna-dos e desencarnados, conquanto Kar-dec não haja examinado o assunto,entendem que continua em plena vi-gência o entendimento espírita, con-sagrado em O Livro dos Espíritos,de que só é admissível o abortamen-to que se realiza para salvar a vida dagestante posta em perigo com a con-tinuidade da gravidez.

Vários motivos embasam essepensamento.

Primeiro: Não existe gravidezpor acaso, da mesma forma que não

Respeitemos a vida. Aborto, não!basta a uma mulher querer engravi-dar para que a gravidez ocorra. Avinda de um Espírito à existênciacorporal, ainda que por poucas ho-ras, faz parte de um programa reen-carnatório minucioso.

Segundo: As mutilações orgâni-cas de nascença têm sua causa ematos praticados no passado, obvia-mente em outras existências. Se al-guém atenta contra o próprio cére-bro, ensina Emmanuel, necessitará,para refazê-lo, de no mínimo duasexistências corporais. “Quando per-petramos determinado delito e ins-talamos a culpa em nós, engendra-mos o caos adentro da própria almae, regressando à Vida Maior, após adesencarnação, envolvidos na som-bra do processo culposo, natural-mente padecemos em nós mesmosos resultados dos próprios atos infe-lizes”, eis o que Chico Xavier, sob ainspiração do seu mentor e guia, de-clarou na noite de 7 de maio de 1974em sessão solene da AssembléiaLegislativa do Estado de Goiás,como o leitor pode verificar na obraChico Xavier em Goiânia, publi-cada pelo GEEM Editora.

O Espírito que se encontra liga-do ao organismo defeituoso já seachava assim, com mutilações seme-lhantes, na vida espiritual. A reen-carnação constitui, então, para eleuma oportunidade de reparação, quefica evidentemente interrompidacom o abortamento.

Terceiro: Lembra-nos Joanna deÂngelis, em seu livro Alerta, cap.22, que na maioria dos casos deaborto a expulsão do corpo em for-mação de modo nenhum interrompeas ligações Espírito-a-Espírito, en-tre a gestante e o filho rejeitado. Emface disso, sem compreender a ocor-rência, ou percebendo-a em deses-pero, o ser espiritual expulso agar-ra-se às matrizes orgânicas e termi-na por lesar a aparelhagem genital,dando gênese a doenças de etiologiacomplicada, sem falar nos casos deobsessão daí decorrentes.

Conseqüências doabortamento delituoso

Num opúsculo a respeito do abor-to, editado em 1998 pela AME-Para-ná, a psicóloga clínica e diretora dodepartamento de Psicologia da cita-

da instituição, Marlene VenâncioSperandio, examinou os aspectospsicológicos do aborto e suas con-seqüências fisiopsicológicas.

Eis as principais conseqüênci-as da prática do abortamento paraa mulher, segundo o estudo feitopela Dra. Marlene VenâncioSperandio, constante do citadolivreto:• Sentimento de culpa.• Sentimento de solidão.• Sensação de vazio.• Sentimento de perda.• Prejuízos orgânicos.• Suicídios.

De acordo com pesquisas co-nhecidas, a taxa de suicídio apósa prática do abortamento é trêsvezes maior do que o índice nor-mal. O conhecimento do Espiritis-mo nos permite compreender me-lhor por que isso se dá. O fato éfácil de entender. Depois da mor-te do seu corpo material, o Espíri-to tem novas oportunidades deprosseguir no seu processo evolu-tivo. Mas pode ocorrer – caso sejaum ser moralmente atrasado – queele resolva voltar-se contra a mu-lher e todos os que decidiram a in-terrupção da gravidez e o sacrifí-cio do feto.

É por isso que Emmanuel (Es-pírito), valendo-se da mediunida-de de Chico Xavier, advertiu: “Ad-mitimos seja suficiente breve me-ditação em torno do abortodelituoso, para reconhecermosnele um dos grandes fornecedoresdas moléstias de etiologia obscu-ra e das obsessões catalogáveis damente, ocupando vastos departa-mentos de hospitais e prisões.”

Segundo o conhecido mentorespiritual, os seres acumpliciadosnas ocorrências do abortamentocriminoso desajustam as energiaspsicossomáticas com intenso de-sequilíbrio, sobretudo do centrogenésico, implantando nos tecidosda própria alma a sementeira demales que surgirão a tempo certo.Isso ocorre não apenas porque oremorso se lhes entranha no ser,mas porque assimilam, inevitavel-mente, as vibrações de angústia edesespero, de revolta e vingançados Espíritos que a lei lhes reser-vava como filhos.

Livreto elaborado e publicado pelaFederação Espírita Brasileira