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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 54 Nº 642 Agosto de 2007 R$ 1,50 “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec A Revue Spirite há 140 anos ..... 15 Aiglon Fasolo .............................. 6 Clássicos do Espiritismo ............. 5 Crônicas de Além-Mar .............. 12 De coração para coração ............. 4 Divaldo responde ........................ 5 Editorial ....................................... 2 Emmanuel .................................... 2 Espiritismo para as crianças ..... 14 Estudando as obras de André Luiz ............................ 13 Grandes Vultos do Espiritismo ... 7 Jane Martins Vilela ................... 13 Joanna de Ângelis ....................... 2 José Viana Gonçalves ............... 12 Momentos com Divaldo Franco . 13 Palestras, seminários e outros eventos .......................... 11 Passamentos .............................. 10 Ainda nesta edição Divaldo Franco pela primeira vez na Turquia As missões e as ocupações dos Espíritos Na presente edição o leitor verá a penúltima parte da seleção de textos extraídos da obra que com- pletou 150 anos no dia 18 de abril de 2007: “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec. No artigo em causa, são exa- minadas as missões e as ocupa- ções dos Espíritos, bem como as leis morais, sua conceituação e importância para nós humanos. Segundo o Espiritismo, a vida espírita é uma ocupação contí- nua, mas nada tem de penosa como a da Terra, pois não exis- tem ali nem a fadiga corpórea, nem as angústias da necessida- de. Os Espíritos têm deveres a cumprir e lhes compete percor- rer os diferentes degraus da es- cada evolutiva para se aperfei- çoarem. Deus, que é justo, não poderia ter dado a uns a ciência sem o trabalho, enquanto outros não a adquirem senão de manei- ra penosa. No número de setembro será publicado o último artigo desta sé- rie, o qual focalizará os ensinamen- tos da Doutrina Espírita acerca das penas e das recompensas futuras. Págs. 8 e 9 Divaldo visita a casa de Maria de Nazaré e fala em Istambul sobre Allan Kardec e Espiritismo Movimento espírita perde dois grandes amigos Em julho último, vimos des- pedir-se do plano físico dois de- nodados companheiros e amigos do movimento espírita do Paraná: Nadyr Dionysio de Souza Dutra, que desencarnou em Londrina no dia 21 de julho, aos 74 anos de idade, e Romeu de Andrade, que faleceu de morte natural, aos 87 anos, no dia 24 de julho, em Vargem Grande do Sul (SP). Nadyr era ativa trabalhadora do Centro Espírita Nosso Lar e do Núcleo Espírita Irmã Scheilla, ins- tituições localizadas em Londrina. Romeu de Andrade, que também participou do “Nosso Lar”, residia há alguns anos em Vargem Gran- de do Sul, depois de morar por muitos anos no Paraná, ultima- mente nas cidades de Arapongas e Londrina. Ambos se dedicaram às atividades de assistência social, mas não se limitaram a essa área de trabalho. Romeu de Andrade, por exemplo, coordenou o depar- tamento comercial deste jornal por muitos anos e, quando se mudou de Londrina, deixou muitas sau- dades. Pág. 10 Quando o silêncio se torna omissão Leia na pág. 2 o editorial Si- lêncio insustentável, que exami- na o comportamento dos jornais e das revistas espíritas diante dos problemas enfrentados pelo Movi- mento Espírita, em que existe, como se sabe, uma certa aversão à crítica, que costuma ser em nosso meio confundida com enxovalho. Em face disso, adota-se o silêncio que, em verdade, em muitas situa- ções não passa de omissão. Hugo Gonçalves recebe homenagem maçônica Na noite de 11 de julho, uma quarta-feira, o auditório do Centro Espírita Allan Kardec, de nossa ci- dade, presenciou uma cerimônia inusitada: a homenagem que a As- sociação dos 33 da Maçonaria Pa- ranaense, representada no ato por Laurenil Gasta e João Silva Lopes, prestou ao confrade Hugo Gonçal- ves, diretor deste periódico, pelos relevantes serviços prestados pelo estimado amigo à ordem maçônica e à comunidade cambeense, não só por seu trabalho à frente do Lar In- fantil Marília Barbosa, de Cambé, mas também pelas muitas ativida- des por ele realizadas ao longo de sua fértil existência. À homenagem prestada a Hugo Gonçalves, que completará dentro em breve 94 anos de idade, com- pareceram muitos amigos e confra- des de Cambé e cidades vizinhas. Pág. 11 Chuva e frio atrapalham a Semana Espírita de Londrina Um dos eventos mais esperados do ano pelo público es- pírita londrinense aconteceu entre os dias 14 e 20 de ju- lho no Centro Espí- rita Nosso Lar, situ- ado na Rua Santa Catarina, 429, em Londrina. A 16ª Se- mana Espírita de Londrina, realizada pela União das Sociedades Espíritas de Londrina - USEL, com apoio da União Regional Espírita da 5ª Região, contou com a presença de palestrantes residentes no Paraná e um único pales- trante de fora, Cristian Macedo (foto), do Rio Grande do Sul. Pág. 3 Nathalia Haas revela, de Is- tambul, como foi a passagem de zada nas proximidades da cidade turca de Izmir, onde o médium psicografou linda mensagem de Joanna de Ângelis (foto). Em sua palestra, Divaldo falou muito sobre o amor e a paz, e explicou como o amor é importante na nossa vida cor- rida do dia-a-dia. Disse que de- vemos nos lembrar do amor em todas as pequenas coisas de nossa vida, que devemos che- gar em casa, telefonar ao nos- so inimigo e perguntar como ele está passando. Finda a ex- posição, respondeu a diversas perguntas propostas pelo públi- co. Pág. 16 Divaldo Franco pela Turquia, onde pela primeira vez foi proferida uma palestra pública tendo como tema Allan Kar- dec e a Doutri- na Espírita. Além de uma entrevista concedida a uma jornalista turca e da palestra em Istambul, Dival- do Franco e seu grupo estiveram em Éfeso e na casa de Maria de Nazaré, locali-

O IMORTAL - oconsolador.com.br · As missões e as ocupações Divaldo Franco pela primeira vez na Turquia dos Espíritos Na presente edição o leitor ver

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O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 54 Nº 642 Agosto de 2007 R$ 1,50

“A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

nem descansar,porque

ninguém descansanem morre.”

Marília Barbosa

“Nascer,morrer,renascerainda e

progredircontinuamente,

tal é a lei.”Allan Kardec

A Revue Spirite há 140 anos ..... 15Aiglon Fasolo .............................. 6Clássicos do Espiritismo ............. 5Crônicas de Além-Mar .............. 12De coração para coração ............. 4Divaldo responde ........................ 5Editorial ....................................... 2Emmanuel .................................... 2Espiritismo para as crianças ..... 14Estudando as obrasde André Luiz ............................ 13Grandes Vultos do Espiritismo ... 7Jane Martins Vilela ................... 13Joanna de Ângelis ....................... 2José Viana Gonçalves ............... 12Momentos com Divaldo Franco . 13Palestras, semináriose outros eventos .......................... 11Passamentos .............................. 10

Ainda nesta edição

Divaldo Franco pela primeira vez na TurquiaAs missões e as ocupaçõesdos Espíritos

Na presente edição o leitor veráa penúltima parte da seleção detextos extraídos da obra que com-pletou 150 anos no dia 18 de abrilde 2007: “O Livro dos Espíritos”,de Allan Kardec.

No artigo em causa, são exa-minadas as missões e as ocupa-ções dos Espíritos, bem como asleis morais, sua conceituação eimportância para nós humanos.Segundo o Espiritismo, a vidaespírita é uma ocupação contí-nua, mas nada tem de penosacomo a da Terra, pois não exis-tem ali nem a fadiga corpórea,

nem as angústias da necessida-de. Os Espíritos têm deveres acumprir e lhes compete percor-rer os diferentes degraus da es-cada evolutiva para se aperfei-çoarem. Deus, que é justo, nãopoderia ter dado a uns a ciênciasem o trabalho, enquanto outrosnão a adquirem senão de manei-ra penosa.

No número de setembro serápublicado o último artigo desta sé-rie, o qual focalizará os ensinamen-tos da Doutrina Espírita acerca daspenas e das recompensas futuras.Págs. 8 e 9

Divaldo visita a casa de Mariade Nazaré e fala em Istambul

sobre Allan Kardec e Espiritismo

Movimento espírita perdedois grandes amigos

Em julho último, vimos des-pedir-se do plano físico dois de-nodados companheiros e amigosdo movimento espírita do Paraná:Nadyr Dionysio de Souza Dutra,que desencarnou em Londrina nodia 21 de julho, aos 74 anos deidade, e Romeu de Andrade, quefaleceu de morte natural, aos 87anos, no dia 24 de julho, emVargem Grande do Sul (SP).

Nadyr era ativa trabalhadorado Centro Espírita Nosso Lar e doNúcleo Espírita Irmã Scheilla, ins-tituições localizadas em Londrina.

Romeu de Andrade, que tambémparticipou do “Nosso Lar”, residiahá alguns anos em Vargem Gran-de do Sul, depois de morar pormuitos anos no Paraná, ultima-mente nas cidades de Arapongas eLondrina. Ambos se dedicaram àsatividades de assistência social,mas não se limitaram a essa áreade trabalho. Romeu de Andrade,por exemplo, coordenou o depar-tamento comercial deste jornal pormuitos anos e, quando se mudoude Londrina, deixou muitas sau-dades. Pág. 10

Quando o silêncio se torna omissãoLeia na pág. 2 o editorial Si-

lêncio insustentável, que exami-na o comportamento dos jornais edas revistas espíritas diante dos

problemas enfrentados pelo Movi-mento Espírita, em que existe,como se sabe, uma certa aversão àcrítica, que costuma ser em nosso

meio confundida com enxovalho.Em face disso, adota-se o silêncioque, em verdade, em muitas situa-ções não passa de omissão.

Hugo Gonçalves recebehomenagem maçônica

Na noite de 11 de julho, umaquarta-feira, o auditório do CentroEspírita Allan Kardec, de nossa ci-dade, presenciou uma cerimôniainusitada: a homenagem que a As-sociação dos 33 da Maçonaria Pa-ranaense, representada no ato porLaurenil Gasta e João Silva Lopes,prestou ao confrade Hugo Gonçal-ves, diretor deste periódico, pelosrelevantes serviços prestados peloestimado amigo à ordem maçônica

e à comunidade cambeense, não sópor seu trabalho à frente do Lar In-fantil Marília Barbosa, de Cambé,mas também pelas muitas ativida-des por ele realizadas ao longo desua fértil existência.

À homenagem prestada a HugoGonçalves, que completará dentroem breve 94 anos de idade, com-pareceram muitos amigos e confra-des de Cambé e cidades vizinhas.Pág. 11

Chuva e frio atrapalham aSemana Espírita de Londrina

Um dos eventosmais esperados doano pelo público es-pírita londrinenseaconteceu entre osdias 14 e 20 de ju-lho no Centro Espí-rita Nosso Lar, situ-ado na Rua SantaCatarina, 429, emLondrina. A 16ª Se-mana Espírita deLondrina, realizada pela União das Sociedades Espíritas de Londrina- USEL, com apoio da União Regional Espírita da 5ª Região, contoucom a presença de palestrantes residentes no Paraná e um único pales-trante de fora, Cristian Macedo (foto), do Rio Grande do Sul. Pág. 3

Nathalia Haas revela, de Is-tambul, como foi a passagem de

zada nas proximidades da cidadeturca de Izmir, onde o médiumpsicografou linda mensagem deJoanna de Ângelis (foto).

Em sua palestra, Divaldofalou muito sobre o amor e apaz, e explicou como o amor éimportante na nossa vida cor-rida do dia-a-dia. Disse que de-vemos nos lembrar do amor emtodas as pequenas coisas denossa vida, que devemos che-gar em casa, telefonar ao nos-so inimigo e perguntar comoele está passando. Finda a ex-posição, respondeu a diversasperguntas propostas pelo públi-co. Pág. 16

Divaldo Franco pela Turquia, ondepela primeira vez foi proferida uma

palestra públicatendo comotema Allan Kar-dec e a Doutri-na Espírita.

Além deuma entrevistaconcedida a umajornalista turca eda palestra emIstambul, Dival-do Franco e seugrupo estiveramem Éfeso e nacasa de Maria deNazaré, locali-

O IMORTALPÁGINA 2 AGOSTO/2007

EditorialEMMANUEL

Existe, no meio espírita, uma certaaversão à crítica. Porque confundemcrítica com enxovalho. Prefere-se o si-lêncio. O silêncio seria a panacéia queresolveria per se todas as situaçõesduvidosas ou perniciosas. Mas críticanão é um parecer desonroso sobre temaou pessoa. É, sim, um exame acurado,um escrutínio minucioso.

Nos últimos anos, ocorrem duas si-tuações passíveis de crítica: a publica-ção de obras de conteúdo duvidoso e oataque à honra de certos trabalhadoresespíritas. Diante disto, a imprensa espí-rita, de modo generalizado, prefere o si-lêncio, como se este resolvesse os pro-blemas que só o exame acurado podeaclarar. Este mesmo órgão de imprensatem dificuldades para publicar matériascríticas sobre situações problemáticaspor causa de uma espécie de “respeito”a personalidades e prurido contra o queé considerado “polêmico”. Muitas ve-zes fica-se de mãos atadas, porque hámedo de ferir suscetibilidades.

A opção pelo silêncio nos faz refletirsobre o papel da imprensa. Silêncio ou,em verdade, omissão? Omitir-se, quandodisso deixa de resultar o bem, equivale amal proceder, porque, como todos sabem,deixar de fazer o bem resulta em respon-sabilidade de todo o mal que advenha des-sa omissão. Silenciar ante os problemasdoutrinários que surgem de tempos emtempos é omitir-se, descumprindo-se o pa-pel principal da imprensa espírita que éinformar e divulgar a doutrina. Deve-se,portanto, informar corretamente sobreaquilo que ocorre no meio espírita e sobreaquilo que se publica em nome da doutri-na espírita. Deve-se, portanto, divulgar adoutrina em sua pureza, ou seja, de acor-

Observa as pessoas à tua volta: ossaciados, os insatisfeitos, os felizes, osatormentados. Não se detêm em umaanálise que lhes resulte benéfica. Trans-ferem-se de uma para outra situação, au-tomaticamente, apressadas, sem que di-giram as experiências vivenciadas ouprogramem as porvindouras.

Não amadurecem os sentimentos,porquanto as sensações e as emoções per-turbadoras têm predomínio em suas vi-das. Algumas são invejadas, porque

Na essência, cada homem é ser-vidor pelo trabalho que realiza naobra do Supremo Pai, e, simulta-neamente, é administrador, por-quanto cada criatura humana detémpossibilidades enormes no planoem que moureja.

Mordomo do mundo não é so-mente aquele que encanece os ca-belos, à frente dos interesses cole-tivos, nas empresas públicas ouparticulares, combatendo tricas mil,a fim de cumprir a missão a que sededica.

Cada inteligência da Terra daráconta dos recursos que lhe foramconfiados.

A fortuna e a autoridade não sãovalores únicos de que devemos darconta hoje e amanhã.

O corpo é um templo sagrado.A saúde física é um tesouro.A oportunidade de trabalhar é

uma bênção.A possibilidade de servir é um

obséquio divino.O ensejo de aprender é uma

porta libertadora.O tempo é um patrimônio ines-

timável.O lar é uma dádiva do Céu.

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Silêncio insustentáveldo com a pedra de toque que é a obra deAllan Kardec, porque não existe outra re-ferência tão segura e precisa com a qualse possa confrontar. Existem, sim, as obrasbasilares, mas estas todas são desdobra-mentos da obra fundamental da Codifica-ção. E como diz Divaldo Franco, estamosdando muito valor a obras mediúnicas eesquecendo as obras basilares. E mais doque isso, estamos dando muito valor anomes de Espíritos e de médiuns e esque-cendo-nos de analisar o conteúdo, o teorde suas produções.

Um médium e orador espírita de re-nome vem sofrendo uma campanha pú-blica de detração pela internet, em quefoi acusado de plagiador e de embuste,porque não psicografaria suas obras –elas seriam fruto de sua própria bagagemcultural e orladas com nomes de Espíri-tos eminentes. Procure-se na imprensaespírita um só artigo que o defenda, vis-to que ele é passível de defesa tanto pelamediunidade autêntica, atestada por di-versos fatos, quanto pela sua condutailibada, e o que se encontra, ou não seencontra, é o “devido” silêncio. É a se-gunda vez que esse trabalhador espíritaé vítima das mesmas acusações. Da pri-meira vez utilizou-se da imprensa e dosbastidores para a campanha pública. Masos tempos eram outros, e, daquela vez,não silenciaram em favor da verdade.Perguntamos, então, qual o papel da im-prensa nesse caso específico. Primeiro épreciso informar os leitores sobre os fa-tos. Depois, analisar os fatos, criticá-losà luz da razão e do bom senso, e posicio-nar-se a respeito. Somente desse modopode-se atingir o objetivo da imprensalivre e da imprensa espírita.

Um outro médium de renome tem

publicado obras psicografadas atribuídasa um nome venerável da história do Espi-ritismo no Brasil. As obras são amplamen-te questionadas nos bastidores do movi-mento espírita, mas quase ninguém se pro-nuncia a respeito. Este jornal já publicoualgumas análises, mas não pôde prosse-guir, devido à pressão em contrário e poruma certa “consideração” pelo médium.Com o devido respeito pelo trabalho des-se médium, temos que dizer que muitosestudiosos espíritas põem em dúvida oconteúdo das obras e sua autoria espiritu-al. É bom lembrar que aqui se trata de crí-tica pura, de exame acurado à luz da Co-dificação, e não de ataque à honra daspessoas. Mas, por que criticar? Por quenão deixar que o tempo resolva a questãoatravés de um enfático silêncio? A respostaé muito simples. A crítica é o elementonecessário para que se informe e se divul-gue. Para informar corretamente, é preci-so o exame acurado dos fatos. Para divul-gar a Doutrina, é preciso terreno sólidosobre o qual se erijam bases seguras – e acrítica é essencial para isso.

A polêmica, o mal-entendido, as cam-panhas de detração, os conteúdos duvi-dosos de obras mediúnicas e não-mediú-nicas repercutem no movimento espírita.As pessoas se inteiram a respeito, e mui-tos ficam confusos, à espera de um apoioque conduza a um posicionamento. O si-lêncio é, em tais casos, insustentável por-que não faz com que desapareçam os pro-blemas, que continuam a povoar a mentee os corações dos espíritas.

A crítica é a chave com a qual seabrem as possibilidades de decisão, deci-são individual e intransferível. Deixar osleitores sem esse instrumento crucial édescumprir o papel da imprensa espírita.

Um minuto com Joanna de Ângelisprepotentes ou famosas; no entanto, vi-vem insatisfeitas com a situação que des-frutam, distantes da realização interior.Várias afirmam que acreditam na imorta-lidade da alma. Todavia, a sua não é umacrença consciente, trabalhada pela razão,vívida. É uma chama bruxuleante, que nãoemite quase claridade, nem aquece os sen-timentos, a caminho da extinção sob osventos contínuos do inconformismo.

Se a dor tenta convidá-las à refle-xão, ao aprofundamento da crença, re-

Administração

O amigo é um benfeitor.A experiência benéfica é uma

grande conquista.A ocasião de viver em harmo-

nia com o Senhor, com os seme-lhantes e com a Natureza é umaglória comum a todos.

A hora de ajudar os menos fa-vorecidos de recursos ou entendi-mento é valiosa.

O chão para semear, a ignorân-cia para ser instruída e a dor paraser consolada são apelos que o Céuenvia sem palavras ao mundo in-teiro.

Que fazes, portanto, dos talen-tos preciosos que repousam em teucoração, em tuas mãos e no teu ca-minho? Vela por tua própria tarefano bem, diante do Eterno, porquechegará o momento em que o Po-der Divino te pedirá: - “Dá contade tua administração.”

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a divulgar o Espiritismoseus amigos, familiares ou integrantesdo Grupo Espírita de que faça parte.

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Lembre que, segundo Emmanuel,a maior caridade que podemos fazer àDoutrina Espírita é a sua divulgação.Ajude-nos, pois, a divulgá-la, colabo-rando com os jornais, os programas derádio e TV e os livros espíritas.

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JOANNA DE ÂNGELIS, mentora es-piritual de Divaldo P. Franco, é autora, en-tre outros livros, de Momentos de Ilumi-nação (Livraria Espírita Alvorada Editora,1990), do qual foi extraído o texto acima.

EMMANUEL, que foi o mentorespiritual de Francisco CândidoXavier e coordenador da obra medi-única do saudoso médium mineiro,é autor, entre outros livros, de “Fon-te Viva” (Editora da FEB, 1956), deonde foi extraído o texto acima.

agem, sentindo-se defraudadas por Deuse pela Vida, que parecem não as poupardo sofrimento, como se fossem especi-ais, credoras de todas as alegrias semesforço. Não as lamentes, não as imi-tes. Elas aprenderão com o tempo, estemestre invencível, silencioso e eficaz,que a tudo e a todos transforma.

A insatisfação de Anás e de Caifásgerou neles a inveja e o ódio contra Je-sus. A insatisfação de Judas fê-lo ven-der o Amigo. A insatisfação de Pilatos,entediado, manteve-o indiferente, la-vando as mãos quanto ao destino doJusto. A insatisfação de Pedro tornou-opusilânime e negador. Porém, desper-tando do letargo, reassumiu a consci-ência do amor e do dever, entregando-se-Lhe em regime de totalidade até amorte.

Lembra-te deles e não te permitas ainsatisfação, seja qual for o motivo comque ela te busque o apoio.

“Dá conta de tua administração.”Jesus. (LUCAS, 16:2.)

O IMORTALAGOSTO/2007 PÁGINA 3

Um dos eventos mais espe-rados do ano pelo público espí-rita londrinense aconteceu na úl-tima semana, entre os dias 14 a20, no Centro Espírita Nosso Lar,situado na Rua Santa Catarina,429, em Londrina. A 16ª Sema-na Espírita de Londrina, realiza-da pela União das SociedadesEspíritas de Londrina - USEL,com apoio da União RegionalEspírita da 5ª Região, contoucom a presença de palestrantesresidentes em nosso Estado, comexceção de Cristian Macedo, quemora no Rio Grande do Sul.

Segundo o coordenador daUSEL, Aldérico Natal Sposti, onúmero de pessoas que freqüen-taram o “Nosso Lar” durante oevento foi maior do que se espe-rava. “Mesmo no início da sema-na, em que tivemos dias bastan-te chuvosos, a média de públicoficou em torno de 50 pessoas nasatividades diurnas e à noite che-gava a 100 pessoas”, disse o con-frade. Registre-se, porém, que opúblico totalque partici-pou da Sema-na Espírita foibastante infe-rior ao verifi-cado nos anosanteriores, emface princi-palmente daschuvas e dofrio que seabateram sobre a cidade nos pri-meiros dias de realização doevento.

Tendo como tema geral “150Anos de O Livro dos Espíritos”,

FERNANDA [email protected]

De Londrina

o evento apresentou, além das ati-vidades destinadas ao público adul-to, a 7ª Semaninha Espírita, a 3ªSemana Jovem, a 3ª Mostra deMúsica e a 1ª Mostra da Mocidade.

A Semaninha, evento também játradicional para o público infantil,contou com uma média de 40 cri-anças por dia durante as atividades.“Foi uma semana bastante movi-mentada e muitas crianças que es-tiveram aqui, depois pediam aospais para virem no dia seguinte.Realmente a quantidade de crian-ças nos surpreendeu”, comentouLeonor Panho, coordenadora daSemaninha. A surpresa dela adveiodas más condições do tempo nosprimeiros dias da Semana Espírita.

O encerramento das atividadesocorreu no dia 20 com a presença

do médicoAlan Archetti,da cidade dePato Branco(PR), que falousobre “Análisedo inconscien-te e os fatoresobsessivos” noseminário datarde e sobre“O Livro dos

Espíritos: Libertando Consciên-cias” na palestra da noite. No se-minário, uma frase dita pelo psi-canalista C. Gustav Jung: “O in-consciente é um verdadeiro ocea-

no no qual se encontra a consci-ência mergulhada quase totalmen-te” foi o mote inicial de uma ex-posição que agradou aos presen-tes. Segundo o palestrante, é nes-se “oceano” que se encontramguardadas as experiências do sere, assim, quando a criatura nãotem conhecimento sobre esse“vasto oceano”, ela sofre.

A psicosfera do ser foi outroassunto abordado pelo médico, quesalientou a importância do equilí-brio. “É necessário que tenhamosdomínio real para podermos traba-lhar de forma correta. Precisamoster o domínio do nosso conheci-mento para que possamos nosestruturar. A Terra é encharcada por

um oceano fluídico de idéias quenos alcançam e fazem um percursoem nosso corpo físico. Mesmo quenão alcancem o nosso corpo físico,alcançam o nosso corpo energéti-co”, completou.

Do ponto de vista da qualida-de das exposições, a Semana Es-pírita de Londrina não agradou, eé lamentável que na noite de en-cerramento o palestrante tenha re-petido o mesmo equívoco de cer-tos confrades que pensam e divul-gam que o advento do mundo deregeneração se dará daqui a cincodécadas, um assunto polêmico,destituído de fundamentação dou-trinária e amplamente discutidoem nossa cidade.

Dois palestrantes participarampela primeira vez do evento: Cris-tian Macedo, de Porto Alegre (RS),e Ubiratan César Archetti, da ci-dade de Pato Branco (PR). Os de-mais já haviam participado anteri-ormente em uma ou mais de umaoportunidade. Cristian é, por sinal,um dos articulistas da revista OConsolador, periódico redigidopara circular exclusivamente na in-ternet – www.oconsolador.com –,e sua participação foi a melhor coi-sa que se viu na Semana Espíritade Londrina.

Os temas apresentados nosseminários e nas palestras da 16a

Semana Espírita de Londrina fo-ram estes:Dia 14, sábado – 20h – Aberturado evento, seguida de palestra so-bre o tema:“OS 150 ANOSDE O LIVRODOS ESPÍRI-TOS”, a cargode Cristian Ma-cedo, de PortoAlegre (RS).Dia 15, domin-go – 9h – Semi-nário: “Imorta-lidade da Almae a Natureza dos Espíritos”. Expo-sitor: Cristian Macedo.Às 20h – “Noite Cultural”. Even-to: 3ª Mostra de Música.Dia 16, segunda – 15h – Seminá-

Apesar das chuvas, a Semana Espírita deLondrina supera expectativa de público

Mais de 150 pessoas em média, por dia, estiveram participando do evento que reuniuespíritas, não-espíritas, jovens e crianças no Centro Espírita Nosso Lar, de Londrina

rio: “O Espiritismo Como Filo-sofia de Vida”. Expositora:Célia Xavier de Camargo, deRolândia (PR).Às 20h – Palestra: “ProgramaçãoReencarnatória”. Palestrante:Célia Xavier de Camargo.Dia 17, terça – 15h – Seminário:“Os Princípios Fundamentais daDoutrina Espírita”. Expositor:Astolfo Olegário de Oliveira Fi-lho, de Londrina (PR).Às 20h – Palestra: “O Consola-dor Prometido”. Palestrante: JoséAntônio Vieira de Paula, de Cam-bé (PR).Dia 18, quarta – 15h – Seminá-rio: “Evolução dos ConceitosCéu, Inferno e Purgatório”. Ex-positor: Carlos Augusto São José,de Curitiba (PR).Às 20h – Palestra: “A Vida Fu-tura e o Porvir da Humanida-de”. Palestrante: Carlos Augus-to São José.Dia 19, quinta – 15h – Seminá-rio: “Mediunidade: Oportunida-des Nos Dois Mundos”. Exposi-tor: Ubiratan Archetti, de PatoBranco (PR).Às 20h – Palestra: “Espiritismo,Uma Proposta Divina Para O

Homem”. Pa-l e s t r a n t e :Ubiratan Ar-chetti.Dia 20, sexta– 15h – Semi-nário: “Análi-se do Incons-ciente e os fa-tores Obsessi-vos”. Exposi-tor: Alan Ar-

chetti, de Pato Branco (PR)Às 20h – Encerramento com pa-lestra: “O Livro dos Espíritos: Li-bertando Consciências”. Pales-trante: Alan Archetti.

O Coral das crianças do LarAnália Franco foi um sucesso

Aspecto parcial da noite de aberturada Semana Espírita de Londrina

Flagrante de um dos semináriosrealizados durante o evento

Crianças na SemaninhaEspírita: a hora do vídeo

Cristian Macedo em sua palestraque deu início à Semana Espírita

O IMORTALPÁGINA 4 AGOSTO/2007

Em maio de 2006 escrevemos so-bre o advento do mundo de regenera-ção, que alguns confrades daqui e defora, provavelmente bem intencionadosmas com certeza equivocados, vêmanunciando para o ano de 2057. Foi umconfrade de São Paulo quem nosalertou para a onda que começava en-tão a invadir o meio espírita, segundoa qual estaria bem próximo o adventodo chamado mundo de regeneração, umassunto a que Jesus se referiu no co-nhecido sermão profético, no qual oMestre alude ao chamado final dostempos, quando “o evangelho do reinoserá pregado em todo o mundo”.

O assunto parecia estar sepultado,mas voltou à cena na palestra de en-cerramento da 16ª Semana Espírita deLondrina, verbalizado por um confra-de convidado pelo órgão que represen-ta em nossa cidade o movimento deunificação, o que é deveras lamentá-vel. E é por causa disso que voltamosa tratar do assunto da forma mais cla-ra possível, neste texto que se dividi-rá, por questão de espaço, em duaspartes. A segunda parte será publica-da na edição de setembro.

Condições do mundo em que vi-vemos – Não é preciso haver cursadoa faculdade para perceber que o mal eseus derivados reinam soberanamenteem nosso mundo, onde as guerras, acorrupção, a iniqüidade, a violência, as

desigualdades sociais e as injustiças severificam em todos os continentes, enão apenas em alguns poucos lugares.

Em 1948, ano em que escreveu olivro “Voltei”, psicografado por ChicoXavier, Frederico Figner – que ali sevaleu de um pseudônimo: Irmão Jacob– registrou a informação de que maisda metade da população da Terra era,àquela época, constituída por Espíri-tos bárbaros ou semicivilizados e queas pessoas aptas à espiritualidade su-perior não passavam de 30% da po-pulação do globo. (Cf. “Voltei”, deIrmão Jacob, FEB, 7a edição, pág. 93.)

Em 1949, no livro “Libertação”,cap. VI, pp. 79 e 80, André Luiz trans-mitiu-nos uma informação que corro-bora os dados do livro “Voltei”. Nummomento em que ele se encontravanuma cidade espiritual localizada emplena região das trevas, Gúbio lhe dis-se que, a determinadas horas da noite,¾ (três quartos) da população da Cros-ta se acham nas zonas de contacto comos Espíritos e a maior percentagempermanecia detida em círculos de bai-xas vibrações, como aquele. “Por aqui- disse ele -, muitas vezes se forjamdolorosos dramas que se desenrolamnos campos da carne. Grandes crimestêm nestes sítios as respectivas nas-centes e, não fosse o trabalho ativo econstante dos Espíritos protetores quese desvelam pelos homens no labor

sacrificial da caridade oculta e da edu-cação perseverante, sob a égide doCristo, acontecimentos mais trágicosestarreceriam as criaturas.”

Ora, é exatamente um quadro as-sim que deparamos atualmente, qua-se 60 anos depois, no mundo que ha-bitamos: um planeta em estado de con-vulsão em que provavelmente jamaisse conjugaram, como hoje, tantos pro-blemas de ordem ideológica, social,política e econômica. Conflitos na Pa-lestina, no Líbano e no Iraque; desen-tendimentos de natureza religiosa en-tre o Islã e o Vaticano; violência eações terroristas que apavoram quemmora nas grandes cidades do chama-do Primeiro Mundo como Londres,Paris, Madri e Nova York; multidõesde famintos na África; desempregogeneralizado em quase todos os paí-ses do planeta; expansão das ativida-des do narcotráfico e do crime orga-nizado; corrupção incontrolável portodo o lado, especialmente no Brasil,onde ela se ramificou pelas três esfe-ras do Poder, o Executivo, o Legisla-tivo e o Judiciário.

Fatores indispensáveis à passa-gem do orbe para um novo grau evo-lutivo – A elevação do planeta Terra,de mundo de expiação e provas paramundo regenerador, requer que ocorraem nosso orbe uma série de transfor-mações de ordem moral que estão mui-

to distantes dos dias em que vivemos.O advento do mundo de regeneraçãonão se dá nem se completa em poucotempo. Claro que a transição do globopara mundo de regeneração já come-çou. Não se discute isso, porque naRevista Espírita há inúmeras informa-ções que o atestam. O equívoco é da-tar, é precisar, é fixar uma época emque tal processo estará concluído.

Não podemos ignorar que estatís-ticas divulgadas pela Igreja informamque apenas 1/3 (um terço) da popula-ção da Terra professa o Cristianismo,aí incluídos católicos, protestantes,evangélicos e os adeptos de todas asreligiões cristãs. Os demais habitan-tes do planeta – 2/3 da população, ouseja, 4 bilhões de pessoas – nem mes-mo conhecem o Evangelho do Reino,um dado significativo indispensável àelevação do planeta à condição demundo de regeneração.

A questão da data - Quem já leu oEvangelho sabe do que Jesus, reportan-do-se a esse assunto, disse: “Quanto aesse dia e a essa hora ninguém sabe, nemos anjos do céu, nem o Filho do homem,mas unicamente meu Pai” (Mateus,24:36). O que se sabe, afirmou o Mes-

De coração para coraçãoASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO - [email protected]

De Londrina

O Espiritismo respondeNum dos vestibulares realizados

há pouco pela Universidade Federaldo Paraná, uma das questões propos-tas versou sobre o evolucionismo, ocriacionismo e a novíssima correntede pensamento conhecida pelo nomede “Design Inteligente”. Em facedessas três correntes de idéias, comose posiciona a Doutrina Espírita?

Já escrevemos por diversas ve-zes neste jornal que, entre o evolu-cionismo de Darwin e o criacionismobíblico, não há dúvida de que o Es-piritismo ficaria sempre com o pri-meiro, uma vez que a evolução daalma e dos seres viventes verificou-se lentamente, no correr dos milêni-os, e não como narra o Gênesis. É,no entanto, mais do que evidente

Há uma leitora na cidade de Apu-carana (PR) que lê esta coluna regu-larmente, mas o faz com o propósitosincero de se corrigir e de aprimorarseus conhecimentos a respeito da lín-gua que falamos.

Seria bom que todos agissem as-sim, especialmente os que se valem datribuna – oradores, palestrantes, expo-sitores e dirigentes de reunião –, cujoserros de natureza gramatical costumamàs vezes empanar o brilho de suas ex-planações. A maioria das pessoas, noentanto, não dá ao assunto maior im-portância, como pudemos ver na Se-

Pílulas gramaticaismana Espírita há pouco realizada.

“Palestrista”, em vez de palestran-te. “Posto que”, no lugar de visto que,de porque. “Fluído”, assim mesmo:flu-í-do, em vez de fluido (flui-do).Essas foram algumas das barbarida-des cometidas por pessoas que ocu-param a tribuna do “Nosso Lar” nomês recém-findo, o que comprova cla-ramente o que acima dissemos.

Com respeito à locução “postoque”, vejamos a lição de NapoleãoMendes de Almeida:

‘Posto que – É locução conjunti-va, de sentido concessivo, e não cau-

sal; significa ainda que, bem que,embora, apesar de: “Um simples ca-valeiro, posto que ilustre” – “E, postoque a luta fosse longa e encarniçada,venceram”. ́ (Dicionário de QuestõesVernáculas, p. 242.)

Uma característica dessa locuçãoconjuntiva e de algumas conjunçõesconcessivas é levar o verbo para o sub-juntivo. Veja os exemplos: Emboraestude bastante, dificilmente ele con-seguirá passar. Conquanto lute mui-to, sua vitória é difícil. Posto que ga-nhe na loteria, não será fácil pagar to-das as dívidas.

tre, é que quando chegar esse momentoo Evangelho do reino será pregado emtodo o mundo (Mateus, 24:14).

Comentando essa passagem dosermão profético, Kardec escreveu:

“Quando sucederão tais coisas?Ninguém o sabe, diz Jesus, nem mes-mo o Filho. Mas, quando chegar omomento, os homens serão advertidospor meio de sinais precursores. Essesindícios, porém, não estarão nem noSol, nem nas estrelas; mostrar-se-ão noestado social e nos fenômenos mais deordem moral do que físicos e que, emparte, se podem deduzir das suas alu-sões.” (A Gênese, cap. XVII, item 57.)

Dentre os estudiosos do Espiritis-mo, a maioria admite, como nossaconfreira Suely Caldas Schubert, quea conclusão da transição referida noEvangelho e anunciada pelo Espiritis-mo não se dará antes de um milênio.Foi, aliás, o que Suely disse a LuisClaudio Galhardi em entrevista leva-da ao ar pela TV Tropical no dia 23-9-2006, quando, aludindo a essa trans-formação do planeta Terra, afirmou:“Isso se dará, sim, mas deve demorarpelo menos mil anos”. (Continua nopróximo número.)

O advento do mundo de regeneração(Parte I)

que, conforme propõem os partidá-rios do “Design Inteligente”, exis-tem no mundo estruturas biológicascomplexas demais para terem surgi-do tão-somente nas condições des-critas por Darwin, pela acumulaçãogradual de modificações aleatórias.

Tudo nos leva a crer que houvee há nesse processo a intervenção deinteligências extracorpóreas, fatoque Emmanuel afirma expressamen-te em seu livro “A Caminho da Luz”,psicografado por Chico Xavier em1938, muito antes de terem ganhadonotoriedade as idéias da corrente“Design Inteligente”, que entendeexistir um “designer”, um projetistainteligente, para explicar as maravi-lhas da Criação.

O IMORTALAGOSTO/2007 PÁGINA 5

Clássicos do Espiritismo

A Alma é Imortal (Parte 19)ANGÉLICA REIS

[email protected] Londrina

Damos prosseguimento à pu-blicação do texto condensado daobra A Alma é Imortal, de GabrielDelanne, traduzida por GuillonRibeiro e publicada pela Editorada FEB. As páginas citadas refe-rem-se à 6a edição.

*266. Os trabalhos dos hipnoti-

zadores modernos não demonstram- diz Delanne - que haja no homemduas individualidades que se igno-ram mutuamente. O inconscientenão é mais do que o resíduo do Es-pírito, isto é, vestígios físicos dassensações, dos pensamentos, dasvolições fixadas sob a forma demovimentos no invólucro perispi-rítico e cuja intensidade vibratórianão basta para fazê-los aparecer nocampo da consciência. (Pág. 279)

267. Se, entretanto, pela ação davontade se intensifica o movimentovibratório desses resíduos, o eu tor-na a percebê-los sob a forma de lem-branças. O sonambulismo, ao des-prender a alma e dar ao perispíritoum novo tônus vibratório, cria con-dições diferentes para o registro dospensamentos e das sensações e faci-lita o exercício das faculdades supe-riores do Espírito: telepatia, clarivi-dência, etc., que habitualmente nãose exercem durante o estado de vi-gília. (Págs. 279 e 280)

268. Resumindo a questão daidentidade, conclui Delanne: “umamaterialização que apresenta, comuma pessoa anteriormente morta,semelhança completa de formacorpórea e identidade de inteligên-cia, constitui prova absoluta daimortalidade”. (Pág. 280)

269. A propriedade da lembran-ça, observada nos Espíritos que semanifestam, implica a existência deum órgão compatível com o meioem que vive a alma. Na Terra, mun-do ponderável, o cérebro é a condi-

ção orgânica. No espaço, meio im-ponderável, o perispírito desempe-nha a mesma função. E como ele, operispírito, já existe em nosso mun-do, é ele o conservador da vida in-tegral, que compreende duas fases:de encarnação e de vida supraterre-na. (Pág. 281)

270. Para fazer-se visível e tan-gível, sabemos que a substância daaparição é tomada ao médium e aosassistentes. O Espírito materializa-do haure do médium a energia deque se utiliza. (Pág. 282)

271. Num esboço feito pelo Dr.Hitchman, nota-se que, entre a ca-vidade do peito da forma materia-lizada e a do médium, há um comofeixe luminoso religando os doiscorpos e projetando um clarão so-bre o rosto do médium. Esse fenô-meno foi observado muitas vezesnas materializações. Compararam-no ao cordão umbilical. O Sr.Dassier o equipara, porém, a umarede vascular fluídica, pela qualpassa a matéria física, em particu-lar estado de eterização. (Pág. 282)

A médium d’ Espéranceadoecia depois, se algum dosassistentes houvesse fumadoou ingerido bebida alcoólica

272. O Sr. Aksakof, após exa-minar detidamente o gesso mode-lado da mão de Bertie, concluiu que,sem nenhuma dúvida, a materiali-zação se efetua a expensas do mé-dium e que o fenômeno é devido auma combinação de formas orgâni-cas existentes. (Págs. 282 e 283)

273. Se essa teoria for exata, ouseja, se uma parte da matéria docorpo materializado é tomada domédium, este deve necessariamen-te experimentar diminuição de peso.É precisamente isso o que se dá,como foi muitas vezes comprova-do. Florence Cook, ao ser pesadacerta vez por William Crookes, acu-sou 112 libras de peso. Logo queKatie King se materializou comple-

tamente - informa a Sra FlorenceMarryat no seu livro There is nodeath - o peso da médium ficou re-duzido à metade. (Pág. 283)

274. Delanne relata, na seqüên-cia, outras experiências no mesmosentido, aditando porém que há ca-sos em que uma parte é tomada tam-bém aos que assistem à experiên-cia. Aksakof informa numa de suasobras que a Sra d’ Espérance adoe-cia depois da sessão, se algum dosassistentes houvesse fumado ou in-gerido bebida alcoólica. (Pág. 284)

275. Na mesma obra - Um casode desmaterialização parcial docorpo de um médium - Aksakof res-ponde à pergunta relativa ao queresta do médium, quando o peso daaparição é tão grande quanto o seu.Restará apenas o perispírito, que éinvisível, de sorte que, se alguémpenetrar no gabinete, o encontrarávazio. É pelo menos isso o que te-ria ocorrido com as médiuns Sras

Compton e d’ Espérance. (Pág. 284)276. Nem sempre, porém, é tão

completa a desmaterialização domédium, pois há casos - observaDelanne - em que a aparição e omédium são simultaneamente tangí-veis durante todo o tempo da sessãoe, nessas condições, podem ser fo-tografados, como se deu com KatieKing e Florence Cook. (Pág. 285)

277. Na verdade, como refereTyndall, nada se pode acrescentarnem se subtrair à Natureza. É cons-tante a soma das suas energias etudo o que o homem pode fazer,na pesquisa da verdade, é mudarde lugar as partes constituintes deum todo, que nunca varia, e comuma delas formar outra. “A lei deconservação exclui rigorosamentea criação e a nulificação”, asseve-ra Tyndall. (Pág. 285)

Tudo o que existe - matéria eforça - é rigorosamente eterno;

o que pode mudar é a forma

278. À vista do que nos ensina

Do livro Seara de Luz, de Divaldo P. Franco e Espíritos Diver-sos.

Divaldo responde– Qual a importância da evan-

gelização espírita infanto-juvenilna formação da sociedade do Ter-ceiro Milênio?

Divaldo Franco: De máximarelevância, por ser a infância dehoje o elemento social que cons-tituirá a nova humanidade pro-gramada para o início do Tercei-ro Milênio.

Na alvorada do próximo sé-culo, os jovens da atualidade se-rão chamados a exercer tarefa ea atender os compromissos cujosresultados dependerão da suaformação. Sendo a Doutrina Es-pírita a mais excelente mensa-gem de todos os tempos - por-que restauradora do pensamen-to de Jesus Cristo, de forma

compatível com as conquistas doconhecimento moderno - é ób-vio ser a preparação das mentesinfanto-juvenis, à luz da evan-gelização espírita, a melhor pro-gramação para uma sociedadefeliz e mais cristã.

Considerando-se ainda queEntidades Venerandas retornampara apressar o reino de Deusenquanto outros Espíritos maisinfelizes, retidos em regiões dedor, igualmente são trazidos àexperiência da reencarnaçãoiluminativa, é justo estejamospreocupados em socorrer estesúltimos com a mensagem liber-tadora e em auxiliar aqueloutrosque virão abrir novos caminhospara o bem e a Verdade.

a Ciência atual, vemos que temosde considerar tudo o que existe -matéria e força - como rigorosa-mente eterno. O que pode mudar éa forma. As palavras criação e des-truição perderam o sentido primi-tivo: significam unicamente a pas-sagem de uma forma a outra, por-que não é a matéria que desapare-ce, mas sim a forma que a indivi-dualizava. (Pág. 286)

279. Os seres vivos se decom-põem por ocasião da morte comcerta facilidade, o que não se dá nomundo mineral, em que as combi-nações são mais estáveis. Para se-parar um pedaço de carvão que secombinou com o oxigênio, forman-do o ácido carbônico, é preciso umatemperatura de 1.200 graus. No queconcerne aos corpos simples, tem-se verificado que nenhuma tempe-ratura neste mundo é capaz de osdecompor. Unicamente o calor doSol o consegue com relação a al-guns deles. Torna-se fácil compre-

ender que a matéria primitiva, don-de eles provêm, é absolutamenteirredutível e, como não pode ani-quilar-se, rigorosamente indestrutí-vel. (Págs. 286 e 287)

280. Essa matéria primordialconstitui a base do universo físico,gozando do mesmo estado de pe-renidade o perispírito, que é delaformado. Por outro lado, a alma éuma unidade indivisível. Unida àsubstância perispirítica, que coisanenhuma pode destruir, somente avontade a pode modificar, expur-gando-a dos fluidos grosseiros deque se satura no começo de sua evo-lução. As vidas múltiplas são ocadinho purificador. A cada passa-gem por ele, o Espírito sai do invó-lucro corpóreo mais purificado e,quando tiver vencido as contingên-cias da matéria, achar-se-á libertodas atrações terrenas, desferindo ovôo para outras regiões menos pri-mitivas. (Págs. 287 e 288) (Conti-nua no próximo número.)

O IMORTALPÁGINA 6 AGOSTO/2007

A rejeição dos habitantes de Meca- Apesar de a mensagem monoteísta deMuhammad ter sido aceita por alguns ha-bitantes de Meca, muitos rejeitaram-na.Os conceitos religiosos apresentados porMuhammad, e em particular a idéia de umJulgamento Final, geravam incredulida-de e zombaria junto dos mequenses. Pe-diam-lhe que fizesse um milagre capaz decomprovar as suas alegações ou então acu-savam-no de estar possuído por um djin(um espírito maligno). Além disso, ele tor-nou-se muito impopular com os governan-tes, e seus seguidores foram alvos de ata-ques físicos repetidos, bem como de ata-ques às suas propriedades. De acordo comos relatos, alguns dos habitantes de Mecalançaram ataques vigorosos e brutais con-tra esta nova religião: forçaram pessoas adeitar-se sobre areia ardente, colocaramenormes pedras sobre seus peitos, derra-maram ferro derretido sobre eles. Muitosteriam morrido, mas a fé prevaleceu. Estaperseguição não atingiu inicialmente opróprio Muhammad, pelo simples moti-vo de que a sua família detinha muita in-fluência. No entanto, estas circunstânciastornaram-se intoleráveis e Muhammadaconselhou alguns dos seus seguidores airem para a Abissínia por volta do ano 615.

Os mequenses tentaram aliciarMuhammad a deixar a sua missão reli-giosa oferecendo-lhe poder político. Àmedida que os seguidores de Muham-mad aumentaram, os seus oponentestentaram demovê-lo a deixar ou alterara sua religião. Ofereceram-lhe uma boaparte do comércio e o casamento commulheres de algumas das famílias maisricas, mas ele rejeitou todas estas ofer-tas. Os habitantes de Meca acabaram porexigir que Abu Talib entregasse o seusobrinho Muhammad para execução.

Uma vez que ele recusou, a oposiçãoexerceu pressão comercial contra a tri-bo de Muhammad e seus seguidores.Houve também uma tentativa de assas-sinato. Após a morte do seu tio e deCadija no ano de 619 (ano a que a tradi-ção muçulmana se refere como o “Anoda Tristeza”), o próprio clã de Muham-mad retirou-lhe a proteção. Muhammadmudou-se então para a cidade de At-Ta’if, onde não encontrou apoio por par-te dos seus habitantes. Por esta razão eleregressou à Meca. Então sofreu abusos,foi apedrejado e atirado contra espinhose lixo. Os seus inimigos preparavam-separa tentar novamente assassiná-lo.

Inicia-se em 622 a Hégira - Em622 e como resultado do aumento daperseguição aos muçulmanos, estes co-meçaram a deixar Meca em direção aYathrib, uma cidade a cerca de 350 kma norte de Meca, que mais tarde passa-ria a ser conhecida por Medina. Estamigração é conhecida como a Hégira,palavra por vezes traduzida como“fuga”, embora o seu sentido precisoseja de “emigração”, mas não num sen-tido geográfico, mas de separação emrelação à família e ao clã. O calendárioislâmico tem início no dia em que co-meçou a Hégira, 16 de Julho de 622.

A migração de Meca para Medinanão foi um ato impulsivo, mas o resul-tado de contactos prévios. No Verão de621, doze homens de Medina visitaramMeca durante a peregrinação anual edeclararam-se muçulmanos. Em Junhodo ano seguinte uma delegação de se-tenta e cinco cidadãos de Medina tam-bém se declara muçulmana em Meca ejura proteger Maomé de qualquer ata-que. Os primeiros muçulmanos come-çaram a abandonar Meca em Julho de622; na época a viagem duraria novedias. Os muçulmanos partiram em pe-quenos grupos e como tal não se geroudesconfiança entre os mequenses.

AIGLON FASOLOaiglon@nêmora.com.br

De Londrina

O IMORTAL na internetDesde abril de 2004, o jornal O IMORTAL pode ser lido, na

íntegra, pela internet, no site abaixo:

www.editoraleopoldomachado.com.br/imortal/indice.htmPara escrever à Redação do jornal, o interessado deve utili-

zar o e-mail abaixo indicado:

[email protected]

Muhammad partiu em Setembro,tendo conseguido escapar a um plano quevisava matá-lo. O plano estabelecia queum homem pertencente a cada um dosclãs de Meca enfiaria a sua espada emMuhammad; desta forma, a vingança(conceito enraizado entre as tribos ára-bes) seria difícil de concretizar. O planofracassou uma vez que Muhammad fu-giu durante a noite, tendo deixado a dor-mir na sua cama Ali, vestido com o seumanto verde. Quando o grupo pretendiaexecutar o plano deparou-se com Ali, quenada sofreu. Maomé chegaria a Medinaa 24 de Setembro.

Maomé é considerado profeta -Medina era um oásis que tinha na agri-cultura a sua principal atividade econô-mica. Nesta cidade viviam três tribosjudaicas, talvez aí chegadas depois dadestruição do Segundo Templo pelosRomanos em 70 e duas tribos árabes pa-gãs, os Khazradj e os Aws. Os habitan-tes de Medina esperavam que Muham-mad os unisse e evitasse incidentes taiscomo a guerra civil de 618, na qualmuitas vidas se tinham perdido.

Um documento conhecido como aConstituição de Medina revela como seestabeleceu uma confederação entre osseguidores de Muhammad de Meca eos habitantes de Medina (Umma). Opreâmbulo do documento refere-se aMuhammad como “profeta” e estabele-ce que as disputas devem ser submeti-das à mediação deste, mas não lhe ou-torgou qualquer tipo de autoridade es-pecial. Contudo, nos últimos anos da suavida Muhammad tornou-se soberano dacidade em resultado do prestígio con-cedido pelas campanhas militares.

Muhammad aprovou ataques a ca-ravanas coraixitas que negociavamcom a Síria, o próprio Muhammad par-ticipou de três ataques, que resultaramem fracassos. (Continua no próximonúmero.)

Sobre a evolução das religiões, oucomo Kardec chegou ao Espiritismo

(Parte 18)

O IMORTALAGOSTO/2007 PÁGINA 7

Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE - [email protected]

De Londrina

Era o exemplo a imitar para ven-cer na vida. Uma tempestade vio-lenta foi o único incidente da tra-vessia, mas foi-lhe rude a luta paraadquirir estabilidade econômicade sorte a manter-se e ajudar ospais e irmãos. Estados Unidos,México, América Central e, final-mente, América do Sul, foramseus campos de luta econômica.Em 1892 estabeleceu-se no Rio deJaneiro onde, entre outras coisas,fundou a famosa Casa Edison eajudou a divulgar a máquina de es-crever em todo o Brasil. Estabe-leceu-se, prosperou, conheceuuma jovem de peregrinas virtudese alma de artista, D. Esther deFreitas Reys, filha de família ilus-tre. Em 1897, Frederico Figner eD. Esther de Freitas Reys funda-vam, pelo matrimônio, seu lar fe-liz. Recebia ele o prêmio de suasgrandes lutas de trinta anos, masnão sonhava repouso, que não eraideal de seu caráter vibrante. Des-se feliz enlace nasceram seis fi-lhos: Rachel, Aluízio, Gabriel,desaparecidos do mundo antes dovenerado genitor; Leonilda, Hele-na e Lélia, muito devotadas ao seuvelho pai. Foi no Brasil e quandojá negociante próspero, com seuestabelecimento comercial e in-dustrial no Rio de Janeiro e umasucursal em São Paulo, que Fignerfoi chamado a conhecer a verda-de. Nos últimos anos do séculopassado ou nos primeiros desteséculo, Figner travou relações deamizade com Pedro Sayão, filhodo saudoso doutrinador AntônioLuís Sayão, pai da célebre canto-ra Bidu Sayão. Pedro Sayão, du-rante cerca de dois anos, lhe fre-qüentava a loja e palestrava sobre

Frederico Figner

Frederico Figner nasceu namadrugada de 2 de dezembro de1866, na casa humilde de n.º 37da rua Teynska, em Milevsko,perto de Tabor, Tchecoslová-quia, então Boêmia e parte doImpério austro-húngaro. De ori-gem judaica nascido naRepublica hoje chamada Eslo-váquia, viveu no lar paterno ospreconceitos de sua raça contrao carpinteiro de Nazaré. Na ver-dade, porém, Figner, como mui-tos outros judeus, não tinha re-ligião alguma, deixou sua casaaos 13 anos de idade em buscade seus ideais. Era, portanto,compatriota de outro missioná-rio que como ele vinha cumprirsua tarefa no Brasil, durantelonga existência como brasilei-ro, entre os melhores, Francis-co Valdomiro Lorenz, nascidoem Zbislav, perto de Tcháslav,e chegado ao Brasil dois anosdepois de Figner. Ambos vi-nham da Pátria dos grandesmártires do Cristianismo JoãoHuss e Jerônimo de Praga, di-vulgar aqui os ideais superioresque conduziram os dois heróisaos tormentos da Inquisição.Figner e Lorenz gravitaram paraa Federação Espírita Brasileira,que era muito jovem quandoeles chegaram ao Brasil.

Levava como modelo deconduta a tenacidade dos pais.

Espiritismo e Cristianismo, semque Figner se impressionassemuito pelo assunto; porém, numade suas visitas ao seu estabeleci-mento de São Paulo, Figner ou-viu a dolorosa história de um seuempregado, cuja esposa se acha-va gravemente enferma e neces-sitada de melindrosa intervençãocirúrgica. Ao regressar ao Rio,Figner pediu a Pedro Sayão lheobtivesse receita para cura da en-ferma de São Paulo. Veio a recei-ta e a cura da doente, sem inter-venção alguma dos médicos. Foiesse fato que inclinou Figner afavor do Espiritismo. Já impres-sionado com a cura da doentemediante uma receita mediúnica,Figner foi procurado em sua lojapor um pobre, pai de família de-sempregado, em penosa situaçãoeconômica. Ouviu-lhe o relato desuas aflições, deu-lhe um poucode dinheiro e disse-lhe que vol-tasse oito dias mais tarde. Ao sairo necessitado, pela primeira vezna vida Figner fez um pedido aoCarpinteiro de Nazaré : “Se écomo dizem os cristãos que Tutens poder, ajuda a esse pobre paide família; arranja-Lhe trabalho emeios de vida!” Oito dias maistarde, voltava o homem com osorriso dos felizes e lhe narrava:“Já estou trabalhando e brevemen-te virei restituir seu dinheiro, Sr.Figner. Fui procurado por umapessoa que me convidou para umemprego inteiramente inespera-do”. Figner se entusiasmou e re-petiu semelhantes pedidos, comresultados sempre positivos. Emvez de pedir a Jesus, passou a pe-dir a Maria e igualmente os resul-tados não se faziam esperar. En-

cheu-se de fé que transporta mon-tanhas e estudou com entusiasmoo Espiritismo e o Cristianismo.Passou a consagrar sua vida aoserviço dos outros.

Não se sabe ao certo quando sedeu essa conversão, mas em 1903já se encontram vestígios das ati-vidades espíritas de Figner na Fe-deração Espírita Brasileira.

Por ocasião da gripe “espanho-la”, em 1918, com 14 doentes emseu próprio lar e ele mesmo ado-entado e febril, passava os dias in-teiros na Federação, atendendo adoentes e necessitados que lá iam,em avalanches, buscar recursospara situações aflitivas.

Sua vida normal durante longosanos consistia em ir de manhã e atarde à Federação tomar ditados dereceitas de diversos médiuns, che-gando a tomar 150 a 200 receitaspor dia e a dar passes em numero-sos doentes. Levantava-se às cincohoras da manhã e, antes de ir à loja,ia à Federação, de onde só saíaquando terminava esse serviço detomar ditados de receitas. Às qua-tro horas da tarde lá estava de novopara orar e dar passes em doentes.E curava mesmo os enfermos, poisque seus “fregueses”, como ele lheschamava na intimidade, cresciamsempre em número.

Como propagandista da Dou-trina, manteve sempre uma seçãono “Correio da Manhã” que era lidano País todo. Em 1921 polemicoucom o Padre Florêncio Dubois pela“Folha do Norte”, do Pará. Promo-veu a publicação de muitos livros,custeando as edições.

Com uma disciplina digna delouvores dividia seu tempo entre aatividade profissional e os afaze-

res espíritas, chegando a presidirdiversos grupos na sede da FEBe em seu lar. Promoveu a publi-cação de muitos livros, semprecusteando as edições. Viajando aoexterior buscou contato com omédium Willy Hope e encontrou-se na Inglaterra com Sir ArthurConan Doyle.

Em 1920 perdeu a filhaprimogênita, e sua esposa ficouinconsolável. Ouvindo falar damédium de materialização D.Ana Prado, de Belém do Pará,decidiu-se a partir para o Norte.No dia 1º de abril de 1921, em-barcou com toda a família. O quesucedeu naquelas sessões acha-se relatado no livro do Dr. No-gueira de Faria, intitulado OTrabalho dos Mortos, pela se-nhora D. Esther Figner, esposade Frederico Figner, a qual, ape-nas regressando das sessões e as-sistida por sua filha Leontina, es-crevia relato minucioso de tudoque ocorrera.

O serviço de Figner nas obrasde assistência e no trabalho pro-fissional afastava-o muito do lar,mas isso não prejudicava o culti-vo de um afeto extremo entre paie filhos. Amavam-se com ardore respeitavam reciprocamente asidéias e crenças particulares decada um.

Trabalhou e serviu abnegada-mente até que a enfermidade oprendeu ao leito, poucos dias an-tes da partida. Completou oiten-ta anos em 2 de dezembro de1946, e em 19 de janeiro de 1947,às 20 horas, partiu para o mundoespiritual, deixando abertos cami-nhos de luz sobre a Terra que pi-sara por tanto tempo.

Frederico Figner, que assinou comoIrmão Jacob o livro “Voltei”

ASTOLFO O. DEOLIVEIRA FILHO

[email protected] Londrina

As missões dos Espíritos e as leis morais

Veremos hoje a penúltimaparte desta seleção de textos ex-traídos da obra que completoucento e cinqüenta anos de exis-tência: “O Livro dos Espíritos”,de Allan Kardec. No próximonúmero publicaremos o últimoartigo desta série, focalizando osensinamentos da Doutrina Espí-rita acerca das penas e das re-compensas futuras.

Ocupações e missõesdos Espíritos

1 - Os Espíritos desencar-nados têm outra coisa a fazer,além do seu melhoramentopessoal?

Resposta: Eles concorrem

para a harmonia do universo, exe-cutando a vontade de Deus, daqual são ministros. A vida espíri-ta é uma ocupação contínua, masque nada tem de penosa como ada Terra, pois não existem nem afadiga corpórea, nem as angústi-as da necessidade. Todos eles têmdeveres a cumprir, assim comodevem percorrer os diferentesdegraus da escada, para se aper-feiçoarem. Deus, que é justo, nãopoderia ter dado a uns a ciênciasem o trabalho, enquanto outrosnão a adquirem senão de manei-ra penosa.

2 – Entre os Espíritos exis-tem aqueles que são ociosos, ouque não se ocupem de algumacoisa útil?

Resposta: Sim, mas esse es-tado é temporário e subordinadoao desenvolvimento de sua inte-ligência. Certamente que os há,ociosos como os homens, que vi-

vem apenas para si mesmos;mas essa ociosidade lhes pesa,e cedo ou tarde o desejo deprogredir lhes faz experimen-tar a necessidade de atividade.E são então felizes de pode-rem tornar-se úteis. Falamosde Espíritos que atingiram oponto necessário para teremconsciência de si mesmos e deseu livre-arbítrio, porque, emsua origem, eles são como cri-anças recém-nascidas, queagem mais por instinto do quepor uma vontade determinada.

3 – Quais as missões queos Espíritos podem desem-penhar na erraticidade, ouseja, nos intervalos de umaencarnação e outra?

Resposta: Essas missõessão tão variadas, que seria im-

possível descrevê-las, e existemainda as que não podereis com-preender. O certo é que o próprioEspírito é que as pede e se alegrade as obter. As missões dos Espí-ritos têm sempre o bem por obje-to. Ora são incumbidos, segundosua evolução, de ajudar o progres-so da humanidade, ou dos povos,ou dos indivíduos, num círculo deidéias mais ou menos largo, maisou menos especial, de preparar asvias para certos acontecimentos,de velar para realização de certascoisas. Alguns têm missões maisrestritas, de certa maneira pesso-ais ou inteiramente locais, comoa de assistir os doentes, os agoni-zantes, os aflitos, de velar pelosque estão sob a sua proteção, dedirigi-los pelos seus conselhos oupelos bons pensamentos que su-gerem. Podemos dizer que há tan-tas missões quantas são as espé-cies de interesses a resguardar,seja no mundo físico, seja no mun-do moral. A eterna ociosidade se-ria um eterno suplício, razão porque os Espíritos da ordem maiselevada, como Jesus, são autênti-cos emissários de Deus, sendo suamissão receber as ordens direta-mente do Criador, transmiti-laspor todo o universo e velar por suaexecução.

4 – Em que consiste a mis-são dos Espíritos encarnados?

Resposta: Instruir os homens,ajudá-los a avançar, melhorar assuas instituições, por meios dire-tos e materiais. Mas as missõessão mais ou menos gerais e im-portantes. Aquele que cultiva aterra cumpre uma missão, comoaquele que governa ou aquele queinstrui. Tudo se encadeia na na-tureza; ao mesmo tempo que o

Espírito se depura pela encarna-ção, também concorre, por essaforma, para o cumprimento dosdesígnios da Providência. Cadaum tem a sua missão neste mun-do, porque cada um pode ser útilem algum sentido. É evidente quehá na Terra pessoas que não vi-vem senão para si mesmas e quenão se tornaram úteis para nada.São pobres seres que devemos la-mentar, porque expiarão cruel-mente sua inutilidade voluntária,e seu castigo começa freqüente-mente, desde este mundo, pelotédio e o desgosto da vida.

5 – O Espírito pode falir nasua missão, por sua culpa?

Resposta: Sim, se não for umEspírito superior. Se isso ocorrer,terá de reiniciar a sua tarefa; estánisso a sua punição. Depois, so-frerá as conseqüências do mal deque tenha sido a causa. Aconte-ce, normalmente, que o Espíritoque se encarna para cumprir umamissão não tem as mesmas apre-ensões daquele que o faz comoprova, pois que possui mais ex-periência.

6 – Pode-se considerar a pa-ternidade como uma missão?

Resposta: É, sem contradita,uma missão e, ao mesmo tempo,um dever muito grande e queimplica, mais do que o homempensa, na sua responsabilidadepara o futuro. Deus põe a criançasob a tutela dos pais para que es-tes a dirijam no caminho do bem,e lhes facilitou a tarefa, dando àcriança uma organização débil edelicada, que a torna acessível atodas as impressões. Mas, há osque mais se ocupam de endirei-tar as árvores do seu pomar, e defazê-las carregar de bons frutos,

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do que em endireitar o caráter deseu filho. Se este, então, sucum-bir por sua culpa, terão os paisde sofrer a pena, recaindo sobreeles na vida futura os sofrimen-tos da criança, porque não fize-ram o que lhes competia para oseu adiantamento nas vias dobem.

7 – Quando um homem fazuma coisa útil, é sempre em vir-tude de uma missão anterior epredestinada, ou pode receberuma missão não prevista?

Resposta: Tudo o que o ho-mem faz não é resultado de umamissão predestinada; ele é, fre-qüentemente, o instrumento deque um Espírito desencarnado seserve para fazer executar algumacoisa que considera útil. Porexemplo, um Espírito julga queseria bom escrever um livro, queele mesmo escreveria se estives-se encarnado; então, procura oescritor mais apto a compreendero seu pensamento e a executá-lo:

dá-lhe assim as idéias eo dirige na execução.Deste modo, esse ho-mem não veio à Terracom a missão de fazeressa obra. Acontece omesmo com alguns tra-balhadores de arte e comas descobertas. Deve di-zer-se ainda que, duran-te o sono do corpo, o Es-pírito encarnado comu-nica-se diretamente como Espírito errante, tro-cando idéias e se enten-dendo sobre a execução.

As leis morais

1 – O que devemosentender por lei natural?

Resposta: A lei natural é a leide Deus; é a única verdadeirapara a felicidade do homem. Elalhe indica o que ele deve fazerou não fazer, e ele se torna infe-liz se dela se afasta. A lei de Deusé eterna e imutável, como o pró-prio Deus.

2 – O que as leis divinasabrangem?

Resposta: Todas as leis da na-tureza são leis divinas, pois Deusé o autor de todas as coisas. Háainda as que concernem especi-almente ao homem em si mesmoe às suas relações com Deus ecom os seus semelhantes. Com-preendem as regras da vida docorpo, tanto quanto as da vida daalma: essas são as Leis Morais.

3 – É dado ao homem apro-fundar umas e outras das leisdivinas?

Resposta: Sim, mas uma sóexistência não lhe é suficientepara isso.

4 – Onde está escrita a lei deDeus?

Resposta: Na consciência. Ohomem, no entanto, pela influên-cia da matéria, a tinha esquecidoe desprezado. Deus, porém, quisque ela lhe fosse lembrada. Des-se modo, em todos os temposhouve homens que receberam amissão de revelar a lei de Deus.Foram Espíritos encarnados como fim de fazer progredir a huma-nidade. De todos essesreveladores, o tipo mais perfei-to que Deus ofereceu aos ho-mens, para lhes servir de guiae de modelo, foi Jesus.

5 – Como podemos distin-guir o bem do mal?

Resposta: O bem é tudo o queestá de acordo com a lei de Deus,e o mal, tudo o que dela se afas-ta. Assim, fazer o bem é se con-formar à lei de Deus; fazer o malé infringir essa lei.

6 – Mas o homem não pode-ria enganar-se na apreciação dobem e do mal, e crer que faz obem quando na realidade estáfazendo o mal?

Resposta: O homem temmeios de distinguir por si mes-mo o bem do mal, quando ele crêem Deus e quando o quer saber,pois Deus lhe deu a inteligênciapara discernir um e outro. Emtodo caso, deveis lembrar o ensi-no de Jesus: vede o que quere-ríeis que vos fizessem ou não.Assim nunca vos enganareis.

7 – O selvagem que cede aoseu instinto, ao se nutrir de car-ne humana, é culpado perantea lei?

Resposta: Lembrai que o maldepende da vontade. Pois bem: ohomem é tanto ou mais culpado,

na medida em que melhor sabe oque faz.

8 – O desejo de fazer o malé tão repreensível quanto fazê-lo?

Resposta: Conforme: há vir-tude em resistir voluntariamenteao mal que se sente desejo de pra-ticar, sobretudo quando se tem apossibilidade de satisfazer essedesejo; mas, se o que faltou foiapenas a ocasião, o homem é cul-pável.

9 – Será suficiente não se fa-zer o mal, para ser agradável aDeus e assegurar uma situaçãofutura?

Resposta: Não. É preciso fa-zer o bem, no limite de suas for-ças, pois cada um receberá portodo o mal que tiver ocorrido porcausa do bem que deixou de fa-zer.

10 – Quando o homem estámergulhado, de qualquer ma-neira, na atmosfera do vício, omal não se torna para ele umarrastamento quase irresistí-vel?

Resposta: Arrastamento, sim;irresistível, não, porque nomeio dessa atmosfera devícios encontra, às vezes,grandes virtudes. São Es-píritos que tiveram a forçade resistir, e que tiveram,ao mesmo tempo, a missãode exercer uma boa influ-ência sobre os seus seme-lhantes. Vós deveis lem-brar que esse meio em quemuitos homens se encon-tram se deve a uma esco-lha que o Espírito fez an-tes de encarnar-se; ele quisse expor à tentação, parater o mérito da resistência.

11 – Toda a lei de Deus estáenfeixada na máxima do amordo próximo, ensinada por Je-sus?

Resposta: Certamente essamáxima enfeixa todos os deve-res dos homens entre si; mas énecessário mostrar-lhes a aplica-ção, pois do contrário a negligen-ciarão, como já o fazem hoje.Aliás, a lei natural compreendetodas as circunstâncias da vida,e essa máxima não se refere maisdo que ao seu supérfluo. Jesus jáo disse, a propósito do óbolo, queos preceitos gerais e muito vagosdeixam muitas portas abertas àinterpretação.

12 – Podemos dividir, parafins de estudo, a lei natural emdez partes, compreendendo asleis sobre a adoração, o traba-lho, a reprodução, a conserva-ção, a destruição, a sociedade,o progresso, a igualdade, a li-berdade, e por fim a lei de jus-tiça, do amor e da caridade?

Resposta: Essa divisão da leide Deus em dez partes é a deMoisés, e pode abranger todas as

circunstâncias da vida, o que éessencial. Podeis, portanto, se-gui-la, sem que ela tenha porisso nada de absoluto, como nãoo têm os demais sistemas declassificação que dependem doponto de vista sob o qual se con-sidera uma coisa. A última lei éa mais importante; é por ela queo homem pode avançar mais navida espiritual, porque ela (a leida justiça, do amor e da carida-de) resume todas as outras.

13 – Em que consiste a ado-ração?

Resposta: É a elevação dopensamento a Deus. Pela ora-ção, o homem aproxima Delea sua alma. Ela resulta de umsentimento inato, por isso aencontramos em todos os po-vos, embora sob formas dife-rentes. A consciência de suafraqueza leva o homem a securvar diante daquele que opode proteger. Jamais houvepovos ateus. Todos compreen-dem que há, acima deles, umSer supremo. (Continua napág. 10 deste número.)

O aniversário de 150 anos de Espiritismo é comemorado no mundo todo

Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo

Fac-símile de uma das ediçõesd´O Livro dos Espíritos

O IMORTALPÁGINA 10 AGOSTO/2007

Nadyr Dionysiode Souza Dutra

Desencarnou no dia 21 de julho,em Londrina (PR), nossa estimadaconfreira Nadyr Dionysio de SouzaDutra (foto), 74 anos, cujo corpo foisepultado no domingo, 22 de julho,no Cemitério São Paulo da mesma ci-dade, na presença de familiares, ami-gos e companheiros de trabalho quecompareceram ao seu velório emgrande número.

Nadyr nasceu no dia 6 de abril de1933 em Bauru (SP), sendo filha deGraciliano de Souza e Ângela Alvornode Souza e irmã de Lico, Jandira (fa-lecida), Aracy (falecida), Olavo (fale-cido), Marilia, Edith, Clarice, Sylvioe Áureo. Casou-se com Ivan Dutra nodia 27 de janeiro de 1957 e com eleteve cinco filhos: Silvia, Ângela (fa-lecida), Ivan, André Luiz e Renato,treze netos e duas bisnetas. No campoprofissional, trabalhou sempre comoprofessora, lecionando em SantoAnastácio (SP) no Sesi, época em queela e Ivan se engajaram no movimen-to espírita e nos trabalhos filantrópi-cos realizados na cidade.

Mudou-se, anos mais tarde, paraTupã (SP), onde deu continuidade àssuas tarefas, voltadas sempre para o

auxílio ao próximo. Ali já ministravaaulas de evangelização e palestras noCentro Espírita da cidade. Anos de-pois, mudou-se para Rolândia (PR) edepois para Praia Grande (SP), dan-do prosseguimento às suas tarefas deevangelização e assistência aos maiscarentes.

Depois de tantas mudanças, o ca-sal radicou-se em definitivo na cida-de de Londrina (PR), onde fincouraízes e se dedicou à atividade espí-rita, direcionando sua atenção, nos úl-timos quinze anos, para o trabalho de-senvolvido no Centro Espírita NossoLar e no Núcleo Espírita Irmã Schei-lla, sucessor do Dispensário IrmãScheilla, ex-departamento da SEPS –Sociedade Espírita de Promoção So-cial. No “Nosso Lar” ela era dirigen-te de um dos grupos mediúnicos daCasa e participava, como médiumpassista, de dois grupos públicos, sen-do também solicitada com freqüên-cia para palestras. Entusiasta do tra-balho de evangelização das crianças,dedicou praticamente a vida toda aessa tarefa, ministrando cursos e ori-entando muitas pessoas que se inici-aram por suas mãos nesse trabalho.

Sua desencarnação ocorreu apósbreve internação no Hospital Evan-

gélico de Londrina, onde pôde con-tar com o carinho dos filhos, dos ne-tos, das noras e do seu genro, os quaisnão mediram esforços para estaremao seu lado nesses momentos difíceisque antecederam seu passamento.

À companheira Nadyr, a direçãodeste jornal envia sua saudação e seusvotos de pronto restabelecimento paraque possa, o mais breve possível, re-tomar as atividades que a aguardamno Plano Espiritual, ao lado do espo-so e nosso querido irmão Ivan Dutra.

Aos familiares, a solidariedade de

todos nós que compomos a família dojornal O Imortal.

Romeu de AndradeDesencarnou por morte natural no

dia 24 de julho, em Vargem Grandedo Sul (SP), aos 87 anos, o confradeRomeu de Andrade.

Romeu de Andrade residiu pormuitos anos no Norte do Paraná, ul-timamente nas cidades de Arapongase Londrina, onde teve atuação mar-cante no movimento espírita local e,especialmente, como um dos colabo-radores do jornal O Imortal, da ci-dade de Cambé, no qual coordenoupor anos a fio o departamento comer-cial. Com a evolução da idade e ten-do dificuldade de dirigir o próprio au-tomóvel, Romeu decidiu, anos atrás,retornar a Vargem Grande do Sul, deonde era originário, juntamente coma esposa Odete, grande trabalhadorada seara espírita.

Entusiasta da divulgação espírita,Romeu não limitava sua atuação a essaárea, porque participou também ativa-mente como médium passista no Cen-tro Espírita Nosso Lar e das ativida-des assistenciais, tanto em Arapongascomo em Londrina, sendo um dos pri-meiros trabalhadores da instituição que

mais tarde se chamaria Comunhão Es-pírita Cristã de Londrina, que come-morou em abril último 20 anos, bemcomo de Belém – A Casa do Pão, ins-tituição fundada por José AntônioVieira de Paula e um grupo de ami-gos, da qual foi ativo participante.

Quando retornou à cidade de ori-gem, Romeu deixou aqui um vazioque até hoje, no tocante às suas fun-ções no jornal O Imortal, não pôdeser completamente preenchido.

As equipes de O Consolador edo jornal O Imortal não têm pala-vras para expressar aqui o sentimen-to de gratidão por tudo o que Romeude Andrade fez pela divulgação doEspiritismo e pela dedicação e serie-dade com que realizava as tarefas queassumia.

Cientes, porém, de que a vidacontinua e que Romeu prosseguirá,incansável, o trabalho que tantoamou, enviamos até ele a nossa sau-dação fraterna e os sinceros votos deque o amigo receba em sua nova mo-radia a justa recompensa pela obrarealizada em favor dos semelhantes.

Aos seus familiares, o nosso apre-ço e o carinho de todos nós que com-pomos esta família de que ele fez esempre fará parte.

As missões dos Espíritos e as leis morais(Conclusão do artigo publicado nas págs. 8 e 9 deste número.)

14 – Os cultos exteriores são vá-lidos?

Resposta: A verdadeira adoraçãoé a do coração, mas a adoração exteri-or será útil se não for um vão simula-cro. Deus prefere os que o adoram dofundo do coração, com sinceridade,fazendo o bem e evitando o mal, doque aqueles que pensam honrá-lo atra-vés de cerimônias que não os tornammelhores para seus semelhantes.

15 – A prece é um ato de adoração?Resposta: Evidente. Fazer preces

a Deus é pensar nele, aproximar-sedele, pôr-se em comunicação com Ele.Pela prece, três coisas podemos fazer:louvar, pedir e agradecer. Além disso,a prece torna o homem melhor, por-

permanente de dois seres, é contrá-rio à lei da natureza?

Resposta: É um progresso na mar-cha da humanidade. A abolição do ca-samento seria o retorno do homem à vidados animais. Mas o casamento deve fun-dar-se na afeição dos seres que se unem;por isso a poligamia é uma lei humanacuja abolição marca um progresso soci-al, porque não há nela verdadeira afei-ção: há apenas sensualidade.

23 – Que diz o Espiritismo so-bre o celibato e a indissolubilidadedo casamento?

Resposta: O celibato voluntário,quando realizado por egoísmo, desa-grada a Deus. Quando é um sacrifíciopessoal, feito para o bem, é meritório.A indissolubilidade absoluta do casa-mento, que é lei em diversos povos, émuito contrária à lei natural, por serlei humana. (Leia no próximo núme-ro: “As penas e as recompensas futu-ras segundo o Espiritismo”.)

ASTOLFO O. DEOLIVEIRA FILHO

[email protected] Londrina

Passamentos

17 – Qual é o limite do trabalho?Resposta: O limite das forças; não

obstante, Deus dá liberdade ao homem.Ao chegar à velhice, o homem tem di-reito ao repouso, pois não está obrigadoa nada, senão na proporção de suas for-ças. Aí, então, o forte deve amparar ofraco; na falta da família, a sociedadedeve ampará-lo: é a lei da caridade.

18 – A reprodução dos seres vivosé uma lei natural?

Resposta: Isso é evidente; sem a re-produção o mundo corpóreo pereceria.

19 – Se a população seguir sem-pre a progressão constante que vemos,chegará um momento em que ela setornará excessiva na Terra?

Resposta: Não. Deus a isso provê,e mantém sempre o equilíbrio. Ele nadafaz de inútil. O homem, que vê senãoum ângulo do quadro da natureza, nãopode julgar da harmonia do conjunto.

20 – Os homens de hoje são umanova criação, ou os descendentes aper-

que aquele que faz preces com fervor econfiança se torna mais forte contra astentações do mal, e Deus lhe envia bonsEspíritos para o assistir. É um socorrojamais recusado, quando o pedimos comsinceridade. Pode-se também orar util-mente pelos outros, porque a prece atraiàquele que ora os bons Espíritos, que seassociam ao bem que ele deseja fazer.

16 – A necessidade do trabalho éuma lei da natureza?

Resposta: O trabalho é uma lei danatureza, e por isso mesmo é uma neces-sidade. A civilização obriga o homem atrabalhar mais, porque aumenta as suas ne-cessidades e os seus prazeres. O trabalhoé uma conseqüência da natureza corpóreado homem. É uma expiação e ao mesmotempo um meio de aperfeiçoar a sua inte-ligência. Sem o trabalho, o homem per-maneceria na infância intelectual; eis porque ele não deve a sua alimentação, a suasegurança e o seu bem-estar senão ao seutrabalho e à sua atividade.

feiçoados dos seres primitivos?Resposta: São os mesmos Espíritos

que voltaram, para se aperfeiçoarem emnovos corpos, mas que ainda estão longeda perfeição. Assim, a raça humana atualque, por seu crescimento, tende a invadirtoda a Terra e substituir as raças que seextinguem, terá também o seu período dedecrescimento e extinção. Outras raçasmais perfeitas a substituirão, descenden-do da raça atual, como os homens civili-zados de hoje descendem dos seres brutose selvagens dos tempos primitivos.

21 – As leis e os costumes queobjetivam ou têm por efeito criar obs-táculos à reprodução são contrários àlei natural?

Resposta: Tudo que entrava a mar-cha da natureza é contrário à lei geral.Se isso visa à satisfação da sensualida-de, prova a predominância do corpo so-bre a alma e quanto o homem está imersona matéria.

22 – O casamento, ou seja, a união

Nadyr Dutra, que desencarnouno mês passado em Londrina

O IMORTALAGOSTO/2007 PÁGINA 11

Palestras, seminários e outros eventosfundo do vale, no Jardim Itália, sua dire-toria avisa que acabaram de iniciar umtrabalho público, com palestras e passes,todas as terças-feiras, às 20h15.– No Centro Espírita Allan Kardec, situa-do na Rua Pará, 292, realizam-se em agos-to, nas quartas-feiras, a partir das 20h30,as seguintes palestras: dia 01, Paulo Hen-rique Henrique Marques Moraes (Londri-na); dia 8, Hugo Gonçalves; dia 15,Leondeniz Borges (Franca, SP); dia 22,Cilene Dias Soares da Silva (Londrina);dia 29, Rosana Voigt Silveira (Londrina).

Londrina – O Centro Espírita Nosso Larrealizou, no dia 1º de julho, a solenidadede posse de sua nova Diretoria Executi-va e dos membros do Conselho Delibe-rativo. A Diretoria Executiva tem comopresidente Juvenal de Abreu Silva e comovice-presidente Astolfo Olegário de Oli-veira Filho; como diretores de Departa-mento, Antônio Almendro, Reinaldo ArceMunhoz, Luiz Cláudio Assis Pereira eAntônio Carlos Coutinho. Leda Negrinide Almeida, conselheira mais votada nasúltimas eleições, assumiu a presidênciado Conselho Deliberativo.– O Conselho Regional Espírita da 5ªUnião Regional Espírita reuniu-se no úl-timo dia 29, nas dependências do Centrode Estudos Espirituais Vinha de Luz. Em-bora o Conselho seja composto pelos pre-sidentes das entidades filiadas à Federa-ção Espírita do Paraná, abrangidas pela5ª URE, o convite foi estendido aos de-mais dirigentes das entidades adesas àFEP. O Conselho concluiu, finda a reu-nião, que a união tão propalada entre osespíritas ainda se detém no papel, fazen-do-se urgente seja levada à prática.– O Círculo de Leitura “Anita Borela deOliveira” promove mais duas reuniõesem agosto: no dia 5, na residência deIvanira e Hélio, quando será concluídoo estudo do livro “Entre Os Dois Mun-dos”, de Manoel P. de Miranda, psico-grafia de Divaldo P. Franco; e no dia 19,na casa de Jonatas Beranger, quando seráestudado mais um módulo referente aoLivro dos Médiuns, de Allan Kardec.

Maringá – A 7ª União Regional Espíritaconvida para a III Jornada Espírita, a rea-lizar-se nos dia 4 a 12 de agosto, no audi-tório da Associação Espírita de Maringá –AMEM (Av. Paissandu, 1156, Vila Ope-rária). A palestra de abertura será proferi-da por Cosme Massi, às 20 horas. A entra-da é franca. Mais informações pelos tele-fones (44) 3028-3464 ou (44) 3028-9563.

Cornélio Procópio – A 5ª União Regio-nal Espírita promove no dia 5 de agosto o

encontros e outras iniciativas semelhan-tes, foi a mais apontada. Também ficouevidente a urgência de unir educadores,dirigentes e pais para o crescimento qua-litativo da atividade. “Sem a valoriza-ção da atividade pelos dirigentes e, aci-ma de tudo, sem a participação dos pais,torna-se quase impossível desenvolverum trabalho a contento”, afirma MarthaRios Guimarães, diretora do departa-mento e responsável pela pesquisa.

Guarulhos (SP)– Realizou-se de 6a 9 de julho, nesta cidade, o 13º Con-gresso Estadual de Espiritismo “Es-piritismo 150 anos – Unir para di-fundir”, promoção da USE. Partici-param, entre outros, os oradores Di-valdo Franco, Suely Caldas Schuberte José Raul Teixeira. Mais informa-ções acerca do evento através do sitewww.encontroculturalespirita.com.br

Astolfo Dutra (MG) – A Fundação Es-pírita Abel Gomes, com o apoio da Ali-ança Municipal Espírita, promoveu de7 a 14 de julho a 56ª Semana Espírita deAstolfo Dutra. O tema central foi “OLivro dos Espíritos” e os estudos serãodesenvolvidos em diferentes instituiçõeslocais. Ricardo Baesso de Oliveira, RitaCôre, Alcione Andries Lopes, RogérioCoelho e Astolfo Olegário de OliveiraFilho foram alguns dos palestrantes.

Cambé – No dia 11 de julho, Hugo Gon-çalves, em cerimônia realizada no Cen-tro Espírita Allan Kardec, foi homenage-ado pela Associação dos 33 da Maçona-ria Paranaense (fotos), representada no atopor Laurenil Gasta e João Silva Lopes,pelos relevantes serviços prestados peloestimado confrade à ordem maçônica e àcomunidade em geral, tanto na direçãodo Lar Infantil Marília Barbosa, de Cam-bé, como nas atividades realizadas ao lon-go de sua fértil existência, que está che-gando aos 94 anos de idade.

– Em abril de 1994, um grupo come-çou a se reunir, oferecendo a mensa-gem espírita e sopa para os mais caren-tes, em uma casa alugada. Sempre es-tudando a Doutrina dos Espíritos, de-nominavam o trabalho que ali se inici-ava de “Grupo Espírita da Prece”, como anseio de um dia fundarem uma Casaprópria. Com muito esforço e perseve-rança, realizando campanhas constan-tes, não só deram início à construçãode seus sonhos, como também deramfrutos, iniciando a criação da futuraCasa Abrigo dos Idosos Casa da Prece.Instalados na Rua Vitório Gorla, s/n(foto), no final da rua que sai da frenteda Rodoviária da cidade, em frente ao

seminário “A que veio o Espiritismo”. Oseminário, que vem sendo realizado pelas17 UREs de todo o Estado, é dirigido aostrabalhadores e freqüentadores das CasasEspíritas da região e será realizado nas de-pendências do Centro Espírita Redenção(Av. Paraná, 288, Centro), das 9 às 11h30.

Arapongas – No dia 14 deste mês, 3ªfeira, Leondeniz Borges, de Franca (SP),profere palestra no Centro Espírita Fé ,Luz e Caridade.– O Departamento de Infância e Juventudeda 5ª União Regional Espírita, sediada emLondrina, juntamente com a 6ª União Regi-onal Espírita, sediada em Apucarana, reali-zou no dia 22 de julho, em Arapongas, a 2ªPrévia de Jovens. O tema do evento foi “Averdade da evolução: objetivo da encarna-ção dos Espíritos (Q. 132, LE), pluralidadedas existências e a Lei do Progresso”.

Rolândia – Leondeniz Borges, de Fran-ca (SP), fala no dia 16 deste, 5ª feira, noCentro Espírita Maria de Nazaré. Jacarezinho – Aos sábados, às 20 h, noCentro Espírita “João Batista”, realiza-se em agosto a XXVIII Jornada Espíritada cidade, com a participação dos se-guintes palestrantes: dia 4, José Antô-nio V. de Paula – Tema: Espiritismo: OConsolador Prometido; dia 11, CéliaXavier Camargo – Tema: Só o amor li-

berta; dia 18, José Lázaro Boberg –Tema: Código Penal dos Espíritos; dia25, Mércia Miranda Vasconcellos –Tema: A perfeição Nossa de Cada dia.

São Paulo (SP) – Estudo com 115 mé-diuns kardecistas de São Paulo indica quea maioria possui alto nível socioeducaci-onal, perfil que se enquadra no último cen-so do IBGE. Segundo a pesquisa, eles nãoapresentam problemas mentais. Na litera-tura científica, muitas vezes os médiunssão descritos como pessoas de baixa es-colaridade e renda. Sua mediunidade deveser entendida como um “mecanismo dedefesa contra as opressões sociais”, oucomo manifestação de algum quadro dis-sociativo ou psicótico, mas o estudo di-vulgado pela USP desmente essa imagem– O Departamento de Infância da USEEstadual São Paulo realizou, entre outu-bro de 2006 e janeiro de 2007, pesquisajunto aos Centros Espíritas que compõemo quadro de filiados da instituição, bus-cando dados que auxiliem no aprimora-mento das tarefas executadas pelo depar-tamento. Entre outros itens, a pesquisamostrou o predomínio do sexo femininonesta atividade, a falta de trabalhadores ea insegurança sentida pelos tarefeiros que,muitas vezes, são colocados na função sempreparo adequado. Entre as necessidadesapontadas pelos educadores espíritas de in-fância, a participação em cursos, oficinas,

Sede da nova Casa Espíritaque surgiu em Cambé

Palestras promovidas pela USEL em Londrina

Hugo e o Diploma recebidodurante a homenagem

Hugo ladeado pelos maçons que lheprestaram a homenagem

O IMORTALPÁGINA 12 AGOSTO/2007

ELSA [email protected]

De Londres

O Movimento Espírita na Eu-ropa está indo muito bem. Consi-derando o nascimento da Doutri-na Espírita há mais de 150 anos,sentimos ainda que temos um lon-go século a percorrer, mas muitasboas cabeças pensando juntas er-ram menos. Isso é um ditado po-pular que bem se aplica na atualconjuntura.

Paira no ar um sentimento deque a Evangelização Infantil trarábons resultados, se não em breve,mas com o tempo, ema todos ospaíses onde existe e onde despon-ta o Movimento Espírita. O impor-tante é iniciar essa tarefa de amor.

Começamos a observar algointeressante. A falta de religiosida-de nos britânicos, e mesmo empessoas de outros países, já é doconhecimento de todos...

Vez ou outra em determinadosprogramas da televisão inglesa, vê-se a discussão de personalidadesdo governo na área da educação edirigentes de escolas que simples-mente dizem que “não sabem o quefazer para melhorar a moraliza-ção”, para diminuir a truancy, quesignifica gazear aulas, ou aindapais que não querem que seus fi-lhos vão pra escola, preferemensiná-los em casa, deixando-os à

margem da convivência social ne-cessária à criança.

Ouviu-se certa feita uma des-sas personalidades dizer: “O go-verno investiu no ano passado 18milhões de libras na educação, enão se sabe como, cresceu o per-centual de vadiagem e de delin-qüência na juventude”. Onde estáo erro? Nesse programa estavaparticipando um rabino dirigentede diversas escolas com respaldoreligioso judaico. Ele afirmava quenas escolas judaicas havia o ensi-no religioso, e que não existiamcasos de truancy que merecessemconsideração, pois que os pais,também religiosos, davam um ou-tro nível de educação no lar. Hou-ve avaliação de comportamento deescolas religiosas e não-religiosas.E essa discussão não terminou aí.Há ainda no ar pesquisas recentesde como introduzir a religião naescola e muitos, mas muitos pro-fessores, não querem saber de en-sinar essa matéria, preferem ensi-nar “matemática” a ensinar reli-gião, pois isso não está interiori-zado nelas.

Nestes nossos dez anos de con-vivência na Inglaterra, pudemosobservar que existe um quase “de-sespero” em algumas famílias in-glesas com as quais temos conver-sado, com relação aos seus filhos,à educação, ao futuro deles.

Apesar de a cultura familiar ser

completamente diferente da cultu-ra latina, há como que um retornoa um passado muito distante, oumesmo a miscigenação de cultu-ras que os ajudam a ver outros ho-rizontes de convivência familiar.Valores que mudam.

Aqui eles não têm o hábito deconversar sobre seus problemasentre si, ou com amigos ou com“vizinhos”, mas sim com oscounsellers, que têm a mesma pre-paração dos psicólogos no Brasil.É mais fácil ir para o psicólogo, ouenviar o filho ao psicólogo, do quedialogar com o filho, dialogarem-se entre si. Talvez isso não sejasomente problema dos ingleses,dos franceses etc., mas um proble-ma geral.

E eis que a Evangelização Es-pírita da criança na Europa sai umpouco da clausura, começa a ga-nhar terreno e aceitação, e é che-gada a hora de disponibilizar naslínguas de cada país o dia da se-mana para o encontro de educaçãomoral da criança como fator de aju-da na educação espiritual do ser.

A Inglaterra, a Suíça e outrospaises estão realizando Seminári-os de preparação de pessoas quedesejam ser Evangelizadores, e re-ciclagem dos que já são evangeli-zadores. E a beleza disso é que cri-anças inglesas se misturam com asportuguesas, brasileiras, e apren-dem a conhecer Jesus, a entender

Crônicas de Além-Mar

Educando almas para o amanhã

Ante a dor

No teu leito, agitado pela dor,Procura os desalentos dissipar,

Mantendo em pleno peito, com fervor,A crença que ninguém pode arrancar.

E mostra ao que não crê o teu valor.Não deixes a descrença te tombar,Pois nada é construído sem amorPara, na vida, as culpas resgatar.

Começa desde agora, sem alarde,Antes de que amanhã já seja tarde,

Pelo poder do Alto em que te inspiras.

E leva sem lamento a tua cruz,Só há uma verdade que é Jesus

No mundo conturbado de mentiras!

Errata:Por falha na digitação, o último verso do soneto

publicado na edição de julho saiu com erro.Republicamos aqui, já corrigidos,

os versos finais do soneto Renascer:

Hoje eu sinto, porém, Tua grandezaE tudo que aqui existe, com certeza,Fala de Teu Amor com eloqüência!

JOSÉ VIANA GONÇALVESDe Campos dos Goytacazes, RJ

ELSA ROSSI, escritora e pa-lestrante espírita brasileira radicadaem Londres, é diretora do Depar-tamento de Unificação para os Pa-íses da Europa, organismo do Con-selho Espírita Internacionale secretária da British Union ofSpiritist Societies (BUSS).

Deus e algumas trazem seus paispara os estudos espíritas.

Parece que ainda está longe o diaem que o Estado, o país, irá buscaras religiões, os ensinos morais parairem para dentro das escolas. Quan-do um dia isso vier a acontecer, es-tejamos preparados para ajudar.

Só assim, evitar-se-ão maioresdanos para a humanidade, quandose pensar em investir na criança eno jovem, dando-lhes condições dedesde pequenos tomar conheci-mento da filosofia da verdadeiravida, a espiritual, e as conseqüên-

cias dos atos praticados e da mo-ralização da alma do ser que cres-ce e se prepara melhor para que obem na Humanidade traga Deuspara dentro de todos os coraçõesde todas as terras de além-mar.

Pedimos ao leitor deste jornal queanote e divulgue para os seus ami-gos, radicados aqui ou no exterior:

1ª. No site www.oconsolador.com você pode ler as edições se-manais da revista eletrônica OConsolador, cujo número de es-

Dois sites importantes para osespíritas do Brasil e do estrangeiro

tréia foi lançado em 18-4-2007.Com colaboradores do mundotodo, a revista traz amplo noticiá-rio do movimento espírita brasilei-ro e do exterior, além de artigos,entrevistas e reportagens.

2 a. No s i te www.edi tora

leopoldomachado.com.br vocêpode ler, na íntegra, as ediçõesdo jornal O Imortal desde o nú-mero de abril de 2004. O jornalpode ser acessado também apartir da revista O Consolador,que possui um link especial como nome deste periódico.

O IMORTALAGOSTO/2007 PÁGINA 13

Mais amor

...“Nem sempre os membrosque conformam a família são har-mônicos, apresentando desalinhosde conduta, agressividade, animo-sidade, insegurança, rebeldia,ódio acirrado... Nesses casos,identificamos adversários que seenfrentam mediante nova e aben-çoada oportunidade, nos tecidosbiológicos do mesmo grupo, a fimde retificarem os erros, aprende-rem compreensão e tolerância,reformularem conceitos sobre avida...” (Joanna de Ângelis – “Li-ções para a Felicidade”.)

Essa situação é muito comumneste nosso planeta de provas eexpiações. Pessoas difíceis dentrodo convívio do lar, que deveria serum celeiro de bênçãos para o Es-pírito encarnado refazer-se na

tude pode deixar o Espírito verda-deiramente feliz.

O amor modificará essas famí-lias em dificuldades, ajudando-aspara que um dia sejam como essasfamílias maravilhosas e unidas queapreciamos em toda parte, laços deafeto que se reencontram e se unemde novo, porque laços – como apalavra diz – estão unidos.

É tão bom amar! Quem conhe-ce esse sentimento e cultiva ami-gos todos os dias, não sentindomágoa de ninguém, pode dizerquanto é feliz!

Busquemos amar mais e mais.Foi o que nos pediu Jesus: “Umnovo mandamento eu vos deixo,um novo mandamento eu vos dou:Que vos ameis uns aos outros”.

Viver a vida para o amor deveser a meta de todo cristão sinceroe, por conseguinte, de todo espíri-ta sincero.

Amar principalmente aquelesque estão mais próximos, na famí-lia, e mais ainda os que têm o tem-peramento difícil, os instrumentosde crescimento espiritual para quemcom eles aprende grandes lições,como humildade e tolerância.

JANE MARTINS [email protected]

De Cambé

vivência fraterna, na paz, reequili-brando-se para a vida cotidiana,fora do lar. Acontece muitas vezes,no entanto, o contrário, o que,como espíritas, nos faz observar osapontamentos de Joanna de Ânge-lis, por meio da psicografia deDivaldo Franco.

Se o amor é a lei do Universo epara ele nos destinamos, é naturalque esse amor oriundo de Deus re-úna os desafetos do modo mais pró-ximo possível, para que consigamaproximar-se e transformarem de-sunião em união, modificar ódiopara amor. Tal é a realidade dasfamílias desajustadas, tão comunsem nosso planeta.

Um dia desses, estávamos ter-minando uma atividade no CentroEspírita que freqüentamos quandouma das senhoras muito simplesque lá comparecem dirigiu-se a nóse pediu-nos que puséssemos umnome no caderno de preces. Colo-

camos o nome e comentamos queseriam feitas vibrações de amor eprece para a senhora cujo nome alifora colocado. Ela nos disse, en-tão, surpreendendo-nos:

– Vocês aqui são muito bons.Deus ouve as orações de vocês. Euquero que vocês façam umas pre-ces para Deus me livrar dessa pes-soa. Eu preciso ficar livre dela!

– Mas nós não podemos fazerisso! Não temos esse poder! SeDeus está permitindo que fiquempróximas, Ele sabe o que faz! Épreciso amar e perdoar e não se li-vrar dela!

– Não, eu não estou pedindopara que ela morra! Só quero ficarlivre dela...

– É sua sogra? (Ela já havia umtempo atrás desabafado conosco so-bre seus problemas com a sogra.Coitada da sogra! É sempre a sogra!)

– É, é minha sogra. Ela é umaprova dolorosa demais, me ator-

menta o tempo todo. Até do filhodela de 31 anos que é retardadomental eu cuido, porque tenho dóe nem isso ela vê! Até para vir aqui,precisa ver como é difícil! Eu pre-ciso me livrar dela..., me ajudem ame livrar dela!

Santa simplicidade, como dis-se João Huss, na fogueira!

Mesmo respeitando muito asdores alheias, como já tínhamosconversado várias vezes com elasobre o perdão, a tolerância, a cal-ma que ela deveria ter com a so-gra, nós acabamos foi rindo do jei-to dela e explicando uma vez maisque ela precisava era amar a sograe não livrar-se dela, que antes dereencarnar ela tinha pedido muitopara ficar junto dela e amá-la eagora, reencarnada, queria se li-vrar! Era preciso, no entanto, amar.O tempo mostraria a essa sograatravés desse amor a nora maravi-lhosa que tinha. Era preciso amar!

Uma vez mais repetimos: Épreciso amar. Somente o amor sin-cero derruba as barreiras da mágoaou elimina laços de desafeto quevêm de encarnações anteriores.Somente o amor vivido em pleni-

Divaldo concedeu uma entrevis-ta a um canal de televisão do Peru,atingindo a costa do Pacífico. O en-trevistador era conhecido como umferoz opositor do Espiritismo e dosfenômenos paranormais. Na oca-sião, o entrevistador quis fazer ex-periência com Divaldo para testarsua paranormalidade.

Divaldo aceitou, apesar de umpouco receoso, porque ser telepatados Espíritos não significa sertelepata dos encarnados. Inicial-mente, as experiências foram comcartas cujas figuras ele transmitiatelepaticamente a Divaldo.

Após algumas cartas e cempor cento de acerto, Divaldo tevedificuldades para captar as men-sagens. Foi quando surgiu umEspírito amigo e lhe disse que oentrevistador não mais estava en-viando as mensagens, a fim de

JOSÉ ANTÔNIO V. DE [email protected]

De Cambé

Momentos comDivaldo Franco

confundi-lo, mas que ficassetranqüilo, pois ele o ajudaria.

E assim o fez. Num ponto daentrevista, o anfitrião fez umalonga pergunta sobre Física. En-tão um Espírito Amigo disse aDivaldo que não respondesse,pois não fora o entrevistador quea formulara, mas sim um profes-sor de Física, além do que Dival-do era um médium espírita e nãofísico. A pergunta poderia ser res-pondida se o professor ligassenaquele momento para a TV, con-firmando. O fato causou impac-to e, após alguns minutos, o pro-fessor ligou à emissora e confir-mou tudo. Então o EspíritoVianna de Carvalho ditou a res-posta a Divaldo, frustrando asintenções do entrevistador de de-negrir a imagem do Espiritismo.

(Texto extraído do livro “OJovem que escolheu o Amor”, deMaria Anita Rosas Batista, edi-tado pela Casa Editora Espírita“Pierre-Paul Didier”.)

Estudando as obras de André Luiz

No mês passado apresenta-mos a surpresa de André, relata-da no livro “Os Mensageiros”, aodescobrir que nos planos maiselevados, em torno da Terra, exis-tem Centros de preparação de re-encarnações para médiuns com oobjetivo de suprir o mundo commensagens de consolo e com aprova inequívoca da imortalida-de da alma, e no entanto muitosfracassam.

Ao perguntar os motivos,Tobias, o amigo encarregado deinstruí-lo, apresenta alguns fato-res, citados na coluna do mês pas-sado, assim concluindo:

“André, raros triunfam por-que quase todos estamos ainda li-gados a extenso pretérito de er-ros criminosos, que nos deforma-ram a personalidade.

Em cada novo ciclo de empre-endimentos carnais, acreditamosmuito mais em nossas tendênciasinferiores do passado que nas pos-sibilidades divinas do presente,complicando sempre o futuro. Édesse modo que prosseguimos,por lá, agarrados ao mal e esque-cidos do bem, chegando, por ve-zes, ao disparate de interpretar di-

JOSÉ ANTÔNIO V. DE [email protected]

De Cambé

sempre respeitável por seu cará-ter, descer à maior baixeza”.

Neste momento, o Espíritaamigo apresenta sua tese sobre ainstalação de uma obsessão:

“Estudai esses desastres ereconhecereis que são sempredevidos a um desfalecimento se-guido de um arrastamento.”

“Após abrir a porta aos mausEspíritos, que o provocam a saci-ar aquela paixão, já uma vez supe-rior à sua vontade, e um pouco porjá ter a alma desvirginada..., ei-loimpelido pelo plano inclinado.

Começa tremendo, comoquem foi surpreendido; vai-sepaulatinamente acostumando àfalta, para a qual descobre escu-sas, e acaba desprezando o quesempre teve por sagrado e abra-çando o que sempre teve por des-prezível.

Isto é obra do arrastamento.”Só para que fique bem claro,

Dr. Bezerra nos diz que, entre odesfalecimento e o arrastamento,existe toda uma participação pes-soal que começa quando erramose que, em vez de nos levantarmos,encobrimos nossa falta, nos acos-tumamos a ela, e, para complicar,passamos a justificá-la, quandoentão a queda moral já está con-sumada.

Reflitamos sobre isso.

ficuldades como punições, quandotodo obstáculo traduz oportunida-de verdadeiramente preciosa aosque já tenham olhos de ver.”

Permitam-nos acrescentar aeste estudo belíssima página escritapor Dr. Bezerra de Menezes, quan-do ainda encarnado, registrada nolivro “A Loucura Sob Novo Pris-ma”, onde o autor nos mostra comonossas imperfeições permitem oassédio de entidades negativas que,encontrando-nos invigilantes, le-vam-nos à queda moral, patrocina-da pelo nosso livre-arbítrio.

Escreve Bezerra:“Se o homem bom, que é por

isto assistido pelos bons Espíritos,desfalece na prática do bem, por-que seu livre arbítrio é incoercível,rompe por suas mãos o cordão sa-nitário que o isolava dos maus Es-píritos.

Se a fraqueza é transitória e oreerguimento pronto, o eclipseapenas visível aos habitantes domundo espiritual será um pontonegro no livro de sua vida, de queo acusará a própria consciência.

... Se, porém, o infeliz, longe dereagir sobre si mesmo, se entregaao desânimo, seus amigos invisí-veis se afastarão e os inimigos otomarão a si.

Dá-se então um desses desca-labros... de ver-se um homem,

O IMORTALPÁGINA 14 AGOSTO/2007

A VOLTA DO FILHOCerta vez um rapaz decidiu sair

de casa para conhecer o mundo.Ele tinha tudo, nada lhe faltava,

porém sonhava conhecer outros lu-gares, pessoas diferentes, aproveitara vida longe da autoridade paterna.Não que seu pai fosse mau. Longedisso! Era um pai bom, generoso eque o amava muito. Todavia, elequeria ser feliz e julgava que somen-te conseguiria isso longe de casa.

Assim, disse a seu pai:— Pai, dá-me a parte da heran-

ça que me pertence.O pai estranhou, mas acatou-lhe

a vontade. Repartiu seus bens entreos dois filhos dando a cada um o quelhe era de direito.

Durante alguns dias o mais moçoarrumou suas coisas para a viagem.Ajuntou tudo o que era seu e, certa ma-nhã, partiu para um país longínquo. Le-vava uma fortuna em ouro e jóias. Como dinheiro que ele esbanjava todas asportas lhe foram abertas, e ele viveu demaneira desregrada por algum tempo.

Sem saber administrar os recur-sos, pois nunca tivera tanto ouro emsuas mãos, em pouco tempo gastoutudo com viagens, festas, bebidas,

go mandou-o para o campo tomarconta de porcos. Porém nem ali eletinha o que comer. Desejava alimen-tar-se com as favas que os porcoscomiam, mas nem isso lhe davam.

De noite, em seu leito humilde,com o estômago vazio, ele olhava océu e dizia para si mesmo:

— Na casa de meu pai nunca mefaltou nada. Os empregados têm pãoe comida com fartura, e eu aqui mor-rendo de fome! Já sei o que vou fa-zer. Voltarei para casa e direi a meupai: Pai, errei contra o céu e diantedo senhor; já não sou digno de serchamado seu filho. Mas, aceite-me devolta, permita que eu seja apenas umempregado seu e ficarei satisfeito.

E foi isso mesmo o que ele fez.Levantou-se e voltou para sua casa.

O retorno foi longo e difícil. Ago-ra ele não tinha mais as comodida-des e o conforto que o dinheiro pro-porciona, e enfrentou muitos obstá-culos, passou por necessidades, masconseguiu chegar ao seu destino. Es-tava todo esfarrapado, sujo, magro,os pés sangrando pela dura caminha-da, mas estava de volta ao seu lar.

Ele ainda estava longe quando opai o avistou. Ao perceber-lhe o es-tado de pobreza, o pai teve compai-xão dele. Correu ao encontro do fi-lho e o abraçou e beijou.

Coberto de vergonha, mas decidi-do, o rapaz enfrentou o pai e disse-lhe:

— Pai, errei contra o céu e dian-te do senhor. Não sou digno de serchamado seu filho, mas, por pieda-de, aceite-me como um simples em-pregado teu.

O pai, porém, ordenou a seusservos:

— Tragam a melhor roupa paravestir meu filho. Coloquem anel emseu dedo e sandálias nos seus pés. Ematem o novilho cevado, para quepossamos comer e nos alegrar, por-que este meu filho estava morto ereviveu, estava perdido e foi acha-do. Vamos comemorar!

Neste mês de agosto comemo-ra-se o Dia dos Pais, e não poderí-amos deixar de homenagear os nos-sos pais.

Apesar dos problemas do dia-a-dia, das discussões, das brigas,das broncas, dos castigos, saiba quenós o amamos, Papai.

Compreende-mos perfeitamen-te que você sóquer nosso bem,procura nos dar amelhor educaçãoe deseja a nossafelicidade. Tudoisso temperadocom muito amor.

Assim, quan-do você faz cara de mau, sabemosque só quer nos intimidar, mas queestá rindo por dentro.

Quando você fica bravo, é sófachada, porque no fundo gostariade nos abraçar.

Quando você fica sério e tran-ca a boca, às vezes só está emocio-

nado e com vontade de chorar.Mas quando você sorri, seu

semblante se transforma; o rostose descontrai e seus olhos brilhamde alegria.

Quando você brinca conosco,parece uma criança, como nós.

Estamos escrevendo tudo issopara lhe dizerque, no fundo,nós o amamosmuito. Bravo oualegre, sério ounervoso, triste oufeliz, carrancudoou descontraído.

Somos gratospor tudo o quetem feito por nós.

Você é o nosso Paizão e nãopoderíamos viver sem tê-lo porperto. Você terá um lugar reserva-do dentro do nosso coração, parasempre!

Um grande beijo e um abraçodos seus

FILHOS

PARABÉNS, PAPAI!

Quando o filho mais velho vol-tou do campo, cansado do trabalhodo dia, ao se aproximar da casa, ou-viu som de música e de dança. Intri-gado, chamou um dos criados e per-guntou o que estava acontecendo, eo servo contou a novidade:

— Seu irmão retornou, e seu paimandou matar o novilho cevado, por-que o recuperou com saúde. E todosestão festejando. Venha também!

Indignado, ele nem quis entrarna casa. Avisado, o pai foi-lhe aoencontro e pediu-lhe que viesse co-memorar com os demais. Revolta-do, ele respondeu ao pai:

— Pai, há tantos anos que eu osirvo, trabalhando e me esforçandosem jamais desobedecer a uma ordemsua, e o senhor nunca me deu umcabrito que fosse para que eu me ban-queteasse com meus amigos. Agora,chega este seu filho, que gastou seusbens com mulheres de má vida, osenhor manda preparar para ele onovilho cevado e faz um banquete!

O pai, com infinito amor e ter-nura na voz, replicou-lhe:

— Meu filho, você tem estadosempre comigo, e tudo o que é meu

é seu. Tudo o que eu tenho lhe per-tence também. Entretanto, era neces-sário que festejássemos e nos ale-grássemos, porquanto seu irmão es-tava morto e reviveu, estava perdi-do e foi encontrado.

Assim também Deus, que é Pai,agirá com todos os seus filhos, de-monstrando a Sua infinita misericór-dia, Seu amor e Sua compaixão, rece-bendo-nos de braços abertos, apesardos nossos erros e da nossa rebeldia.

Neste mês em que comemora-mos o Dia dos Pais, não poderíamosdeixar de lembrar do Pai Maior queé Deus, e que nos socorre a todo ins-tante através da Providência divina.

Dessa forma, grande parte dosproblemas nem chegam ao nossoconhecimento, porque Deus, cominfinito carinho já resolveu, desvioudo nosso caminho ou amenizou asconseqüências para que nosso sofri-mento seja menor.

Por isso, a nossa imensa gratidãoe amor a Deus, nosso Pai Eterno.

(Adaptação da Parábola“O filho pródigo”, extraído

de Lucas, 15:11 a 32.)

jogos e mulheres.Vendo-o sem dinheiro, os falsos

amigos o abandonaram.Por essa época, o país estava

passando momentos difíceis. Umaseca horrível sobreviera, destruindototalmente as plantações, e uma

grande fome assolava a população.O rapaz, que havia consumido

todos os seus recursos, também pas-sava por necessidades, como os de-mais habitantes. Resolveu procurarum amigo rico, antigo companheirode festas. Para livrar-se dele, o ami-

O IMORTALAGOSTO/2007 PÁGINA 15

A Revue Spirite há 140 anos

Revista Espírita de 1867 (Parte 8)

Continuamos a publicar o tex-to condensado da Revista Espíri-ta de 1867. As páginas citadas re-ferem-se à versão publicada pelaEdicel.

*122. Reportando-se ao caso,

Kardec informa que o Sr. Simonet,marceneiro de profissão e espíritahá muito tempo, vendo que mui-tos operários, seus colegas de tra-balho, se feriam ou adoeciam nosserviços de construção de um gran-de estabelecimento localizado emCauderon, subúrbio de Bordeaux,foi instintivamente levado a delescuidar por meio do magnetismo.Como ele conseguira curar a mui-tos, a notícia das curas logo se es-palhou e foi assim que uma multi-dão de doentes começou a buscarali atendimento. Como os enfer-mos se acotovelassem à porta, osempreiteiros do estabelecimentotiveram a infeliz idéia de cobrardez cêntimos por pessoa, valor quedepois subiu para vinte cêntimos,o que, dada a afluência, produziauma soma bem elevada, de que omédium nada usufruía, tanto queno julgamento apenas os proprie-tários do negócio foram condena-dos. (Págs. 237 e 238.)

123. Simonet curava realmen-te? Kardec diz que sim, apoiadono testemunho de pessoas dignasde fé que lhe relataram numerososcasos de cura perfeitamente autên-ticos. Além disso, Simonet era umhomem suave, simples, modesto.Benevolente com os doentes, a to-dos encorajava por boas palavrase tinha igual solicitude tanto pelosmiseráveis quanto pelos mais ri-cos. (Pág. 238.)

124. Um médico – Dr. Clau-dius –, que em vida fora materia-lista, transmitiu na Sociedade Es-pírita de Paris por intermédio doSr. Morin, posto em estadosonambúlico, as informações queadiante resumimos: I – A dúvidaainda constituía o seu tormento; aincerteza de sua situação o mergu-lhara numa terrível perplexidade,e aí estava a sua punição. II – En-contrara antigos amigos que mor-

reram antes, e não entendia comoisso era possível. III – Via, mas viademasiado tarde, todo o mal quefizera, e entendia então que, repa-rando-o pouco a pouco, talvez umdia fosse digno de ver e fazer obem. (Págs. 239 a 241.)

125. A comunicação do Dr.Claudius foi toda ela entrecortadade exclamações e interrogações, oque indica que ele não compreen-dia bem o que dizia e que o im-pacto da realidade post-mortem émaior ainda sobre os que durantea encarnação professam idéiasmaterialistas. Comentando-a, lem-bra Kardec que, como sabemos, ainteligência não basta para condu-zir as pessoas pelo caminho daverdade. (Pág. 241.)

126. Num dos grupos espíritasexistentes em Marselha, a Sra. T...recebeu psicograficamente umacomunicação de um operário quedias antes havia desencarnado nodesmoronamento de uma ponte. Ooperário também fora materialistana Terra. Da mensagem destaca-mos estas informações: I – O co-municante dizia estar em trevas,mas havia conseguido seguir umraio luminoso de um Espírito (pelomenos é o que lhe disseram, em-bora ele não acreditasse em Espí-ritos). II – Nada do que via elecompreendia. III – Via-se duplo:um corpo mutilado jazia a seu lado,mas ele se sentia vivo. IV – Via osparentes desolados e os compa-nheiros de infortúnio, que tambémtinham dificuldades para ver ascoisas. (Pág. 242.)

Uma das conseqüências doprogresso moral será um dia

a unificação das crenças

127. Em seguida à comunica-ção, o guia da médium explicou queo infeliz irmão fora conduzido atéali para ser ajudado. A tarefa nãoseria muito difícil, porque o essen-cial para compreendê-la o Espíritotinha: a bondade do coração. Eraindispensável, porém, que o grupoespírita se fortalecesse, sustentan-do-se seus componentes uns aosoutros, porque, para bem combateros obstáculos exteriores, é preciso,antes de tudo, ter vencido a si mes-mo. “Deveis manter uma discipli-na severa para o vosso coração”,

recomendou-lhe o amigo espiritu-al. “A menor infração deve ser re-primida, sem buscar atenuar a falta,senão não sereis jamais vencedoresdos outros.” (Pág. 243.)

128. Após reproduzir notícia doSiècle de 10 de julho, relativa à ins-talação em Metz do CírculoMessino da Liga do Ensino, Kar-dec diz sentir-se feliz com a con-cretização das idéias de Jean Macé,a quem ele criticara não o projetoem si, mas somente o modo de exe-cução. Em Metz, logo queempossada, a comissão diretoradecidiu começar o trabalho pelafundação de uma biblioteca popu-lar. (Págs. 243 e 244.)

129. Na seção de variedades, aRevista destaca dois fatos: I – Avisita feita ao Hospital de Carida-de pela Dra. Walker, uma médicaamericana, doutora em cirurgia,que se tornou célebre durante aGuerra da Secessão. Recebida commuita simpatia e respeito, a presen-ça da Dra. Walker no Hospital deCaridade consagrava um princípionovo que se espalhava por todo omundo: a igualdade da mulher pe-rante a Ciência. II – O encontro emParis do sultão Hairoulah-Effendicom o Monsenhor Chigi, NúncioApostólico, e o Arcebispo de Pa-ris. Comentando o fato, Kardec dizque os ódios religiosos eram ano-malias naquele século e que umadas conseqüências do progressomoral será certamente um dia aunificação das crenças, o que sedará quando os diferentes cultosreconhecerem que existe um sóDeus e que é absurdo e indigno delelançar-se anátemas porque os ho-mens não o adoram da mesma ma-neira. (Págs. 244 e 245.)

130. A Revista transcreve doJournal de Bruxelles um caso inu-sitado e interessante, relacionadocom um operário de nome JeanRyzak, que, levado à presença doburgomestre, confessou ter come-tido, doze anos antes, um crimetorpe. Ele matara um de seus ami-gos para ficar com seu soldo. Co-metido o crime, o remorso come-çou a fazer-se sentir; mais tarde, oespectro de sua vítima passou apersegui-lo noite e dia. Tais foramas razões da surpreendente confis-são. (Págs. 245 e 246.)

131. Em 10 de maio de 1867,

na Sociedade Espírita de Paris,duas comunicações trataram docaso, transmitindo os ensinamen-tos que se seguem: I – Cada ser tema liberdade do bem e do mal, a quechamamos de livre-arbítrio. II – Ohomem tem em si a consciênciaque o adverte quando faz ou deixade fazer qualquer coisa. III – Aconsciência produz dois efeitos dis-tintos: a satisfação de haver agidobem, a paz que deixa o sentimentodo dever cumprido; e o remorsoque penetra e tortura quando sepraticou uma ação reprovada porDeus ou pelos homens. IV – O re-morso é como uma serpente de milvoltas, que circula em redor docoração e o devasta. V – O malcarrega em si a sua pena, pelo re-morso que deixa e pelos reprochesfeitos só pela presença das pesso-as contra quem se agiu mal. (Págs.246 a 248.)

O remorso é uma conseqüênciado desenvolvimento

do senso moral

132. Analisando o assunto, Kar-dec observa: “Se o remorso já é umsuplício na Terra, quão maior não oserá no mundo dos Espíritos, ondenão é possível subtrair-se à vistadaqueles a quem se ofendeu”. “Oremorso é uma conseqüência dodesenvolvimento do senso moral;não existe onde o senso moral ain-da se acha em estado latente. É poristo que os povos selvagens e bár-baros cometem sem remorso as pi-ores ações.” (Pág. 248.)

133. Comunicação transmitidana Sociedade de Paris por intermé-dio do Sr. T..., em estado de sonam-bulismo espontâneo, analisou a pre-ocupação que os progressos do Es-piritismo causavam aos seus inimi-gos e os diversos ardis que esteshaviam empregado e ainda empre-gavam para deter sua marcha. Nofinal da mensagem, o comunicantepediu aos companheiros que oras-sem pelos irmãos transviados, a fimde que aproveitassem os curtos ins-tantes de mora que lhes eram con-cedidos, antes que a justiça de Deusos alcançasse. (Págs. 249 a 252.)

134. Em nota aposta em segui-da à mensagem, Kardec diz que osonambulismo espontâneo não ésenão uma forma de mediunidade

vidente, cujo desenvolvimentofora anunciado tempos atrás. Se-gundo o Codificador, é nos mo-mentos de crise geral ou de perse-guição que as pessoas dotadas des-sa faculdade se tornam mais nu-merosas do que nos tempos nor-mais. A visão a distância e inde-pendente dos órgãos é explicadapelo Espiritismo pelas proprieda-des da alma e por sua capacidadede expansão e desprendimento.(Pág. 253.)

135. Duas comunicações me-diúnicas recebidas em julho naSociedade de Paris fecham o nú-mero de agosto de 1867. A primei-ra recebeu por título “Os espiões”;a segunda, “A responsabilidademoral”. Eis, de forma resumida, oque nelas se contém: I – A era novacomeça, e com ela o Espiritismo.II – Seu pequeno batalhão é muitofraco em número, mas pouco apouco ganha novos aderentes e embreve será um exército: exército deveteranos do bem. III – Hoje co-meça-se a tomar em consideraçãoesse pobre Espiritismo, que dizi-am natimorto, mas que agora é vis-to como um inimigo sério. IV – Éo pressentimento dos casos quetêm alguma chance de se apresen-tar, que faz nascer no homem ospensamentos adequados à resolu-ção das dificuldades que eles po-deriam suscitar. Aí está o livre-ar-bítrio. V – Se os homens só tives-sem as idéias que os Espíritos lhesinspiram, teriam pouca responsa-bilidade e pouco mérito. VI – Nãose deve concluir disso que o ho-mem não seja assistido em seuspensamentos e em seus atos pelosEspíritos que o cercam. VII – Emgeral, o homem que busca, quan-do entregue às suas reflexões, qua-se sempre age só, sob o olhar vigi-lante de seu Protetor espiritual, queintervém se o caso for bastante gra-ve para tornar necessária sua in-tervenção. (Págs. 256 a 258.)

136. Caracteres da revelaçãoespírita, artigo extraído do livro “AGênese”, então no prelo, abre onúmero de setembro. (N.R.: O ar-tigo é a reprodução literal dositens 1 a 55 do capítulo I da obracitada, que seria publicada pou-cos meses depois, em janeiro de1868.) (Págs. 261 a 285.) (Conti-nua no próximo número.)

MARCELO BORELADE OLIVEIRA

[email protected] Londrina

O IMORTALPÁGINA 16 AGOSTO/2007

O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITARUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63CEP 86.180-970TELEFONE: (043) 3254-3261 - CAMBÉ - PR

Como já divulgado anterior-mente, Divaldo Franco esteve emIstambul no dia 23 de maio. Acha-mos que alguns de nossos leito-res gostariam de saber como foia palestra, então resolvemos es-crever um pequeno resumo.

Além da palestra em Istambul,Divaldo Franco e seu grupo esti-veram em Éfeso e na casa deMaria de Nazaré, localizada nasproximidades da cidade turca deIzmir.

Chegamos ao local da pales-tra por volta das 19h30 e no jar-dim do local estavam DivaldoFranco e uma pequena comitivaque o acompanhou na sua visitaa Turquia. Estava ali também ogrupo de amigos turcos que o ha-via convidado. Logo depois che-gou uma jornalista turca e iniciou-se uma pequena entrevista comDivaldo Franco, na qual eu aju-dei a traduzir.

A entrevista - Divaldo come-çou a entrevista falando um pou-co de si mesmo: ele nasceu em 5de maio de 1927, na cidade deFeira de Santana, na Bahia. Fi-lho de uma família modesta de13 irmãos, teve sua primeira vi-são aos 4 anos de idade, quandoviu sua avó.

Fundou o Centro Espírita Ca-minho da Redenção em 1947.Dois anos depois iniciou a sua ta-refa de psicografia. Diversasmensagens foram escritas por seuintermédio. Sob a orientação dosBenfeitores Espirituais, guardouo que escreveu, até que um diarecebeu a recomendação de quequeimasse tudo o que escreveraaté ali, pois tudo não passara desimples exercício.

Divaldo Franco falou sobre aobra social. Ele viajava de tremquando teve uma visão. Viu umlugar arborizado, com muitas

NATHALIA [email protected]

Istambul (Turquia)

construções, pessoas e crianças. Nesse lugar, havia um homem decostas que se virou de frente e, parasurpresa de Divaldo, era ele mes-mo envelhecido. Isto causou-lheum impacto. Com essa visão, maistarde compreendeu que sua missãoera fazer uma obra social, construirum lar para crianças órfãs ou so-cialmente carentes. A Instituiçãoatende gratuitamente cerca de3.200 crianças e adolescentes pordia, além de adultos e idosos ca-rentes.

Divaldo falou sobre seu novolivro: A Nova Geração: A VisãoEspírita sobre as Crianças Índigoe Cristais. As crianças índigo têmum intelecto mais elevado mas suacondição moral não é tão eleva-da. Elas foram classificadas emquatro grupos: artistas, humanis-tas, conceituais e interdimensio-nais ou transdimensionais. As cri-anças cristais têm tanto o intelec-tual quanto o desenvolvimentomoral elevados. Os índigos servi-riam para abrir caminho para oscristais.

A entrevistadora perguntounomes de médiuns e espíritos de-sencarnados com os quais Dival-do Franco teve ou tem contatos.Por último perguntou se ele tinhaalguma informação a respeito doano de 2012. Muito admirado pelasabedoria da entrevistadora, Dival-do explicou que o sistema solarestá entrando no sistema das estre-las dos grupos das plêiades e queem 2012 nosso sistema solar esta-rá completamente dentro de outrosistema solar, o que significa ummundo melhor com mais amor.

A palestra - Além de repetiralgumas coisas da entrevistadada anteriormente, DivaldoFranco disse que os cientistasfizeram uma pesquisa e desco-briram que o ser humano tem ogene de Deus. Ao pronunciar apalavra Deus eles escanearam océrebro e descobriram uma lu-minosidade. Em uma outra ex-periência, ao pronunciar a pala-vra Deus em vários outros idio-mas para pessoas que nem aomenos entendiam a tradução dapalavra, a mesma luminosidadefoi notada no cérebro.

Divaldo Franco relatou suahistória pessoal para o públicopresente e citou ainda alguns de-talhes de sua vida. Ainda jovem,foi abalado pela morte de seu ir-mão mais velho, o que o deixoutraumatizado e enfermo. Foramconsultados diversos médicosespecialistas, sem obter nenhumresultado satisfatório. Foi a mãoamiga de D. Ana Ribeiro Borgesque o conduziu à Doutrina Es-pírita, libertando-o do trauma etrazendo a consolação tanto paraele, como para toda a família.

Ao ouvi-lo dizer que tinhacompletado 80 anos de idade, aplatéia ficou muito surpresa ebateu palmas. Divaldo contouque esteve muito doente da gar-ganta e em um encontro comChico Xavier teve uma experi-ência mediúnica em que umaentidade de uma moça suíça de16 anos o curou. Durante a curaela lhe deu suas flores favoritas,além de lhe banhar com flores

Divaldo Franco pela primeira vez na Turquia

dos Alpes suíços. Assim mesmoDivaldo lhe pediu mais, e ela lhedisse que rasgasse um pedaço desua roupa. No final da cura, alémde curado Divaldo estava com aspétalas de flores e um pedaço depano da entidade espiritual.

Divaldo falou muito sobre oamor e a paz. Explicou como oamor é importante na nossa vidacorrida do dia-a-dia. Disse quedevemos nos lembrar do amorem todas as pequenas coisas denossa vida. Que devemos che-gar em casa, telefonar ao nossoinimigo e perguntar como eleestá, demonstrando assim queprecisamos acabar com as ini-mizades e transformá-las emamor.

Explicou aos que o ouviam quemedita todos os dias para que te-nha saúde e informou que gostariade chegar aos 135 anos de idade.Por isso pedia a Deus somentemais 35 anos de vida, o que não émuito!

Divaldo Franco citou os nomesde vários cientistas em sua pales-tra infelizmente não os anotei).Citou também Hippolyte LéonDenizard Rivail, o verdadeironome de Allan Kardec, o codifica-dor do Espiritismo.

Até hoje, disse ele, psicografou202 livros, dos quais foram vendi-dos no Brasil 8 milhões de exem-plares. Desse total, 90 livros foramtraduzidos para 15 idiomas, inclu-sive no idioma turco.

As perguntas do público -Depois de terminada a palestra,Divaldo Franco pediu que aspessoas interessadas escreves-sem em papel suas perguntas.Coletamos todas as perguntas eficamos um pouco surpresacom a natureza de algumas.Havia perguntas bastante inte-ressantes, como estas: o que éo amor?, por que ele incluiu aTurquia em sua viagem?, porque as pessoas têm de passarpor sofrimentos físicos para seiluminarem?, e algumas outrasmais pessoais como: que devofazer para ganhar 3.000 dóla-res?, minha filha vai passar novestibular?, quando vai ocorrero próximo terremoto na Tur-quia?, como devo tratar tal do-ença?. Divaldo separou as quedeveria responder e paciente-mente respondeu a algumas,pois não havia tempo para res-ponder a todas.

Posso dizer que DivaldoFranco é uma pessoa muitocarismática e de muita espiritua-lidade, como todos os que têminformação sobre o mundo espí-rita já sabem.

Os turcos conheceram umpouco desse homem que veio aomundo trazer uma mensagem deamor e paz. Alguns compreen-deram certamente a mensagem;outros a compreenderão maistarde, pois tudo vem a seu tem-po. Uma moça, no final da pa-lestra, chegou muito tímida epediu-me que dissesse a Dival-do que ele tinha alimentado oseu coração. Um outro rapazmuito tímido também, no meiode uma pequena multidão que seaproximou no intervalo da pa-lestra, queria perguntar algo pes-soal a Divaldo Franco. Meiosem jeito e com muitas pessoaspor perto, disse que ouvia e viacoisas e Divaldo Franco reco-mendou-lhe ler O Livro dosMédiuns.

Veja como foram a entrevista e a palestra que o conhecido orador realizou em Istambul em maio deste ano

Divaldo no momento em que psicografavaao lado da Casa de Maria de Nazaré

Divaldo Franco e seu primo Nilson emfrente da casa onde morou João Evangelista

Flagrante da palestrade Divaldo em Istambul