O impacto do Plano de Melhoria e Eficácia da Escola no rendimento académico dos aluno1

8/8/2019 O impacto do Plano de Melhoria e Eficcia da Escola no rendimento acadmico dos aluno1

1/17

RUNNING HEAD: Impacto do Plano de Melhoria da Escola

TITLE: Impacto do Plano de Melhoria da Escola no Rendimento acadmico dos alunos

do 6 ano de escolaridade

Adelaide Dias

Correspondence information:

Adelaide Dias

Universidade Lusada do Porto

Rua Doutor Lopo de Carvalho

4369-006 Porto

Portugal

[email protected]

Article Reference

Dias, A. (2010). O impacto do Plano de Melhoria da Escola no rendimento acadmicodos alunos do 6 e 9 ano de escolaridade.Instituto de Psicologia e Cinciasda Educao 1, 1, 1-20


2/17

O impacto do Plano de Melhoria da Escola no rendimento acadmico dos alunos

Resumo:


3/17

Introduo

Em 2001, Portugal registava 44,3% de abandono escolar e em

2006, 39,4%, enquanto que a mdia da Unio Europeia era de 15,9%.

No mesmo ano, 49% dos alunos no completavam o 12 ano, o

segundo pior registo dos pases da Unio Europeia (Commission of

the European Union, 2006). O objectivo da Unio Europeia reduzir a

taxa de abandono escolar de uma forma significativa nos prximos

anos (em 2008 o objectivo era reduzir em 10% (Feron, 2008). Em 5

anos (de 2001 a 2006), a taxa de reduo do abandono escolar em

Portugal foi de 5%. Estes indicadores sugerem que as escolas

portuguesas beneficiaro de uma atitude de implementao

sistemtica de medidas que promovam a eficcia e a melhoria das

escolas, que incluem a implementao de estratgias eficazes para a

reduo do abandono escolar e a avaliao da sua eficcia.

A escolaridade obrigatria para os 12 anos de escola implica

grandes desafios para as escolas portuguesas e para os seus alunos

que, at ao presente, no chegavam ao ensino secundrio. Logo,

impe-se que as escolas consigam dar a todos os alunos as condies

para um desenvolvimento acadmico adequado. No entanto, continuam a

no existir estudos realizados em Portugal sobre esta problemtica.

Eficcia da escola


4/17

Nos ltimos anos, o desenvolvimento de estudos relativo ao movimento

conhecido internacionalmente como School Effectiveness foi profcuo (Creemers,

1994). Em pases como os E.UA., Reino Unido, Austrlia e Holanda (e.g. Mortimore et

al., 1988;Levine & Lezotte, 1990; Reynolds &Cuttance, 1992; Scheerens, 1992;

Creemers, 1994; Sammons et al., 1996) a investigao foi sendo desenvolvida ao

mesmo tempo que se foi analisando o seu impacto quer nas escolas quer nos resultados

acadmicos dos alunos.

Como paradigma da investigao a eficcia da escola definida a partir da

medida dos resultados e a quantificao das diferenas entre as escolas. O principal

objectivo o de avaliar, compreender de que formas as diferenas em termos de

recursos, procedimentos e nvel organizacional da escola, afectam os resultados dos

alunos e o sucesso acadmico ( Thomas & Mortiumore, 1996; Sammons, 1999).

Os estudos de Coleman, et al. (1966) e Jencks, et al. (1972) atribuem como

facilitadores do desenvolvimento do processo educativo: o nvel scio-econmico das

famlias e as suas crenas e expectativas em relao escola. Por outro lado, Firestone

(1991) refere que a eficcia da escola est intimamente relacionado com a defesa do

princpio de que todos alunos podem aprender e alcanar o sucesso na escola.

As escolas eficazes so aquelas que enfatizam o nvel acadmico, promovem a

interaco positiva professor-aluno na sala de aula, a existncia de incentivos e

recompensas, o clima escolar positivo e a responsabilizao da comunidade educativa(e.g. Rutter et al., 1979; Mortimore et al., 1988; Nuttall et al.1989; Fits-Gibbon, 1992).

A eficcia da escola refere-se ao desempenho alcanado por uma escola. Ou

seja, o grau em que a escola consegue resultados constantes e positivos, nem sempre

quantificveis, durante um determinado perodo de tempo em toda a comunidade

educativa (Scheerens, 2000). A eficcia das escolas depender em larga

medida do grau em que consigam implementar os processos e


5/17

estratgias que tenham um impacto positivo no desempenho

acadmico dos alunos.

A investigao sobre a eficcia da escola tem procurado

identificar os factores que facilitam o desenvolvimento do sucesso

educativo e que podem ser implementados e alterados atravs do

processo de melhoria da escola ( Creemers & Reezigt, 2005)

Melhoria da Escola

Os estudos relativos melhoria da escola tm centrado a sua ateno nas

dimenses culturais da escola (Fullan, 1992; Hopkins et al. 1996), ou seja o processo

de alterar o nvel da escola e as estratgias de melhoria necessrias para que se

verifiquem mudanas. o processo de optimizar o desempenho e resultado dos recursos

(humanos, materiais educativos) em resultados positivos dos seus alunos (Marsh, 1990).

Hopkins (1996) sugere a existncia de duas formas de entender o processo de

melhoria das escolas: 1) esforo geral de tornar a escola um lugar melhor para os alunos

e professores, um espao onde se favorea a aprendizagem; 2) estabelecimento de uma

estratgia de mudana educativa que implica no apenas os resultados dos alunos mas o

reforo da capacidade de gesto da prpria escola. Ou seja, para que a mudana e

melhoria da escola acontea fundamental a participao activa e o envolvimento

activo dos elementos de gesto da prpria escola (van Velzen et al., 1985; Hopkins,

1987, 1990).

A melhoria da escola visa promover a capacidade de organizao da escola para

que ocorra a mudana e o desenvolvimento educativo (Hopkins, 1994).

A investigao sobre a melhoria da escolatem contribudo para uma melhor

compreenso de como a mudana nas escola se inicia, como implementada e

institucionalizada pelas escolas ( Fullan, 1991). Diversos estudos empricos tm

demonstrado como ocorre este processo de mudana e melhoria da escola (e.g. Fullan&


6/17

Hargreaves, 1991; Siskin, 1994; Lauder et al.,1998; Hopkins et al., 1997; Jackson,

2000).

Abordagens aos Planos de Melhoria da Escola

Existem trs grandes perspectivas acerca do processo de melhoria da escola: a)

escolas como organizaes altamente confiveis (traduzido do ingls school high-

reliabilityorganizations), b) escolas como organizaes de aprendizagem (traduzido do

ingls schools as learning organizations), e c) presso externa escola para que se

constitua como organizao. Estas trs propostas distinguem-se essencialmente ao nvel

dos agentes que consideram fundamentais no processo da mudana, como elementos

centrais para a mudana.

A perspectiva das escolas como altamente confiveis enfatizam os alunos, a

perspectiva das escolas como organizaes de aprendizagem enfatizam os professores e

o pessoal da escola e a perspectiva derivada da teoria das contingncias enfatiza o

contexto em que a escola est inserida. As escolas enquanto organizaes altamente

confiveis refere-se concepo de escola caracterizada por ser uma organizao

orientada para os alunos, e cujo conceito organizador a perseguio da excelncia

(LaPorte & Consoli, 1991). O seu principal objectivo proporcionar as condies

necessrias para que todos os alunos tenham um desenvolvimento acadmico ptimo.

Central a este processo a utilizao de informao advinda da avaliao para a

monitorizao das estratgias (Stringfield & Slavin, 1992).A concepo das escolas como organizaes de aprendizagemenfatiza o

carcter dinmico das escolas, como um grupo de indivduos que partilham objectivos

comuns. A concretizao desses objectivos beneficia de uma atitude constante de

monitorizao e de perseguio das prticas e mtodos eficazes na perseguio desses

objectivos. Uma caracterstica central s escolas enquanto organizaes de

aprendizagem a plasticidade das escolas, j que, a partir das caractersticas dos seus


7/17

elementos (com especial nfase nos professores e pessoal da escola) se adaptam s

caractersticas do meio em que est inserido (Leitwood & Aitken, 1995). As escolas

caracterizadas como organizaes de aprendizagem, so aquelas que incorporam de

uma forma sistemtica a auto-avaliao nas suas prticas (Hofman, Dijkstra & Hofman,

2009).

Plano de Melhoria da Escola

O Plano de Melhoria da escola assume-se como um instrumento fundamental

nas escolas para que se possa aumentar o desempenho acadmico dos alunos e a

qualidade dos seus resultados (e.g. Department of Education and Early Development,

2005).

O Plano de Melhoria da Escola entendido como o conjunto de objectivos,

procedimentos e estratgias empiricamente validadas que tm por principal funo

garantir a eficcia e melhoria da escola. Assim, um Plano de Melhoria da Escola pode

ser definido como um processo contnuo que permite escola verificar se os seus alunos

esto a alcanar nveis cada vez mais elevados de desempenho acadmico.

O Plano de Melhoria da Escola visa dar resposta s necessidades que os

membros da escola apontam como prioritrias tendo em vista a melhoria do seu

funcionamento quotidiano. Assim, o Plano de Melhoria da Escola ir ajudar na

identificao de objectivos, estratgias, responsveis e recursos necessrios para dar

resposta s prioridades especficas de cada instituio.Existem cada vez mais investigaes que demonstram que a existncia do Plano

de Melhoria da Escola contribui positivamente para a melhoria e eficcia de todas as

dimenses da escola, previamente assinaladas como deficitrias (e.g Black, 2008;

Rothman, 2009).

Para que um Plano de Melhoria da Escola seja bem sucedido deve ser dirigido

para as especificidades, necessidades da escola e da comunidade (Blakh, 2008). A


8/17

liderana desempenha um papel-chave num processo de Melhoria da Escola (Muijs,

Harris, Chapman, Stoll & Russ, 2004), da que uma das variveis com maior fora

dentro de um Plano de Melhoria da Escola. Por exemplo, no estado norte americano do

Connecticut, quando o municpio assumiu a liderana da escola conseguiu que todas as

escolas do seu agrupamento trabalhem no mesmo sentido e com a mesma misso: a

melhoria e eficcia da escola (e.g Black, 2008; Rothman, 2009). Hallinger e Heck

(1998) sugerem que o director (lder) da escola tem uma influncia que embora

indirecta significativa para o desempenho acadmico dos alunos, explicando 25 por

cento da varincia do desempenho acadmico dos alunos. Em diversas investigaes

evidente a importncia e o impacto significativo do desenvolvimento profissional dos

professores e o ajustamento curricular no processo de Melhoria e Eficcia da Escola.

(e.g Rothman, 2009; Judson, Schwartz, Allen & Miel, 2008). Para alm destes factores,

o envolvimento escolar um aspecto central em todos os Plano de Melhoria da Escola,

verificando-se um impacto significativo na aprendizagem dos alunos, na satisfao com

a escola e no clima escolar (Black, 2008). Criar ambientes de aprendizagem seguros e

positivos importante nos Planos de Melhoria da Escola e a investigao demonstra que

um dos elementos centrais para a melhoria e eficcia da Escola (e.g. Muijs, Harris,

Chapman, Stoll & Russ, 2004). As parcerias estabelecidas entre a escola e a

comunidade envolvente so necessrias para o sucesso do Plano de Melhoria da Escola

(idem). A investigao demonstra que a escola uma comunidade alargada (Muijs,Harris, Chapman, Stoll & Russ, 2004), da que para a melhoria e eficcia da escola o

envolvimento dos pais fundamental (Seeley et. al., 1990). A tecnologia, para alm de

ser importante para auxiliar o processo ensino-aprendizagem, tambm permite a anlise

dos dados recolhidos, o que permite que o processo de tomada de deciso seja mais

acertado (e.g. Black, 2008; Harvey II, 2006; Muijs, Harris, Chapman, Stoll & Russ,


9/17

2004; Potter, Reynolds & Chapman, 2002), sendo fundamental para o sucesso do Plano

de Melhoria da Escola.

Este estudo tem como objectivo verificar o impacto de um plano de melhoria da

escola no rendimento acadmicos dos seus alunos. A hiptese que se pretende testar a

de que a existncia de um plano de melhoria da escola na escola aumenta

significativamente os resultados acadmicos dos alunos do 6 ano.

Metodologia

Este estudo um estudo correlacional em que se pretende verificar o impacto de

um plano de melhoria da escola (varivel independente) no rendimento acadmico dos

alunos do 6 ano (varivel dependente). Pretendendo-se estabelecer uma relao entre a

existncia de um plano de melhoria da escola e o rendimento acadmico dos alunos.

Amostra

A amostra deste estudo uma amostra de convenincia. As escolas

seleccionadas para efeitos de estudo foram seleccionadas devido sua proximidade

geogrfica (escolas do municpio de Gondomar) e pelo facto de terem sido as primeiras

a aderir ao projecto de melhoria e eficcia da escola (municpio de Famalico).

A amostra deste estudo constituda por 10 escolas do ensino bsico,

nomeadamente do 2 ciclo (6 ano). Cinco dessas escolas pertencem ao Municpio de

Gondomar, distrito do Porto e as restantes cinco pertencem ao Municpio de Famalico

distrito de Braga (tabela 1).


10/17

Tabela 1: Caracterizao das escolas em estudo

As escolas do municpio de Famalico seleccionadas para efeitos de estudo

foram a escola EB2/3 de Calendrio que tem 180 alunos, 100 professores cujo nvel de

habilitaes literrias mais frequente o grau de licenciatura, em relao ao estatuto

scio econmico das famlias dos alunos est entre os mdio-baixo por ms, quanto ao

rendimento acadmico mdio dos alunos situa-se ao nvel 4, numa escala de avaliao

de 1 a 5. A escola EB2/3 de Ribeiro tem 200 alunos, 50 professores, o nvel de

habilitaes literrias mais frequente o grau de mestrado, em relao estatuto scio-

econmico das famlias dos alunos alto, quanto ao rendimento acadmico mdio dos

alunos situa-se ao nvel 4, numa escala de avaliao de 1 a 5. A escola EB2/3 de

Bernardino Machado tem 175 alunos, 50 professores, o cujo nvel de habilitaesliterrias mais frequente o grau de licenciatura, em relao ao estatuto scio

Caracterizao das escolas em estudo

Municpio Nome da escola N de

alunosdo 6

ano

N de

professores

Moda Estatuto

scio-econmico

mdio dasfamlias

Moda das

Habilitaesliterrias dos

professores

Rendiment

oacadmico

mdio dosalunos do

6 ano

FamalicoEB2/3 Calendrio 180 100 Mdio-baixo Licenciatura 4

EB2/3 Ribeiro 200 50 Alto Mestrado 4EB2/3 BernardinoMachado

175 50 Mdio-alto Licenciatura 4

EB2/3 JlioBrando

205 95 Alto Mestrado 4

EB2/3 Pedmes 220 85 Baixo Mestrado 4

G

ondomar

EB2/3 Fnzeres 195 90 Mdio-alto Mestrado 2EB2/3 S.Pedro daCova

200 90 Baixo Licenciatura 2

EB2/3 Rio Tinto

n 2

225 90 Mdio-alto Mestrado 2

EB2/3 Gondomar 190 95 Alto Mestrado 3EB2/3 Pedrouos 150 90 Mdio-alto Mestrado 3


11/17

econmico das famlias dos alunos mdio alto quanto ao rendimento acadmico mdio

dos alunos situa-se ao nvel 4, numa escala de avaliao de 1 a 5. A escola EB2/3 de

Jlio Brando tem 205 alunos, 95 professores, cujo nvel de habilitaes literrias mais

frequente o grau de mestrado, em relao ao estatuto scio econmico das famlias

dos alunos alto, quanto ao rendimento acadmico mdio dos alunos situa-se ao nvel

4, numa escala de avaliao de 1 a 5. A escola EB2/3 de Pedmes tem 220 alunos, 85

professores, o cujo nvel de habilitaes literrias mais frequente o grau de mestrado,

em relao ao estatuto scio-econmico das famlias dos alunos mdio-baixo quanto

ao rendimento acadmico mdio dos alunos situa-se ao nvel 4, numa escala de

avaliao de 1 a 5.

Em relao s escolas do municpio de Gondomar foram seleccionadas para

efeitos de estudo a escola EB2/3 de Fnzeres tem 195 alunos, 90 professores, o nvel de

habilitaes literrias mais frequente o grau de mestrado, em relao estatuto scio-

econmico das famlias dos seus alunos mdio-alto, quanto ao rendimento acadmico

mdio dos alunos situa-se ao nvel 2, numa escala de avaliao de 1 a 5..A escola EB2/3

de S. Pedro da Cova tem 200 alunos, 90 professores, o nvel mdio de habilitaes

literrias mais frequente o grau de licenciatura, em relao estatuto scio-econmico

das famlias dos alunos baixo, quanto ao rendimento acadmico mdio dos alunos

situa-se ao nvel 2, numa escala de avaliao de 1 a 5. A escola EB2/3 de Rio Tinto n 2

tem 225 alunos, 90 professores, o nvel de habilitaes literrias mais frequente o graude mestrado, em relao estatuto scio-econmico das famlias dos alunos mdio-alto,

quanto ao rendimento acadmico mdio dos alunos situa-se ao nvel 2, numa escala de

avaliao de 1 a 5. A escola EB2/3 de Gondomar tem 190 alunos, 95 professores, o

nvel de habilitaes literrias mais frequente o grau de mestrado, em relao estatuto

scio-econmico das famlias dos alunos alto, o rendimento acadmico mdio dos

alunos situa-se ao nvel 3, numa escala de avaliao de 1 a 5. A escola EB2/3 de


12/17

Pedrouos tem 150 alunos, 90 professores, o cujo nvel mdio de habilitaes literrias

o grau de mestrado, em relao estatuto scio-econmico mdio das famlias dos

alunos mdio-alto quanto ao rendimento acadmico mdio dos alunos situa-se ao nvel

3, numa escala de avaliao de 1 a 5.

Instrumentos

Para avaliar a varivel rendimento acadmico dos alunos do 6 ano foram

utilizados dados relativos s avaliaes de cada escola, nomeadamente os dados

relativos s notas mdias obtidas pelos alunos nos exames nacionais de Portugus e de

Matemtica e s notas mdias das disciplinas de Portugus e de Matemtica dos alunos

no final do 2 perodo do presente ano lectivo.

Para avaliar a varivel plano de melhoria da escola foi utilizada a checklist do

Plano de Melhoria da Escola (CPME). Esta constituda por 2 partes: a primeira remete

para a existncia de um plano de melhoria na escola (A escola a que pertence tem um

Plano de Melhoria e Eficcia da Escola) as escolas tm duas opes de resposta Sim

ou No. A segunda parte da checklist s dever ser respondida pelas escolas que

respondam afirmativamente primeira parte da checklist, e constituda por 9 questes.

A primeira pergunta diz respeito ao envolvimento do municpio da escola na elaborao

e implementao do plano de melhoria da escola (O Municpio esteve envolvido na

implementao do PME?) as escolas tm duas opes de resposta Sim ou No. A

segunda pergunta da checklist refere-se h quanto tempo est implementado o plano demelhoria na escola (H quanto tempo est implementado o PME, na sua escola?) sendo

que as escolas podem seleccionar entre a) Neste ano lectivo; b) H 1 ano lectivo; c) H

2 anos lectivos; d) H 3 anos lectivos, ou e)>3 anos lectivos. A terceira pergunta refere-

se ao responsvel pelo plano de melhoria da escola (Quem o responsvel pelo PME,

na sua escola?) as escolas devem seleccionar entre as seguintes opes de resposta a)

Director (a) da Escola; b) Directores de Turma; c) Professores; d) Equipa Externa, ou e)


13/17

Equipa Multidisciplinar constituda para o efeito. A quarta pergunta diz respeito a quem

participou na elaborao do plano de melhoria da escola (Quem participou na

elaborao do plano de melhoria da escola?) as escolas devem seleccionar entre uma

das seguintes opes a) Director (a) da Escola; b) Directores de Turma; c) Professores;

d) Equipa Externa, ou e) Equipa Multidisciplinar constituda para o efeito. A quinta

pergunta visa saber quais as dimenses abrangidas no plano de melhoria da escola (Que

dimenses esto abrangidas pelo PME?) as escolas devero seleccionar duas das

seguintes opes a) Liderana; b) Envolvimento escolar; c) Interaco Professor-aluno;

d) Envolvimento parental; e) Viso; f) Desenvolvimento profissional dos Professores,

ou g) Actividades extra-curriculares. A sexta pergunta da checklist pretender averiguar

se os objectivos contemplados no plano de melhoria da escola se relacionam com as

fragilidades e potencialidades da prpria escola (Os objectivos do PME relacionam

se com as fragilidades e potencialidades da escola?). As escolastm duas opes de

resposta, Sim ou No. A stima pergunta relaciona-se com a avaliao e reformulao

do plano de melhoria da escola (O PME revisto e alterado continuamente?) as escolas

tm duas opes de resposta, Sim ou No. A oitava questo saber de quanto em

quanto tempo feita essa avaliao (Quando feita a avaliao do PME, na sua

escola?) sendo que as escolas devem seleccionar uma das seguintes opes

a)Trimestralmente; b) Semestralmente; c) Anualmente; d) Nunca. A nona questo da

checlist remete para quem faz a avaliao do plano de melhoria da escola (Quem faz aavaliao do PME, na sua escola?) as escolas devem seleccionar entre uma das

seguintes opes a) Director (a) da Escola; b) Directores de Turma; c) Professores; d)

Equipa Externa, ou e) Equipa Multidisciplinar constituda para o efeito.

A presente checklistfoi construda para efeitos deste estudo da que no se

encontra aferida para a populao portuguesa no sendo conhecidas as caractersticas

psicomtricas da mesma.


14/17

Procedimentos

Procedimentos de recolha dos dados

A seleco das escolas teve em conta duas razes: a) escolas que pertencessem a

um Municpio que estivesse envolvido na implementao de um plano de melhoria da

escola (municpio de Famalico) e que possuam um plano de melhoria da escola; b)

escolas que pertenciam a um municpio que no tenha apoiado a implementao de um

plano de melhoria da escola e que no possuam um plano de melhoria da escola, mas

que em termos geogrficos facilitavam o procedimento da recolha dos dados (municpio

de Gondomar).

Aps consulta com os Conselhos Executivos de cada escola e aps reunio com

os seus responsveis onde lhes foi explicado o objectivo do estudo e a relevncia da sua

participao. Procedeu-se recolha dos dados.

O momento da recolha dos dados aconteceu durante o ms de Julho, onde

individualmente com o Conselho Executivo de cada escola participante se procedeu a

uma reunio em que lhes foi pedido o preenchimento da checklistsobre o plano de

melhoria da escola (CPME). Neste momento, foi tambm pedido aos Conselhos

Executivos de cada escola participante que nos facilitassem os dados relativos s

caractersticas de cada escola: n de alunos do 6 ano; n de professores; nvel mdio de

habilitaes literrias dos professores; mdia de reprovaes dos alunos no 6 ano;

mdia das notas dos alunos do 2 perodo nas disciplinas de Portugus e Matemtica;

mdia das notas dos alunos do 6 ano nos exames nacionais de Portugus e de

Matemtica.

Procedimentos de anlise dos dados

De modo a perseguir o objectivo deste estudo recorreu-se ao Statistical Program

for the Social Sciences, (SPSS) verso 17.0. Num primeiro momento, aps a realizao


15/17

do teste de Kolmogorov-Smirnov, que nos permite conhecer as caractersticas da

amostra em termos da normalidade da sua distribuio. Pela anlise do resultado deste

teste (p=0.02) utilizamos o teste no paramtrico Mann-Whitney que permite analisar a

diferena de mdias entre os dois grupos: grupo de escolas com planos de melhoria da

escola e o grupo de escolas sem planos de melhoria

Resultados

Um total de 10 escolas participaram neste estudo e concluram sem excepo a

totalidade dos itens que constituem o CPME. Desta forma, no se registaram valores

omissos a assinalar.

Como se pode verificar na tabela 2 a mdia de rendimento acadmico dos alunos

que pertencem s escolas com planos de melhoria da escola (M =4,00; DP= 0.000)

superior mdia do rendimento acadmico dos alunos que pertencem s escolas sem

planos de melhoria da escola (M= 2.60; DP=0.548).

Tabela 2: Mdia e desvio padro do Rendimento acadmico dos alunos em escolas com e sem Planos deMelhoria

Mdia e desvio padro do Rendimento acadmico dos alunos em escolas com e sem Planos de MelhoriaVarivel ECPME (n=5) ESPME (n=5)Mnimo Mximo Mdia Desvio

PadroMnimo Mximo Mdia Desvio

PadroRendimentoAcadmico dosalunos

4 4 4,00 0,000 2 3 2,60 0,548

Os resultados obtidos pelo teste Mann-Whitney (tabela 3) revelam que h uma

diferena estatisticamente significativa (U= 0.000; p=0.005) entre o rendimento

acadmico dos alunos de escolas com planos de melhoria e o rendimento acadmico de

alunos que pertencem a escolas sem planos de melhoria. Sendo que o mean rankdo

rendimento acadmico dos alunos das escolas com planos de melhoria (M=8) superior

ao mean rankdo rendimento acadmico dos alunos das escolas sem planos de melhoria

(M=3,00).

Tabela 3: Diferenas de mdias entre o grupo de escolas com planos de melhoria (ECPME) e o grupo deescolas sem planos de melhoria (ESPME)

Diferenas de mdias entre o grupo de escolas com planos de melhoria (ECPME) e o grupo de escolas sem planosde melhoria (EsPMEMdia das

ECPME (n= 5)Mdia das

ESPME (n=5)U Z p


16/17

Rendimentoacadmico

8.00 3.00 0.000 -2.835 0.005

Discusso dos Resultados

A hiptese que neste estudo se pretendeu verificar foi que as escolas que

possuem planos de melhoria so aquelas que apresentam melhor rendimento acadmico.

Os resultados obtidos permitem-nos verificar que a mdia do rendimento

acadmico dos alunos de escolas com planos de melhoria superior mdia do

rendimento acadmico dos alunos de escolas sem planos de melhoria sendo esta

diferena estatisticamente significativa. O que nos permite confirmar a hiptesealternativa.

Os resultados deste estudo vo ao encontro de outras investigaes na medida

em que estas sugerem que a existncia de um Plano de Melhoria da Escola um

elemento-chave para o sucesso acadmico dos alunos (e.g Black, 2008; Rothman,

2009). As escolas com planos de melhoria so aquelas que apresentam melhores

resultados acadmicos (idem), menores taxas de reprovao e de abandono escolar

(XXXX), clima escolar positivo (Nuttall et al.1989; Fits-Gibbon, 1992). No entanto, a

maior parte da literatura existente aborda os Planos de Melhoria da Escola tendo em

conta as estratgias que so utilizadas e implementadas pelas escolas, sugerindo que a

implementao destas estratgias tem como resultado final a melhoria do rendimento

acadmico dos alunos (XXX).

Apesar dos resultados obtidos serem relevantes para a temtica da Melhoria e

Eficcia da Escola. Todavia, dadas as caractersticas e especificidades deste estudo, no

nos permitem afirmar que a melhoria no rendimento acadmico dos alunos se deve

existncia na escola de um Plano de Melhoria.

Para melhor se compreender e avaliar o impacto de um Plano de Melhoria da

Escola no rendimento acadmico era desejvel realizar um estudo experimental com um


17/17

grupo de controlo (escolas sem planos de melhoria) e um grupo experimental (escolas

com planos de melhoria). Em que cada uma das escolas devia ser inicialmente avaliada

em termos de rendimento acadmico (pr-teste), sendo que de seguida implementar-se-

ia um plano de melhoria no grupo experimental, por ltimo seriam novamente

avaliadas em termos do rendimento acadmico (ps-teste). Desta forma, seria possvel

estabelecer uma relao mais consistente entre a existncia de um plano de melhoria na

escola e o aumento do rendimento acadmico dos alunos dessa escola.

A no existncia de uma checklist devidamente aferida e validada para a

populao de forma a avaliar o Plano de Melhoria da Escola, outra das limitaes do

presente estudo. Por ltimo, as caractersticas da nossa amostra (n=10) no nos permite

assegurar a validade dos resultados, pois como uma amostra de convenincia no

representativa da populao escolar portuguesa.

Dada a escassez de estudos que abordam esta temtica necessrio que outras

investigaes surjam de forma a aclarar e ultrapassar as limitaes que o presente

estudo encontrou.

Documents

O impacto do Plano de Melhoria e Eficácia da Escola no rendimento académico dos aluno1