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1 Aparecida, 20 de setembro de 2008 NOVA FASE - ANO NOVA FASE - ANO NOVA FASE - ANO NOVA FASE - ANO NOVA FASE - ANO 2 - - - - - 21 21 21 21 21 - - - - - 20 20 20 20 20 de de de de de setembro setembro setembro setembro setembro de 200 de 200 de 200 de 200 de 2008 - APARECIDA-SP - APARECIDA-SP - APARECIDA-SP - APARECIDA-SP - APARECIDA-SP Fundado em 20 de outubro de 1969 DIRETOR FUNDADOR: Benedicto Lourenço Barbosa Tem o que le Tem o que le Tem o que le Tem o que le Tem o que ler ................................................................................................................................. ................................................................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................................................................... w w w . j o r n a l o l i n c e . c o m . b r SOMOS DEMOCRATAS (DEM, PTC) Aloísio André Arneiro (Lu Arneiro - 25007) Edna Aparecida Ferreira Torres (25780) João Vicente Braga Vieira (25500) José Benedito Ferreira da Rocha (Zé da Elza - 25100) José Ricardo Damião Alves (Cachorro - 25555) Josiane Pereira de Moura (25013) Lúcio José Pedrini (25668) Maria Aparecida Castro Rocha (25660) Maurílio Benedito dos Santos Reis (25000) Nilton Isaias de Andrade (Beiçola - 36666) Paulo Lopes Guimarães (Paulinho da Renovação - 25600) Waldemir José Pedroso (Wadê - 25012) Welington Nogueira Silva (25025) APARECIDA MELHOR (PTN, PSL, PDT, PPS) Adval Benedito Coelho (23690) Ana Lúcia Moura (12222) Antonio Carlos Firmino (12570) Bernadete da Silva Santos (Irmã Bernadete - 19230) Domingos Léo Monteiro (23023) Eliane de Almeida da Silva (23423) Eliane Dias Camargo (Lia - 12000) Elisabete Maria de Melo Oliveira (12765) João Carlos Leme (João do Aroeira - 19000) Luís Cláudio da Silva (Claudião Cantor - 12100) Luís Marcelo Marcondes Pinto (23123) Marcelo Monteiro Gonçalves (Cabo Monteiro - 12012) Marco Antonio Gonzaga da Silva (23500) Marcos Antonio da Silva (Marquinhos da Guarda - 23153) Maria Aparecida de Oliveira (19136) Nelma Fátima Silva Cleto Ferreira (Nelma do Povo - 17333) Wilson Manoel Aparecido Delfino (Gilso Cachorrão - 12005) APARECIDA SEM MEDO DE SER FELIZ (PR, PSDB, PMN, PSC) Adilson José de Lima Castro (Adilson Boi na Brasa - 45000) Edgar dos Santos Filho (Edgar da Farmácia - 45555) Francisco Egidio Monteiro Vaz (Fram Pé Sujo - 45222) Gilda Catarina da Silva (Imã Gilda - 20020) João Ferreira (45685) João Luiz Mota (Dão - 45670) José Benedito Ribeiro (Prof. Zé Dito - 45645) Júlio Bustamante Sá Júnior (20000) Maria Tereza Dias Gomes (45045) Nadir Pereira Neves (Nadir Imóveis - 20600) Patrícia Almeida Gonçalves Pereira (45678) Paulo Benedito dos Santos (Paulinho Feroz - 22666) Paulo Caputo (45655) Pedro César de França Freire (Rei da Cocada - 45123) Regina Helena de Castro (Prof. Regina - 45111) Rosa Maria de Jesus (Rosinha - 33456) Valdeci Martins da Silva (33633) Wilian Camargo de Oliveira (20123) PV Ana Carolina Gonçalves Pinto (43020) Antonio Trindade (43088) Benedito Carlos Ribeiro Wendling (43066) Dirceu Fulgêncio Pinto (43010) Guido Machado Braga (43007) Hidélcio Guimarães de Oliveira (43099) Luiz Carlos da Silva (43000) Maria Inês Rocha (43034) Maria Margarida Silva de Freitas (da TMC Turismo- 43013) Susi de Cássia Freire (43030) Valberto Wagner da Silva (Beto do Bruno - 43043) Quem é quem nas eleições municipais? Quem é quem nas eleições municipais? Quem é quem nas eleições municipais? Quem é quem nas eleições municipais? Quem é quem nas eleições municipais? As eleições municipais se aproximam e é chegada a hora de definir a quem con- fiar o voto. Para tanto, alguns esclareci- mentos são necessários para que o eleitor possa analisar as conseqüências da deci- são que adotar. Dentre os esclarecimen- tos necessários, é fundamental saber a di- ferença entre eleições majoritárias e pro- porcionais. De fato, em 5 de outubro, haverá duas eleições distintas: uma para prefeito e ou- tra para vereadores. A eleição para prefeito, também cha- mada de majoritária, estabelece uma re- lação direta entre o desejo da maioria dos eleitores e o candidato ao cargo, ou seja, é eleito aquele que recebe o maior número de votos válidos em apenas um turno ou no segundo turno de votação, no caso de serem dois. Já nas eleições proporcionais, nem sempre é eleito aquele que é mais votado. O que existe é uma proporção de cadeiras no legislativo em função do desempenho de cada partido no pleito eleitoral. Assim sendo, cada partido obtém uma vaga a partir do momento em que atinge um número mínimo de votos que resulta da divisão dos votos válidos pelo número de cargos existentes no legislativo. Esse número mínimo é chamado de quociente eleitoral e define quantas vagas caberão a cada agremiação partidária. Trata-se de um eficiente dispositivo le- gal quando a intenção é valorizar as agremiações partidárias e não as candida- turas avulsas. Ocorre, portanto, de nem sempre os mais votados serem os eleitos e de nem sempre serem eleitos aqueles que o eleitor desejaria dentro de um partido ou coligação. Por isso, é preciso estar atento, pois o seu voto pode ajudar a eleger alguém que você não gostaria que fosse o seu repre- sentante na Câmara Municipal. Visando, então, dar elementos de reflexão para o eleitor, O Lince publica a relação dos can- didatos a vereador em Aparecida-SP, as co- ligações a que pertencem e a votação dos atuais candidatos que concorreram nas eleições de 2004. É certo que o quadro político se alte- rou, alguns candidatos mudaram de par- tido, o número de votos pode aumentar ou diminuir em razão de diferentes fato- res e há muitos candidatos estreantes cujas votações permanecem incógnitas. Porém, uma boa análise do quadro abaixo pode ajudar a escolher de maneira melhor in- formada e menos ingênua HÁ POUCO mais de um mês das eleições municipais, a Rádio-TV Aparecida promoveu, no dia 03 de setembro, o Seminário de Educação Política - Voto Consciente, um ato de cidadania. Cerca de 100 pessoas, entre elas vários candidatos a prefeito e a ve- reador, acompanharam as locuções do historiador Gil- berto Souza, da Comissão de Justiça e Paz da CNBB, e do Prof. Dr. Alberto Almeida, sociólogo, pesquisador da Universidade Federal Fluminense e autor do livro "A cabeça do brasileiro". O sociólogo Alberto Almeida apontou várias características do eleitor brasileiro e foi categórico ao afirmar que as suas pesquisas de- monstram que, quando um governo é muito bem ava- liado pela população, o administrador público faz o seu sucessor. Aguardemos as eleições! Aparecida Locais de Votação 1 a 6 - EE Américo Alves 7 a 11 - EM Virgulina M. M. Fázzeri (Coteca) 12 a 15, 95 e 113 - EM Chagas Pereira 16 a 19, 67, 97 e 106 - EE Maria Conceição Pires do Rio 20, 21, 62, 70 e 105 - EM Sólon Pereira 22 a 26 e 69 - EM Maria Helena Camargo Lourenço Barbosa 27 a 30, 66, 96 e 108 - EE Paulina Cardoso 31 a 33, 59, 73 e 104 - EM Marieta Braga 34 a 37 e 74 - EM Anísio Novaes 38 a 40 e 48 a 50 - EE Murillo da Amaral 51 a 54, 56, 57 e 116 - EE Comendador Salgado 60, 71, 98, 107 e 115 - EM Edgar de Souza 63 - EM Maria Aparecida Encarnação (especial) 65 e 103 - EM Maria Aparecida Encarnação Pesquisador afirma que prefeito com alta aprovação faz o sucessor COMPROMISSO COM APARECIDA (PSB, PSDC) Antonio Jorge da Silva (Pai Jorge - 40678) Denise Maria Silva de Oliveira (Denise da Promoção Social - 40777) Elisabeth Moreira da Cunha (40003) Gilson Ferreira da Costa ( Macaquinho - 27017) Harlei Diniz de Carvalho (40123) Hernando José Plentz da Silva (40800) Joaquim Noivo da Silva (Joaquim Cabeleireiro - 40024) José Cândido de Souza (Candinho - 40999) - 125 Júlio José Ferreira dos Santos (Júlio da Banca - 40222) Luiz Carlos Ferreira (Corpo Seco - 40000) Marcelo Pereira Rangel (40111) Marcos Antônio Tavares (Marcão Tavtur - 40555) Paulo Roberto Dias (Paiá - 40444) Selma Lúcia Charleaux Gouvêa dos Reis (40666) Valdecir de Oliveira (Padre Vito - 40040) RUMO CERTO (PTB, PMDB) Alcir de Souza Siqueira (Pastor Alcir - 14616) Amélia Rodrigues Zocoler (Amélia manicure - 14333) Ângelo Reginaldo Leite (14444) Celso Pereira (Celso Pintor - 14500) Elcio Ribeiro Pinto (Elcinho - 14123) Emerson Camargo Perez (Dengue - 14004) José Antonio de Jesus (15015) José Odir de Campos (Carneirinho - 14888) José Rosa do Prado (Zé Rosa - 14699) Luiz Otávio de Toleto Piza (Tavinho Piza - 14000) Maria Aparecida de Jesus Ventura da Silva (Cidinha Ventura - 14700) Milton Martins Pereira (Milton do Salgado - 14660) Nei Aurélio Rangel (Nei Lebrinha - 15000) Pedro Ricardo Goussain (Pedrão Santa Casa - 14714) JUVENTUDE, OUSAR E AVANÇAR (PP, PRB, PT) Agnaldo Gomes Ribeiro (Baiano do Jegue - 11611) Alessandro Antonio Ribeiro Rodrigues (10123) Alexandro de Souza Dias (Pingo - 13000) Antonio Carlos Mathias (Iê - 11111) Benedito da Conceição Belchior (Ditinho do Itaguaçu - 11210) Carlos Eduardo Thomaz da Silva (11000) Edino Aparecido Rocha (11123) Ivan Claudinei de Carvalho (11113) Josué Antonio Lourenço Barbosa (Cambé - 13013) Luis Carlos de Siqueira (Piriquito - 11456) Luiz Carlos de Souza (11011) Nislair Fabian de Melo (11789) Roger Bertolaccine Andare (11222) PSOL Ednaldo de Oliveira Sant'Anna (50123) José Benedito dos Santos (Zezinho - 50000)

o lince 01 · 2019. 7. 1. · Francisco Egidio Monteiro Vaz (Fram Pé Sujo - 45222) Gilda Catarina da Silva (Imã Gilda - 20020) João Ferreira (45685) João Luiz Mota (Dão - 45670)

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Page 1: o lince 01 · 2019. 7. 1. · Francisco Egidio Monteiro Vaz (Fram Pé Sujo - 45222) Gilda Catarina da Silva (Imã Gilda - 20020) João Ferreira (45685) João Luiz Mota (Dão - 45670)

11111Aparecida, 20 de setembro de 2008

NOVA FASE - ANO NOVA FASE - ANO NOVA FASE - ANO NOVA FASE - ANO NOVA FASE - ANO 22222 - Nº - Nº - Nº - Nº - Nº 2121212121 - - - - - 2020202020 de de de de de setembrosetembrosetembrosetembrosetembro de 200 de 200 de 200 de 200 de 20088888 - APARECIDA-SP - APARECIDA-SP - APARECIDA-SP - APARECIDA-SP - APARECIDA-SP

Fundado em 20 de outubro de 1969DIRETOR FUNDADOR: Benedicto Lourenço Barbosa

Tem o que leTem o que leTem o que leTem o que leTem o que lerrrrr.................................................................................................................................

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w w w . j o r n a l o l i n c e . c o m . b r

SOMOS DEMOCRATAS (DEM, PTC)Aloísio André Arneiro (Lu Arneiro - 25007)Edna Aparecida Ferreira Torres (25780)João Vicente Braga Vieira (25500)José Benedito Ferreira da Rocha (Zé da Elza - 25100)José Ricardo Damião Alves (Cachorro - 25555)Josiane Pereira de Moura (25013)Lúcio José Pedrini (25668)Maria Aparecida Castro Rocha (25660)Maurílio Benedito dos Santos Reis (25000)Nilton Isaias de Andrade (Beiçola - 36666)Paulo Lopes Guimarães (Paulinho da Renovação - 25600)Waldemir José Pedroso (Wadê - 25012)Welington Nogueira Silva (25025)

APARECIDA MELHOR (PTN, PSL, PDT, PPS)Adval Benedito Coelho (23690)Ana Lúcia Moura (12222)Antonio Carlos Firmino (12570)Bernadete da Silva Santos (Irmã Bernadete - 19230)Domingos Léo Monteiro (23023)Eliane de Almeida da Silva (23423)Eliane Dias Camargo (Lia - 12000)Elisabete Maria de Melo Oliveira (12765)João Carlos Leme (João do Aroeira - 19000)Luís Cláudio da Silva (Claudião Cantor - 12100)Luís Marcelo Marcondes Pinto (23123)Marcelo Monteiro Gonçalves (Cabo Monteiro - 12012)Marco Antonio Gonzaga da Silva (23500)Marcos Antonio da Silva (Marquinhos da Guarda - 23153)Maria Aparecida de Oliveira (19136)Nelma Fátima Silva Cleto Ferreira (Nelma do Povo - 17333)Wilson Manoel Aparecido Delfino (Gilso Cachorrão - 12005)

APARECIDA SEM MEDO DE SER FELIZ(PR, PSDB, PMN, PSC)Adilson José de Lima Castro (Adilson Boi na Brasa - 45000)Edgar dos Santos Filho (Edgar da Farmácia - 45555)Francisco Egidio Monteiro Vaz (Fram Pé Sujo - 45222)Gilda Catarina da Silva (Imã Gilda - 20020)João Ferreira (45685)João Luiz Mota (Dão - 45670)José Benedito Ribeiro (Prof. Zé Dito - 45645)Júlio Bustamante Sá Júnior (20000)Maria Tereza Dias Gomes (45045)Nadir Pereira Neves (Nadir Imóveis - 20600)Patrícia Almeida Gonçalves Pereira (45678)Paulo Benedito dos Santos (Paulinho Feroz - 22666)Paulo Caputo (45655)Pedro César de França Freire (Rei da Cocada - 45123)Regina Helena de Castro (Prof. Regina - 45111)Rosa Maria de Jesus (Rosinha - 33456)Valdeci Martins da Silva (33633)Wilian Camargo de Oliveira (20123)

PVAna Carolina Gonçalves Pinto (43020)Antonio Trindade (43088)Benedito Carlos Ribeiro Wendling (43066)Dirceu Fulgêncio Pinto (43010)Guido Machado Braga (43007)Hidélcio Guimarães de Oliveira (43099)Luiz Carlos da Silva (43000)Maria Inês Rocha (43034)Maria Margarida Silva de Freitas (da TMC Turismo- 43013)Susi de Cássia Freire (43030)Valberto Wagner da Silva (Beto do Bruno - 43043)

Quem é quem nas eleições municipais?Quem é quem nas eleições municipais?Quem é quem nas eleições municipais?Quem é quem nas eleições municipais?Quem é quem nas eleições municipais?As eleições municipais se aproximam

e é chegada a hora de definir a quem con-fiar o voto. Para tanto, alguns esclareci-mentos são necessários para que o eleitorpossa analisar as conseqüências da deci-são que adotar. Dentre os esclarecimen-tos necessários, é fundamental saber a di-ferença entre eleições majoritárias e pro-porcionais.

De fato, em 5 de outubro, haverá duaseleições distintas: uma para prefeito e ou-tra para vereadores.

A eleição para prefeito, também cha-mada de majoritária, estabelece uma re-lação direta entre o desejo da maioria dos

eleitores e o candidato ao cargo, ou seja, éeleito aquele que recebe o maior númerode votos válidos em apenas um turno ouno segundo turno de votação, no caso deserem dois.

Já nas eleições proporcionais, nemsempre é eleito aquele que é mais votado.O que existe é uma proporção de cadeirasno legislativo em função do desempenhode cada partido no pleito eleitoral.

Assim sendo, cada partido obtém umavaga a partir do momento em que atingeum número mínimo de votos que resultada divisão dos votos válidos pelo númerode cargos existentes no legislativo. Esse

número mínimo é chamado de quocienteeleitoral e define quantas vagas caberão acada agremiação partidária.

Trata-se de um eficiente dispositivo le-gal quando a intenção é valorizar asagremiações partidárias e não as candida-turas avulsas. Ocorre, portanto, de nemsempre os mais votados serem os eleitos ede nem sempre serem eleitos aqueles queo eleitor desejaria dentro de um partidoou coligação.

Por isso, é preciso estar atento, pois oseu voto pode ajudar a eleger alguém quevocê não gostaria que fosse o seu repre-sentante na Câmara Municipal. Visando,

então, dar elementos de reflexão para oeleitor, O Lince publica a relação dos can-didatos a vereador em Aparecida-SP, as co-ligações a que pertencem e a votação dosatuais candidatos que concorreram naseleições de 2004.

É certo que o quadro político se alte-rou, alguns candidatos mudaram de par-tido, o número de votos pode aumentarou diminuir em razão de diferentes fato-res e há muitos candidatos estreantes cujasvotações permanecem incógnitas. Porém,uma boa análise do quadro abaixo podeajudar a escolher de maneira melhor in-formada e menos ingênua

HÁ POUCO mais de um mês das eleiçõesmunicipais, a Rádio-TV Aparecida promoveu, no dia03 de setembro, o Seminário de Educação Política -Voto Consciente, um ato de cidadania. Cerca de 100pessoas, entre elas vários candidatos a prefeito e a ve-reador, acompanharam as locuções do historiador Gil-berto Souza, da Comissão de Justiça e Paz da CNBB, edo Prof. Dr. Alberto Almeida, sociólogo, pesquisadorda Universidade Federal Fluminense e autor do livro"A cabeça do brasileiro". O sociólogo Alberto Almeidaapontou várias características do eleitor brasileiro efoi categórico ao afirmar que as suas pesquisas de-monstram que, quando um governo é muito bem ava-liado pela população, o administrador público faz oseu sucessor.

Aguardemos as eleições!

AparecidaLocais de Votação

1 a 6 - EE Américo Alves

7 a 11 - EM Virgulina M. M. Fázzeri (Coteca)

12 a 15, 95 e 113 - EM Chagas Pereira

16 a 19, 67, 97 e 106 - EE Maria Conceição Pires do Rio

20, 21, 62, 70 e 105 - EM Sólon Pereira

22 a 26 e 69 - EM Maria HelenaCamargo Lourenço Barbosa

27 a 30, 66, 96 e 108 - EE Paulina Cardoso

31 a 33, 59, 73 e 104 - EM Marieta Braga

34 a 37 e 74 - EM Anísio Novaes

38 a 40 e 48 a 50 - EE Murillo da Amaral

51 a 54, 56, 57 e 116 - EE Comendador Salgado

60, 71, 98, 107 e 115 - EM Edgar de Souza

63 - EM Maria Aparecida Encarnação (especial)

65 e 103 - EM Maria Aparecida Encarnação

Pesquisadorafirma que prefeitocom alta aprovação

faz o sucessor

COMPROMISSO COM APARECIDA (PSB, PSDC)

Antonio Jorge da Silva (Pai Jorge - 40678)Denise Maria Silva de Oliveira(Denise da Promoção Social - 40777)Elisabeth Moreira da Cunha (40003)Gilson Ferreira da Costa ( Macaquinho - 27017)Harlei Diniz de Carvalho (40123)Hernando José Plentz da Silva (40800)Joaquim Noivo da Silva (Joaquim Cabeleireiro - 40024)José Cândido de Souza (Candinho - 40999) - 125Júlio José Ferreira dos Santos (Júlio da Banca - 40222)Luiz Carlos Ferreira (Corpo Seco - 40000)Marcelo Pereira Rangel (40111)Marcos Antônio Tavares (Marcão Tavtur - 40555)Paulo Roberto Dias (Paiá - 40444)Selma Lúcia Charleaux Gouvêa dos Reis (40666)Valdecir de Oliveira (Padre Vito - 40040)

RUMO CERTO (PTB, PMDB)

Alcir de Souza Siqueira (Pastor Alcir - 14616)Amélia Rodrigues Zocoler (Amélia manicure - 14333)Ângelo Reginaldo Leite (14444)Celso Pereira (Celso Pintor - 14500)Elcio Ribeiro Pinto (Elcinho - 14123)Emerson Camargo Perez (Dengue - 14004)José Antonio de Jesus (15015)José Odir de Campos (Carneirinho - 14888)José Rosa do Prado (Zé Rosa - 14699)Luiz Otávio de Toleto Piza (Tavinho Piza - 14000)Maria Aparecida de Jesus Ventura da Silva(Cidinha Ventura - 14700)Milton Martins Pereira (Milton do Salgado - 14660)Nei Aurélio Rangel (Nei Lebrinha - 15000)Pedro Ricardo Goussain (Pedrão Santa Casa - 14714)

JUVENTUDE, OUSAR E AVANÇAR (PP, PRB, PT)

Agnaldo Gomes Ribeiro (Baiano do Jegue - 11611)Alessandro Antonio Ribeiro Rodrigues (10123)Alexandro de Souza Dias (Pingo - 13000)Antonio Carlos Mathias (Iê - 11111)Benedito da Conceição Belchior(Ditinho do Itaguaçu - 11210)Carlos Eduardo Thomaz da Silva (11000)Edino Aparecido Rocha (11123)Ivan Claudinei de Carvalho (11113)Josué Antonio Lourenço Barbosa (Cambé - 13013)Luis Carlos de Siqueira (Piriquito - 11456)Luiz Carlos de Souza (11011)Nislair Fabian de Melo (11789)Roger Bertolaccine Andare (11222)

PSOL

Ednaldo de Oliveira Sant'Anna (50123)José Benedito dos Santos (Zezinho - 50000)

Page 2: o lince 01 · 2019. 7. 1. · Francisco Egidio Monteiro Vaz (Fram Pé Sujo - 45222) Gilda Catarina da Silva (Imã Gilda - 20020) João Ferreira (45685) João Luiz Mota (Dão - 45670)

22222 Aparecida, 20 de setembro de 2008

Alexandre Marcos Lourenço Barbosa

PROJETO GRÁFICO: Marco Antônio Santos Reis

REVISÃO: Heloísa Helena Arneiro Lourenço Barbosa

JORNALISTA RESPONSÁVEL: Rita de Cássia Corrêa (MTB 26.190/SP)

IMPRESSÃO: Gráfica e Editora Santuário

TIRAGEM: 3000 exemplares - Distribuição Gratuita

Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores.Registro no Oficial de Registro de Imóveis, Títulos e Documentos e Civil

de Pessoa Jurídica - Comarca de Guaratinguetá - SP,sob nº 26, fls. 17 do livro B-1.

ENDEREÇO: Rua Alfredo Penido, 101Tel.: (12) 9138-5576 — [email protected]

EM 2008, afora as boas intenções dalegislação eleitoral, a afronta à legislaçãoambiental tem sido constante. A poluiçãovisual cedeu lugar à poluição sonora. Sãobombardeios, em decibéis, caindo comochamarizes, sem hora marcada e em inter-valos reduzidos, nos tímpanos de eleito-res e não-eleitores. Haja martelo, estribo ebigorna para suportar, sem perder a luci-dez, esta overdose publicitária, quase sem-pre de mau gosto, expressa nos jingles doscandidatos.

Antes, diante dos outdoors, fecharmosos olhos ou redirecioná-los era possível,mas, agora, como fazer o mesmo com osouvidos? Imagino a cena surreal e acomicidade de ver as pessoas, nas ruas eem suas casas, com chumaços de algodãonas orelhas protegendo-se de ummarketing agressivo sem qualquer conteú-do significativo, mesmo porque osjingles não trazem em si este propósito.Ao contrário, a finalidade publicitáriadestas vinhetas sonoras é vedar o pensa-mento, sedar a consciência e acirrar osinstintos para transformar as eleiçõesnum grande game no qual as pessoas seperfilam por afinidades, simpatias e in-teresses pessoais.

É penoso manter a sobriedade uma vezinserido neste jogo coordenado por can-didatos e marqueteiros. Isso exige do elei-tor algo mais que, na maioria das vezes,ele não dispõe ou, se dispõe, não está dis-posto a ceder.

A rigor, falo da capacidade de penetraranaliticamente os discursos e a história doscandidatos, auscultar-lhes a dimensão donão-dito, perceber o recôndito e em quemedida aquilo que se esconde é ou nãocomprometedor. Não falo das pequenasfaltas e fraquezas humanas, estas sãodesconsideráveis se não forem graves, e simde grupos e pessoas bem ou mal intencio-nados, muito, pouco ou nada preparados,dispostos ou não para o altruísmo inerenteao verdadeiro homem público.

Eleições não são bienais de entreteni-mento nem finais de campeonato esporti-vo. O momento eleitoral não é um aconte-cimento sem maiores conseqüências. Es-tas são diretas e, às vezes, imediatas. Daí aseleições não permitirem a leviandade doeleitor sem que a realidade regurgite so-bre ele. E a realidade é impiedosa com osirresponsáveis e, em certos casos, também

EEEEE DITORIALDITORIALDITORIALDITORIALDITORIAL

JinglemaniaOu de como levar o eleitor a não pensar

ÁÁÁÁÁGORAGORAGORAGORAGORA

ASSISTI a muito pouco dos Jogos Olímpi-cos de Pequim. Desse pouco que vi, achei quea ginástica é uma coisa muito chata. As atletas,quando não estão chorando, roem as unhas,num banco duro, aguardando a nota como sefosse uma sentença de morte.

Esporte tem que dar prazer, se não for as-sim, não compensa. Não se conseguem bonsresultados.

A Mauren disse que no dia em que saltou7,04 m pediu, nas suas orações, uma ajuda paraconseguir fazer o melhor. Veja que ela não pe-diu para vencer. Pois, se assim o fosse, como éque o Senhor ia fazer com os outros competi-dores, que certamente tinham pedido a mes-ma coisa? Ela conseguiu porque treinou mui-to, tem um biótipo favorável para a modalida-de que pratica e porque achava que podia ga-nhar. Já o Jadel não venceu, apesar da garra.Estava sozinho sem o treinador, padrinho seu,o Pedrão.

O João do Pulo, quando saltou no México,ganhou a medalha de ouro e bateu o recordemundial, que só seria ultrapassado dez anosdepois. Contou que, no dia da prova, tinha acor-dado com a alma leve e achou o dia bonito.Uma série de fatores positivos contribuiu parao sucesso dele: treino, biótipo, garra e prazer.

Observe numa partida decisiva de futebol,logo no início do jogo, as jogadas de bola divi-dida. Quem ganha são os campeões. Viu aque-la dividida do Ronaldinho Gaúcho com o ar-gentino Fernando Gago. O argentino elegantese jogou por trás, desajeitado, para cortar umajogada na lateral sem nenhuma importânciaaparente. O brasileiro riu do esforço do joga-dor argentino. Você viu quem riu no final.

Competição não exclui solidariedade. Namaratona, depois de correr 30 km, o atleta usa

O sorriso da russaGetúlio Martins

Getúlio Martins é doutor em Saúde Públicapela Universidade de São Paulo

PROPRIETÁRIO:Alexandre Marcos Lourenço Barbosa

DURANTE todo o ciclo vital pelo qualpassamos, desde a concepção até o findar dosnossos dias, os hormônios estão presentes emnosso organismo.

Eles compõem uma orquestra bem-sincro-nizada, comandada pelas glândulas endó-cri-nas. Essas glândulas secretam hormônios parao sangue circulante, que por sua vez inicia umaespécie de dança, atuando sobre células-alvoem muitos pontos do nosso corpo. Existemseis glândulas endócrinas muito importantese várias outras de menor importância. A delasé a hipófise, uma glândula bem pequenina queexerce uma função vital em nossa vida, tantoque é conhecida como glândula-mestra.

O corpo humano é controlado por doissistemas muito eficientes: o nervoso e oendócrino, e a nossa pequenina glândula-mes-tra funciona como uma ponte entre esses doissistemas que são constituídos por duas meta-des: uma que contém tecido nervoso e a outra,tecido glandular.

Desde a nossa concepção, que é o encon-tro da célula da nossa mãe com a célula donosso pai, os hormônios atuam de formaesplendorosa dentro do corpo materno, comuma perfeição que só a natureza divina podeproporcionar. É um corpo nutrindo, forman-

A dança dos hormôniosSílvia Maria de Carvalho Farias

Sílvia Maria de Carvalho Farias, graduandade Enfermagem Fatea/Lorena, funcionária

do hospital Unimed de Lorena .e-mail: [email protected].

com os demais. Escolhas mal feitas po-dem ter efeitos nefastos sobre todos.

À guisa de exemplo, e para ficar ape-nas neste, poderíamos perguntar qual éo dano social causado por um professoraprovado em um concurso público frau-dado? Ele terá sob sua tutela cerca de 30a 35 crianças durante um período de pelomenos 25 anos. Se ele não estiver bempreparado, quantas famílias não serãoatingidas pela sua inaptidão e/ou inca-pacidade? E o custo para a sociedadeque investiu durante anos para obtercomo resultado uma horda dedespreparados?

Na essência da política não creio quenecessariamente esteja o bem comum,pois ela bem pode - e isto é fato - estaravessa ao interesse coletivo. O que cons-titui, a meu ver, o núcleo da vida políti-ca é a sua dimensão eminentementehumana e o seu alcance inevitavelmen-te público. Em política não há o desti-no, não há o divino. Nela, as coisas nãoacontecem porque assim deveriam ser,mas ocorrem porque há homens queescolheram que assim fosse. Não há fa-talidades, há escolhas bem ou malconduzidas.

A política entrega ao homem a res-ponsabilidade pela condução de sua his-tória, único sentido possível para a pa-lavra destino. E a história exige sereshumanos resolvendo (ou não!) proble-mas humanos. Não há como fugir destasorte sem renunciar à liberdade. Políti-ca e História imbricam-se e reclamam,ambas, a ruptura com uma indiferençapresumida e jamais atingida, pois, teó-rica e praticamente, é impossível estaracima ou além da trama de valores re-presentada pelo jogo do poder.

As eleições municipais estão aí e osdiferentes grupos partidários também.É hora de escolher e de expressar osnossos julgamentos. É hora de lembrar,com Lord Byron, que "o melhor profetado futuro é o passado", pois ninguémpode ser avaliado pelo que ainda nãofez. Seria preconceito puro.

Mirar os olhos de cada candidato etraduzir-lhe a fronte é o que se espera deum eleitor arrazoado. Afinal, como en-sinou o mestre Balzac, "não é a fronte oque há de mais profético no homem?"

O futuro que teremos dependerá daescolha que fizermos. Tão óbvio quan-to verdadeiro.

o seu estoque extra de energia, porque já con-sumiu tudo que tinha, apesar de o locutor di-zer que ele não aparenta cansaço. Depois depassar por um posto de abastecimento de água,o atleta de Eritréia ofereceu água para oqueniano que estava ao seu lado, na liderançada prova, e não alcançara a sua garrafa. Não seise a água fez diferença, mas o queniano ga-nhou ouro e o outro ficou em quarto.

Diante do quadro de medalhas, o que maisse discute é como tornar o Brasil uma potêncianos esportes e não somente no futebol. O ca-minho todo mundo sabe: tem que começarpela escola. O jeito de caminhar é que são elas.Nenhuma escola poderia funcionar sem insta-lações adequadas para práticas de, pelo me-nos, cinco modalidades esportivas. No currí-culo teria que ter teoria esportiva e nutricional.Competição entre as escolas da cidade temque ter todo ano. Nos bairros, tem que se con-seguir espaços para atividades esportivas e pa-lestras, para todas as faixas de idades, coorde-nados por professores bem remunerados ededicados em tempo integral.

Não dá para separar educação de esporte,pois ele é a maneira mais fácil de educar. Nor-malmente, os secretários de educação não con-seguem alcançar essa visão. Apegam-se aos seusrecursos como o alcoólatra se apega ao copode pinga ou ao maço de cigarros.

Teve uma coisa rara durante a ginástica dosjogos na China. Uma russa sorriu para a com-panheira, antes de caminhar para a barra. Nãosei se ganhou ouro, mas me lembro bem dorosto dela.

do, dando vida a outro corpo. Nascemos, e oshormônios continuam trabalhando, fazendo-nos crescer. Chegamos à puberdade, e oshormônios maturam nossas células. Com isso,tornamos-nos homens e mulheres capazes denos reproduzirmos, de nos multiplicarmos, degerarmos novas vidas, de sermos eternos.

E assim encontramos, com a maturidade, asabedoria da experiência vivenciada dia a dia.Olhamo-nos no espelho e vemos as marcas deexpressão dos nossos sonhos, dos nossos fra-cassos. É o sistema endócrino promovendo al-terações em sua dança, a música se torna lenta,como se fosse uma valsa acompanhando o cairda tarde, esperando o início da noite.

O findar dos nossos dias deve ser bem-pro-gramado para que possamos ter uma velhicebem-sucedida. É fundamental participarmos dealgum projeto para a melhor idade, ouvirRoberto Carlos, dançar forró e valsas, muitasvalsas, de preferência acompanhados da pessoaque amamos, que nos fez e nos faz feliz.

Oi Lince, vocês poderiam nos ajudar a decidirpelo vereador, que é o que tá difícil! Onde encontroum curriculum dos candidados a vereança? Comovou saber se são honestos, trabalhadores, temconsciência ambiental? Se estudou, se honra seuscompromissos, se não tem nome no SPC eSerasa? Se, alguma vez, lutou por alguma causasem ferir os direitos do seu próximo? Onde tra-balha? Se é patrão, cumpre suas obrigações legaisde empregador? Se é empregado cumpre seusdeveres com dedicação? Se é bom pai ou mãe,bom marido ou esposa, bom filho? Se é umapessoa equilibrada, se tem princípios morais ereligiosos? Você poderia abrir uma página assimpara nós, eleitores. Um abraço.

Lidia Almeida Carvalho — Aparecida - SP

DDDDDO LEITORO LEITORO LEITORO LEITORO LEITORCaro Alexandre,Venho acompanhando a sua coluna no jor-

nal O Lince, que muito me agrada.Eu gosto de política, sobretudo de escrever

sobre. Atualmente, tenho uma coluna no jornaleletrônico: http://www.politicadovale.com.br/,onde escrevo sobre a política de Lorena, onde moro.

No meu último artigo, eu me inspirei em umdos seus artigos. Forte abraço, saúde e paz.

Jean Domingos — Lorena - SP

Oi, Alexandre, como vai? Desejo que estejabem. Quero reforçar aqui que admiro seu traba-lho, já fui sua aluna em vários cursos, tem feitoum grande trabalho unindo através do seu jornalos artistas da região e acima de tudo trabalha pelaeducação. Denise de Souza — Guaratinguetá - SP

Page 3: o lince 01 · 2019. 7. 1. · Francisco Egidio Monteiro Vaz (Fram Pé Sujo - 45222) Gilda Catarina da Silva (Imã Gilda - 20020) João Ferreira (45685) João Luiz Mota (Dão - 45670)

33333Aparecida, 20 de setembro de 2008

FFFFFOCUSOCUSOCUSOCUSOCUS

SOFIA HELENA, a escritora-mirim da se-ção Grafias de O Lince, esteve na 20 BienalInternacional do Livro de São Paulo e parti-cipou da sessão de autógrafos do escritorZiraldo.

O consagrado criador do "Menino

Centro de Apoioaos RomeirosAsa Oeste - [email protected]

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DICODICODICODICODICOESCRITÓRIO

CONTÁBIL

NO DIA 02, próximo passado, foi inaugu-rada, na sede da Cúria Metropolitana deAparecida, a Rua Barão do Rio Branco, no.412, centro, Exposição comemorativa dos50 anos de Criação e Instalação daArquidiocese de Aparecida.

A Exposição apresenta acervo fotográ-fico com os fatos marcantes da história daArquidiocese, seus Arcebispos, suas Paró-quias, Santuário Nacional, visitas do PapaJoão Paulo II e do Papa Bento XVI.

Conta ainda com acervo de Imagens queretratam a piedade popular. Objetoslitúrgicos e outros objetos importantes paraa nossa história. Quer a Exposição fazer,ainda, homenagem a três grandes homensda nossa história, os quais optaram por per-manecerem na recém-criada Arquidiocesede Aparecida: Monsenhor Oswaldo de Bar-ros Bindão; Monsenhor Rodrigo da SilvaAraújo; Cônego Francisco Eloy.

A SECRETÁRIA Municipal de Turismo deAparecida, Márcia Fillipo, recebeu o TroféuMulher Influente, prêmio concedido peloJornal MG Turismo às mulheres que se des-tacam nos diversos setores de atuação. Oprêmio é concedido a diversas categorias eno quesito Administração Pública, a dinâ-mica e dedicada secretária de turismo foiagraciada com o galardão maior.

Em sua décima segunda edição, a en-trega do Troféu aconteceu no último dia 8

NA TARDE de 11 de setembro, o escri-tor Moacyr Scliar esteve em Guaratinguetá,na Biblioteca Municipal "Dr. Diomar Pe-reira Rocha", onde participou de um bate-papo com leitores da região.

Batizado de "Viagem Literária", o en-contro encheu a sala de leitura com um pú-blico formado por professores, alunos eapreciadores da obra do premiado autor,cujos livros somam mais de 60 títulos, en-tre romances, contos, crônicas, ensaios eliteratura infantil, alguns dos quais tradu-zidos para vários idiomas.

Durante a apresentação, Moacyr Scliar,que é membro da Academia Brasileira deLetras, discorreu um pouco sobre sua in-

Com Ziraldo na Bienal

Maluquinho" foi atencioso e amável comSofia e sua irmã Alice. Trocaram algumaspalavras e Ziraldo, interessado, pediu aSofia que lhe mandasse alguns textos escri-tos por ela. Certamente, um encontro ines-quecível para a pequena e iniciante autora.

Exposição - 50 anos deArquidiocese de Aparecida

Padre Paulo Tadeu Fazem parte da Exposição os aposen-tos preparados para Sua Santidade, o PapaBento XVI, por ocasião de sua vinda aAparecida para a abertura da V Conferên-cia do Episcopado Latino-Americano eCaribenho.

A presente Exposição deseja fazer memó-ria desses 50 anos de caminhada do Povo deDeus nesta circunscrição eclesiástica. Fazer,aos mais antigos, recordarem o já vivido e,aos mais novos, contar a história, para queconstruam o futuro. E que esteja presente a féna presença de Deus, em toda essa caminha-da, pois o Senhor não abandona o Seu Povo.

A Exposição está aberta à visitação públi-ca, de quarta-feira a domingo, das 13h30minàs 16h30min. Aberta nesse mês de setembro,ficará à disposição de todos até o mês de de-zembro.

Será uma honra receber a todos quequeiram conhecer um pouco de nossahistória comum.

Márcia Filippo recebe prêmioem Belo Horizonte

de setembro, às 20 horas, no salão nobredo Othon Palace Hotel, em Belo Hori-zonte. Mulheres de expressão de todo opaís lá estiveram reunidas e MárciaFilippo, escolhida entre suas pares, foi aoradora da turma.

O Troféu Mulher Influente coroa demérito e reconhecimento o trabalho com-petente e criativo de Márcia Filippo à fren-te do turismo de Aparecida ao longo dequase oito anos.

Viagem Literária

fância em Porto Alegre e falou de sua for-mação como médico e escritor. A seguir, oautor colocou-se à disposição para respon-der às perguntas da platéia. Esgotada estaparte, a viagem literária teve por desfechouma rápida sessão de autógrafos e fotogra-fias.

Aos que perderam esta oportunidadefica o convite para participarem dos próxi-mos encontros, com outros autores, pre-vistos a ocorrerem ainda este ano.

Para maiores informações, os interes-sados devem procurar a biblioteca públicasituada à Praça Condessa de Frontim, 160 -Centro - Guaratinguetá. Ou entrar em con-tato através do telefone (12) 3133-9301.

PeloJoveme seuprimeiroempregocomregistroemcarteira

Reginaldo Leite(da Associação Comercial)

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Márcia Fillipo, à esquerda, recebe o troféu “Mulher Influente” de 2008Márcia Fillipo, à esquerda, recebe o troféu “Mulher Influente” de 2008Márcia Fillipo, à esquerda, recebe o troféu “Mulher Influente” de 2008Márcia Fillipo, à esquerda, recebe o troféu “Mulher Influente” de 2008Márcia Fillipo, à esquerda, recebe o troféu “Mulher Influente” de 2008

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44444 Aparecida, 20 de setembro de 2008

Final

RRRRREPUBLICANDOEPUBLICANDOEPUBLICANDOEPUBLICANDOEPUBLICANDO

REGULAMENTO DO TRÂNSITODE VEHICULOS NO MUNICÍPIO

DE APPARECIDA - ESTADO DE SÃO PAULOCAPITULO V - DOS CONDUCTORES DE VEHICULOS E SEU

DEVERES

Artigo 38 - Só poderão conduzir vehiculos pessoas que obtiverema respectiva carteira de habilitação, na Prefeitura, depois de approvadosem exame, exceptuados os carroceiros que conduzem carroças a pé, oscarreiros e os proprietários e conductores de bicycletas.

§ 1º - Para o fim das determinações do presente artigo, os candida-tos a conductores de vehiculos deverão provar:

a) ser maior de 18 annos.b) Não sofrer de moléstia transmissível, por simples convivência

transitória, nem de mal que o possa privar subitamente do governo dovehiculo.

c) Ter visão e audição perfeitas.d) Ter attestado firmado por pessoa idônea, a juízo da Prefeitu-

ra, de que é honesto, morigerado e não se dá ao vício da embriaguez.e) Que comprehende e falla o idioma nacional.§ 2º As exigências constantes das letras "b" e "e" serão dispensadas

quando se tratar de habilitação de candidatos a conductores devehiculos particulares.

§ 3º - Os assim habilitados deverão prehencher as disposiçõesdispensadas no paragrapho anterior, sempre que desejarem passar aconduzir vehiculos de aluguel.

Artigo 39 - Os exames effectuar-se-hão no local que for designadopela Prefeitura e perante examinadores por ella designados.

Artigo 40 - Approvado o candidato, não começará a exercer o seumister sem que previamente esteja munido da carta de habilitação ematricula na policia.

Artigo 41 - Nas cartas de conductores de automóveis constarão:nome, filiação, idade, estado, naturalidade, residência, signaes parti-culares, e photographia dos respectivos conductores.

Artigo 42 - Nenhum conductor de vehiculo de aluguel poderárecusar serviçopara o fim a que estiver destinado.

Artigo 43 - Os conductores de automóveis de aluguel são obriga-dos a recusar o seu vehiculo a passageiros que façam algazarra ou porqualquer modo perturbem o socego e a ordem publica.

Artigo 44 - Ao conductor de automóvel que, posteriormente à suamatrícula, commetter actos, devidamente comprovados, contra amoralidade ou segurança publicas ou que forneça o seu vehiculo parapratica de actos criminosos, será cassada a carteira, independente-mente das penas a que ficar sujeito pelo Codigo Penal.

Artigo 45 - São obrigações communs de cada um dos conductoresde vehiculos:

a) trazer comsigo a sua carta de hjabilitação, e licença dovehiculo.

b) estar vestido descentemente.c) não carregar o vehiculo com peso ou lotação maior ao esta-

belecido.d) diminuir a marcha nos cruzamentos de ruae) não descer ladeira sem que o vehiculo esteja sufficientemente

travado, não sendo permittido fazel-o por meio de cordas, correntes,etc.

f) conservar o vehiculo no máximo asseio possível.g) ter sempre accesas, a noite, quando em movimento, as lanter-

nas de que trata o artigo 22.h) guardar a ordem estabelecida para a direcção do transito;i) caminhar quando possível, conservando a sua direita, não

rodando sobre as guias dos passeios lateraes.j) entregar dentro de 24 horas, à Prefeitura ou policia, qualquer

objecto ou volume por ventura esquecidos em seus vehiculos.k) tratar o público com toda pollidez e respeitar e acatar as

ordens das autoridades municipaes e policiaes.l) não confiar a outrem a direcção do vehiculo em que estiver

matriculado e nem ceder os seus documentos.m) não fazer correrias nas vias publicas para angariar passagei-

ros ou freguezesn) não fazer estacionar o vehiculo nas ruas e praças, de encontro

aos passeios, salvo nos casos de carga e descarga de volumes muitopesados.

o) Não abandonar o vehiculo, sem que esteja travado em suasrodas e guardado por pessoas que delle tomem conta.

Artigo 46 - São obrigações especiaes dos conductores de vehiculosdestinados ao transporte de passageiros:

a) guardar a maior ordem nos pontos de estacionamento, nãopromovendo algazarras ou ajuntamentos;

b) tratar com pollidez e attenciosa deferência os passageiros e asautoridades, evitando toda e qualquer alteração com os mesmos

c) conduzir os passageiros ao lugar do seu destino, sem atrazarpropositalmente a marcha, ou fazer caminho mais longo que o neces-sário;

d) não exigir do passageiro preço maior que os da tabella;e) exigir a tabella sempre que o passageiro exigir;f) não permittir passageiros viajando nos estribos.

Artigo 47 - Todo conductor de automóvel que se achar em qual-quer logradouro publico, ou nos pontos de estacionamento, quando ovehiculo estiver livre, sobre pretexto algum poderá recusar passageiros,salvo maltrapilhos, ébrios e portadores de moléstias contagiosas, ou

quando o serviço a executar exceder de duas horas. Tão pouco poderáinterromper o serviço começado, salvo desarranjo irremediavel nomotor, não podendo, então, cobrar pelo serviço até então prestado,mais do que a metade do que marcar a tabella.

§ 1º - todo conductor de automóvel, que tenha sido ajustado paradeterminado serviço é obrigado a comparecer a hora estipulada elogar designado.

§ 2º - por sua vez, a pessoa que haja contractado um vehiculo eprescindir, sem prévio aviso, do seu serviço, ou não fôr encontrada nologar e hora marcada, é obrigada a pagar a importância do serviçoajustado.

§ 3º - antes de tomar um automóvel, o passageiro deverá declararse o serviço a executar será por hora ou por corrida.

CAPÍTULO VI - DO EMPLACAMENTO E NUMERAÇÃO DOSVEHICULOS

Artigo 48 - todo vehiculo terá uma placa de numeração, que seráaffixada com parafusos ou rebites e do modo seguinte:

a) nos vehiculos de carga de tracção animal, no lado direito elogar mais alto possível;

b) nos vehiculos de passageiros e tracção animal, na parte poste-rior, sendo o numero repetido nas lanternas

c) nos vehiculos a motor, o numero é mostrado em duas placas,colocadas uma na parte posterior, sob a laterna, e outra na frente,deixando livre toda a parte do irradiador.

§ único - é prohibido terminantemente alterar a placa de numera-ção, quer na sua cor, quer no seu formato ou tamanho.

Artigo 49 - nos casos de extravio de uma placa, outra poderá serdada em substituição, uma vez justificada a perda, a juízo da Prefeitu-ra.

§ único - a nova placa será sempre com numero novo, ficando osnúmeros das placas perdidas cancellados para todos os effeitos, duran-te o exercício.

Artigo 50 - em caso algum a placa de um vehiculo pode ser muda-da para outro, mesmo que o vehiculo para o qual ella for fornecidadesappareça da circulação, salvo caso de inutilisação do mesmo.

§ único - para esse effeito, as placas são selladas com sello dechumbo.

CAPÍTULO VII - DO ESTACIONAMENTO DE VEHICULOS

Artigo 51 - Os vehiculos de aluguel poderão estacionar livrementenos pontos estabelecidos e lotados pelo Prefeito.

Artigo 52 - A collocação a observarem os vehiculos nos pontosdesignados para estacionamento, obedecerá ao que for estabelecidopelas autoridades municipaes e policiaes, que terão em vista acommodidade publica.

Artigo 53 - Os automóveis de aluguel que estacionarem nos pontospermitidos, deverão ser munidos de um deposito destinado a receberóleos e graxas usados nesse vehiculos, devendo não só esse recpetor,como os demais apparelhos, funccionar perfeitamente, de modo aimpedir o derramamento de graxa ou óleo nas vias publicas.

CAPITULO VIII - DAS MULTAS E SUAS APLICAÇÕES

Artigo 54 - Para os casos de infracção das disposições da presentelei, ficam estabelecidas as seguintes penas:

a) falta de licença e matricula do vehiculo - multa de 20$000 a50$000 e apprehensão do vehiculo até que seja cumprida a disposiçãolegal;

b) excesso de velocidade - pela primeira infracção, multa de20$000 a 50$000 e, nos casos de infracções reiteradas, além do máxi-mo da multa, cassação temporária da licença ou carta por 10 a 30dias;

c) falta de carta - pela primeira infracção, multa de 20$000 a50$000 e prisão por 3 a 8 dias nas reincidências;

d) inobservância da tabella de preços - pela primeira infracção,multa de 10$000 a 30$000 e 50$000 na reincidências;

e) pela recusa de serviços, para o fim a que estiver destinado ovehiculo, multas de 10$000 a 50$000;

f) falta de freios de pé ou de mão, ou mau funccionamento dosmesmos, multa de 10$000 a 30$000 e 50$000, nas reincidências;

g) transitar contra mão - multa de 20$000

Artigo 55 - Para os casos de outras infracções da presente lei, seráimposta a pena de multa de 10$000 a 20$000 e o dobro nas reincidên-cias.

Artigo 56 - Todas as multas provenientes de infracções da presentelei, serão consignadas em autos, nos quaes se mencionará a infracção,não sendo licito, sem o seu processo, tornar-se effectiva a pena.

§ 1º - as importâncias das multas arrecadadas, serão recolhidaspor meio de guias à Thesouraria Municipal.

§ 2º - em tudo quanto se refere à applicação das penas estabelecidasna presente lei, a decisão final competirá, privativamente, ao PrefeitoMunicipal.

Artigo 57 - Poderão ainda ser applicadas as seguintes penas disci-plinares aos conductores de vehiculos que, no exercício de sua profissão,occasionarem desastres pessoaes.

§ 1º - em casos de ferimentos leves, ficará immediatamente suspensopelo prazo de 30 dias. Essa pena será relevada desde que, do relatórioda autoridade policial, fique apurada a não responsabilidade doconductor e demonstrado que o mesmo não pretendeu evadir-se depoisdo desastre e que facilitou socorro ao ferido.

§ 2º - em casos de ferimentos graves, a suspensão será pelo prazode 60 dias. Essa pena relevada no fim de 30 dias, desde que fiqueapurada a não responsabilidade do conductor e demonstrado que omesmo não pretendeu evadir-se depois do desastre e que facilitou socor-ro ao ferido.

§ 3º - em casos de morte, ficara suspenso por 90 dias e por maistempo, se a sentença não sentença não for proferida dentro desseprazo pelo Juiz de Direito da Comarca.

§ 4º - em caso de reincidência, não prevalecerá a vantagem dorelevamento da pena e, si o conductor do vehiculo fugir ou deixar deprestar auxilio ao ferido, as penas serão impostas em dobro.

§ 5º - quando se verificar a reincidência em desastres queoccasionarem morte, a carta do conductor será definitivamente cassa-da.

§ 6º - todo conductor de vehiculo que, estando suspenso, for en-contrado no exercício de sua profissão terá a sua carta cassada defini-tivamente.

CAPITULO IX - DO IMPOSTO DE VEHICULOS

Artigo 58 - O imposto de vehiculos é devido pelos seus proprietári-os embora sejam estes dirigidos por terceiros, e será cobrada na razãode uma taxa para cada vehiculo.

Artigo 59 - A arrecadação geral deste imposto é feita, na Prefeitu-ra Municipal de primeiro a 31 de Janeiro de cada anno, em uma sóprestação.

Artigo 60 - Quanto aos novos vehiculos não registrados no annoanterior, o pagamento será feito antes de serem utilisados.

Artigo 61 - Os proprietários de vehiculos que não satisfizerem opagamento de imposto nos prazos regulamentares, ficarão sujeitos amulta de 20%, além da aprehensão do vehiculo, para effectividade dacobrança dos impostos, multas e despesas de depósito.

Artigo 62 - O pagamento de imposto só prevalece dentro do exer-cício para que tenha sido effectuado, qualquer que seja a data em quese realise.

CAPÍTULO X - DISPOSIÇÕES GERAES

Artigo 63 - A fiscalisação do serviço de vehiculos no Município deApparecida, será exercida tanto pela Prefeitura e seus agentes comopelas autoridades policiaes.

Artigo 64 - É permittido a qualquer pessoa notória idoneidadeauthenticar as infracções occorrentes e leval-as ao conhecimento dequem de direito.

Artigo 65 - Além das penas impostas aos conductores de vehiculos,a Prefeitura poderá cassar-lhes a carta, temporária ou difinitivamente,sempre que ficar provado a sua incompetência para continuar a exer-cer a profissão.

Artigo 66 - Em todos os casos de infracções da presente lei, seráligitima para garantia das cobranças das multas e impostos devidos, aaprehensão dos vehiculos ligados à respectivas contravenções.

§ 1º - os vehiculos serão conduzidos ao depósito municipal ougarage, de onde só serão retirados depois de pagas as multas e impos-tos devidos, bem como as despesas do depósito.

§ 2º - passados oito (8) dias de deposito, serão levados a praça, naforma da lei.

Artigo 67 - Os serviços referentes a exame de conductores devehiculos em geral, lotação e designação de pontos de estacionamentopara vehiculos, expedição de cartas, numero de vehiculos, fiscalisaçãoda cobrança dos impostos respectivos são de cargo exclusivo da Prefei-tura Municipal.

Artigo 68 - Em qualquer tempo a Prefeitura, por meio de editaespublicados pela imprensa local, poderá alterar ou supprimir qualquerdisposição da presente lei, bem assim, accrescentar outras que julgarconvenientes.

Artigo 69 - A presente lei entrara em vigor immediatamente apósà sua publicação.

Artigo 70 - Revogam-se as disposições em contrario.

Registre-se e publique-se.Prefeitura Municipal de Apparecida, 6 de Maio de 1929.

Américo Alves Pereira FilhoPrefeito Municipal

Pedro Natalício de CastroSecretário da Câmara

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55555Aparecida, 20 de setembro de 2008

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VEREADORSARGENTO

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Vote com segurança

Venho pedir o seu voto, aparecidense,para que possamos lutar juntos por uma saúde

e uma educação de qualidade.É Aparecida de cara nova!

Com Márcio prefeitoBeto Barbosa vice

Cambé

Gente igual a gente!

João Vicente

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cnpj:

10.03

7.965

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CN

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Trabalho socialResgate da dignidade

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13013Lourenço Barbosa

A família que há 40anos luta por você

na Câmarade Aparecida

25500com Silvino para prefeito

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Nessa eleição,Nessa eleição,Nessa eleição,Nessa eleição,Nessa eleição,não joguenão joguenão joguenão joguenão jogue

seu voto fora.seu voto fora.seu voto fora.seu voto fora.seu voto fora.Josy Moura,Josy Moura,Josy Moura,Josy Moura,Josy Moura,

é agora.é agora.é agora.é agora.é agora.

JOSY MOURAJOSY MOURAJOSY MOURAJOSY MOURAJOSY MOURA2501325013250132501325013

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Através das pequenas coisas,transformamos a sociedade —

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SVocê conhece,você pode confiar!Vote VEREADOR

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66666 Aparecida, 20 de setembro de 2008

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Moda "desevoluída"

Olá! Estamos em 3008 tentando fil-mar o, talvez, último desfile de moda domundo. Sabem o porquê disso? Porque oser humano "desevoluiu".

Agora estamos aqui com a tecnologiade câmera de olho de pterodátilo e mi-crofone de osso tentando gravar algo.Ainda não se sabe se... Uga, buga, ubagh...Desculpem-me! Isso foi um sinal de mi-nha "desevolução". Continuando... Ain-da não se sabe se voltaremos a evoluir.

Agora, vamos ao nosso desfile! Napassarela, o mais novo modelo de pelede mamute! É ideal para o inverno e diasgelados da Nova Era do Gelo. A próximamodelo traz um vestido de pele de tigre-dente-de-sabre com colar de presas detiranossauro rex. É difícil conseguir o

colar e por isso ele custará umas mil es-camas azuis.

O próximo modelo veste uma roupaesportiva de pele de tricerátops comestegossauro. Como podem ver, é idealpara corridas de tarde ou fugas dediplodocus. E, para encerrar, a próximamodelo traz um jeans de pele debrachiossauro.

Vocês devem estar querendo sabercomo os dinossauros chegaram aqui paraque essas roupas fossem feitas. Bem...Essa é outra história.

Sofia Helena Arneiro Lourenço Barbosa

Sofia Helena tem 10 anose gosta de escrever histórias

[email protected]

A noite núbiadebruçou-se sobre nóslímpida e calma,coroada de estrelas.

Eis-nos, pois, olhando estrelase a ouvi-las talvez,em seu cósmico rumor imperceptível.

A força que guia os astroshá de levar-nosao nada finalcom ou semas inúteis interrogações.

O SINAL anunciava o fim de maisum dia de aulas na escola Murillodo Amaral.

Para muitos alunos, era como sesoasse um apito de largada, tamanhaa pressa. Dentre esses, um garotomagricela tomava a dianteira, afome exigindo de suas pernas o má-ximo de velocidade. De manhãzinha,antes de sair de casa, a mãe havia lheprometido para o almoço a sua co-mida predileta. Panquecas! Corren-do, imaginava-as no seu prato, fume-gantes e cheirosas.

Estava, portanto, absorto nessa vi-são deliciosa, quando, ao atravessara avenida, não percebeu o carro vin-do em sua direção.

O automóvel deu uma freadabrusca. De modo que o veículo quevinha logo atrás não pôde evitar oembate violento, com o que provo-cou um barulho não menos assusta-dor que o estrago na traseira do car-ro à frente.

Caído no asfalto, o menino levan-tou-se assustado e, sem olhar paratrás, continuou a correr, ou melhor,a fugir desembestadamente.

Natural que fugisse. Não queriaque aquele acidente chegasse aos ou-vidos de sua mãe. O castigo seriacerto, pois falta de aviso não era. Amãe nunca se cansava de alertá-lopara o perigo daquela via movimen-tada. "Antes de atravessar a avenida,preste muita atenção. Nunca tenhapressa. Só passe quando não vier ne-nhum carro."

Ora, justamente por conta de suapressa e desatenção ocorrera o talacidente. Sendo assim, quanto maisse distanciasse dali, melhor. Quemsabe, se corresse bem, a notícia da-quele infeliz episódio não o acom-panhasse até em casa.

Dessa maneira, ia correndo, quan-do suas pernas afoitas, ao atingirema rua Sebastião dos Santos, deramuma brecada tão forte quanto a doautomóvel que há pouco o havia ar-remessado de encontro ao asfalto.

Logo na primeira esquina, avis-tara uma velha de xale preto.

Quem era?Sua tia!Tão logo a reconheceu, seu cora-

PipaColorida

Wilson Gorj

ção se pôs acelerado, forçando-o a umanova corrida desembestada.

Enquanto corria, pensava no fina-do avô, de quem aquela tia solteironacuidara. Se ainda fosse vivo, poderiabuscar nele um pouco de cumplicida-de e proteção; afinal, sempre contaracom sua amigável intercessão nas oca-siões em que a mãe ameaçava aplicar-lhe umas boas chineladas.

Ah, que saudade sentia do avô! Dastardes azuis em que passavam juntos aempinar papagaios coloridos.

Mas daquela tia beata... Dela nãogostava nem de se lembrar. Chata,ranzinza! Quantas vezes ela se meterana amizade deles, proibindo o avô deacompanhá-lo em suas brincadeiras,sempre com a justificativa de que es-sas poderiam ser prejudiciais à saúdejá debilitada do "velho pai".

Saudade. Medo. Na mente apavo-rada do menino, lembranças e pensa-mentos se cruzavam, atropelavam-se.

Ao fim da sua rua, teve de se deterpela segunda vez. A mãe acabara de sairpelo portão de casa e vinha afobada aoseu encontro.

Resignado, postou-se à espera daschineladas e dos puxões de orelha. Ób-vio que ela já estava a par de tudo.

No entanto, a mulher passou pelofilho como se não o visse.

O garoto, vendo o desespero dela,sentiu o coração apertado. Tanto quenão se importou mais com o castigo queviria. Agora só queria abraçá-la,consolá-la, pedir-lhe desculpa. Todavia,não pôde levar adiante essa vontade,visto que algo desviou sua atenção emdireção oposta. Acabara de ouvir umassobio familiar.

Virando-se, de imediato reviu a tia -a falecida tia, cuja cabeça, emolduradapelo xale preto, meneava-se severa-mente em mais um gesto de censura.

Aflito e confuso, o menino ainda es-cutou um segundo chamado. Voltou-se,então, para o local exato de onde vi-nham aqueles assovios.

Bem ali, sentado num banco da pra-ça Santo Antônio, um simpático velhi-nho lhe acenava, chamando-o para per-to de si.

No céu azul, bailava uma linda pipacolorida.

Wilson Gorj — Aparecida-SPPrimeiro colocado no XIX Concurso de Contos

“Aconteceu em Aparecida” da BibliotecaMunicipal de Aparecida-SP

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A noite núbia...Ruth Guimarães

Comemorando mais um aniversário de sua patrona,a Biblioteca Municipal de Aparecida promoveu, na noitede 19 de setembro, a 19ª cerimônia de premiação dostrês primeiros classificados no Concurso de Contos

“Aconteceu em Aparecida”.Acima, os textos.

Que importa sejam os deuses -mitos,

os espaços vaziose todo sonho termine pela cruz?

Dá-me a mão e sigamos,lá em cima, há o roteiro claro das

estrelase aqui a vida é como um grande rio.

A correnteza nos conduz.

Ruth Guimarãesé escritora, e ocupa a cadeira nº 22

da Academia Paulista de Letras

Algumas rugas do tempo, àdireita do rosto marcado, in-constantes ou volúveis, de re-pente, mudaram de lado.O mesmo se deu com o olhoesquerdo, um tanto inclinado.Passou para a direita.Não dei-me conta de contasestranhas, com números inver-tidos como escrita rúnica.O braço esquerdo do Crucifi-cado me benzendo à direita.

Marco Antônio Santos Reis

[email protected]

ESPELHO

As reflexões, confusas,embaralhando-se num cam-po prata, rindo de mim, deoutra dimensão.Bósons?Estaria eu olhando para lá,ou de lá estaria sendo olha-do? Porque tudo assim tãotrocado, se, trocado, conti-nuo tão assim?Alívio, talvez, por manter,mesmo em vista de tantos

Na camiseta não notei alteração. Bemgrande, no peito, continuou escrito“AMA”.Estranho a caneta na mão es-querda. Justo eu, que mal escrevo coma direita. Canhoto? Esquisito o cabelopenteado para a direita.Meu lado preferido na cama passoupara o outro lado. A porta abriu-se aocontrário...

inversos, alguns portos onde atracar.Alguns portos feitos de idéias, outrosde mãos, ou de corações, onde aninhar-me em meio a tantas humanas confu-sões. Tudo isso frente ao espelho. Mevendo do lado trocado. Sem diferençaalguma, nem vantagem aparente. A nãoser pensar que você poderia estar, tam-bém no coração do meu lado direito.

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77777Aparecida, 20 de setembro de 2008

Os fotógrafosde Aparecida

Encontroem Aparecida

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Adentraram pela rampa de acesso à ima-gem da Padroeira. Maria dos Anjos, moídada longa viagem de carona em um cami-nhão, em que trouxera uma criança de trêsanos deitada ao colo, parou em frente à donada casa e começou a experimentar sensa-ções diferentes. Sentia-se muito leve e comuma inesperada paz interior. Começou achorar descontroladamente. Grossas lágri-mas saltaram-lhe dos olhos, molhando ovestido simples.

As crianças, que acompanhavam a jo-vem mulata, estranharam. O menino maisnovo, agarrado ao vestido dela, principiouum soluço. Uma senhora que admirava acena de perto procurou consolar: " Sua irmãestá emocionada, filhinho. É só isso!". Denada adiantou, pois o menino chorou aindamais e dirigindo-se à garota, chamou pormainha. Pessoas ao lado estranharam. Amesma senhora observou: "Eles sãobaianos! Na Bahia eles tratam todas asmulheres pelo nome de mainha."

O primogênito de Maria dos Anjos, ven-do que a mãe não se importava com a con-fusão que as pessoas ao redor faziam, ape-nas puxou o irmão para junto de si. Apesarde ser apenas três anos mais velho que ooutro, sabia que não podia interromperquando alguém orava. Também estava can-sado da viagem, mas o que lhe incomodavaeram os ruídos que vinham de sua barriga.

Assim que terminou as orações, Mariados Anjos, que nem ouvia o que se passavaao redor, fez o sinal da cruz, secou o rostocom as mãos e essas no vestido. Depois pe-gou o filho pequeno no colo e saiu daBasílica para comprar algo para eles come-rem, seguida pelo filho mais velho.

Maria dos Anjos comprou apenas duascoxinhas e as entregou nas mãos dos filhos.Ela não comeria nada, pois era preciso eco-nomizar para a viagem de volta para casa.Estava habituada com a dor de fome. O quea incomodava, freqüentemente, era a dorde cabeça. Inacreditavelmente, neste dia,mesmo em jejum, não sentia nada. Acredi-tava ser um milagre de Nossa SenhoraAparecida. Desde que pararam em frente àimagem sentia aquela sensação boa. Nãopôde deixar de sentir um pouco de invejadas pessoas que moravam bem perto daBasílica. Imaginou como seria morar ali ouem uma cidade vizinha.

A garota de dezoito anos olhava carinho-samente os meninos. Pensava nas dificul-dades que enfrentava. Naquela vida amargae sofrida que levavam.

O filho mais velho nascera fruto de umacidente. Pelo menos em sua cabeça ado-lescente, era assim que pensava: "foi umacidente". Ocorreu em um dia em que lava-

Walkíria Valério da Silva

va a cozinha da família para a qual traba-lhava. Estava sozinha com o patrão, quan-do este a chamou ao quarto. Nem se lem-brava ao certo como tudo ocorrera. Tudotão rápido e repulsivo que era como se suamente apagasse aqueles momentos desa-gradáveis. Depois foi aquele tornado! Suatranqüila vidinha de menina se transfor-mou totalmente. A mãe, viúva, e os trêsirmãos, culpando-a e insultando-a. Tornou-se a vergonha da cidadezinha do interiorda Bahia. Ela própria, na época, acreditouser culpada, mesmo sem entender ao cer-to o motivo. Não conhecia, nem ao menoshoje, a história de que a imagem da Vir-gem Aparecida fora encontrada no riocom a cabeça separada do restante do cor-po, negra e com uma saliência no ventre,para mostrar ao povo a insatisfação no céucom os assassinos, a mando dos patrões,de escravas grávidas de seus senhores.

Maria dos Anjos viera no percurso tododa viagem pensando no futuro dela e deseus filhos. Imaginou que, certamente,quando os meninos crescessem mais umpouco iriam abandoná-la, assim como fi-zera seu marido, pai do filho mais novo,que fora trabalhar no Rio de Janeiro hádois anos e jamais dera notícias. Durantea viagem até pensara que seria o melhorpara eles. Já vinha até se conformando coma idéia de ficar só e entregar as forças. Afi-nal, nada teria mais sentido sem eles. Poreles que se levantava cedo e seguia sua durarotina. Sozinha, poderia deitar seu frágilcorpo castigado no chão e esperar sua hora.Nada mais faria sentido.

Depois da experiência em frente à ima-gem de Nossa Senhora Aparecida sentiaalgo diferente. Olhando as crianças, viuque o filho menor, que já devorara suacoxinha, recebia a metade do quase intactosalgado do irmão. Os olhos de Maria dosAnjos marejaram. Sabia que o filho maisvelho também estava faminto, mas mes-mo assim, ele se contivera, comendodevagarzinho para poder dividir com oirmão caçula. A garota lembrou-se decomo muitos aconselharam sua mãe paraque abortassem o menino. Agora ali, ven-do a generosidade do primogênito, Mariados Anjos se felicitava por ter resistido àsinvestidas da mãe que se livrassem dele.Era um fruto do seu ventre! Novas espe-ranças inundavam-lhe a alma. Encheu-sede ânimo e sorriu para os meninos. Tinhaa certeza de que nada mais no mundo im-pediria de serem felizes.

Todo final de semana de movimen-to, a disputa entre os fotógrafos da Pra-ça Nossa Senhora Aparecida pela"romeirada" era intensa. E apesar detodo empenho dos "lambe-lambe", di-versas romarias que anualmente esta-vam na cidade viravam fregueses esempre usavam fotografar com o mes-mo profissional. Era uma espécie degratidão pelo atendimento especial querecebiam toda vez que por aqui chega-vam. A romaria não tirava fotografianenhuma enquanto o "retratista ofici-al" não aparecesse por lá. Esses fotó-grafos, tal como seus pseudônimos,eram pessoas simples, com uma pro-nuncia informal, capazes de criar atémesmo uma espécie de dialeto entreeles.

A expressão "frú", por exemplo, eraquando a fotografia ficava tremida oufora de foco. "Velô" era quando se per-dia uma chapa por ter entrado luz den-tro da máquina. "Granulô", fotografiaque perdia a nitidez. Ficou uma "água",quando a chapa não revelava. "Pé degalinha", tipo de fungo que dava naslentes objetivas. Em razão disso a len-te "não cortava", ou seja, não dava per-feição na fotografia.

E sem querer a arte da fotografiaacabou tendo influência nesse aspectolingüístico deles.

Quando surgiu a primeira máqui-na fotográfica houve uma revoluçãomundial e quando a primeira fotogra-fia foi feita surgiu um modo novo deconhecimento humano que ia além dotempo e da própria história.

A influência estrangeira da fotogra-fia teve o seu auge quando seinfiltraram máquinas, lentes objetivase ampliadores com nomes complica-dos de serem pronunciados. Surgiuentão um amontoado de palavras queacabaram fazendo parte do cotidianodaquelas pessoas simples.

Certa vez a esposa de um fotógrafolá da praça quase abandonou o lar fa-zendo o cidadão ficar um tanto intri-gado. Algum tempo depois ele foidescobrir que havia pronunciado a pa-lavra "Werlisa" enquanto dormia, o quefez a esposa achar que o retratista ti-nha arranjado uma "amante". Werlisafoi o nome de uma máquina fotográfi-ca famosa antigamente.

Naquele tempo não existia aindaem Aparecida o velório municipal.Quando ocorria alguma morte era cos-tume velar o morto na própria residên-cia. Depois, o féretro se encaminhavaaté a igreja mais próxima onde se reza-va uma missa de corpo presente. O de-funto era então levado para o cemité-rio Santa Rita.

Certa vez, uma romaria vinda deMinas Gerais, chegou à praça procu-

Lúcio Mauro Dias

rando um fotógrafo que tinha ido almo-çar em casa naquela ocasião. Eram fre-gueses de longa data e sempre que vi-nham pra cá jamais deixaram de usar osserviços dele. Procurando pelo retratis-ta sem o encontrar, o chefe da romariafoi perguntar para um outro sobre o pa-radeiro do colega:

— O senhor não ficou sabendo o queaconteceu? O nosso amigo partiu destapara uma outra.

— Não brinca não seu moço! Nóisvêm tudo ano aqui pra tirá retrato cumele. Tem inté um fio meu que nasceuesse ano e é a primêra veis que nóis tráisele aqui na Paricida do Norte.

Naquele dia, tinha falecido uma se-nhora muito idosa lá da Santa Rita queteve que ser enterrada às pressas. Foirealizada uma missa na Igreja Velha e ocaixão estava saindo bem naquela hora:

— Olha lá senhor, o coitado já estáindo para o cemitério. Deus o tenha nasua glória infinita...

— Jesuis amado, moço, que situa-ção triste...

— Ele era muito meu amigo. Antesde morrer ele me disse que vocês viri-am esta semana. Eu faço questão de ti-rar quantos retratos vocês quiserempara ajudar a viúva nessa hora triste.

Depois de muitas chapas batidas aromaria desceu a Monte Carmeloentristecida com o fato ocorrido.

Alheio a tudo, estava subindo o "fa-lecido". Ele reconheceu o chefe da ro-maria e foi ao seu encontro. O homemlevou o maior susto, tamanha a surpre-sa em ver o "morto" subindo a rua. De-pois de saber de toda a história, o retra-tista foi "ter" com o colega. Quase saí-ram no braço. Mas depois da interven-ção da turma do deixa disso, acabarammesmo é tomando umas pingas juntosaté escurecer o dia.

Hoje, esse folclore vai virando pas-sado. A maioria dos romeiros agora trazsuas próprias máquinas fotográficas enão têm mais aquela fidelidade com osretratistas.

O bom da história é que nenhum"Guardião da Santa" precisou mais"morrer" antes da hora para que ou-tros pudessem eternizar as imagensdessa linda devoção à Padroeira doBrasil.

A saudade daquela época áurea nemmesmo a tecnologia digital irá conse-guir remontar e revelar com tantamaestria e precisão. E essa tecnologiasó será considerada um ganho incontes-tável para a história da fotografia se sou-ber desenvolver também um dom depreservar a memória dessa arte.

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Walkíria Valéria da Silva — Guaratinguetá-SPSegunda colocada no XIX Concurso de Contos

“Aconteceu em Aparecida” da BibliotecaMunicipal de Aparecida-SP

Lúcio Mauro Dias — Aparecida-SPTerceiro colocado no XIX Concurso de Contos

“Aconteceu em Aparecida” da BibliotecaMunicipal de Aparecida-SP

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88888 Aparecida, 20 de setembro de 2008

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RUTH GUIMARÃES Botelho nasceu emCachoeira Paulista, no dia 13 de junho de1920, em sítio de seu avô materno, o por-tuguês José Botelho, guarda-chaves da Es-trada de Ferro Central do Brasil, na rua doAterro, atual Carlos Pinto, situado entre asbarrancas do rio Paraíba e os trilhos da es-trada de ferro. Filha de Cristino Guima-rães e de Maria Botelho. Aos três anos deidade, foi morar em uma fazenda no sul deMinas Gerais - a Fazenda Campestre, nalocalidade de Pedra Branca, atual municí-pio de Delfim Moreira, ao pé da Serra deSão João. Fez o curso primário no GrupoEscolar Dr. Evangelista Rodrigues, em Ca-choeira Paulista e o magistério na EscolaNormal Patrocínio São José, em Lorena.Mudando-se para São Paulo, freqüentou aEscola Normal Padre Anchieta e concluiuseus estudos na Escola Normal deGuaratinguetá. Aos dez anos de idade, resi-dindo com os avós maternos, em Cachoei-ra Paulista, publicou seus primeiros ver-sos nos jornais locais "A Região" e "A notí-cia". Retornando a São Paulo, em 1938,ingressou no Curso de Letras Clássicas daFaculdade de Filosofia, Ciências e Letras

da Universidade de São Paulo, onde foi alu-na de Silveira Bueno, Antonio Soares Amo-ra, Fidelino de Figueiredo, Roger Bastide eoutros mestres de renome internacional.Freqüentou a Escola de Arte Dramática, deAlfredo Mesquita. Foi aluna e discípula deMário de Andrade, que a iniciou nos estu-dos de folclore e literatura popular. Traba-lhou para diversas editoras como revisorae tradutora e escreveu crônicas, artigos ecrítica literária para jornais e revistas deSão Paulo, Rio de Janeiro e Lisboa: CorreioPaulistano, a Gazeta, Diário de São Paulo,Folha da Manhã, publicando contos noSuplemento Literário do jornal O Estadode São Paulo e crônicas semanais para ojornal Folha de São Paulo. Repórter dasrevistas Noite Ilustrada, Carioca, Globo,Semana Ilustrada, Senhora, Quatro Ro-das, Realidade, Atualidades Literárias eRevista Lusitana (Portugal). Em 1946,lançou, pela Editora da Livraria Globo,seu primeiro livro Água Funda, romanceque retrata o universo rural e caipira doVale do Paraíba paulista e mineiro, nasvertentes da Serra da Mantiqueira, suces-so de público e de crítica.

Seu segundo livro Filhos do Medo, am-pla pesquisa folclórica sobre o diabo e to-das as manifestações demoníacas no ima-ginário do homem valeparaibano, valeu-lhe um verbete na "Enciclopedie Françaisede la Plêiade", sendo Ruth Guimarães aúnica escritora latino-americana a receberesta distinção.

Lecionou em colégios e faculdades:francês na Aliança Francesa de São Paulo,grego na Universidade de Taubaté, Fol-clore na Faculdade de Música Santa Ce-cília de Pindamonhangaba, Psicologia daArte e Literatura Latina nas FaculdadesIntegradas Tereza D'Ávila, em Lorena, Li-teratura Brasileira e Portuguesa na Facul-dade de Filosofia, Ciências e Letras deCruzeiro. Há trinta anos vem pesquisandoas ervas e raízes medicinais, preparandouma enciclopédia em doze volumes so-bre medicina natural, a ser lançada pelaEdart Editora.

Fundou a Academia Cachoeirense deLetras, o Museu de Folclore ValdomiroSilveira e a Guarda Mirim de CachoeiraPaulista. Participou ativamente do I Con-gresso Brasileiro de Folclore, da Socieda-de Paulista de Escritores, do Centro de Pes-quisas Folclóricas "Mário de Andrade", daComissão Estadual de Folclore, dos Festi-vais de Folclore de Olímpia, sendo mem-bro do Instituto de Estudos Valeparaibanose da União Brasileira de Escritores.

Em 1989, recebeu o prêmio "EugêniaSereno".

Além de mais de quarenta livros pu-blicados, incluindo biografias, antolo-gias e traduções do latim, do espanhol,do francês e do italiano, Ruth Guima-rães participou da montagem da peça"Romaria", dirigida por Miroel Silveira,com músicas de Almir Sater e RenatoTeixeira. O Grupo de Teatro do SESC deSão Paulo encenou a peça de sua autoria"A pensão de Dona Branca".

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Ruth GuimarãesJosé Luiz Pasin

Joaquim Maria Guimarães Botelho

RUTH GUIMARÃES vive dizendo que quer ar-ranjar tempo para se dedicar à bruxaria. Ela é umabruxa assumida, daquelas que cozinham poções en-cantadas em caldeirões de ferro e panelas de pedra,que curam doenças com mezinhas, tinturas e extra-tos de ervas medicinais, das que arranjam situaçõesruins com simpatias, rezas fortes, palavras mágicas.Ruth vive sem tempo, mas já é uma bruxa - a bruxaboa que o folclore valeparaibano representa nas suashistórias como a simpática velhinha que ensina ocaminho às perdidas, que destrói com artimanhas

O Vale do Paraíba em forma de pepitasgeniais os monstros para deixar passar os príncipesque vão, por sua vez, salvar as princesas transforma-das em rãs e as donzelas amaldiçoadas pelas feiticeirasmalvadas.

É assim que Ruth quer continuar vivendo nesteVale do Paraíba que ela conta e reconta nos seusescritos deliciosos, pesquisados com o carinho dequem garimpa brilhantes. Na sua calma decachoeirense, Ruth vem abrindo a alma há 71 anos,para ser o relicário vivo das informações e da culturavaleparaibanas.

Ruth é simples como a sua gente. Humilde comosuas histórias. Sábia como seus avós. Tem o dom domagistério e o pratica pelo exemplo, pelo comporta-mento, pela força de caráter. Foi menina moleque, denadar em represa, enforcar aulas para ler romances,fazer traquinagens com os animais, correr, brincar,ser. Foi chefe de família muito moça, cuidando detrês irmãos mais novos, mourejando o sustento detodos na São Paulo dos anos quarenta, acumulandodois e três trabalhos com o curso de Letras Clássicasda Universidade de São Paulo e um aprendizado deliteratura com mestres como Mário de Andrade,Monteiro Lobato, Amadeu Amaral. Cedo escreveuseu primeiro romance: "Água Funda", um relatomais-que-perfeito do tipo popular valeparaibano.Guimarães Rosa lhe dedicou, depois de ler "ÁguaFunda", em manuscrito bilhete, o apelido de parentaminha. Foi cronista do jornal "Folha de São Paulo",intercalando a coluna com Cecília Meirelles, CarlosHeitor Cony e Padre Vasconcelos. Comentou litera-tura no Rodapé Literário do jornal "O Estado de SãoPaulo". Biografou personalidades como Cristo,Lesseps, Valdomiro Silveira e Buda. Estréia a EditoraCultrix com trabalhos de fôlego como o "Dicionáriode Mitologia Grega", "As mães na Lenda e na Histó-ria", "Líderes Religiosos", "Lendas e Fábulas do Bra-sil" e dezenas de outros. São mais de 40 trabalhos depesquisa, pedaços de amor cada um deles. Traduçõessão muitas, do francês, espanhol, italiano, grego elatim. É de sua lavra a belíssima versão do "Asno de

Ouro", de Apuleio. Ruth não pára. Dorme quatrohoras por noite e lê o que pode, tudo o que pode, omais que pode. Tem um livro rascunhado, outro emprodução e um terceiro na cabeça. Tem sido assimnos últimos cinqüenta anos. Que os digam seusmilhares de alunos, que guardam dela ensinamentosde arte, de cultura, de vida. Ruth tem a qualidadesingular de não passar despercebida. Ninguém con-segue ficar indiferente ao seu jeito calmo e seguro.Muito menos à sua impressionante capacidade detrabalho. Um capinador, seu empregado, costumavase queixar dela, dizendo que ela era a pessoa que haviainventado o trabalho.

Cada trabalho seu tem um sentido pedagógico,exemplar, de resgate das coisas do povo. Sua melhorpesquisa, que chamou de "Filhos do Medo", recupe-ra todas as manifestações desse gigante da alma, nodizer de Mira y López. Gnomos, duendes, assombra-ções, sacis, mulas-sem-cabeça, diabos e demônios,envolvidos nas mais diversas e arrepiantes situaçõesque o povo se encarrega de fazer perdurar na memó-ria dos descendentes pelo reconto, pela tradiçãooral. Mestre Ruth é especialista em escrever comoquem fala ao filho ou ao amigo, de forma singe-la e clara e simples e objetiva. E linda. E sábia.Seu jeito fácil de contar a maior das complexida-des dá sabor de descoberta à leitura. Ela explica ea gente entende, como bem deve ser o repassarde informações. Neste ponto ela tangencia ojornalismo, e a ele presta inestimável serviço,completando aspectos que a notícia não apura.Aprendizado de muitas reportagens para a "Re-vista do Globo", "Quatro Rodas", jornal"Valeparaibano" e "Revista Realidade".

E, pois, se a palavra como signo lingüísticoé arbitrária, a imagem tem por vezes que serbuscada para conotar a informação. E Ruth en-controu no primo José o parceiro e cúmplicepara o trabalho de duas vidas. Casaram-se. Tive-ram nove filhos. Mas continuam entregando àvida novos rebentos de criação, na forma de re-

O autor é jornalista e filho de Ruth GuimarãesOriginalmente publicado em

Crônicas Valeparaibanas.São Paulo, Centro Educacional Objetivo /

Fundação Nacional do Tropeirismo, 1992.

Edna Torres25780

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A mulhr está sempre presentena família, no trabalho, na comunidade.

Vamos estar presentes, também,na vida pública.

portagens, pesquisas folclóricas, exposições, li-vros, aulas. São professores, os dois. São garim-peiros de brilhantes. José desenha com a luz,em preto e branco, e fotografa as belezas dasgentes e das coisas das gentes. O casal revisita adialética de texto e imagem de Roland Barthes,nessa parceria. E prossegue Amadeu Amaral,recupera Valdomiro Silveira, revive Mário deAndrade e resgata Guimarães Rosa.

Neste registro do cotidiano de alguns luga-res do Vale do Paraíba, as leréias dos morros edas serras, o clima dos mercados, o rosto daspessoas, as mãos dos artesãos, os trabalhadores,os lugares e seus ocupantes. Ruth e José, meuspais, bruxos, amados, nos remetem à singelezado que verdadeiramente é importante. Mais nãolhes poderemos pedir.

Reside atualmente em CachoeiraPaulista, no sítio herdado de seu avô ma-terno, onde cuida das suas plantas, cachor-ros, galinhas e patos, pesquisa e escreve seuslivros, contos e crônicas, recebe os ami-gos, alunos e admiradores para a prosagostosa e hospitaleira. Terminou a maiscompleta pesquisa sobre PedroMalazartes, o herói mitológico popular eestá escrevendo um novo romanceintitulado O Livro da Bruxa.

Casada com seu primo, o fotógrafo ejornalista José Botelho Neto, amigo ecompanheiro de jornadas e pesquisas, ti-veram nove filhos: Marta, Rubem, Antô-nio José, Joaquim Maria, Judá, Marcos,Rovana, Olavo e Júnia: poetas, jornalis-tas, professores.

Segundo seu filho Joaquim Maria Gui-marães Botelho, "Ruth Guimarães vive di-zendo que quer arranjar tempo para se de-dicar à bruxaria... Ruth vive sem tempo,mas já é uma bruxa - a bruxa boa que ofolclore valeparaibano representa nas suashistórias como a simpática velhinha queensina o caminho às perdidas, que destróicom artimanhas geniais os monstros paradeixar passar os príncipes que vão, por suavez, salvar as princesas transformadas emrãs e as donzelas amaldiçoadas pelas feiti-ceiras malvadas.

É assim que Ruth quer continuar viven-do neste Vale do Paraíba que ela conta ereconta nos seus escritos deliciosos,pesquisados com o carinho de quem ga-rimpa brilhantes.

Na sua calma de cachoeirense, Ruthvem abrindo a alma há 76 anos, para ser orelicário vivo das informações e da culturavaleparaibanas..."

Texto originalmente publicado em 1996.

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99999Aparecida, 20 de setembro de 2008

HHHHHISTÓRIAISTÓRIAISTÓRIAISTÓRIAISTÓRIA

É tempo de levantar este grito. Os diasvão passando; as horas vão correndo; oscongressistas estão reunidos e nem umaestrella brilha na noite escura da escravi-dão d'Apparecida annunciando a nossa li-berdade.

Não posso adivinhar.A minha mente de velho, já embaça-

da, não pode descobrir a razão porque,em um país com 40 annos de liberdade,se conserva ainda um povo amarrado aoposte da ignomínia.

E é por isso que vou continuar as apre-ciações que vinha fazendo sobre a pres-são que sempre se fazia contra o povod'Apparecida.

Estávamos no ano de 1879, sendo vi-gário de Guaratinguetá, o Cônego MiguelMartins.

Este reunido aos chefões d'aquella ci-dade a pretexto de obedecerem à devoçãodo povo, dirigiram uma petição ao bispode São Paulo para que lhes concedesse li-cença de levarem a imagem de Nossa Se-nhora afim de assistir lá às Novenas detodo o Mez de Maria.

Com a licença, que lhes foi concedi-da, o Vigário, todos os annos, no primeirodomingo de Abril já convidava o povopara vir no dia seguinte buscar a Imagemde Nossa Senhora, que lá ficava durantequatro e cinco mezes.

Os romeiros carregados de família, emuitas vezes sem recursos, chegavam cáe, não encontrando a Imagem, voltavamlogo, sem ver a Santa, reclamando contrao logro que tomavam. À vista de tantosclamores, os habitantes dÁpparecida, en-viaram uma representação ao Bispo,

Trezentos da Ponte do Sá

allegando que os romeiros vinham de lon-ges terras e tinham de voltar sem verem aSanta Imagem.

Porém o Bispo respondeu que não po-dia attender, porque se tratava de uma de-voção do povo de Guaratinguetá.

Os reclamantes ficaram quietos, e ascoisas continuaram até que, passado tem-pos, o vigário Miguel Martins foi expulsoda parochia e nomeado em seo logar oCônego Benedicto Teixeira, que continuoucom a mesma expeculação de seuantecessor.

Logo que foi proclamada a Repu-blica, os reclamantes d'Apparecida pe-diram ao Presidente do Estado que in-terviesse a favor dos romeiros para quea Santa Imagem não fosse mais paraGuaratinguetá, mas elle respondeu quenada podia fazer porque a Igreja estavaseparada do Estado.

Passado algum tempo, Deodoro daFonseca, presidente da República,depôz os presidentes dos Estados e no-meou para S. Paulo o Dr. AméricoBrasiliense, que nomeou delegado dePolícia em Guaratinguetá o Dr. Lycurgode Castro Santos.

No anno seguinte, no primeiro domin-go de Abril, estando eu na quitanda, por-que n'esse tempo não havia mercado, che-gou o povo que vinha da Egreja e convida-va a todos que se apromptassem para vi-rem buscar a Santa na manhã do dia se-guinte, porque o vigário os tinha convida-do para isso.

Montei logo a cavallo e vim à dispara-da contar aos amigos tudo quanto emGuaratinguetá se planejava.

Como respeitávamos a lei e as autori-dades, fomos contar ao Delegado tudoquanto se passava, fazendo-lhe ver os pe-didos que já tínhamos feito sem que ne-nhum fosse attendido.

Então o Dr. Lycurgo nos respondeu quenão passava de uma expeculação o que seestava passando com a imagem.

Si fosse devoção viriam cumprir osvotos na sua Igreja, e por isso que proce-dêssemos como entendêssemos.

Voltando de lá, reunimos umas 300pessoas e fomos para a ponte do Sá na 2.feira. Ali, armados de cacete, fizemos vol-tar umas 6.000 pessoas, que vinham dis-postas a levarem a Santa.

O Cônego Benedicto Teixeira chegan-do a Guaratinguetá passou ao Bispo umlongo telegramma, fazendo-lhe ver o ocor-rido e pedindo providencias. D. Lino porsua vez telegraphou ao Delegado pergun-tando como é que uma authoridade con-sentia taes abusos? A isso respondeu o Dr.Lycurgo que abusos estava elle, bispo, pra-ticando há muitos annos, pois o que seestava passando com a imagem não eramais do que uma expeculação comerciale nada mais. Que a Republica separou aEgreja do Estado, mas não admitte comer-ciar com a capa da Religião, e tudo quan-to fosse de justiça havia de fazer-se ou porbem ou por mal. Foi isto o que fez o povod'Apparecida.

Não conseguia por bem, lançou mãoda força.

O bispo novamente respondeu que se-renassem os ânimos; que a Santa nãosahiria mais de sua Igreja sem consenti-mento do Papa.

E assim ficou até hoje.Sirva isto ao menos de exemplo e

encorajamento à mocidade d'Apparecidapara a sua libertação.

E assim sendo, levantem um grito tãoalto, q' o seu ecco percorrendo as quebra-das da serra da Mantiqueira aindareproduza ao longe:

Viva a nossa liberdade!O velho apparecidense.

HÁ 80 ANOS, o semanário A Liber-dade estampava, em primeira página, umartigo intitulado "Abaixo a escravidão!".Nele, o colunista recorre a um episódioocorrido no início da República - que temsuas origens no final do terceiro quarteldo século XIX - para repetir o chamamen-to público pela emancipação de Aparecidado jugo guaratinguetaense que insistia emmanter a canga sobre seus ombros.

Assinado sob o pseudônimo "o velhoapparecidense", é provável que o seu au-tor seja o Cônego Antônio MarquesHenriques, considerando o grau deengajamento do mesmo no movimento, oadjetivo utilizado na assinatura, o estilolacônico e obstinado no escrever, e a suaforte ligação com Pedro Salgado, entãodiretor-gerente do jornal.

É difícil saber com que fidelidade osfatos são relatados, visto que os redatoresdo periódico estavam de tal modo entra-nhados em seus propósitos que algumadistorção não pode ser desconsiderada.

Propositalmente ou não, entretanto,fato é que a idéia de 300 aparecidensescontra 6.000 guaratinguetaenses remeteao heroísmo do rei espartano Leônidas eseus trezentos soldados no épico comba-te às tropas persas, comandadas pelo reiXerxes, no desfiladeiro das Termópilas,em 480 a.C.

A narrativa histórica - apesar de serconsenso entre os historiadores que os nú-meros apresentados por Heródoto sãoexagerados - fala de uma superioridadenumérica descomunal a favor do exérci-to persa. Eram cerca de duas a três cente-nas de milhares de persas contra trezen-tos espartanos. Xerxes, em tom de ulti-mato, chegou a enviar mensagem aLeônidas dizendo que as flechas de seuexército tapariam o Sol. "Melhor, pois seos Medos taparem o Sol, combateremos àsombra", respondeu Leônidas. Diante dainevitabilidade do confronto, osespartanos, em respeito á Constituição deLicurgo (que declarava ser a deserção a

A LiberA LiberA LiberA LiberA LiberdadedadedadedadedadeOrgam propugnador dos interesses locaes

Redacção - junto à Luz d'ApparecidaDirector-Gerente - Pedro Salgado

Anno V - Apparecida do Norte, 19 de agosto de 1928 - n. 208

Abaixo a escravidão!

SOBRE O TEMPOO tempo é a imagem móvel da eter-nidade imóvel. Platão

O tempo é o mais sábio dos conse-lheiros. Plutarco

As quatro coisas que não voltam paratrás: a pedra atirada, a palavra dita, aocasião perdida e o tempo passado. Autor desconhecido

A vida já é curta e nós a encurtamosainda mais desperdiçando o tempo. Victor Hugo

O tempo que você gosta de perdernão é tempo perdido.

Bertrand Russell

O melhor profeta do futuro é o pas-sado.

Lord Byron

Matamos o tempo - o tempo nos en-terra.

Machado de Assis

Haja Hoje para tanto Ontem.Paulo Leminski

O tempo que se passa rindo é umtempo que se passa com os deu-ses.

Provérbio chinês

Pode-se enganar a todos por algumtempo. Pode-se enganar alguns portodo o tempo. Mas não se pode en-ganar a todos todo o tempo.

Autor desconhecido

Tudo tem o seu tempo determinadoe há tempo para todo propósito de-baixo do céu: há tempo de nascer etempo de morrer; tempo de chorar etempo de rir; tempo de abraçar e tem-po de afastar-se; tempo de amar etempo de aborrecer; tempo de guer-ra e tempo de paz.

Eclesiastes

O presente é a sombra que se moveseparando o ontem do amanhã. Nelarepousa a esperança.

Frank Lloyd Wright

Os dias talvez sejam iguais para umrelógio, mas não para um homem.

Marcel Proust

Todos os relógios da cidade / Come-çam a girar e a tocar / Mas não dei-xe / O tempo te enganar / Pois otempo / Não há quem conquiste /Em angústias e preocupações / Avida escoa vagamente / E a todos /O tempo há de consumir / Seja ago-ra ou no porvir.

W.H. Auden

Muitas vezes não temos tempo paradedicar aos amigos, mas para osinimigos temos todo o tempo domundo.

Leon Uris

O homem que tem coragem de des-perdiçar uma hora do seu tempo nãodescobriu o valor da vida.

Charles Darwin

Há ladrões que não se castigam,mas que nos roubam o mais precio-so: o tempo.

Napoleão Bonaparte

Tempo. Coisa que acaba de deixar aquerida leitora um pouco mais velhaao chegar ao fim desta linha.

Mario Quintana

DDDDDROPSROPSROPSROPSROPS

suprema desonra para um espartano), re-sistiram alguns poucos dias, mas o massa-cre foi inevitável.

Felizmente, o contrário aconteceu naponte do ribeirão do Sá, escolha típica deestratégia militar. A intimidação foi o bas-tante para evitar qualquer confronto naAparecida do início da República. As con-tendas continuariam em outros planos, ébem verdade, mas a imagem de Nossa Se-nhora Aparecida, definitivamente, nãomais foi dividida com Guaratinguetá.

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1 01 01 01 01 0 Aparecida, 20 de setembro de 2008

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O Lince - Estamos na residência da escri-tora Ruth Guimarães, em Cachoeira Paulista-SP, para uma entrevista exclusiva para o JornalO Lince. Dona Ruth, muito bom-dia! Eu gosta-ria de começar fazendo um questionamento àsenhora que é de praxe: Como começou essaligação da senhora com o escrever, com a escri-ta, enfim, com a literatura de um modo geral?

Ruth Guimarães - Eu acho que istovem da minha família. Meu pai tinha uma bi-blioteca, então, quando eu era bem pequena,eu já brincava com livro, já folheava livro. Quan-do eu estava na escolinha da roça, já lia os li-vros do meu pai, apesar de que ele tinha só oMachado de Assis e outros da mesma época,mas a gente lê o que tem, né? Lê o que pode. LiMonteiro Lobato. Monteiro Lobato foi o meuiniciante.

O Lince - Depois desse primeiro contato,o que levou a senhora a buscar um curso deLetras Clássicas, o que levou a senhora a bus-car essa aproximação maior com a literatura?Teve algum fato marcante ou esses primeiroscontatos com Machado, com Monteiro Lobatoé que foram a provocação, o estímulo bastantepara isso?

Ruth Guimarães - Eu tive mãe muitoimaginosa e gostava muito de ler romance. EmLorena, eu estudei no começo do ginásio emLorena, e em Lorena havia uma família, DiDomênico, que alugava livros a 200 réis cadaum, por oito dias, e como minha mãe gostavamuito de romance, ela me mandava fazer umaassinatura e trazer uns quatro ou cinco livrospra casa. E aqueles livros corriam, mas eramlivros assim: Delly... eu nem me lembro maisos autores... esses livrinhos pra moça, porqueera isso que minha mãe lia, e eu lia também,mas, com a continuação de leitura, eu fui apu-rando a maneira de escrever, ficou fácil pra mimescrever. A prática né! Então, tendo prática deescrever, quando havia aula de redação na es-cola, a minha redação, ainda mais que eu con-tava com a imaginação da minha mãe que euherdei... eu tenho muito imaginação... então,com essa prática de ler romance, eu fiquei comuma facilidade muito grande de escrever e quan-do havia aula de redação que a professora man-dava escrever historinha, mandava descrever asala de aula, claro que eu tinha uma provinhaou um trabalho diferente dos outros trabalhospor causa da minha prática. E aí as professorasse entusiasmavam e mandavam pro jornalzi-nho da cidade. Chamava-se "O Cachoeirense".Então, com dez anos, eu escrevia n'OCachoeirense (risos). Pena que eu não tenho,não guardei, não me incomodei com isso praver que porcarias que eu escrevia (risos).

O Lince - Para uma criança de dez anos,com certeza, tinha muita qualidade.

Ruth Guimarães - Pois é! Porque euera constantemente solicitada pra escrever. Ti-nha um cantinho lá pra mim no jornal da cida-de. E quando eu estudei em Guará, eu tinhauns treze anos, por aí, doze ou treze anos, aí euescrevia pro jornal da cidade, porque eu fui alu-na do professor Jerônimo de Aquino (graaandeprofessor!), e ele me ensinou a métrica. Olha!Ninguém estava aprendendo métrica, só eu(risos). A minha vida foi orientada no sentidode escrever.

O Lince - Então, obviamente que estescontatos desde a família até a escola, escolas...

Ruth Guimarães - A escola me aju-

lho acadêmico, como a senhora definiria suasmaiores influências literárias? Quais são os au-tores da sua predileção, quais são os autoresque mais influenciam sua obra?

Ruth Guimarães - Bom, o que eu ad-miro mais e com quem eu concordo no total éMachado de Assis... Machado de Assis... nãotem outro pra ele. Eu gosto do Mário deAndrade, por exemplo; gosto muito do Gui-lherme de Almeida, apesar de que eu não oconsidero um grande poeta, é um grande escri-tor de versos (risos)... tem uma grande músicae uma grande beleza também, mas é poucoprofundo, né? Ele é mais no ritmo do sambi-nha (risos).

O Lince - Há poucos dias, saiu na Folhade São Paulo, um artigo remetendo a uma pes-quisa de um professor de uma universidade doRio Grande do Sul comparando Machado deAssis e Borges e fazendo críticas bastante pesa-das ao modernismo, a Mário de Andrade, aOsvald. Como é que a senhora vê os escritoresmodernistas no Brasil?

Ruth Guimarães - São muito bons...mas são muito bons. O maior de todos é oMário. Eu fui aluna do Mário! Porque, quandoeu escrevi Os Filhos do Medo... eu estava es-crevendo Os Filhos do Medo e não tinha praquem mostrar... e não tinha uma pessoa queme dissesse... que me dissesse alguma coisa,que fizesse alguma crítica contundente, umacrítica que fosse fundo do que eu estava escre-vendo. Escrevi e não sabia se aquilo tava... seera bem assim ou se não era. Aí eu procurei oMário e tive várias sessões com ele, ele se inte-ressou muito, ele era uma criatura sempre dis-ponível pra gente... e fez umas críticas doloro-sas, mandou cortar, mandou jogar fora... (ri-sos). E depois ele disse pro Fernando Góes queera jornalista e era amigo comum, dele e meu:"Sabe aquela menina", porque eu tava com vin-te anos ou menos, e ele falou: "Aquela meninasabe, oh Góes, ela reagiu à altura". Isto, na falado Mário de Andrade, foi um estímulo pra mim,foi um empurrão pra cima, e daí que eu fiqueimesmo pesquisadora e estudando folclore, so-ciologia. Fiz sociologia com o Bastidinho e cur-so pós na USP. Porque, sabe, eu tenho essaidéia de que quando a gente faz uma coisa, oufaz bem feito ou não faz. História de ligarInternet aí, e copiar, não dá certo. A gente daropinião sem estar com uma base boa, também,é até um pecado.

O Lince - Temerário.Ruth Guimarães - Temerário. Então,

o que eu faço, eu faço bem feito, o mais bemfeito possível. Quando foi pra escrever os li-vros religiosos, que eu escrevi para a Cultrixtambém, eu levei dois anos fazendo Teogonia,pra depois pegar o livro e escrever, que era pradar uma súmula, um apanhado da religião oude cada religião direito né, o que era. Entãosabia o que era Pentecostes, o que étransubstanciação, o que é que faz a diferençaentre o evangélico e o católico, mas não dife-rença de fé, diferença de conhecimento, porque a religião católica se apóia em Cristo semdiscutir se Cristo existe ou não existe, ou exis-tiu como homem ou existiu como Deus, mas afilosofia da religião.

O Lince - E como é que nesse evoluir daescritora Ruth Guimarães, como é que a senho-ra, didaticamente, colocaria as fases pelas quaisa senhora passou. Que temário, que temática

que, de certa maneira, foi conduzindo a senho-ra ao longo dessa carreira de escritora... dessavida de escritora? O início, como foi? Que preo-cupações conduziam a senhora?

Ruth Guimarães - Eu tinha umas idéi-as a respeito da linguagem. Eu sempre gosteimuito de discutir a linguagem dos autores.Então, eu via, por exemplo, Lima Barreto, umgrande escritor, tem muitas idéias, ia fundonos pensamentos dele, mas uma linguagemhorrível... quer dizer, não era uma linguagemhorrível não. Era uma linguagem muito boa,mas sem aquele aval do escritor que sabe escre-ver. Pegar Jorge Amado... Jorge Amado como-ve as pessoas, tem uma linguagem bonita... eledá adjetivação... ele é um narrador muito bom...ele é um descritivo também muito bom, masnão sabe escrever. Então, ele prejudicou a pere-nidade dos livros dele. Daqui a cinqüenta anos,quem vai ler Jorge Amado? E assim: esta levi-andade de fazer o que não sabe. E aí eu resolviescrever sabendo o que eu estava fazendo,mesmo se não fosse o escritor aquela criaturade idéias, pelo menos a língua...

O Lince - A forma...Ruth Guimarães - Isso mesmo, a for-

ma. Por isso que eu entrei na USP, na seção deLetras Clássicas, para aprender latim, grego eportuguês, três línguas mortas (risos).

O Lince - Desta primeira preocupaçãocom a linguagem, com a adequação com a for-ma...

Ruth Guimarães - Então, eu queriaescrever como se falava, mas não escrever comose falava à maneira do Guimarães Rosa. Bri-guei muito com o Guimarães Rosa, imagineque atrevimento! Mas eu dizia: "Guima, vocênão tem direito de cunhar palavras, de criarpalavras, a palavra só existe se tiver um povoque fale, a palavra é povo. E você põe aí, porexemplo, o mato aeiouava. Muito bonita a pa-lavra, muito engraçada também, mas não valenada, quem vai falar essa palavra daqui pra fren-te? Só você. Nos seus livros, daqui a não seiquantos anos, esta palavra que está aqui nãoexiste".

O Lince - Acaba gerando um herme-tismo...

Ruth Guimarães - É. E ele tem muitasassim desse tipo.

O Lince - A senhora acha que isso torna-ria, então, a obra anacrônica, dentro de suaprópria época?

Ruth Guimarães - Não, anacrônicanão! Defunta. (risos) Palavra que não é de povo,é palavra morta. Esta história de ter uma lín-gua universal. O inglês universal porque temum monte de gente que fala. Usar o esperantoe aquele, o sânscrito. Ah! O que é isso? Nãotem povo que fale, não existe O que existe égente. Então, esse o meu sentido, a direção daminha escrita. E aí quando eu escrevi, eu quisescrever numa linguagem que ninguém tinhausado que era a linguagem valeparaibana. Qualé o escritor que escreveu o valeparaibano? Sóeu. E eu tinha direito, primeiro, porque eu soupovo daqui, eu sou caipira, e, segundo porqueeu tinha uma experiência grande da lingua-gem mais profunda, da linguagem que se usapra rezar, por exemplo, da linguagem que seusa para amar, então, eu sou intérprete de umalíngua que existe, que é o valeparaibano, e euescrevi, em valeparaibano, e de Minas também,

EEEEENTREVISTANTREVISTANTREVISTANTREVISTANTREVISTA

dou muito... porque me tirou da minha casa.Eu fiquei sem pai e sem mãe cedo e fiquei coma minha avó materna. Minha avó era caipira,mineira, contadeira de história. Veja como ascoisas vão se acomodando. Quando as coisastêm que ser parece que tudo se encaminhanessa direção. Então, eu fiquei contadeira dehistória também, e contadeira de história tantofalando como escrevendo. Eu sou contadeirade história até hoje.

O Lince - E a partir daí, então, o contatoda senhora com o mundo acadêmico e, por con-seqüência, o contato com a literatura universalmais ampla, mais vasta. Como é que a senhoraavalia essa formação acadêmica na definiçãodos seus rumos literários?

Ruth Guimarães - O que acontece éque toda gente que tinha contato comigo, con-tato com a minha família, o divertimento erame ensinar coisas. Cada um me ensinava aqui-lo que sabia e logo cedo eu peguei uma experi-ência grande nesse sentido e mudei a escolhade livros, aí eu pude escolher... aí não erammais aqueles livros de moça, aquela literaturapra moça que era M. Deli e outros. Eu comeceia ler literatura mais séria. Mas literatura mes-mo e não historinha.

O Lince - E a partir daí, quando que asenhora decidiu escrever o primeiro livro, escre-ver a primeira obra?

Ruth Guimarães - Eu não decidi es-crever um livro não, o livro se escreveu sozi-nho (risos) porque eu escrevi uma coisa e ou-tra, e quando eu fui para São Paulo, fui procu-rar os artistas. Veja só que atrevimento! Eutinha dezessete anos, fui pra São Paulo, fuitrabalhar, e gostava de escrever, e fiz uma visitaa Abner Mourão do Correio Paulistano, defun-to Correio Paulistano. O Abner Mourão leu oque eu escrevi, com aquele jeitão dele, botouos dois cotovelos em cima da mesa, da cátedradele, de trabalho, e falou pra mim assim: "Foi asenhora mesmo que escreveu isso aqui?" En-tão aquele "mesmo" me esporiou, né? Claroque fui eu que escrevi, e considerei como umgrande elogio: "foi a senhora mesmo que es-creveu isto?" E publicou, e publicou. E isto foium estímulo porque eu falei: Se o grande AbnerMourão considera bom, então tá bom, então tábom, então eu vou escrever, e continuei escre-vendo.

O Lince - A gente vê também em todo otrabalho da senhora um grande apreço pelastraduções, especialmente Dostoiévski,...

Ruth Guimarães - ... eu ganhava oextra fazendo tradução do francês. Dostoiévskieu fiz do francês, de segunda mão... fiz Balzac,fiz Prosper Mérimée, fiz Oscar Wilde, fiz umaporção de traduções. Traduzi do italiano, tra-duzi do espanhol,...

O Lince - E desse contato com originaisou traduções a partir textos de "segunda mão",a senhora foi costurando, alinhavando a suaprópria forma de...

Ruth Guimarães - Muito mais fora daUSP do que dentro. Muito mais. O Diaulas, daCultrix, ele dizia pra mim assim: "Você quedevia me pagar pra fazer a tradução para a edi-tora, porque o que você está aprendendo aquivocê não aprendia em nenhuma escola do mun-do". Pois é!

O Lince - E dessas traduções, desse tra-balho fora da universidade, somado ao traba-

Entrevista gravada em 29.08.08,na residência da autora, em Cachoeira Paulista - SP

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FFFFFazazazazazenda Harenda Harenda Harenda Harenda HarasasasasasJJJJJoamaroamaroamaroamaroamar

porque eu vim de uma fazenda de Minas. Nãonasci lá, sou daqui de Cachoeira Paulista, maseu vim de uma fazenda de Minas. Escutei aque-las conversas todas lá e pus no livro com amaior fidelidade possível, porque eu sou umacriatura, sou caipira, mas em cima docaipirismo, da caipirice, eu sou uma criaturaestudada, trabalhada.

O Lince - De todas as obras que a senhoraescreveu, que a senhora produziu, existe algumade sua predileção? Alguma obra que mais tenhagerado encantamento, orgulho de autoria?

Ruth Guimarães - Olha, eu apreciotodas as minhas obras e aquelas que eu nãoaprecio, que eu não dou o meu aval, eu jogofora. Já escrevi romance de duzentas páginas ejoguei fora porque não me satisfez. E quandoacabo de escrever um livro, não é meu mais,acabou, vai embora. Eu não tenho os meuslivros. Agora é que os meus filhos estão coleci-onando. (risos)

O Lince - O que a senhora tem de traba-lho recente é a série Macunaíma para crianças,é isso?

Ruth Guimarães - É a série Macunaímapara crianças. Tem um livro que estou escre-vendo, faz tempo que estou escrevendo. Cha-ma-se: Um tal de Zé. Um romance, mas umromance do comportamento do povo vale-paraibano. Esse daí de vez em quando eu pegoe escrevo e reescrevo. E também recente são ascrônicas que estou escrevendo no Vale-paraibano, toda quarta-feira escrevo uma, voufazer uma coleção e publicar em livro.

O Lince - E já gostaria de deixar o con-vite aqui para senhora. Seria uma honra, paranós, tê-la escrevendo n'O Lince. É uma vez pormês só, mas...(risos)

Ruth Guimarães - Me dê os tamanhos,porque eu sou muito irregular nesta questãode medida. Uma vez escrevo demais, outra vezescrevo de menos. A minha imaginação nãotem medida, não tem tamanho.

O Lince - E o jornal tem o tamanho desua imaginação. O que achar que deve escrever,estaremos dispostos a publicar... E gostaria defazer mais uma pergunta: agora, recentemen-te, a senhora, assumindo uma cadeira na Aca-demia Paulista de Letras, poucos valeparaibanostiveram essa honra de lá estar...

Ruth Guimarães - ... Poucos e bons.Péricles Eugênio,....

O Lince - Exatamente. Então, gostariade saber qual é o sentimento, o que a senhoratem a dizer sobre esse reconhecimento de todauma vida e de toda uma obra e desta possibili-dade de estar representando o Vale do Paraíbana Academia Paulista de Letras?

Ruth Guimarães - E estou um poucoCinderela. Uma coisa que acontece uma vez navida, né, e quando acontece, se acontece. Foimuito bom.

O Lince - Como é o processo de escolhade um membro da Academia?

Ruth Guimarães - Geralmente a pro-posta é feita por um dos confrades, um dosmembros. Eu já tive convites antes, quandoeu era bem moça, por um acadêmico chamadoFernando Góes. Bem mais tarde eu tive convi-te por outro que é o Paulo Bonfim, o poeta,mas eu não tava pra Academia não, sabe! Por-que prestígio não me tenta muito, e eu tinha aimpressão que não ia fazer grandes coisas lá naAcademia. O que que eu ia fazer lá na Acade-mia? E também o meu estilo de vida não davapra Academias não. Eu tinha muito compro-misso, eu tinha muita complicação na minhavida. Trabalhava em dois empregos pra susten-

tar os meus irmãos, que eram os meus filhosao mesmo tempo, porque eu criei os irmãosmenores com a morte do meu pai e minhamãe. E não dava mesmo! Não dava tempo, nãotinha tempo, não tinha maneira de conciliar ascoisas e freqüentar a Academia, nem pensar,nem pensar. Agora eu trabalho bastante tam-bém, mas estou aposentada, chefio um Depar-tamento de Cultura do município de Cruzeiro,sou funcionária pública de carteirinha (risos)Trabalho muito, trabalho muito! E este lugarna Academia, eu consegui porque eu sou mui-to trabalhadeira. Eu tenho uma religião que émais ou menos a religião de São Paulo, SãoPaulo, o santo, e não São Paulo, o estado. OSão Paulo dizia assim: "Aquele que não traba-lha, que não coma". Lapidar. Eu também souassim. Acho que aquele que não trabalha, quenão coma. Se no Brasil se trabalhasse mais, sefizesse a religião do trabalho, estava em muitomelhores condições.

O Lince - Meu avô também tinha umafrase lapidar neste sentido. Ele dizia: "Quemnão trabalha, não merece o prato que come".

Ruth Guimarães - É a mesma coisa.Exatamente. Então, eu sempre trabalhei mui-to e sempre procurei trabalhar certo. Então, seeu tenho algum merecimento, eu devo ao tra-balho.

O Lince - Existe alguma influência Dur-kheimiana, positivista, nesta visão, nesta reli-gião do trabalho?

Ruth Guimarães - Não. A minha é asabedoria popular (risos). A minha é a sabedo-ria do caipira.

O Lince - E falando um pouco em sabe-doria do caipira. E essa ligação da senhora como folclore, esse desejo de escrever sobre essa sa-bedoria. Isso se traduziu numa série de obras.Que obras são essas e o que a senhora buscounessas obras?

Ruth Guimarães - Eu busquei o re-gistro. Porque nós somos um país continen-tal, com comportamentos diferenciados em cadauma das áreas e está tudo por fazer. Então, euque estou aqui e que sei, e que sinto estaefervescência da cultura popular, achei que erameu dever fazer o registro e fazendo o registroeu faço o estudo. Estudei o folclore... também.(risos)

O Lince - Falando ainda em Folclore,nós tivemos em Aparecida uma representantedo folclore na região...

Ruth Guimarães - ... a ConceiçãoBorges...

O Lince - ...não, a Maria de Lourdes,irmã dela, que foi da Comissão Nacional doFolclore. A senhora chegou a conhecê-la? Tevealgum contato com ela?

Ruth Guimarães - Elas são primas domeu marido. E eu fui colega do irmão delas...como é que ele se chama? Eu me esqueci onome dele. Faz tanto tempo isso. Eu estudeiem São Paulo, na Escola Normal PadreAnchieta, em 1935. Em 35, eu estava, em SãoPaulo, estudando. Então, eu andava...

O Lince - Teve que se virar muito cedo...Ruth Guimarães - Eu tive que me vi-

rar muito cedo e não tinha muito apego assima lugar nenhum não. Eu morava na casa domeu avô, aqui mesmo em Cachoeira Paulista,mas se fosse para ir fazer algum curso, algumacoisa em algum lugar, e o meu avô, não sei porque, ele tinha predileção por mim. Eu era aneta da predileção dele e, tudo o que eu queriafazer, ele permitia e eu quis estudar em SãoPaulo, ele deixou (risos)... Fui eu pra São Pau-lo (risos).

O Lince - Ainda bem que deixou!Ruth Guimarães - Ainda bem que dei-

xou. (risos)O Lince - Pois bem! E a questão do de-

mônio do subconsciente das pessoas. Como éque a senhora vê esta questão?

Ruth Guimarães - O problema estavano meu subconsciente. Eu morava numa fa-zenda... casarão... uma imensidade... tinha vintee seis cômodos a casa. Um dos cômodos eraum salão que dava para se fazer baile. Se faziambailes lá na minha casa, e a minha mãe tomavaconta lá da fazenda, morava lá meu pai tam-bém. Tinha quatro empregadas para poder ge-rir a fazenda. Tinha a cozinheira, a copeira, aarrumadeira,...

O Lince - E a faxineira?Ruth Guimarães - Não, não, não era a

faxineira. A faxineira vinha de fora. Não mora-va lá. E a outra era a lavadeira. A lavadeira sedesdobrava em duas: era a lavadeira e a filha.Então, ia uma vez por semana, e uma vez porsemana em casa se fazia uma espécie de mutirãopara fazer doce. Então, se fazia doce em calda edoce em cacheta. E, nestes dias de descascarmarmelo, descascar pêssego, figo... era dia decontar história. E o pessoal contava história dearrepiar.

O Lince - Na beira do tacho.Ruth Guimarães - Não. Descascando

fruta. Quando era a hora do tacho, não medeixavam ficar na cozinha, porque era umamexeção de tacho. Tudo quente e gente cor-rendo pra lá e pra cá... aquelas águas lá. Então,eles não me deixavam ficar. Porque também eufui muito arteira, Nossa Senhora! "Dona Ma-ria, tira a Ruth daqui que ela é muito arteira!"(risos) Eles não me deixavam ficar na cozinha.E com isto, eu me familiarizei com todo o fol-clore de horror, e o diabo era um personagemimportantíssimo. Era o que aparecia em tudo.Eu sabia como é que a gente chamava o diabo,como é que entregava a alma pra ele, como éque tinha que rezar, como é que fazia invoca-ção, as árvores que ele freqüentava - a figueirabrava, a peroba. Então, isto foi ficando entra-nhado, isto foi se fazendo lá no meu inconsci-ente. Eu não acreditava em Deus, nem sabia oque era Deus, porque eu ainda não tinha tidonem catecismo e já sabia quem era o diabo.Então, eu tive um inconsciente moldado pelodemônio e eu tive que escrever um livro sobreo demônio para me ver livre dele. Só depois queeu escrevi este livro é que o diabo deixou de meincomodar, porque mesmo não acreditando,porque eu não acredito, mesmo agora, a reli-gião não conseguiu repor o diabo no lugar... aminha religião... nem tenho religião nenhu-ma. Mas, o diabo ocupava um lugar muito gran-de e me dava ordens. Eu era apavorada... Entrarnum lugar escuro assim... Se eu lembrasse queo diabo não gosta de escuro, não gosta de luz...então eu tinha aqueles pavores. Quase que foium caso de internação.

O Lince - De psicanálise....Ruth Guimarães - De psicanálise, não.

De psiquiatria. (risos) É. Era apavorada. E en-tão, como eu ainda tinha, mesmo na minhalinguagem, de falar do diabo, contar a históriado diabo, estava me incomodando. Aí eu escre-vi Os Filhos do Medo e me libertei. (risos)

O Lince - E economizou uma série deconsultas (risos).

Ruth Guimarães - Isso. E ficou umbom livro, porque é muito sincero. É muitovivo. Meu Os Filhos do Medo é muito vivoporque eu vivi todas as coisas lá.

O Lince - Como é que a senhora vê, hoje,

essa relação das pessoas com a literatura, comoé que a senhora vê, hoje, o brasileiro como lei-tor?

Ruth Guimarães - Eu não vejo o bra-sileiro como leitor (risos). Eu não conheço ne-nhum brasileiro leitor (risos). Eu leio livro ànoite, mas não conheço ninguém que leia maisde dez livros por ano.

O Lince - Que indicações a senhora fa-ria para quem quer realmente entrar em con-tato com a literatura de qualidade, com a boaliteratura?

Ruth Guimarães - Que humildemen-te vá lendo estes livrinhos aí. Vamos ler o ve-lho Machado, vamos ler o Mário de Andrade,vamos ler Lima Barreto, vamos ler Eça deQueiroz,...

O Lince - A senhora já falou aqui pragente sobre a importância do trabalho. Eu acre-dito que essa seja talvez a grande receita paraser alguém bem-sucedido, faça o que fizer. Ago-ra, além de muito trabalho o que a senhorasugeriria para aqueles que queiram, não digose tornarem escritores, mas se aprimorarem noprocesso de escrever? Existe alguma dica que asenhora possa aproveitar da sua experiênciapessoal?

Ruth Guimarães - A gente só aprendecom os outros, né! Esta história de auto-didatismo, isso aí é tudo balela porque, se a pes-soa não sabe, como é que vai aprender consigo?Só pode aprender com quem sabe. Então procu-rar boas escolas. A boa escola. E trabalhar lá naescola com honestidade. Trabalhar sempre.

O Lince - A senhora também nos disse,quando chegamos, que já conhecia o Jornal OLince. Agora uma questão muito pessoal, o quea senhora tem achado do jornal?

Ruth Guimarães - Ah, muito bem fei-to... muito bem feito. A gente vê que por trásd'O Lince está uma pessoa que pensa, que temidéias. E a pessoa só tem idéias quando temconhecimento. Antes de ter conhecimento, teridéia como? É só uma repetência, né! A pessoavive por procuração.

O Lince - Vou tomar isso como um elogioe estímulo!

Ruth Guimarães - E é. É. Gostei mui-to, aprovei muito, e estou acostumada a veresses jornalecos por aí. Eu recebo muito jornal.

O Lince - E para concluir, Dona Ruth,gostaria que a senhora ficasse à vontade parafazer as suas considerações que, por ventura, oentrevistador, por ignorância, deixou de per-guntar e a senhora gostaria de falar.

Ruth Guimarães - Perguntou bem. Eufalei sinceramente, falei à vontade. As pergun-tas foram perguntas que me deram ocasião deconfessar (risos)... E isso também é um elogio.

Page 12: o lince 01 · 2019. 7. 1. · Francisco Egidio Monteiro Vaz (Fram Pé Sujo - 45222) Gilda Catarina da Silva (Imã Gilda - 20020) João Ferreira (45685) João Luiz Mota (Dão - 45670)

1 21 21 21 21 2 Aparecida, 20 de setembro de 2008

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Enciclopédiaterá chargede Maurílio Reis

O cartunista Maurílio Reis, do jornal OLince, terá charge publicada em uma enci-clopédia para estudantes, em 20 volumes,com conteúdo elaborado pela Editora Mo-derna e distribuição feita pelo jornal OEstado de São Paulo. O humor do dese-nhista constará do volume 17, dedicado àgramática e à lingüística, e de um portaldedicado aos assinantes. Lançada em 2005,a enciclopédia já vendeu mais de sete mi-lhões de exemplares na Espanha e em dezpaíses da América Latina. Em 2006, a cole-ção recebeu o The Worddidac Award, omais importante prêmio do mundo paramateriais educacionais e pedagógicos con-cedido pela Worlddidac Foundation, daSuíça. Uma grande oportunidade para osbrasileiros conhecerem um pouco da artee do humor de Maurílio Reis.

Ruth Guimarães na AcademiaPaulista de Letras

Na última quinta-feira, 18, a escritoraRuth Guimarães foi recebida na Acade-mia Paulista de Letras para assumir a ca-deira número 22, outrora ocupada porGuilherme de Almeida.

Coube ao escritor Paulo Bonfim o dis-curso de saudação a esta valeparaibana deCachoeira Paulista, 88 anos, e autora demais de quarenta livros.

Convidada outras duas vezes, asatribulações de uma vida muito ativa nãopermitiram a láurea em outras ocasiões.Desde agora, porém, esta "contadeira dehistórias" - como ela mesma afirma - que

registram a cultura do homem valepa-raibano, tem seu nome imortalizado aolado de outros grandes da nossa literaturaregional, dentre eles: Almeida Nogueira(Bananal), Carlos Rizzini (Taubaté),Cassiano Ricardo (São José dos Campos),César Salgado (Pindamonhangaba), DinoBueno (Pindamonhangaba), Gabriel Bene-dito Isaac Chalita (Cachoeira Paulista), J.C. Nogueira Moutinho (Pindamo-nhangaba), Monteiro Lobato (Taubaté),Péricles Eugênio da Silva Ramos (Lorena),Plínio Salgado (São Bento do Sapucaí) eValdomiro Silveira (Cachoeira Paulista).

Na noite do dia 12 de setembro, fo-ram reabertas as portas da antiga estaçãode trem de Aparecida, onde funciona aDivisão de Cultura do Departamento deEducação e Cultura da cidade. O prédioda Estação, totalmente remodelado,torna-se um importante espaço cultu-ral, do qual a cidade carecia há anos.

Festação marca a reabertura daEstação Ferroviária de Aparecida

Também a Casa do Artesão passoupor minucioso trabalho de reforma.Todo o mérito seja dado às professorasTherezinha Amaral e Jussara Chad, quenão mediram esforços em busca dos re-cursos necessários à obra. Uma exposi-ção de quadros, comidas típicas eshows variados, marcaram o evento.

Maurílio ReisMaurílio ReisComunidade em açãoMaurílio Reis

25000

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ead

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08.8

89.4

43/0

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Wilson Gorjvence maisum concursode contos

O Concurso de Contos "Aconteceuem Aparecida", organizado pela Divisãode Cultura do Departamento de Educa-ção de Aparecida, através da BibliotecaPública Municipal, premiou os vence-dores de 2008 na noite de ontem. Hádezenove anos consecutivos, o eventocomemora, no dia 19 de setembro, oaniversário da professora e folcloristaMaria de Lourdes Borges Ribeiro,patrona da biblioteca. Mais uma vez, oautor de Sem Contos Longos e colunistade O Lince, Wilson Gorj, recebeu o pri-meiro prêmio.

A seção Grafias desta edição publicaos três contos vencedores.

A Avenida Monumental Papa João Pau-lo II foi o palco da parada cívica do Dia daIndependência, acontecida na manhã doúltimo dia 5 de setembro. Escolas públi-cas e privadas do município, grupos poli-ciais e militares, Guarda Municipal e De-

Desfile cívico comemoraa Semana da Pátria

fesa Civil, funcionários de diversos depar-tamentos da administração municipal eparticipantes de vários projetos desenvol-vidos na cidade, participaram da grandefesta em comemoração aos 186 anos deliberdade política do Brasil.

Celso Alves em aniversáriode Quércia

O ex-governador de São Paulo OrestesQuércia completou o seu septuagésimoano de vida no último dia 18 de agosto e oatuante vereador Celso Alves, presidentedo PMDB de Aparecida, a convite do ex-governador paulista, esteve em sua festade aniversário.

PrPrPrPrProfofofofofa.a.a.a.a. Antonieta,Antonieta,Antonieta,Antonieta,Antonieta, de Guar de Guar de Guar de Guar de Guarujá-SPujá-SPujá-SPujá-SPujá-SP,,,,,Quércia e o vereador Celso AlvesQuércia e o vereador Celso AlvesQuércia e o vereador Celso AlvesQuércia e o vereador Celso AlvesQuércia e o vereador Celso Alves