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Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISS nº 1518-6091 RGBN 217-147 Furação Profunda: ferramentas adequadas garantem qualidade e produtividade Sustentabilidade: a economia do futuro SEW-EURODRIVE: produção de engrenagens ganha força com CoroMill 176

O Mundo da Usinagem nº 93

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O Mundo da Usinagem nº 93

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Page 1: O Mundo da Usinagem nº 93

Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISS nº 1518-6091 RGBN 217-147

Furação Profunda:ferramentas adequadasgarantem qualidade e produtividade

Sustentabilidade: aeconomia do futuro

SEW-EURODRIVE:produção de engrenagens ganha força com CoroMill 176

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4 Soluções de Usinagem I 14 Negócios da Indústria

22 Soluções de Usinagem II

edição 93Índice 06/2013

Contato da Revista OMU Você pode enviar suas sugestões de reportagens, críticas, reclamações ou dúvidas para o e-mail da revista O Mundo da Usinagem: [email protected] ou ligue para: 0800 777 7500

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EXPEDIENTE: O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de seis edições ao ano e distribuição gratuita para 15.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP Editor-chefe: Fernando Oliveira; Co-editora: Vera Natale; Coordenação editorial, redação e revisão: Teorema Imagem e Texto (Fernando Sacco, João M. S. B. Meneses, Thais Kuperman, Vivian Camargo); Jornalista responsável: Fernando Sacco - MTB 49007/SP; Projeto gráfico e Editoração Eletrônica: Pedro Degelo e Leticia Chieregati; Impressão: Promograf

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Reciclar

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R e c i c l a r

32 Educação e Tecnologia 28 Conhecendo um Pouco Mais

Fresa CoroMill 176 Vivian Camargo

4 Soluções de Usinagem I SEW: redução de custos e ganho de produtividade

12 Produtividade O sistema Lean e a inovação

14 Negócios da Indústria Sustentabilidade: a tecnologia da responsabilidade social

22 Soluções de Usinagem II Superando desafios em furação profunda

28 Conhecendo um Pouco Mais Turismo social e turismo ambiental: o respeito ao mundo a seu alcance

32 Educação e Tecnologia Inovação em energia eólica: velas ao vento

36 Nossa Parcela de Responsabilidade A velocidade do (nosso) conhecimento

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SEW-EURODRIVE:

redução de custos e ganhos de produtividade

Empresa adota CoroMill 176 e reduz em 70% o tempo de fresamento de engrenagens

Inovação, tecnologia e aprimora-mento contínuo sempre nortearam os rumos da SEW-EURODRIVE, mul-tinacional alemã especializada na fa-bricação de motoredutores, produtos eletrônicos e redutores industriais.

A empresa chegou ao Brasil em 1978 e desde então conta com a par-ceria da Sandvik Coromant na pro-visão de soluções para os processos de usinagem, com foco na redução de custos e ganhos de produtivida-de. Estas premissas guiaram um tra-balho que resultou em consideráveis ganhos no processo de fresamento de engrenagens de aço ligado.

Para isso foi preciso romper uma barreira nos processos de usi-nagem, pois o mercado de abertura de dentes de engrenagens emprega há muitos anos ferramentas de aço rápido, ou High Speed Steel (HSS)

na sigla em inglês. Tais ferramen-tas, além de terem menor vida útil quando comparadas às de metal duro, necessitam de constantes ope-rações de reafiação e recobertura.

Trata-se sobretudo de uma difi-culdade logística, à medida em que é

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Planta da SEW-EURODRIVE em Indaiatuba, interior de São Paulo: primeira fase da construção soma 40 mil m²

necessário manter um estoque circu-lante de ferramentas, gerando cus-tos extras e afetando a dinâmica do processo produtivo. A identificação desse problema foi o primeiro passo para que representantes da Sandvik Coromant e da SEW-EURODRIVE procurassem uma solução conjun-ta, que otimizasse a gestão de ferra-mentas, mantendo a qualidade do produto final e, ao mesmo tempo, trazendo ganhos em produtividade. A resposta estava na inovação.

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A fresa CoroMill 176, ou fresa ca-racol com pastilhas intercambiáveis, foi lançada pela Sandvik Coromant em 2011. “Nesta época identificamos a SEW-EURODRIVE como um dos nossos parceiros que poderia obter grandes ganhos de produtividade com essa solução” recorda Francisco Cavichiolli, especialista Sandvik Co-romant em fresamento de engrena-gens e sistemas de fixação, que parti-cipou do processo de implementação da ferramenta na empresa.

Após uma série de estudos pre-liminares, em março de 2012 foram iniciados os primeiros ensaios com o uso da fresa CoroMill 176 e os resul-tados surpreenderam. O aumento nos dados de corte possibilitado pela adoção da nova ferramenta se refle-tiu em produtividade. Além disso, a eliminação do estoque circulante de ferramentas de aço rápido (e conse-quentemente do processo de reafia-ção e recobertura das ferramentas) reduziu custos consideráveis de lo-gística, tendo também diminuído o tempo de máquina parada.

Fresamento rápido O engenheiro de manufatura da SEW-EURODRIVE, Abel Tito Bra-ga de Oliveira, explica que “Estáva-mos procurando o equilíbrio entre custo, qualidade e produtividade”, complementando: “Com essa so-lução não precisaremos empregar um novo turno para responder ao aumento de demanda, muito menos comprar novas máquinas”.

Em termos práticos, a adoção da CoroMill 176 no fresamento das en-grenagens reduziu, em média, 70% o tempo gasto no processo de dentea-mento de engrenagens de módulo 6. “Em alguns casos reduzimos de 80 para 9 minutos o tempo de fresa-mento”, informa o engenheiro Abel.

Para o professor Anselmo Diniz, da Faculdade de Engenharia Mecâ-nica da Unicamp, trata-se da escolha correta quando for preciso usar altas velocidades de corte: “Ferramentas de metal duro e de metal duro com cobertura possuem dureza a quente, resistência ao desgaste e estabilida-de química muito maiores que fer-ramentas de aço rápido e, por isso, podem ser utilizadas em condições de corte muito mais agressivas”.

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Francisco Cavichiolli, especialista Sandvik Coromant em fresamento

de engrenagens, Abel Tito Braga de Oliveira, engenheiro de manufatura

da SEW-EURODRIVE e Valteli Mattos, vendedor técnico da Sandvik

Coromant, ajustam a Fresa CoroMill 176 cujo uso diminuiu em média

70% o tempo gasto no processo de denteamento de engrenagens de

módulo 6

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A sequência de fotos mostra engrenagens de módulo 6 durante processo de usinagem e já usinadas: qualidade final e produtividade garantidas

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Por conta disso, novos processos devem adotar a ferramenta. De acordo com Valteli Mattos, ven-dedor técnico da Sandvik Coromant, que atende a SEW-EURODRIVE, está sendo estudada a implan-tação de novas faixas de módulos para outros pro-cessos da empresa. “A ideia é estender esta solução não só com a CoroMill 176, mas também com ou-tras ferramentas da nossa oferta para fresamento de engrenagens, reduzindo ainda mais os custos”.

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O investimento em inovação e produtivida-de é uma das estratégias da SEW-EURODRIVE para acompanhar a demanda por produtos liga-dos à tecnologia em acionamentos, com especial atenção aos redutores de médio e grande porte.

O equipamento é estratégico para esses seg-mentos, pois redireciona a energia gerada pelos motores elétricos para outros componentes de menor rotação, resultando na elevação de tor-que, como, por exemplo, em esteiras rolantes e transportadores. “Estamos diante de muitas oportunidades, principalmente nos segmentos de mineração, sucroalcooleiro, automobilístico e de alimentos e bebidas. Posso dizer que as perspectivas são muito positivas”, explica Al-berto Lemes da Silva, supervisor de Produção da empresa.

Atualmente a empresa é líder mundial na tecnologia e produção de acionamentos. A pro-dução de modelos maiores começou em 2007 e a experiência da unidade brasileira já soma pontos para o Grupo SEW-EURODRIVE: “A usinagem de peças de grande porte é relati-vamente nova dentro do grupo e o Brasil já é referência”, explica Lemes.

A importância do mercado nacional fez com que a empresa reforçasse os investi-mentos em infraestrutura com a constru-ção de uma moderna fábrica na cidade de Indaiatuba, interior de São Paulo (ver box). Além disso, a SEW-EURODRIVE marca pre-sença em grandes eventos do setor, entre os quais a FEIMAFE, 14ª Feira Internacional de Máquinas Ferramenta e Sistemas Integra-dos de Manufatura.

Mercado promissor

Redutores produzidos pela SEW-EURODRIVE

Abel Tito Braga de Oliveira, engenheiro de manufatura e Alberto Lemes da Silva,

supervisor de produção da SEW EURODRIVE (sentados à esquerda), debatem com

Francisco Cavichiolli e Valteli Mattos, ambos da Sandvik Coromant: parceria produtiva

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Marcelo Moller, coordenador de usinagem, Abel Tito Braga de Oliveira, engenheiro de manufatura,

Edenilson Mendes, operador CNC, Thauan de Arruda Paes e Silva, estagiário de usinagem

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O compromentimento de ambas as empresas foi fundamental para o sucesso da operação com

fresas caracol

“Estamos prontos para um aumento de demanda, investindo com inteligência em novas tecnologias”, avalia Alberto Lemes da Silva, supervisor de Produção da SEW-EURODRIVE

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Fundada em 1931 na Alemanha, a SEW-EURODRIVE hoje conta com representação em 45 países, dos quais 15 possuem fábricas instaladas. Ao todo, a empresa familiar e com certificação ISO 9001 emprega 15 mil colaboradores no mundo todo e soma um faturamento global de 2.5 bilhões de euros.

A sigla SEW é a abreviação de Süddeutsche--Elektromotoren-Werke, que traduzido do ale-mão, significa Fábrica de Motores Elétricos do Sul da Alemanha. Ao longo dos anos a empresa construiu uma história de pioneirismo e tecno-logia, com o desenvolvimento do primeiro mo-tor de contratorque e do sistema modular de montagem para motoredutores.

Instalada no Brasil desde o fim da década de 1970, a empresa opera em duas unidades: Guarulhos e Indaiatuba, ambas em São Paulo, além de 15 filiais regionais de venda, 15 centros de serviço e uma rede de representantes auto-rizados, somando ao todo 1.500 colaboradores.

A unidade de Indaiatuba, instalada em um terreno de 300 mil m², iniciou suas atividades em agosto de 2010. Atualmente ela é respon-sável pela fabricação e montagem de aciona-mentos de grande porte e nos próximos meses deve absorver outras operações realizadas na unidade de Guarulhos. “Até meados de 2013 os processos de fabricação dos redutores me-nores, atualmente produzidos em Guarulhos, serão transferidos para a unidade de Indaiatu-ba”, explica Alberto Lemes da Silva, supervisor de Produção da empresa.

A previsão é de que 100% dos processos de usinagem de aço e ferro fundido sejam realizados na unidade de Indaiatuba até o mês de julho.

SEW-EURODRIVE: Uma história de pioneirismo

O mote da empresa, “busca e fornecimento de soluções em aciona-mentos”, prova que o grupo não permanece alheio às mudanças. Ao contrário, reforça o pioneiris-mo e investe cada dia mais em so-luções que beneficiem qualidade, logística e produtividade.

Para isso, conta com a ajuda de parceiros que desde 1978 a ajudam cada dia mais a conquistar um mer-cado com muito espaço para crescer.

Fernando SaccoJornalista

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Francisco Cavichiolli – especialista em fresamento, fresamento de engrenagens

e sistemas de fixação da Sandvik Coromant

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Uma palavra sobre fresamento de engrenagens

Quase tudo que se move meca-nicamente tem engrenagens em sua composição, a fim de transmitir o movimento entre as partes. As en-grenagens existem há centenas de anos, mas foi a partir da revolução industrial, no início do século XIX, que elas começaram a ser utilizadas mais amplamente. Engrenagens existem em tamanhos e formatos variados, dependendo do tipo de transmissão de movimento reque-rida e do setor da indústria ao qual se destinam. Dessa forma, há engre-nagens retas, helicoidais, cônicas, engrenagens sem-fim, entre outras.

O crescimento do setor energé-tico e de transmissões de grande porte influenciou, obviamente, na busca de projetos e fabricação oti-mizados de engrenagens, que le-vassem em conta a redução do cus-to agregado do produto, mantendo qualidade e desempenho.

Em 2010, não indiferente a essa de-manda, a Sandvik Coromant lançou no mercado a fresa CoroMill 170. Tra-ta-se de uma fresa disco com pasti-lhas intercambiáveis com a finalida-de de abrir dentes de engrenagens externas e internas em operações de desbaste e semiacabamento, nos tamanhos de módulos 12 a 22. O conceito inovador vem desde en-

tão ganhando espaço no mercado convencionalmente ocupado por ferramentas de aço rápido que ne-cessitam de serviços adicionais de reafiação e revestimento.

Hoje a oferta disponível atende a outros segmentos industriais e inclui, além da CoroMill 170, fre-sa disco para acabamento, fresa caracol com pastilhas tangenciais denominada CoroMill 177 e a ex-clusiva fresa caracol com pastilhas de perfil completo denominada CoroMill 176.

A gama total atualmente dispo-nível vai desde o módulo 3 até o módulo 50, dependendo do tipo de ferramenta e aplicação. As van-tagens e benefícios de se substituir um caracol em HSS por um com pastilhas intercambiáveis, por exemplo, são muitas: maior pro-dutividade devido aos dados de corte, maior vida útil da ferramen-ta, drásticas reduções de lead time, eliminação de operações de reafia-ção e recobertura, eliminação do estoque circulante e consequente custos com logística, usinagem sem refrigeração, que além de re-duzir os custos, seja com aquisi-ção ou reposição de óleo de corte, também protegem o meio ambien-te, entre outras.

Na verdade, tudo isso só com-prova que inovação não se trata apenas de desenvolver uma nova ferramenta, trazendo vantagens econômicas e ambientais, mas vai além, mudando paradigmas.

Vale por fim ressaltar que essa nova tecnologia pode também ser aplicada nas fresadoras de dentes convencionais. Isso não é exclu-sividade de modernas máquinas CNC. É nesse ponto que temos os maiores paradigmas a serem que-brados, aliás, os clientes que acre-ditaram nessa mudança já estão colhendo os frutos.

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produtividade

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O Sistema Lean e a Inovação

Na evolução do pensamento econômico, foi o eco-nomista austro-húngaro Joseph Schumpeter (1883-1950) quem, pela primeira vez de forma sistemática, detalhou o que é e qual a importância da inovação no desenvolvimento econômico. Para ele, inovação é uma atividade feita por uma pessoa que assume o papel de empresário, para a geração de novos produtos e o desenvolvimento de novos processos, novas fontes de matérias-primas, novas formas de distribuição.

É nessa visão que se encaixa a gestão lean, sistema cada vez mais usado, e que tem o poder de alterar radi-calmente o desempenho operacional das empresas, dos mais diversos setores, que o adotam.

A gestão lean gera resultados significativos na me-lhoria da satisfação dos clientes, no aumento do fatura-mento, na ampliação da produção sem investimentos, na redução de custos, na diminuição do lead time, no aumento da produtividade, etc.

Mas o que muita gente ainda desconhece é que o lean também é uma ferramenta poderosa para gerar inova-ções, capacidade fundamental para as empresas no atual cenário de competição globalizada: isso ocorre porque o sistema considera a inovação como parte integrante e na-tural da gestão, e não algo que dependa da iniciativa de um executivo ou líder brilhante.

Ao contrário, o lean visa que todo colaborador seja, também, um inovador, atuando para que todos os pro-cessos, produtos e serviços sejam melhorados constan-temente, sempre em prol de quem interessa: o cliente. Isso cria um ambiente propício à realização de melho-rias e estimula o aprendizado permanente, permitin-do, inclusive, inovações mais radicais.

As bases da inovação estão na busca pela estabilida-de e pela padronização dos processos. Essas, por sua vez, devem estar em constante melhoria. A necessidade

de inovações advém da capacidade de entender as ne-cessidades do negócio e dos clientes.

Há um número crescente de empresas que, mais do que querer, “precisam” ser inovadoras. De outra forma, não sobreviveriam. Por isso, buscam, cada vez mais, en-tender e aprofundar o lean como uma visão de gestão para gerar inovação contínua. São empresas que neces-sitam da “rotina da inovação”, pois boa parte de seu fa-turamento vem da comercialização de novos e inovado-res produtos, como Embraer, 3M, Medtronic, Pixar (do grupo Disney), Boeing, Apple, entre outras.

A própria Toyota, de onde muitos dos conceitos e técnicas lean se originam, é um exemplo do poder de gerar inovações. A empresa é uma das mais ativas do mundo no registro de patentes e uma de suas inova-ções mais importantes dos últimos anos no setor auto-

As inovações continuarão a ter papel central nos negócios e o Sistema Lean é fundamental para obtê-las

José Roberto Ferro, presidente do Lean Institute Brasil, entidade sem fins lucrativos criada há quinze anos para aqui disseminar o Sistema Lean, palestrando em São Paulo

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José Roberto FerroFundador e Presidente do Lean Institute Brasil

Senior Advisor do Lean Enterprise Institute dos EUAMembro do Comitê Executivo da Lean Global Network

motivo foi o híbrido Prius, movido tanto à gasolina quanto à eletricida-de. A empresa decidiu desenvolver um automóvel que fosse uma op-ção ecológica de veículo, com enor-me sucesso comercial e tecnológico, já copiado por diversas empresas.

Mas esses desenvolvimentos surgem prioritariamente de pro-cessos sólidos que envolvem ouvir e entender os clientes através do “vá ver diretamente com seus pró-prios olhos” e de processos claros e precisos para traduzir demandas sistematicamente em novos pro-dutos e serviços.

Assim, um “colaborador lean” é o que continuamente pensa em como fazer melhor seu trabalho, seu processo, eliminando desperdícios, economizando tempo, recursos, aumentando produtividade e qua-lidade. Com isso, a inovação torna--se algo natural e recorrente. Isso é importante porque já se provou que produtos inovadores não sobrevi-vem sem eficiência operacional que gere custos baixos e preços justos. Monopólios e oligopólios duram cada vez menos.

Outro elemento importante do lean, o estímulo a “expor e resolver problemas” de maneira científi-ca, também estimula a capacidade criadora na busca pelas soluções. Isso cria uma “cultura de aprendi-zado” poderosa que, certamente, gera tanto processos como produ-tos novos e inovadores.

Além de revigorar negócios exis-tentes, o lean também tem contribuí-

do para aumentar taxas de sucessos em “start ups” ou novos negócios de base tecnológica. Ou seja, buscam-se hoje formas alternativas de empre-endimentos eficazes desde o início, para evitar a elevada mortalidade desses novos empreendimentos.

Esse “empreendedorismo lean” tem preceitos básicos. O primeiro é o desafio de uma nova empresa, particularmente as inovadoras, com produtos e processos ainda não existentes, em conseguir, desde a concepção, capturar o que os clien-tes, quase sempre ainda potenciais, realmente querem – situação ainda

mais fundamental em ambientes de incerteza como nos casos menciona-dos. O segundo passo é manter esse espírito ao longo da vida da empre-sa – que exigirá o contínuo desapa-recimento de produtos ao mesmo tempo em que novos serão criados.

Além disso, no empreendedo-rismo lean, a formulação e a imple-mentação de estratégias devem ser baseadas em cenários e hipóteses sólidas, mais do que na intuição ou fé. O empreendedorismo lean tra-

balha com a criação de novas em-presas de forma científica, evitan-do cometer erros tradicionais. Isso é mais poderoso do que a sorte ou o acaso, pois dá previsibilidade e estabilidade ao processo de criação de novos negócios.

Muitos podem reclamar da ne-cessidade de elevadas quantidades de recursos para começar um em-preendimento. Mas o “empreende-dorismo lean” considera que a ine-xistência de grandes recursos não é um empecilho à criação de novas empresas inovadoras. Ao contrário, evita que se percam milhões em

projetos malsucedidos.Esses conceitos estão revolucio-

nando os métodos tradicionais de empreendedorismo, acelerando o aprendizado do que funciona melhor e o descarte do que não funciona.

É por tudo isso que a filosofia de gestão lean tem se mostrado tão efi-caz no sentido de inovar, revigorar e fortalecer negócios existentes. E pode ter o mesmo impacto na cria-ção de novos e inovadores negócios de base tecnológica.

“o lean também é uma ferramenta poderosa para gerar inovações, capacidade fundamental para

as empresas no atual cenário de competição globalizada”

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a tecnologia da responsabilidade social

Sustentabilidade:

Na última década ficou bastante aparente, sobretudo aos tomadores de decisão, que o ritmo de desen-volvimento que consumia os recur-sos naturais não seria sustentável por muito tempo mais. Até mesmo os mais otimistas já apontavam ci-fras de duas ou três décadas para o término de certos recursos. Ou seja, a Terra não consegue mais se regenerar no mesmo ritmo em que é dilapidada. A reversão desse rit-mo, sobretudo com combate ao desperdício e tecnologias limpas na produção, passou a definir “susten-tabilidade” e a impulsionar a busca de sua prática.

A sustentabilidade, portanto, tem o enfoque básico de puxar o freio de mão e rever processos, procedimen-tos e até mesmo necessidades. O

modelo de revisão abarcou todos os setores de produção e distribuição. Algumas das mudanças se espalha-ram pelo mundo, como o sistema de homeworking, o trabalho feito em casa, que apresenta notável econo-mia de combustível, tempo, energia elétrica, custos de alimentação e até mesmo de vestimentas.

A exemplo dessa tendência, vá-rias outras entraram em vigor, como técnicas avançadas de logística, lo-gística reversa, produção enxuta, para citar apenas as principais. To-das elas, contudo, têm suas raízes na necessidade de aumento da pro-dução – e vendas – para que o ne-gócio seja economicamente rendoso e sustentável do ponto de vista do capital investido.

Assim, ao longo da última dé-cada, tornaram-se familiares con-ceitos como a pegada de carbono, a pegada da água, e indivíduos e empresas começaram a procurar di-minuir o próprio impacto negativo sobre o meio ambiente.

Neste sentido, muito tem sido feito, ao redor do mundo, pela bus-ca da sustentabilidade. A Conferên-cia das Nações Unidas sobre Desen-volvimento Sustentável, a Rio+20, onde o consenso da necessidade de mudanças foi unânime, é um bom exemplo dessa mobilização.

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De acordo com a ONU, os pi-lares da sustentabilidade são seis: Vida próspera e formas de assegu-rar a subsistência humana (fim da pobreza, acesso à educação, em-prego, saúde e informação); Segu-rança alimentar sustentável (fim da fome, segurança na produção de alimentos, com consumo e dis-tribuição sustentáveis); Segurança sustentável da água (acesso uni-versal à água potável e saneamen-to básico; eficiência na gestão dos recursos hidrominerais); Energia

Objetivos da Sustentabilidade

Flor da Sustentabilidade

limpa universal (aumentar o aces-so universal à energia limpa, mini-mizando a poluição e o impacto à saúde, além de reduzir o impacto do aquecimento global); Ecossiste-mas produtivos e saudáveis (asse-gurar os serviços ecossistêmicos e da biodiversidade com uma melhor gestão, restauro e conservação do meio ambiente); Governança para sociedades sustentáveis (transfor-mar e adaptar instituições e políti-cas públicas para aplicar as outras cinco metas já apresentadas).

Desta maneira, até 2030, os Ob-jetivos de Desenvolvimento Sus-tentável permearão as sociedades

nos quatro cantos do globo, e se cumpridos de maneira efetiva e homogênea, serão eliminados sub-sídios que dão suporte a explo-rações predadoras, à agricultura insustentável e à sobrepesca, a ati-vidade pesqueira, que não permite a continuidade das espécies pes-cadas. A contribuição de ações co-ordenadas como estas, associadas a um movimento cada vez maior de reciclagem e reutilização de matéria-prima, são a aposta da co-munidade internacional para que possamos ter perspectivas melho-res para o futuro.

No entanto, enquanto os go-

Cultura da Sustentabilidade

Cuidado com as pessoasCuidado

com

a te

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Repartir excedentes

Restauração da Terra e dos solos dani�cadosSementes de polinização abertaFlorestas de alimentos orgânicosSegurança alimentar, saúde e nutriçãoDistribuição equitativa dos alimentos

Segurança Alimentar

Economia LocalConsumo SustentávelConsumo dos Produtos de LocalidadeComércio ÉticoManejo de RecursosEmpresas EcológicasMinimização do Lixo

Espécies e EcossistemasManutenção da Diversidade de Plantas e AnimaisRespeito a Todas as Formas de VidaRe�orestamentoResposabilidade Individual por Todas as Criaturas

Interação Humana

Partilha do ConhecimentoCooperação, Não CompetiçãoDar Poder aos IndivíduosTroca de opiniões Consenso Direitos Humanos

Energia e Tecnologia

Reciclar, Reduzir, Reparar, Reusar e RepensarUso Ético dos Recursos NaturaisConsumo Justo de EnergiaAcesso Equitativos às TecnologiasFontes Renováveis de Energia

Água

Acesso à Água Limpa para TodosOceanos VivosBacias Hidrográ�cas SaudáveisConservação

A chamada “flor da sustentabilidade” mostra como se entrelaçam todas as necessidades que tornam viável a continuidade da vida humana sobre a Terra

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vernos têm se mostrado prolífi-cos em normas mas não em ações concretas, a iniciativa privada deu enormes passos em direção à sus-tentabilidade. São inumeráveis os projetos que buscam resolver situ-ações específicas em suas áreas de produção e atuação. Além de tor-nar limpa a produção, milhares de toneladas de sucata, de todo gênero, são embarcadas do mun-do ocidental para o Oriente, onde são reprocessadas como materiais de construção e de pavimentação. Na Europa, alguns países impor-tam lixo de países vizinhos, para ser usado como combustível de aquecimento urbano. Empresá-rios empreendedores que sabem do uso de óleos na fabricação de fraldas, já começaram a coletá--las para uso como combustível. Bilhões de dólares já giram a má-quina da indústria da reciclagem em todo o planeta.

A gravidade da situação global,

contudo, exige que façamos mais com menos. A pluralidade das ações conjuntas que se deve alme-jar para nossas nações deve tam-bém permear o estilo de vida e as premissas em que elas se baseiam.

A sustentabilidade parte de um núcleo em que o cuidado com a Terra (e seus recursos), deve existir aliado ao cuidado com as pessoas e a busca da distribuição equilibrada de recursos vitais para todos.

A hoje chamada “flor da susten-tabilidade” mostra como, de tal nú-cleo, partem e se entrelaçam todas as necessidades que tornam viável a continuidade da vida humana so-bre a Terra. Uma vida sustentável requer, antes de tudo, uma produ-ção sustentável, e a tecnologia – e a administração da tecnologia – têm aí papel de grande destaque.

Nesse novo contexto, as empre-sas começaram a rever a própria estrutura de seu funcionamento, alterando-se os antigos parâme-

tros de quantidade em benefício da qualidade, durabilidade e pro-dução limpa, que não prejudique o trabalhador, o consumidor e o ambiente. Em menos de uma dé-cada tornou-se consenso que a fa-bricação de produtos com melhor desempenho e com custo competi-tivo se mostra fundamental para a permanência das indústrias manu-fatureiras no mercado global.

O consumidor, por sua vez, está tomando com firmeza as rédeas do juízo sobre os bens que adquire e a produção de características sus-tentáveis passou a ter apelo maior para ele. Tal consciência, contudo, pode transformar a verdadeira sus-tentabilidade em uma “sustentabi-lidade” de fachada, mero elemento de marketing para competir no mer-cado que a demanda.

A verdadeira sustentabilidade nasce na escolha dos materiais e seu modo de produção, meios de trans-porte utilizados, relacionamento socioeconômico com os produtores, correta especificação dos materiais, produção enxuta, com eliminação de desperdícios, reciclagem, logís-tica reversa, fair play com fornece-dores, clientes e colaboradores.

A produção sustentável, por-tanto, permeia uma série de ações coordenadas e pode ser mensurada não só pelo ganho financeiro, mas também pela diminuição de gastos operacionais de todos os gêneros e o necessário equilíbrio para que tais ações não pesem de maneira negativa sobre os colaboradores.

Poderes públicos e população contribuindo: unidade de coleta seletiva de lixo na Praça Buenos Aires, S. Paulo, SP

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Como esse projeto auxilia os parceiros da Sandvik Coromant

no terreno de descarte?

Nós oferecemos aos clientes e escolas técnicas e universidades, pales-

tras técnicas sobre o uso correto das pastilhas de metal duro, para que seu

uso evite desperdícios e alcance todo o potencial de produtividade de cada

ferramenta.

Não negociamos com sucateiros. Efetuamos a coleta de pastilhas usadas,

mesmo que não sejam de nossa própria marca, de clientes e demais empresas

idôneas, e as enviamos para a Índia, onde são reprocessadas em uma fábrica

especialmente construída para tal fim. Só não recolhemos pastilhas de cerâ-

mica e ferramentas de aço rápido.

A Sandvik Coromant paga um preço justo pela sucata de metal duro.

Oferece um serviço de logística e coleta para efetuar um sistema exclusivo

de reciclagem mundial.

Em muitas situações as empresas vêm optando por elas próprias responsabilizarem-se pelo destino final de seus produtos, investindo na reciclagem.

O Conceito de Reciclagem Coromant – CRC – é uma realidade que caminha em sua segunda década de vida. Criado em 1996, além de garantir reutilização de parte do metal duro das pastilhas e ferramentas inteiriças de metal duro, assim contribuindo para que se extraiam menos minérios da natureza, o projeto oferece um destino ambientalmente correto para a sucata não reutilizável.

Kenji Takeuti, Supervisor de Ser-viços ao Cliente e Controlador de Estoque da Sandvik Coromant, e atual responsável pelo projeto, responde a algumas perguntas fundamentais sobre:

Contribuição das empresas

Como uma empresa pode aderir ao pro-grama? Para nós, ajudar a reduzir o impacto ambien-tal é tão importante quanto ajudar a aumentar a produtividade. A empresa pode aderir:- acessando o nosso site www.sandvik.coromant.com/br na seção de Serviços / Reciclagem, com e-mail para [email protected];- falando diretamente com nosso pessoal ou distribuidores autorizados;- por meio de nossa linha direta 0800 55 96 98.

Como é a reciclagem? É possível o rea-proveitamento de pastilhas? Como?A fábrica na Índia, em Chiplun, a 200 km ao sul de Mombai, foi certificada pela ISO 14000 e OHSAS 18001 em Janeiro de 2007. O processo consiste na moagem e separação dos elementos que compõem as pastilhas, até voltar ao estado de maté-ria prima original. O pó obtido é reclassificado por qualidade e destinado à fabricação de produtos de acordo com seu grau de pureza e qualidade.

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Baldes e caixas fornecidos pela Sandvik Coromant para coleta de ferramentas usadas

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Re

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Reciclar

Reutilzar

Reduz

ir Reutilizar

R e c i c l a r

João Manoel S. Bezerra de MenesesGestor Ambiental e Jornalista

Levaremos ainda algum tempo para que os princípios da sustenta-bilidade se estruturem de maneira orgânica e deixem de ser “bandei-ra” para se tornar, efetivamente, o próprio tecido da sociedade.

No Brasil, por exemplo, ainda não existe nenhum órgão regula-dor para dar parâmetros de sus-tentabilidade. Somos regidos por uma série de leis, como o Sistema

A G e s t ã o d a S u s t e n t a b i l i d a d eNacional de Unidades de Conser-vação da Natureza (SUNC), Lei de Crimes Ambientais, Política Na-cional do Meio Ambiente, Código Florestal Brasileiro, Lei de Biosse-gurança, entre outras. Tratam-se, porém, apenas de limites entre o legal e o ilegal, sem que haja um órgão regulador que estabeleça critérios e padrões de conduta, a não ser aqueles de órgãos in-

ternacionais como a ONU, que o País pode ou não seguir. Ações de órgãos públicos como o Insti-tuto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renová-veis (IBAMA), Agência Nacional de Águas (ANA) entre outros, não têm na sustentabilidade seu obje-tivo maior.

Não basta sermos “ecologica-mente corretos” e termos empresas trabalhando segundo princípios sustentáveis, já que a sustentabi-lidade é, na verdade, a síntese de um esforço conjunto, algo que só será efetivo se todos participarem.

A sustentabilidade, portanto, é uma verdadeira cultura da ne-cessidade da humanidade progra-mar-se para continuar.... humana.

Você faz a sua parte?

Planta de reciclagem da Sandvik Coromant em Chiplun, Índia

Sustentabilidade econômica x Sustentabilidade socioambiental

A solução está no equilíbrio entre a sustentabilida-de da produção e a saúde ambiental e social. Assim como a produção não deve continuar danificando o ambiente e, com isso, a própria sociedade, a sustenta-bilidade socioambiental não pode se tornar um empe-cilho ao crescimento econômico.

Dimensionar a sustentabilidade socioambiental sem travar o desenvolvimento, com esse, na realida-de, tornando-se parte integrante de medidas sustentá-veis, parte de uma relação saudável entre o que pode-ria ser produzido e o que deve ser produzido. Nesse sentido, as parcerias entre empresas, evitando forma-ção de estoques desnecessários, é um dos princípios salutares já bastante presente entre nós.

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Atenção aos detalhes e uso de

ferramentas adequadas

garantem ganhos em qualidade

e redução de custos

Superando desafios em Furação Profunda

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Sistema Ejector: Conectores rotativos e estacionários garantem adaptabilidade da ferramenta e não demandam vedação entre a peça e a bucha-guia

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Dorival SilveiraEspecialista de produto e produtividade em furação da Sandvik Coromant do Brasil

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Na edição 87/2012 desta revista escrevemos sobre o processo de fu-ração curta. Desta vez, iremos falar um pouco sobre a furação profunda (DHD — Deep Hole Drilling — na si-gla em inglês).

Em termos práticos, podemos definir um processo de furação pro-funda quando a relação diâmetro/comprimento da ferramenta exce-de 5xD. A partir desses casos, já é preciso tomar alguns cuidados es-peciais, embora os maiores desafios surjam quando essa relação é supe-rior a 10xD.

Teoricamente, não há um limite exato para realizar furações, mas sa-bemos que a relação diâmetro/com-primento pode ultrapassar os 150xD.

A forma mais comum de realizar esse tipo de processo é através da chamada “furação em cheio”, quan-do o furo é realizado em um mate-rial sólido por meio de apenas uma operação. Esse processo tem cresci-do nos últimos anos, principalmente nos setores de Oil & Gas, Energia e Aeroespacial. Nestes mercados em especial não se admitem falhas, uma vez que os produtos, normalmente em materiais de difícil usinabilida-de, são de altíssimo valor agregado e qualquer problema pode gerar pre-juízos enormes.

Sabemos também que a fura-ção profunda é, na grande maioria das vezes, uma das últimas etapas de usinagem, o que confere ainda mais responsabilidade e importância ao processo.

potência e tipo de máquina que será utilizada

alinhamento da máquina

tipo de material

saída de cavacos

diâmetro e comprimento do furo

velocidade de corte

custo

número de operações

tolerância requerida

presença ou não de um pré-furo

segurança do operador

ferramentas que serão empregadas

Mesmo havendo tolerâncias mais abertas quando comparamos o pro-cesso de furação curta à furação pro-funda, é preciso buscar um equilíbrio entre retilineidade, ovalização, rugo-sidade, circularidade e cilindricidade a fim de não comprometer o resulta-do final. Nesses casos, muitos fatores devem ser considerados:

A seguir, trataremos da importân-cia de se fazer a escolha adequada da máquina, ferramentas e fluidos, bem como o impacto dessas variantes nos resultados desejados, sobretudo no que diz respeito à qualidade e tole-rância final do furo, produtividade, custos e confiabilidade do processo.

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Sistema Ejector

Ilustração mostra o funcionamento do Sistema Ejector

Máquinas e fluidosFerramentas

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Furos profundos requerem má-quinas rígidas e robustas, com altas velocidades de corte e, consequen-temente, maior potência. A escolha da máquina irá variar conforme as dimensões e comprimentos das peças a serem usinadas, mas, em todos os casos, é importante tomar alguns cuidados, como eliminar as folgas dos rolamentos do fuso.

Outro ponto especialmente im-portante no caso de furos profun-dos é a escolha de um fluido de corte adequado. Neste caso, reco-mendamos fluidos com viscosidade de 1.7°E à 50°C e 3.5°E à 20°C.

Adicionar óleo integral com aditivos EP com enxofre e cloro é outra prática aconselhável, pois ga-rante maior vida útil à ferramenta, além de uma quebra de cavacos mais uniforme.

As emulsões, no caso de fura-ções profundas, não devem ser a primeira escolha, já que não atin-gem a mesma qualidade na quebra de cavacos e podem gerar mais des-gaste nas guias.

As tecnologias para furos longos não sofreram mudanças drásticas nos últimos anos, mas vale frisar que novos recursos foram incor-porados, principalmente no caso das ferramentas.

Brocas de cabeça soldada abri-ram espaço para brocas com pas-tilhas intercambiáveis com que-bra-cavacos. O mercado também adotou pastilhas com novas cober-turas e ferramentas com materiais mais adequados para resistir às al-tas temperaturas, tensões e durezas deste processo.

O número de soluções em ferra-mentas é grande e, por isso, neste artigo vamos nos ater aos principais recursos que podem auxiliar na busca de ganhos no binômio produ-tividade/redução de custo.

O sistema Ejector quebrou o pa-radigma de que a furação profunda só pode ser realizada em máqui-nas especiais ou dedicadas. Atu-almente, a broca Ejector é empre-gada em máquinas CNC, centros de usinagem, mandriladoras hori-zontais e tornos modificados, sen-do inclusive mais fácil e econômi-co de ser aplicado nestes sistemas.

Dentre os pontos positivos do sistema Ejector está sua adaptabili-dade, pois a ferramenta conta com conectores rotativos e estacionários e não demanda vedação entre a peça e a bucha-guia. Quando utili-zado em tornos, também dispensa a instalação de cabeça de pressão de óleo, surgindo como opção para este tipo de caso.

soluções de usinagem II

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Page 26: O Mundo da Usinagem nº 93

O sistema de tubo único STS (Sin-gle Tube System) é opção para uso em máquinas especiais para produção em massa. A broca tem diâmetros (ø) de 15,6 que podem se estender conforme a necessidade da peça a ser usinada.

Por apresentar maior espaço para saída de cavacos, o sistema não re-quer tanto controle nesse quesito, sendo ideal para furos em materiais que apresentam difícil quebra de cavacos como aços baixo-carbono e aços inoxidáveis, assim como peças grandes com diâmetro elevado.

Sistema STS

Sistema STS: opção para uso em máquinas especiais para produção em massa

A broca intercambiável para fu-ros profundos CoroDrill 805 é outro destaque, pois pode ser aplicada em diâmetros (ø) de 25 até 65 mm, sendo largamente utilizada quando se bus-cam altas taxas de produtividade.

A ferramenta, que possui corpo de aço, não requer grandes quanti-dades de óleo lubrificante e dispensa uma vazão elevada. Outro ponto po-sitivo é sua adaptação, podendo ser aplicada em CNCs e máquinas con-vencionais com menores velocidades de corte e bom avanço.

CoroDrill 805

Brocas CoroDrill 805: Sinônimo de produtividade

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A broca tem diâmetro padrão (ø) de 18,4 até 130 mm e trabalha com um sistema de tubos duplos, com fluxo de refrigeração em tubos inter-no e externo. Todavia, a diminuição da área dos tubos requer um contro-le mais rigoroso dos cavacos, pois eles podem obstruir o sistema.

Em relação ao Ejector, o sistema STS apresenta

melhores resultados na furação de peças longas

e com diâmetros grandes do furo.

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Page 27: O Mundo da Usinagem nº 93

CoroDrill 801 e 818

Perfil de geometria e classe aprimorados fizeram da CoroDrill 818 uma ferramenta muito flexível

CoroDrill 801: produtividade, flexibilidade e segurança do processo em uma só ferramenta

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Cabe ainda destacar dois lança-mentos que também foram bem re-cebidos pelo mercado.

Um deles é a broca CoroDrill 801 para furação em cheio, com faixas de diâmetro (ø) entre 65 – 165,1 mm. A broca oferece segurança no pro-cesso de furação e flexibilidade de-vido à maior capacidade de ajuste radial. As novas tecnologias da pas-tilha e da guia apresentam excelente desempenho durante a vida útil da ferramenta, além de possibilitar o ajuste sem necessidade do serviço da sala de ferramentas.

Outro ponto de destaque dessa ferramenta é o desenho da boca de cavacos para maior escoamento dos mesmos. Como dito acima, trata-se de um aspecto importante a ser observado, pois o entupimen-to de cavacos pode comprometer o processo de usinagem e danificar a ferramenta.

A ferramenta, portanto, é capaz de aliar produtividade, flexibilidade e segurança do processo.

Já a CoroDrill 818 para alarga-mento teve seu perfil de geometria e classe aprimorados, tornando-a uma ferramenta muito mais flexí-vel. Com faixas de diâmetro entre (ø) 40,00 – 301,75 mm, a ferramenta emprega a nova pastilha e interface iLock do tip-seat, com reflexos positi-vos no quesito segurança. Sua maior capacidade de ajuste do raio tam-bém é um ponto fundamental quan-do falamos de furação profunda.

Tanto a CoroDrill 805 e a Coro-Drill 801 quanto os sistemas Ejector

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Page 28: O Mundo da Usinagem nº 93

Principais recomendaçõespara uma furação profunda

bem sucedida

Fatores importantes

realizar o controle de cavacos

fazer um pré-furo

observar a potência da máquina

escolher adequadamente o tipo de

refrigeração e atenção a seu fluxo

garantir bom alinhamento

No caso da manufatura de furos pequenos, surge como opção a Gun-Drill, ou broca canhão. Indicada para furos longos, com diâmetro pequeno (até 25mm) e quando tolerâncias es-treitas forem essenciais, a broca tem diâmetros (ø) de 0,98 até 40,5 mm, podendo chegar a 100xD.

O tubo da broca possui um ca-nal externo com formato em “V”, o que possibilita que a pressão do fluido empurre os cavacos para fora através desse canal ao longo da parte externa da broca.

As brocas canhão podem ser em-pregadas em tornos horizontais, tor-nos modificados e centro de usina-gem, em todos os tipos de materiais.

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e STS trabalham com um conjunto de pastilhas periférica, intermediária e central. Dessa forma, ao ser retirado, o cavaco se divide em três, o que tor-na o processo mais confiável.

A escolha correta de máquinas e ferramentas depende de uma série de análises, entre as quais a aplica-ção, o tipo de peça a ser usinado, o tipo de furo, entre outros já citados.

Trata-se de um processo deli-cado, que exige expertise na área, já que as boas práticas em furação reduzem o tempo de preparação e o consumo de ferramentas, além de garantirem a qualidade do produto final mesmo em condições severas.

Nesse campo não há espaço para dúvidas, por isso, conte sem-pre com o trabalho de especialistas para indicar as melhores soluções para o seu processo.

Brocas Canhão (GunDrill)

Broca canhão (GunDrill): domínio perfeito em tolerâncias estreitas.

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28 o mundo da usinagem

conhecendo um pouco mais

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0 turismo social e o turismo de natureza vêm modificando a maneira de se viajar no Brasil.

Às vésperas da Copa do Mundo de 2014 e a um salto da Olimpíada de 2016, o Brasil é um grande mer-cado turístico, agora para todos os bolsos e gostos. Trata-se da demo-cratização do turismo, o chamado turismo social, que ganhou merca-do nos últimos anos e vem se profis-sionalizando no mesmo ritmo.

O turismo, palavra derivada do francês “tour”, que significa “girar, voltar-se para”, é filho do apareci-mento dos transportes de massa do século XIX. Os trens sobre trilhos de ferro e os navios a vapor logo passa-ram do transporte de carga para o de pessoas. Já os aviões, nas primeiras décadas do século XX, serviram pri-meiro para o transporte de pessoas, bem menos pesadas do que cargas. Foi o navio a vapor que deu início ao turismo dos americanos, enriqueci-dos com o açúcar, algodão e miné-rios no final do século XIX, em dire-ção à Europa de seus avós.

Os ricos turistas enviavam car-tões postais às suas cidades natais, uma lembrança extremamente bem recebida por centenas de milhares de pessoas que jamais veriam pesso-almente os locais retratados. No Bra-sil, as metas, até por volta de 1970, eram o Rio de Janeiro, Petrópolis, Caxambu, Poços de Caldas, Águas de Lindóia e, em menor escala, Ouro Preto, Recife e Olinda. A hoje po-pularíssima Paraty – RJ, era, até a década de 1960, um vilarejo pobre e abandonado, com ruas de areia e de difícil acesso.

O turismo popular inicia-se en-tre 1925-1935, mas apenas em paí-ses como Itália, União Soviética e Alemanha, cujos governos criaram infraestruturas e incentivos para que os trabalhadores tivessem aces-so ao turismo em grupo. Eram as ferrovias desses países, todas esta-tais, que ofereciam a rede para os deslocamentos e, muitas vezes, as

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Pôr do Sol no Pantanal-MS

Turismo Social e Turismo Ambiental: o respeito ao mundo a seu alcance

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chamadas “colônias de férias”. Pelo fato do descanso do traba-

lhador ser visto como um direito social, o turismo garantido pelos empregadores passou a ser objeto de manipulações e contestações po-líticas. Críticos viam nele clara in-tenção de controle do tempo livre e de férias das massas, com objetivos políticos e partidários de assegurar a gratidão do trabalhador.

Mas à medida que as empresas estatais perdem força no cotidiano social, sobretudo depois da Segun-da Guerra Mundial, o turismo so-cial floresce, com o surgimento de inúmeras empresas especializadas em viagens de grupo a preços aces-síveis. Paralelamente, empresas e instituições privadas fazem uso desse modelo de turismo, agra-ciando seus funcionários com um evento socializador.

O Bureau Internacional do Turis-mo Social (BITS), criado em 1963 em Bruxelas, hoje com quase 170 países associados, define o turismo social como o “conjunto de relações e fe-nômenos resultantes da participação no turismo das camadas sociais me-nos favorecidas, participação que se torna possível ou facilitada por bem definidas medidas de caráter social, mas que implicam um predomínio da ideia de serviço e não de lucro”. A concepção da ausência de lucro deixa claro os benefícios do turismo social não apenas no Brasil.

De fato, a própria ideia de ser esse turismo o mecanismo facilita-dor de acesso e conhecimento do mundo implica na apreciação desse

mundo do ponto de vista participa-tivo, comunitário, e não predador. O turismo social é um dos principais auxiliares na formação do conceito da sustentabilidade, tão fundamen-tal nos dias de hoje e para o futuro.

Para o Ministério do Turismo brasileiro (MTur), o “turismo social é a forma de conduzir e praticar a atividade turística promovendo a igualdade de oportunidades, a equi-dade, a solidariedade e o exercício da cidadania na perspectiva da in-clusão”. Consiste em criar condições econômicas para que um grupo de pessoas, geralmente ligadas a algu-ma instituição ou entidade, possam fazer turismo hospedando-se em lo-cais confortáveis e bem equipados, que possibilitem novas oportunida-des de lazer, enriquecimento cultu-ral e integração pessoal.

Neste contexto, o turismo so-cial no Brasil tem um nome que se sobressai imediatamente: o SESC. Sendo o principal operador dessa modalidade no Brasil, o SESC atua favorecendo a incorporação ao mo-vimento turístico, em especial dos trabalhadores do comércio de bens e serviços e seus dependentes. Por ser atuante em todos os Estados da União, o SESC é um trampolim, mui-tas vezes, para a primeira viagem de milhares de trabalhadores para fora de suas cidades. Tanto seus associa-dos como dependentes e usuários não ligados à entidade têm à dispo-sição uma enorme gama de viagens para todas as capitais do Brasil e para dezenas de pontos turísticos, em áreas rurais e junto ao mar.

Os números do SESC são real-mente impressionantes: capacidade para 20.165 hóspedes-dia em 42 uni-dades de hospedagem funcionando em 18 estados e no Distrito Federal. Mais de 180 mil pessoas foram aten-didas em 2012, em 4.104 excursões e 2.504 passeios de um dia. O SESC mantém, inclusive, uma Estância Ecológica no Pantanal, onde se si-tua a maior reserva particular de patrimônio natural do país, a RPPN SESC Pantanal.

Há também um novo gênero de turismo social em ascendência no Brasil, o chamado turismo social sustentável, ou apenas turismo co-munitário. Esse gênero consiste ba-sicamente na capacitação de comu-nidades ribeirinhas, pesqueiras, caboclas e indígenas para acolhi-mento de turistas em suas residên-cias. Com o intuito de vivenciar a realidade local, os turistas partici-pam de atividades da comunidade, como pesca, preparo de alimentos e interação social. Os turistas pas-sam a integrar a comunidade local em todas as suas esferas, possibili-tando uma vivência que não pode-ria acontecer senão desta maneira.

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SESC Bertioga-SP (acima) e SESC Pousada Rural em Lajes –SC (abaixo): nada a dever aos grandes empreendimentos privados

Uma saudável alternativa já está bem implantada entre nós: é o turismo de natureza. Sem caracte-rísticas de turismo social, mas con-tribuindo enormemente para a so-ciedade, em termos, justamente, de formação de consciência da susten-tabilidade, os destinos de natureza merecem atenção. Voltado para nichos ecológicos, que no Brasil representam também nosso patri-mônio nacional e da humanidade, o turismo de natureza tem recebi-do cada vez mais adeptos. Entre nós, merece destaque a atuação da Ambiental Turismo, que há 25 anos vem associando conceitos de turis-mo comunitário e social, por sua inegável contribuição à sustentabi-lidade da atividade turística.

Com sede em São Paulo, a Am-biental Turismo possui parceiros A

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SESC Pantanal: estrutura acolhedora e de grande qualidade

em todo o Brasil e em destinos no exterior, onde também opera. O objetivo é não apenas a experiência positiva do turista como, também, o desenvolvimento socioeconômi-co e a preservação ambiental nos locais e comunidades que os re-cebem. Atendendo segmentos de lazer, viagens de incentivo e de estudo do meio para estudantes, a empresa é exemplo de atuação pri-vada em prol da sustentabilidade.

Dentre seus roteiros, aqueles que contemplam as Expedições, como Paisagens Amazônicas, Três Ecos-sistemas (Pantanal Norte, Chapada dos Guimarães e Alta Floresta) e a Rota das Emoções, por exemplo, atraem turistas nacionais e inter-nacionais e seguramente fomen-tam a devida atenção de prote-ção de recursos naturais e das comunidades locais.

Assim sendo, das floradas das macieiras em Santa Catarina, em um dos inúmeros destinos ofere-cidos pelo SESC, à observação de girafas na natureza, em um dos passeios da Ambiental Turismo, a um belo nado horizontal (a apenas 50 cm de profundidade) em Boni-to-MS (oferecido por ambas), faça as malas e conheça a natureza e as obras humanas.

Boa viagem! Aproprie-se de nosso espaço e de nossa história! E ajudemos a preservá-los para as futuras gerações!

João Manoel S.Bezerra de MenesesGestor Ambiental/Jornalista

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Mergulho nas límpidas águas em Bonito-MS

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PARA SABER MAIS:www.sesc.com.br www.ambiental.tur.br http://www.bits-int.org

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Uma das primeiras energias propulsoras da humanidade foi a força dos ventos, que movia embar-cações e moinhos. Nunca abando-nada de todo, embora suplantada pela combustão do carvão, eletrici-dade e combustíveis de última ge-ração, a energia eólica voltou para ficar. De fato, hoje se encontram grandes aglomerados de gerado-res espalhados por todo o mundo, nas chamadas “fazendas de energia eólica” ou “campos de energia eóli-ca”, implantadas na busca de ener-gia não poluidora e sustentável.

A produção da energia eólica, porém, não é fácil. O mastro da uni-dade aerogeradora deve fincar-se profunda e solidamente no terreno. Os aerogeradores mais usuais, de eixo horizontal com três pás, podem chegar a mais de 100 metros de altu-ra e 300 toneladas de peso. O custo desse tipo de mecanismo pode che-gar perto de 10 milhões de reais e gerar até 3 MW de energia, mas já há projetos visando 6 MW.

A tendência de unidades cada vez maiores encontrou recentemen-te seu contraponto no conceito de geradores de pequeno porte, para instalação junto ao local de consu-mo, com potências de 1 a 100 KW ao invés de MW.

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Protótipo com seis velas, em teste em Limeira, SP

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por poucas horas, no início da noite. Mas o transporte do diesel e a manu-tenção dos geradores tornam a solu-ção complicada. O uso de energias alternativas (principalmente biomas-sa e solar) ainda está em estudo e em fase inicial de implantação.

Complementar as necessidades de energia dessas comunidades isoladas com a energia eólica até agora quase não se considerava, porque a energia eólica só é eco-nomicamente viável em regiões de muito vento e a maioria dos aero-geradores possui ou capacidade muito limitada (1 a 5 KW, para resi-dências unifamiliares) ou de capa-cidade excessiva, em MW, operan-do apenas com ventos a partir de 5m/s, condição pouco comum na maior parte do território nacional.

Existem, ainda, outras aplicações para a energia eólica, como bombea-mento de água e geração de frio, sem nem ser necessário gerar energia elé-trica como fase intermediária.

Um grupo de engenheiros me-cânicos formados na Escola de En-genharia Mauá, todos já aposenta-dos e membros da Associação de Ex-Alunos da Escola, formaram uma ONG, chamada GPS – Grupo Projeto Somar – tendo como um dos objetivos atuar na capacitação e gestão de projetos de pesquisa, ciência e tecnologia, com foco em energias renováveis. Assim, a cres-cente necessidade de energia no mundo, com a preferência pelas energias limpas, levou o grupo a lançar-se por esse caminho, por vê--lo como um novo espaço em um mercado em expansão.

De fato, programas como “Luz para Todos”, do Governo Federal, esbarram no tamanho do país e na distância entre incontáveis comuni-dades isoladas e os centros maiores. Levar a rede de energia para esses lo-cais é quase sempre inviável econo-micamente e a solução mais fácil, ali, é o uso de geradores a diesel, usados

Experiência veterana em Inovação moderna

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EDF Wind Farm, Texas, EUA

A escolha centrou-se no desen-volvimento do conceito de um ge-rador eólico de porte médio, na fai-xa de 10 a 50 KW, de eixo vertical, solução que tradicionalmente apre-senta rendimento menor do que os de eixo horizontal, mas que, com o uso de velas (superfícies flexíveis) da mesma forma que em um veleiro, poderiam eliminar as desvantagens inerentes aos sistemas conhecidos.

O objetivo é o de funcionar com ventos de menor intensidade, ser transportável mesmo para locais de difícil acesso e ter custo compa-tível. Tendo sido feitas simulações com o programa Flow Simulation, do Solid Works, solicitou-se a pa-tente do conceito.

Suas vantagens são muitas: bai-xa pegada de carbono, simplicida-de conceitual e construtiva, baixo impacto ambiental (menor ruído e baixa vibração, sem matança de pássaros). Entre as dificuldades, destacavam-se os riscos inerentes ao pioneirismo e a pouca experiên-cia com tecidos técnicos.

Graças ao Subsídio à Inovação do SENAI-SP, foi inicialmente cons-truído um modelo em escala 1:14 para testes no túnel de vento do IPT-SP. Os testes permitiram con-firmar a viabilidade conceitual do projeto e ajudaram no dimensiona-mento das proporções das velas.

Fundamental para o desenvol-vimento de tecido apropriado e o estudo de sua fixação foi o apoio re-

O projeto e o protótipo

Protótipo com seis velas, em teste em Limeira, SP

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34 o mundo da usinagem

educação e tecnologia

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cebido do programa PIPE (Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas) da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), pelo qual foi possível, além da aju-da financeira, contar com a partici-pação de dois bolsistas, sendo um professor especialista em têxteis e outro um estudante de engenharia de controle e automação.

Nessa fase, a Subsecretaria de Energias Limpas da Secretaria de Agricultura do Estado de Tocantins solicitou a apresentação do projeto no setor de energias renováveis da

feira AGROTINS, em maio de 2011 e novamente em maio de 2012. A parceria com o SENAI-SP também levou à exposição do modelo em vá-rios eventos: a feira All About Ener-gy, em Fortaleza (junho de 2011), o Encontro Empresarial Brasil-Ale-manha, no Rio de Janeiro (setembro de 2011), a USPiTec (exposição de tecnologias da USP no campus Les-te) em agosto e a Semana de Tecno-logia do Senai em Outubro de 2012. Houve até o convite para uma palestra na “tenda antinuclear” durante a Rio+20.

Eng. Salvator Licco HaimBalloon Eólica

Um protótipo na escala 1:2 en-contra-se, atualmente, em fase de provas em Limeira-SP. Após o de-senvolvimento da fase de funciona-mento das velas e seu sistema de fi-xação, terá início a da geração eólica propriamente dita. Até o momento, tem-se a comprovação que as ve-las de tecido desse projeto de eixo vertical conseguem movimentar-se com ventos quase imperceptíveis, o que deverá torná-lo economica-mente viável para situações de ven-tos menos fortes, além de permitir o aproveitamento da energia contida em ventos inconstantes.

Sua dimensão compacta o torna opção viável e convidativa para as necessidades comunitárias de ener-gia, em vilarejos ou fazendas, além de poder funcionar como comple-mento ou substitutivo, por peque-nos períodos, nas indústrias de pe-queno e médio porte.

A complementação com gerado-res de energia com placas fotovoltai-cas irá ampliar a versatilidade do sis-tema, permitindo gerar energia tanto em dias calmos e ensolarados como em dias nublados e de ventos fortes.

A nos incentivar, o pensamento de Geoff Nicholson, da 3M: “Pes-quisa é transformar recursos em conhecimento; inovação é transfor-mar conhecimento em recursos”.

Mar

celo

Mar

tins

Protótipo sendo testado como bomba d’agua para substituir, de forma mais eficiente, os cata-ventos. Construído com uma bomba de pistão – diâmetro 3” – para bombear água de uma profundidade – 20m – na vazão de 600 l / h com ventos de 3 m/s chegando a 2000 l/h com 10 m/s.

o mundo da usinagem junho.2013/93

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36 o mundo da usinagem

nossa parcela de responsabilidade

junho.2013/93

Quando a Sandvik chegou ao Brasil em 1949, o País ainda criava suas bases industriais, fomentando as primeiras atividades de metalurgia e siderurgia. De lá para cá inúmeros conceitos e técnicas emergi-ram no cotidiano das empresas, tais como as análises de cadeia de valores, o Kanban, o 6Sigma e uma infini-dade de outras práticas e metodologias.

Entretanto, nenhuma delas foi tão marcante para o processo produtivo quanto o desenvolvimento das novas tecnologias de informação e a velocidade com que isso chega até nós. Não se trata só da Internet, mas dos subprodutos gerados por ela.

Numa enxurrada de novas tecnologias (tablets, smartphones, cloud computing...) estamos, cada dia mais, alterando a forma como nos relacionamos uns com os outros e com o mercado à nossa volta.

O desenvolvimento científico e tecnológico da in-dústria aumentou em escala considerável e nas duas últimas décadas diminuímos distâncias entre clientes e fornecedores, aceleramos transações comerciais, pros-pectamos oportunidades e atingimos públicos cada vez maiores e mais diversos, com agilidade e rapidez.

Essa nova dinâmica é o caminho para a constru-ção de processos mais eficientes, mas carrega consigo uma grande carga de responsabilidade, pois acompa-nhar a velocidade dessas mudanças não é fácil. Um

volume crescente de informações surge a cada dia, o que demanda mais e mais tempo.

Entretanto, vale lembrar, “informação não é co-nhecimento”. De nada adianta estarmos conectados uns aos outros, 24 horas por dia, 7 dias por semana, se não produzimos conhecimento, trocamos experiên-cias e participamos integralmente dos processos.

Essa postura é a nova quebra de paradigmas para pessoas e empresas.

Há uma década o indivíduo conectado era aquele que tinha um computador ligado na Internet. A em-presa conectada possuía um website, intranet, serviços de assistência e atendimento online.

Hoje muita coisa mudou, muita coisa está mudan-do. Atualmente, tecnologia, aprendizado e participa-ção são indissociáveis. Por isso, a Sandvik Coromant desenvolveu novas plataformas de relacionamento para seus parceiros, clientes e fornecedores, como a New Web, abrindo espaços para diálogos, oferta de serviços e interação de processos entre todos aqueles que estão envolvidos com o dia a dia da usinagem.

Trata-se de uma área estratégica para nós e con-tamos com você para compartilhar ideias, identificar novos desafios e propor soluções. Afinal, na era da informação não somos apenas mais uma peça, so-mos as engrenagens.

A velocidade do (nosso) conhecimento

Viv

iane

Cam

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Fernando OliveiraGerente de Engenharia

Sandvik Coromant /América do Sul

“O desenvolvimento científico e tec-nológico da indústria aumentou em escala considerável e, nas duas últi-mas décadas, diminuímos distâncias entre clientes e fornecedores”

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