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O País dos Militares III 1969 1974

O País dos Militares III 1969 1974 - Brasil Revisitado · No governo Médici a tortura e a repressão atingiram os extremos, bem como a censura aos meios de comunicação. O pretexto

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O País dos Militares III

1969 – 1974

O governo do General Emílio Garrastazu Médici

1969 – 1974

“Aberta a temporada de caça as bruxas”

Na votação em que generais das

três Armas do Brasil apontavam

e escolhiam o presidente do

País, o general Emílio Garrastazu

Médici venceu o general

Albuquerque Lima, que tinha 3

estrelas, e Médici era dono de 4

estrelas.

“A plenitude do regime

democrático é uma aspiração

nacional. (...) Creio necessário

consolidar (...) o sistema

representativo baseado na

pluralidade dos partidos e na

garantia dos direitos (...) do

homem”.

Emílio Garrastazu Médici

Por uma estrela a mais...

O general Médici, reúne seus generais

em Porto Alegre, para encaminhar a

escolha do sucessor do presidente

Costa e Silva. E informa: “Eu (...) recuso

ser candidato. E os proíbo que votem

em Mim”. O general João Batista

Figueiredo Declara: “ General, peço

demissão de minhas funções de chefe

de seu Estado-Maior. Vou desobedecer

suas ordens e não gostaria de fazê-lo

ocupando cargo de confiança”. Seguido

por outros generais que não cumpriram

a ordem; Médici seria o novo presidente.

“O escolhido foi Garrastazu”

O Alto Comando do Exército e generais, almirantes e brigadeiros das Forças Armadas

indicam para o cargo de presidente do Brasil o ex-chefe do SNI. A 25 de outubro de

1969, o general Médici, candidato único, era eleito pelo Congresso Nacional com 239

votos a favor, contra 76 abstenções.

Uma eleição de candidato único......eleito de forma indireta defendia a

repressão dura e implacável contra o

que se convencionou chamar de

inimigos da Revolução...

Com o início da repressão política e

policial grupos de esquerda optaram

pela luta armada: Uma forma de

reação contra as ações violentas da

ditadura.

historiaula.wordpress.com

As campanhas orquestradas pelos

militares e apoiadas pela maioria das

redes de comunicação do país,

procuravam convencer a população de

que as ações da oposição eram atos

de puro terrorismo.

No governo Médici a tortura e a repressão atingiram os extremos, bem como a censura

aos meios de comunicação. O pretexto foi à intensificação da luta armada contra o

regime. A luta armada no Brasil assumiu a forma de guerra de guerrilha (influenciada

pela revolução cubana, pela guerra do Vietnã e pela revolução chinesa).

O absurdo da repressão e o abuso de poder

Setembro de 1969 os militares adotam a

Lei de Segurança Nacional que

concedia aos donos do poder o direito

de aplicar a pena de morte, de prisão

perpétua e de banimento.

Em 11 de novembro, de 1969, o

presidente Médici assinou a lei n° 69534

conhecida como Decreto Secreto. A lei

com conteúdo secreto e sem divulgação

oficial autorizava até a prisão de pessoas

por violar a lei que ela própria

desconhecia.

Noventa milhões em ação

Pra frente Brasil

Do meu coração

Todos juntos vamos

Pra frente Brasil

Salve a Seleção

De repente é aquela corrente pra frente

Parece que todo o Brasil deu a mão

Todos ligados na mesma emoção

Tudo é um só coração!

Todos juntos vamos

Pra frente Brasil, Brasil

Salve a Seleção

Pra Frente Brasil

Composição: Miguel Gustavo

Com o início da maníaca e violenta

repressão política as organizações

oposicionistas ou rendiam-se ao poder

militar ou enveredavam-se pelos

caminhos da luta

Terrorismo, seqüestros, ocupações de

estações de rádio em São Paulo transmitiam

mensagens defendendo a resistência.

Os anos de Chumbo

O SNI ligado diretamente ao poder

executivo funcionava como um órgão de

controle e censura das informações

promovendo o silêncio total através dos

instrumentos de repressão ligados ao

DOPS, DPPS, CIEX, CENIMAR, DPF, CODI

e DÓI.

Sinto-me feliz, todas as noites, quando

ligo a televisão para assistir ao jornal.

Enquanto as notícias dão conta de greves,

agitações, atentados e conflitos em várias

parte do mundo, o Brasil marcha em paz,

rumo ao desenvolvimento. É como se eu

tomasse um tranqüilizante, após um dia de

trabalho”

Presidente Médici, 23/03/1973.

ADERVAL COQUEIRO (fevereiro de 1971)

(...)banido em 1970, voltou ao Brasil e foi

localizado no Rio(...) foi a primeira vítima de

uma sentença do porão: bandido que retorna,

morre

CARLOS LAMARCA (28 de agosto de 1971) Amarraram-no a um pau e levaram-no para a

beira da estrada, onde uma camionete transferiu os cadáveres(...) no dia seguinte o

presidente Médici conferia a fisionomia do morto em sua mesa no Planalto. Lamarca tinha os

olhos abertos

Paralela a guerrilha rural, surgiu

também a guerrilha urbana. Seu

principal organizador foi Carlos

Marighella, líder da Aliança de

Libertação Nacional.

Para combater a guerrilha urbana o

governo militar sofisticou o aparelho

de informação com criação do DOI-

CODI (Destacamento de Operação e

Informações - Centro de Operações

de Defesa Interna), cuja finalidade

central era eliminar os grupos de

guerrilha de esquerda.

Os aparelhos da repressão como os

DOIs-CODIs tinham na tortura e nas

prisões arbitrárias uma prática

corriqueira.

Eliminada a oposição é hora do milagre econômico brasileiro

1. A propaganda oficial utilizou jornais, cinema e sobre tudo a televisão para divulgar

slogans como: Você constrói o Brasil, Ninguém segura este país, Brasil, conte comigo

e Brasil, ame-o ou deixe-o.

2. A vitória do Brasil na copa do mundo de 1970, disputada no México, serviu como

propaganda do governo deixando o país em delírio.

3. O governo adotou medidas desenvolvimentistas destacando-se: a criação da

Transamazônica, do Instituto de Colonização e Reforma Agrária, o Plano de Integração

Social, o Pró-Alcool, e o Movimento Brasileiro de Alfabetização.

Crescimento da indústria

automobilística, da construção civil

e da agricultura.

Aumento dos investimentos

estrangeiros e estatais.

Expansão das linhas de créditos para

uma classe média bem-remunerada

e ávida por consumir.

Delfin Netto como Ministro da Fazenda

defendia que primeiro o país

deveria crescer para depois

distribuir a renda. O crescimento

econômico favoreceu uma minoria

deixando de fora do bolo a maioria

dos brasileiros.

4. A política de arrocho salarial resultou

no crescimento do PIB que alcançou

índices de crescimento entre 10,0% e

11.2%.

Milagre Econômico

O "milagre econômico" produziu uma grave crise social e econômica ao estabelecer

uma brutal concentração da renda impedindo que as camadas populares melhorassem

sua condição de vida. As desigualdades sociais e a pobreza aumentaram neste período.

Por outro lado, as ações do governo contra os sindicatos impediu a livre organização

dos trabalhadores eliminando, a conquista de direitos e compensações salariais. O

atrelamento ao capital estrangeiro gerou uma dívida externa tão elevada que bloqueou

por décadas o crescimento e desenvolvimento sustentável do país.

Até a próxima aula