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O PERFIL DO CONDENADO POR TRÁFICO DE DROGAS NO ESTADO DO
PARANÁ
Maria Tereza Uille Gomes1 Pedro Ribeiro Giamberardino2
Flávia Palmieri de Oliveira Ziliotto3 Hellen Oliveira Carvalho4
RESUMO
A pesquisa objetivou analisar o perfil do condenado por tráfico de drogas no Estado do Paraná, a partir da amostra de dois estudos distintos. O primeiro com 1441 sujeitos e o segundo com 198 sujeitos (N=6067, índice de confiabilidade de 99% e margem de erro de 2,25% e 95% com margem de erro de 6,85%, respectivamente), selecionados aleatoriamente na população carcerária de junho de 2014. O instrumento de pesquisa pautou-se no primeiro estudo em indicadores objetivos (natureza e quantidade da substância apreendida) e no segundo estudo em indicadores subjetivos (conforme requisitos legais e perfil socioeconômico), mediante instrumento de pesquisa devidamente validado. Os dados foram colhidos por análise da ação penal, da sentença e informações do Poder Executivo. A amostra foi selecionada a partir dos casos em trâmite perante as Varas de Execuções Penais do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, relativos aos condenados, em execução definitiva, por tráfico de drogas (art. 33, Lei n° 11.343/06 ou art.12 da Lei n° 6.368/76), que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto. Como principais resultados obteve-se como perfil prioritário apreensões de uma espécie de substância psicoativa com 68,4% dos casos, diferença de gênero na abordagem policial e no número de casos cumulados entre as mulheres de tráfico de drogas e associação ao tráfico. Palavras-chave: drogas, jurisprudência, dosimetria.
ABSTRACT
This study aimed to analyze the profile of people convicted of drug trafficking in the state of Paraná, from two different samples. The first one with 1441 individuals and the second one with 198 (N = 6067, 99% accuracy rate and margin of error of 2,25% and N = 6067, 95% accuracy rate and margin of error of 6.85%), selected randomly in the prison’s population of this State in June 2014. The survey instrument was based on
1 Graduada em Direito pela Universidade Estadual de Londrina. Mestre em Educação pela PUCPR e 2 Pós Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Foi Diretor do Departamento de Políticas Públicas sobre Drogas do Estado do Paraná em 2014 e atualmente é Diretor do Departamento de Atendimento Socioeducativo, da Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos. 3 Graduada em Direito pelo Centro Universitário Curitiba, Mestre em Psicologia Forense pela Universidade Tuiuti do Paraná. Atualmente é graduanda em Psicologia pela Universidade Positivo e Assessora Técnica na Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos. 4 Graduada em Direito pelo Centro Universitário Curitiba e em Antropologia pela Universidade Federal do Paraná. Atualmente é mestranda em Peace Operations, Humanitarian Law and Conflict (National University of Ireland, Galway).
2
objective indicators (nature and quantity of the arrested drug) and subjective ones, such as the legal and the socioeconomic profile of the convicted. The data used to fill in the research questionnaire was collected by analysis of the criminal case, the sentence and the executive branch dossier. The sample was selected from the cases pending before the Central Court of Criminal Enforcement of the Judicial District of the Metropolitan Region of Curitiba, concerning convicted individuals in the final stages of execution for drug trafficking (art. 33 of Law 11.343/06 or Art .12 of Law 6.368/76), in closed or semi-open regime. The main results obtained in the study is that in 68% of cases the arrested person was in possesion of one psychoactive substance. In approximately 25% of cases the individuals were also arrested with a second psychoactive substance. As regards of the nature of drugs seized, 97.86% of the arrestments are for marijuana, crack and cocaine. Keywords: drugs, jurisprudence, dosimetry of penalties.
Introdução
De acordo com os dados do InfoPen (2014), a população carcerária brasileira
correspondia em junho de 2014 a 607.731 presos, sendo que 164.087 (27%) estavam
presos em virtude da repressão ao tráfico ilícito de drogas, dos quais 66.313 possuem
sentença condenatória, conforme Lei n° 6.368/76 e Lei n° 11.343/06. No âmbito do
Estado do Paraná havia 28.702 presos, sendo que 31,2% estavam presos pela legislação
de repressão às drogas. Ainda, segundo dados do Sistema Informatizado de Informações
Penitenciárias relacionados à gestão prisional do Estado do Paraná, cerca de 69% das
mulheres encarceradas correspondem ao tráfico de drogas.
O encarceramento pelo crime de tráfico aumentou significativamente em cada
relatório estatístico do InfoPen, atingindo-se, no último levantamento em 2014, o crime
que mais encarcera no sistema penitenciário. É notável, portanto, a influência que o
incremento da severidade e do número de condenações pelos artigos 33 e 35 da Lei n°
11.343/06 (tráfico ilícito de entorpecentes e associação para o tráfico) alcançou nas
últimas décadas, com expressiva repercussão no crescimento da população carcerária
brasileira.
Boiteux (2006) afirma que o crescimento acelerado da população carcerária em
todo o País nos últimos anos deu-se em decorrência do endurecimento das penas e
envolveu, especialmente, os delitos equiparados a hediondos, dentre eles o tráfico de
drogas, antes sujeito a regime integralmente fechado. A autora alega, ainda, que se trata
da política criminal de drogas no Brasil, que pauta-se no modelo proibicionista norte-
3
americano.
As drogas, enquanto fenômeno complexo e multifacetado, podem ser abordadas
sob diversos prismas. Na presente pesquisa, contudo, trabalhar-se-á especificamente, a
partir da análise de denúncia e sentença, o perfil do condenado por tráfico de drogas no
Estado do Paraná com dados que permitam aprofundar e problematizar temas
relacionados à política criminal sobre drogas.
O Paraná consiste em local estratégico para elaboração de pesquisas sobre
tráfico de drogas, uma vez que possui elevado número de usuários (CEBRID, 2005) e o
tráfico de drogas passa a ser corroborado pela sua localização geográfica com três
fronteiras e acesso marítimo por portos, caracterizando-se como uma das principais
rotas e portas de entrada do país.
A pesquisa originou-se dentro do Observatório de Políticas sobre Drogas criado
em 2014 com a finalidade de fortificar o debate sobre drogas no Estado do Paraná,
realizando-se parceria entre o Governo do Estado do Paraná, através da Secretaria de
Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Secretaria de Estado de Segurança
Pública e CELEPAR, juntamente com a Universidade de Chicago, Universidade
Federal do Paraná e do Ministério Público Federal. Os trabalhos foram coordenados por
servidores da Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos,
responsável, na época, pela coordenação das políticas públicas sobre drogas no Estado.
Metodologicamente separou-se a análise em duas etapas: primeiramente em
relação à natureza e quantidade da droga a partir da amostra de 1441 casos de uma
população de 6067 presos condenados por tráfico de drogas no Estado do Paraná.
Posteriormente, elaborou-se formulário para análise de denúncia e sentença que
permitisse aferir o perfil do condenado por tráfico de drogas no Estado, que estudou
uma amostra de 198 sujeitos desta mesma população, conforme esquema probabilístico
da amostra contido na Tabela 1.
Tabela 1. Esquema probabilístico das amostras
N Erro IC n
6.067 2,25% 95% 1441
6.067 6,85% 95% 198
4
A fonte de dados consistiu nos processos em trâmite perante as Varas de
Execuções Penais do Paraná, relativos aos condenados, em execução definitiva, por
tráfico ilícito de drogas (art. 33, Lei n° 11.343/06 ou art. 12 da Lei n° 6.368/76) no
Complexo Penal de Piraquara (PR), abrangendo-se condenados que cumprem pena em
regime fechado ou semiaberto. O período temporal analisado abrangeu pessoas em
cumprimento de pena durante os meses de junho a dezembro de 2014.
O instrumento de pesquisa conteve 86 indicadores, subdivididos em
identificação (nome, data de nascimento, idade na data do fato, raça/cor); vida pregressa
(passagem anterior pelo Sistema de Justiça, natureza do crime indiciado, condenação
anterior por tráfico de drogas, data do trânsito em julgado da última condenação,
condenação anterior por outro crime, natureza do crime objeto de condenação);
condenação (data do fato, data da prisão, se houve ou não prisão preventiva, cidade,
bairro, hora, dia da semana, ocorrência de concurso de crimes, natureza do crime em
concurso, quem fez defesa técnica, interposição de recurso); fixação da pena (unificação
das penas, quantidade de pena aplicada, aplicação de atenuante genérica, aplicação de
agravante genérica, regime inicial de cumprimento de pena, aplicação de minorante,
aplicação de majorante); e outras informações (existência de laudo de constatação da
natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial, data do laudo, apreensão de
outros bens, com qual droga foi preso, data de condenação, data de apreensão, natureza
da droga, quantidade, tipo penal, qual conduta praticada pelo artigo 33, se foi preso em
flagrante, qual autoridade procedeu a prisão, quantas testemunhas nos autos, quantos
policiais foram testemunhas, apreensão de outros objetos e quais, se o crime foi
cometido em via pública, se o sujeito trabalha, qual profissão e se há comprovante nos
autos, se o indivíduo estuda, escolaridade, residência fixa, endereço, qual a renda
familiar, recebimento de benefícios sociais).
A relevância de pesquisa sobre o perfil dos condenados pela Lei de Drogas
reside exatamente na carência de subsídios e referenciais claros na formulação das
políticas públicas, sobretudo no que tange a criticável política criminal sobre drogas
brasileira com aporte considerável de recursos públicos sem amparo em dados prévios
ou indicadores para avaliação estratégica e monitoramento de resultados. A ausência de
balizamento teórico resulta em notórios prejuízos tanto para a dificuldade de parâmetros
para o estabelecimento de políticas públicas, quanto pela concentração de esforços na
5
persecução penal de “pequenos traficantes” e em absoluta desproporcionalidade quando
comparada a complexidade que permeia o tráfico de drogas no país, especialmente em
relação ao tráfico transnacional.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
ESTUDO 1 – REQUISITOS OBJETIVOS: NATUREZA E QUANTIDADE DE
DROGA
Inicialmente, serão apresentados os dados coletados a partir da amostra de 1441
no que se refere à análise dos requisitos objetivos utilizados nas sentenças condenatórias
pela Lei n° 11.343/2006. Denota-se que da referida amostra, conforme se observa na
Figura 1, 12% são mulheres e 88% homens.
Figura 1. Gênero
Nesse aspecto uma ressalva há de ser feita, uma vez que a população carcerária
apresenta diferença percentual, de modo que nos estabelecimentos penais do Estado do
Paraná existem atualmente 19586, excluindo-se àqueles em Delegacia de Polícia, sendo
18491 homens e 1095 mulheres, o que representa 5% dos presos do sexo feminino e
95% dos presos do sexo masculino. Por outro lado, se este índice for estratificado
apenas para o tráfico de drogas, a incidência de mulheres ainda será superior aos
homens. Em estudo similar realizado no Estado de São Paulo, no ano de 2013, pela
Fundação Getúlio Vargas e Universidad Nacional de Tres Febrero (2013, p. 11)
observa-se que “no tocante ao gênero, deve-se notar que em todos os lugares onde foi
realizado este trabalho a proporção de mulheres é minoritária em relação aos homens,
alcançando uma incidência de aproximadamente 5%”.
6
Carvalho e Jesus (2012), no âmbito das mulheres, acrescentam que a principal
consequência no aumento do encarceramento por tráfico de drogas com o advento da
Lei n. 11.343/2066 acaba sendo a geração de uma grande massa de mulheres jovens,
mães, com baixa escolaridade, não-brancas e que acabam apresentando uma passagem
pela polícia, constando em registros criminais, resultando em mais um estigma que elas
irão carregar depois de passarem pela prisão. O sistema de justiça não pode ignorar as
consequências sociais e culturais que ele mesmo produz. Ao contrário, o sistema
judiciário contribui ainda mais para isso a partir do momento que não analisa caso a
caso os processos e mantém as mulheres presas na maioria deles, mesmo quando elas
poderiam responder em liberdade.
Isso porque tal política criminal, que se exemplifica na exasperação da pena
inicial do artigo 33, da Lei n° 11343/06 para 05 (cinco) anos, acarreta diversas
consequências, tais como a condenação de pequenos traficantes que acabam por serem
retirados de seu convívio familiar, integrando-os nas facções criminosas, além de
submetê-los à estigmatização, humilhação e violência dentro das prisões (Boiteux,
2006).
Jesus et. al (2011) acreditam que a mudança legislativa não foi eficaz no
combate ao tráfico, uma vez que se permanece focando nos segmentos mais vulneráveis
do comércio de drogas ilícitas. Em outro vértice, uma das causas diagnosticadas é a
ausência de orientação ou norma regulamentar a respeito da quantidade da droga por
perfil de caso, bem como a necessidade ora demonstrada de parametrização técnica para
decisões judiciais nesta matéria. No Brasil, diversamente de outros países, existe ínfima
normatização ou estudo específico sobre critérios para fixação de diretrizes seguras para
diferenciar o perfil do usuário e traficante de drogas, especialmente no tocante a
quantidade razoável para consumo pessoal, de pequeno traficante e traficante comum,
inobstante as drásticas diferenças de tratamento entre uma conduta e outra.
Segundo a Lei n° 11343.2006, em seu artigo 42, o juiz deve analisar com
preponderância aos critérios do artigo 59 do Código Penal a natureza e quantidade da
droga apreendida. Para delimitar o que seria pequena quantidade aplicada nas decisões
judiciais analisadas, utilizou-se estudo técnico realizado no Estado do Paraná com a
7
finalidade de sistematizar pesquisas sobre perfil de uso que subsidiassem parâmetro
mínimo de delimitação sobre quantidade compatível para uso5.
O estudo foi motivado diante da inexistência, no Brasil, de qualquer indicador
que referenciasse o que seria pequena quantidade. Com isto, após levantamento de
alguns documentos científicos, consolidou-se valor sabidamente pequeno mas que
permitira subsidiar dados objetivos e concretos, reconhecendo-se que esta variável pode
ser alterada por razões de política criminal ou até mesmo pelo perfil epidemiológico dos
usuários de drogas no Brasil. Diante do exposto, utilizou-se como parâmetro os
indicadores para uso diário insertos na Tabela 2.
Tabela 2. Natureza e quantidade média diária de droga para uso individual
NATUREZA QUANTIDADE MÉDIA DIÁRIA PARA USO INDIVIDUAL REFERÊNCIA
MACONHA 2,5 gramas Portaria n° 94/96 - Portugal sugerida como parâmetro pela SENAD/MJ
COCAÍNA (SAL) 0,2 gramas Portaria n° 94/96 - Portugal sugerida como parâmetro pela SENAD/MJ
COCAÍNA (CRACK) vide obs. 3
Até 16 pedras Estudo da Fundação FIOCRUZ em parceria com a SENAD/MJ, compatível com IC/PR.
5,2 gramas Pesquisa na Santa Casa de Misericórdia de Curitiba (PR)
Fonte: Gomes et al. Estudo técnico para sistematização de dados sobre informações do requisito objetivo da Lei 11.343/2006. Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Curitiba, 2014. Acesso em 08/10/2015. Disponível em: http://www.justica.pr.gov.br/arquivos/File/nupecrim/Estudo_Tecnico_final_NUPECRIM.pdf Para aferir apreensão por pequena quantidade, multiplicou-se por 10 dias em
relação às apreensões de maconha e cocaína. Por outro lado, em relação ao crack, que
apresenta perfil diferenciado de consumo, manteve-se em um dia apenas multiplicando
o número de pedras projetado pela pesquisa da FIOCRUZ pelo peso médio apresentado
na pesquisa da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba. Projetando-se o referido
5 O referido estudo apresenta critérios mínimos e compatíveis a condição de usuário, sendo que esta definição de pequena e grande quantidade não consiste em objeto metodológico desta pesquisa, mas sim, o perfil dos condenados o que inclui a natureza e quantidade entre suas especificações enquanto importante referencial.
8
quantitativo no estudo realizado foram obtidos os seguintes resultados representados na
Figura 2.
Figura 2. Quantidade de droga
No que se refere ao número de drogas apreendidas, tem-se que 68,4% dos
indivíduos foi apreendido tão somente com uma droga, 24,8% com duas drogas, 6,4%
com três e 0,4% com quatro. As drogas apreendidas foram predominantemente
maconha (53%), crack (51%) e cocaína (33%), conforme demonstrado na Figura 3.
Logo, as apreensões caracterizam-se pela baixa diversidade de drogas disponíveis.
Figura 3. Droga apreendida
Nesse sentido, confirmou-se estatística já citada no Estudo Técnico (Gomes et
al, 2014), da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária,
de que 97,86% das apreensões são por maconha, crack e cocaína. Contudo, esse
quantitativo se altera quando analisados os gêneros masculino e feminino em separado,
de acordo com as Figuras 4 e 5. Isto é, as mulheres foram apreendidas majoritariamente
9
com crack (57%), maconha (45%) e cocaína (34%). Os homens, por sua vez, foram
apreendidos com maconha (54%), crack (50%) e cocaína (33%).
Figura 4. Droga por natureza - mulheres
Figura 5. Droga por natureza – homens
ESTUDO 2 – REQUISITOS SUBJETIVOS: PERFIL DO CONDENADO POR
TRÁFICO NO PARANÁ
Identificação
A partir da análise dos requisitos subjetivos de 198 sujeitos condenados por
tráfico de drogas no Estado do Paraná, 29% tratam-se de mulheres e 71% de homens,
conforme se observa na Tabela 3.
Tabela 3. Gênero Gênero n % Feminino 57 29% Masculino 141 71% Total 198 100%
No que toca à idade dos indivíduos, tem-se que, como se visualiza na Tabela 4,
sem distinção de gênero, a maior prevalência (33%) de presos compreendida na faixa
etária entre 18 e 21 anos. A distribuição etária de homens e mulheres, todavia, é distinta,
uma vez que a maior incidência (38%) dos homens possuem entre 18 e 21 anos e a
maior incidência de mulheres (25%) tem entre 31 a 40 anos.
Tabela 4. Idade de acordo com gênero Idade n Feminino % n Masculino % Total % 18 a 21 12 21% 54 38% 66 33%
10
22 a 25 5 9% 34 24% 39 20% 26 a 30 9 16% 16 11% 25 13% 31 a 40 14 25% 27 19% 41 21% 41 a 50 12 21% 4 3% 16 8% >50 5 9% 6 4% 11 6% Total 57 100% 141 100% 198 100%
De acordo com população prisional nacional, a partir de dados do Infopen
(2014), 31% dos presos no Brasil possuem entre 18 e 21 anos, sendo que na esfera
estadual paranaense 29% dos presos estão nessa faixa etária. Assim, a preponderância
de tráfico de drogas nos presos do sexo masculino dessa faixa etária (38%) encontra-se
em patamar elevado ao cenário nacional, ao passo que nesta faixa etária o percentual de
presas do sexo feminino encontra-se abaixo dos parâmetros nacionais (21%).
Em pesquisa realizada no Estado de São Paulo, vislumbrou-se diferenças em
função do gênero e a natureza do crime, enquanto 41% dos homens foram condenados
por roubo, a porcentagem é de 18% para as mulheres. Em contrapartida, cerca de 66%
das mulheres foram condenadas por porte ou tráfico de drogas ilícitas, e esta
porcentagem é de apenas 28% dentro do grupo dos homens (Ibidem, 2013, p. 11).
O Infopen (2014) destacou que a proporção de jovens6 é maior no sistema
prisional que na população em geral. Enquanto que 56% da população prisional é
composta por jovens, essa faixa etária compõe apenas 21,5% da população total do país
(Infopen, 2014). Essa situação se agrava quando se trata do tráfico de drogas,
compreendendo 66% da amostra em apreço.
Quanto aos aspectos étnicos e raciais, 90% da amostra não possui esse dado
disponível, assim como 88% não possui informações acerca da escolaridade dos
indivíduos, motivo pelo qual não foi possível aferir sua prevalência pela metodologia de
pesquisa utilizada, que foi análise da denúncia e da sentença somadas aos dados do
Poder Executivo.
Vida Pregressa
Em relação à vida pregressa dos encarcerados pela Lei de Drogas, verifica-se um
percentual significativo (35%) de pessoas que encontram-se presas sem passagem
6 Entende-se por jovem o indivíduo entre 18 e 29 anos, de acordo com o Estatuto da Juventude.
11
anterior pelo Sistema de Justiça, sendo este número mais representativo entre as
mulheres (40%) do que entre os homens (33%), conforme Tabela 5. Tabela 5. Passagem Anterior pelo Sistema de Justiça
n Feminino % n Masculino % Total %
Não 23 40% 47 33% 70 35%
Sim 34 60% 94 67% 128 65%
Total 57 100% 141 100% 198 100%
Frisa-se que a passagem anterior não é sinônimo de reincidência, mas sim, que a
pessoa respondeu a processo criminal anterior, sem necessariamente haver condenação.
Ao analisar a quantidade de passagens anteriores, mais uma vez, destaca-se, conforme
Tabela 6, uma significativa diferença de perfil entre homens e mulheres encarcerados,
uma vez que dos indivíduos que já tiveram passagem anterior no Sistema de Justiça,
68% das mulheres e 39% dos homens foram indiciados por um crime previamente.
Entretanto, independentemente de recorte de gênero, são raros os casos que representam
mais de três passagens pelo sistema penitenciário, constituindo apenas 8% da amostra.
Dos crimes indiciados anteriormente, 88% das mulheres e 55% dos homens foram em
decorrência da Lei de Drogas.
Tabela 6. Quantidade de crimes indiciados anteriormente
n Feminino % n Masculino % Total %
1 Crime 23 68% 37 39% 60 47%
2 Crimes 9 26% 34 36% 43 34%
3 Crimes 1 3% 14 15% 15 12%
4 Crimes 1 3% 7 7% 8 6%
5 Crimes 0% 2 2% 2 2%
Total 34 100% 94 100% 128 100%
Aprofundando-se as passagens anteriores, verifica-se que ainda que a pessoa já
tenha sido indiciada em outras oportunidades, este número é reduzido quando compara-
se à reincidência. Sabe-se, nesse sentido, que a reincidência é um indicador chave no
12
monitoramento e análise dos sistemas de privação e restrição de liberdade. No estudo
em apreço observa-se, de acordo com a Tabela 7, que 43% da amostra constitui-se de
réus primários, sendo a maior incidência de mulheres (49%) sobre os homens (41%).
Tabela 7. Reincidência n Feminino % n Masculino % Total %
Não 28 49% 58 41% 86 43%
Sim 29 51% 83 59% 112 57%
Total 57 100% 141 100% 198 100%
Em relação a reincidência específica, caracterizada em condenações relativas a
crimes que ataquem o mesmo bem jurídico (Grecco, 2006), novamente se mostra mais
enfática no público feminino em relação ao masculino. Como se visualiza na Tabela 8,
63% dos presos não possuem condenação por tráfico de drogas, subdivididos em 51%
das mulheres e 67% dos homens.
Tabela 8. Condenação anterior por tráfico de drogas n Feminino % n Masculino % Total %
Não 29 51% 95 67% 124 63%
Sim 28 49% 46 33% 74 37%
Total 57 100% 141 100% 198 100%
Em estudo coordenado por Bergman et al (2013), realizado no Estado de São
Paulo, verifica-se que a metade dos presos (49,4%) já havia sido condenada em outras
ocasiões e 50,6% não haviam condenação anterior. Para os referidos autores (Ibidem,
2013, p. 23)
Comparando a situação de reincidência com outros países, é possível analisar que a proporção é variável, o que reflete diferentes graus do problema em função do país analisado. Por um lado, há situações mais leves, como o Peru (16%) ou El Salvador (18%), em seguida, há os casos da Argentina e do México, onde as proporções de reincidência são de 37% e 33%, e, por fim,
13
Brasil e Chile com casos bem mais graves de reincidência (49% e 53% respectivamente.
Acerca da amostra de reincidentes (n=79), dos quais os crimes cometidos não
possuem relação direta com a Lei de Drogas, de acordo com a Tabela 9, verifica-se a
incidência de crimes patrimoniais com e sem violência, sendo 48% e 40%,
respectivamente, e porte ilegal de arma de fogo (14%).
Tabela 9. Natureza dos crimes objeto de condenação n Feminino % n Masculino % Total %
Latrocínio 0% 1 2% 1 2%
Lesão Corporal 0% 2 4% 2 3%
Crimes de Trânsito 0% 3 5% 3 5%
Homicídio 0% 4 7% 4 6%
Outros Crimes Violentos 2 33% 3 5% 5 8%
Armas 1 17% 8 14% 9 14%
Patrimonial sem violência 2 33% 23 40% 25 40%
Patrimonial com violência 2 33% 28 49% 30 48%
Denota-se, portanto, que embora a pesquisa metodologicamente não possa aferir
sobre a real influência do tráfico de drogas no índice de letalidade violenta brasileira,
pode-se afirmar que não há relação direta entre a repressão empregada ao tráfico de
drogas no sistema penitenciário e a diminuição dos crimes letais. Isso porque,
excluindo-se a violência ou grave ameaça empregada em crimes patrimoniais – que
historicamente consiste na imensa maioria de casos do sistema de privação e restrição
de liberdade, recentemente ultrapassado pelo tráfico de drogas no InfoPen de 2014 –
restam apenas 19% dos crimes objeto de condenação como violentos, tais como
latrocínio (2%), lesão corporal (3%), homicídio (6%) e outros crimes violentos (8%).
Por outro lado, ainda que sem violência mas diretamente associado à essa, tanto é que
14
legitimadora de bem jurídico abstrato apto a tipificação penal própria, 11,11% dos casos
teve a identificação de porte ou posse de arma durante o processo.
No Brasil, de acordo com o Infopen (2014), 41% das pessoas privadas de
liberdade são presas sem condenação. No âmbito dos condenados por tráfico de drogas
no Estado do Paraná, entre a amostra dessa pesquisa, 100% das mulheres e 98% dos
homens foram presos provisoriamente. Vale dizer, dos 198 casos, somente 03 sujeitos
foram presos após sentença condenatória.
Em estudo comparado com outros países, verifica-se na Tabela 10 o percentual
coletado em estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas e Universidad Nacional de
Tres Febrero sobre a prisão em flagrante conforme o tipo de crime cometido (Bergman
et al, 2013).
Tabela 10. Prisão em flagrante conforme o tipo de crime cometido. Resultados comparados.
Argentina México Peru El Salvador
São Paulo
Chile
% daqueles que foram detidos no dia que cometeram o crime
66,9 65,8 56,4 44,8 65,8 67,5
Conforme o tipo de crime cometido
Roubo 81 78 66 70 78,2 76
Homicidio 45 46 42 30 43,6 37
Porte/Tráfico de droga 39 85 78 79 82,4 63
Delitos sexuais 12 47 27 32 25,6 16 Fonte: Estudo latino-americano sobre população carcerária: 2013 – São Paulo.
A implantação das Audiências de Custódia no Brasil imprimem um importante
momento para análise da política criminal brasileira que se pauta majoritariamente pela
privação de liberdade, independentemente de uma análise judicial mais acurada, o que
se revela no número de prisões provisórias aplicadas mesmo com a edição da Lei n°
12.403/2011, que alterou o Código de Processo Penal para instituir as medidas
cautelares diversas da prisão.
Com a finalidade de aprofundar quem está sendo preso por tráfico de drogas no
Brasil, foram selecionados dados coletados na pesquisa que trazem elementos para a
análise da intervenção estatal. Primeiramente, vislumbra-se na Tabela 11 o percentual
15
de casos em que houve a prática de tráfico de drogas previsto no artigo 33 da Lei n°
11343/06 e as hipóteses em que esta prática foi cumulada com a associação para o
tráfico (artigo 35, da referida Lei).
Tabela 11. Tipo penal n Feminino % n Masculino % Total %
33 34 60% 127 90% 161 81%
33 e 35 23 40% 14 10% 37 19%
Total 57 100% 141 100% 198 100%
Registra-se que o conceito de associação para o tráfico na Lei de Drogas
corresponde a “associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar,
reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e §1º, e 34
desta Lei” (artigo 35 da Lei nº 11.343/2006). Diante do fato da associação caracterizar-
se com duas pessoas, ou seja, em número inferior à legislação prevista de forma
genérica pelo Código Penal, bem como não exigir a reiteração na prática do tráfico de
drogas, são elementos que aumentam significativamente a incidência deste tipo penal
considerado autônomo pela jurisprudência. O aprofundamento sobre o conceito de
associação para o tráfico é um tema, portanto, que comporta multifacetados debates para
adequar-se à finalidade que a lei penal se propôs.
Em outro vértice, há significativa diferença de gênero entre a cumulação dos
dois tipos penais, o que nos possibilita questionar sobre o papel da mulher no tráfico de
drogas. A análise requer aprofundado estudo de outras variáveis, no viés de se analisar a
hipótese de que a mulher pode vir a assumir o papel do homem após sua prisão, ou até
mesmo de que não possui papel autônomo e ativo no tráfico, mas que atua como
auxiliar.
Em estudo específico promovido sobre a relação entre mulheres e criminalidade,
mais especificamente em levantamento de prisões provisórias por tráfico de drogas em
São Paulo, destacam-se observações de Jesus et al (2012, p. 186):
Quando observamos a motivação das abordagens percebemos que tanto os homens como as mulheres foram apreendidos/as durante patrulhamento de rotina efetuado pela polícia militar, 68 e 45% respectivamente. (...), com
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certa diferença (cerca de 12%), as mulheres foram mais abordadas a partir de uma denúncia, muitas vezes anônima, do que os homens (36% e 24% respectivamente). Outro dado interessante corresponde ao local em que os flagrantes foram efetuados. Percebe-se que tanto os homens quanto as mulheres foram mais abordados/as em via pública, justamente em razão de esses flagrantes terem sido realizados por policiais militares durante patrulhamento de rotina. (...) , nota-se que as mulheres também foram mais abordadas em suas residências do que os homens (30% e 11%, respectivamente).
Os dados acima, que são coincidentes com a pesquisa realizada no Paraná entre
os(as) condenados(as), revelam que inobstante as mulheres possuírem menor número de
passagem anterior no Sistema de Justiça e, via de regra, terem envolvimento com o
crime de tráfico de drogas, ao menos iniciado em caráter subalterno, recebem penas
com igual ou maior rigorosidade entre os homens. Analisando-se exclusivamente o
artigo 33 da Lei n° 11.343/06, que possui extenso e distinto rol de verbos, analisou-se
na Tabela 12 em qual situação preponderante a pessoa foi classificada pela sentença, o
que também guarda conotação com a forma de abordagem acima explicitada com
entrada em residência.
Tabela 12. Condutas praticada pelo artigo 33 n Feminino % n Masculino % Total %
Oferecer, entregar a consumo, fornecer drogas 0% 6 4% 6 3%
Adquirir, vender, expor a vender 7 12% 46 33% 53 27%
Ter em depósito, transportar, guardar 54 95% 97 69% 151 76%
Total 57 100% 141 100% 198 100%
Destaca-se que mesmo com a apreensão em residência, não existe grande
diversidade de droga ou de objetos apreendidos, o que não consiste em locais
estruturantes do tráfico na região. Os indicadores acima guardam correspondência com
a estatística relacionada à forma de abordagem que motivou a apreensão, como se
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observa na Tabela 13 em que 97% dos indivíduos foi preso em flagrante, dentre os
quais 73% por Policiais Militares.
Tabela 13. Prisão em flagrante n Feminino % n Masculino % Total %
Não 3 5% 2 1% 5 3%
Sim 54 95% 139 99% 193 97%
Total 57 100% 141 100% 198 100%
Em relação ao que foi apreendido na abordagem, verifica-se que em 50% dos
casos a pessoa foi encontrada apenas com substâncias psicoativas ilícitas sem outros
elementos. Dos 50% que foram presos com outros objetos, os elementos consistiram em
celulares, balança, dinheiro e arma de fogo, nas proporções apresentadas na Tabela 14.
Ressalta-se que os elementos demonstrados também consistem nos requisitos subjetivos
previstos na legislação para analisar elementos que indicam a traficância, mesmo
quando a apreensão for de pequena quantidade.
Tabela 14. Objetos apreendidos n Feminino % n Masculino % Total %
Arma branca 0% 2 3% 2 2%
Documentos de terceiros 0% 4 5% 4 4%
Caderneta de anotações 4 16% 2 3% 6 6%
Arma de fogo 5 20% 17 23% 22 22%
Balança 8 32% 21 28% 29 29%
Celulares 10 40% 27 36% 37 37%
Dinheiro 22 88% 53 72% 75 76%
Entre as apreensões verifica-se a grande preponderância de dinheiro trocado com
maior índice entre as mulheres do que entre os homens (88% e 76%), sendo que os
demais itens guardam correspondência entre os dois gêneros. Registra-se que a variação
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de itens apreendidos, como dinheiro e caderneta de anotação, também guarda
correspondência com o local de abordagem pelos policiais, uma vez que a maior parte
das mulheres, embora presas em flagrante, foram encontradas com drogas fora da via
pública e dentro das residências, como se observa na Tabela 15.
Tabela 15. Crime cometido em via pública n Feminino % n Masculino % Total %
Não 43 75% 38 27% 81 41%
Sim 14 25% 103 73% 117 59%
Total 57 100% 141 100% 198 100%
Face ao exposto, quando se aprofundam as formas de abordagem policial, mais
uma vez verifica-se diferença existente entre o perfil dos presos por tráfico de drogas
por gênero, merecendo recortes específicos para melhor análise dos públicos atingidos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao pensar o nível de encarceramento pela Lei de Drogas, sob o aspecto da
gestão pública, deve-se retomar a já apresentada estatística do InfoPen (2014), a qual
revela que 27% dos presos no Brasil estão encarcerados por tráfico de drogas. Essa
proporção representa o numerário de 164.087 presos, que ao custo médio mínimo de 2
mil reais por mês, utilizado como parâmetro na Exposição de Motivos do PLS
513/2013, que propõe atualização da Lei de Execução Penal, equivale ao investimento
de recursos públicos no montante de 328 milhões de reais ao mês ou, aproximadamente,
4 bilhões ao ano. Esse valor destina-se tão somente à repressão ao tráfico ilícito de
entorpecentes (sem considerar o custo de polícia ostensiva, polícia científica, Poder
Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, entre outros órgãos e instituições
correlacionados).
Todavia, o implemento de recursos públicos na política criminal sobre drogas –
que consistem atualmente na maior proporção de aplicação de recursos públicos nesta
seara - não possuem qualquer evidência de melhorias na política sobre drogas, que deve
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ser considerada de modo intersetorial e articulado com os eixos da saúde, serviço social,
educação, entre outros.
As políticas públicas de modo geral, incluindo-se a política proibicionista de
guerra às drogas, são construídas muitas vezes sem preocupar-se com a elaboração de
indicadores e de mecanismos para planejamento, avaliação e monitoramento de
resultados. Os indicadores analisados procuram fazer um retrato sobre as consequências
da atuação jurisdicional nesta temática, bem como propor mecanismos de
acompanhamento para instituir políticas públicas baseadas em fundamentos e
evidências.
O perfil dos condenados por tráfico de drogas no Estado do Paraná revela a
necessidade de aprofundamento de critérios para dosimetria da pena e aplicação de
forma parametrizada de decisões judiciais. A aplicação de medidas cautelares diversas
da prisão demonstra-se ainda em número irrisório, prevalecendo-se o encarceramento
anterior à sentença.
A delimitação do perfil também demonstrou padrões distintos entre mulheres e
homens condenados pela Lei de Drogas, o que igualmente sinaliza a necessidade de
diferentes políticas públicas e intervenções. Isso porque, como já demonstrado, diversos
aspectos foram levantados e identificados como diferentes de acordo com o gênero, tais
como a natureza da droga apreendida, a distribuição etária, dosimetria da pena,
antecedentes criminais, reincidência e reincidência específica, incidência de associação
para o tráfico e o cometimento do crime em via pública.
Iniciativas do Poder Judiciário recentes, como Audiência de Custódia, bem
como os Centros de Triagem implementados em alguns Estados, podem sistematizar
dados a partir de indicadores como aplicado na presente pesquisa como forma de
subsidiar políticas públicas com dados e indicadores para serem trabalhados
continuamente.
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