O Procedimento de Inspeccao Tributária - Joao Caldeira

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    Universidade do Minho

    Caldeira, Joo Fernando Damio

    O procedimento tributrio de inspeco : umcontributo para a sua compreenso luz dosdireitos fundamentaishttp://hdl.handle.net/1822/17995

    Metadados

    Data de Publicao 2011

    Resumo O objecto de estudo da presente dissertao a inspeco tributria,em sentido lato, entendida quer enquanto poder legitimadoconstitucionalmente com vista prossecuo do interesse pblico dajustia e igualdade fiscal, quer enquanto procedimento, ou seja, enquantoconjunto de actos destinado comprovao concreta das realidadestributrias, em cumprimento de tal desiderato constitucional. Porm, parase compreender o procedimento necessrio primeiro compreender ofenmeno da inspec...

    The object and purpose of the present study is the tax inspection, in alarge sense, seen not only as constitutionally legitimated power, guidedto fulfill de public interest of justice and tax equality, but also as anadministrative procedure, seen as a set of acts with the main objectiveof checking and certifying that the tax reality is in compliance with theconstitutional command. But, to fully comprehend the procedure we mustfirst understand the tax inspection phenomenon as a power, ...

    Tipo masterThesis

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  • Outubro de 2011

    Joo Fernando Damio Caldeira

    O Procedimento Tributrio de Inspeco Um contributo para a sua compreenso luz dos Direitos Fundamentais

    Universidade do Minho

    Escola de Direito

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    011

  • Trabalho realizado sob a orientao doProfessor Doutor Joaquim Freitas da Rocha

    Outubro de 2011

    Joo Fernando Damio Caldeira

    O Procedimento Tributrio de Inspeco Um contributo para a sua compreenso luz dos Direitos Fundamentais

    Universidade do Minho

    Escola de Direito

    Dissertao de MestradoMestrado em Direito Tributrio e Fiscal

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    DECLARA O

    Nome: Joo Fernando Damio Caldeira

    Endereo electrn ico: [email protected]

    Telefone: 933201687

    Nmero do Bilhete de Identidade: 10771855

    Ttulo da tese: O Procedimento Tributrio de Inspeco Um contributo para a sua compreenso luz

    dos Direitos Fundamentais

    Orientador: Professor Doutor Joaquim Freitas da Rocha

    Ano de concluso: 2011

    Designao do Mestrado: Mestrado em Direito Tributrio e Fiscal

    AUTORIZADA A REPRODU O INTEGRAL DESTA TESE APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGA O, MEDIANTE DECLARAO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE Universidade do Minho, ___/___/______ Assinatura: ________________________________________________

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    AGRADECIMENTOS Universidade do Minho, nomeadamente Escola de Direito, pelo excelente acolhimento a todos os

    nveis, pedaggico, cientfico, profissional e pessoal proporcionado.

    Ao Exmo. Senhor Professor Doutor Joaquim Freitas da Rocha que teve a bondade de aceitar a

    orientao cientfico-pedaggica da presente dissertao, por todo o saber e experincia transmitidos,

    bem como por toda a disponibilidade revelada.

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    RESUMO

    O objecto de estudo da presente dissertao a inspeco tributria, em sentido lato, entendida quer

    enquanto poder legitimado constitucionalmente com vista prossecuo do interesse pblico da justia

    e igualdade fiscal, quer enquanto procedimento, ou seja, enquanto conjunto de actos destinado

    comprovao concreta das realidades tributrias, em cumprimento de tal desiderato constitucional.

    Porm, para se compreender o procedimento necessrio primeiro compreender o fenmeno da

    inspeco enquanto poder, pelo que a metodologia utilizada passa por em primeiro lugar proceder ao

    enquadramento da inspeco nessa dimenso, caracterizando-a, orgnica e historicamente, bem como

    identificando os meios que este poder tem ao seu dispor para materialzar e concretizar o fim a que se

    destina. S atravs deste prvio enquadramento ser ento possvel perceber e apreender o

    procedimento tributrio de inspeco e todas as suas vicissitudes enquanto instrumento concretizador

    do poder inspectivo.

    Como iremos observar ao longo do presente estudo a inspeco tributria, em qualquer destas

    dimenses, quer enquanto poder, quer enquanto procedimento, pode, apesar de legitimada

    constitucionalmente, colidir com outros direitos, liberdades e garantias, tambm estes com

    acolhimento constitucional.

    certo que o interesse pblico subjacente inspeco tributria de justia e igualdade fiscal pode

    prevalecer sobre esses direitos, liberdades e garantias, impondo o seu sacrifcio aos particulares.

    Porm no os pode sacrificar a todo o custo, em todas as situaes e circunstncias. Este sacrficio

    deve ser sempre minimizado ao mximo, ou seja, o sacrifcio imposto aos contribuintes deve ser

    exigvel, adequado e proporcional. Assim, tais direitos, liberdades e garantias constituem limites

    formais e materiais essenciais que devem nortear e balizar a prtica de actos de inspeco. A violao

    de tais direitos, liberdades e garantias, para alm das consequncias invalidantes do prprio acto

    tributrio resultante do procedimento (violao dos limites formais), sempre que ultrapasse o limite do

    razovel (violao dos limites materiais ou seja dos direitos fundamentias), no pode ter outra

    consequncia que no a responsabilizao civil da Administrao fiscal e dos agentes da inspeco,

    bem como a responsabilidade penal destes ltimos (sem prejuzo da responsabilidade disciplinar

    igualmente imputvel, mas que no tem eficcia sobre a esfera jurdica dos contribuintes).

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    ABSTRACT

    The object and purpose of the present study is the tax inspection, in a large sense, seen not only as

    constitutionally legitimated power, guided to fulfill de public interest of justice and tax equality, but also

    as an administrative procedure, seen as a set of acts with the main objective of checking and certifying

    that the tax reality is in compliance with the constitutional command.

    But, to fully comprehend the procedure we must first understand the tax inspection phenomenon as a

    power, so the methodology used in this study requires in first place to fit in the inspection in that

    dimension, characterizing it historically and organically and identifying the means that this power has at

    his disposal to fulfill the purpose of its creation. Only through this previous characterization we will be

    able to fully comprehend the tax inspection procedure as an instrument of the power to inspect.

    As we will see throughout the present study the tax inspection, in any of its dimensions, while power,

    or while proceeding, may, although constitutionally legitimated, collide with other fundamental rights,

    freedoms and guaranties, which are also constitutionally legitimated.

    It is certain that the public interest behind the tax inspection justice and tax equality may prevail

    over those rights, freedoms and guaranties, imposing their sacrifice to all individuals. But, that sacrifice

    cannot occur at any cost, in all circumstances. That sacrifice must be always minimized, by being

    demanded, adequate and proportional. So, those rights, freedoms and guaranties, are important formal

    and material limits that must guide and limit the tax inspection activity. Their violation, beyond the

    invalidity consequences of the administrative act that results from the procedure (violation of formal

    limits), when exceeds beyond reason (violation of material limits) cannot have other consequence than

    the civil responsabilization of the tax authorities and its agents, as well as the criminal

    responsabilization of the tax inspectors (without prejudice of the disciplinary responsability applicable,

    but that doesnt affect the tax payer whose rights where violated).

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    NDICE PARTE I A INSPECO TRIBUT`RIA 1. A LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DO PODER DE INSPECO ........................................................................ 17 2. INSPECO TRIBUT`RIA. CONSIDERAES GERAIS. ..................................................................................... 25 3. EVOLUO HISTRICA DA INSPECO TRIBUT`RIA....................................................................................... 31 4. A ORGNICA DA INSPECO TRIBUT`RIA.................................................................................................... 43 5. A PRIVATIZAO DO FENMENO INSPECTIVO .............................................................................................. 50

    5.1. NOVAS ABORDAGENS DA INSPECO TRIBUT`RIA .................................................................................53

    5.2. CRUZAMENTO DE INFORMAO . .......................................................................................................53

    5.3. A COOPERAO ADMINISTRATIVA INTERNACIONAL ...............................................................................63

    5.4. A IMPORTNCIA DOS MEIOS INFORM`TICOS NO APOIO INSPECO ........................................................71

    5.5. O PARADIGMA DO DIPLOMA DO PLANEAMENTO FISCAL ..........................................................................76

    PARTE II O PROCEDIMENTO TRIBUT`RIO DE INSPECO 1. CONCEITO E NATUREZA DO PROCEDIMENTO TRIBUT`RIO DE INSPECO ........................................................ 85

    1.1. DEFINIO DE PROCEDIMENTO ........................................................................................................85

    1.2. DEFINIO DE PROCEDIMENTO TRIBUT`RIO ........................................................................................86

    1.3. DEFINIO DE PROCEDIMENTO TRIBUT`RIO DE INSPECO ...................................................................88

    2. CLASSIFICAO DO PROCEDIMENTO TRIBUT`RIO DE INSPECO ................................................................... 90 3. A MARCHA DO PROCEDIMENTO TRIBUT`RIO DE INSPECO ......................................................................... 98 4. DIREITOS E DEVERES NO PROCEDIMENTO DE INSPECO ........................................................................... 108

    4.1. DIREITO INFORMAO .............................................................................................................. 108

    4.2. DIREITO DE PARTICIPAO ........................................................................................................... 113

    4.3. DEVER DE FUNDAMENTAO ........................................................................................................ 124

    4.4. DEVER DE COOPERAO.............................................................................................................. 132

    4.5. DEVER DE SIGILO ....................................................................................................................... 136

    5. NATUREZA E TIPOLOGIA DOS ACTOS DE INSPECO TRIBUT`RIA ................................................................... 139 6. LIMITES DOS ACTOS DE INSPECO ....................................................................................................... 152

    6.1. A QUESTO DA DISCRICIONARIDADE ............................................................................................... 152

    6.2. LIMITES FORMAIS ....................................................................................................................... 163

    6.2.1. PRINCPIOS DO PROCEDIMENTO TRIBUT`RIO ............................................................................ 163

    6.2.1.1. PRINCPIO DA PROSSECUO DO INTERESSE PBLICO ....................................................... 163 6.2.1.2. PRINCPIO DA LEGALIDADE ........................................................................................... 165 6.2.1.3. PRINCPIO DA IMPARCIALIDADE ..................................................................................... 169 6.2.1.4. PRINCPIO DA CELERIDADE ........................................................................................... 179 6.2.1.5. PRINCPIO DA IGUALDADE............................................................................................. 181

    6.2.2. PRINCPIOS DO PROCEDIMENTO TRIBUT`RIO DE INSPECO ........................................................ 183

    6.2.2.1. PRINCPIO DA VERDADE MATERIAL ................................................................................. 183 6.2.2.1.1. PRINCPIO DO INQUISITRIO .................................................................................. 186

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