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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pedagogia Bruna de Souza Silva Jéssica da Silva Martins Larissa Xayene Santos Maximiano O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LEITURA NO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL LINS – SP 2013

O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LEITURA …unisalesiano.edu.br/biblioteca/monografias/56191.pdf · Esta pesquisa visa refletir sobre a formação dos alunos do 2º ano do Ensino

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Pedagogia

Bruna de Souza Silva

Jéssica da Silva Martins

Larissa Xayene Santos Maximiano

O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA

LEITURA NO 2º ANO DO ENSINO

FUNDAMENTAL

LINS – SP

2013

BRUNA DE SOUZA SILVA

JÉSSICA DA SILVA MARTINS

LARISSA XAYENE SANTOS MAXIMIANO

O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LEITURA NO 2º ANO DO

ENSINO FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Pedagogia, sob a orientação da Profª. Drª. Adriana Monteiro Piromali Guarizo e orientação técnica da Profª. Ma Fatima Eliana Frigatto Bozzo.

LINS – SP

2013

BRUNA DE SOUZA SILVA

JÉSSICA DA SILVA MARTINS

LARISSA XAYENE SANTOS MAXIMIANO

O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LEITURA NO 2º ANO DO

ENSINO FUNDAMENTAL

Monografia apresentado ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

para obtenção do título de Licenciada em Pedagogia

Aprovada em: ____/____/2013

Banca Examinadora:

Prof. (a): Orientadora: Drª Adriana Monteiro Piromali Guarizo

Titulação: Doutor em Letras pelo IBILCE/UNESP, câmpus de São José do Rio

Preto.

Assinatura: ______________________________

1º Prof. (a): Denise Rocha Pereira

Titulação: Mestre em Educação. Área de Concentração Ensino na Educação

Brasileira (UNESP - Marília)

Assinatura: ______________________________

2º Prof. (a): Thiago Flávio de Souza

Titulação: Mestre em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba

– SP (UNIMEP).

Assinatura: ______________________________

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho, primeiramente, às amigas com quem divido este trabalho, pela paciência e união; aos meus pais, Rosana e Anderson; a meu irmão João Vítor; a minha família e ao meu namorado Tomaz.

Bruna S. Silva

Dedico este trabalho aos meus pais, Shirlei e Sérgio, e à minha irmã, Sheila, pois estiveram sempre ao meu lado, apoiando-me e dando-me forças para continuar minha trajetória; ao meu namorado, Rodolpho, pela paciência, compreensão, pelas palavras de incentivo e motivação, em todos os momentos.

Jéssica S. Martins

Dedico este trabalho aos meus pais, Marcio e Mariângela, e ao meu querido irmão, Arthur, por estarem sempre ao meu lado, proporcionando-me momentos de conversa e paciência, nas horas difíceis.

Larissa Maximiano

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por permitir a minha vitória, ao meu primo, Thiago, por me aconselhar a fazer o curso, à minha orientadora Adriana e à professora Fátima, pela lição de sabedoria e paciência, ao decorrer deste trabalho. Obrigada a todos que, mesmo não citados aqui, tanto contribuíram para a finalização dessa jornada. Minha eterna gratidão a todos aqueles que colaboraram para que este sonho pudesse ser concretizado.

Bruna S. Silva

Primeiramente, agradeço a Deus, por sempre me mostrar o caminho certo a seguir; à minha família e ao meu namorado, por estarem por perto quando preciso; às minhas amigas, Bruna e Larissa, pelos momentos compartilhados, dedicação e união, superando todas as dificuldades juntas, para a conclusão deste trabalho; à minha orientadora Adriana e à professora Fátima, pela contribuição para a minha formação como pedagoga, pela paciência e sabedoria transmitidas, no decorrer deste trabalho.

Jéssica S. Martins

Agradeço, primeiramente, a Deus pelo dom da vida e por ter

me proporcionado a oportunidade de acordar todos os dias, buscando o meu objetivo. Agradeço a toda minha família, às minhas amigas, Bruna e Jéssica, pela paciência e pelos momentos inesquecíveis vividos juntas, à minha orientadora Adriana e professora Fátima pela experiência compartilhada e ao meu namorado Leonardo, por estar sempre acreditando no meu potencial.

Larissa Maximiano

RESUMO Esta pesquisa visa refletir sobre a formação dos alunos do 2º ano do Ensino Fundamental como leitores, por meio da análise de estratégias consideradas mais apropriadas para o processo de ensino e aprendizagem de leitura. O ensino de leitura pode propiciar às crianças a oportunidade de desenvolverem o gosto pela leitura, além de permitir a compreensão de que, por meio desta, pode-se aprender a aprender, como sujeito que constrói seu percurso, em busca do conhecimento. Cabe ressaltar que alunos do 2º ano do ensino fundamental já vivenciaram experiências com a leitura, porém, nem sempre da forma mais adequada. A partir desse pressuposto, este trabalho objetiva: apontar a importância do processo de ensino e aprendizagem da leitura; descrever e avaliar quais estratégias desse processo são mais adequadas para a formação da competência leitora. A metodologia utilizada foi a de revisão bibliográfica, desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros, artigos científicos, bibliotecas virtuais e artigos da internet, como base para a pesquisa de campo. O tratamento dos dados coletados dar-se-á por meio de análise quantitativa e qualitativa. Os resultados obtidos por esta pesquisa demonstram que, para a formação de alunos leitores, faz-se necessário utilizar várias estratégias e adequá-las a cada aluno, visto que, em uma sala de aula, não existem as mesmas hipóteses de alfabetização. Neste início da aprendizagem, os professores utilizam vários gêneros textuais, que prendem a atenção de seus alunos, de maneira que eles se sintam interessados na aprendizagem. A aprendizagem de leitura não é uma tarefa fácil. Cabe ao professor eleger estratégias diversificadas, pois nenhuma criança é igual à outra, cada uma tem seu tempo de aprender, tem o seu momento certo. O professor deve considerar os conhecimentos que a criança já possui, desta forma a aprendizagem será melhor desenvolvida. Por fim, justifica-se que o desenvolvimento da leitura deve ocorrer com a participação do professor, utilizando as melhores estratégias para não prejudicar o desenvolvimento de seus alunos, contando com a participação ativa da família, estimulando o hábito da leitura. Palavras-chave: Leitura. Ensino-aprendizagem. Estratégias.

ABSTRACT

This research aims to reflect on the formation of students in the 2 nd year of elementary school as readers, through the analysis of strategies considered most appropriate for the teaching and learning of reading. Teaching reading can give children the opportunity to develop a taste for reading, and allows the understanding that, through this, you can learn how to learn, as a subject that builds its path in search of knowledge. We point out that students of 2nd year of elementary school have gone through experiences with reading, however, not always in the most appropriate way. Starting with this assumption, this study aims to: highlight the importance of the teaching and learning of reading, to describe and evaluate what strategies of this process are most suitable for the formation of the reading competence. The methodology utilized was that of bibliographic review, developed from material already elaborated composed mainly of books, scientific papers, virtual libraries and internet articles, as the basis for field research. The data collected will give through quantitative and qualitative analysis. The results obtained by this research demonstrate that, for the formation of readers, it becomes necessary to use multiple strategies and adapt them for each student, as in a classroom there is not the same hypotheses of literacy. In this beginning of learning, teachers use various textual genres, holding the attention of their students, so that they feel interested in learning. Learning reading is not an easy task. The teacher has to elect diversified strategies because no child is the same as another, each has its time to learn, has its right moment. The teacher should consider the knowledge that the child already has, so learning will be better developed. Finally, it is justified that the development of reading must occur with the participation of the teacher, using the best strategies to not impair the development of their students, with the active participation of the family, encouraging the habit of reading. Keywords: Reading. Teaching and learning. Strategies.

LISTA DE FIGURA Figura 1: Cantinho da leitura.............................................................................15 Figura 2: Ler para o bebê .................................................................................17 Figura 3: Anatomia do leitor..............................................................................18 Figura 4: Conhecimento de mundo...................................................................19 Figura 5: Diversidade de leitores ......................................................................23 Figura 6: Professor desmotivado .....................................................................25 Figura 7: Embalagens conhecidas....................................................................29 Figura 8: Pais ausentes ....................................................................................30 Figura 9: Pais participativos..............................................................................31 Figura 10: Leitura lúdica ...................................................................................32 Figura 11: Resposta da pergunta nº. 1 dos professores...................................35 Figura 12: Resposta da pergunta nº. 2 dos professores...................................36 Figura 13: Resposta da pergunta nº. 3 dos professores...................................37 Figura 14: Resposta da pergunta nº. 4 dos professores...................................38 Figura 15: Resposta da pergunta nº. 5 dos professores...................................39 Figura 16: Resposta da pergunta nº. 6 dos professores...................................40 Figura 17: Resposta da pergunta nº. 7 dos professores...................................41 Figura 18: Resposta da pergunta nº. 8 dos professores...................................42 Figura 19: Resposta da pergunta nº. 9 dos professores...................................43 Figura 20: Resposta da pergunta nº. 10 dos professores.................................44 Figura 21: Resposta da pergunta nº. 11 dos professores.................................45

LISTA DE TABELAS Tabela 1: Resposta nº. 1 dos professores ........................................................53

Tabela 2: Resposta nº. 2 dos professores ........................................................53

Tabela 3: Resposta nº. 3 dos professores ........................................................53

Tabela 4: Resposta nº. 4 dos professores ........................................................54

Tabela 5: Resposta nº. 5 dos professores ........................................................54

Tabela 6: Resposta nº. 6 dos professores ........................................................54

Tabela 7: Resposta nº. 7 dos professores ........................................................54

Tabela 8: Resposta nº. 8 dos professores ........................................................55

Tabela 9: Resposta nº. 9 dos professores ........................................................55

Tabela 10: Resposta nº. 10 dos professores ....................................................55

Tabela 11: Resposta nº. 11 dos professores ....................................................56

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................12

CAPÍTULO I – A IMPORTÂNCIA DA LEITURA.............. .................................14

1 LEITURA E SUAS PRÁTICAS.......................... ............................................14

1.1 Iniciando a leitura........................................................................................14

1.2 O leitor e a leitura .......................................................................................17

1.3 Tipos de leitores..........................................................................................21

CAPÍTULO II – DESAFIOS ENSINO - APRENDIZAGEM ...............................25

2 DESAFIOS ENFRENTADOS PELO PROFESSOR.............. .........................25

CAPÍTULO III – PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM ...........................34

3 A PESQUISA....................................... ..........................................................34

CONCLUSÃO.......................................... .........................................................47

REFERÊNCIAS ................................................................................................48

APÊNDICES .....................................................................................................50

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INTRODUÇÃO

Por meio da leitura, as crianças podem entrar em contato com o lúdico,

que desperta a sua atenção e estimula o seu raciocínio. No entanto, muitas

vezes as crianças chegam à escola sem terem obtido nenhum contato com os

livros ou histórias contadas. Diante de tal realidade, é de suma importância que

a escola ofereça, periodicamente, momentos de leitura, para possibilitar à

criança estar em contato com esse mundo.

Para que se torne um leitor competente, o aluno deve ter contato com

diversos gêneros textuais, na escola, e não apenas ser apresentado aos contos

infantis. Aprender a ler é essencial, principalmente nessa sociedade em que

vivemos, pois ler o mundo a sua volta permite que essa criança se torne um

adulto protagonista de seu próprio conhecimento, capaz de compreender

gêneros textuais diversos e de se comunicar, de forma oral e escrita, de modo

eficiente e competente.

A aprendizagem de leitura não é uma tarefa fácil, mas cabe ao professor

saber qual estratégia utilizar, pois nenhuma criança é igual à outra, cada uma

tem seu tempo próprio de aprender, o seu momento certo. O educador deve

considerar os conhecimentos prévios que a criança já possui, para que o

processo ensino-aprendizagem seja fonte de êxito.

Para que compreenda o quanto a leitura é necessária, é preciso que, em

primeiro lugar, a criança goste de ler. Ler por prazer para que depois possa ler

para obter o conhecimento. Cabe ao professor contribuir para que se crie o

hábito da leitura, estimulando o educando. No entanto, cabe ressalta que tal

hábito não deve ser incentivado apenas pelo professor, mas também deve ser

reforçado pelos pais.

Algumas atividades podem estimular o hábito à leitura, tais como:

realizar leituras compartilhadas com os alunos, contar histórias, solicitar que

algum aluno reconte oralmente a história, criar o cantinho da leitura, dentro da

sala de aula, local onde as crianças podem estar mais próximas dos livros, com

livre acesso para manuseá-los.

Do mesmo modo, levar as crianças para a biblioteca, para que possam

estar em contato com livros de vários gêneros textuais, deixando que elas

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explorem este universo, que são os livros e a leitura, são algumas das

estratégias mais utilizadas pelos professores do 2º ano do Ensino

Fundamental.

Essas estratégias fazem com que as crianças criem e desenvolvam o

gosto pela leitura, o prazer de ler, conhecimentos além dos já adquiridos fora

da escola. Esta pesquisa objetiva refletir sobre essa temática. No primeiro

capítulo, intitulado “A importância da leitura”, objetivou-se apontar a importância

da leitura, desde o início de suas práticas. Ressaltou-se, ainda, o processo pelo

qual as crianças e professores passam, ao enfrentar a aprendizagem da leitura,

quando não há repertório inicial de conhecimento e como minimizar essa

dificuldade, na escola.

No segundo capítulo, “Desafios ensino–aprendizagem”, pode-se

constatar os diversos desafios enfrentados pelos professores, no seu cotidiano

para o processo de ensino e aprendizagem da leitura. Desafios que atrapalham

tanto o trabalho desse profissional como a aprendizagem dos alunos.

No terceiro capítulo, encontra-se a pesquisa, realizada com os

professores do 2º ano do ensino fundamental, possibilitando conhecer diversas

estratégias utilizadas e consideradas adequadas pelos mesmos, no ensino da

leitura com seus alunos.

Diante dos dados coletados, espera-se que este trabalho contribua para

que se possa compreender as dúvidas e os desafios enfrentados no ensino da

leitura, a fim de que se utilize as melhores estratégias, em sala de aula, como

leituras diárias.

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CAPÍTULO I

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA

1 LEITURA E SUAS PRÁTICAS

Aprender a ler é algo necessário na vida de todos. Por meio da leitura, a

comunicação se torna mais fácil, possibilitando ao homem ser sujeito, nessa

sociedade letrada.

Logo após o nascimento, os bebês já começam a se comunicar, porém

de maneira diferente, por meio de gestos e expressão corporal.

Quando criança, é importante viver em um ambiente leitor, suas

primeiras experiências e palavras faladas são por meio de repetição. Uma

família leitora, dá o exemplo para seus filhos, leem para eles, desde pequenos,

desse modo, seu repertório e conhecimento será maior.

O papel da família nessa fase se torna indispensável, pois a criança se

espelha no adulto em sua volta. No entanto, sabe-se que, na sociedade atual,

muitos são os lares que não possuem esse hábito e as crianças acabam

chegando à escola sem terem vivenciado o papel social da escrita e da leitura.

Diante desse quadro, é cada vez mais essencial que o professor esteja

sempre presente, auxiliando-a, para que essa aprendizagem seja eficaz e traga

bons resultados, para esse futuro leitor, garantindo que ele aprenda a apreciar

e a reconhecer a necessidade de aprender a ler, na sociedade atual, utilizando

estratégias diversificadas e fazendo uso de vários gêneros textuais.

1.1 Iniciando a leitura

Um leitor não nasce pronto: faz-se leitor. Para tanto, essa atividade deve

ser incluída, desde o berço, para que se converta em um hábito. É muito

importante e fundamental para as crianças que aprendam a buscar

conhecimento, diante da leitura.

As crianças devem ouvir histórias desde muito cedo. O ideal seria que a

leitura fizesse parte da rotina da criança, pelo menos uma hora ao dia, que

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poderia ser na hora de dormir ou depois do almoço, mas longe de qualquer

barulho ou distração.

Não é necessário esperar que uma criança aprenda a ler

convencionalmente para que possa ter contato com os livros, pois existem

livros para todas as fases da vida, por exemplo: livros apenas com ilustrações,

para que possamos indicar o nome de cada figura e com o bebê fazendo a

repetição, livros com as palavras embaixo das figuras, para que se possa ler

além da imagem. De acordo com Calais,

O principal papel dos livros na infância é ampliar os nossos horizontes. É servir de combustível para a criatividade – que na infância, vamos combinar, não é pouca – é, acima de tudo, estimular o pensamento, ou melhor, a liberdade de pensamento. O livro tem que ser o nosso campo de pouso e decolagem para novas aventuras, novas descobertas. Crianças que têm a sua capacidade criativa estimulada e são instigadas a pensar são mais felizes, se relacionam melhor, conseguem abstrair melhor os dilemas impostos pela vida como as perdas, a ausência, os desafios, a falta de amor, por exemplo. (CALAIS, 2013, p. 1)

Como se pode observar, os livros deveriam estar presentes no dia a dia

das crianças, assim como os seus brinquedos, pois são uma janela grande

para a formação, em todos os sentidos. As crianças têm facilidade em

converter as palavras em ideias, imagens ou, então, no que nunca viram e

conseguem mergulhar na situação emocional de um personagem, conseguem

até mesmo chorar ou de se divertir, por meio dos livros.

Figura 1: Cantinho da leitura

Fonte: http://portalsme.prefeitura.sp.gov.br

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Para incentivar os pequenos a ler, é necessário deixar livros ao seu

alcance, facilitando o contato direto. Isso faz muita diferença, bem como fazer

em seu quarto um cantinho da leitura.

Ler em voz alta e folhear para um bebe faz com que ele imite,

naturalmente. Os livros precisam ser lidos, folheados, usados não como se

fossem um objeto sagrado, que ninguém pode pôr a mão, pois poderá rasgá-lo.

A leitura em voz alta para crianças pequenas, nas quais elas escutam, olham, perguntam e respondem, são um meio para que entendam as funções e a estrutura da linguagem escrita, e podem vir a ser, também, uma ponte entre a linguagem oral e a linguagem escrita. (TEBEROSKY; COLOMER, 2003, p.20)

Fazer com que a criança conte a história que você acabou de contar

incentiva sua memorização, assim como propor a ela que conte para outras

pessoas.

Levar as crianças à biblioteca é muito importante, faz com que elas

entendam que existem vários tipos de livros. Propor situações em que as

crianças sejam presenteadas com livros de contos, gibis e outros, pode permitir

à criança a compreensão de que ganhar livros também é importante. Do

mesmo modo, incentivar leituras compartilhadas e o intercâmbio entre os livros.

A leitura de cartazes na rua ou a leitura e escrita doméstica fazem parte, também, das práticas de leitura, ainda que não sejam dirigidas às crianças. As famílias de baixo nível social e cultural podem considerar esses tipos de leitura práticas alternativas à leitura de histórias. (TEBEROSKY; COLOMER, 2003, p.21)

Trabalhar o interesse e o hábito pela leitura é um processo constante,

que começa desde muito cedo, em casa, tendo continuidade na escola e na

vida toda.

Crianças que ainda não sabem ler ou que sabem ler e têm o contato

com a literatura, principalmente se for com o acompanhamento e estimulação

dos pais, aprendem melhor, adquirem uma sensível melhora na pronúncia das

palavras, pois é por meio da leitura que as crianças desenvolvem criatividades,

imaginações, adquirem um conhecimento mais rico, amplia seus

conhecimentos e possuem um vocabulário adequado.

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Figura 2: Ler para o bebê

Fonte: http://revistacrescer.globo.com

Ler é um hábito poderoso que nos faz conhecer o mundo e as ideias.

Quando se incentiva a leitura desde bebezinho, contribui-se para que a criança

se torne mais preparada para estudar, para o trabalho e para a vida inteira. Um

ato muito valioso para o desenvolvimento pessoal e profissional é ter acesso às

informações, e com isso obter melhorias para todos.

1.2 O leitor e a leitura

A leitura é algo crucial para o desenvolvimento da aprendizagem de um

ser humano, pois é com ela que se enriquece o vocabulário, obtêm-se novos

conhecimentos, desenvolve-se o raciocínio e a interpretação.

Algumas pessoas dizem que não gostam de ler, que não têm paciência,

que ler dá sono, que os livros são chatos, mas, tudo isso só acontece, por não

terem o hábito da leitura, pois, se o tivessem, saberiam apreciar uma boa obra

literária.

Quando uma pessoa não tem o hábito da leitura, possui certa dificuldade

para escrever sobre um assunto específico, mas uma pessoa que já tem esse

hábito, desde criança, tem uma criatividade maior e melhor pronúncia das

palavras, obtendo, dessa forma, um conhecimento mais amplo.

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Figura 3: Anatomia do leitor

Fonte: http://aviagemdosargonautas.net

Ler para quem já domina é um ato espontâneo e natural, as pessoas

leem a todo o momento. Até mesmo sem perceber, praticam o ato de ler, pois

existem várias formas e maneiras diferentes de se ler algo, que não precisa ser

necessariamente por meio de letras, palavras e frases. Como salienta Aguiar,

Podemos definir a leitura como uma atividade de percepção e interpretação dos sinais gráficos que se sucedem de forma ordenada, guardando entre si relações de sentido. Ler, assim, não é apenas decifrar palavras, mas perceber sua associação lógica, o encadeamento dos pensamentos, as relações entre ele e, o que é mais importante, assimilar as idéias e as intenções do autor, relacionar o que foi apreendido com os conhecimentos anteriores sobre o assunto, tomando posições com espírito critico e utilizar os conteúdos adquiridos em novas situações. (AGUIAR, 2004, p. 61).

Como se pode verificar, para o autor, ler é uma prática que se deve

adquirir para o resto da vida, que vai muito além de apenas ler o que está no

papel. Faz-se necessário saber criticar, dar opiniões e compreender o que se

está lendo. Desde pequenos, as pessoas começam a ler, no ambiente em que

vivem, como, por exemplo, as placas de trânsito, propagandas, letreiros,

televisão, entre outras. O homem, desde que nasce, está exposto a um mundo

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letrado. No entanto, a leitura não é algo inato ao ser humano. Aprender a ler

leva tempo. Ainda conforme Aguiar (2004, p. 61),

A leitura não é um comportamento natural do ser humano, como comer ou dormir; ela é cultural e precisa ser adquirida. Normalmente, à escola cabe a nossa introdução no mundo das letras. Ali desenhamos as primeiras palavras e lemos os textos iniciais.

A escola tem um papel importante, no ensino da leitura e escrita, é lá

que há o aprimoramento, onde as crianças aprendem desde cedo a

importância que tem a leitura na vida toda. Como já se ressaltou, muitas

crianças não têm o hábito de ler em casa, não são incentivadas a isso por seus

pais e pessoas do seu convívio. Muitas vezes, por eles mesmos não terem

esse hábito, acabam não incentivando seus filhos. Como já se enfatizou, neste

trabalho, o papel da escola, nesses casos, é fundamental, pois, muitas vezes, é

ela quem introduz a criança no mundo letrado.

Quando uma pessoa lê, está adicionando conhecimento, construindo

ideias, analisando e criticando o que a incomoda. Tais práticas fazem com que

a pessoa se torne mais crítica e questionadora, no ambiente em que vive e na

sociedade.

Figura 4: Conhecimento de mundo

Fonte: http://meire-diariodeleitura.blogspot.com.br

Segundo Molina (1992, p. 53), “Um aluno pode aprender e armazenar

um enorme número de fatos ao longo de seus estudos, mas isto de pouco lhe

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servirá, se ele não for capaz de utilizar criticamente tais conhecimentos”. Como

ressalta o autor, é de suma importância o modo como a criança lê, pois para a

formação de um leitor competente é necessário que ele leia criticamente, para

que, na sociedade letrada, seja capaz de reivindicar seus direitos e saber

validar suas opiniões.

Quando se lê, pode-se lançar mão de tipos de estratégias para facilitar a

compreensão do texto lido. Essas estratégias podem ser internalizadas, com o

passar do tempo. Quanto maior o tempo de leitura, mais o leitor se torna

competente, utilizando-se de estratégias variadas e mais adquire conhecimento

a partir dessas vivências de leitura. De acordo com Barbosa (1994, p. 115),

Uma situação de leitura representa um equilíbrio específico e momentâneo entre o leitor, seus objetivos do momento e o texto escrito. Não existe, portanto, componentes fixos e imutáveis na leitura, nem uma só maneira de ler que é a melhor em todos os casos. Existe, isto sim, uma variedade de leituras multiformes, adaptadas a intencionalidades diversas, cada uma representando a melhor resposta a uma determinada situação de leitura. Para satisfazer sua curiosidade, responder às questões que a vida lhe coloca, concretizar projetos, informar-se para decidir, usufruir do prazer estético ou vaguear pelo imaginário, o leitor deve mobilizar dispositivos eficazes, adaptados às suas intencionalidades.

Como se pode observar, para Barbosa, não há uma maneira de ler. Há

maneiras, que são decorrentes dos objetivos e necessidades do leitor, a cada

momento de leitura.

Os leitores começam a utilizar várias estratégias de leitura, para dessa

forma, facilitar a compreensão e interpretação dos textos lidos. Conforme Solé,

as estratégias de leituras devem seguir as seguintes ações, que são:

Seleção - Ao ler um texto qualquer, a mente da pessoa seleciona o que lhe interessa: nem tudo que esta escrito é igualmente útil. Escolhem-se alguns aspectos, chamados relevantes, e ignoram outros que são irrelevantes para o entendimento do texto. Quando se lê um livro e “pulam-se” certos trechos desinteressantes, faz-se uma seleção. Isto é, presta-se atenção aos aspectos que interessam, ou seja, aqueles sem os quais seria impossível compreender o texto. “Ao ler, fazemos isso o tempo todo: nosso cérebro sabe, por exemplo, que não precisa se deter na letra que vem após o “q”, pois certamente será “u”... (p. 67 Brasil, Secretaria do Ensino Fundamental).

21

Antecipação – São hipóteses que o leitor levanta, antecipando informações com base nas “pistas” que vai percebendo durante a leitura. Essa estratégia ocorre, por exemplo, quando no inicio da leitura de um conto de fadas espera-se que apareçam personagens e lugares característicos desse tipo de texto madrasta ruim, princesas e príncipes lindos e bons, fadas, bruxas, castelos, reinos, florestas encantadas etc. Além disso, o leitor espera encontrar palavras ou expressões inciais e finais que marcam o conto de fadas: “Era uma vez”, “viveram felizes para sempre”, “uma linda e boa princesa”, “uma bruxa malvada” etc. Durante a leitura, comprova-se se as antecipações estavam corretas ou não. Se aparecerem que o leitor, que precisara voltar e analisar o que foi lido. Inferência – São complementos que o leitor fornece ao texto a partir de seus conhecimentos prévios. “Permitem captar o que está dito no texto de forma explícita. A inferência é aquilo que lemos, mas não está escrito. São adivinhações baseadas tanto em pistas dadas pelo próprio texto como em conhecimentos que o leitor possui. Às vezes essas inferências se confirmam, e as vezes não, de qualquer forma, não são adivinhações aleatórias. Além do significado, inferimos também palavras, silabas e letras. Boa parte do conteúdo de aparição ou propriedade do texto.” (p 67, Brasil, Secretaria do Ensino Fundamental). Auto-regulação – É a parte que o leitor faz entre o que supõe (seleção, antecipação, inferência) e as respostas que vai obtendo através do texto. Trata-se de avalias as antecipações e as inferências, confirmando-as ou refutando-as, com a finalidade de garantir a compreensão. Autocorreção – Quando as expectativas levantadas pelas estratégias de antecipação não são confirmadas, há um momento de dúvida. O leitor, então, repensa a hipótese anteriormente levantada, contrói outras e retoma as partes anteriores do texto para fazer as devidas correções. É o caso do leitor, por exemplo, que volta para corrigir a palavra que leu errado.

Através dos passos citados anteriormente, foi possível analisar quais

são as principais estratégias que um leitor segue quando está realizando sua

leitura, sendo desenvolvidas no passar dos anos.

1.3 Tipos de leitores

Existem, na sociedade, vários tipos de leitores, do não leitor ao leitor

diletante.

O não leitor é aquela pessoa que não se dedica à leitura, é totalmente

distante dos livros, não teve o privilégio de ter o contato quando criança e, por

isso, também não se dedica a essa prática.

Leitor apressado é aquele que é muito ocupado e não tem muitas horas

para se dedicar à leitura.

22

Lê para se informar dos acontecimentos recentes e para se atualizar em assuntos diversos, como política, religião, pedagogia, psicologia, espiritismo. Tem pouco tempo para ler, fazendo leituras rápidas de noticias de jornal, artigos de revistas, crônicas. (ROLLA apud AGUIAR, 2004, p. 23).

O superficial é aquele que lê o que está por perto, não é crítico ao

escolher o que vai ler e não conhece muitos escritores, não toma a leitura

como algo crucial e de grande importância em sua vida, lê apenas por ler.

Existe também o leitor compulsivo, que lê todo tipo de livro, diferentes

gêneros textuais a todo o momento, a qualquer hora do dia. Geralmente, é

visto com um livro na mão, alguns têm até a sua própria biblioteca em casa.

Leitor técnico é aquele que realizada uma leitura voltado para algo mais

profundo, como uma pesquisa. Segundo Rolla apud Aguiar (2004, p. 24), “O

leitor técnico não considera a leitura que realiza uma atividade prazerosa, é um

trabalho cansativo, que faz por obrigação”.

Leitor escolar é o que se designa ao professor, que lê apenas para fazer

indicações e sugestões para seus alunos.

Essa se reveste de obrigatoriedade, com a finalidade única de desenvolver seu trabalho docente, que consiste na análise e comentário das obras solicitadas, cujo assunto não diz respeito aos seus interesses, nem ao seu gosto literário, principalmente quando se trata de literatura infanto-juvenil. (ROLLA apud AGUIAR, 2004, p. 24).

Leitor profissional tem um olhar critico, está sempre participando de

clube do livro, roda de leitores e leva a leitura muito a sério.

Diletante é aquele leitor que lê apenas porque gosta, lê porque sente

prazer pela leitura, fascina-se por qualquer gênero textual. “Seus critérios de

escolha são aleatórios, ao sabor do momento e do gosto, não possuindo

bagagem teórica para avaliar as leituras que realiza” (ROLLA apud AGUIAR,

2004, p. 24).

Cabe ressaltar que, pertença a qualquer tipo de leitor, as pessoas leem

aquilo que as interessa. Quando são obrigadas a ler algo que não querem, a

leitura se torna algo desagradável e não produtiva, mas quando a pessoa se

interessa por aquilo que está lendo, este ato se torna gratificante, quase

23

sempre gerando prazer, as pessoas aprendem muito com a leitura,

independente da forma como ela é realizada.

Figura 5: Diversidade de leitores

Fonte: http://sweetworldbr.blogspot.com.br

Com a leitura, as pessoas se tornam mais sábias, começam a ter um

linguajar diferenciado, um gosto mais apurado por aquilo que lê, tornam-se

mais críticas e sabem se impor em situações difíceis, pois tornam-se pessoas

informadas, com argumentos.

O indivíduo busca, no ato de ler, a satisfação de uma necessidade de caráter informativo ou recreativo, que é condicionada por uma série de fatores, sendo um dos mais importantes a idade e a escolaridade do leitor, além do sexo e no nível socioeconômico. (AGUIAR, 2004, p. 25)

No entanto, o leitor competente procura o tipo de texto que o interessa,

visando sempre sanar suas próprias expectativas. Buscar ser um leitor

adequado e competente requer alguns atributos, pré-definidos por Aguiar

(2004). São eles:

- selecionar obras de acordo com seus interesses e necessidades; - conhecer os lugares onde livros e outros materiais de leitura se encontram; - Freqüentar espaços mediadores de leitura; - Identificar os livros e outros materiais nas estantes; - localizar dados na obra; - seguir as orientações de leituras oferecidas pelo autor; - ser capaz de dialogar com os novos textos (postura crítica);

24

- trocar impressões e informações com outros leitores; - integrar-se a grupos de leitores - conhecer e posicionar-se diante da crítica dos livros ou outros materiais escolhidos para a leitura; - ser receptivo a novos textos; - ampliar seu horizonte de expectativas com leituras desafiadoras; - dar-se conta do seu crescimento como leitor e ser humano através da leitura. (2004, p.29)

Para todos que querem se tornar grandes leitores, nada melhor que a

prática, ler para se aperfeiçoar na leitura, na fala, pois é praticando que as

pessoas aprendem e se desenvolvem.

25

CAPÍTULO II

DESAFIOS ENSINO – APRENDIZAGEM 2 DESAFIOS ENFRENTADOS PELO PROFESSOR

O professor enfrenta vários desafios no seu dia a dia, dentro e fora da

sala de aula. Trabalhar com o início da alfabetização nem sempre é algo fácil,

leva tempo e é preciso compromisso e dedicação do professor, na hora de

planejar suas aulas.

O educador, com o passar dos anos, pode perder o estímulo que há

dentro dele em ensinar, o que faz com que o aluno seja prejudicado, sendo

assim, não traz benefícios para sua aprendizagem.

Figura 6: Professor desmotivado

Fonte: http://www.correiodeuberlandia.com.br

Por acreditar que seu método de ensino seja sempre eficaz, muitas

vezes o professor se opõe a realizar mudanças e, na maioria das vezes, o

resultado é apenas um: o aluno com a aprendizagem frágil e sem muitas

motivações.

O educador não precisa ser “perfeito” para fazer um grande trabalho. Fará um grande trabalho na medida em que se apresenta da forma mais próxima ao que ele é naquele momento, que se “revela” sem máscaras, jogos. Quando se mostra como alguém que está atento a evoluir, a aprender e a ensinar. O bom educador é um otimista, sem ser “ingênuo”. Consegue “despertar”, estimular, incentivar as melhores qualidades de cada pessoa. (MORAN, 2000, P. 1)

26

O profissional que acredita ter caído na rotina não busca inovações, não

se preocupa em estimular e dinamizar atividades escolares para seus alunos.

O tempo vai passando e o “macete” em trabalhar com turmas diferenciadas

acaba fazendo parte de seu cotidiano e todo esse trabalho se resume em falta

de interesse dos alunos e do professor.

Para que o professor seja um profissional satisfeito com o seu trabalho,

deve buscar alternativas para a melhoria de sua capacitação, como:

- Crescer profissionalmente atento a mudanças e aberto à atualização. - Conhecer a realidade econômica, cultural, política e social do país, lendo atenta e criticamente jornais e revistas impressos e na Internet. - Participar de atividades e projetos importantes da escola - Escolher didáticas que promovam a aprendizagem de todos os alunos, evitando qualquer tipo de exclusão e respeitando as particularidades de cada aluno, como sua religião ou origem étnica. - Orientar a prática de acordo com as características e a realidade dos alunos, do bairro, da comunidade. - Participar como profissional das associações da categoria e lutar por melhores salários e condições de trabalho. - Utilizar diferentes estratégias de avaliação de aprendizagem — os resultados são a base para você elaborar novas propostas pedagógicas. Não há mais espaço para quem só sabe avaliar com provas. (MORAN APUD PELLEGRINI, 2000, p. 1).

Um grande desafio para os professores, ainda, é adequar seu método de

ensino à perspectiva construtivista. Muitos professores ainda não conseguem

entender essa perspectiva. Acabam, até mesmo, confundindo-a com um novo

método e acabam criticando e se perdendo em seus planejamentos, podendo

prejudicar a aprendizagem de seus alunos.

O construtivismo explica os processos de desenvolvimento e aprendizagem como resultados da atividade do homem na interação com o ambiente. Piaget explica está interação valendo-se dos conceitos de assimilação, acomodação e adaptação, termos tomados da Biologia. A assimilação é a incorporação de um novo objeto ou idéia ao que já é conhecido, ou seja, ao esquema que a criança já possui. A acomodação, por sua vez, implica na transformação que o organismo sofre para poder lidar com o ambiente. Assim, diante de um objeto novo ou de uma idéia, a criança modifica seus esquemas adquiridos anteriormente, tentando adaptar-se à nova situação. (GOULART APUD PIAGET, 1983, p. 14).

27

Na perspectiva construtivista, do suíço Jean Piaget, visa-se o

desenvolvimento da aprendizagem dos alunos, por meio da assimilação,

acomodação e adaptação. Contribuindo assim, para que o aluno construa seu

conhecimento, agindo como um ser pensante e sujeito de sua própria história.

Diferentemente da repetição de comportamentos prescritos, o ato de transformar as idéias em idéias maiores, imagens mais compreensivas, foge da descrição concisa. Nós não vemos nem o conceito transformado, nem o processo de construção que precederam sua transformação. O único aspecto discernível é, uma vez mais, o comportamento do estudante, porém um tipo diverso de comportamento. No enfoque construtivista, nós não buscamos o que os estudantes podem repetir, mas o que podem criar, demonstrar e mostrar. (BROOKS, 1997, p.30).

Os alunos devem ser incentivados, provocados; para que haja um

deslocamento na sua zona de conforto, assim se tornam pessoas curiosas,

críticas, que sabem debater e exigir seus direitos dentro da sociedade, fazendo

parte dela.

Em respeito à sala de aula, outro desafio para o professor é no

planejamento de suas atividades, de modo a promover o máximo aprendizado

para cada criança, já que nunca vão encontrar uma sala homogênea, em que

todos os alunos estejam no mesmo nível alfabético.

Em um plano de sala de aula, a primeira preocupação é definir o marco operativo, ou seja, a proposta básica da disciplina, a indicação do rumo que se pretende seguir, o horizonte que se busca, o projeto de contribuição da disciplina ao crescimento das pessoas e à construção de uma sociedade. (GANDIN; CRUZ, 2007, p.29).

Para esse tipo de desafio, o professor deve ficar bem atento aos seus

alunos. Primeiramente, deve conhecer um pouco sobre cada um e o

conhecimento que eles já trazem consigo, pois os alunos nos dão várias dicas

do que é preciso saber e muitos professores não se atentam a isso e acabam

frustrados com a aprendizagem dos mesmos.

Dizer que o planejamento é o processo de descobrir necessidades concretas, através da avaliação da realidade, à luz de um necessário teórico e, depois, satisfazê-las através de ações, regras, atitudes e rotinas é algo profundamente simples. Mas pode trazer alguns erros perniciosos, não porque isso não seja verdadeiro e bom, mas porque há uso dessas mesmas palavras em outro contexto e porque o

28

processo escolar está trancado por conceitos inveterados e práticas “obrigatórias”. (GANDIN; CRUZ, 2007, p.62).

Em outras palavras, faz-se necessário realizar uma avaliação

diagnóstica.

Outro grande desafio, no processo de ensino e aprendizagem da leitura,

é receber alunos com pouca prática de leitura, sem muitas referências, com o

conhecimento prévio da forma escrita prejudicado. Para minimizar essa

dificuldade, o professor precisa promover atividades para que a criança tenha

certa convivência com jornais, revistas, livros, rótulos de produtos, para que

possa desenvolver um repertório que será utilizado para auxiliar, no processo

ensino e aprendizagem de leitura. De acordo com Délia Lerner (2002, p. 73),

Ler é entrar em outros mundos possíveis. É indagar a realidade para compreendê-la melhor, é se distanciar do texto e assumir uma postura critica frente ao que se diz e ao que se quer dizer, é tirar carta de cidadania no mundo da cultura escrita...

Conforme Lerner, a prática da leitura visa abrir novos caminhos, ler

criticamente, aprendendo a se impor diante de qualquer tipo de situação na

sociedade me que vive, tornando-se um cidadão ativo.

O primeiro aspecto que deve ser analisado é o abismo que separa a prática escolar da prática social da leitura e da escrita: a língua escrita, criada para representar e comunicar significados, aparece em geral na escola fragmentada em pedacinhos não-significativos; a leitura em voz alta ocupa um lugar muito maior na âmbito escolar que a leitura silenciosa, enquanto que em outras situações sociais ocorre o contrário; na sala de aula, espera-se que as crianças produzam textos num tempo muito breve e escrevam diretamente a versão final, enquanto que fora dela produzir um texto é um longo processo que requer muitos rascunhos e reiteradas revisões... (LERNER, 1994, p. 33).

Segundo Lerner, a transposição didática está presente em todas as

escolas, sendo inevitável, trazer textos da realidade para dentro da escola é

algo necessário para o desenvolvimento da aprendizagem, tornando-o mais

fácil, pois as crianças chegam as escolas obtendo algum conhecimento e cabe

a escola desenvolve-la.

Para trabalhar com esses alunos no começo do processo de ensino e

aprendizagem da leitura, é interessante que o professor utilize textos

29

diversificados, como por exemplo, embalagens de produtos que seus alunos

estão acostumados a ver em casa, placas de trânsito, cantigas, tudo aquilo que

eles têm contato fora da escola. Como salienta Jolibert,

Ler é ler escritos reais, que vão desde um nome de rua numa placa até um livro, passando por um cartaz, uma embalagem, um jornal, um panfleto, etc., no momento em que se precisa realmente deles numa determinada situação de vida, “para valer” como dizem as crianças. É lendo de verdade, desde o inicio, que alguém se torna leitor e não aprendendo primeiro a ler [...] (1994, p.15).

De acordo com Jolibert, a leitura é ampla, quando pequenas as crianças

começam a ler tudo aquilo que está em sua volta, não necessariamente letras

e palavras, mas sim o que gera prazer e curiosidade, no momento desejado e

por necessidade como, panfletos, embalagens, livros, entre outros.

Na tarefa de casa, é importante, nesse começo, o professor agir da

mesma maneira, por exemplo: o uso de recortes de revistas, jornais, solicitar

que tragam para a sala de aula embalagens de produtos que as mães utilizam

em casa, de alimentos preferidos, como pacote de bolacha, salgadinho,

refrigerante e chocolates.

Figura 7: Embalagens conhecidas

Fonte: http://www.google.com

30

Fazendo essas atividades de uma maneira mais lúdica e chamativa para

que os alunos se interessem e comecem a observar a forma escrita, pois como

já sabem “o nome do salgadinho preferido”, começam a fazer assimilações

entre a forma escrita e falada, compreendendo o contexto.

É comum, por exemplo, a criança perceber quando a mãe está pulando trechos da história (geralmente porque ela já está cansada e quer dar uma resumida na historinha). A criança vira e fala tem mais coisa aí, mamãe. Isso mostra que ela está já está amadurecendo como leitora e, embora ainda não leia, já faz o que chamamos de pseudoleitura. (REBELLATO, 2013, p. 1)

Conforme ressalta Rebellato, os alunos, nessa fase do desenvolvimento

da aprendizagem, realizam o que chamamos de pseudoleitura (uma falsa

leitura), na qual a criança lê porque já conhece os símbolos, como os rótulos e

embalagens de produtos, mas não sabem o significado dessas palavras.

Nos dias de hoje, outro desafio encontrado pelo professor é a participação

dos pais na vida escolar de seus filhos. Muitas crianças chegam à escola,

prejudicadas pela falta de estímulo em casa, não tem um exemplo de um leitor,

para se espelhar e o contato com a família não é suficiente para sanar seu

desejo de afeto e carinho.

Alguns pais não são ativos na vida escolar de seus filhos, não vão a

reuniões, não se interessam em saber se o filho está aprendendo, fazendo as

atividades e se comportando bem dentro da sala de aula, apenas entregam

seus filhos na porta da escola e buscam na saída.

Figura 8: Pais ausentes

Fonte: http://desabrochandopensamentos.blogspot.com.br

31

Não são todas, mas algumas dessas crianças ficam tão frustradas que

acabam se saindo mal na escola, por causa de comportamento e dificuldades

de aprendizagem. O papel dos pais é de extrema importância, para que seus

filhos cresçam e se desenvolvam de maneira saudável psicologicamente.

Mas é claro que existe uma grande porcentagem que sim, são

participativos e muito interessados na escolaridade de seus filhos.

Figura 9: Pais participativos

Fonte: http://claudia.abril.com.br

Dessa forma, a criança percebe o quando é importante o estudo, está

sempre interessada e querendo aprender mais, já que dentro de casa eles têm

um incentivo, um apoio e inspiração.

O ambiente escolar pode proporcionar um aprendizado diferenciado

para as crianças e auxiliar o professor a ensinar melhor o conteúdo. Embora

algumas pessoas acreditem que o espaço em que a escola está não faz

diferença no aprendizado da criança, um ambiente lúdico pode chamar a

atenção e dinamizar o conteúdo que, muitas vezes, é considerado chato e

desnecessário pelo aluno.

Profissionais que estão presentes nas escolas devem buscar estar

sempre inovando e tornando o lugar diferente, atrativo e que chame a atenção

do aluno, para que o incentive a querer aprender.

32

O educador que proporciona esse diferencial para seus alunos alcançará

resultados bem mais significativos do que aquele que se mantém monótono e

sem ideias diferenciadas.

As situações de leitura mais motivadoras também são as mais reais: isto é, aquelas em que a criança lê para se libertar, para sentir o prazer de ler, quando se aproxima do cantinho de biblioteca ou recorre a ela. Ou aquelas outras em que, como um objetivo claro – resolver uma dúvida, um problema ou adquirir a informação necessária para determinado projeto – aborda um texto e pode manejá-lo à vontade, sem a pressão de uma audiência. (SOLÉ, 1998, p. 91)

Para o estímulo da leitura, o professor inovador pode utilizar a biblioteca

da escola, produzir uma tabela com escala dos alunos, para que cada dia da

semana um aluno escolha uma história para contar para a turma, solicitar que

tragam de casa, se possível, algo que leu no final de semana e trazer para

compartilhar com a turma, produzir um teatro, fazendo com que os alunos

leiam suas falas, crie cantinhos da leitura, que podem ser montados dentro da

própria sala de aula, mantendo um ambiente alfabetizador lúdico e que seja

sugestivo para as crianças.

Figura 10: Leitura lúdica

Fonte: http://csantosanjos.blogspot.com.br

33

Esses diferenciais podem ser produzidos pelo educador com muito

trabalho, porém se há essa idéia de transformar lugares semelhantes aos

demais em ambientes alternativos, não é necessária a preocupação em utilizar

materiais novos. O principal objetivo deve ser tornar a aprendizagem um

diferencial para as crianças, fazer com que elas queriam, cada vez mais,

conhecer um mundo que ainda é novo para elas.

34

CAPÍTULO III

PROCESSO ENSINO – APRENDIZAGEM

3 A PESQUISA

Neste Trabalho de Conclusão de Curso foi realizada uma pesquisa

bibliográfica e qualitativa, foram analisadas e formuladas questões sobre quais

estratégias os professores utilizam para incentivar a formação de seus alunos

leitores, visando descrever as características dessa fase.

A metodologia utilizada foi um questionário para dez professores do 2º

ano do Ensino Fundamental do Ciclo I, com intuído de analisar quais

estratégias mais utilizadas para formarem alunos leitores.

O questionário foi elaborado com onze questões dissertativas, para

analisar as estratégias de leitura. Participaram desta pesquisa apenas

profissionais do sexo feminino, com tempo de serviço compreendido entre 7 e

24 anos.

Iniciou-se o questionário com a seguinte questão: “Quais as estratégias

você, professor do 2° ano do Ensino Fundamental, ut iliza para incentivar a

leitura das crianças?” Foi observado, pelas respostas, que os professores

utilizam diversificadas de estratégias, como cantinho da leitura, sacoloteca,

leituras de gêneros diversificados, por exemplo, gibis, revistas, jornais,

utilização da biblioteca da escola, roda de conversa, leitura realizada pelo

professor e pelo aluno, cartazes expostos na sala com parlendas e cantigas.

“Através de várias fontes informativas, que chamam a atenção dos

alunos para incentivar a leitura. Leitura diária de diversos gêneros, cartazes

expostos com parlendas, cantigas, músicas, textos informativos, cantinho da

leittura com livros, gibis, revistas, jornais, entre outros.”

“Para incentivar a leitura das crianças, eu como professora uso vários

tipos de genêros literários, gibis, cantigas, cartazes, a sacoloteca entregue toda

35

semana fazendo rodízio entre os alunos, leitura com entonação, leitura pelos

alunos, leitura compartilhada.”

Figura 11: Respostas da pergunta nº. 1 – Questionário dos professores.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Cantinho da

leitura

Cartazes Generos

diversificados

Leitura diaria Sacoloteca

Quais as estratégias você, professor do 2º

ano do Ensino Fundamental, utiliza para

incentivar a leitura das crianças?

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Obteve-se, com as respostas, que os professores utilizam cartazes

expostos com parlendas, cantigas, leituras diárias de vários gêneros textuais.

Deixar que as crianças tenham acesso livre ao cantinho da leitura, ao contar

uma história, realizar a leitura com entonação, para que eles possam imaginar

a história, fazendo com que tomem gosto pelo ato de ler.

Na pergunta seguinte, ”Por que devemos incentivar as crianças a

sempre terem contato com livros e outras fontes de leitura?”, as respostas

foram; para que os alunos se tornem bons leitores; para que eles aprendam

que a leitura é importante; para inserção no meio social; para que ele aprenda

melhor, desenvolvendo a criatividade, adquirindo cultura, conhecimentos e

valores.

“O contanto com os livros faz com que as crianças tomem gosto pela

leitura, é um meio de incentivá-los a ler e tornarem leitores. Além do mais

36

enriquece o vocabulário, a leitura é fundamental na vida das pessoas para

adquirirem um melhor conhecimento.”

“O objetivo de incentivar as crianças a terem contato com outras fontes

de leitura, desenvolve a linguagem oral e escrita, ampliando o vocabulário e

repertório lingüístico da criança, incentivando a reflexão e o posicionamento

sobre diferentes tipos de textos.“

Figura 12: Respostas da pergunta nº. 2 – Questionário dos professores.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

As respostas demonstraram que os professores acreditam que a leitura

é fundamental para as crianças, pois por meio dela, estas adquirem mais

conhecimentos e enriquecem o vocabulário.

A leitura abre caminhos para um mundo de oportunidades, para

vivenciar práticas sociais, para que se tornem sujeitos de sua busca pelo

conhecimento.

Quando perguntado aos professores: “Em sua opinião, qual é o papel

dos pais na formação dos filhos leitores:”, obteve-se como repostas que os pais

37

têm um papel de aproximar, incentivar e dar exemplos para os filhos, lendo

para eles histórias, anúncios, placas para que eles comecem a ter interesse por

o que está escrito e como se lê.

Figura 13: Respostas da pergunta nº. 3 – Questionário dos professores.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Com as respostas, pode-se observar que os professores concordam que

os pais são muito importantes nas realizações dos seus filhos leitores, pois o

papel principal de um pai é aproximar seu filho da leitura como, por exemplo,

tornando um passeio de carro divertido, lendo placas, anúncios, fazendo uma

brincadeira relacionada à leitura.

“É um ato memorável esse comportamento. A formação de leitor cria-se

no âmbito familiar e se processa em longo prazo, pois é através da leitura que

encontramos a possibilidade de nos instruir, educar e também divertir.”

“Os pais têm o papel de aproximar, incentivar e dar exemplos para seus

filhos, para que tomem gosto pela leitura e se tornem bons leitores, através de

hábitos de leitura de diversas fontes, lendo junto deles mostrando como é

importante, mágico e enriquecedor esse mundo letrado.”

38

Na seguinte questão, “qual a importância do professor na formação de

alunos leitores?”, obteve-se como resposta que o professor deve seguir como

modelo leitor, incentivando, apresentando leituras variadas, ser mediador e,

muitas vezes, assumir o papel da família, estimulando a criança.

Figura 14: Respostas da pergunta nº. 4 – Questionário dos professores.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Estimular o alunos Professor modelo

Qual a importância do professor na

formação dos alunos?

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Por meio dessa pergunta, pode-se observar que todos os professores

concordam que eles são uma influência muito importante para as crianças. Por

isso, o educador deve ser modelo leitor, gostar de ler, ser mediador, motivador

e fazer com que seus atos e hábitos influenciem a criança, para que a leitura

seja um ato prazeroso, despertando o interesse dos mesmos.

A aprendizagem da leitura e de estratégias adequadas para compreender os textos requer uma intervenção explicitamente dirigida a essa aquisição. O aprendiz leitor – e poderíamos chamá-lo apenas de aprendiz – precisa da informação, do apoio, do incentivo e dos desafios proporcionados pelo professor ou pelo especialista da matéria em questão. (SOLÉ, 1998, p. 18)

Quando perguntado ao professor: “Quais são os livros mais indicados

para uma criança quando está no início da alfabetização?”, os professores

39

responderam: Contos infantis, fábulas, gibis, revistas indicadas ao público

infantil, textos curtos, com ilustrações, que despertam a curiosidade da criança,

literatura, lendas, histórias em quadrinhos e poemas.

Figura 15: Respostas da pergunta nº. 5 – Questionário dos professores.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Contos Fábulas Ilustrações

chamativas

Livros conhecidos Textos curtos

Quais são os livros mais indicados para uma

criança quando está no início da

alfabetização?

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Por meio dessa resposta, foi possível analisar que os professores, de

modo geral, trabalham diversos gêneros literários. O conto está no topo da lista

e, em seguida, vêm histórias com ilustrações chamativas, entre outros, que

estão expostos no gráfico.

O objetivo principal dos professores é trabalhar variados textos, com

intuito de atingir as crianças, de modo geral, para que todas se sintam

satisfeitas com as leituras propostas, em sala de aula.

“Com boas ilustrações, letras bastão para facilitar a leitura nesse

começo da alfabetização, temas que chamam a atenção como animais,

poesias, contos, fábulas, entre outros. Aos poucos os conteúdos devem ir se

aprofundando.”

40

Na seguinte pergunta “é necessário à criança ser incentivada a ler para

ela se tornar futura leitora, ou inerente à criança ser um bom leitor?”, obteve-se,

como resposta: “Sim, pois a leitura precisa sempre ser estimulada, porém de

maneira cuidadosa para não forçar a criança, podendo gerar efeito ao

contrário”.

Figura 16: Respostas da pergunta nº. 6 – Questionário dos professores.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Com a análise das respostas, observou-se que todos os professores

acreditam que é necessário o incentivo, para que o aluno tenha um bom

desenvolvimento em seu caráter leitor.

“A leitura tem um papel importante e fundamental na vida do individuo,

pois uma pessoa que lê plenamente tem grandes chances de se tronarem

sujeitos independentes, ativos e participativos na sociedade.”

“Sim, é preciso incentivar, pois a criança de hoje está muito ligada a

computadores, celular e em casa quase não tem o habito de leitura.”

41

Quando perguntado ao professor como ele deve planejar as estratégias

de leitura com uma classe que não é homogênea, possibilitando melhorias na

aprendizagem, obteve-se como respostas: fazer diagnóstico, trabalho em

duplas produtivas, atividades diversificadas com o mesmo conteúdo,

estratégias de seleção e antecipação.

Figura 17: Respostas da pergunta nº. 7 – Questionário dos professores.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

As respostas encontradas, aos analisar as diversas possibilidades de

estratégias, as quais o professor pode vir a utilizar dentro da sala, foram bem

simplificadas, porém são as atitudes presentes em sala de aula que podem

fazer total diferença, na hora de trabalhar com os alunos.

Alternativas como preparar um ambiente alfabetizador, utilizar parlendas,

cantigas, quadrinhas populares e diversos métodos que podem ser propostos

para as crianças, visando sempre uma boa aprendizagem em sala de aula.

“Formar duplas produtivas, onde o mais experiente lê para o amigo ao

lado, o professor como modelo, fazendo leituras de gêneros diversificados,

leitura em voz alta pelo professor e sempre incentivar o aluno a dar opiniões.”

42

Na pergunta seguinte, “como fazer com que o aluno se prenda, tenha

interesse e preste atenção na leitura que está sendo realizada pelo professor”,

obteve-se como respostas: leitura com entonação de voz, histórias e contos

conhecidos, fazer gestos, modificar o ambiente, utilizar variados recursos,

como fantoches, dramatizar algumas cenas, entre outros.

Figura 18: Respostas da pergunta nº. 8 – Questionário dos professores.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Ao analisar as respostas dos professores, foi possível observar que

várias estratégias são propostas, em sala de aula, para que o aluno se

interesse pela leitura que está sendo feita pelo professor. A entonação da voz é

o meio mais escolhido pelos professores, porém não é o único. Observando o

gráfico, é possível verificar que várias maneiras podem ser utilizadas para

chamar a atenção do aluno, quando a leitura é realizada na sala.

43

Quando perguntado ao professor se em suas aulas existe um momento

reservado à leitura e, ainda, se o momento existe, como ele o planeja, foram

obtidas como respostas: todos os professores afirmaram que existe este

momento reservado, leitura diária no início das aulas, realizada pelo professor

ou pelo aluno.

Figura 19: Respostas da pergunta nº. 9 – Questionário dos professores.

Em suas aulas, existe um momento

reservado à leitura? Se existe como você o

planeja?

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Sim Leitura no

final das

atividades

Leitura no

inicio das

aulas

Leitura pelo

aluno

Leitura pelo

professor

Não

responderam

como

planejam

Fonte: Elaborado pelas autoras.

As respostas analisadas garantiram que todos os professores deixam

um horário reservado para a leitura, em sala de aula. Esse momento é variado,

de acordo com o educador, tudo deve ser levado em consideração em sua

sala, no planejamento do ele deve prever qual o comportamento de seus

alunos têm normalmente e a qual rotinas eles se adaptam melhor e assim por

diante.

Atualmente, na escola e ao longo da etapa fundamental, dedicam-se varias horas por semana à linguagem, em que se situa uma parte importante do trabalho de leitura (em geral, costuma-se prever um horário de biblioteca nas escolas, tanto na sala de aula como nos aposentos destinados a este objetivo). Além disso, a linguagem oral e escrita encontram-se presentes nas diferentes atividades próprias das áreas que constituem o currículo escolar. Assim, para muitos

44

professores, a linguagem é trabalhada continuamente. (SOLÉ, 1998, p. 34)

Essas leituras podem variar entre serem realizadas pelos alunos ou

pelo professor, isso é escolhido na hora em que será realizada. Como se pode

observar, nenhum professor relatou como realiza o planejamento dessa

atividade.

Na pergunta seguinte, com qual periodicidade você lê para seus alunos,

foi obtido como resposta que os professores leem diariamente para seus

alunos.

Figura 20: Respostas da pergunta nº. 10 – Questionário dos professores.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Todos os professores fazem a leitura diariamente para seus alunos, de

acordo com as respostas observadas. Essas leituras podem variar de acordo

com a rotina da sala e qual texto será lido para as crianças e em qual processo

da alfabetização elas estão.

45

“Todos os dias, fazendo leituras compartilhadas, leituras realizadas pelo

professor, leitura dos alunos, momento reservado a leitura de gibis e revistas,

visitas a biblioteca da escola, no começa das aulas com a leitura do alfabeto,

dos cartazes expostos pela sala com parlendas, cantigas, rimas, piadas, com o

intuito de que se sintam motivados, facilitando o processo da alfabetização e

fazendo com que se tornem bons leitores.”

Quando perguntado ao professor que tipos de leitura ele realiza em sala

de aula, foram obtidas como respostas: contos, lendas, parlendas, músicas,

poemas, poesia, noticias de jornais, fábulas, curiosidades e gibis.

Figura 21: Respostas da pergunta nº. 11 – Questionário dos professores.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

De acordo com o questionário respondido pelos professores, as leituras

trabalhadas dentro da sala de aula são diversas, os educadores procuram se

46

adaptar a rotina que seus alunos já estão acostumados. Os diversos gêneros

fazem com que as crianças conheçam diversas maneiras de leitura, cada uma

contendo a sua maneira de ler e interpretar.

47

CONCLUSÃO

Por meio desta pesquisa, foi possível constatar as diversas

possibilidades de estratégias que os professores do 2º ano do ensino

fundamental utilizam para o ensino da leitura dentro da sala de aula.

Desafios são encontrados de diversas maneiras, porém é possível

trabalhar e adaptar as necessidades de cada aluno, perante a realidade que é

encontrada em sua vida escolar e social.

Diante desta pesquisa, verifica-se que os professores buscam ser

incentivadores e modelos de leitores, para influenciar seus alunos, no ato de

ler, tornando, assim, a leitura uma atividade frequente, dentro da sala de aula,

podendo resultar em uma turma de possíveis alunos leitores. Esses incentivos

podem ser observados em sala de aula, no hábito da leitura diária, no uso de

materiais diversos e ambientes alfabetizadores.

Foi observado que as diferentes estratégias utilizadas pelos professores

do 2º ano podem ser variadas, como realizar uma leitura em voz alta para os

alunos, atuando cada uma da maneira mais adequada para a criança que está

sendo inserida no universo da leitura.

Com o auxílio e empenho de todos como, professor, aluno e familiares, o

desempenho dessa criança pode ser reconsiderado, as mudanças são

evidentes e produtivas, diante das atividades, quando são aplicadas.

Os gêneros diversificados trarão para o aluno a possibilidade de ampliar

seus conhecimentos e vocabulário, trazendo o conhecimento de mundo que

todos devem possuir.

48

REFERÊNCIAS

AGUIAR, Vera Teixeira de. Conceito de leitura . São Paulo: UNESP, Pró-Reitoria de Graduação, 2004. BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e leitura. São Paulo: Cortez, 1994. BROOKS, Jacqueline Grennon; BROOKS, Martin Grennon. Construtivismo em sala de aula. Porto alegre: artes médicas, 1997. CALAIS, Claudia Buzzette. In: A Importância dos livros para a formação de leitores, 2013. Disponível em: <http://www.fundacaobunge.org.br>. Acesso em: 05 nov. 2013. GANDIN, Danilo; CRUZ, Carlos Henrique Carrilho. Planejamento na sala de aula. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2007. GOULART, Luis Barbosa. Piaget. Experiências básicas para utilização pelo professor. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1983. JOLIBERT, Josette. Formando crianças leitoras. Tradução: Bruno C. Magne. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. LERNER, Delia. Ler e escrever na Escola: o real, o possível e o ne cessário. Porto Alegre: Artmed, 1994. MOLINA, Olga. Ler para aprender: desenvolvimento de habilidades d e estudo. São Paulo: EPU, 1992. MORAN, José Manuel. In : Novos desafios para o educador, 2000. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/desafios>28 out. 2013. REBELLATO, Maria Clara. In: 11 maneiras de ajudar na alfabetização do seu filho, 2013. Disponível em: <http://escolaerodrigues.com.br>. Acesso em: 05 nov. 2013. ROLLA, Ângela da Rocha. A formação do leitor . São Paulo: UNESP, Pró-Reitoria de Graduação, 2004.

49

SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. TEBEROSKY, Ana; COLOMER,Teresa. Aprender a ler e a escrever: uma proposta construtivista. Porto Alegre: Artmed, 2003.

50

APÊNDICES

51

APÊNDICE A – QUESTÕES PARA O PROFESSOR .

Este questionário foi elaborado pelas alunas do VI semestre de

Pedagogia Bruna, Jéssica e Larissa para pesquisa do Trabalho de Conclusão

de Curso – O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LEITURA NO

2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.

Favor responder as questões abaixo, pois elas são importantes para o

esclarecimento de nossa pesquisa.

Data de entrega da pesquisa 28/10/2013

Desde já, agradecemos sua colaboração.

Professor de Ensino Fundamental I

Tempo de serviço: ___________

Formação: _________________

1- Quais as estratégias você, professor do 2º ano do Ensino Fundamental

utiliza para incentivar a leitura das crianças?

2- Por que devemos incentivar as crianças a sempre terem contato com

livros e outras fontes de leitura?

3- Em sua opinião, qual é o papel dos pais na formação dos filhos leitores?

4- Qual é a importância do professor na formação de alunos leitores?

5- Quais são os livros mais indicados para uma criança quando está no

inicio da alfabetização?

6- É necessário à criança ser incentivada a ler para ela se tornar uma

futura leitora, ou inerente à criança ser um bom leitor?

52

7- Como o professor deve planejar as estratégias de leitura com uma

classe que não é homogênea, possibilitando melhorias na

aprendizagem?

8- Como fazer com que o aluno se prenda, tenha interesse e preste

atenção na leitura que está sendo realizada pelo professor?

9- Em suas aulas, existe um momento reservado à leitura? Se existe como

você o planeja?

10- Com qual periodicidade você lê para seus alunos?

11- Que tipos de leitura você realiza em sala de aula?

53

APÊNDICE B

TABELA DOS RESULTADOS DA PESQUISA

Tabela 1. Pergunta nº. 1 feita aos professores.

Quais as estratégias você, professor do 2° ano do E nsino Fundamental utiliza

para incentivar a leitura das crianças?

Cantinho da

leitura

Cartazes Gêneros

diversifica-

dos

Leitura diária

Sacoloteca

5 2 7 10 6

Tabela 2. Pergunta nº. 2

Por que devemos incentivar as crianças a sempre terem contato com livros e

outras fontes de leitura?

Adquirir

conhecimento Desenvolver criatividade

Enriquecer vocabulário

Formar bons leitores

7 3 4 4

Tabela 3. Pergunta nº. 3

Em sua opinião, qual é o papel dos pais na formação dos filhos leitores?

Pais modelos Pais incentivadores

10 10

54

Tabela 4. Pergunta nº. 4

Qual a importância do professor na formação de alunos leitores?

Estimular o aluno Professor modelo

4 6

Tabela 5. Pergunta nº. 5

Quais são os livros mais indicados para uma criança quando está no inicio da

alfabetização?

Contos

Fábulas Ilustrações

chamativas Livros

conhecidos Textos curtos

7

5

6

3

4

Tabela 6. Pergunta nº. 6

É necessário à criança ser incentivada a ler para ela se tornar futura leitora, ou

inerente à criança ser um bom leitor?

Sim

10

Tabela 7. Pergunta nº. 7

Como o professor deve planejar as estratégias de leitura com uma classe que

não é homogênea possibilitando melhorias na aprendizagem?

55

Diagnóstico inicial Duplas produtivas Trabalho diversificado

10 6 9

Tabela 8. Pergunta nº. 8

Como fazer com que o aluno se prenda, tenha interesse e preste atenção na

leitura que está sendo realizada pelo professor?

Contar histórias

conhecidas Textos ilustrados

Fazer gestos

Ler com emoção Selecionar bons

textos

Leitura com entonação de voz

Modificar a voz

Suspense dos fatos

Utilização de recursos

2 3 7 1

Tabela 9. Pergunta nº. 9

Em suas aulas, existe um momento reservado à leitura? Se existe como você o

planeja?

Sim

Leitura no final das atividades

Leitura no início das aulas

Leitura pelo aluno Leitura pelo professor

10 3 6 5

Tabela 10. Pergunta nº. 10

Com qual periodicidade você lê para seus alunos?

Diariamente

10

56

Tabela 11. Pergunta nº. 11

Que tipos de leitura você realiza em sala de aula?

Cantiga Conto Curiosidade Fábula Gibi Lenda Música Notícia de jornal Parlenda Poesia Receita

10 8 4 3 10 4 2 8 10 2 1

57