20
O RIOMOINHENSE ANO III * Nº 15 * NOVEMBRO 2008 DIRECTOR: RUI ANDRÉ Fonte da Chã

O RIOMOINHENSE NOVEMBRO 2008 - riodemoinhos.netriodemoinhos.net/images/_RIODEMOINHOS/BOLETIM/A15.pdf · esculpe em madeira de laranjeira, limoeiro, ... há outros que não consigo

  • Upload
    trannhi

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: O RIOMOINHENSE NOVEMBRO 2008 - riodemoinhos.netriodemoinhos.net/images/_RIODEMOINHOS/BOLETIM/A15.pdf · esculpe em madeira de laranjeira, limoeiro, ... há outros que não consigo

O R

IOM

OIN

HE

NS

EAN

O III *

Nº 1

5 * N

OVEM

BRO 2

008

DIREC

TOR:

RUI A

NDRÉ

Fonte da Chã

Page 2: O RIOMOINHENSE NOVEMBRO 2008 - riodemoinhos.netriodemoinhos.net/images/_RIODEMOINHOS/BOLETIM/A15.pdf · esculpe em madeira de laranjeira, limoeiro, ... há outros que não consigo

NOVEMBRO 2008Editorial2

A vida está cada vez mais difícil de viver.Temos cada vez mais deveres do que direitos.Pensámos que temos mais liberdade mas é puro engano nosso, na prática é exactamente ao contrário – pagamos mais impostos e os nossos direitos resu-mem-se a uma única palavra: sobrevivência.As pessoas pensam que compram o que querem e como querem, mas na realidade é exactamente ao contrário. Fazemos aquilo que os poderosos querem utilizando uma ferramenta poderosa - os media.Ora vejamos:As despesas são muitas e os ordenados não chegam para fazer face às nossas necessidades. Temos de saber controlar tudo muito bem e sobretudo o que entra no orçamento familiar e o que sai todos os meses, como renda da casa, telemóvel, carro, gasolina ou gasóleo, electricidade, água, roupa e muitos mais. Temos de saber gerir bem as nossas despesas.Por isso, imitar os outros e endividar-se cada vez mais não é a solução.Devemos seleccionar aquilo que nos faz falta. Sei que não é fácil e tudo aquilo que os outros têm e aquilo que gostaríamos de ter, mas não podemos cair na teia do consumismo desmazelado e cada mais apetitoso.A publicidade é cada vez mais forte, por isso devemos

ter muito cuidado.A felicidade nem sempre passa pelo dinheiro nem pelo materialismo.Ser feliz é mais do que isso.Ser feliz é andar calmamente pelos caminhos, ouvir os passarinhos, falar com os amigos sobre as coisas da vida, aprender e ensinar os outros, ajudar o próximo...Se as pessoas ao nosso lado forem felizes então nós também o seremos.Nem tudo nesta vida é mau, o que realmente interessa é a forma como a interpretamos.

“Ser feliz não é ter um céu sem tempestades, cami-nhos sem acidentes, trabalho sem fadiga, relacio-namentos sem decepções. Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso mas sim reflectir sobre a triste-za! Ser feliz não é apenas comemorar o sucesso

mas sim aprender lições com os fracassos! Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se autor da sua própria história! Por isso nunca desistas de ti mesmo, nem de ser feliz!” – autor

desconhecido.

Façam favor de serem felizes …A vida é curta, devemos aproveitá-la ao máximo

Rui AndréDirector

A COMPLEXIDADE DA VIDA

Page 3: O RIOMOINHENSE NOVEMBRO 2008 - riodemoinhos.netriodemoinhos.net/images/_RIODEMOINHOS/BOLETIM/A15.pdf · esculpe em madeira de laranjeira, limoeiro, ... há outros que não consigo

NOVEMBRO 2008Recepção

PROPRIEDADEAssociação JuvenilRemoinhos d’Àgua

DIRECTORRui André

REDACÇÃOMário Medroa

Rui AndréSónia Pacheco

PAGINAÇÃOSónia PachecoPUBLICIDADEMário Medroa

CONTACTO960211062

[email protected]

COLABORARAMNESTE NÚMERO

Adolfo Pires;Elisabete Cruz;Fátima Belém;

Liliana Carvalho;M.L.J.

3

Não, não vou falar sobre o 25 de Abril de 1974, afinal ainda nem sequer era nascido quando esse dia se tornou para os portugueses no dia da revo-lução dos cravos, mas posso falar um pouco do Portugal actual, de alguns dos proveitos dessa data histórica e de alguns dos problemas que dessa revolução advieram.A data deve realmente ficar para a história, pois influenciou a vida de várias gerações de portugueses, de tal forma que hoje já ninguém é mobiliza-do para a guerra do Ultramar, existem diversos meios de comunicação social, logo existe liberdade e pluralidade de expressão, existe liberdade de movimento de pessoas, já não existe a PIDE… existe DEMOCRACIA, a tão desejada democracia!Com a democracia, os portugueses passaram a ter ao seu dispor vários espaços e ferramentas de intervenção democrática (assembleias de freguesia e municipais, abaixo-assinados, blogs, crónicas em jornais, rádios e televisões, livros de reclamações…), onde as suas

“E A REVOLUÇÃO QUE FALTA?”

Mário MedroaPresidente da AssociaçãoJuvenil Remoinhos d’Água

opiniões são valorizadas, onde podem decidir sobre o futuro dos seus filhos, onde podem intervir para melhorar as condições das suas cidades, vilas ou aldeias…, mas que os portugue-ses não conhecem, não usam e nem sequer sabem usar, o que nos remete para uma questão pertinente: “Se o 25 de Abril foi útil para todas as conquis-tas acima transcritas, não seria útil uma nova revolução, mas nas mentalidades dos cidadãos, para que novas conquis-tas se alcancem?” “Sim, seria!” Porque só com cidadãos interventivos e informados é que se consegue discutir e encontrar novas formas de intervenção e de supervi-são da gestão do país, dos concelhos ou das freguesias, porque não é com “Kazukuteiros” que se resolvem os problemas e porque hoje já nenhum órgão executivo fica fragilizado com uma queda de uma cadeira!

“Kazukuteiros” – confusionista, agiota, em Kimbundu (dialecto Angolano) confusão

O RIOMOINHENSE

Gráfica“Prova de Cor”

Abrantes

400 exemplares

Page 4: O RIOMOINHENSE NOVEMBRO 2008 - riodemoinhos.netriodemoinhos.net/images/_RIODEMOINHOS/BOLETIM/A15.pdf · esculpe em madeira de laranjeira, limoeiro, ... há outros que não consigo

NOVEMBRO 20084 À conversa com...

Já em criança fazia os seus pró-prios brinquedos e agora, depois de reformado, “em vez de andar por aí encostado”, dedicou-se a esta arte. É bastante trabalhoso e a paciência, especialmente para executar os mais pequenos pormenores, é essencial. Mas enquanto está debruçado sobre a bancada da sua oficina até esque-ce a vida que corre cá fora.

JOSÉ AMARO

Carros, carroças, alfaias agrícolas, moinhos, barcos ou até represen-tações de alguns locais de Rio de

Moinhos são peças que José Amaro esculpe em madeira de laranjeira,

limoeiro, pinheira ou pinho.

Em casa tem expostas as cerca de meia centena de peças em ma-deira que esculpiu durante os últi-mos cinco anos. A Igreja de Rio de Moinhos, freguesia onde reside, foi uma das primeiras peças que fez depois de se reformar da PSP. A Fonte da Chã ou a Fonte das Duas Bicas são outras das réplicas da sua aldeia. A primeira tem a parti-cularidade de nela se poder ver a bica original. “Também é preciso ter conhecimentos acerca do que se está a retratar”, acrescenta José Amaro, 57 anos.Para além das réplicas, há peças guardam consigo uma história. É o caso do “Gaio”, um dos barcos que outrora navegou no rio Tejo. José Amaro até ajudou a pintar o original. “Era do meu grande

amigo Zé Maria. Uma semana depois de ele morrer queimaram o barco, mas eu fiquei com uma réplica feita por mim”. Também as alfaias agrícolas que esculpiu lhe relembram a sua juventude já que viveu numa quinta na Chainça e na Quinta D. Maria Amélia, em Vale de Roubam.No entanto, há ainda outras peças que nem são réplicas, nem guardam histórias. São criações suas, baseadas no que conhece ou no que vai vendo. É o caso da caravela. “É tudo inteiriço, o casco foi escavado na madeira e até tem canhões”, explica José Amaro, afirmando que a criatividade também se alia a esta arte. O carro de mão é uma garrafeira e a peça que era para ser um barril, para pôr em cima da carroça, rachou e foi transformado num baú.José Amaro não sabe determi-nar com exactidão o tempo que demora na feitura de cada peça já que, por vezes, começa a trabalhar numa outra peça sem ter termi-nado a que ainda estava a escul-pir. Outras vezes chega mesmo a modificar algumas depois de concluídas. Por outro lado, “há dias que não toco nisto, mas depois há outros que não consigo sair da oficina e a minha mulher até tem de lá me ir chamar”. José Amaro, que nunca será capaz de vender nenhum dos seus trabalhos, reve-la ainda que já lhe pediram para esculpir a Rua do Canto, onde mora.

Page 5: O RIOMOINHENSE NOVEMBRO 2008 - riodemoinhos.netriodemoinhos.net/images/_RIODEMOINHOS/BOLETIM/A15.pdf · esculpe em madeira de laranjeira, limoeiro, ... há outros que não consigo

NOVEMBRO 2008 5Novas

Quatro jovens da Associação Juvenil da nossa freguesia, juntamente com mais 48 jovens de outras associa-ções juvenis do concelho de Abrantes, visitaram a expo-sição mundial de Saragoça em Espanha, que tinha como tema “A água e o desenvolvi-mento sustentável”.Durante a visita foi possí-vel viajar no teleférico que sobrevoa o recinto e de onde se vê quase toda a cidade de Saragoça, visitar diversos pavilhões temáticos, onde predominavam temas como a utilização racional da água, a sua escassez e os efeitos adversos que daí advirão… e foi também possível visitar pavilhões dos vários países que lá estavam representa-dos, bem como assistir no final da noite a um grandioso espectáculo relacionado com o tema da água.De salientar que este tema merece a atenção de todos nós, pois existem actualmen-te, vários conflitos no mundo devido a escassez de água e nós não estamos imunes a essa mesma escassez.

REMOINHOS D’ÁGUA NA EXPOSIÇÃO MUNDIAL DE SARAGOÇA 2008

Page 6: O RIOMOINHENSE NOVEMBRO 2008 - riodemoinhos.netriodemoinhos.net/images/_RIODEMOINHOS/BOLETIM/A15.pdf · esculpe em madeira de laranjeira, limoeiro, ... há outros que não consigo

NOVEMBRO 20086 Novas

Portaria n.º 889/2008 de 14 de AgostoPor requerimento dirigido ao Ministro da Agricultura, do Desenvol-vimento Rural e das Pescas, um grupo de proprietários e produtores florestais, para o efeito constituído em núcleo fundador, veio apre-sentar um pedido de criação de uma zona de intervenção florestal (ZIF) abrangendo vários prédios rústicos das freguesias de Aldeia do Mato, Rio de Moinhos e Martinchel, do município de Abrantes.Foram cumpridas todas as formalidades legais previstas nos artigos 6.º a 9.º do Decreto -Lei n.º 127/2005, de 5 de Agosto, que estabelece o regime de criação das ZIF, bem como os princípios reguladores da sua constituição, funcionamento e extinção, e observado o disposto na Portaria n.º 222/2006, de 8 de Março, que estabelece os requisitos das entidades gestoras das ZIF.A Direcção -Geral dos Recursos Florestais emitiu parecer favorável à criação da ZIF.Assim:Ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 127/2005, de 5 de Agosto:Manda o Governo, pelo Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, o seguinte:1.º É criada a zona de intervenção florestal de Aldeia do Mato (ZIF n.º 24, processo n.º 015/06 -DGRF), com a área de 3254,44 ha, cujos limites constam da planta anexa à presente portaria e que dela faz parte integrante, englobando vários prédios rústicos das freguesias de Aldeia do Mato, Rio de Moinhos e Martinchel, do município de Abrantes.2.º A gestão da zona de intervenção florestal de Aldeia do Mato é assegurada pela Logística Florestal Central de Produção e Serviços Florestais, S. A., com o número de pessoa colectiva 505 840 480 e sede na Rua de São João de Deus, 15, 7570 -308 Grândola.Pelo Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Ascenso Luís Seixas Simões, Secretário de Estado do Desenvolvimen-to Rural e das Florestas, em 6 de Agosto de 2008.

Diário da República, 1.ª série — N.º 157 — 14 de Agosto de 2008

ZIF ABRANGE ALDEIA DO MATO,MARTINCHEL E RIO DE MOINHOS

Page 7: O RIOMOINHENSE NOVEMBRO 2008 - riodemoinhos.netriodemoinhos.net/images/_RIODEMOINHOS/BOLETIM/A15.pdf · esculpe em madeira de laranjeira, limoeiro, ... há outros que não consigo

NOVEMBRO 2008 7Crónica

- Na rua das morgadas existia um talho de carne de carneiro, mesmo ao lado da taberna do Manuel Pires. Ao fundo dessa rua, habitava só durante os meses de verão num grande edifício a família Pimenta de Cas-tro. Um dos Castro foi professor da Dra. Vanda Esteves na escola superior de farmácia. Ao lado dos Castro habitava a família do José Estrela que ia para Abran-tes aprender o ofício de mecânico de automóveis, mais tarde e já como graduado militar, foi chefe das oficinas auto da companhia “trem-auto” na rua Tomás Ribeiro em Lisboa. Ainda na mesma rua, morava tam-bém o Carlos Patrício que era casado com a Amélia Pereira. No final da rua existiam uns armazéns do João Pereira e do Victor Pereira. Esta rua era bastante engraçada, pois era em forma de “L” o que era muito raro na altura e também dava acesso as habitações da rua direita, que de direita tem pouco, pois é bas-tante sinuosa, mas que era um nome vulgar para as ruas, pois quase em todas as povoações havia uma rua direita.

- As moças do meu tempo, por volta dos anos 40-50, devem lembrar-se da moda de dançar nos bailari-cos da terra “ dançar à Pascácio”, que era o Fernando Morgado, que tinha uma irmã de nome Isabel, ele estudava agronomia e morava defronte da antiga es-cola dos rapazes na rua Dr. João de Deus, mas tenho algumas dúvidas porque na mesma casa, morava a família covão, donos da antiga serração Covão. O pai do Fernando vivia na amoreira e era conhecido pelo “Morgado da Amoreira”

- Histórias verídicas e longas do extinto “Alfaiate Marcado”: que morava num rés-do-chão, no antigo edifício da Filarmónica Riomoinhense, que fazia

RECORDANDOO PASSADO

ADOLFO PIRES

esquina entre a rua direita e a rua das duas bicas e que mais tarde foi viver para o fundo da aldeia, antes da taberna do Luís Braz e do Guilhermino, na “rua da estrada” como se dizia na época. Uma vez o “Morgado da Amoreira” foi tirar as medidas para um fato de vestir e o “Alfaiate Marcado” disse-lhe para se deitar no chão, o que o outro realmente fez, depois o “Marcado” contornou o seu tronco e membros com um giz, provando assim que um era esperto e o outro pouco inteligente. O “Marcado” tinha um filho de nome Jerónimo que morava em Lisboa e que era funcionário da “Companhia das águas de Lisboa”.

- Durante os dias das festas de Setembro no adro da igreja, a clientela do João Gama que tinha uma taber-na no fundo da aldeia, ia para o “retiro dos pacatos” para beber uns copos de vinho, só que o “esperto” do “Marcado”, a pedido do “esperto” do João Gama, ia aliciar-lhe clientes, oferecendo-lhes alguns copos de vinho para que os amigos depois pagassem diversas rodadas de copos de vinho, fazendo assim movimen-to na referida tasca.

Page 8: O RIOMOINHENSE NOVEMBRO 2008 - riodemoinhos.netriodemoinhos.net/images/_RIODEMOINHOS/BOLETIM/A15.pdf · esculpe em madeira de laranjeira, limoeiro, ... há outros que não consigo

NOVEMBRO 20088 Novas

A Casa do Povo de Rio de Moinhos promoveu, no dia 4 de Outubro, o seu XVII Festival de Folclore que, para além do grupo anfitrião, contou ainda com a participação dos Ranchos Folclóricos de Vila do Conde, Martinchel e Arreciadas .Depois do desfile pela aldeia, a nova direcção da Casa do Povo entregou lembranças aos presentes pela partici-pação neste festival e, logo de segui-da, “Os Moleiros”, de Rio de Moinhos inauguraram o palco. Seguiram-se as actuações dos Ranchos Folclóricos de Vila do Conde, Martinchel e Arreciadas.A noite terminou com a animação de um grupo musical e de um grupo de danças.No dia seguinte, domingo, foi celebrada uma missa em memória dos sócios da Casa do Povo já falecidos.

FESTIVALDE FOLCLORE

VIVER A CULTURA

“A dança é a Harmonia mais perfeita entre o corpo e o

espírito”

Desde tempos remotos que os sons e a dança começaram a povoar o universo do ser hu-mano como forma de mostrar sensações, valores e vontades. Já na antiguidade clássica, os gregos viam a dança como a arte mais perfeita entre o corpo e o espírito, na qual era possível conciliar vários “ingredientes” como elegância, destreza, harmonia e força. Arte que foi sendo desenvolvida pelos vários povos e comunidades ao longo dos tempos e sofrendo transformações de acordo com as vivências e experiências, de-sembocando nas mais variadas culturas regionais.Aos oito anos entrei para o grupo, apenas como dançarina, e mais tarde, depois de apurado o gosto pela música e pelas danças, enveredei por uma carreira profissional ligada à área da música, após uma formação académica de quatros anos. Vivendo durante anos numa região na qual a cultura musi-cal foi e continua a ser vivida através de vários movimentos associativos (rancho, banda, escola de música, clube de futebol, entre outros), foi fácil perceber e valorizar a impor-tância do trabalho de equipa e o esforço comunitário para

fazer reviver essa mesma cultura musical e, por isso, abracei um dos projectos, a organização do grupo de Folclore “Os Moleiros”, de Rio de Moinhos.Como referência da região, dan-ça típica ribatejana, o folclore continua a dar vida à mesma e a mostrar a cultura e a histó-ria dos nossos antepassados. Torna-se assim fundamental, hoje mais que nunca, prolongar esta vivência de associativismo na Casa do Povo que alimenta o grupo de folclore, o mesmo que tem vindo a demonstrar a nível nacional, de norte a sul do país, e internacional a dança tradicio-nal da nossa terra.No sentido de nos mantermos fiéis e de acreditarmos num futuro risonho para o prolon-gamento da cultura desta terra, torna-se imprescindível con-tinuar com a prossecução do projecto, através de um interes-se verdadeiro e de uma parti-cipação activa na instituição. Contamos com o vosso apoio para que a mesma se prolongue durante anos e anos, dando asas ao sonho.

Contextualização histórica:Grupo de folclore

“Os Moleiros”

No ano de 1985, mês de Feve-reiro, os Jovens da nossa terra pensaram fazer uma pequena marcha de Carnaval, com a

Page 9: O RIOMOINHENSE NOVEMBRO 2008 - riodemoinhos.netriodemoinhos.net/images/_RIODEMOINHOS/BOLETIM/A15.pdf · esculpe em madeira de laranjeira, limoeiro, ... há outros que não consigo

NOVEMBRO 2008 9Novas

| LILIANA CARVALHO |

ajuda do Sr. José Patrício (nessa altura maestro da Banda filarmó-nica).Toda a aldeia gostou e apreciou, pois há muitos anos que não se fazia uma marcha de Carnaval. Apresentamos o nosso trabalho em diversos locais e fomos muito bem recebidos. O transporte era feito numa carrinha de caixa aberta que pertencia ao Sr. Antó-nio José Batista mais conhecido pelo Tonho Zé dos Alumínios. Foi nessa carrinha, todos contentes que percorremos vários locais perto da nossa terra. As raparigas com as suas pandeiretas com fitas de várias cores, esvoaçavam conforme o andamento, os rapazes batiam palmas e cantávamos todos juntos. Foram três dias de muito divertimento.Passou-se o mês do Carnaval e todos ficaram muito tristes, pois tinha acabado o grupo. Na Casa do Povo surge então uma nova direcção, no qual fazia parte algumas pessoas da terra como por exemplo: o Sr. Luís Manuel Francisco (presidente), Sr. Mário Carvalho (tesoureiro) Sr. Manuel Teodoro, Sr. José Ferreira, entre outros. Os mesmos resolvem afixar um papel de inscri-ção para formarem um Grupo de Folclore e todos os jovens se mostraram interessados em abraçar o novo projecto cultural da terra.A aderência foi positiva, tão positiva que em vez de um grupo, formaram-se dois, Rancho Folclórico da Casa do Povo e o Rancho Folclórico das Saias Rodadas, qualquer um deles tinha bastante elementos e muito diversificado nos trajes e músicas.Numa tentativa séria de trabalho, a Direcção convida o Sr. Fortes (Abrançalha) para vir trabalhar e ensaiar o nosso Rancho. Os ensaios começaram com muito trabalho e muita dedicação, pois quase ninguém sabia dançar folclore, chegávamos a estar mais de uma hora fechados no salão da Casa do Povo a trabalhar os passos, a postura, o levantar os braços, alternando

entre rapazes e raparigas. Mais tarde começamos a ensaiar to-dos juntos: músicos: vocalistas e instrumentistas e os dançarinos.Na sequência de todos os por-menores conseguiu-se com a experiência do ensaiador e a nos-sa força de vontade de vencer e formar o grupo de Folclore.Na época a Casa do Povo estava um pouco fraca de finanças e por isso só meia dúzia de elementos foram vestidos com os trajes antigos. Um dos objec-

tivos principais eram manter viva as nossas tradições e tentar representar os nossos antepassados. Os outros elementos foram vestidos quase todos de igual; as raparigas de saia vermelha, blusa e avental brancos e lenço na cabeça; os rapazes de calça, colete e chapéu preto com camisa branca. O nosso estandarte tam-bém pensado com todo o cuidado, pois é entidade do grupo, foi confeccionado com muito orgulho pela Sr. Manuela Serrano (costureira).Depois de tudo tratado foi marcado o dia da nossa inauguração.A primeira apresentação foi no dia 29 de Junho de 1986. Convidamos o Rancho Folclórico “Os Esparteiros” de Mouriscas, para nossos padrinhos.No adro das festas a população juntou-se com muita expectativa do que iriam ver. Os dois grupos juntaram-se na presença das altas individualidades da nossa terra na altura (Presidente da Junta e Filarmónica) e também do nosso pároco o Padre Sousa e foi feita a cerimónia. De seguida a consagração do nosso baptis-mo o qual foi dado o nome de Rancho Folclórico “Os Moleiros” da Casa do Povo de Rio de Moinhos. E assim começou o nosso grupo. Em nome de todos os elementos que hoje dão vida ao grupo de folclore, obrigada aos que ajudaram a criar e aos que ajudam a manter!

Colaboração: Elisabete Cruz

EM RIO DE MOINHOS

Page 10: O RIOMOINHENSE NOVEMBRO 2008 - riodemoinhos.netriodemoinhos.net/images/_RIODEMOINHOS/BOLETIM/A15.pdf · esculpe em madeira de laranjeira, limoeiro, ... há outros que não consigo

NOVEMBRO 200810 Novas

TRÂNSITO EM

Este artigo tem como objectivo clarificar algumas situações sobre as alterações do trânsito na aldeia de Rio de Moinhos.As conversas são muitas e nem sempre correspon-dem a verdade.Passo a explicar.Como tudo começou …A Câmara Municipal de Abrantes tem desde há mui-tos anos várias situações por resolver no concelho sobre o trânsito. Já resolveu algumas e vai continuar a intervir.Relativamente à aldeia de Rio de Moinhos, este executivo assim como outros anteriores entenderam que a parte urbana da aldeia tinha um problema de tráfego rodoviário em alguns pontos mais sensíveis.A fluidez do trânsito tinha de ser resolvida.Os técnicos da Câmara Municipal fizeram o projecto. O executivo da Câmara aprovou-o numa reunião de Câmara.As coisas nem sempre são resolvidas como se quer. Existem técnicos para esse problema e a lei em vigor estabelece competências próprias para as Câmaras e para as Juntas de Freguesia. Neste caso a responsabilidade é da autarquia abran-tina.Em Dezembro de 2007, na Assembleia Municipal de Abrantes, eu informei o presidente da Câmara e os presentes que o trânsito na aldeia era muito compli-cado e que num futuro próximo seria ainda mais.Os carros são estacionados de qualquer maneira (em dupla fila), os sinais já não são respeitados e os con-dutores fazem da estrada aquilo que bem entendem

| RUI ANDRÉ | – uma anarquia total.E nós todos contribuímos com isso porque não chamamos a GNR para resolver o problema – temos medo das represálias e não queremos ter problemas.Eu respeito essas atitudes mas não concordo com elas. Por isso, e face a estes abusos de falta de cidadania, as coisas tinham de mudar – para o bem da estabili-dade dos direitos dos cidadãos.Não é o povo que faz as leis. O povo elege os políti-cos que fazem as leis e estas têm de ser respeitadas.Ninguém pode proibir qualquer pessoa de estacio-nar ao lado da sua habitação. O estacionamento nos lugares públicos são públicos.A via pública é de todos e para todos. Tem de existir bom senso entre todos.Continuando …Desde a Assembleia de Dezembro nunca mais se falou sobre isso até ao início de Agosto, quando a Junta de Freguesia recebeu um edital sobre as altera-ções do trânsito na aldeia.Agosto, mês de férias, e como tal poucas pessoas na aldeia e muita gente na praia.O mês passou e após ter tomado conhecimento des-te assunto, o presidente da Assembleia de Freguesia decidiu antecipar a Assembleia de Freguesia três semanas antes da data habitual.Essa sessão decorreu na aldeia da Pucariça – essas reuniões são felizmente rotativas – e os dados relati-vos ao trânsito eram escassos na altura da reunião (a Junta estava a aguardar uma reunião com o vereador responsável pelo pelouro a fim de receber informa-ções detalhadas e ter um mapa com os desenhos – reunião realizada no dia 9 de Setembro).Na Assembleia de Freguesia realizada na Pucariça, no dia 12 de Setembro, o executivo fez uma propos-ta aos membros da Assembleia para realizar uma

Page 11: O RIOMOINHENSE NOVEMBRO 2008 - riodemoinhos.netriodemoinhos.net/images/_RIODEMOINHOS/BOLETIM/A15.pdf · esculpe em madeira de laranjeira, limoeiro, ... há outros que não consigo

NOVEMBRO 2008 11Novas

RIO DE MOINHOS

Assembleia extraordinária em Rio de Moinhos a fim de explicar o projecto da CMA e ouvir opiniões dos presentes (mas nunca de aprovar nada porque não havia nada para aprovar).A CMA é que aprovou na sua reunião de Câmara. Este problema nem foi a Assem-bleia Municipal porque não é preciso.A Assembleia extraordinária realizou-se no dia 18 de Se-tembro (uma semana depois) na sede social onde estive-ram presentes 48 pessoas do público. A Junta mostrou o projecto, ouviu as pessoas e fez um resumo das diversas interven-ções e entregou em mão ao vereador da CMA.No final da reunião, as informações foram no sentido de se melhorar algumas situações, tais como: passa-deiras, lombas, sinais em falta, casa do Sr. Diamantino negociada e comprada pela Câmara Municipal e por fim, resolução dos dois sentidos da Rua Dr. João de Deus até a Rua do Canto.Fica esta última informação:1. A marcação das Assembleias de Freguesia é da úni-ca e exclusiva responsabilidade da mesa da Assem-bleia e dos seus membros (Decreto Lei n.º 169/99).2. Os técnicos da Câmara Municipal fizeram o projec-to, vieram ao local, tiraram medidas etc. ..... e realiza-ram o projecto final sem nunca consultar a Junta de Freguesia.

3. Nunca houve da parte da Câmara Municipal nenhuma reunião sobre o projecto até ao dia 9 de Setembro de 2008 onde o Sr. Vereador mostrou o projecto em desenho que foi mostrado na Assem-bleia de Freguesia.4. A Assembleia de Freguesia extraordinária serviu para explicar toda esta situação que acabo de resu-mir. Serviu para ouvir sugestões, alterações, críticas… enfim, tudo o que as pessoas quisessem apresentar na Assembleia.

Perderei a minha utilidade no dia em que abafar a voz da consciência em mim.Mahatma Gandhi

Page 12: O RIOMOINHENSE NOVEMBRO 2008 - riodemoinhos.netriodemoinhos.net/images/_RIODEMOINHOS/BOLETIM/A15.pdf · esculpe em madeira de laranjeira, limoeiro, ... há outros que não consigo

NOVEMBRO 200812 Novas

JOÃO GARRAFÃO966 264 516

S E G U R O S

C. Nº 129 988 049 Tel.: 241 881 154 Rio de Moinhos-Abrantes

FARMÁCIA ESTEVESDirecção Técnica:

Maria Lurdes L. P. Rosa

FONTE DA CHÃ

A construção da Fonte da Chã, situada na Rua Dr. João de Deus, em Rio de Moinhos, teve início em 1925.Artur Lopes Bexiga, de Amoreira, e Francisco Borda d´Àgua, de Rio de Moinhos, dois funcionários da câmara municipal da época foram os autores, estando os seus nomes gravados no interior da construção.João Jacinto, funcionário da Junta de Freguesia, explica que existe um depósito, com capacidade para um metro cúbico, que está ligado por um cano à mina, situada cerca de dez metros acima. Da mina segue outro cano até outro depósito, colocado a 80 cm do chão.Por vezes, o sabor da água resulta das raízes que se infiltram no primeiro cano (entre a mina e o depósito).Existe ainda uma caixa de limpeza que foi construída há 2 anos, assim como os dois funcionários da Junta de Freguesia fazem regularmente a manutenção desta construção.

Page 13: O RIOMOINHENSE NOVEMBRO 2008 - riodemoinhos.netriodemoinhos.net/images/_RIODEMOINHOS/BOLETIM/A15.pdf · esculpe em madeira de laranjeira, limoeiro, ... há outros que não consigo

NOVEMBRO 2008 13Novas

Rio de Moinhos, freguesia do concelho de Borba, recebeu o IV Encontro Nacional dos Rio de Moinhos de Portugal.Para além de Borba, estiveram presentes as locali-dades dos concelhos de Abrantes, Penafiel, Sátão, Arcos de Valdevez e Aljustrel. Todas fizeram questão de vincar a sua participação, neste certame que, teve lugar de 4 a 6 de Julho.Tasquinhas e stands, que deram a conhecer não só as próprias freguesias, mas também as instituições que acolhem, aliaram-se à doçaria, gastronomia, filarmónicas, ranchos folclóricos, grupos de dança moderna, grupos de música e poetas populares alentejanos. Foram três dias de festa rija a que já estão habituados os riomoinhenses de Portugal.No entanto, não só a cultura, mas também o des-porto integrou este evento. O tão falado torneio de futsal é disputado pelas equipas dos seis Rio de Moinhos, tendo a formação do concelho de Abran-tes saído vitoriosa nas duas primeiras edições. O terceiro Encontro foi ganho pela equipa de Borba e este último por Penafiel. Refira-se também a práti-ca de Chinquilho, um jogo tradicional levado pela freguesia do concelho de Abrantes.Depois do sucesso do I Encontro Nacional dos Rio de Moinhos de Portugal, que nasceu na freguesia do concelho de Abrantes, em 2005, foi na Vila de Pena-fiel que se realizou a segunda edição. A terceira teve lugar no concelho de Sátão, em 2007, e, como já foi referido, foi a vez de Borba receber este evento. As próximas edições estarão a cargo das freguesias dos concelhos de Arcos de Valdevez e Aljustrel. Preten-de-se ainda que o evento volte às origens realizan-do-se o VII Encontro Nacional dos Rio de Moinhos de Portugal, na freguesia do concelho de Abrantes.

TERRAS DE PORTUGALJUNTAS PELO MESMO NOME

Page 14: O RIOMOINHENSE NOVEMBRO 2008 - riodemoinhos.netriodemoinhos.net/images/_RIODEMOINHOS/BOLETIM/A15.pdf · esculpe em madeira de laranjeira, limoeiro, ... há outros que não consigo

NOVEMBRO 200814 Letra a Letra

BISCOITOSUma coisa é certa, quando nos falta o bom senso do julgamento e das palavras, o desastre é uma constante em nossas vidas.Conheço pessoas que falam tudo o que pensam, se dizem aliviadas com tal atitude, porém depois de observarem a confusão que ar-mam, se dizem vítimas do destino. Eu diria que essas pessoas são víti-mas da língua. Vamos tomar mais cuidado, com nossos comentários à partir de hoje.

Uma jovem estava a espera de seu vôo, na sala de embarque de um grande aeroporto.Como deveria esperar várias horas, resolveu comprar um livro para passar o tempo. Comprou, também, um pacote de biscoitos.Sentou-se numa poltrona, na sala Vip do aeroporto, para poder descansar e ler em paz.Ao lado da poltrona, onde estava o saco de biscoitos, sentou-se um homem que abriu uma revista e começou a ler.

Quando ela pegou no primeiro biscoito, o homem também tirou um. Sentiu-se indignada, mas não disse nada. Apenas pensou: “Mas que atre-vido! Se eu estivesse com dis-posição dava-lhe um soco no olho, para que ele nunca mais se esquecesse deste atrevimento!”A cada biscoito que ela pegava o homem também tirava um. Aquilo deixava-a cada vez mais indignada, mas não conseguia reagir. Quando restava apenas um bis-coito, ela pensou: “ah... o que vai esse abusador fazer agora?”Então, o homem dividiu o último biscoito ao meio, deixando a outra metade para ela.Ah! Aquilo era demais! Ela estava soprando de raiva!Então, pegou no livro e no restan-te das suas coisas e dirigiu-se para a porta de embarque.Quando se sentou confortavel-mente numa poltrona, já no inte-

rior do avião, olhou para dentro da bolsa para tirar os óculos. Para sua grande surpresa, viu intacto o pacote de biscoitos que tinha comprado! Sentiu imensa vergonha! Perce-beu que quem estava errada era ela...Tinha-se esquecido que tinha guardado os biscoitos na sua bolsa.O homem tinha dividido os bis-coitos dele com ela, sem se sentir indignado, nervoso ou revoltado.Entretanto ela tinha ficado muito transtornada, pensando estar a dividir os biscoitos dela com ele. E já não havia ocasião para se expli-car... nem pedir desculpa!

Existem 4 coisas que não se po-dem recuperar nunca...1. A pedra ... depois de atirada!2. A palavra ... depois de proferida!3. A ocasião ... depois de perdida!4. O tempo ... depois de passado!

* Autor desconhecido

Page 15: O RIOMOINHENSE NOVEMBRO 2008 - riodemoinhos.netriodemoinhos.net/images/_RIODEMOINHOS/BOLETIM/A15.pdf · esculpe em madeira de laranjeira, limoeiro, ... há outros que não consigo

NOVEMBRO 2008 15Letra a Letra

Um dia destes, através de uma grande amiga, chegou-me às mãos um livro que, pelos vistos, toda a gente conhecia menos eu.O livro é “O Segredo”.É um livro pequeno, fácil de ler e por isso, eu que tenho pouco tempo livre, li-o em dois dias.Fala-nos de uma teoria, uma fé, um modo de vida (como enten-derem) que se baseia no positi-vismo.Parte do princípio que somos energia e que a energia que carregamos em nós reverte para nós energia igual. Isto é, se carregamos em nós energia po-sitiva, atraímos energia positiva, se emanamos energia negativa, atraímos energia negativa. Se os nossos pensamentos forem bons, atraímos coisas boas, se forem pessimistas atraímos coisas más…Vou-vos contar um segredo:“O Segredo” desiludiu-me!Pensei que ia aprender alguma coisa, mas não!Quer dizer, aprendi algumas frases bonitas, umas quantas até copiei para um caderninho para não me esquecer delas, mas a essência já cá estava em mim.“O Segredo” aprendi-o com o

UM SEGREDO

| FÁTIMA BELÉM |

meu pai desde pequena e ele nem leu o livro, nem tinha fé nessas teorias.No entanto era um homem positivista.Não se preocupava com o “se” e o “mas”.Costumava dizer:– “Se” o “mas” acontecer logo se vê!Também eu sou assim.Não quer dizer que não acautele o futuro, mas não faço do futuro o meu presente.Em todos os momentos da mi-nha vida procuro o lado bom das coisas.E já tive momentos muito maus!!!Por alturas da morte do meu pai fiquei a saber que dois dos meus melhores amigos também tinham morrido.Como todos eles eram pessoas boas, a energia deles deve andar para aí a espalhar coisas boas.Tive alturas na vida em que vendi coisas que gostava, recordações de família, para pagar a conta da mercearia.Mas aprendi que afinal as recor-dações estão no coração e não na pulseira ou no anel que teve que ir.Mesmo quando levei chapadas

da vida e de quem dela fazia par-te, encontrei sempre um espaço de paz (a certa altura era o meu carro e por isso quando acabou o seu prazo de validade e o troquei, chorei com pena) e um espaço de esperança (a sala de aulas, onde as crianças me enchem de fé num mundo com um futuro bom).Nunca procurei ser rica e famosa, por isso não sou.Desejei sempre, com toda a minha força positiva, ser feliz e consegui.Com a minha família, a minha casa, o meu trabalho, os meus amigos, encontrei o caminho para a felicidade.Não é a desejar o mal do vizinho, a invejar o que cada um tem que se consegue ser feliz. É a desejar coisas boas e a encontrá-las em cada momento das nossas vidas, é a agradecer e louvar o que temos em cada dia, que encon-tramos a felicidade, a paz e a riqueza…Por favor, tentem esquecer que o pão está caro e a vida é dura.Procurem, em cada momento, ver o lado bom das coisas.Por favor, pensem coisas bonitas.Por favor… sejam felizes!!!

Page 16: O RIOMOINHENSE NOVEMBRO 2008 - riodemoinhos.netriodemoinhos.net/images/_RIODEMOINHOS/BOLETIM/A15.pdf · esculpe em madeira de laranjeira, limoeiro, ... há outros que não consigo

NOVEMBRO 200816

13 DE OUTUBRO DE 1917| M.L.J. |

Letra a Letra

Lembro o último dia das aparições. Aquele dia em que os pastorinhos diziam que a Senhora vinda do céu mostraria o poder de Deus na Cova da Iria. Lembro um testemunho insuspeito que presenciou o Milagre…Pois um jornalista do jornal “O Século” da altura, de

seu nome Avelino de Almeida foi como repórter à Charneca de Fátima ouvir toda a gente que falava e viu talvez umas 50 mil pessoas atraídas pela fama que começava a alastrar pelo país.Juntavam-se os peregrinos, muito em monte junto de uma azinheira “da qual cortavam raminhos para os guardar como relíquias” ou espalhados pela vasta charneca…Esperavam um sinal que não aparecia, sem perderem a fé, debaixo de uma chuva muito forte com o céu coberto de nuvens muito densas e nada acontecia…De repente, à hora pronunciada, a chuva deixa de cair, a massa de nuvens rompe-se e o Sol aparece em pleno azul, começando a dançar numas voltas violentas cheio de belas e brilhantes cores…Milagre! – gritava o povo maravilhado.O repórter, que não era crente, escreveu:“Será como dizem os sábios, fenómeno natural, ou milagre, como gritava o povo?Deixo à ciência e à Igreja a resolução”.Foi um milagre que a minha mãe e a minha avó me contavam terem visto aqui na nossa terra esse Mila-gre do Sol.Ainda não foi há muitos anos que um jornal diário encontrou esta notícia numa revista de então, a “Ilus-tração Portuguesa”.

Page 17: O RIOMOINHENSE NOVEMBRO 2008 - riodemoinhos.netriodemoinhos.net/images/_RIODEMOINHOS/BOLETIM/A15.pdf · esculpe em madeira de laranjeira, limoeiro, ... há outros que não consigo

NOVEMBRO 2008 17Apontamentos

No primeiro Sábado do mês de Setembro existe uma tradição na aldeia de Rio de Moinhos que consiste em juntar os Riomoi-nhenses espalhados pelo mundo fora. O dia 6 de Setembro foi mais uma vez palco de uma reunião de várias gerações de riomoinhen-ses juntos para passar um dia de convívio e de fraternização.O encontro começou no Restau-rante Cristina, ou melhor, o reen-contro de mais de uma centena de pessoas de todas as idades.Após a belíssima refeição servida, tivemos a alegria de ver tocar a nossa Filarmónica Riomoinhense renovada de pequenos e novos músicos que acabaram de sair da escolinha de música (de salientar uma obra de génio realizada pela actual direcção através da sua

| RUI ANDRÉ | presidente e executante Filipa Soares, pelo maestro João André e pelas professoras Sandra André e Sónia Serras). A continuidade dos músicos está assegurada por mais de 20 crianças que frequentam actualmente e gratuitamente a escolinha de música.Depois da Filarmónica, os pre-sentes puderam apreciar o nosso Rancho Folclórico “Os Moleiros” da Casa do Povo de Rio de Moinhos que encantou tanto os mais ve-lhos como os mais novos.Pela noite dentro e no adro da Igreja, realizou-se uma festa com comes e bebes e, pelas 23 horas, o grupo de cantares populares de Montalvo actuou com o seu repertório repleto de músicas portuguesas.Um grupo musical que vi actuar há dois anos e que tem vindo a evoluir de uma forma muito po-sitiva (há quem diga que é desde

que o pároco saiu do grupo ou será mera coincidência? Só Deus é que sabe).Um dia bem divertido e cheio de energia positiva para quem parti-cipou nesta festa caseira.Por fim, gostaria de partilhar com os leitores o grande empenha-mento do padre José Cardoso, pároco da freguesia de Rio de Moinhos e de Montalvo que esteve sempre cheio de vontade e de alegria na organização desta maravilhosa festa ajudado com sempre com um grupo de volun-tários incansáveis. Graças a Deus, estamos bem vivos e vamos continuar a crescer e preservar aquilo que temos de mais sagrado - a nossa identidade cultural.A nossa terra, as nossas pessoas, os nossos costumes, o nosso patri-mónio natural e histórico. Enfim, tudo aquilo que é nosso tem de ser preservado e, felizmente, a nossa identidade cultural está sal-vaguardada graças a todas estas pessoas.Um grande abraço para todos os Riomoinhenses que não puderam vir.Bem hajam.

UM DIA ESPECIAL...

Page 18: O RIOMOINHENSE NOVEMBRO 2008 - riodemoinhos.netriodemoinhos.net/images/_RIODEMOINHOS/BOLETIM/A15.pdf · esculpe em madeira de laranjeira, limoeiro, ... há outros que não consigo

NOVEMBRO 200818 Apontamentos

AssinaturaNome:________________________________________________________________________Morada:_______________________________________________________________________Código Postal: _________ _____ Localidade: _________________________________________Telefone/Telemóvel:________________________________ Donativo: ___________,_____ euros

(aceita-se cópia deste destacável)

Contacte-nos ou envie este destacável para: Rui André, Praceta Fernando Pessoa, Bloco 35, R/C Dto, Chainça, 2200-145 Abrantes

Festejou-se, de 30 de Maio a 1 de Junho, o 2º aniver-sário da Associação Juvenil Remoinhos d’Água que para comemorar esta data orga-nizou algumas actividades para os seus associados e para a população em geral.Durante os três dias esti-veram patentes, na sede social de Rio de Moinhos, uma exposição de pintura de Eugénia Grosso e uma exposição de miniaturas de madeira de José Amaro. Ambas as mostras foram bastante elogiados por quem lá passou, tendo incentivado os dois artistas a continuar a trabalhar as suas paixões. Esta foi a forma encontrada pela Remoinhos d’Água, para estimular as pessoas de todas as idades, em especial os reformados, a dedicarem-se a uma activi-dade lúdica, adquirindo assim, mais conhecimentos, o reconhecimento do seu trabalho e evitando a

2º ANIVERSÁRIO DA ASSOCIAÇÃOJUVENIL REMOINHOS D’ÁGUA

monotonia dos seus dias de reforma.As comemorações tiveram também uma actuação do Grupo de Dança da Sociedade Recreativa Pró Casais de Revelhos e actividades de aventura numa prova de Orientação conjugada com várias descidas em slide.

Page 19: O RIOMOINHENSE NOVEMBRO 2008 - riodemoinhos.netriodemoinhos.net/images/_RIODEMOINHOS/BOLETIM/A15.pdf · esculpe em madeira de laranjeira, limoeiro, ... há outros que não consigo

NOVEMBRO 2008 19Apontamentos

O primeiro FilarFest juntou as quatro filarmónicas do concelho de Abrantes num espectáculo único. A iniciativa, promovi-da pela Câmara Municipal de Abrantes, decorreu, no dia 5 de Outubro, no Teatro S. Pedro.Durante duas horas, a Sociedade de Ins-trução Musical Rossiense, a Filarmónica de Educação e de Beneficência Riomoinhense, a Banda Filarmónica Mourisquense e a Banda Filarmónica Alveguense tocaram e encantaram os presentes, assinalando assim o Dia Mundial da Música.

FESTIVAL DE BANDAS FILARMÓNICAS

Participar no Remoinhos em Férias é já uma tradição para as crianças Riomoinhenses, uma vez que a sua adesão tem sido considerável e porque mal termina o ano lectivo, a Remoinhos d’Água recebe logo várias questões relacionadas com o desenrolar do campo de férias.Este verão, o campo de férias decorreu de 14 a 25 de Julho e contou com os apoios da Junta de Freguesia de Rio de Moinhos, da Câmara Municipal de Abrantes, do Instituto Português da Juventude e da Federação Portuguesa de Basebol e Softbol que ajudaram a diversificar as actividades organi-zadas, como a pesca, o paintball, o basebol, o futebol de praia, duas idas á piscina…

IV REMOINHOS EM FÉRIAS

Page 20: O RIOMOINHENSE NOVEMBRO 2008 - riodemoinhos.netriodemoinhos.net/images/_RIODEMOINHOS/BOLETIM/A15.pdf · esculpe em madeira de laranjeira, limoeiro, ... há outros que não consigo

NOVEMBRO 200820 Última

O Cais de Rio de Moinhos, concelho de Abrantes, foi reconstruído há precisamente 105 anos, assinalando o seu aniversário no dia 28 de Novembro. No entan-to, sabendo que antes das cheias de 1902, era uma construção em madeira, o cais terá uma história de pelo menos 500 anos.Na sua história local, Rio de Moinhos sempre viveu e sobreviveu do comércio marítimo e dos moinhos de água que se encontram espalhados pela Freguesia.O Rio Tejo está cheio de histórias, tendo contribuindo para a construção de uma cultura própria: a cultura do Tejo – as gentes ribeirinhas, as embarcações, os pescadores, os arrais, os calafates, etc.Durante séculos, o Tejo foi a principal via de comuni-cação do país.O Cais era considerado um ponto de encontro por onde passavam produtos da época que eram trans-portados até Lisboa. Nele construíram-se barcos cha-mados “Varinos” que podiam atingir as 60 toneladas.A partir dos anos 50, o Cais começa a ser abandona-do e esquecido pelos seus habitantes assim como o próprio rio.

A Junta de Freguesia de Rio de Moinhos não quer deixar passar em branco as suas origens, mas quer sobretudo realçar aquilo que os nossos antepassados fizeram e defenderam – o Rio Tejo.Viajar hoje no Rio Tejo traz a saudade, a memória, a aventura, a descoberta do passado e o recreio.Por isso, o executivo da Junta de Freguesia elaborou no ano de 2002, através da TAGUS (Associação para o desenvolvimento do Ribatejo Interior), um projecto para valorizar e revitalizar o Tejo, as suas margens e sobretudo o seu Cais. O orçamento previsto era de 110 mil euros (22 mil contos). Seria financiado em 60 a 75%, a fundo perdido, pela Tagus e teria uma com-participação de cerca de 50 mil euros (10 mil contos) por parte da Câmara Municipal de Abrantes.Segundo Rui André, presidente da Junta de Fregue-sia, “os diversos executivos gostariam de ter recupe-rado este património deixado pelos nossos ante-passados, dando-lhe o destaque que merece, mas o avultado orçamento só coloca a hipótese de ser com a ajuda da autarquia abrantina”, mas a Câmara Municipal “nada fez”.

CAIS DE RIO DE MOINHOS