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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 53 Nº 632 Outubro de 2006 R$ 1,50 “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec A Revue Spirite há 140 anos ..... 15 Aiglon Fasolo ............................ 10 Clássicos do Espiritismo ............. 5 Crônicas de Além-Mar .............. 12 De coração para coração ............. 4 Divaldo responde ........................ 5 Editorial ....................................... 2 Emmanuel .................................... 2 Espiritismo para as crianças ....... 6 Estudando as obras de André Luiz ............................ 10 Grandes Vultos do Espiritismo ... 7 Joanna de Ângelis ....................... 2 Jorge Hessen ............................. 13 José Passini ............................... 14 José Viana Gonçalves ............... 12 Nubor Orlando Facure ................ 3 Palestras, seminários e outros eventos .......................... 11 Ainda nesta edição Entrevista: Divaldo P. Franco Reflexões sobre a Ciência Espírita e seus fundamentos O confrade Nubor Orlando Facure, de Campinas, focaliza em matéria especial o tema Ciência Es- pírita, dividindo suas reflexões em diversos tópicos em que trata de Religião, com seus milagres, profe- cias, prodígios e dogmas; de Ciên- cia, com sua preocupação com a ra- cionalidade e a pesquisa da verda- de; do paradoxo “ciência como reli- gião” e, por fim, da Ciência Espírita e seus fundamentos teóricos, contro- le experimental, filosofia e conteú- do moral. Segundo Facure, a Dou- trina Espírita “teve início com as re- velações transmitidas por Espíritos desencarnados de natureza superior, com o propósito de esclarecerem e orientarem a humanidade”. “Os ob- jetos de estudo da doutrina espírita incluem o mundo espiritual, os se- res que o habitam, suas relações com o mundo material e as conseqüênci- as dessa relação. Para o Espiritismo, a grandiosidade do Universo e as leis inteligentes que o governam são pro- vas suficientes para comprovar a existência de Deus.” Pág. 3 A mediunidade e seus objetivos, na visão do Espiritismo Em 13 de junho de 2005, logo após o encerramento do 1 o Mini-Congresso Espírita Britâ- nico, Divaldo P. Franco (foto) concedeu interessante entre- vista à nossa companheira Elsa Rossi, na qual examinou o tema mediunidade e seus objetivos à luz do Espiritismo. A en- trevista foi publicada ini- cialmente na Revista In- ternacional de Espiritis- mo e Elsa somente deci- diu publicá-la neste jor- nal em face da impor- tância das questões ali tratadas. “Somente através do fenômeno mediúnico é que se pode ter a prova científica da imortalidade da alma”, asse- vera Divaldo. “As religiões ortodoxas do passado e algu- mas outras do presente cas- traram os dons atribuídos pelo apóstolo Paulo às cria- turas humanas, e também re- feridos por Jesus, quando ele asseverou que nós podería- mos fazer tudo o que ele fez se tivéssemos fé.” A mediunidade, segundo o estimado médium, tem por fi- nalidade essencial ensejar aos Espíritos a sua comunicação demonstrando a sobrevivência da alma após o decesso tumular. Págs. 8 e 9 É preciso analisar com cuidado as obras que são divulgadas O confrade José Passini, ex- Reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora, analisa no artigo intitulado “Literatura mediúnica” os prejuízos que vem causando ao Movimento Espírita a profusão de obras sem qualidade ou de ori- gem duvidosa que têm sido lançadas ultimamente no meio espírita. “Cansaram-se as forças contrárias ao Espiritismo de combatê-lo de fora para dentro”, explica o confrade. “Através dos médiuns usados fora do meio es- pírita, as Trevas não conseguiram desacreditar a Doutrina, embora tenham-se empenhado por larga faixa de tempo.” Acrescenta o ilustre articulis- ta: “Entretanto, como o bombar- deio não alcançou o alvo deseja- do, decidiram os promotores de- sencarnados a mudar a estratégia, trocando o bombardeio pela implosão. O bombardeio sempre é mais notado pela movimentação de recursos externos, a fim de destruir. A implosão, ao contrário, passa despercebida até a hora do desmoronamento total.” Pág. 14 O livro Desobsessão e a prática da mediunidade Leia na pág. 2 o editorial A prática da mediunidade e seus cuidados, que focaliza o livro De- sobsessão, de André Luiz, e suas finalidades, bem como a importân- cia com que Chico Xavier tratou, perante a Federação Espírita Bra- sileira, de sua publicação, que o saudoso médium enfatizou fosse feita com as fotografias ilustrativas dos capítulos e impressão em co- res. Pág. 2 Reunião da Inter-Regional Norte ocorre no dia 8 Reúne-se no dia 29 de outubro, às 15h30, no Centro Espírita Allan Kardec, em Cambé, o Conselho Regional Espírita – CRE da União Regional Espírita – URE 5ª Re- gião, quando será, entre outros as- suntos, realizada eleição de sua nova Diretoria composta de presi- dente, 1º vice-presidente e 2º vice- presidente, para o biênio 2007/ 2008. A posse dos novos dirigen- tes ocorrerá em seguida. A 5 a URE integra a Inter-Regional Norte, cujo encontro anual ocorrerá no dia 8, domingo, em Jacarezinho. Uma caravana organizada pela URE 5 a Região sairá às 5h30 da manhã de Londrina, retornando logo depois do almoço. Os interessados podem contatar a URE nestes telefones: (43) 9957-4785 / 3371-6230 (com) e 3348-2035 (res.) ou pelo e-mail de José Miguel Silveira: jmiguel@ cnpso.embrapa.br. Pág. 11 Os benefícios e os perigos dos chamados transgênicos Carmem Lúcia Cardoso da Rocha (foto), geneticista e docente na Uni- versidade Estadual de Maringá, em que é coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Biologia Compa- rada, examina em entrevista concedi- da inicialmente ao programa “Refle- xão Espírita” a atualíssima questão dos transgênicos, na qual mostra os benefícios e os perigos desses produ- tos. O programa “Reflexão Espírita” é apresentado aos sábados, às 17h30, pela TV Tropical, associada à Rede CNT de Televisão. Pág. 16

O IMORTAL · Rossi, na qual examinou o tema mediunidade e seus objetivos à luz do Espiritismo. ... misticismo, como sejam rituais, defumações, figurações cabalísticas,

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O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 53 Nº 632 Outubro de 2006 R$ 1,50

“A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

nem descansar,porque

ninguém descansanem morre.”

Marília Barbosa

“Nascer,morrer,renascerainda e

progredircontinuamente,

tal é a lei.”Allan Kardec

A Revue Spirite há 140 anos ..... 15Aiglon Fasolo ............................ 10Clássicos do Espiritismo ............. 5Crônicas de Além-Mar .............. 12De coração para coração ............. 4Divaldo responde ........................ 5Editorial ....................................... 2Emmanuel .................................... 2Espiritismo para as crianças ....... 6Estudando as obrasde André Luiz ............................ 10Grandes Vultos do Espiritismo ... 7Joanna de Ângelis ....................... 2Jorge Hessen ............................. 13José Passini ............................... 14José Viana Gonçalves ............... 12Nubor Orlando Facure ................ 3Palestras, semináriose outros eventos .......................... 11

Ainda nesta edição

Entrevista: Divaldo P. FrancoReflexões sobre a CiênciaEspírita e seus fundamentos

O confrade Nubor OrlandoFacure, de Campinas, focaliza emmatéria especial o tema Ciência Es-pírita, dividindo suas reflexões emdiversos tópicos em que trata deReligião, com seus milagres, profe-cias, prodígios e dogmas; de Ciên-cia, com sua preocupação com a ra-cionalidade e a pesquisa da verda-de; do paradoxo “ciência como reli-gião” e, por fim, da Ciência Espíritae seus fundamentos teóricos, contro-le experimental, filosofia e conteú-do moral. Segundo Facure, a Dou-

trina Espírita “teve início com as re-velações transmitidas por Espíritosdesencarnados de natureza superior,com o propósito de esclarecerem eorientarem a humanidade”. “Os ob-jetos de estudo da doutrina espíritaincluem o mundo espiritual, os se-res que o habitam, suas relações como mundo material e as conseqüênci-as dessa relação. Para o Espiritismo,a grandiosidade do Universo e as leisinteligentes que o governam são pro-vas suficientes para comprovar aexistência de Deus.” Pág. 3

A mediunidade e seus objetivos,na visão do Espiritismo

Em 13 de junho de 2005,logo após o encerramento do 1o

Mini-Congresso Espírita Britâ-nico, Divaldo P. Franco (foto)concedeu interessante entre-vista à nossa companheira ElsaRossi, na qual examinou o temamediunidade e seus objetivos

à luz do Espiritismo. A en-trevista foi publicada ini-cialmente na Revista In-ternacional de Espiritis-mo e Elsa somente deci-diu publicá-la neste jor-nal em face da impor-tância das questões alitratadas. “Somenteatravés do fenômenomediúnico é que se

pode ter a prova científica daimortalidade da alma”, asse-vera Divaldo. “As religiõesortodoxas do passado e algu-mas outras do presente cas-traram os dons atribuídospelo apóstolo Paulo às cria-turas humanas, e também re-feridos por Jesus, quando eleasseverou que nós podería-mos fazer tudo o que ele fezse tivéssemos fé.”

A mediunidade, segundo oestimado médium, tem por fi-nalidade essencial ensejar aosEspíritos a sua comunicaçãodemonstrando a sobrevivênciada alma após o decessotumular. Págs. 8 e 9

É preciso analisarcom cuidado as obras

que são divulgadasO confrade José Passini, ex-

Reitor da Universidade Federalde Juiz de Fora, analisa no artigointitulado “Literatura mediúnica”os prejuízos que vem causando aoMovimento Espírita a profusãode obras sem qualidade ou de ori-gem duvidosa que têm sidolançadas ultimamente no meioespírita. “Cansaram-se as forçascontrárias ao Espiritismo decombatê-lo de fora para dentro”,explica o confrade. “Através dosmédiuns usados fora do meio es-pírita, as Trevas não conseguiram

desacreditar a Doutrina, emboratenham-se empenhado por largafaixa de tempo.”

Acrescenta o ilustre articulis-ta: “Entretanto, como o bombar-deio não alcançou o alvo deseja-do, decidiram os promotores de-sencarnados a mudar a estratégia,trocando o bombardeio pelaimplosão. O bombardeio sempreé mais notado pela movimentaçãode recursos externos, a fim dedestruir. A implosão, ao contrário,passa despercebida até a hora dodesmoronamento total.” Pág. 14

O livro Desobsessão e a prática da mediunidadeLeia na pág. 2 o editorial A

prática da mediunidade e seuscuidados, que focaliza o livro De-sobsessão, de André Luiz, e suas

finalidades, bem como a importân-cia com que Chico Xavier tratou,perante a Federação Espírita Bra-sileira, de sua publicação, que o

saudoso médium enfatizou fossefeita com as fotografias ilustrativasdos capítulos e impressão em co-res. Pág. 2

Reunião da Inter-RegionalNorte ocorre no dia 8

Reúne-se no dia 29 de outubro,às 15h30, no Centro Espírita AllanKardec, em Cambé, o ConselhoRegional Espírita – CRE da UniãoRegional Espírita – URE 5ª Re-gião, quando será, entre outros as-suntos, realizada eleição de suanova Diretoria composta de presi-dente, 1º vice-presidente e 2º vice-presidente, para o biênio 2007/2008. A posse dos novos dirigen-tes ocorrerá em seguida. A 5a URE

integra a Inter-Regional Norte, cujoencontro anual ocorrerá no dia 8,domingo, em Jacarezinho. Umacaravana organizada pela URE 5a

Região sairá às 5h30 da manhã deLondrina, retornando logo depoisdo almoço. Os interessados podemcontatar a URE nestes telefones:(43) 9957-4785 / 3371-6230 (com)e 3348-2035 (res.) ou pelo e-mailde José Miguel Silveira: [email protected]. Pág. 11

Os benefícios e os perigosdos chamados transgênicos

Carmem Lúcia Cardoso da Rocha(foto), geneticista e docente na Uni-versidade Estadual de Maringá, emque é coordenadora do Programa dePós-Graduação em Biologia Compa-rada, examina em entrevista concedi-da inicialmente ao programa “Refle-xão Espírita” a atualíssima questãodos transgênicos, na qual mostra osbenefícios e os perigos desses produ-tos. O programa “Reflexão Espírita”é apresentado aos sábados, às 17h30,pela TV Tropical, associada à RedeCNT de Televisão. Pág. 16

O IMORTALPÁGINA 2 OUTUBRO/2006

EditorialEMMANUEL

A partir do livro Testemunhos deChico Xavier, escrito por Suely Cal-das Schubert, os espiritistas do Bra-sil puderam sentir a importância comque Chico Xavier tratou, perante aFEB, da publicação do livro Desob-sessão, escrito em 1964 por AndréLuiz. Em carta dirigida em 4-8-1964a Wantuil de Freitas, então presiden-te da Federação Espírita Brasileira,ele manifestou o desejo de que aque-la obra somente fosse publicada comas fotografias ilustrativas dos capí-tulos e, se possível, em cores.

Na carta, conforme relata SuelyCaldas Schubert, escreveu o saudo-so médium:

“... Será preferível para nós, osservidores da Doutrina Espírita, nahora atual, que o livro fique maiscaro do ponto de vista financeiro epouco acessível à bolsa pública, nomomento que passa, porquanto pre-cisamos de um trabalho que auxiliea desobsessão, sem os prejuízos domisticismo, como sejam rituais,defumações, figurações cabalísticas,ídolos diversos e fórmulas outras domagismo, respeitáveis naqueles queos aceitam de intenção pura, mas in-compatíveis com os princípios liber-tadores da Doutrina Espírita, e tão-só com as ilustrações pelas fotos con-seguirá o livro Desobsessão apresen-tar ao povo uma idéia indeformá-

Há tempo de semear, sendo,portanto, compreensível que che-gará o tempo de segar. Inutilmen-te se pretenderá com êxito preci-pitar os fenômenos da vida, entrea germinação e a frutescência dogrão.

No campo moral, o mecanismoé equivalente. Cada fase tem umperíodo próprio; cada ocorrênciaseu instante azado.

Reúne as tuas forças morais nadisciplina do equilíbrio, não pre-cipitando sucessos que devem se-

Não raro, surgem nas fileirasespiritualistas estudiosos afoitos aprocurarem, de qualquer modo, aaquisição de poderes ocultos quelhes confira posição de evidência.Comumente, em tais circunstâncias,enchem-se das afirmativas de gran-de alcance.

O anseio de melhorar-se, o de-sejo de equilíbrio, a intenção demanter a paz, constituem belos pro-pósitos; no entanto, é recomendávelque o aprendiz não se entregue apreocupações de notoriedade, de-vendo palmilhar o terreno dessascogitações com a cautela possível.

Ainda aqui, o Mestre Divino ofe-rece a melhor exemplificação.

Ninguém reuniu sobre a Terratão elevadas expressões de recursosdesconhecidos quanto Jesus. Aosdoentes, bastava tocar-lhe as vesti-duras para que se curassem de en-fermidades dolorosas; suas mãosdevolviam o movimento aos paralí-ticos, a visão aos cegos. Entretanto,

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A prática da mediunidade e seus cuidadosvel das tarefas de desobsessão, par-tindo do ponto de vista científico po-pular, sem as interferências negati-vas do sincretismo religioso.” (Tes-temunhos de Chico Xavier, FEB, 1a

edição, pp. 406 e 407.)“Um livro diferente” – assim

chamou-o Emmanuel no prefácio daobra, no qual destaca sua finalidadee sua importância para a orientaçãodos que se dedicam nas Casas Espí-ritas ao trato da mediunidade a ser-viço do esclarecimento e do auxílioa obsidiados e obsessores.

Sabemos que, embora sem impri-mi-lo em cores, a FEB acolheu o pedi-do do médium e manteve as fotografi-as que ilustram os capítulos e, por for-ça disso, tornam agradável sua leitura.

Dividido em 73 capítulos, Deso-bsessão trata da prática mediúnicaem todas as suas minúcias, desde opreparo para a reunião até o retornodos médiuns ao lar, consignando ori-entações objetivas e oportunas paratodos os que se dedicam à tarefa damediunidade a serviço do próximo.

Desde a data de sua publicaçãoaté este momento já se passaram 40anos, tempo suficiente para que aobra fosse conhecida, estudada e di-fundida junto aos trabalhadores dasCasas Espíritas sérias, comprometi-das com o estudo e a seriedade quea mediunidade requer.

Não se entende, portanto, comopode haver ainda médiuns e dirigen-tes que insistem em ignorar deter-minados preceitos contidos na obraem causa, que André Luiz nela in-seriu exatamente com o propósito deorientar a uns e outros. Dois dessespreceitos não são levados a sério pordirigentes de nossa própria região.

Um deles diz respeito à presençade público nas reuniões mediúnicasde atendimento a desencarnados.André Luiz, contudo, reiterando ad-vertências feitas por Kardec, CairbarSchutel, Carlos Imbassahy, DivaldoFranco, Spártaco Banal e tantos ou-tros, adverte: “Coloquemo-nos nolugar dos desencarnados em dese-quilíbrio e entenderemos, de pron-to, a inoportunidade da presençade qualquer pessoa estranha a obraassistencial dessa natureza”. (De-sobsessão, cap. 18.)

O outro refere-se às manifestaçõesmediúnicas, sobre as quais, reportan-do-se às comunicações de enfermosespirituais e outros necessitados deajuda, André recomenda que cadamédium somente deve admitir duaspassividades por reunião, evitandocom isso maior dispêndio de energiatanto quanto a recepção de comunica-ções sucessivas ou encadeadas, quesão inconvenientes sob vários aspec-tos. (Desobsessão, cap. 40.)

Um minuto com Joanna de Ângelisguir o seu curso normal.

Consciente de que somente teocorrerá o que esteja na tua pro-gramação cármica, não sofras porantecipação, propiciando estadosde ansiedade e amargura, que po-deriam ser evitados. Quando suce-der que o sofrimento desabe sobreti, enfrenta-o com nobreza, saben-do que o mesmo se te faz necessá-rio, como forma de crescimentopara a vida e de recuperação pes-soal, na contabilidade dos valoresespirituais...

Poderes ocultos

no dia do Calvário, vemos o Mestreferido e ultrajado, sem recorrer aospoderes que lhe constituíam apaná-gio divino, em benefício da própriasituação. Havendo cumprido a leisublime do amor, no serviço do Pai,entregou-se à sua vontade, em se tra-tando dos interesses de si mesmo. Alição do Senhor é bastante signifi-cativa.

É compreensível que o discípu-lo estude e se enriqueça de energiasespirituais, recordando-se, porém, deque, antes do nosso, permanece obem dos outros e que esse bem dis-tribuído no caminho da vida é a vozque falará por nós a Deus e aos ho-mens, hoje ou amanhã.

“E onde quer que ele entrava, fosse nas cidades,nas aldeias ou nos campos, depunham os enfer-mos nas praças e lhe rogavam que os deixasse

tocar ao menos na orla de seu vestido; e todos osque nele tocavam, saravam.” – Marcos, 6:56.

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JOANNA DE ÂNGELIS,mentora espiritual de Divaldo P.Franco, é autora, entre outros li-vros, de Receitas de Paz (LivrariaEspírita Alvorada Editora, 1984),do qual foi extraído o texto acima.

EMMANUEL, que foi o mentorespiritual de Francisco Cândido Xa-vier e coordenador da obra mediúni-ca do saudoso médium mineiro, éautor, entre outros livros, de “Cami-nho, Verdade e Vida” (FEB, 1948),de onde foi extraído o texto acima.

Disse Jesus: “Somente caem asfolhas das árvores pela vontade deDeus”, demonstrando que todaocorrência está subordinada a leisque comandam todos os fenôme-nos do Cosmo. Da mesma forma,sucedem no teu universo pessoalacontecimentos a que fazes jus ede que necessitas.

Tem, portanto, paciência e nãote precipites nunca. Arrepender-te-ás pela decisão arroubada, ansio-sa, e nunca por aquela que nasceda reflexão e da calma.

Se te parecer impossível supor-tar em paz os problemas que teangustiam, recorre à oração e dei-xa-te acalmar pela blandícia dointercâmbio entre ti, que rogas, e aDivindade que te responde,asserenando-te e poupando-te àprecipitação.

O IMORTALOUTUBRO/2006 PÁGINA 3

Ciência Espírita - reflexões filosóficas

Religião – milagres,profecias, prodígios edogmas irracionais

Na condenação de Galileuele foi obrigado a refugiar-seem sua própria casa e renunciaraos princípios científicos quedivulgava. A Igreja da épocaestava dando o recado de quenão suportaria a perversão dosfundamentos aristotélicos queela adotava. O sistema do mun-do criado por Deus correspon-dia ao que Aristóteles e Ptolo-meu haviam decifrado. Deus,como Ser supremo e onipoten-te, criou e pôs o mundo em mo-vimento e, desde então, tudofunciona com perfeição e har-monia, com ou sem a sua pre-sença. Ele estabeleceu a ordempara o Universo e nada podemudá-la. As estrelas que estãofixadas e imóveis nas abóbadasdo firmamento são formadas deuma substância divina diferen-te da que existe no mundosublunar. A Terra ocupa o cen-tro do Universo e o Sol, que vaide um extremo ao outro do ho-rizonte, serve de lâmpada queilumina o céu. Tudo que é per-feito e escapa ao entendimentohumano é obra de Deus. O cír-culo é tido como figura perfeitaimpondo aos planetas uma ór-bita circular nas suas trajetóri-as em volta do Sol. Não há qual-quer ligação entre a vida do ho-mem e a dos animais, eles fa-zem parte da criação para po-voarem o mundo. O Homemconhecido na época era o ho-mem branco, criado no paraíso,de onde foi expulso por ceder àtentação do sexo. Condenado aviver na Terra, terá de seguir osmandamentos da Lei de Deus,que só a Igreja é competentepara revelar, podendo ser salvoou condenado a penas eternasconforme sua submissão. Comodoutrina que esclarece o inícioe o fim do Homem, a Religiãoda época era um sistema acaba-

NUBOR ORLANDOFACURE

[email protected] Campinas

do, pronto e que não admitiriamudanças desnecessárias. Seuconteúdo era completo e sufici-ente para consolar e aliviar nos-sas dores, ensinar a tolerância aosnossos sofrimentos, justificar aincoerência aparente da Justiçadivina e garantir a salvação paraos fiéis submissos aos seus sacer-dotes. As desigualdades tambémocorrem por obra e vontade deDeus e não nos compete desafiá-Lo em seus desígnios.

Conseguindo “explicar” osmistérios do mundo e da vida, asconcepções religiosas desempe-nhavam um papel superior ao daciência iniciante da época. A re-ligião fornece segurança, confor-ta no sofrimento, alivia nossosmedos, faz troca com nossos “pe-cados” e assegura a esperançanuma vida futura, onde consegui-remos obter o que a Terra não nosprivilegiou.

Ciência – o estatuto doconhecimento verdadeiro,

racionalidade,indeterminação, pensamentolivre para criar a sua verdade

Galileu usa o raciocínio ma-temático para comprovar a tesede Copérnico deslocando o Solpara o centro e colocando a Terrano cortejo dos planetas ao seuredor. Num mundo tido como re-gular e perfeito ele descobre asirregularidades da superfície lu-nar onde viu suas crateras. Numsistema imutável ele acrescentouluas a Júpiter que não foram des-critas por Aristóteles.

O alicerce da Igreja viu-seabalado por novas descobertasque sucederam rápidas. TichoBrahe testemunhou por dois me-ses a passagem de uma estrelanova no firmamento que a Igre-ja supunha fixo e invariável. Jo-hanes Kepler comprovou mate-maticamente que as órbitas dosplanetas são elípticas e não cír-culos perfeito como se supunha.René Descartes construiu umsistema filosófico que permitiriaseparar o corpo da alma, e An-dré Vessálius inaugurou o estu-do da anatomia humana numcorpo que lhe parecia compor-

tar-se como uma máquina, capazde mover-se com músculos sema ajuda do espírito.

Mais tarde, Isaac Newtonidentificou a “força atrativa” quemantém os astros em suas órbi-tas, que movimenta as águas dosoceanos no sobe e desce das ma-rés e provoca a queda os corpos.

Gradativamente as forçasimateriais que produziam o mo-vimento e a ordem do Universoforam reconhecidas como forçasda gravidade. As Leis divinas quemantém a regularidade dos fenô-menos físicos foram substituídaspor princípios matemáticos. Osmistérios que sustentam a vidaforam compreendidos comocombustão do oxigênio, fermen-tação dos alimentos ou metabo-lismo celular. Os “espíritos ani-mais” que transitam pelo corpohumano produzindo seus refle-

xos e movimentos foram identi-ficados quimicamente comoneurotransmissores. A regulari-dade dos acontecimentos foi vi-olada pelo princípio da incerte-za. O determinismo linear de umacausa para cada efeito foi abala-do pela casualidade circular emque o padrão de resposta deter-mina a intensidade da causa.

O paradoxo “ciência comoreligião” – dogmas, rituais,hierarquia, o sagrado e o

profano

Historicamente a Religiãotem base na tradição cultural dosseus seguidores. Seu conteúdo,que orienta o comportamento dosfiéis, está redigido em textos sa-grados que persistem inalterados

por séculos. A linguagem ai em-pregada é quase sempre simbóli-ca permitindo interpretaçõesconflitantes. Daí a importância dosacerdote e do sistema de hierar-quia que os classifica. Entre es-ses sacerdotes são distribuídas asregalias materiais e o poder divi-no que os pressupõem represen-tantes de Deus na Terra.

Por outro lado, a construçãodo saber produzido pela ciênciaé uma conquista do esforço indi-vidual ou de um grupo de pesqui-sadores. Seus textos, embora re-digidos em linguagem técnica,procuram ser o mais claro possí-vel para compreensão dos inte-ressados. A verdade é procuradaexaustivamente pela observaçãoou pela experimentação. Textosescritos ou opiniões pronunciadaspor personalidades hierarquica-mente destacadas, têm importân-cia relativa e, para serem aceitas,precisarão submeter-se a compro-vação realizadas por experimen-tadores independentes. O conhe-cimento científico tem duraçãorelativamente curta, costuma sereunir em um conjunto de propo-sições teóricas que constituemum paradigma e, de tempos emtempos, os cientistas envolvem-se na tentativa de propor novos emais adequados paradigmas.

A Ciência não deixou de ocu-par-se, também, com dilemas quesempre estiveram sob o domíniodas religiões. Ela tem, a seumodo, uma proposta para a ori-gem do Universo e da vida naTerra. É apropriado para a Ciên-cia pesquisar o mecanismo quedesencadeia os fenômenos, comoeles acontecem, mais do que ten-tar explicar porque eles aconte-cem. Ela se ocupa minuciosa-mente com a causa da dor e mui-to pouco com o porquê do sofri-mento humano. A opção da Ci-ência é esclarecer, mais do queconsolar.

Já é aceito por todos que parafazer ciência é preciso adotar ométodo científico. Classicamen-te a pesquisa precisa estar enqua-drada na liturgia do método. Usa-se a dedução ou a indução, a ob-servação ou a experimentação.Os fenômenos estudados forne-

cem os elementos que, aplica-dos a raciocínios matemáticos,fornecem o valor da verdadedescoberta.

Algumas proposições cien-tíficas já estão de tal formacomprovadas e aceitas que de-verão ter a duração eterna dasverdades sagradas das religiões:a gravidade existe como forçade atração em todo universo; aenergia tem valor inviolável, elase transforma, mas não se crianem se perde; o calor tende ase dispersar, assim como todaenergia do universo onde a ten-dência é o caos; a luz é um fe-nômeno eletromagnético; amatéria visível em todo o Uni-verso é da mesma natureza damatéria existente na Terra; asmoléculas de todas as substân-cias estão em constante movi-mento; a variedade das espéci-es se deve à evolução pela se-leção natural.

A Ciência Espírita -Fundamentos teóricos,controle experimental,filosofia espiritualista e

conteúdo moral

O texto da doutrina espíritateve início com as revelaçõestransmitidas por Espíritos de-sencarnados de natureza supe-rior, com o propósito de escla-recerem e orientarem a huma-nidade.

Os objetos de estudo da dou-trina espírita incluem o mundoespiritual, os seres que o habi-tam, suas relações com o mun-do material e as conseqüênciasdessa relação.

Para o Espiritismo, a gran-diosidade do Universo e as leisinteligentes que o governam sãoprovas suficientes para compro-var a existência de Deus.

Deus é criador de tudo o queexiste e sua criação é incessan-te. Na situação evolutiva em quese encontra a humanidade, ain-da não temos condições de com-preender a origem do Universoe da vida na Terra. O que se temcomo certo é que Deus semprecriou e sempre continuará crian-do. (Continua na pág. 13.)

Galileu, que usou o raciocínio matemáticopara comprovar a tese de Copérnico

O IMORTALPÁGINA 4 OUTUBRO/2006

Em maio último, neste mesmocanto de jornal, falamos sobre o ad-vento do mundo de regeneração, quealguns confrades daqui e de fora, pro-vavelmente bem intencionados mascom certeza equivocados, vêm anun-ciando para o ano de 2057. A impres-são que se tem é que existem em nos-so meio pessoas que não mais lêemjornais nem acompanham os noticiá-rios de televisão, que nos mostram umplaneta em estado de convulsão emque provavelmente jamais se conju-garam, como hoje e ao mesmo tem-po, tantos problemas de ordem ideo-lógica, social, política e econômica.

Conflitos na Palestina, no Líbanoe no Iraque; desentendimentos de na-tureza religiosa entre o Islã e oVaticano; violência e ações terroristasque apavoram quem mora nas gran-des cidades do chamado PrimeiroMundo como Londres, Paris, Madri eNova York; multidões de famintos naÁfrica; desemprego generalizado emquase todos os países do planeta; ex-pansão das atividades do narcotráficoe do crime organizado; corrupção in-controlável por todo o lado, inclusiveno país que Humberto de Campos cha-mou de “Coração do Mundo e Pátriado Evangelho”, e insegurança da po-pulação até mesmo nas cidades brasi-leiras de pequeno porte – parece quenada disso tem chegado ao conheci-mento desses confrades, que preferem

ater-se a certas análises e informaçõesduvidosas sem respaldo na realidade.

O advento do mundo de regene-ração não se dá nem se completa empouco tempo. Que a transição de pla-neta de provas e expiações para re-generação já começou, não padecedúvida. Na Revista Espírita há inú-meras informações que o atestam. Oequívoco é datar, é precisar, é fixaruma época em que tal processo esta-rá concluído. Quem conhece o Evan-gelho sabe do que Jesus, reportan-do-se exatamente a esse assunto, dis-se: “Quanto a esse dia e a essa horaninguém sabe, nem os anjos do céu,nem o Filho do homem, mas unica-mente meu Pai” (Mateus, 24:36). Oque se sabe, afirmou o Mestre, é quequando chegar esse momento oEvangelho do reino será pregado emtodo o mundo (Mateus, 24:14). Kar-dec escreveu, a respeito do assunto:“Quando sucederão tais coisas? Nin-guém o sabe, diz Jesus, nem mesmoo Filho. Mas, quando chegar o mo-mento, os homens serão advertidospor meio de sinais precursores. Es-ses indícios, porém, não estarão nemno Sol, nem nas estrelas; mostrar-se-ão no estado social e nos fenômenosmais de ordem moral do que físicose que, em parte, se podem deduzirdas suas alusões.” (A Gênese, cap.XVII, item 57.)

Dentre os estudiosos do Espiritis-

mo, a maioria admite, como nossa con-freira Suely Caldas Schubert, que a con-clusão da transição referida no Evan-gelho e confirmada pelo Espiritismonão se dará antes de um milênio. Foi,aliás, o que Suely disse a Luis ClaudioGalhardi em entrevista levada ao ar pelaTV Tropical no dia 23-9-2006, quan-do, aludindo a essa transformação doplaneta Terra, afirmou: “Isso se dará,sim, mas deve demorar pelo menos milanos”. A entrevista pode ser vista no sitew w w. n e u d e l o n d r i n a . o r g . b r /tv_assista.htm, que reproduz as últimasedições do programa “Reflexão Espí-rita”. Em face disso, pergunta-se: Qualé o fundamento doutrinário do pensa-mento divergente que vem sendo dis-seminado em nosso meio? O argumen-to principal dessa ordem de idéias, ex-postas em artigo que circula pela inter-net, é um trecho da Nota que Kardecinseriu em seguida à questão 798 d´ OLivro dos espíritos, a saber: “... ele (oEspiritismo) fez muito progresso,mas haverá ainda, durante duas outrês gerações, um fermento de incre-dulidade que só o tempo dissipará”.Note o leitor que Kardec não está sereferindo ao advento do mundo de re-generação. A questão 798 e a Nota tra-tam do progresso das idéias espíritas ede sua aceitação no mundo em que vi-vemos. O autor do aludido artigo pare-ce não haver entendido assim e, alémdisso, atribuindo a cada geração o perí-

odo de 70 anos – não se sabe de ondetirou tal idéia – encontrou o número de210 anos (70 vezes 3), o qual, somadoa 1857, data de publicação da primeiraedição d´ O Livro dos Espíritos, resultaem 2067. A data de 2057, indicada noartigo em foco, foi colhida pelo autorda matéria em uma conversa na qualChico Xavier teria atribuído tal previ-são a Emmanuel. Entende-se, assim,por que o articulista deu a cada geraçãoo número arbitrário de 70 anos. Seu pro-pósito evidente foi conciliar a supostaprevisão com as palavras de Kardec.

Ocorre que o vocábulo geração,como referido pelo Codificador, temum destes dois significados, segundoo Novo Dicionário da Língua Portu-guesa, de Aurélio Buarque de HolandaFerreira: 1. Cada grau de filiação depai a filho; posteridade, descendência.2. O espaço de tempo (aproximada-mente de 25 anos) que vai de uma ge-ração a outra. O conceito não está re-lacionado com a expectativa média devida, que, por sinal, era à época de Kar-dec bem inferior a 70 anos.

A previsão atribuída a Emmanuel

De coração para coraçãoASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO - [email protected]

De Londrina

O mundo de regeneração infelizmente está longe

O Espiritismo respondeMaria de Lourdes me pergun-

ta: “Que são e como se dão os pres-sentimentos?”

O pressentimento é definidopor Allan Kardec em O Livro dosMédiuns como sendo uma intui-ção vaga das coisas futuras. Algu-mas pessoas, diz ele, têm essa fa-culdade mais ou menos desenvol-vida. O fato deve-se, às vezes, auma espécie de dupla vista quepermite ao indivíduo entrever asconseqüências e a filiação dosacontecimentos, mas, em muitoscasos, é o resultado de comunica-ções ocultas provenientes dos Es-píritos. É então que se pode dar aosque disso são dotados o nome demédiuns de pressentimentos, queconstituem uma variedade dosmédiuns inspirados. Neste caso,

isto é, no pressentimento comoconseqüência de uma comunicaçãooculta, quem geralmente se comu-nica é um Espírito amigo e bondo-so, alguém que traz um conselhoíntimo ou uma advertência cari-nhosa a uma pessoa estimada.

O pressentimento pode mani-festar-se também através de umavaga lembrança que o Espírito temdas provas ou dos acontecimentosa que deverá submeter-se. Pressen-tir a hora da desencarnação, porexemplo, tem sido uma ocorrênciaaté certo ponto comum em certosindivíduos. E se alguns pressentemsua desencarnação porque foramavisados por parentes ou amigosdesencarnados, outros têm dissouma firme convicção sem que sai-bam explicar o motivo.

Os verbos achar e encontrar po-dem, às vezes, ter o mesmo significa-do. É preferível, porém, usar o verboachar para definir o achado de algoque se procurava, como nos exemplosseguintes: O menino achou o cão quehavia sumido. Ela achou o celular quese extraviara. Meu pai achou, enfim,as chaves do carro. O verbo encon-trar deve ser reservado para aquiloque se encontrou sem intenção, comonestes três exemplos: Agricultores en-contraram fóssil de dinossauro na fa-zenda. Encontrado um documento

Pílulas gramaticaisraro no porão da biblioteca. O gari en-controu uma pasta com vinte mil dó-lares no meio do lixo.

*Os vocábulos adiante relaciona-

dos são algumas vezes pronunciadosde maneira incorreta. Veja qual é apronúncia correta, indicada à frentede cada um deles:1. Subalimentação (su-ba-li-men-ta-ção)2. Subaluguel (su-ba-lu-guel)3. Subaquático (su-ba-quá-ti-co)4. Subarrendamento (su-bar-ren-da-men-to)

5. Subatômico (su-ba-tô-mi-co)6. Subemenda (su-be-men-da)7. Subentender (su-ben-ten-der)8. Subespécie (su-bes-pé-cie)9. Sublegenda (sub-le-gen-da)10. Sublevação (su-ble-va-ção ousub-le-va-ção)11. Sublinhar (su-bli-nhar ou sub-li-nhar)12. Sublocar (sub-lo-car)13. Abrupto (ab-rup-to)14. Ablegar (ab-le-gar)15. Druida (drúi-da e não dru-í-da)16. Fluido (flúi-do e não flu-í-do)

e a referência feita às outras entidadesde menor projeção não podem, no en-tanto, ser consideradas seriamente. Ofuturo a Deus pertence e nem mesmoJesus se atreveu a precisá-lo. E foi issoque o próprio Emmanuel disse em seulivro Emmanuel, psicografado porFrancisco Cândido Xavier, a saber:“Os seres da minha esfera não co-nhecem o futuro, nem podem inter-ferir nas coisas que lhe pertencem.Acreditamos, todavia, que o porvir,sem estar rigorosamente determina-do, está previsto nas suas linhas ge-rais.” (Emmanuel, cap. XXXIII, FEB,7a edição, pág. 166.)

Por fim, devemos lembrar que es-tatísticas divulgadas pela Igreja nosinformam que apenas 1/3 (um terço)da população da Terra professa o Cris-tianismo, aí incluídos os adeptos detodas as religiões que se fundamentamno Evangelho. Os demais – 2/3 dapopulação terrena, ou seja, 4 bilhõesde pessoas – nem mesmo conhecemos ensinamentos de Jesus, um dado in-dispensável à elevação do planeta àcondição de mundo de regeneração.

O IMORTALOUTUBRO/2006 PÁGINA 5

Clássicos do Espiritismo

A Alma é Imortal (Parte 9)

ANGÉLICA [email protected]

De Londrina

Damos prosseguimento à pu-blicação do texto condensado daobra A Alma é Imortal, de GabrielDelanne, traduzida por GuillonRibeiro e publicada pela Editorada FEB. As páginas citadas refe-rem-se à 6a edição.

*116. A negação, para legitimar-

se, diz Delanne, precisa de limi-tes, porquanto não lhe é possívelmanter-se, desde que seja posta emface de provas experimentais queatestam a realidade das manifes-tações. Em todos os casos referi-dos, a certeza da visão em si mes-ma não é contestada. O que osopugnadores negam é que sejaobjetiva, ou seja, que se haja pro-duzido algures, que não no cére-bro do operador ou dos assisten-tes. (Págs. 133 e 134)

117. Uma ciência só se achaverdadeiramente constituída quan-do pode verificar, por meio da ex-periência, as hipóteses que os fatoslhe sugerem. O Espiritismo tem di-reito ao nome de ciência, porquenão se limitou à simples observa-ção dos fenômenos naturais querevelam a existência da alma, masempregou todos os processos parachegar à demonstração de suas te-orias. O magnetismo e a ciênciapura serviram-lhe, nesse sentido, depoderosos auxiliares. (Pág. 135)

118. Os numerosos exemplosverificados do desdobramento daalma mostraram que era possívelreproduzir experimentalmente es-ses fenômenos. Deu-se então a de-nominação de animismo à açãoextracorpórea da alma, porém se-melhante distinção é puramentenominal, visto que tais manifesta-ções são sempre idênticas, querdurante a vida, quer após a morte.A alma pode, pois, não apenas pro-

duzir fenômenos de transmissão dopensamento ou de aparições, mastambém provocar deslocamentosde objetos materiais que lhe ates-tem a presença. (Págs. 135 e 136)

119. Ora, se a alma humana temo poder de agir fora do seu corpo,lógico é se admita que dispõe elado mesmo poder depois da morte,se sobrevive integralmente e se sepõe em comunicação com um or-ganismo vivo, análogo ao que pos-suía antes de morrer. (Pág. 136)

120. Dito isto, Delanne relataum fato de aparição voluntária emque o agente resolveu, por motopróprio, aparecer num quarto emque dormiam duas pessoas de suasrelações. Posteriormente, durante avigília, ele as visitou, ocasião emque a mais velha contou-lhe tê-lovisto no domingo anterior, quandoele se desdobrara e fora à casa de-las. (Págs. 137 e 138)

A alma encarnada, emestado de desdobramento,

pode produzir efeitosfísicos onde apareça

121. Na experiência seguinte,o duplo logrou provar a sua pre-sença por uma ação física.Devemo-la à Sra. Morgan, esposado professor que escreveu o livroDa Matéria ao Espírito. Delannetranscreve ainda mais dois relatosque mostram que os Espíritos devivos, quando desdobrados, podemproduzir efeitos físicos onde apa-reçam. (Págs. 139 a 141)

122. Os fatos até aqui relatados,diz Delanne, firmam a realidadedos fantasmas de vivos, isto é, apossibilidade, em certos casos, dodesdobramento do ser humano.Tais aparições, como vimos, repro-duzem em todas as suas minúciaso corpo físico e manifestam, porvezes, a sua realidade por meio dedeslocamentos de objetos e pormeio da palavra. Há, porém, pes-

soas que insistem em explicá-loscom a hipótese da alucinação tele-pática. (Págs. 141 e 142)

123. Se as razões até aqui apre-sentadas não puderam convencertodos os leitores, os fatos seguin-tes bastarão para mostrar, com ver-dadeiro rigor científico, que a almaé, efetivamente, a causa eficientede todos esses fenômenos. Fala-mos da fotografia do Espírito forado seu corpo, caso em que a chapafotográfica é testemunho irrefutá-vel da realidade do fenômeno.(Pág. 142)

124. Em sua obra Animismo eEspiritismo, o Sr. Alexandre Ak-sakof apresenta numerosos exem-plos de fotografias transcendentais,a que Delanne recorre amiúde naseqüência deste livro. (Pág. 142)

125. Eis alguns dos casos refe-ridos por Aksakof: I) Fotografadopelo Sr. Humber, o jovem médiumHerrod apareceu na fotografia sen-tado numa cadeira, em estado detranse, tendo por detrás a sua ima-gem astral, em pé, quase de perfil.II) O Sr. Glandinning assinalou, noSpiritualist, uma fotografia do du-plo de um médium, no mesmo lu-gar que o médium ocupara minu-tos antes. III) W. T. Stead refere afotografia do duplo da Sra. A..., nomomento em que ela, achando-seindisposta, dormia. Quando o Sr.Z..., que fez a fotografia, viu o du-plo entrar no seu gabinete à horaaprazada, pediu licença parafotografá-lo, depois de lhe cortaruma mecha de cabelos de modo acomprovar sua presença real.(Págs. 142 e 143)

A alma encarnada, quandodesdobrada, pode ser até

mesmo fotografada

126. Em seu livro sobre aiconografia do invisível, o Dr.Baraduc reproduz uma fotografiaobtida por telepatia entre o Dr.

Do livro Palavras de Luz, de Divaldo P. Franco e Espíritos Di-versos.

Divaldo responde– Qual a importância da evan-

gelização da criança no CentroEspírita?

Divaldo P. Franco: Da maisalta relevância, se dissermos quequem instrui prepara para a vida,quem educa dá a vida, quemevangeliza fomenta a vida. Este“evangeliza”, entendamo-lo à luzdo Espiritismo, por ser a luz doEspiritismo que dá lógica e en-tendimento ao Evangelho. OEvangelho, puro e simples, é mi-nistrado por outras doutrinas cris-tãs, mas a reencarnação e a co-municabilidade dos espíritos dão

clareza e lógica, ao contrário deoutras doutrinas evangélicas, pre-parando a criança para uma vidasaudável no seu relacionamentofuturo. Não se pode conceberuma Casa Espírita na qual as no-vas gerações não recebam a evan-gelização espírita, porque semisto estaremos condenando o fu-turo a uma grave tarefa curativadas chagas adquiridas no trânsi-to da juventude para a razão. Por-tanto, é imprescindível a presen-ça da atividade do Evangelho àluz do Espiritismo, junto à crian-ça e ao jovem.

Istrati e o Dr. Hasdeu, de Bucares-te. A 4 de agosto de 1893, à noite,o Dr. Hasdeu evocou o Espírito deseu amigo. Após uma prece ao seuanjo protetor, o Dr. Istrati adorme-ceu em Campana, manifestando odesejo firme de aparecer em casado Dr. Hasdeu. A aparição foi re-gistrada por este último em suamáquina fotográfica. (Págs. 143 e144)

127. Em que pese a importân-cia da fotografia transcendental, dizDelanne que o ponto culminante daexperimentação, no que concerneao desdobramento, foi alcançadocom o médium Eglinton, de quemos experimentadores obtiveram,em parafina, um molde exato dopé direito do seu duplo fluídico. Oexemplo não é, porém, único. Nasexperiências que o Sr. Siemira-deski realizou com Eusápia Pala-dino, foram conseguidas muitasvezes, em Roma, impressões doseu duplo sobre superfíciesenegrecidas com fumaça, que o Sr.de Rochas relata no seu livro AExteriorização da Motricidade.(Pág. 145)

128. Dada a prova científica dodesdobramento do ser humano,torna-se fácil, diz Delanne, com-preender-se a vasta gama de fenô-menos que a alma pode produzirquando sai do seu corpo físico. Édoutrina constante do Espiritismoque a alma, quando não está emseu corpo, goza de todas as facul-dades de que dispõe quando naerraticidade. (Pág. 146)

129. Kardec consigna na Re-vista Espírita muitos exemplos decomunicações de pessoas vivas,como a do Espírito do Dr. Vignalque, espontaneamente, deu por ummédium escrevente pormenoressobre esse modo de manifestação.Descrevendo como percebia a luz,as cores e os objetos materiais, Dr.Vignal informou que não podia vera si mesmo num espelho, sem aoperação pela qual o Espírito setorna tangível, e comprovou a suaindividualidade pela existência doperispírito, que - embora fluídico- tinha para ele a mesma realidadeque o seu envoltório material.(Págs. 146 e 147) (Continua nopróximo número.)

O IMORTALPÁGINA 6 OUTUBRO/2006

DEUS VAI NOS AJUDAR!A família de Dorinha saiu do

sítio onde moravam porque nãohavia mais condição de ficar ali.

O sítio era longe da cidade, etoda a alimentação vinha da terra.Assim, comiam o feijão, o milho,a mandioca, as vagens, os toma-tes, as cenouras e as verduras queseu pai plantava na horta.

Porém viera uma grande secae todas as plantações tinhammorrido. Até as árvores frutíferasnão resistiram porque o riacho quebanhava a propriedade e a fonteque lhes fornecia a água para be-ber, também tinha secado. Então,nem água tinham.

Sem ter o que comer e semágua para beber, depois de muitopensar, o pai de Dorinha resolveuabandonar a roça e ir para a cida-de.

— Deus vai nos ajudar! — di-zia Dorinha.

Fizeram o trajeto de carroça,andando por muitas léguas com solforte, sem água e com muita fome.

Dorinha não reclamava paranão preocupar seus pais. Porém,deixar o sítio, onde tinha nascidoe onde fora tão feliz, para ir morarna cidade onde não conhecia nin-guém e onde não tinham onde fi-car, a deixava com vontade de cho-rar. Com o coração apertado detristeza, intimamente suplicava aoAlto que não os abandonasse.

Era de tarde quando chegaramà cidade. João parou para descan-sarem um pouco. Logo apareceuum moço e, ao ver João perguntou:

— Pelas coisas que traz na car-roça, vejo que estão de mudança.Conhecem nossa cidade?

João, agradecido pela atenção,respondeu:

— Moço, nós acabamos dechegar. Você pode me dizer ondeposso arrumar uma casa para ficar

com a família?Penalizado, o rapaz conside-

rou:— Arrumar uma casa assim, de

uma hora para outra, é difícil. Po-rém, você pode ir até o alberguenoturno. Lá eles recebem pessoasque não têm onde dormir.

O moço indicou à João como

chegar lá e, meia hora depois,Dorinha e seus pais estavam de-fronte do Albergue Noturno.

Foram atendidos prontamente.Depois de responderem algumasperguntas, foram jantar. A alegriaera tanta que não cabiam em si decontentes. Fazia algum tempo quenão tinham uma verdadeira refei-ção.

— Não disse que Deus iria nosajudar?

Antes de dormir, Dorinha agra-deceu a Jesus pela ajuda que esta-vam recebendo.

No dia seguinte, após tomarcafé, ela foi dar um passeio. Logo,encontrou um bando de criançasque caminhavam numa mesma di-reção fazendo a maior algazarra.Até sem perceber, acompanhou-as.

Ao aproximar-se de uma cons-trução grande, viu que as criançaspararam. Logo, as crianças come-çaram a entrar e Dorinha foi em-purrada para dentro do salão.

Uma das meninas olhou paraela e sorriu. Dorinha atreveu-se alhe perguntar:

— O que está acontecendo?A garota respondeu, satisfeita:— Pois não sabe? Haverá dis-

tribuição de brinquedos e doces!Dorinha estava surpresa. Mais

do que isso: encantada!— Mas por quê?— Hoje é o Dia das Crianças!

— respondeu a menina, com enor-me sorriso estampado no rosto.

Dorinha arregalou os olhos.Dia das Crianças? Nem sabia queexistia isso! No sítio, nunca tinhaouvido falar.

Era uma linda festa com músi-ca, teatro e brincadeiras. Depois,duas moças distribuíram bolo, umsaco com balas e doces, e um pa-cote de presente:

— Obrigada! — disse Dorinha.— Agradeça a Jesus.Dorinha, ansiosa, abriu o paco-

te e viu que era uma bonequinha.A primeira boneca que Dorinhaganhava de presente em sua vida!Sempre quisera ter uma, mas seupai não podia comprar.

Iniciava-se o século XIX e umsopro de paz invadia os coraçõescansados de desentendimentos ede guerras.

Era uma época de grandestransformações e notáveis con-quistas. A Ciência avançava compassos de gigante.

Entre elas, a invenção da im-prensa, por Gutenberg, permitiua existência de jornais e de revis-tas, que levavam informaçõespara as pessoas, bem como de bi-bliotecas circulantes.

As comunicações ficamgrandemente facilitadas com o te-légrafo, e as ferrovias estabelecemintercâmbio direto entre os povos.Mais tarde, surgem o telefone e ofonógrafo (que é um tipo de apa-relho de som antigo). A literatu-ra, a música, a pintura, as artes deum modo geral crescem e se ele-vam para o Alto.

Pois foi exatamente nesse sé-culo de conquistas notáveis, agerar otimismo e bem-estar naspessoas, quando uma onda de lu-zes verte sobre a Terra, que nasceo pequeno Hippolyte LéonDenizard Rivail.

Era o momento de cumprir-sea promessa que Jesus havia feito:mandar o “Consolador” para aju-dar a toda a humanidade, relem-brando tudo o que ele havia dito(que os homens haviam esqueci-do) e ensinar muito mais.

Assim, veio ao mundo aquelede viria a ser o grande Codifica-

dor da Doutrina Espírita, e queficaria mundialmente conhecidocomo Allan Kardec.

Hippolyte Léon DenizardRivail, nasceu em Lyon, na Fran-ça, no dia 3 de outubro de 1804,de uma antiga família de magis-trados.

Deve ter sido uma criançacomo qualquer outra, gostandode correr e de brincar. Porém, eradotado de uma inteligência notá-vel e, desde pequeno, queria serprofessor.

Com certeza, em virtude docompromisso que tinha assumi-do ainda no mundo espiritual,intimamente sentia necessidadede preparar-se para realizar suamissão.

Por isso, aproveitou todas asoportunidades para aprender. Naépoca propícia, seu pai o mandoupara Yverdum, na Suíça, ondeestudou na Escola de Pestalozzi,que era um célebre educador.Dotado de condições especiais,desde a idade de quatorze anosensinava o que sabia aos seuscolegas que tinham adquiridomenos do que ele.

Foi nessa escola que se pre-parou e amadureceu para, maistarde, transformar-se no grandeCodificador da Doutrina Espíri-ta.

Salve, Allan Kardec!Receba nossa gratidão e vo-

tos de Felicidades pela passagemde mais um aniversário!

SALVE ALLAN KARDEC!

Então, com o coração cheio dealegria, Dorinha agradeceu a Jesuspelas coisas boas que lhe tinhamandado. Voltou para o alberguee contou aos pais o que tinha acon-tecido. Seu pai também contou quetinha encontrado um serviço numachácara e teriam uma casa paramorar.

Abraçaram-se felizes eDorinha falou:

— Tinha certeza que Deus ia

nos socorrer. Tenho orado e sabiaque o Pai não nos deixaria ao de-samparo.

A mãe de Dorinha chorava deemoção. João considerou:

— É verdade, minha filha.Deus é nosso pai e sempre nos so-corre nas horas de dificuldade. Diza sabedoria popular que, quandoEle fecha uma porta, abre uma ja-nela.

TIA CÉLIA

O IMORTALOUTUBRO/2006 PÁGINA 7

Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE - [email protected]

De Londrina

me inspira/ Nas cordas da minha lira/Estes versos de mentira”. Perseve-rando na sua faina, àquela altura dasua vida, dedicou-se depois à fabri-cação de charutos, que fez prosperarsuas finanças.

De suas primeiras núpcias comdona Brandina Maria de Jesus, teveum filho, Joaquim Gonçalves Batu-íra, que veio a falecer depois de ho-mem feito e casado. Certa vez umdesses homens que viviam sob seuamparo, furtou-lhe um relógio deouro e corrente do mesmo metal.Houve uma denúncia e ameaças deprisão. A esposa de Batuíra lamen-tou-se dizendo: “é o único objetobom que lhe resta”. Batuíra, porém,impediu que se tomasse qualquermedida, afirmando: “Deixai-o, quemsabe precisa mais do que eu”.

Com as economias, adquiriu osentão desvalorizados lotes de terre-nos no Lavapés, onde construiu suaresidência e, ao lado, uma Rua Par-ticular de casas que alugava aos hu-mildes e que hoje se chama Rua Es-pírita. Homem de costumes simples,alimentando-se apenas de hortaliças,legumes e frutas, plantava no quin-tal de sua casa tudo aquilo de quenecessitava para seu sustento.

Das segundas núpcias, casou-secom Da. Maria das Dores Coutinhoe Silva. Desse casamento, teve ou-tro filho. Mas a felicidade que mo-rava no seu lar não demorou. O des-tino parece que reservava paraBatuíra uma nova estrada cheia desacrifícios. Na ocasião, em que tudoparecia correr bem, desencarna, re-pentinamente, aos 12 anos, seu fi-lho único, por quem o casal seextremava em dedicação e carinho.

Já antes de ser espírita, ele de-monstrava possuir elevado dote demoral cristã. Inúmeras vezes, es-condera escravos fugidos dos maus

Batuíra

Antônio Gonçalves da Silva,mais conhecido no meio espíritacomo Batuíra, nasceu na Fregue-sia das Águas Santas (Portugal),em 19 de março de 1839. Aosonze anos, emigrou para o Bra-sil, vivendo três anos no Rio deJaneiro, transferindo-se depoispara Campinas (São Paulo), ondetrabalhou por alguns anos na la-voura. Mais tarde fixou residên-cia na capital bandeirante, dedi-cando-se à venda de jornais.

Naquela época, São Paulo erauma cidade de 30 mil habitantes.Ele entregava jornais de casa emcasa, conquistando, nessa profis-são, a simpatia e a amizade dosseus fregueses. Muito ativo, cor-rendo daqui para acolá, a genteda rua o apelidava “O Batuíra”(nome que o povo dava à narceja,ave pernalta muito ligeira, de vôorápido, que freqüentava os char-cos, à volta dos lagos).

Batuíra desempenhou uma sé-rie de atividades que não cabe re-gistrar nesta concisa biografia,entretanto podemos afirmar quedefendeu calorosamente a idéia daabolição da escravatura no Brasil,quer seja abrigando escravos emsua casa e conseguindo-lhes cartade alforria, quer fundando umjornalzinho a fim de colaborar nacampanha encetada pelos grandesabolicionistas Luiz Gama, José doPatrocínio, Raul Pompéia, PauloNey, Antônio Bento, Rui Barbosae tantos outros grandes paladinosdas idéias liberais.

Convivendo com os acadêmi-cos de Direito do Largo de SãoFrancisco, passou a se dedicar àarte teatral: montou pequeno tea-tro à rua Cruz Preta (depois deno-minada Senador Quintino Bocaiú-va). Quando aparecia em cena,Batuíra era aplaudido e os estudan-tes lhe dedicavam versos como es-tes: “Salve, grande Batuíra/ ComTeus dentes de traíra/Com teusolhos de Safira/ Com tua arte que

tratos, e quando eram descobertosele envidava esforços para com-prar-lhes a liberdade.

As epidemias variólicas - Em1873 e 1875, quando as epidemias devaríola acometeram a capital da pro-víncia, Batuíra acolheu numerososenfermos em sua casa, até curá-los.Servindo de médico, de enfermeiro,de pai para os flagelados, deu-lhes nãoapenas o remédio e os desvelos, mastambém o pão, o teto e o agasalho.Daí a popularidade de sua figura.

Ele era baixo, entroncado e usa-va longas barbas que lhe cobriam opeito amplo. Com o tempo, essa bar-ba se fez branca e os amigos diziamque ele era tão bom “que se pareciacom o imperador”. Mas, apesar dis-so, Batuíra era pai de quase toda gen-te. Exemplo disso foi o Zeca, umacriança retardada mental e paralíti-ca, a qual conviveu em sua casa des-de 1888. Batuíra havia-o recebidocom poucos meses e o criou comofilho adotivo, até desencarnar.

Despertado pela Doutrina Espí-rita exemplificou no mais alto grauos ensinamentos cristãos. Praticavaa caridade, consolava os aflitos, tra-tava os doentes com a homeopatia edifundia os princípios espíritas. Tor-nou-se, assim, um dos pioneiros doEspiritismo no Brasil. Fundou o Gru-po Espírita “Verdade e Luz”, ondeno dia 6 de abril de 1890, diante deuma enorme assembléia, deu inícioa uma série de explanações sobre “OEvangelho segundo o Espiritismo”.Fundou em 20 de maio de 1890 ojornal Verdade e Luz.

Abriu mão dos seus bens em fa-vor dos necessitados. Nessa oportu-nidade deixara de circular a únicapublicação espírita da época, intitu-lada “Espiritualismo Experimental”,redigida desde setembro de 1886 porSantos Cruz Júnior. No ano de 1889,

Batuíra passou a ser, na cidade deSão Paulo o agente exclusivo do“Reformador”. Sentindo a lacunadeixada por essa interrupção, Batuíraadquiriu uma pequena tipografia, aque denominou “Tipografia Espíri-ta”, onde passou a imprimir oquinzenário “Verdade e Luz”, pos-teriormente transformado em revis-ta, do qual foi diretor-responsável atéa data de sua desencarnação.

A tiragem desse periódico eradas mais elevadas, pois de dois outrês mil exemplares conseguiu che-gar até 15 mil, quantidade fabulo-sa naquela época, quando nem osjornais diários ultrapassavam acasa dos três mil exemplares. Nes-sa tarefa gloriosa e ingente Batuíradespendeu sua velhice. Era de vê-lo, trôpego, de grandes óculos, ca-tando, com os dedos trêmulos le-tras no fundo dos caixotes.

Sua casa, no Lavapés, era aomesmo tempo hospital, farmácia,albergue, escola e asilo. Ele a dooupara a sede da Instituição Beneficen-te “Verdade e Luz”. Recolhia os do-entes e os desamparados, infundin-do-lhes a fé necessária para poderemsuportar suas provas terrenas. A pro-pósito disso, dizia-se de Batuíra: “umbando de aleijados vivia com ele”.Quem chegasse a casa, fosse lá quemfosse, tinha cama, mesa e cobertor.Além disso, havia o jornal, para cujamanutenção Batuíra despendeu so-mas respeitáveis, já que as assinatu-ras somavam quantia irrisória.

Por volta de 1902 foi levado avender uma série de casas situadasna Rua Espírita e na Rua Lavapés,a fim de equilibrar suas finanças.Não era apenas esse periódico quepesava nas finanças de Batuíra. To-mando conhecimento das altamen-te consoladoras verdades do Espi-ritismo, integrou-se resolutamente

nessa causa, procurando pautarseus atos nos moldes dos precei-tos evangélicos que, ao contráriodo “moço rico” da narrativa evan-gélica, como que procurando daruma demonstração eloqüente dasua comunhão com os preceitoslegados por Jesus Cristo, despren-deu-se de tudo quanto tinha e pôs-se a seguir as suas pegadas. Dis-tribuiu o seu tesouro na Terra, paraentrar de posse daquele outro te-souro do Céu.

Batuíra criou grupos espíritasem São Paulo, Minas Gerais eEstado do Rio. Enfronhara-se noslivros de homeopatia, a fim demedicar gratuitamente os doen-tes que lhe batiam à porta. Batuíratambém eram médium curador,sendo centenas as curas de cará-ter físico e espiritual que obtinhacom água fluidificada ou aplican-do passes magnéticos.

Proferiu conferências espíritaspor toda parte, criou a Livraria eEditora Espírita, onde se fez im-pressor e tipógrafo. Carregandosobre os ombros muitas responsa-bilidades, não sentiu tão preso seachava ao cumprimento dos deve-res, que suas forças vitais se es-gotavam rapidamente. Súbita en-fermidade assalta-lhe o corpo, e,zombando de todos os recursosmédicos, em poucos dias obriga-o a transpor as aduanas do Além.

Referindo-se ao seu desencarne,Afonso Schimidt escreveu: “Batuí-ra faleceu a 22 de janeiro de 1909,São Paulo inteiro comoveu-se comseu desaparecimento. Que idade ti-nha? Nem ele mesmo sabia. Mas oseu nome ficou por aí, como umclarão de bondade, de doçura, de de-licadeza do céu, dessas que vão fa-zendo cada vez mais raras nummundo velho, sem porteira...”.

ELSA [email protected]

De Londres

Um olhar sobre a mediunidade, segundo o médium Divaldo P. Franco

A entrevista que se segue foi-nos concedida pelo conhecidotribuno e médium Divaldo P.Franco em 13 de junho de 2005,logo após o encerramento do 1o

Mini-Congresso Espírita Britâ-nico. Publicada anteriormentena Revista Internacional de Es-piritismo, resolvemos publicá-laneste jornal dada a importân-cia das questões examinadascom sua clareza habitual peloestimado confrade.

- Divaldo, percebe-se que háum despertamento da humani-dade para a busca do lado espi-ritual. A que se atribui isso?

Divaldo P. Franco – A ciên-cia e a tecnologia solucionaraminúmeros problemas do pensa-mento humano, mas não equa-cionaram o problema da paz. Ohomem moderno que penetranas galáxias e nas micropartícu-las não logra conscientementepenetrar no âmago dos seus sen-timentos. As metas estabelecidaspela cultura hodierna sãoimediatistas e quando o indiví-duo as alcança, elas perdem osentido. Eis por que o ser que seaventura na jornada reencarna-cionista, nos dias de hoje, senteum grande vazio no coração,numa ânsia imensa pela eterni-dade. Desse modo, de acordocom os níveis de consciência osseres humanos estão buscandorespostas espirituais e viajandona direção da imortalidade. Estaé a razão fundamental da gran-de busca do espiritualismo emtodas as suas denominações naterra dos nossos dias.

- A mediunidade também estápresente no espiritualismo emgeral. Qual a sua finalidade?

Divaldo – Somente através dofenômeno mediúnico é que se podeter a prova científica da imortali-dade da alma. As religiões ortodo-xas do passado e algumas outrasdo presente castraram os dons atri-buídos pelo apóstolo Paulo às cri-aturas humanas, e também referi-dos por Jesus, quando ele asseve-rou que nós poderíamos fazer tudoo que ele fez se tivéssemos fé. En-tão a mediunidade tem por objetoessencial provar que a morte da-queles que saíram da Terra não en-cerrou a vida.

A mediunidade tem por finali-dade essencial ensejar aos Espíri-tos a sua comunicação demonstran-do a sobrevivência da alma após odecesso tumular. Na história elasempre esteve presente como pro-fecia, nas revelações das sibilas,dos hierofantes, por cujos meioseles se comunicavam sempre. Gra-ças a Allan Kardec, esta adquiriucidadania cultural, tornando-se oinstrumento pelo qual a vida quepermanece depois do túmulo podeser pesquisada em laboratório.

– Como se processa o seu de-senvolvimento?

Divaldo - Segundo Allan Kar-dec todos somos portadores de fa-culdades mediúnicas. Uns são osmédiuns ostensivos, aqueles nosquais a mediunidade aparece semaviso prévio, outros são os médiunsnaturais que Charles Richet deno-minava portadores do chamadosexto sentido. A sua educaçãocomo a da inteligência a da memó-ria dá-se através do exercício, doconhecimento das suas funções,das reflexões profundas, da medi-tação e da prece.

– Há técnicas especiais parase adquirir a mediunidade?

Divaldo – Quando ela não seapresenta espontaneamente, cadaum de nós pode exercitar a concen-tração interior de modo que,aprofundando nosso pensamento noâmago do ser, passamos a captar asvibrações parafísicas e lentamentevamos ampliando o campo das per-cepções até o fenômeno tornar-semais ostensivo, mais vigoroso. Atra-vés do exercício, portanto, é queeducamos a mediunidade, é que lheampliamos as possibilidades, é quedispomos de uma técnica particu-larmente na mediunidade espírita,que nos exige a reforma interior paramelhor, a adoção dos postulados deJesus a fim de melhor sintonizarmoscom os Espíritos nobres.

– Como saber se uma obses-são é mediunidade desorientada?

Divaldo - Na raiz de todo fe-nômeno obsessivo há um Espíritodevedor. Para que haja o fenôme-no da obsessão é necessário que oindivíduo seja portador de uma fa-culdade mediúnica, seja ela a in-tuição aguçada que irá permitir atelepatia do adversário, seja apsicofônica através da qual o Es-pírito, em se imantando ao peris-pírito do enfermo, transmite-lhe assensações compatíveis ao seu es-tado, de mal-estar, de vingança oude ressarcimento do mal que lhe foifeito. Portanto, daí o dizer que nasmediunidades atormentadas exis-tem invariavelmente obsessões enas obsessões o fenômeno dá-se, oda interferência do Espírito adver-sário graças à faculdade mediúni-ca não-disciplinada.

– Qual o seu conselho paralidar com a obsessão ou me-lhor, qual a sua orientação

para as pessoas que se sentemligadas a fenômenos de obses-são na família?

Divaldo - Allan Kardec em o“Livro dos Médiuns”, capítulo 23,assevera-nos que a melhor terapiapara a libertação da mazela é a pre-ce acompanhada pela paciência,pela ação da caridade que propor-ciona ao indivíduo méritos pararessarcir os males anteriormentepraticados. A paciência com a en-tidade perturbadora para demons-trar-lhe que já não é mesmo indi-víduo. No ínterim entre o crime ea desforra houve uma grande trans-formação moral e naturalmente, sea família se pode reunir para o es-tudo do evangelho e da oração, istoé de salutar importância. O Espiri-tismo dispõe de uma outra ferra-menta de muita significação, que éo trabalho mediúnico específico,terapêutico, a que nós chamamosde desobsessão, no qual o inimigose apresenta e recebe orientaçãocompatível para sua felicidade,sendo induzido a deixar aquele queele considera seu adversário, se-guindo adiante porque a Divina Leiencarregar-se-á de reeducá-lo, nãolhe cabendo o trabalho de cobrardívidas. Compreendendo que aofazer o mal está se fazendo mal, oEspírito desiste e ao desistir o pa-ciente recupera a saúde, mas deveretratar-se para que nada de pior lheaconteça, caso continue na vidadescuidada ou na prática de errose perturbações.

– É possível receber orienta-ção do Espírito-guia para o afas-tamento dos Espíritos persegui-dores?

Divaldo – Sem qualquer dúvi-da, porquanto os guias espirituaissão os mentores das nossas exis-tências, entidades elevadas que

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nos acompa-nham desdehá muito, en-carregadas detrabalharemconosco emfavor do nos-so progresso.Conhecendonosso passa-do como da-quele que seapresenta nacondição de justiceiro, os seusconselhos são eficientes e devemser seguidos pois graças a essaspalavras e orientação o indivíduomais rapidamente reabilita-se e oadversário mais rapidamente de-siste do seu intento.

– Por que eles, os desencar-nados, perseguem as pessoas?

Divaldo – Allan Kardec ou-viu deles próprios que assimagem por inveja, por despeito,por mágoa, ressentimento, poródio relacionados a acontecimen-tos desta como de existências an-teriores. Devemos ter em menteque os Espíritos que conosco secomunicam são as almas daque-les que viveram na Terra e que setransferiram de uma para outravibração mantendo os mesmospropósitos e hábitos. Se foramatrasados permanecem ignoran-tes, se foram perversos prosse-guem cruéis, se foram gentis,bons e nobres continuam eleva-dos. Por isso é que na classifica-ção dos Espíritos temos os infe-riores e os superiores. Os inferi-ores constituem a grande catego-ria dos infelizes, perturbados,perturbadores, odientos etc. Des-se modo, eles nos perseguem por-que não são capazes de olvidar omal que lhes fizemos, outras ve-

zes porquenos invejama existência ee n c o n t r a mem nós a res-sonância psi-cológica paraque as suasondas men-tais perturba-doras nos al-cancem.

– Divaldo, diga-nos quais sãoas suas faculdades mediúnicas equais você mais utiliza a serviçodo Espiritismo?

Divaldo – Todos nós somos por-tadores de faculdades variáveis. Como tempo uma e outra predominampor serem mais úteis ao ministérioque todos desempenhemos. No meucaso, as primeiras manifestações fo-ram visuais e auditivas na infância.Mais tarde em face de um distúrbioobsessivo com o próprio irmão, pas-sei a viver fenômenos físicos. Logodepois ao adotar o estudo do Espiri-tismo vieram os fenômenos dapsicofonia e da psicografia. Mais tar-de alguns fenômenos de efeitos físi-cos, biolorização (odor perfumado,agradável do corpo). Na atualidade,a clarividência, a clariaudiência, in-corporação ou psicofonia, a psico-grafia, são os mais constantes. Defato, uma faculdade completa a ou-tra no exercício da divulgação daDoutrina Espírita.

– Divaldo, você já recebeumais de 200 livros. Como é o pro-cesso de receber tantos livros psi-cografados?

Divaldo – Considerando o pou-co tempo de que disponho desdequando trabalhava, que eram 8 ho-ras diárias, e após a aposentadoriaa ampliação das viagens, porque vi-

ajo desde 1947, foi necessário criaruma disciplina muito rígida. Os li-vros que são coletâneas de mensa-gens eu os recebo nas sessões me-diúnicas de nossa casa, em uma ses-são pública especializada para car-tas do além, diante do público. Nasviagens, Joanna de Ângelis convi-da amigos espirituais para que abor-dem o tema que foi discutido na-quela noite sob um outro ângulo evamos formando os livros sob a ori-entação dessa entidade generosa.Quando tratamos de revelações doalém-túmulo, como as obras deManoel Philomeno de Miranda, osromances de Victor Hugo, os livrosde Amélia Rodrigues, sempre sãoreservados vários dias em que eu,não viajando, possa dedicar-me de16 a 18 horas diárias exclusivamen-te para esse mister. E graças a Deusem apenas de 20 a 28 dias os ben-feitores conseguem escrever umaobra que logo vai publicada.

– Quantos Espíritos escrevempor seu intermédio?

Divaldo – O Dr. WashingtonLuís Nogueira Fernandes, que metem biografado e feito estatísticasdas minhas atividades graças a do-cumentação de que disponho, che-gou a contabilizar 263 que já fo-ram publicados. Mas, como venhopsicografando cartas particularesdo além-túmulo para pessoas quenão as publicam por motivos com-preensíveis, eu acredito que já ul-trapassamos 400.

– Tivemos conhecimento deque recentemente no CongressoEspírita em Paris, realizado em2004, você recebeu uma mensa-gem psicografada espelhada emfrancês, na frente de 1.800 pesso-as. Isso acontece com freqüência?

Divaldo – Não acontece com

freqüência. A minha primeira ex-periência foi num programa de TVna cidade de Uberaba quando fuiagraciado com o título de CidadãoUberabense. Após a cerimônia, nodia seguinte, em um programa cha-mado “A Bigorna” — porque osentrevistadores bigornavam o en-trevistado — então estava o mate-rialista, o professor da Universida-de, outras personalidades que meentrevistaram em tom de debatemuito acalorado. Ao término o me-diador do programa perguntou seeu poderia psicografar. Expliquei-lhe que não dependia de mim mas,como vi a mentora Joanna deÂngelis presente, aquiesci e disseque iríamos tentar. Para minha sur-presa veio uma mensagem escritaem inglês especularmente para serlida através do próprio espelho. Asurpresa foi geral, Chico Xavierainda estava encarnado e acompa-nhou o programa pela televisão,como me disse depois. Posterior-mente eu psicografei outra na ci-dade de Ellon College na Carolinado Norte, na residência do senhorHaddad, em uma reunião íntima.Mais tarde, voltei a psicografar emuma atividade numa igreja no ci-dade de San Antonio no Texas, emuma reunião promovida pelo Dr.John Zerio, quando mais uma vezeu tive a experiência em inglês.Essa em francês em Paris foi umagrande surpresa. No entanto já ha-via escrito linearmente em francês,em italiano, alemão e até mesmoem árabe, de cujas mensagens con-servamos os originais com muitocarinho.

Recebi também duas mensa-gens em alemão, uma em públicoe outra em Salvador, dirigida ao en-genheiro André Studer, que a pu-blicou no livro que ele estava es-crevendo de nome “Manur”. Foi

Divaldo P. Franco: uma existência a serviço dadivulgação espírita

muito curioso porque André Studeré uma alma muito querida, umgrande amigo nosso e benfeitor eum dia Joanna de Ângelis apare-ceu e queria mandar a ele uma men-sagem, que pensei ser uma mensa-gem convencional em português.Ela escreveu para ele em alemãoantigo a respeito do livro que eleestava escrevendo, de que ninguémsabia, só ele e a esposa. Então man-dei-lhe a mensagem sem saber doconteúdo e mais tarde ele meconfidenciou que foi a maior pro-va da excelência do livro e que teveda mediunidade. Ele bem sabe queeu não falo alemão, e sabia que eunão estava informado de maneiranenhuma sobre o livro.

Recebi outra mensagem em ita-liano na Comunità Vita Nuova emMilão. Estava em uma reunião eErnesto Bozzano veio e escreveuem italiano, sem ninguém esperar.Posteriormente eu recebi uma se-gunda mensagem em italianodirigida ao então presidente do VitaNuova, Antonio Rosa Spina, hojedesencarnado.

– Você escreve muitos livrosna linha psicológica que são uti-lizados por vários estudantes depsicologia. Qual a posição da ci-ência em relação às obras medi-únicas?

Divaldo – Graças à psicologiatranspessoal há hoje uma visãomuito digna em torno do trabalhoque vem do além-túmulo pela vi-são, pela observação dos seus es-tudiosos. Quando Joanna deÂngelis começou a escrever a sé-rie psicológica, que hoje totaliza 12livros, a mim causou uma grandesurpresa e perguntei-lhe como éque ela, tendo desencarnado em1822, poderia escrever sobre as-suntos da atualidade, referir-se a

autores e a escritores, a psicólo-gos, psicanalistas, psiquiatras doséculo 20. Ela explicou-me, coma clareza do seu raciocínio, que oconhecimento vem do mundo es-piritual para o terreno e não destepara aquele. Ela não foi uma psi-cóloga acadêmica, mas que nomundo espiritual muitos daque-les que vieram trazer a psicolo-gia estiveram em convívio comela e outros, debatendo temas,construindo os processos da dou-trina e reencarnaram sob sua as-sistência e a assistência do gru-po. Quando retornaram foramavaliados, comentados, e outrosmissionários do pensamento vie-ram à Terra. Desse modo ela es-tava muito familiarizada, particu-larmente com a doutrina de CarlGustave Jung por abrir na sua psi-cologia profunda uma possibili-dade muito ampla para a psicolo-gia transpessoal, porque o desejoda querida Benfeitora é de fazeruma ponte entre a psicologia e oEspiritismo, demonstrando queAllan Kardec foi o primeiro psi-cólogo não-acadêmico, porqueele penetrou no âmago dos con-flitos humanos e ofereceu as res-postas hábeis e as terapias maisedificantes. Então, hoje, os psicó-logos, não apenas os transpesso-ais, examinam a produção mediú-nica e a aceitam, com as exceçõescompreensíveis. Havemos no Bra-sil os que estão adotando nos seuscursos universitários algumas dasobras de Joanna de Ângelis, comogrupos de psicólogos que as estu-dam em todo o território nacional.Eu tenho relacionado mais de 30nomes de instituições espíritas quetiveram a gentileza de mandar co-municar-me que Joanna deÂngelis foi estudada sob a orien-tação de psicólogos.

O IMORTALPÁGINA 10 OUTUBRO/2006

Sobre a evolução das religiões, ou como Kardec chegou ao Espiritismo(9ª Parte)

AIGLON [email protected]

De Londrina

Marcion e os Gnósticos - Éirônico que talvez uma das maisinfluentes figuras da História daIgreja seja também considerada umdos seus maiores hereges: Marci-on. Embora as idéias dele fossemcompletamente rejeitadas pelosPadres Apostólicos da igreja dosegundo século, a mesma necessi-dade que tiveram de os rejeitar for-çou a igreja a considerar, clarifi-car, e consolidar suas convicçõessobre assuntos importantes comoos conteúdos da Bíblia Cristã (oCânon), a relação entre Judaísmoe Cristianismo (ou entre Lei e Gra-ça) e, finalmente, a fonte do conhe-cimento da igreja de Jesus.

Para nós, espíritas kardecistas,a figura de Marcion se revela im-portante, por ser considerado poralgumas igrejas evangélicas comoo inspirador das idéias de Kardec.Nascido em Sinope, Ásia Menor,Marcion foi um influente mestrecristão, fundador de uma escolagnóstica rival do cristianismo..Embora a data de seu nascimentoseja desconhecida, a de seu faleci-mento não: cerca do ano 165 A.D.

Marcion rejeitava o Antigo Tes-tamento visto que, mesmo tivessesido produzido pelo “demiurgo”, umdeus justo iracundo que pôs o seupovo sob o império da lei, essedemiurgo, em nenhuma hipótese,seria o poder divino, mas somente oDeus do Antigo Testamento. E estemundo, como sua criação, natural-mente tinha seus problemas, por-quanto não fora criado pelo poderdivino maior. O Deus do Antigo Tes-tamento, segundo Marcion, precisa-va ser distinguido do Deus mais altoe desconhecido da revelação do Cris-to do Novo Testamento.

O Deus mais alto do Novo Tes-tamento, ao observar a miserabili-dade do homem, enviou seu Filho

para redimir a raça humana. Maso “demiurgo”, o Deus do AntigoTestamento, irado, cuidou para queCristo fosse crucificado.

Paulo seria o único verdadeiroapóstolo de Cristo; e sobre Paulorepousa toda a autoridade canôni-ca. Paulo pregou o verdadeiroevangelho, fazendo contraste coma versão judaizante dos outrospseudo-apóstolos. Marcion no-meou-se representante de Paulopara levar avante a sua obra.

Marcion pregava que a salva-ção vem mediante a renúncia quan-to ao demiurgo e seu tipo de men-sagem contida na ira e na leimosaica. O Deus bom do NovoTestamento agiu de modo inteira-mente diferente. Ele opera atravésda graça, por meio de seu Filho.

Fontes do cânon marcionista- O cânon marcionista consistia emdez epístolas paulinas e em umaforma modificada do evangelho deLucas. Nesse evangelho, Cristosimplesmente teria aparecido, enão nascido. De fato, esse foi omais primitivo cânon cristão doNovo Testamento.

Eis a opinião de correntes evan-gélicas modernas:

“Esse ensino de Marcion repe-te-se hoje entre os espíritas. O co-dificador do espiritismo, Allan Kar-dec, escreveu o seguinte: “A partemais importante da revelação doCristo, por ser a fonte primitiva, apedra angular de toda a sua doutri-na, é o ponto de vista inteiramentenovo sob o qual ele faz encarar adivindade. Não é mais o deus terrí-vel, ciumento, vingativo, de Moi-sés; o deus cruel e implacável, querega a terra com o sangue humano,que ornamenta a tortura e o exter-mínio dos povos, sem exterminaras mulheres, as crianças e os velhos,e que castiga aqueles que poupamas vitimas; o Deus que Jesus nosrevela não é mais o deus injusto, quepune um povo inteiro pela falta do

seu chefe, que se vinga do culpadona pessoa do inocente, que fere osfilhos pelas faltas dos pais; masDeus clemente , soberanamente jus-to e bom, cheio de mansidão e mi-sericórdia, que perdoa ao pecadorarrependido e dá a cada um segun-do as obras; não é mais o Deus deum povo privilegiado, o Deus dosexércitos, presidindo aos combatespara sustentes a sua própria causacontra o Deus dos outros povos ;mas o Pai comum do gênero huma-no, que estende a sua proteção porsobre todos os seus filhos e os cha-ma a todos a si...” ...”Mas era pos-sível amar o Deus de Moisés? Não;só se podia temê-lo” (A Gênese,p.908, Allan Kardec, Obras Com-pletas, 2ª edição, 1985, Opus Edi-tora Ltda.)

O Espiritismo de Kardec se co-loca na mesma posição de Marcionquanto à existência de dois deuses:Um dos deuses é o “ Deus terrível,ciumento, vingativo, de Moisés “ ;“o deus cruel e implacável que regaa terra com o sangue humano, queordena a tortura e o extermínio dospovos, sem excetuar as mulheres,as crianças e os velhos, e que casti-ga aqueles que poupam as víti-mas...”. Esse “Deus de Moisés” ja-mais era possível amar, pois só po-dia ser temido. Já o Deus que Jesusrevela “não é mais o deus injusto”.Antes, é “o Pai comum do gênerohumano, que estende a sua prote-ção por sobre todos os seus filhos eos chama a todos a si...”.

Como podemos ver, essas cor-rentes ditas evangélicas, ao conde-nar Kardec, privilegiam o AntigoTestamento, da mesma maneiraque os ditos pseudo-apóstolos.

O evangelho de Marcion serviude base para uma das mais brilhan-tes correntes religiosas cristãs, quefloresceu no alvorecer do segundomilênio da era cristã, os “Cátaros”.Infelizmente destruída pela heresiacatólica. (A seguir: Plotino, oNeoplatonismo, e Orígenes.)

Estudando as obrasde André Luiz

Como prometemos no mêspassado, vamos apresentar nestemês o relato de um caso de desen-carnação coletiva, sob os olharesda Lei de Ação e Reação, narradopor Druso, no livro com o mesmonome, no capítulo 18.

Conta o orientador:“Há trinta anos, desfrutei o

convívio de dois benfeitores, a cujaabnegação muito devo neste pou-so de luz. Ascânio e Lucas, assis-tentes respeitados na Esfera Supe-rior... Quando os conheci em pes-soa, já haviam despendido várioslustros no amparo aos irmãos trans-viados e sofredores. Cultos e eno-brecidos, eram companheiros infa-tigáveis em nossas melhores reali-zações. Acontece, porém, que de-pois de largos decênios de luta, nosprélios da fraternidade santificante,suspirando pelo ingresso nas esfe-ras mais elevadas, para que se lhesexpandissem os ideais de santida-de e beleza, não demonstravam anecessária condição específica parao vôo anelado...Passaram a dese-jar ardentemente a ascensão, sen-tindo-se algo desencantados pelaausência de apoio das autoridadesque lhes não reconheciam o méri-to imprescindível. Dilatava-se oimpasse, quando um deles solici-tou o pronunciamento da DireçãoGeral a que nos achamos submis-sos. O requerimento encontrou cur-so normal até que, em determina-da fase, ambos foram chamados aexame devido. A posição imprópriaque lhes era característica foi cari-nhosamente analisada por técnicosdo Plano Superior, que lhesreconduziram a memória a perío-

dos mais recuados no tempo.... Naverdade, Ascânio e Lucas possuí-am créditos extensos, adquiridosem quase cinco séculos sucessivosde aprendizado digno, somando ascinco existências últimas nos cír-culos da carne e a nas estações deserviço espiritual, nas vizinhançasda arena física; no entanto, quan-do a gradativa auscultação lhes al-cançou as atividades no século XV,algo surgiu que lhes impôs doloro-sa meditação... Reapareceram ce-nas de ominoso delito por amboscometido, em 1429, logo após a li-bertação de Orleães, quando for-mavam no exército de Joanad’Arc... Famintos de influência jun-to aos irmãos de armas, não hesita-ram em assassinar dois companhei-ros, precipitando-os do alto de umafortaleza no território de Gâtinais,sobre fossos imundos, embriagan-do-se nas honrarias que lhes vale-ram, mais tarde, torturantes remor-sos além do sepulcro. Chegados aesse ponto da inquietante investiga-ção, pela respeitabilidade de que serevestiam, foram inquiridos pelospoderes competentes se desejavamou não prosseguir na sondagem sin-gular, ao quer responderam negati-vamente, preferindo liquidar a dí-vida, antes de novas imersões nosdepósitos da subconsciência. Des-se modo, em vez de continuareminsistindo na elevação a níveis maisaltos, suplicaram, ao revés, o retor-no ao campo dos homens, no qualacabam de pagar o débito a que alu-dimos... Há dois meses regressaramàs nossas linhas de ação, depois dehaverem sofrido a mesma quedamortal que infligiram aos compa-nheiros de luta no século XV.”

Ambos desencarnaram em umacidente após queda do avião emque eles se encontravam.

JOSÉ ANTÔNIO V. DE [email protected]

De Cambé

O IMORTALOUTUBRO/2006 PÁGINA 11

Palestras, seminários e outros eventosPalestrante: Paulo Fernando. Tema:“As bem-aventuranças sob a luz doEspiritismo”; dia 15, às 9h30 - Cen-tro Espírita Anita Borela. Palestran-te: Dorotéia Ziel Silveira. Tema:“Depressão”; dia 17, às 20h - Cen-tro Espírita Allan Kardec. Palestran-te: Antonio Saviani. Tema: “O de-ver”; dia 19, às 19h50 - Centro deEstudos Espirituais Vinha de Luz.Palestrante: Ilza Maria Lima Braga.Tema: “Mãos limpas”; dia 20, às 20h- Centro Espírita Caminho de Da-masco. Palestrante: Natal Sposti.Tema: “A arte de não adoecer”; dia21, às 16h30 - Núcleo EspíritaBenedita Fernandes. Palestrante:Osny Galvão. Tema: “Bem-aventu-rados os brandos e pacíficos”; dia 27,às 20h - Centro Espírita Bom Sama-ritano. Palestrante: Alceu Augusto deMoraes. Tema: “A Bíblia na visão es-pírita”; dia 29, às 9h - Comunhão Es-pírita Cristã de Londrina. Palestran-te: Naudemar Nascimento. Tema:“Parábola da ovelha perdida”.

Esperanto é a línguapreferida dos europeus

Segundo enquete feita pela re-vista austríaca Der Standard, divul-gada em julho último, o esperanto,com 54,8% dos votos, é a preferidapara se tornar língua oficial daUnião Européia. O alemão com15,8% e o inglês com 14,5% fica-ram em segundo e terceiro lugares.

Primeiro livro espíritaem inglês para crianças

Foi lançado em setembro, naInglaterra, o livro “My First TeddyBear” (Meu primeiro urso Teddy),a primeira obra espírita em inglêsdestinada ao público infantil. A au-tora é nossa colunista Elsa Rossi,radicada em Londres. A iniciativafoi do Grupo Espírita de Brighton[[email protected]], aquem devem dirigir-se os interessa-dos em adquirir a obra.

Palestras no Centro EspíritaAllan Kardec de Cambé

A programação de palestras deoutubro a serem realizadas no Cen-

tro Espírita Allan Kardec, situado narua Pará, 292 em nossa cidade,aponta os seguintes palestrantes:04/10 - Célia Xavier de Camargo,de Rolândia11/10 - Luzita Pedroso, de Rolândia18/10 - Paulo Costa, de Londrina25/10 - Pedro Garcia, de Arapongas.As palestras começam às 20h30.

Palestras no Centro EspíritaAnita Borela de LondrinaEm outubro, aos domingos, a

partir das 9h30, o Centro EspíritaAnita Borela promove em sua sede,na rua Aurélio Buarque de Holanda,202 – Conjunto Parigot de Souza III,em Londrina, as seguintes palestras:01/10 – Lúcia Borges, de Maringá.Tema: “A caridade maior”08/10 – Astolfo O de Oliveira Fi-lho, de Londrina. Tema: “Como sur-giu o Espiritismo”15/10 – Dorotéia Ziel Silveira, deLondrina. Tema: “Depressão”22/10 – Wilson Marconi, de Lon-drina. Tema: “A porta estreita”29/10 – Paulo Henrique, de Londri-na. Tema: “Doutrina e Educação”.

1o Congresso Médico-Espíritados Estados Unidos

Numa iniciativa do Conselho Es-pírita dos Estados Unidos, realiza-senos dias 7 e 8 de outubro em Wa-shington o 1o Congresso Médico-Es-pírita dos Estados Unidos. Participa-rão como palestrantes os seguintesconfrades: Alberto Almeida, ÁlvaroAvezum, Andrew Powell, DécioIandoli Jr., Harold Koening, Marle-ne S. Nobre, Melvin Morse, RobertoLúcio V. de Souza e Sérgio Felipe deOliveira. Para obter mais detalhes so-bre o evento, acesse o websitewww.usspiritistcouncil.com.

5a URE elege seus novosdirigentes no dia 29

Reúne-se no dia 29 de outubro,às 15h30, no Centro Espírita AllanKardec, em Cambé, o Conselho Re-gional Espírita – CRE da União Re-gional Espírita – URE 5ª Região,quando será elaborado o calendáriode eventos e atividades da 5ª URE

para 2007, com base na programa-ção das Entidades Espíritas e naAgenda FEP 2006/2007 e realizadaeleição de sua nova Diretoria com-posta de presidente, 1º vice-presiden-te e 2º vice-presidente, para o biênio2007/2008. A posse dos novos diri-gentes ocorrerá em seguida à eleição.

Jacarezinho sedia no dia 8a Inter-Regional Norte

A diretoria da 5a URE está orga-nizando uma caravana para partici-pação na Inter-Regional Norte,evento marcado para o dia 8 de ou-tubro, domingo, em Jacarezinho. Oônibus sairá de Londrina às 5h30 damanhã, e retornará logo depois doalmoço, ao custo de R$ 10,00 porpessoa. O almoço será por conta decada um. Maiores informações doevento podem ser obtidas no site daFEP (www.feparana.com.br) e nosseguintes telefones: (43) 9957-4785/ 3371-6230 (com) e 3348-2035 (res).O e-mail de José Miguel Silveira,presidente da 5a URE, é[email protected].

Rui Barbosa e Chico Xavier,os Brasileiros da História

Conforme a edição de 11 desetembro da revista Época, RuiBarbosa foi escolhido pelo júriespecial designado pela revista oBrasileiro da História. Pelos votosdos internautas, Chico Xavier(foto) foi o escolhido, obtendo9.966 votos de um total de 27.862.Ayrton Senna com 5.637 e Pelécom 4.320 votos vieram a seguir,na opinião popular.

Ciclo Mensal dePalestras em Londrina

O Ciclo Mensal de Palestras or-ganizado pela USEL – União dasSociedades Espíritas de Londrina ini-cia-se no dia 1o de outubro, no Cen-tro Espírita Meimei, às 9h15, compalestra de Roberto Camargo sobreo tema “As aflições do mundo”.

Eis as demais palestras do mês:dia 1o, às 17h - Núcleo EspíritaHugo Gonçalves. Palestrante: JoséAntônio Vieira de Paula; dia 6, às20h - Centro Espírita Nosso Lar.Palestrante: Pedro Wanderley.Tema: “Sim, Sim; Não, Não”; dia7, às 20h - Centro Espírita Amor eCaridade. Palestrante: EurípedesGonçalves. Tema: “Falsos Profe-tas”; dia 9, às 20h - Sociedade deDivulgação Espírita Maria Nazaré.Palestrante: José Gonçalves. Tema:“Zaqueu”; dia 13, às 20h - CentroEspírita Aprendizes do Evangelho.

César dos Reis é agoraCidadão Niteroiense

Por meio de Decreto publica-do em 20 de setembro último, aCâmara Municipal de Niterói con-cedeu ao confrade César Soaresdos Reis o título de Cidadão Nite-roiense, um justo prêmio ao ilus-tre confrade que tanto fez pela po-pulação daquela importante cida-de fluminense.

Círculo de Leitura“Anita Borela de Oliveira”

Em setembro, por motivos di-versos, o Círculo de Leitura “AnitaBorela de Oliveira” não se reuniu.Em outubro as reuniões voltarãoà normalidade, nos dias 8 e 22. Nodia 8, na residência de Eunice deOliveira Cazetta, na rua Pará, 984,será concluído o estudo do roman-ce “Calvário de Libertação”, deVictor Hugo, psicografado porDivaldo P. Franco. No dia 22, nacasa de Terezinha Demartino, seráiniciado o estudo da “Revista Es-pírita de 1869”, de Kardec.

Realizou-se nos dias 16 e 17 desetembro, em Londrina, o 3º En-contro da Primavera, válido comoPrévia para o Encontro Confrater-nativo de Juventudes Espíritas de2008. Organizado pela Inter-Regi-onal Norte (4ª, 5 e 6ª Uniões Regi-onais Espíritas), reuniu na Cháca-ra Shekinah 94 jovens das cidadesde Apucarana, Arapongas, Jandaiado Sul, Faxinal, Londrina, Cambée Cornélio Procópio.

Sob a coordenação de CosmeMassi, Terezinha Colle e RicardoRibeiro, de Curitiba, o tema “A Ver-dade do Espírito” foi estudado du-rante os dois dias, tendo como baseo capítulo 12 (“Perfeição Moral”),da 3a Parte d´ O Livro dos Espíri-tos. No sábado à tarde, Cosme ini-ciou a abordagem do assunto dis-correndo a respeito do conhecimen-to de si mesmo como sendo funda-

Como foi o 3o

Encontro da Primaveramental para que as pessoas possamrealizar o trabalho de iluminaçãointerior e, com o tempo, desenvol-ver os caracteres do homem de bem.Na seqüência, Terezinha abordou asvirtudes e os vícios, as paixões e oegoísmo, apresentados por Kardecno referido capítulo. Em todos osintervalos, Ricardo animava e des-contraía a todos com as melodiassuaves de suas canções, bastante co-nhecidas dos jovens.

Apesar da chuva intensa, aChácara Shekinah, pela beleza na-tural de seus recantos, permitiu queos jovens pudessem manter conta-to com o verde da natureza, reno-vando os laços de amizade entreos amigos de diferentes localida-des, ora durante as refeições, oranos alojamentos, ora nas ativida-des programadas. (Do correspon-dente em Londrina.)

Chico Xavier: o Brasileiro da Históriade acordo com a opinião do povo

O IMORTALPÁGINA 12 OUTUBRO/2006

ELSA [email protected]

De Londres

Ninguém poderia imaginar!Incrível pensar que isso tudo

pudesse acontecer dentro de exa-tamente o prazo de um ano – desetembro de 2005 a setembro de2006.

Os ingleses têm uma tendên-cia a serem conservadores enquan-to tradicionalistas. Aqui, neste paísconsiderado “primeiro mundo”,para se mudar o traçado de umaestrada leva-se séculos. Haja vistaa grande ou quase totalidade deestradas que existem hoje em usonormal em pleno século XXI. Fo-ram traçadas, projetadas pelos an-tigos romanos e permanecem atéos nossos dias! Algumas não mu-daram sequer a largura, sendo im-possível passar dois carros no mes-mo momento, tendo sempre queum se prender às cercas vivas la-terais, para que outro carro passe,e assim prosseguir. Isso está assi-milado na cultura deste país. Senão fossem as auto-estradas, nãosaberíamos como se poderia dei-xar o progresso “prosseguir”.

Dentro desse pensamento deque aqui tudo é muito difícil demodificar, qual a nossa surpresa emvermos realizado o sonho de mu-darmos a Constituição da BritishUnion of Spiritist Societies, conhe-cida carinhosamente por todoscomo a “BUSS”. (Bus, em inglês,significa ônibus, então todos sãoconvidados a tomar esse ônibus.)

Assim se deu sábado em Lon-dres. Reunimos os representantesdos Grupos filiados à BUSS, gru-pos não-filiados, mais a presença deAntônio César Perri de Carvalho,que nesta reunião representou oConselho Espírita Internacional,órgão que congrega 29 FederativasEspíritas de Países, do qual a BUSSé membro oficial. A mudança foiaprovada por unanimidade e, em

seguida, procedeu-se à eleição doquadro de trustees (que podemosdefinir como conselheiros). Seguin-do a nova Constituição, não se terápresidente, nem vice-presidente,mas sim um chair-person – que é odirigente, com a secretaria e o te-soureiro. Esses são os responsáveispor levar adiante a execução diáriado trabalho, sempre planejado nasreuniões com os trustees, que de-verão responder em conjunto portodas as ações da instituição de ca-ridade, no caso a BUSS.

Agora é partir para o seguintepasso – pedir o Registro de Insti-tuição Filantrópica. Já existe umaprecedente iniciativa tomada pelogrupo espírita Sir William CrookesSpiritist Society, que em 2004 feza solicitação para Registro comoCharity, preencheu os requisitos, oque foi aprovado pela CharityComission, moldando o seu esta-tuto dentro das normas legais dopaís, sem perder o objetivo princi-pal da instituição – a divulgaçãoda Doutrina Espírita nos seus as-pectos de Religião, Ciência e Fi-losofia, como proposta na codifi-cação kardequiana.

No Reino Unido existem maisde 190 mil instituições filantrópi-cas. Aqui a palavra “caridade” nãotem o sentido que nós espíritas doBrasil, dos países de língua latina,conhecemos. Aqui essa palavra étraduzida como “dar coisas mate-riais, contribuir com dinheiro, ma-nutenção de recursos para atendi-mento aos países pobres, ou man-ter instituições de pesquisa de do-enças, etc.” Por isso, o ConselhoEspírita Internacional achou porbem, ao lançar o seu documento“Conheça o Espiritismo”, na suapágina de rosto, colocar bem clarouma nota de rodapé para explicara palavra caridade contida no lema“Fora da caridade não há salvação”– “Benevolência para com todos,indulgência para com as imperfei-ções alheias e perdão das ofen-

sas”. Assim, esse folheto, que hojejá se encontra em 18 idiomas (fin-landês, português, russo, alemão,sueco, francês, espanhol, norue-guês, esperanto, húngaro, estônio,inglês, italiano, japonês, romeno,polonês, búlgaro e chinês) instruias pessoas de outras línguas.

A Inglaterra é um dos primei-ros países a enviar recursos paraonde tenham acontecido catástro-fes, furacões, tsunamis, guerras,seca, inundações, desastres. Quan-do isso ocorre, lá está a Inglaterrapresente com recursos médicos evíveres. Isso é um fato.

Então, pelo respeito que se tempara com as instituições de “cari-dade” neste país é que poderemosde agora em diante ter maior facili-dade de trabalhar com o público,prosseguir em frente, fazendo o quenos compete fazer, num idioma quenão é o nosso, mas que aprendemosa amar e respeitar. Faremos a nos-sa caridade doutrinária, semeandoo esclarecimento que a DoutrinaEspírita nos oferece, atendendo aoobjetivo de nossa nova Constitui-ção que bem claro nos diz: “Topromote the advancement anddissemination of the religion andthe religious philosophy of Spiritismaccording to Allan Kardec’sSpiritist Codification by planningand implementing activities with theaim to integrate and unify thespiritist societies in the U.K.” (Tra-dução: “Promover o crescimento ea divulgação da filosofia e religiãoespírita de acordo com Allan Kar-dec, o codificador, através de pla-nejamento e implementação de ati-vidades com o objetivo de integrare unir as sociedades espíritas noReino Unido.”)

Em Portugal, em países de falahispânica, muito raro em outrospaíses e mesmo no Brasil, os gru-pos ou centros espíritas conseguemter sua sede própria, nem que sejaalugada, mas com uma ressalva –alugadas por mês, o que faz uma

diferença enorme em países comoHolanda, Inglaterra, Escócia e ou-tros. Aqui é impraticável manter oaluguel por mês, onde você tem afacilidade de ter a chave do espa-ço 24 horas por dia. Aqui, como jáescrevi anteriormente, pincelandoessa informação em outras crôni-cas do Imortal, ainda não tivemosessa alegria. Nossas reuniões deestudos são realizadas em espaçosalugados por hora em locais pre-viamente acertados, e, logo que fi-nalizada a palestra que avançou nohorário, temos de deixar o recintoimediatamente.

A maior caridade que o espíri-ta pode fazer é com sua própriadivulgação. Para isso, queremoscontar com a caridade daqueles quepuderem ajudar países como o nos-so, a termos a nossa sede própria.Para se ter uma idéia, o aluguelmensal de um estúdio, no subsolode algum bairro, é em média 1.500a 2.000 libras, o que em moedabrasileira atinge cerca de 6 a 8 milreais por mês, para um espaço emque cabem não mais do que 15pessoas sentadas. Para um grande

Crônicas de Além-Mar

Mudança inéditaevento, a média é de 150 libras porhora em local simples.

Por isso, cada coisa no seu tem-po. A alegria de termos esse estatutoe a esperança de dias melhores, defacilidades que advirão deste docu-mento, nos dão a certeza de que,mesmo trabalhando com dificulda-des inerentes a terras distantes dealém-mar, chegaremos todos aomesmo resultado diante de Jesus eKardec: “Cumprir nossa tarefa dedivulgar a Doutrina Espírita paraos irmãos do lado de cá do ocea-no”. Os que desejarem entrar emcontato com a BUSS, poderão fazê-lo pelo e-mail [email protected] os que desejarem conhecer oseventos da BUSS, favor olhar owebsite www.spiritismuk.org ou embreve www.bussorg.co.uk.

Morte e vida

Sei que estou caminhando para a morte,Mas sei que, após, irei recomeçar

E ao chegar minha vez de reencarnar,O Espiritismo seja o meu suporte!

Eu sei que inexiste azar ou sorte!Cada um vai colher o que plantar.E é por isso que vale aqui lembrar

Que existe o fraco, mas também o forte.

Busquemos em Jesus a fortalezaPra não viver “morrendo” na pobreza

Desperdiçando a oportunidade.

É preciso tirar todo proveitoE obedecer, fiel, ao bom preceito:Não há salvação sem a caridade!

JOSÉ VIANA GONÇALVESDe Campos dos Goytacazes, RJ

ELSA ROSSI, escritora e pa-lestrante espírita brasileira radicadaem Londres, é diretora do Depar-tamento de Unificação para os Pa-íses da Europa, organismo do Con-selho Espírita Internacionale secretária da British Union ofSpiritist Societies (BUSS).

O IMORTALOUTUBRO/2006 PÁGINA 13

Por inacreditável possa parecer,ainda encontramos irmãos “espíri-tas” que questionam o aspecto reli-gioso da Terceira Revelação. Negama excelsitude de Jesus com febrildescontrole emocional, referindo-seao Mestre como se Ele fosse umhomem vulgar. Para esses confradesatoleimados em suas fanfarras ima-ginárias, alertamos o seguinte: Es-piritismo religioso, Sim! Acompa-nhemos o raciocínio de Emmanuel“Somente o Cristianismo restaura-do pode salvar o mundo que se per-de. Nossa missão é essencialmentereligiosa, na restauração da fé vivae na revivência das tradições sim-ples dos tempos apostólicos. Não te-mos a presunção de pedir o atesta-do de óbito das escolas religiosas,

nem desejamos estabelecer a lutadogmática e o sectarismo. Deseja-mos tão-só reavivar a crença pura,a fim de que o homem, na qualidadede herdeiro divino, possa entrar naglória espiritual da compreensão deJesus Cristo”.1 (grifamos)

Se aceitamos os preceitos daDoutrina Espírita, não podemos ne-gar-lhes fidelidade absoluta. Preven-do esses estranhíssimos movimentosem nossas hostes, Chico Xavier há21 anos advertia “as falanges dastrevas são muito poderosas, organi-zadas. O que elas desejam é expul-sar Jesus do Espiritismo e se tira-rem Jesus do Espiritismo este desa-parecerá. Têm surgido, ultimamen-te, muitas práticas estranhas nomovimento kardeciano. Estoualertando vocês porque eu tenhopouco tempo de vida e vocês devemdefender esse tesouro.”2

Posteriormente, numa entrevista

JORGE [email protected]

De Brasília

Expulsar Jesus do Espiritismo?cedida a confrades de Uberaba, Chicoreafirma: “Se tirarmos Jesus do Es-piritismo, vira comédia. Se tirarmosReligião do Espiritismo, vira um ne-gócio. A Doutrina Espírita é ciência,filosofia e religião. Se tirarmos a re-ligião, o que é que fica? Jesus estána nossa vivência diária, porquantoem nossas dificuldades e provações,o primeiro nome de que nos lembra-mos, capaz de nos proporcionar alí-vio e reconforto, é JESUS.”3

Alguns “espíritas”, distantes dequaisquer argumentos inteligíveis per-sistem em disseminar a desgastadacantilena de que se é preciso fugir doCristo, do religiosismo, do igrejismono Espiritismo e transformá-lo numaacademia de notáveis. Sob o viés des-sa esdrúxula fábula conceitual, escre-vem livros, artigos, fazem palestras, es-cravizados aos impulsos telepáticosdos “gênios das trevas”.

Desta forma, pela tendência

desses estranhos irmãos “espíri-tas”, percebe-se que o Evangelhoainda encontrará, por algum tem-po, a resistência das trevas, da má-fé, da ignorância, apesar de repre-sentar a grande síntese de todas aspropostas filosóficas que visamaprimorar o homem.

Esses desarrazoados pregoeirosde idéias vãs esquecem-se de que oCristo é o modelo de virtudes so-bre-humanas. É incomparável a de-dicação e a santidade que Ele dis-pensa à Humanidade. Nós, que ain-da estamos mergulhados no vício dacorrupção, não temos parâmetrospara avaliarmos a Sua magna im-portância para o Espiritismo, por-que a Sua perfeição se perde na noi-te indevassável dos séculos.

O Espiritismo sem Jesus podealcançar as melhores expressões aca-dêmicas, mas não passará de ativi-dade destinada a modificar-se ou

desaparecer, como todas as conquis-tas transitórias do mundo. E o espí-rita, que não cogitou da sua ilumi-nação com o Evangelho Dele, podeser um intelectual, um doutor e umfilósofo, com as mais elevadas aqui-sições culturais, mas estará sem bús-sola e sem roteiro no instante da tem-pestade inevitável da provação.

1 - Xavier, Francisco Cândi-do. O Consolador, ditado pelo Es-pírito de Emmanuel, Rio de Janei-ro: Ed. FEB, 2000, questão 42,

2 - Revista Internacional deEspiritismo, Matão 1985

3 - Entrevistas com Chico Xa-vier disponíveis em http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diver-sos/religiao/espiritismo-sem-jesus.html e http://www.meumundo.americaonline.com.br/eesp i r i t a /esp i r i t i smo_sem_jesus.htm

Pedimos ao leitor que anote e divulgue entre os amigos,radicados aqui ou no exterior, as informações abaixo:

1. No site www.editoraleopoldomachado.com.br/imortal/indice.htm você pode ler, na íntegra, as últimas 30 edições dojornal “O Imortal”.

2. No site www.neudelondrina.org.br/tv_assista.htmvocê pode assistir ao programa “Reflexão Espírita”, que éapresentado aos sábados, às 17h30, pela TV Tropical deLondrina (CNT).

Ligue-se e acompanhe pela internetos programas espíritas

(Conclusão do artigo da pág. 3)

Existem dois elementos funda-mentais no Universo, o espirituale o material. O elemento espiritu-al tem início como “princípio in-teligente”. Essa “centelha espiri-tual” transita do mundo espiritualao mundo material ocupando cor-pos que lhe permite evoluir na es-cala da vida inteligente na Terra.O Universo é preenchido por um“fluido” de natureza sutil, compropriedades que ainda escapamao nosso entendimento. É dele quese origina toda matéria conheci-da. As propriedades das substân-cias só existem em função dessefluido e pela sua atuação essas pro-priedades podem sofrer as mais di-versas alterações. A acidez ou a

Ciência Espírita - Reflexões Filosóficasalcalinidade é dada pela presençadesse fluido e por sua atuação umcopo de água pode curar ou produ-zir malefícios.

Existe um propósito divino nacriação. Estamos todos destinados acaminhar pela extensa fieira das exis-tências, na Terra ou em outros mun-dos, buscando a condição de espíri-tos angélicos que um dia atingiremos.

Deus atua através de Leis quea inteligência humana irá gradati-vamente descobrindo. Estamos to-dos mergulhados no pensamentode Deus e nada que ocorre no Uni-verso escapa ao seu consentimen-to. Somos livres para agir e obri-gados a arcar com as conseqüên-cias dos nossos atos. Cada um éresponsável pelo seu próprio des-tino. As Leis morais são pressenti-

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das pela consciência de todos nóse à medida que a humanidadeavançar na sua evolução o Homemserá cada vez mais conscientes daaplicação dessas Leis.

O mundo espiritual está perma-nentemente em íntimo contato como mundo material. Um e outro pro-cessam trocas fluídicas entre si eexercem influência sobre o outro.Essa interferência recíproca é tãointensa que não há como perma-necer sem sua convivência. Umamultidão de espíritos desencarna-dos transita com cumplicidade emtodos ambientes da Terra. Eles nosacompanham e nós os atraímoscompartilhando com eles nossa in-timidade. Os pensamentos que fre-qüentemente temos como sendonossos são, muitas vezes, o pensa-

mento deles. Dentro das Leis divi-nas está estabelecido que atraímospara nossa companhia aqueles comquem sintonizamos nossos propó-sitos. O bem atrai os bons e o malconviverá com a ignorância.

Por envolver o mundo espiri-tual e os Espíritos que aí habitam,não temos controle da comunica-ção espiritual, e os métodos da ci-ência humana, seu sistema de con-trole e experimentação, não se apli-cam à ciência do Espírito. Entre-tanto, alguns homens têm em suaconstituição uma disposição espe-cial que lhes permite entrar em con-tato lúcido com os espíritos desen-carnados. Trata-se do fenômeno damediunidade que se registra emtodos os povos e em todas as épo-cas da humanidade. A mediunida-

de é o grande campo de experi-mentação em que a doutrina es-pírita se apóia para revelação ecomprovação dos seus postula-dos. A expectativa futura é de queno decorrer dos séculos todos oshomens possam estar conscien-tes do seu intercâmbio com omundo espiritual. Os fenômenosmediúnicos explicam uma sériede ocorrências freqüentementetidas como sobrenaturais ou pro-duzidos por uma energia desco-nhecida. A transmissão do pen-samento, a visão à distância, aspremonições, a xenoglossia, apsicometria, a psicografia e apsicofonia são exemplos já bemestudados e esclarecidos peloEspiritismo. (Nubor OrlandoFacure, de Campinas-SP.)

O IMORTALPÁGINA 14 OUTUBRO/2006

Literatura mediúnica

Por reviver a Mensagem Cristãna sua pureza, objetividade e pujan-ça originais, tem o Espiritismo so-frido ataques ao longo dos tempos.Anos a fio, aqueles incomodadoscom os esclarecimentos propiciadospela obra de Kardec promoveramverdadeiros bombardeios, objeti-vando descaracterizar a DoutrinaEspírita como religião cristã. En-tretanto, como o bombardeio nãoalcançou o alvo desejado, decidiramos promotores desencarnados a mu-dar a estratégia, trocando o bombar-deio pela implosão. O bombardeiosempre é mais notado pela movi-mentação de recursos externos, afim de destruir. A implosão, ao con-trário, passa despercebida até a horado desmoronamento total.

Cansaram-se as forças contrári-as ao Espiritismo de combatê-lo defora para dentro. Através dos mé-diuns usados fora do meio espírita,as Trevas não conseguiram desacre-ditar a Doutrina, embora tenham-seempenhado por larga faixa de tem-po. Pelo contrário, ajudaram muitona divulgação dos postulados espí-ritas, porque as acusações falsas eas tentativas de ridicularização sem-pre foram rebatidas com a verdade,o que propiciava o conhecimento daDoutrina Espírita a muitos que delanão tinham notícia.

Por isso, atualmente ninguémsai a público, através de periódicosou de livros, na tentativa de atacaras teses espíritas, numa confronta-ção aberta, em que haja oportuni-dade de debate. Quando muito, unsataques pela Internet, que não exi-

bem endereço para resposta. Vê-seque o bombardeio vindo de fora qua-se desapareceu. As Trevas desistiramdessa prática. Agora, a o ataque é in-terno, pela implosão.

Hoje, a Treva se empenha ematuar dentro dos arraiais espíritas,usando principalmente médiuns in-vigilantes, que publicam tudo o querecebem, sem atentarem para as sá-bias palavras do Espírito Erasto, con-forme citado acima. Decidiram, asforças das Trevas, não mais atuarconfrontando-se, mas fingindo cami-nhar ao lado, falando em Jesus, fa-lando no Bem, doando parte do pro-duto das edições de livros e discos ainstituições de amparo, no intuito decriar simpatia e credibilidade.

Mas, de permeio com ensinamen-tos nobres, estão atitudes ridículas,conversas banais, e verdadeiras cari-caturas de respeitáveis personalidadesque deixaram na Terra testemunho detrabalho e dignidade, agora mostra-das como pessoas vulgares e despro-vidas do nível de seriedade que sem-pre mantiveram enquanto encarnadas.

Existe uma verdadeira avalanchade obras fantasiosas que pretendemtrazer novidades, que vão desde o co-mentário leviano que invade a inti-midade de pessoas, a pretensas re-velações de novos pontos doutriná-rios. São obras capazes de causar ad-miração naqueles que não estudame, por isso mesmo, se encantam e nãoobservam que o objetivo maior de-las é levar o Espiritismo ao descré-dito.

Não podendo, os inimigos da Ver-dade, combater o Espiritismo no cam-po das idéias, procuram minimizá-lo,banalizá-lo através de diálogos puerisque, apresentando-se como linguagemdescontraída, mais se assemelham à

conversa descompromissada de umaroda de amigos do que a comentáriosem torno de temas doutrinários. Nes-sa tentativa de apequenamento da men-sagem espírita, valem-se de tudo, atéde humorismo barato, que tem apare-cido através de médiuns fascinados,que ainda não atentaram para a milenaradvertência: “Amados, não creiais atodo o espírito, mas provai se os espí-ritos são de Deus; porque já muitos fal-sos profetas se têm levantado no mun-do”. (I Jo, 4: 1).

Essa advertência do ApóstoloJoão nunca encontrou tantaaplicabilidade como agora! É tempode as livrarias espíritas analisaremcom cuidado as obras que divulgam.Não se trata do estabelecimento deum índex, mas de um critério paraconstatar o que é Espiritismo e o quenão é, visto que, ao divulgar umaobra – seja um folheto, um disco ouum livro – um estabelecimento espí-rita está, automaticamente, pelo me-nos para o leigo – e é justamenteesse que deve ser orientado – legiti-mando o valor e a fidelidade daque-la obra quanto às bases doutrinárias.É chegada a hora de se alertar o ir-mão que se deixou envolver, apon-tando-lhe os equívocos, e não se ca-lando, a pretexto de um falso senti-mento de fraternidade. O compro-misso com a Verdade foi claramentedeclarado por Jesus: “Seja, porém,o vosso falar: Sim, sim, Não, não,porque o que passa disto é de proce-dência maligna.” (Mt, 5:37).

Aos que acham que esse procedi-mento não é consentâneo com a liber-dade que o Espiritismo confere aosseus profitentes, deve ser lembrado quesempre há um critério na seleção doque se entrega ao público numa casaque ostente o nome “espírita”, pois o

JOSÉ [email protected]

De Juiz de Fora

critério deve caminhar ao lado da li-berdade, uma vez que, em nome des-ta, ninguém concordaria que um esta-belecimento espírita divulgasse todosos tipos de livros e revistas que sãoexpostos em bancas e livrarias. Opor-tuna nessa hora, a recomendação doApóstolo Paulo: “Todas as coisas mesão lícitas, mas nem todas as coisas

me convêm (...).” (I Co, 6: 12).

O IMORTAL na internetDesde abril de 2004, o jornal O

IMORTAL pode ser lido, na íntegra,pela internet.

Conforme os regis t ros deconsulta ao site que o divulga,os leitores residentes nos Esta-dos Unidos quase empatam, emnúmero, com os leitores do Bra-

sil. E temos consultas feitas noJapão, na Suíça, na Inglaterra, naEspanha etc.

O site em que as pessoas podemler as edições do jornal, na íntegra,desde abril de 2004, é este:www.editoraleopoldomachado.com.br/

imortal/indice.htm

Basta clicar no endereço citadoe a página será aberta, mostrando oíndice de todas as edições.

Os contatos com a Redação dojornal devem, contudo, ser feitospor intermédio do e-mail abaixo in-dicado:

[email protected]

“Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea.” - Erasto - O Livro dos Médiuns, item 230

José Passini, palestrante espírita,ex-presidente da Aliança MunicipalEspírita de Juiz de Fora, doutor emLingüística pela UFRJ, ex-Reitor daUniversidade Federal de Juiz de Fora,é autor do livro “BILINGÜISMO:utopia ou antibabel”.

Escritor, médium, palestrante requisitado,apresentador de programas de rádio e televisão,dirigente da Fraternidade Francisco de Assis,em São Paulo, autor de vários livros espíritas desucesso, agora na Petit Editora!

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O IMORTALOUTUBRO/2006 PÁGINA 15

A Revue Spirite há 140 anos

Revista Espírita de 1866 (Parte 10)

Damos continuidade à publica-ção do texto condensado da RevistaEspírita de 1866. As páginas cita-das referem-se à versão publicadapela Edicel.

*166. Na seqüência do artigo

intitulado “Os tempos são chegados”,Kardec afirma que os fatos que de-terminam o avanço da Humanidade,embora subordinados nos detalhes aolivre-arbítrio dos homens, são de cer-to modo fatais em seu conjunto, por-que submetidos a leis. Eis outros pon-tos a destacar no artigo: I) O movi-mento progressivo da Humanidade é,assim, inevitável, porque está na na-tureza e, além disso, Deus vela inces-santemente pela execução de suas leise encarrega os Espíritos, seus minis-tros, dos detalhes, conforme as atri-buições afetas ao seu grau de adian-tamento. II) A Humanidade realizouao longo dos séculos incontestáveisprogressos, mas resta-lhe ainda fazercom que reine no mundo a caridade,a fraternidade e a solidariedade, paraassim assegurar o seu bem-estar mo-ral. III) Esse é o período em que oplaneta vai entrar e que marcará umadas fases principais da história da Hu-manidade, porque não se trata de umamudança parcial, limitada a um úni-co país ou povo, mas um movimentouniversal que se opera no sentido doprogresso moral. IV) O progresso in-dividual e o progresso geral jamaissão estéreis, porque aproveitam às ge-rações e às individualidades futuras,que não são outra coisa senão as in-dividualidades passadas chegadas aum mais alto grau de adiantamento.V) Os homens não viverão felizes naTerra senão quando a solidariedadede todos para com todos e a fraterni-dade tiverem entrado em seus cora-ções e em seus costumes, porque en-tão sujeitarão a eles suas leis e insti-tuições. VI) A fraternidade deve ser apedra angular da nova ordem social,mas não existirá fraternidade real, só-lida e efetiva se não for apoiada embase inabalável, que é a fé, não a féem tais ou quais dogmas, mas a fénos princípios fundamentais que to-dos podem aceitar: Deus, a alma, ofuturo, o progresso individual inde-finido, a perpetuidade das relaçõesentre os seres. VII) Nesse movimen-to regenerador, o Espiritismo tem umpapel considerável. Pela prova que eletraz das verdades fundamentais, eleenche o vazio que a incredulidade faz

nas idéias e nas crenças; pela certezaque dá de um futuro conforme à jus-tiça de Deus, ele tempera osamargores da vida e evita os funestosefeitos do desespero. VIII) Ele nãodiz: Fora do Espiritismo não há sal-vação, mas apoiado no Cristo: Forada caridade não há salvação, princí-pio de união e tolerância que ligaráos homens num sentimento comumde fraternidade, em vez de os dividirem seitas inimigas. IX) Com este ou-tro princípio: Não há fé inabalável se-não a que pode encarar a razão facea face em todas as épocas da Huma-nidade, destrói o império da fé cega,que aniquila a razão, e da obediênciapassiva, que embrutece. X) Conse-qüente consigo mesmo, não se impõe;diz o que é, o que quer, o que dá, eespera que a ele venham livremente,voluntariamente; quer ser aceito pelarazão e não pela força. Respeita to-das as crenças sinceras e não comba-te senão a incredulidade, o egoísmo,o orgulho e a hipocrisia, chagas dasociedade e os mais sérios obstácu-los ao progresso moral. XI) Não é oEspiritismo que cria a renovação so-cial: é a maturidade da Humanidadeque faz desta renovação uma neces-sidade. Por seu poder moralizador,por suas tendências progressivas, pelaamplidão de suas vistas, pela genera-lidade das questões que abarca, o Es-piritismo é, mais que qualquer outradoutrina, apto a secundar o movimen-to regenerador, e é por isto que é seucontemporâneo. (Págs. 289 a 301.)

A Terra não deve ser destruída,mas progredir e elevar-se na

hierarquia dos mundos

167. Em seguida a esse artigo, aRevista transcreve duas comunicaçõesmediúnicas obtidas em abril e setem-bro de 1866 versando o mesmo temaexaminado por Kardec, das quais ex-traímos os pontos que se seguem: I)Os acontecimentos se precipitam comrapidez; assim não dizemos mais,como outrora: “Os tempos estão pró-ximos”; mas sim: “Os tempos estãochegados”. II) Não olheis o céu, paraaí buscar sinais precursores, pois nãoos vereis; mas olhai em torno de vós,entre os homens; é aí que osencontrareis. III) Não acrediteis, en-tretanto, no fim do mundo material; aTerra deve progredir e não serdestruída. IV) Chegada a um de seusperíodos de transformação, a Terra vaielevar-se na hierarquia dos mundos.Não é, pois, o fim do mundo materialque se prepara, mas o fim do mundomoral. É o velho mundo, o mundo dospreconceitos, do egoísmo, do orgulho,

do fanatismo que se esboroa. V) A Terranão será transformada por um cataclis-mo, que aniquilará subitamente umageração. A geração atual desaparecerágradualmente, e a nova a sucederá, semque nada seja mudado na ordem natu-ral das coisas, com uma única diferen-ça: uma parte dos Espíritos que aí seencarnavam não mais nela seencarnarão. VI) Essa exclusão atingi-rá apenas os Espíritos fundamental-mente rebeldes, aqueles que o orgulhoe o egoísmo, mais que a ignorância,tornam surdos à voz do bem e da ra-zão. VII) Um dos caracteres distinti-vos da nova geração será a fé inata, féraciocinada, que esclarece e fortifica,e une a todos num sentimento comumde amor a Deus e ao próximo. VIII) OEspiritismo é a via que conduz à reno-vação, porque arruína os dois maioresobstáculos que a ela se opõem: a in-credulidade e o fanatismo, e dá uma fésólida e esclarecida, desenvolvendotodos os sentimentos e todas as idéiasque correspondem às vistas da nova ge-ração. Por isso, ele se tornará a base detodas as crenças, o ponto de apoio detodas as instituições. IX) A regenera-ção da Humanidade não necessita, po-rém, da renovação integral dos Espíri-tos: basta uma modificação em suasdisposições morais, o que se opera emtodos os que a isto forem predispostos,quando subtraídos à influência perni-ciosa do mundo. (Págs. 301 a 311.)

168. As extraordinárias curas dozuavo Jacob, objeto de reportagempublicada pelo Écho de l’Aisne, de1o de agosto de 1866, são relatadaspela Revista, que informa que as cu-ras promovidas no campo de Châlonspelo Sr. Jacob foram também divul-gadas pela Presse Illustrée e peloPetit Journal. (Pág. 311.)

169. Segundo as notícias, os en-fermos vinham de todos os lados eeram tratados em grupo de 25 a 30por vez. À voz, ao olhar, ao toque doSr. Jacob, que sempre recusou qual-quer espécie de remuneração, subi-tamente os surdos ouviam, os mudosfalavam, os coxos largavam suasmuletas. (Pág. 312.)

Das pessoas atendidas peloSr. Jacob, 25% não

obtiveram resultado algum

170. Kardec, que conhecia pesso-almente o Sr. Jacob, explica o meca-nismo dessas curas e, após afirmar quetal faculdade não é privilégio de umúnico indivíduo, pois muitos a possu-em, junta aos seus comentários infor-mações muito interessantes sobre osresultados obtidos pelo notávelcurador. Os dados lhe foram enviados

pelo Sr. Boivinet, colega da Socieda-de Espírita de Paris radicado emAisne. O número de enfermos aten-didos até então por Jacob era estima-do em 4.000 pessoas, das quais 1.000(1/4 do total) não obtiveram qualquerresultado, 750 foram curadas e 2.250apenas aliviadas. (Págs. 313 a 315.)

171. Depois de referir curas diver-sas realizadas pelo zuavo, a Revistaexplica como o médium procedia. Pri-meiramente ele introduzia os doentesnuma sala, à base de dezoito ou maispessoas por vez, dependendo das di-mensões do local; os que vinham delonge eram convidados a entrar primei-ro. Todos permaneciam em silêncio,porque ele dizia que quem conversas-se seria posto na rua. Ao cabo de dezou 15 minutos de silêncio, Jacob diri-gia-se a alguns doentes e, sem nadaperguntar, lhes dizia o que sofriam. De-pois, passeando ao longo da mesa emredor da qual os doentes ficavam sen-tados, ele falava a todos e os tocava,mas sem os gestos usados pelos mag-netizadores. Em seguida, despedia-os,dizendo a uns: “Estais curados”; a ou-tros: “Apenas tendes fraqueza”; e a ou-tros, mais raramente: “Nada posso porvós”. Aos que faziam menção de lheagradecer, respondia que nada havia aagradecer e, às vezes, dizia: “Vossosagradecimentos? Dirigi-os à Providên-cia”. (Págs. 316 a 318.)

172. Em nota aposta às informa-ções do Sr. Boivinet, Kardec afirmaque as curas do Sr. Jacob eram real-mente autênticas e, louvando a condu-ta do curador, assevera que o que cons-titui um mérito real no médium, o quese deve e pode louvar com razão, é oemprego que faz de sua faculdade; é ozelo, o devotamento, o desinteressecom os quais a põe a serviço daquelesa quem ela pode ser útil; é ainda amodéstia, a simplicidade, a abnegação,a benevolência que respiram em suaspalavras e que suas ações justificam,porque essas qualidades lhe pertencem.“Assim”, acrescenta o codificador doEspiritismo, “não é o médium que sedeve pôr num pedestal, do qual pode-rá descer amanhã: é o homem de bem,que sabe tornar-se útil sem ostentaçãoe sem proveito para a sua vaidade.”(Págs. 318 a 320.)

Foi em Medina que Maomé pregoupela primeira vez, no ano de 623

173. O número de novembro de1866 começa com novo artigo deKardec sobre Maomé e o Islamismo,do qual extraímos de forma resumi-da as informações que se seguem: I)Foi em Medina que Maomé mandouconstruir a primeira mesquita, em

que trabalhou com as próprias mãose organizou um culto regular. Ali elepregou pela primeira vez em 623. II)Dois anos após instalar-se emMedina, os Coraychitas de Meca,unidos a outras tribos hostis, sitia-ram a cidade. Maomé teve de defen-der-se, iniciando-se para ele um pe-ríodo guerreiro, que durou dez anose durante o qual se mostrou um táti-co hábil. III) Como a guerra era oestado normal daqueles povos, quesó conheciam o direito da força, aochefe era necessário o prestígio davitória para firmar sua autoridade. Apersuasão exercia efeito reduzido so-bre aquela gente turbulenta e umagrande mansuetude teria sido toma-da como fraqueza. É por isso que,mesmo sem querer, o grande líderfez-se guerreiro. IV) O sucesso deMaomé em tantas batalhas foi real-mente notável, pois, com exceção deum dos primeiros combates, em 625,em que foi ferido e os muçulmanosderrotados, suas armas foram sem-pre vitoriosas, a ponto de em pou-cos anos submeter a Arábia inteira àsua lei. V) Maomé pôde, então, en-trar triunfalmente em Meca, após dezanos de exílio, seguido por perto decem mil peregrinos, realizando ali acélebre peregrinação dita de adeus,cujos ritos os muçulmanos conser-varam escrupulosamente, porque nomesmo ano, dois meses depois deseu regresso a Medina, em 8 de ju-nho de 632, ele morreu. (Págs. 321e 322.)

174. Sobre Maomé e sua obra,Kardec destaca outros pontos impor-tantes: I) É um equívoco, dissemina-do pelos adversários de Maomé,apresentá-lo como um indivíduo am-bicioso, sanguinário e cruel. II) Tam-bém não se deve torná-lo responsá-vel pelos excessos de seus sucesso-res, que pretenderam conquistar omundo para a fé muçulmana de espa-da em punho. III) Maomé, mesmo emmeio aos seus sucessos, havendo che-gado ao topo de sua glória, fechou-seno seu papel de profeta, sem jamaisusurpar uma autoridade temporal des-pótica: não se fez rei, nem potentadoe jamais se manchou, na vida priva-da, por nenhum ato de barbárie ou decupidez. IV) Se o papel de guerreirolhe foi uma necessidade e se esse pa-pel pode escusá-lo de certos atos po-líticos, há, no entanto, alguns senõesque ele poderia ter evitado, como aconsagração da poligamia em sua re-ligião, que foi o seu mais grave erro,pois isso opôs uma barreira entre oIslamismo e o mundo civilizado.(Págs. 322 a 325.) (Continua no pró-ximo número.)

MARCELO BORELADE OLIVEIRA

[email protected] Londrina

O IMORTALPÁGINA 16 OUTUBRO/2006

O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITARUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63CEP 86.180-970TELEFONE: (043) 3254-3261 - CAMBÉ - PR

Carmem Lúcia Cardoso daRocha (foto), geneticista e do-cente na Universidade Estadu-al de Maringá, em que é coor-denadora do Programa de Pós-Graduação em Biologia Com-parada, conversou com a equi-pe do programa “Reflexão Es-pírita” sobre um tema que ain-da é bastante polêmico paramuitas pessoas, os transgênicos.Levada ao ar no mês de julhoúltimo, a entrevista destaca aimportância e os cuidados quedevemos considerar em relaçãoaos transgênicos. O programa“Reflexão Espírita” é apresen-tado aos sábados, às 17h30, pelaTV Tropical, associada à RedeCNT de Televisão.

A seguir, a entrevista:

Luis Claudio: É válido ter-mos produtos, alimentos trans-gênicos ou não?

Carmem Lúcia: O assuntotransgênico é uma grande polê-mica já há algum tempo. Os trans-gênicos são produtos, plantas eanimais que foram manipuladosgeneticamente com o acréscimode alguma informação genéticanova. Daí o nome transgênico,porque ele tem um gene ou partede um gene que veio de uma ou-tra espécie. Então, o que a gentetem são propostas de modificaçãode certas propriedades nutricio-nais ou de certas características deprodução de uma determinadaplanta, grão, fruto ou animal emrazão desse melhoramento gené-tico, utilizando os recursos mo-dernos da genética molecular, daengenharia genética. É importan-te que estas pesquisas caminhem,que continuem acontecendo, por-que é muito bom que sejam de-senvolvidos novos mecanismos,novas tecnologias e novos produ-tos. Existe muita coisa boa sendo

FERNANDA [email protected]

De Londrina

feita na área de transgênicos.

Luis Claudio: O que nós jáutilizamos e muitas vezes não sa-bemos?

Carmem Lúcia: Nós já temosalguns milhos transgênicos quetêm a questão nutricional muitoimportante. Tivemos alguns proje-tos com a tentativa de trazer, colo-car em plantas como o feijão algu-mas proteínas vindas de outrasplantas para enriquecer o feijão eesse feijão, por exemplo, melho-rar a capacidade nutricional dapopulação que não pode comercarne. O tomate longa-vida é umacoisa muito boa que foi desenvol-vida. Fizeram uma estratégia deretardar o trabalho de uma enzimaque promove o amadurecimentodo tomate e por conta disso o to-mate leva mais tempo até amadu-recer desde que é colhido. Assimdá mais tempo pra você transitarcom ele, levá-lo de um lugar paraoutro, mais longe do local onde foiproduzido, sem que ele apodreça.Isso é uma coisa boa, porque as-sim estamos deixando de desper-diçar alimentos.

Quando se planta a sojatransgênica numa fazenda,essa soja acaba tendo uma

troca genética com asculturas vizinhas

Luis Claudio: Então já esta-mos usando muito os transgêni-cos.

Carmem Lúcia: Já estamosusando e são seguros, não ofere-cem riscos à saúde porque já fo-ram testados. Esses produtos sãobons e apresentam vantagens paraa população. Então, eles devem serproduzidos. O grande problemasão alguns transgênicos que con-têm, por exemplo, toxinas ou quepropiciam utilização de agrotóxi-cos muito fortes, daí sim podemcomprometer a saúde da popula-ção e temos, por isso, de ficar deolho nesse transgênico.

Luis Claudio: E nos agrotó-xicos também, não é?

Carmem Lúcia: Claro. E aínão é só nos transgênicos. Oagrotóxico é um veneno, mesmoquando colocado em outras cultu-ras, comprometendo assim a saú-de das pessoas.

Luis Claudio: Você havia co-mentado a respeito da batata.Parece que houve uma experiên-cia que não deu certo?

Carmem Lúcia: Queriamque a batata produzisse uma to-xina para que ela mesmo desseconta de matar os insetos semprecisar fazer a aplicação deagrotóxico, mas ela começou aproduzir uma quantidade muitogrande dessa toxina de forma quea própria batata ficou imprópriapara consumo. Ou seja, ela erauma batata tóxica que não mata-va só as pragas, matava tambémquem a comesse. Então ela nãofoi comercializada, foi descarta-da. Infelizmente foi uma experi-ência de transgênico que não deucerto e, por isso, nunca chegou aser comercializada.

Luis Claudio: Então existemexperiências válidas que estãoajudando a humanidade e exis-tem experiências que podem nãoser boas e até de certa forma ne-gativa. Espiritualmente, estamos

fazendo experiências com a na-tureza, é perigoso isso ou não?

Carmem Lúcia: Depende.Podemos, por exemplo, fazer ex-periências que têm condições bemcontroladas e você consegue pro-duzir algumas coisas sem compro-meter as plantações vizinhas. Qualo grande problema da soja trans-gênica? Todo esse problema quetemos no Paraná, essa preocupa-ção com o transgênico, não diz res-peito a quaisquer transgênicos. Éa soja transgênica o fator principalda discussão. Quando você plantaa soja transgênica numa fazenda,essa soja acaba tendo uma trocagenética, há um cruzamento comas culturas vizinhas. A soja da fa-zenda vizinha, que devia ser umasoja convencional, acaba ficandomesclada de material genético por-que há uma troca, uma contami-nação genética. Então se você querplantar soja transgênica, plante noseu canteiro sem comprometer omeu. Mas isso não é possível. Esseé que é o problema. É por isso quehá toda essa pressão política paraque no Paraná não se plantassemtransgênicos, porque há muitospaíses que não compram a soja quetiver o risco de ser misturada comsoja transgênica.

Sabemos comoespíritas que no futuro

teremos de arcar com esseambiente degradado que

houvermos criado

Luis Claudio: A soja transgê-nica causa problemas para avida animal, para a vida huma-na?

Carmem Lúcia: A dificulda-de maior é que a soja transgênicagera direito de royalties para aempresa que desenvolveu essa se-mente e esse veneno que ela ven-de junto. Então ela usa o veneno,que é muito tóxico, e o problematodo é que as pessoas que não que-rem plantar soja transgênica aca-bam ficando prejudicadas porque

têm as suas plantações mistura-das com a soja transgênica e de-pois, futuramente, podem até serprocessadas para que paguem osroyalties, sendo que elas mesmasnão fizeram nada para isso.

Luis Claudio: Espiritual-mente falando, como você achaque poderíamos tomar esse cui-dado de não afetar negativa-mente a nossa vida humana?

Carmem Lúcia: Nós temosque ter sempre muito critério,procurar as técnicas que foremmelhores e mais seguras para quea gente possa até ter ganhos fi-nanceiros, mas que não haja pre-juízos nem para a saúde humananem para o equilíbrio do ambi-ente. Então isso é uma preocu-pação que tem de haver. Essasdiscussões são muito úteis, mui-to importantes e nós precisamosestar cientes de que qualquer in-terferência que façamos no am-biente terá um preço que depoisteremos que pagar, pois isso éuma responsabilidade nossa. Nóscomo espíritas temos uma res-ponsabilidade dobrada porquesabemos que no futuro teremosde arcar com esse ambiente de-gradado que nós mesmos degra-damos nesta encarnação. É umaresponsabilidade grande, o quesignifica que temos de batalharpara que essas discussões conti-nuem.

Luis Claudio: Podemosconseguir isso através dessasdiscussões como você está fa-lando e pressionar também aslegislações específicas, não é?

Carmem Lúcia: Exatamen-te. E termos cuidado porque exis-tem muitos interesses comerciaisem jogo. Temos de ficar atentosporque não podemos aprovarqualquer lei que beneficie esse ouaquele. Temos que pensar na po-pulação e no nosso meio ambi-ente porque este é nosso, a em-presa que vem de fora não é.

“Temos que ter sempre muito critério no uso dos transgênicos”

Carmem Lúcia Cardoso da Rocha: bomsenso na discussão sobre os transgênicos

Espiritismo na TV