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o segredo da paz o caminho do coração 9-10 SETEMBRO FÁTIMA 2017 JUBILEU JOVEM

o segredo da paz o caminho do coração JUB ILEU JOVEM · pelo seu amor, pela força do seu Espirito. Não ponhas resistências, não temas ir aonde Deus te quer levar. Os seus desígnios

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o segredo da paz o caminho do coração

9-10 SETEMBROFÁTIMA 2017

JUBILEU JOVEM

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ÍNDICE

SAUDAÇÃO DO REITOR DO SANTUÁRIO DE FÁTIMA

SAUDAÇÃO DO PRESIDENTE DA COMISSÃO EPISCOPAL LAICADO

E FAMÍLIA

INTRODUÇÃO AO ITINERÁRIO

PROGRAMA

O ITINERÁRIO PASSO-A-PASSO

Preparar a paz

[Celebração Penitencial e Reconciliação | Adoração Eucarística | Casa das Candeias | Exposição temporária | Percurso dos Murais | Sobre a oração do Rosário | Visita ao Carmelo | Rezar com o Francisco e a Jacinta | O Anjo e as casas dos Pastorinhos | À música com...] [este terceiro nível é apenas

elenco; não deve ter número de página]

Abertura oficial da Peregrinação[Passagem do Pórtico Jubilar | Saudação a Nossa Senhora] [este terceiro nível é apenas elenco; não deve ter número de página]

O coração da pazRosárioProcissão das VelasPara alcançar a pazO caminho do silêncioA paz de coraçãoViver a paz

[O coração de Maria, caminho para a Trindade | A Palavra e a Eucaristia, apelo e fonte de paz | A paz, dom e compromisso] [este terceiro nível é apenas elenco; não deve ter número de página]

O Sol na CruzRosário, Missa, Profissão de Fé e Envio

CÂNTICOS

PARTIR

5.

7.

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11.

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29.

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35.

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47.

51.

53.

56.

65.

1Ao terceiro dia, celebrava-se uma boda em Caná da Galileia e a mãe de Jesus estava lá. 2Jesus e os seus discípulos também foram convidados para a boda. 3Como viesse a faltar o vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: «Não têm vinho!» 4Jesus respondeu-lhe: «Mulher, que tem isso a ver contigo e comigo? Ainda não chegou a minha hora». 5Sua mãe disse aos serventes: «Fazei o que Ele vos disser!» 6Ora, havia ali seis vasilhas de pedra preparadas para os ritos de purificação dos judeus, com capacidade de duas ou três medidas cada uma. 7Disse-lhes Jesus: «Enchei as vasilhas de água». 8Eles encheram-nas até cima. Então ordenou-lhes: «Tirai agora e levai ao chefe de mesa». 9E eles assim fizeram. O chefe de mesa provou a água transformada em vinho, sem saber de onde era – se bem que o soubessem os serventes que tinham tirado a água; chamou o noivo 10e disse-lhe: «Toda a gente serve primeiro o vinho melhor e, depois de terem bebido bem, é que serve o pior. Tu, porém, guardaste o melhor vinho até agora!» 11Assim, em Caná da Galileia, Jesus realizou o primeiro dos seus sinais miraculosos, com o qual manifestou a sua glória, e os discípulos creram nele.

Jo 2, 1-11

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SAUDAÇÃO DO REITOR

DO SANTUÁRIO DE FÁTIMA

Caríssimo/a Jovem,

Bem-vindo/a a Fátima!

Bem-vindo/a ao JubJovem: o Jubileu juvenil do primeiro Centenário das Aparições de Fátima.

O momento de maior impacto deste ano festivo de celebração do Centenários das Aparições, aqui em Fátima, foram os dias 12 e 13 de maio. No dia 13 de maio de 1917, na Cova da Iria, os três pequenos pastores Lúcia, Francisco e Jacinta viram Nossa Senhora. Cem anos depois, no mesmo dia 13 de maio e no mesmo lugar, uma enorme multidão – no meio da qual talvez te encontrasses também – reuniu-se em ambiente de festa, numa celebração presidida pelo Papa Francisco, para dar graças a Deus pelo dom das aparições de Fátima e para a canonização dos dois mais jovens videntes: os santos Francisco e Jacinta Marto.

Este é um momento diferente: o momento para fazeres o teu próprio caminho, o teu itinerário jubilar, na companhia de outros jovens.

O tema desta peregrinação, «o segredo da paz, o caminho do coração», fala-te de Fátima e da sua mensagem: exorta-te a receber a paz como um dom que vem de Deus e a construí-la ativamente à tua volta; convida-te a descobrir o segredo de uma vida plena de sentido; indica-te o caminho do Coração Imaculado de Maria, que fala ao teu coração e te quer conduzir a Deus, segundo a sua promessa.

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SAUDAÇÃO DO PRESIDENTE

DA COMISSÃO EPISCOPAL

LAICADO E FAMÍLIA

Caríssimo jovem,

Caríssima jovem:

Somos peregrinos de Fátima como o Papa Francisco e tantíssimos outros que neste Ano Jubilar do Centenário das Aparições de Nossa Senhora à Lúcia, ao Francisco e à Jacinta vieram aqui para comemorar a presença materna de Nossa Senhora e escutar de novo a sua mensagem.

Qual a atitude que nos deve acompanhar? Não pode ser outra senão a dos Pastorinhos, de escuta, acolhimento e disponibilidade.

Escuta. Os Pastorinhos escutaram a mensagem, primeiro do Anjo, depois de Nossa Senhora. Escutaram, não só com os ouvidos, mas sobretudo com o coração. Guardaram-na, meditaram-na, procuraram compreendê-la e responder com generosidade. Vem também tu para escutar, com o coração aberto à mensagem que, neste lugar, Deus, através de Nossa Senhora, te quer comunicar. Não tenhas medo do silêncio, procura-o, deixa que Deus fale ao teu coração, escuta-O.

Acolhimento. Acolhe sem reservas, sem medo, sem calculismos o que o Senhor te disser. Acolhe com a simplicidade, com o coração e com a confiança dos Pastorinhos. Deixa-te converter a Deus, deixa-te transformar pela sua graça,

O JubJovem, através do silêncio e da oração, convida-te ao inconformismo diante da falta de horizontes de vida; mediante o contacto com a mensagem de Fátima e o testemunho dos seus protagonistas, pretende alimentar em ti o desejo de algo mais, capaz de dar sentido pleno à tua vida, algo realmente grande e importante.

Esta peregrinação jubilar a Fátima oferece-te a possibilidade de fazeres tal experiência, através de Maria, a Senhora do coração imaculado. Propõe-te um itinerário para seguires: acolhe este convite!

P. Carlos Cabecinhas Reitor do Santuário de Fátima

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pelo seu amor, pela força do seu Espirito. Não ponhas resistências, não temas ir aonde Deus te quer levar. Os seus desígnios são sempre de amor, de paz e de bem. Ele não nos tira nada; muito pelo contrário, dá, eleva, desafia para metas altas, como a da santidade.

Disponibilidade. Disponibilidade para te deixares amar por Deus e acolher o projeto que Ele tem para ti. Está disponível para Deus como os Pastorinhos. Eles ofereceram-se a Deus com liberdade, confiaram, entregaram-se nas suas mãos e Deus fez neles e através deles coisas grandes, e continua a fazer. As suas vidas deixaram um rasto de luz e dizem-nos onde Deus nos pode levar quando estamos disponíveis para Ele; quanto Deus pode fazer em nós e através de nós, quando O escutamos, O acolhemos na nossa vida e estamos disponíveis para ser seus aliados na construção da história, na mudança do mundo, na construção da paz.

Que a tua participação na Peregrinação Jubilar e o teu encontro com Deus e com Nossa Senhora marquem o itinerário e o rumo da tua vida.

Peregrino contigo, acompanho-te com a minha oração e amizade em Cristo Bom Pastor.

† Joaquim Mendes, SDBBispo Auxiliar de Lisboa

e Presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família

INTRODUÇÃO AO ITINERÁRIO

Estás em Fátima. Há cem anos, esteve cá a Mãe de Jesus e nunca mais deixou de estar. Falou com três crianças, disse-lhes que não tivessem medo e que era do Céu e interrogou a sua liberdade: «quereis oferecer-vos a Deus», por amor d’Ele e dos outros?

Lúcia, Francisco e Jacinta responderam que sim e a aventura começou... Desde aí, nunca deixaram de ecoar neste lugar estas coisas tão simples: confiança, há Céu, Deus interroga sempre a nossa liberdade e chama-nos sempre para o amor.

Muito mais pode ser dito sobre os acontecimentos de há cem anos e daí para cá, aqui. Mas isto bastaria para justificar a celebração do Jubileu do Centenário das Aparições de Nossa Senhora aos três Pastorinhos. Estas chegam e cabem todas num coração, símbolo maior em Fátima, com uma só palavra como legenda: Misericórdia, que é como quem diz, Páscoa inextinguível.

Diante de ti abre-se este caminho jubilar e é-te dito: queres? Confia, porque há Céu, a terra não te diz tudo sobre ti e viver para o outro é o melhor sentido que se pode encontrar para a vida.

Hoje e amanhã és convidado a descobrir o segredo da paz, percorrendo o caminho do coração. O JubJovem é a sério. Faz-te a estes dois dias com seriedade. És tu mesmo que estás aqui à tua espera, tu mesmo como o Pai te vê e sonha que sejas. É Ele que tem entre as suas mãos o segredo de ti, o teu segredo. Há algo novo e confidencial sobre ti que Ele te contará se te dispuseres a ouvir.

O que quer que seja que Ele te queira revelar de ti mesmo, no teu silêncio, o soar da sua voz, aqui, envolve sempre quatro olhares: o da Mãe de Jesus e os

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dos Pastorinhos, a quem a Senhora falou. «Quereis?», perguntou Ela. «Sim, queremos!», responderam as crianças. Toda a história de Deus com os homens, como ela se lê e se escreve a partir de Jesus, começa nesta interrogação; Deus respeita infinitamente a tua liberdade. Ele quer-te! Mas sujeita-Se a ti. Tu queres?

Consegues ser livre o suficiente para chegar a amar como Jesus amou e te ama? Queres oferecer-te para reparar a falta de amor no mundo amando tu mais? Queres olhar o Céu como horizonte da terra, promessa de vida para além da morte e alargamento infinito do espírito? Queres abrir a tua existência à existência do outro, quem quer que o outro seja, atrevendo-te mesmo a ir até ao sacrifício de ti por amor dele? Tens medo(s)? Confia! O Espírito Santo mora em ti.

Viemos para celebrar cem anos de Fátima a acontecer no mundo. Mas uma coisa devemos ter presente: a beleza de Fátima só se saboreia em silêncio. Festejá-la sem a escutar não é autêntico. Não é verdadeiro. Poderíamos fazer uma grande festa: afinal, é Centenário! Mas as festas cujo sentido não se bebe, enquanto se festeja, não celebram a realidade festejada, apenas a enfeitam e podem até distrair dela ou impedir o acesso ao seu significado. Por isso te é proposto, como guia do JubJovem, o itinerário que tens entre as mãos. É denso e vai pedir-te muito em pouco tempo. Mas é necessário, para que valha a pena! Para que a festa seja verdadeira e vás daqui mais certo de que podes confiar, de que és peregrino do Céu, de que Deus interroga a tua liberdade todos os dias e de que cada dia te chama ao amor. Vai ser bom!

É o segredo da paz, o caminho do coração. Queres?

Vamos!

PROGRAMA

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PROGRAMA

Sábado, 9MANHÃ

10h00 Acolhimento | Centro Pastoral de Paulo VI13h00 Almoço | livre

TARDE

14h00 Preparar a paz | lugares vários

[Celebração Penitencial e Reconciliação | Adoração Eucarística | Casa das Candeias | Exposição temporária | Percurso dos Murais | Sobre a oração do Rosário | Visita ao Carmelo | Rezar com o Francisco e a Jacinta | O Anjo e as casas dos Pastorinhos | À música com...]

16h30 Passagem do Pórtico Jubilar | Concentração na Cruz Alta17h00 Saudação a Nossa Senhora | Capelinha das Aparições18h00 O coração da paz | Basílica da Santíssima Trindade19h30 Jantar | livre

NOITE – DIRECTA PACIS

21h30 Rosário e Procissão das Velas | Capelinha das Aparições e Recinto de Oração

23h00 Para alcançar a paz | Parque 12

Domingo, 10MADRUGADA – DIRECTA PACIS

02h00 O caminho do silêncio | Via-sacra no Caminho dos Pastorinhos03h30 A paz de coração | Calvário Húngaro04h00 Lanche | Centro Pastoral de Paulo VI05h30 Viver a paz | Basílica da Santíssima Trindade

[O coração de Maria, caminho para a Trindade | A Palavra e a Eucaristia, apelo e

fonte de paz | A paz, dom e compromisso]

07h00 O Sol na Cruz | Recinto de Oração07h30 Tempo livre

MANHÃ

10h00 Rosário | Capelinha das Aparições

11h00 Missa, Profissão de Fé e Envio | Recinto de Oração

O ITINERÁRIO PASSO-A-PASSO

Ao longo desta tarde terás algumas propostas com dois pontos em comum: por um lado, serão todas uma possibilidade de conhecer melhor Fátima, a sua história, a sua mensagem e os seus protagonistas e, por outro lado, cada uma das propostas será uma preparação para viveres este Jubileu como uma experiência de paz.

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Preparar a paz

Celebração Penitencial e ReconciliaçãoLocal: Basílica da Santíssima Trindade

Grupo responsável: Movimento Convívios Fraternos

Fátima veio lembrar o significado da salvação num mundo que estava em perdição, entre os horrores da primeira guerra mundial. As palavras magoadas da Mãe de Jesus, aqui, há cem anos, são um apelo à conversão do coração, a romper com o pecado, a aceitar o amor de Deus e o seu perdão. Por isso, o Sacramento da Reconciliação é o modo de corresponderes a este apelo magoado do coração de Deus. Terás a oportunidade de participar numa celebração penitencial comunitária, que te ajude a tomar consciência da tua realidade de pecador, da tua falta de amor, e a descobrir o amor incondicional de Deus que te espera ansiosamente.

Adoração EucarísticaA paz esteja convoscoLocal: Salão do Bom Pastor | Centro Pastoral de Paulo VI

Grupo responsável: Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil de Leiria-Fátima

A oração de adoração ao jeito de Taizé, pelo ambiente que se estabelece, que privilegia o canto e a oração meditada, leva-nos ao silêncio, o silêncio orante. Para além da oração meditada e acompanhada por cânticos juvenis, haverá um gesto que marca esta oração. Esse gesto é de adorares a Deus no Santíssimo Sacramento, o «Jesus escondido» no pão, como diziam os Pastorinhos, que te conduz à paz interior e que te compromete na paz exterior. É o mistério inteiro de Deus que se expõe a teus olhos e te convida a centrares-te inteiro e inteiramente n’Ele, a procurares e permitires que a tua identidade se banhe na identidade de Cristo e receba d’Ele o seu modo de ser e de viver. Fátima é, pois, um lugar de aprendizagem da adoração de Deus-Trindade. Ele estará lá, exposto para ti, à espera que te exponhas a Ele.

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Casa das Candeias. Núcleo Museológico da Fundação Francisco e Jacinta MartoLocal: Rua de S. Pedro, n.o 9

Grupo responsável: Aliança de Santa Maria

A Casa das Candeias é um espaço que evoca a vida e a espiritualidade de São Francisco e Santa Jacinta Marto e foi criada em 2014 pela Postulação da Causa de Canonização dos dois Pastorinhos. Ali poderás descobrir o segredo da vida destas duas crianças que rezaram insistentemente e se ofereceram a si mesmas a Deus pela paz, em todas as dimensões da paz, da paz no coração de cada um à paz no mundo inteiro. Eles próprios foram chamados «candeias que Deus acendeu» pelo Papa São João Paulo II. A Casa dar-te-á a conhecer a sua história interior, o percurso espiritual das suas vidas breves, duas candeias ateadas pelo fogo que sentiam arder em si sem se queimarem, a luz em que se viam a si mesmas em Deus.

Exposição temporáriaAs cores do Sol: a luz de Fátima no mundo contemporâneoLocal: Convivium de Santo Agostinho | Piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade

Grupo responsável: Serviço de Estudos e Difusão do Santuário de Fátima

A 13 de maio de 1967, cinquentenário das Aparições, o Papa Paulo VI veio a Fátima e pediu: «Homens, procurai ser dignos do dom divino da paz». Poderás ler estas palavras e muitas mais se visitares esta exposição evocativa da aparição de outubro de 1917, quando «o sol bailou ao meio dia em Fátima». Entrarás pelo eclipse do sol, que te fará perceber o que é apagar Deus do horizonte do homem. O itinerário da exposição chamará depois o teu olhar para a lua, que preside à noite e cujo brilho manifesta a luz do sol. A forma da lua lembra a sintética linguagem do coração. A luz, verás depois, configura o lugar, este santuário cujo desenvolvimento ao longo de um século te será dado a conhecer, na multipli-cidade dos seus espaços em construção nos diversos momentos da sua história.

Percurso dos MuraisDas sombras à luzLocal: Recinto de Oração

Grupo responsável: Movimento da Mensagem de Fátima

É um percurso que te permite conhecer a aparição de outubro de 1917. É um caminho que poderás fazer, contornando o Recinto e detendo-te diante de cada um dos 13 painéis que narram e aprofundam o significado desta aparição. No último painel, poderás ler: «A Senhora toda branca, a mulher vestida de luz, em Fátima, é mensageira de Paz». Aqui, arriscarás reconhecer-te nas palavras orantes do Papa Francisco, pronunciadas em 13 de outubro de 2013, quando chamou a Imagem da Capelinha à Praça de São Pedro, em Roma, para realizar o Ato de Consagração: «temos a certeza que cada um de nós é precioso aos teus olhos e que nada te é desconhecido de tudo o que habita os nossos corações».

Sobre a oração do RosárioLocal: Salão da Casa de Retiros de Nossa Senhora do Carmo

Grupo responsável: Movimento da Mensagem de Fátima

Em Fátima, diversas vezes, a Mãe de Jesus pediu que se rezasse o terço «para alcançar a paz». Na última aparição, ela identificou-se como a Senhora do Rosário. Conhecer Nossa Senhora de Fátima implica a oração do Rosário que ela indicou como um modo de chegar à paz. Mas o que é o Rosário? Que sentido tem esta forma de oração? Não está já desatualizado? Estas e muitas outras questões serão abordadas na catequese sobre o Rosário em que poderás participar. Talvez descubras uma profundidade surpreendente neste método tão simples quanto profundo de rezar, que se encontra no coração da mensagem de Fátima. O Rosário é uma oração pacificadora que vale a pena refletir e, mais ainda, rezar.

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Visita ao CarmeloLocal: Carmelo de S. José, Avenida Beato Nuno, n.o 361

Grupo responsável: Ordem dos Carmelitas Descalços

Em 31 de maio de 1949, Lúcia professou como carmelita no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, onde viveu até aos 97 anos. Em Fátima também existe um Carmelo, desde 1935, o Carmelo de S. José. Aí vivem cerca de vinte mulheres escondidas no segredo do claustro que livremente consagram a Deus a sua existência. Visitá-las é uma forma de te aproximares da Irmã Lúcia e da radicalidade com que respondeu à pergunta que a Senhora, na primeira aparição, em maio de 1917, lhe dirigiu e aos seus primos: «Quereis oferecer-vos a Deus...?» Será um convite a conheceres e conversares com as carmelitas e a descobrires os pontos de encontro entre a mensagem de Fátima e a espiritualidade carmelita, sobretudo através da figura da Irmã Lúcia. Poderás aí fazer também a experiência de um momento de oração mais contemplativa e será uma oportunidade para contactares com os seus filhos e filhas: as Irmãs Carmelitas Descalças, os Padres Carmelitas Descalços e os Carmelitas Seculares – juntos formam uma só família que tem por mãe e irmã a Virgem Maria, Mãe do Carmelo.

Rezar com o Francisco e a JacintaLocal: Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima

Grupo responsável: Movimento da Mensagem de Fátima

É na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima que se encontram sepultados os Santos Francisco e Jacinta Marto e sua prima, a Serva de Deus Lúcia. Na visita aos seus túmulos haverá um tempo para te encontrares com eles em oração. Francisco, comovido com a tristeza do coração de Deus ao ver as tragédias do sofrimento dos homens e do mal do mundo, dedicou a sua vida a consolar Deus. Jacinta, impres-sionada pela visão do inferno e com pena dos pecadores que se perdiam, concentrou-se compassivamente na oração e no sacrifício pela sua conversão. Lúcia viveu uma longa vida com a missão de dar a conhecer e convidar todos a amar o coração de Maria, refúgio e caminho para Deus. As esculturas que assinalam os túmulos de Francisco e Jacinta são de José Rodrigues e de Clara Menéres, respetivamente, benzidas por São João Paulo II a 13 de maio do ano 2000, dia da sua beatificação. Visitar este lugar é deixares-te tocar pelo exemplo das suas vidas pacificamente oferecidas pela paz.

O Anjo e as casas dos PastorinhosLocal: Valinhos e Aljustrel

Grupo responsável: Staff JubJovem

Lúcia, Francisco e Jacinta nasceram em Aljustrel, lugar onde se podem visitar as suas casas. Nos Valinhos, mais precisamente na Loca do Cabeço, aconteceram as aparições do Anjo na primavera e no outono de 1916. A do verão deu-se no Poço do Arneiro, no quintal da casa de Lúcia; a escultura é de Irene Vilar. Também nos Valinhos se verificou a aparição de Nossa Senhora em 19 de agosto; a escultura é de Maria Amélia Carvalheira, tal como a do Anjo na Loca do Cabeço. Poderás visitar estes lugares, todos ou apenas alguns, conforme o tempo de que dispões, para conheceres o ambiente em que eles nasceram, viveram e onde começou a sua preparação para o que os aguardava em 1917. É importante perceber os Pastorinhos como membros de uma família. Também o é descobrir as aparições do Anjo, que tão profunda impressão causaram nos seus corações de criança. Tenta tu também deixar-te impressionar pelo espírito destes lugares.

À música com...Local: Anfiteatro | Centro Pastoral de Paulo VIResponsáveis: António Zambujo e Miguel Araújo

António Zambujo e Miguel Araújo oferecem-te a possibilidade de ensaiares com eles para tocar no concerto Para alcançar a paz, esta noite. Se trouxeste a tua guitarra ou qualquer outro instrumento, podes participar neste encontro. Terás a oportunidade de aprender com quem sabe. Os dois artistas dispõem-se também para conversar sobre os temas que interpretarão e sobre outros assuntos relativos ao JubJovem, especialmente os que respeitam ao tema do festival: para alcançar a paz. O seu compromisso com este Jubileu é total. De certeza terás muito a ganhar em estar com eles neste tempo de diálogo e aprendizagem que reservam para ti.

22 23

Abertura oficial da Peregrinação Pórtico Jubilar e Capelinha das Aparições

Passagem do Pórtico JubilarEncontras-te na Praça João Paulo II, junto à Cruz Alta.

A Cruz Alta foi concebida por Robert Schad, é feita em aço e tem 34 metros

de altura e 17 de largura. Foi colocada em 2007, substituindo uma anterior,

com 27 metros de altura, erguida para assinalar o encerramento do Ano Santo

de 1950-1951, que se encontra agora no Santuário de Cristo Rei.

O ponto de partida é esta Cruz, do alto da qual o rosto estilizado de Cristo se inclina a olhar profundamente o mundo; a olhar-te. Olha-O agora tu e assume esse encontro de olhares como porta de entrada para este Jubileu. Havemos de voltar mais vezes a esta Cruz Alta. Põe-te a caminho. Vamos atravessar juntos, como um povo, o Pórtico do Jubileu, que se encontra no alto do Recinto. Nesta travessia, guia-nos a Cruz da Evangelização.

Desenhado pela Arquiteta Joana Delgado, este Pórtico Jubilar é o símbolo

maior do Centenário. Inspira-se no arco feito de toros de madeira, encimado

por uma cruz no interior de um losango e com dois lanternins suspensos,

construído sobre a azinheira das Aparições em curso, em 1917, pela arte

popular dos devotos. Em Fátima, este é o Pórtico proposto aos peregrinos, e

a sua inspiração no arco original de 1917, visível em várias fotografias, sublinha o seu simbolismo, um convite para o atravessar, remetendo para dois dons de

Deus e duas atitudes do homem centrais na espiritualidade deste lugar: a graça

e a misericórdia, a penitência e a conversão.

Em 1987, nas Jornadas Mundiais da Juventude, em Buenos Aires, Argentina,

o Papa São João Paulo II entregou a cada continente uma cruz – a Cruz da Evangelização. A do continente Europeu foi, entretanto, confiada a Portugal. O Departamento Nacional da Pastoral Juvenil em vários momentos a fez

peregrinar pelas diferentes dioceses, tendo já percorrido o país mais do que

o segredo da paz o caminho do coração

24 25

uma vez. É essa Cruz que conduz o JubJovem na peregrinação até à Capelinha

das Aparições e no caminho do silêncio, durante a via-sacra.

Nestes dias, em Fátima, é a esta experiência de travessia que te convidamos: atravessar este Pórtico que, por ser um sinal jubilar de alegria interior, te pede que também consintas passar o pórtico do teu íntimo, direto ao centro de ti, para aí te encontrares com Aquele que aí habita e chama por ti.

Saudação a Nossa SenhoraNa Capelinha encontramo-nos com o olhar mais parecido do que todos os olhares com o olhar do Crucificado – o da sua Mãe, que veio aqui contar ao Francisco, à Jacinta e à Lúcia o amor e o sofrimento de Deus por sentir no seu coração o pecado e o sofrimento do coração dos seus filhos. Tu és também um destes filhos que Deus ama como tal. O olhar de Maria é o olhar de um coração que vê e se compadece. Brilha nele a misericórdia de Deus. Comunica-se por ele a sua graça.

A Capelinha das Aparições foi erigida entre 28 de abril e 15 de junho de

1919. Posteriormente benzida, foi aí celebrada missa pela primeira vez em 13

de outubro de 1921. Dinamitada na madrugada de 6 de março de 1922, foi

restaurada e reinaugurada em 13 de janeiro de 1923. Embora sujeita a ligeiras

alterações, a Capelinha das Aparições mantém os traços originais e caracte-

rísticos de uma ermida popular. A peanha onde se encontra a Imagem de Nossa

Senhora marca o sítio onde estava a pequena azinheira sobre a qual a Senhora

do Rosário apareceu. O alpendre atual, a lembrar um pálio, foi inaugurado

aquando da primeira vinda de São João Paulo II ao Santuário de Fátima, nos

dias 12 e 13 de maio de 1982.

O coração da pazBasílica da Santíssima Trindade

A Basílica da Santíssima Trindade é um espaço circular e aberto à luz do céu, porque o teto é transparente. Transparente, também, é a imagem branca de mármore que te olha de coração à mostra, com uma mão a oferecer-te o Rosário e a outra a dizer-te: vem!

Na década de 70 do século passado, verificou-se que a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima já não era suficiente para acolher todos os peregrinos. O arquiteto grego Alexandros Tombazis desenhou uma nova Igreja, cuja primeira

pedra foi benzida em 6 de junho de 2004, Solenidade da Santíssima Trindade.

A 12 de outubro de 2007, no encerramento do 90.o aniversário das Aparições,

ficou dedicada à Santíssima Trindade. A Basílica da Santíssima Trindade

tem forma circular com 125 metros de diâmetro sem apoios intermédios; é

suportada por duas vigas de 182,5 metros, com um vão livre de 80 metros e

uma altura máxima de 21,15 metros. A altura do edifício é de 18 metros. Tem

quase 10 000 lugares. Na face dianteira do altar encontra-se uma pequena

pedra do túmulo do apóstolo Pedro, sobre o qual está construída a Basílica de

S. Pedro no Vaticano, sinal visível da comunhão com a Igreja Universal e que

recorda a ligação de Fátima e da sua mensagem ao Santo Padre. O crucifixo de bronze é obra de Catherine Greene. O painel da parede do fundo é um

mosaico da autoria de Marko Rupnik.

A escultura de Nossa Senhora de Fátima representa Maria jovem, com os

braços abertos, que deixa ver o seu Coração Imaculado e o Rosário. É esculpida

em mármore branco de Carrara e tem 3 metros de altura; o autor é Benedetto

Pietrogrande.

Olha o coração de Maria, imaculado, isto é, absolutamente em paz. Vem! O convite é reconheceres nele o coração da paz. Aceitas? Então, deixa-te levar através dessa brecha imensa para a paz infinita que o teu coração deseja, mesmo se vives desligado dele, à superfície de ti, até fora de ti, e não ouves esse anseio.

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A fresta que se abre para te encontrares contigo é o coração que Maria te mostra e oferece para aí habitares. O seu coração é o próprio coração da paz. Há cem anos veio aqui pedir a paz e oferecer-se como caminho para a paz, ensinando às três crianças como a alcançar. Tens neste coração de mãe um lugar, aí podes morar.

A Irmã Ângela de Fátima Coelho pertence, há 22 anos, à Aliança de Santa

Maria, congregação religiosa fundada em 1966, que procura viver numa atitude

de serviço pelo Reino, ao jeito da Virgem Maria. A sua espiritualidade própria é

marcada pela devoção ao Imaculado Coração de Maria com o rosto específico da mensagem de Fátima. A Irmã Ângela é natural de Baião, diocese do Porto;

licenciou-se em Medicina na FMUP, onde também lecionou, e em Ciências

Religiosas na Universidade Pontifícia de Comillas, em Madrid. Foi postuladora

da Causa de Canonização de Francisco e Jacinta e é vice-postuladora da Causa

de Beatificação de Lúcia.

DIRECTA PACIS

A noite será de direta: a Directa Pacis, a direta da paz, diretos à paz. Começa com a participação na oração do Rosário e na procissão das velas e segue com o festival Para alcançar a paz, que vai conduzir-te através das primeiras horas da madrugada. Palavras e música, antes do caminho do silêncio que te conduzirá, através das estações da via-sacra de Jesus, à paz de coração, junto ao Calvário Húngaro. É o início de uma noite longa até ao amanhecer. Resistes e aguentas?

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RosárioCapelinha das Aparições

Há um terço iluminado, no alto do Recinto, a lembrar este pedido que há um século veio do céu e a que os Pastorinhos corresponderam.

Esta obra, da autoria de Joana Vasconcelos, tem por nome Suspensão; é uma

instalação provisória fixada na entrada da Basílica da Santíssima Trindade. Inaugurada na noite de 12 de maio, permanecerá até outubro, assinalando o

Centenário.

A Mãe de Jesus disse aos Pastorinhos: «rezai o terço todos os dias para alcançar a paz para o mundo». É essa a primeira experiência que te é proposta. Participar na oração do terço, contemplando os mistérios gloriosos do Rosário. Pode parecer coisa de outra geração, mas atreve-te e arrisca! Tenta mergulhar neste mar e experimentar a cadência das palavras recitadas, sempre iguais, quase mecani-camente, a prenderem-te à oração e a escalarem por ti adentro, a levarem-te ao centro de ti mesmo, para aí contemplares. A repetição não é vazia, tem uma razão de ser: amarra-te à oração e permite-te retomá-la quando cais na conta de que o teu espírito fugiu. Também ajuda a esta procura de concentração na oração o passar das contas entre os teus dedos, que é outra estratégia que te vai buscar aonde a distração te leva. Esta noite, porque é vigília de Domingo, contemplaremos os mistérios da glória. É tão fácil esqueceres-te que és-para--a-eternidade, não apenas para-a-morte. É que foi para te abrir o caminho para a Vida eterna que Jesus Cristo se sujeitou ao tempo, quer dizer, à morte, e a venceu ressuscitando de entre os mortos! Que luz, a que Deus acende para ti, acende em ti!

o segredo da paz o caminho

da paz o caminho do coração

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Procissão das VelasRecinto de Oração

A luz da ressurreição de Cristo! É por isso que fazemos a procissão das velas. A tua vela, acende-a na chama que produz esta luz, o fogo da vitória sobre a morte. Caminhar pela noite com a luz entre as mãos é uma metáfora da vida. Como esta luz significa a Páscoa, a noite a que a vida parece destinada porque somos de morrer, então a caminhada prefigura a travessia. Durante a tarde atravessaste o Pórtico, agora atravessarás a noite, sem te perderes porque levas esta luz a alumiar o teu caminho. Desde há cem anos que o chão que os teus pés vão pisar é percorrido por gente assim, como tu hoje. Milhões cada ano, abrigando no coração alegrias e esperanças, tristezas e angústias, atravessaram aqui a noite caminhando este chão. Queres entrar neste trilho? Caminharás com muitos, mas caminha contigo! Tu contigo. Desenha um percurso teu, conscientemente pessoal. Caminha com todos, atravessando a noite, a chama em punho, no secular silêncio de Fátima, juntando a tua voz num mesmo “Ave” às vozes de todos os outros. A Mãe de Jesus também vai nesta viagem.

da paz o caminho do coraçãoda paz o caminho do coração

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Para alcançar a PazParque 12

E agora, um festival, em pleno verão mas diferente dos festivais de verão, com a presença de António Zambujo e Miguel Araújo. As suas canções refletem a vida como ela é, misto de alegrias simples e interrogações profundas. Não vêm apenas tocar e cantar para nós. Vêm tocar e cantar connosco, querem que toquemos e cantemos com eles.

António Zambujo nasceu em Beja em 1975, mas vive em Lisboa. A sua voz

nasce da densidade do canto alentejano e da imensidão térrea das planuras

que o viram surgir para a música. No Alentejo, o horizonte não tem fim, caminha sempre adiante de quem o percorre, como se convidasse a não deixar

nunca de avançar alargando o olhar. Assim tem sido o seu percurso artístico,

alargando-se sempre mais, como se a sede do seu Alentejo natal o projetasse

para todas as fontes de onde brote música, em qualquer parte do mundo, em

tantos estilos diferentes.

Miguel Araújo nasceu na Maia em 1978, mas aos dez anos fez-se um homem

do Porto. Na sua voz ouve-se a Foz onde habita, o encontro do curso curvilíneo,

entre montanhas de granito, do rio com as ondas do Atlântico, imenso e

profundo, em que o sol tomba todos os entardeceres. A música veio-lhe cedo,

em família. Trocou por ela um curso de gestão e fez-se à aventura de compor,

escrever, tocar e cantar as coisas simples da vida e a beleza que os afetos e os

sonhos lhe trazem. Toma a arte do vento norte, como se por ele se deixasse

levar a descobrir o seu próprio caminho.

o segredo da paz o caminho do coração

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O caminho do silêncioVia-sacra no Caminho dos Pastorinhos

A paz mora no silêncio de quem escuta. E há uma voz, a voz de um Outro, no fundo de ti, que não és tu, e que te fala, baixinho, à espera que O ouças, a pedir-te que aprendas o caminho desse lugar íntimo de ti que Ele habita como um Outro e que espera que aprendas o caminho do silêncio. Ele conta-te mansamente o segredo de ti, conta-te quem és de verdade. Fátima guardou durante um longo tempo um segredo, que à entrada do milénio foi desvendado. Mas aqui subsiste outro segredo, o segredo de cada um, que o Filho da Senhora de Maio a Outubro tem para te contar. Queres ouvir? Trata-se de chegar à paz do coração, pelo caminho do silêncio, e encontrares-te com Aquele que lá mora, para te dar a paz, a paz contigo e com todos e tudo à tua volta. Escuta-te. Escuta-O. Queres percorrer a via-sacra? São 14 passos mais um, os 14 de passar, rumo à Cruz; este último de chegar e morar, já no tempo e por toda a eternidade. Sim, a Ressurreição! Queres vir de novo caminhar através da noite, pisando com os teus pés os passos de Jesus?

Com início na Rotunda de Santa Teresa de Ourém (Rotunda Sul) e seguindo o

caminho habitualmente percorrido pelos Pastorinhos, a Via-sacra no Caminho dos Pastorinhos termina no Calvário Húngaro – que foi originalmente

designado por «Calvário Húngaro Cardeal Mindzenty» –, cuja capela é dedicada

a Santo Estêvão, rei da Hungria. As catorze estações da via-sacra e a capela,

oferecidas pelos católicos da Hungria, foram projetadas por Ladislau Marec.

A 15.ª estação, benzida e inaugurada em 13 de outubro de 1992, foi oferecida

pela paróquia húngara de Lajosmizse em sinal de gratidão pela “ressurreição”

da Hungria. Os painéis das estações, em baixo relevo, e a imagem de Nossa

Senhora Padroeira da Hungria, que está na capela, são da autoria de Maria

Amélia Carvalheira da Silva. As esculturas do calvário são obra de Domingos

Soares Branco.

É o caminho da paixão, da paixão de Deus e da paixão do homem. Queres viver a paixão de Deus pelos homens, a sua com-paixão? Então faz teu o caminho da

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sua compaixão. Queres fazer silêncio, silêncio dentro de ti e à volta do silêncio interior dos outros? Ouvirás o som dos teus passos a encaixar nas pegadas de Jesus, as que Ele gravou no corpo do mundo, mundo que gravou no seu Corpo as marcas ferozes do ódio, afinal do amor, tão forte como a morte, mais forte do que a morte, porque Ele, por amor assumindo a morte, ressuscitou!

Caminha sempre em silêncio. Neste guia que tens entre as mãos, encontras cada uma das estações da via-sacra e um versículo da Bíblia, que te ajuda a viver cada passo da Paixão de Jesus Cristo pelo mundo, e uma interrogação para meditares. Se calhar não sabes meditar. Ou se calhar já o fazes sem saber que meditas. Meditar é pensar – e pensar refletidamente – sobre algo que queres perceber e compreender profundamente, integrando-o em ti, até que faça parte de ti, da tua história daí para a frente. Inclina-te agora diante dos passos de Cristo a caminho da Cruz e ouvirás que são os teus passos; cada passo será um passo da história do amor de Deus por ti. Assim, a proposta de meditação que te é feita sobre Cristo é sobre ti, sobre ti mesmo e as tuas circunstâncias, a tua biografia, em que se confundem os seus passos e os teus passos. No guia, a seguir a cada estação, há um espaço em branco. Tens uma caneta para escrever e uma lanterna para alumiar. Queres escrever a tua meditação? Chegarás ao fim com uma narrativa de luz. Vais ver, a história do amor entre Jesus e tu.

1.ª Estação | Jesus é condenado à morte«Pilatos trouxe Jesus para fora e fê-lo sentar numa tribuna, no lugar chamado Lajedo. Era o dia da Preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Disse, então, aos judeus: “Aqui está o vosso Rei!”. E eles bradaram: “Fora! Fora! Crucifica-O!”. Disse-lhes Pilatos: “Então, hei de crucificar o vosso Rei?” Replicaram os sumos-sacerdotes: “Não temos outro rei, senão César”. Então, entregou-O para ser crucificado. E eles tomaram conta de Jesus”».Jo 19, 13-16

• Tu e Jesus: gritas-lhe «fora!», como outros, ou crês n’Ele?

2.ª Estação | Jesus toma a sua cruz«Quem não tomar a sua cruz para me seguir não pode ser meu discípulo».Lc 14, 27

«Jesus, levando a cruz às costas, saiu para o chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota».Jo, 19,17

• Como acolhes o teu sofrimento e aqueles que sofrem?

3.ª Estação | Jesus cai pela primeira vez«Cristo Jesus, que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a condição de servo, tornou-se semelhante aos homens».Fl 2, 6-7

• Quais são as tuas quedas?

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4.ª Estação | Jesus encontra sua mãeQuando José e Maria apresentaram o Menino no Templo, «Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: “Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua alma. Assim, hão de revelar-se os pensamentos de muitos corações”».Lc 2, 34-35

• Queres Maria presente na tua vida?

5.ª Estação | Jesus é ajudado pelo cireneu«Quando o iam conduzindo, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que voltava do campo, e carregaram-no com a cruz, para a levar atrás de Jesus».Lc 23, 26

• Ajudas os outros que precisam de ti?

6.ª Estação | Jesus encontra Verónica«O meu coração murmura por ti, os meus olhos te procuram; é a tua face que eu procuro, Senhor. Não desvies de mim o teu rosto».Sl 27, 8-9

• Desejas ver o rosto de Deus?

7.ª Estação | Jesus cai pela segunda vez«A minha alma está prostrada por terra; dá-me vida segundo a tua palavra. A minha alma chora de tristeza; reconforta-me, segundo a tua palavra. Abraço as tuas ordens, não permitas, Senhor, que seja confundido».Sl 119, 25.28.31

• Quem são os caídos que encontras no teu caminho?

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8.ª Estação | Jesus encontra as mulheres de Jerusalém«Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele. Jesus voltou-se para elas e disse-lhes: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorais antes por vós mesmas e pelos vossos filhos”».Lc 23, 27-28

• Só te lamentas ou deixas-te interrogar e ages?

9.ª Estação | Jesus cai pela terceira vez«O meu espírito desfalece dentro de mim, gelou-se-me o coração dentro do peito. Ergo para ti as minhas mãos; como terra seca, a minha alma está sedenta de ti. Senhor, responde-me depressa; estou prestes a desfalecer! Não escondas de mim a tua face, pois seria como os que descem à sepultura».Sl 143, 4.6-7

• Aproximas-te e cuidas dos caídos à tua volta?

10.ª Estação | Jesus é despojado das suas vestes«Os soldados pegaram na roupa de Jesus e fizeram quatro partes, uma para cada soldado, exceto a túnica. A túnica, toda tecida de uma só peça de alto a abaixo, não tinha costuras. Então, os soldados disseram uns aos outros: “Não a rasguemos; tiremo-la à sorte, para ver a quem tocará”. Assim se cumpriu a Escritura, que diz: “Repartiram entre eles as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes”. E foi isto o que fizeram os soldados».Jo 19, 23-24

• Valorizas a tua dignidade e respeitas a dignidade dos outros?

11.ª Estação | Jesus é cravado na cruz«Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. Jesus dizia: “Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem”».Lc 23, 33-34a

• Perdoas a quem te ofende?

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12.ª Estação | Jesus morre na cruz«Deus amou tanto o mundo que lhe enviou o seu Filho único, para que todo aquele que Nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele».Jo 3, 16-17

• Queres corresponder a tanto amor e ofereceres-te a Deus pelos outros?

13.ª Estação | Jesus é retirado da cruz«Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas secretamente por medo das autoridades judaicas, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. E Pilatos permitiu-lho. Veio, pois, e retirou o corpo».Jo 19, 38

• Tens a coragem de te assumires diante dos outros como discípulo de Jesus?

14.ª Estação | Jesus é depositado no sepulcro«Tomaram então o corpo de Jesus e envolveram-no em panos de linho com os perfumes, segundo o costume dos judeus. No sítio em que Ele tinha sido crucificado havia um horto e, no horto, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. Como para os judeus era o dia da Preparação da Páscoa e o túmulo estava perto, foi ali que puseram Jesus».Jo 19, 40-42

• Lembras-te e rezas pelos teus que morreram?

15.ª Estação | Jesus sai vitorioso do sepulcro«No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo logo de manhã, ainda escuro, e viu retirada a pedra que o tapava. Correndo, foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, o que Jesus amava, e disse-lhes: “O Senhor foi levado do túmulo e não sabemos onde o puseram”. Pedro entrou no túmulo e ficou admirado ao ver os panos de linho espalmados no chão, entrou também o outro discípulo, o que tinha chagado primeiro ao túmulo. Viu e começou a crer».Jo 20, 1-2.6.8

• Crês em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que nasceu da Virgem Maria, padeceu e foi sepultado e está sentado à direita do Pai?

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A paz de coraçãoCalvário Húngaro

Na primeira estação da via-sacra, foi-te perguntado se crês em Jesus Cristo. Depois acompanhaste-O ao longo do seu caminho de amor. Na última estação, a mesma interrogação foi explicitada na formulação da profissão de fé batismal. Este caminho que percorreste a meditar quis trazer-te à paz de coração, à possibilidade de uma decisão livre de caminhar no amor, que é o que conduz à paz de coração, do teu coração. Várias vezes te confrontaste com a interrogação – queres? É a mesma que Maria dirigiu aos Pastorinhos: quereis oferecer-vos a Deus? Decidiste e disseste sim, como as três crianças, e interiormente meditaste, caminhando pelo silêncio. Agora repara: foi o amor que te percorreu e levou ao teu íntimo a paz de coração. Sente-la? É isso a Páscoa: é quando nos deixamos atravessar pelo amor que Deus nos tem e nos lançamos ao futuro correspondendo ao seu amor, que se concretiza no amor aos outros. É aqui que o teu coração pode acolher a paz, pois só um coração em Páscoa conhece e vive a paz de coração. Existir em Páscoa, acolhendo e oferecendo, é o segredo da paz, o teu segredo, o caminho do coração.

A partir desta experiência pascal – a via crucis (caminho da cruz) relida como via lucis (caminho da luz) –, no final da profissão de fé batismal que encontras na capa do teu JubGuia, reforça escrevendo com a tua própria mão e a tua letra o Ámen, aí apenas levemente sugerido. Ámen significa adesão total: assim seja!, faça-se! E, depois, assina-a, destaca-a e entrega-a. Quando nos reunirmos para celebrar a missa perceberás o sentido deste gesto.

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Viver a pazBasílica da Santíssima Trindade

O coração de Maria, caminho para a Trindade

Foste chamado para dentro da Basílica da Santíssima Trindade, para contemplar o coração da paz, o coração sem mácula da Mãe de Jesus. És convidado a fixar o teu olhar em Maria. Há cem anos, a Senhora disse a Lúcia: «O meu Imaculado coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus». O coração de Maria é o lugar de abrigo e a via de acesso ao coração de Deus; tudo na existência de Maria fala de Deus. Porque o seu coração é inteiramente um coração sincro-

nizado com o coração de Deus, o bater do seu é o ritmo do amor a que bate o de Deus. O coração, bio-fisiologicamente, é o órgão que faz correr o sangue que mantém vivo um corpo e a vida depende do correr do sangue, do seu fluxo, que leva o oxigénio a todas as células. Diante de Deus, quando falamos de coração, é disso que estamos a falar, mas transposto para o domínio da espiritualidade. Esse lugar nuclear de ti onde tu és quem és, do qual todas as dimensões da tua existência recebem o princípio que as vivifica e une num só ser. E é isso que te realiza como imagem de Deus. Deus é Trindade, três Pessoas, um só Deus. A vida trinitária é a circulação do amor entre as três Pessoas que são um só Deus. É este dinamismo no teu coração que nele torna presente o mistério de Deus uno e trino, tornando-te sua casa, seu templo. No teu coração está a tua

verdade, e tanto mais a conhecerás e lhe serás fiel quanto mais aí te encontrares e ouvires Aquele que aí está a chamar-te para viveres a tua verdade integrando-a livremente na circulação do amor de Deus Trindade. Tu resultas deste encontro, encontro entre ti e Ele, que torna a tua vida em vida dada, oferecida à circulação do amor divino. Queres viver quem és? Queres abrir a tua existência, ofereceres-te à circulação do amor? Será sempre como interrogação, como interpelação à tua liberdade, que Deus te proporá acolher a circulação do amor como sentido da tua vida, de todas as dimensões e momentos da tua inteira existência.

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A Palavra e a Eucaristia, apelo e fonte de paz

Vamos escutar e adorar. Começaremos por ouvir proclamar o Evangelho e faremos a experiência da lectio divina, um modo antigo de orar com a Bíblia. Depois, adoraremos o Santíssimo Sacramento. Da vida cristã faz parte a relação pessoal de cada um com o Jesus que os evangelhos nos dão a conhecer. A fé é adesão a Jesus Cristo e Ele é a Palavra e é na Palavra que Ele fala, nela O podes encontrar. Aí, Ele interpela-te para a paz. O método da lectio divina é um caminho para viveres esta relação em sete etapas: [1] silenciando interiormente e tomando consciência da presença de Deus em ti, [2] ler, interrogar a Palavra e deixar-se interrogar pela Palavra, para compreender; depois, oferecer-lhe silenciosamente a mente para a [3] meditar até chegar à [4] oração, que é diálogo, escuta e resposta atenta, e abrir o coração, que quer dizer a sede do teu ser, para [5] contemplar. A partir daí, podes serenamente [6] discernir o teu lugar no projeto de Deus e [7] decidir e empreender o caminho para o realizar. Escuta a narrativa do Sinal de Caná (Jo 2, 1-12). Não se trata de dares lugar a Deus nos teus projetos, mas de procurares o teu lugar no projeto de Deus. Assim aconteceu com Maria. Quase 2000 anos depois, aconteceu com as três crianças de Fátima.

Em 1916, o Anjo ensinou os Pastorinhos a adorar; a adorar a Deus, Santíssima Trindade, e a adorar a presença real de Jesus Cristo no Pão eucarístico. Chamavam-lhe o «Jesus escondido». No pão, elemento básico da nossa alimentação, que significa a nossa total dependência da terra em que germina e cresce o trigo, Jesus esconde-Se e é escondido que se mostra e se expõe à adoração. Adorar é a oração da dependência e do espanto. É espantoso que a realidade do pão de trigo seja realmente o Corpo de Cristo. E colocado ante este mistério, o ser humano adora. Adorar é a reação do homem que, num só movimento íntimo, se reconhece absolutamente dependente de Deus que o ama e, espantado, se maravilha. Então, rende-se inteiro, tudo em si converge em oração dirigida a Deus. Adorar resulta de duas palavras latinas: ad e orare; orare é rezar, orar; ad significa um movimento rumo a um destino. Adorar é este movimento orante da pessoa que inteiramente se orienta e concentra em Deus, maravilhada; toma em mãos tudo o que é e projeta-se amorosamente em direção

a Deus. Tudo se unifica em Deus no ato de adorar. Adorar a Eucaristia é fonte de paz, porque o Pão eucarístico é uma narrativa de paz, da paz que é o próprio Senhor. A primeira condição para adorar? Silenciar. Queres experimentar?

A Paz, dom e compromisso

És, agora, convidado a contemplar. A beleza pede e inspira a contemplação e, pela contemplação, leva a Deus. Tens diante de ti um mosaico composto por fragmentos de terracota dourada moldada manualmente. Nele unem-se a fragilidade da argila e a dignidade do ouro.

O mosaico, com 10 metros de altura e 50 de largura, que cobre a parede curva

do fundo do presbitério, é da autoria de Marko Rupnik. A cor do ouro simboliza

a santidade e a fidelidade de Deus; os três traços vermelhos realçam o dourado e favorecem a perceção do mistério e da santidade. O dinamismo e a tensão

horizontal e vertical de luz e ouro convocam o olhar para a transparência da beleza.

Este painel é também uma narrativa de paz centrada em Cristo, o Cordeiro imolado pela reconciliação dos homens com Deus e entre si. A multidão representa tantos e tantos homens e mulheres – crianças também, porque estão lá Francisco e Jacinta – santos e santas que quiseram e deixaram que Deus escrevesse nas suas vidas mensagens da paz que Ele é. Aparecem também anjos, mensageiros da paz. Escuta o que vês. Contempla. Sabes o que é contemplar? É abrires-te ao invisível que te chega por intermédio de sinais. O sinal deste mosaico mostrar-te-á a paz como dom e compromisso, se abrires a tua vida às vidas que ele narra.

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O Sol na Cruz Recinto de Oração

O sol a nascer começa a iluminar o topo da Cruz Alta. A luz revela progressi-vamente o corpo estilizado do Crucificado: a cabeça pendente a olhar o mundo, os seus braços abertos a esperar os teus para um abraço, o seu peito aberto, as suas pernas... Cristo inteiro. A luz do sol a erguer-se desceu pelo seu corpo crucificado e ilumina já o chão em que a Cruz está cravada. O Crucificado iluminado, o Sol Nascente! És chamado a reconhecer n’Ele a luz, a luz da cruz cravada no chão, a dizer-te que é ao chão que és enviado. Que propósito de conversão podes levar deste amanhecer, no fim da directa pacis? Que intenção de mudança queres formular, conduzido pela luz do Crucificado? És suficien-temente livre para amar dando a vida pelos outros, isto é, amando como Ele amou? Concretiza. Escreve no teu guia o que te sentes chamado a viver, a mudar no teu modo de vida. Formula um propósito e compromete-te, no silêncio entre ti e Aquele que te ama, cuja Mãe, aqui, há cem anos, perguntou a três crianças o que hoje te é perguntado a ti: queres oferecer-te a Deus para O amar e amar os que Ele ama? Queres? Agora que sabes mais profundamente que o segredo da paz é o caminho do coração, o que vais fazer? O Papa Francisco, aqui, a 13 de maio, chamou-nos a ser sentinelas da madrugada. Escreve. Ousa! Confia que Aquele que é a luz te iluminará e tornará capaz de assumires o chão como missão e assumires-te no mundo como sentinela da madrugada.

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Rosário Capelinha das Aparições

De novo aqui, no lugar onde tudo começou. Era uma azinheira pequenina e sobre ela três pequeninos viram «uma Senhora mais brilhante que o sol» que interpelou a sua liberdade para o dom de si mesmos. Há muita gente, de todos os cantos do mundo, que converge aqui, tanto que Fátima foi chamada «Altar do mundo». Nesta manhã, vamos ser a voz do mundo a rezar; por isso, pede a paz para o mundo e contempla os mistérios gloriosos do Rosário, a luz da Ressurreição de Cristo. Contempla a paz da Páscoa!

Missa, Profissão de Fé e EnvioRecinto de Oração

A Imagem da Senhora parte da Capelinha, rumo ao Altar do Recinto. Segue com os teus olhos o seu movimento. Levar-te-á ao Altar, leva-te a Cristo. É só isso que a Senhora quer. Agora, somos uma assembleia reunida para celebrar a Eucaristia. Celebrar é um modo de ouvir e acolher o segredo da paz. Haverá um momento diferente do habitual, no ritmo da celebração. Depois da homilia, serás convidado a professar a fé da Igreja respondendo pessoalmente às interrogações a que os teus pais e padrinhos responderam em teu nome, no dia do teu batismo. Crês? Já esta noite assinaste, a dizer que sim. Manifesta-o em Igreja declarando-o. A profissão de fé batismal, que no termo do caminho do silêncio assinaste – isto é, que assumiste –, finda agora a celebração, juntar-se-á às de todos os outros que contigo estão a viver este Jubileu; professamos uma mesma fé, recebemos um só batismo, formamos um só corpo em Cristo, todos nós que comungamos um mesmo Senhor. Somos Igreja! O coração vermelho, ao pé do andor da Senhora, receberá todas essas declarações de identidade cristã. É o coração de Maria, a Mãe de Jesus, verdadeira imagem do que a Igreja é chamada a ser no mundo: Igreja-Mãe, mãe dos discípulos de Jesus. É um coração incendiado!

o segredo da paz o caminho

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Três chamas, a luz do amor de Deus que no coração da Mãe de Jesus, figura da Igreja-Mãe, se nos comunica e ilumina o mundo. A tua fé faz parte deste fogo! E és enviado pelo Bispo, com todos, a anunciar o segredo da paz, a percorrer o caminho do coração. Os nossos olhos acompanharão ainda a descida da Imagem da Senhora até à Capelinha das Aparições para nos despedirmos da Senhora do Rosário de Fátima, que aqui, há cem anos, veio e fica a perguntar a todos se, livre e amorosamente, querem oferecer-se a Deus pelos outros. Tu queres?

CÂNTICOS

o segredo da paz

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Cânticos sobre a Mensagem de Fátima

O segredo da paz. Hino da Peregrinação Jubilar dos Jovens

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Andante legato q = 60

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paz, des co- bre- o.- O ca mi- -

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cor re- o- Des co- bre- o,- per cor- re- o.-

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José Nuno Silva

Bernardete de oliveira

O segredo da paz

Hino da Peregrinação Jubilar dos Jovens

(em género de cânone para vozes iguais)

Sílvio Vicente

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2. em

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O se gre- do- da paz, des co- bre- -

Andante legato q = 60

O se gre- do- da paz, des -

O se gre- do- da

o. O ca mi- nho- do co ra- ção,- per -

co bre- o.- O ca mi- nho- do co ra- -

paz, des co- bre- o.- O ca mi- -

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cor re- o.- O se -

1.

ção, per cor- re- o.- -

nho do co ra- ção,- per cor- re- o-

o. Des

coda, ao final do refrão

co- bre- o,- per cor- re- o.-

2.

o. Des co- bre- o,- per cor- re- o.-

cor re- o- Des co- bre- o,- per cor- re- o.-

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José Nuno Silva

Bernardete de oliveira

O segredo da paz

Hino da Peregrinação Jubilar dos Jovens

(em género de cânone para vozes iguais)

Sílvio Vicente

Refrão

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A

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2. Há

3. Há

5. És

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E

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um

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Deus,

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2. Se

4. um

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3. Fon

te_en

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ção.

ver.

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Refrão

Encontraste

Mostra-me o teu coração

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Estrofes

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60 61

O teu segredo Cânticos diversos

Bendiz o Senhor

Bendiz o Senhor, louva o Seu santo nome.Bendiz o Senhor que à vida nos conduz.

Bendizei o Senhor

O... o... o... Bendizei o Senhor.O... o... o... Bendizei o Senhor.O... o... o... Bendizei o Senhor.Bendizei o Senhor.

Obras todas do Senhor,E vós, anjos do Senhor,A Ele eterno louvor.

Céus, bendizei o Senhor,Sol e Lua, bendizei o Senhor,E vós, as águas sob os céus.

Vós, as estrelas do céu,E vós, o fogo e o calor,Gelos e neves, bendizei-o!

Vós, noites e dias,Luz e trevas, bendizei o Senhor.Bendiga a terra o Senhor.

1. Des co- brir

D

- que_há um ca mi

G

- nho_a- per

A

cor- rer

D

-

q = 60

E pe dra_a- pe dra,- pas so_a- pas

G

so,_a- co- lher

A

-

A vi

G

da- e_o tem

A

po,- a luz

D

e_o mo men

B‹

- to- Em que_o

2. Re fle- tir:

D

- a vi da_in- tei

G

- ra_a_i- lu

A

- mi- nar

D

-

Os pas sos- da dos,- e_os er ra

G

- dos- a cer

A

- tar- A vi

G

da- e_o tem

A

po,- a

luz

D

e_o mo men

B‹

- to- pe la- ho

E‹

ra- que_a ver da- de- vem mos trar.

A

-

Vai

D

ao teu cen

G

tro,- vai,

D

Vai lá den

G

tro- em bus

A

ca- do Pai.

D

Vai

D

on de_há- tem

G

po_e- luz o se gre

G

- do- que_à Vi da

A

- con duz.

D

-

3. De ci- dir

D

- que_é es te_o- tem

G

po_o- tem

A

po- de_ir

D

Cru zar- a_his tó- ria,- con tar- se gre

G

- dos,- ex pe- lir

A

- A vi

G

da- e_o tem

A

po,- a

luz

D

e_o mo men

B‹

- to- a cha ma_i- men

E‹

- sa,- o_a mor- de Deus a re par- tir

A

-

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Estrofes

Fausto Rainho

O teu segredo

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é a res pos- ta_a- di zer.

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Refrão

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Estrofe

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62 63

Vós, montanhas e colinas,Vós, rios e oceanos,E vós, fontes e nascentes.

Todas as aves do céu,E vós, animais e rebanhos,Homens, bendizei o Senhor.

Almas dos justos, bendizei-o.Santos, bendizei o Senhor.Da morte Ele nos libertou.

Povos aclamai o Senhor,É eterno o seu amor.A Ele a glória e o louvor.

Minh’alma glorifica o Senhor,Ele fez em mim maravilhas.Santo, Santo é o seu nome.

Louvor a Deus para sempre.Aleluia, Aleluia!Ámen, Ámen.

Cantarei ao Senhor

Cantarei ao Senhor enquanto viver;louvarei o meu Deus enquanto existir.Nele encontro a minha alegria.Nele encontro a minha alegria.

Deus é amor

Deus é amor: atreve-te a viver por amor.Deus é amor: nada há a temer.

Luz terna e suave

Que importa, Senhor,se é tão longe para mima praia aonde tenho de chegar,se sobre mim levar pousada a clara luz do teu olhar.Hoje te peço, Senhor,para seres a luz que me iluminana plenitude da tua luz divina.

Luz terna e suave no meio da noite,leva-nos mais longe.Não temos aqui uma morada permanente.Leva-nos mais longe,Luz terna e suave no meio da noite.

Esquece, Senhor,os meus passos mal andados,meu desamor, perdoa os meus pecados.Eu sei que vai raiar a madrugadae não me deixarás abandonado.Se Tu me dás a mão, Senhor,meus passos serão firmes no andar.Leva-me mais longe para a Ti chegar.

64 65

Maravilhas fez em mim

Maravilhas fez em mimMinh’alma canta de gozoPois em minha pequenezSe detiveram seus olhosE o Santo e Poderoso

Espera hoje por meu simMinha alma canta de gozoMaravilhas fez em mim.

Maravilhas fez em mimDa alma brota o meu cantoO Senhor me amouComo aos lírios do campoE por seu Espírito SantoEle habita hoje em mimQue não pare nunca este cantoMaravilhas fez em mim.

Nada te perturbe

Nada te perturbe, nada te espante, quem a Deus tem nada lhe falta.Nada te perturbe, nada te espante, só Deus basta.

Porque toda a vida vem de Ti

Porque toda a vida vem de Ti, em tua Luz vejo a Luz.Porque toda a vida vem de Ti e a tua Luz faz-me ver a Luz.

PARTIR

66 67

«Apareceu no Céu (...) uma mulher revestida de sol»: atesta o vidente de Patmos no Apocalipse (12, 1), anotando ainda que ela «estava para ser mãe». Depois ouvimos, no Evangelho, Jesus dizer ao discípulo: «Eis a tua Mãe» (Jo 19, 26-27). Temos Mãe! Uma «Senhora tão bonita»: comentavam entre si os videntes de Fátima a caminho de casa, naquele abençoado dia treze de maio de há cem anos atrás. E, à noite, a Jacinta não se conteve e desvendou o segredo à mãe: «Hoje vi Nossa Senhora». Tinham visto a Mãe do Céu. Pela esteira que seguiam os seus olhos, se alongou o olhar de muitos, mas... estes não A viram. A Virgem Mãe não veio aqui para que A víssemos; para isso teremos a eternidade inteira, naturalmente se formos para o Céu.

Mas Ela, antevendo e advertindo-nos para o risco do Inferno onde leva a vida – tantas vezes proposta e imposta – sem-Deus e profanando Deus nas suas criaturas, veio lembrar-nos a Luz de Deus que nos habita e cobre, pois, como ouvíamos na Primeira Leitura, «o filho foi levado para junto de Deus» (Ap 12, 5). E, no dizer de Lúcia, os três privilegiados ficavam dentro da Luz de Deus que irradiava de Nossa Senhora. Envolvia-os no manto de Luz que Deus Lhe dera. No crer e sentir de muitos peregrinos, se não mesmo de todos, Fátima é sobretudo este manto de Luz que nos cobre, aqui como em qualquer outro lugar da Terra quando nos refugiamos sob a proteção da Virgem Mãe para Lhe pedir, como ensina a Salve Rainha, «mostrai-nos Jesus».

Queridos peregrinos, temos Mãe, temos Mãe! Agarrados a Ela como filhos, vivamos da esperança que assenta em Jesus, pois, como ouvíamos na Segunda Leitura, «aqueles que recebem com abundância a graça e o dom da justiça reinarão na vida por meio de um só, Jesus Cristo» (Rm 5, 17). Quando Jesus subiu

68 69

ao Céu, levou para junto do Pai celeste a humanidade – a nossa humanidade – que tinha assumido no seio da Virgem Mãe, e nunca mais a largará. Como uma âncora, fundeemos a nossa esperança nessa humanidade colocada nos Céus à direita do Pai (cf. Ef 2, 6). Seja esta esperança a alavanca da vida de todos nós! Uma esperança que nos sustente sempre, até ao último respiro.

Com esta esperança, nos congregamos aqui para agradecer as bênçãos sem conta que o Céu concedeu nestes cem anos, passados sob o referido manto de Luz que Nossa Senhora, a partir deste esperançoso Portugal, estendeu sobre os quatro cantos da Terra. Como exemplo, temos diante dos olhos São Francisco Marto e Santa Jacinta, a quem a Virgem Maria introduziu no mar imenso da Luz de Deus e aí os levou a adorá-Lo. Daqui lhes vinha a força para superar contra-riedades e sofrimentos. A presença divina tornou-se constante nas suas vidas, como se manifesta claramente na súplica instante pelos pecadores e no desejo permanente de estar junto a «Jesus Escondido» no Sacrário.

Nas suas Memórias (III, n. 6), a Irmã Lúcia dá a palavra à Jacinta que beneficiara duma visão: «Não vês tanta estrada, tantos caminhos e campos cheios de gente, a chorar com fome, e não tem nada para comer? E o Santo Padre numa Igreja, diante do Imaculado Coração de Maria, a rezar? E tanta gente a rezar com ele?» Irmãos e irmãs, obrigado por me acompanhardes! Não podia deixar de vir aqui venerar a Virgem Mãe e confiar-lhe os seus filhos e filhas. Sob o seu manto, não se perdem; dos seus braços, virá a esperança e a paz que necessitam e que suplico para todos os meus irmãos no Batismo e em humanidade, de modo especial para os doentes e pessoas com deficiência, os presos e desempregados, os pobres e abandonados. Queridos irmãos, rezamos a Deus com a esperança de que nos escutem os homens; e dirigimo-nos aos homens com a certeza de que nos vale Deus.

Pois Ele criou-nos como uma esperança para os outros, uma esperança real e realizável segundo o estado de vida de cada um. Ao «pedir» e «exigir» o cumprimento dos nossos deveres de estado (carta da Irmã Lúcia, 28/II/1943), o Céu desencadeia aqui uma verdadeira mobilização geral contra esta indiferença que nos gela o coração e agrava a miopia do olhar. Não queiramos ser uma esperança abortada! A vida só pode sobreviver graças à generosidade de outra vida. «Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto» (Jo 12, 24): disse e fez o Senhor, que sempre nos precede. Quando passamos através dalguma cruz, Ele já passou antes. Assim, não subimos à cruz para encontrar Jesus; mas foi Ele que Se humilhou e desceu até à cruz para nos encontrar a nós e, em nós, vencer as trevas do mal e trazer-nos para a Luz.

Sob a proteção de Maria, sejamos, no mundo, sentinelas da madrugada que sabem contemplar o verdadeiro rosto de Jesus Salvador, aquele que brilha na Páscoa, e descobrir novamente o rosto jovem e belo da Igreja, que brilha quando é missionária, acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor.

Papa Francisco – Homilia na celebração eucarística com canonização dos beatos

Francisco e Jacinta Marto. Fátima: 13 de maio de 2017

Percorreremos, assim, todas as rotas,seremos peregrinos de todos os caminhos,

derrubaremos todos os muros e venceremos todas as fronteiras,saindo em direção a todas as periferias,

aí revelando a justiça e a paz de Deus.

Papa Francisco – Oração à Senhora de Fátima à chegada à Capelinha das Aparições.

Fátima: 12 de maio de 2017 [excerto].