10
O Simbolismo Maçônico de Pinóquio Publicado na edição Nº 12 da Revista Universo Maçônico – 15 de junho de 2010 Carlo Collodi escreveu em 1882 um livro chamado As Aventuras de Pinóquio, no qual conta a história de um velho mestre artesão que construiu um boneco de madeira. Essa história simples é salpicada com considerações de ordem moral e da evolução da pessoa, que faz da história um relato iniciático, em que Pinóquio se vai desprendendo de seus muitos defeitos até se tornar um verdadeiro ser humano, uma criança nesse caso. Poucas pessoas sabem que o Pinóquio, o boneco de madeira, saiu da mente e da criatividade do escritor italiano Carlo Collodi, não é um conto de fadas. Na verdade, é um romance, mas sua trama infantil suspeita é nada mais do que o veículo por meio do qual Collodi destina-se a entregar uma mensagem profundamente espiritual, iniciática, esotérica, de desenvolvimento pessoal. Na verdade, a primeira coisa que gostaria de salientar é que o autor, Carlo Collodi, foi um membro da Ordem Maçônica, uma instituição que guarda e estuda as antigas tradições herméticas atribuídas a Hermes Trismegistus e é considerada a mais importante instituição esotérica hoje. Walt Disney, que essa história imortaliza no filme de animação e cujos desenhos representam mais do que qualquer outro o boneco e os outros personagens, também foi um Irmão maçom. No contexto conturbado da reunificação italiana, liderada por outro Irmão, José Garibaldi, Collodi escreveu As Aventuras de Pinóquio, publicado em 1882. Uma análise superficial do trabalho revela uma apologia para a educação e uma denúncia do vício e da ociosidade. Ideais próprios da cultura ocidental, mas são inevitáveis mandatos para encomendas para as ordens esotéricas. Vamos rever a história e marcar em negrito algumas palavras que são muito esclarecedoras do ponto de vista esotérico e maçônico em particular: Gepetto, um velho mestre que usa o avental, sempre sonhou em ter uma criança, de modo que, ao ver brilhar no céu a Estrela Azul fervorosamente pediu que seu desejo fosse concedido (esse é entrar em contato com um maior nível de consciência). Naquela noite, enquanto dormia Gepetto, apareceu a Fada Azul e deu vida ao boneco e o advertiu a se comportar bem para se tornar um menino de verdade (o compreendemos a partir da ideia de ser um homem de verdade, outra ideia inspiradora das escolas de iniciáticas). Para aconselhamento sobre seu comportamento chamou o Grilo Falante como sua consciência (o trabalho consciente de desenvolvimento pessoal é também um ideal hermético). Não nos esqueçamos de que Pinóquio foi trabalhado à mão pelo carpinteiro que o elaborou a partir de um pedaço de madeira, criando mesmo um boneco muito bom, graças ao seu esforço (na Maçonaria se trabalha para dar forma a uma pedra). Os fios que movem o destino dos bonecos são semelhantes aos fios do destino que movem as pessoas, daqui para lá e vice-versa quando desenvolvemos a consciência. Assim, então, Pinóquio com falta de consciência e surdo aos ensinamentos do Grilo Falante (outro mestre) provou ser amoral e estúpido. Poderia dizer que Pinóquio estava vivo, mas ainda não tinha livre arbítrio, estava dormindo, não usava a sua consciência, desconhecia o sendero da virtude e a libertação, foi uma espécie de “morto vivo”. O esoterismo ensina que, infelizmente, a maioria dos seres humanos são como Pinóquio, eles seguem o caminho mais fácil e não sabem que existe algo melhor, algo que nos conecta com níveis mais elevados de consciência. Um pesquisador maçônico, que estudou o assunto, disse: “A verdade é que existem apenas dois tipos de homens em todo o mundo: os poucos que já perceberam o

O Simbolismo Maçônico de Pinóquio

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: O Simbolismo Maçônico de Pinóquio

O Simbolismo Maçônico de PinóquioPublicado na edição Nº 12 da Revista Universo Maçônico – 15 de junho de 2010Carlo Collodi escreveu em 1882 um livro chamado As Aventuras de Pinóquio, no qual conta a história de um velho mestre artesão que construiu um boneco de madeira.Essa história simples é salpicada com considerações de ordem moral e da evolução da pessoa, que faz da história um relato iniciático, em que Pinóquio se vai desprendendo de seus muitos defeitos até se tornar um verdadeiro ser humano, uma criança nesse caso.Poucas pessoas sabem que o Pinóquio, o boneco de madeira, saiu da mente e da criatividade do escritor italiano Carlo Collodi, não é um conto de fadas. Na verdade, é um romance, mas sua trama infantil suspeita é nada mais do que o veículo por meio do qual Collodi destina-se a entregar uma mensagem profundamente espiritual, iniciática, esotérica, de desenvolvimento pessoal.Na verdade, a primeira coisa que gostaria de salientar é que o autor, Carlo Collodi, foi um membro da Ordem Maçônica, uma instituição que guarda e estuda as antigas tradições herméticas atribuídas a Hermes Trismegistus e é considerada a mais importante instituição esotérica hoje. Walt Disney, que essa história imortaliza no filme de animação e cujos desenhos representam mais do que qualquer outro o boneco e os outros personagens, também foi um Irmão maçom.No contexto conturbado da reunificação italiana, liderada por outro Irmão, José Garibaldi, Collodi escreveu As Aventuras de Pinóquio, publicado em 1882. Uma análise superficial do trabalho revela uma apologia para a educação e uma denúncia do vício e da ociosidade. Ideais próprios da cultura ocidental, mas são inevitáveis mandatos para encomendas para as ordens esotéricas.Vamos rever a história e marcar em negrito algumas palavras que são muito esclarecedoras do ponto de vista esotérico e maçônico em particular: Gepetto, um velho mestre que usa o avental, sempre sonhou em ter uma criança, de modo que, ao ver brilhar no céu a Estrela Azul fervorosamente pediu que seu desejo fosse concedido (esse é entrar em contato com um maior nível de consciência).Naquela noite, enquanto dormia Gepetto, apareceu a Fada Azul e deu vida ao boneco e o advertiu a se comportar bem para se tornar um menino de verdade (o compreendemos a partir da ideia de ser um homem de verdade, outra ideia inspiradora das escolas de iniciáticas). Para aconselhamento sobre seu comportamento chamou o Grilo Falante como sua consciência (o trabalho consciente de desenvolvimento pessoal é também um ideal hermético).Não nos esqueçamos de que Pinóquio foi trabalhado à mão pelo carpinteiro que o elaborou a partir de um pedaço de madeira, criando mesmo um boneco muito bom, graças ao seu esforço (na Maçonaria se trabalha para dar forma a uma pedra).Os fios que movem o destino dos bonecos são semelhantes aos fios do destino que movem as pessoas, daqui para lá e vice-versa quando desenvolvemos a consciência. Assim, então, Pinóquio com falta de consciência e surdo aos ensinamentos do Grilo Falante (outro mestre) provou ser amoral e estúpido.Poderia dizer que Pinóquio estava vivo, mas ainda não tinha livre arbítrio, estava dormindo, não usava a sua consciência, desconhecia o sendero da virtude e a libertação, foi uma espécie de “morto vivo”.O esoterismo ensina que, infelizmente, a maioria dos seres humanos são como Pinóquio, eles seguem o caminho mais fácil e não sabem que existe algo melhor, algo que nos conecta com níveis mais elevados de consciência.Um pesquisador maçônico, que estudou o assunto, disse: “A verdade é que existem apenas dois tipos de homens em todo o mundo: os poucos que já perceberam o esquema divino poderoso, e as imensas massas que ainda não o conhece. Os últimos vivem para eles mesmos, e estão muito escravizados por suas paixões; os primeiros vivem para Deus e para a evolução, que é a Sua vontade, e independe se são chamados Budistas ou hindus, muçulmanos ou cristãos, ou pensadores judeus.Pinóquio é o escravo de seus “eus”, esse é um ego hipertrofiado produto de distintos vícios que foram acumulados. Suas mentiras fazem crescer o nariz e as orelhas de burro depois. Essa é uma alegoria física de todos os agregados psíquicos que o acompanham.Uma e outra vez, Pinóquio, pela lei de causa e efeito, sofre as consequências de suas más ações, que o conduzem a uma vida desgraçada, em que o boneco paga com o sofrimento do karma que há sido gerado. Quando a vida de Pinóquio não poderia ser mais insuportável, é engolido por uma baleia.Esse episódio, que evoca claramente a história bíblica de Jonas, vem a ser no simbolismo maçônico da câmara de reflexões que representa a descida ao centro da terra.Que viveu até o próprio Jesus, se acreditarmos nas palavras de Mateus 12:40: “Pois assim como Jonas esteve no ventre do grande peixe por três dias e três noites, assim estará o Filho do Homem no seio da terra três dias e três noites “.Não se esqueça de que o Filho do homem, também, como o Pinóquio, o filho de um mestre carpinteiro.

Page 2: O Simbolismo Maçônico de Pinóquio

Como acontece com qualquer tradição esotérica válida é a morte mística; à luz de uma vela, Pinóquio medita sobre o seu destino e decide mudar, deixando para trás seu passado de inconsciência. Finalmente o boneco é expelido pela baleia para o mar, onde a água atua como um purificador, limpando interna e externamente a Pinóquio.Diz-se que quando alguém está imerso em uma corrente de água, renasce para uma nova vida. Essa prática é comum em muitas tradições religiosas e do batismo cristão. Maçônicamente tem a ver com a lenda do terceiro grau e o Mar de bronze.Pinóquio, no entanto, não sobrevive à fúria do oceano e, finalmente, se afoga. Essa morte do boneco equivale à morte mística do profano ao ser iniciado. Nas palavras do Evangelho lembra a sentença que está em João 3:3-10: “Em verdade te digo que se alguém não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus (…) quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus”.Ao retornar à vida, Pinóquio vai para um estado mais elevado, que vai adquirir uma humanidade plena (para ser um menino de verdade). Vale a pena ver “Pinóquio” e descobrir o profundo conteúdo simbólico e iniciático desse trabalho. Especialmente recomendado para aqueles que pertencem a instituições herméticas filosófica como a Ordem Maçônica, Rosa Cruz, Gnósticos, Teosófica, Antroposófica Biosófica, Metafísicas e similares.Mas para o resto dos mortais, que tentamos manter uma vida digna, enquadrada nos limites morais mais ou menos estáveis, a aventura de Pinóquio também tem muito a dizer, sobretudo porque o boneco se parece muito como nós somos. Podemos dizer o quanto a história de Pinóquio corresponde à evolução dos seres humanos para alcançar a plena realização da “humanidade”, como seres humanos completos e particularmente com a nossa própria evolução como maçons.Texto extraído do Grupo Tempo de Estudos/SP

A simbologia esotérica de Pinóquio e de Alice no País das MaravilhasAs Aventuras de Pinóquio e Alice no País das Maravilhas são duas histórias para crianças carregadas de mensagens transpessoais, psicológicas e esotéricas, dois relatos de desenvolvimento pessoal, em que Pinóquio e Alice se vão desprendendo dos seus defeitos, limitações, ignorância e adormecimento, e tornar-se verdadeiros seres humanos com ajuda de duas personagens, respectivamente, o Grilo Falante e o Coelho, como acontece com a dupla Tamino-Pamina de A Flauta Mágica.Há pouco tempo, Cecilia Gatto Trocchi, antropóloga da Universidade de Perugia, explicava que Pinóquio não passava de um texto maçônico carregado de esoterismo, cujas peripécias seriam perífrases de livros esotéricos, como o Livro dos Mortos e O Conto da Serpente Verde, do também maçom Goethe.Realmente, Pinóquio, e também Alice no País das Maravilhas, é um texto maçônico, iniciático.A razão é porque, não só ambas as histórias estão repletas de simbologia maçônica, como foram escritas por dois conhecidos maçons, o italiano Carlo Collodi e o inglês Lewis Carrol, respectivamente, no século 19, tal como a partitura da Flauta Mágica o tinha sido, pelo maçom Mozart, no século 18, sobre o texto de uma fábula maçônica.De fato, na história de Pinóquio, Gepeto é um velho mestre que usa avental (mestre maçom) e, sonhando ter uma criança, faz um boneco de madeira (segundo os astecas, os Deuses criaram o ser humano de madeira, que tem um paralelismo com o trabalhar a Pedra), desenhando-o com um compasso (objeto maçônico). Ao ver a estrela azul (estrela flamígera), implora a realização desse desejo, o qual lhe é concedido: enquanto dormia, a Fada Azul (Mãe Divina) deu vida ao boneco, advertindo-o para que se comportasse como um menino   de verdade (Homem autêntico, autorrealizado). E para aconselhá-lo, presenteia-o com o Grilo Falante (a Consciência).Mas Pinóquio tem um Ego hipertrofiado, produto de distintos vícios que foi acumulando. As mentiras fazem-lhe crescer o nariz e as orelhas de burro depois, num paralelismo muito semelhante à história do Príncipe com Orelhas de Burro, que a tradição maçônica costuma utilizar para exemplificar nossa vida superficial, fútil e inconsciente.Pinóquio paga as consequências dos seus atos quando é engolido por uma baleia, à semelhança do Jonas bíblico, num paralelismo também à Câmara de Reflexão das iniciações e ao Ritual no 3º grau na morte de Hiram Abiff, existentes na Maçonaria.No ventre da baleia, Pinóquio decide mudar, deixando para trás a vida inconsciente, e, sendo expelido pela Baleia, afoga-se, também num paralelismo com a Morte Mística do iniciado, que, na Câmara de Reflexão, morre para a vida profana, renascendo para a vida iniciática, e do mestre que, no Ritual de 3º grau, se desprende de sua carne e ossos, para ressuscitar espiritualmente.E da mesma forma que o iniciado e mestre, Pinóquio acorda do afogamento, renascendo sob uma forma humana mais elevada, tonando-se um Homem de verdade.E Pinóquio é Homem de verdade, também segundo a interpretação psicológica da história, quando, transformando-se num menino de carne e osso, vence o gato e a raposa (as manifestações egoicas nos Centros Instintivo-Motor e Emocional).

Page 3: O Simbolismo Maçônico de Pinóquio

No antigo tratado japonês Yagyun sobre a espada e a filosofia zen, explica numa frase: “Transforma-te num boneco de madeira: o boneco não tem Ego, nada pensa, e deixa que o corpo e os membros trabalhem por si mesmos de acordo com a disciplina que experimentaram. É este o caminho para a vitória”.Na história de Alice no País das Maravilhas, que, inicialmente, de forma reveladora do seu carácter simbólico, o seu autor intitulou Alice Debaixo da Terra, numa alusão à descida ao interior de si próprio do aprendiz maçom, o paralelismo com as Aventuras de Pinóquio é notório:A estrutura da história segue do princípio ao fim o esquema de uma a sessão iniciática de um templo gnóstico-maçon, a que são adicionados alguns elementos de fantasia e personagens. Alice estava aborrecida, cansada de ficar sentada num banco com a irmã, sem nada para fazer. Estava de olho no livro que a irmã lia, mas logo se desinteressou, já que ele não possuía imagens ou diálogos. A menina estava convencida de que um livro sem imagens e sem diálogos não valia a pena (futilidade, inconsciência).No meio dessa monotonia, levanta-se para colher margaridas para um colar, sendo surpreendida por um velho coelho de  luvas brancas (mestre maçom de luvas brancas que introduz o Iniciado), sempre preocupado com o atraso  para  a   reunião (no templo ou na loja). Curiosa, Alice segue o coelho, entrando numa toca (Câmara da Reflexão, caixão do Mestre Hiram), onde vê uma porta, mas não consegue entrar antes de passar por sucessivastransformações  e provas (como as provas de iniciação maçônica) e só depois tem acesso, através da porta, que finalmente se abre, ao jardim onde três   jardineiros (os três oficiantes da loja: Sacerdote, 1º e 2º Vigilantes) pintavamrosas brancas de vermelho (a transformação que se opera em cada um ao transpor a porta do templo) e chamavam-se uns aos outros como se tivessem números (nomes simbólicos dos maçons), o cortejo da rainha (o cortejo de entrada), o jogo de críquete entre todos (a Cadeia de União ou de Irradiação de Amor), a ordem de cortar as cabeças(o gesto do estar “à ordem” em Maçonaria), as deliberações e votações (também na forma maçônica), todos elementos da iconografia e simbologia maçônica, provas essas, que a levaram ao conhecimento de si mesma. Isso tudo sem falar do famoso chá, feito de uma certa “planta de poder”, usada para amplificar a Consciência (aumentar ou diminuir de tamanho), usada por Iniciados para experienciar os Mundos Internos…Cada experiência pela qual Alice passa, com as sucessivas transformações em que cresce e diminui, explica-lhe que vivemos cercados de estímulos aos quais se reage conforme o Nível de Ser que se tem. “O País das Maravilhas existe.” O trabalho de autoaperfeiçoamento na subida gradual na Escada de Jacó, que é o símbolo maçônico do crescimento gradual na Sabedoria, é possível.Como diz a última frase da história: Alice aprendeu “que para voltar ao País das Maravilhas basta conservar o coração puro e os olhos tão transparentes como o céu de verão”. Uma conclusão que se pode reverter na máxima maçônica: o maçom, para estar em comunhão com a ordem, basta ter o coração puro e os olhos transparentes como o céu estrelado da sua loja.O Grilo Falante de Pinóquio e o Coelho de Alice representam a nossa Alma Divina, a Consciência, também nosso “Remorso”, adormecida e presa pelo Ego e pela Mente, pelos desejos inferiores egoicos que temos, como Pinóquio e Alice, que ouvir e seguir na formação do coração e esclarecimento do espírito.Ambas as histórias relatam simbolicamente o caminho longo e cansativo de um iniciado maçom. O Trabalho pelo qual a Pedra Bruta se transforma numa pedra trabalhada e viva…Demonstram os passos do Caminho, as suas Provas, nas quais se prepara o espírito para se tornar digno de entrar no Templo (Interior), naquele templo verdadeiro, que é feito sem ruído de pedra ou de martelo, em que a luz do Conhecimento (Gnose) permanece eternamente.A entrada de Pinóquio no ventre da Baleia e a descida de Alice à toca do Coelho é o regressus ad uterum de todos os ritos iniciáticos que implicam transformação simbólica em embrião e uma pré-morte, seguida do regresso à Grande Mãe da etiologia, onde o iniciado nasce pela segunda vez.Essa penetração na Grande Mãe é muitas vezes perigosa: no Pinóquio, a entrada no ventre da Baleia, além da já referida semelhança bíblica, encontra-se muitas vezes noutros mitos e sagas do antigo Oriente e do mundo mediterrânico de raiz iniciática, tendo paralelismo com o mito polinésio de Mauí, o grande herói maori que, regressando à pátria, para a casa da avó, encontrando-a adormecida, se despe e penetra no corpo de uma gigante, a Grande Dama da Noite, Huie-muite-po, atravessando-a, mas, ao sair, ela acorda de sobressalto, apertando-o entre os dentes e cortando-o ao meio.Em Alice, a descida à toca tem paralelismo com os ritos iniciáticos relativos às grutas e fendas das montanhas, símbolos da matriz Terra-Mãe em muitas culturas. Por exemplo, o termo chinês “tang”, designando gruta, também significa “misterioso, profundo, transcendental”, todos arcanos revelados nas iniciações.Essas duas representações do Além, em Pinóquio sob a forma de ventre da Baleia, e em Alice sob a forma de toca, ilustra que o outro mundo é um local de acesso extremamente difícil.

Page 4: O Simbolismo Maçônico de Pinóquio

A porta em forma de mandíbula, no caso de Pinóquio, e a simples porta impossível de transpor, no caso de Alice, significam a dificuldade da passagem e refletem a necessidade da mudança do modo de ser para poder atingir o mundo do espírito.Em suma: independentemente da interpretação psicológica que muitos autores fazem das histórias de Pinóquio e Alice, que é rebuscada e não estava na intenção dos seus autores, elas têm na sua gênese uma conotação maçônica e esotérica, porque os seus criadores eram maçons, a simbologia e estrutura de ambas é maçônica e descrevem a viagem atribulada e solitária da cada ser humano, pobre, nu e cego, na procura constante da Sabedoria e da Espiritualidade, que vem já das mitologias e dos ritos de iniciação antigos e que várias culturas, religiões e a própria Gnose e Maçonaria adotaram para explicar simbolicamente a transformação espiritual de cada indivíduo para comungar com a Divindade.

O Simbolismo Oculto em Pinóquioby GrupoMI Lançado em 1940, Pinóquio é um clássico da Disney que continua a ser apreciado por crianças e adultos em todo o mundo. No entanto, a história dessa marionete de madeira esconde uma alegoria espiritual baseada nos ensinamentos esotéricos, que raramente é discutida. Iremos olhar as origens desta aventura animada e o seu significado subjacente.Quantas pessoas já não viram esse filme? Por outro lado, quantas pessoas estão cientes do verdadeiro significado subliminar de Pinóquio? Por trás da história de uma marionete tentando se tornar um bom menino, ela é uma história profundamente espiritual que tem suas raízes nas escolas misteriosas do ocultismo. Através dos olhos de um iniciado, a história das crianças sobre o "serem bons", cheio de lições sobre "não mentir", torna-se uma busca do homem para a sabedoria e iluminação espiritual.Os comentários brutalmente honestos e sociais de Pinóquio mostram uma visão sombria do nosso mundo moderno e prescreve, talvez, uma maneira de escapar de suas armadilhas. Através de uma viagem à fundo no autor e às referências literárias, pode-se compreender o significado oculto e gnóstico do Pinóquio.As Origens de PinóquioCarlo Lorenzini ou Carlo CollodiPinóquio foi originalmente escrito por Carlo Lorenzini (conhecido por seu pseudônimo, Carlo Collodi) entre 1881 e 1883 na Itália. Lorenzini começou sua carreira escrevendo nos jornais (Il Lampione e IlFanfulla), onde muitas vezes usou a sátira para expressar suas opiniões políticas. Em 1875, ele entrou no mundo da literatura infantil e usou essa saída para transmitir suas convicções políticas. A série Giannettino, por exemplo, muitas vezes referiu-se à unificação da Itália."Lorenzini ficou fascinado com a idéia de usar um amável personagem malandro como um meio de expressar suas próprias convicções através da alegoria. Em 1880 ele começou a escrever Storia di un burattino ( "A história de uma marionete"), também chamado Le avventure di Pinocchio, que foi publicado semanalmente no Il Giornale dei Bambini (o primeiro jornal italiano para crianças). "“Le avventure di Pinocchio”, um conto de fadas que descreve as aventuras de um boneco de madeira obstinado em sua busca para se tornar um menino de verdade, foi publicado em 1883:O trabalho de Lorenzini não foi apenas político. Seus escritos, especialmente “Le avventure di Pinocchio”, continham uma grande quantidade de aspectos metafísicos, que são frequentemente ignorados pelos leitores modernos. Um fato importante necessário para compreender completamente a profundidade do trabalho Lorenzini é que ele era um maçom ativo. O maçom italiano Giovanni Malevolti descreve o contexto maçônico de Lorenzini:"Carlo Collodi teve iniciação na Maçonaria, o mesmo se não pode ser encontrado em todos os registros oficiais, ele é universalmente reconhecido e muitas vezes referido. Aldo Mola, um não-maçom, que é geralmente definido como um historiador oficial da Maçonaria, expressou com certeza, o grande início do escritor na família maçônica. Acontecimentos na vida de Collodi parecem confirmar esta tese: a criação em 1848 de um documento chamado "Il Lampione" (The Beacon), que, como afirma Lorenzini, "iluminado todos os que estavam oscilando na escuridão", ele também se considerava discípulo de um "apaixonado de Mazzini" (um proeminente maçom italiano e revolucionário). "Collodi também podem ser encontrado neste documento publicado pela Grande Loja de toda a Inglaterra, com anúncio de maçons famosos. Malevolti continua:"Há duas maneiras de ler "As Aventuras de Pinóquio". O primeiro é o que eu chamaria de "profana", onde o leitor, muito provavelmente, uma criança aprende sobre os percalços do boneco de madeira. A segunda é uma leitura a partir de um ponto de vista maçônico, onde os simbolismos pesados serão completos, sem substituir, a narração simples e literária de eventos ".Lorenzini escreveu Pinóquio após a longa tradução de textos místicos: uma história narrativa simples que pode ser apreciado pelas massas, com um sentido oculto reservado aos "sábios".

Page 5: O Simbolismo Maçônico de Pinóquio

Análise do FilmeExistem muitas diferenças entre o livro Collodi e o filme da Disney. O enredo foi simplificado e Pinóquio se tornou um inocente personagem e não é o desajustado, teimoso e ingrato, do livro original. Todos os elementos são fundamentais no entanto, ainda presentes na adaptação do filme, e a mensagem subjacente permanece intocada.A CriaçãoO filme começa com Gepeto, um escultor italiano, transformando um pedaço de madeira em um boneco. Ele dá o boneco caracteristicas de homem, mas continua a ser um boneco sem vida. Gepeto é, de certa forma, o Demiurgo de Platão e dos gnósticos. A palavra "Demiurgo" é traduzida literalmente do grego para o "fabricante, artesão ou artífice". Em termos filosóficos, o Demiurgo é o "deus menor" do mundo físico, a entidade que cria seres imperfeitos que são mandados para as armadilhas da vida material. A casa Gepeto está cheia de relógios do seu ofício, que, como você deve saber, são usados para medir o tempo, uma das grandes limitações do plano físico."Fora do pleroma foi individualizado o Demiurgo, o mortal imortal, a quem nós somos responsáveis por nossa existência física e ao sofrimento que devemos percorrer em conexão com ela" Manly P. Hall, ensinos secretos de todas as erasGepeto cria uma ótima aparência para a marionete, mas ele percebe que precisa da ajuda do "Grande Deus" para dar Pinóquio a centelha divina necessária para se tornar um menino "real" ou, em termos esotéricos, um  homem iluminado. Então, o que ele faz? Ele "deseja a uma estrela". Ele pede ao Grande Deus (Grande Arquiteto dos maçons) para infundir Pinóquio com algo da sua essência divina.Poderia ser a estrela Sirius, a estrela flamejante da Maçonaria?A "Fada Azul", representante do Grande Deus, em seguida, desce à terra para dar Pinóquio uma fagulha da Mente Universal, o nous "dos gnósticos''."Foi afirmado pelos cristãos gnósticos, que a redenção da humanidade foi assegurada através da descida do Nous (Mente Universal), que foi um grande ser espiritual superior ao Demiurgo e que, entrando na constituição do homem, conferiu a imortalidade consciente sobre as fabricações de Demiurgo ".A fada confere a Pinóquio o dom da vida e o livre-arbítrio. Embora ele esteja vivo, porém, ele não é ainda um “menino de verdade". Nas escolas de mistério é ensinado que a vida real só se inicia após a iluminação. Antes de tudo isto não é nada, mas lenta decadência. Quando Pinóquio pergunta: "Eu sou um menino de verdade?", A resposta da Fada é: "Não Pinóquio. Prove-se corajoso, verdadeiro e altruísta e um dia você será um menino de verdade".Este tema de auto-confiança e do auto-aperfeiçoamento, é de forte inspiração gnóstica. Os ensinamentos maçônicos dizem: a salvação espiritual é algo que tem de ser merecida através da auto-disciplina, auto-conhecimento e força de vontade intensa. Maçons simbolizam este processo com a alegoria do Rough e do Ashlar Perfeito."Na Maçonaria especulativa, uma pedra bruta é uma alegoria para o maçom não iniciados antes da sua iluminação descobrindo. Ashlar A Perfect é uma alegoria de um maçom que, através da educação maçônica, trabalha para conseguir uma vida decentes e diligentemente se esforça para obter a iluminação. No Grau Companheiro, vemos o uso do Rough e silhares Perfeito. A lição a ser aprendida é que, por meio da educação e da aquisição de conhecimentos, um homem melhora o estado de seu ser espiritual e moral. Como o homem, cada pedra bruta começa como uma pedra imperfeita. Com a educação, a cultura eo amor fraternal, o homem é moldado em um ser que tenha sido julgado pelo quadrado da virtude e circundadas pelo compasso de seus limites, dado a nós por nosso Criador". - Masonic Lodge of EducationDa mesma forma que os maçons representam o processo de iluminação pela transformação de uma pedra bruta em uma suave, Pinóquio começa sua jornada como um pedaço de madeira bruta e procurará suavizar suas bordas para finalmente se tornar um menino de verdade. Nada, no entanto, foi entregue a ele. Um processo alquímico interior precisa acontecer para que ele fosse digno de iluminação. Ele tem que atravessar a vida, a sua luta contra as tentações, e usando a sua consciência (encarnado pelo Grilo Falante), ele tem de encontrar o caminho certo. O primeiro passo é ir para a escola (simbolizando o conhecimento). Depois disso, as tentações da vida rapidamente cruzam o caminho de Pinóquio.A Tentação da Fama e FortunaEm seu caminho para a escola, Pinóquio é interrompido por Foulfellow, a raposa (não um nome muito confiável) e Gideão, o gato que irá atraí-lo para o caminho fácil "para o sucesso": O show business. Apesar das advertências de sua consciência, a marionete segue os personagens obscuros e é vendido a Stromboli, o promotor beligerante do show de marionetes. Durante sua performance, Pinóquio familiarizasse com os lados do caminho "fácil": fama, fortuna e até bonecos de mulheres ''quentes'', sensuais.Pinóquio, porém, aprende rapidamente os grandes custos deste aparente sucesso: ele não pode voltar a ver seu pai (o Criador), o dinheiro que ele gera só é usado para enriquecer o Stromboli, seu “treinador", e ele vê o destino que o espera quando ele envelhece.

Page 6: O Simbolismo Maçônico de Pinóquio

É uma descrição triste do show business, não é? Ele é basicamente nada mais do que um fantoche. Depois de ver a verdadeira natureza do caminho "fácil", Pinóquio descobre o triste estado em que ele está, ele é enjaulado como um animal e esta à mercê de um titereio cruel. Ele foi enganado em vender sua alma.Pinóquio então ganha de volta sua consciência (Grilo Falante) e tenta escapar. Toda a consciência do bem no mundo não pode no entanto salvá-lo, o grilo não pode abrir a fechadura. Nada menos do que uma intervenção divina é necessária para salvá-lo, mas não antes que ele seja verdadeiro para a Fada (mensageiro divino) eo mais importante, para si mesmo.As TentaçõesDe volta no caminho certo, Pinóquio é interrompido novamente por Foulfellow, a Raposa, que vai atrai-lo para ir ao "Pleasure Island", um lugar sem escola (conhecimento) e as leis (moral). As crianças podem comer, beber, fumar, combater e destruir a vontade, tudo sob o olhar atento do cocheiro.Pleasure Island é uma metáfora para a vida do "profano", que caracteriza-se por ignorância do conhecimento maçônico, a busca da gratificação imediata, e a satisfação de baixos impulsos. O cocheiro incentiva esse comportamento, sabendo que é um método perfeito para criar escravos. Os rapazes que se entregam o suficiente, se transformar em burros, então explorados pelo cocheiro para trabalhar em uma mina. Outra representação bastante negativa, desta vez das massas ignorantes.Pinóquio começa a se transformar em um burro. Em termos esotéricos, ele está mais perto do seu “eu material”, personificado por este animal teimoso, que é “seu eu espiritual”. Esta parte da história é uma referência literária para Apuleio, a "Metamorfoses ou Asno de Ouro'', um trabalho clássico estudado em escolas místicas, como a Maçonaria .“As Metamorfoses” descreve as aventuras de Lúcio, que é tentado pelas maravilhas da magia, por causa de sua loucura, transforma-se em um burro. Isto leva a uma longa e árdua jornada onde ele finalmente é salvo por Ísis e junta-se o seu culto místico. A história das metamorfoses tem muitas semelhanças com o Pinóquio por sua linha de história, a sua alegoria espiritual e seu tema de iniciação ocultista.Pinóquio, uma vez que recuperou a consciência, escapou da prisão da vida profana e fugiu de Pleasure Island.A IniciaçãoPinóquio volta para casa para se unir ao seu pai, mas a casa está vazia. Ele descobre que Gepeto foi engolido por uma baleia gigante. O boneco, em seguida, salta na água e é também, engolido pela baleia, a fim de encontrar o seu Criador. Esta é a sua iniciação final, onde ele tem que fugir da escuridão da ignorância da vida (simbolizada pelo ventre da baleia gigante) e o ganho de luz espiritual.Mais uma vez, Carlo Collodi foi fortemente inspirado por uma história clássica de iniciação espiritual: o Livro de Jonas. Encontrado no Cristianismo, Islamismo e Judaísmo, Jonas e a Baleia também são lidos nas escolas místicas."Jonas é também o personagem central no livro de Jonas. Ordenado por Deus para ir para a cidade de Nínive profetizar contra ela "pois a sua maldade subiu até mim", Jonas procura em vez disso, fugir "da presença do Senhor", indo para Jaffa e numa vela, navegou para Társis. Uma enorme tempestade se levanta e os marinheiros, percebendo esta não ser uma tempestade comum, jogam sortes e aprendem que Jonas é o culpado. Jonas admite isso e afirma que, se ele é jogado ao mar, a tempestade vai cessar. Os marinheiros tentam levar o navio para a costa, mas acabam jogando-o ao mar. Jonas é milagrosamente salvo ao ser engolido por um peixe grande, especialmente preparado por Deus, onde passou três dias e três noites (Jonas 1:17). No capítulo dois, dentro do grande peixe, Jonas reza a Deus na sua aflição e se compromete a ação de graças e de pagar o que ele prometeu. Deus ordena o peixe que vomite Jonas para fora. " Wikipédia

Manly P. Hall, explica o significado oculto do Jonas e a Baleia para os místicos:"Quando usado como um símbolo do mal, o peixe representava a Terra (homem inferior da natureza) e da tumba (túmulo dos mistérios). Assim foi Jonas três dias no ventre do peixe "grande", como Cristo foi de três dias no túmulo. Vários pais da igreja primitiva acreditavam que a “baleia", que engoliu Jonas era o símbolo de Deus Pai, que, quando o profeta infeliz foi lançado ao mar, aceito Jonas em sua própria natureza, até um lugar de segurança foi alcançado. A história de Jonas é realmente uma lenda da iniciação nos mistérios, e os peixes "grandes" representa a escuridão da ignorância que engolfa o homem quando ele é jogado para o lado do navio (nasce) no mar (vida)." Manly P. Hall, The Secret Teachings of All AgesPinóquio atravessou as dificuldades da iniciação e saiu da escuridão da ignorância. Ele emerge da tumba, “ressuscitado”, como Jesus Cristo. Ele agora é um menino "real", um homem iluminado, que rompeu os grilhões da vida material para abraçar o seu “eu superior”. O Grilo Falante recebe um crachá de ouro maciço da fada, o que representa o sucesso do processo alquímico de transformação da consciência de Pinóquio, de um metal bruto em ouro. O "Grande Trabalho" foi realizado. O que resta fazer? Um grupo de acordeões loucos, é claro!Conclusão

Page 7: O Simbolismo Maçônico de Pinóquio

Visto através dos olhos de um iniciado, a história de Pinóquio, em vez de ser uma série de aventuras aleatórias infantis, na verdade, torna-se uma alegoria espiritual profundamente simbólica. Detalhes no filme, que são aparentemente insignificantes, de repente revelam uma "verdade esotérica, ou pelo menos um comentário brutalmente honesto e social. Inspirado em clássicos da metafísica, como “As Metamorfoses” e “Jonas e a Baleia”, autor da história, Carlo Collodi, escreveu um conto moderno de iniciação mística, que é o aspecto mais importante da vida maçônica.Embora a fidelidade de Walt Disney à Maçonaria sempre fora controvertida, a escolha desta história como o segundo filme de animação já criados pelo estúdio é muito reveladora. Muitos detalhes simbólicos acrescentados para o filme, manifestam um grande entendimento do significado oculto subjacente do livro de Collodi. Considerando as inúmeras re-edições de Pinóquio e seu mundo, um sucesso mundial, pode-se dizer que o mundo inteiro foi testemunha de seu caminho para a iluminação, mas muito poucos plenamente compreenderam a verdade por detrás da história.Quando colocado em comparação com outros outros artigos deste Blog, que revelam significados bastante sinistros, a história de Pinóquio é um exemplo do lado mais nobre dos ensinamentos ocultistas. Esforçam por atingir um nível mais elevado de espiritualidade através do auto-aperfeiçoamento, que é um tema universal, encontrado na maioria das religiões. Pinóquio continua a ser tipicamente maçônico e revela o fundo filosófico dos que estão no controle dos meios de comunicação de massa.

Carlo Collodi, o maçon que criou PinóquioEscrito por Rui BandeiraCarlo Collodi não era o seu verdadeiro nome, antes um pseudónimo usado por Carlo Lorenzini. Mas foi por Carlo Collodi que ficou mundialmente conhecido.Nasceu em Florença em 24/11/1826 e aí passou ao Oriente Eterno em 26/10/1890. Foi jornalista, escritor e combatente voluntário na Guerra de Independência de Itália, entre 1848 e 1860.Publicou as obras "Gli amici di casa" e "Un romanzo in vapore. Da Firenze a Livorno. Guida storico-umoristica", por volta de 1856. O seu primeiro livro infantil foi publicado em 1876 e intitulou-se "Raconti delle fate". Em 1877 escreveu "Giannettino" e no ano seguinte " Minuzzolo". Em 1881, inicia a publicação de um periódico virado para o público infantil, o "Giornale per i bambini". Foi nesse peródico que originalmente foi publicada, em curtos capítulos, a "Storia di un burattino" (História de um Boneco), o primeiro título do que veio a ser o livro mundialmente conhecido por "Aventuras de Pinóquio", a sua obra-prima. Em 1887, publica ainda "Storie allegre".A condição de maçon de Carlo Collodi, apesar de não estar confirmada por nenhum documento oficial, é indisputadamente reconhecida. Aldo Molla, profano que, em Itália, é geralmente reconhecido como o historiador ofical da Maçonaria, manifesta essa certeza. Vários elementos biográficos de Carlo Collodi parecem confirmá-la: a criação em 1848 de um jornal chamado "Il Lampione", que, como ele dizia, devia "iluminar todos aqueles que vagueavam nas trevas"; a participação na Guerra da Independência integrado nos voluntários toscanos, em 1848, e a sua, também voluntária, integração no exército piemontês em 1859; a sua extrema proximidade ao reconhecido maçon Mazzini, de quem se declarava "discípulo apaixonado".Os princípios caros à Maçonaria expressos na trilogia Liberdade - Igualdade - Fraternidade estão expressos nas "Aventuras de Pinóquio": a Liberdade, porque Pinóquio é um ser livre e que ama a Liberdade; a Igualdade, porque a única aspiração de Pinóquio é ser igual aos outros e porque nenhuma personagem é superior às demais, nem em importância, nem em nível social; a Fraternidade, porque este é o sentimento principal que faz agir as personagens nas diferentes situações.In Blog "A Partir Pedra" - texto de Rui Bandeira ()