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i UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social Monografia submetida ao Departamento de Ciências Econômicas para obtenção de aprovação na disciplina CNM 5420 – Monografia. Por: Tatiana Gabriela Bonzini Olivera Orientador: Prof’ Armando de Melo Lisboa Área de Pesquisa: Palavras – Chaves: 1. Terceiro Setor 2. Balanço Social 3. Divulgação 4. Transparência Florianópolis, dezembro de 2004.

O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

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Page 1: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS

O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

Monografia submetida ao Departamento de Ciências Econômicas para obtenção de aprovação na disciplina CNM 5420 – Monografia. Por: Tatiana Gabriela Bonzini Olivera Orientador: Prof’ Armando de Melo Lisboa Área de Pesquisa: Palavras – Chaves: 1. Terceiro Setor 2. Balanço Social 3. Divulgação 4. Transparência

Florianópolis, dezembro de 2004.

Page 2: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS

A Banca Examinadora resolveu atribuir a nota................à aluna Tatiana Gabriela Bonzini

Olivera na disciplina CNM 5420 – Monografia, pela apresentação deste trabalho.

Banca Examinadora: _______________________________ Armando de Melo Lisboa Presidente

_______________________________

Membro

_______________________________

Membro

Page 3: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

i

AGRADECIMENTOS

Os agradecimentos são para o meu orientador,

por ter desempenhado o seu papel muito eficiente.

Aos professores desta instituição, que repassaram

conhecimentos que jamais serão abandonados

ao longo da trajetória profissional e intelectual.

Muito Obrigada.

Page 4: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

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RESUMO

O estudo desenvolvido teve como fim principal mostrar a importância das empresas que colaboram com ações sociais e a necessidade de haver uma divulgação desses resultados através do Balanço Social. O Balanço Social é um demonstrativo de cunho informativo, que busca evidenciar os impactos, ou melhor o papel que a entidade representa e representará. Tanto no seu ambiente interno quanto externo no que se refere a investimentos voluntários com o propósito de ajudar os menos favorecidos. Neste contexto foi analisado o Balanço Social da empresa Canasvieiras de Transportes e colocado para pesquisa suas informações, por intermédio de questionário. Esta atitude tem o objetivo de comprovar se os dados relatados no demonstrativo. A pesquisa foi do tipo qualitativa, onde se procura compreender as informações apresentadas pelos entrevistados. A análise documental também foi utilizada para dar sustentação a todo o estudo, usando dados primários e secundários na interpretação das informações. Os resultados indicam a necessidade de regularizar o Balanço Social como instrumento de sistema de informação gerencial, capaz de contribuir para a transparência, seriedade e consolidação do terceiro setor.

Page 5: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS...............................................................................................................i

RESUMO ................................................................................................................................... ii

SUMÁRIO ................................................................................................................................ iii

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................1

1.1 PROBLEMÁTICA............................................................................................................3

1.2 JUSTIFICATIVA..............................................................................................................4

1.3 HIPÓTESE ........................................................................................................................4

1.4 ASPECTOS METODOLÓGICOS..................................................................................5

1.4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA...................................................................5

1.4.3 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS.........................................................7

1.5 OBJETIVOS......................................................................................................................7

1.5.1 OBJETIVOS GERAIS...............................................................................................7

1.5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................................8

2 TERCEIRO SETOR..............................................................................................................9

2.1 DEFINIÇÕES SOBRE O TERCEIRO SETOR..............................................................9

2.2 HISTÓRIA DO TERCEIRO SETOR........................................................................... 11

2.3 A EMPRESA-CIDADÃ ................................................................................................ 14

3 BALANÇO SOCIAL........................................................................................................... 17

3.1 EVOLUÇÃO DO BALANÇO SOCIAL ...................................................................... 17

3.2 O QUE É BALANÇO SOCIAL.................................................................................... 21

3.3 O CONTEXTO DO BALANÇO SOCIAL .................................................................. 23

4 CANASVIEIRAS: A EMPRESA CIDADÃ .................................................................... 29

5 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 38

Page 6: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 43

ANEXOS.................................................................................................................................. 45

ANEXO A ................................................................................................................................. 46

ANEXO B ................................................................................................................................. 59

Page 7: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

1 INTRODUÇÃO

Em todo o mundo verifica-se que a ajuda solidária têm uma atuação marcante no

aspecto social das economias em desenvolvimento.

Elas estão tendo maior importância devido à tendência humana, colocada em

evidência, em reunir pessoas para propiciar serviços a si próprias e para outros, além de

lançar campanhas contra o abuso de pessoas e do meio ambiente. Os cidadãos estão

preocupados em ter um ambiente saudável, humanitário, de bem-estar, com educação e

cultura para melhorar o mundo em que vivem.

É neste aspecto que o ramo empresarial estão levando cada vez mais a sério os

investimentos no social, seja pelo retorno em marketing que podem trazer, saindo à frente

na concorrência de mercado, seja pelos benefícios fiscais de que podem passar a usufruir,

ou ainda pelo fato de que todos desejam contribuir para se viver melhor.

Desta forma verifica-se que os consumidores estão cada vez mais exigentes e prova

disso está na preferência por produtos com selo que garantem a responsabilidade social de

seus produtores. O público está sensibilizado e vê as ações sociais por parte das empresas

numa iniciativa muito promissora no combate aos problemas da sociedade. Pensando em

consolidar cada vez mais o setor que ajuda ao próximo, está em questionamento a

necessidade de tornar obrigatório o Balanço Social onde seria explicado o destino dos

recursos como também a proporção remetida pelas empresas que decidem cooperar com a

coletividade.

Diante deste contexto, o presente trabalho pretende analisar o que representa o

Balanço Social para a empresa que decide investir no terceiro setor. Esta atitude procura

agregar e transmitir conhecimentos a futuras empresas privadas que se sintam motivadas

em servir a comunidade e também melhorar a sua imagem diante de seus consumidores.

Para tanto, a transparência e a veracidade das informações colocadas no Balanço social, são

aspectos fundamentais para legitimar e dar credibilidade às empresas que colaboram com a

Page 8: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

2

área social. Assim, será feita uma investigação numa empresa que divulga o Balanço Social

para comprovar as informações divulgadas.

Page 9: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

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1.1 PROBLEMÁTICA

As entidades que participam no terceiro setor são reguladas por uma legislação que

dá sustentação para a criação e operancia das associações sem fins lucrativos e não

governamentais. De acordo com Montaño (2002, p.201), a promulgação da constituição de

1988, já traz em seu conteúdo algumas regras a serem respeitadas não só pelo terceiro setor

mas também para a relação de cooperação Estado/sociedade, onde a participação estatal

tem um forte impacto para essas entidades.

No entanto, da mesma maneira que é importante que a instituição seja registrada

como filantrópica, é importante que ela publique o demonstrativo contábil de suas ações

durante o ano. Existe um projeto de lei de nº 3116, criado por Marta Suplicy, Maria da

Conceição Tavares e Sandra Starling, que está no congresso com o objetivo de tornar

obrigatório à exposição anual do Balanço Social para algumas empresas que participam do

terceiro setor. É uma forma de tornar público a todos os cidadãos o destino dos recursos

que são recebidos. A idéia da obrigatoriedade do relatório de resultado está causando

controvérsias por parte de alguns empresários que se justificam dizendo que o governo não

está apto a analisar as diversas informações contidas no demonstrativo, como também essa

exigência provocaria custos que poderiam ser destinados a obras sociais.

É fato que muitas empresas privadas investem em atividades com finalidades sociais

para se beneficiar de incentivos fiscais ou apoios financeiros. Montaño (2002, p.204)

acredita ser este o motivo principal do crescimento do número das organizações do terceiro

setor. Colocar uma imposição aos investimentos no social pode se tornar restritivo e

prejudicial a muitos cidadãos desamparados, criando uma barreira para a entrada de novas

fundações ou instituições de empresas privadas. Sob outro aspecto, tornar essenciais as

prestações de contas para as entidades voluntárias seria uma forma de prestar

esclarecimentos ao público, mostrando a seriedade das ações de ajuda mútua para com toda

a sociedade.

Page 10: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

4

1.2 JUSTIFICATIVA

Existe uma grande parcela da população que vive em situação de miséria, sem

acesso a recursos necessários para a sobrevivência ou para manter um familiar com doença

crônica, ainda existem as questões ambientais que muitas vezes sofrem danos irreparáveis

por ações humanas devido à falta de fiscalização eficiente. O povo muitas vezes fica

indignado, pois sabe que é de conhecimento do governo, mas não vê ações objetivas para

pelo menos melhorar os problemas de muitos brasileiros.

Neste aspecto, é necessário fazer uma mobilização da população para transformar a

indignação em ações transformadoras concretas que podem ser conquistadas por meio de

projetos sociais, como também pela união das organizações e o empresariado em torno de

ações que resultem na transformação de nossa sociedade. Para tanto, é indispensável à

utilização de ações cidadãs por parte das instituições e as empresas, para promover a

solidariedade humana.

Não se discute que o Estado possui obrigações sociais que inclusive constam no

artigo terceiro de nossa constituição, mas a iniciativa privada pode ajudar com projetos

sociais, como muitas entidades sem fins lucrativos já o fazem. Promover e garantir o

desenvolvimento social, erradicar a pobreza e reduzir as diferenças sociais são e sempre

serão tarefas do Estado. Entretanto, é impossível deixar de reconhecer que as empresas

precisam exercer também a sua função social, principalmente zelando pelo

desenvolvimento e bem-estar daquelas pessoas que direta ou indiretamente delas dependem

para sobreviver, não esquecendo de prestar contas com o público através da publicação do

demonstrativo contábil, como forma de mostrar a veracidade e comprometimento da

empresa perante a população.

1.3 HIPÓTESE

Conforme Montaño (2002, p.204), as organizações do terceiro setor recebem alguns

incentivos do Estado, entre os quais: auxílios e contribuições do governo; ajuda nas

Page 11: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

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despesas de custeio para prestação de serviços de assistência social, médico ou educacional;

convênios, acordos ou ajustes; parcerias; isenção de impostos. Estes estímulos nos levam a

hipótese de que podem ser um forte atrativo para as empresas, favorecendo para que

algumas delas se insiram em atividades assistenciais sem propósito de ajudar a comunidade

ou mesmo não destinando todos os recursos que informa contribuir.

Muitas vezes levado por um ponto de vista motivacional, é mais adequado focar os

objetivos da empresa na qualidade de suas realizações sociais do que no seu faturamento.

Como algumas entidades somente informam que contribuem com ajudas sociais,

tornar obrigatório à publicação do Balanço Social seria uma maneira de conter aquelas

empresas que indiretamente utilizam os incentivos fiscais para aumentar ainda mais sua

margem de lucro.

1.4 ASPECTOS METODOLÓGICOS

1.4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa será do tipo qualitativa, que segundo Richardson (1999, p.90) "pode ser

caracterizada como a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e

características situacionais apresentadas pelos entrevistados, em lugar da produção de

medidas quantitativas de características ou comportamentos."

Com relação à complexidade dos objetivos estabelecidos, a pesquisa é do tipo

exploratória. Para Gil (apud Silva e Menezes, 2000, p.21), este tipo de pesquisa “visa

proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a

construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que

tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que

estimulam a compreensão. Assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e

estudos de Caso.”

Para desenvolver esta pesquisa utilizar-se-á, como materiais, a pesquisa

bibliográfica a pesquisa documental e a pesquisa de campo.

Page 12: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

6

1.4.2 COLETA DE DADOS

Como técnica de coleta de dados serão utilizadas a revisão bibliográfica e a análise

documental, com aplicação de um questionário para confirmar as informações contidas no

documento de análise.

Segundo Amboni (1997, p.20), o "Trabalho bibliográfico consiste no exame/revisão

de um conjunto de livros, artigos, documentos, etc. escritos sobre determinado assunto, por

autores pertencentes a diferentes correntes de pensamento. Tem, como objetivo, levar o

acadêmico a conhecer de forma exaustiva o que diferentes especialistas da área comentam

sobre o tema."

No entanto, para verificar a veracidade anunciada nos documento e mais

especificamente no Balanço Social (Anexo A) divulgado pela empresa analisada foi

elaborado um questionário apresentado aos dirigentes que exercem cargos gerenciais e

possuem informações suficientes para desenvolver o estudo das informações a serem

pesquisadas. Primeiramente, houve um contato telefônico com o representante dos

moradores e, posteriormente a entrevista e aplicação do questionário.

Os dados coletados na presente pesquisa foram de dois tipos: os primários e

secundários. Nesta pesquisa, os dados secundários consistem de informações através da

análise documental, que será utilizada para a elaboração da revisão bibliográfica e para

coleta e análise de documentos existentes. Por sua vez, os dados primários compreendem as

informações obtidas diretamente com os informantes que responderam ao questionário

(Anexo B) livremente, usando linguagem própria e expondo opiniões.

Nesse sentido Gil (1999, p.91) cita que a “elaboração de um questionário consiste

basicamente em traduzir os objetivos específicos da pesquisa em itens bem redigidos.

Naturalmente não existem normas rígidas a respeito da elaboração do questionário” .

Por outro lado, a pesquisa documental, segundo Gil (1999, p.51), “ (...) são os

documentos, que não receberam nenhum tratamento analítico, ou que ainda podem ser

elaborados” .

Para tanto, a coleta realizada por intermédio do questionário abordou enfoques

referentes aos trabalhos realizados pela empresa estudada em benefício da comunidade

onde circulam seus ônibus. Assim, foram entrevistados representantes de moradores da

Page 13: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

7

localidade do Norte da Ilha, como a Vargem do Bom Jesus, onde entrevistamos o

presidente desta Associação dos Moradores para confirmar as informações, através de uma

escolha aleatória entre as comunidades que recebem o serviço da empresa. Da mesma

forma foi solicitado à empresa indicação de algumas regiões para as quais são prestadas

serviços sociais, com o objetivo de confirmar as colaborações mencionadas no Balanço

Social. A presidente da Associação dos Moradores da Vargem Pequena, o presidente da

Associação dos Moradores da Cachoeira do Bom Jesus e o presidente da Associação dos

Moradores do Rio Vermelho foram outras instituições entrevistadas.

1.4.3 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

De acordo com Gil (1999, p.168), “A análise tem como objetivo organizar e

sumariar dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema

proposto para investigação.”

A análise de dados é feita de forma qualitativa, ocorrendo à descrição dos dados que

serão interpretados. O uso da análise qualitativa se deve ao fato do problema de pesquisa

exigir diferentes enfoques.

1.5 OBJETIVOS

1.5.1 OBJETIVOS GERAIS

Analisar a importância que o Balanço Social representa para a sociedade,

enfatizando a necessidade das empresas privadas em não só participar ativamente do

terceiro setor como também mostrar os resultados oriundos de investimentos em projetos

sociais, culturais e ambientais que tanto influenciam e são parceiras na melhoria da

qualidade de vida da população.

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1.5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Identificar os aspectos que o Balanço Social pretende divulgar;

- Destacar as vantagens e desvantagens que o Balanço Social pode representar para o

terceiro setor;

- Analisar a acessibilidade dos demonstrativos contábeis, não só para o governo como

também para os cidadãos;

- Propor alternativas que auxiliem na eliminação de possíveis deficiências que o

Balanço Social pode apresentar para o crescimento do terceiro setor;

- Analisar como o Balanço Social pode ser um diferencial competitivo para uma

empresa no mercado econômico.

Page 15: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

2 TERCEIRO SETOR

2.1 DEFINIÇÕES SOBRE O TERCEIRO SETOR

O terceiro setor é formado por instituições que tem como principal motivo da sua

existência às questões sociais, elas não têm nenhuma relação direta com o Estado,

considerado o primeiro setor, e com as empresas lucrativas, definidas como segundo setor.

De acordo com Fernandes (1994, p.21), essas organizações provêm da iniciativa privada

produzindo bens e serviços públicos para o consumo coletivo, criando ganhos e

satisfazendo as necessidades de todo o povo. Tem a característica de não distribuir lucros a

seus proprietários e também de não incorporar ao patrimônio particular. Todos os lucros

obtidos devem ser reinvestidos nas próprias atividades que são desenvolvidas, conforme

orienta a legislação em vigor.

Participam do terceiro setor as instituições de caridade e voluntariado, as

organizações religiosas, as entidades voltadas para arte, lazer, cultura, esporte, as

organizações comunitárias, os sindicatos, as associações profissionais, as ONGS

(Organizações Não Governamentais), fundações, e ainda o segmento de cidadãos, que de

forma espontânea e voluntária, atuam pelo bem-comum. O desenvolvimento político

econômico, social e cultural do meio em que atuam essas organizações, é o que objetiva

esse trabalho.

Com o setor público em crise, provocada pela má distribuição de renda, o

crescimento populacional, a corrupção, tem contribuído para o aumento dos problemas

sociais e econômicos que por conseqüência elevam as necessidades da sociedade, na

proporção em que as políticas sociais não cumprem o seu papel. Para atender a esta

procura, as entidades de direitos civis, os movimentos sociais e as igrejas, atuam criando

um novo contexto social, despertando e conscientizando as pessoas. Assim, o cidadão pode

encontrar nessas instituições o apoio para fazer valer seus direitos, como também receber os

Page 16: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

10

serviços essenciais que o governo não lhe oferece. Para Montaño (2002, p.224), o que

acontece é uma diminuição da atividade do Estado na área social, seguido de um

crescimento das instituições voluntárias que buscam suprir com políticas sociais e

assistenciais as deficiências que aumentam no campo social do país. Montaño (2002, p.223)

coloca que, seria uma “desresponsabilização” por parte do Estado e do capital para as

questões sociais. Esta atitude é chamada de moderna, já que aceita a intervenção do

segundo setor (as empresas), para auxiliar e participar junto aos gastos sociais, que antes

era de exclusiva responsabilidade do primeiro setor (o Estado). Para isso Montaño (2002,

p.223) menciona que “(...) o Estado tem destinado fontes de recursos-obtidos das

privatizações, de certos impostos e arrecadações, da renúncia fiscal- para financiar, em”

parceria “ , a atividade de certas organizações da sociedade civil que desenvolvem políticas

sociais e assistenciais (ou filantropia).”

No entanto, Fernandes (1994, p.22) considera que a solidez e o respeito conquistado

por este setor decorrente dos auxílios e incentivos recebidos, vem da dedicação voluntária

das empresas e instituições, que obtém recursos e resultados capaz de formar um mercado

de trabalho específico, com o objetivo de incentivar e promover cada vez mais adesões

voluntárias em prol da idéia de ajudar o próximo.

Os projetos sociais desenvolvidos pelas organizações do terceiro setor repercutem

no atendimento a população e no despertar e fortalecimento da cidadania, como forma de

incentivar o lado voluntário do ser humano. O crescimento da consciência comunitária

encontra, nessas organizações um ambiente próprio à aplicabilidade do valor de

solidariedade.

Procurando organizar as instituições conforme a área de atuação, Fernandes (1994,

p.27) expõe como sugestão um sistema de classificação internacional para as organizações

sem fins lucrativos, que também pode ser usada pelas empresas privadas. Ela é

fundamentada no sistema de classificação industrial já existente. A análise é feita conforme

os tipos de conteúdos na qual as entidades escolhem atuar. Desta maneira a classificação

proposta baseia-se:

Grupo 1 – Cultura e Recreação (Cultura e Artes, Recreação, Clubes de Serviço); Grupo 2 – Educação e Pesquisa (Educação Primária e Secundária, Educação Superior, Outra Educação, Pesquisa);

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11

Grupo 3 – Saúde (Hospitais e Reabilitação, Asilos, Saúde Mental e Intervenção Crítica, Outros Serviços de Saúde); Grupo 4 – Serviços Sociais (Assistência Social, Apoios Emergenciais ou Econômicos); Grupo 5 – Meio Ambiente (Meio Ambiente, Proteção de animais); Grupo 6 – Desenvolvimento e Habitação (Desenvolvimento Econômico, Social e Comunitário, Habitação, Emprego e Formação); Grupo 7 – Direitos Civis, Defesa de Direitos, Política (Organização de Defesa de Direitos Civis, Lei e Serviços Legais, Partidos Políticos) Grupo 8 – Intermediários Filantrópicos e Promoção de Voluntariado; Grupo 9 – Internacional; Grupo 10 – Business, Associações Profissionais, Sindicatos; Grupo 11 – Religião; Grupo 12 – Outros. Fernandes (1994, p.27)

Verifica-se que o terceiro setor no momento atual está em crescimento no mundo

todo, inclusive no Brasil compartilhando obrigações que antes eram exclusivas do Estado.

Mas para continuar existindo depende principalmente do poder público, poder privado e de

doações, não esquecendo que precisa de outros setores para sobreviver. De qualquer forma,

a competência na administração e gerenciamento dos projetos sociais, é indispensável para

não só garantir a sua manutenção, como também a sua sustentabilidade. Ioschpe (1997,

p.08), acredita no grande poder de independência que essas instituições possuem, capaz de

determinar o próprio futuro. A nova realidade está na ascensão dos cidadãos e organizações

movidas por valores de solidariedade que acreditam que as mudanças são necessárias e

desejam, elas mesmas, tomar providências nesse sentido para firmar a democracia e o

desenvolvimento social.

O terceiro setor existe há muito tempo no país, acontece que entidades integradas

nas causas sociais, sempre tiveram pouco ou quase nenhum espaço na mídia. Este

acontecimento resulta pelo fato da atuação social não despertar interesse como notícia de

impacto. Sendo assim, para dar maior transparência na realização das ações sociais

desenvolvidas e dos recursos aplicados, o terceiro setor precisa divulgar o que faz para a

opinião pública e o mercado.

2.2 HISTÓRIA DO TERCEIRO SETOR

Page 18: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

12

Conforme Montaño (2002, p.63) menciona, o terceiro setor organizou-se nos

Estados Unidos por John D Rockefeller III há aproximadamente vinte anos, teve influência

da crise e a reestruturação do capital que ocorreu no mundo, proporcionando a estabilização

no século XX com o neoliberalismo, este marco trouxe a transformação de idéias e valores

a toda sociedade, aumentou a preocupação com o ético, moral, com o meio ambiente e com

a auto-estima Estes méritos diminuíram a responsabilidade do Estado e deram maior força e

motivo de ação por todas as instituições que interagem com o terceiro setor.

De acordo com o artigo do site www.socialtec.org.br/dowload/artigos-

dowload/artigo/Artigo_Valquiria.doc, no Brasil as primeiras manifestações solidárias

ocorreram em 1543 na Capitania de São Vicente onde se criou a Irmandade da Misericórdia

com o objetivo pioneiro de atender os desprotegidos. Esta idéia estendeu-se em todo o

Brasil, fundando as diversas Santa Casa da Misericórdia, amparadas pela Igreja Católica.

Afirma Valquiria que Getúlio Vargas em 1938 instaura o Conselho Nacional de Serviço

Social, estreitando e regulamentando as relações do governo com as entidades assistenciais.

Já um pouco mais adiante, em 1942, cria a LBA – Legião Brasileira de Assistência.

De acordo com Fernandes (1994, p. 94), a década de 70 foi marcada pela

diminuição do papel estatal nas áreas de bem-estar da sociedade mundial, ocasionado pela

crise do pacto keynesiano. Desta maneira, as atividades voluntárias ficam no auge. No

Brasil, nada fica diferente diante dos acontecimentos do mundo nesta mesma época. É dado

maior importância aos valores sociais, inúmeros projetos foram sendo desenvolvidos para

atender as variadas massas de desamparados, desde os miseráveis, os portadores de

deficiência até a causas ambientais foram temas de ação por parte do voluntariado. O

número de sociedades civis foi aumentando em reação a diminuição de atuação do governo.

Como era época de ditadura militar a participação política foi decisiva para o crescimento e

criação dessas associações, que se utilizavam do pretexto de justiça social para conquistar e

se fortalecer diante do povo.

Em 1980 as ONGS chegam ao Brasil, mas conforme Ioschpe (1997, p.26), a sua

expressão vem da Europa Continental em 1950, quando a ONU (Organização das Nações

Unidas) utilizou o termo para definir toda organização da sociedade civil que não estivesse

vinculada a um governo. A autora ainda opina sobre as ONGS, que são instituições

privadas que tem uma finalidade pública, sem fins lucrativos. Nos Estados Unidos, o

Page 19: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

13

conceito surgiu há várias décadas, quando se utilizava o termo filantropia empresarial.

Grandes empresas investem altas somas em projetos sociais e, cada vez mais, as atividades

sociais atraem voluntários que naquele país são os maiores contribuintes para o terceiro

setor. No Brasil, elas se caracterizam em entidades de assessoria e apoio ou a serviço dos

grupos e movimentos populares, que atuavam paralelamente com o Estado autoritário, de

maneira independente. Em geral, as ONGS (organizações não governamentais) trabalham

com benefícios sociais ou ambientais. Para serem oficiais essas entidades precisam ter uma

estrutura legal e formal.

O terceiro setor tem destaque no Brasil exatamente no momento em que a atuação

do governo é revisto e que os movimentos e as instituições de cunho político-ideológico

cedem espaço para ações voltadas à melhoria da qualidade de vida da população. Verifica-

se o descaso com os problemas sociais por parte do Estado, que permite e assiste ao

crescimento do terceiro setor, que tem como objetivo diminuir as precárias condições de

vida que muitas pessoas são submetidas a passar. Para Valquiria isto se torna evidente na

década de 90, quando o projeto iniciado por Betinho chamado de Ação da Cidadania

Contra a Fome, a Miséria e pela Vida, lançado em 1993, mostrou ao país e ao mundo que

existiam 32 milhões de brasileiros vivendo em estado de miséria. Esta denúncia

sensibilizou grande parte do povo, criando convites e grupos de apoio para a defesa dos

desamparados. Fato este que revela o caráter de associativismo civil, na procura de

movimentos de âmbito mundial e nacional, não esquecendo da importância das pequenas

instituições que também tem o seu valor.

Um fato a ser levantado é que o terceiro setor chega a tornar-se uma fonte

empregatícia e de renda pois o trabalho assalariado muitas vezes torna-se necessário em

busca de uma capacitação profissional para garantir a sua sobrevivência. Também conta

com os colaboradores voluntários que ajudam quando podem, ao contrário de funcionários

que dedicam mais tempo ao trabalho. Com isso, quer se explicitar que este setor é

composto de agentes sociais, que inevitavelmente precisam de alguma fonte de renda pra se

manter e por isso não pode viver somente de ajuda espontânea.

A visibilidade das organizações do terceiro setor na última década vem sendo

acompanhada com o aumento de suas responsabilidades perante a construção de uma

sociedade solidária para os menos favorecidos. Esta atitude fortalece ainda mais o setor que

Page 20: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

14

traz ações transformadoras e concretas pela participação democrática, enquanto que não se

pode deixar de mencionar que os problemas sociais estão aumentando ainda mais em

detrimento da atuação estatal.

2.3 A EMPRESA-CIDADÃ

Historicamente, a maioria das empresas sempre atuou somente com

responsabilidades atreladas à sua função econômica, cumprindo etapas que necessariamente

levavam, e que continuam levando, ao processo de acumulação e reprodução do capital.

Esta função, basicamente, continha e ainda contém obrigações relacionadas apenas ao

desenvolvimento econômico em termos nacionais, estaduais ou municipais.

As novas tendências do mercado denotam a mudança de consciência empresarial de

não só perpetuar a sua condição geradora de lucros, mas também de repensar a utilidade da

empresa para a sociedade, preocupando-se com a sua contribuição social à comunidade em

que estiverem inseridas. Ioschpe (1997, p.81) contribui dizendo que as empresas são uma

constituição viva, capaz de absorver todas as transformações que acontecem ao longo de

nossa história.

A empresa solidária é aquela que ajuda creches, faz doações para hospitais, distribui

materiais escolares para colégios, em caso de calamidade pública ela se coloca à disposição

para ajudar no que for necessário.O setor privado está descobrindo que não basta apenas

“seduzir” o cliente ou expor um produto de qualidade, para manter a competitividade, é

fundamental tornar-se uma empresa cidadã. Quando a empresa assume um compromisso

efetivo com a sociedade, ela está fazendo nada mais do que se fortalecer, aumentando o seu

conceito junto à sociedade que vive em torno dela. O consumidor de classe média faz

questão de dar preferência para a empresa que respeita seus funcionários, que não polui o

meio ambiente, que diminui a injustiça social e que trata de seus produtos e serviços com

todo o respeito. Inclusive o Instituto Ethos (próximo capítulo será esclarecida sua atuação),

por intermédio dos seus estudos vem salientar a crescente preocupação das empresas com

Page 21: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

15

as ações sociais, pois acreditam que investir no social é uma boa estratégia econômica de

sair à frente no mercado.

De acordo com Ioschpe (1997, p.83), a empresa-cidadã assume uma posição

dinâmica, cria políticas de relacionamento e define um conjunto de valores expostos num

código de ética para a empresa. Estas atividades geralmente acontecem por intermédio de

uma fundação ou instituto, criados expressamente para atender o compromisso com o social

da empresa. Incorporar o papel social preocupando-se em melhorar a sociedade, é um

diferencial contundente na disputada batalha do mercado globalizado.

Conforme o site www.terceirosetor.org.br/quemsomos/index.efm?page=brasil, foi

elaborada uma colheita de elementos para demonstração estatística pelo ISER (Instituto

Superior de Estudos da Religião-RJ) e pela Johns Hopkins University, obtendo como

resultado dessa pesquisa uma média de 220 mil instituições beneficentes sem fins lucrativos

no Brasil, integrando 10 milhões de voluntários que prestam assistência à cerca de 40

milhões de pessoas, demonstrando a magnitude que as ações sociais contribuem para

melhorar o bem-estar dos desamparados. Levanta-se destaque também para as empresas

que participam, e não estão nas estatísticas ainda, aumentando ainda mais a colaboração

solidária. Esta análise coloca em evidência a magnitude com que os problemas sociais estão

crescendo no Brasil, tornando-se cada vez mais necessária e importante o intercâmbio da

empresa com o público externo. Este ambiente não pode ser conduzido apenas por laços

econômicos. É necessário que haja uma troca que propague interesses sociais,promovendo

o desenvolvimento de políticas que ajudem o progresso social da comunidade e de outros

parceiros institucionais.

Diante da grande importância que o terceiro setor está alcançando na área dos

negócios, faz-se necessário que as empresas colaboradoras com atividades sociais

formalizem suas ações para ter credibilidade no mercado e na sociedade. Neste aspecto

surge a questão do Balanço Social, na qual as empresas consideradas cidadãs tem a opção

de publicar seus demonstrativos contábeis a respeito da sua atuação filantrópica. Este

relatório colocaria em exposição à dimensão do lucro operacional que as empresas estariam

destinando para ajudar as pessoas que precisam. Tornar público o Balanço Social de uma

empresa demonstra a sua seriedade e respeito para com o cidadão que valoriza atitudes de

honestidade e consideração. Neste cenário, Tinoco dá a sua contribuição mencionando que:

Page 22: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

16

...a sociedade, sujeito e objeto das atividades humanas, vem propugnando por maior abertura, quanto à revelação de informações econômicas, financeiras, sociais e ambientais, que justifiquem a razão de ser das entidades, como sujeitos públicos, inserindo-se, portanto, no contexto dos usuários do Balanço Social. As entidades consomem recursos naturais, renováveis ou não, direta ou indiretamente que constituem parte integrante do patrimônio da humanidade, utilizam recursos humanos, físicos e tecnológicos, que pertencem a pessoas e portanto à sociedade. Tinoco (2001, p.28).

É importante tornar a idéia do Balanço Social obrigatória, para que não seja

ferramenta de desvios de conduta por parte de empresas que buscam outras fontes para

benefícios próprios.

A empresa moderna é aquela que investe no social porque sabe que o retorno

institucional é positivo. Publicar seu demonstrativo contábil é mostrar sua conivência de

maneira real com o povo brasileiro.

Page 23: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

3 BALANÇO SOCIAL

3.1 EVOLUÇÃO DO BALANÇO SOCIAL

A empresa-cidadã é aquela que tem responsabilidade social. Em outras palavras, ela

possui a capacidade de ouvir os interesses dos acionistas, funcionários, fornecedores,

prestadores de serviço, consumidores, comunidade, governo e meio-ambiente, buscando

incorporá-los no planejamento de suas atividades e procurar atender as necessidades de

todos. É importante destacar que a ética empresarial é a base primordial desta empreitada,

já que expressa os princípios e valores declarados pela empresa. A empresa cidadã atua

baseada em ações cooperativas, oriunda da participação de lucros e resultados, sua estrutura

organizacional de responsabilidade social destina-se a empresas e grupos, onde parte dos

lucros podem ser direcionados aos trabalhadores e familiares, junto com a comunidade que

a cerca. O termo responsabilidade social nada mais é do que o comprometimento do

empresário com adoção de um plano de comportamento, contribuindo para o

desenvolvimento econômico e a empresa atuando como agente social no processo de

desenvolvimento.

Sobre este tema Tinoco faz sua contribuição mencionando:

A responsabilidade social pressupõe o reconhecimento da comunidade e da sociedade como partes interessadas da organização, com necessidades que precisam ser atendidas. Significa, ainda, a responsabilidade pública, ou seja, o cumprimento e a superação da obrigações legais decorrentes das próprias atividades e produtos da organização. É também o exercício de sua consciência moral e cívica, advém da ampla compreensão de seu papel no desenvolvimento da sociedade. Tinoco (2001, p.116).

Percebe-se que as realidades econômica e social estão sempre juntas em qualquer

conceituação sobre responsabilidade social. Mesmo que a tônica do discurso mão seja de

cunho estritamente social é importante colocar que a responsabilidade social não é nenhum

Page 24: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

18

modismo a mais no mundo dos negócios pois tanto a sociedade como também as empresas,

estão diante das mudanças de consciência que forçam as pessoas e as instituições a se

adequarem às novas exigências que surgem no mercado e no mundo. Colocando um outro

ponto de vista, Tinoco (2004, p.102) considera que é imprescindível a atuação da empresa

gerando renda e emprego de maneira justa e equilibrada, mas também se preocupa com

aqueles que não tem trabalho no mercado e se sentem excluídos pela sociedade, devido aos

problemas que o país enfrenta.

De acordo com Freire (2001, p.15), pode-se dizer que o exercício da

responsabilidade social, num pequeno número de empresas, teve sua primeira repercussão

no Brasil em 1965 com a publicação da “Carta de Princípios do Dirigente Cristão de

Empresas” . A partir de então, começou a ser difundida algumas regras referentes à ação

social empresarial ao longo dos anos 70, chegando a ser criada conforme Freire (2001, p.

17), na época da ditadura militar, através do Decreto lei nº 76.900.175, a “Relação Anual de

Informações Sociais” (Rais), um relatório de cunho obrigatório para todas as empresas,

utilizada ainda hoje, contendo informações e números a respeito das ações sociais. Para

Torres (apud Freire 2001, p.18), a Rais (Relação Anual de Informações Sociais) é bastante

limitada e não tem uma divulgação eficaz, pois nem os próprios funcionários da empresa

têm acesso.

Para o mesmo tema proposto, no Brasil o projeto de Lei nº 3.116/97, que tramita no

Congresso Nacional, cujo objetivo é regulamentar a obrigatoriedade de elaboração e

publicação do instrumento que evidencie as ações das organizações no campo social,

propõe como definição o seguinte:

Balanço Social é o documento pelo qual a empresa apresenta dados que permitam identificar o perfil da atuação social da empresa durante o ano, a qualidade de suas relações com os empregados, o cumprimento das cláusulas sociais, a participação dos empregados nos resultados econômicos da empresa e as possibilidades de desenvolvimento pessoal, bem como a forma de sua interação com a comunidade e sua relação com o meio ambiente.

Nos anos 80, Freire (2001, p.19) coloca que o Brasil enfrenta um período de

transformação, marcado pelo aumento da participação não só do povo como também de

sindicatos, ONGS (Organizações Não Governamentais) e algumas lutas sociais,

evidenciando o período de redemocratização que se instalara.

Page 25: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

19

Com a mudança de pensamento, preocupando-se ainda mais com o que é ético, a

responsabilidade social e a preservação do meio ambiente, as empresas realmente

começaram a investir nas áreas sociais, trazendo a necessidade da publicação não só de um

simples Relatório de Atividades Sociais, mas de algo mais claro, parecido ao que já era

feito num balanço contábil e financeiro, o chamado Balanço Social.

Baseado em Freire (2001, p.20), em 1984 uma empresa localizada na Bahia,

chamada Nitrofértil, publica voluntariamente o primeiro Balanço Social do Brasil,

mostrando a sua aceitação para o meio empresarial. Depois veio o Sistema Telebrás e o

Banespa que compõem a lista das empresas precursoras em Balanço Social do Brasil.

Nos anos 90 de acordo com Freire (2001, p.21), há um destaque especial na criação

do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), intitulada como pessoa jurídica,

dedicada a questões referentes à responsabilidade social nas empresas brasileiras, propiciou

o desenvolvimento das ações sociais junto ao setor empresarial. De acordo com Ioschpe

(1997, p.I), o GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), já vinha atuando de

maneira informal desde 1989, seus programas foram sendo criados numa época que não

havia lugar para investir em ações que não trouxessem retornos garantidos. O social não

trazia retornos monetários, mas sim em desenvolvimento, causando dúvidas e indagações

aos empresários. Mas como se tratava de um “processo social” , conduzido por pessoas que

acima de tudo acreditam na ideologia do terceiro setor foi possível conquistar o seu espaço

e revolucionar os papéis sociais tradicionais.Tinoco (2001, p.122), coloca que o GIFE

(Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), é uma das associações empresariais mais

fortes por congregar as maiores empresas do país. Possui 48 fundações e institutos

engajados na realização de processos e programas sociais. De acordo com o site,

www.gife.org.br/print/oqueegife_print.php, e considerada a primeira associação da

América do Sul destinada a prestar serviços às empresas privadas que decidem investir no

social, ambiental e cultural. O objetivo primordial está em encontrar soluções capazes de

diminuir as desigualdades sociais. E para conseguir esses resultados favoráveis, a

participação nas políticas públicas do governo é o caminho correto contribuindo com

idéias, parcerias e ações eficazes no desenvolvimento de projetos sociais. Sua origem foi

em 1989 na cidade de São Paulo, com um grupo de empresas discutindo sobre filantropia

de maneira informal, com o decorrer do tempo, as reuniões foram se intensificando

Page 26: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

20

proporcionando uma consolidação das suas ações. Nestes 10 anos de atuação do GIFE

(Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), esta criação serve como referência para

investimentos no social em todo Brasil, buscando expandir cada vez mais seus ideais.

O Instituto Ethos (www.ethos.org.br/DesktopDefault.aspx?Alias=Ethos&Lang=pt-

BR&tablD=3334), também se destaca com 216 empresas de diversos setores e tamanhos,

dedicados a criação e melhorias de ações filantrópicas, foi criado em julho de 1998, por

interesse de um grupo de empresários que acreditam na maior contribuição que as empresas

podem oferecer ao país. Seu principal objetivo é despertar e ajudar as empresas a

compreender e incorporar o conceito de responsabilidade social no cotidiano da sua gestão,

preocupando-se com a qualidade ética das relações empresariais com o diverso público que

o rodeia. Cabe ressaltar que a iniciativa proposta pelas empresas junto ao campo social,

originava-se da influência de organizações americanas com o mesmo objetivo de contribuir

com sua participação junto à comunidade que a cerca.

Com a atuação do GIFE e do Instituto Ethos, a mudança de mentalidade empresarial

começa a se fortalecer no Brasil, basta observar que algumas empresas no âmbito nacional

tem despertado interesse em investir nas suas relações com a comunidade, com o meio

ambiente e com seu grupo de funcionários. Até por que essas relações tornaram-se

estratégias financeiras e de sobrevivência empresarial, já tendo um pensamento para o

futuro.

(...) Pode-se dizer aqui que esse processo deu-se por uma conjunção de interesse, vontade e necessidade do meio empresarial. Os anos 90 aparecem, assim, como palco da disputa por novos modelos de desenvolvimento, retirada do Estado de setores tradicionais de atuação, reafirmação de valores liberais e de mercado, novas práticas corporativas e uma nascente e crescente renovação do pensamento empresarial no Brasil. Freire (2001, p. 22, 23).

Souza (apud Freire 2001, p.14), coloca que na França foi legalizado o Balanço

Social a partir de 1977, tornando-se obrigatório para todas as empresas com mais de 750

empregados. Tinoco (2001, p.42) reforça dizendo que o Balanço Social buscava avaliar as

atividades executadas pela organização na esfera social e também procurava dar sua

contribuição na mudança da mentalidade empresarial. Esta iniciativa pode ser considerada

um marco ao início do que é hoje no Brasil a questão de discussão frente à obrigatoriedade

do Balanço Social.

Page 27: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

21

3.2 O QUE É BALANÇO SOCIAL

Como propõe Freire (2001, p.124), o “balanço social é um documento publicado

anualmente” onde constam informações sobre projetos, benefícios e ações sociais

direcionadas aos empregados, investidores, acionistas e a toda comunidade. O critério

proposto por Tinoco (2001, p.34) é que “o balanço social tem por objetivo ser eqüitativo e

comunicar informação que satisfaça a necessidade de quem dele precisa” . Além do mais,

Freire (2001, p.126), coloca que o balanço deve atingir seu objetivo de gerenciamento

empresarial e para isso “é preciso que por meio dele seja possível medir e julgar fatos

sociais vinculados à empresa, tanto no seu interior (empresa x funcionário) como a sua

volta (empresa x comunidade)” .

Através do Balanço Social é possível avaliar e multiplicar o exercício da

responsabilidade social, como também mostra o que a empresa faz por seus funcionários,

dependentes e a população como um todo. A visão de Tinoco (2001, p.64) com relação ao

Balanço Social é que ele reúne todos os relatórios contábeis tradicionais, desde o balanço

patrimonial, o demonstrativo de resultado até o relatório de administração, capaz de

permitir uma análise do desempenho econômico e social das organizações.

Tinoco (2004, p.87) afirma que: “Balanço Social é um instrumento de gestão e de

informação que visa evidenciar, de forma mais transparente possível, informações

contábeis, econômicas, ambientais e sociais, do desempenho das entidades, aos mais

diferentes usuários” . A afirmação acima deve ter atenção especial já que a globalização está

cada vez mais forte no mundo, excluindo e consolidando as empresas competitivas . Para

isso é necessário a incorporação de tecnologias novas para produzir produtos com

qualidade e que se aproximem do que o consumidor precisa, já que ele está cada vez mais

exigente diante da diversidade de novas marcas, produtos e serviços . Esse mesmo

consumidor procura se informar à cerca da atuação da empresa no meio em que ela está

inserida, decidindo em aceitar ou não seus produtos. Para não perder mercado a empresa

procura informações sobre os segmentos de consumidores a serem atendidos, as condições

de higiene e segurança no trabalho, o emprego de mão de obra e oportunidades futuras.

Page 28: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

22

Diante deste posicionamento, o Balanço Social vem ser um aliado para permanecer no

mercado já que com clareza e transparência melhora a imagem da empresa. Nesse contexto,

o Balanço Social começa a ocupar um espaço cada vez mais crescente na agenda de

algumas organizações empresariais, ganhando sua importância nas decisões estratégicas

que levam em consideração não somente a sua dimensão econômico-financeira, mas

também sua dimensão sócio-ambiental. Mas, no entanto, o que é Balanço Social? É

compreensível que uma das principais questões existentes quando se depara com um

assunto novo é saber qual é o seu significado e, também, a sua finalidade. Com o Balanço

Social não poderia ser diferente

Verifica-se que no entanto, que Balanço Social é uma valiosa ferramenta para a

empresa gerenciar, avaliar e divulgar o exercício da responsabilidade social em seus

empreendimentos. Também favorece a todas as pessoas que interagem com a empresa

proporcionando uma melhor qualidade de vida. Assim sendo, a proposta do Balanço Social

é demonstrar de onde vem os recursos, e onde esses recursos são aplicados, quais as

atividades desenvolvidas e como é o relacionamento da empresa com seus funcionários. É

bom reforçar que o econômico sempre estará associado ao social da empresa e vice-versa, a

única diferença é que o social é instrumento usado para medir o desempenho das relações

sociais e no âmbito das relações econômicas. Para que o Balanço Social seja implantado e

funcione nas empresas, os dirigentes precisam ter uma visão de responsabilidade social

empresarial, não tendo uma preocupação contábil, nem uma preocupação legal, nem uma

preocupação comercial ou marketeira. O Balanço Social deve se preocupar com a

participação de todos os públicos da empresa, desde aquele que compra os produtos e

serviços ou daquele que lhe vende seus insumos, como também a comunidade onde a

empresa está inserida. Pode-se afirmar, entretanto, que a publicação do Balanço Social é

apenas o final da cadeia de relacionamentos sociais da empresa. Existe todo um processo

complexo de inter-relacionamento, o que demonstra que a simples existência do Balanço

Social não significa que a empresa está de fato engajada com o desenvolvimento social de

seus públicos.Por isso, a importância de se ter à participação direta de todos os públicos,

mediante a definição de uma política social estratégica

A empresa tem um forte impacto na política e na economia de um país, já que

interfere na Cida de milhares de pessoas, seja pela oferta de postos de trabalho ou pela

Page 29: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

23

comercialização de produtos e serviços. Por outro lado à empresa interfere diretamente na

vida de milhares de pessoas, seja pela oferta de postos de trabalho ou pela comercialização

de produtos e serviços. Por outro lado, ela também afeta negativamente a sociedade, seja

pela degradação do meio ambiente, pela prática de preços abusivos, pela sonegação de

impostos, pela interferência nas decisões políticas etc.. Assim, suas ações promovem

impactos que refletem nas transformações políticas, sociais, econômicas e ambientais em

escala global, regional ou local.

Diante da magnitude do poder empresarial, aos poucos se cristaliza a idéia de que a

otimização do lucro não pode permanecer como o único objetivo das atividades das

empresas. Salienta-seque a empresa existe para o cumprimento de objetivos de natureza

econômica e de natureza social. Daqui se infere que ela deve sempre desempenhar essas

duas funções nunca dissociadas, mas, pelo contrário, perfeitamente integradas: a função

econômica, geradora de produtos e lucro e a função social, geradora de bem-estar no seu

conceito mais amplo.

3.3 O CONTEXTO DO BAL ANÇO SOCIAL

A cultura das empresas brasileiras foi transformada pelo fortalecimento do terceiro

setor que como conseqüência trouxe a proposta de formalizar tudo que as empresas e as

instituições investem em ações sociais. Este acontecimento para Freire (2001, p.24) deve-se

ao empenho e influência de empresas internacionais filantrópicas, as intensas campanhas de

várias instituições para preservar a natureza, a necessidade de reduzir o impacto ambiental

causado pelas empresas e como marco histórico do Brasil a constituição de 1988,

sinalizando a necessidade das empresas em consagrar e avançar nas questões sociais e

ambientais, não deixando de mencionar que a atuação das empresas multinacionais e

nacionais contribuíram para definir a nova preocupação com o social.

Com o objetivo de despertar a consciência para ajudar as pessoas que precisam, e

tornar necessário à divulgação do Balanço Social, se destaca o sociólogo Hebert de Souza,

o Betinho. De acordo com Freire (2001, p.24), a partir dos anos 90 iniciou sua luta para

Page 30: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

24

mostrar a importância que as doações, ajudas e mesmo o voluntariado podem trazer para o

povo. Conforme Tinoco (2001, p.119), Betinho começou seu trabalho buscando apoio de

empresários dispostos a apoiar e ajudar com doações para campanhas contra a Aids e ações

em benefícios de crianças e adolescentes, essas participações tinham um caráter

simplesmente de ajudar a comunidade.

Como já foi mencionado, Freire (2001, p. 25) relata como marco nacional é ponto

de referência a Campanha Contra a Fome e a M isér ia, em 1993 onde Betinho, junto com

o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), também fundado por ele,

promove a união da empresa nacional com problemas sociais e ambientais vividos no país.

Desta maneira, Betinho não só fortalece o incentivo a responsabilidade social empresarial

como também chama a atenção dos empresários e da sociedade para a necessidade de fazer

o Balanço Social anual. Sua idéia parte de um modelo simples, desenvolvido pelo Instituto

Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), em parceria com empresas públicas

e privadas. Esta campanha que incentiva a utilização do modelo de Balanço Social, iniciada

por Betinho em 1997, tem a pretensão de mostrar algumas características fundamentais, as

quais são:

a) Foi criado com base na iniciativa de uma ONG, que cobra transparência e efetividade nas ações sociais e ambientais das empresas;

b) Separa as ações e os benefícios obrigatórios, dos realizados de forma voluntária pelas empresas;

c) É basicamente quantitativo; e. d) Se for corretamente preenchido, pode permitir a comparação em diferentes

empresas e uma avaliação de uma mesma corporação, ao longo dos anos. Torres (2001, p. 26).

Verifica-se que o objetivo principal do Balanço Social é desenvolver uma sólida e

profunda responsabilidade social em todo o setor empresarial, buscando um maior, melhor

e mais justo desenvolvimento humano, social e ambiental. A intenção é incrementar o

relacionamento das empresas com a sociedade. O Balanço Social avalia as contribuições e

as necessidades empresariais em relação ao desenvolvimento da comunidade e a melhoria

da qualidade de vida da população como um todo, avaliando também os problemas sociais.

Sob este aspecto, Tinoco (2001, p. 30) coloca que além de prestar informações tem dois

objetivos primordiais:

Page 31: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

25

1. No plano legal, fornece um quadro de indicadores a um grupo social, que após ter sido apenas um simples fator de produção, encontra-se promovido como parceiro dos dirigentes da empresa.

2. No plano de funcionamento da empresa, serve de instrumento de pilotagem no mesmo título que os relatórios financeiros. Os trabalhadores encontram-se assim associados à elaboração e à execução de uma política que os liga ao principal dirigente. Tinoco (2001, p.30).

Para Freire (2001, p.126), o balanço deve ser simples, como maneira de estimular o

maior número de corporações, independente do tamanho e setor de atuação. O que se

pretende com isso é que o modelo de apresentações de informações, seja algo padrão, capaz

de permitir uma adequada avaliação da atuação social da empresa, no decorrer dos anos. O

Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), junto com a Comissão de

Valores Imobiliários (CVM), elaborou um modelo de Balanço Social padrão, para ser

adotado no Brasil. Esta atitude vem demonstrar a preocupação em organizar e formalizar os

investimentos repassados ao terceiro setor para todas as empresas e instituições que

decidem dar sua contribuição social. O Instituto Ethos também possui um arsenal de

indicadores que também ajudam as empresas na elaboração do seu Balanço

Social.

Tinoco (2001, p.127), diz que o modelo criado pelo Instituto Brasileiro de Análises

Sociais e Econômicas (IBASE), traz a apresentação das informações na forma quantitativa,

ou seja, através de valores financeiros. A princípio parece complicado mensurar as ações

sociais com valores financeiros. O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas

(IBASE), estipulou indicadores para ajudar na análise comparativa e dar maior

transparência à operação. Este autor (2001, p.128) contribui colocando que a grande

vantagem referente à publicação do Balanço Social está em divulgar o investimento da

empresa por intermédio de determinado indicador, fazendo com que o valor destinado a

investimentos sociais, seja parâmetro para que no próximo ano a empresa supere os valores.

Para tanto Tinoco (2001, p. 41), faz uma sucinta relação de indicadores econômicos e

sociais que permitem uma análise quantitativa e qualitativa. O público pode verificar o

desempenho que a empresa atinge ao longo dos anos e assim analisar o incremento que é

destinado às ações sociais. Neste modelo de Balanço Social, os principais fiscalizadores e

usuários dos resultados apresentados pelas empresas são:

Page 32: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

26

• Grupos cujos membros de uma forma pessoal e direta trabalham para a empresa – os trabalhadores; • Grupos que se relacionam com a empresa – os clientes, pois de sua confiança vive a empresa; • Acionistas que aportam recursos a empresas; • Sindicatos dos trabalhadores; • Instituições financeiras, fornecedores e credores; • Autoridades fiscais, monetárias e trabalhistas, o estado; • Comunidade local; • Pesquisadores, professores, todos os formadores de opinião. Tinoco (2001, p.34).

Em 1998, foi criado o Selo Balanço Social/Betinho, como forma de divulgar e

incentivar as empresas que investem no social. O Selo serve para mostrar, por intermédio

de propagandas, que a empresa investe em educação, saúde, cultura, esportes e meio

ambiente. Através dele a empresa pode ser considerada cidadã.

Como já foi colocado no início deste estudo, existe um projeto de lei com o nº

3.116/97, elaborado pelas deputadas federais Marta Suplicy, Maria Conceição Tavares e

Sandra Starling, levado ao Congresso Nacional, com o objetivo de tornar obrigatório à

divulgação do Balanço Social, este projeto conseguiu chegar na Comissão do Trabalho,

Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, sendo arquivado em 1998, de

acordo com o artigo 105 do Regimento Interno das Câmaras dos Deputados. De acordo

com Tinoco (2001, p.201), este projeto foi substituído e melhorado pelo de nº 0032/99, de

autoria do deputado Paulo Rocha, apresentado em 03 de fevereiro de 1999, o seu conteúdo

dispõe para as empresas privadas a partir de cem funcionários e para as públicas

independente da quantidade de empregados, a obrigatoriedade da divulgação do Balanço

Social. O projeto de lei que cria o Balanço Social, foi aprovado pela Comissão do Trabalho

em 17 de novembro de 1999, onde continua tramitando ma Comissão de Finanças. Apesar

de ainda não ter sido concluído a legalidade do projeto, é imprescindível reconhecer esta

iniciativa que vem demonstrar o caráter correto e transparente que o Balanço Social precisa

ter para ser levado a sério, com o verdadeiro objetivo de ajudar e contribuir com a

sociedade. É preciso uma conscientização das empresas para a execução do Balanço Social.

No Brasil, podemos verificar um avanço na consciência sobre responsabilidade de

preservar o meio ambiente e de viabilizar parte dos lucros a programas ou projetos que

colaborem com o desenvolvimento do país.

Page 33: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

27

Tinoco (2001, p.42) coloca que as empresas que decidem fazer o Balanço Social

devem primeiramente designar uma pessoa para fazê-lo, definindo a forma de

planejamento, depois vem a fase de execução do que já foi predeterminado, não deixando

de considerar os indicadores e as fontes de informações necessárias para a sua elaboração.

Tinoco (2004, p.91) coloca que a elaboração e divulgação do Balanço Social deve ter a

ajuda do departamento de recursos humanos, o da contabilidade e o departamento de

sistemas de informação da empresa, para prestar as informações necessárias para sua

concretização. Este mecanismo pode congregar-se às rotinas de trabalho da empresa, como

já acontece com os demonstrativos contábeis. Pode-se entender que a publicação do

Balanço Social é também como uma responsabilidade assumida pela empresa diante de

seus públicos. É evidente, todavia, que esta mesma responsabilidade precisa ser exercida

dentro de padrões éticos estabelecidos pela própria empresa e pela sociedade, além, é claro,

da espontaneidade reivindicada em relação à prática social empresarial. Assim, a empresa

estará exercendo o seu papel de agente social e, ao mesmo tempo, estará incorporando em

sua estrutura organizacional com procedimentos que podem fortalecer a sua existência,

enquanto membro efetivo da sociedade à qual pertence.

Para as empresas sintonizadas com esta realidade de responsabilidade, a prática de

publicação do Balanço Social está diretamente ligada à sua cultura organizacional. Há, no

caso dessas empresas, a clara percepção de que a prestação de contas de suas atividades não

pode ficar restrita à sua função econômica de agente econômico. É necessário avançar no

sentido de explicitar as suas atividades relacionadas à sua função de agente social,

estabelecendo, assim, uma amplitude organizacional que ultrapassa a sua existência

econômica, como vem sendo enfatizado neste estudo.

Um ponto levantado por Tinoco (2001, p.123), que é muito importante, é o fato da

empresa não só divulgar o seu Balanço Social, mas que também haja uma auditoria para

que se verifique o trabalho dos agentes sociais nas atividades desenvolvidas pelas

organizações e até mesmo para que os gerentes e controladores das entidades tenham a

garantia certa de seus investimentos. O empresário pode controlar a maneira como estão

sendo cuidado os funcionários, o meio ambiente e a comunidade onde a empresa está

localizada,neste aspecto Tinoco (2001, p.205), coloca que:

Page 34: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

28

Elaborar o Balanço Social é um estímulo à reflexão sobre as ações das empresas no campo social. O Balanço Social estimulará o controle social sobre o uso dos incentivos fiscais ou outros mecanismos de compensação de gastos com trabalhadores. Ajudará na identificação de políticas de recursos humanos e servirá como parâmetro de ações dos diferentes setores e instâncias da empresa, no campo das políticas sociais.

A empresa, a partir da publicação do Balanço Social, cria um espaço de

multiplicação das suas ações sociais e ambientais, pois pode servir como incentivadora da

prática social/ambiental para outras organizações da cadeia produtiva, devendo concatenar

opiniões e sugestões de seus públicos na construção desse instrumento de informação

pública. É muito importante a sociedade saber o que a empresa está fazendo em relação às

questões sociais e ambientais. A empresa, como se sabe, é um sistema vivo integrado à

sociedade. Portanto, existe a responsabilidade da empresa em promover ações de interesse

da própria sociedade, não restringindo-se à comercialização de bens e serviços. Nesse caso,

o balanço social assume o papel de comunicação com o público interno e externo da

empresa.social.

Uma questão a ser levantada para o sucesso do Balanço Social é a sua

acessibilidade para o público. O relatório deve ser feito de forma que seja possível a

compreensão por qualquer leitor, pois o objetivo da sua elaboração é de tornar público as

informações. Geralmente, um demonstrativo contábil não é qualquer pessoa que consegue

analisar e tirar conclusões sobre a empresa. O Balanço Social deve se preocupar com isso, a

sua leitura deve ser de fácil entendimento.

Page 35: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

4 CANASVIEIRAS: A EMPRESA CIDADÃ

As empresas têm como principal finalidade responder à questão econômica pois

essa é a razão de ser de uma empresa. No entanto, surgem mudanças de mentalidade, aonde

a responsabilidade social vem contribuir com resultados para a empresa ampliando o papel

transformador de agente social e disponibilizando recursos para a sociedade e, ao mesmo

tempo, elevando a imagem empresarial como forma de garantir uma vantagem competitiva

no mercado.

Esta posição de ajuda por parte das empresas pode ser considerada um

compartilhamento de responsabilidades junto ao governo, que deve dar assistência à

comunidade e, com a participação das empresas, promover benefícios a todos. O interesse

empresarial pelo terceiro setor é de origem estratégica, pois elas desenvolvem trabalhos,

definem metas de qualidade, preços competitivos, bom relacionamento com fornecedores,

compromisso com o cliente para terem êxito em seus negócios. A preocupação e a prática

de ações concretas para a comunidade, vem proporcionar uma posição bem sucedida no

mercado.

Para tornar mais transparente esta atuação, o Balanço Social surge como uma

ferramenta importante. Neste sentido, o Instituto Ethos menciona que as empresas que

possuem programas de responsabilidade social devem esclarecer a missão da empresa,

engajando todos os funcionários da empresa. Desta forma, a empresa está informando não

só a seus acionistas, clientes, fornecedores e funcionários, como também toda a sociedade,

que a sua razão de existir não é meramente econômica.

Pode-se dizer que a empresa-cidadã tem um impacto marcante, pois representa em

curto prazo uma conscientização da responsabilidade pela sociedade que está inserida. Já

em médio prazo, contribui para a formação de lideranças para combate às desigualdades

sociais; e em longo prazo, transforma o pensamento empresarial, formando alianças com

empresas públicas, privadas e não-governamentais para que desta forma sejam criadas

ações efetivas de cidadania. Assim a preocupação das empresas com o bem estar da

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30

comunidade torna-se essencial na destinação dos recursos para os programas de

responsabilidade social.

Buscando incrementar o relacionamento das empresas com a sociedade, o Balanço

Social avalia as contribuições e as necessidades empresariais em relação ao

desenvolvimento da comunidade e à melhoria da qualidade de vida da população como um

todo, avaliando também os problemas sociais.

É o que acontece com a empresa Canasvieiras de Transportes que não só atua junto

com a comunidade que está integrada como também apresenta o Balanço Social (Anexo A),

demonstrando sua preocupação diante da responsabilidade social e sua estratégia pioneira

diante das demais empresas de ônibus.

Trata-se de uma empresa de ônibus de linha que transporta passageiros que desejam

chegar ou partir da região localizada ao Norte da Ilha de Santa Catarina. O Norte da Ilha é

composto por inúmeros bairros, mas pode-se mencionar como principais: Canasvieiras,

Jurerê, Ingleses, Ponta das Canas, Rio Vermelho, Cachoeira, Capivari, Gaivotas, Praia

Brava, Vargem Grande, Daniela, Ratones, Lagoa da Conceição e Santo Antonio. De acordo

com as informações contidas no Balanço Social de 2002, provindas do site da empresa,

www.canasvieirastransportes.com.br/balanco/textobalanco.htm, verifica-se que a empresa

existe há 77 anos, fundada por Evaristo Coelho da Costa. O trabalho desenvolvido por esta

linha de ônibus é regido pela lei complementar nº 034/99 e pelo Núcleo de Transportes da

Prefeitura Municipal de Florianópolis, na qual contrata os serviços de transportes.

Preocupado em oferecer qualidade e segurança aos usuários, funcionários e

comunidade, no ano de 2001 a Canasvieiras Transportes torna-se a primeira empresa

brasileira de escopo a receber o certificado NBR ISSO 9001:2000, com o nome de

“Transporte Coletivo de Passageiros Urbanos” . Baseado nas informações extraídas do

Balanço Social (Anexo A) da empresa de ônibus Canasvieiras, este sistema de gestão e

qualidade é regido por normas, procedimentos e instruções preocupados em otimizar a

qualidade do trabalho oferecido, por intermédio de ações corretivas e preventivas.

Verifica-se, diante a tanta atenção especial dada à qualidade, que a missão da

empresa relaciona-se com essa finalidade, transportar seus passageiros com segurança e

pontualidade, buscando oferecer bem-estar a todas as pessoas que trafegam em seus ônibus.

Page 37: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

31

Como não poderia ser diferente, a responsabilidade social adotada pela empresa está

vinculada aos funcionários, usuários, comunidade e meio ambiente. É como se a

participação junto ao terceiro setor fosse uma “extensão” das atribuições que a própria

empresa já desempenha, considerando importante desenvolver ações em benefício do bem

estar social e ambiental.

Esta posição participativa por parte da empresa vem contribuir para o seu marketing

social. De acordo com o site Socialtec, este termo vem definir uma gestão estratégica no

processo de inovações sociais, a partir de comportamentos e práticas individuais e coletivas

que são sustentadas por preceitos éticos, oriundos dos direitos humanos e da igualdade

social. O marketing social é uma forma de provocar mudanças sociais para que sejam

combatidos os problemas sociais da comunidade.

Neste aspecto, não só a empresa analisada, mas todas de modo geral são fontes

importantíssimas para o fortalecimento do conceito de responsabilidade social, e o

marketing social vem mostrar a necessidade de transparência e divulgação de resultados em

prol de ações sociais. Mas, para que seja feita esta demonstração de investimentos por parte

das empresas, é preciso uma mudança de cultura, de motivação e gestão de pessoas na

comunidade, e isto só é possível mediante o crescimento em investimentos sociais e

apresentação do Balanço Social.

O Balanço Social pode ser visto pela empresa privada como um instrumento de

publicidade, despertando maior interesse para os empresários. É preciso deixar claro que a

prioridade do Balanço Social não é a propaganda empresarial: seu objetivo é entender a

atuação social da instituição que se dedica a melhorar constantemente uma deficiência

social. O Balanço Social não é uma obrigação, é uma ferramenta de apoio na qual evidencia

a responsabilidade social da entidade, permitindo uma análise e constatação da veracidade

das informações.

A empresa coloca em seu Balanço Social (Anexo A) algumas atuações procurando

se aproximar e atender as deficiências da comunidade que atende com seus serviços. Já de

início demonstra seu principal interesse em manter um diálogo com a comunidade na qual

atende. Para isso, há uma preocupação em saber as necessidades dos seus usuários, bem

como o que pode melhorar e o que se deve deixar de lado para um bom atendimento.

Diante deste interesse, a empresa menciona que possui um serviço de Sistema de

Page 38: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

32

Atendimento ao Consumidor 0800 (SAC), que serve como uma ouvidoria da empresa com

a comunidade; também realiza reuniões periodicamente com os respectivos representantes

da comunidade usuária, procurando se aproximar para poder conhecer, pensar e atender da

melhor maneira possível. Como maneira de dar maior transparência ao trabalho da empresa

de ônibus Canasvieiras Transportes, são feitas anúncios em jornais relatando informações

de melhorias e mudanças de interesse de seus clientes, além disso, o site da empresa

www.canasvieirastransportes.com.br/balanco/textobalanco.htm, possui diversos

informativos com o mesmo objetivo.

Como contribuição com a comunidade que trabalha, a empresa oferece transporte

cortesia, quando solicitada pelas entidades do Norte da Ilha, principalmente quando se trata

de funerais. Foi criado o projeto Andando Legal, onde a educação no trânsito é repassada às

crianças escolares da região por intermédio de atividades realizadas na empresa instruindo

sobre a importância do meio ambiente e os cuidados para a utilização do transporte

coletivo.

A empresa também atende a pedidos de doações. Colabora com brindes e alimentos

nas festas e confraternizações realizadas nos bairros. São doados inclusive, os uniformes

dos funcionários para creches e comunidades religiosas. Não obstante, anualmente a

empresa Canasvieiras participa da Campanha do Agasalho e da Campanha do Brinquedo.

Para isso, são colocadas caixas coletoras na sua rede de ônibus, como incentivo aos seus

usuários a colaborarem. A Campanha do Brinquedo é realizada sempre no final de ano,

para serem doadas as suas arrecadações no natal. A Campanha do Agasalho é realizada no

início do inverno, para ajudar aqueles que precisam de roupas mais quentes.

No Balanço Social é mencionado na participação junto a Campanha da

Amamentação onde a empresa de ônibus colaborou com a comunidade, conscientizando da

importância da amamentação para a saúde dos bebês. Para a Campanha da Aids, foi

montado um posto no terminal de ônibus urbano sendo distribuído material informativo e

fitas vermelhas indicando a prevenção da Aids.

Procurando preservar o meio ambiente, existe um programa na empresa chamado

Programa de Conscientização Ambiental (PCA), com ações pró-ambientais, envolvendo

colaboradores e atividades de lazer ecológicas. O projeto Economizar visa controlar a

Page 39: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

33

poluição veicular com o uso racional do combustível, reduzir o consumo de óleo diesel,

para diminuir a emissão de fumaça preta e melhorar a qualidade do ar.

Todas essas ações expostas no Balanço Social da empresa vêm mostrar sua

preocupação em poder colaborar com a comunidade socialmente, evidenciando sua

mudança de mentalidade para não só produzir e focalizar a questão econômica, mas

também destinar parte de seus projetos em ações filantrópicas, que mesmo assim trazem

resultados.

Para verificar suas afirmações, foi feito uma pesquisa de campo com o presidente da

Associação dos Moradores da Vargem do Bom Jesus, Clésio Rodrigues, o qual exerce o

cargo por 5 anos, inclusive no período de divulgação do Balanço Social, quando seus

moradores utilizam constantemente a linha de ônibus prestada pela empresa. Foi aplicado

um questionário com perguntas elaboradas com informações extraídas do seu Balanço

Social, focalizando a participação social junto com a comunidade. Escolhemos esta

Associação de Moradores aleatoriamente entre as inúmeras comunidades atendidas pela

empresa.

Foi constatado que para a região da Vargem do Bom Jesus, a empresa de ônibus

nunca ajudou com ações sociais, seja para a Igreja ou para creches e escolas. O canal de

comunicação criado pela empresa e mencionado no Balanço Social é o serviço de 0800 e as

reuniões com representantes de cada região. Neste aspecto o presidente Clésio Rodrigues

coloca que o SAC 0800 presta informações mas não resolve problemas. Sobre reuniões

nunca foi convidado para nenhuma, sendo que inúmeras vezes mandaram ofícios para a

empresa e para o Núcleo de Transportes da Prefeitura de Florianópolis, solicitando

reuniões, organizadas para prestar informações e saber o pensamento da comunidade, são

sempre referentes a melhorias que poderiam ser implantadas ou possíveis soluções para os

moradores da vargem do Bom Jesus, as quais nunca foram atendidas: na verdade a empresa

não se manifesta com as solicitações e pedidos provindos da Associação dos Moradores da

Vargem do Bom Jesus. Verifica-se uma atitude contrária ao que é mencionado no Balanço

Social da empresa, pois há um descaso s falta de interesse para saber as necessidades da

comunidade.

Foi colocado que existe uma prestação de serviços disponibilizando ônibus cortesia

para os moradores usuários, quando solicitado em ocasiões especiais. Este recurso à

Page 40: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

34

empresa analisada efetivou por 2 vezes tratando-se de condução a parentes e amigos

decorrente de falecimento de cidadãos da região. O presidente coloca que para transporte de

crianças das creches e escolas os ônibus não são disponibilizados.

Sobre os projetos Andando Legal, a localidade não participa porque suas escolas

nunca foram convidadas. Nas campanhas de doações, do agasalho, do brinquedo, a região

não vê a participação da empresa como também não recebe esses tipos de benefícios

sociais.

Verifica-se que para a Vargem do Bom Jesus a empresa investigada não realiza

ações sociais e nem dialoga com a comunidade que atende, conforme consta no seu

Balanço Social. O presidente Clésio Rodrigues, reconhece que houve um aumento da frota

de ônibus para a localidade, com mais horários, bem como melhorias com ônibus novos

com ar condicionado, que há um investimento nos ônibus e desta forma, na empresa. Mas

com relação a ajudar a comunidade, é precário o diálogo e a aproximação da empresa com

a Vargem do Bom Jesus.

Também contatamos com a empresa de linha de ônibus em análise, pedindo

indicações de comunidades que são ajudadas por eles conforme menciona o Balanço

Social. Dessa forma foi possível fazer algumas entrevistas a partir das indicações provindas

da empresa.

Assim, aplicamos o questionário ao presidente da Associação dos Moradores da

Vargem Pequena, Carmem Lúcia Rocha, que há vários anos participa da associação e está

envolvida com ações sociais para a comunidade. De início ela informou que existe uma

preocupação por parte da empresa Canasvieiras em ajudar a sua comunidade, sempre

mediante a iniciativa da Associação em solicitar a colaboração. O serviço de 0800 sempre

que acionado, traz respostas aos assuntos transmitidos num curto espaço de tempo.

A presidente coloca os excelentes resultados que são conseguidos através das

realizações de reuniões com a comunidade: onde não só há diálogo como exposição de

opiniões, reclamações e medidas que podem beneficiar a comunidade todas são tratadas e

atendidas pela empresa com soluções positivas. Como exemplo está a resolução de

problemas relacionados a horários de ônibus, onde alguns horários prejudicavam a

comunidade e foi possível atender a solicitação, fazendo uma melhoria nos horários

disponibilizados, fato que decorreu das reuniões solicitadas pelos representantes dos

Page 41: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

35

moradores, e outras reuniões organizadas pela própria empresa para saber a opinião da

região por onde trafegam seus ônibus.

Sempre que é pedido ônibus cortesia para algum evento pela comunidade da

Vargem Pequena, a empresa disponibiliza seus ônibus. Inclusive foi conhecido um ônibus

cortesia para levar um grupo da terceira idade até a Assembléia Legislativa, sem problema

algum.

Com respeito ao projeto Andando Legal, a presidente Carmem confirma a atuação

educativa da empresa, sendo que ela presenciou a aplicação do projeto na Escola Básica

Municipal Osmar Cunha, da localidade de Canasvieiras. Nas campanhas de pedidos de

doações, Campanha do Agasalho e do Brinquedo, a comunidade sempre teve apoio. Em

datas comemorativas como páscoa, festas juninas e natal, a empresa sempre contribui com

bastantes coisas provindas de suas doações. Relacionando-se com a preservação do meio

ambiente a representante dos moradores da Vargem Pequena tem conhecimento das suas

atuações mas de forma mais discreta. Carmem avalia o desempenho da empresa

enfatizando o diálogo para a solução dos problemas, a disponibilização de ônibus cortesia e

as doações como as principais ajudas que a empresa oferece à comunidade. Afirmou que

sempre que a Vargem Pequena pediu ajuda para a empresa, o atendimento nunca foi

negado. Neste caso o que a empresa informa no Balanço Social é realizado nesta

comunidade, exercendo a sua responsabilidade social.

Também aplicamos à pesquisa na comunidade da Cachoeira do Bom Jesus, onde a

Associação dos Moradores é presidida por Francisco Manoel Tourinho, já há 2 anos no

cargo. Informa que não utiliza o 0800 para pedir informações ou mesmo agendar assuntos

por que ele se dirige diretamente à empresa quando necessário. Relata que já foi convidado

para reuniões de cunho informativo e também para escutar as reivindicações da

comunidade. Geralmente os assuntos abordados são referentes a mudanças de horários das

linhas de ônibus urbanos. A empresa já acatou a pedidos da comunidade em benefício do

bem estar dos seus usuários.

Com relação ao ônibus cortesia, o presidente menciona que já solicitou para

transporte da comunidade para alguns eventos e a empresa sempre concedeu a locomoção.

Todos os anos a Cachoeira do Bom Jesus recebe doações oriundas da Campanha do

Agasalho e da Campanha do Brinquedo, organizadas pela empresa para ajudar a população

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necessitada da região. No entanto, no que se refere a pedido de outras formas de

colaboração, Tourinho (como é conhecido) disse que nunca solicitou à empresa, e desta

forma nunca recebeu benefícios.

Sobre o Projeto Andando Legal que se destina a informar as crianças escolares à

educação no trânsito, o presidente não sabe sobre o assunto. No entanto, relacionando-se

aos programas ambientais que a empresa executa, ele diz conhecer o trabalho de

conscientização da comunidade para preservar o meio ambiente.

Para o presidente da Associação dos Moradores da Cachoeira do Bom Jesus, a

empresa é considerada uma empresa cidadã pois se preocupa com seu público alvo,

propiciando conforto e ar condicionado em seus carros e procurando ter sempre um bom

relacionamento com as comunidades na qual atende, satisfazendo aos pedidos que lhe são

solicitados.

Por último, foi entrevistado César Ismar da Silva Schenini, presidente da

Associação dos Moradores do Rio Vermelho, que exerce seu 3º mandato, mas que participa

nas causas sociais desde 1998. Já de início coloca que a empresa é parceira da comunidade,

pois dá o seu apoio cultural a todas as iniciativas criadas pela região. Inclusive sempre que

foi pedido ajuda com recursos e doações para os eventos promovidos, à empresa colabora.

Para tanto, é anunciante no jornal elaborado pela associação como forma de contribuir com

a comunidade.

No que se refere ao 0800 o presidente menciona que utiliza como canal de

comunicação, informando que colocou como proposta para a empresa estender o

funcionamento do 0800 para o horário do almoço e no final de semana, quando fica

desativado o serviço. Confirma participar das reuniões junto à empresa, colocando em

destaque a última reunião referente à implantação do sistema integrado onde a empresa

buscou esclarecer às comunidades as mudanças que iriam acontecer.

O senhor César fez elogios a disponibilização do ônibus cortesia, dizendo que

sempre foram concedidos ônibus quando feita a solicitação. Para duas audiências na

Câmara dos Vereadores relativos a assuntos de segurança pública e para a ligação de luz e

água nas residências do Rio Vermelho, foi cedido ônibus para o transporte das pessoas. Em

outras ocasiões, como o evento escolar ABC cidadã, foi eficiente a condução grátis para

que todas as famílias possam se locomover e participar do evento.

Page 43: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

37

No que se refere ao Projeto Andando Legal, Campanha do agasalho, do brinquedo e

o Programa ambiental, o presidente informa que sua comunidade não participa. Contudo,

fazendo uma avaliação da empresa escolhida para análise, reconhece que a finalidade da

empresa é econômica, mas considera a sua atuação na esfera social muito positiva e

participativa junto com a comunidade, não deixando de mencionar que sempre há

possibilidades para melhorar.

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5 CONCLUSÃO

Este trabalho de pesquisa abordou um tema que está crescendo a cada dia no Brasil.

Este assunto, a importância do Balanço Social, ganha expressão à medida que novas

demandas internas e externas, principalmente as relacionadas a questões sociais e

ecológicas, começam a interagir com o cotidiano operacional e administrativo destas

organizações. Para a sociedade, as empresas não podem existir somente em função de sua

dimensão econômica. Diante disso, a responsabilidade social veio para ficar. Não se trata

de mais um modismo mercadológico, pois o que está em jogo é a sustentabilidade dos

recursos e insumos de que a empresa necessita para existir. As organizações que pensam e

agem ao contrário, sem dúvida, devem ser boicotadas em todos os sentidos pela sociedade.

É necessário que não haja mais espaço para este tipo de organização e que a prática de

atividades social e ambientalmente responsáveis seja cada vez mais valorizada. A exemplo

da responsabilidade social, o Balanço Social também é abordado por diferentes

profissionais. Esta realidade é condizente com a existência de um instrumento muito

importante para as organizações, principalmente se for dotado de um alto valor estratégico.

O Balanço Social, por assim dizer, é o principal mecanismo de avaliação e informação

social. Por meio dele, as organizações podem mostrar o que estão fazendo em termos de

prática social/ambiental, além de utilizá-lo como ferramenta de gestão social. No entanto,

independentemente se é visto pelo prisma contábil ou não, o Balanço Social não pode ser

elaborado de forma centralizada. É necessário que todos os públicos da organização

participem diretamente do processo, conferindo assim, um caráter participativo e uma

maior credibilidade ao Balanço Social. Nesse sentido, conclui-se que com este cuidado, o

Balanço Social tem uma grande capacidade de transparecer detalhes do âmbito

social/ambiental de qualquer instituição, desde que feito com total seriedade. Portanto, o

estímulo à sua publicação é muito importante para a sociedade.

Page 45: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

39

Contudo, o Balanço Social vem a ser um instrumento que contém dados de ações

sociais provenientes da esfera social, divulgando para a sociedade as relações ocorridas

entre a empresa e a comunidade. Nesta perspectiva, o presente trabalho buscou enfatizar a

grande importância de se fazer o Balanço Social.

Partindo do objetivo geral do estudo que consistia em verificar de que forma o

Balanço Social pode contribuir para mostrar as atividades de uma instituição, verifica-se

que é um instrumento do sistema de informação gerencial que se preocupa com a

veracidade dos dados e um modelo padrão para entendimento global.

Com relação ao objetivo específico que trata de identificar os aspectos que o

Balanço Social pretende divulgar, destaca-se primeiramente a transformação da

mentalidade empresarial onde a razão de ser de um negócio não deixa a área econômica de

lado, mas ocorre a incorporação das deficiências sociais que estão sem solução no país. O

Balanço Social vem mostrar que a empresa se preocupa não só com seu faturamento, mas

também com uma qualidade de vida satisfatória a aqueles menos favorecidos. Outro

aspecto que o Balanço Social reflete é a seriedade e clareza que a empresa cidadã passa a

adquirir no momento que comprova os seus investimentos no social, mostrando que

realmente é um acontecimento empírico e digno de análise.

No segundo objetivo específico destaca-se como vantagem oriunda do Balanço

Social para o mercado, a imagem favorável e positiva que a empresa solidária adquire, já

que os consumidores prestigiam e preferem comprar produtos e serviços de empresas que

ajudam em questões sociais. Para o governo, ter empresas privadas como parceiras nesta

empreitada é um auxílio promissor com grandes resultados para o país. A divulgação e

acesso do Balanço Social a todos os interessados e o controle dos investimentos por parte

da empresa são outros exemplos positivos. Como desvantagens que o Balanço Social pode

causar diante do mercado está na possibilidade de uma empresa informar suas atuações

sociais e no mesmo tempo não realizá-las. A empresa diz que investe em ações sociais

somente para conquistar seus consumidores e o mercado. O custo para elaboração para o

Balanço Social, precisando escalar pessoas específicas para executar a função com gastos a

mais pela empresa e a falta de interesse das empresas, seria uma desvantagem que não

supera as expectativas favoráveis.

Page 46: O Terceiro Setor e a Importância do Balanço Social

40

Tratando-se do terceiro objetivo específico, a análise com respeito à acessibilidade

dos demonstrativos contábeis, para o governo e para os cidadãos deve ser o primordial na

elaboração do Balanço Social pois o seu propósito é transmitir informações dignas de

entendimento e análise: para isso o Balanço social deve ser claro e simples.Como a sua

elaboração e divulgação ainda são espontâneas, muito se tem enfatizado para o fácil acesso

nos dados contidos nestes demonstrativos e a maioria das instituições tem respeitado a esta

recomendação.

Para o último objetivo específico que trata da eliminação de possíveis deficiências

que o Balanço Social pode apresentar prejudicando o crescimento do terceiro setor, seria a

falta de uma legislação capaz de organizar e estruturar o Balanço Social de forma padrão,

pois padronizando um modelo juntamente com uma normalização a ser seguida pelas

empresas cidadãs está se diminuindo a postura “enganadora” de algumas instituições que se

dizem parceiras com o social.

É importante que os órgãos competentes declarem obrigatório a divulgação do

Balanço Social para formalizar e regulamentar o terceiro setor. Contudo, verifica-se que o

principal problema enfrentado no terceiro setor refere-se às empresas que se dizem

colaboradoras com o social e não são. Utiliza-se desta ferramenta para tirar proveito da

situação.

No sentido de analisar esta questão foi feita uma pesquisa na empresa de ônibus que

anuncia ser uma empresa a favor do bem estar social e ambiental da comunidade do Norte

da Ilha. Alguns representantes de moradores que utilizam a linha de ônibus foram

questionados com dados provenientes da divulgação do Balanço Social e é possível chegar

a conclusão que as comunidades indicadas pela empresa como a Vargem Pequena, a

Cachoeira do Bom Jesus e o Rio Vermelho realmente recebem ajuda social e cultural da

empresa analisada de forma exemplar. Já na Vargem do Bom Jesus, a região que não teve

indicação para pesquisa, a empresa não colabora com os pedidos da comunidade, deixando

uma imagem de descaso e insatisfação aos moradores. No entanto, nas localidades que

recebem benefícios, os elogios e as demonstrações de contentamento são percebíveis. O

que deve ser ressaltado é que as informações colocadas no Balanço Social puderam ser

comprovadas, apesar de não serem realizadas a toda região no Norte da Ilha. É claro que é

difícil atender a todas as regiões da área de abrangência da empresa, mas o coerente e

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recomendável é especificar as comunidades, escolas, creches ou localidades religiosas que

são atendidas e beneficiadas com ajudas. Desta forma as transparências das informações

são mantidas, sem abalar a imagem da empresa quando esta é sujeita a análise de seus

dados.

É possível ainda levantar o questionamento se, realmente o propósito da empresa é

voluntário e sem nenhum interesse econômico. Já que as atividades assistenciais

possibilitam incentivos governamentais e geração de uma imagem positiva e solidária

diante do mercado e da comunidade.

Ninguém poderia pensar há duas décadas atrás que o mercado pudesse exigir das

empresas a sua atuação social no relacionamento que ela tem com a comunidade e seus

funcionários. Contudo percebe-se cada vez mais, uma força mobilizadora tomando conta da

consciência dos indivíduos e sensibilizando as mais variadas instituições.

Este acontecimento nada mais é do que a responsabilidade social por parte das

empresas, ou seja, a empresa se torna parceira e desperta a importância da atuação para o

desenvolvimento social.

Não é preciso ser um bom observador para verificar que as empresas socialmente

responsáveis, que pensam não somente no lucro, mas também no ser humano, são mais

valorizadas e reconhecidas, com a preferência dos seus clientes. Essas ações estão se

transformando numa poderosa vantagem competitiva no desenvolvimento dos negócios das

organizações, já que os consumidores valorizam a preocupação das empresas em tornar a

sociedade mais equilibrada, com menos injustiças e desigualdades.

Não há dúvidas que o Balanço Social é um grande instrumento no processo de

reflexão sobre as atividades das empresas e dos indivíduos no contexto da comunidade

como um todo. O Balanço Social vem a ser um poderoso conjunto de informações nas

definições de regulamentação dos recursos humanos, nas decisões de incentivos fiscais, no

auxílio sobre novos investimentos e no desenvolvimento da consciência para a cidadania.

Não esquecendo que é preciso consolidar uma nova cultura do empresariado com a

utilização de uma política de transparência para com seu público interno e externo. Ao se

prestar conta do seu investimento nas ações sociais, possibilita-se à sociedade acompanhar

o seu desempenho e responsabilidade com aquilo que desenvolve e ou se propõe a fazê-lo.

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42

O tema está sendo discutido mas ainda é só o começo de uma verdadeira revolução

empresarial. Para que isso se torne de fato parte da cultura das organizações, cabe aos

profissionais que lidam com as informações, tomar iniciativa na consolidação dessas

mudanças, no intuito de divulgar as ações do terceiro setor e ser capaz de inserir neste

contexto a sua contribuição para criar cada vez mais empresas cidadãs.

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ANEXOS

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ANEXO A

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ANEXO B

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QUESTIONÁRIO

1- A responsabilidade social da empresa Canasvieiras de Transpor tes

Ltda, inclui a comunidade como par te necessár ia para prestar serviços sociais e atender da melhor maneira possível, Como representante da comunidade, é possível identificar tal preocupação?

2- O serviço de SAC 0800, veio a ser cr iado com o objetivo de facilitar

o canal de comunicação com a comunidade, ele dá resultados?

3- Procurando cr iar mecanismos que permitam ter acesso a opinião,

sugestões e reclamações sobre a empresa Canasvieiras, por par te de seus usuár ios, foram realizados reuniões com os representantes da comunidade? Existe uma facilidade de diálogo com a empresa?

4- Algumas vezes a empresa Canasvieiras ofereceu transpor te de

cor tesia, mediante solicitação de entidades da comunidade o Nor te da I lha?

5- O projeto Andando Legal, onde as escolas podem visitar as

instalações da empresa e recebem instruções sobre educação no trânsito, acontece realmente?

6- A empresa par ticipa com doações, quando solicitado pela

comunidade?

7- A empresa destaca sua par ticipação em Campanhas do Agasalho e

do Br inquedo, anualmente? 8- São públicas as ações da empresa Canasvieiras em programas de

ações ambientais?

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9- Como você analisa o desempenho da Canasvieiras como empresa que se preocupa com a responsabilidade social e a comunidade onde está inser ida?