O Tesouro de Baleizão 2

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  • 7/26/2019 O Tesouro de Baleizo 2

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    O tesouro de Baleizo.1. Como se constri um conjunto e estatui um tesouro.

    Vou, por razes pragmticas, traduzir este novo excerto da notcia de Concei!o "opes e#a$uel Vila!a.

    %&'o $ue respeita aos tr(s %&mac)ados&&, o *acto de serem similares e estandartisados+emora de di*erentes taman)os e pesos, o maior com um peso tr(s vezes superior aomenor-, juntamente com o contexto, *az deles mais do $ue meros mac)ados. sua

    presumvel utilidade *uncional deve ter sido suordinada ao seu valor de troca. cresceainda $ue a sua *orma distancia/os da cronologia tardia atriuda ao resto colec!o.

    'uma loja de antiguidades ou no gainete de um coleccionador, seriam classi*icadoscomo sendo da 0dade do Bronze inicial.&&

    oserva!o deveras sutil.2 em possvel $ue, se o ac)ador ou ac)adores do tesouro o apresentassem a um

    coleccionador ou anti$urio, tivessem sido logo con*rontados com algum cepticismo.legariam de imediato $ue a$ueles mac)ados no se integravam na cronologia nem nocontexto cultural atriuvel aos arte*actos de ourivesaria. 3ugeririam tamm $ue ascontas e os pesos em ronze no se coadunavam nem com os mac)ados nem com osarte*actos de ourivesaria, so %&trouvailles&& correntes em amiente castrejo da primeira0dade do 4erro, mas poderiam romanos. *ula %&)allsttica&&.O anti$urio ou o coleccionador $ue *aria essa sugesto ou mani*estasse essa reservano estaria talvez )ailitado para resolver a disson5ncia com a sutileza com $ue o*izeram as duas ar$uelogas, nem estaria porventura interessado em resolv(/la mas emacentu/la, pois ela, desmanc)ando o conjunto e a narrativa do ac)ado, a*ectariadrasticamente o patamar de $ue partia o pre!o.6ma especial re*er(ncia para as aspas aplicadas pelas autoras a %&mac)ados&&. 3endo oconjunto um tesouro, a$uilo no so mac)ados, so ojectos de troca.

    'a narrativa das ar$uelogas, para os ac)ados serem um conjunto e concomitantementeum tesouro, os mac)ados teriam $ue deixar de ser mac)ados, teriam $ue perderre*er(ncia 7 sua utilidade *uncional e trans*ormarem/se em ojectos de troca, o $ue naverdade passaram a ser depois de ac)ados.

    'a verdade, o esmo dos ac)ados $ue constituem o tesouro s pode serar$ueologicamente considerado um conjunto aceitando como om e in$uestionvel o

    postulado da narrativa do ac)ado.Como atrs j sugeria, um ar$uelogo $ue decidiu integrar no ojecto alcan!vel pela

    sua actividade os ac)ados circunstanciais, provenientes da actividade desen$uadrada dainterven!o ar$ueolgica propriamente e estatutariamente dita, deve con)ecer empro*undidade as circunst5ncias em $ue esses ac)ados ocorrem.Como procedem os pes$uisadores $ue recorrem a um detector de metais8 9m $uecircunst5ncias ocorrem os ac)ados circunstanciais no decurso de traal)os agrcolas, detraal)os de constru!o civil, soretudo relativos 7 aertura de *unda!es, de prepara!o

    para planta!es industriais de *loresta8 9stradas89m $ue circunst5ncias ocorrem, $uando com ou $uando sem a interven!o dear$uelogos8:ais adiante desenvolverei exaustivamente e com detal)e estas $uestes.:as, circunscrevendo/me ao ac)ado do tesouro de Baleizo, tipi*icando o ac)ador com

    re*er(ncia ao $ue desde logo *oi a narrativa dos meios de comunica!o, mas tamm

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    re*erindo vrias aordagens de Concei!o "opes, tentemos caracteriz/lo e ascircunst5ncias mais provveis dos seus ac)ados.6m pes$uisador munido de um detector de metais apenas em condi!es excepcionais,muito excepcionais, est )ailitado a caracterizar o contexto em $ue ocorre a sua

    pes$uisa. ;ode saer $ue num dado lugar existem vestgios ar$ueolgicos e $ue esses

    vestgios se associam a uma dada cronologia e a uma dada cultura de rela!o com oterritrio. 9, assim sendo, saer $ue o seu laor ser recompensado. nico argumento em aono de $ue tal esmo constitua um tesouro, um esplio

    reunido com o exclusivo *im e propsito de constituir um em de troca, seria o

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    postulado narrativo de $ue irromperam na actividade de um ac)ador no mesmo lugar emomento, dentro do mesmo vaso cer5mico. primeira dilig(ncia $ue um ar$uelogo deveria ter empreendido, ao dispor/se aapresentar os ac)ados como um conjunto e um tesouro, seria proceder a um exaustivolevantamento do lugar e 7 recol)a de toda a in*orma!o alcan!vel sore o vaso

    cer5mico. 9 apresentar com coer(ncia e de acordo com os critrios prprios daar$ueologia, em amiente editorial prprio para $ue pudesse sujeitar/se ao escrutnio dacomunidade cient*ica, os resultados dessa dilig(ncia. Os jornais e a tv no me parecemos lugares prprios.s ar$uelogas Concei!o "opes e #a$uel Vila!a saem $ue, mesmo $ue susistisse nanarrativa e para l)e conceder a solidez da verosimil)an!a o vestgio material einamovvel do vaso cer5mico, vulgo %&pote&&, os ar$uelogos mais impertinentes nodeixariam de sugerir reservas 7 aceita!o de $ue a$uele %&pote&& *ora a jazida da$ueletesouro. $ue tipologia se deveria circunscrever o %&pote&&8 Compatvel com $ue cronologia8 dos mac)ados8 do colar e da racelete8 das restantes %&trouvailles&&8 9m $ue era se

    pode supor $ue a$uela %&tral)a&& pudesse ter sido reunido como tesouro89stas $uestes toleram poucas amiguidades. Ou l)es respondemos para estatuir a%&tral)a&& como conjunto e tesouro ou no temos meios para l)es responder e assumimos$ue ar$ueologicamente conveniente $ue a$uilo seja um tesouro.:as por$ue seria ar$ueologicamente conveniente $ue a$uilo *osse um tesouro83e eu andasse encol)ido por danos $ue possa causar a mim prprio, suspenderia estare*lexo neste passo.:as $uero desde j deixar claro $ue no $uero causar danos a ningum. :as por issodevemos sentir o apelo de desmantelar todas as )ipocrisias e amiguidades.