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OÁSIS #177 EDIÇÃO MÃE ESTRESSADA, FILHO ANSIOSO OS FETOS SÃO SENSÍVEIS E TÊM MEMÓRIA ESCULPIDAS PELO TEMPO Quando a erosão cria paisagens de arte A GAGAÚZIA PREFERE A RÚSSIA 97% rejeitam integrar-se à União Europeia BORGONHA, FORTALEZA, MARROCOS O fascinante mundo das viagens

Oásis - Brasil 24/7 · dos porque o sistema nervoso deles ainda ... tistas da vida intrauterina é justamente o conjunto de consequências que situações de estresse prolongado

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Oásis#177

Edição

Mãe estressada, filho ansioso

os fEtos são sEnsívEis E têm mEmória

Esculpidas pElo tEmpoQuando a erosão cria paisagens de arte

a GaGaúzia prEfErE a rússia97% rejeitam integrar-se à União Europeia

BorGonha, fortalEza, marrocoso fascinante mundo das viagens

2/43oásis . Editorial

por

Editor

PEllEgriniLuis

m ais avançam as pesquisas científicas, mais se sabe a respeito da vida intrauterina e as capacidades sensíveis dos fetos. Está provado que desde as primeiras semanas, eles são sensíveis a

tudo aquilo que acontece no seu meio ambiente e na vida da mãe. não apenas a qualidade e a quantidade da alimentação ingerida e metabolizada pela mãe, mas também os ruídos, os esforços físicos, as emoções e senti-mentos, o estresse sofrido pela gestante durante a gravidez, praticamente todos os fatores influem, para o bem ou para o mal, na saúde do corpo e da psique do pequeno bebê. assim sendo, se você estiver grávida, ou se pretende ficar, lembre-se: Quanto menor for o estresse sofrido pela ges-tante durante a gravidez, maiores serão as possibilidades de que seu filho nasça e cresça tranquilo e sadio.

os fatos da vida da gestante podem determinar futuros comportamentos e tendências da criança que ela carrega. Essas são questões muito sérias num mundo como o atual, onde cada vez menos se favorece a mulher grávida com o clássico ambiente e modo de vida calmo e pacífico preconi-zado no passado àquelas que se preparam para a maternidade.

Quanto menor for o estresse sofrido pela gestante durante a gravidez, maiores serão as possibilidades de Que seu filho nasça e cresça tranQuilo e sadio

oásis . Editorial

por

Editor

PEllEgriniLuis

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Pelo contrário, e principalmente nos grandes centros urbanos, à maior parte das futuras mamães é concedida pouca ou nenhuma trégua, como se o estado especial em que elas se encontram não fosse exatamente isso: especial.

no entanto, confirmando uma crença muito antiga, vários ramos das ciên-cias biológicas e humanas contemporâneas são unânimes ao dar resposta afirmativa àquelas perguntas. Sim, o bebê no ventre materno é influencia-do por tudo aquilo que acontece à sua mãe. todos os sistemas funcionais e sensíveis do bebê estão ativados desde muito antes do seu nascimento. Confira tudo isso na nossa matéria de capa.

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aMÃE ESTRESSADA, FILHO ANSIOSOOs fetos são sensíveis e têm memória

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criança no ventre materno pode ser influenciada pelo estado físi-co, emocional, afetivo e mental da mãe durante a gravidez? Se a resposta for positiva, a partir de que momento o feto torna-se sensível a tudo aquilo que é vi-vido pela mãe? Os fatos da vida da gestante podem determinar

futuros comportamentos e tendências da criança que ela carrega? Essas são ques-tões muito sérias num mundo como o atual, onde cada vez menos se favorece a mulher grávida com o clássico ambiente e modo

Adesde as primeiras semanas de vida, o feto é sensível a tudo aquilo que acontece no seu meio ambiente e na vida da mãe. Quanto menor for o estresse sofrido pela gestante durante a gravidez, maiores serão as possibilidades de que seu filho nasça e cresça tranquilo e sadio

Por: Luis PeLLegrini

de vida calmo e pacífico preconizado no passado àquelas que se preparam para a maternidade. Pelo contrário, e princi-palmente nos grandes centros urbanos, à maior parte das futuras mamães é conce-dida pouca ou nenhuma trégua, como se o estado especial em que elas se encontram não fosse exatamente isso: especial. No entanto, confirmando uma crença muito antiga, vários ramos das ciências biológicas e humanas contemporâneas são unânimes ao dar resposta afirmativa àquelas perguntas. Sim, o bebê no ventre materno é influenciado por tudo aquilo que acontece à sua mãe.

Pesquisas recentes destroem as convic-ções dos últimos especialistas céticos para os quais “os fetos não possuem sensações, e seus diferentes sentidos não estão ativa-dos porque o sistema nervoso deles ainda não foi completado”. Na verdade, aconte-ce o contrário. Os cinco sentidos humanos básicos se desenvolvem segundo uma or-dem invariável: primeiro o tato, depois o olfato e o paladar, a audição e finalmente a visão. Todas as pesquisas concordam: mesmo sem ter alcançado plena matura-ção, esses sistemas são funcionais desde muito antes do nascimento. O tato, por exemplo. Os prematuros abortados apre-sentam respostas motoras desde a 8a se-mana de vida quando o seu lábio superior

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é roçado; ao toque na palma da mão desde a 10a – 11a sema-nas; ao conjunto da superfície corporal desde a 13a -14a se-manas.

A mesma coisa para o paladar. Jean-Pierre Lecanuet, cientista da Escola Prática de Altos Estu-dos, de Paris, revela que desde a 22a – 24a semanas a percep-ção pré-natal ao doce e ao sal-gado, ao amargo e ao ácido é parecida à percepção pós natal.

O olfato e a visão entram tam-bém em ação muito antes do nascimento. Respostas compor-tamentais a estímulos no nariz, na forma de mímicas e trejeitos faciais, puderam ser observadas em prematuros de 6 meses.

Exames por endoscopia do líquido amniótico, con-duzidos ao redor do 6o -7o mês, produziram no feto acelerações cardíacas imediatas induzidas pelo acen-der-se da luz fria do endoscópio, o que demonstra a reatividade visual do bebê. Finalmente, está pratica-mente provado que o feto é capaz de ouvir a partir da 24a – 25a semana de vida. Só não se sabe ainda qual é o grau de acuidade e fineza da sua percepção. “No final da gestação, o feto percebe numerosos sons e ruídos da vida cotidiana, é capaz de reagir quando se troca a ordem de um par de sílabas, à passagem de

um locutor masculino para um locutor feminino, à mudança de altura de uma nota musical tocada num sintetizador. Sobretudo, os trabalhos mais recentes demonstram que o feto prefere a voz da sua própria mãe. Ele reage como se já possuísse uma identidade, como se percebesse que ‘mamãe está falando comi-go”, revela a cientista francesa Marie-Claire Busnel.

Busnel fez com que mulheres grávidas falassem com seus bebês e, logo em seguida, com que pessoas es-tranhas falassem a esses mesmos bebês. No primeiro caso, o ritmo cardíaco do bebê diminuía, no segundo caso, ele não apresentava nenhuma reação. A expe

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seu bebê. Um deles é a diminuição da capacidade de adaptação da criança. Foram pesquisados grupos de gestantes que, ao longo da gravidez, viveram nas pro-ximidades de grandes aeroportos, submetidas a um permanente ruído de fundo; outras que divorciaram ou que sofreram a perda de alguém próximo, e ou-tras ainda que passaram a gravidez em situações de guerra. Seus filhos, como norma geral, nasceram com peso inferior ao normal e, em seguida, ao redor dos 3 - 4 anos de idade, apresentaram comportamentos agressivos particularmente fortes, distúrbios do sono, e perturbações na capacidade de resposta às novida-des (medo daquilo que é novo). Tudo leva a crer que experiências estressantes muito precoces, vividas ain

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riência foi renovada depois do nascimento: o recém--nascido responde exatamente como um feto de 8-9 meses. “Isso significa que o feto não apenas ouve mas também reconhece a voz de quem lhe fala, e conserva a lembrança do que ouviu ainda no interior do útero materno”, conclui Busnel. Ela e muitos outros pes-quisadores estão persuadidos de que o período fetal constitui uma fase de pré-aprendizagem daquilo que será a vida através da audição, dos odores, das sensa-ções corporais.

Um dos fenômenos que mais têm interessado os cien-tistas da vida intrauterina é justamente o conjunto de consequências que situações de estresse prolongado da mulher grávida acarreta ao seu bebê. As conclu-sões são preocupantes: situações reiteradas de es-tresse da gestante parecem realmente produzir estig-mas biológicos, morfológicos e comportamentais em

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da no ventre materno, produzem um estresse a longo termo.

Experiências com animais - principalmente ratos -, feitas na Universidade de Bordeaux, França, não dei-xam margem a dúvidas. Ratas grávidas, submetidas a frequentes situações de estresse durante a gravidez, dão à luz progenituras que apresentam traços morfo-lógicos, biológicos e comportamentais anômalos. Tais anomalias podem se manifestar em todos os perío-dos da vida da criatura, seja logo após o nascimento, como durante a maturidade e a velhice.

Constatou-se que os ratos vítimas de estresse pré-natal apresentam anomalias na morfologia de certas áreas do cérebro, com redução do número de neurônios particular-mente do hipocampo - justamen-te a área cerebral encarregada do controle da produção de hormônios anti-estressantes. Terão também, durante toda a vida, fortemente ati-vadas as glândulas que produzem hormônios relacionados à ansieda-de, como é o caso das suprarrenais. E serão, por essa razão, permanen-temente ansiosos, apresentando deficiências de memória ao final da vida. Em suma, nos mamíferos, o estresse da mãe grávida produzirá no filho várias disfunções, princi-palmente na área hormonal, além

de comportamentos associados às patologias da ansie-dade.

Por seu lado, especialistas da psicologia pré-natal es-tudam a hipótese de que o feto é capaz de perceber as emoções da mãe e de guardá-las na memória após o nascimento. Myriam Szejer, pedopsiquiatra que estu-da a psicologia dos recém-nascidos, cita vários casos submetidos aos seus cuidados. Um deles era o de um bebê de três dias, vítima de diarreias violentas e do-lorosas. Ao falar com a mãe do garoto, esta lhe confia suas dificuldades. Diz que, apesar de estar feliz com a chegada do filho, não consegue se ver no papel de

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mãe. Durante toda a gravidez não suportava a ideia de ver sua barriga crescer. Sofreu de náuseas durante todo o perí-odo, e submeteu-se a regimes draconianos para não engor-dar. Conta essa médica que, “na presença da mãe - a quem, na verdade, meu discurso se dirigia -, decidi conversar com o menino e explicar-lhe toda a situação. Se sua mãe pensara, de algum modo, em ‘evacuá-lo’, ele não deveria procurar repro-duzir essa ‘evacuação’ por sua própria conta, como se fosse um dejeto e não um bebê. Esta mensagem permitiu o estabe-lecimento de um diálogo entre a mãe e a criança. Naquele mesmo dia suas diarreias desapareceram completamente”.

Para Myriam Szejer, e contrariamente àquilo que em geral se acredita, o bebê já possui uma forma de per-sonalidade durante sua vida intrauterina. Desde o terceiro mês começa-se a desfazer o estado de fusão entre a mãe e o embrião, e este último mais e mais desenvolve a sua própria “individualidade”. “Não sei se já se pode falar de uma verdadeira consciência do feto”, explica Szejer. Para ela, o feto “não memoriza os acontecimentos na forma comum. Mas, por outro lado, estou certa de que ele registra as percepções ex-ternas sob forma sensorial. Seja um estresse, seja uma

sensação de bem-estar... Todas essas ‘impressões’ irão influenciar a sua vida futura”.

Na Universidade de Turim, Itália, a psicanalista Alessandra Piontelli dedicou-se a uma especialização curiosa: as relações intrauterinas dos gêmeos. Ela conta, por exemplo, o caso de um garoto de 18 meses que manifestava um comportamento muito agita-do. Dia e noite ele percorria todos os cantos da casa, como se procurasse alguma coisa, e cada vez que en-contrava algum objeto, ele o sacudia come se tentasse trazê-lo à vida. Esse garoto fora irmão gêmeo de

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um outro, morto duas semanas antes do parto. Várias perguntas afloraram à mente da terapeuta. Estaria o menino tentando reencontrar seu irmão? Teria tenta-do sacudi-lo no ventre da mãe? Perguntas que, claro, permaneceram sem resposta. Mas Piontelli submeteu o menino a uma série de sessões onde lhe foi permiti-do exteriorizar seu imenso sentimento de culpa. Desse modo foi possível corrigir o comportamento agitado do paciente e reconduzi-lo à normalidade.

Para outros investigadores da psicologia do feto, ele muito cedo mostra ser um ser que manifesta desejos

próprios e é capaz de demonstrar seu prazer ou desprazer em relação a diferentes estímulos. Por essa ra-zão, é certo considerá-lo como um interlocutor válido desde sua vida pré-natal. Tais terapeutas conse-guem inclusive encontrar traços da vida fetal que se refletem na vida adulta. Foram desenvolvidas para isso certas técnicas que trazem à tona “lembranças” da fase intrau-terina, através de respirações, rela-xamento profundo, ou estímulos de certas zonas do corpo.

“Não se trata de tentar recuperar a memória clássica, isto é verbal, po-rém muito mais de utilizar a memó-ria do corpo”, diz a psiquiatra fran-cesa Catherine Dolto-Tolitch, que

completa: “Concretamente, o adulto pode se reencon-trar na condição de bebê ou de feto. Mas é o seu corpo que fala e que se recorda”.

Outro estudos desenvolvidos em vários países tentam estabelecer a relação entre vida intrauterina, condi-ções do parto, e criminalidade. Para Adrian Raine, da University of Southern California, Los Angeles, essa relação é muito clara, e seria possível diminuir a cri-minalidade ao melhorar as condições gerais da gravi-dez e do parto. Segundo esse pesquisador, as crianças que sofreram complicações no nascimento (uso do fórceps, por exemplo) bem como as que foram re

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jeitadas muito cedo pelas mães, têm três vezes mais chances de se tornarem criminosos violentos. Stephen Burka, da Universidade de Harvard, amplia as conclu-sões do seu colega. Para ele, entre os cinco fatores que predispõem a um comportamento violento, estão: um quociente de inteligência baixo aos 4 anos de idade, complicações pré-natais e perinatais, traumatismos cranianos. Dificuldades de aprendizagem, agressi-vidade e hiperatividade estariam ligadas a lesões do córtex pré-frontal. Por seu lado, o abandono maternal ou paternal parece também alterar os níveis de certos mensageiros químicos nessa parte do cérebro.

No momento do parto, generalizou-se nas últimas décadas a administração de anestesias locais ou gerais à parturiente, mesmo quando não existem maiores complicações. Nessas anestesias utiliza-se muitas ve-zes derivados opiáceos como a morfina, considerados não perigosos para a mãe e a criança. Mas a médica Karin Nyberg, do Karolinska Institute, de Estocolmo, publicou trabalho onde revela que as crianças nasci-das entre 1945 e 1966 apresentaram um risco 4,7 ve-zes mais elevado de dependência de opiáceos quando a mãe recebeu essas substâncias no momento do par-to. Todas essas descobertas levam a profundas reflexões que deverão alterar substancialmente, nos próximos anos, nossa maneira de ver e entender a existência intrauterina do feto. Os defensores da clonagem hu-mana - possibilidade cada vez mais próxima, depois da criação da ovelha Dolly e tantos outros animais su-periores já produzidos pela engenharia genética - irão

provavelmente se convencer de que fabricar um ser humano não é questão apenas de tecnologias de la-boratório. Isso envolve responsabilidades muito mais importantes e profundas. Em primeiro lugar, parece claro que as relações sutis, mutáveis e inumeráveis que o feto possui com o seu meio ambiente tornam irrealizável a cópia pura e simples. Essas relações fazem de cada ser humano um espécime único. Como sempre entenderam todas aquelas tradições, velhas como a própria humanidade, que consideravam a gra-videz e o parto um fenômeno natural, sim, mas mui-to, muito especial.

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ESCULPIDAS PELO TEMPOQuando a erosão cria paisagens de arte

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haped by Time” é um vídeo em time-lap-se que explora o poder da natureza atra-vés dos processos de erosão que criam esplêndidas e variadas paisagens na su-perfície do planeta. Durante milênios, o vento, as erupções vulcânicas, a chuva, o gelo e a água dos rios moldaram a paisa-gem criando obras de arte de proporções monumentais.

No mundo natural, a erosão é uma das forças mais poderosas. Os geólogos a definem como sendo o desgaste do solo e das rochas, em geral por causa das intempéries. Na maior parte do

Sa erosão natural é uma das forças mais poderosas da natureza. o vídeo “shaped by time”, esculpidas pelo tempo, do fotógrafo espanhol enrique pacheco explora a força dos elementos que desgastaram e plasmaram a paisagem através dos milênios

Vídeo em time-LaPse de enrique Pacheco: www.enriquePacheco.commúsica: Peter nanasi: www.Peternanasi.com

Brasil, por exemplo, nas regiões onde as chu-vas são intensas, a água que escorre em gran-de quantidade destrói as estruturas (areias, argilas, óxidos e húmus) que compõem o solo, sobretudo nas áreas desprovidas de cobertura vegetal, levando seus nutrientes e sais minerais existentes para as partes baixas do relevo.

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enrique Pacheco

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Em solos cobertos pela vegetação a erosão é muito pequena e quase inexistente, mas ela é um processo natural sempre presente e importante para a formação dos relevos. Passa a ser um problema sério com a retirada das vegetações para uso agrícola, deixando o solo exposto e facilitando o arrasto da terra. Esse processo pode levar à desertificação.

Água, gelo, chuva ou vento

Mas existe também a erosão lenta de elementos do solo, quando água, gelo, chuva ou vento agem sobre as rochas, em processos que podem durar milênios, e até milhões de ano, raspando, limando, arrancando partículas, desgas-tando as superfícies rochosas e conferindo a elas as formas mais inusitadas.

Inspirado por tais fenômenos, o fotógrafo e cinegrafista es-panhol Enrique Pacheco criou este curta-metragem com a

técnica do time-lapse. Nele, explora o poder da natureza através da erosão produzida nas diferentes paisagens que aparecem na película. Durante milhares de anos, o vento, as erupções, a chuva, as geadas e as glaciações, a água dos rios, deram forma a essas magníficas paisagens. Neste filme, Enrique Pacheco mostra como a arte do homem, no caso a fotografia, associada à criatividade da natureza, pode dar origem a uma obra que transcende o natural.

Vídeo: Esculpidas pelo tempo, de Enrique Pacheco

Vimeo:http://vimeo.com/99125284

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ciaA GAGAÚZIA

PREFERE A RÚSSIA97% rejeitam integrar-se à União Europeia

a catedral de Komrat, capital da gagaúzia

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entrada da cidadezinha de To-maí, na região autônoma da Gagaúzia, duas senhoras idosas falam dos tempos em que tudo corria bem e se vivia bem. Agora, como não há empregos, os seus filhos são obrigados a ir ganhar a

vida na Rússia. “Todos os jovens saem daqui. Sobrevivemos com dinheiro do estrangeiro”, explica Cláudia Ivanovna, com quase 70 anos.

A

os gagaúzes sentem-se longe da cultura europeia, tanto no tempo, quanto no espaço e na tradição cultural. essa região autônoma do sul da moldávia não quer nem ouvir falar da integração na união europeia. em fevereiro, 97% da população da gagaúzia votou a favor da reanexação pela rússia

Por: JornaL timPuL, chisinau, caPitaL da moLdáVia

A sua amiga diz que a sua aposentadoria de 800 leis mensais (cerca de 45 euros, ou 150 reais) basta apenas para pagar as contas mais prementes e comprar alguma comida. É ajudada pelos filhos, também emigrados. Nostálgicas dos tempos em que tinham em-prego bem remunerado na cidade – “as pes-soas viviam bem e em paz, como os seus an-tepassados”- elas não acreditam num futuro melhor.

Para essas gagaúzas, a resposta a todos os problemas é a Rússia e a União Aduanei-ra (que engloba a Rússia, a Bielorússia e o Cazaquistão). “Cultural e economicamente estamos mais perto da Rússia”, sublinha a maioria da população local. O antigo presi-dente da câmera, Dmitri Stamat, confirma que a empresa vinícola Tomaí-Vinex, a mais importante do local, que emprega 120 pesso-as, está cada dia mais vazia.

Stamat acrescenta que era melhor que o vi-larejo desaparecesse, sobretudo se o país se aproximar da União Europeia. “Há alguns anos, tínhamos 1400 crianças. Hoje temos apenas 372. Não são só as creches que estão vazias, as escolas também. Já não há jovens. Vão todos embora. As mulheres trabalham na Turquia e os homens em Moscou”.

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“Seremos cidadãos de segunda classe”

Do outro lado da rua, Galina ven-de roupas de criança nos degraus de uma casa abandonada. Mesmo com um negócio pouco prome-tedor, acredita que o Estados vai lhes tirar da pobreza. “Trabalhei dez anos na Turquia, mas tive de voltar. Gostaria de ter ficado lá, onde vivia melhor,mas meu ma-rido não deixou”, ela conta. Olha aterrorizada para o dia em que a Moldávia se aproxime da União Europeia, porque os preços de tudo, do gás e da eletricidade, vão aumentar a níveis absurdos. “Se-ria bem melhor ficar com a Rús-sia, e acho que os habitantes de Chisinau (capital molda-va) também não querem se integrar à União Europeia”, afirma com firmeza.

Dmitri Stamat acredita que a União Aduaneira lhes daria melhores condições de vida. “É por isso que as crianças aprendem russo nas escolas. Mesmo que venhamos a en-trar para a União Europeia, estamos demasiado afastados da cultura europeia. Somos diferentes. Na Europa Unida seríamos cidadãos de segunda classe”, se queixa Stamat. Para ele, a União Europeia não é sinônimo de democra-cia. “A UE empresta dinheiro para o desenvolvimento do país, mas os nossos filhos terão de pagar. O que se passa neste momento na Moldávia mostra que ainda não somos

uma democracia. Os lugares de procurador-geral e as chefias de outras instituições do Estado são vistos como direitos adquiridos. Pertencem ou a um partido ou ao ou-tro. Como podemos falar de democracia? Por que é que a Europa fecha os olhos a todas as iniquidades do nosso país? Penso que ficaremos melhor sem a UE. Se entrar-mos na UE, com a economia neste estado, iremos ser os escravos”, diz Stamat.

Ele evoca o referendo de fevereiro último, no qual qua-se 97% dos habitantes da Gagaúzia votaram a favor da União Aduaneira. Stamar apoia a anexação da Crimeia pela Rússia. “Tenho uma visão muito negativa do Parla

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marco de entrada no território da gagaúzia

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igreja no estilo típico da moldávia

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autorização para entrar no liceu”.

Nossa equipe conseguiu abordar Valentina Hristeva, pro-fessora de língua e literatura romena, a única disposta a falar em romeno. Leciona ali há mais de sete anos, desde a sua licenciatura na Universidade de Iasi (Romênia). Explica o motivo por que os alunos são ensinados em russo e não o dialeto local: “Sempre foi assim. Por outro lado, agora ensina-se melhor romeno. As crianças estão habituadas a aprender russo, porque quando crescerem irão estudar e trabalhar no estrangeiro, sobretudo na Rússia”.

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mento ucraniano e dos manifestantes da Praça Maidan. A Europa e os estados Unidos enganaram-se e Putin fez o que era preciso”, ou seja, proteger o estatuto da Trans-nístria (região separatista pró-Rússia da Moldávia), por-que ela é a sua fronteira com o Ocidente. À medida que a OTAN (Tratado do Atlânico Norte) se aproxima, gosta-mos que o exército russo esteja lá para nos defender”.

Os autóctones, agora, têm mais uma razão para confiar na Rússia, que prometeu, recentemente, 300 bolsas de estudo às crianças da Gagaúzia. À porta do liceu local, encontramos um anúncio em romeno (a Moldávia par-tilha essa língua latina com o país vizinho, a Romênia): “Esta instituição é aquecida por biomassa com o apoio da União Europeia”. Mas a presença da bandeira da UE contrasta com a atitude pouco europeia da diretora do estabelecimento: “Fale russo, por favor, e mostre-me a

cozinha de residência popular gagaúza

avó e neto, em timpul, gagaúzia

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em Komrat, na gagaúzia, estátua de Lênin lembra os tempos em que a moldávia inteira estava atrelada à união soviética

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O russo toma o lugar do gagaúz

No grande e variado mosaico étnico e linguístico que compõem os povos e nações da antiga Bessarábia, a Ga-gaúzia ocupa um lugar especial. É a morada principal dos gagaúzes, uma população de cerca 250 mil indivíduos, de origem turca, fixada sobretudo no sudeste da Moldávia e também no sudoeste da Ucrânia. Com os chuvache, os iacute e os dolgan, os gagaúzes constituem as únicas et-nias turcas da Rússia que são predominantemente cristãs (ortodoxos e alguns protestantes).

Esse povo fala o gagaúz, uma língua turca da família al-taica transcrita outrora no alfabeto cirílico, mas agora, ao igual que o moldavo, no alfabeto latino. Porém, essa lín-gua está em vias de desaparecimento. Na Gagaúzia, 92% dos habitantes ainda a falam como língua materna, em-bora o russo – língua oficial nas escolas da região – ganhe terreno a cada dia, afirmando-se mais e mais como língua principal.

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Beaune, Borgonha, o hotel de dieu

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BORGONHA, FORTALEZA, MARROCOSO fascinante mundo das viagens

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romas e sabores da Borgonha

Para você, que é amante da França e de bons vinhos, aqui vai uma dica. Se for visitar o país, reserve uns dias para percorrer o roteiro dos vinhos da Borgonha, uma região que

A

coluna sobre viagens, assinada pela jornalista fabíola musarra. a cada 15 dias, ela traz as novidades do setor, mostra roteiros e dá dicas sobre turismo. a ideia é facilitar ainda mais sua vida, dando a nossa contribuição para que você faça as viagens de seus sonhos, sem transtornos e com excelentes recordações. boa leitura!

Por FaBíoLa musarra (*)

fica a duas horas e meia de Paris. Com um conjunto de pequenas áreas de terra (tam-bém chamadas de departamentos), o lugar é o berço da uva Pinot Noir, usada para produzir os vinhos tintos da região.

A Borgonha é referência quando o assun-to é vinho. Ali se concentram alguns dos maiores produtores mundiais da bebida. Suas vinícolas são responsáveis por uma diversificada e prestigiada carta de vinhos, do Nuit-Saint-George, Chablis, Pouilly--Fuissé e Romanée-Conti ao Maconnais. Dos brancos e tintos suaves aos mais en-corpados e sofisticados.

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Vinhedos, Pommard, Borgonha

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Comece seu roteiro na Route des Grands Crus de Bourgogne, o Champs Elysées de Bourgogne como os franceses costumam se referir à estrada que liga a cidade de Beaune a Dijon. São 45 km de vinhedos, caves, restaurantes e pitorescos vilarejos medievais. Ao longo da estrada, ao sul de Dijon, ficam duas das principais áreas vinícolas da Borgonha: Côte de Nuits e Côte de Beaune. Juntas, formam a Côte d’Or (uma alusão ao solo dourado). Na primeira são pro-duzidos tintos à base da Pinot Noir, enquanto na se-gunda estão os mais famosos vinhedos de Chardon-nay do mundo.

Também conheça a Route des Vins du Maconnais/Beaujolais. Comece por Chalon-sur-Saône, próxima a Lyon. A cidade transborda história e oferece uma vista privilegiada das vinícolas do vale do Saône. As aldeias do Beaujolais abrigam caves onde você vai provar vinhos divinos, como o Brouilly, com sabores frutados de amora e cereja preta.

Já a capital histórica da região, Beaujeu, acolhe o polo enológico Les Sources du Beaujolais. Este local conta a história da região e do transporte do vinho e inclui uma loja de produtos regionais. Ainda nesta mesma rota visite Villié-Morgon e deguste um bom vinho na adega que fica no parque do palácio, no cen-tro.

Em Chiroubles desfrute do lindo panorama em um “chalet du cru” (antiga casa de campo), saboreando os frutados chiroubles. Mais adiante você encontra os Romanèche-Thorins e o seu Hameau du Vin, concebi

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dijon, Borgonha

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do em homenagem à memória e riqueza da região e de seus vinhedos. Para experimentar os vinhos ali pro-duzidos vá até a Casa do Pays de la Chapelle de Guin-chay.

Em seguida, Chénas tem uma reputação de excelên-cia. Sua adega cooperativa está instalada no Château de Chassignol que data do século 17. Também conheça Juliénas e suas belas adegas abobadadas. Saint Amour é a última parada desta rota. Os vinhos ali fabricados são envelhecidos de sete a dez anos, apresentando aromas frutados de violeta, de aguar-dente de cereja, de cassis e de frutos vermelhos.

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Não faltam viticultores na região. Aproveite que são bons de prosa e não vá embora sem conversar com eles. Com entusiasmo, os produtores vão revelar se-gredos de família e, sobretudo, compartilhar com você a paixão que têm pelo vinho. Tenha a certeza que essa experiência será tão saborosa quanto os vinhos que de-gustará no decorrer de sua viagem. Santé!

Borgonha, cave de vinhos em Beaune

mapa da região da Borgonha

Pelas águas do extremo norte da Europa

Você já se imaginou tomando um banho em uma imensa lagoa azul, com águas quentes e nuvens de vapor? Pois isso é possível se decidir visitar a Lagoa Azul a bordo do cruzeiro Norwegian Star. A lagoa (Bláa lónið, em islandês) é um SPA termal e uma das atrações mais visitadas da Islândia.

Situada na cidade de Grindavík, a 39 km da capi-tal Reykjavik, a lagoa atrai visitantes que buscam em suas águas quentes de temperatura entre 37ºC e 39ºC. Aquecidas pelo magma vulcânico, as águas do SPA, ricas em sais minerais e em algas, são especial-mente eficientes no combate ao envelhecimento e no

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tratamento de doenças de pele. Esse é apenas um dos passeios oferecidos aos passa-geiros do Norwegian Star, que parte de Copenhague (Dinamarca) no dia 22 de setembro e tem 14 noites de duração. O roteiro inclui ainda muitos outros en-cantos naturais do extremo norte da Europa.O navio visita os fiordes da Noruega, onde faz para-das em Bergen e Alesund. Depois, navega até as ilhas Shetland e as Ilhas Faroe, na rota para a Islândia. Posteriormente, segue para Glasgow (Escócia) e Du-blin (capital da Irlanda) e retorna para Copenhague, onde o cruzeiro termina.A viagem em cabine dupla custa por pessoa a partir de US$ 1.959. Informações: Firstar, tels. (11) 3253- 7203 e (21) 3553-7646.

noruega, aldeia à beira do fiorde

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o navio norwegian star

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Pilsen, Praça central.Foto de Ladislav renner

Pilsen, capital europeia da cultura

Mundialmente famosa pelas excelentes cervejas que produz, a cidade de Pilsen, na Boêmia ocidental, na República Tcheca, agora espera também tornar-se conhecida como ponto de encontro para as artes. A cidade, ao lado de Mons (Bélgica), foi eleita em 2008 como a Capital Europeia da Cultura em 2015.

A extensa programação do evento já está sendo pre-parada e inclui algumas atrações principais, como a temporada do Le Cirque Nouveau, a animação em espaços públicos e a abertura de antigos galpões in-dustriais para a arte (“Indústrias para Imaginação” e “Pilsen é uma Cidade Industrial Feita de Muitas Ins-

talações Industriais” são algumas das iniciativas a serem realizadas no ano que vem).

Ainda para 2015 estão previstas celebrações pelos 70 anos do fim da Segunda Grande Guerra e nove se-manas de apresentações de barroco da Boêmia Oci-dental, além de festivais organizados em colaboração com parceiros, como Smetana Days, Hidden City, Li-vely Street e Finale Festival.

Pilsen abrigará ainda exposições de Jiří Trnka, do designer contemporâneo Ladislav Sutnar e de obras das coleções do Museu Villa Stuck e da Lenbachhaus Gallery de Munique, da Alemanha. A transformação de Pilsen em metrópole cultural tcheca já começa no outono deste ano, com o espetá-culo Manège Carré Senart. Instalado no centro da ci-dade, esse picadeiro mágico do artista plástico Fran-çoise Delarozière, da companhia de teatro parisiense Royal de Luxe, apresentará bonecos gigantes passe-ando pelas ruas de cidades do mundo.

A cerimônia de abertura do projeto, em 17 de janeiro de 2015, será com o badalar dos quatro sinos que se-rão recolocados na Catedral de São Bartolomeu mais de 70 anos depois de os ocupantes nazistas terem confiscado e derretido os sinos originais. “À noite, o lançamento do projeto da Capital Euro-peia da Cultura será cheia de música, imagens, sus-pense e emoções”, antecipa Petr Forman, chefe ar-tístico do evento. Mais detalhes: www.czechtourism.com/pt/p/la-plzen-2015.

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catedral de Pilsen

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Marrocos. A primeira parada é em Meknes, ex-capital do país no século 17, onde serão conhecidas a porta Bab Mansour, o mausoléu de Moulay Ismail, os está-bulos HeriEs-Souani e a Praça Hedim.

Após o almoço, a viagem segue rumo à cidade sagra-da de Moulay Idriss, um dos centros de peregrinação mais importantes do país, com tempo para apreciar a praça principal e tirar fotos. O próximo destino é a cidade imperial de Fez. Hospedagem e pernoite.

Pela manhã saída para Chefchaouen, onde está pre

Casablanca e a magia do Marrocos

Percorrer durante 11 dias as mágicas terras marroquinas é a proposta do roteiro da Thais Ghussn Fotografia e Via-gens. Com saída no dia 18 de novembro, a viagem parte do aeroporto de Guarulhos (SP) com destino a Casablanca, com traslado e acomodação em hotel.

Palco onde foi rodado o memorável clássico do cinema “Casablanca”, a cidade de mesmo nome reúne atrações im-perdíveis. Elas começam a ser conhecidas logo cedo em um tour que visita alguns pontos turísticos da capital Rabat, como a Kasbah Oudayas, o Mausoléu de Mohamed V e o Jardim Merchouar na entrada do Palácio Real. Na sequência, partida em direção às cidades imperiais do

marrocos, rabat, mausoléu de mohamed V

marrocos, desfiladeiro e oásis de todra gorges

oásis . viagEm oáSiS

vista uma caminhada pelas ruas da cidade que tem todas as suas casas em tons azuis. Pequenina, Chefchaouen é circundada pe-las montanhas do Rife. Durante o passeio, stops no castelo do centro e no único Mi-narete Octogonal do mundo. Retorno ao hotel em Fez.

O terceiro dia de viagem é reservado para explorar a medieval e mais antiga Medina do Marrocos, a Fez el Bali (cidade murada antiga), testemunhando a vida pulsar em suas ruas estreitas, em meio ao colorido dos souks, das bancas de frutas e vegetais, do curtume, das esculturas de madeira do século 14 na Madrasa Bou Inania, dos mo-saicos da Fonte Nejjarine e do centro de estudos islâmicos da Mesquita Qaraouiyne. À tarde é a vez de conhecer Fez El Jdid (ci-dade nova), com paradas no Bairro Judeu e na entrada do Palácio Real. No final do dia, visita a uma casa de família marroquina para compartilhar do tradicional chá de menta.

Pela manhã saída de Fez em direção ao deserto, pas-sando pelas cidades de Ifrane, pela Floresta de Cedro de Arzou e pelo Vale do Zizque (liga as Montanhas do Médio Atlas ao Deserto do Saara). Chegada em Er-foud e saída para o deserto de Merzouga. Ali acontece um passeio em dromedário pelas Dunas de Erg Che-bbi, Regresso ao acampamento para uma típica noite berbere em tendas nômades, com música em volta da fogueira.

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A programação do dia seguinte começa com a ida em dromedário para presenciar o nascer do sol nas Du-nas de Erg Chebbi. Mais tarde, retorno à cidade, mas não antes de conhecer uma típica família de berberes que vivem em tendas.

Chegada em Erfoud, reconhecida pela produção da melhor tâmara do país, com tempo para compras. Em seguida, viagem até Todra Gorges, onde ficam as Gargantas de Todra, uma das belas maravilhas escul-pidas pela natureza no Norte da África. Almoço e par-tida para a cidade de Boulmane Dades, com jantar e hospedagem.

marrocos, casablanca, a grande mesquita hassan ii

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marrocos, casbah, Foto de thais ghussn

A viagem da manhã segue pelo Vale das Mil Kasbahs rumo a AitBen Haddou, passando por Tizi n’Tichka, que é a passagem entre o Sul e Norte do Marrocos, e pelas Montanhas do Atlas. Chegada a Marrakesh, com hospedagem.

O dia seguinte começa com passeio que inclui a Mes-quita Koutobia, as Tumbas de Saadien, o Jardim Ma-jorelleque, o Palácio Bahi e a Medina, com suas ruas--labirintos, repletas de tendas, lojas e artesões, além de uma visita à Praça Djemaael F, onde se concentram encantadores de serpente, mágicos, músicos e cozi-nheiros. Retorno ao hotel.

Dia livre, mas quem quiser pode embarcar em um dos dois passeios opcionais da agência. O primeiro ofe-rece a possibilidade de conhecer outras atrações de Marrakesh, enquanto o segundo tem como destino

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Essaouira, cidade portuária na costa do Atlântico. No penúltimo dia de viagem, partida de Marrakesh em direção a Casablanca, com uma visita a Mesqui-ta Hassan II, a segunda maior do mundo depois de Meca, com tempo para compras. Acomodação no ho-tel e jantar de despedida em restaurante, com dança de ventre.

Pela manhã, tempo livre. Depois, embarque no ae-roporto de Casablanca com destino a Guarulhos, em São Paulo. Fim do sonho. Ele custa US$ 2.000 (parte terrestre) por pessoa em apartamento duplo com café da manhã. O preço abrange dez jantares, três almo-ços e só vale para pagamento até julho. Informações: Thais Ghussn Fotografia e Viagens, tel. (11) 97631 7434, www.thaisghussn.com.

marrocos, caravana de camelosFoto thais ghussn

marrocos, mistério do desertoFoto thais ghussn

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china, shenzen, o Ping an Finance center

Futura atração turística da China

Já leu ou ouviu algo sobre o Ping An Finance Center? Localizado em na cidade de Shenzhen, o edifício está sendo erguido desde o final de 2013 e foi projetado para ser a construção mais alta de toda a China.

Quando estiver concluída em 2016, a imponente edifi-cação de 115 andares será a segunda mais alta do mun-do, só perdendo para o Burj Khalifa Bin Zayid, um edi-fício de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, que hoje é o mais alta estrutura construída pelo ser humano, com 828 m de altura.Com pouco mais de 800 m de altura, o Ping An Fi-nance Center certamente vai atrair milhares de pesso-as do mundo todo, constituindo-se em mais uma das atrações turísticas da China. Esse fato, porém, não é a única curiosidade acerca do edifício: também chama a atenção a velocidade com que ele está sendo construí-do pelos chineses.

O Ping An vem ganhando um andar a cada quatro dias, segundo informações divulgadas pelo Instituto de En-genharia (IE). Essa média é mais alta do que a de pré-dios famosos, como o One World Trade e o Burj Kha-lifa, que em sua época adicionavam um andar à sua estrutura a cada sete dias de trabalho. Ainda de acordo com o IE, essa façanha só foi possível pelo fato de os arquitetos da Kohn Pedersen Fox, escri-tório responsável pelo projeto, terem assegurado que a energia e o carbono consumidos na construção fossem reduzidos em até 35%. Essas mudanças dizem respei-to à aerodinâmica do edifício e ao modo como ele foi construído, que prezou por ambientes modulados.

LAN substitui frota de aeronaves

A partir de agosto, os aviões que operam cinco das atuais rotas da LAN Airlines serão gradualmente substituídos por uma nova frota de aero-naves Boeing 787. Os voos contemplados com a mudan-ça são os para Miami (EUA), Punta Cana (República Do-minicana) e Cancun e Cidade do México (México).

Entre as principais carac-terísticas que diferenciam o Boeing 787 das outras ae-ronaves estão as cabines e a iluminação dinâmica. As pri-meiras possuem um sistema eletrônico de escurecimento das janelas, enquanto a segunda permite criar um am-biente mais agradável durante o voo.

Por sua vez, as janelas das novas aeronaves são até 40% maiores em comparação às demais, possibilitan-do que durante o vôo o passageiro desfrute a vista de qualquer assento. O 787 tem ainda um espaço 30% maior para acomodar bagagens de mão, e uma tecno-logia que reduz o impacto ao passageiro em zonas de turbulência.

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cabine de um Boeing 787 da Lan

Praias, agito e a casa de José Alencar

Fortaleza, a capital do Ceará, é uma das boas opções para quem quer fugir do frio. Com temperaturas que ficam em torno de 26°C, a cidade nesta estação do ano oferece a certeza de dias quentes e ensolarados e lin-das praias, das mais calmas às de tombo.

Para quem gosta de fazer compras também não fal-tam alternativas, desde conhecer os diferentes itens produzidos pelas rendeiras da região até os produtos confeccionados em linho e em couro, encontrados na

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Avenida Monsenhor Tabosa, no cen-tro.

E se o negócio é agito, a dica é ir dançar no Pirata Bar, na praia de Iracema. Curiosamente, a noite mais concorrida é segunda-feira (seu site anuncia que nas sextas acontecem os ensaios da segunda). É um dos mais tradicionais e animados points da cidade.

A capital do Ceará tem muitas atra-ções. Além da histórica Catedral Metropolitana inaugurada em 1978, abriga ainda a casa onde o escritor José de Alencar viveu na infância na então cidade de Messejana, hoje bairro de Fortaleza. Mantida pela Universidade Federal do Ceará, a

casa é tombada pelo Instituto do Patrimônio Históri-co e Artístico Nacional desde 1964.

Se você ficou interessado, a CVC está disponibilizan-do pacotes de oito dias para lá. A viagem começa com o embarque e chegada ao aeroporto, recepção e tras-lado até o hotel escolhido.

No segundo dia de viagem acontece uma saída em ônibus pela orla marítima de Fortaleza, visitando as praias de Iracema, do Futuro e do Mucuripe, o bairro Aldeota, o Mausoléu do ex-presidente Castelo Branco, a Catedral Metropolitana e a Fortaleza de Nossa

Fortaleza, ceará, orla marítima

Senhora de Assunção.

O ônibus passa ainda pelo Centro de Turismo (antiga Cadeia Pública) e pela Avenida Monsenhor Tabosa, além de fazer uma parada para um banho refrescante na Praia do Cumbuco, onde quem desejar pode fazer um opcional e andar de buggy pelas dunas. O passeio termina no final da tarde.

O dia seguinte é livre. Você pode rever alguns dos lu-gares que visitou com mais calma ou fazer um opcio-nal até o Parque Aquático Beach Park. Já conhecer a Praia de Mundaú é a sugestão do opcional do dia seguinte. Localizada no litoral oeste, Mundaú fica em uma pequena enseada de águas de tom verde-azulado, cercada de dunas e coqueirais.

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Fortaleza, centro dragão do mar, o Planetário

espetáculos de mágica no theatro José de alencar, em Fortaleza

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Graças ao vento quase constante, esta praia é a favo-rita dos adeptos dos esportes náuticos. Nela é possível fazer um tour opcional de barco nas águas tranquilas do Rio Mundaú, conhecendo as pequenas ilhas exis-tentes ao longo do trajeto e as dunas de areia branqui-nha.

Nos próximos três dias da viagem o tempo é livre. A CVC oferece algumas opções de passeio. A Praia de Canoa Quebrada e suas altas falésias é uma delas. Você pode ainda visitar a Praia de Lagoinha, um anti-go porto de piratas franceses e hoje uma pacata colô-nia de pescadores.

Outra possibilidade são as praias de Morro Branco e das Fontes. Bicas de água doce, dunas, falésias e areias coloridas utilizadas em trabalhos artesanais em garrafas de vidro são algumas das atrações locais. Após oito dias, a viagem chega ao fim. Traslado até o aeroporto de Fortaleza e retorno à cidade de origem. Estão inclusos no pacote as passagens aéreas de ida/volta, traslado aeroporto/hotel/aeroporto, sete noites de hospedagem com café da manhã ou meia pensão

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Fortaleza, jangada na praia de cumbuco

(de acordo com o hotel es-colhido) e os passeios aos principais pontos turísticos da cidade e à Praia de Cum-buco.

Preço por pessoa em aparta-mento duplo para saídas em agosto a partir de R$ 1.348, valor que pode ser parce-lado em até dez vezes sem juros. Informações na rede de lojas CVC e nas agências multimarcas, tel. (11) 3003-9282, www.cvc.com.br.

Museu de cera é o novo atrativo de Foz do Iguaçu

Quem visitar Foz do Iguaçu (PR) tem mais uma opção de lazer: o Museu de Cera Drea-mland, considerado o maior da América Latina. Com 16 cenários instalados em forma de galeria, reúne cerca de 80 personalidades mundialmente conhecidas em tamanho real. Entre elas, Michael Jackson, Elvis Presley, Frank Sinatra, os papas Francisco e João Paulo II, a rainha Elizabeth da Inglaterra, Santos Dumont e Ayrton Senna. Todas elas produzidas em Londres, na Inglaterra.

O museu faz parte do Foz do Iguaçu Park Show, um complexo turístico de 60 mil metros quadrados que fica a poucos minutos do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu e do Parque Nacional do Iguaçu, na BR-469, Rodovia das Cataratas, 8.100, BR-469, Rodo-via das Cataratas, 8.100, tel. (45) 9141-1639, site [email protected].

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dreamland, museu de cera em Foz do iguaçú

Foto adilson Borges

Com estacionamento e loja de suvenires, funciona diariamente das 8h às 19h, inclusive nos fins de se-mana e feriados. O ingresso custa R$ 35 (adulto) e R$ 20 (crianças de 7 a 12 anos). Crianças até 6 anos não pagam.

Festa do Morango em Monte Alegre do Sul

De 16 de agosto a 7 de setembro, Monte Alegre do Sul, cidade situada no alto da serra, no vale do Rio Ca-manducaia, interior paulista, promove a 21ª Festa do Morango. O evento realizado pelo município que é um dos maiores produtores de morango do Estado de São Paulo acontece somente nos fins de semana e tem en-trada franca.

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Festa do morango em monte alegre do sul

Além de shows e de um pequeno alambique para os visitantes conhe-cerem melhor o processo de produ-ção de cachaça, a festa terá ainda uma praça de alimentação, com barracas de comes e bebes, de ven-da de morango in natura e de várias delícias feitas com a fruta.

A cidade tem várias opções de hos-pedagem, algumas delas oferecem preços promocionais durante os fins de semana do evento. O Hotel Riacho Verde, por exemplo, tem pacotes especiais com entrada na sexta-feira e saída no domingo.

Seus chalés e apartamentos são equipados com televisão, frigobar, lareira, ar condicionado e rede na varanda. Além de ampla área verde

com um rio, o empreendimento tem quatro piscinas (duas aquecidas), sauna, SPA, sala de ginástica, qua-dras de tênis e poliesportiva, paredão de escalada, arco e flecha, miniarvorismo, playground, casinha de bonecas, salão de jogos e sala de tevê e vídeo.

Em agosto e setembro, o pacote de sexta a domingo tem preços a partir de R$ 626 o casal com café da manhã, almoço e jantar nos dois dias. Informações: www.riachoverdehotel.com.br, tels. (19) 3899-1107, (19) 3899-1889 e (19) 3899-2276.

Pousada em Extema tem pacotes promocionais

Situada a 100 km de São Pau-lo e a 1.780 m de altitude, a Pousada Céu da Mantiqueira é um pequeno paraíso acon-chegado na Serra da Manti-queira, em Extrema, Minas Gerais. Instalada entre nas-centes, pequenos lagos e um bosque natural, a pousada está oferecendo um pacote promocional em julho e agos-to.

Nesses meses, os preços das diárias para casais vão de R$ 200 a R$ 350 com café da manhã. Crianças até 5 anos não pagam e para a terceira pessoa no mesmo aposento há um adicional de 40 % do valor da diária. O pagamento pode ser parcelado em até 12 vezes no cheque.

A pousada dispõe de dez aposentos para até três pes-soas, sendo quatro suítes standard, três suítes supe-riores e três chalés com lareira, além de trilhas para alguns dos principais pontos turísticos de Extrema, como o pico da Serra do Lopo, a Pedra do Cume e a Pedra das Flores.

Seu restaurante abre diariamente para almoço e jan-

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Pousada céu da mantiqueira, em extrema, sul de minas gerais

tar, oferecendo a tradicional culinária mineira, com pratos feitos no forno e fogão à lenha.Informações: www.pousadaceudamantiqueira.com.br, tels. (35) 3435-1430 e (35) 8406-6174.

(*) Toda a correspondência para a seção “Viagem Oásis” deverá ser enviada à colunista Fabíola Musarra: [email protected]