14
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação - 1 - OFICINAS: A FORMAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DO PROFESSOR IMIGRANTE DIGITAL Adriana Alves de Moura 1 (SEE-DF) Sandra Rodrigues Sampaio Campêlo 2 (SEE-DF) Resumo: Prensky (2001) chamou a atenção do mundo quando estabeleceu nomenclaturas e diferenças para Nativos Digitais e Imigrantes Digitais; e questionou o uso das Novas Tecnologias na Educação. Palfrey (2011) fala que as escolas do futuro vão precisar de um corpo docente do futuro e que esta relação deve ser de partilha: os professores que sabem um pouquinho mais na escola, partilhando com os demais. Pensando nisso propusemos o trabalho em forma de Oficinas realizadas nas escolas de Ceilândia-DF, com o intuito de fomentar no professor a importância das novas mídias nas suas aulas. A partir deste trabalho, muitos laboratórios de informática abriram suas portas para os alunos. Palavras-chave: tecnologias, educação, professores. Abstract: Prensky (2001) drew the world's attention when he established classifications and differences to Digital Natives and Digital Immigrants, and questioned the use of New Technologies in Education. Palfrey (2011) says that schools of the future will need a faculty of the future and that this relationship should be sharing: teachers who know a little bit more in school, sharing with others. Thinking about the work proposed in the form of workshops conducted in schools Ceilândia-DF, with the teacher in order to foster the importance of new media in their classrooms. From this work, many computer labs opened their doors to students. Palavras-chave: technology, education, teachers Introdução Estamos vivenciando um tempo de aceleradas mudanças na ciência e na tecnologia que se contrapõem às mudanças ocorridas na escola. Lévy (1993) acredita ser a técnica, hoje, uma categoria de extremo interesse de estudo, pois é uma das responsáveis por transformações no mundo humano. Parte dessa mudança foi desencadeada na década de 1950 com a chamada revolução tecnológica que hoje atinge todos os setores da sociedade.

OFICINAS: A FORMAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DO … · educacional com o objetivo de promover o uso pedagógico da informática na rede . ... meio de cursos e/ou oficinas para utilização

  • Upload
    trannhi

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 1 -

OFICINAS: A FORMAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DO PROFESSOR IMIGRANTE DIGITAL

Adriana Alves de Moura1 (SEE-DF)

Sandra Rodrigues Sampaio Campêlo2 (SEE-DF)

Resumo: Prensky (2001) chamou a atenção do mundo quando estabeleceu nomenclaturas e diferenças para Nativos Digitais e Imigrantes Digitais; e questionou o uso das Novas Tecnologias na Educação. Palfrey (2011) fala

que as escolas do futuro vão precisar de um corpo docente do futuro e que esta relação deve ser de partilha: os professores que sabem um pouquinho mais na escola, partilhando com os demais. Pensando nisso propusemos o trabalho em forma de Oficinas realizadas nas escolas de Ceilândia-DF, com o intuito de fomentar no professor a importância das novas mídias nas suas aulas. A partir deste trabalho, muitos laboratórios de informática abriram suas portas para os alunos. Palavras-chave: tecnologias, educação, professores. Abstract: Prensky (2001) drew the world's attention when he established classifications and differences to Digital Natives and Digital Immigrants, and questioned the use of New Technologies in Education. Palfrey (2011) says that schools of the future will need a faculty of the future and that this relationship should be sharing: teachers who know a little bit more in school, sharing with others. Thinking about the work proposed in the form of workshops conducted in schools Ceilândia-DF, with the teacher in order

to foster the importance of new media in their classrooms. From this work, many computer labs opened their doors to students. Palavras-chave: technology, education, teachers

Introdução

Estamos vivenciando um tempo de aceleradas mudanças na ciência e na

tecnologia que se contrapõem às mudanças ocorridas na escola.

Lévy (1993) acredita ser a técnica, hoje, uma categoria de extremo interesse

de estudo, pois é uma das responsáveis por transformações no mundo humano.

Parte dessa mudança foi desencadeada na década de 1950 com a chamada

revolução tecnológica que hoje atinge todos os setores da sociedade.

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 2 -

Como o professor dever ser preparado para atuar pedagogicamente na

sociedade tecnológica?

A pergunta acima intriga e instiga um grande debate. Prensky (2001)

classificou as pessoas nascidas antes dessa geração como imigrantes digitais.

Aqueles que mudam de um estado para outro, de um país para outro, de uma “era”

para outra e traz consigo vestígios (vícios, sotaques) da sua geração.

São vestígios desses imigrantes, por exemplo: imprimir textos da internet por

não conseguir lê-los da tela, ter uma agenda virtual e não abrir mão de manter as

informações numa escrita, mandar um e-mail e depois ligar para a pessoa para

saber se ela recebeu. Essas “inseguranças” ainda permeiam muitos de nós.

O professor se encaixa nesse conceito de Prensky e passa por um momento

difícil de transição onde se vê “obrigado” a adequar-se a tais mudanças.

Imposição, digamos, devido a essa sociedade tecnológica. Bancos, repartições

públicas e privadas, supermercados, escola... Todos estão aderindo à rapidez de

um mundo tecnológico.

Palfrey (2011, p.280) afirma com convicção que a escola do futuro precisará

de professores do futuro.

Porém ainda há um “conflito” dentro da escola que gira em torno dos que

sabem alguma algo sobre tecnologia, dos que querem aprender e dos que resistem

às pressões da modernização do ensino.

A atual discussão em torno dos nexos entre escola e tecnologia aponta para uma educação que venha atender às necessidades humanas na era da informação e para isso deve possuir algumas características: desenvolvimentos das habilidades de pensar criticamente, comunicar-se, resolver problemas e contextualizar; aprendizagem cooperativa; avaliação com base no desempenho; professor orientador/facilitador da aprendizagem; centros de aprendizagem que utilizem tecnologias variadas como recursos de ensino (WURMAN, 1989 apud SAMPAIO, 2011)

PROINFO/ NTE

O PROINFO – Programa Nacional de Informática na Educação - é um programa

educacional com o objetivo de promover o uso pedagógico da informática na rede

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 3 -

pública de educação básica. O programa leva às escolas computadores, recursos

digitais e conteúdos educacionais. Em contrapartida, estados, Distrito Federal e

municípios devem garantir a estrutura adequada para receber os laboratórios e

capacitar os educadores para uso das máquinas e tecnologias1. Foi criado pela

portaria nº 522/MEC, de 9 de abril de 1997.

O NTE - Núcleo de Tecnologia Educacional – é destinado à formação continuada

de professores da regional de sua abrangência na introdução das TIC (Tecnologia de

Informação e Comunicação) no processo de ensino-aprendizagem, bem como

orientação e acompanhamento dos projetos existentes nas IE.

A Portaria nº 218 de 18 de junho de 2009 – Regulamentou as atividades dos NTE

na Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF), bem como as

funções de coordenador, multiplicador e técnicos.

O NTE Ceilândia foi criado em 2009. Em 2010, começou sua estruturação e

organização do espaço físico.

A principal função do NTE é a capacitação de professores e gestores por

meio de cursos e/ou oficinas para utilização das tecnologias educacionais

existentes nas Instituições de Ensino (IE) e acompanhamento de capacitações de

outras instituições como UnB (Universidade de Brasília) e PUC/RJ (Pontifica

Universidade Católica).

Merece destacar também a sensibilização e a motivação das IE para

incorporação das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) ao seu fazer

pedagógico; o apoio, acompanhamento e avaliação das escolas na elaboração e

execução de seus projetos e programas de informatização por meio de visitas e/ou

coordenações mensais.

Mas o trabalho dos NTE se estende a realizar constantes pesquisas e atividades

relativas ao uso das TIC na educação. Promover o intercâmbio de experiências

1 Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=462&id=244&option=com_content&view=article

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 4 -

significativas de uso das TIC entre as IE, por meio de exposições, eventos e

trabalhos colaborativos.

Panorama

Ceilândia é a maior cidade-satélite do Distrito Federal. Está situada a 26

quilômetros do Plano Piloto de Brasília. Foi fundada em 1971. É a região

administrativa com a maior população do Distrito Federal e tem como cidades

vizinhas: Taguatinga, Samambaia, Brazlândia e entorno do DF, municípios goianos

de Águas Lindas de Goiás e Santo Antônio do Descoberto. População estimada em

aproximadamente 600 mil habitantes.

Dados Escolares

Tabela 1 - Dados escolares de acordo com o Censo 2012

QTE SIGLA ESCOLA

2 CAIC Centro de Atenção Integrada à Criança

52 EC Escola Classe

22 CEF Centro de Ensino Fundamental

1 CIL Centro Interescolar de Línguas

2 CEE Centro de Ensino Especial

3 CED Centro Educacional

6 CEM Centro de Ensino Médio

1 CEP Centro de Educação Profissionalizante

TOTAL 89 escolas Fonte: www.se.df.gov.br

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 5 -

Conta hoje com um número recorde de alunos e professores. São 85.639

alunos e 3200 professores distribuídos em 89 escolas,2 97% delas possuem

laboratórios de informática instalados.

Análise do problema

O NTE Ceilândia foi criado em 2009, com um número mínimo de componentes.

A partir de 2011, houve uma reestruturação e o núcleo foi composto por um

coordenador, quatro multiplicadores e três técnicos.

Nas primeiras visitas feitas às escolas em fevereiro pudemos comprovar que

não tínhamos laboratório de informática e sim depósitos de computadores. Os

computadores estavam lá, mas não eram utilizados.

Foto: Cleia Nogueira – Coordenadora do NTE Ceilândia

2 Fonte de dados: http://www.se.df.gov.br/?page_id=6758

Figura 1: Laboratório visitado pelo NTE

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 6 -

Foto: Alex Fernandes – Técnico do NTE Ceilândia

Fizemos um breve levantamento dos problemas existentes: Os estudos

comprovam a dificuldade do professor em lidar com os computadores,

principalmente com o sistema operacional LINUX.

Para Henry Jenkins (2009), estamos vivenciando a era da convergência e a

mesma não ocorre por meio de aparelhos, mas dentro dos cérebros desses

consumidores e em suas relações /interações sociais com outros.

“Cada um de nós, constrói a própria mitologia pessoal, a partir de pedaços e

fragmentos de informações extraídos do fluxo midiático e transformados em

Figura 2: Laboratório visitado pelo NTE

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 7 -

recursos através dos quais compreendemos nossa vida cotidiana.” (JENKIS 2009,

p.30)

Nosso desafio, então, era aproximar esses professores dessa cultura para que

os fluxos midiáticos citados por ele, Jenkins , pudessem existir de fato . E a partir

dessas experiências um novo pensar em educação surgisse, modificando as

relações/interações sociais entre alunos e professores.

Iniciamos nossos cursos com uma lista imensa de espera. Não tínhamos

espaço, máquinas, nem pessoal suficientes para ministrar as aulas e atender

adequadamente essa imensa clientela.

Observamos que muitos laboratórios não haviam sido ligados desde que

chegaram às escolas. O que dizer do conhecimento dos recursos, softwares dessas

máquinas destinados ao uso pedagógico?

Nossa solução proposta para atender essa realidade foi a de encontros in lócus

denominados por nós como Oficinas Pedagógicas , pois além de abordar os temas

relacionados com a demanda, os professores eram convidados a manusear as

ferramentas e recursos apresentados neste momento. Estar mais próximo dos

professores desmitificando esse universo tecnológico era primordial para a abertura

dos laboratórios de informática, alcançando assim, os alunos .

Características do professor imigrante digital na escola

De acordo com Prensky (2001), atualmente, a maioria dos professores não

possuem habilidades ou formação para lidar com os desafios oferecidos por estas

novas tecnologias.

Notamos características que se repetiam em vários professores nas escolas

por onde passamos. Eles:

Vivem “acuados” no meio da sociedade tecnológica.

Precisam encarar os próprios medos, enfrentar desafios.

Não têm, normalmente, quem o ensine em casa e/ ou na escola.

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 8 -

Os filhos/ os alunos preferem fazer alguma atividade no computador a

deixá-los agir sozinhos.

As oficinas

As oficinas surgem como uma alternativa para auxiliar esse professor

imigrante digital na sua alfabetização tecnológica. Segundo Sampaio e Leite (2011)

esse termo é:

... um conceito que envolve o domínio contínuo e crescente das tecnologias que estão na escola e na sociedade, mediante o relacionamento crítico com elas. Este domínio se traduz em uma percepção global do papel das tecnologias na organização do mundo atual e na capacidade do professor lidar com as diversas tecnologias, interpretando sua linguagem e criando novas formas de expressão, além de distinguir como, quando e por que são importantes e devem ser utilizadas no processo educativo. (p.75)

Todo caminho à frente apresentava obstáculos, muitos dos quais pareciam

insuperáveis, mas, de alguma maneira, teriam de ser solucionados. Seguem alguns:

● Sistema Operacional Linux versus Windows;

● Desconhecimento dos programas educacionais já instalados nas máquinas;

● Falta de tempo para a exploração desses recursos no seu ambiente de

trabalho;

● Distanciamento entre alunos e professores pelos meios midiáticos.

Como mudanças para este panorama, primeiro seria necessária uma

intervenção direta, in lócus; adentrar o território familiar do professor e se pôr

aliado neste universo tecnológico.

O segundo momento, é a apresentação do Sistema Operacional Linux

Educacional ao grupo, pois tínhamos a certeza de que os professores desconheciam

os Programas Educacionais instalados nas máquinas e seu potencial pedagógico.

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 9 -

Deveríamos aproximar o professor e ambientá-lo neste novo universo, o

tecnológico. Pois para Jenkins (2009), a convergência também ocorre quando as

pessoas assumem o controle das mídias (p.45). Desta forma, aproximando as

realidades de dois mundos: da sociedade e da escola.

A relação direta com o professor no seu ambiente de trabalho fez destruir

preconceitos de dificuldades; de obrigatoriedade do Estado/Direção.

Em seu espaço, o professor sente-se à vontade para fazer uso das máquinas do

próprio laboratório. Conferiu-lhe a certeza de que o “erro” faz parte do

aprendizado e de quem está no comando é o homem.

Foto: Sandra Campêlo – multiplicadora NTE Ceilândia

Figura 3: Oficina realizada pelo NTE

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 10 -

Foto: Sandra Campêlo – multiplicadora NTE Ceilândia

Foto: Adriana Moura – multiplicadora do NTE Ceilândia

Figura 4: Oficina realizada pelo NTE

Figura 5: Oficina realizada pelo NTE

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 11 -

Disponibilizamos um espaço de comunicação constante com o professor e a

escola na internet: nteceilandia.blogspot.com.br . Nele informamos sobre novas

formações, novas tecnologias em sala, softwares educacionais, dentre outros.

A qualidade do Blog é reconhecida pelo próprio MEC (Ministério da Educação e

Cultura) que incluiu nosso link em seu portal como referência de pesquisa e estudo.

Fonte: nteceilandia.blogspot.com

Todo nosso trabalho recebe avaliação dos próprios professores para colher as

opiniões dos colegas a fim de verificar a importância, adequação e dificuldades de

aplicação, além de sugestões para aprimorar nossa prática. Segue alguns trechos

das avaliações

“As novas tecnologias já fazem parte da vida do aluno e os atraem muito,

portanto será um ótimo instrumento na minha prática porque é lúdico.”

“Ainda não conhecia o programa e não sabia utilizar, as dicas começaram a

clarear as ideias para um uso com sucesso e bom aproveitamento futuro.”

Figura 6: Blog do NTE Ceilândia

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 12 -

“A oficina ministrada na EC 16 foi um sucesso. Os professores ficaram

satisfeitos em descobrir que o computador não é um bicho de sete cabeças.”

“Precisamos de outros momentos como este. Ainda temos muito a aprender.”

“Estimula o professor a somar novas tecnologias a sua prática pedagógica.”

“É sempre bom colocar a tecnologia no cotidiano da sala de aula.”

“Eu desconhecia o uso deste programa e a possibilidade do uso do mesmo em

minha prática pedagógica.”

“Pode-se aprender de forma prazerosa e usando novas tecnologias.”

“As ferramentas me dá a oportunidade de ensinar de forma prazerosa para a

criança.”

“Trabalho na sala de recursos e temos uma parceria com o laboratório de

informática da nossa escola, com certeza ao trazermos os ANEE,s para o laboratório

usaremos essas ferramentas do Linux.”

“O programa possui muitas ferramentas interessantes que vão estimular a

curiosidade das crianças.”

É necessário registrar a importância desses dados para dar vida a nossa

prática e ainda, diante do exposto validar nossa ação: as oficinas cumprem seu

papel.

Podemos comprovar que a partir das oficinas houve de fato a abertura dos

laboratórios de informática pelos professores, e principalmente a participação dos

alunos com atividades voltadas no ensino-aprendizagem.

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 13 -

Considerações Finais

O novo levantamento feito neste ano já mostra um quadro diferente do ano

anterior. Muitos laboratórios estão funcionando, mesmo sem o auxílio de um

professor coordenador3.

Nossa meta é continuar atendendo a todos os professores de Ceilândia desde a

Educação Infantil até o Ensino Médio, com oficinas de criação de vídeo, edição de

áudio, edição de imagem, Geogebra (software de matemática), Hagáquê (criação

de histórias em quadrinhos), abrangendo os diversos segmentos /disciplinas dessas

modalidades.

3 Refere-se a um professor que tem como função primordial: orientar e auxiliar os demais professores, acompanhando-os no

planejamento, articulando propostas integradas ao laboratório de informática e outros recursos midiáticos.

Foto: Sandra Campêlo – multiplicadora NTE Ceilândia

Figura 7: Atendimento dos alunos após a realização da oficina na

escola

Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação

- 14 -

O interesse gerado pelos nossos professores após esses encontros, bem como,

a solicitação de outros mais, nos motivo a expandir essa estratégia, aproximando

cada vez mais professor e tecnologias disponíveis no âmbito escolar.

Deve também pautar-se na formação continuada na busca de um professor

mais próximo da realidade do seu aluno, capaz de analisar criticamente sua escola

e a comunidade em volta e do mundo, além de intervir na transformação desta

realidade.

Não podemos reduzir a complexidade da apropriação tecnológica e midiática

do nosso professorado à apenas as oficinas, mas desta forma estamos gerando

conhecimento, produzindo novas práticas pedagógicas e envolvendo juntos na

busca de inovações, tornando nosso professor autônomo neste contexto

tecnológico.

Referência bibliográfica

JENKINS, Henry. Cultura da convergência. 2. ed. São Paulo: Aleph, 2009. PALFREY, John e GARSSER, Urs. Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração de nativos digitais. Artmed, 2011. PRENSKY, Marc. Digital Natives, Digital Immigrants. NCB University Press, vol.9, nº5, Oct. 2001. Disponível em:<http://www.marcprensky.com/writing/Prensky%20-%20Digital%20Natives,%20Digital%20Immigrants%20-%20Part1.pdf>. Acesso em: 16 mai. 2012. SAMPAIO, Marisa Narcizo e LEITE, Lígia Sílvia. Alfabetização Tecnológica do professor.9ª ed. Editora Vozes, 2011.

1 Adriana MOURA, Profa. Especialista em Língua Portuguesa e Tecnologias na Educação Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEE-DF) Núcleo de Tecnologia Educacional [email protected] 2 Sandra CAMPELO, Profa. Especialista em Língua Portuguesa, em Educação à Distância e em Tecnologias na Educação Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEE-DF) Núcleo de Tecnologia Educacional [email protected]