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# 159 ano XXXIX MARÇO/ABRIL 2012
Os projetos de transportes e logística que tornam possível levar e trazer tudo aquilo que a imaginação
concebe e que o desenvolvimento exige
Balsa no Porto de Belém carregada com equipamentos destinados ao canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte
ASSIM SE FAZ O CAMINHO
II informa
1informa
foto
: Lia
Lu
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informa
Edição online Acervo online iPad e smartphone Videorreportagem Blog
> Logística “verde” da Braskem permite a utili-zação de empilhadeiras elétricas cuja tecnologia é 100% sustentável e contribui para a redução de gases poluentes
> Nos Estados Unidos, 95% da produção da Braskem chega aos clientes por trem, otimizando os cus-tos e o tempo gasto nas operações
> Em funcionamento desde 1985, Estrada de Ferro Carajás passa por obras para duplicação de alguns trechos e a expansão de 114,7km
> Reportagens, artigos, vídeos, fotos, animações e infográficos nas versões para iPad e smartphone
> Acessando a app Store através do seu iPad, você pode baixar, gratuitamente, as edições da revista
> Você pode ler Odebrecht Informa no seu smartphone. Acesse, do dispositivo, o endereço www.odebrechtinforma.com.br
> Envie comentários e sugestões para [email protected]
Leia no blog de Odebrecht Informa os posts escritos por repórteres e editores da revista.
> Aos 31 anos, Thiago Nehrer fala sobre os desafios de fazer parte de uma grande empresa
> Maior da América Latina, o Porto de Santos celebra 120 anos em 2012
> Conheça a história de um alfaiate angolano que transforma em arte os tecidos típicos de seu país
> Quando a pesquisa cientí-fica dá as mãos à prática, reflorestar ganha um novo significado
> Na quarta entrevista do projeto Saberes, Gilberto Neves, Diretor-Superintendente da Odebrecht nos Estados Unidos, fala de momentos marcantes de sua trajetória nos países onde atuou
> Hidrelétrica de Belo Monte, em construção no Rio Xingu, no Pará, utiliza a alternativa fluvial para transportar materiais e equipamentos
> Construção de linhas de metrô em Caracas e Los Teques é destaque nos investimentos da Venezuela em mobilidade urbana
A vitóriA é de quem AcreditAProjeto Acreditar qualifica trabalhadores e contribui para o desenvolvimento de comuni-dades próximas à Hidrelétrica Teles Pires
> Acesse as edições anteriores de Odebrecht Informa, desde a nº 1 e faça o download do PDF completo da revista
> Relatórios Anuais da Odebrecht desde 2002
> Publicações especiais (Edição Especial sobre Ações Sociais, 60 anos da Organização Odebrecht, 40 anos da Fundação Odebrecht e 10 anos da Odeprev)
> Você pode acessar o conteúdo completo desta edição em HTML ou em PDF
Odebrecht informa em mídias digitaisSite: www.odebrechtonline.com.br
Leia também a revista no seu iPad e no seu smartphone
informa 3
Odebrecht informa em mídias digitais
cApAIlustração de Rico Lins&pessOas
nOtícias
#159transportes e logística
construção de anel rodoviário em Lisboa e ampliação do metrô do porto simbolizam um novo ciclo de avanço da infraestrutura de transportes de portugal
rota do Sol e trem elétrico, soluções emblemáticas para a melhoria da mobilidade na colômbia e no peru
programas de comunicação são destaque na atuação das conces-sionárias com participação da Odebrecht transport
Ferrovia transnordestina: nos trilhos do desenvolvimento, a ligação entre o interior e os portos
As soluções de acessibilidade que irão beneficiar regiões populosas em pernambuco e no rio de Janeiro
concessões: em quatro estados brasileiros, a busca de uma presta-ção de serviço de qualidade a usuários de trens, metrôs e rodovias
paulo cesena e os desafios da Odebrecht transport, uma empresa cada vez mais focada na relação direta com o público
Sistemas construtivo e de logística permitem a execução do projeto habitacional Jardins mangueiral, em Brasília, em ritmo acelerado
Saiba de que forma os petroquímicos básicos chegam aos clientes: rodovias, ferrovias, hidrovias e dutovias fazem o caminho da Braskem
em caracas e Los teques, um retrato dos investimentos da venezuela para o aprimoramento da mobilidade urbana
Os desafios e as histórias da Olex, uma empresa que está presente em cada movimento das equipes da Organização
O engenheiro argentino diego casarin: família, trabalho e as lembranças de muitos momentos mágicos proporcionados pelo basquete
Belo monte: execução da hidrelétrica, no pará, tem entre seus destaques a estratégia de logística baseada na integração de modais
importações de equipamentos e materiais para o projeto ptA pOY pet, em pernambuco, envolvem até 17 países e 30 cidades
Autoestradas, vias expressas, avenidas: nas grandes cidades e no interior, Angola abre caminhos para crescer
Gente: saiba o que faz Juliana Lima, paulo Brito e Juliana calsa sentirem-se permanentemente motivados a fazer sempre mais e melhor
combatendo os gargalos: a contribuição do terminal embraport, no porto de Santos, e da dutovia desenvolvida pela Logum
OOG é a primeira empresa brasileira a construir e operar navios pLSvs, por meio dos quais são instalados dutos flexíveis em águas ultraprofundas
Gustavo prisco escreve sobre a necessidade (e a urgência) de o Brasil resolver seus gargalos de infraestrutura de transportes e logística
OrGANiZAÇÃO
ALemANHA
deSeNvOLvimeNtO de peSSOAS
SABereS
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12
16
1822
26
30
3336
40
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foto de capa: guilherme afonso
4 informa
eDitORiaL
O que não está no dicionário
No Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, “gargalo” é definido assim:
“parte superior de garrafa ou doutra vasilha, com entrada estreita”. Na
vida de um país, o outro significado desse substantivo masculino pode
explicitar um dos maiores riscos para o seu desenvolvimento.
A urgência em aprimorar as infraestruturas de transportes e logística é um de-
safio que confronta o Brasil e outros países com seu potencial de avanço e cresci-
mento no mercado interno e externo. Não basta ter bons produtos. É preciso fazer
com que cheguem aos clientes, com qualidade e no prazo estabelecido. Para isso, é
imprescindível que uma complexa engrenagem funcione corretamente. Dos cen-
tros produtores às estradas e ferrovias e, delas, aos portos – dessa forma, constro-
em-se os caminhos que poderão conferir a um país o atendimento das necessida-
des de seus habitantes e o aumento de sua competividade internacional.
Ao buscar soluções para atender seus clientes, as empresas da Organização
Odebrecht participam dos esforços do Brasil e dos outros países para ampliar e
modernizar suas infraestruturas de transporte e logística.
Nesta edição de Odebrecht Informa, em que o destaque são os projetos da Or-
ganização no setor de Transportes e Logística, você encontrará histórias que em-
blematizam o esforço de cidades, estados e nações para solucionar seus gargalos,
que podem se referir ao escoamento da produção para o mercado doméstico, à
exportação e à importação, mas que também podem dizer respeito a questões
como a boa prestação de um serviço público por concessionárias de rodovias ou a
melhoria da qualidade do transporte público de massa, com a ampliação de redes
metroviárias e a construção de sistemas viários urbanos.
Da importação de um equipamento de grande porte necessário à construção da
Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, à ampliação do Metrô de Caracas, passando
pela movimentação de petroquímicos básicos produzidos pela Braskem e a execu-
ção de vias expressas em Angola, as equipes da Odebrecht, com seu conhecimen-
to e espírito de servir, lançam-se cotidianamente à tarefa de ajudar as comunida-
des nas quais atuam a resolverem seus gargalos e a evitarem que seus sonhos e
objetivos fiquem presos dentro da garrafa dos sonhos não realizados. Porque abrir
mão de objetivos e da esperança de tempos melhores decididamente não faz parte
do dicionário dos integrantes da Organização Odebrecht.
Boa leitura.
“ao buscar soluções para atender seus clientes, as empresas da Organização Odebrecht participam dos esforços do Brasil e dos outros países para ampliar e modernizar suas infraestruturas de transporte e logística”
6 informa
6
Históriaos cAmInHos dA
texto Luiz CarLoS ramoS fotos Edu SimõES
7informa
6
HistóriaNo Porto e em Lisboa, projetos metroviários e rodoviários são executados em sintonia com a preservação do patrimônio cultural e arquitetônico
Cidade do Porto: ampliação do metrô permite ligação do centro histórico ao Rio Douro e à vizinha Vila Nova de Gaia
8 informa
grande avanço de Portugal no aprimora-
mento de sua infraestrutura nos últimos
25 anos, consequência da entrada do país
na União Europeia, em 1986, fez com que
o território nacional seja, hoje, cortado de
norte a sul por modernas autoestradas e por trens rápi-
dos, em contraste com as limitações que existiam até o
início dos anos 1980. Pontes, viadutos e túneis reduzem
distâncias e ampliam a presença de turistas de outras re-
giões da Europa, atraídos pelo clima quente e por lindas
praias, montanhas, planícies, castelos, uma culinária apai-
xonante e vinhos que estão entre os melhores do mundo.
Nesses anos de novo ciclo de evolução, as duas maio-
res cidades do país, Lisboa e Porto, ganharam linhas de
metrô e extensas autopistas, que convivem com as ruas
estreitas de bairros românticos e históricos. A partici-
pação da Odebrecht International na construção desse
cenário ocorre por meio da Bento Pedroso Construções
(BPC), responsável por diversas obras no país. Três das
mais recentes acabam de ser concluídas: duas na região
de Lisboa e uma na área do Porto.
O complexo de autopistas da capital portuguesa ficou
ainda mais extenso e dinâmico em 2011, com a inaugu-
ração de um novo trecho da Circular Regional Interior
de Lisboa – Cril, que significou a conclusão do rodoanel
que interliga as duas travessias rodoviárias do Rio Tejo:
as pontes Vasco da Gama e 25 de Abril. Já a partir do su-
búrbio de Almada, do outro lado do Rio Tejo, a Ponte 25
de Abril une-se à autoestrada do Baixo Tejo, cujo trecho
mais novo também foi construído pela BPC, facilitando o
acesso a praias frequentadas pela população lisboeta e
por turistas.
Por sua vez, o metrô da cidade do Porto, no norte do
país, composto de seis linhas, ganhou outra extensão em
uma de suas linhas mais movimentadas, a que liga o cen-
tro histórico ao Rio Douro e à vizinha Vila Nova de Gaia,
cidade de expressiva atividade industrial.
As obras portuguesas de transporte e infraestrutura
vão prosseguir nos próximos meses. A Odebrecht Inter-
national, por meio da BPC, está entre as seis empresas
do Consórcio Elos, Ligações de Alta Velocidade S.A., res-
ponsável pela construção de trechos da futura linha de
trem rápido que conectará Lisboa a Madri em apenas três
horas. O projeto original vem passando por alterações e
deverá ser liberado pelos governos de Portugal e da Es-
panha, interessados em facilitar o acesso de turistas à
Península Ibérica.
desafios de uma obra urbanaA Circular Regional Interior de Lisboa – Cril tem 21 km
e atravessa todo o norte da cidade, tornando ágil a ligação
entre o Aeroporto Internacional, a Estação Ferroviária do
Oriente e a Ponte Vasco da Gama, além de se interligar
a outras vias rápidas. Trata-se de um autêntico rodoanel,
que ficou praticamente completo em abril de 2011, com
a conclusão do trecho de 3,7 km entre Buraca e Ponti-
nha, passando por Lisboa, Amadora e Odivelas e por nove
bairros, entre os quais Benfica, onde se situa o estádio do
popular clube de futebol que leva o nome do bairro.
A BPC, contratada pela empresa Estradas de Portugal
S.A. para essa etapa do complexo, cumpriu a missão em
pouco mais de três anos. A realização das obras exigiu a
demolição de casas e a remoção de 1.600 famílias mora-
doras da área, reurbanização, a abertura de túneis, trevos
e acessos e a preservação de dois históricos aquedutos:
O
Cril: anel viário que atravessa todo o norte de Lisboa
9informa
o das Águas Livres e o das Francesas. O Aqueduto das
Águas Livres, com seus arcos, tem quase 300 anos, re-
sistiu ao terremoto de 1755, continua sendo utilizado e é
atração turística.
José Joaquim Ferreira Martins, Diretor de Contrato,
explica: “Foi uma ação muito desafiadora, por causa da
situação urbanística, que exigiu grande movimento de
terra. Nesse trecho de quase 4 km, tivemos de fazer dois
túneis, o Benfica, de 1.446 m, que passa junto a um aque-
duto, e o de Venda Nova, de 300 m.” A obra contou com a
participação de 3.181 trabalhadores, dos quais 85% eram
portugueses e 15% de outras nacionalidades.
Antonio Martins, técnico responsável pelo relaciona-
mento com a comunidade, recorda: “Era preciso expli-
car aos motoristas o porquê dos congestionamentos de
trânsito ocorridos durante a obra. Também foi necessário
argumentar com os moradores removidos por causa da
reurbanização sobre a necessidade da autopista para a
cidade.” José Joaquim Martins relata: “Um dia antes da
inauguração, o trecho foi aberto para que apenas as pes-
soas o percorressem a pé”.
Nos túneis, a iluminação é moderna, há sinais
de trânsito luminosos e alto-falantes para alertar
os motoristas sobre risco de acidentes e congestio-
namentos. Os muros de concreto laterais são deco-
rados com desenhos de grafiteiros. “Nosso cliente,
Estradas de Portugal, organizou um concurso para
premiar os melhores grafiteiros. Com a ocupação
dos espaços por esses desenhos, evitou-se o risco
da pichação predadora”, relembra José Joaquim
Martins, que se prepara para integrar a equipe diri-
gente das obras de construção do trecho português
da Ferrovia Lisboa-Madri, pela qual trens ultravelo-
zes unirão as duas capitais.
10 informa
Novo acesso às praiasApesar de as praias portuguesas mais visitadas por
turistas estrangeiros serem as da região de Algarve, no
extremo sul do país, onde o sol brilha em todas as esta-
ções do ano, entusiasmando principalmente visitantes do
norte europeu, a região de Lisboa também é privilegiada
com belos balneários, na área de Estoril e Cascais e na do
outro lado do Rio Tejo, o chamado Baixo Tejo. A Ponte 25
de Abril, inaugurada em 1966 e que recebeu esse nome
em 1974, em homenagem à Revolução dos Cravos, que
democratizou o país, é o acesso mais direto a Almada e às
praias daquela margem, junto ao rio e ao mar.
A Autoestrada do Baixo Tejo integra um conjunto
de 70 km de infraestruturas, uma extensão sul do
anel viário da região de Lisboa, caminho direto para
as praias. O lote norte dessa obra coube à BPC, jun-
tamente com a Lena e a MSF, tendo como cliente a
empresa Estradas de Portugal. O Diretor de Contrato
Bruno Medeiros fala sobre a recente construção de 4
km de duas pistas desse complexo, próximo aos bal-
neários de Caparica: “No trajeto, havia enormes pos-
tes de linhas de alta-tensão, que teriam de ser deslo-
cados, com permissão da empresa de eletricidade, o
que retardou os trabalhos em um ano. Mas, com pa-
ciência e segurança, conseguimos superar o desafio,
e a obra foi inaugurada em 18 de novembro de 2011,
com traçado moderno, quase sem curvas”.
Gonçalo Matos, Responsável por Engenharia, sa-
lienta que não apenas o turismo sai beneficiado: mui-
tas pessoas moram naquela região e trabalham na área
central de Lisboa. “Houve necessidade de demolição de
casas e construção de viadutos”, diz. “Quem reclamava
dos congestionamentos na época da obra agora percebe
o quanto ficou mais rápido o caminho pelo Baixo Tejo.”
O metrô do porto cresceAté 2002, a cidade do Porto não tinha metrô. Havia
apenas antigos bondes elétricos, ruas estreitas e obras
de autopistas. Em apenas 10 anos, a rede metropolitana
ganhou seis linhas, entre as quais uma que leva ao aero-
porto. O sistema, integrado por 81 estações, das quais 14
são subterrâneas, é basicamente de superfície, mas com
7 km de túneis. Os trens amarelos, de tecnologia france-
sa, silenciosos e modernos, servem a sete municípios –
Porto, Póvoa do Varzim, Vila do Conde, Maia, Matosinhos,
Gondomar e Vila Nova de Gaia – e contribuíram para a
retirada de milhares de automóveis das ruas.
A BPC, que já vinha ao longo dos anos participando da
ampliação do Metrô de Lisboa, executou, em dois anos,
em parceria com a empresa Lena, as obras de prolonga-
mento da linha D, que une o Centro Histórico à Estação
Ferroviária de São Bento, ao Hospital Central do Porto e
Estação do Oriente: com a Cril, conexão mais ágil com o Aeroporto Internacional e com a Ponte Vasco da Gama
Composição do Metrô do Porto: em apenas 10 anos, a rede ganhou seis linhas
11informa
ao Polo Universitário. Em 15 de outubro de 2011, em Vila
Nova de Gaia, foram entregues uma nova estação, a Santo
Ovídio, a remodelada estação D. João II e o trecho de linha
que liga essas duas estações, na movimentada Avenida
da República.
Luís Temido, com a experiência de ter participado
de várias obras viárias em seus 19 anos de Odebrecht,
foi o Diretor de Contrato das obras do Metrô do Porto.
Ele relembra: “A nova estação é subterrânea, sob uma
praça onde se cruzam duas ruas e a principal avenida
da cidade. Com isso, tivemos da fazer um túnel para
o tráfego dos automóveis, por debaixo da passagem
destinada aos vagões do metrô e em paralelo a ela”.
Esse túnel foi aberto ao trânsito em 30 de janeiro de
2012. “O grande desafio da obra foi a necessidade de
executá-la sem a interrupção do fluxo diário de milha-
res de pedestres e veículos na área”, relata Temido.
A equipe direta de Luís Temido era formada pratica-
mente só por portugueses. Do time, fazia parte também
uma jovem engenheira brasileira, Mariza Maria de Souza
Ferreira, nascida na Bahia e radicada em Portugal desde
criança. Há três anos na Odebrecht, Mariza explica que o
moderno metrô tornou mais atraente a cidade do Porto,
sem violentar as características históricas. “A linha recen-
temente ampliada é aquela que percorre a velha ponte
de ferro, construída por Gustave Eiffel, o mesmo da Torre
Eiffel, de Paris. Essa ponte sobre o Rio Douro une o Porto
a Vila Nova de Gaia e faz parte do mais belo cartão-postal
da região”. Em Gaia, junto ao cais do rio, estão as várias
adegas do famoso vinho do porto, cuja produção chega do
alto Douro em tonéis de carvalho.
Há um projeto para ampliar ainda mais a linha de
metrô, que agora termina em Santo Ovídio, que deverá
beneficiar bairros de casas populares onde vivem mais
de 17 mil pessoas. Luís Temido afirma acreditar em
novos ciclos de obras na região do Porto e nas demais
áreas de Portugal.
“Navegar é preciso; viver não é preciso”, escreveu, há
quase 100 anos, o poeta português Fernando Pessoa,
ressaltando o lema dos antigos navegadores. Os versos
de Pessoa continuam representando inspiração para a
gente portuguesa de hoje: “Cada vez mais ponho da es-
sência anímica do meu sangue o propósito impessoal de
engrandecer a pátria e contibuir para a evolução da hu-
manidade. É a forma que em mim tomou o misticismo
da nossa raça”.
Autoestrada do Baixo Tejo: benefício para turistas e morado-res, ao facilitar o acesso ao litoral
12 informainforma12
planeta Terra realiza dois tipos de movimento: a
translação, elíptico em volta do sol, e a rotação, em
torno de seu próprio eixo. A lição é muito conhecida,
ensinada no colégio, nos primeiros anos da educação
formal brasileira. Pois é justamente o movimento de
rotação que faz com que Alcântara, pequena cidade à
beira da Baía de São Marcos, no Maranhão, seja um
dos principais pontos do mundo para o lançamento de
foguetes e satélites.
O município está localizado muito próximo à Linha
do Equador. Isso permite ao veículo lançador utilizar de
forma mais eficiente o movimento de rotação da Terra
para executar seu trabalho. Simplificando, pode-se di-
zer que ele “aproveita” esse movimento, em razão da
localização provilegiada da base. Isso possibilita uma
economia de até 30% do caríssimo combustível utiliza-
do. Por esse motivo, os equipamentos são capazes de
suportar cargas mais pesadas que o normal. “É uma
grande vantagem que pode colocar o Brasil em desta-
que no aquecido mercado mundial de lançamento de
satélites”, comenta Clóvis Costa, Gerente de Produção
da Odebrecht.
Em Alcântara, está sendo construída uma das bases
de lançamento mais avançadas do mundo. Com ela, o
Brasil entrará para um seleto grupo de oito países com
esse tipo de tecnologia. A Odebrecht Infraestrutura
está realizando as obras civis, participando do Consór-
cio Cyclone 4, ao lado da Camargo Corrêa. O cliente da
obra é binacional, a Alcântara Cyclone Space, uma par-
ceria entre os governos do Brasil e da Ucrânia.
O nome Cyclone vem do foguete que será utilizado
nos lançamentos, o Cyclone 4. Considerado um dos
mais seguros e eficazes do mundo (atinge três tipos
de órbita), ele tem o impressionante recorde de ape-
nas quatro falhas em 226 lançamentos até hoje. Ape-
nas outras sete nações detêm tecnologia de propulsão
similar: Estados Unidos, Rússia, Índia, China, França,
Japão e Cazaquistão.
Para a construção da base, iniciada em 2011, é ne-
cessária a supressão de uma área de vegetação de cer-
ca de 100 hectares. Nesse espaço, estarão localizadas
áreas de estoque de combustíveis e de montagem e
acoplagem de foguetes e satélites. Um trilho de ferro
de aproximadamente 800 m que levará o foguete para
A VIDA EM movimento
12
13informa
José Eduardo: aprendizados precisam se converter em
a área de lançamento propriamente dita.
Babaçu e sustentabilidade
A vegetação predominante na área é o babaçu, uma
espécie de palmeira, da qual são retirados o óleo e a
palha. Será realizado um replantio ostensivo da mata
em outra região. Mas o que fazer com a madeira reti-
rada (que não é de alto valor comercial) e que normal-
mente seria descartada?
A partir de uma ideia criativa do Gerente de Produ-
ção Clóvis Costa e sua equipe, o Cyclone 4 conseguiu
criar um ciclo sustentável para o babaçu, que foi reinte-
grado à paisagem natural, tornando possível a preser-
vação da identidade visual maranhense em um muni-
cípio de importância histórica como Alcântara, ocupado
pela primeira vez no século XVII, pelos franceses.
Uma das mais belas praias da região é a dos Gua-
rás. Por causa do avanço da maré, a única passagem
para esse santuário ecológico começou a ruir, pratica-
mente fechando qualquer travessia terrestre. A estra-
da ficava cada vez mais estreita. O Consórcio Cyclone
4 construiu um talude (plano inclinado que limita um
aterro) utilizando o babaçu e alargou a estrada. Além
da palmeira, foi usada também uma manta porosa ge-
otêxtil. A tecnologia faz com que a água do mar bata e
volte sem danificar a encosta.
A obra foi essencial para a sustentabilidade da co-
munidade local. O pescador Luiz Santana Cantanhêde,
51 anos, corria o risco de ter sua atividade encerrada
devido ao fim iminente da passagem. “Agora posso
continuar minha pesca, além de outras atividades,
como levar turistas para o outro lado margem, onde
há uma praia muito bonita”, diz. “O mais interessante é
que respeitamos a identidade visual da região. O talude
de babaçu é confortável para os olhos, pois não des-
toa da paisagem”, acrescenta Coriolano Bahia, Gerente
Administrativo da Odebrecht.
Da forma como foi colocado o talude, até mesmo ve-
ículos maiores, como microônibus, podem passar por
ali. Quem também se beneficiou com a solução foi Lin-
coln Salles, 33 anos, dono da Pousada dos Guarás, uma
pequena pérola próxima ao mar e ao mangue, onde o
hóspede desfruta do melhor suco de bacuri da região.
A pousada simplesmente ficaria isolada do mundo. A
passagem estreita já não possibilitava sequer o trânsito
dos fornecedores de alimentos. Mas a situação mudou.
“Foi uma solução ambiental, que respeita a vegetação
daqui. Um exemplo que poderia ser seguido pelas au-
toridades”, destaca Lincoln.
Ponte de babaçu
Comunidade e turistas de Alcântara não foram os
únicos a saírem ganhando com as soluções susten-
táveis do babaçu. Clóvis Costa usou a mesma técnica
dentro da própria obra. Ele criou uma ponte (uma pas-
sagem rente ao chão) em cima de um Igarapé com a
palmeira local. A ponte liga os lados leste e oeste da
obra. Antes da ponte, os caminhões e veículos eram
obrigados a percorrer uma distância de 12 km para
chegar de um lado a outro do projeto.
A passagem de babaçu é uma solução inédita e eco-
lógica. Ela não atrapalha o fluxo da água, que atravessa
a madeira e mantém as características daquele ecos-
sistema. E mais: com a diminuição do percurso, reduz
13informa
A VIDA EM movimentotexto zaCCaria Junior fotos bruna romaro
Rota do Sol e Trem Elétrico
emblematizam os investimentos da Colômbia e do
Peru em projetos de mobilidade
Passageiros no Trem Elétrico de Lima: contribuição decisiva para a melhoria do sistema de transporte público de massa na capital peruana
informa
ma rodovia que liga Bogotá a portos no
Atlântico (Costa do Caribe). Um sistema de
metrô em Lima que reduz o percurso, an-
tes feito por carro em duas horas e meia,
para 30 minutos. Projetos muito diferentes
em seus formatos, mas totalmente sinérgicos quando
levada em questão uma das principais preocupações da
vida moderna: a mobilidade. Reconhecido mundialmente
como expert no assunto, o geógrafo Tim Cresswell, em
seu livro On the move: mobility in the modern western
world, editado pela Routledge, em 2006, já alertava para
o fato de o fenômeno da mobilidade envolver uma diver-
sidade de fatores e processos que estão presentes, ao
mesmo tempo, na estruturação básica do sistema pro-
dutivo e no cotidiano das pessoas, passando pelo sistema
de transportes e pela gestão pública desses espaços.
Ligando extremosA Rota do Sol é a mais importante rodovia da Colôm-
bia. São 1.071 km que concentram 70% do Produto In-
terno Bruto (PIB) do país ao seu redor e conectam seus
dois centros urbanos mais importantes, Bogotá e Mede-
lín, com a Costa do Caribe. Destino de investimentos da
ordem de US$ 2,5 bilhões, a concessão da rodovia está
dividida em três setores. O Setor Dois, o mais importante
e extenso (528 km), está sob responsabilidade da Con-
cessionária Rota do Sol S.A.S., liderado pela Odebrecht
(62,1%) e composto ainda das colombianas Corficolom-
biana (33%) e Solarte (4,99%), representando investi-
mento de, aproximadamente, US$ 1,5 bilhão. Além de
a Odebrecht atuar como investidora no projeto (o que
contempla a operação e a manutenção da rodovia por 25
anos), a empresa está presente também no braço cons-
trutor. A obra, iniciada em maio de 2011, com previsão
para ser concluída em cinco anos, está sob responsabi-
lidade do Consorcio Constructor Ruta del Sol (Consol),
formado pela Odebrecht e pelas colombianas Corfico-
lombiana e CSS Constructores S.A.
Segundo Eder Ferracuti, Presidente da Concessioná-
ria Rota do Sol S.A.S., as melhorias que estão sendo fei-
tas na rodovia facilitarão o pleno exercício de sua vocação.
“É uma rodovia de transporte de carga. O trânsito médio
diário no Setor Dois é de 20 mil veículos, e 70% dessa
frota é representada por veículos pesados. A necessida-
de de melhoria da infraestrutura é fundamental para a
elevação da competitividade colombiana”, ele comenta.
“A melhoria na infraestrutura rodoviária tem um impacto
direto na redução do custo de operação veicular, que se
reflete diretamente na redução dos custos do comércio
exterior”, completa.
As estimativas do Governo colombiano são de que
as melhorias na Rota do Sol venham a contribuir para
a redução de 5% do custo de operação veicular, que re-
presenta 4% da economia nos custos de mobilização de
bens nesse corredor. Isso representaria ganhos adicio-
nais para a nação de até US$ 1,5 bilhão/ano.
“A Odebrecht também está se posicionando no país
como uma empresa de investimentos em infraestrutura.
A Colômbia é um país bastante interessante, com muitas
possibilidades e muito para se fazer”, avalia o Presidente
da Odebrecht Colômbia, Luiz Antonio Bueno Junior. “O
tempo de viagem entre Bogotá e a costa do Caribe dimi-
nuirá de 16 horas para 10 horas”, ele ressalta.
O Ministro do Transporte da Colômbia, Germán Car-
dona Gutiérrez, salienta que a Rota do Sol é um projeto
estratégico para seu governo. “Estamos iniciando uma
nova era de concessões na Colômbia, e esse é o primeiro
exemplo da nova fase de concessões. Precisamos deter-
minar a pauta da ordem, do cumprimento e da eficiência
para que os colombianos possam ter uma visão muito
clara de que esses projetos de infraestrutura viária vão
realmente impactar a economia colombiana e o nosso
desenvolvimento”, enfatiza Germán Cardona.
Nos trilhos da mobilidadeCom população superior a 8 milhões de pessoas,
Lima tem uma estrutura de transporte de massa ainda a
ser desenvolvida. A informalidade nos sistemas de ônibus
e táxi na capital peruana acaba comprometendo a quali-
dade do tráfego e leva as pessoas a recorrerem a veículos
14
u
15informa
próprios. Esse efeito dominó resulta em grandes conges-
tionamentos em qualquer horário do dia. Paralelamente
à problemática, corria um projeto antigo de sistema de
metrô – conhecido no país como Trem Elétrico -, iniciado
durante o primeiro mandato do Presidente Alan García,
na segunda metade da década de 1980, e interrompido
antes de sua conclusão. O projeto foi retomado pelo pró-
prio Alan García no fim de 2009, quando foram somadas
nove estações às sete já existentes e adicionados 13 km
de linha aos 9 km já construídos. Foram necessárias, po-
rém, adaptações e atualizações estruturais. Para se ter
ideia dos resultados obtidos com a implantação do Trem
Elétrico, o trajeto da primeira à última estação do Metrô
de Lima leva 30 minutos. O mesmo percurso feito de car-
ro não leva menos de duas horas e meia.
Carlos Nostre, Diretor do Contrato do Trem Elétrico,
comenta: “Não existe dúvida em relação à necessidade
desse sistema de transporte para a realidade daqui. Con-
quistamos um empreendimento muito di-
fícil, com o prazo desafiador de 18 meses
para desenvolver o projeto, tocar a obra e
colocar os trens em operação”, relata. En-
tre os desafios, Nostre destaca o fato de
o Metrô de Lima ser de linha aérea e não
subterrânea, o que causa mais interferên-
cia no cotidiano da população.
Envolvido diretamente na retomada do
projeto do Trem Elétrico, Enrique Cornejo,
ex-Ministro de Transportes e Comunica-
ções do Peru, argumenta que o metrô é
necessário a toda cidade no mundo com
mais de 4 milhões de habitantes. “Foi im-
portante ter demonstrado aos cidadãos
que era possível terminar essa obra e confirmar que o
metrô é efetivamente uma solução importante para o
problema do transporte metropolitano em Lima”, diz En-
rique Cornejo.
A aceitação é muito grande. Oswaldo Plasencia, Dire-
tor-Executivo da Autoridade Autônoma do Trem Elétrico,
frisa que atualizações de estudos preliminares que in-
dicavam que o sistema de metrô de Lima teria 300 mil
passageiros por dia já apontam para a marca de 600 mil
passageiros. “Houve êxito na construção, realizada em
tempo recorde, com qualidade e praticamente sem pro-
blemas para a população. Em pouco mais de duas sema-
nas de funcionamento, cerca de 2 milhões de usuários
já haviam sido atendidos pelo Trem Elétrico”, comemora
Plasencia. Segundo ele, agora é esperar para que o sis-
tema caia ainda mais no gosto da população e comecem
a haver pedidos para que a rede seja ampliada, com mais
estações e linhas.
Oswaldo Plasencia: número de usuários
do Trem Elétrico superou às
expectativas
Rota do Sol e (na página ao lado) Germán Cardona: “Estamos iniciando uma nova era de concessões na Colômbia”
16 informa
A concepção de amplos
programas de comuni-
cação com a comunida-
de e com a imprensa tem sido
importante aliada das conces-
sões lideradas pela Odebrecht
TransPort no cumprimento de
uma das premissas básicas da
empresa: a contínua qualifica-
ção do serviço prestado. “Como
operadoras de serviços públicos,
temos o compromisso de nos co-
municarmos de forma eficiente
com os usuários, antecipando-
-nos aos acontecimentos e evi-
Concessões lideradas pela
Odebrecht TransPort têm
o apoio de instrumentos
de comunicação para estar mais próximas da
comunidade e da imprensa
cOmunicaçãO
Diálogo abertotando ao máximo surpreendê-lo”,
afirma Marco Benatti, Responsá-
vel por Comunicação na Rota das
Bandeiras, que administra o Cor-
redor Dom Pedro I, na região de
Campinas (SP).
Há seis meses, a concessioná-
ria lançou o boletim De Olho na
Rota, com informações sobre as
condições de trânsito no siste-
ma viário, interdições de pista e
obras. Com sete edições diárias,
o boletim é distribuído para emis-
soras de rádio e sites de notícias,
sobretudo nos horários de pico.
texto renata meyer foto artur ikishima
16 informa
17informa
A empresa também se prepara
para lançar seu novo site, que
mostrará, em tempo real, ima-
gens capturadas por câmeras
instaladas nas rodovias.
No relacionamento com a im-
prensa, a Rota das Bandeiras
adotou uma postura transpa-
rente e proativa. “Nada fica sem
resposta”, diz Benatti. Segundo
ele, a agilidade e precisão no
atendimento aos veículos de co-
municação foram os diferenciais
na conquista da confiança dos
profissionais da imprensa.
Na SuperVia, concessioná-
ria que administra o sistema de
trens urbanos da região metro-
politana do Rio de Janeiro, o de-
safio de levar a informação com
agilidade aos usuários tem o su-
porte da tecnologia. A empresa
investiu R$ 2,9 milhões em um
sistema integrado de comunica-
ção com os clientes no interior
dos trens, gerenciado no Centro
de Controle Operacional (CCO). O
novo sistema amplia a seguran-
ça nas operações e agiliza o con-
tato do CCO com o maquinista.
A concessionária também está
investindo na implantação de um
sistema de televisores nos trens
e nas estações, para a veiculação
de programas institucionais que
abordem os bastidores das opera-
ções e ajudem a esclarecer dúvi-
das dos passageiros, entre outros
conteúdos.
A Concessionária Bahia Nor-
te, responsável pela administra-
ção do sistema BA-093, Na re-
gião metropolitana de Salvador,
também vem colocando em prá-
tica um amplo programa de co-
municação. Entre dezembro de
2010 e junho de 2011, a empresa
realizou uma pesquisa de opi-
nião com os usuários, morado-
res e empreendedores das adja-
cências que auxiliou na definição
das estratégias de comunicação.
“Queremos mostrar à popu-
lação que nossa atuação não se
restringe à cobrança de pedágio,
que estamos aqui para prestar
um serviço de qualidade e pro-
mover melhorias essenciais na
infraestrutura de transporte
local”, afirma Cledson Castro,
Responsável por Comunicação
na concessionária.
Nessa perspectiva, a Bahia
Norte tem realizado um trabalho
de comunicação voltado para a
prestação de contas à comuni-
dade. Periodicamente, a conces-
sionária investe em campanhas
de divulgação relacionadas a
assuntos como cronograma de
conclusão das obras e altera-
ções no trânsito.
A Bahia Norte tem presença
ativa em redes sociais. Para in-
formar o público sobre as condi-
ções de tráfego, a empresa criou
uma página no Twitter, atualiza-
da várias vezes por dia. Os usu-
ários também podem obter essa
informação por meio do site da
concessionária.
No município de Cabo de San-
to Agostinho (PE), onde a Rota
dos Coqueiros administra 6,5 km
de rodovia, um trabalho corpo a
corpo de comunicação tem feito a
diferença na vida da comunidade.
A concessionária investe em cam-
panhas de educação no trânsito,
segurança viária e conscientiza-
ção ambiental, por intermédio
de seminários, treinamentos e
atividades recreativas com a po-
pulação local, e também criou um
informativo bimestral, para se co-
municar com usuários da rodovia.
Com tiragem de 10 mil exempla-
res, o informativo é distribuído na
praça de pedágio, principal ponto
de comunicação da concessioná-
ria com o público. “Com o infor-
mativo, mostramos aos usuários
as ações que realizamos com a
comunidade. Assim, eles partici-
pam de nossos projetos e perce-
bem que nossa atuação vai além
da manutenção e operação da
via”, afirma Elias Lages, Dire-
tor-Presidente da Rota dos Co-
queiros.
Publicações da Bahia Norte: prestação de contas
17informa
18 informa
18
é Pelos TrIlHos, meu
sertãouem visita as 25 frentes de serviço
da Nova Ferrovia Transnordestina,
nos estados de Pernambuco, Piauí e
Ceará, e vê o trabalho acelerado de
cerca de 9 mil pessoas e milhares de
máquinas não imagina o tempo de espera dos
nordestinos para que esse projeto saísse do
papel. O sonho remonta ao período de D. Pe-
dro II, que, durante uma viagem pelo interior do
Nordeste, prometeu a construção de uma linha
férrea para interligar a região a cidades litorâ-
neas. Passados mais de 100 anos, o novo traça-
do da ferrovia, que se interligará aos trechos já
existentes da malha antiga, é uma das princi-
pais obras do Programa de Aceleração do Cres-
cimento (PAC), com um investimento de R$ 7,5
bilhões. Com seus 1.728 km, a Nova Transnor-
destina ligará Eliseu Martins, no sul do Piauí,
aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE).
A Odebrecht Infraestrutura é responsável pela
construção do trecho Eliseu Martins-Suape e de
parte do trecho Salgueiro-Pecém. A execução das
obras foi dividida em duas fases. A primeira de-
las é a de infraestrutura, que engloba terraplena-
gem, construção de pontes e viadutos – ou seja,
a preparação do terreno para os trilhos. “Essa é
a fase mais desafiadora, porque envolve a obten-
ção de licenças ambientais, desapropriação de
terras, relação com comunidades quilombolas e
tribos indígenas e a administração do próprio im-
pacto nos meios urbanos”, relata Tufi Daher Fi-
lho, Presidente da Transnordestina Logística S.A.,
empresa do Grupo CSN e responsável pela ope-
ração da malha ferroviária de carga do Nordeste
desde 1998.
A segunda fase é a da supraestrutura, isto
é, a colocação dos dormentes, dos trilhos e da
brita – a ferrovia em si. Essa fase foi iniciada
no segundo semestre de 2011. Cerca de 200
km de ferrovia já foram construídos. Trens já
circulam por ela, mas, por enquanto, transpor-
tam apenas o necessário para as obras: trilhos,
dormentes e brita. “Podemos construir até 2,5
km por dia. Vamos chegar ao fim de 2012 com
600 km prontos e, em 2013, com o trecho Eliseu
Martins-Suape concluído”, informa Tufi.
q
Trecho da Transnordestina em Salgueiro (PE): cidade é o marco zero da ferrovia. Na página ao lado, a Presidente Dilma Rousseff durante sua visita ao canteiro de obras: aproveitamento do potencial da região
19informa
Ferrovia transnordestina,que já tem 200 km construídos, está mudando a realidade de uma extensa região do Brasil
sertão
texto edilson lima fotos marcelo Pizzato
A Transnordestina é uma ferrovia dotada das
características mais modernas. Uma delas é o
tipo de bitola (distância entre os trilhos) usado.
Foi adotada a bitola larga (1,6 m) para trens mo-
dernos e, em alguns trechos, a bitola mista, que
permite, também, a circulação de trens antigos
(bitola de 1 m). Além disso, os dormentes são de
concreto, em vez de madeira. Os trechos de tri-
lhos comprados da China, Itália e Polônia medem
24 m. A cada unidade são emendadas mais nove,
formando o Trilho Longo Soldado (TLS) de 240 m.
Em cada km, o desnível da linha só pode atingir
1,5%, e o raio de curva é de 400 m. Com essas
características, um trem com 104 vagões poderá
viajar a 80 km/h com segurança.
um corredor de oportunidadesQuando os 1.728 km de ferrovia estiverem prontos
em 2014, as oportunidades de negócio serão enor-
mes. Por ano, 30 milhões de t de produtos passa-
rão pela ferrovia. Além dos que a Transnordestina
Logística já carrega em seus vagões, como cimento,
matérias-primas siderúrgicas e combustíveis (álco-
ol, diesel e gasolina), a empresa quer entrar de vez
nos transportes de grãos e minérios. Dois alvos bem
definidos já estão à vista: a região do Mapito (que
abrange Maranhão, Piauí e Tocantins), grande pro-
dutora de grãos, e o Polo Gesseiro de Araripina (PE),
que contém uma das maiores jazidas de gipsita do
20 informa
Brasil. Outros projetos para extração de minério de
ferro e cobre, em Pernambuco e em Alagoas, estão
em andamento. Pode somar-se a isso o escoamento
da produção de frutas de Petrolina (PE) e do norte
da Bahia, e o retorno de produtos essenciais, como
fertilizantes.
Ainda em 2012, a Transnordestina Logística re-
cuperará um trecho de 500 km da malha antiga,
entre Cabo de Santo Agostinho (PE) e Porto Real
do Colégio (AL), deteriorado por chuvas e inun-
dações há dois anos. Com essas obras, a malha
nordestina será reinterligada à Ferrovia Centro–
Atlântico, que corta parte do Centro-Oeste e o
Sudeste.
“A Nova Transnordestina ampliará as opções
para os empresários. Eles vão escolher o melhor
caminho para escoar seus produtos, seja para o
próprio Brasil ou para outros países. Nossa meta
é passar dos atuais 15% para 40% do transporte
de carga na região”, comenta Tufi Daher Filho.
posição estratégicaPor sua posição estratégica, a cerca de 600
km de várias capitais do Nordeste, a cidade de
Salgueiro foi escolhida para ser o marco zero da
Nova Ferrovia Transnordestina. Desde o início das
obras, no fim de 2009, trabalhadores do Nordeste
e das outras regiões do Brasil passaram a chegar
à cidade. De lá para cá, o município cresceu 25%,
chegando a 60 mil habitantes.
“O aquecimento da economia vai do aumento
do consumo de alimentos e combustível à alta
ocupação de hotéis e pousadas”, diz o Prefeito
Marcones Libório de Sá. Bancos, redes de ele-
trodomésticos e de calçados instalaram-se na
cidade. Com a maior arrecadação de impostos,
a Prefeitura pode investir em pavimentação de
ruas, redes de esgoto, construção de um aterro
sanitário, ampliação do estádio Salgueirão, bem
como em educação e saúde. Por seus esforços
em prol da educação básica, Marcones recebeu,
21informa
em 2011, o Prêmio Idepe, do Governo de
Pernambuco. “É um reconhecimento aos
nossos esforços para melhorar a educa-
ção no município”, observa.
O prefeito também comemora a boa fase
de oportunidades de trabalho geradas pela
obra. Antes, a cidade convivia com um índice
de desemprego de 30%. Hoje, o percentual
é de 6%. “Só não é menor porque a econo-
mia exige mais qualificação da população”,
diz ele. Para alcançar esse êxito, a Prefeitura
contou com a parceria da Odebrecht Infraes-
trutura. “Um dos grandes desafios nesta obra
era encontrar pessoas qualificadas. Tivemos
que capacitar cerca de 4 mil pessoas por
meio do Programa de Qualificação Profissio-
nal Continuada – Acreditar”, informa Pedro
Leão, Diretor de Contrato da Odebrecht. “Por
onde andamos, ouvimos autoridades locais e
pessoas da comunidade falarem dos benefí-
cios da obra nas suas cidades”.
Ieunice Elenira Primo, 23 anos, e Lu-
cian Alves da Silva, 22 anos, nasceram e
cresceram em Salgueiro. Quando ouviram
falar dos cursos oferecidos pelo Acreditar
não perderam tempo e se inscreveram.
Em meados de 2010, os dois estavam con-
tratados para as obras. “Quando fui cha-
mada, nossa, foi só alegria! Comecei como
ajudante de produção e hoje estou em trei-
namento para ser operadora de máquina
na fábrica de dormentes. Enquanto hou-
ver oportunidade, vou crescendo”, ela diz.
Com o mesmo entusiasmo de Ieunice, Lu-
cian, que trabalha como armador, afirma:
“O projeto é um orgulho para todos nós.
Sei que estou fazendo parte da história do
Nordeste e do Brasil. Quero me dedicar
cada vez mais e, quem sabe, chegar a ser
um encarregado”.
Em fevereiro, a Presidente Dilma
Rousseff visitou o canteiro de obras em
Salgueiro. Na ocasião, afirmou: “A inter-
ligação do interior do Brasil aos portos
significa maior capacidade de comercia-
lizar os produtos e explorar o potencial da
região”.
Trabalhadores colocam trilhos e dormentes. Abaixo, o Prefeito Marcones Libório de Sá: esforços reconhecidos
22 informa
22
abram alas
complexo viário em pernambuco e via expressa no Rio de Janeiro colocam a inovação tecnológica e empresarial a serviço da acessibilidade
pesar da distância de quase 2.400 km,
Rio de Janeiro e Pernambuco vivem
realidades bastante próximas quando o
assunto é a realização de grandes obras.
Nos últimos anos, os dois estados regis-
traram crescimento econômico acima da média nacio-
nal, apostando em projetos estruturantes, sendo alguns
dos mais emblemáticos aqueles relacionados ao setor
de mobilidade. Seja na região Sudeste ou Nordeste, a
Organização Odebrecht, por meio de suas empresas, é
parceira nesse processo de desenvolvimento como in-
A
23informa
abram alas
vestidora e executora de projetos que estão ampliando a
capacidade logística desses estados.
Localizado na região metropolitana do Recife, o
Complexo Industrial e Portuário de Suape, controlado
e administrado pelo Governo de Pernambuco, vem se
consolidando como um dos maiores polos de investi-
mentos do Brasil. O complexo recebe diariamente 60
mil trabalhadores e possui uma extensão territorial de
13.500 hectares – uma área territorialmente maior que
o município de Olinda e equivalente a toda a área urba-
nizada do Recife. São mais de 100 empresas instaladas
e outras 35 em fase de implantação, totalizando investi-
mentos da ordem de US$ 17 bilhões. Em 2011, sua ope-
ração portuária registrou um crescimento de 25% em
movimentação de toneladas e 33% em movimentação
de contêineres.
Esse sucesso motivou os administradores de Su-
ape e o Governo de Pernambuco a implementarem
um projeto de ampliação e requalificação das vias de
acesso ao complexo. “Estamos executando um plane-
jamento para atender a esse crescimento a médio e
a longo prazos. Uma das iniciativas é a concessão ro-
texto heloísa eterna e rodrigo Vilar fotos andré Valentim
Obras da TransOeste, na Barra da Tijuca: melhoria da acessibilidade na Zona Oeste do Rio de Janeiro
24 informa
doviária, conquistada pela Odebrecht TransPort e pela
Invepar no fim de 2011”, destaca Frederico Amâncio,
Vice-Presidente de Suape.
Com um contrato de 35 anos e investimentos de
R$ 450 milhões, a Concessionária Rota do Atlântico
S.A. – CRA (50% Odebrecht TransPort e 50% Invepar)
administrará 44 km do Complexo Viário e Logístico
Suape/Expressway. A concessão começa na BR-101
Sul, na altura do Hospital D. Helder Câmara, e segue
até o distrito de Nossa Senhora do Ó, no município de
Ipojuca, dando acesso à praia de Porto de Galinhas, no
litoral sul do estado.
Além da implantação e da requalificação de acessos
viários, o plano de negócios prevê ainda a modernização
e a implantação de sistema de sinalização, instalação de
parte da iluminação pública e implantação de defensas
metálicas e barreiras nos locais de maior risco. Serão
construídos também um Centro de Controle Operacio-
nal (CCO), uma Base Operacional com Serviço de Aten-
dimento ao Usuário (SAU), postos de pesagem móvel,
dois pátios logísticos, cinco praças de pedágio e um novo
posto da Polícia Militar Rodoviária.
transversalidadeNa CRA, trabalham juntas a Odebrecht TransPort
(como investidora e operadora) e a Odebrecht Infraes-
trutura (responsável pelas obras civis). “Buscamos de-
senvolver um projeto que atenda com qualidade os usu-
Trabalhadores da TransOeste: o Rio de Janeiro aprimora sua infraestrutura
foto
: ELv
io L
uiz
25informa
ários da concessão [que tem prazo de 35 anos], sempre
observando o valor global e os prazos pactuados com o
poder concedente”, resume Ana Carolina Farias, Dire-
tora de Contrato da Odebrecht Infraestrutura. Segundo
Júlio Perdigão, Diretor de Investimento da Odebrecht
TransPort e Diretor-Presidente da CRA, esse é um tra-
balho de planejamento e execução realizados “a quatro
mãos”, buscando o máximo de eficiência. “Projetos es-
truturados como esse estimulam o exercício pleno da
Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO), influenciando
e sendo influenciado a todo o momento em busca do que
é certo. É uma relação de disciplina, respeito e confiança
entre colegas parceiros.”
Sonho em construçãoNo Rio de Janeiro, as obras preparatórias para a
Copa de 2014 e para as Olimpíadas de 2016 deixarão
um legado que beneficiará a economia, os moradores e
turistas que visitam a capital fluminense. Um dos proje-
tos em execução é a Via Expressa TransOeste, que tem
como objetivo melhorar a acessibilidade entre a Barra
da Tijuca e Santa Cruz, bairros da Zona Oeste da cida-
de, contemplando um corredor expresso para BRT (Bus
Rapid Transit).
Responsável pela construção de dois dos qua-
tro lotes da TransOeste, a Odebrecht Infraestrutura
já está com 90% do projeto concluído. “Essa obra é
um antigo anseio da população, principalmente dos
moradores dessa região da cidade. Mesmo antes do
término, eles já podem usufruir do trecho do bairro
do Recreio dos Bandeirantes, que está com todas as
pistas em operação”, salienta Pedro Moreira, Diretor
de Contrato.
Um dos destaques do projeto da TransOeste é a cons-
trução do túnel da Grota Funda, que ligará Barra de Guara-
tiba ao Recreio dos Bandeirantes. Concluída, a intervenção
irá promover a redução de 50% no tempo de deslocamen-
to, eliminar o congestionamento na Serra da Grota Funda
e beneficiar, por dia, mais de 200 mil pessoas.
Ao longo dos seus 23,8 km, a TransOeste terá 25 es-
tações de BRT. Suas plataformas estarão niveladas à
altura das portas dos ônibus e terão sistema de aber-
tura de portas que responde a sensores de presença e
possibilitará acessibilidade a portadores de necessida-
des especiais, além de possuírem um projeto arquitetô-
nico que contará com um ambiente iluminado e arejado.
“A necessidade da população, o sonho da Prefeitura e
a capacidade de realização da Odebrecht Infraestrutura
fazem dessa obra uma realidade”, ressalta Moreira, que
aponta o mês de abril deste ano como data de conclusão
e inauguração da obra.
Os lotes sob responsabilidade da Odebrecht Infraes-
trutura estão localizados entre as avenidas Ayrton Sen-
na e Benvindo de Novaes, com 9,9 km, e em um trecho
entre a Av. Benvindo de Novaes e a Estrada da Matriz,
com 13,9 km. A obra inclui segregação de faixa para
BRT, implantação de pistas laterais, recuperação da pis-
ta existente, implantação de segunda pista, construção
de túneis, construção de duas pontes e seis viadutos.
Montagem de estrutura na Expresway, em Pernam-buco: obra estratégica para o Complexo Indus-trial e Portuário de Suape. Abaixo, Júlio Perdigão e Ana Carolina Farias: planejamento e execução a quatro mãos
foto
: ELv
io L
uiz
26 informa
26
público
Busca constante de aprimoramento tecnológico, operacional e gerencial marca as concessões com a participação da Odebrecht transport em quatro estados brasileiros
Movimento na Linha 4 do Metrô de São Paulo e (na foto menor) o bancário Leandro Rocha: mais qualidade de vida
informa
A servIço de seu
públicotexto renata meyer fotos dario de freitas
ão Paulo, terça-feira, final de tarde. O
bancário Leandro Rocha está voltando
para casa depois de um dia de trabalho.
O percurso do centro da cidade até a sua
residência, no bairro Santo Amaro, que de
ônibus durava até duas horas, com a Linha 4 do Metrô
passou a ser percorrido em menos de uma. Um benefí-
cio que ele descreve em poucas palavras: “Agora tenho
mais qualidade de vida”.
No município de Cabo de Santo Agostinho (PE), o
corretor Thiago Lein atravessa os 6,2 km da Rota dos
Coqueiros, que dá acesso ao litoral sul do estado e às
indústrias do Complexo de Suape. “Faço esse percurso
várias vezes por semana. Aqui é possível economizar
tempo e trafegar com mais segurança”, ele afirma.
Leandro e Thiago estão entre os milhares de bra-
sileiros beneficiados pelas operações da Odebrecht
TransPort nas áreas de mobilidade urbana e transpor-
te rodoviário, hoje distribuídas em quatro estados: São
Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia. Apenas
no setor de mobilidade urbana, que inclui a operação
de sistemas de trens e metrôs, a empresa transporta
diariamente 1,3 milhão de passageiros nas duas maio-
res capitais do país e espera investir R$ 6,5 bilhões por
meio dos seus ativos.
trilhos urbanosNa Região Metropolitana do Rio de Janeiro, a Odebre-
cht TransPort está à frente da SuperVia desde novembro
de 2010, atendendo a mais de 500 mil passageiros por
dia. A concessionária é responsável pela administração,
até 2048, de um dos principais sistemas de transporte
locais, formado por 270 km de malha ferroviária, com 98
estações distribuídas por 12 municípios.
Entre os seus desafios está promover o aprimora-
mento e a modernização do setor ferroviário, por meio
de um programa de investimentos, em parceria com o
Governo do Estado, de R$ 2,4 bilhões, que inclui a reno-
vação da frota, a reforma das estações e a revitalização
da infraestrutura da malha.
Em São Paulo, a Odebrecht TransPort é uma das
acionistas da Via Quatro, concessionária que admi-
nistra a Linha 4 do Metrô. O empreendimento que,
em 2011, teve a sua primeira fase concluída, somará
12,8 km de extensão e será composto de 11 estações,
ligando a zona oeste de São Paulo ao centro da cidade.
“Quem circula por essa linha diariamente percebe
o salto de qualidade que ela representa para o nosso
sistema de transporte. Minha expectativa como usuário
é que, futuramente, essa infraestrutura seja levada às
outras linhas de trens e metrôs”, diz Leandro Rocha.
Rota de ligação com as demais linhas do Metrô e
com o sistema de trens metropolitanos, a Linha 4 cha-
ma a atenção por sua modernidade. É o primeiro ramal
na América Latina com divisórias de vidro separando a
S
27informa
28 informa
plataforma dos trilhos, recurso que oferece mais segu-
rança aos passageiros. Dispõe também de tecnologia
driverless, que permite a operação sem condutor.
“Nossas experiências no Rio de Janeiro e em São
Paulo, por seus enormes desafios em termos tecno-
lógicos, operacionais e gerenciais, nos credenciam a
atuar em projetos de mobilidade urbana em outras ca-
pitais do país”, afirma Irineu Meireles, Diretor Regional
da Odebrecht TransPort.
A preocupação com a qualidade do serviço prestado
é um ponto em comum nas operações da Odebrecht
TransPort. “Ao atuarmos como operadores de serviços
de utilidade pública, devemos estar concentrados em
satisfazer as necessidades da população. Isso envolve
grandes desafios, como atender prontamente nossos
usuários com serviços de qualidade, com segurança e
pontualidade”, destaca Paulo Cesena, Diretor-Executi-
vo da Odebrecht TransPort.
transporte rodoviárioNessa mesma perspectiva, as concessionárias da
Odebrecht TransPort do setor de transporte rodoviá-
rio vêm atuando na requalificação de alguns dos mais
importantes sistemas viários do país. É o caso do Cor-
redor Dom Pedro I, que a empresa administra desde
2009, por meio da Rota das Bandeiras, em São Paulo.
O sistema, com 297 km, interliga 17 cidades entre a re-
gião metropolitana de Campinas e o Vale do Paraíba,
com cerca de 2,5 milhões de habitantes. A concessão
terá duração de 30 anos e prevê investimentos de R$
3,5 bilhões, em obras de manutenção, recuperação e
modernização da malha viária.
Na Bahia, a Odebrecht TransPort controla, ao lado
da Invepar, a Concessionária Bahia Norte, responsável
pela administração dos 121 km do sistema BA-093, que
engloba nove municípios da região metropolitana de
Salvador, atendendo mais de 3 milhões de habitantes.
Composto de seis rodovias, o sistema é uma impor-
tante rota de escoamento da produção industrial local,
servindo aos polos industriais de Aratu e Camaçari, que
reúnem 298 empresas e concentram cerca de 60% do
PIB baiano.
A Odebrecht TransPort também é sócia da Invepar
na Concessionária Litoral Norte – CLN, que administra
os 217 km da Estrada do Coco e da Linha Verde, situa-
Thiago Lein, usuário da Rota dos Coqueiros em Pernambuco: economia de tempo e aumento da segurança
foto
S: L
ia L
ub
am
bo
29informa
das na BA-099. A rodovia faz a ligação entre a cidade de
Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador,
e a divisa dos estados da Bahia e Sergipe, e tem papel
relevante para o turismo da região.
De acordo com Renato Mello, Diretor Regional da
Odebrecht TransPort, a empresa tem como priorida-
de no setor de transportes rodoviários a atuação em
projetos que estejam situados em traçados urbanos
e que tenham grande importância estratégica para o
desenvolvimento econômico, industrial e turístico das
regiões. “Nosso objetivo é colaborar em novos eixos de
desenvolvimento do país e também em meios alterna-
tivos de transporte público para minimizar gargalos do
trânsito nas cidades”, afirma.
Por meio da Concessionária Rota do Atlântico, a
empresa investe no Complexo Viário e Logístico Ex-
pressway (veja reportagem que começa na página 22),
localizado em um importante polo de expansão eco-
nômica do Nordeste, em Pernambuco. A rodovia, com
44 km, além de ser uma alternativa de ligação de Reci-
fe com as praias do litoral sul, terá a função de desafo-
gar os acessos ao Complexo Industrial de Suape, onde
hoje estão instaladas mais de 100 empresas.
Em Pernambuco, a Odebrecht TransPort também
administra o sistema viário composto da Via Parque
e da Ponte Arquiteto Wilson Campos, localizado na
Reserva do Paiva. A concessão, gerida pela Rota dos
Coqueiros, foi a primeira Parceria Público-Privada
rodoviária firmada no Brasil, e sua operação terá du-
ração de 30 anos. Além de facilitar o acesso a praias
do sul do estado, a rodovia reduz em 30 km a distân-
cia até Recife.
No último ano, mais de 61 milhões de veículos tra-
fegaram pelos 686 km de rodovias operadas pela Ode-
brecht TransPort. Por intermédio de suas concessio-
nárias, a empresa pretende investir R$ 7,6 bilhões no
setor.
SuperVia, no Rio de Janeiro: 500 mil passageiros por dia
foto
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29informa
30 informa
entRevista
30
Paulo Cesena: formação de equipes é uma das principais concentrações da Odebrecht TransPort
31informa
texto ÁLvaro oppErmann E rEnata mEyEr foto Paulo fridman
o esPírITo de
riada em 2010, a odebrecht TransPort
cresce e se consolida como uma das
empresas protagonistas dos setores
de transportes e logística no Brasil.
com receita líquida de r$ 1,618 bilhão
em 2011, a empresa reúne ativos como
a supervia (sistema de trens da região metropolitana
do rio de Janeiro), rota das Bandeiras e rota dos co-
queiros (sistemas de rodovias), e embraport, o maior
terminal portuário privado multiuso do país, em santos
(sP). nesta entrevista, o diretor-executivo Paulo cese-
na, 39 anos de idade e há 14 na organização, destaca
que a odebrecht TransPort, ao atuar como investido-
ra e operadora de ativos de infraestrutura, inaugura
nova fase do empresariamento na organização, agora
coparticipante na prestação de serviços públicos de
grande impacto social. cesena recebeu a equipe de
odebrecht Informa em seu escritório em são Paulo
para uma conversa na qual revelou estratégias e opor-
tunidades de uma empresa com muitos desafios à sua
frente. e defendeu a necessidade de um empresaria-
mento voltado também para a satisfação contínua dos
usuários. ”Temos que nos ver como prestadores
de serviços públicos, preparados para aten-
der, com prontidão e excelência, às ex-
pectativas dos nossos clientes e dos
usuários das nossas operações de
trens, metrôs, rodovias, portos e, fu-
turamente, aeroportos.”
OdeBrecHt iNFOrmA – A Ode-
brecht transport é uma em-
cpresa nova. Surgiu dentro da Odebrecht infraestrutu-
ra, onde permanece. como funciona a relação entre as
duas?
paulo cesena – existe uma relação de parceria sinérgi-
ca entre as duas empresas, sob a liderança comum do
líder empresarial Benedicto Junior. enquanto a ode-
brecht Infraestrutura aporta competitividade em enge-
nharia e construção, a odebrecht TransPort encarrega-
-se do investimento, do financiamento e da operação.
essa parceria significa estarmos sempre juntos, em
uma relação única com os nossos clientes, durante a
fase de estruturação e construção.
Oi – qual a principal vantagem dessa sinergia?
cesena - é a capilaridade nacional e a proatividade.
essa relação nos dá grande capacidade de entender
nossos clientes em todo o Brasil e de nos antecipar-
mos com projetos pertinentes. Isso só acontece com
empresários-parceiros alinhados em torno do objetivo
de servir e criar valor.
Oi – Aquisições fazem parte da estratégia de cresci-
mento da Odebrecht transport?
cesena – não exatamente. nosso diferencial está no
desenvolvimento de novos projetos, chamados green-
field. Por vezes, podemos fazer aquisições que nos per-
mitam entrar em novas linhas de negócio. compramos
a embraport, o que nos permite agora nos enxergarmos
como um participante de todo o mercado de contêine-
res brasileiro. recentemente, adquirimos também uma
empresa de terminais de tancagem de líquidos, porque
queremos nos qualificar para clientes como Braskem,
servir
informa32 informa32
eTH Bioenergia, odebrecht Óleo e Gás (ooG) e outros,
como um parceiro experimentado nessas operações.
Oi – você disse, no início de nossa conversa [quando
paulo cesena recepcionou a equipe de reportagem
em sua sala], que sua equipe está enfrentando um
novo desafio no empresariamento. como assim?
cesena – estamos acostumados a operar no business
to business. A partir do momento em que trazemos
usuários à nossa operação – nos metrôs, nos trens, nas
rodovias – precisamos também mudar nossa atitude.
saber lidar com redes sociais, por exemplo. explora-
mos oportunidades de implementar negócios do tipo
business to consumers no entorno de nossas opera-
ções. Fui notando isso a partir do ano passado. À medi-
da que vamos deixando de ser somente um construtor
e nos tornando operador e investidor em ativos de in-
fraestrutura, muda o perfil do empresariamento, que
passa a incorporar a prestação de serviços públicos aos
cidadãos.
Oi – Onde está hoje a maior oportunidade de cresci-
mento?
cesena – no segmento de mobilidade urbana. Talvez
seja uma oportunidade análoga àquela que tivemos há
15 ou 20 anos com as rodovias pedagiadas. oito capitais
brasileiras estão entre os 100 maiores conglomerados
urbanos do mundo. A odebrecht TransPort qualifica-
-se, diante dessa oportunidade, com dois ativos com-
plementares: trens urbanos, no rio de Janeiro, e me-
trô, em são Paulo. A mobilidade urbana é o assunto
mais complexo da odebrecht TransPort.
Oi – No setor rodoviário, qual é o foco da atuação da
Odebrecht transport?
cesena – em nossas concessões rodoviárias, estamos
muito focados em criar mais valor para nossos usuários.
um exemplo é o pedágio eletrônico, que já tem 60% de
adesão na rota das Bandeiras. lá, estamos planejando,
com o Governo de são Paulo, o sistema multilane Free
Flow, em que a cobrança é feita por meio de pórticos,
dispensando até as praças de pedágio. nossos usuários
querem um nível cada vez maior de conforto e fluidez,
além de poderem pagar por quilômetro rodado.
Oi – como tem sido tratada a necessidade de formar
equipes para o crescimento?
cesena – Temos necessidade de capacitar nossa equi-
pe, sobretudo em operações metroferroviária, portuária
e aeroportuária. o Brasil ficou muito tempo sem inves-
tir em infraestrutura, e isso criou um vácuo geracional.
estamos fazendo parcerias para cursos de formação,
com profissionais experientes em manutenção e ope-
ração de sistemas específicos e que possuem a cabeça
voltada ao usuário. Também estamos promovendo in-
tercâmbios com operadoras de outros estados e países
para capturar know how. e, para colaborar na formação
de jovens empresários, estamos atraindo profissionais
maduros, do mercado. A formação de equipes, acul-
turadas na Tecnologia empresarial odebrecht (Teo), é
uma das nossas principais concentrações.
Oi – A Odebrecht transport busca parcerias estraté-
gicas, correto?
cesena - sim, por um grande motivo. A transferência
de tecnologia de operação é uma prioridade para nós.
Temos muito conhecimento em engenharia, mas ainda
precisamos acumular experiência em operação. em re-
lação a aeroportos, fizemos uma parceria com a changi,
a operadora do Aeroporto de cingapura, um dos mais
premiados do mundo pela qualidade de sua operação.
Oi – quais são as perspectivas de mercado para a Ode-
brecht transport?
cesena – estamos trabalhando atualmente em pelo
menos 15 projetos no Brasil. Parece bastante, mas
é compatível com a nossa descentralização e com a
quantidade e qualidade de empresários-parceiros e
equipes de apoio que temos. cada projeto significa um
salto na capacitação das equipes. Temos o grande de-
safio de assegurar a disseminação do conhecimento,
e, para isso, estamos estruturando as comunidades de
conhecimento. Além do Brasil, têm surgido oportuni-
dades específicas no exterior, em países em que a ode-
brecht já atua, e avaliamos se devemos entrar ou não,
uma vez alinhados com nossos acionistas.
Oi – Ser um dos líderes de um processo empresarial
como o que a Odebrecht transport protagoniza hoje
exige energia, confiança, otimismo. como você faz
para que esses elementos estejam sempre presentes
no seu cotidiano?
cesena – não existe forma de alcançar esse êxi-
to que almejamos se não conseguirmos equilibrar
nossa vida pessoal e profissional. Trabalhamos mui-
to, mas também sabemos a hora da pausa, do con-
vívio familiar e da celebração de nossas conquistas.
Precisa ser assim.
33informa
desafio foi lançado quando a Bairro
Novo, marca da Odebrecht Realiza-
ções Imobiliárias voltada para o seg-
mento econômico, firmou, em 2009,
uma parceria com o Governo do Dis-
trito Federal para a construção de 8
mil unidades residenciais de interesse social no pra-
zo de 52 meses. O Jardins Mangueiral, nome esco-
lhido para o empreendimento, é a primeira e única
Parceira Público-Privada (PPP) habitacional do Bra-
sil e criará um bairro com toda a infraestrutura ne-
cessária para receber as 8 mil famílias.
OSistema construtivo
industrializado
garante agilidade na
execução do projeto
Jardins Mangueiral,
em Brasília
acelerarUM JEITO SEGURO DE
texto domitila carbonari foto ricardo de sagebin
33
34 informa
Em um terreno de 2 milhões de m2, localizado
em São Sebastião, cidade satélite de Brasília, estão
sendo construídas 15 quadras residenciais, cinco
das quais já foram concluídas, e 10 encontram-se
em execução. A obra, que inclui equipamentos co-
munitários e áreas comerciais e que deverá estar
concluída em dezembro de 2013, foi planejada, des-
de sua concepção, para ser realizada rapidamente.
O sistema construtivo industrializado, adotado
por toda a Bairro Novo, possibilita ao Jardins Man-
gueiral a agilidade necessária para sua realização.
São utilizadas formas de alumínio para a moldagem
in loco dos elementos estruturais das paredes de
concreto, o que garante velocidade, produtividade
elevada, redução de etapas e baixa geração de re-
síduos.
Por se tratar de uma obra com alta velocidade
de execução, a equipe de Silvio Romero, Diretor de
Construção responsável pelo Jardins Mangueiral,
percebeu, com a obra já em andamento, a neces-
sidade de adotar um sistema de logística que pro-
porcionasse rapidez no atendimento à demanda
de produção, maior controle e mais segurança na
gestão de suprimentos, além de eficácia no acom-
panhamento de custos.
“Da maneira como estávamos organizados, a en-
trega dos materiais em campo, por exemplo, não
conseguia acompanhar o ritmo das equipes de pro-
dução, e não havia prévia programação e controle de
quantidades, o que aumentava muito nossos custos,
além de atrasar a obra”, explica Silvio Romero.
Sem desperdícioA solução encontrada foi implantar o Lean
Construction, ou Construção Enxuta, filosofia de
gestão baseada no Sistema Toyota de Produção,
que busca reduzir atividades que não agregam va-
lor, eliminando o desperdício na cadeia da cons-
trução. A primeira decisão da equipe foi criar kits
para cada serviço, em cada etapa da obra. Além
disso, foram eliminados os almoxarifados existen-
tes nas proximidades de cada quadra e criou-se
um centro de distribuição de materiais muito mais
organizado.
“Com adoção desse sistema, a área de suprimen-
tos ficou de fato responsável por todo o ciclo de mate-
riais, que vai da compra e armazenamento dos insu-
mos, até a confecção e distribuição dos kits”, comenta
Irineu Marinho, responsável pela área de suprimen-
tos. “Hoje, quando os operários iniciam a jornada de
trabalho, eles já encontram o material necessário
para a execução de sua atividade”, completa.
Jardins Mangueiral: 8 mil unidades residenciais em 52 meses
35informa
semana e os intervalos de horas para o transpor-
te dos kits.
Por volta das 16 horas, os kanbans são retirados
do Heijunka-Box pela equipe de suprimentos, e é
feita a programação para as entregas, já providen-
ciando-se o carregamento da frota para distribui-
ção do dia seguinte em todas as quadras da obra.
Com o apoio desse painel, que é um método fácil e
visual, a equipe de suprimentos consegue identifi-
car os dias e horários em que os materiais devem
ser entregues em campo e dimensionar a confec-
ção dos kits.
“O kanban foi uma forma simples e inteligente
que encontramos para manter a comunicação entre
as áreas. Hoje, temos o domínio efetivo do avanço
físico de cada atividade, podemos analisar previa-
mente se há desvios nas datas de início planejadas
e controlar melhor os nossos custos”, explica Felis-
berto Garrido, Responsável por Planejamento.
Um ano depois da implantação do Lean Construc-
tion, o Jardins Mangueiral já teve diversos benefí-
cios: a comunicação entre as áreas ficou mais fá-
cil, o controle do estoque melhorou, os pedidos de
compra tornaram-se mais precisos, houve diminui-
ção de perdas de material – e, com isso, a produti-
vidade cresceu.
“Esse sistema foi fundamental para conseguir-
mos manter o ritmo acelerado de produção. Temos
na obra um programa de produtividade com metas
diárias e mensais, que só conseguimos implantar
porque demos às equipes de campo as condições
necessárias para que executassem as atividades
com muito mais agilidade e qualidade”, comemora
Silvio Romero. Os números comprovam: em 2010
foram entregues 790 unidades habitacionais e, em
2011, ano em que foram implantados os cartões co-
loridos, 2.600.
O protagonista na gestão desse processo é o
kanban, que nada mais é que um cartão colorido
que identifica cada kit. Essa ferramenta, além de
substituir a requisição manual de retirada de ma-
teriais, estabelece a quantidade exata de itens que
serão entregues em cada frente de serviço, evitan-
do a saída de materiais em excesso e auxiliando no
controle do estoque.
Os kanbans referentes às atividades da se-
mana posterior são entregues à produção toda
quinta-feira pela equipe de planejamento. A pro-
dução, por sua vez, organiza esses cartões, de
acordo com o seu plano de ataque, em um painel
chamado Heijunka-Box, um quadro composto de
seis colunas e oito linhas, que contém os dias da
36 informa
PArA FAzerchegar lá
Navio carregado com produtos da Braskem no Porto de Santos: empresa tem contratos para uso exclusivo de 10 embarcações
36
37informa
chegar láara cumprir os prazos acordados com
clientes e garantir a segurança do trans-
porte de seus produtos, a Braskem co-
loca em prática uma ampla e complexa
estratégia de logística que envolve, além
do transporte, também a armazenagem e o fluxo de
informações sobre suas matérias-primas: resinas (po-
lipropileno, polietileno e PVC) e petroquímicos básicos
(eteno, propeno, butadieno, cloro e soda, entre outros).
Em 2011, a empresa utilizou os modais rodoviário,
ferroviário, hidroviário e dutoviário para dar conta da
movimentação de 18 milhões de toneladas de petro-
químicos básicos, entre operações de recebimento de
matéria-prima nacional e importada e de fornecimento
a clientes no Brasil e no exterior.
Para a Unidade de Petroquímicos Básicos, que tem
plantas no Rio Grande do Sul, em São Paulo, no Rio de
Janeiro e na Bahia, a Braskem movimentou cargas pelos
cinco continentes. No total, foram percorridos 14,9 milhões
de km, o que corresponde a 20 viagens de ida e volta à Lua.
O programa de logística da empresa tem a participa-
ção de 47 pessoas, com formações diversas e comple-
mentares – fator crucial para tornar possível o sucesso
das operações. “Com o crescimento da economia brasi-
leira, a logística é uma das especialidades que mais tem
demandas”, segundo o Diretor de Supply Chain (Cadeia
de Suprimentos) da Braskem, Hardi Schuck. “Cursos
para formação específica na área estão sendo criados
para atender às atuais exigências”, acrescenta.
A busca pela máxima redução de riscos é prioridade.
Victor Amaral, Gerente de Logística da Unib, explica que
o zelo da Braskem em relação aos procedimentos de
SSMA (Segurança, Saúde e Meio Ambiente) é extremo
em todo o ciclo de vida dos empreendimentos – des-
de sua concepção até a eventual desativação, passando
texto carlos Pereira fotos ricardo teles
p
Em 2011, a Braskem movimentou 18 milhões de toneladas de petroquímicos básicos, utilizando diferentes modais de transporte
37informa
38 informa
por projeto, construção, operação e melhoria con-
tínua. ”Antes de produzirmos, manusearmos, usar-
mos, vendermos, transportarmos ou descartarmos
um produto, estudamos e reestudamos todas as
formas de fazê-lo com absoluta segurança e com
mínimo impacto ao meio ambiente”.
Para a importação e exportação de cargas, a
Braskem tem contratos com armadores que lhe
permitem usar com exclusividade sete navios de
líquidos (para aromáticos, solventes e gasolina) e
três navios de gases (eteno, propeno e butadieno).
As embarcações operam de acordo com rígidos
protocolos de Saúde, Segurança do Trabalho, Meio
Ambiente e Sustentabilidade estabelecidos pela
Braskem. Outros navios, antes de serem contra-
tados pela empresa, também são submetidos à in-
vestigação, em que sua performance em operações
anteriores é analisada.
O estado de conservação dos equipamentos do
navio e o grau de experiência de sua tripulação são
periodicamente certificados por empresas especia-
lizadas. Só em 2011, a Braskem analisou 386 na-
vios; 44 deles não foram aprovados. “Um navio novo,
mas com tripulação inexperiente, não é aceito em
nosso procedimento de vetting (exame e avaliação).
Um acidente marítimo pode trazer consequências
muito graves ao meio ambiente, e a Braskem não
aceita correr esse risco”, salienta Hardi Schuck.
Por meio de navios são realizadas cerca de 900
operações de carga de petroquímicos anualmente.
Somado a isso, ocorre também o descarregamen-
to, de aproximadamente, 200 embarcações com
nafta importada de vários países, como Argélia,
Arábia Saudita, Líbia, Argentina, Venezuela e Mé-
xico, nos terminais de Aratu, Temadre, Tedut e São
Sebastião.
Os protocolos de segurança – usados no trans-
porte hidroviário – também são bastante rígidos
para as movimentações de matérias-primas e pro-
dutos realizadas por meio de rodovias. Envolvem
uma série de programas que visam monitorar as-
pectos comportamentais dos motoristas e verificar
a qualidade dos equipamentos utilizados. Perio-
dicamente são feitas simulações de acidentes de
caminhões e vazamentos em terminais marítimos,
para treinamento, aperfeiçoamento e avaliação do
desempenho das equipes, em condições reais.
A empresa participa também dos programas da
Associação Brasileira da Indústria Química (Abi-
quim), como o Olho Vivo na Estrada, voltado para
Produtos da Braskem são preparados para o embarque: armazena-gem é um dos pontos fundamentais na estratégia de logística da empresa
39informa
Schuck cita o exemplo do Porto de Aratu (BA),
extremamente congestionado, o que faz com que
o tempo de espera de navios para operar seja
excessivo. “Isso aumenta os custos e também
o risco de atraso na entrega dos produtos aos
clientes. Nesse contexto, o desafio da equipe de
logística aumenta consideravelmente”, ele ob-
serva.
Em relação ao transporte ferroviário, o Brasil
tem aproximadamente 30 mil km de ferrovias,
e menos de 20% são de bitola larga. Na Bahia,
existem 1.500 km de ferrovias de bitola estrei-
ta, o que permite o transporte em velocidades
médias de apenas 30 km/h. A existência de uma
malha ferroviária mais eficiente reduziria os
custos de transporte e as emissões de CO2 rela-
cionadas a operações logísticas.
Para Hardi Schuck, a remoção de gargalos lo-
gísticos do Brasil é fundamental para dar à eco-
nomia brasileira competitividade internacional.
Ele ressalta que a Braskem está trabalhando em
várias frentes para reduzir o impacto dos garga-
los logísticos que a afetam. “A Organização Ode-
brecht tem contribuído, por meio do trabalho de
várias de suas empresas, para melhorar as con-
dições de infraestrutura do Brasil, com destaque
para a Odebrecht TransPort, que está concentra-
da em melhorar a logística no país.”
aspectos comportamentais de motoristas, e cum-
pre os rígidos protocolos do Sassmaq (Sistema de
Avaliação de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e
Qualidade), operado pela associação.
Gargalos brasileirosExistem muitos gargalos de infraestrutura de
transportes no Brasil, em todos os modais. São de-
safios que o país vem tentando superar com base
em investimentos públicos e privados. A Braskem
busca, com a diversificação e integração de mo-
dais, obter o máximo de eficácia em sua operação
de logística.
O transporte por duto, que hoje é o mais seguro
e de menor custo, já corresponde a 56% das entre-
gas da Unib. Porém, é um modal limitado ao atendi-
mento de distâncias relativamente curtas.
A empresa realiza aproximadamente 61 mil ope-
rações de carga e descarga de caminhões com hidro-
carbonetos e etanol por ano. Se todos os caminhões
operados pela Unib, em um ano, fossem colocados
em uma fila, ela teria, aproximadamente, 1.300 km –
a distância entre Salvador e Belo Horizonte. Porém,
no momento, poucas estradas brasileiras apresen-
tam boas condições de segurança, principalmente
para o transporte de cargas perigosas.
O setor portuário do Brasil também apresen-
ta problemas de alto custo e ineficiência. Hardi
Pela estrada afora: modal rodoviário é bastante utilizado para o transporte de petroquímicos básicos da Braskem
39
40 informa
40
metro a metro
quAlIdAde de vIdA conquIsTAdA
Obras da Linha 2 do Metrô de Los Teques: projeto oferece solução integral
41informa
Obras metroviárias em Los Teques e Caracas possibilitam a integração de populosas regiões da Venezuela e a transferência de tecnologia
texto fabiana CabraL fotos andréS mannErmetro a metro
quAlIdAde de vIdA conquIsTAdA
a venezuela do século 16, os índios
Teques, sob a liderança do cacique
Guaicaipuro, enfrentaram a ocupa-
ção dos colonizadores espanhóis,
após a descoberta de ouro na área.
Guaicaipuro foi considerado um dos
mais importantes revolucionários na história do
país, e seus restos mortais estão no Panteón na-
cional, ao lado dos de simón Bolívar.
na venezuela do século 21, los Teques é a ca-
pital do estado miranda e faz parte da região dos
Altos mirandinos, que tem 1,5 milhão de habitan-
tes. em 2012, os moradores ganharão uma nova
estação de metrô, a Guaicaipuro – em homenagem
ao grande líder índio –, que integra o metro los
Teques, desenvolvido pela odebrecht.
Há 20 anos no país, a empresa já construiu 23,5
km de linhas metroviárias. Além do metrô de los
Teques, a empresa é responsável pelos projetos da
linha 5 do metrô de caracas, do metrocable ma-
riche, do sistema de Transporte caracas-Guare-
nas-Guatire e do cabletren Bolivariano. são 71,3
km de linhas em execução. é essa “viagem” que a
odebrecht Informa faz a partir de agora.
N
41informa
primeira parada: Altos mirandinoso projeto do metro los Teques nasceu em 2002,
quando a odebrecht venceu a concorrência inter-
nacional e iniciou as obras da primeira linha, de 10
km de extensão e duas estações. A inauguração da
linha 1, que se conecta à linha 2 do metrô de cara-
cas, ocorreu em 2006. “com a satisfação do cliente,
em 2007 conquistamos a linha 2, de 12 km de ex-
tensão e seis estações”, relata marcelo colavolpe,
diretor de contrato.
A construção da nova linha foi dividida em três
etapas, com duas estações e, aproximadamente, 4
km cada. dois TBms (Tunnel Boring machine) – os
tatuzões – avançam 14 metros por dia. de acordo
com danilo Abdanur, Gerente de Produção, mais de
50% dos túneis já foram escavados: “A cada duas
estações, abrimos um fosso de ventilação e manu-
tenção, que também serve para o reinício das esca-
vações com os TBms”.
A metodologia adotada foi a ePB (earth Pressure
Balance), preparada para operar em condições ge-
ológicas diversas e mitigar os impactos na superfí-
cie. “Temos áreas rochosas, argilosas e grafitosas,
sob lençol freático de até 20 m, e trabalhamos com
42 informainforma
a inclinação máxima de uma obra metroviária, de
3,5%”, explica Danilo. A operação dos TBMs é mo-
nitorada e registrada, com acompanhamento dos
perfis geotécnicos percorridos.
Além das obras civis, a Odebrecht será respon-
sável pelo Sistema Integral da Linha 2, que inclui a
instalação de 24 km de vias permanentes e 22 trens
com seis vagões, sinalização e controle de opera-
ção, eletrificação, bilhetagem eletrônica, comuni-
cação e sistemas auxiliares. Em agosto de 2011, o
projeto mudou de conceito e passou a ser chamado
de Sistema de Transporte Massivo dos Altos Mi-
randinos. “O cliente passou a nos enxergar como
uma empresa que desenvolve soluções integrais”,
comenta Marcelo Colavolpe.
O engenheiro português Ricardo Magalhães, que
atuou no Sistema Integral do Metrô do Porto, em
Portugal, será o responsável pela implantação das
novas soluções. “Entregaremos o sistema pronto
para o cliente operar. É o início de uma modalidade
de contratação de projeto que pode se estender a
outras obras”, ele ressalta.
A primeira estação, Guaicaipuro, será inaugu-
rada em novembro deste ano, seguida pela Inde-
pendência, que deverá ser concluída em 2013. Em
2015, a Odebrecht entregará as estações Los Cer-
ritos e Carrizal e, em 2016, Las Minas e San An-
tonio. Obras complementares, como a construção
de viadutos, elevados, passarelas, escolas e apar-
tamentos de um programa de habitação popular e
a revitalização de parques, também estão sendo
realizadas.
Marcelo Colavolpe revela que está em estudo a
Linha 3, com 18 km de extensão, quatro estações
e um pátio para oficina mecânica e estacionamen-
to de trens. “Faremos a conexão do sistema com o
Metro Caracas em duas pontas: pela Estação Las
Adjuntas, da Linha 2, e pela Estação La Rinconada,
na Linha 3 da capital. As três linhas podem somar
mais de 40 km.”
Atualmente, as únicas ligações dos Altos Miran-
dinos a Caracas são a Linha 1 do metrô e a Rodovia
Panamericana, que está em colapso. “O sistema vai
proporcionar mais qualidade de vida aos habitantes
da região ao lhes fornecer um meio de transporte
rápido e seguro”, conclui o Diretor de Contrato.
de Los teques a caracas, Guarenas e GuatireSe não fossem as gruas que se misturam à pai-
sagem montanhosa de Caracas, seria difícil acre-
ditar que a malha metroviária da cidade está sendo
ampliada. As sete frentes de trabalho da Linha 5
do Metrô de Caracas confundem-se com as edifi-
cações da zona central. “São seis estações em 7,5
km, que deverão ser concluídas até o fim de 2015”,
informa Antônio Tavares, Diretor de Contrato.
A Estação Zona Rental, já existente, será a
43informa
ligação com as linhas 3 e 4 – também construídas
pela odebrecht –, e a estação miranda II conectará
os usuários à linha 1 e ao futuro sistema cara-
cas-Guarenas-Guatire, na região metropolitana.
“Trabalhamos com escavações subterrâneas, sem
intervenções nas principais avenidas da cidade.
Assim, a rotina da população não é afetada”, ob-
serva Antônio.
com mais de 40% das escavações concluídas, a
linha 5 utiliza dois TBms para as atividades, dividi-
das em duas etapas. na primeira, os tatuzões sa-
íram do fosso unefa (instalado no centro da linha)
e escavaram no sentido oeste até a estação zona
rental, e, na segunda, etapa escavarão na direção
leste até a estação miranda II.
Inácio Fernandes, Gerente de Produção, expli-
ca que os TBms foram fabricados para atuar em
solos heterogêneos e possuem mais potência e
maior rotação: “os equipamentos trabalham de 25
a 34 m de profundidade, por causa dos acidentes
geológicos da região, e temos um nível freático a
cerca de 7 m da superfície”. ele salienta que, em
Canteiro da Linha 5 do Metrô de Caracas: sem intervenções nas princi-pais avenidas da cidade
44 informa
dois momentos, os tatuzões passam abaixo do Rio
Guaire e de afluentes. “Usamos nossa experiência
nas linhas 3 e 4 e inovamos os processos, princi-
palmente na fabricação dos TBMs”, ressalta.
No fim da Linha 5, a Estação Miranda II será o
início do Sistema de Transporte Caracas-Guare-
nas-Guatire, que ligará a capital venezuelana às
cidades de Guarenas e Guatire, de 200 mil habi-
tantes cada. “Os moradores levarão apenas 30
minutos para ir a Caracas ou para regressar da
cidade, diferente das duas horas que gastam hoje,
de carro ou de ônibus, pela Rodovia Gran Maris-
cal de Ayacucho”, diz Danilo Hoffmann, Gerente de
Produção.
Os 40 km de extensão são divididos em dois
trechos, Urbano e Suburbano. O Trecho Urbano,
subterrâneo, com 7 km, terá quatro estações. Já
o Trecho Suburbano é um sistema de trem “de su-
búrbio”, de maior velocidade, com outras quatro
estações.
Com mais de 30% das obras concluídas, a etapa
suburbana contempla 15,5 km de túneis, que serão
escavados dentro da montanha por dois TBMs e por
NATM (New Austrian Tunnelling Method, em uma
estação subterrânea, em um trecho de 1 km), e 15
km de viadutos e vias superficiais. “Nosso principal
desafio é o de engenharia, pois os tatuzões passa-
rão por cima dos viadutos, e o projeto atravessará
40 comunidades”, revela Danilo.
Na Estação Warairarepano, onde começará o
Trecho Suburbano, os usuários também poderão
acessar o Cabletren Bolivariano até a Estação Pe-
tare 2, que faz conexão com a Linha 1 do Metrô de
Caracas.
O Cabletren, trem elevado movimentado por cabos,
passará por dentro da comunidade de Petare, uma
das maiores de Caracas, de 400 mil habitantes. Com
extensão de 2,5 km e cinco estações, terá capacidade
para transportar 4 mil passageiros por hora. A primei-
ra fase, com 1 km e três estações, será entregue em
setembro deste ano para o início dos testes, e o proje-
to deverá ser concluído em dezembro de 2013.
De acordo com Danilo Abdanur, o novo sistema
melhorará a qualidade de vida das duas cidades e
da comunidade, que passarão a receber mais inves-
timentos: “Guarenas, Guatire e Petare terão oportu-
nidades de desenvolvimento e facilidade de acesso”,
ele enfatiza.
Metrocable Mariche(sistema expresso)
Metrocable San Agustín
Cabletren Bolivariano
Metrocable Mariche(sistema local)
Linha 3
Linha 4
Linha 5 (em construção)
Transferência com outrossistemas (em operação)
Linha 1 (em operação)
Linha 2 (em construção)
Linha 3 (projeto)
Propatri
aEl S
ilencio
Capitolio
Plaza Venezuela
La Rinconada
San Agustín
El Manguito
La Celba
Hornos de Cal
MercadoCoche
Los JardinesEl Valle
La BanderaLos Símbolos
Ciudad Universitaria
Miranda Palo Ve
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Guaicoco
La Dolorita
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La Dolorita
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Zona RentalCapuchinos
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SISTEMA CARACAS
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San Antonio
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SistemaCaracasGuarenasGuatire
SistemaFerroviário CentralEzequiel Zamora
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19 de abril
5 de juño
24 de julio
Palo Verde
MarichePa
lo Verde I
I
RosalitoRosalito
Caracas
Los TequesVENEZUELA
BRASIL
COLÔMBIA
a Odebrecht nos metrôs de caracas e Los teques
informa
um novo teleférico caraquenhovizinha à Petare, a favela de mariche será a
segunda de caracas a receber o metrocable, te-
leférico que fará ligação com a linha 1 do metrô
de caracas, na estação Palo verde. A primeira
comunidade beneficiada foi a de san Agustín, na
zona norte da capital, cujo projeto, executado pela
odebrecht, foi inaugurado em dezembro de 2010 e
atende mais de 15 mil passageiros por dia.
o metrocable mariche, que movimentará 6 mil
pessoas por hora, é composto de dois circuitos, o
expresso e o local. o primeiro, com 4,79 km de
extensão e tempo de viagem de 17 minutos, terá
duas estações – Palo verde II e mariche – que li-
gam os dois extremos do sistema. o circuito local,
de 4,82 km e percurso de 25 minutos, terá qua-
tro estações passando por outros pontos dentro
da comunidade. “em agosto deste ano, daremos
início aos testes do trecho expresso, para que a
operação comece ainda em 2012”, informa Antô-
nio Tavares.
As obras foram iniciadas em agosto de 2009.
Inácio Fernandes lembra que o primeiro desafio
das equipes foi entrar na comunidade: “o acesso
era difícil, por isso, em muitos locais, carregamos
materiais nas costas e fizemos as fundações ma-
nualmente”. ele destaca a transformação na vida
da comunidade que o projeto tornará possível, so-
bretudo com a promoção da mobilidade com se-
gurança. “como no metrocable san Agustín, con-
seguimos envolver os moradores na manutenção
e operação do teleférico. os passageiros sairão de
um ponto seguro e chegarão a outro ponto segu-
ro”, reforça Inácio.
Atualmente, a malha metroviária da Grande
caracas possui mais de 65 km de linhas. desde a
inauguração da linha 1, em 1983, as cidades e a
população cresceram em ritmo vertiginoso, assim
como a frota de veículos e a extensão do trânsito
diário. segundo marcelo colavolpe, a odebrecht
tem papel importante na transferência da tecnolo-
gia de transporte sobre trilhos para o país. “nosso
compromisso é trabalhar para os venezuelanos e
com os venezuelanos”, salienta.
45informa
Trabalhador no TBM: experiência acumulada nas obras das linhas 3 e 4 tem sido valiosa
46Conhecimento e criatividade para encontrar soluções de logística são a matéria-prima do trabalho da equipe da Olex
quAnTo mAIs dIFícIl,
melhortexto João marcondes
fotos rogério reis
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LEx
melhor
Draga no Porto de Roterdã e, depois, no Rio Madeira, em Ron-dônia: operação com-plexa, resultado de um trabalho integrado e meticulosamente planejado
48 informa
inverno na cidade holandesa de Roter-
dã é um dos mais rigorosos do mundo.
O termômetro pode chegar a 14 graus
negativos. Em um dos portos maríti-
mos mais movimentados da Europa,
produtos dos mais diversos tipos são embarcados
sob uma fina camada de gelo. A neve cai de for-
ma inclemente e torna o trabalho dos estivadores
ainda mais árduo. Entre os numerosos contêineres
padronizados que estão ali, destaca-se uma draga
gigante, com 65 m de comprimento, que é embar-
cada em um navio, com o uso de guindastes, sob
um frio mitológico.
Porém, os cristais de gelo que envolvem a draga
holandesa logo irão derreter e evaporar. Seu desti-
no são as entranhas tropicais da Amazônia brasilei-
ra, onde encontrará um calor de quase 40 graus à
sombra. Depois de 12 dias cruzando o Atlântico, sua
primeira parada é no movimentado Porto de Belém.
Dali, segue por transporte fluvial para Porto Velho.
O motivo da operação é contribuir para a execução
daquilo que foi planejado pela equipe da obra, ou
seja, a antecipação da geração de energia da Usina
Santo Antônio.
“Esse caso [ocorrido em 2010] exigiu soluções
especiais para conseguirmos realizar tudo a seu
tempo e alcançarmos o objetivo final, que era aten-
der às necessidades da obra”, explica Christina
Neuffer, Responsável pela área de Global Sourcing,
Importação para o Brasil e Transporte Internacional
da Olex.
À primeira vista, parece complicado fazer o
transporte de uma draga de 65 m de comprimento e
que pesa 500 t. De fato é – e, em um segundo olhar,
as dificuldades crescem.
No Rio Madeira, durante o transporte da dra-
ga por rebocadores, surgem imprevistos. Os pés
gigantes (de até 18 m) que fazem parte da draga
só poderiam ser transportados se o rio estivesse
cheio, senão ficariam presos no leito. Mesmo res-
peitando a época certa da viagem, o transporte foi
interrompido, pois os pés acabaram ficando retidos
na vegetação do Madeira, o que exigiu ações não
convencionais de logística. A necessidade de im-
provisação e de criatividade desafiam a Olex a cada
realidade encontrada.
Além da draga propriamente dita, uma roda ex-
tra de perfuração foi embarcada da Holanda direta-
mente para o Rio de Janeiro. O transporte do Rio até
Porto Velho teve que ser feito via terrestre, por causa
dos trâmites burocráticos e da altura da roda (5 m).
Uma operação especial foi montada com a equipe da
Olex, da Santo Antônio Energia e do Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Foi traçada uma rota rodoviária sem viadutos baixos.
Essas são apenas amostras das dificuldades de
transporte de uma estrutura desse tipo. As com-
plexidades de logística, cuja solução fica a cargo
u
O
Mauro Rehm: “O grande ensinamento veio e continua vindo por meio das equipes dos projetos, e, principalmente, pela operação em Angola”
49informa
da Olex, vão muito além. Envolvem desde a busca
do material e a compra no exterior, cotações de
melhor preço e a contratação do frete até o “de-
sembaraço”, quando o destino é o Brasil, ou seja,
o atendimento de todas as etapas de exigências da
legislação alfandegária brasileira.
Quem coordena a superação de desafios dessa
natureza são pessoas como Christina Neuffer. Nas-
cida em Recife, filha de pais alemães, ela morou em
diversos países, entre eles Áustria, Alemanha, França,
Espanha, Inglaterra e Colômbia. Christina é Respon-
sável por Global Sourcing, Importação para o Brasil e
Transporte Internacional em operações que envolvem
26 países. Ela e sua equipe fazem as negociações
para importação de equipamentos e materiais, como
a draga holandesa, caso que guarda semelhanças com
o processo de logística e importação do teleférico do
Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, trazido da França.
“Foi o primeiro a ser instalado no Brasil para
transporte de massa”, comenta Adílson Moura,
Responsável Administrativo e Financeiro na obra,
realizada pela Odebrecht Infraestrutura. “A Olex
ajudou a equipe do contrato com informações cla-
ras sobre o processo de importação, apoio logísti-
co, contratação de transporte marítimo e terrestre
e desembaraço aduaneiro, sempre com espírito
de servir, alinhando as metas da obra, otimizando
custos e prazos. A Olex foi a extensão da equipe do
contrato”, enfatiza Moura.
O “impossível” e o “milagre”Mauro Rehm, Responsável pela Olex, costuma
começar algumas de suas apresentações sobre
a empresa com uma comparação com o famoso
quadro do programa de TV “Domingão Faustão”, o
“Se vira nos trinta”, no qual o participante tem 30
segundos para completar a tarefa a que se propõe.
É uma comparação justa. As demandas acompa-
nham o planejamento dos projetos, mas muitas de-
las são urgentes e complexas. “O impossível a gen-
te faz na hora. O milagre precisa de um tempo”, diz
Mauro, com humor. “Já nos anos 70, na faculdade,
meu sonho era monitorar no computador todos os
processos e sistemas de produção de uma fábrica”,
acrescenta ele, formado em Engenharia Química e
em Administração de Empresas.
Hoje, ele está à frente de um sistema e de pro-
cessos de alta complexidade, desenvolvidos para
monitorar e unificar, sob um mesmo conceito,
“Transporte, Logística e Suprimento”. Esse é o ob-
jetivo da Olex Importação e Exportação, que nasceu
com o singelo apelido de “Base Brasil”, para apoiar
os projetos no exterior, quando se iniciou a interna-
cionalização da Organização.
Em 1979, no Peru, a Odebrecht fez sua estreia
internacional. Nos anos 1980, ocorreram a expan-
são e os investimentos na África. A marca Olex só
foi criada no ano de 2005. O apelido “base” foi aos
poucos sendo deixado para trás. Em 2009, foi aberto
o escritório de Xangai, o primeiro da Odebrecht na
China. “Agora, podemos afirmar com certeza: é a
Olex 24 horas”, diz Rehm.
A Olex age de acordo com o planejamento e com
as numerosas solicitações de apoio das obras, das
outras empresas e dos diferentes negócios da Or-
ganização. “O objetivo da Olex é contribuir para a
eficiência e a eficácia no canteiro de obras e das
várias empresas da Odebrecht”, salienta Mau-
ro Rehm, cujo computador monitorou, apenas em
2011, mais de 50 mil itens solicitados para compra.
Toda essa experiência em transportes e logísti-
ca é fruto de um vasto conhecimento acumulado ao
longo desses anos. “O grande ensinamento veio e
continua vindo por meio das equipes dos projetos,
principalmente, pela operação em Angola”, destaca
Mauro. Um bom exemplo disso ocorreu em 2008.
Por sugestão da equipe dirigente da Odebrecht no
Christina Neuffer: atendimento das necessidades da obra
50 informa
país, a Olex buscou a alternativa de afretamento de
um navio para apoiar a operação do Supermercado
Nosso Super, uma vez que o Porto de Luanda (como
vários no mundo) encontrava-se congestionado. O
tempo médio de espera era de 40 dias. O abaste-
cimento das lojas começava a ficar crítico, sendo
realizado por navios de carreira.
“Foi uma experiência rica para todos, uma vez
que o navio deveria possuir dimensões reduzidas,
de maneira a não ter de esperar, fazendo viagens
de ida e volta Rio-Luanda-Rio no menor tempo pos-
sível e sendo capaz de atracar no porto em peque-
nos espaços, sem necessidade de aguardar muito
tempo ao largo”, relembra Mauro. Ele acrescenta:
“Além disso, teríamos de montar a operação com
fretes mais competitivos que os de mercado. Du-
rante o período do afretamento, o navio foi utilizado
não apenas com cargas para o Nosso Super, mas
também para os demais projetos da Odebrecht em
Angola, e, após dois anos de operação, confirma-
ram-se as premissas do planejamento: viagens rá-
pidas, fretes mais baixos e operação lucrativa”.
ArtilheiroSe Christina Neuffer é a craque de origem ale-
mã do meio-campo do time da Olex, pode-se dizer
que o centroavante é Wilmon Torres, Responsável
por Suprimentos, Subcontratos e Relacionamento.
É um dos artilheiros da equipe de Mauro Rehm.
Wilmon ingressou na Organização em 1981, com
apenas 20 anos. “Era uma espécie de office-boy.
Sabe o que é isso?”, brinca ele. Fez de tudo. Do café
à entrega de documentos (já eram minioperações
de transporte e logística). Foi se desenvolvendo e
fazendo valer um dos princípios filosóficos da Ode-
brecht, a Educação pelo Trabalho. Simultaneamen-
te, concluiu o curso de Direito. Em 1991, assumiu
a logística da “Base Peru”. Na sequência, foi para
Angola, onde passou nove anos e trabalhou no pro-
jeto Luanda Sul e em obras de saneamento.
Desde 2005 de volta à Olex, Wilmon usa a criativi-
dade para obter soluções com ganho produtivo. Um
case de sucesso foi o do transporte de mais de mil
estacas (de até 12 m de comprimento) usadas em
obras de saneamento em Paraná de las Palmas, na
Argentina, em 2010. Uma logística difícil, que exigiu
a utilização de mais de 200 caminhões atravessan-
do os dois países em estradas nem sempre bem
conservadas. Vários desafios à vista, como tráfego
intenso, risco de acidentes, burocracia alfandegária
e atraso da obra.
A solução encontrada por Wilmon foi usar um na-
vio (o Thor Spirit, inicialmente afretado para Ango-
la) para levar as estacas. “Quando o transporte era
feito por caminhões, não conseguíamos formar um
estoque. A obra parava. A solução marítima resolveu
também esse problema”, comenta Márcio Ribeiro,
Gerente Administrativo e Financeiro da obra.
“A logística da Olex deve estar sempre alinhada
com o resultado”, explica Wilmon, que nos finais
Wilmon Torres e os “atletas” da Olex: espírito de equipe
51informa
de semana junta a equipe da Olex para partidas de
futebol em alguns cantos do Rio de Janeiro. Até
mesmo no hoje pacificado Complexo do Alemão,
onde os integrantes/jogadores desfrutam da vista
do teleférico. “Fomos nós que trouxemos”, costu-
mam dizer os atletas da Olex, com orgulho, aos
adversários.
A operação logística de bens da Olex inclui uma
área coberta de 10 mil m2 no Rio de Janeiro e outra,
de 12 mil m2, em Santos (SP). “Mas o que define a
logística é a carga. Temos atuação efetiva em pra-
ticamente todos os portos, aeroportos e fronteiras,
tanto na exportação quanto na importação”, enfati-
za Wilmon Torres. A Olex já chegou a exportar 1.200
contêineres e 140 t de carga aérea por mês em um
de seus momentos de forte demanda. “Nesse tra-
balho, estão conosco várias empresas brasileiras.
Em 2011, foram mais de 2.400 pequenas, médias e
grandes empresas. Quando vamos para o exterior,
não vamos sós; levamos muitas empresas conos-
co”, observa Mauro Rehm.
expatriações e repatriaçõesDesde 1979, quando iniciou seu processo de in-
ternacionalização, a Odebrecht já alcançou a marca
de mais de US$ 9,6 bilhões em geração de divisas
na exportação de bens e serviços brasileiros. Con-
sequentemente, transferiu pessoas da Organização
para diversos ambientes no exterior. O apoio da
Olex nesse processo é importante não apenas por
garantir a segurança dos integrantes, mas também
por cuidar de toda a documentação legal. Forma-
da em Administração de Empresas e com um MBA
em Gestão de Pessoas, Mônica Torbey trabalhou na
área de Suprimentos por 15 anos. Há seis anos, ela
assumiu o programa de Logística de Pessoas (expa-
triação/repatriação) na Olex. Um desafio do tama-
nho de sua exigência. “Utilizei meus conhecimentos
de logística de bens, adequando-os à realidade da
logística de pessoas. Chegamos a apoiar a expatria-
ção de 3.500 integrantes em um momento de forte
demanda.”
Em 2011, ocorreram 829 expatriações e 995 re-
patriações. Os processos são complexos. Na obra
da mina de carvão de Moatize, em Moçambique, a
equipe dirigente viu-se em uma situação inespe-
rada. Boa parte dos trabalhadores moçambicanos
pertenciam a uma etnia nômade. Na temporada de
cheia do Rio Zambeze, de uma hora para a outra,
vários deles abandonavam o trabalho. A atuação
direta da equipe da Olex foi solicitada em regime
de urgência. Precisavam de 20 trabalhadores (so-
bretudo, operadores de equipamentos) em 20 dias.
Como fazer?
Mônica mobilizou sua equipe, que rastreou pos-
sibilidades de norte a sul no Brasil, atuou na emis-
são de passaportes, providenciou exames médicos
e fez imersão na cultura africana.
A logística de pessoas é tão intensa que somente
a explicitação de alguns números pode dar a noção
exata do que ocorre: somente em 2011, foram emi-
tidas 32 mil passagens aéreas no valor total de US$
22 milhões.
Líder de uma equipe com motivação inesgotável
para o trabalho e para conquistas, Mauro Rehm
afirma: “Hoje buscamos pôr em prática o concei-
to de transversalidade [alavancagem da sinergia
entre as empresas da Odebrecht]. Isso ocorre, por
exemplo, com empresas como a Foz do Brasil, a
ETH Bioenergia, a Braskem e a Odebrecht Reali-
zações Imobiliárias (OR). Isso é possível porque a
Olex consolida o conhecimento da Odebrecht em
Suprimentos, Logística, Transporte e Expatriação
e Repatriação de brasileiros e o disponibiliza a
toda a Organização. Com o aumento dessa siner-
gia, quem ganha não é somente a empresa, mas
especialmente o cliente e, consequentemente, a
sociedade”.
Mônica Torbey: logística de pessoas
52 informa
O prazer de estar em equipe
para o engenheiro argentino Diego casarin, trabalho e esporte têm muitos pontos em comum. precisam ter.
peRFiL: Diego casarin
texto edilson lima foto mathias cramer
O engenheiro Diego Casarin,
38 anos, recebeu a equipe
de Odebrecht Informa em
sua casa, no bairro de Greenlands,
em Buenos Aires, onde vive com a
esposa, Mônica, e seus dois filhos,
Santiago, 7 anos, e Chiara, 5 anos.
Com o português ainda afiado, por
ter vivido quatro anos no Brasil, ele
falou sobre suas três paixões: a fa-
mília, o trabalho e o basquete, es-
porte no qual chegou a atuar como
jogador semiprofissional. “Hoje só
por diversão”, diz ele.
Diego nasceu e cresceu na ci-
dade de Córdoba. Por influência do
pai, aos 18 anos iniciou seus estu-
dos em Ciências Econômicas. Logo
percebeu que não era o que dese-
java. Abandonou o curso e foi para
os Estados Unidos, para participar
de um intercâmbio cultural. Ficou
11 meses no país. “Foi uma experi-
ência maravilhosa, principalmente
para o aprimoramento do inglês”,
ele relembra. Ao retornar a Córdo-
ba, em meados de 1993, conheceu
Mônica, com quem se casou em
2000, um ano depois de se formar
em Engenharia Química.
Começou sua carreira em uma
construtora argentina, em Buenos
Aires. Um ano depois, trabalhou na
construção de uma termelétrica,
na Província de Tucumán. Seu bom
desempenho chamou a atenção
dos líderes. De 2002 a 2003, fez um
MBA e, em janeiro de 2004, rece-
beu o desafio de ir para o Brasil,
para atuar em uma obra na Refi-
naria Alberto Pasqualini, em Cano-
as (RS).
“Quando comecei a ter reuniões
com as equipes brasileiras, tentei
usar um ‘portunhol’ inexistente,
ninguém me entendia. A solução
foi falar em inglês com os enge-
nheiros brasileiros. Meses depois
aprendi algumas palavras em por-
tuguês”, conta Diego.
Depois de um ano e meio em
Canoas, foi para São Paulo, tra-
balhar no escritório da mesma
construtora, como coordenador
operacional, acompanhando o an-
damento dos contratos da empre-
sa no Brasil. “Em São Paulo, já foi
mais tranquilo; me comunicava
bem, saía com a família e amigos
para jantar, íamos para as praias
de Santos e Guarujá.”
Em 2008, Diego recebeu uma
proposta de trabalho da Odebre-
cht Argentina e retornou a Buenos
Aires. “Mônica e as crianças já ti-
nham voltado há seis meses, e eu
sentia saudade da família.” Atual-
mente, Diego é o responsável pe-
las obras da Planta Compressora
de Gás Rio Colorado, na região do
povoado de Médanos, onde passa a
semana. Ele retorna para casa às
sextas-feiras.
Diego frequentemente lembra-se
de sua carreira no basquete, esporte
que começou a praticar ainda crian-
“o esporte, assim como o trabalho, requer muito espírito de equipe, responsabilidade, comunicação, entrosamento. Tudo isso me encanta”
52 informa
53informa
ça, no time do General Paz Junior’s,
equipe de Córdoba. Aos 17 anos,
tornou-se capitão da equipe. “Na-
quela época, ganhávamos de times
grandes, como o famoso Atenas de
Córdoba”, orgulha-se. No período
do intercâmbio nos Estados Unidos,
Diego teve a oportunidade de jogar
pela equipe da escola secundária
Massena Central High School, em
Massena, no estado de Nova York.
Foi campeão do torneio local.
Ao retornar à Argentina, ele
iniciou o período de jogador semi-
profissional. Passou a receber sa-
lário. Além do Junior’s, também
jogou pelas equipes do Instituto,
Macabi e Unión Electrica. Em
1999, encerrou a carreira. “Tinha
decidido dar prioridade ao meu
primeiro trabalho.”
Em São Paulo, Diego jogou dois
anos (2006 e 2007) pela equipe da
ADC Mercedes-Benz, na categoria
de veteranos. Foi vice-campeão e
campeão do Campeonato Paulis-
ta. Hoje, quando o trabalho per-
mite, ele se junta à equipe dos
Amigos de Córdoba, para
disputar torneios inter-
nacionais. Em junho de
2011, a equipe jogou
em Natal (RN), con-
tra times de Brasil,
Estônia, Rússia, en-
tre outros países. “O esporte, assim
como o trabalho, requer muito es-
pírito de equipe, responsabilidade,
comunicação, entrosamento. Tudo
isso me encanta”, diz Diego.
54 informa
texto cláudio loVato filho Fotos guilherme afonso
para dA esTrAdA
o rio54
55informa
Integração de modais é o destaque na estratégia de logística para a construção da Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará
o rioBalsa no Rio Xingu: equipamentos embarcados no Porto de Belém chegam à região da obra. Nas fotos menores, a partir da esquerda, José Fernandes, Mário Almeida, Jonas Pinto e José Gomes: protagonistas de uma sequência de tarefas essenciais para a construção da terceira maior usina hidrelétrica do mundo
56 informa
osé Fernandes Melo Brito está há 30 anos
na estrada. É motorista de carreta autô-
nomo. Tem um Scania 124/420. “Já rodei
o Brasil inteiro. Sei de cabeça a distância
entre todas as capitais do país.” Contra-
tado pela empresa Transglobal, ele trans-
porta equipamentos e materiais do Sudeste e do Sul –
fabricados nessas próprias regiões ou importados por
intermédio do Porto de Vitória – até o canteiro de obras
da Usina Hidrelétrica Belo Monte, na região de Alta-
mira, no Pará. Isso quando as condições da Rodovia
Transamazônica permitem, porque, no período mais
chuvoso, entre janeiro e junho, Fernandes leva a carga
até as instalações da empresa de comércio e navega-
ção Reicon no porto de Belém. Ali é feito o transbordo
das mercadorias para um caminhão-baú, que, por sua
vez, é embarcado em uma balsa que navegará pelo Rio
Amazonas e depois pelo Rio Xingu até o atracadouro da
Reicon em Vitória do Xingu. De lá, os produtos seguem
para as frentes de serviço.
Da estrada para o rio, o comando passa dos cami-
nhoneiros para os pilotos fluviais. O comandante Mário
do Santos Almeida, 74 anos, é um deles. Desde 1984 na
Reicon, ele começou a navegar nos rios da Amazônia
aos 18 anos. Mário é o responsável, há três anos, pelo
rebocador Rebelo XXXIV e sua tripulação de oito pes-
soas. No trajeto de Belém a Vitória do Xingu, que leva
cerca de quatro dias, os desafios não são poucos. “Tem
muito temporal”, ele diz. “A carga precisa estar bem
amarrada.” Na época da “seca”, o nível do Rio Xingu
baixa bastante, e os bancos de areia representam um
risco que, se não evitado, pode resultar na quebra da
balsa. O Rebelo XXXIV conduz comboios formados por
três ou duas balsas gigantescas, capazes de acomodar
mais de 30 equipamentos pesados, como caminhões-
-basculantes, retroescavadeiras e perfuratrizes.
O paraense José Fernandes e o maranhense Mário
Almeida são heróis brasileiros. A eles cabe um papel
fundamental na complexa estratégia de logística con-
cebida para a execução da terceira maior usina hidre-
létrica do mundo.
uma obra, três canteirosIniciada em 2011 e com previsão de entrada comple-
ta em operação para 2019, Belo Monte é uma obra tão
grande que está divida em três canteiros, chamados de
“sítios”: Belo Monte, Pimental e Canais e Diques. O Sí-
J
tio Belo Monte, onde estará a casa de força principal,
fica a 102 km de Vitória do Xingu, pela Transamazônica.
O Sítio Pimental, ponto de construção da barragem e
do vertedouro principais e da casa de força comple-
mentar, está a 100 km de Vitória do Xingu, mas em di-
reção oposta a do Sítio Belo Monte.
Tudo isso fez com que a logística no perímetro da
obra também fosse objeto de exaustivos estudos. Está
em andamento o desenvolvimento de um projeto para a
construção de um porto nas proximidades do Sítio Belo
Monte, no Rio Xingu, o que representaria um significa-
tivo ganho de tempo, pois abreviaria a viagem por rio
desde Belém e evitaria os riscos envolvidos nos deslo-
camentos por estrada de Vitória do Xingu até a frente
de serviço, um percurso de 102 km.
Do tipo “fio d’água” (ou seja, caracterizada por um
reservatório de dimensões reduzidas, considerando-se
o porte da obra – 503 km2, dos quais 228 km2 são da
própria calha do Rio Xingu), a Hidrelétrica Belo Monte
terá potência instalada de 11.233 MW. Serão 18 turbi-
nas Francis, no Sítio Belo Monte, e seis do tipo Bulbo,
no Sítio Pimental. Um efetivo de 25 mil trabalhadores
será mobilizado no pico dos trabalhos, em 2013. Até o
fim da obra serão utilizados 4 milhões de m3 de concre-
to. Já operam no canteiro 800 equipamentos pesados.
Serão 2.258 no total. O impacto disso sobre a logística
está rompendo paradigmas no Brasil.
“Este é um projeto diferente”, afirma José Gomes
da Silva, há 34 anos na Organização e representante da
Odebrecht Energia no Consórcio Construtor Belo Monte
57informa
(CCBM). O consórcio, formado por 10 empresas, foi con-
tratado pela empresa Norte Energia S.A. para executar o
projeto. José é Diretor Comercial do CCBM e trabalha na
sua sede, em Altamira. Ali está a principal base de apoio
do projeto, situada no centro da cidade de 100 mil habi-
tantes; é o “quartel-general” do projeto, o ponto de con-
vergência a partir do qual a sinergia entre as empresas
consorciadas se materializa e é irradiada para os can-
teiros. Da sede em Altamira, José apoia Óscar Gonzá-
lez, Gerente de Logística do consórcio (baseado em São
Paulo), em tudo o que se refere aos grandes equipamen-
tos. “É a maior obra civil em execução no mundo e está
fazendo surgir um novo referencial de logística e cons-
trução no país. Estamos vendo nascer aqui uma nova
forma de criar infraestrutura para esse tipo de projeto.”
maestros da logísticaSe existem os heróis que estão na ponta de lança do
processo logístico, como José Fernandes e Mário Al-
meida, há também aqueles que fazem o fundamental
trabalho de meio de campo – ou talvez fosse mais apro-
priado dizer, de maestros. Em Belém, nas instalações
da Reicon, e em Altamira, atuam, respectivamente, os
coordenadores de Logística Jonas Pereira Pinto e Ivan
Josias da Silva. No fim de janeiro, a equipe de Odebre-
cht Informa acompanhou um embarque de equipa-
mentos em Belém e um desembarque em Vitória do
Xingu, município localizado a 45 km de Altamira.
Jonas participa de todos os procedimentos que en-
volvem o despacho dos equipamentos e materiais para
a obra, da acomodação de tudo isso nas balsas ao en-
vio de informações para a seguradora, passando pelo
apoio aos caminhoneiros que chegam a Belém. Ivan
(cuja classificação como maestro fica ainda mais próxi-
ma da realidade, pois ele também é músico) recebe as
balsas no atracadouro de Vitória do Xingu, com olhos
de um detalhista por natureza e o coração de um apai-
xonado por seu trabalho.
“A logística agrega valor”, ele afirma. “Nossa missão
é traçar o caminho seguro.” Ao participar da recepção
dos equipamentos e materiais, ele se preocupa com
tudo: da colocação da rampa sobre a qual os cami-
nhões e as escavadeiras passarão para sair da balsa e
atingir terra firme à formação da fila dos veículos que
rumarão para o depósito de equipamento e, depois,
para os sítios. Até os carros de escolta e as erosões
nas estradas por onde passarão os equipamentos são
alvos da atenção do paulista Ivan. “Quem não gosta de
detalhes não pode trabalhar com logística.”
Ivan e Jonas trabalham em estreita sintonia. O
contato é constante. Vários telefonemas por dia, to-
dos os dias. Eram 33 os equipamentos pesados em-
barcados no dia em que a equipe da revista estava
na Reicon. Mais de R$ 20 milhões na balsa. Jonas
acompanhava tudo pessoalmente no pátio. “Há mui-
tas variáveis possíveis, quando se fala em logística;
muitos imprevistos que podem surgir. No nosso caso
aqui, com a integração de modais, temos de estar
preparados para tudo. Experiência conta muito em
logística”, ele argumenta.
Equipamentos no canteiro de obras de Belo Monte: imagem da conclusão do ciclo de logística
58 informa
58
tudotexto fláVia taVares foto lia lubamboReator, contêineres, caldeiras,
silos. Projeto em Pernambuco torna-se referência em importação
e transporte de equipamentos
Área de implantação do projeto PTA POY PET: importação de equipamentos e materiais envolvendo a relação com até 17 países
informa
tudotexto fláVia taVares foto lia lubambo
ram 5 horas da manhã do dia 31 de maio de
2009, quando uma das etapas mais desafia-
doras da implantação do projeto PTA PoY
PeT – polo integrado para produção de áci-
do tereftálico purificado (PTA), filamentos de
poliéster e resina para embalagem PeT – chegava ao seu
auge. o navio havia atracado no porto de suape (Pe) uma
semana antes e, naquela aurora, a tarefa era levar o re-
ator de oxidação catalítica do paraxileno, matéria-prima
do ácido tereftálico, do cais à planta do PTA. era hora de
fazer o “implante” do coração do projeto.
A operação, porém, não foi trabalho para uma manhã
apenas. Foram meses de empenho para permitir que a
gigantesca carreta tivesse condições de percorrer os 5
km do porto até o terreno do projeto PTA. o reator pesava
nada menos que 300 t e, sobre a carreta, atingia 11 m de
altura. vinte e dois postes de luz do trajeto tiveram de ser
removidos e substituídos por similares mais altos. linhas
telefônicas foram desligadas e erguidas. A ponte recebeu
um reforço metálico para suportar o peso da carreta,
equipada com cerca de 250 pneus e (em um ponto mais
íngreme) com três cavalos mecânicos para puxar a carga.
em uma hora e meia, o reator chegava ao seu destino fi-
nal, escoltado pela Guarda Portuária, que garantiu o iso-
lamento da pista. o coração alcançava seu lugar, pronto
para alimentar os outros órgãos vitais do projeto.
“A logística é complexa em qualquer operação. quan-
do envolve importações de até 17 países e 30 cidades,
como é o caso da PTA PoY PeT, fica ainda mais delicada,
porque cada operação tem suas peculiaridades”, expli-
ca Pollyanna Peres, responsável por logística no pro-
jeto. A odebrecht engenharia Industrial responde pela
engenharia de detalhamento, pelo suprimento de parte
dos materiais e equipamentos, pela execução das obras
civis e da montagem eletromecânica das três unidades
e pelo gerenciamento das obras de todo o complexo.
Pollyanna cita como exemplo dos desafios na logísti-
ca da operação a importação das caldeiras do PTA, com-
pradas pelo cliente, a Petroquímicasuape (que pertence
à Petroquisa, braço petroquímico da Petrobras), de uma
empresa na índia, que, por sua vez, tem fornecedores
em diversos outros países, como Alemanha e suécia.
“Tivemos ainda casos como o do turbocompressor da
siemens, que precisou ser transportado em um navio
exclusivamente fretado para isso”, acrescenta.
Tantas variáveis podem causar situações insólitas,
que serão contornadas pela equipe responsável por su-
prir a obra para que não haja atrasos. Foi o caso dos
contêineres nos quais estavam acondicionadas partes
de sete silos de armazenamento do PTA, importados
de uma empresa holandesa. A fabricante exigia que
eles fossem montados com suas ferramentas e, assim,
embarcou esse material também, o que surpreendeu
Pollyanna e sua equipe.
repercussões em toda a obraAo todo, r$ 9 milhões foram gastos com fretes marí-
timos internacionais de cerca de 9 mil t de equipamen-
tos somente do projeto PTA, que tem previsão de ser en-
tregue em abril deste ano. no projeto PoY PeT, a parte
mais “pesada” da logística já foi realizada, com cerca de
60% dos equipamentos entregues, incluindo 775 contêi-
neres com as máquinas de texturização e fiação.
em dois anos, as plantas PoY e PeT envolveram mais
de 210 embarques, somando 4,8 mil t de maquinário.
Agora, faltam as fontes radioativas dos instrumentos
usados para medição da quantidade dos produtos (PoY
e PeT) dentro dos silos de armazenamento. “elas são
menores, mas nem por isso menos trabalhosas, já que
há restrição quanto ao horário de circulação e devem ser
transportadas por carretas especiais”, diz Pollyanna.
A entrega das unidades PoY e PeT está prevista para
2013. “A logística é parte fundamental da engrenagem
de uma obra dessas proporções, em que boa parte do
material é importada”, diz José Gilberto mariano, dire-
tor de contrato. “se um equipamento não chega, isso
pode ter repercussões em toda a obra. nesse sentido, o
trabalho feito aqui tem sido exemplar.”
AquIlo de que se PrecIsA
e
59informa
60 informa
60
Obras para melhoria da
infraestrutura de transportes beneficiam as
grandes cidades e o interior de
Angola
um país
61informa
texto eliana simonetti fotos holanda caValcanti
rnesto Adriano Cassacula tem 24 anos e uma filha de 3 meses, vive na
Caala, município da Província de Huambo, em Angola, e, na Odebrecht,
conseguiu seu primeiro emprego, no fim de 2010. Está satisfeito com o
trabalho e também com as rodovias que a Odebrecht está restauran-
do e reconfigurando – que ligam Caala e Ganda e Caala e Ekunha. “O
transporte ficou muito mais fácil. Hoje podemos visitar nossas famílias, e há uma
variedade de produtos disponíveis no comércio para nosso consumo”, diz.
Caala é uma cidade importante, pois funciona como um entroncamento. Passam
por ali os produtos agropecuários e industriais da Província de Huambo, rumo ao
porto de Lobito, na Província de Benguela. Na outra mão, passam produtos vindos do
porto e também da África do Sul e da Namíbia.
Antonio Zeferino Neto é dono da AZN Transporte, empresa de ônibus que trans-
porta passageiros entre as províncias. A AZN foi criada há quatro anos. Antes disso,
ninguém viajava de ônibus entre Benguela e Huambo. Agora há concorrência e, mes-
mo assim, o número de ônibus da AZN dobrou. A empresa tem 70 integrantes. “A
população está se deslocando cada vez mais, para fazer negócios, para desfrutar as
férias e para participar de festas”, revela Zeferino Neto.
Benguela e HuamboA segunda maior e mais próspera província de Angola tem em seu território o
segundo mais importante porto do país: Lobito. As estradas que passam por Ben-
guela facilitam a distribuição e o embarque de mercadorias, também promovem a
conexão do país com a Namíbia e a África do Sul, por via terrestre, e propiciam o
desenvolvimento do Namibe, província desértica de vocação turística. Em Benguela,
a Odebrecht construiu as rodovias Benguela-Catengue e Benguela-Dombe Grande e
está trabalhando, em 2012, na reconfiguração da Rodovia Benguela-Baía Farta (que
fará a ligação das duas anteriores, já entregues, e possibilitará fácil acesso à área
pesqueira e turística de Baía Farta).
Ao realizar a obra de reconfiguração da rodovia que liga Benguela a Dombe
Grande, a Odebrecht também pavimentou e sinalizou as ruas da pequena cidade de
Dombe Grande. São três vias principais, utilizadas rotineiramente por cerca de 85 mil
pessoas que vivem no centro ou em uma das 52 aldeias e povoações daquela área.
Nos tempos coloniais, Dombe Grande era um importante polo produtor de açú-
car. Atualmente a usina do local está abandonada. Restam algumas construções. As
pessoas vivem principalmente da agricultura – que foi estimulada com a melhoria
do acesso à cidade. Com o melhoramento da estrada, também aumentou o número
de visitantes. Mas o que as pessoas vão fazer em Dombe Grande? Além de negociar
legumes e verduras, a cidade é o maior centro místico de Angola. Ali, toda a família
tem ao menos um curandeiro. “Os visitantes vem em busca de alívio para suas dores.
Ao enconTro de suA GenTe
eum país
Ernesto Adriano Cassacula: família mais próxima e maior disponibilidade de produtos
61informa
62 informa
Eu aproveito o movimento e vendo sorvetes”, diz Ana Dun-
gula, 20 anos, contente porque os negócios melhoraram
desde que a poeira baixou.
Em Huambo, as estradas ali executadas pela Odebrecht
(Caala-Cuíma, Caala-Ganda, Ekunha-Caala e Cuíma-Go-
ve) ligam a província, de economia agroindustrial, a mer-
cados consumidores em Angola (as províncias de Kwanza
Sul, Namibe e Benguela) e no exterior, via porto de Lobito
e via terrestre, a partir da ligação com a Namíbia e a África
do Sul). A capital da província, Huambo, denominada Nova
Lisboa nos tempos coloniais, é estância turística.
Os desafios de LuandaNo interior, as rodovias conectam pessoas e econo-
mias e propiciam o desenvolvimento, assim como ocorre
na capital, Luanda. A cidade concentra cerca da metade
da população do país. Por causa dos conflitos armados
verificados em Angola, os quais hoje fazem parte do pas-
sado, Luanda transformou-se, em pouco tempo, em um
grande centro urbano, com desafios típicos dessa condi-
ção. Está em andamento, contudo, um plano para resol-
ver os problemas da cidade, e a Odebrecht participa de
sua implementação.
Um dos projetos é o das Vias Estruturantes de Luan-
da, formado por avenidas e vias expressas que reduzem o
volume de tráfego no centro da cidade, facilitam àqueles
que vivem na periferia o acesso ao centro e agilizam a co-
municação entre o porto e o interior do país, fomentando
a troca de mercadorias. São elas: Autoestrada Periférica
Luanda-Viana-Cacuaco (Centro); Via Expressa Luanda-
-Kifangondo (Norte); Ligação Cabolombo-Futungo (Sul);
Via Expressa Luanda-Viana; Estrada Lar do Patriota; Es-
trada da Samba; Estrada do Golfe e Estrada 21 de Janeiro.
Essa última, uma avenida que liga o aeroporto ao cen-
tro de Luanda, costumava ser uma via congestionada.
Em época de chuva, inundava e ficava intransitável. Quem
vivia ali não tinha calçadas seguras para caminhar nem
passarelas para a travessia. A Odebrecht remodelou a via,
que foi alargada com pavimentação, área de acostamen-
to, drenagem, iluminação, calçadas ampliadas e trata-
mento paisagístico.
Na farmácia Maranata, inaugurada em janeiro no bair-
ro de Cacuaco, trabalham Maria Eugenia Antonio Mateus
e Mariana Agostinho da Cruz. “Estou certa de que vamos
prosperar, pois o movimento já vem melhorando”, afirma
Maria Eugenia, que é enfermeira. “Esta via favorece os es-
A Estrada Luanda –
Kifangondo: redução do volume
de tráfego em Luanda
63informa
e facilitará o transporte de quem vive nas populo-
sas cidades-satélites de Viana e Kiaxi. O segundo é
a Marginal Sudoeste, entre o Largo da Corimba e a
Praia do Bispo (via paralela à já reformada e muitís-
simo utilizada avenida da Samba). Para esse projeto,
a Odebrecht já ergueu sete pontes. O terceiro novo
projeto é um eixo viário que ligará a 21 de Janeiro à
Estrada do Golfe, melhorando o fluxo de tráfego para
os que viajam entre o sul e o centro da cidade de
Luanda.
Essas obras estão sendo iniciadas em 2012. Há um
conjunto de vias que a Odebrecht entregou a Angola
ou entregará ainda em 2012, em Luanda e nas pro-
víncias de Benguela, Huambo e Malange. Todas elas
têm importância fundamental para o desenvolvimen-
to econômico e para a integração do país. Na capital,
especificamente, as obras permitem a expansão com
menor adensamento populacional e, portanto, melhor
organização, planejamento e implantação de equipa-
mentos de infraestrutura urbana – o que se reflete,
também, na saúde e no bem estar das pessoas.
Esses são movimentos que ocorrem em Angola,
um país com território semelhante ao de dois esta-
dos da Bahia, no Brasil, com a maior parte da popu-
lação concentrada na capital; cuja economia cresceu
a uma taxa média anual de 10,8% nos últimos seis
anos. Ao implantar obras de infraestrutura de trans-
portes, a Odebrecht tem atuado para que o desenvol-
vimento favoreça a todos os angolanos – nas cidades
e no interior do país.
tabelecimentos mais organizados”, salienta. Ela diz que
está feliz por uma razão adicional: antes que a avenida
estivesse pronta, em novembro de 2011, ela levava mais
de uma hora para chegar em casa. Agora são menos de
30 minutos.
Integrantes da Odebrecht também beneficiam-se da
obra. Jorge Manuel, 24 anos, está há quatro na empre-
sa. Ingressou como carpinteiro e hoje é encarregado.
Ele conta que, no princípio, a viagem para o trabalho era
bastante desgastante, embora sua casa fique a 15 km
de distância da obra. A viagem que três anos atrás le-
vava uma hora, hoje é feita em 10 minutos. “Tenho mais
tempo para estar com minha família e até já iniciei um
curso técnico de física biológica para crescer profissio-
nalmente”, revela.
Novos projetosAs obras da Odebrecht na área de infraestrutura
de transportes em Angola trazem benefícios imedia-
tos e notáveis para a população. E há uma série de
projetos novos que melhorarão ainda mais o cená-
rio. O cliente é o Ministério de Urbanismo e Cons-
trução de Angola. Os projetos já foram incluídos no
Programa de Investimento Público (PIP) do Governo
de Angola para 2012. Compõem um pacote de cer-
ca de US$ 600 milhões em obras a serem realizadas
em um horizonte de três a quatro anos. Para isso,
a Odebrecht capacitará e mobilizará cerca de 2 mil
trabalhadores angolanos – e, se tudo correr como o
planejado, ao menos 20% deles serão mulheres.
Um dos novos projetos é o chamado R 17: uma via
que ligará o bairro de Camama à Marginal Sudoeste
A engenheira Djamira Nazaré Paixão e a Rodovia Benguela-Baía Farta: nova geração de angolanos participando ativamente da construção do futuro do país
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64 informa
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da C
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nti
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um empresário do mundo
Já se vão 23 anos desde que o engenheiro mecâ-
nico carioca Paulo Moreira Brito ingressou na
Odebrecht. Em dezembro de 1993, foi para os Es-
tados Unidos. Depois esteve no Iraque, voltou aos
EUA, foi para a Libéria, regressou aos EUA e agora
trabalha em Moçambique. Ele afirma: “A experiên-
cia internacional me expôs a condições que eu não
teria experimentado se não tivesse saído da minha
área de conforto, o que foi possível, sobretudo, gra-
ças ao apoio de minha esposa, Adriana, que cuidou
de nossos filhos enquanto estive longe. Além disso,
as difíceis situações com as quais me deparei con-
taram com o entusiasmo e a criatividade de equi-
pes que, devidamente motivadas, vencem qualquer
barreira”.
paulo Brito e os aprendizados da vida sem fronteiras
A baiana Juliana Lima teve seu primeiro contato
com a Odebrecht em 2007, no Instituto de Desen-
volvimento Sustentável (Ides) do Baixo Sul da Bahia.
Ingressou na empresa em 2010 e, hoje, é Responsável
por Pessoas e Organização na Hidrelétrica Teles Pires,
obra na divisa do Mato Grosso com o Pará que tem a
Odebrecht Energia como investidora (e que é execu-
tada pela Odebrecht). Em 2011, Juliana chegou a Pa-
ranaíta (MT), cidade pequena que serve de apoio ao
canteiro de obras, localizado em área isolada. Foi essa
uma das razões que levaram a Odebrecht a permitir
a integração de cônjuges no canteiro. Alberto Fraga,
engenheiro de segurança e marido de Juliana, ingres-
sou em Teles Pires em abril de 2011. “A convivência
intensiva é desafiadora e fortalece nossos laços”, diz
Juliana.
Laços de família
Juliana Calsa, nascida em Limeira (SP), não esconde que sempre
foi idealista. Jornalista, ingressou na Foz do Brasil há seis anos
em sua cidade natal, para trabalhar em Comunicação e Responsa-
bilidade Social na primeira concessão de saneamento do país com
participação da iniciativa privada. No trabalho de cuidar da imagem
da concessionária, ajudou a implantar um projeto de educação am-
biental relacionado à reciclagem de óleo de cozinha, que tem sido
replicado nas unidades da empresa no país. Hoje, em São Paulo, Ju-
liana compõe a equipe de Comunicação Corporativa da Foz. Orgulha-
-se de contribuir para levar qualidade de vida a milhões de pessoas
e para a preservação do meio ambiente. “Tenho certeza: é possível
fazer deste um mundo melhor”, diz.
trabalho por uma realidade melhor
Juliana Lima e o marido vivem e trabalham em teles pires
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Orgulho por trabalhar pela qualidade de vida
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65informa
AS INSCRIÇÕES ESTARÃO ABERTASA PARTIR DO DIA 15.03.2012
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66 informa
de olHos ABerTos PArA o
Construção de terminal de cargas no Porto de Santos e de dutovia para transporte de etanol: símbolo do esforço do Brasil para superar seus gargalos
essencialtexto christina Queiroz fotos Júlio bittencourt
66
67informa
essencialTerminal da Embraport no Porto de Santos: com ele, o Brasil aumentará significativamente sua capacidade de fazer negócios internacionais
68 informa
ão dois projetos de infraestrutura de trans-
portes e logística que podem ser classifi-
cados – sem risco de incorrer em exagero
– como cruciais. Eles carregam, em sua
origem e em seus objetivos, a marca de um
país que está crescendo e precisa solucionar seus garga-
los. Com a expectativa de aumentar em até 40% a atual
capacidade instalada do Porto de Santos, já em sua pri-
meira fase de operação, o Terminal da Embraport (Em-
presa Brasileira de Terminais Portuários) receberá inves-
timentos totais de R$ 2,3 bilhões, ampliando as condições
do Brasil para fazer negócios internacionais. Também em
fase de construção, a dutovia desenvolvida pela Logum
criará uma nova e moderna alternativa para o transporte
de etanol, que contribuirá para o crescimento e a compe-
titividade da indústria desse setor. A Embraport e a Logum
fazem parte do portfólio da Odebrecht TransPort, empre-
sa da Organização Odebrecht voltada para operações e
investimentos em sistemas integrados de logística, rodo-
vias, mobilidade urbana e aeroportos.
de Santos para o mundoCom crescimento médio anual previsto de 3,5% ao
ano, o Brasil deverá ver seu fluxo de negócios internacio-
nais aumentar de forma acelerada e consistente. Pedro
Brito, Diretor da Antaq (Agência Nacional de Transportes
Aquaviários), observa: “Em 2003, o volume de exportação
e importação no país atingia US$ 100 bilhões, e, em 2012,
o valor deve subir para US$ 500 bilhões”. Ele assinala que
cerca de 90% dessa corrente de comércio passará pelos
portos, o que comprova a essencialidade dos investimen-
tos em logística portuária.
Maior da América Latina, o Porto de Santos tem ca-
pacidade instalada total de R$ 3,2 milhões de TEU (uni-
dade equivalente a um contêiner de 20 pés), e a previsão
de Pedro Brito é que ela chegue a 10 milhões de TEU em
2025. “O Terminal da Embraport vai colaborar com esse
avanço.”
Desenvolvido à margem esquerda do Porto de Santos,
o terminal, cujo acionista majoritário é a Odebrecht Trans-
Port (os outros são a DP World e a Coimex), operará em
uma área de 848.500 m², terá um cais de 1.100 m, dois
píeres, um pátio ferroviário e um estacionamento para
carretas. “A capacidade instalada do terminal será de 2
milhões de TEU e 2 bilhões de litros de granéis líquidos”,
informa Juliana Baiardi, Diretora de Logística da Odebre-
cht TransPort.
Segundo Wilson Lozano, Gerente de Engenharia da
Embraport, o terminal terá infraestrutura e equipamen-
tos suficientes para permitir a atracação de navios com
até 12 mil TEU, “já pensando-se em um futuro aumento
da capacidade de carga dos navios utilizados no comércio
internacional”, ele salienta.
A primeira fase do projeto absorverá investimen-
tos de R$ 1,6 bilhão e incluirá a construção de dois
berços para a operação de contêineres e carga geral,
além de um píer para a operação de granéis líquidos.
“No fim de 2012, a obra correspondente à primeira
etapa da Fase 1, um berço de atracação com 350 m
de comprimento, já estará pronta”, informa Giorgio
Bullaty, Gerente de Produção da Odebrecht Infraes-
trutura. Essa entrega permitirá o início da operação
antes do término da Fase 1, previsto para outubro de
2013, quando a estrutura contará com um cais de 650
m de comprimento e capacidade de movimentação de
1,2 milhão de TEU e 2 bilhões de litros de líquidos. Já
a Fase 2, fruto de investimentos de R$ 700 milhões,
aumentará o cais para 1.100 m de comprimento e am-
pliará a capacidade para 2 milhões de TEU.
Um dos destaques da obra é a aplicação da tecnologia
de Geotube, que permitiu dragar e condensar, em sacos
de grande porte especialmente projetados e fabricados
para esse fim, 580 mil m3 de material contaminado. “Se
não tivéssemos essa tecnologia, seria necessário destinar
esse material a aterros sanitários, o que demandaria 73
mil viagens de caminhão”, relata Giorgio Bullaty.
S
68 informa
Regina Tonelli, Gerente da Qualidade, Saúde, Seguran-
ça do Trabalho e Meio Ambiente da Embraport, enfatiza a
realização de investimentos de R$ 10 milhões no desen-
volvimento de programas ambientais, os quais envolvem
mais de 30 condicionantes de atendimento ao licencia-
mento ambiental. As ações são voltadas à conservação
de recursos naturais, a questões socioambientais e de
arqueologia, à qualidade ambiental e a programas liga-
dos diretamente ao trabalho de construção do terminal,
além de iniciativas de responsabilidade social realizadas
nas comunidades do entorno do terminal portuário.
etanol nos dutosApesar da sua maturidade e da perspectiva de se tor-
nar o carro-chefe das exportações brasileiras, a indústria
de etanol ainda conta com um sistema de logística no qual
o transporte do produto é feito, predominantemente, com
caminhões. Por isso, empresários decidiram investir em
um projeto para modernizar a estratégia, que consumirá
investimentos de, aproximadamente, R$ 7 bilhões.
A Logum, companhia criada em março de 2011, é re-
sultado dos esforços de seis acionistas (Odebrecht Trans-
Port, Petrobras, Cosan, Copersucar, Camargo Corrêa e
Uniduto) e da fusão de três projetos. Alberto Guimarães,
Presidente da Logum, lembra que, há 30 anos, a indús-
tria de etanol investe em técnicas de produtividade; po-
rém, pouco tem feito para melhorar suas estratégias de
logística. E, em sua opinião, essa demanda é cada vez
mais urgente, na medida em que a agricultura da cana-
-de-açúcar se expande para o interior e se distancia dos
grandes centros de consumo.
O projeto da Logum prevê o transporte de 22 milhões
de m3 de etanol por ano, produzidos em São Paulo, Goiás,
Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, por meio de 1,3 mil
km de dutos em construção e que serão interligados a
uma rede de 600 km de dutos já existentes, da Petrobras.
O etanol será capturado no interior, levado até um hub
(ponto de distribuição) em Paulínia (SP) e, a partir daí, en-
viado às regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de
Janeiro. O primeiro trecho da iniciativa ficará pronto em
fevereiro de 2013, enquanto o último (voltado ao mercado
de exportação) deverá ser concluído em 2016.
Moacir Megiolaro, Diretor de Projetos da Logum, expli-
ca que a expectativa é conquistar produtores e distribuido-
res para a utilização do sistema de transporte de etanol.
“Uma das principais usuárias do sistema será a ETH Bio-
energia”, revela.
Trabalhadores nas obras do Terminal da Embraport: Programa Acreditar tem papel de destaque na integração e qualificação de pro-fissionais para a obra
Pedro Brito (à esquerda), durante visita às obras do terminal. Com ele, a partir da esquerda, Rodrigo Leite, Diretor Financeiro da Embraport, Alexandrino Alencar, Responsável por Desenvolvimen-to de Negócios e Apoio Institucional na Odebrecht Infraestrutura, e o Diretor de Contrato Henrique Marchesi, também da Odebrecht Infrestrutura: investimentos em logística portuária são essenciais
69informa
70 informa
70
que PrecIsAm ser nAveGAdosmares
texto Júlio césar soares
presença da Odebrecht Óleo e Gás
(OOG) no mercado de engenharia sub-
sea e, em especial, a história de um
dos integrantes de sua equipe nessa
área de atuação refletem com fidedig-
nidade o atual momento do setor petrolífero no Brasil.
A OOG iniciou suas atividades em subsea (que com-
preende projeto, construção, instalação e manutenção
de dutos e equipamentos submarinos que interligam
poços no fundo do mar a plataformas de produção, na
superfície) com um contrato para projeto e lançamento
do Gasoduto Sul-Norte Capixaba. À época, o atual Dire-
tor de Contrato de Subsea da OOG, Renato Bastos (o in-
tegrante mencionado no primeiro parágrafo), trabalhava
em uma importante empresa estrangeira do setor.
Um ano e meio depois, Renato está presente na con-
solidação da Odebrecht nesse mercado: a construção e
operação de dois navios conhecidos como Pipe Laying
Support Vessels (PLSVs). Para ser a primeira empresa
brasileira a executar esse tipo de obra, a OOG buscou a
expertise da francesa Technip, que desde 1977 atua no
mercado brasileiro de subsea.
Juntas, as empresas formaram uma joint venture,
para concorrer à licitação promovida pela Petrobras
em outubro de 2010, referente à construção e operação
de até nove embarcações. No fim, seis embarcações
foram contratadas, e a OOG e a Technip conquistaram
duas. “Conseguimos atingir nossa meta, que era cons-
truir e operar as duas maiores embarcações da licita-
ção, as que suportam 550 t de dutos flexíveis”, relata
Marcelo Marques Nunes, Responsável pelo Contrato
dos PLSVs.
As duas embarcações, para afretamento, fazem
parte do plano estratégico da Petrobras para o pré-
-sal, descoberto pela estatal em 2006, e são capazes
de instalar dutos flexíveis em águas ultraprofundas
de até 2.500 m de lâmina d’água. O equipamento que
sustenta esses dutos na embarcação, chamado de
ANa ilustração, um navio PLSV: equipamento faz parte do plano estratégico da Petrobras para a exploração do pré-sal
70 informa
71informa
OOg participa da construção de dois
pLsvs, embarcações para instalação
de equipamentos submarinos
mares movimento naturalA busca da Odebrecht por um parceiro experiente
no mercado subsea para esse projeto foi um capítulo
especial nessa história que está apenas começando. A
escolhida foi a Technip, com mais de 30 anos de atua-
ção nesse segmento específico. “Precisávamos de um
parceiro com experiência no produto e na operação de
PLSVs, e a Technip não apenas opera as embarcações,
mas também fabrica os dutos flexíveis que são lança-
dos por elas”, explica Marcelo Nunes.
Bernard Gilot, Gerente de Projetos PLSV da Technip,
observa que a joint venture entre a empresa francesa
e a Odebrecht foi resultado de um movimento natural.
“A Technip é uma das líderes do mercado de subsea, e
a Odebrecht é uma empresa de tradição, que vem tra-
balhando com solidez no mercado de perfuração em
águas profundas. Acredito que, juntos, possamos aten-
der às expectativas nessa nova fase da Petrobras”, diz
Bernard.
“Um dos destaques dessa parceria é que pode-
remos utilizar as unidades da Technip em operação
para treinar nossas equipes. A possibilidade de em-
barcar um integrante nosso em uma unidade pareci-
da com a que construímos é uma grande vantagem”,
enfatiza Marcelo Nunes. “A parceria com a Technip
nos fortalece como empresa de destaque nesse novo
negócio e nos abre um leque de novas oportunidades
no mercado”, explica Jorge Luiz Mitidieri, Diretor-
-Superintendente da Unidade de Negócios Serviços
Integrados da OOG.
As duas empresas serão parceiras na operação
dos PSLVs por um período de cinco anos, que pode
ser prolongado por mais cinco. “Trabalharemos não
apenas na supervisão da construção das embarca-
ções na Coreia, mas também com afretamento, ge-
renciamento de operações e prestação de serviços
especializados de engenharia de instalação”, explica
Renato Bastos.
Essa nova operação dentro da longa e produtiva re-
lação entre a Odebrecht e a Petrobras tem prazo para
começar. Será no segundo semestre de 2014. De acor-
do com Renato Bastos, que tem 15 anos de experiência
no mercado de subsea, a Odebrecht finca sua bandeira
em uma importante fatia do mercado, dominado por
empresas estrangeiras. “A conquista desse projeto nos
coloca em definitivo como a única empresa brasileira
com efetiva participação no mercado de subsea”, res-
salta Jorge Mitidieri.
tensionador, assemelha-se ao sistema de lagartas de
tanques de guerra, e 550 t correspondem ao peso má-
ximo de duto que o tensionador consegue suportar. O
papel dos PLSVs é transportar e instalar os dutos no
mar, interligando os poços de petróleo, localizados no
leito marinho, a plataformas de produção na superfície.
Para construir as duas embarcações, a Odebrecht
e a Technip recorreram a uma parceira de longa data:
o estaleiro da Daewoo Shipbuilding & Marine Enginee-
ring Co., Ltd. (DSME), na Coreia do Sul. “Temos ótima
relação com a DSME, iniciada em 2008. É um estaleiro
reconhecido pela entrega no prazo e pela qualidade de
suas embarcações, e isso é importante na hora de re-
duzir qualquer tipo de risco no projeto”, afirma Renato
Bastos.
Após a construção dos PLSVs, as embarcações virão
ao Brasil e passarão pelos testes de aceitação final da
Petrobras, para, em seguida, iniciarem suas operações
nas bacias de Santos e Campos.
ilu
str
ação
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g
71informa
72 informa
Os desafios da logística
“O maior de todos os desafios relacionados à logística no Brasil é, sem dúvida, a infraestrutura. Ainda há um longo caminho a ser percorrido para que se tenha maior disponibilidade e eficiência na circulação de mercadorias por meio dos modais rodoviário, ferroviário, dutoviário, fluvial e marítimo”
aRgumentO
72
73informa 73informa
72
qualidade e o custo de um produ-
to são características decisivas
para as escolhas de compra dos
clientes. Mas a equação não para
por aí: inovação, sustentabilida-
de, relação de parceria e, claro, a logística são
fatores que têm cada vez mais influência nas
relações comerciais.
Sem logística adequada não se garante que
os produtos cheguem aos clientes com qua-
lidade e no tempo certo. Na Braskem, temos
buscado oportunidades de agregação de valor
aos nossos clientes, por meio da otimização de
processos logísticos, com diversas iniciativas,
como a logística reversa e a constante revisão
da malha logística. Mas, assim como as opor-
tunidades, os desafios são grandes, pois, no
nosso dia a dia, precisamos garantir a entrega
de 5 milhões de t/ano de carga seca (resinas)
para cerca de 1.600 clientes no Brasil e cerca
de 250 no exterior distribuídos em 60 países,
além de 9 milhões de t/ano de carga líquida e
gasosa (petroquímicos básicos) para clientes
no Brasil e no exterior, em cinco continentes.
Para continuar a cumprir a missão de ser-
vir cada vez melhor aos nossos clientes, temos
que contornar diariamente os nossos desafios.
O maior de todos os relacionados à logística
no Brasil é, sem dúvida, a infraestrutura. Ain-
da há um longo caminho a ser percorrido para
que se tenha maior disponibilidade e eficiên-
cia na circulação de mercadorias por meio dos
modais rodoviário, ferroviário, dutoviário, flu-
vial e marítimo.
As ferrovias, a cabotagem e as hidrovias flu-
viais são importantes no sistema logístico de
um país de proporções continentais como o
Brasil, e, por isso, esses modais precisam ser
rapidamente desenvolvidos, mediante a am-
pliação e melhoria de rotas e canais expressos.
Nossa malha ferroviária, por exemplo, atende,
hoje, apenas cerca de 30 mil km e está con-
centrada em poucos estados (São Paulo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul). Nos
Estados Unidos, para efeito de comparação, a
malha ferroviária ultrapassa 200 mil/km, e o
transporte ferroviário é o mais utilizado.
Resultado das limitações de infraestrutura
no Brasil, ainda é grande a dependência do
modal rodoviário, que representa mais da me-
tade (65%) das operações logísticas, ao passo
que, nos Estados Unidos, por exemplo, esse
modal representa apenas 25% das operações.
Quando falamos em hidrovias, o cenário
também é complexo. O principal gargalo é a
falta de investimento em infraestrutura portu-
ária nos rios, a exemplo do polo da Zona Fran-
ca de Manaus. Já os portos para exportação e
cabotagem, como Santos (SP), Rio de Janeiro,
Rio Grande (RS) e Aratu (BA), têm como limita-
ção a infraestrutura de acesso, áreas retropor-
tuárias e capacidade dos terminais portuários.
Nesse cenário, diversas medidas são neces-
sárias para o fortalecimento da cadeia logís-
tica como um todo. Temos que assumir uma
postura proativa. O Brasil precisa investir em
infraestrutura em todos os modais. A equa-
ção dos portos, a acessibilidade intermodal (os
produtos chegam aos portos por meio de rodo-
vias e/ou ferrovias), a ampliação e moderniza-
ção das ferrovias, a qualidade e as condições
das estradas são pontos fundamentais.
As perspectivas para o cenário logístico bra-
sileiro são positivas a médio e longo prazos.
Mas a postura do setor empresarial deve ser,
sobretudo, proativa e, por que não, criativa.
Temos que participar de discussões, influen-
ciar na direção correta e contribuir para abrir
cada vez mais caminhos que favoreçam o de-
senvolvimento.
A
gustavo prisco paraíso é Diretor de Logística da Unidade de Polímeros da Braskem
74 informa
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75informa
76
veja a seguir reportagens sobre realizações recentes das equipes da organização odebrecht no Brasil e no mundo
organização: os eventos, os relatos e as reflexões que
marcaram a reunião Anual 2011 da odebrecht
Braskem dá início às suas operações industriais na
Alemanha, com unidades nas regiões de colônia e leipzig
Baixo sul: cooperativa da construção civil reúne aprendizes
e jovens que passaram pelo centro de Formação Profissional
construir melhor
saberes: Gilberto neves fala sobre decisões acertadas,
exemplos de vida e a importância do aprendizado
com os líderes
&pessOasnOtícias
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80
84
87
76 informa
Reunião Anual 2011 destaca a integração de pessoas à Cultura da Organização e a busca permanente de maior produtividade
É tarefa indelegável do líder
devotar tempo, presença,
experiência e exemplo a
seus liderados.” A frase de Nor-
berto Odebrecht, fundador da Orga-
nização, sintetiza a ideia da Peda-
gogia da Presença, decisiva para a
transmissão da cultura organizacio-
nal e o desenvolvimento de pessoas.
Essa e outras mensagens, retiradas
de livros escritos por Norberto Ode-
brecht, foram transmitidas por Mar-
celo Odebrecht, Diretor-Presidente
da Odebrecht S.A., aos 210 líderes
da Organização reunidos no dia 19
de dezembro, em Salvador, na Reu-
nião Anual 2011 da Odebrecht S.A.,
quando foram mostrados os princi-
pais resultados de 2011 e o que está
previsto para o triênio 2012/2014.
Em sua apresentação, Marcelo fez
um balanço do conjunto dos negó-
cios, destacando, entre outros aspec-
tos, a importância da integração de
pessoas à Cultura da Organização, a
necessidade da busca permanente de
maior produtividade, o papel das si-
nergias e da imagem e o foco no cres-
cimento qualificado. “Nos últimos
anos, consolidamos a confiança de
os líderes e suas reflexõesORganizaçãO
texto José enriQue barreiro fotos beg figueiredo
“
77informa
Participantes da Reunião Anual da Organização: na primeira fila, a partir da esquerda, Emílio Odebrecht, Norberto Odebrecht e os conselheiros consultivos Roberto Campos, Piero Marianetti, Geraldo Dannemann e Alípio Lima
os líderes e suas reflexõesclientes e acionistas; nos próximos,
continuaremos a sonhar ainda mais
alto o sonho de nossos clientes, sem-
pre tendo como referência a Tecno-
logia Empresarial Odebrecht, a base
que não muda nunca”, disse Marcelo.
Houve também a apresentação
das mensagens de Norberto Ode-
brecht, que ressaltou, entre outros
pontos, a importância da Governança
Participativa, e de Emílio Odebrecht,
Presidente do Conselho de Adminis-
tração da Odebrecht S.A., que convo-
cou todos os líderes a “zelar pela nos-
sa cultura”, cujos fundamentos estão
apoiados na prática da confiança e da
lealdade. Piero Marianetti falou em
nome dos conselheiros consultivos,
e cada um dos membros do Conse-
lho de Administração da Odebrecht
S.A. comentou as apresentações do
dia, realizadas pelos seguintes líde-
res da Organização: Maurício Medei-
ros, da Fundação Odebrecht; Carlos
Fadigas, da Braskem; José Carlos
Grubisich (então Líder Empresarial
da ETH Bioenergia); Fernando Reis,
da Foz do Brasil; Roberto Ramos,
da OOG (Odebrecht Óleo e Gás); Paul
Altit, da OR (Odebrecht Realizações
Imobiliárias); Euzenando Azevedo,
da Odebrecht Venezuela; Luiz Rocha,
da Odebrecht International; Luiz Ma-
meri, da Odebrecht América Latina
e Angola; Benedicto Junior, da Ode-
brecht Infraestrutura; Márcio Faria,
da Odebrecht Engenharia Industrial;
e Henrique Valladares, da Odebrecht
Energia.
Também participaram da reunião
outros acionistas e membros de vá-
rias gerações da família Odebrecht.
78 informa
4
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6
1
“Nos últimos anos, consolidamos a
confiança de clientes e acionistas; nos
próximos, continuaremos a sonhar ainda mais
alto o sonho de nossos clientes, sempre tendo
como referência a Tecnologia Empresarial
Odebrecht, a base que não muda nunca”
mArceLO OdeBrecHt
79informa
O que diSSerAm OS LÍdereS empreSAriAiS
9
2
3
7
1- BENEDICTO JUNIOR, DA ODEBRECHT
INFRAESTRUTURA:
“Pretendemos, cada vez mais, fortalecer
em nossos integrantes o senso de pertencer.”
2- FERNANDO REIS, DA FOZ DO BRASIL:
“Mais que a nossa expansão, 2011 foi um ano de cres-
cimento como empresa e equipe.”
3 - PAUL ALTIT, DA ODEBRECHT REALIZAçõES
IMOBILIÁRIAS:
“Em 2011, a Bairro Novo entregou 2.300 residências a
famílias participantes do programa Minha Casa Minha
Vida e do segmento econômico.”
4- EUZENANDO AZEVEDO, DA ODEBRECHT VENEZUELA:
“Demos apoio à Braskem, à Odebrecht Engenharia In-
dustrial e à OOG, obtendo sinergias no país.”
5- LUIZ MAMERI, DA ODEBRECHT AMéRICA LATINA
E ANGOLA:
“Temos hoje 34 mil integrantes, com
1.400 expatriados, sendo 370 não brasileiros.”
6- LUIZ ROCHA, DA ODEBRECHT INTERNATIONAL:
“Ao realizar a evacuação de 3.500 expatriados em
situação de guerra, na Líbia, mostramos o compro-
misso real da Odebrecht com as pessoas.”
7- MÁRCIO FARIA, DA ODEBRECHT
ENGENHARIA INDUSTRIAL:
“Nossa empresa vai receber 13 mil novos
integrantes no próximo triênio.”
8- HENRIqUE VALLADARES, DA ODEBRECHT ENERGIA:
“Antecipamos a construção da Hidrelétrica Santo
Antônio em um ano em relação à obrigação contratual.”
9- MAURíCIO MEDEIROS, PRESIDENTE
EXECUTIVO DA FUNDAçãO ODEBRECHT:
“Sim, é possível. No Baixo Sul da Bahia, pessoas que
estavam na exclusão hoje fazem a diferença.”
80 informa
aLemanha
WIllkommen!Braskem agora produz polipropileno na Alemanha, em unidades industriais nas regiões de Colônia e Leipzig
Sabina Alexandra Filimon e Reinhard Thimm na unidade industrial de Wesseling, na região de Colônia: novo ânimo com a chegada da Braskem
texto luiz carlos ramos foto edu simões
81informa
A marca Braskem já apare-
ce nos sacos brancos com
25 kg de polipropileno aco-
modados em enormes caminhões
que partem das duas unidades da
Braskem Europa, nas regiões de
Colônia e Leipzig, na Alemanha,
rumo a outras regiões do país e
a indústrias transformadoras de
plástico da Itália, França, Polô-
nia, Holanda, Bélgica e República
Checa. Somadas as duas unida-
des, a produção chega a 545 mil t/
ano de polipropileno.
Os escritórios da Braskem Eu-
ropa em Frankfurt, na Alemanha,
e em Roterdã, na Holanda, rece-
bem novas encomendas. Tanto na
planta de Wesseling, a 25 km de
Colônia, quanto na de Schkopau,
a 30 km de Leipzig, o trabalho é
ininterrupto: 24 horas por dia, 365
dias ao ano. Não há domingos ou
feriados. As nevascas do inverno
europeu de 2011/2012 não abala-
ram a produção e os ânimos em
torno do novo ciclo dessas unida-
des, compradas à Dow Chemical
em julho de 2011, juntamente com
duas unidades da Dow nos Esta-
dos Unidos (em Freeport e Sea-
drift), no Texas.
O surgimento da marca
Braskem na Europa envolve curio-
sidades, a começar pelo fato de
significar, para a Organização, o
“retorno” à terra dos ancestrais
do fundador Norberto Odebrecht.
Em 1856, aos 21 anos, o bisavô de
82 informa
Norberto, Emil Odebrecht, nascido
no Reino da Prússia (que passaria
a integrar o Império Alemão), emi-
grou para o Brasil e foi viver em
Santa Catarina. Nos anos 1990, foi
constituída a empresa Odebrecht
Bau AG, que teve atuação tempo-
rária na construção de moradias
na já reunificada Alemanha. Agora,
por meio da Braskem, a Alemanha
volta a integrar a lista de países em
que a Odebrecht está presente.
transiçãoA Braskem Europa GmbH come-
çou a existir oficialmente em 1º de
outubro de 2011, dia em que o nor-
te-americano Mark Nikolich e seus
principais assessores passaram a
trabalhar na transformação das
unidades Dow alemãs em plantas
Braskem, sem parar a produção.
Mark, 45 anos, administrador pós-
-graduado, é de Nashville, no Ten-
nessee, e morou em vários países
antes de chegar à Sunoco, nos
Estados Unidos, empresa incorpo-
rada pela Braskem em 2010. Com
a aquisição das quatro unidades
da Dow, ele foi indicado para ser
o Líder da Braskem Europa. Seu
escritório fica atrás da Ópera de
Frankfurt, em um prédio da Rua
Am der Welle, que tem o alegre
significado de Sobre a Onda.
Mark já havia morado na Ale-
manha. E, ao voltar ao país, teve a
companhia de dois jovens integran-
tes que trabalhavam com ele na
Braskem nos Estados Unidos: o nor-
te-americano Christopher Gee e o ve-
nezuelano Alfredo Prince. As caracte-
rísticas de uma atuação empresarial
global não param por aí: a empresa,
na Alemanha, tem integrantes de
Alemanha, Estados Unidos, Venezue-
la, Holanda, Romênia, China, Turquia,
Brasil e outros países.
Como está sendo feita a tran-
sição? Mark Nikolich explica que
decidiu conservar uma expressiva
parcela dos profissionais que tra-
balhavam na Dow e que revelaram
vontade de enfrentar o desafio pro-
posto pela Braskem. “Encontra-
mos ótimos profissionais em todos
os níveis. Fizemos mudanças e
ainda faremos outras, em busca de
unidade, em todos os sentidos.”
A Braskem Europa tem cerca de
80 empresas compradoras de poli-
propileno, sobretudo de países vizi-
nhos da Alemanha, relata Mark: “Os
clientes já conhecem o alto conceito
da Braskem, a maior produtora de
resinas termoplásticas das Améri-
cas, e demonstram interesse pelas
duas unidades na Alemanha e pelo
plástico ‘verde’ brasileiro”.
motivação, integração e otimismoA Braskem completa 10 anos
em 2012. A entrada da Odebre-
cht no setor da petroquímica,
porém, ocorreu em Camaçari há
quase 33 anos, em 1979, ano em
que nasceu um dos assessores
de Mark Nikolich na Braskem
Europa, Christopher Gee. Enge-
nheiro, natural de Nova Jersey,
Gee gosta de tocar guitarra, jo-
gar basquete e enfrentar novos
desafios no trabalho. “Estou
adorando essa nova fase aqui
na Alemanha”, diz ele. “Ao visi-
tar a Braskem no Brasil, percebi
melhor o peso da Organização,
que tem tudo para fazer sucesso
também na Alemanha.”
O outro jovem parceiro de Mark,
Alfredo Prince, economista de 36
anos, nascido em Caracas e com
estudos completados nos Estados
Unidos, lidera a área financeira da
Braskem Europa. Ele passou pelos
escritórios da Braskem na Filadél-
fia e agora está em Frankfurt. “Até
o fim de 2012, já teremos a equipe
de nosso programa completa”, ex-
Mark Nikolich entre Alfredo Prince (à esquerda) e Christopher Gee, em Frankfurt: “Buscamos unidade”
83informa
plica Alfredo, que torce pelo Man-
chester United, da Inglaterra, e co-
nhece o Rio de Janeiro e São Paulo.
Alfredo vem contando com a
colaboração de um brasileiro na
tesouraria de Frankfurt, o gaúcho
Eduardo Schwarzbach, 30 anos,
que trabalha na Braskem na Bahia
e foi chamado para atuar por al-
guns meses na Braskem Europa.
“Aqui, já peguei frio de até 14 graus
abaixo de zero, em contraste com o
calor de Salvador, mas vale a pena
ver surgir esta Braskem.”
Hans-Jürgen Buchmann, 54 anos,
é Diretor Industrial da Braskem Eu-
ropa e líder de produção na unidade
de Schkopau, sua cidade natal, perto
de Leipzig. Ele nasceu na época em
que Leipzig fazia parte da Alema-
nha Oriental, socialista, que deixou
de existir com a reunificação alemã,
em 1990. “Trabalho nesta unida-
de de polipropileno há mais de 10
anos, participei de sua modernização
com a Dow e é ótimo adotar o estilo
Braskem.” A unidade de Schkopau
produz 320 mil t/ano.
Por coincidência, a exemplo
de Buchmann, o líder de pro-
dução da unidade de Wesseling
também nasceu na cidade da
unidade em que trabalha. Wes-
seling, junto ao Rio Reno, perto
de Colônia, integra uma região
industrial. Reinhard Thimm, 54
anos, mostra, com orgulho, a
planta em que lidera uma equi-
pe de dezenas de pessoas de vá-
rias nacionalidades. “Aqui, não
paramos nunca”, diz. “A produ-
ção anual nesta unidade chega
a 225 mil t. Estou feliz por par-
ticipar deste novo momento da
Braskem.” A engenheira rome-
na Sabina Alexandra Filimon,
30 anos, faz parte da equipe de
Thimm, trabalhando na inspe-
ção de qualidade da produção.
“Ganhamos novo ânimo com a
Braskem”, analisa.
Sander van Veen, holandês,
49 anos, engenheiro, Diretor
Comercial e de Suprimentos
da Braskem Europa desde 1º
de outubro, explica: “O merca-
do de polipropileno está cres-
cendo, apesar da atual turbu-
lência econômica em parte da
Europa”.
Manfred Lingscheid, 48 anos,
orgulha-se de ter nascido em
Colônia. “É a melhor cidade
alemã!”, diz.
Yao Li, 29 anos, chinesa, da
equipe de operação de Wesse-
ling, termina mais um dia de
trabalho em fevereiro, fecha o
agasalho, põe o gorro e as lu-
vas, pega a bicicleta e enfrenta
o caminho gelado até sua casa,
a 30 minutos de pedaladas. “O
sol está se pondo. Foi um ótimo
dia. Amanhã vai ser ainda me-
lhor”, diz.
Unidade industrial de Schkopau, perto de Leipzig: capacidade de produção de 320 mil t de polipropileno por ano
84 informa
DesenvOLvimentO sustentáveL
mãos na argamassa
Depois de algum tempo
procurando trabalho,
Camila Silva, 22 anos,
encontrou sua oportunidade na
construção civil. Determinada, a
jovem ingressou na segunda tur-
ma do Centro de Formação Pro-
fissional Construir Melhor. Está
se tornando pedreira. “A cada dia
me apaixono mais. Sinto orgulho
por saber que o que faço é im-
portante. Não vejo obstáculos”,
assegura Camila, moradora de
Valença (BA).
Mensalmente, Camila pas-
sa uma semana na sala de aula
aprendendo conceitos teóricos.
Nas outras três semanas, no can-
teiro de obras, ela tem acesso
a conhecimentos práticos, com
acompanhamento de monitores,
encarregados e engenheiros. É
assim que garante a renda que
lhe possibilita ajudar a mãe e fi-
nanciará sua graduação em Enge-
nharia Civil.
Associada à Cooperativa da
Construção Civil (Coonstruir) –
instituição que reúne os apren-
dizes e os formados pelo projeto
– Camila recebe, por produtivida-
de, cerca de R$ 500,00 por mês.
Única mulher do grupo, ela de-
fende que esse não é um trabalho
só para homens. “Aprendi de tudo
no curso. Estou me aperfeiçoan-
do todos os dias”, conta. É uma
jovem vaidosa e não dispensa o
uso de maquiagem e os cuida-
dos com os cabelos. “Uso touca
para proteger os cabelos, se não
cai argamassa e depois dá muito
trabalho para tirar.”
Camila e seus colegas partici-
param da construção da sede do
Construir Melhor. O recurso para
a obra foi fruto do Acordo de Co-
operação Técnica e Financeira
assinado em 2009 pelo Banco Na-
cional de Desenvolvimento Econô-
mico e Social (BNDES) e a Fun-
dação Odebrecht, que fomenta o
projeto construir melhor forma jovens profissionais para atuarem na construção civil
texto GabriELa vaSConCELLoS fotos bEG fiGuEirEdo
85informa
Programa de Desenvolvimento In-
tegrado e Sustentável do Mosaico
de Áreas de Proteção Ambiental
do Baixo Sul da Bahia (PDIS), do
qual o Centro Profissionalizante e
a Coonstruir fazem parte.
O acordo com o BNDES prevê
investimentos, ao longo de seis
anos, no valor de R$ 60 milhões,
em ações sociais, produtivas, am-
bientais e de capacitação para as
comunidades do Baixo Sul. Para o
Construir Melhor, o banco aportou
R$ 2,3 milhões na implantação de
sua sede em Valença, em terreno
doado pela Prefeitura. “Sem essa
ajuda, não poderíamos ter cons-
truído esse sonho. Uma pessoa
sozinha não transforma o mundo.
Aqui levantei paredes, assentei
cerâmica, pintei portas e portões.
Aprendi a ter foco, objetividade,
disciplina e paciência na hora
de realizar o trabalho. O projeto
transformou a minha vida”, afirma
Camila.
Outras instituições ligadas ao
PDIS e contempladas pela par-
ceria com o BNDES também co-
memoram. As casas familiares
Rural de Igrapiúna e Agroflores-
tal de Nilo Peçanha receberam
recursos para a reforma e am-
pliação de suas sedes, o que per-
mitirá um aumento no número
de jovens beneficiados por ano.
O aporte para a Cooperativa dos
Produtores Rurais de Presidente
Tancredo Neves está tornando
possível a construção de uma
Unidade de Pré-Beneficiamento
de Frutas, que atenderá os 208
associados. A Cooperativa dos
Produtores de Palmito do Baixo
Sul da Bahia conseguiu adquirir
máquinas e implementos agríco-
las, caminhões, carros e motos, o
que possibilitou melhorar as con-
dições de atendimento do setor
primário e, com isso, aumentar
a produção e a mecanização das
lavouras, além de ampliar a ca-
pacidade de locomoção dos téc-
nicos agrícolas.
visão de FuturoNa busca pela colocação em
prática, no Baixo Sul, dos Oito
Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio – propugnados pela Or-
ganização das Nações Unidas
(ONU) e subscritos por 192 países
–, o PDIS conquistou diversos ato-
res sociais. A jovem protagonista
Camila é apenas uma em meio a
centenas de pessoas que contam
com os parceiros do programa, fo-
mentado pela Fundação Odebre-
cht na região, para transformar a
realidade local.
Além do BNDES, no último ano
outras instituições selaram con-
vênios com o PDIS. A Mitsubishi
Corporation, por exemplo, am-
pliou seu apoio com a previsão de
aporte, nos próximos três anos,
de US$ 1,8 milhão nas três casas
familiares em atividade na região,
para custeio da formação de no-
Camila recebe orientação no
canteiro de obras: plano de se tornar
engenheira
Camila com colegas do projeto Construir Melhor: plano de se tornar engenheira
86 informa
Novo impulso: Cooperativa dos
Produtores de Palmito do Baixo
Sul da Bahia tam-bém foi beneficia-
da pela parceria com o BNDES
vos empresários rurais. Anterior-
mente, a empresa já realizava um
projeto educacional em Igrapiúna
(BA). Na área ambiental, a Com-
panhia de Desenvolvimento e Ação
Regional (CAR), vinculada ao Go-
verno da Bahia, e o Fundo Brasi-
leiro para Biodiversidade (Funbio),
em conjunto com a Organização
de Conservação de Terras (OCT) –
instituição também ligada ao PDIS
–, estão estimulando a utilização
dos recursos naturais de forma
equilibrada. Somados, os valores
chegam a aproximadamente R$ 3
milhões.
Já a Fundação Banco do Brasil,
investidora social do PDIS desde
2008, apoiou a melhoria da infra-
estrutura, a aquisição de máqui-
nas e capacitação tecnológica,
empresarial e cooperativista de
pequenos agricultores. Recen-
temente, implantou no Baixo Sul
uma de suas tecnologias sociais,
o Pais – Produção Agroecológica
Integrada e Sustentável, aportan-
do cerca de R$ 1 milhão.
“O objetivo de manter os atu-
ais parceiros e atrair novos de-
monstra de que forma a Funda-
ção Odebrecht está no caminho
para alcançar sua visão de futu-
ro, em que busca se tornar uma
administradora de recursos para
sustentabilidade socioambiental
e implantar, na Área de Proteção
Ambiental do Pratigi, um modelo
de turismo agrícola, ecológico e
sustentável – o Agroecoturismo”,
salienta Mauricio Medeiros, Pre-
sidente Executivo da Fundação
Odebrecht. Segundo ele, o dife-
rencial do programa no Baixo Sul
é o sistema inovador de gover-
nança participativa, no qual o pri-
meiro, o segundo e o terceiro se-
tores atuam de forma integrada.
“Assim, buscamos atingir o oitavo
objetivo do milênio: Todos Traba-
lhando pelo Desenvolvimento”,
diz Medeiros.
“A conquista dessas parce-
rias nos confere um momento de
grande responsabilidade, temos
essa consciência”, garante Edu-
ardo Queiroz, Vice-Presidente de
Sustentabilidade na Fundação,
que destaca ainda a sinergia esta-
belecida com a Organização Ode-
brecht. “Somos o braço social da
Odebrecht e buscamos construir
um modelo de desenvolvimento
passível de reaplicação em outras
regiões, referência para as ações
sociais da Organização.”
Educandas na Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves: local de implantação da primeira unidade do País no Baixo Sul
87informa
Olhar fixo no futuro
Ao falar dos países por onde passou,
das pessoas com quem conviveu
e das construções que ergueu, os
olhos de Gilberto Neves brilham. Muitas
águas rolaram desde que entrou na Organi-
zação, aos 23 anos, como Assistente de Pla-
nejamento em uma obra para a Petromisa,
em Aracaju. Nos primeiros anos, atuou em
vários projetos na região Nordeste. Depois
foi para o Peru e hoje é o Diretor-Superinten-
dente da Odebrecht International nos Esta-
dos Unidos.
Sempre lutando para superar os desa-
fios que a vida lhe impõe e buscando fazer
melhor, o guerreiro Gilberto Neves tem na
persistência a sua maior arma. “Eu nunca
olho para trás, olho sempre para frente, para
o próximo desafio”, diz o protagonista desta
edição do Projeto Saberes. Sua entrevista
completa pode ser lida em www.odebre-
chtonline.com.br. A seguir, alguns trechos
da conversa.
“A melhor decisão”Quando houve o convite para eu ir para o
Peru, também tinha recebido uma proposta
para ficar em Minas Gerais. Ir para o Peru
foi a melhor decisão da minha vida. O país foi
marcante para mim. Lá, cresci muito profis-
sionalmente, e lá nasceu meu terceiro filho.
Logo depois que ele nasceu, eu achava
que era super-homem e trabalhava 20 horas
por dia. Tinha enxaqueca constantemente e
me automedicava. Tomava um remédio for-
te, sem saber que era vaso constritor. Acabei
tendo uma embolia cerebral. Colapsei no
Depoimento a Valber Carvalho/ Edição de texto: Alice Galeffi
gilberto neves e os fatos que a razão e a emoção transformam em ensinamentos inestimáveis
Gilberto: Odebrecht tem atuação consolidada e clientes fiéis nos Estados Unidos
saBeRes
banheiro. Só me acharam no dia se-
guinte.
Fiquei sem saber se poderia voltar
a andar. Foi muito difícil: imagine você
com 30 anos e sem andar, paralisado
do pescoço para baixo. Mas devagarzi-
nho consegui me recuperar, e, em 20 e
poucos dias, eu estava andando nova-
mente. Foi um milagre, eu poderia ter
ficado com uma sequela muito forte.
Perguntei então à minha mulher:
“Monica, você quer que eu mande
buscar nossas coisas do Peru?” Ela
disse: “O que é que você quer fazer?”
Eu falei: “Não me pergunte o que eu
quero fazer, eu quero voltar”.
Pegamos os três meninos e volta-
mos para o Peru. Quando desembar-
quei, todas as 42 famílias dos expatria-
dos estavam me esperando com uma
faixa enorme que dizia: “Bem-vindo de
volta, amamos você”. Foi sensacional.
Aquilo foi peça-chave para a gente se
recuperar do que aconteceu.
integração de jovens norte-americanosA ida para os Estados Unidos, em
1990, partiu de uma decisão de Re-
nato Baiardi e Emílio Odebrecht. Era
uma oportunidade de mostrar para
a Organização que teríamos com-
petência para trabalhar no mercado
mais competitivo do mundo. Hoje,
com mais de 20 anos de presença no
país, temos a atuação consolidada
e clientes fiéis. E já conquistamos a
adesão dos jovens. Estamos atraindo
jovens das universidades locais, pes-
soas que já estão com um compro-
metimento incrível com a Odebrecht.
Se você perguntar a qualquer um
deles quando vai sair da empresa, vai
dizer: “Nunca”. É muito interessan-
te ver um americano falar isso; ele
quer construir a carreira dele, junto
com a família, na nossa empresa.
Brian perantoniEm um dos primeiros dias de
nossa presença nos Estados Uni-
dos, fui apresentado a um rapaz que
passou pelo escritório para pegar
carona com um amigo. Um gerente
nosso falou: “Olha, eu vi o Brian Pe-
rantoni lá fora na recepção, eu acho
que você deveria conversar com
ele”. Eu ainda não tinha obra, mas o
chamei para conversar, e nós bate-
mos um papo muito longo.
Brian tinha grande reputação no
mercado e não estava procurando
emprego. Não dei benefício ne-
nhum, e ele nunca soube por que
aceitou. Sentiu que tinha alguma
coisa de diferente em nossa empre-
sa. Brian passou a ser meu braço
direito, me ajudou a estruturar a
empresa e me ensinou como é que
se fazia obra nos Estados Unidos.
Foi um cara fantástico.
Como é que eu consegui con-
quistá-lo para trabalhar na empre-
sa? Acho que foi a forma sincera
de dizer a alguém que você está
interessado nele. Criei uma relação
muito forte com ele e com sua famí-
lia, que transcendia o trabalho. Mas
Brian teve um infarto fulminante aos
48 anos. Deixou cinco filhos e um
legado incrível. O enterro dele tinha
milhares de pessoas na rua, e nós
tivemos que parar uma avenida. No
caixão, sua mulher colocou o cha-
péu dele e a camisa da Odebrecht.
“O segredo do sucesso é a persistência”Um de meus mentores foi minha
avó, que perdeu o esposo com três
anos de casada, grávida da terceira fi-
lha, e assumiu o compromisso de criar
as filhas sozinha, trabalhando. Minha
avó administrava uma pedreira, uma
fazenda e um sanatório de pacientes
de tuberculose. Ela sempre disse:
“Não pare, nunca se acomode, o ócio
cria teia de aranha”.
Meu outro mentor foi meu pai; ele
me ajudou a traçar minha carreira a
vida inteira, vibrando com o que a gen-
te fazia e com o que ainda tínhamos
pela frente.
Depois disso, na própria empresa,
logicamente, Dr. Norberto, por essa
cultura fantástica que ele criou, e essa
forma desprendida de delegar e de
confiar nas pessoas.
Baiardi e Marco Cruz foram grandes
líderes; aprendi com eles a liderar com
confiança. Devo reconhecer também
meu líder atual, Luiz Rocha, a quem
agradeço pela relação de confiança ple-
na e absoluta, pois assim posso liderar
nossas equipes nos Estados Unidos.
O segredo do sucesso, eu sempre
falo, é a persistência.
Se você perguntasse se eu faria
tudo de novo, eu responderia que faria
10 vezes de novo, mudaria para todos
os lugares, faria tudo o que eu fiz, mas
tentaria fazer melhor. Definitivamente
vale a pena.
Gilberto com Brian Perantoni: relação fraternal que transcendia o trabalho
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informa
Fundada em 1944, a OdEbrECHt é uma organização brasileira composta de negócios diversificados, com atuação e padrão de qualidade globais. Seus 150 mil integrantes estão presentes nas três Américas, na África, na Ásia e na Europa.
rESPONSáVEL POr COMuNICAçãO EMPrESArIAL NA CONStrutOrA NOrbErtO OdEbrECHt S.A. Márcio Polidoro
rESPONSáVEL POr PrOGrAMAS EdItOrIAIS NA CONStrutOrA NOrbErtO OdEbrECHt S.A. Karolina Gutiez
COOrdENAdOrES NAS árEAS dE NEGóCIOS Nelson Letaif Química e Petroquímica | Andressa Saurin Etanol e Açúcar | Bárbara Nitto Óleo e Gás | Daelcio Freitas Engenharia Ambiental | Sergio Kertész Realizações Imobiliárias | Coordenadora na Fundação Odebrecht Vivian Barbosa
COOrdENAçãO EdItOrIAL Versal Editores Editor José Enrique BarreiroEditor Executivo Cláudio Lovato Filho Arte e Produção Gráfica Rogério NunesProjeto Gráfico e Ilustrações Rico LinsEditora de Fotografia Holanda Cavalcanti
tiragem 6.680 exemplares • Pré-impressão e Impressão Pancrom
rEdAçãO: Rio de Janeiro (55) 21 2239-4023 / São Paulo (55) 11 3641-4743email: [email protected]
próxima edição:gestão do conhecimento
90 informa
“O simples é difícil de fazer. ser simples exige o domínio
e a internalização de uma cultura eficaz”
teO [tecnologia empresarial Odebrecht]
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