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1 Zé D’Obakossô e a “Noite dos Combones: um ritual afro-brasileiro em Aracaju/se. Ivoneide Santos 1 Apesar do 13 de maio de 1888, os ex-escravos não encontraram facilidade em afirmar sua identidade no pós-abolição. Sendo assim, buscaram mecanismo como forma de resistência nas religiões de matriz africana como apontou Dantas ao afirmar que - “o Candomblé, a Umbanda e a Macumba são formas de “resistência cultural” (...) 2 , diante da classe predominante. Dentre as três formas de resistências citadas destaca-se o Candomblé (originaria do termo kandombile que significa culto e oração) 3 , religião de matriz africana que Zé D’Obakossô, líder religioso sergipano praticava. Este fundou seu primeiro terreiro no Bairro Suíça, localizado na Rua Frei Paulo-Aracaju/se que permaneceu por pouco tempo neste endereço (cerca de quatro a seis anos) 4 , em uma simples residência que tinha um salão no quintal. Porém a demanda pelos serviços religiosos era significativa levando Zé D’Obakossô a buscar um terreiro mais amplo. Logo, mudou-se para a Avenida Rio de Janeiro ou Estrada de Ferro, 1549.Construiu o terreiro (Abaça Odé Bamirê Axé Ilé de Obakoussou), no ano de 1949 na cidade de Aracaju/Se. Este artigo é fruto de uma pesquisa inicial sobre José Augusto dos Santos (Zé D’Obacoussou). Ao tomar ciência da trajetória desse líder religioso especificamente no campo da religião de matriz africana, despertou-me o interesse pelo estudo da referida temática. Assim sendo, debrucei-me sobre a biografia de Zé D’Obacossou. No decorrer da pesquisa encontrei a citação deste líder religioso em um documento Revista Alvorada- (em anexo) na 1 [email protected] Membro do Grupo de Pesquisa Miragens da Liberdade. (UFS); Pós-graduada em História pela Faculdade São Luis de França; Licenciada em História pela (UFS) e Licenciada em Pedagogia pela Faculdade Vale do Acaraú. 2 DANTAS, Beatriz Góis: Vovô nagô, papai branco: usos e abusos da África no Brasil, p.13- 14 Rio de Janeiro, Graal, 1998. 3 LODY, Raul, Candomblé: religião e resistência cultural, p.8, Ática São Paulo,1987. 4 VASCONCELOS, Anílson Cardoso e DELFINO, Flávia dos santos: A história de um terreiro de candomblé: axé ilé obá abacá ode bamirê, p.62 Aracaju/se 2007

ombones : um ritual afro-brasileiro em Aracaju/se. · 2 monografia de Janaina Couvo Teixeira Maia5-, busquei o documento original mais sem sucesso. Já no jornal (Diário de Aracaju

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Zé D’Obakossô e a “Noite dos Combones”: um ritual afro-brasileiro em

Aracaju/se.

Ivoneide Santos1

Apesar do 13 de maio de 1888, os ex-escravos não encontraram facilidade em afirmar

sua identidade no pós-abolição. Sendo assim, buscaram mecanismo como forma de resistência

nas religiões de matriz africana como apontou Dantas ao afirmar que - “o Candomblé, a

Umbanda e a Macumba são formas de “resistência cultural” (...)2, diante da classe

predominante. Dentre as três formas de resistências citadas destaca-se o Candomblé

(originaria do termo kandombile que significa culto e oração)3, religião de matriz africana que

Zé D’Obakossô, líder religioso sergipano praticava. Este fundou seu primeiro terreiro no

Bairro Suíça, localizado na Rua Frei Paulo-Aracaju/se que permaneceu por pouco tempo neste

endereço (cerca de quatro a seis anos)4, em uma simples residência que tinha um salão no

quintal. Porém a demanda pelos serviços religiosos era significativa levando Zé D’Obakossô a

buscar um terreiro mais amplo. Logo, mudou-se para a Avenida Rio de Janeiro ou Estrada de

Ferro, 1549.Construiu o terreiro (Abaça Odé Bamirê Axé Ilé de Obakoussou), no ano de 1949

na cidade de Aracaju/Se. Este artigo é fruto de uma pesquisa inicial sobre José Augusto dos

Santos (Zé D’Obacoussou).

Ao tomar ciência da trajetória desse líder religioso especificamente no campo da

religião de matriz africana, despertou-me o interesse pelo estudo da referida temática. Assim

sendo, debrucei-me sobre a biografia de Zé D’Obacossou. No decorrer da pesquisa encontrei

a citação deste líder religioso em um documento – Revista Alvorada- (em anexo) na

[email protected]

Membro do Grupo de Pesquisa Miragens da Liberdade. (UFS); Pós-graduada em História

pela Faculdade São Luis de França; Licenciada em História pela (UFS) e Licenciada em

Pedagogia pela Faculdade Vale do Acaraú. 2DANTAS, Beatriz Góis: Vovô nagô, papai branco: usos e abusos da África no Brasil, p.13-

14 Rio de Janeiro, Graal, 1998. 3LODY, Raul, Candomblé: religião e resistência cultural, p.8, Ática São Paulo,1987. 4VASCONCELOS, Anílson Cardoso e DELFINO, Flávia dos santos: A história de um

terreiro de candomblé: axé ilé obá abacá ode bamirê, p.62 Aracaju/se 2007

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monografia de Janaina Couvo Teixeira Maia5 -, busquei o documento original mais sem

sucesso. Já no jornal (Diário de Aracaju -23 de maio de 1969.), localizado no Instituto

Histórico Geográfico de Sergipe, tive um respaldo onde pude fazer um cruzamento das

informações contidas em ambos. (Revista Alvorada e o Jornal Diário de Aracaju). Outra fonte

foi o depoimento de Josepha Maria dos Santos (D. Nair mãe-de-santo; 90 anos de idade),

memória viva do evento em Aracaju/se (25 de maio de 1969) “Noite dos Combones”.

Portanto, optei em fazer uma reflexão sobre a participação de Zé D’Obakossô no

evento supracitado com o intuito de dar visibilidade ao evento afro-brasileiro realizado no

período em que, as posturas preconceituosas eram latentes. Percebe-se que o espaço reservado

aos cultos de matriz africana ultrapassou as fronteiras da “simples” função de cultuar os

deuses. Norteando os indivíduos a conviver religiosamente e socialmente, pois:

“[...] a instituição do candomblé, centenária e fortalecida, polariza não

apenas a vida religiosa, mas também a vida social, a hierárquica, a ética, a

moral, a tradição verbal e não-verbal, o lúdico e tudo, enfim, que o espaço de

defesa conseguiu manter e preservar da cultura do homem africano no

Brasil.6

Esse “leque” de função do candomblé possibilitou preservar a memória da cultura

afro-brasileira na cidade de Aracaju/Se. Segundo Janaina Couvo, quase um século do

surgimento desta cidade emerge os primeiros terreiros (1928) precisamente no bairro do Aribé

(atual Siqueira Campos). Um bairro ocupado por moradias singelas e pequenos sítios, ideal à

prática do candomblé devido sua distância do centro urbano7. Esse distanciamento era

necessário porque havia uma aversão a religião afro-brasileira, que foi marcada pela repressão

policial em Aracaju. O terreiro Abaça Odé Bamirê Axé Ilé de Obakoussou de Zé

D’Obakossô, também sofreu repressão policial ao ser invadido, destruído seus atabaques e

interrupção do culto. Como bem citou Zé D’Obacoussou:

“Naquela época não tinha liberdade de cantar, nem de dançar, nem de

representar nada. Porque houve um Governador no Estado que prendia,

5MAIA, Janaina Couvo Teixeira, Umbanda em Aracaju: Na encruzilhada da História e da

Etnografia /São Cristóvão/se 1998. 6LODY, candomblé: religião, p.10. 7AGUIAR, Janaina Couvo Teixeira Maia de: “Brincadeiras de Santo”: Uma contribuição á

história dos antigos cultos afro-brasileiros em Aracaju/se (1920-1960); p.15-16 2008

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mandou prender todo mundo com o seu alguidar na cabeça e a delegacia

encheu de gente nessa época” (José Augusto - sacerdote apud Maia, 1998).8

Tais acontecimentos não estagnaram com os líderes religiosos na capital sergipana e

sim, fortaleceu a resistência e permanência dos cultos afro-brasileiros dos pais-de-santo e

mães-de-santo. Se os anos 1940 foram marcados pela violência e preconceito religioso – na

década de 1960 tem uma flexibilidade no âmbito das práticas afro-brasileiras principalmente

por parte das autoridades políticas que outrora reprimiam os cultos de Matriz Africana -

passando a serem “apreciadores” desta prática religiosa. Segundo Janina Couvo, autoridades

políticas aproveitavam esses ambientes para garantir (...), “votos” nas “eleições estaduais e

municipais”. O período também foi marcado pela fundação da primeira Federação dos

Umbandistas na década de 1960, que esteve “(...), voltada a resguardar e garantir a

legitimidade das religiões afro-brasileiras frente à sociedade”.9A federação dos Umbandistas

serviu como “mediadora” dos direitos afro-brasileiros no Estado sergipano.

Assim entendido, mudanças ocorridas na área do candomblé permitiram que seus

praticantes, a exemplo dos pais-de-santo e mães-de-santo, expandissem a construção de

“novos” terreiros em outras localidades no Estado sergipano e em outros Estados brasileiros.

Também não foi diferente com Zé D’Obakossô que ultrapassou fronteiras estaduais e fundou

um terreiro no Estado do Rio de Janeiro no ano de 1961, como evidencia sua filha Acácia:

“Em 1961 devido problemas de saúde, pois, Zé D’ Obacoussou

tinha forte alergia e o clima local não lhe fazia bem, viajou para a cidade do

Rio de Janeiro e abriu um terreiro filial que durou trinta anos, na Rua

Helena, nº12 cidade Leal/Rio de Janeiro, assumindo seu lugar em Aracaju,

sua irmã, Maria da Gloria (Dofana), após esse período, retornou para

Aracaju em 1991, retomou a direção do terreiro e faleceu em 24/10/2006.

(Acácia - apud Souza Filho, 2010.)10

Durante o período em que Zé D’Obacoussou passou na cidade da Guanabara, Aracaju

seguia com seu desenvolvimento no campo religioso de matriz africana e suas conquistas na

8MAIA, Janaina Couvo Teixeira, Umbanda em Aracaju: Na encruzilhada da História e da

Etnografia /São Cristóvão/se; p. 50 1998. 9AGUIAR, Janaina Couvo Teixeira Maia de: “Brincadeiras de Santo”: Uma contribuição á

história dos antigos cultos afro-brasileiros em Aracaju/se (1920-1960); p.40 2008 10SOUZA FILHO, Florival José de: Candomblé na cidade de Aracaju: território, espaço

urbano e poder público. Aracaju/se p.94 2010.

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área do candomblé. A exemplo do movimento ocorrido no ano de 1969 nesta cidade, que

ficou conhecido como a “Noite dos Combones”11. Segundo a publicação do Jornal Diário de

Aracaju,12 o evento foi realizado no dia 25 de maio, contudo, a mídia sergipana antecipava em

primeira página o evento no dia 23 de maio do mesmo mês. A manchete informava que o

evento tão aguardando pelo povo de santo ocorreria no domingo no Ginásio Charles Moritz, e

que ali estaria um público de cerca de 5 mil umbandistas.

11Combono ou combone: auxiliar de médiuns de incorporação é o servidor dos orixás.

Acesso 19/09/2016. Sait:https://povodearuanda.wordpress.com/2007/07/21/de - umbanda/ 12Jornal Diário de Aracaju (23 de maio de 1969, Ano IV, nº 946. Instituto Histórico e

Geográfico de Sergipe).

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É importante pontuar que se supõe que só o Diário de Aracaju noticiou a ocorrência do

episódio afro-brasileiro em Aracaju, uma vez que não foi encontrada outra fonte (jornal) que

relatasse o acontecimento. Assim, a nota jornalística começava informando que:

“(...) trinta terreiros de umbanda estarão se apresentando domingo no

Ginásio Charles Moritz, durante a Noite dos Combones patrocinado pelo

Departamento do Turismo de Aracaju, cinco mil umbandistas estarão

mostrando todo o desenrolar do ritual dos terreiros na maior apresentação

folclórica já realizada em Aracaju”.13

Apesar do apoio do poder público, destinado a religião afro-brasileira existia ainda

uma “mácula” preconceituosa no tocante a prática do candomblé, pois a manchete acima se

refere ao movimento como uma apresentação folclórica e não como uma atividade religiosa,

demonstrando um tratamento diferenciado ás religiões contraria a oficial:

“Nos jornais, estas práticas religiosas (práticas espíritas) ocupam o espaço

dos cultos afro e convivem com as mesmas posturas preconceituosas. Os

jornais muito contribuíram para a difusão de uma visão deturpada destas

práticas, assim como um incentivo á repressão. Observa-se através das

matérias jornalísticas, que estes “espaços de culto” também são bastante

procurados pelos moradores da região. Eles visitam em busca de ajuda para

algum problema ou simplesmente vão por “curiosidade.14

O jornal também informou que haveria “desfile de santos umbandistas, caboclos,

nação nagô e outras atrações do ritual negro afro-brasileiro. Quinze tambores e quatro agogôs

formariam a estrutura musical da “Noite dos Combones”. Pela grandiosidade do evento e toda

a sua repercussão, percebe-se que o evento foi uma conquista das lutas do povo negro

travadas entre a dominação branca no período pós-abolição. Tornando-se, uma evolução

histórica do candomblé em Aracaju/SE.

A noite dos combones

13Jornal Diário de Aracaju (23 de maio de 1969, Ano IV, nº 946. Instituto Histórico e

Geográfico de Sergipe). 14AGUIAR, Janaina Couvo Teixeira Maia de: “Brincadeiras de Santo”: Uma contribuição á

história dos antigos cultos afro-brasileiros em Aracaju/se (1920-1960); p.35 2008

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“Uma Beleza de Festa dos Candomblés Sergipanos no Charles Moritz”. Assim,

destacava a Revista Alvorada15, única a fazer a cobertura do evento. A revista também

informava que o evento foi marcado pelas presenças importantes de autoridades políticas da

época, destacadas por Florival:

“O evento contou com a presença do Prefeito da época, José Aloísio de

Campos, do Diretor do Departamento de Turismo, do Professor Alencar

Filho e do presidente dos Umbandistas ‘a festa iniciou com a apresentação

de Mãe Nanã com seus combones Alades a qual apresentou uma obrigação,

o Bori”.16

A noite dos combones evidenciou uma conquista dos afro-brasileiros buscando sua

afirmação indenitária em uma sociedade pautada na “cultura do preconceito”. Assim, para

pontuar a identidade afro-brasileira, o evento levou doze terreiros que se apresentaram no

Ginásio Charles Moritz; tendo a balourixá Nanã – terreiro São Jorge, situado na Rua Equador,

70 bairro América –, abrindo a festividade. Seus combones apresentaram uma obrigação que

é o Bori. E com o intuito de impressionar a plateia soltou um pombo branco sobre as cabeças

dos 4 mil espectadores. Este dado quantitativo diverge da notícia do Jornal Diário de Aracaju,

que noticiou cerca de cinco mil pessoas presente no Ginásio Charles Moritz.

A sexta apresentação considerada magnífica foi a de José Augusto dos Santos (Zé D’

Obacoussou), com honras de um Banirê. Retornando do Rio de Janeiro para se fazer presente

no evento de significativa importância histórica para a cidade de Aracaju, demostrou ao

público e as autoridades presente no evento sua importância religiosa e que a noitada do dia

25 de maio seria indispensável sua participação, acentuando uma “singela vaidade” de um

renomado pai-de-santo. Na época era diretor Espiritual do centro São Jorge – situado na

Avenida Rio de Janeiro, 1032. Segundo a Revista Alvorada, ele apresentou três santos com

suas vestes coloridas incorporados em suas Iaôs17 de confiança. Os santos eram: Iemanjá,

Omulú e Ogum. Todos bem aplaudidos.

15 Revista Alvorada (Ano: II, nº 23, maio de 1969.) 16 SOUZA FILHO, Florival José de: Candomblé na cidade de Aracaju: território, espaço

urbano e poder público. Aracaju/se p.61 2010. 17Iaô-Médium feminino no primeiro grau de desenvolvimento do terreiro

https://povodearuanda.wordpress.com/2007/07/21/de-umbanda/

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O ano de 1969 era duplamente importante para Obacoussou, já que participava de um

evento religioso que entraria para a história, bem como completara duas décadas do seu

adeká18, portando, estava apto ao cargo de pai-de-santo. Segundo Santos:

“(...) fiz santo no dia primeiro de fevereiro de mil novecentos e quarenta e

nove na Rua do Acre, com minha mãe Bailó. Recebi o adeká com minha

mãe Nanã e Bailó no mês de julho no bairro Suíça, em Aracaju, pois, já tinha

casa de santo, o primeiro barco que recolhi foi de cinco iaôs e assim

prossegui com minha vida de Babalorixá”. (Santos. 200:18 Apud

Vasconcellos e Delfino).19

Outro terreiro que se destacou no evento segundo a revista, foi o terreiro Ogum

Marinho – Bairro Santos Dumont –, de Josepha Maria dos Santos (D. Nair), que em

depoimento relatou que:

Eu conhecia Zé D’Obacoussô, me lembro da sua presença na Noite

dos Combones, mas sem muitos detalhes; ele apresentou seus santos.

Os Combones são os empregados dos orixás: Eles tocam os atabaques,

aprende as músicas para cantar nas festividades e são muitos

importantes e respeitados perante a comunidade do candomblé. Nessa

época havia discriminação com a religião afro, mas aquela noite foi

muito importante os terreiros levaram seus filhos-de-santo com suas

principais e deslumbrantes vestimentas para o evento no Ginásio

Charles Mortiz” meu terreiro levou o caboclo jurumeiro. (Josepha

Maria dos Santos - D. Nair).20

O babalourixá Claudionor dos Santos (esposo de Dona Nair) participou do evento e

iniciou a apresentação com a seguinte frase: “eu venho de longe sem conhecer ninguém, nós

vem colher uma rosa que nesta roseira tem”. Em continuidade os filhos de fé se apresentaram

trajados com suas vestes deslumbrantes “típico de cor azul e branco”, se inserindo na

categoria dos mais aplaudidos pelo povo e autoridades presentes. As diversidades das

apresentações serviram como um “retorno” a cultura africana. Assim, o centro de São Cosme

e Damião – situado no Conjunto Castelo Branco –, de Maria José Nascimento (Maria José das 18Adeká-semelhante a um certificado que o filho de fé recebe após uma jornada de preparação

religiosa no candomblé, em seguida passa por um ritual e recebe o adeká. Com a finalidade de

tornar-se pai-de-santo. (Segundo depoimento de Josepha Maria dos Santos - (D. Nair)

concedido a Santos, Ivoneide, Aracaju/se 09/09/2016. 19VASCONCELOS, Anílson Cardoso e DELFINO, Flávia dos santos: A história de um

terreiro de candomblé: axé ilé obá abacá ode bamirê, p.26 Aracaju/se 2007 20Depoimento de Josepha Maria dos Santos (D. Nair) concedido a Santos, Ivoneide,

Aracaju/se 09/09/2016.

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Areias), fez uma apresentação lembrando os habitantes da Costa da África – “os pretos

velhos” – e a travessia do Atlântico para o Brasil. O documento (A Revista Alvorada) informa

que “foi ela e os filhos de fé vviamente aplaudidos por todos que assistiam os seus modos de

pé de dança da Nação místiças entre os africanos e os grêgos que foram deportados,

diretamente da África, nos porões dos navios negreiros, para ser vendidos ao Brasil”. O

Centro Santo Antônio dirigido pelo babalorixá Milton Franco Souza (situado na Rua

Cotinguiba, bairro Suíça), também narrou um acontecimento historiográfico, representando a

população nativa brasileira. Este foi trajado com “suas tangas e capacete de penas de emas”,

(digna de um nativo), demonstrando ao público a manifestação do caboco Rei Juremeiro.

Aqui é importante chamar Lody, que ressalta que o caboclo (indivíduo classificado como

mestiço), representa o herói com o ideal de proteger suas terras seja ela, a de origem, África

ou a qual reside (Brasil).21 Assim:

“Essa interpretação de africanos no Brasil sobre o grande ancestral brasileiro

expande-se num culto visualmente calcado numa estética tropical: vida na

selva, vida na tribo, roupa de pena, caça e frutos, arco e flecha, tudo

emoldurado pelo som do trio de atabaques e de ingorossis (cantigas dos

terreiros angolas), uma ética africana permeando rituais.22

Os terreiros São Jerônimo, (situado na Rua Amazonas, 167), de propriedade da

babalourixá Rosa Lima de Andrade com Jarí José Barbosa; o Terreiro Santa Bárbara (situado

no Bugiu) de Alcides José dos Santos. Ambos mostraram suas atividades voltadas à Nação

Nagô. Nação que Obakossou partilhava e supostamente seu pai biológico, pois: “meu pai era

pessoa de santo, mas não tinha casa aberta (...) eu sou descendente de nagô23 (...)” (José

Augusto dos Santos- Zé D’ Obakossô- apud Maia, 1998).24

Outra Nação africana anunciada na Noite dos Combones foi a Nação Kêto,

representada pelo terreiro Reis dos Astros da babalourixá Francisca Silva Bonfim, situado na

Avenida Osvaldo Aranha, 918 nesta capital. Sua recepção diante do público presente no

21LODY, candomblé: religião,1987 p.14 22 Id., 1987 p.14 23“A cidade de Laranjeiras/se é considerada como o foco inicial e o reduto mais forte da

tradição nagô é como a cidade que proliferam com vigor os cultos afro-brasileiros”. (Oliveira

Apud Dantas, 1998, p.31) 24MAIA, Janaina Couvo. Umbanda em Aracaju: Na encruzilhada da História e da Etnografia

/São Cristóvão/se; 1998 p.43.

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Ginásio Charles Mortiz foi digna de extensos aplausos ao fazer “referência a Exu,

despachando ele para deixar uma boa impressão a todos que estava presente na maravilhosa

demonstração do dia 25 de maio em homenagem a “Noite dos Combonés” Alabê”.25O Estado

de Alagoas também se fez presente, representado pelo babalourixá Dionísio José dos Santos

do terreiro Rei Baiano, situado na Rua São Luiz, no bairro Ponto Novo em Aracaju/se. A

fonte em estudo (Revista Alvorada) expõe que a atividade desenvolvida por Dionísio José dos

Santos era de origem da Nação jeje (práticas religiosas de matriz africana cultuada no

candomblé na cidade alagoana), homenageando o bairro Jacintinho ou Ponta Grossa na capital

de Alagoas. Porém a Revista Alvorada não detalhava que tipo de atividade foi desenvolvido

naquela noite. As apresentações dos terreiros não só deram visibilidade a religião afro-

brasileira como também expôs a população que o candomblé é uma religião que cultua

diversos deuses de diferentes nações africanas e desmistificando que o candomblé é

homogêneo em todo lugar. Exemplo é a prática religiosa de matriz africana (candomblé); de

origem Nagô que foi mais cultuada nos terreiros de Aracaju, onde, Segundo Aguiar (2008),

(...) o nagô corresponde ás práticas religiosas nas quais são cultuadas

ancestrais divinizados yoroubanos. Seus adeptos buscam legitimação de suas

crenças na relação com a África, tendo em seus rituais e densidades os

elementos mais representativos desta relação. “(...) Em Aracaju, o culto

Nagô, de forte influência das regiões da Cotinguiba e Japaratuba, também

despreza as práticas do “Feitoria”. Pessoas que passaram pelo “feitoro” não

são bem vistas pelos demais praticantes do Nagô. O exemplo deste fato

ocorreu com a mãe-de-santo Maria de Pelage, representante muito respeitada

do culto Nagô na cidade. Iniciada no “Candomblé de Feitorio”pelo pai-de-

santo José Obakossô, perdeu todos os seus filhos- de- santo que

questionavam como era possível “uma mãe-de-santo se tornar filha de um

filho de santo.26

Além do culto Nagô – onde se percebe muitas divindades africanas –, existia/existe a

presença do Toré que “(...) está relacionado ao culto, aos caboclos e juremados. Tem pouca

presença de divindades africanas”27. Assim, para encerrar o evento no dia 25 de maio, contou-

se com a presença da babalourixá Judite Elói de Paiva (terreiro Santo Antônio de Boré), que

25Alabê: no culto dos jejês,é o encarregado do instrumental do candomblé.

Sait:https://www.dicio.com.br/alabe/ Acesso em 20/09/2016. 26AGUIAR, Janaina Couvo Teixeira Maia de: “Brincadeiras de Santo”: Uma contribuição á

história dos antigos cultos afro-brasileiros em Aracaju/se (1920-1960); p.16 2008 27Id., 2008, p. 17.

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também veio do Estado da Guanabara para “presentear” a população aracajuana com sua

apresentação de encerramento do evento demonstrando como era “feito a Umbanda no seu

Estado”. A apresentação foi considerada uma das mais favoritas daquela noite. A babalourixá

começou recitando a seguinte frase: “quero ver chover quero relampejar, mesmo assim o céu

é sempre azul filhos de umbanda afine o ponto que Oxóssi é o dono de Aracaju”.

O exemplar da Revista em análise não detalhou como foi o desenvolvimento da

apresentação da mãe-de-santo Judite. Segundo as fontes aqui elencadas (Jornal Diário de

Aracaju e Revista Alvorada), utilizadas no andamento desta pesquisa, (reafirmando) desta

Couvo evento que ficou conhecido como a “Noite dos Combonés” de “Seita Religiosa”.

Evento Folclórico e não como um ato religioso de matriz africana denotando assim, um

distanciamento da “categoria” religiosa diante da religião oficial e evangélica. Esses atributos

não desmotivaram a comunidade afro-brasileira de Aracaju no tocante continuidade da

resistência religiosa, e sim, fomentou a luta em busca da evolução religiosa de matriz africana

nesta capital. Já a cobertura da noite dos combones, a Revista Alvorada contou com a direção

de José Wallace Silva e sua “comitiva da diretoria da Federação do templo Espiritualista e

Confraternizações de Umbanda São Lazaro do Estado de sergipano”

A historiografia mostra que o candomblé, ou seja, as religiões afro-brasileiras

contribuíram/contribui para a preservação dos ancestrais do povo brasileiro, buscando

identificar-se e ser identificada em busca por seu espaço na sociedade. Pois:

“As religiões afro-brasileiras começam a se expandir e fazer-se conhecer, ou

seja, já codificada no caso no caso da Umbanda” e mais visível no caso do

Candomblé, “a partir da década de 30, justamente no momento em que o

país vê surgir diante de si o início de um novo processo político que ria se

estender durante vários anos28”(Brown, 1985 Apud Mandarino).

A expansão das religiões afro-brasileiras despertou nas autoridades políticas da época,

uma intolerância religiosa que esteve mais explicita até a década de 1940. As perseguições

entre os candomblezeiros e as autoridades sergipanas tiveram o apoio do governador da época

Augusto Maynard que: “não admitia qualquer atitude que pudesse vir a desestabilizar seu

28MANDARINO, Ana Cristina de Souza (Não) deu na primeira página: macumba, loucura e

criminalidade – São Cristóvão: Editora UFS; Aracaju: Fundação Oviêdo Teixeira; P.103

2007.

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governo. ”(informação verbal)” (Aguiar 2003 Apud Mandarino)29. Apesar das repressões ao

candomblé os líderes religiosos buscaram “renovar” as atividades desenvolvidas nos terreiros.

Assim, surge o candomblé de feitoria que se desenvolveu na capital sergipana (e Estado) onde

a mãe-de-santo Nanã começa a prática deste culto. Que segundo Aguiar (2003),

Nanã então começou a iniciar todo mundo, raspa todo mundo e com essa

folia de raspar esse povo todo, começa a desestruturar o Nagô e o Toré.

Muita gente que era do Nagô passa a assumir a cassa de Nanã, e ela passam

a ser uma raiz em Aracaju. Neste período, estava em implantação e

desenvolvimento o regime do Estado Novo - auge da repressão – então o

Candomblé em Sergipe vai crescer e se desenvolver junto a repressão e com

o próprio modelo político que estava passando Sergipe e o Brasil. (Aguiar

2003 Apud Mandarino).30

O período de repressão paulatinamente chega ao fim e os meios de comunicações

(exemplo da Revista Alvorada), colaboraram com a divulgação das atividades (como também

publicação de artigos sobre o candomblé) da religião afro-brasileira. Logo, Aguiar relata

sobre a importância desta revista (criada pelo senador Leandro Maciel), possibilitando “as

casas de culto a se distanciar da imagem da marginalização e desconfiança que a sociedade

aracajuana tinha sobre eles”31(Aguiar; Apud. Mandarino 2007). Portanto:

(...) é na Revista Alvorada que os ogãs começam a escrever artigos,

popularizar e ao mesmo tempo folclorizar os terreiros, utilizando-os como

verdadeiros currais eleitorais. Para isso, ele, Leandro vai pedir ao próprio

governador Lourival Baptista que oficialize o estatuto da Federação

mandando-o publicar no Diário Oficial 32( Mandarino,2007 p.148).

Evidenciamos que a noite dos combones, contou com o desempenho de José Wallace

Silva, que além de fazer a matéria sobre a noite do dia 25 de maio também apresentou uma

atividade representando o terreiro de Nanã. Portanto:

[...]um ogã da casa de Marizete, Wallace, que era também o diretor de

imprensa da Federação escreve sobre a Noite dos Combonés, na qual o

governador Lourival Baptista através da Secretaria Municipal de Turismo e

29Id., 2007, p.110.

31Id. 2007, p. 148 32Id. 2007.

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do Governo de Estado cria a tal noite como uma forma de promover os

terreiros escolhendo entre os melhores ogãs a se apresentar. Ele se

aproveitou que nesse momento havia uma enorme disputa entre os terreiros

filiados e os que não eram filiados para se descobrir quais cantavam e

tocavam melhor no Estado. Wallace vai estar lá para escrever sobre a

apresentação do terreiro de Nanã, o qual faz uma demonstração de como era

um bori no Candomblé... No final este diz que: “por último veio

representado o que há de mais novo e sucesso na Baia de Guanabara, o culto

de Umbanda, que pela primeira vez será apresentado no Estado de Sergipe

pela sacerdotisa Judite Eloi”33 (Aguiar Apud. Mandarino 2007).

A apresentação da sacerdotisa Judite “fugiu do controle”, pois, (Aguiar- Apud.

Mandarino 2007) a entidade que baixou foi a “Pomba Gira dela” (a que ela ia apresentar era

um caboclo da Umbanda) diante da plateia presente. Desde então esta ficou “conhecida como

a “mulher do cão”, odiada por muitos e procurada por outros” (Aguiar- Apud. Mandarino

2007 p. 151). Tal acontecimento serviu para evidenciar o culto de Exu e Pombas Giras nas

rodas das discussões que outrora era “subjacente” no Estado sergipano. Portanto é a partir da

“aceitação” da religião afro-brasileira em Aracaju e divulgação nos meios de comunicação

que os candomblezeiros participam das festividades na capital sergipana com o incentivo da

Secretaria Municipal de Turismo. Vê-se que a trajetória da religião de matriz africana em

especial o Candomblé (em Aracaju), foi gradativamente pautada em conquistas significativas

contribuindo com a preservação da religião afro-brasileira na capital sergipana transmitida de

geração a geração como bem define Lody (1987):

[...] “conhecimentos que, transmitidos por elos familiares, vêm passando de

geração a geração, numa verdadeira guarda de segredos. Creio que o segredo

foi a melhor arma do candomblé para conseguir manter tantos traços

africanos, como palavras, músicas e, principalmente, rituais religiosos,

formas revitalizantes da continuidade e manutenção do axé, como fala o

povo do candomblé”.34

O conhecimento transmitido pelos líderes religiosos e seus filhos-de-santo no Ginásio

Charles Moritz, contribuíram com a divulgação do candomblé na capital sergipana formando

naquele recinto um verdadeiro “celeiro” cultural, social e religioso. Apesar da

competitividade que havia dos terreiros na década de 60; estes compartilhavam do mesmo

ideal que era a busca pela legitimação afro-brasileira. Pois:

33Id. 2007, p. 150. 34LODY, candomblé: religião, 1987 p.12

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“Havia vinculo diretamente com outros terreiros, convite para festa, e muitas

vezes para ajudar. Havia também o interesse de reproduzir o que os outros

tinham de novidade. Assim, como um sentimento de competição e inveja,

seja nos trajes, quantidade de comida, presença de autoridades famosa”

(Maria Luiza Santos –irmã de Zé D’Obacossou- Apud. Vasconcelos,

Anílson e Delfino, Flávia ).35

Conclui-se que a noite do dia 25 de maio; que ficou conhecida como a “Noite dos

Combones” serviu para romper com as fronteiras religiosas na capital sergipana no período

em que as autoridades da época “consentiam” a prática dos cultos afro-brasileiros de matriz

africana precisamente o Candomblé na cidade de Aracaju/se. Os líderes religiosos: Zé D’

Obacosssou, Nanã, Marizete dentre outros que se apresentaram no evento supracitado

hasteando sua “bandeira” religiosa que serviria como um veículo de difusão de ideias

pautadas na preservação e divulgação do Candomblé aracajuano.

Referências e fontes:

AGUIAR, Janaina Couvo Teixeira Maia de. “Brincadeiras de Santo”: Uma contribuição à

história dos antigos cultos afro-brasileiros em Aracaju/se (1920-1960). São Cristóvão: UFS,

2008.

Alabê: no culto dos jejês, é o encarregado do instrumental do candomblé. Disponível em:

<Sait:https://www.dicio.com.br/alabe/>. Acesso em: 20. Set. 2016.

DANTAS, Beatriz Góis: Vovô nagô, papai branco: usos e abusos da África no Brasil. Rio

de Janeiro: Graal, 1998.

Iaô- Médium feminino no primeiro grau de desenvolvimento do terreiro. Disponível em:

https://povodearuanda.wordpress.com/2007/07/21/de-umbanda/. Acesso em: 20. Set. 2016.

Jornal Diário de Aracaju. Nº 946. Ano, 1969.

35VASCONCELOS, Anílson Cardoso e DELFINO, Flávia dos santos: A história de um

terreiro de candomblé: axé ilé obá abacá ode bamirê, p. 65 Aracaju/se 2007

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LODY, Raul, Candomblé: religião e resistência cultural. São Paulo: Ática, 1987.

MAIA, Janaina Couvo Teixeira. Umbanda em Aracaju: Na encruzilhada da História e da

Etnografia. São Cristóvão: UFS, 1998.

Revista Alvorada ( Ano: II, nº 23, Maio de 1969.)

SOUZA FILHO, Florival José de. Candomblé na cidade de Aracaju: território, espaço

urbano e poder público. Aracaju: UFS, 2010.

VASCONCELOS, Anílson Cardoso e DELFINO, Flávia dos santos. A história de um

terreiro de candomblé: axé ilé obá abacá ode bamirê. Aracaju: UNIT, 2007.