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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

Operação de migração para o novo data center da Celepar ......Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013 Título: Leitura na escola: ... (2013,

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO – SEED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

ANA DIRCE SARI

SEQUÊNCIA DIDÁTICA

PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

LEITURA NA ESCOLA: FORMAÇÃO DO LEITOR ATRAVÉS DE CRÔNICAS

TOLEDO

2013

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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013

Título: Leitura na escola: a formação do leitor por meio de crônicas

Autor: Ana Dirce Sari

Disciplina/Área:

(ingresso no PDE)

Língua Portuguesa

2013

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Col. Estadual Presidente Castelo Branco

Rua Guaíra, nº 3275 -Jd. La Salle - Toledo

Município da escola: Toledo

Núcleo Regional de Educação: Toledo

Professor Orientador: Dari José Klein

Instituição de Ensino Superior: IES – Unioeste Campus de Toledo

Relação Interdisciplinar:

(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

Resumo:

(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

“A formação do leitor através de crônicas” é um projeto para ser desenvolvido por meio de uma Sequência Didática, dividida em dez módulos, com alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Presidente Castelo Branco de Toledo, Oeste do Paraná. Ele tem por finalidade a formação de um leitor crítico, ao mesmo tempo em que se espera poder encantá-los e despertar neles o gosto pela leitura ao explorar o gênero crônica como um motivador para a aprendizagem e a formação do hábito de leitura, a partir dos autores Luís Fernando Veríssimo e Rubem Braga. Textos curtos e temas que envolvem o cotidiano, além de autores conhecidos e de renome são elementos fundamentais para iniciar bem e forjar já desde o início um hábito de leitura que favorecerá o trabalho com obras mais extensas e mais densas nos anos seguintes. Concomitantemente, estabelecer-se-á um

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paralelo com as músicas de Chico Buarque, Engenheiros do Hawaí, Titãs e a poesia de Carlos Drummond de Andrade, voltadas ao mesmo tema das crônicas. Como base teórica para as reflexões, utilizaram-se as DCEs e as obras de Lajolo, Solé e Sá.

Palavras-chave:

(3 a 5 palavras)

Crônica, leitura, formação do leitor

Formato do Material Didático: Unidade didática

Público:(indicar o grupo para o qual o material didático foi desenvolvido: professores, alunos, comunidade...)

Alunos do 1º ano do Ensino Médio Regular.

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IDENTIFICAÇÃO:

PROFESSORA PDE: ANA DIRCE SARI

ÁREA / DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA

NRE: TOLEDO

IES: UNIOESTE

ORIENTADOR: DARI JOSÉ KLEIN

ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: CE PRESIDENTE CASTELO BRANCO

PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO: 1º ANO ENSINO MÉDIO

1- APRESENTAÇÃO

Assumir um currículo disciplinar é enfatizar a socialização do conhecimento

e essa é a função da escola. Em razão disso, segundo as Diretrizes Curriculares

do Paraná, “é tarefa da escola possibilitar que seus alunos participem de

diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade com a

finalidade de inseri-los nas diversas esferas de circulação.” (2008, p.48).

Este projeto tem por objetivo propor aos alunos de 1º ano do Ensino Médio

Regular do CE Presidente Castelo Branco de Toledo atividades de leitura,

principalmente do gênero crônica, que possibilitem o prazer de ler ao leitor. Se

através dos livros nós podemos sonhar, fantasiar e nos emocionar, então se

entende que é através da leitura que se pode superar as dificuldades de

compreender a vida e os mistérios do mundo e ainda aprender a escrever melhor.

A escolha do trabalho com o gênero crônica se justifica pelo fato de este

gênero ter a aparência de simplicidade das produções do dia a dia dos nossos

cronistas, uma vez que a crônica é objeto de leitura, fruição, estudo e produção .

Ainda, acrescenta-se ao projeto de implementação atividades que envolvem a

música como forma de contextualizar os temas apresentados, aproximando-os do

gosto literário dos nossos jovens leitores pelo fato de esses textos terem uma

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linguagem mais simples e com temas que vão do riso à crítica, ao humor, à

sensualidade, à ternura, ao tédio entre outros.

Com a atividade de leitura e análise de crônicas, vinculando às canções

propostas, espera-se poder oportunizar ao aluno desenvolver-se, tanto no sentido

ético, estético e de formação. A leitura pode fazê-los encontrar inúmeras maneiras

de expressar-se, dizer o que sentem o que pensam o que criam ou inventam.

A oportunidade de contato da convivência com os livros deve ir muito além

das nossas aulas de Língua Portuguesa; ela deve explorar a imaginação,

desenvolver a capacidade criadora, a magia do lazer e do prazer como um bem

cultural que deve estar ao alcance de todos.

A Unidade Didática (caderno pedagógico) foi elaborada para auxiliar a

aplicação do projeto de intervenção com o objetivo de contribuir no desenvolvi-

mento do projeto de implementação do professor PDE. Esse material será usado

durante as aulas do primeiro semestre do ano de 2014, como apoio para a

compreensão e o desenvolvimento das atividades do projeto.

1- SELEÇÃO DO GÊNERO – CRÔNICA

As primeiras informações a respeito do Brasil estão registradas na Carta de

Pero Vaz de Caminha. Nessa carta, Caminha descreve a beleza da fauna e da

flora brasileira em grande estilo e transcreve recriando com entusiasmo tudo o

que registrou a partir do encontro com os índios. Aí tem-se a crônica como

importante documento que é o registro de “achamento do Brasil”, pois a história

da literatura, oficialmente, nasceu a partir da crônica.

Já no século XIX, as crônicas eram publicadas em jornais, seção quase

informativa, chamadas de Folhetim. João do Rio, grande cronista brasileiro,

consagrou-se por escrever explorando uma nova sintaxe, mostrando aos seus

contemporâneos uma nova maneira de escrever; e acabou ficando conhecido

como o cronista mundano. Anos depois, a crônica foi enriquecida por Rubem

Braga, muito - se não tudo – se modificou. Braga, cronista brasileiro por

excelência, nos temas e na forma. Assim, o cronista pode transformar um simples

registro dos costumes ou um comentário diário em um texto literário, a partir de

uma nova interpretação, transformar o simples, ou seja, a recriação do real. O

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cronista pode explorar as potencialidades da língua por meio de uma construção

frasal que provocará vários significados.

Foi Rubem Braga quem mostrou o caminho para outros escritores com

projetos literários distintos e até talvez impensáveis até então. Desde então

muitos cronistas herdeiros de Rubem Braga fazem parte do cenário nacional,

como: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Luis Fernando

Veríssimo, Millôr Fernandes, Paulo Mendes Campos entre tantos outros

produziram crônicas, as quais nos fazem refletir sobre o cotidiano. Pode-se

considerar a crônica o mais brasileiro dos gêneros literários, que ganha outros

contornos no Séc. XXI e se aproxima de novas formas narrativas.

Para Filipouski (2009, p. 64), “a crônica, como gênero híbrido, que transita

entre a linguagem jornalística e a literária, está presente em periódicos e é de fácil

leitura.” É um gênero que mistura jornalismo e um tanto de ficção, literatura. A

origem da palavra “crônica” vem do Grego Chronikós e relaciona-se a chrónos,

que significa tempo. A crônica surgiu no suporte jornal e tem como uma de suas

principais marcas a não perenidade, pois, no dia seguinte, um novo jornal, com

novas notícias será publicado e, junto com ele, uma nova crônica. É pois uma

narrativa breve, estilo de narração sem aprofundamento da análise, que aborda

temas reflexivos, porque tem tanto as características dos textos informativos

como dos textos literários. Além das revistas e dos jornais, as crônicas hoje são

encontradas na internet. Há blogs que popularizaram o universo textual e

oportunizam aos internautas digitarem suas ideias e socializarem com o público

leitor.

Segundo Martha Medeiros (2013, p.24), é “difícil conceituar a crônica, já

que é um gênero que se expandiu muito e hoje absorve inúmeros estilos e

formas. Cada autor personaliza a crônica a seu modo.” Isto porque, assim como

os tempos mudam, a vontade, e o estilo dos autores também vão se

transformando. A leitura de uma crônica deve ir além do consumo imediato,

sendo que o texto literário pressupõe várias leituras, principalmente a leitura

crítica. Segundo Sá (2001, p.79), “a crônica - apesar de toda a sua aparente

simplicidade – só pode ser valorizada quando a lemos criticamente, descobrindo a

sua significação”.

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Isso se verifica porque essa leitura ultrapassa o imediatismo e o que se

busca realmente é a leitura enquanto fruição desse gênero que é de linguagem

acessível e agradável; o leitor interage com os acontecimentos que quase sempre

aparecem em tom coloquial e espontâneo e conta histórias do cotidiano. E, além

disso, é comum a presença do humor ao lado de uma fina ironia.

Nesse sentido, (Candido, 1992, p. 14) corrobora ao afirmar que:

a crônica está sempre ajudando a estabelecer ou restabelecer a dimensão das coisas e das pessoas. Em lugar de oferecer um cenário excelso, numa revoada de adjetivos e períodos cadentes, pega o miúdo e mostra nele a grandeza, uma beleza ou uma singularidade insuspeitadas. Ela é amiga da verdade e da poesia nas suas formas mais diretas e também nas suas formas mais fantásticas, - sobretudo porque quase sempre utiliza o humor. Isto quase sempre acontece porque não tem pretensões a durar, uma vez que é filha do jornal e da era da máquina, onde tudo acaba tão depressa. Ela não foi feita originariamente para o livro, mas para essa publicação efêmera que se compra num dia e no dia seguinte é usada para embrulhar um par de sapatos ou forrar o chão de cozinha. (CANDIDO, 1992, p. 14)

Isso quer dizer que, com o passar do tempo, as crônicas conquistaram um

lugar de destaque no âmbito literário, especialmente pela qualidade dos

talentosos cronistas brasileiros, que publicaram em livros as coletâneas de suas

crônicas que foram originalmente publicadas em jornais. Por isso a aparente

simplicidade da crônica não significa descobrimento artístico pelo fato de ela

surgir primeiro no jornal, demonstrando sua a efemeridade no fato de que pode

nascer com uma leitura e pode morrer antes do final do dia. Assim, entende-se o

que dizem as Diretrizes Curriculares do Paraná, ”não se lê da mesma forma uma

crônica que está divulgada no suporte de um jornal e uma crônica publicada em

um livro, tendo em vista a finalidade de cada uma delas.” (PARANÁ, 2008, p. 72)

O material didático preparado para o desenvolvimento do trabalho em sala

de aula faz parte das atividades do PDE e tem por objetivo subsidiar o professor

na implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na escola onde atua,

utilizando-se do gênero crônica como instrumento motivador para a leitura e

aprendizagem. Este trabalho será realizado por meio de Sequência Didática (SD)

que, segundo (DOLZ; NOVERRAZ; SCHEUWLY, 2004, p.97), “é um conjunto de

atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero

textual oral ou escrito”. A sequência é dividida em módulos, para que os alunos do

1º ano do Ensino Médio do CE Presidente Castelo Branco - de Toledo possam

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desenvolver competências e habilidades de leitura, interpretação e produção

escrita, necessárias à realização da implementação do projeto que tem como

objetivo a formação do leitor crítico por meio de crônicas.

A escolha para trabalhar com crônicas se dá porque esse gênero literário é

leve e curto, e de linguagem simples. A crônica pode ser a porta de entrada para

o aluno, cujo hábito de leituras mais longas ainda não foi desenvolvido e,

trabalhar com esse gênero pode ser uma ótima oportunidade para estimulá-lo a

ler. Nesse sentido, (DOLZ e SCHEUWLY, 2004, p. 97) acrescentam que:

Uma sequência didática tem, precisamente, a finalidade de ajudar o aluno a dominar melhor um gênero de texto, permitindo-lhe, assim, escrever ou falar de uma maneira mais adequada numa dada situação de comunicação. O trabalho escolar será realizado, evidentemente, sobre gêneros que o aluno não domina ou o faz de maneira insuficiente; sobre aqueles dificilmente acessíveis, espontaneamente, pela maioria dos alunos.

A proposta deste projeto tem por objetivo a formação do leitor crítico,

participativo e que sua construção tenha uma base sólida. Com essa proposta,

espera-se encantar o aluno e despertar nele o gosto pela leitura ao explorar o

gênero crônica, a partir dos autores Luis Fernando Veríssimo e Rubem Braga

explorando o tema a influência da mídia no cotidiano das pessoas. Além, disso as

crônicas serão trabalhadas concomitantemente, estabelecendo um paralelo, com

as músicas de Chico Buarque e Engenheiros do Hawaii; e ainda a poesia de

Carlos Drummond de Andrade. Outro tema que será explorado pelos textos

destes cronistas é o sentido das palavras, o seus significados na vida das

pessoas. Isso será desenvolvido a partir de crônicas dos autores já citados e da

música da banda Titãs. Antes de iniciar o trabalho, será aplicado um questionário

para verificar o nível de leitura, o gosto, os temas de tendência, e a existência ou

não de hábitos de leitura desses jovens leitores.

3 - CARACTERÍSTICAS DA CRÔNICA

Eis aqui algumas das características que se podem atribuir às crônicas:

- Texto narrativo escrito para ser publicado em revistas e jornais;

- O enredo faz parte das situações corriqueiras da vida das pessoas;

- Texto escrito em 1ª ou 3ª pessoa com marcas de subjetividade;

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- Por ser um texto literário, explora a linguagem poética;

- A construção do texto tem tom coloquial e literário;

- Faz reflexão a respeito da condição humana social e política;

- Narrativa ficcional;

- As crônicas têm traços de humor;

- Tratam de temas relacionadas ao cotidiano;

- Tem como objetivo emocionar e envolver o autor;

- As crônicas tratam de fatos modernos às vezes efêmeros;

- Segue um tempo cronológico determinado;

- Uso da oralidade na escrita e do coloquialismo na fala das personagens;

- É um gênero textual que faz parte da esfera literária artística.

UNIDADE DIDÁTICA

MÓDULO - 1

Este módulo tem por objetivo verificar o conhecimento prévio dos alunos

quanto ao gênero textual em estudo: a crônica.

Professor (a): Ao iniciar o trabalho com textos do gênero crônica, sugere-se

uma conversa com os alunos para saber se eles têm noção das características ou

identificam a crônica entre outros textos literários em questão. É importante que o

aluno tenha contato com vários textos que pertençam a esse gênero, de forma

que eles possam identificar as características dos mesmos. O projeto

desenvolver-se-á por meio de Sequência Didática, (SD) através do gênero

crônica, e pretende despertar no aluno o gosto pela leitura descompromissado da

obrigação. Por isso, o professor(a) levará para sala de aula diversas crônicas

extraídas de jornais, revistas e livros de diferentes autores e as distribuirá para os

alunos e pedirá que façam leitura silenciosa. É importante, nesse momento,

familiarizar o aluno com o gênero para que posteriormente, consiga identificá-lo,

interpretá-lo e produzi-lo. Após esse primeiro contato, apresentar o gênero

crônica, fazer questionamentos e abrir para a discussão.

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Discussão / Expressão oral

- Vocês sabem o que é uma crônica?

- Já leram crônicas?

- Você sabe onde elas são veiculadas?

- Quais assuntos são geralmente abordados pelas crônicas?

- Com que finalidade são escritas?

- Vocês conhecem algum cronista?

MÓDULO - 2

Professor (a): Antes da leitura do texto “A crônica original” de Leon Eliachar

o professor deverá retomar os conceitos anteriormente discutidos e também os

conhecimentos prévios dos alunos como estímulo para motivar e ampliar novas

discussões.

Neste módulo, são sugeridos dois textos de gêneros diferentes: uma

crônica e uma música, porém eles abordam a mesma temática. Assim, o aluno vai

ampliando conhecimentos, instrumentalizando-se e colhendo elementos para

enriquecer a sua produção escrita. No primeiro momento, os alunos vão ler o

texto A crônica original de Leon Eliachar para ampliar as discussões e, a partir de

algumas questões, trabalhar a interpretação. Num segundo momento, os alunos

vão assistir a um vídeo com letra e música Crônica, da banda Engenheiros do

Hawaii, para discutir e refletir a respeito da temática.

O objetivo desta atividade é levar o aluno o aluno a refletir sobre o conceito

de crônica e prepará-los para a leitura e estudo de outros textos.

TEXTO - 1 “A crônica original” de Leon Eliachar

Fazer crônica não é escrever palavras bonitas nem construir frases de

efeito, nem falar dos inimigos, nem elogiar amigos, nem descrever paisagens,

nem contar casos fictícios querendo dar a impressão de verdadeiros, nem

provocar assunto na falta de assunto, nem encher uma lauda para dizer que o

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dólar está subindo, nem responder cartas de leitores, nem inventar cartas para

fingir que recebeu.

- E você consegue fazer uma crônica sem nada disso?

- Claro: olha aí em cima. (...)1

Preparação para interpretação do texto

- Apresentação da crônica (xerox).

- Solicitar leitura silenciosa pelos alunos.

- Promover leitura compartilhada.

- Discutir a temática da crônica.

- Induzir os alunos a verificar que a crônica tem apenas três parágrafos; a

maior parte dela está no primeiro parágrafo; é uma longa enumeração.

Evidenciar a multiplicidade de temas que as crônicas abordam.

- Como o discurso é apresentado?

- Qual é o efeito dessa longa enumeração?

- O autor afirma que faz uma crônica “sem nada disso”; com que faz a

crônica?

- Na crônica, o autor usa de ironia2. Por que há ironia na crônica?

Observe o título da crônica: “A crônica original”. Por que é uma crônica

original?- A crônica é um texto de humor. Então, explique por que a crônica de

Leon Eliachar é um texto de humor.

- A crônica é uma análise crítica de quê?

Observe a pergunta:

“- E você consegue fazer uma crônica sem nada disso?”

- Os alunos produzirão a sua crônica.

1 Por motivo dos direitos autorais, serão disponibilizados apenas fragmentos dos textos. Texto na íntegra, no livro: (ELIACHAR, Leon. O homem ao quadrado. 9 ed. Rio de Janeiro, Francisco Alves,1977. Ou disponível em: <http://sociedadeblog.blogspot.com.br/2010/09/como-se-faz.html>. Acesso em: 18 ago. 2013.

2 A Ironia (figura de pensamento e palavra) consiste em dizer o contrário do que se pensa, mas dando a entender o tom irônico. A ironia estabelece um contraste entre o que se pensa e seu conteúdo. O elemento positivo (conteúdo) serve para demonstrar, realçar o valor negativo (aquilo que se pensa); maneira pela qual a ironia se assemelha à sátira e à hipocrisia: Eis alguns exemplos de ironia na fala: Você parece realmente um santinho digno do altar. Seu café está ótimo: fraco, frio e sem açúcar. Não é encantador o trânsito de São Paulo? Exemplos de ironia em Literatura: "... Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis..."(M. de Assis). "Moça linda bem tratada, / três séculos de família, /burra como uma porta um porta:/ um amor!" (Mário de Andrade). "A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar crianças."(Monteiro Lobato) Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.br/gramatica/2681631> Acesso em: 01 out. 2013.

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MÓDULO – 3

Professor (a): No módulo anterior, os alunos assistiram a um vídeo “A

crônica”; agora, chega o momento de ouvir apenas a música. Verifica-se que a

música é um gênero que aborda uma infinidade de temas. A música é um gênero

poético musical considerado por diversos autores como uma prática cultural e

humana.

Texto - 2 Música “Crônica” da banda Engenheiros do Hawaii

Já não passa nenhum carro por aqui

Já não passa nenhum filme na tv

Você enrola outro cigarro por aí

e não dá bola pro que vai acontecer

mais um pouco e mais um século termina

mais um louco pede troco na esquina

tudo isso já faz parte da rotina

e a rotina já faz parte de você...

[...]3

Questões para interpretação

- Gostaram da música que ouviram?

- Qual gênero musical você gosta? Por quê?

- Do que trata a canção “Crônica”?

- Qual é a relação que existe entre o título e o tema da música?

- A que contexto social ela está se referindo?

- O refrão da música faz referência ao homem moderno e ao homem das

cavernas. Você concorda que o homem ainda tem atitudes retrogradas?

- Agora que você já analisou “A crônica original” de Leon Eliachar e ouviu

e interpretou a canção “Crônica “da banda Engenheiros do Hawaii:

- Compare os dois textos e mostre as semelhanças e as diferenças

possíveis entre eles.

3 Por motivo dos direitos autorais, será disponibilizado apenas trechos da música. A letra da música na íntegra está disponível em: <http://letras.mus.br/engenheiros-do-hawaii/45719/> Acesso em: 23 ago. 2013 Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=W4Q1fh3QpCY&feature=player_embedded> Acesso em: 23 ago.2013.

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- Tarefa de casa: Pesquisar letras de outras canções que tratem de

situações da vida real e social dos cidadãos brasileiros para compartilhar com a

classe.

MÓDULO - 4

Professor (a) Esta atividade tem por objetivo estimular os alunos a lerem

por prazer e desenvolver a sensibilidade estética, a criatividade e o senso crítico e

também mostrar a possibilidade de tratarmos de um mesmo tema por meio de

gêneros textuais diferentes. Num primeiro momento, apresentaremos o autor Luis

Fernando Veríssimo que é considerado um dos melhores cronistas brasileiros, ele

decifra a comédia da vida privada e pública e tem leitores em todo país. Agora os

alunos lerão a crônica “Ela” de Veríssimo; num segundo momento ouvirão a

música A televisão de Chico Buarque. Depois de ler e interpretar a crônica e ouvir

e analisar a letra da música, os alunos estabelecerão relações entre a crônica e a

música.

Texto - 3 Crônica “Ela” de Luis Fernando Veríssimo.

Ainda me lembro do dia em que ela chegou lá em casa. Tão pequenininha!

Foi uma festa. Botamos ela num quartinho dos fundos. Nosso filho – Naquele

tempo só tinha o mais velho – ficou maravilhado com ela. Era um custo tirá-lo da

frente dela para ir dormir.

Combinamos que ele só poderia ir para o quarto dos fundos depois de

fazer todas as lições.

- Certo, certo.

- Eu não ligava muito para ela. Só para ver um futebol ou política. Naquele

tempo, tinha política. Minha mulher também não via muito. Um programa

humorístico, de vez em quando. Noites Cariocas...Lembra de Noites Cariocas?

- Lembro vagamente. O senhor vai querer mais alguma coisa? E me serve

mais um destes. Depois decidimos que ela podia ficar na copa. Aí ela já estava

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mais crescidinha. Jantávamos com ela ligada, porque tinha um programa que o

garoto não queria perder. Capitão Qualquer Coisa. A empregada também gostava

de dar uma espiada (...)

- Minha mulher nem sonhava em botar ela na sala. Arruinaria toda a

decoração. Nessa época já tinha nascido nosso segundo filho e ele só ficava

quieto, para comer, com ela ligada. Quer dizer, aos poucos ela foi afetando os

hábitos da casa.

[...]4

Questões para interpretação

- Perguntar aos alunos se eles já ouviram falar do escritor Luis Fernando

Veríssimo e se já leram algum texto desse autor, se gostam de ler crônicas,

comentar a respeito do cronista. Este autor é conhecido por textos que contém

ironia; a irreverência, o humor são marcas de Veríssimo. É importante situá-los no

contexto histórico saber o que estava acontecendo na sociedade, na política na

economia. Informá-los de que nessa época foi a grande expansão dos meios de

comunicação.

- Antes de ler o texto pedir aos alunos que observem e anotem no caderno

suas ideias a respeito do titulo da crônica.

- Convidá-los a fazer uma leitura compartilhada;

- Após a leitura, em relação ao título da crônica, mudou o significado?

- Quais são os elementos que caracterizam esse texto como sendo uma

crônica?

- Qual a linguagem empregada no texto?

- Que estratégias o autor utiliza para recriar o cotidiano e produzir

sentidos?

- Quem é ela? Observar que o autor personifica ela.

- O que ela representa na vida dessas pessoas?

4 Por motivos de direitos autorais disponibilizaremos apenas fragmentos da crônica. Texto na íntegra, no livro (VERÍSSIMO, Luis Fernando. O Nariz e outras crônicas. Coleção Para gostar de ler 14. 11ª Ed. São Paulo: Ática, 2004. p.26 ) ou disponível em: <http://influenciadamidiapremen.blogspot.com.br/2012/06/cronica-ela-luis-fernando-verissimo.html > Acesso em: 19 ago. 2013.

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- Pedir aos alunos que façam um levantamento dos acontecimento e da

programação que estão relacionados na crônica.

- Questionar se eles sabem quem é o sheik de Agadir citado na crônica.

- Fazer a contextualização dos fatos históricos presentes no texto para

facilitar a compreensão do texto.

- Escreva um novo final para a crônica; ou pedir aos alunos para fazer uma

paráfrase (resumo do enredo) da crônica.

MÓDULO - 5

Texto - 4 Música “A televisão” de Chico Buarque.

O homem da rua

Fica só por teimosia

Não encontra companhia

Mas pra casa não vai não

Em casa a roda

Já mudou, que a moda muda

A roda é triste, a roda é muda

Em volta lá da televisão

No céu a lua

Surge grande e muito prosa

Dá uma volta graciosa

(...)

O homem da rua

Com seu tamborim calado

Já pode esperar sentado

(...)

Um batuque diferente

Que vem lá da televisão

[...]5

5 Por motivos de direitos autorais disponibilizaremos apenas trecho da música. Música na íntegra está disponível em: <http://letras.mus.br/chico-buarque/85828/> Acesso em: 19 ago. 2013.

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Questões para interpretação

- De que tipo de música vocês gostam?

- Vocês costumam prestar atenção nas letras das músicas?

- O que vocês pensam sobre músicas que fazem crítica social?

- Qual a relação entre a música “A televisão” de Chico Buarque e a crônica

“Ela” de Luis Fernando Veríssimo?

- Traçar um paralelo evidenciando as semelhanças que esses dois textos

têm em comum quanto a estrutura e a linguagem.

MÓDULO - 6

Professor (a): Nesta atividade vamos apresentar outro cronista, Rubem

Braga. Este autor nasceu em 12 de Janeiro em 1913 na cidade de Cachoeiro de

Itapemirim, no estado do Espírito Santo. Formou-se em Direito, mas fez carreira

como jornalista. Atuou como correspondente dos Diários Associados durante a

Segunda Guerra. Também atuou como repórter e editor em diversos jornais e

revistas do país. Em 1968, juntamente com os escritores Fernando Sabino e Otto

Lara Resende, fundou a Editora Sabiá, responsável por lançar no Brasil escrito-

res como Gabriel Garcia Marquez e Pablo Neruda. Seu primeiro livro, O Conde e

o passarinho, (1936) é considerado um marco da crônica moderna brasileira.

Faleceu no Rio de Janeiro em 19 de dezembro de 1990; é lembrado como um

dos melhores cronistas brasileiros foi mestre entre os cronistas brasileiros, o único

escritor a conquistar um lugar definitivo na Literatura Brasileira escrevendo

exclusivamente crônicas e que se dizia guiado pela intuição, um escritor de

palpites6. Esta atividade tem por objetivo ampliar as discussões em relação ao

gênero em estudo, a crônica e também mostrar que textos de autores diferentes

exploram um mesmo tema: “a vida e o vídeo”.

Texto – 5 “Ela tem alma de pomba” de Rubem Braga

6 Disponível em: <www.candido.bpp.pr.gov.br>.Acesso em: 19 fev.2013.

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Que a televisão prejudica o movimento da pracinha Gerônimo Monteiro,

em todos os Cachoeiros de Itapemirim, não há dúvida. Sete horas da noite era

hora de uma pessoa acabar de jantar, dar uma volta pela praça para depois

pegar a sessão das 8 no cinema. Agora todo mundo fica em casa vendo uma

novela, depois outra novela.

Que a televisão prejudica a leitura de livros também não há dúvida. Eu

mesmo confesso que lia mais quando não tinha televisão.

Também acho que a televisão paralisa a criança numa cadeira mais do

que o desejável. Quando o apartamento é pequeno, a família é grande, e a TV é

só uma – então sua tendência é para ser um fator de rixas intestinais.

A corujinha da madrugada não é apenas a companheira de gente

importante, é a grande amiga de pessoa desimportante e só.

[...]7

Preparação para interpretação e análise

- A vida e o vídeo. Para alguns, ela é pura diversão; para outros, uma forma

de manipular e controlar as pessoas; para outros, ainda, é companhia e uma

forma de participar do mundo. Afinal, para você o que é a televisão?

- Convidar os alunos que exponham seu ponto de vista a respeito da

temática em estudo.

- Indique marcas de linguagem coloquial encontradas no texto.

- Qual a linguagem utilizada no texto?

- Podemos afirmar que o narrador está em 1ª pessoa? Justifique com o

texto.

- Apesar da receptividade da televisão presente na maioria dos lares, há

uma tendência a criticá-la, alegando-se que ela é prejudicial ao relacionamento

familiar, a leitura. De que maneira Rubem Braga apresenta o tema?

7 Por motivos de direitos autorais disponibilizaremos apenas trechos da crônica. Texto na íntegra disponível no Livro: BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. São Paulo: Circulo do Livro.

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- No último parágrafo, o autor emprega uma metáfora para se referir à TV:

“a corujinha da madrugada.” Considerando que a metáfora é uma comparação

implícita entre dois elementos, que semelhanças existem entre TV e coruja?

- A forma como Rubem Braga aborda o tema e o ponto de vista defendido

sobre a TV é predominantemente argumentativo. Que tipo de tratamento o texto

dá ao tema?

- Debater a respeito do tema, organizar a sala de aula em círculo a fim de

que eles se expressem oralmente a respeito dos questionamentos:

- De acordo com o texto que consequências a TV trouxe: para as pessoas,

para o cinema, para as crianças.

- Você acredita que a TV é uma forma de lazer elitista ou democrática?

- Você acha que ver TV vicia?

- Você acha que a vida sem a TV seria melhor?

- Que efeitos positivos e/ou negativos a TV produz no convívio familiar?

- Se você tivesse coragem e disposição para desligar a TV, durante uma

programação qualquer, que atividade você procuraria ter como forma de lazer?

MÓDULO - 7

Professor (a): Ainda estamos discutindo a respeito da temática que é a

influência que a televisão e a mídia exercem sobre a família/sociedade/ser

humano. Agora, para ampliar as discussões, apresentamos um poema de Carlos

Drummond de Andrade “Eu etiqueta.” Apresentar alguns dados e características

do autor Carlos Drummund de Andrade. Foi cronista e também poeta e, portanto,

o texto que será lido e interpretado é um poema e tem características próprias

da poesia. Após a resolução das atividades, os alunos assistirão a vídeos que

focalizam a mesma temática, ou seja, a influência que os meios de comunicação

e a mídia exercem sobre a vida das pessoas. Aproveitar esse momento para

explicar aos alunos a diferença entre poesia e prosa.

Texto - 6 “Eu etiqueta” de Carlos Drummond de Andrade

Em minha calça está grudado um nome

Que não é meu de batismo ou de cartório

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Um nome... estranho.

Meu blusão traz lembrete de bebida

Que jamais pus na boca, nessa vida,

Em minha camiseta, a marca de cigarro

Que não fumo, até hoje não fumei.

Minhas meias falam de produtos

Que nunca experimentei...

[...]

Minha toalha de banho e sabonete,

Meu isso, meu aquilo.

Desde a cabeça ao bico dos sapatos,

Ordens de uso, abuso, reincidências.

[...]

E fazem de mim homem-anúncio itinerante,

Escravo da matéria anunciada.

Estou, estou na moda.

É duro andar na moda, ainda que a moda

Seja negar minha identidade,

[...]

Agora sou anúncio

Em língua nacional ou em qualquer língua

Para anunciar, para vender

Da vitrine me tiram, recolocam,

[...]

Meu nome novo é Coisa. Eu sou a Coisa, coisamente8.

Questões para interpretação

8Por motivos de direitos autorais disponibilizaremos apenas partes do poema. Texto na íntegra disponível em: <http://pensador.uol.com.br/frase/MjAyODM0/>Acesso 25 de ago. de 2013. Mais informações a respeito do poema disponível em<http://maripaivacora.blogspot.com.br/2012/02/eu-etiqueta.html> Acesso em: 25 ago. 2013.

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Eis aqui, a título de contribuição, algumas questões para encaminhar a

interpretação e compreensão do poema:

- Leitura silenciosa da poesia Eu etiqueta de Carlos Drummond de Andrade.

- Fazer um estudo do vocabulário desconhecido.

- Nos textos poéticos, a voz que expressa as emoções é do eu lírico. Então

que tipo de lirismo é expresso nesse poema?

- O texto que acabamos de ler é descritivo, narrativo ou argumentativo?

- Como você interpreta o título?

- Qual a diferença entre consumismo e consumo?

- Você se considera um consumidor consciente?

- Há um verso no texto em que Drummond afirma: “Estou, estou na moda”. E

para você, o que significa estar na moda?

- Você acha que estar na moda, às vezes, faz o ser humano negar sua

própria identidade?

- A partir da interpretação, mostrar aos alunos a desumanização, a

subjetividade das coisas e a objetividade das pessoas.

- Tarefa: trazer textos (poesia, música, etc) que contenham propagandas

para ser compartilhados em sala de aula com a turma.

E há uma porção de vídeos e outros materiais que podem servir de apoio

para abordar o tema do consumismo9.

9Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=bz1xo3oaR7w> Acesso em: 03 set. 2013.Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=R-qhLz4EXWU> Acesso em: 03 set. 2013.Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Zu6Y8d5iQVs> Acesso em: 03 set. 2013.Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=eTSi2qEWuRc> Acesso em: 03 set. 2013.Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=m_rYIg5vgHE> Acesso em: 03 set. 2013.

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MÓDULO - 8

Professor (a): Nesta unidade, trabalharemos inicialmente com a leitura e

interpretação da crônica de Rubem Braga, “A palavra”; num segundo momento

faremos leitura e análise da crônica “O gigolô das palavras” de Luis Fernando

Veríssimo e concluiremos esta unidade ouvindo a música “Palavras” da banda

Titãs para contextualizar o trabalho.

Texto - 7 “A Palavra” de Rubem Braga

Tanto tenho falado, tanto tenho escrito – como não imaginar que, sem

querer, feri alguém? Às vezes sinto, numa pessoa que acabo de conhecer,

uma hostilidade surda, ou uma reticência de mágoas.

Agora sei que outro dia eu disse uma palavra que fez bem a alguém.

Nunca saberei que palavra foi; deve ter sido alguma frase espontânea e distraída

que eu disse com naturalidade porque senti no momento ...

Alguma coisa que eu disse distraído – talvez palavras de algum poeta

antigo – foi despertar melodias esquecidas dentro da alma de alguém...10

Questões preparatórias para interpretação

Nesta unidade, você vai refletir sobre o significado das palavras, sobre o

efeito e seus significados sobre as pessoas. Há palavras que ferem, que

ofendem. Há palavras que alegram, que fazem bem. É importante salientar que

as crônicas, em geral, têm um tom bastante pessoal.

- Leitura silenciosa pelos alunos.

- Por que provavelmente Rubem Braga tenha escolhido esse título para

sua crônica?

- Que efeitos as palavras têm sobre as pessoas? Positivos, negativos?

- Que sentido você acha que a palavra deve ter?

10 Por motivos de direitos autorais disponibilizaremos apenas fragmentos. Texto na íntegra disponível em: < http://www.blogdokalu.com.br/blogk/?p=168> Acesso em 30 ago. 2013. Ou no livro: BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana/Rubem Braga. 9 ed. Rio de Janeiro: Record, 1994.

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- O autor refere-se na crônica, ao “imprudente ofício é este, de viver em voz

alta.” O ofício a que Rubem Braga se refere é o seu próprio, o de escritor. Para

caracterizá-lo, além do adjetivo “imprudente”, ele recorre a uma metáfora: “viver

em voz alta”. Como pode ser entendido o sentido dessa metáfora?11 (Explicar o

sentido particular de uma metáfora no texto)

- A palavra é a forma de comunicação mais importante? Comente

- Montar um quebra-cabeça em grupo. Cada aluno receberá aleatoriamente

um fragmento da crônica - “A palavra” de Rubem Braga, que deverá ser

organizado e colado no papel sulfite, na sequência escrita pelo autor. Nesta

atividade o professor trabalhará a coerência dos fatos e o aluno deverá ler e

interpretar para compreender o texto.

- Em grupo escrever uma lista de várias formas de comunicação entre os

homens (a palavra oral, a palavra escrita, a música, o símbolo, o desenho, o filme,

etc...)

- O grupo define a forma de comunicação mais importante e identifica pelo

menos duas causas (ou explicações) que justifiquem a opinião do grupo.

MÓDULO - 9

Texto - 8 “O gigolô das palavras”, de Luis Fernando Veríssimo

Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá e

casa numa mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se

eu considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar nossa

ou qualquer outra língua.

Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de

comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas

11 Metáfora é uma figura de linguagem em que há o emprego de uma palavra ou uma expressão, em um sentido que não é muito comum, em uma relação de semelhança entre dois termos. Metáfora é a comparação de palavras em que um termo substitui outro. Eu carrego o mundo nos meus ombros.Os jogadores já estão preparados e estão no gramado que é um lindo tapete verde. Metáfora é um termo muito utilizado no dia a dia. A metáfora é importantíssima na comunicação humana. Seriamente praticamente impossível falar e pensar sem recorrer à metáfora. Metáfora é uma música lançada em 1982 por Gilberto Gil. Gilberto Passos Gil Moreira é um músico e político brasileiro. Gilberto Gil é um dos artistas mais apreciados e reconhecidos em todo o Brasil, e a sua música é uma parte importante da cultura brasileira. Disponível em:<http://www.significados.com.br/metafora/> Acesso em: 01 out. 2013.

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algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as

outras são dispensáveis.

As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas

são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito...12

Questões para interpretação

- Leitura silenciosa da crônica;

- Fazer um estudo de vocabulário.

- Qual a linguagem utilizada na crônica?

- Qual o assunto abordado na crônica?

- Podemos observar que o texto tem um tom irônico. Por quê?

- O que o autor quer dizer ao afirmar que ele é “o gigolô das palavras?”

- Qual é a justificativa apresentada por Veríssimo quanto a sua implicância

com a gramática?

- Esta crônica foi publicada no Jornal Zero Hora de Porto Alegre nos anos 80.

Veríssimo mostra um discurso bastante liberal e ele se opõe ao ensino da

gramática tradicional. O que isso significa no texto levando em conta a época em

que o mesmo foi escrito?

- Após leitura e interpretação e algumas reflexões, imagine o seu cotidiano e

produza a sua crônica.

12 Por motivos de direitos autorais disponibilizaremos apenas um trecho da crônica. O texto na íntegra está disponível no site <http://ensinomediodigital.fgv.br/disciplinas/portugues/ curso1/ aula3/artigos/o_gigolo_das_palavras.pdf> Acesso em: 01 set. 2013.

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MÓDULO - 10

TEXTO – 9 Música “Palavras” da Banda Titãs.

Professor (a): Para contextualizar o tema apresentado nas crônicas “A

Palavra” de Rubem Braga e “O gigolô das palavras” de Luis Fernando Veríssimo,

trabalhadas nos módulos 8 e 9, ouviremos a música e assistiremos ao vídeo da

música “Palavras” da Banda Titãs, e depois desenvolveremos atividades que

possibilitam a intertextualidade.

Palavras

Palavras não são más

Palavras não são quentes

Palavras são iguais

Sendo diferentes

Palavras não são frias

Palavras não são boas.

(...)

Palavras que eu preciso

Preciso com urgência

(...)

Dizer o que se sente

Cumprir uma sentença

(...)

Palavras não têm cor

Palavras de amor

Pra pedir desculpas

(...)

Palavras para esquecer...13

Interpretação da música e intertextualidade

13 Por motivo de direitos autorais disponibilizaremos apenas trechos da música. Letra da música na íntegra disponível em <http://letras.mus.br/titas/86524/ACESSO07>Acesso em: 07 set. 2013.

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- Vocês já conheciam esta canção? Gostaram?

- Como você interpreta o título da música?

- Apesar de ter sido gravada nos anos 80 podemos observar o quanto a letra

é atual. Que tipo de informações estão implícitas na música para justificar essa

afirmação?

- O que a letra transmite? Vocês concordam que as palavras têm o poder de

mover o mundo?

- O que são palavras certas? E erradas?

- Podemos afirmar que certas palavras são rótulos?

- As palavras contribuem para as experiências significativas de nossa vida?

- Em grupos os alunos vão listar palavras que consideram: boas, más,

quentes, frias, doentias, certas, erradas, para brincar, para amar e depois será

compartilhado com a classe.

.

SUGESTÃO DE AVALIAÇÃO

Professor (a) Fica a sugestão para avaliar o seu aluno a partir das leituras

efetuadas durante a implementação do projeto as leituras feitas. Você poderá

observar os comentários, a participação, o interesse, os estudos e as

interpretações, as dramatizações, as comparações ,as contextualizações das

crônicas com as músicas estudadas anteriormente.

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BIBLIOGRAFIA.

BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. 22. ed. Rio de Janeiro: Record, 2004.

CANDIDO, Antonio, et.al. A crônica: o gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil. Campinas: Editora da UNICAMP; Rio de Janeiro: Fundação Casa Rui Barbosa, 1992.

DOLZ, J. ; NOVERRAZ, M. ; SCHNEUWLY, B. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: DOLZ, j. ; SCHNEUWLY, B. Gêneros orais e escritos na escola. [Tradução e organização: Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro]. Campinas, S P: Mercado das Letras, 2004.

FILIPOUSKI, Ana M.R. A formação do leitor jovem: temas e gêneros da literatura. Erechim, RS: Edelbra, 2009.

GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 3. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2002.

KLEIMAN, Angela. Texto e leitor: Aspectos cognitivos da leitura. 6 ed. Campinas, SP: Pontes,1999.

LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6 ed. São Paulo: Ática, 2000.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares da educação básica do Paraná. Curitiba, 2008.

SÁ, Jorge de. A crônica. 6. ed. São Paulo: Ática, 2005.

SOARES, Magda. Português através de textos, 8/ Magda Soares. 3 ed. São Paulo: Moderna, 1990.

SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6 ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.

VERISSIMO, Luis Fernando. O gigolô das palavras. In: ______.Para gostar de ler; Luis Fernando Veríssimo: o nariz e outras crônicas. 11a. ed. v. 14. São Paulo: Ática, 2004.

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Disponível em:<http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/literatura-escola-7o-ano-cronicas-luis-fernando-verissimo-556378.shtml> Acesso em: 20 ago. 2013.

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Disponível em: <http://www.youtube.com/watchv=W4Q1fh3QpCY&feature=player_embedded> Acesso em: 23 ago. 2013.

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Disponível em: <http://www.candido.bpp.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=335> Acesso em: 02 out. 2013.

Disponível em: <http://www.brasilescola.com/redacao/cronica.htm> Acesso em: 14 out. 2013.

Disponível em: <http://cmais.com.br/aloescola/literatura/cronicas/caracteristicas.htm> Acesso em: 14 out. 2013.

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Anexo 1

Questionário:

Perguntas que geram os indicadores de leitura.

1- Quantos livros você leu no ano passado? ( ) um ( ) dois ( ) três ( ) quatro ou quantos?____________

2 - Quantos livros inteiros você leu nos últimos 6 meses? ( ) um ( ) dois ( ) três ( ) nenhum

3 - O último livro que você leu era do gênero ( ) conto ( ) crônica ( ) romance ( ) outro

4 - O que você gosta de ler? ( ) livros ( ) jornal ( ) revistas ( ) outro

5 - Como o professor (a) do Ensino Fundamental fazia leitura? ( ) livro didático ( ) na biblioteca ( ) vocês escolhiam os livros

6 - Em sua casa costuma-se comprar ( ) revistas ( ) jornais ( ) livros

7 - Em sua casa, há o comportamento de presentear filhos/amigos com livros? ( ) sim ( ) não ( ) às vezes ( ) nunca

8 - Você costuma frequentar a biblioteca de sua escola? ( ) sim ( ) não ( ) às vezes ( ) nunca

9- Quem te influencia na leitura? ( ) seus pais ( ) seus amigos ( ) seus professores

10 - Por que você lê? ( ) Por prazer ( ) por obrigação ( ) para obter nota

11- Há quanto tempo comprou o último livro? ____________________________

12 - Você faz empréstimos regulares na biblioteca de sua escola? ______________________________________________________________

13 - Você faz empréstimos regularmente na Biblioteca Pública? _____________

14 - Você tem fácil acesso a livros para ler? _____________________________

15 - Você costuma ler livros que compra ou de empréstimos? _______________________________________________________________