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Operação de migração para o novo data center da Celepar ......mostra a aplicação dos procedimentos de ensino em textos de matemática, história, geografia, ciências e arte

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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

I. Título: ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DE LEITURA

Autor MARIA APARECIDA DE OLIVEIRA SANTOS

Escola de Atuação COL. EST. SANTO ANTÔNIO ENS. FUND. E MÉDIO

Município da escola PINHÃO

Núcleo Regional de Educação GUARAPUAVA

Orientador RENATA ADRIANA SOUZA

Instituição de Ensino Superior UNICENTRO

Disciplina/Área LÍNGUA PORTUGUESA

Produção Didático-pedagógica UNIDADE DIDÁTICA

Relação Interdisciplinar

MATEMÁTICA, GEOGRAFIA, HISTÓRIA, ARTE, CIÊNCIAS: DISCIPLINAS DO ENSINO FUNDAMENTAL.

Público Alvo PROFESSORES

Localização

COL. EST. SANTO ANTÔNIO ENS. FUND. E MÉDIO

RUA SETE DE SETEMBRO, 58.

Apresentação:

O conteúdo estruturante de Língua Portuguesa é o Discurso como Prática Social que se efetiva na prática da oralidade, da escrita e da leitura. O papel do professor é “aprimorar as possibilidades de domínio discursivo do aluno” (DCEs 2006) dentro dessa concepção sociointeracionista que concebe a língua como uma prática que se efetiva nos espaços sociais e é instrumento de interação do sujeito com o mundo e com os outros sujeitos. Entende-se que, na dimensão dialógica da linguagem, a leitura é a prática social que pode garantir ao estudante o aprimoramento das outras práticas. Sendo assim, se faz necessário que ao investigarmos possibilidades de melhoria para o Ensino Fundamental, pensemos criteriosamente em leitura e no espaço que ela ocupa em todas as disciplinas curriculares. Este projeto procura mostrar a leitura como um

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conteúdo curricular presente em todas as áreas do conhecimento, independente da disciplina; traz estratégias simples e eficientes para o ensino de leitura que podem ser incorporadas facilmente por todos os professores e procura suscitar nesses educadores a importância de posicionarem-se como formadores de leitores. Por meio de atividades propõe discussão de conceitos e concepções e mostra a aplicação dos procedimentos de ensino em textos de matemática, história, geografia, ciências e arte proporcionando contato com a teoria que trata da leitura em cada área.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Leitura, estratégia, ensino.

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PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

PROJETO DE INTERVENÇÃO NA ESCOLA

ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DE LEITURA

Professora PDE: Maria Aparecida de Oliveira Santos Orientadora: Professora Mestra Renata Adriana de Souza IES: UNICENTRO Área PDE: Língua Portuguesa NRE: Guarapuava Tema: Ensino e Aprendizagem de Leitura Escola de Implementação: Colégio Santo Antonio Público Objeto da intervenção: Professores Produção Didático-Pedagógica:Unidade Didática

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II. APRESENTAÇÃO

O conteúdo estruturante de Língua Portuguesa é o Discurso como

Prática Social que se efetiva na prática da oralidade, da escrita e da leitura.

O papel do professor é “aprimorar as possibilidades de domínio discursivo

do aluno” (DCEs 2006) dentro dessa concepção sociointeracionista que

concebe a língua como uma prática que se efetiva nos espaços sociais e é

instrumento de interação do sujeito com o mundo e com os outros sujeitos.

Entende-se que, na dimensão dialógica da linguagem, a leitura é a

prática social que pode garantir ao estudante o aprimoramento das outras

práticas. Sendo assim, se faz necessário que ao investigarmos

possibilidades de melhoria para o Ensino Fundamental, pensemos

criteriosamente em leitura e no espaço que ela ocupa em todas as

disciplinas curriculares.

Este projeto procura mostrar a leitura como um conteúdo curricular

presente em todas as áreas do conhecimento, independente da

disciplina; traz estratégias simples e eficientes para o ensino de leitura que

podem ser incorporadas facilmente por todos os professores e procura

suscitar nos educadores a importância de posicionarem-se como

formadores de leitores. Por meio de atividades propõe discussão de

conceitos e concepções e mostra a aplicação dos procedimentos de ensino

em textos de matemática, história, geografia, ciências e arte proporcionando

contato com a teoria que trata da leitura em cada área.

A fundamentação teórica parte dos referenciais das Diretrizes

Curriculares de Português, incorpora as contribuições de teorias como a

Linguística Textual, a Análise do Discurso, e teorias de leitura, agrupando

Para começo de

conversa...

Esta Unidade Didática é destinada aos professores do

Ensino Fundamental, independente da área de atuação e pode

ser desenvolvida em oficinas.

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os conhecimentos que, de alguma forma, ajudam na formação do leitor e

facilitam a compreensão de textos.

Para aliar teoria à prática nos servimos basicamente de três publicações

que comungam concepções e apontam encaminhamentos metodológicos.

Tomamos como fundamento maior a interdisciplinaridade da leitura

defendida principalmente por Guedes & Moura e em Solé(1998) e

Silva(2005) buscamos respaldo para encaminhar o ensino de leitura.

III. POR QUE LEITURA?

O vídeo mostra a Prática da leitura como acesso para todas as áreas do conhecimento. Produzido para a mídia (TV) se vale de recursos da linguagem publicitária e utiliza a negativa com forma de chamar a atenção contando com a competência do leitor para entender a mensagem

A leitura tem sido tema de debate constante para educadores e teóricos,

apesar disso observamos baixo desempenho dos estudantes em avaliações

institucionais. Existe um estigma em relação ao grau de competência leitora

que o aluno pode adquirir na escola e tornou-se senso comum dizer que os

estudantes da rede pública de ensino “não sabem ler”.

Nós que estamos do lado de cá e que carregamos essa “culpa”, não

somos omissos, pelo contrário, sabemos que é um dos maiores desafios

que temos.

Mesmo sem muita habilidade para ler, nossos alunos chegam à 5ª/6ª

séries gostando de histórias e de livros, mas vão se distanciando da leitura

à medida que progridem na seriação, talvez porque ninguém goste de

realizar uma atividade para a qual está fadado ao fracasso. Isso nos leva a

pensar que o momento certo para intervir é a chegada na escola. Esta é a

Para discutirmos as potencialidades da leitura recorramos

ao vídeo feito para a campanha publicitária de Incentivo à

Leitura em 2003 pela Universidade Federal de Salvador1.

Observemos o que é capaz de fazer a leitura no processo de

formação do ser humano.

http://www.youtube.com/watch?v=iRDoRN8wJ_w

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hora de conduzi-los de forma eficiente e planejada garantindo que

superarem suas dificuldades.

O QUE FAZER? Observe os dados abaixo e siga o raciocínio. Veja legenda.

4a X 1s = utópico

4a X 4s = impossível

16a X 10m = insuficientes

Mas...

5a X 5a = melhor

25a X 4s = possível

100a X 10m = provável

Vamos considerar que a questão é bem maior que o possível em 4

horas semanais. Vamos considerar que 1 projeto, 2, ou 3, ainda não seria

suficiente.

Mas, se levarmos em conta 25 aulas semanais, 100 aulas ao mês,

poderemos nos animar e dizer que é possível melhorar a competência

leitora de nossos alunos.

COMO FAZER ISSO? Aproveitando melhor o espaço que a leitura ocupa em todas as

disciplinas, pois ela é um conteúdo interdisciplinar por excelência.

Não se pensa em mudar a dinâmica da aula de matemática, história,

ciências, arte, geografia ou educação física. A questão é que todas as

disciplinas já trabalham com leitura.

A proposta é trazer para os professores das outras disciplinas, algumas

estratégias que possam ser utilizadas na hora de conduzir uma atividade de

leitura em sua aula facilitando a compreensão do conteúdo em questão.

Para os professores da área, mostrar uma proposta que possibilita

intervir positivamente no processo de aprendizagem de leitura. Para muitos

críticos a escola só pratica a “leitura de avaliação”, processo pelo qual o

a/aula

s/semana

m/mês

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aluno só lê para responder questões. Segundo eles, não há o ensino de

leitura e parte-se do princípio que o leitor está pronto porque está

alfabetizado, isto é, consegue decodificar (Solé p.36).

Sendo assim, entende-se que redimensionar o espaço da leitura na

escola é uma questão apenas de planejar essas atividades, o que pode ser

feito com adoção de estratégias de ensino.

Vamos a um teste rápido...

Quantas vezes por semana você, que não é professor de língua

portuguesa, precisa ler para seus alunos ou pedir para que eles

leiam?

A) Nunca.

B) Raramente.

C) Quase sempre.

D) Toda aula.

Com certeza a alternativa D é a sua resposta.

Então podemos concordar que: A leitura é a atividade escolar

que favorece a aquisição de todo e qualquer conhecimento.

Importante:

Estratégia não é método, não é técnica. É o que Solé (1998)

chama de “procedimentos de ensino”.

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IV. O QUE É LER? O QUE É LEITURA? 3.1. Ler é saber decodificar? a) Leia as palavras abaixo, em voz alta.

XIFÓPAGOS1 OUTEIRO2

Conseguiu decodificar?

Considera que leu?

O leitor precisa ter conhecimento do código escrito, de algumas regras fonéticas para dar ao X o som correto, noção de tonicidade para pronunciar aberto o O aberto, em FÓ.

3.2. Ler é ter condições de responder questões formuladas a partir do texto lido?

a) Leia o texto abaixo e responda as questões que seguem:

Garratacos

Garratacos são taleidos que povoam os disteuros rochosos e

estão sempre a japiar. Os garratacos contém a soltifena que

pode drotenar os disteuros rochosos de tal forma que nenhum

taleido possa outra vez japiar.

Texto produzido para esta atividade

. O que são os garratacos?

.Onde vivem?

. Qual a característica dos garratacos?

. Qual a consequência da soltifena?

. Conseguiu responder às questões? 1 adj pl Diz-se de dois gêmeos que nascem ligados desde o apêndice xifóide até o umbigo.

2 sm Pequeno monte;colina

As atividades a seguir servirão para discutir concepção de

leitura com professores de Língua Portuguesa e de outras

disciplinas.

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. Considera que leu?

É necessário conhecer a estrutura do texto, valer-se do fato de todas as questões serem para localização de informações explícitas e estar acostumado a esse tipo de atividade.

3.3. Ler é atribuir significado? a) Analise a imagem e atribua um significado.

Foto – Roda : Arquivo Pessoal

. Conseguiram apenas um significado?

. Não houve discordância?

A construção de significado é aberta, pode variar conforme a experiência do leitor, o contexto de leitura, porém existe uma margem autorizada pelo texto.

3.4. Ler é um processo de interação?

a) Observe as manchetes3 abaixo e tente descrever para seus colegas de

que fala cada uma e como você chegou a essa conclusão.

ALKIMIM DÁ HABITAÇÃO A MALUF EM SP.

PRESSÃO POPULAR DEIXA VEREADORES A PÉ.

OS PLURAIS DO MEC.

Jornal O Globo 14 de maio de 2011

3 Jornal o Globo 14 de maio 2011.

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Retomada rápida...

A primeira atividade nos mostrou que a pronúncia correta de uma

palavra não garante a sua leitura. Neste caso não houve entendimento do

que foi decodificado, não conseguimos relacionar a nem um outro

conhecimento. Só recorrendo ao dicionário poderemos completar nossa

leitura.

Na segunda, além de decodificar respondemos às perguntas sobre o

texto. Entretanto não podemos considerar como leitura porque não

sabemos do que é, de fato, que está se falando. Existem garratacos do tipo

taleidos?

Na proposta três, houve impasse na hora de atribuir significado porque a

figura da criança que está fora da roda não nos permite saber se ela está

saindo, chegando ou se não foi convidada (se é criança). O significado será

construído a partir do momento que soubermos que aquela imagem foi

utilizada numa campanha sobre inclusão. Temos aí que sem o contexto de

produção, ou sem a indicação do suporte não haverá compreensão.

Na quarta proposta nos deparamos com uma dificuldade ainda maior.

Para podermos ler as manchetes, isto é, criar alguma expectativa sobre o

conteúdo do texto que ela representa, temos que saber:

.O que é uma manchete (noções de suporte e gênero).

.Os fatos que geraram as manchetes (contexto de produção).

. Quem são os sujeitos que estão ali mencionados ( Informações prévias do

leitor).

Vale dizer que:

A leitura é um processo de interação entre: o leitor, o

texto, o autor e o contexto.

Há que se considerar para essa interação: o suporte do

texto, o gênero, o contexto de produção e o de leitura, os

conhecimentos prévios do leitor em relação ao assunto e o

material linguístico em questão.

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Todos os conhecimentos requisitados para realizar cada atividade da Unidade III são importantes na prática da leitura, contudo isoladamente não bastam. Não basta só decodificar, não basta só localizar informação explícita, não basta arriscar um significado. Nossos alunos não têm o repertório de leitura formado, são leitores em construção e dependem de situações de ensino-aprendizagem para ampliarem suas estratégias de compreensão.

A interação entre o leitor, o autor, o texto e o contexto, pode ser assim

representada.

Observemos que o texto é um material incompleto e que precisa da ação

do leitor para preencher os espaços de significação.

Para exemplificar usaremos uma tirinha em que um dos

personagens utiliza um argumento ecológico fora do contexto e o

resultado produz humor. A tira é composta por uma mãe

perguntando ao filho se iria dormir sem tomar banho e a criança

responde que um dos maiores desafios do século XXI será a falta

de água. No quadrinho seguinte o personagem aparece no banho

reclamando da falta de consciência ecológica de sua mãe.

A leitura desse gênero textual requer do leitor a capacidade de associar o texto verbal às imagens. O contexto de produção, o de leitura e o contexto dentro da história é que dão o tom humorístico: a frenética preocupação ecológica que permeia todas as esferas sociais, às vezes aparece com exagero (argumento do menino); a relação de

Contexto

Texto Leitor

Autor

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mãe e filho em uma cena cotidiana (a mãe que apela pelo hábito do banho diário).

IV. O QUE É UM TEXTO? Jogo rápido...

Escreva o que sugere para você a palavra TEXTO.

Experimente colocar em uma palavra.

4.1. Conceito de texto

Iniciemos pelo entendimento do que é linguagem conforme as Diretrizes

Curriculares de Português:

“A linguagem é vista como fenômeno social, pois nasce da necessidade de

interação (política, social, econômica) entre os homens”(DCE,s p.49).

“A palavra constitui justamente o produto de interação do locutor e do

ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro.”

(BAKTHIN,1986, p.113).

É pela linguagem que o ser humano se afirma como tal criando redes de

convivência por meio da articulação de discursos. Enquanto prática

social, o discurso possui um funcionamento específico e para entendê-lo é

importante considerar as circunstâncias em que foi produzido, ou seja,

remeter o texto ao seu Contexto.

Dessa forma podemos dizer que o texto é a materialização do discurso e

pode ser definido como um todo organizado de sentido e produzido por

um sujeito num determinado tempo e num determinado espaço. O seu

sentido depende que esses elementos constitutivos e circunstanciais sejam

considerados.

As charges, de modo geral representam muito bem os elementos

contextuais necessários para que o leitor construa o significado.

Para discutirmos concepção de texto, vamos ler algumas

elaborações teóricas. Porém, precisamos de outras reflexões

que nos ajudarão na compreensão.

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Para compreender uma charge é necessário que tenhamos

conhecimento do fato que motivou sua criação. Por exemplo, em

abril de 2008 um conhecido jogador de futebol foi alvo da mídia

por ter se envolvido com um travesti. O que ironizaram foi o fato

de ter declarado que acreditou ser uma mulher. Uma das

charges publicadas mostra o jogador sentado em frente a um

painel com desenhos e um professor apontando as diferenças

dentre um homem e uma mulher. Ao fundo aparece um outro

quadro com letras de todos os tamanhos, como se fosse teste de

visão. O professor diz ao jogador para esquecer as letras e

prestar atenção nas figuras.

A compreensão do texto descrito acima, só será possível se o leitor tiver todas as informações necessárias para tal: reconhecer a caricatura do jogador, ter tido acesso às notícias e à declaração dada pelo personagem. Outro elemento interessante, embora não estejamos fazendo análise de discurso, é a fala do professor -Esquece as letras, vamos às figuras - que caracteriza o estereótipo dos jogadores de futebol (sem capacidade intelectual).

4.2. Em sala de aula isso equivale a quê?

Em sala de aula o professor deve levar para leitura e discussão a maior

variedade de gêneros textuais de forma a representar diversas esferas

sociais: jornalística, literária, publicitária, digital etc. Além dos textos escritos

e falados, as atividades devem propiciar a integração de outras linguagens:

artes visuais, música, cinema, fotografia, semiologia gráfica, vídeo,

televisão, rádio, publicidade, quadrinhos, charges, mídia, formas

infográficas e qualquer outro meio linguageiro criado pelo homem (

DCE’s 2008 apud FARACO, 2002 – grifos meus). A riqueza de material vai

ajudar o aluno na construção do seu repertório de leitura.

A expressão destacada acima é que pode dar uma noção de quão

ampla é a possibilidade de constituição de um texto. Temos um exemplo

clássico para entendermos a variedade de recursos:

Observemos a palavra SILÊNCIO!

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Esta inscrição pode ser entendida como um texto se estiver em um

contexto significativo (hospital, biblioteca, estúdio de gravação) e for meio

de interação entre os sujeitos: o leitor que compreende o que o autor diz.

Tanto melhor será a interação quanto maior for o efeito de sentido no

leitor. O texto “Bolinho de miolos” representa bem a intensidade do efeito da

palavra.

Bolinho de miolos

O vizinho chegou logo pela manhã e anunciou a intenção de

almoçar com os amigos. O cardápio foi logo repensado e nele

incluído uma das especialidades da cozinheira.

Durante a refeição a visita se fartou. Elogiou várias vezes

enquanto degustava estalando a boca:

-Hummm! Hummm! Que delícia!

Após a refeição, quis saber quais eram os ingredientes que

formavam aquele sabor inigualável:

-De que é feito esse bolinho?

O anfitrião, lisonjeado prontamente respondeu:

-De miolos de porco!

O curioso se contorceu em ânsia e o vômito foi inevitável.

Adaptado para essa atividade

O que foi que o personagem vomitou? Durante a narrativa verificamos que, fisiologicamente o ingrediente “miolo” nada causou de negativo no corpo do personagem. Pelo contrário, seu paladar aprovou e seu estômago aceitou em grandes porções. A reação foi do cérebro ao ouvir o nome do ingrediente. Ele vomitou não a coisa, mas a palavra.

Pense e responda para o grupo:

Como se apresentam os textos em sua disciplina? Há a

possibilidades de integrar linguagens? Apresentam-se somente

de forma verbal?

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A)

Foto- Placa - Arquivo Pessoal

B)

Foto – Tanque - Arquivo Pessoal

Para fecharmos nossa discussão vamos fazer a leitura de

textos, observando porque se constituem como texto e quais

informações precisamos para compreendê-los.

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C) Havia 3 bêbados ao lado de um morro. A bebida acabou

e então fizeram um sorteio para decidir quem iria subir o morro

comprar mais cachaça. O sorteado, já bêbado, subiu o morro e

comprou a cachaça colocando-a no bolso traseiro da calça. Na

hora de descer, escorregou e foi rolando até lá embaixo.

Quando parou, sentiu aquele frio nas nádegas e disse:

_Deus queira que seja só sangue!

www.piadanet.com/piada1866bebados

D) Assistam ao vídeo disponível no site

www.cala.bocajamorreu.org,br. Nave Terra – Celso Adolfo

E)

Retrato do Profeta Gentileza (intervenção

urbana na zona portuária do Rio deJaneiro) http://pt.wikipedia.org/wiki/Profeta_Gentileza

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V. POR QUE DEVEMOS TOMAR A LEITURA COMO CONTEÚDO INTERDISCIPLINAR?

5.1. Defesa de Guedes & Souza – “ Temos claro que ler e escrever sempre foram tarefas indissociáveis da vida

escolar e das atribuições dos professores. Ler e escrever bem forjam o padrão

funcional da escola elitizada do passado, que atendia a parcelas pouco

numerosas da população em idade escolar. Ler e escrever massiva e

superficialmente tem sido a questão dramática da escola recente, sem

equipamentos e estendida a quase toda a população.” p.10

“... sem alunos e professores lendo e assumindo sua tarefa de mediadores de

leitura, escrevendo e dialogando, nada mais haverá na escola além da

reprodução.” p.10

“ Ler e escrever são tarefas da escola, questão para todas as áreas, uma vez

que são habilidades indispensáveis para a formação de um estudante, que é

responsabilidade da escola. Ensinar é dar condições ao aluno para que ele se

aproprie do conhecimento historicamente construído e se insira nessa

construção como produtor de conhecimento. Ensinar é ensinar a ler para que o

aluno se torne capaz dessa apropriação, pois o conhecimento acumulado está

escrito em livros, revistas, jornais, relatórios, arquivos.” p.13

5.2. Defesa de Magda Becker Soares: “Em todas as áreas de conhecimento, em todas as disciplinas, os alunos

aprendem através de práticas de leitura e de escrita: em História, em

Geografia, em Ciências, mesmo na Matemática, enfim, em todas as disciplinas,

os alunos aprendem lendo e escrevendo. É um engano pensar que o processo

de letramento é um problema apenas do professor de Português: letrar é

Os excertos abaixo são argumentos que podem nos

ajudar a entender e nos convencer de que a leitura está em

todas as atividades escolares.

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função e obrigação de todos os professores. Mesmo porque em cada área de

conhecimento a escrita tem peculiaridades, que os professores que nela atuam

é que conhecem e dominam. A quantidade de informações, conceitos,

princípios, em cada área de conhecimento, no mundo atual, e a velocidade

com que essas informações, conceitos, princípios são ampliados,

reformulados, substituídos, faz com que o estudo e a aprendizagem devam ser,

fundamentalmente, a identificação de ferramentas de busca de informação e de

habilidades de usá-las, através de leitura, interpretação, relacionamento de

conhecimentos. E isso é letramento, atribuição, portanto, de todos os

professores,de toda a escola.” (Entrevista ao Jornal do Brasil 26/11/2000)

5.3. Avaliações Institucionais – Prova Brasil Por que só matemática e português?

Para matemática a Matriz de Referência da prova Brasil é formada por 4

blocos:

• Espaço e forma;

• Grandezas e medidas;

• Números e operações/ álgebra e funções

• Tratamento da informação

Cada bloco tem seus descritores. Para o bloco de Tratamento da

informação o descritor é: Ler informações e dados apresentados em tabelas

e gráficos.

Pensemos: Quando e onde o aluno faz leitura de tabelas e

gráficos? Só em matemática?

As avaliações institucionais, de forma geral, baseiam-se na

autonomia que o aluno deve ter para ler, compreender,

relacionar, selecionar, calcular. Essas são habilidades

esperadas como resultado da formação adquirida pelo

conjunto das disciplinas curriculares.

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Para Português a Matriz de Referência da Prova Brasil tem 5 blocos:

• Procedimentos de leitura;

• Implicações de suporte e de gênero;

• Relações entre textos;

• Coerência e coesão;

• Relação entre recursos expressivos e efeitos de sentido;

Variação Linguística.

Vale observar que dos 04 blocos da Matriz de Referência de

Matemática, 01 é para leitura. E, toda a Matriz de Referência de Língua

Portuguesa e seus 21 descritores são voltados para a compreensão do

texto.

A construção do conhecimento, objeto da avaliação, é o resultado do

trabalho desenvolvido por todas as disciplinas. Veja:

• A leitura de gráficos e tabelas, por exemplo, estão em matemática,

geografia, ciências; são estimuladas em arte e história pelo contato

com imagens e outros textos não verbais.

• Implicações de suporte e de gênero são observados em todas as

disciplinas. Se o professor propõe a leitura de uma notícia, o aluno é

informado das particularidades desse gênero: não pode ser tomado

como um documento histórico; tem implícita a opinião do autor, do

jornal ou revista; deve ser confrontado com outros textos que tratam

do mesmo tema – e aí já temos a relação entre textos.

• Os recursos expressivos de um texto são valorizados por todos os

mediadores de leitura.

Para debater...

Em minha disciplina trabalho com a construção de algum

desses conhecimentos apresentados pelos Descritores da

Prova Brasil? Quais? Como aparecem?

Posso dizer que sou formador de leitor tanto quanto o professor

de Português?

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VI. COMO SE PROCESSA A LEITURA EM MINHA DISCIPLINA?

Texto1: Artes - p. 22

Ler e escrever em artes visuais

Leitura de imagens

Isabel P Kehrwald

Texto 2 : Ciências – p.35

Idéias e palavras na/da ciência ou leitura e escrita: o que a ciência tem

a ver com isso?

César V Machado Lopes e Elaine B. Ferreira Dulac

Texto 3: Geografia - p.75

Leitura e escrita na Geografia ontem e hoje

Ler e escrever e dizer a sua palavra

Ler e escrever e dizer o mundo

Guilherme Reichwald Jr.

Texto 4 : História - p.111

Leitura e escrita na história

O que se espera que o aluno leia em história?

Fernando Sffner

Texto 5: Língua Portuguesa – p.135

Vamos ler trechos dos artigos que formam o corpo do

livro “Ler e escrever: um compromisso de todas as áreas”,

organizado por Guedes & Souza (1997).

Em seguida, vamos expor para nossos colegas de oficina

como o autor mostra a leitura no texto. Dizer também, se

você como professor dessa área comunga da visão

apresentada.

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Não apenas o texto mas o diálogo em língua escrita é o conteúdo de

língua portuguesa

Paulo Coimbra Guedes e Jane Mari de Souza

Texto 6: Matemática – p.191

Leitura e escrita na matemática

Lucia Helena M Carrasco

VII. ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DE LEITURA

Os procedimentos sugeridos por Solé tomam por base o momento que

antecede a leitura, a hora de ler e o depois da leitura. Nessa abordagem,

constituem estratégias de compreensão leitora para antes da leitura:

a) Esclarecimento do objetivo da leitura.

O objetivo pelo qual a leitura é proposta deve ficar muito claro porque vai determinar a forma com que a atividade será realizada. Ler para procurar uma informação é diferente de ler para ver se interessa continuar lendo, de ler para discorrer sobre o assunto, de ler para fazer uma resenha, etc.

b) Antecipação do tema ou idéia principal a partir de elementos paratextuais

como: título, subtítulo, exame de imagens, saliências gráficas e outros.

O título é a porta de entrada para a compreensão, ativa o conhecimento que já temos sobre o assunto. Os outros elementos paratextuais podem dizer muito em relação ao conteúdo do que vamos ler.

c) Levantamento do conhecimento prévio sobre o assunto.

É importante saber o que o aluno já sabe sobre o assunto para entender o grau de dificuldade que vai encontrar.

d) Expectativas em função do suporte.

Nesta oficina vamos entender cada uma das estratégias

sugeridas para o ensino de leitura, reunidas com base no

livro de Isabel Solé “Estratégias para o ensino de leitura”. O

que foi acrescentado veio de outras leituras que fizemos

durante a fundamentação teórica e pode ser encontrado

pelas Referências Bibliográficas deste trabalho.

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Se o texto sobre a Grécia está no jornal, o leitor logo vai perceber que se trata de fatos atuais, diferente dos textos sobre o mesmo assunto e que estejam no Livro Didático de história.

e)Expectativas em função da formatação do gênero.

A proposta de leitura de uma crônica sobre o crescimento econômico vai criar expectativas diferentes no leitor se compararmos com a proposta de leitura de uma charge, um gráfico ou uma piada do mesmo assunto.

f) Expectativas em função do autor ou instituição responsável pela publicação.

Este recurso tanto será mais significativo quanto maior for a experiência do leitor.

Atividades durante a leitura:

Nesta fase o leitor vai comparar e relacionar o conhecimento prévio e as previsões às informações abordadas pelo texto. As estratégias não compõem um roteiro, podem ser utilizadas conforme a progressão do texto sem seguir a ordem em que foram colocadas. Cada texto vai exigir determinadas estratégias e dispensar outras, mas é importante que o professor faça as intervenções por meio de questionamentos para que o aluno vá ganhando autonomia, pois se trata de uma atividade cognitiva que se desenvolve de forma individual e até automática conforme a experiência do leitor.

a)Confirmação, rejeição ou retificação das antecipações ou expectativas

criadas antes da leitura.

b)Localização ou construção do tema ou da idéia principal.

c)Esclarecimentos de palavras desconhecidas a partir da inferência ou consulta

ao dicionário.

d) Formulação de conclusões implícitas no texto, com base em outras leituras,

experiências de vida, crenças, valores.

e) Formulação de hipóteses a respeito da sequência do enredo.

f) Identificação de palavras-chave.

g) Busca de informações complementares.

h) Construção do sentido global do texto.

i) Identificação das pistas que mostram a posição do autor.

j) Relação de novas informações ao conhecimento prévio.

k) Identificação de referências a outros textos.

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Para o ensino das estratégias Durante a Leitura o texto

pode ser “Preparado” para tarefas individuais. Por exemplo:

a)para que o aluno realize previsões o professor pode inserir

perguntas ao longo do texto, ou colocar papel adesivo em

trechos para os quais pretende-se previsões.

b)para inferências e controle de compreensão pode-se

proporcionar um texto com erros de inconstâncias pedindo que

as encontrem e algumas vezes não lhes pedir nada. Também

deixar lacunas de informações pode ajudar nessa atividade.

c)aprender a resumir pode ser trabalhado inicialmente em

parágrafos.

Mas há que se tomar cuidado para não abusar de textos

“ preparados” e proporcionar o aprendizado em textos

habituais.

Atividades para depois da leitura:

As atividades devem ser adequadas ao objetivo proposto.

a) Construção da síntese semântica do texto.

b) Utilização do registro escrito para melhor compreensão.

c) Troca de impressões a respeito do texto lido.

d) Relação de informações para tirar conclusões.

e) Avaliação das informações ou opiniões do texto.

f) Avaliação crítica do texto

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VIII. PROCEDIMENTOS DO ENSINO DE LEITURA

8.1 História • Antes da leitura Antecipação: Estamos estudando a Grécia antiga, as civilizações gregas.

Falamos de fatos, costumes, crenças e cultura desses povos. Dando

continuidade, leremos o texto: Nasce a ideia de cidadania.

Objetivo: Saber o que era cidadania para os gregos antigos e se esse conceito

se alterou ao longo da história.

.O que sugere o título?

Dá para imaginar que informações trará?

.Cidadania? Como entendemos isso hoje?

.O que diz o dicionário?

Um bom encaminhamento é fazer anotações dos comentários dos leitores para retomar ao final da atividade. Isso dará noção do que compreenderam do texto e se o mesmo acrescentou conhecimentos.

Os textos selecionados para estas atividades foram

extraídos dos Livros Didáticos que estão sendo utilizados na

escola a que se destina o Projeto de Intervenção.

A opção por esse material aconteceu depois de conhecer

todos os livros e constatar que estes proporcionam a integração

de linguagens, trazem indicações de outras leituras, trabalham

com a diversidade de gêneros, sendo assim, constituem um

bom suporte para o professor porque sabemos que não são

utilizados como único recurso pedagógico.

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NASCE A IDEIA DE CIDADANIA

No início do século VII a.C., uma mudança nas táticas de

guerra gregas acabou contribuindo para o nascimento da ideia

de cidadania na Grécia. Até então, apenas os aristocratas

combatiam no exército, geralmente a cavalo, e somente eles

eram considerados cidadãos. Porém, com o aumento das

guerras entre as cidades, formou-se a infantaria, isto é, homens

que combatiam a pé e com armas leves. Os membros da

infantaria, os hoplitas, que geralmente eram pequenos

proprietários de terra, começaram a exigir o direito de participar

da vida política da cidade. Assim, nascia na Grécia antiga a

ideia de cidadania.

Hoplitas: de hóplon, o escudo redondo que portavam.

Livro Didático de História p.190

(Ativado conhecimento prévio sobre cidadania – observar a palavra Aristocracia.)

• Durante a leitura -Escolhe-se uma forma de leitura.(É importante que o professor faça a

leitura de contato ).

-Esclarecimento do vocabulário: tática, aristocracia, infantaria, hoplitas;

observar o que pode ser inferido pelo contexto, o que está sendo explicado

no texto e o que está entre os elementos paratextuais.

-O texto está atendendo suas expectativas? Deixa claro o que propõe o

título?

• Depois da Leitura

Volta ao objetivo: pode-se trabalhar com questões orais localizando

informações explícitas como forma de ajudá-los na compreensão.

Quem era tido como cidadão?

O que fez nascer a ideia de cidadania?

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Que mudança aconteceu?

O que isso tem a ver com o surgimento da ideia de cidadania?

Hoje, é dessa forma que entendemos cidadania?

Este texto não traz todas as informações explicitas, é necessário mostrar para os alunos quais as estratégias necessárias para a compreensão.

8.2. Matemática

• Atividades para antes da leitura

a) Vamos ler o enunciado de um problema que fala de basquete. Quem

gosta desse esporte? Quem joga? O que sabem sobre contagem de

pontos no basquete? Conhecem algum jogador famoso? Já ouviram

falar em Oscar? Ele é bom?

• Atividades durante a leitura Oscar Schmidth, uma das maiores estrelas do basquete

mundial, acertou 60 lançamentos, dos 72 que fez em um treino.

Destes, 3/5 foram de 3 pontos e os restantes, de 2 pontos.

.Quantos arremessos de 3 pontos Oscar acertou?

.Quantos arremessos de 2 pontos acertou?

.Quantos pontos Oscar marcou nesse treino?

Livro Didático de Matemática p. 172

(Conhecimento prévio: sistema de numeração e fração) Em textos curtos como o que acabamos de ler, não há necessidade de aplicar estratégias durante a leitura.

• Depois da leitura

Ele é bom mesmo? Acham que teve bom aproveitamento?

Ele tem facilidade para arremessos de 3 pontos?

3/5 é bastante? É pouco? Mais ou menos? Por quê? (essa resposta

mostrará o que sabem sobre fração)

Vamos calcular para ver quem tem razão.

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8.2.a. Matemática • Antes da leitura

Objetivo: Ler para responder às questões. Vamos ler um texto cujo título é: O Brasil e suas regiões.

O que acha que vai dizer o texto?

O que sabe da divisão regional do Brasil?

Onde aprendeu?

Como pode se apresentar o texto? É possível que esteja no mesmo formato

dos livros de geografia?

Observar as expectativas em relação ao suporte (Livro Didático de matemática) e em relação ao gênero ( Mapa).

O Brasil e suas regiões.

Mapa do Brasil - www.brasilescola.com/.../regioes-brasileiras.htm Acessado em: 08/07/2011

Você já sabe que o Brasil é dividido em 5 regiões.

.Quais estados compõem cada uma das regiões brasileiras?

.Quantos estados têm o Brasil?

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.O número de estados que compõe a Região Nordeste representa que

fração do número de estados brasileiros?

.O número de estados da Região Sul representa que fração do número de

estados do Brasil?

.O número de estados das regiões Norte e Nordeste, juntas, representa

mais, ou menos da metade do número dos estados brasileiros? Por quê?

Questões do Livro Didático de Matemática p.169

(Conhecimento prévio: leitura de legenda, noção de quantidade, proporção, fração)

• Durante a leitura O texto é no formato (gênero) que você imaginou?

O que precisamos observar para entendê-lo?

Imagine todas as informações que aparecem no mapa sendo colocadas em um

texto explicativo descritivo, seria mais fácil?

• Depois da leitura Para responder quais questões precisamos de cálculo?

As demais respondemos como?

Observar como leem a legenda. Para exercitar pode-se pedir a localização de estados e identificação da região. Exercitar a localização.

8.3. Geografia

• Antes da leitura Objetivo: Vamos ler para saber como o relevo, pode ser modificado.

Título: A dinâmica do relevo.

O que acha que vai tratar o texto? (expectativa)

Qual o significado da palavra dinâmica?

Como você entende a palavra relevo?(ativar conhecimentos).

Conhecimentos prévios – o que o autor supõe que o leitor já tem em seu repertório – relevo, litosfera, abalos sísmicos.

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A dinâmica do relevo

O relevo não é algo eterno nem estático. Ele se transforma

com o tempo, mesmo que o processo leve milhões de anos.

Existem dois tipos de forças que criam ou modificam o relevo:

as forças internas e externas da Terra.

As forças internas são aquelas que se originam no interior da

litosfera ( os desdobramentos que dão origem as montanhas,

os abalos sísmicos, os vulcões, etc).

As forças externas são aquelas que se originam na própria

superfície terrestre, como o clima, as águas (chuvas, rios,

mares, lagos) e mesmo os seres vivos (animais e vegetais),

que, de uma forma ou de outra, desgastam ou modificam o

relevo.

Em geral, os agentes internos desnivelam o relevo, causando

grandes modificações, e agem de forma rápida. Os agentes

externos, pelo contrário, diminuem lentamente as diferenças

entre as formas de relevo, desgastando as áreas elevadas e

acumulando detritos nas partes mais baixas.

Livro Didático de Geografia p. 130

• Durante a leitura

Escolhe-se uma forma de leitura.

Para a leitura de contato, lê-se sem interrupções.

Lê-se, num segundo momento, questionando a compreensão de termos:

estático, interno, externo, litosfera e abalos sísmicos ( caso não tenham sido

explicitados na pré-leitura.) clima, desnivelam, detritos.

b) Depois da leitura

Volta-se ao objetivo: como pode ser modificado o relevo?

Como agem as forças internas?

Como agem as forças externas?

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(Pode-se sintetizar).

8.3.a Geografia

• Antes da leitura Dentre as grandes transformações pelas quais o planeta Terra

passou está a formação dos continentes. Vamos assistir a um vídeo

bem humorado onde figura um personagem dos filmes Era do Gelo: o

esquilo Scrat que tem cara de rato e corre atrás de uma pinha nos três

filmes da série. Disponível em: http://videos.sapos.pt/

• O título é: Como surgiram os continentes.

• Você sabe como surgiram os continentes?

• Assistiu a algum dos filmes Era do Gelo?

Objetivo: Conhecer uma versão artística da formação dos continentes e

relacionar com o conhecimento científico.

Durante a leitura não haverá questionamento, se necessário, repete o

vídeo para melhorar a compreensão.

• Depois da leitura

O que é baseado na teoria e o que é pura ficção?

O filme também possibilita a exploração de cenas separadamente e outros enfoques como o caso da formação da litosfera.

8.4. Ciências

• Antes da leitura Objetivo:

Observar como a ciência fica mais bonita na linguagem poética.

A proposta é a leitura de um poema (expectativa quanto ao gênero).

Qual será o assunto desse poema?

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Por que ele está nessa unidade do livro didático? (expectativa quanto ao

suporte)

O que mesmo que estamos trabalhando? (Ativar conhecimentos)

Leia o poema a seguir:

Manhãzinha Atrás do monte

Já se avista O equilibrista Sobre a linha Do horizonte.

Fim do dia Tardezinha

Fatigado de andar Na corda bamba,

Descamba Desfalecido

No mar. Hardy Guedes Alcaforado Filho

Livro Didático de Ciências p.26

• Durante a leitura

Leitura de contato (professor)

Outras leituras observando ritmo e rima

Atentar para alguma palavra que possa dificultar a compreensão.

• Depois da leitura

O que o poema tem a ver com o nosso conteúdo? De que ele fala?

Observe as duas partes (estrofes) do texto, o que representam?

Responder as questões propostas no livro.

8.4.a Ciências

• Antes da leitura

O texto apresentado agora é um gráfico.

O título é: Composição dos resíduos sólidos no Brasil

O que acham que vai mostrar?

O que entendem por resíduos sólidos?

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Existe apenas uma forma de fazer gráfico?

Objetivo: Ler para discutir se é possível diminuir o volume do resíduo sólido

mais produzido no Brasil.

Conhecimentos prévios: Leitura de gráfico, porcentagem. Composição dos resíduos sólidos no Brasil.

Ilustração 1 Livro Didático de Ciências p.121

• Durante a leitura

Trata-se do tipo de resíduo que você imaginou?

O gráfico apresenta cinco grupos, baseado em que foram

agrupados/separados?

O que dá para reciclar dentre os cinco grupos?

Que tipo de resíduo pode estar representado na área em azul (13%)?

• Depois da leitura

Volta ao objetivo: Qual o tipo de resíduo mais produzido?

Qual pode ser a causa desse volume tão grande?

Podemos prever alguma possibilidade de redução?

8.5 Arte

• Antes da leitura

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Objetivo: Apreciar e atribuir significado à obra de Salvador Dali

Já ouviram falar nesse artista?

Sabem que tipo de arte ele fez?

Título: O Sono

Como o título é bastante direto, vai favorecer a análise dos elementos que compõem a obra. Pode-se optar por revelá-lo no pós-leitura, porém como se trata de um exercício de ensino de leitura, e não de adivinhações, este é o momento mais adequado.

Sono – Salvador Dali – Tela em óleo - 1937

http://www.google.com.br/imgres?imgrul=http://blog.uncovering.org

• Durante a leitura

Contemplação e questionamentos da relação dos elementos simbólicos

com a atividade real do sono.

• Depois da leitura

A expressão facial lembra um sono tranquilo?

As estacas de apoio podem representar o quê?

E as cores? O que nos dizem?

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Se o professor trabalha com os quatro estágios para a leitura de artes visuais (descrição, análise, interpretação, julgamento) que são propostos por Kehrwald (1998), as estratégias são contempladas.

IX. APLICANDO AS ESTRATÉGIAS

Para encerrarmos esta Unidade Didática, vamos elaborar

uma atividade de leitura considerando as estratégias discutidas.

O texto está em vídeo disponível em:

http://www.google.com.br/search?hl=ptBR&q=pixar%20pular

%20

Importante... A aplicação dos procedimentos para “ensino” de leitura

não podem, de maneira alguma, retirar da sala de aula os

momentos em que a leitura é simplesmente para deleite. Esses

são muito importantes para despertar no aluno o prazer de ler e

ajudá-los a melhorar a leitura oral. Para isso recomenda-se:

a) Ler para eles de forma dramatizada (contação de histórias);

b) Pedir para que eles ensaiem a leitura de textos curtos, para

ler para a turma;

b) Utilizar trava-línguas e parlendas;

c) Propor a declamação de poemas curtos com toda a turma;

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X. AVALIAÇÃO Marque um X à direita de cada estratégia conforme seja a aplicabilidade

dessa: Já faço, posso fazer, ou inviável. Não esqueça de colocar a disciplina

que leciona.

Disciplina:

Antes da leitura: Já

faço

Posso

fazer

Ínviá-

vel

.Esclarecimento do objetivo da leitura.

.Antecipação do tema ou idéia principal a partir de elementos

paratextuais como: título, subtítulo, do exame de imagens, etc.

.Levantamento do conhecimento prévio sobre o assunto.

.Expectativas em função do suporte.

.Expectativas em função da formatação do gênero.

.Expectativas em função do autor ou instituição responsável.

Atividades durante a leitura:

.Confirmação, rejeição ou retificação das antecipações ou

expectativas criadas antes da leitura.

.Localização ou construção do tema ou da idéia principal.

.Esclarecimentos de palavras desconhecidas a partir da

inferência ou consulta ao dicionário.

.Formulação de conclusões implícitas no texto, com base em

outras leituras, experiências de vida, crenças, valores.

.Formulação de hipóteses a respeito da sequência do enredo.

.Identificação de palavras-chave.

.Busca de informações complementares.

.Construção do sentido global do texto.

.Identificação das pistas que mostram a posição do autor.

.Relação de novas informações ao conhecimento prévio.

.Identificação de referências a outros textos.

Depois da leitura:

.Construção da síntese semântica do texto.

.Utilização do registro escrito para melhor compreensão.

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.Troca de impressões a respeito do texto lido.

.Relação de informações para tirar conclusões.

.Avaliação das informações ou opiniões emitidas no texto.

.Avaliação crítica do texto.

XII. CONSIDERAÇÕES FINAIS Não elaboramos atividades exclusivas para Língua Portuguesa porque

partimos do pressuposto que nessa disciplina estão presentes todos os

gêneros possíveis e nesta Unidade Didática a seleção de textos foi bem

diversificada. Contemplando uma boa variedade de linguagens e gêneros,

acreditamos contemplar todas as áreas.

Também é importante salientar que foi considerado o fato de os

professores de outras áreas nunca terem recebido formação e/ou orientação

para trabalhar com leitura, por isso a opção de não fazer discussões teóricas

mais aprofundadas e trabalhar com atividades práticas.

Este material pode ser utilizado por professores de qualquer licenciatura,

inclusive os que atuam no Ensino Médio, pode ainda servir para quem trabalha

com formação de docentes. Para os últimos recomendamos mais apoio teórico,

o que pode ser encontrado no referencial deste trabalho.

XI. CRONOGRAMA

Terceiro Período 07/2011 a 12/2011

Atividade 7 8 9 10 11 12

Leitura Referencial Teórico X X X X X X

Implementação do Projeto de Intervenção

Pedagógica

X X X

Encontros de Orientação X X X X X X

Grupo de Trabalho em Rede X X X

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XII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOULOS Júnior, Alfredo. História – Sociedade & Cidadania, 6º ano. São Paulo: FTD, 2009. Coleção História – Sociedade & Cidadania) Brasil. Ministério da Educação. PDE: Plano de Desenvolvimento da Educação: Prova Brasil: ensino fundamental: matrizes de referência, tópicos e descritores. Brasília: MEC, SEB; Inep, 2008. GIOVANNI Júnior, José Ruy. A conquista da Matemática, 6º ano. Ed. Renovada. São Paulo: FTD,2009. Coleção a conquista da matemática. SANTANA, Olga Aguilar. Ciências Naturais, 6º ano. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2009. VESENTINI, José William. Geografia Crítica. 4. ed. São Paulo: Ática, 2009. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Curitiba, 2008. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/educadores/index.php FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. Cortez. São Paulo: Cortez, 2006. GUEDES, P. C. & SOUZA, Ler e escrever: compromisso de todas as áreas. 8 ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007. ____________. Repertório de leitura. Porto Alegre: editora da UFRGS, 2007. IRANDE, Antunes. Aula de Português – Encontro & Interação. São Paulo:Parábolas, 2003 MAGRO, Maria Valquiria - Caminhos cruzados de Fanny Abramovich : a recepção da narrativa pelo leitor jovem, Maringá : 2007. Disponível em: http://www.ple.uem.br/defesas/pdf/mvmagro.pdf MARCUSCHI, Luís Antonio. Cognição, linguagem e práticas interacionais. São Paulo: Martins Fontes, 2007. ORLANDI, Eni Pulcinelli. Discurso e leitura. São Paulo:Cortez,1999. SILVA, Ezequiel Theodoro da. Unidades de Leitura – Trilogia pedagógica.Campinas, SP: Ed. Autores Associados, 2003. ______. Produção de Leitura na Escola.São Paulo: Ática,2005. ______. Criticidade e leitura: ensaios . Campinas, SP: Mercado de Letras: ALB,1998.

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______.O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia da leitura. São Paulo: Cortez, 2005 SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Porto Alegre: ArtMed, 1998. Referências de imagens

Mapa do Brasil - Disponível em: www.brasilescola.com/.../regioes-brasileiras.htm Acessado em: 08/07/2011 Profeta Gentileza - Retrato do Profeta Gentileza (intervenção urbana na zona portuária do Rio deJaneiro) .Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Profeta_Gentileza Acessado em 10/08/2011 Gráfico de resíduos – Livro Didático de Ciências p. 121 O Sono – Salvador Dali – Pintura em Óleo – 1937 –Disponível em: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://blog.uncovering.org/archives/ Acessado em: 10/08/2011